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O direito dos animais. O marco legal sobre os Oceanos. Transgênicos. Ecovila e muito mais. Agora a Naturale é interativa!

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Page 1: Naturale 17a edição
Page 2: Naturale 17a edição

2 O direito à vida

3 Abandono de cães

4 Por que devo castrar cães e gatos?

5 Helibras trabalha em parceria com a Unifei

6 O marco legal sobre os Oceanos

8 Viver bem — uma proposta de mudança

10 Transgênicos

12 Restrições alimentares

13 Curso G9 implanta ações solidárias

14 Fórum Regional de Cultura

15 Como escolher corretamente pisos e revestimentos?

16 Antisséptico bucal, quando devemos usar?

18 Ano Internacional da Energia Sustentável

20 Caxambu

Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora Ltda

CNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG

Editora: Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG)

ColaboradoresArticulistas: Aline Mara da Costa, Aline Zucareli, Anderson Lopes, Angela Arantes, Bill Souza, Fabíola Toledo Damião Bianca, Gilberto Andreotti, Dra. Gracia Costa Lopes, Herika Nogueira, Letícia Silva, Luís Francisco de Rosa Macedo, Marcela Teófila, Marcos Eduardo Cordeiro Bernardes, Pamela Paiva, Priscila Mendes, Rafael Salomon de Faria e Vladimir Ricardo da Rosa Moreira.

Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier

Projeto Gráfico: Elaine Cristina Pereira

Foto capa: Cleber Miranda (35) 8874-5848

Vendas: Diagrarte Editora Ltda

Impressão: Resolução Gráfica Ltda

Tiragem: 3.000 exemplares impressos e 10.000 eletrônico

Distribuição Gratuita em mídia impressa e eletrônica

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Direitos reservados. Para reproduzir é necessário citar a fonte.

Venha fazer parte da Naturale, anuncie, envie artigos e fotos.

Faça parte desta corrente pela informação e pelo bem.

Contate-nos: (35) 9982-1806 e-mail: [email protected]

Acesse a versão eletrônica: www.diagrarte.com.br

Impresso no Brasil com papel originado de florestas renováveis e fontes mistas.

expediente

Apoio para distribuição

Caro leitor

No dia 4 de outubro comemoramos o Dia Internacional dos Animais, temos muito a agradecer a eles, pois todas as espécies nos brindam com sua presença. Qual colorido e sonoridade te-ria o mundo sem os pássaros, sem os mamíferos, sem os peixes, enfim, não existiria vida no planeta, pois são os animais que contribuem na polinização de muitas plantas, que espalham as sementes e participam do equilíbrio do ecossistema.

Importante nos darmos conta de que sem o reino animal o humano não teria como sobreviver e todas as interferências que o homem causa ao meio ambiente afetam os demais reinos. Recentemente o IBAMA publicou um estudo sobre o impacto dos agrotóxicos em polinizadores, com intenção de reavaliar os produtos que se encontram registrados no mercado. Destacou a importância da polinização e dos efeitos letais e subletais dos agrotóxicos na sobrevivência e manutenção de abelhas silves-tres. Identificou “a perda da diversidade de polinizadores devido aos principais agentes estressores aos ecossistemas presentes no mundo atual, e os principais efeitos subletais nas abelhas expostas a agrotóxicos, tais como: desvios comportamentais que podem comprometer a divisão de trabalho; desorientação das abelhas, dificultando a localização do alimento e o retorno à colônia; interferência no aprendizado olfatório e percepção gustativa etc. Além desses efeitos, há os relacionados à repro-dução e manutenção das atividades dentro da colônia: efeitos reprodutivos nas rainhas e efeitos subletais em larvas, o que pode comprometer a sobrevivência das abelhas a longo prazo”. Sabemos que se os polinizadores forem exterminados a vida no planeta terá o mesmo fim em pouco tempo.

Tudo isto nos faz refletir também como os agrotóxicos e os transgênicos podem afetar a nossa vida. Precisamos estar mais atentos à questão da segurança alimentar, pressionando as au-toridades para que acompanhem mais de perto as pesquisas e a produção de alimentos. Muitos estudos já comprovaram a ação negativa dos agrotóxicos e dos transgênicos. Será mesmo que não temos como reverter este quadro?

Em muitos países, a exigência por produtos orgânicos se faz presente, bem como a procura por um modo de vida mais sustentável. E por falar em “sustentabilidade”, ainda temos mui-to a aprender sobre este termo e sobre como vivê-lo na prática, com desenvolvimento e harmonia para com o meio em que vi-vemos, sem exaurir o planeta e trabalhando pela vida.

Boa leitura!

Elaine Pereira

Naturale17a edição Outubro/Novembro - 2012

ISSN 2237-986X

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Abandono de cães: a sociedade na contramão das ações de Universidades e Instituições de Saúde

O Brasil já representa 8% do mercado mundial de produtos para animais de estimação, isto é, ocupa o segundo lugar no ranking do segmento. Apenas em 2011, o faturamento do setor no país passou dos R$ 12 bilhões. Os números mostram que o segmento está em franca expansão, entretanto, não significa que os 32 milhões de cães domésticos que vivem no país estão em boas condições de moradia e saúde. Um número difícil de ser encontrado é o de cachorros abandonados nas cidades brasileiras, embora não seja difícil encontrar animais sem cuidados, desnutridos, doentes e feridos nas ruas.

ONGs e voluntários ajudam a amenizar o problema do abandono nos municípios em que a administração pública não dispõe de um canil ou cujo canil é inoperante ou insuficiente para abrigar todos os animais abandonados. Medidas como a castração se mostram eficazes para o controle populacional dos ani-mais, mas a esterilização não sana o problema. Também são necessárias ações como a conscientização da população. Isso porque, embora atualmente os cachorros sejam trata-dos como membros das famílias, ainda é alto o índice de animais abandonados, sobretudo nas férias, quando parte da população realiza viagens de lazer.

Mas enquanto alguns consideram os animais de esti-mação como objetos que podem ser descartados, outros já enxergam os benefícios da relação entre animais de estima-ção e seres humanos. Os cães auxiliam cegos a se deslocar pelas cidades, contribuem para a melhora da capacidade motora de crianças e adultos com diferentes problemas e deficiências, assim como para a estima de doentes, idosos e pessoas que moram sozinhas, o que reflete nos tratamentos de saúde e até na relação com outros indivíduos. Pesquisas e projetos envolvendo cães domésticos têm crescido em universidades, clínicas e hospitais em todo o mundo, mais uma prova de que o cachorro é o melhor amigo do homem.

O Projeto Experimental desenvolvido pelas acadêmicas de Publicidade e Propaganda da Univás (Pouso Alegre-MG), visa conscientizar a população sobre o abandono e maus tratos de cães, tão comuns no cotidiano. Neste setor, leis e políticas públicas não são tão eficazes. Poucos são os casos em que a população denuncia ou identifica o autor dos cri-mes contra animais. Desta forma, o Projeto Experimental é o meio utilizado para informar a população sobre o descaso com animais domésticos, seres vivos como nós, e conscien-tizar para que a sociedade os respeite e perceba que eles podem nos trazer diversos benefícios, quem convive com eles, sabe!

