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As trilhas da Mantiqueira e suas cidades cinquentenárias

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Page 1: Naturale 19a edição
Page 3: Naturale 19a edição

2 Itajubá, Piranguçu e seus caminhos!

6 Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

8 Caminhos do Sul de Minas realiza primeira Assembleia Geral de 2013

10 A criação de municípios mineiros em 1962

12 Piranguinho

14 Câmara Municipal de Piranguçu

15 Piranguçu

16 Wenceslau Braz

17 Marmelópolis

18 Redescobrindo seu mundo feminino

20 O vento que sopra pelas flores: pigmentos que curam

24 Campanha — aqui nasceu o Sul de Minas

Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora Ltda

CNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG

Editora: Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG)

ColaboradoresArticulistas: Adoniran Martins Renó, Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Andriani Tavares, Herika Nogueira, Ir. Ernestina Remusat Rennó, Josué Meystre, Luanda Padilha, Orlando Mohallen, Ramon Marques Borges, Silvana Pereira da Silva Soares Costa e Zaluar Martins Renó.

Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier

Projeto Gráfico: Elaine Cristina Pereira

Capa: Caminhos do bairro São Bernardo em Piranguçu/MG (Arquivo Municipal)

Vendas: Diagrarte Editora Ltda

Impressão: Resolução Gráfica Ltda

Tiragem: 4.000 exemplares impressos e 10.000 eletrônico

Distribuição Gratuita em mídia impressa e eletrônica

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Direitos reservados. Para reproduzir é necessário citar a fonte.

Venha fazer parte da Naturale, anuncie, envie artigos e fotos.

Faça parte desta corrente pela informação e pelo bem.

Contate-nos: (35) 9982-1806 e-mail: [email protected]

Acesse a versão eletrônica: www.diagrarte.com.br

Impresso no Brasil com papel originado de florestas renováveis e fontes mistas.

expediente

Apoio para distribuição

Caro leitor

A Serra da Mantiqueira nos apresenta caminhos e riquezas naturais de rara beleza. Passar por suas trilhas torna-se mais que um passeio, um reencontro com a vida natural, com os pás-saros, com a água que brota da terra percorrendo riachinhos, tornado-se cachoeira e seguindo o rio... o silêncio, o vento... o descortinar de cadeias de montanhas nas quais povoados vira-ram cidade...

Prosa com café no fogão a lenha, fruta colhida e saboreada no pé, nos remete a uma paz interna e podemos ver como a vida pode ser simples...

Vivenciar estes momentos, mesmo que por passeios cur-tos, nos recarrega a bateria e nos abre a visão para o quão importante é sermos conscientes da preservação e dos recursos deste planeta em nosso dia-a-dia.

Em 1º de março, 273 municípios das Gerais completam 50 anos, homenageamos aqui alguns deles: Piranguinho, Piran-guçu, Marmelópolis e Wenceslau Braz. Cidades que apesar de jovens, preservam sua história de primeiros povoados do século XIX, e que chegaram a categoria de cidade em 1963.

Parabenizamos também nossa cidade sede, Itajubá, que completa 194 anos, em 19 de março.

Março também é o mês da Mulher, nosso abraço a todas, independente da posição que ocupam, da raça, da nacionali-dade, todas são guerreiras, trazem a força e a esperança para cultivar dias melhores... Parabéns!

A Naturale entra em seu quarto ano de circulação. Agra-decemos a todos os parceiros, colaboradores e leitores por esta conquista. Ampliamos nosso raio de circulação em várias cidades, tanto por meio impresso como pelo eletrônico, a ver-são interativa possibilita ao leitor conhecer melhor as empresas parceiras. A Naturale também está presente em salas de aula servindo como material de pesquisa e para debates de assun-tos atuais, chega aos mais variados tipos de leitores e classes sociais, pois tem como objetivo levar conhecimento de forma gratuita. A informação é um bem que devemos compartilhar... Somos gratos a todos que fazem deste projeto uma realidade que beneficia milhares de pessoas e empresas. Possamos juntos ampliar ainda mais este trabalho, contamos com todos vocês!

Boa leitura!

Elaine Pereira

Naturale19a edição Fevereiro/Março - 2013

ISSN 2237-986X

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Itajubá, Piranguçu e seus caminhos!

Por Orlando Mohallem

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Podemos aqui, chamar a atenção de várias pessoas através dos nossos textos e das imagens de nossa região. Isto acontece, pois percebemos que a cada ano, nós moradores deste planeta, começamos a valorizar algo que nunca demos tanta importância, a Natureza. Hoje, várias pessoas buscam estes am-bientes com veículos preparados para enfrentar situações de dificuldade como os 4x4 e as motos de trilha.

Os mais puristas partem direto para as bicicletas, pois sabem que desta for-ma irão poluir menos, contribuindo para a preservação do local, pois causarão menos erosão e farão menos barulho, além de terem mais tempo para con-templar as belas paisagens. Nos veículos automotores não conseguimos observar os detalhes que a natureza tem a nos oferecer, devido à velocidade com que passamos.

Neste artigo, pretendemos instigar você, amigo leitor, que gosta de pas- sear com seu 4x4, sua moto ou com sua bike. Apresentaremos um belo circuito que oferece inúmeros atrativos naturais durante seu percurso.

O cardápio é a região sul da cidade de Itajubá, onde agregamos ao roteiro a bela cidade de Piranguçu.

Partindo do centro de Itajubá, nos-sa aventura começa pelo vale encantado do Anhumas, onde quem estiver de 4x4 deverá tomar a saída para o bairro do Ilhéus, logo que chegar na bifurcação que há depois da piscina do Zé Mauro. O jeepeiro deverá entrar à direita nesta hora onde encontrará a rodovia MG 383 que o levará até a cidade de Piranguçu. No centro da cidade, ele deverá seguir até o fim da rua principal e virar à esquer-da no sentido do bairro das Pitangueiras, rumo à famosa trilha do Defunto.