Por Aline Mara da Costa, Aline Zucareli, Letícia Silva, Marcela Teófila, Pamela Paiva e Priscila Mendes

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O direito à vida

“Virá o dia em que a matança de um animal será considerada crime tanto quanto o assassinato de um homem.” (Leonardo da Vinci)

O direito à vida é comum a todos os seres do planeta. Segundo a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, “todos os animais nascem iguais diante da vida e têm o mesmo direito à existência, têm o di-reito de viver em seu ambiente natural seja ele terrestre, aquático ou aéreo, e serem protegidos pelo Estado”.

Este reino, desde os primórdios, tem sofrido com os atos dos homens, seja pe-lo extermínio ao meio ambiente através de desmatamentos, queimadas e ocupações irregulares, seja pela matança direta por esporte e para experiências.

A eliminação das áreas verdes gerou pequenos espaços onde estes animais pu- dessem se refugiar e abriu campo para uma verdadeira caçada e consequente ex- tinção de várias espécies, inclusive com a poluição e exploração dos oceanos e rios.

Considera-se que foram os filósofos os primeiros defensores dos direitos dos animais. Desde o século VI a.C., o filósofo e matemático Pitágoras chamou a aten-ção para o respeito aos animais. A escola Pitagórica considerada a “primeira Univer- sidade do Mundo” tinha entre seus con- ceitos “a proibição de beber vinho e co- mer carne”. Pitágoras dizia: “Enquanto o homem continuar a ser destruidor im-piedoso dos seres animados dos planos inferiores, não conhecerá a saúde nem a paz. Enquanto os homens massacrarem os animais, eles se matarão uns aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento não pode colher a alegria e o amor”.

Hoje, a questão da proteção ao reino animal, tem a ver diretamente com a pre-servação do meio ambiente, com códigos de ética e com efetivas políticas públicas que trabalhem a favor da preservação da vida, seja ela humana, animal, vegetal ou mineral.

O planeta é formado por ecossiste-mas equilibrados e a exploração irregular gera grande desequilíbrio em todas as esfe-ras. A partir do momento em que algumas espécies são exterminadas quebra-se o equilíbrio natural existente e a criação de animais para o abate também, pois áreas são desmatadas para tal e tiram deles o di-reito à vida, muitos vivem confinados e são esquartejados ainda vivos.

Infelizmente, os animais são vistos como produtos que podem ser comerciali-zados e que rendem fortunas, sem se levar em conta seu direito à vida, e isto não se restringe apenas a área de alimentação, está inserida também na área médica, cosmética, de pesquisa de forma geral, de trabalho e de entretenimento. A revis-ta Forbes Brasil apresentou esta semana a lista dos 74 bilionários brasileiros e entre eles três são da Indústria Frigorífica, o 25º lugar com fortuna de 3,90 bilhões, o 55º com 1,60 bilhões e o 65º com 1,27 bilhões. Não vamos nos restringir apenas ao sacri-fício de animais para alimentação, mas é importante termos um parâmetro do que acontece, ou seja, para todo o uso consu-mista deste século bilhões de animais são abatidos diariamente e a dor e o desperdí-cio não tem como resultado a eliminação da fome mundial.

Muita renda também é gerada em pro- dutos feitos para os animais, que melho-ram sua qualidade de vida, o comércio para pet shops cresceu muito nos últimos anos.

Falar de direito animal vai muito além dos maus-tratos proferidos a animais do- mésticos ou domesticados, e daqueles que são explorados para o trabalho, como ca-valos e burros; diz respeito também aos animais silvestres, muitos são retirados de seu habitat pelo tráfego, sendo que a maior parte morre durante o transporte.

Muitas conquistas foram feitas, pro-jetos como o TAMAR, que proporcionou aos pescadores serem guardiães das tar-tarugas marinhas, mostra que um projeto com trabalho sócio ambiental pôde mudar a cultura da exploração da carne de tarta-ruga. Este é o ponto, a questão cultural do extermínio é que precisa ser revista e se trabalhar pela vida.

A Lei Federal 9.605/98, artigo 32, diz: “Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos tem pena de detenção e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ain-da que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.”

As associações protetoras dos ani-mais procuram ampliar seu espaço, não só na conscientização das pessoas, mas tam-bém participando de conselhos de ética de universidades e faculdades, de CODE-MAS, assim passam a ter voz ativa. Mas este trabalho precisa contar com o apoio dos órgãos públicos, não só para que as denúncias sejam averiguadas, mas tam-bém, para que as penas sejam executadas e as ONGs recebam apoio para desenvol-verem seus trabalhos.

No caso de animais domésticos, o abandono se tornou um problema de saú-de pública, devido ao grande número e ao fato de famílias de baixa renda não terem condições de castrarem seus animais, por isso políticas públicas que proporcionem a castração destes animais sem retirá-los das famílias, caso sejam bem tratados, é importante. Recolher animais das ruas e exterminá-los não é a solução. Está é uma prática inadmissível nos dias de hoje.

Um exemplo bom a ser seguido é o da prefeitura de São Paulo que tornou obri-gatório o RGA (Registro Geral Animal), que funciona como um RG, possui os dados do animal e do dono. Desta forma a questão da posse responsável é melhor monitora-da, e se o animal for pego na rua, seu dono é facilmente identificado. Ao fazer o regis-tro o animal recebe a vacina antirrábica e seu RGA na coleira, em caso de morte, o registro deve ser cancelado. A prefeitura instituiu multa para quem abandonar o animal. Em São Paulo foi instaurado o pri-meiro Hospital Veterinário Público do país. Políticas públicas como estas precisam ser implementadas em todas as cidades.

Precisamos, todos, estar atentos ao que acontece com os animais, para de- nunciar abusos e maus-tratos dirija-se à polícia, que registrará a ocorrência, ins-taurando inquérito. A autoridade policial é obrigada a proceder à investigação de fatos que, em tese, configurem crime am-biental. A denúncia pode ser feita em uma delegacia de polícia ou junto ao Ministé-rio Público. No caso de animais silvestres podem ser denunciados à Polícia Flores-tal (onde houver), e ao IBAMA, através da “Linha Verde”: 0800-618080, de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h.

Por Elaine Pereira

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Por que devo castrar

cães e gatos?

Esterilização (castração): o que é?Esterilizar é prevenir o abandono,

além de prevenir doenças, garante o bem-estar dos animais e representa a única medida eficaz no controle das populações de cães e gatos.

Somente assim conseguimos di- minuir o número de animais abando-nados e sacrificados, pois a principal causa do abandono é o descontrole populacional. Uma cadela ou gata não esterilizada e seus descendentes podem gerar, em seis anos, 64.000 animais. E não existem lares responsá-veis para todos.

Uma fêmea castrada deixa de atrair a legião de machos à sua porta, não tenta fugir para cruzar e não tem mais cio. Além disso, ela estará livre do piometra (infecção no útero) que atinge em média 60% das fêmeas não esterilizadas, cujo tratamento inclui a retirada do útero.

A castração deve ser realizada em machos e fêmeas antes do primeiro cio, que geralmente ocorre quando o animal atinge seis meses de vida. Cada fêmea castrada evita em média o sur-

gimento de 20 filhotes no período de um ano. A esterilização neste perío-do também reduz em mais de 90% as chances de terem câncer de mama.