Para quem vai de mountain bike ou moto de trilha, basta seguir até o fim do vale do Anhumas no sentido da impres-sionante Pedra Vermelha, subir para o bairro da Berta e ao chegar na Fazenda Bonanza deve-se seguir um pouco mais a frente até encontrar uma porteira de régua à direita. Neste local inicia-se a tradicional trilha da Banana. Seguindo em frente após a porteira, suba até en-contrar a primeira bifurcação que desce à direita. Logo você encontrará uma porteira de arame que dá acesso a um bambual onde a trilha segue sentido ao fundo do vale. Não se esqueça de fechar a porteira! Aproveite para contemplar a paisagem e tirar algumas fotos. Neste momento, a trilha começa a subir no sentido de uma passagem que existe entre duas montanhas onde há grandes paineiras centenárias. Ali encontraremos uma porteira que divide os municípios de Itajubá e Piranguçu. Deste local teremos uma visão fantástica da Pedra Aguda em nossas costas e a partir dali iniciaremos uma forte descida por dentro de um ba-nanal, passando logo por uma porteira, onde a trilha já vira estrada e segue por algumas casinhas de colonos locais até sair na fazenda do Sr. Vavá Ferreira. Dali tomaremos nossa direita e seguiremos por um belo vale até chegar na pequena cidade de Piranguçu. Pegando a rua prin-cipal, seguiremos sentido sul até o final da cidade onde entraremos à esquerda indo para o bairro das Pitangueiras, local onde encontraremos com o pessoal que estiver seguindo de 4x4.

A partir do bairro das Pitangueiras iremos sentido ao Sítio de Voo Livre da Pedra Branca, pela forte subida da tri-lha do Defunto. Ao adentrarmos o vale, teremos a Serra do Gamelão à esquer-da e a Pedra do Lula à direita, e a nossa

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frente um grande contraforte que atra-vessaremos. Ao passar por este belo vale encontraremos uma bifurcação onde nos manteremos à direita e seguiremos sem-pre reto passando por uma fazenda ao pé da serra, ali iniciamos o zigue-zague do Defunto. Durante a subida encontra-remos uma linda cascata onde podemos fazer uma parada para um belo banho de água da serra. Tocando para cima, nos-sa visão começa a ficar cada vez mais impressionante. Como esta parte do tra-jeto é um dos mais difíceis devido à forte inclinação, o segredo é fazer paradas sequenciais para descanso e aproveitar para contemplar toda a vista. Após ven-cermos o alto desta serra podemos fazer uma merecida pausa no Sítio de Voo da Pedra Branca que estará situado à nossa esquerda quando passarmos o mata- burro. Se tivermos sorte, poderemos prestigiar o pessoal do parapente que sempre está por ali enfeitando o nosso céu e também admirar toda a paisagem a leste da serra da Roseta e Charco e mais ao sul, as casas de Campos do Jordão.

Após nossa parada, iniciaremos uma emocionante descida até a cachoei-ra do São Bernardo, que acredito ser um

dos mais belos e prazerosos banhos da região, devido ao grande volume d’água da sua principal queda vertical e também pelo perfeito poço logo a frente da ca-choeira. Ali é diversão garantida!

Seguindo nosso circuito, iremos atravessar o Rio Sapucaí em direção à cidade de Campos do Jordão, onde estaremos recortando o vale deste sig-nificante rio da região. Pelo caminho passaremos pela Mineração Correia, que antigamente explorava mármore e dolomita no local, causando grande im-pacto ambiental na época. Hoje ela está desativada e conta com projetos de sus-tentabilidade e gera energia através da queda da cachoeira do Diamante.

Indo em frente sentido sudeste, pas- saremos pelo bairro dos Pintos até alcan-çarmos uma bifurcação, reto seguiremos para o bairro do Centro entre Piranguçu e Campos do Jordão já no estado de São Paulo. Ali tomaremos à direita onde fa-remos nossa última subida forte. Com aproximadamente 4 km vencendo a ser-ra, chegaremos a um dos pontos mais belos do trajeto, a represa de São Ber-nardo, situada em um dos bairros mais

fascinantes de Piranguçu, a Vila Maria.Dali é só descida até a MG 383 on-

de poderemos voltar pela rodovia que ainda é pouco frequentada. Se o pessoal de duas rodas animar de voltar por terra poderemos seguir pelo asfalto até en-contrarmos o bairro da Pedra Vermelha e seguir esta estrada a vida toda até virar o alto que nos levará bem ao lado da gran-de Pedra Vermelha. Após descermos este morro sairemos na fazenda do Sr. Dota onde em frente tomaremos novamente a estrada do Anhumas, por onde começa-mos a trilha, e retornamos à Itajubá.

Explorar os altos da Mantiqueira e descobrir suas riquezas pelo caminho, nos traz a certeza de que ainda é possí- vel aproveitar a vida na sua melhor for-ma, sem apego às coisas materiais, pois sabemos que desta vida nada levaremos!

E não se esqueça, antes de sair pa-ra qualquer lugar, verifique se está bem equipado, leve lanche, água e equipa-mentos que garantam sua segurança. Não se aventure tarde, saia cedo e con-sulte a previsão do tempo. Informação nunca é demais. Pare nas comunidades locais, seja cortês e bata um papo com eles... isto faz parte do passeio!

Boas aventuras!

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Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

Por Andriani Tavares e Josué Meystre

Discutida desde 1991 na esfera federal, foi ins-tituída, em agosto de 2010, a Lei de nº 12.305/2010, que passou a ser conhecida como a Política Nacio-nal de Resíduos Sólidos (PNRS), regulamentada pelo Decreto 7.404/2010, que estabelece aos municípios diretrizes à gestão integrada dos resíduos sólidos gerados em seus respectivos territórios.

A gestão integrada de resíduos sólidos en-globa o planejamento e a coordenação de coleta, transporte, tratamento e destinação final adequada, considerando os aspectos políticos, econômicos, ambientais, culturais e sociais envolvidos.

Os principais pontos da Política Nacional de Resíduos Sólidos são:

Fechamento dos lixões – A política determina o tratamento e disposição final adequada dos resí- duos e encerramento de lixões até 2014. Além dis-so, a remediação destes locais deverá ser executada até 2016, ou seja, a implantação de procedimentos, serviços e obras necessários para o encerramento das atividades de operação do lixão incluídos a reti-rada e encaminhamento dos catadores, a cobertura dos resíduos com solo e vegetação apropriada, bem como a construção das drenagens e o isolamento da área;

ª Organização dos catadores em cooperativas ou associações;

ª Implantação da logística reversa – ou seja, retorno dos produtos e em- balagens (agrotóxicos, pilhas, baterias, pneus, óleo lubrificantes, lâmpa-das fluorescentes, produtos eletroeletrônicos e seus componentes) após o uso pelo consumidor, aos comerciantes e distribuidores e desses para os fabricantes e importadores para que seja dada a destinação adequada, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos;

ª Incentivo à criação de Consórcios Intermunicipais – com o objetivo de otimização do uso de áreas e redução dos custos de implantação e opera-ção dos sistemas de disposição final de resíduos sólidos.

Entres as diretrizes da PNRS está à elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), que é condição para os municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incenti-vos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade.

Os municípios que não possuírem o Plano não poderão pleitear re-cursos da União ou por ela controlados, na área de resíduos sólidos.

O município que optar por soluções consorciadas intermunicipais

Obrigações dos Municípios

Aterro sanitário de Itajubá/MG

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para a gestão dos resíduos sólidos, poderá elaborar o plano intermunicipal. O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos deve ser

periodicamente revisado, com a aplicação do mesmo prazo de vigência de quatro anos do plano plurianual municipal.

Caso o município não execute a Lei 12.305/2010, poderá o Prefeito receber as seguintes sanções: perda do cargo, inabilitação para função pública, reparação de dano (Decreto-Lei nº 201/67), responder por crime ambiental – inafiançável (Lei Federal nº 9.605/98).

Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB)

Com a publicação da Lei n.º 11.445/ 2007 de Saneamento Básico, todos os municípios, enquanto titulares dos serviços públicos de sanea- mento básico, são responsáveis por elaborarem seus Planos de Sanea-mento Básico, em que deve constar um diagnóstico, a definição de metas para a universalização do serviço, projetos necessários para o atendimen- to das metas e possíveis fontes de financiamento. O prazo para elaboração do Plano é até 2014, caso contrário as Prefeituras não poderão ter acesso aos recursos federais para projetos de saneamento básico.

O saneamento básico foi definido pela Lei n.º 11.445/2007 como o con- junto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais envolvendo o abas- tecimento de água potável, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sóli-dos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

O Plano deverá ser submetido à comunidade e posteriormente encami- nhado para aprovação pela Câmara Municipal, após isto, torna-se instru- mento estratégico de planejamento e de gestão participativa e passa a ser referência de desenvolvimento para cada município fixando metas para sua execução.Andriani Tavares e Josué Meystre, são Engenheiros Ambientais, Mestres em Ciên-cias em Engenharia da Energia, Área de Energia, Sociedade e Meio Ambiente.

EcologiaPor Ir. Ernestina Remusat Rennó

A Fé alto nos fala: Deus encheu o Mundo de DONS!Achou que tudo era Bom!De beleza enfeitou a Mãe Natureza!O verde das matas e o azul dos céus e dos mares,o arco-iris, sinal de Aliança entre Deus e a Humanidade.Amanhecer, entardecer,horizontes coloridos de beleza sem igual!Vida feliz! Plena e total! Caminhos definidos.Mas o Caos invade o painel da VIDA:Rios secos, matas devastadas, águas poluídas.Paisagem morta sem vida e vidas...Moral decaída e perda do bom senso...Cuidar da Natureza e da Humanidade?!Homem fantasma de morte...Para a guerra e a violência se encaminha.Tudo parece chegar ao fim...Acorda, Homem.Há tempo ainda para resgatar o quea tua ganância, maldade e incompetência destruíram...Vai, recupera o que perdeste...Tem pena de ti e de teus filhos.Entre a Morte e a Vida, escolhe a Vida!

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Caminhos do Sul de Minas realiza

primeira Assembleia Geral 2013

O Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas inicia suas atividades para 2013 reunindo os representantes municipais de turismo, pleito 2013-2016, associados pessoa física, jurídica e empreendedor individual, e membros dos Conselhos Municipais de Turismo (COMTUR’s), em Assembleia Geral da entidade, realizada em 24 de janeiro.

Com expressivo número de parti-cipantes, a primeira Assembleia Geral 2013 foi coordenada pelo Presidente do CTCSM, José Maurício Carneiro da Silva. A reunião iniciou com a apresentação do Orçamento 2013 e um painel de po-sicionamento dos Convênios entre os municípios e o Circuito Turístico, feitos pela Secretária de Administração, Célia Maria Martins dos Santos Alves.

O Presidente Zeca Maurício apre- sentou a estrutura da entidade, esclare- ceu quanto à competência dos represen- tantes do Setor Público dos municípios no CTCSM, como Agentes de Desenvolvi-mento Local e no cumprimento das dire- trizes e metas apontadas no Plano Pluri- anual, onde os resultados positivos, al- mejados por todos, dependem do envol- vimento e comprometimento de cada um em seu respectivo território de atuação.

Por Herika Nogueira

“Esta Assembleia de boas-vindas foi uma estratégia para iniciar o alinhamento das competências de cada um dos atores do CTCSM: cada um dos Associados, Se-cretaria Executiva, Conselhos de Turismo (Setor Público, Setor Privado e Comuni-dade) e Executivo do Turismo Municipal. Assim, conscientes dos papéis, inicia-remos esta nova fase de construção do

desenvolvimento sustentável do turismo regional, que é a soma dos resultados de cada um dos envolvidos”, declarou o Pre-sidente do CTCSM.

O Gestor do CTCSM, Walter Santos de Alvarenga, apresentou os resultados da Vitrine Caminhos do Sul de Minas de 2012, que foi o evento de culminância do Programa de Produção Associada ao Turismo nos Caminhos do Sul de Minas.

O Projeto Vitrine 2012, espaço de comercialização e promoção de produ-tos regionais, realizado pelo CTCSM em parceria com o SEBRAE MG, focou os segmentos de Artesanato e Gastrono-mia. Participaram 13 expositores, com total de 827 produtos em exposição. O resultado da comercialização foi a ven-da de 427 produtos, com arrecadação de mais de oito mil reais destinados aos produtores participantes.

A Vitrine despertou o interesse de outros produtores em se associarem ao CTCSM e foi identificado o desejo, por parte dos visitantes e expositores, de que a VITRINE seja um espaço de promoção e de comercialização (loja) permanente.

“O sucesso da Vitrine comprova a importância de criarmos um espaço de promoção e comercialização da Produ-ção Associada ao Turismo, fortalecendo a imagem do CTCSM para a região e pro-movendo a marca do nosso turismo”, declarou o Gestor Walter Alvarenga.

Walter apresentou o Plano de Tra- balho 2013, aprovado em 2012 e oficia-

lizado para a SETUR MG, cujo objetivo é fortalecer a imagem do CTCSM como destino turístico. As ações estão dividi-das em “Institucionais” e “Negócios”.