A RESGACTI (Rede Solidária en-tre Grupos Ambientais Culturais e Trabalhos Intelectuais) foi criada em 25/10/2009, em Itajubá (MG) tendo como um de seus principais objeti-vos, unir pessoas que de forma isolada vinham trabalhando no recolhimen-to, castração e doação de animais de rua. Nestes três anos, conseguimos evitar o nascimento de aproximada-mente 19.000 filhotes. Hoje temos um processo de trabalho que de forma integrada com o Centro de Controle de Zoonoses e o apoio dos melhores veterinários da região, nos permite ofe-recer apoio à população de baixa renda, tanto no encaminhamento como na castração de seus animais.

A RESGACTI vem realizando mu- tirões de castração em locais previa-mente identificados como focos de aglomeração e procriação indesejada de cães e gatos. Outro trabalho reali-zado é o cruzamento de informações

Helibras trabalha em parceria com

a UNIFEI para desenvolvimento profissional

A Helibras promove parcerias acadêmicas para incentivar a pro-fissionalização e contribuir com a formação de mão de obra especializa-da. Um exemplo é o acordo firmado com a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), por iniciativa da diretoria de Inovação da empresa, para buscar no-vas ideias e melhorias em processos, além do desenvolvimento da mão de obra aeronáutica para o país.

A parceria foi formalizada com a assinatura de um convênio no Semi-nário de Asas Rotativas (outubro de 2011) e consolidada em maio des-te ano, com a realização da segunda fase do Seminário de Oportunidades. Na ocasião, foram definidas as áreas, objetos de estudos e de pesquisas con-juntas entre os técnicos da empresa e os estudantes da área de engenharia.

Os estudos serão voltados, ini- cialmente, ao desenvolvimento de aviô- nicos, asas rotativas, especificações de matérias-primas para fabricação em materiais compostos, viabilidade de utilização de novas ligas metálicas e aplicações de simulação computacio-nal nas linhas de montagem, dentre outros temas estratégicos.

O acordo proporcionará um salto tecnológico para o sul de Minas, região com grande potencial de se tornar um pólo da indústria aeronáutica brasilei-ra, com estudos e pesquisas voltadas inicialmente à fabricação de aerona-ves de asas rotativas. O movimento também vai fomentar o progresso e

interesse dos estudantes por um mercado em ascensão e colocá-los em contato direto com atividades práticas, complementando o conteúdo teórico aprendido em sala de aula.

Curso de Engenharia Aeronáutica conta, agora, com turbina 250 – C20 F

Dentre as muitas ações contempladas pelo acordo, a Helibras doou, recen-temente, uma turbina 250 – C20 F, utilizada no helicóptero Esquilo biturbina, que será uma importante ferramenta de pesquisa e estudos para o curso de Engenharia Aeronáutica da UNIFEI. Além deste material e de outros que ainda serão doados, os alunos terão acesso a novas tecnologias e a diferentes espaços na empresa, como o Centro de Treinamento para experimentos e provas. “Este é um dos papéis da Helibras em apoio às comunidades em que atua, pro-movendo a evolução profissional, gerando novos conhecimentos e ampliando horizontes por meio da instrução, que é o que pretendemos com a união entre indústria e universidade”, diz Vitor Coutinho, diretor de Inovação.

A UNIFEI é referência em ensino nas áreas de engenharia mecânica e elétrica e forma, juntamente com a Helibras, um importante pilar para o de-senvolvimento da região sul de Minas, junto com as demais empresas do polo industrial da cidade de Itajubá, bem como em parceria com outros programas governamentais.

entre pessoas que tem animais para doar e pessoas interessadas em ado-tar. Visitamos os lares e orientamos as pessoas na escolha do animal mais adequado para cada situação. Também atendemos ocorrências de animais em situação de maus-tratos ou abandona-dos em situação de risco.

As pessoas interessadas em cas-trar seus animais, podem entrar em contato com a Resgacti. Agendaremos uma visita para avaliar o pedido e en-caminhar aos veterinários.

A questão dos animais é um ponto que diz respeito a todos nós, inclusive pode ser visto como uma questão de saúde pública, então, se você quer par-ticipar desta corrente, pode doar ração para os animais que aguardam adoção, doar dinheiro para cobrir as despesas de vacinação e castração de animais abandonados, adotar um novo amigo, dispor de tempo para ajudar nos cui-dados com os animais abrigados ou denunciar animais em situação de ris-co. Junte-se a nós! Contate-nos pelo telefone (35) 9945-0494 ou pelo email [email protected].

Por Gilberto Andreotti

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Naturaleoutubro/novembro - 2012

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O interesse em explorar comercialmente os oceanos e, con-sequentemente, em sua regulamentação, começou a partir do século XV, período em que se iniciaram as excursões marítimas (MARQUES, 2012). Ainda de acordo com ele, a “noção jurídica de mar territorial adveio apenas no século XVIII, período em que a de-limitação territorial do mar repontou de maneira precisa: o alcance do tiro de canhão estatuiu o limite de três milhas, que compreen-dia, além de uma área de pesca, uma zona de segurança marítima”. Também se afirma que “com o desenvolvimento de novas tecno-logias, a exploração de recursos naturais e o aumento do poderio militar e econômico dos países, houve a necessidade de aumentar a proteção das plataformas continentais”.

Nesse campo, surgiu uma doutrina, denominada Truman, que preconizava que cada Estado litorâneo possui um direito originá-rio, natural e exclusivo sobre a plataforma continental situada em sua costa, princípio consolidado pela Convenção de Genebra, em 1958. Esse princípio foi amplamente discutido por especialistas da área, até que, na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNDM), realizada em Montego Bay (Jamaica), em 1982, e que entrou em vigor em julho de 1994, foi assinado documento que constitui o arcabouço jurídico que regula todas as atividades realizadas nos mares e oceanos e estabelece direitos e deveres sobre as zonas dos oceanos e a exploração de recursos minerais no leito marinho. Atualmente, apesar da maior parte do comércio internacional ocorrer por meio de transporte marítimo e de várias populações dependerem dos recursos marinhos para sua alimen-tação, ainda falta uma percepção maior da importância desses ecossistemas para a vida no planeta.

Segundo a CNDM, o Estado Costeiro, definido pelo art. 2º, parágrafo único, da Lei n° 7.661, de 16 de maio de 1988, como “o espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma faixa maríti-ma, outra terrestre”, tem direito a um Mar Territorial, uma Zona Contígua, uma Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e uma Plataforma Continental. Conhecer o significado desses conceitos é necessário para que se possa compreender o contexto atual no que tange ao direito do mar e as ações e reivindicações dos países:

ª Mar Territorial – Área que não pode exceder 12 milhas náuticas (uma milha náutica equivale a 1.852 m) a partir das linhas de base, onde o Estado Costeiro exerce soberania sobre suas águas, seu solo e subsolo, e o espaço aéreo sobrejacente, com direitos exclusivos sobre seus recursos vivos e não vivos;

ª Zona Contígua – Área que não deve se estender além de 24 milhas náuticas das linhas a partir das quais o Mar Territorial é medido. O Estado não tem soberania nessa região, mas deve fiscalizá-la, para evitar infrações às normas do seu território;

ª ZEE – Área que não deve se estender além de 200 milhas náuticas, contadas das linhas de base a partir das quais a lar-

gura do Mar Territorial é medida. Apesar de o Estado Costeiro não ter jurisdição absoluta sobre esta área, ele tem direitos de soberania exclusivos para a exploração e o aproveitamento, a gestão e a conservação dos recursos marinhos vivos e não vivos do leito do mar, de seu subsolo e das águas subjacentes;

ª Plataforma Continental – Área que se estende além do Mar Territorial do Estado Costeiro, em toda a extensão do prolon-gamento natural do seu território terrestre até a borda exterior, entendida como a sua margem continental. No caso da platafor-ma continental se estender além dos limites convencionados nas ZEEs, adotam-se critérios para o estabelecimento de limites ex-ternos, e passa a ser chamada de Plataforma Continental Jurídica.