As ações Institucionais são: Apoio e Fortalecimento dos Conselhos Muni-cipais de Turismo; e Operacionalização Executiva. As ações de Negócio são: Cria-ção e implantação do Plano de Negócios CTCSM; Capacitar e qualificar os presta-dores de serviços turísticos; Aperfeiçoar a Produção Associada ao Turismo. Em destaque a prioridade de acompanha-mento, consultoria e assessoria que o CTCSM dará aos municípios para a or-ganização dos documentos pleiteando o ICMS Turístico junto à SETUR MG.

O Gestor destacou os segmentos turísticos do CTCSM identificados nas Oficinas de Planejamento nos municí-pios: Aventura, Cultural, Ecoturismo, Negócios e Rural. “O principal resultado que todos nós queremos atingir é o pleno desenvolvimento turístico regional. Po-rém este resultado depende diretamente do envolvimento das comunidades, das lideranças e dos empresários. A atuação integrada e comprometida de todos deve ser norteada pelo Planejamento Estra-tégico do CTCSM e de cada município, gerando assim resultados compartilha-dos”, falou Walter Alvarenga.

Finalizando a Assembleia Geral e inovando na dinâmica de suas reuniões, o CTCSM substituiu o espaço dedicado à “Palavra Aberta” pelo “Diálogo”. Esta iniciativa tem como objetivos: conhecer as expectativas dos associados, esclare-cer dúvidas, colher sugestões e críticas, propiciando a melhoria contínua de seu atendimento e a promoção do desenvol-vimento sustentável do turismo regional. A ação foi coordenada pela Diretora Se-cretária do CTCSM, Luciana de Oliveira.

www.caminhosdosuldeminas.com.brAv. Cel. Carneiro Júnior, 192 1º andar

Itajubá/MG (35) 3621-1859

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A criação de municípios mineiros em 1962

A Constituição Mineira de 1947 (Art. 2º) fixava em lei quinquenal a divi-são administrativa do Estado nos anos terminados em três e oito, para entrar em vigor a primeiro de janeiro do ano se-guinte. A periodização quinquenal para a criação de municípios e distritos era norma desde o final da década de 1930. Foram criados 28 municípios em 1943, 72 em 1948 e 97 em 1953. Estes dados podem ser encontrados em “Toponímia de Minas Gerais”, de Joaquim Ribeiro Costa.

Conforme a Lei de Organização dos Municípios, 1958 seria ano de aprovação do novo quadro territorial, mas divergên-cias partidárias na Assembleia Legislativa impediram a definição da divisão admi-nistrativa para o período 1959-1963. A questão se estendeu até o final de 1962, no governo do udenista Magalhães Pin-to, quando as questões partidárias ainda atravancavam a aprovação do projeto de criação de novos municípios e distritos. Fez-se necessária uma emenda constitu-cional que tornasse legal a tramitação do projeto fora do prazo estabelecido.

O jornal “Brazópolis”, na edição de 4 de novembro daquele ano, trouxe uma análise do embate político em questão. Cerca de 50 deputados, principalmente do PSD e do PR, estavam aborrecidos com os chefes políticos distritais, ca-bos eleitorais, que não lhes garantiram a vitória nas eleições daquele ano e a consequente recondução ao cargo. Em represália, mostravam-se desinteressa-dos pela luta dos distritos que buscavam a emancipação. Além disso, o crescimen-

to da bancada udenista na Assembleia sinalizava o avanço do partido pelo interior do estado. O prestígio do gover- no só teria a ganhar com os novos mu- nicípios, fortalecendo os partidos go- vernistas: UDN (estadual) e o PTB (fe- deral). Servia também de justificativa o argumento de que já se estava às vés- peras de promover nova divisão admi- nistrativa com aprovação prevista pa-ra 1963. Apesar da oposição, o projeto acabou sendo aprovado pela Lei nº 2.764, de 30 de dezembro de 1962, fo- ram criados 237 municípios e 133 distri-tos.

Comparado aos processos anterio-res, verificou-se um aumento substancial no número de novos municípios nesta ocasião, elevando a 722 o número total dos municípios mineiros. É importante lembrar que o Art. 5º da Constituição Es- tadual estabelecia como requisitos, po-pulação mínima de 10.000 habitantes, renda anual mínima de 100 mil cruzei-ros e disponibilidade de, pelo menos, 200 moradias, edifícios com capacidade e condições para o Governo Municipal, instrução pública, posto de saúde e ma- tadouro, bem como terreno para cemi-tério. Apesar disso, o censo de 1950 já revelara 107 municípios com menos de 10.000 habitantes e o de 1960 apontou 189. Dos municípios emancipados em 1962, o censo mostrava 11 com menos de 2.000 habitantes, 123 tinham entre 2.000 e 5.000 habitantes e 68 estavam entre 5.000 e os 10.000 exigidos. Mesmo com o possível crescimento demográfico entre 1960 e 1962, o número de municí-

pios com a população menor do que a exigida continuava grande.

Joaquim Ribeiro Costa explica que a flexibilidade do legislador quanto aos critérios definidos para a criação de mu- nicípios “teve como principal fator a no-va distribuição de rendas estabelecida na Constituição Federal, que lhes deu parti-cipação nos impostos sobre lubrificantes e combustíveis líquidos, energia elétrica, territorial rural, circulação de mercado- rias e sobre a renda”. Segundo ele, a preo- cupação do governo federal era justa, já que beneficiaria todas as áreas do terri- tório nacional, mas “deu azo a que mui-tos núcleos de escassas possibilidades tributárias vissem nisso um novo alento às suas pretensões de pleitear a emanci-pação, ditadas muitas vezes apenas por rivalidades e partidarismos locais”.

Os municípios de Piranguinho, Pi- ranguçu, Conceição das Pedras, Marme- lópolis, Wenceslau Braz, ao lado de tan- tos outros, comemoram o cinquentená- rio de sua emancipação. Além da conjun- tura estadual que propiciou tão impor-tante acontecimento, cada um contou com a mobilização e o empenho de líde- res políticos à frente de populações an- siosas pela novidade e dispostas às tarefas necessárias ao sucesso da nova em- preitada. As experiências locais no pro- cesso emancipatório precisam ser pes-quisadas, narradas e conhecidas, já que oferecem as peculiaridades de uma his- tória que, vista de cima, tende a homo-geneizar esforços, exaltar benfeitores e ocultar outros sujeitos.

Zaluar Martins Renó, Professor de História.

Por Zaluar Martins Renó

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Piranguçu, cidade hospitaleira, ergue-se majestosa entre as montanhas da Serra da Mantiqueira. Com paisagem exuberante, à sombra de um verde aconchegante, retrata com simplicidade seus encan-tos, mistérios e belezas naturais. De clima agradável, propicia excelente qualidade de vida. Esta terra oferece culinária mineira de inigualável sabor e para acompanhar uma deliciosa cachaça produzida ar-tesanalmente. Este pedacinho de Minas, abriga gente que marca o município com seus dons artísticos. Berço de poetas, artesãos e pessoas voltadas para o progresso.

A história de Piranguçu começa quando o Sr. Felizardo Ribeiro Cardoso, vem fazer morada nas terras herdadas de seu pai, Manuel Ribeiro Cardoso, após casar-se com Dona Inês Maria de Jesus, em Soledade de Itajubá. Por volta de 1834, constrói sua fazenda nas terras do Piranga-Uçu, isto é, da “Pedra Vermelha Grande”, como os índios Puri-Coroados-PURI a chamavam. Eles denominavam qualquer pedra elevada, que apresentasse a cor vermelha de Piranga, em vez de Itapiranga (Pedra Vermelha). A grande Pedra Vermelha, como ainda hoje é conhecida, era Piranga-Uçu, que se tornou Piranguçu. Na fazenda que compreendia as terras entre o ribeirão Piranguçu, o do Anhumas e as terras do Vale São Bernardo, o Sr. Felizardo construiu a casa-grande, adquiriu escravos, iniciou a criação de rebanho e cuidou de muitas plantações, entre elas a cultura do fumo, que era a principal fonte de riqueza de todo o Sul de Minas.

Junto à fazenda outros posseiros foram se estabelecendo, entre eles Inácio Lemes da Silva, que em 1838 fez a doação de um terreno no alto do morro para a construção de uma capela consagrada a Santo Antônio. As primeiras missas foram celebradas pelo Padre Lourenço da Costa Moreira, fundador da cidade de Itajubá. Anos depois, o Sr. Felizardo a demoliu e construiu em seu lugar uma igreja maior e toda ornamentada. A benção do novo templo realizou-se em 21 de agosto de 1853. Ao sopé do morro, cujo alto era coroado pela igreja, nasceu a pequena cidade de Piranguçu.

Por força da lei n°1668 de 17 de setembro de 1870, o lugar foi elevado a Distrito de Paz e, no ano seguinte, passou a categoria de freguesia, desmembrando-se da Paróquia de Itajubá, conforme rezava a lei n° 1789 de 22 de setembro de 1871.

A primeira escola pública foi instalada em 1° de maio de 1898. Cinco anos depois, com grande festa, foi inaugurado um prédio para a escola, pouco abaixo da igreja matriz. Na parte térrea do prédio ficava a cadeia. A solenidade foi abrilhantada pela banda de música “Lira Piranguçuense”. Atualmente este prédio é ocupado pela Secretaria Municipal de Educação.

No ano de 1923, a lei Estadual n° 843, de 7 de setembro ,determinou a mudança do topônimo de Santo Antônio do Piranguçu para simplesmente Piranguçu.

Piranguçu emancipou-se politicamente em 1° de março de 1963, desanexando-se de Itajubá. Loca-liza-se no extremo sul de Minas, fazendo divisa com Brazópolis, Itajubá, Piranguinho, Wenceslau Braz e com o estado de São Paulo, Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí. Com área da Unidade Territorial de 203,619 Km² (IBGE 2010), a distribuição da cidade se caracteriza pela predominância de pequenas propriedades. Seu relevo vai do plano (várzeas) ao montanhoso, estando a sede do município a 880 me-tros de altitude, tendo pontos acima de 1.400 metros. Sua população é de 5.217 habitantes (IBGE 2010).

Com solo profundo, de boa qualidade e fértil, possui recursos hídricos abundantes, tanto em cursos d’água quanto em nascentes, o que torna o município propício às culturas irrigáveis e a piscicultura. A flora predominante é a madeira de lei, espécimes de jacarandá, peroba, cedro, candeia, sucupira e ipê. Na fauna, encontramos animais como pacas, capivaras, porcos selvagens, onça, veados, pássaros como canário-da-terra, sabiá, azulão, coleira do brejo, além de peixes do tipo carpa, piaba, bagres e trutas.

Em 1º de março de 2013 Piranguçu completa 50 anos de Emancipação Política. Nesta data tão es-pecial, saudamos a todos que fazem a história desta cidade, o trabalhador do campo, os empresários, as crianças, os idosos que nos dão sua experiência, todos, contribuem para o desenvolvimento desta amada terra que se orgulha de seu povo e que entre as montanhas da Mantiqueira recebe os filhos de outros lugares, pois aqui a vida simples reflete a hospitalidade de pessoas do bem. Parabéns Piranguçu!

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Teresa de Lisieux Aventura de um grande amor

Em Teresa de Lisieux, a autora, Mo- nika-Maria Stöcker, relata a história de Santa Teresinha em forma de diário, co- mo se a própria Teresa contasse, em lin- guagem atual, a história de sua breve – mas intensa – vida.

A moça que entrou aos 15 anos para o Carmelo e morreu aos 24, deixou escri-tas obras como poemas, reflexões, peças teatrais e autobiografia e por conta de sua proposta de vida influenciou gran-des pensadores e intelectuais de áreas tão distintas como o físico nuclear Max Thürauf, o filósofo Emmanuel Mounier e a escritora Lygia Fagundes Telles.

Considerada pela Igreja Católica a Padroeira das Missões, a jovem Teresa, que lutava contra as doutrinas acanha-das de seu tempo, continua atual e forte e por conta de seu exemplo foi escolhida como uma das Patronas da Jornada Mun-dial da Juventude que acontecerá no Rio de Janeiro em Julho de 2013.

Independente da opção religiosa de cada um – Teresa de Lisieux – tem o objetivo de tornar conhecida a verdadei-ra Teresa Martin, jovem e bela francesa, dona de um agudo senso crítico e sen-sibilidade apurada, que não foi apenas uma santinha, mas jovem mulher de forte personalidade que enfrentou obstáculos para conseguir seu maior desejo: ofere-cer tudo pelo bem dos demais.

Dica de leitura Lume Cultural

A mulher moderna vem se perdendo em seus papeis femininos. Não estou fa-lando do estereótipo, pois nesse quesito estamos muito bem colocadas, temos uma aparência feminina, nos vestimos bem, nos cuidamos e temos gestuais bem femininos e até charmosos, mas em essência nunca estivemos tão masculini-zadas. Isso tudo porque queremos nos igualar ao homem no que diz respeito às emoções. Queremos ser mais práticas, mais racionais, mais focadas e menos sensíveis, porém, isso não é ser mulher em essência. Quando as feministas joga-ram a isca sobre direitos iguais, o mundo começou a nos cobrar emoções iguais e foi aí que nos perdemos.