ª Alto Mar – Compreende os espaços marinhos não incluídos na ZEE, no Mar Territorial ou nas águas interiores de um Estado. Pode ser considerado como um espaço aberto a todos os Estados cos-teiros ou sem litoral, que nele têm total liberdade de navegação e sobrevoo, além da instalação de cabos e dutos submarinos, além da construção de ilhas artificiais e outras instalações permitidas pelo direito internacional, desde que respeitados os interesses de outros Estados e o exercício da liberdade nessa região.

ª Zona Internacional do Leito Marinho – Corresponde aos fundos marinhos e oceânicos que se situam além dos limites da jurisdição nacional, e definida pela CNDM como “patrimônio co-mum da humanidade”, local onde “todos tenham condições iguais de acesso ao mar e aos seus benefícios”.

O espaço marinho brasileiro

De acordo com a CNDM, a ZEE brasileira estende-se por to-da costa do país, englobando também as áreas situadas em um raio de 200 milhas náuticas em torno de Fernando de Noronha, Trindade e Martins Vaz, Atol das Rocas, São Pedro e São Paulo, totalizando uma área de 3.500.000 km2. Recentemente, o Governo do Brasil solicitou à ONU, a inclusão de uma área adicional, de

Por Fabíola Toledo Damião Bianca e Dr. Marcos Eduardo Cordeiro Bernardes

O marco legal sobre os

Oceanos

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aproximadamente 1.000.000 km2, em virtude da largura da plataforma continental bra-sileira exceder as 200 milhas náuticas. Caso esse pleito seja aceito, a área total da ZEE equivalerá a uma área aproximadamente igual a da Amazônia legal, ou de aproximadamen-te metade da área continental brasileira. Daí nasce o conceito de “Amazônia Azul”, que se caracteriza por ser uma área marinha e oceânica com enorme potencial de exploração co-mercial, de biodiversidade e de riquezas de forma geral. Nessa imensa área, há diferentes graus de jurisdição e soberania, de acordo com as políticas públicas para o planejamento e gestão de recursos naturais marinhos adotadas por cada Estado que a compõe.

Para resolver impasses e uniformizar a gestão dos recursos marinhos e oceânicos no Brasil, foram criadas a Política Nacional para os Recursos do Mar (Lei Federal n. 9.433/97) e o Plano Setorial para os Recursos do Mar (PSRM), que tratam, respectivamente, do desenvolvimento socioeconômico do país com a integração das áreas marinhas ao es- paço brasileiro; e do planejamento das atividades relacionadas aos recursos mari- nhos conforme os instrumentos do Direito, a fim de garantir a manutenção da soberania.

O conceito de governança e as águas internacionais

A compreensão do conceito de governança em águas internacionais é fundamental, tendo-se em vista que, com a tecnologia conquistada, é crescente o interesse nessas áreas, sejam por razões econômicas, políticas, científicas ou ambientais. Assim, o termo governança foi cunhado com o objetivo de unificar os Estados, tornando-os mais co- operativos para gerir as políticas públicas no ambiente marinho em consonância com a complexidade do mundo moderno. Trata-se de uma gestão compartilhada, com a intera-ção entre o poder público e o privado, a fim de se contrabalancear os interesses de cada país e criar oportunidades com valores democráticos, que assegurem a sustentabilidade.

Em âmbito mundial, as questões relacionadas à biodiversidade e a importância dos oceanos e mares para o desenvolvimento sustentável refletem diretamente na erradicação da pobreza, no desenvolvimento econômico e na segurança alimentar que continuam a ser negligenciadas. Na Convenção das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Susten-tável, a Rio+20, apesar dos oceanos terem recebido uma seção especial, e de ter sido convencionado que será adotado um novo instrumento internacional para a conservação e exploração sustentável da biodiversidade em alto mar até 2014, ainda é cedo para se dizer se esses objetivos serão cumpridos em tempo hábil para se minimizar os impactos negativos proporcionados pela exploração desordenada dos oceanos. Durante o evento, definiu-se uma lista de objetivos a serem atingidos. Entretanto, os instrumentos – e, de onde virão os recursos que viabilizarão essas ações, ainda serão definidos pela ONU.

Além desse cenário externo de indefinição, o Brasil também se encontra atrasado em relação a ações concretas assumidas em compromissos internacionais, como o Protocolo de Nagoya, que prevê que 17% das áreas terrestres e 10% das áreas marinhas estejam sob algum tipo de proteção até 2020. No caso dos ambientes marinhos, o país tem menos de 1% dessas áreas enquadradas como unidades de conservação. Recentemente, o Estado de São Paulo criou Áreas de Proteção Ambiental Marinhas (APAs Marinhas) ao longo de sua costa, com o objetivo de compatibilizar a conservação e a utilização dos recursos naturais marinhos. Esta foi uma iniciativa de grande destaque para a gestão da costa bra-sileira, mas com alcance bastante limitado em relação às áreas oceânicas.

Tímidas são as ações tanto em nível nacional como internacional, para fazer frente aos desafios enfrentados na harmonização dos interesses econômicos, ambientais, so-ciais e culturais desses ambientes tão vastos e desconhecidos pela humanidade.Fabíola Toledo Damião Bianca, Bacharel em Direito e mestranda em Meio Ambiente e Recursos Hídri-cos (UNIFEI). Dr. Marcos Eduardo Cordeiro Bernardes, doutor em Marine Sciences pela University of Plymouth (Reino Unido), Professor do Instituto de Recursos Naturais UNIFEI.

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Há um paradigma a se quebrar: competição. “O homem deve ser com-petitivo para vencer!” “O mercado exige empresas mais competitivas!”

O planeta não suporta mais esta filosofia capitalista sem ética nem es-crúpulo. Não podemos mais subsidiar nosso conforto com os recursos naturais das gerações futuras. Isso é um roubo covarde. É necessário mudar o estilo de vida e com ele revisar os verdadeiros va-lores para ajustar a convivência entre os homens e a harmonia com a Natureza.

O homem, como todo ser vivo na Terra, é fruto de uma seleção natural de milhares de anos. É coerente dizer que ele é parte da Natureza, e não do meio artificial que criou: as cidades. Assim, mesmo que prefiram morar nas cidades, seu organismo é do campo.