Nós nos perdemos de nossa essên-cia feminina e começamos a achar difícil ser mulher. Incomoda-nos aceitar nosso papel de cuidadora, de equilibradora, de geradora de vida e de vulnerabilida-de. A sociedade e as revoluções sociais nos fizeram acreditar que as caracterís-ticas femininas essenciais de delicadeza e emotividade são demonstrações de fraqueza e fragilidade. E nós fomos acre-ditando nisso e por causa do mercado de trabalho e da competição no mundo capitalista fomos reprimindo essas ca-racterísticas em nós.

Muitas de nós fazem questão de competir de igual para igual e sentem-se vitoriosas em “ganhar”. Outras de nós não competem, mas fazem um esforço danado para reprimir as emoções e não demonstrar fraqueza.

Com esses comportamentos ga-nhamos respeito profissional e vidas vazias, relacionamentos amorosos com-petitivos, ciclos menstruais terríveis (já que temos dificuldades até em aceitar que menstruar é o ápice do feminino) e ganhamos confusões em nosso emo- cional com relação ao nosso papel na vida.

Não precisamos abandonar tudo e voltar a ficar trancadas em casa como figuras passivas sem direitos e desejos, mas precisamos parar e prestar atenção no caminho que estamos tomando com relação ao nosso papel feminino na vida.

Não é fácil fazer o caminho de volta para redescobrirmos nosso mundo fe-minino. Eu tive que fazer esse caminho quando tomei contato com esses conhe-cimentos e tenho acompanhado muitas mulheres nessa caminhada. Não é fácil por causa da cobrança social, de nos-sa autocobrança e até mesmo porque não aceitamos muitas características do mundo feminino, mas é gratificante des-cobrir que podemos fazer tudo o que já fazemos, conectadas com a porção mu-lher, com a essência feminina e tudo flui e fica mais fácil e mais bonito.

Se continuarmos a negar ou fugir de nossa essência, podemos adoecer o corpo e a mente. Algumas doenças fe-mininas vêm aumentando cada vez mais como um alerta a sinalizar que algo não está indo bem.

Não consigo dizer para vocês nesta pequena conversa sobre tudo o que po-

Redescobrindo seu mundo FEMININO

Por Luanda Padilha

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demos fazer para uma retomada, porém algumas dicas podem ajudar:

ª Aceitar os ciclos da vida, aceitar aqui-lo que não está em nosso controle com paz e tranquilidade. Isso significa, por exemplo, aceitar que o corpo muda, que as pessoas não estão sob nosso con-trole e que muitas coisas acontecem a despeito da nossa vontade. Uma boa dica neste caso é parar e se perguntar: Essa situação está no meu controle? Posso fazer algo a respeito? Se a respos-ta for não, procure ficar em paz e deixar os acontecimentos tomarem seu rumo até o momento em que você possa en-trar em cena novamente.

ª Aceitar que não temos um sistema emocional linear e que assim como nos- sos hormônios, temos variações emo-cionais durante o mês. O que fazemos tranquilamente numa semana pode ser muito difícil e pesado em outra sema-na. Isso significa que precisamos parar e prestar atenção em nosso corpo, em nossa disposição e em nossa energia. Pergunte-se: Como estou hoje? O que está me irritando? O que está me cha-teando? Estou cansada? As respostas a estas perguntas podem nos ajudar a nos conhecer melhor e a respeitar nossas di-ficuldades.

ª Aceitar que temos um papel diferente dos homens na vida e nas relações, faci-lita e nos ajuda a nos relacionarmos de forma mais saudável. Nosso papel nas relações é apaziguador, é ser cuidadora, é integrar pessoas e coisas. O mundo nos ensina a sermos individualistas e isso nos afasta dessas importantes ca-racterísticas femininas.

ª Precisamos entender que nós briga- mos por direitos iguais para gêneros diferentes e aí está um dos nossos gran- des erros. Quando as feministas come-çaram a se movimentar em busca da libertação da mulher, elas foram extre-

mamente guerreiras, foram corajosas e demonstraram força. Porém, elas ou o mundo (não sei dizer de quem foi exa-tamente a falha) esqueceu que temos direitos iguais sim, mas somos diferen- tes em gênero. Horário de trabalho, li- cença maternidade e TPM são coisas que somente agora tem sido analisadas e mesmo assim, com muitas reservas ainda. Somos diferentes sim e precisa- mos aceitar que temos necessidades di- ferentes.

Essas são algumas pequenas dicas e que vão despertar dúvidas e ques-tionamentos, com certeza, mas minha intenção é essa mesma, deixá-las inco-modadas. Para escrever tudo sobre este tema seria necessário um livro, pois, são muitos toques e dicas do dia-a-dia para experimentarmos.

O incômodo é o primeiro passo pa-ra ficarmos curiosas com alguma coisa, então busquem, fucem e troquem infor-mações. A internet está cheia de sites, blogs e artigos falando sobre o assunto. Conheço muitas mulheres trabalhando o resgate do feminino, eu sou uma de-las, e existem muitas mulheres que já se despertaram e estão ajudando outras a fazerem o mesmo.

O importante, mulher amiga, é vol- tar para sua essência e descobrir a me-lhor forma de se expressar no mundo. Se sua expressão do feminino for arte, então pinte, dance, cante. Se for brigar por uma sociedade melhor, então brigue com ternura e sensibilidade, sem bater na mesa. Se for uma empresária de su-cesso, então seja uma que chora, ri e brinca no trabalho. Se for mãe e esposa, então seja cuidadora sem se sentir des-valorizada por isso.

Este é um convite, só um convite, de alguém que já fez essa volta para casa e que se sente muito feliz e realizada por isso. Estou escrevendo este artigo com

meu filhote brincando nos meus pés e às vezes sentado no meu colo, me dando beijos e me chamando para me mostrar alguma arte. Eu jamais seria capaz de fa-zer isso com paciência antes da minha volta para casa.

Fico por aqui e desejo que cada mu-lher, leitora deste pequeno artigo, possa se sentir tocada, no mínimo curiosa com o assunto, pois isso já me deixará satis-feita em meu papel feminino de ajudar no resgate de outras mulheres.