A busca por um ritmo de vida próximo à natureza, com respeito aos recursos naturais fez com que pessoas no mundo inteiro se agrupassem e for-massem as ecovilas.

Ecovilas são um modelo de assen-tamento humano sustentável, podem ter a forma de condomínios urbanos ou ru-rais e seus moradores têm a intenção de integrar uma vida social harmônica, um estilo de vida sustentável, incorporando aspectos ambientais, sociais e econômi- cos. Para alcançar estes objetivos, op-tam por práticas como:

ª produção de alimentos em harmonia com a natureza (alimentos orgânicos ou biodinâmicos);

ª construções de baixo impacto am-biental (bioconstrução ou arquitetura sustentável), com influência da perma-cultura, onde se usa barro, madeira, bambu, solocimento ou casas pré-fabri-cadas com madeira de reflorestamento;

ª o lixo orgânico serve de complemento alimentar para galinhas ou para vermi-compostagem (minhocário) ou mesmo para a horta e pomar (compostagem);

ª a água do esgoto é obrigatoriamente separada das demais águas, para tra-tamentos naturais diferenciados, onde o esgoto bruto passa por uma mini es-tação de tratamento anaeróbio e seu efluente final já clarificado passa sua fase oxidativa ou aeróbia em valas de infiltração sub superficial, cujo sistema atende à norma técnica NBR 7229/93 da ABNT, já o lixo seco é reciclado;

ª a água de chuva é armazenada e utili-zada para rega, limpeza e descargas;

ª a energia necessária deve ser reno- vável, contando com pequenas hidrelé-tricas, biodigestores para produção de gás, placas de energia solar para aque-cimento de água e também como opção para energia elétrica, entre outras for-mas de geração de energia renováveis;

ª a forma de gestão da área é participa-tiva e comunitária, com empoderamento mútuo, tem um estatuto com relação às práticas a serem seguidas, que visam questões ecológicas com baixo impac-to ambiental e preservação e manejo de ecossistemas locais;

Manual do Arquiteto Descalço

Mesmo que você não seja um ar-quiteto ou engenheiro o “Manual do Arquiteto Descalço” é uma ótima fon-te de informação para todos que se interessam em conhecer mais sobre construção sustentável, arquitetura ecológica e sistemas de autoconstru-ção.

Neste livro, o autor, o arquiteto holandês radicado no Brasil, Johan Van Lengen trás o conceito de bioarquite-tura que une ecologia, arquitetura e urbanismo, abordando aspectos rele-vantes e que geralmente são pouco considerados nas construções tradicio-nais: adequação do projeto aos recursos locais como clima e materiais, utilização racional da água, tanto na captação quanto no descarte, conforto térmico e aproveitamento da iluminação natural.

Com uma linguagem acessível, muitas ilustrações e dicas sobre, por exemplo, como montar um telhado verde ou um aquecedor solar, o “Ma- nual do Arquiteto Descalço” é mais do que simplesmente um guia do gê-nero “faça você mesmo”, ele é uma oportunidade de refletir sobre as di-versas possibilidades construtivas e principalmente sobre responsabilidade do acesso a moradia digna num mundo cada vez mais urbanizado e populoso.

Dica de leitura Lume Cultural

Viver bemuma proposta de mudança

Por Luís Francisco de Rosa Macedo

ª Economia solidária, com práticas de cooperativismo e rede de trocas.

As ecovilas são entidades autôno-mas e sustentáveis na medida em que preenchem, numa área limitada, as prin-cipais funções socias: moradia, sustento, produção, vida social, lazer, educação, etc. São modelos alternativos que incor-poram os antigos conhecimentos com a moderna ciência e filosofia.

A ONU em 1998, reconheceu as ecovilas como uma das 100 melhores práticas para o desenvolvimento sus-tentável. De acordo com um número crescente de cientistas, teremos que aprender a viver de forma sustentável, se quisermos sobreviver como espécie. Os modelos de sustentabilidade desen-volvidos ao longo de mais de 40 anos pelas milhares de ecovilas ao redor do mundo formam um grande banco de da-dos de soluções aos atuais problemas da humanidade e fonte de riquíssimas ex- periências que podem ajudar a reconec-tar as pessoas à Terra numa forma que permita o bem estar de todas as formas de vida e futuras gerações.

Os defensores das ecovilas afirmam

que o ser humano é capaz de criar uma vida cheia de amor e sentido. E essa seria a parte central numa ecovila, sua vida social, cultural e espiritual. Segundo eles, os seres humanos são seres sociais e amorosos por natureza, apesar de a cultura ocidental moderna valorizar em excesso o individualismo, a competição, a violência, o poder, o controle, a des-confiança e a apropriação. Reconectar os seres humanos à sua natureza signi- fica barrar estes valores, limpar esta car-ga cultural, e colocar a cooperação, o amor, o respeito, a transparência, a so-

lidariedade e a confiança novamente no centro de suas vidas.

Em uma ecovila não é apenas o crescimento econômico ou o desenvol-vimento que são focados, mas toda a rede de vida da qual depende nossa so-brevivência futura de longo prazo. Uma ecovila é programada de maneira que os negócios, as estruturas físicas e tec-nológicas não interfiram na habilidade inerente à natureza de manter a vida. Um dos princípios fundamentais do modelo é não tirar da Terra mais do que pode-mos devolver a ela, assim a comunidade pode continuar indefinidamente.

A ecovila deve propor harmonia entre seus habitantes e ao seu entor-no, vizinhanças e região. Deve ter suas portas abertas para troca de experiên-cias, demonstrações, cursos. Assim, as práticas sustentáveis podem seguir e adentrar os bairros rurais e as cidades, multiplicar saberes, respeito e gratidão pela Natureza e desta maneira, sementes de uma forma de vida sustentável podem germinar, crescer e transformar.

Luís Francisco de Rosa Macedo, Engenheiro Agrônomo.

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Hoje, fala-se muito em alimentos transgênicos. Para a maioria das pessoas existe um total desconhecimento relati- vo ao tema. Inicialmente vamos conhecer a definição de organismos transgênicos ou organismos geneticamente modifi-cados. Os organismos geneticamente modificados são produzidos por meio da transferência de genes de um ser vi-vo para outro, geralmente de espécies diferentes, definição esta da cartilha Transgênicos — a verdade por trás do mito, do Greenpeace. Na transgenia ocorre o rompimento de barreiras sexuais, a in-serção de genes exógenos, alterações imprevisíveis de processos bioquímicos e centenas de pares bases são alterados, ou seja, é um procedimento totalmente artificial.

A verdade é que pouco se sabe realmente quais são os impactos da tec-nologia para os animais e seres humanos. As principais culturas transformadas por engenharia genética através da trans-genia é a cultura da soja, do milho, do algodão e da canola. O primeiro alimen-to transgênico desenvolvido foi o tomate Flavr Savr, pela empresa Calgene, libera-do comercialmente em 1994, mas durou pouco tempo no comércio, pois seu sa-bor não caiu na graça dos consumidores.

Existem pesquisas nas mais dife-rentes áreas agrícolas com transgênicos e diversas culturas já transformadas por engenharia genética como o arroz, a ba-tata, alface, abobrinha, cenoura, melão,

mamão, entre outras, todos em fase de testes, principalmente na Europa e E.U.A. No Brasil, foi liberado recente-mente, o plantio com feijão transgênico desenvolvido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). A maioria das plantas transgênicas, hoje, são resistentes a herbicidas e a insetos como no caso da soja que é resistente ao herbicida glifosato, do milho e algo-dão resistentes à lagarta do cartucho. Segundo James (2000), 19% dos transgê-nicos apresentam resistência a insetos, 74% resistência a herbicidas e 7% resis-tência a herbicidas + insetos.

Passados 12 anos deste estu-do, esta estrutura não mudou muito. Segundo dados divulgados por organi-zação financiada da própria indústria de transgênicos, as plantas tolerantes a herbicidas compõem 59% da área plantada no mundo, plantas inseticidas somam 15%, e combinação de uma ou mais versões das duas características an-teriores, os 26% restantes dos cultivos, ou seja, na verdade as plantas trans-gênicas desenvolvidas são para que as próprias empresas vendam seus insumos químicos.

No Brasil, já existem várias plantas resistentes ao herbicida Roundup, que é utilizado para matar as ervas na cultura da soja. Espécies como a Buva (Erigeron bonariensis), o capim amargoso (Digitaria insularis), o amendoim bravo (Euphorbia sp) e o azévem (Lolium multiflorium) têm

causado grandes prejuízos aos agriculto-res do sul do Brasil, pois estas espécies apresentam resistência ao principio ati-vo do herbicida. Em breve será liberada a soja Enlist resistente ao potente herbi-cida 2-4-D, que foi um dos precursores do agente laranja empregado nas flo-restas tropicais do Vietnã e que possui um grande potencial de deriva. O efeito deste potente herbicida causou sérias deformações em bebês no Vietnã.

Existe ainda o perigo do fluxo gê-nico, que é a transferência de pólen de uma determinada espécie ou cultivar pa-ra uma outra, ocasionando cruzamentos aleatórios onde podem ocorrer conta-minações entre plantas transgênicas e plantas convencionais. Um agricultor orgânico no Canadá foi acionado ju-dicialmente por uma multinacional do ramo de sementes transgênicas a pagar uma alta indenização por uso de semen-tes transgênicas que tiveram cruzamento aleatório com canola (colza) transgê-nica cultivada por um vizinho, em sua plantação orgânica. Foram anos e anos na justiça para provar sua inocência. A geração dos cruzamentos entre canola transgênica e canola convencional, cria-ram uma super erva de difícil controle nos campos canadenses. O milho é uma espécie ainda mais perigosa de contami-nação devido ao seu alto potencial de cruzamento (97% de fecundação cruza-da) e cultivos orgânicos e convencionais estão a mercê de cruzamentos aleató-

TransgênicosPor Vladimir Ricardo da Rosa Moreira

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rios. A soja transgênica, nos estados do Sul, inviabilizou uma grande parte de agricultores orgânicos por mistura me-cânica, realizada pelo transporte. Além disto, pode acontecer, apesar da soja apresentar um baixo potencial de cruza-mento (em torno de 3%), contaminação por polinização, e, uma pequena quanti-dade de soja transgênica em um lote de soja orgânica ou convencional, inviabili-za o lote todo.

O livro Roleta Genética, de Jeffrey M. Smith, traz relatos de diversos pesqui-sadores e agricultores quanto ao uso de plantas transgênicas, como: alteração do metabolismo celular em coelhos; ra- tos alimentados com canola transgêni-ca apresentaram fígado mais pesado; camundongos alimentados com soja transgênica tiveram problemas nas célu-las do fígado, no pâncreas, e alterações inexplicáveis nas células testiculares. Os agricultores que manusearam al-godão transgênico na Índia nas safras de 2004 e 2005 tiveram reações alérgi-cas ao algodão Bt, e ocorreu também a morte de ovelhas que pastorearam continuadamente nos restos de algodão transgênico, na Índia em 2006.

Segundo o boletim eletrônico da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroeco-logia, foi realizado pela primeira vez um estudo de longo prazo para avaliar um transgênico e um agrotóxico na saúde. O teste foi realizado com o milho trans-gênico NK603, liberado comercialmente no Brasil no ano de 2008, resistente ao herbicida Roundup. O teste ocorreu com 200 ratos de laboratório em avaliação, em mais de 100 parâmetros, sendo três os tratamentos utilizados para a ali-mentação: o milho transgênico, o milho transgênico mais o herbicida e por fim o milho não modificado geneticamente tratado com Roudup. Como conclusão, ocorreu uma mortalidade mais alta e

frequente nos ratos que consumiram os dois produtos (milho transgênico + herbicida), com efeitos hormonais não lineares e relacionados ao sexo. As fêmeas desenvolveram numerosos e significantes tumores mamários, além de problemas hipofisários e renais. Os machos morreram, em sua maioria, de graves deficiências crônicas hepatorre-nais. O estudo, realizado pela equipe do professor Gilles-Eric Séralini, da Univer-sidade de Caen, na França, foi publicado em 19/09/2012 em uma das mais impor-tantes revistas científicas internacionais de toxicologia alimentar, a Food and Che-mical Toxicology.

As empresas líderes na área da transgenia, formam um monopólio mui-to grande e empresas como Monsanto, Syngenta, Dow Agroscience, Pionner, dominam a venda de sementes modifica-das geneticamente. Todas as sementes comercializadas por estas empresas são passíveis de pagamento de royalties, pois o invento é patenteado, no caso os jogos de genes inseridos dentro da semente, sendo assim, além do valor da semente, os agricultores pagam um valor a mais pelo invento, que é o pa-tenteamento genético. Um dos artifícios pregados pelas empresas seria que há uma diminuição na utilização de agro-tóxicos, mas na verdade não foi o que ocorreu no Brasil e observando o caso do herbicida Roudup da empresa Mon-santo, as vendas cresceram somente no Paraná 16,2% (boletim 595, ASP-TA, Agri-cultura Familiar e Agroecologia). Com relação ao montante de agrotóxicos, o Sindag estima um aumento de 72% de 2006 a 2012 e a área plantada subiu ape-nas 19% (Conab).

Novamente estamos num dilema com relação à estrutura montada pelas transnacionais da área de sementes e agrotóxicos, pois após a segunda gran-

de guerra foram arquitetados os pacotes tecnológicos atrelados à agricultura. O agricultor para ser moderno, deveria cul- tivar seus campos com sementes híbri- das, utilizar herbicidas e fungicidas, e demais artifícios químicos. A forma utili- zada para convencê-lo foi a propagan- da de que a população aumenta geome- tricamente e a produção de alimentos não acompanharia este aumento popu- lacional. Passados mais de 50 anos, a forma de atuar está galgada no mesmo pensamento, o intenso crescimento po- pulacional contra a produção de ali-mentos, e as plantas transgênicas são a salvação. Nunca se produziu tanto ali- mento como se produz agora. Na ver-dade, o problema está na distribuição destes alimentos. Vivemos em uma so- ciedade consumista, e se fossem segui- dos os padrões estadunidenses seriam necessários 4 planetas para atender a todo este consumo desenfreado. Por- tanto, para que se consiga uma agricul- tura sustentável, os cultivos diversifica- dos, respeitando as fronteiras agrícolas e a produção orgânica são as melhores estratégias para atender esta demanda.