Luanda Padilha, Psicóloga e Consultora em Desenvolvimento Humano.

Sempre levando até você notícias relevantes e músicas de qualidade. www.jovemfm.com.br (programação ao vivo pela internet e atualização diária de notícias)

e-mail: [email protected]

A rádio do jeito que você gosta! (35) 3622-464998,7 Mhzininterruptos

no ar

e como sempre

a primeira!

26 anos

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I Fórum da Câmara da Mulher Empreendedora

de Itajubá

Dia 8 de março de 2013

Local: MPM Buffet

15h – Credenciamento e coffee break.

16h – Casos de Sucesso.

17h – Coffee break e atendimento SENAC: Técnicas de maquiagem e Massagem.

18h30 – Palestra “Redescobrindo o Femi-nino” com a psióloga Luanda Padilha.

20h30 – Coquetel; Homenagem a uma mulher empreendedora; Sorteio de brin-des e Apresentação musical.

Informações e inscrições na ACIEI com Edna (35) 3622-1020.

Realização: Apoio:

Programação

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O vento que sopra pelas flores: pigmentos que curam

Por Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz

O maior inimigo do conhecimento não é a ignorância... é a ilusão de conhecimento

Stephen Hawking

As cores sempre exerceram um grande fascínio sobre a humanidade e deslumbra sua percepção. A cor é estimuladora, relaxante, expressiva, perturbadora, impressionável, cultural, exuberante e simbólica. Penetra em todos os aspectos das nossas vidas, dá beleza e drama a objetos cotidianos. Se as imagens em preto e branco trazem-nos notícias do dia, a cor escreve a poesia.

A cor é o resultado da interação da matéria com a luz, é uma sensação traduzida pelo cérebro humano através dos fotorreceptores, bastonetes e cones. Os bastonetes são res-ponsáveis pela visão mediante pouca iluminação, e os cones são responsáveis pela visão de cores na luz brilhante.

As cores das flores, seu perfume e formas costumam despertar nas pessoas sentimentos dos mais variados. Foi na era vitoriana, durante o reinado da rainha Victoria (Inglaterra), que a linguagem das flores tornou-se muito popular (Figura 1). Nesse período, as flores e os arranjos florais eram usados pa-ra enviar mensagens codificadas, permitindo que as pessoas expressassem seus sentimentos, sentimentos estes que não poderiam ser expressos em palavras e sim através das cores das flores. Curiosamente, o envio de flores para demonstrar os sentimentos era também um costume na Turquia do século XVIII, sendo denominado de “código dos turcos”.

Um observador romântico, colocado a certa distância po-de descobrir determinados detalhes de uma flor e sua beleza,

Figura 1. Rainha Victória (1837-1901) aos 18 anos. A flor de lótus é sagrada e considerada um símbolo proeminente em muitas culturas asiáticas, com muitos significados associados. No budismo a flor de lótus vermelha simboliza a natureza original do coração (amor, com-paixão). Por outro lado, a flor de lótus azul simboliza a vitória do espírito sobre os próprios sentidos materiais.

mas para um químico, a composição altera-se com a aproxima-ção, e surgem novos elementos nessa bela e singela estrutura biológica. Apreciar a harmoniosa estrutura das flores é uma coisa, admirar sua natureza sob os olhos de um cientista é ou-tra bem diferente.

O fenômeno da cor nas flores pode ter várias origens, des-de a dispersão até a absorção de luz. Um diversificado número de fenômenos dão origem às cores nas quais sua natureza se apresenta. Sob esse aspecto, a forma de uma flor é o corpo da cor e a cor da flor é a alma de sua forma.

Os pigmentos mais importantes associados às cores das flores são os flavonoides. Nas folhas estes pigmentos barram a radiação ultravioleta (UV), perigosa para os tecidos, permitindo a passagem de radiação azul, verde e vermelha, importante pa-ra a realização da fotossíntese.

Os flavonoides são os principais agentes cromóforos (elementos corantes característicos) de flores. Enquanto na maioria das flores os flavonois são responsáveis pela coloração amarela, as antocianinas conferem as cores vermelha, laranja, rosa, azul e violeta (Figura 2).

Figura 2. As antocianinas são responsáveis pela coloração ver- melha e azul de flores e frutos.

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O Cravo é uma das flores mais populares do mundo. Par-ticularmente em Portugal, o cravo vermelho é o símbolo da Revolução de 25 de abril de 1974, que derrubou o regime sa-lazarista, de forma a estabelecer as liberdades democráticas promovendo transformações sociais no país.

Uma flor que recentemente atraiu a atenção do Prof. Dr. Álvaro Antonio Alencar de Queiroz do Centro de Estudos e Inovação em Materiais Biofuncionais Avançados (CEIMBA) da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) é o cravo vermelho. A cor do cravo vermelho, (cientificamente conhecido como Dianthus caryophyllus, família Caryophyllaceae), deve-se a com-postos conhecidos como antocianinas macrocíclicas (Figura 3).

Figura 3. A flor do cravo vermelho é rica na antocianina macrocíclica cianidina 3,5-di-(ß-glicopiranosil) pelargoni-dina (6,6-diéster malílico).

As antocianinas são compostos que além de serem res-ponsáveis pela coloração de diversos frutos e flores possuem elevada atividade antioxidante, estando associada à inibição de processos carcinogênicos. Adicionalmente, as antocianinas são caracterizadas pela sua habilidade de absorver luz visível.

O interesse pelas antocianinas macrocíclicas deve-se ao potencial de aplicação desse composto na terapia fotodinâmi-ca como agente fotossensibilizador. O fato das antocianinas macrocíclicas absorverem luz com elevada eficiência, em algu-ma região do espectro visível, fazem esses compostos serem capazes de induzir ou participar de reações fotoquímicas. Uma reação fotoquímica é uma reação química desencadeada pela luz (radiação eletromagnética). Um exemplo comum é o bron-zeamento, que é causado pelo aumento da quantidade de melanina na pele devido à radiação ultravioleta. Pode ocorrer naturalmente, pelo efeito da luz solar, ou por meio de câmaras de luz ultravioleta (bronzeamento artificial). Outro exemplo de reação fotoquímica é a fotossíntese onde a conversão do gás carbônico (CO2) em oxigênio (O2) e glicose (C6H12O6), realiza-da pelas plantas ocorre apenas na presença de luz.