Vladimir Ricardo da Rosa Moreira, Enge- nheiro Agrônomo com especialização em Agri-cultura Biodinâmica e Produção de Sementes Agroecológicas e Biodinâmicas. Consultor em propriedades orgânicas e biodinâmicas, Asses- sor da Associação Brasileira de Agricultura Biodi-nâmica em Produção de Sementes e Hortaliças.

Para saber se o alimento é Transgênico procure este selo de

identificação na embalagem

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Muitas pessoas, por várias razões, passam por restrições alimentares pa-ra que a saúde não seja comprometida. Apresentam alergias ou são diabéticas, celíacas ou hipertensas, e necessitam de cuidados especiais na hora de se alimen-tar. A restrição aos alimentos pode variar de intensidade de acordo com cada orga-nismo e condição de saúde do indivíduo. É importante que ao descobrir determi-nada restrição alimentar, encontre-se o prazer e os sabores de alimentos que tal-vez não estivessem no seu dia a dia.

Vejam alguns tipos de restrições: Açúcar – para muitos é considerado uma tentação, tem o consumo evitado pelos diabéticos. Uma dieta sem doces e açú-cares pode ser algo difícil de ser encarado por muitas pessoas, no entanto, existem alguns alimentos com sabor adocicado feitos com adoçantes. Porém, alimentos diet podem comprometer a saúde, pelo fato de possuírem outras substâncias que, consumidas em excesso, também são prejudiciais a ela. O consumo de frutas frescas que são naturalmente doces, de frutas secas e adquirir o hábito de sentir o verdadeiro sabor do alimento ou da be-bida, no caso de sucos e chás, sem serem mascarados pelo açúcar, torna-se uma descoberta saudável. Sal – quando se é diagnosticado com hipertensão arterial, uma das primeiras medidas é que se reduza o consumo de sal. Muitas pessoas atribuem o sabor da comida à quantidade de sal que elas apresentam e deixam de saborear seu ver-dadeiro gosto. Além disso, os embutidos, enlatados e produtos industrializados possuem uma grande quantidade de sódio

para sua conservação. O sal deve sempre ser consumido com moderação. Alimen-tos diet que são isentos de sal ou light que apresentam redução do mesmo são boas opções para hipertensos. Substituir o sal refinado pelo sal iodado, utilizar azeite e limão na salada, preparar molhos sa-borosos que não levem sal, são práticas positivas para a saúde.Glúten – A intolerância ao glúten ca-racteriza uma restrição alimentar a uma proteína presente no trigo, aveia, cevada e malte. Dessa forma, o indivíduo não pode consumir pães, macarrão, pizzas, la-sanhas, e excluir esses alimentos da dieta é sem dúvida uma tarefa difícil. O número de pessoas celíacas aumenta a cada dia, já é possível encontrar alimentos como pães e biscoitos isentos de glúten, feitos com fécula de mandioca e fécula de batata. Lactose – Algumas pessoas não apresen-tam a enzima lactase em seu organismo que permite a degradação da lactose que é o carboidrato encontrado no leite. Des-sa forma elas são diagnosticadas com intolerância a lactose e apresentam diver-sas alterações na saúde ao consumir leite e derivados. O leite de soja é uma boa op-ção para estes casos. Alergias – As alergias alimentares podem ser a diversos tipos de alimentos. Quan-do diagnosticadas é importante evitá-los, pois as reações podem ser severas e até fatais. Muitas vezes o indivíduo já con-sumiu determinado alimento por muito tempo e nunca demonstrou nenhuma reação ao mesmo, sendo que de uma ho-ra para outra a alergia surge e a partir daí aquele alimento não pode mais ser consu-mido ou então desenvolve-se uma alergia

alimentar na infância que desaparece a medida que vai crescendo.

Algumas restrições alimentares tam-bém podem ser feitas quando o indivíduo encontra-se em algum tipo de dieta para perder peso, por exemplo. Neste caso, alguns alimentos e os seus excessos são cortados, no entanto essa situação dife-re de quando o indivíduo precisa realizar restrições onde os alimentos evitados po-dem alterar o seu estado de saúde. É bom lembrar que as dietas para emagrecer pre-cisam ser acompanhadas por um médico, pois a falta de algum alimento pode gerar alterações prejudiciais ao organismo. Die- tas de restrições não significam necessa-riamente a mesma coisa que alimentação saudável.

Apesar das preocupações com a saú-de, o interesse do consumidor permanece forte em itens mais elevados de gordura como doces, queijos, óleos, carne verme-lha, ovos e produtos industrializados.

Tendências como o vegetarianis-mo e a busca por uma alimentação mais saudável tem atraído pessoas que, ape-sar de carnívoras, abrem espaço para opções vegetarianas uma ou duas vezes por semana. Assim, acabam conhecendo alimentos e forma de prepará-los que pas-sam a ser normal no seu dia a dia, como o tofu, a proteína de soja, grãos, castanhas, frutas secas, sementes, entre outros. A combinação adequada entre os alimentos formam pratos deliciosos. Experimentar os sabores e aromas dos alimentos pode ser uma descoberta muito rica para todas as pessoas.

Rafael Salomon de Faria. Chef do restau-rante Ora pro nobis

Restrições alimentares

Por Rafael Salomon de FariaO esporte como integração social — es-

se é o objetivo do Curso G9, de Itajubá, ao abrir as portas do colégio para que alunos de escolas públicas possam participar de dois de seus projetos institucionais: a Oficina de Xa-drez e o Rugby. A ação solidária começou em agosto e acontece todo sábado de manhã.

“Para nós, é muito importante dar a oportunidade aos nossos alunos de conviver com crianças e adolescentes que, como eles, têm vontade de aprender coisas novas. É uma partilha que os faz crescer como pessoas por-que está alicerçada em valores que ficarão para a vida toda”, explica a coordenadora do Ensino Fundamental II, professora Estela Ma-ria de Oliveira.

O grupo de xadrez solidário reúne pais e alunos da E. M. Santo Agostinho. A maioria dos 20 participantes está na fase de apren-dizagem do xadrez, que é uma ferramenta pedagógica utilizada há três anos pelo Curso G9. “Já aprendi muita coisa e quero aprender muito mais”, diz Pedro Gaspar, 11 anos. “A atividade é muito legal porque ajuda a desen-volver nossa inteligência”, completa Nicolas

Gomes Souza, 9 anos. Ambos compartilham um sonho: disputar um campeonato oficial, mas concordam que precisam se dedicar aos treinamentos. “Basta a gente querer, aproveitar essa chance e lutar para que isso aconteça”, fala Nicolas.

“O xadrez é um projeto que deu certo e precisava ser expandido. Já estamos colhen-do frutos”, disse o diretor de Planejamento, professor Giovanni Henrique Faria Floriano. Ele se refere aos ótimos resultados alcan-çados pelos atletas do G9 em competições oficiais. Na última, o Campeonato Brasileiro de Xadrez Escolar, o Curso G9 ficou em 4º lugar na classificação geral, sendo a segun-da maior delegação do encontro, realizado em Juiz de Fora, de 21 a 23 de setembro. O colégio também conquistou sete premiações individuais, e Pedro Esteban Arango foi o campeão na Categoria 3º ano Absoluto (Mas-culino).