O mecanismo de ação da terapia fotodinâmica consis-te na aplicação tópica ou administração intravenosa de um composto fotossensibilizante (nesse caso, a antocianina ma- crocíclica). O agente fotossensibilizante é então incorpora-do às células com maior metabolismo, a exemplo das células tumorais. Posteriormente, a região tumoral contendo o agen- te fotossensibilizante é exposta a uma fonte de luz de com-primento de onda adequado para destruição das células neoplásicas e preservação das células sadias. Ao ser ativado pela luz de um laser de diodo de comprimento de onda de cerca de 690 nm, o agente fotossensibilizante pode destruir seletivamente o tumor.

As antocianinas podem ser facilmente obtidas por pro-cessos extrativos convencionais, o que torna mais barato o custo de produção de candidatos a agentes fotossensibiliza-

Figura 4. Ilustração do processo desenvolvido pelos pesquisadores da UNIFEI: a antocianina macrocíclica do cravo foi encapsulada pelo dendrímero de poliglicerol (A). A microscopia de força atômica (B) indicou que as cápsulas (C) possuem dimensões nanométricas (2-10 nm). Os pontos azuis em (C) representam moléculas da antocianina.

dores para utilização na terapia fotodinâmica. Entretanto, as antocianinas isoladas possuem baixa estabilidade quanto à temperatura, tempo de armazenamento, presença de oxigênio e íons metálicos, sendo suscetíveis a processo de degradação. Os mecanismos de degradação não são, até este momento, precisamente conhecidos. Porém, acredita-se que haja a que-bra de ligações covalentes, possivelmente seguido de oxidação desse pigmento natural.

Desenvolvemos processos de incorporação da antocia-nina macrocíclica do cravo em uma macromolécula derivada da glicerina. A macromolécula derivada da glicerina funciona como uma cápsula que incorpora em seu interior a antocianina macrocíclica e preserva sua atividade fotodinâmica (Figura 4).

ª

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Figura 5. (I) Estudo da fotodegradação da antocianina macrocíclica ligada ao dendrímero PGLD (PGLD-AM) (A) e livre (AM) (B), através da sua fluorescência, medida em 654 nm, em função do tempo de ir-radiação com lâmpada de mercúrio à temperatura fisiológica (37ºC). A fluorescência foi medida utilizando o Temissão igual a 570 nm e Texcitação a 540 nm. (II) Porcentagem de hemólise de eritrócitos em função da concentração de PGLD-AM e do tempo de irradiação com laser de 660 nm à temperatura fisiológica (37ºC) em meio saturado com oxigênio: PGLD-AM: 20 mM (A) e 10 mM (B), AM 10 mM (C). Em (D) é ilustrado a porcentagem de hemólise na ausência de luz e presença de 10 mM de AM.

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Estudos de fotodegradação da antocianina macrocíclica (AM) contida nas nanocápsulas do dendrímero de poliglicerol (PGLD) foram analisadas através da irradiação com luz visível, num meio saturado com O2, monitorando continuamente sua fluorescência. Caso ocorra fotodegradação, o mesmo poderá ser detectado através da queda na intensidade de fluorescên-cia dos sistemas em estudo. A figura 5 (I) revela que durante 60 minutos de irradiação a antocianina macrocíclica contida nas nanocápsulas de PGLD não apresentou queda significativa na sua intensidade de fluorescência. Isto demonstra que a estrutu-ra da antocianina macrocíclica não é degradada nas condições experimentais estudadas. Esse resultado é significativo uma vez que a não ocorrência de fotodegradação demonstra que o PGLD preserva a estrutura da antocianina macrocíclica após seu encapsulamento.

Com a finalidade de se avaliar a capacidade das nanocáp-sulas em destruir tumores, eritrócitos foram utilizados como modelo de células. A figura 5 (II) ilustra o comportamento dos eritrócitos na presença da antocianina macrocíclica livre (AM) e encapsulada (PGLD-AM) após irradiação com luz visível. Ob-serva-se que o PGLD-AM provocou uma liberação significativa de hemoglobina relativamente à AM livre. A hemoglobina libe-rada deve-se ao rompimento (hemólise) da membrana celular,

ocorrido devido à fotoxidação de proteínas e fosfolipídios pre-sentes na membrana do eritrócito. A fotoxidação, ocasionada por espécies reativas de oxigênio resulta na formação de poros e no aumento da mobilidade dos fosfolipídios com consequen-te ruptura da membrana e liberação de hemoglobina para o meio extracelular.

Os resultados obtidos na pesquisa sugerem que o encap-sulamento pelo dendrímero de poliglicerol diminui o processo de fotodegradação do fotossensibilizador, assim como reduz o efeito colateral desse sobre células normais de eritrócitos humanos. Os resultados, aqui obtidos, estimulam a realização de estudos mais avançados com a finalidade de se avançar na utilização do sistema PGLD-AM em tratamentos que envolvam a terapia fotodinâmica como recurso para tratar alguns tipos de câncer.

As cores da natureza multiplicam-se à nossa volta numa infinita variedade luminosa. O despertar das cores das flores anuncia-nos a primavera e cada flor ou cada folha é única no seu colorido e contribui para nossa existência. Cientificamente, a cor só existe como impressão sensorial do observador e a ciência como um todo, torna-se nada mais do que um refina-mento do pensar diário.

Embora as cores das flores sejam um reflexo visual gerado pelos fotorreceptores humanos, as pétalas que as car-regam possuem algo muito maior. E certamente não são os olhos que permitem descobrir isso. Enquanto as pálpebras se fecham e abrem, os olhos giram para cima. Somente voltamos a enxergar quando, além das pálpebras estarem abertas, os olhos voltam exatamente à posição original. Se for contabili-zado o tempo, vão-se alguns décimos de segundos para piscar e outros a cada movimento dos olhos. Portanto, se feita a contabilidade; enxergamos somente poucos décimos de cada segundo. O resto é apenas imaginação do cérebro; o perfeito integrador espaço-temporal que nos fornece uma imagem ilu-sória do mundo.

A cor deixará de existir e com ela toda a ciência que des-crevemos anteriormente, se fecharmos nossos olhos? Existe um vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=s6NNOeiQpPM) que serve para uma profunda reflexão sobre essa questão e nossa relação com a Natureza. Trata-se de uma criança cega que descreve de modo único, na ausência da luz, as cores das flores. O vídeo nos ensina que não existe nenhum caminho lógico para a descoberta das leis elementares do universo. O único caminho é o da intuição, que está muito além do que os olhos podem ver.

Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Centro de Estudos e Inova-ção em Materiais Biofuncionais Avançados, UNIFEI.

(I) (II)