Já a equipe solidária do Rugby, esporte introduzido pelo G9, em maio passado, aos seus alunos, conta com 13 adolescentes da E. E. Coronel Carneiro Júnior. “A gente foi mui-

to bem recebido. Tenho a oportunidade de aprender um jogo diferente e fazer amigos”, diz Pedro Benedicto Faria Júnior, aluno do 8º ano do Carneiro Júnior.

“O Rugby passa valores fundamentais para as crianças. Na França esse esporte é muito comum nas empresas porque ‘pre-cisamos trabalhar com todo tipo de perfil para avançar juntos e atingir os objetivos’. A International Rugby Board, equivalente à FI-FA, estabelece os seguintes valores para a prática do esporte: Integridade, Respeito, So-lidariedade, Paixão e Disciplina”, diz François Lefebvre, professor de Rugby do G9 e consul-tor do Projeto Itajubá Rugby XV.

A ação solidária por meio do esporte é mais uma iniciativa do projeto socioambiental desenvolvido pelo Curso G9. Nas atividades, há a participação de alunos e professores e, em muitos casos, dos pais.

Curso G9 implanta ações solidárias por meio do esporte

Por Bill Souza

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Fórum Regional de Cultura discutiu ações de desenvolvimento regional

www.caminhosdosuldeminas.com.br

Av. Cel. Carneiro Júnior, 192 1º andar

Itajubá/MG (35) 3621-1859

O Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas – CTCSM acredita que a participação dos produtores e agentes culturais da região, na organização e planejamento das políticas culturais em seus municípios, é essencial para o desenvolvimento sustentável da ativi-dade turística local e regional.

Com esta crença, o CTCSM foi um dos parceiros do Festival Itajubense de Cultura e Arte – FICA para a realização do Fórum Regional de Cultura. Abrir espaço para discussões produtivas sobre temas relacionados à cultura e à arte de nossa região, traçar metas para o desenvolvimento sustentável do se-tor cultural e produzir um documento capaz de orientar ações futuras, foram os principais objetivos da realização do Fórum.

No período da manhã, o Fórum apresentou orientações e esclareci-mentos sobre a Política Pública de Cultura. O Consultor do Ministério da Cultura e da UNESCO para Assun-tos Culturais, Naudiney Castro, falou sobre o Sistema Nacional de Cultura. Representando a Secretária de Esta-do de Cultura de Minas Gerais, Eliane Parreiras, a Superintendente de Ação Cultural, Janaína Cunha, abordou te-mática sobre ações de interiorização e projetos culturais em Minas.

“É muito importante a implanta-ção de políticas públicas municipais. Por isto, o CTCSM estimula a criação de conselhos e fundos setoriais, a ela-boração de política e do plano decenal de desenvolvimento dos diversos se-tores e a realização de conferências

municipais que estimulem a participa-ção democrática da comunidade nas decisões, monitoramento e avaliação de ações para que a sustentabilidade político-institucional seja uma realida-de”, comentou José Maurício Carneiro da Silva, Presidente do CTCSM.

Para Marcelo Pereira Azevedo, Secretário de Cultura, Turismo e Meio Ambiente de Cristina (MG), “o Fórum foi extremamente válido, como opor-tunidade de espaço e de voz para que as diversas manifestações apre-sentassem os problemas regionais e sugestões para a solução dos mesmos. O Fórum só tem a crescer. Incorporado ao FICA, poderá converter-se na voz da área cultural regional”.

Painel de Debate

No período da tarde, como ativi-dade de desdobramento do Fórum, foi realizado um Painel com a participa-ção de artistas, gestores e promotores culturais das áreas de música, artes cênicas, dança, artes visuais e perfor-máticas. Coordenado pelo Gestor do CTCSM, Walter Santos de Alvarenga,

o Painel objetivou ouvir os atores da atividade cultural em nossa região, de-

O Fórum Regional de Cultura, realizado dia 12 de setembro, em Itajubá (MG), contou com o apoio do Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas e marcou a

abertura da segunda edição do Festival Itajubense de Cultura e Arte – FICA 2012.

Por Herika Nogueira

batendo o cenário atual da arte e seu processo de desenvolvimento.

“Os participantes foram estimula-dos a refletir sobre o ambiente interno da produção cultural, definindo os pontos fortes e fracos, assim como o ambiente externo, que influencia a cultura regional, vislumbrando as oportunidades e as ameaças. Houve um equilíbrio de pontos levantados e o grupo selecionou prioridades de cada aspecto analisado. A partir dis-to o exercício seguiu para o Mapa de Soluções, indicando ações, executores e prazos para cada ponto priorizado”, explicou Walter Alvarenga.

Como resultado do Painel e fruto de uma análise realista da produção cultural regional, 12 ações foram apon- tadas como prioritárias. Todo o mate- rial produzido será digitado por vo-luntários do grupo e posteriormente compartilhado com os participantes para a organização de um documento com propostas práticas de atuação.

Como escolher corretamente pisos e revestimentos?

Antes de comprar os revestimentos cerâmicos é necessário estar atento a uma série de fatores que podem facilitar a escolha correta, que melhor atenderá às suas necessidades. Compras por im-pulso e sem embasamento podem trazer dores de cabeça no futuro, uma vez que não se troca o revestimento com a mes-ma facilidade como se muda a cor de uma parede. Para ter sucesso é aconse-lhável seguir algumas dicas importantes:

ª Procure informações sobre a marca e sua reputação no mercado.

ª Verifique se o PEI (Porcelain Enamel Institute — Instituto que regulamenta as normas para classificação da resistência à abrasão superficial) está de acordo com as suas necessidades.

ª Procure mão de obra de qualidade, ela pode fazer toda a diferença. Por mais bonito que seja o produto, se ele não for bem assentado não terá bom resultado.

ª Leve em consideração a manuten-ção e limpeza do produto (quanto mais áspero o piso, mais difícil a sua limpeza).

ª Verifique se as cores, desenhos e acabamentos da placa escolhida es-tão de acordo com a decoração do ambiente.

ª Piso polido ou de alto brilho é mais suscetível a risco, então é im-portante protegê-lo bem depois de assentado para que a circulação de pessoas durante a obra não o danifi-que, é aconselhável evitar este tipo de piso em área de muita circulação.

ª Escolha produtos com baixa absor- ção, que proporcionam maior resis-tência mecânica e dificultam também o aparecimento de manchas por ab-sorção de água.

ª Dê preferência aos produtos retos, pois eles facilitam um melhor acaba-mento.

A tabela a seguir apresenta a clas-sificação de PEI e sua equivalência a abrasão superficial, ou seja, ao desgaste da superfície da placa cerâmica decor-rente de sua utilização.

Resistência à Resistência aoabrasão - PEI desgaste por abrasão

0 uso exclusivo em parede

1 baixíssimo tráfego

2 baixo tráfego

3 médio tráfego

4 alto tráfego

5 altíssimo tráfego

Quando tiver dúvidas consulte um profissional qualificado, é a melhor ma-neira de se evitar problemas e obter uma maior satisfação.

Por Anderson Lopes

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Antisséptico bucal, colutório, enxaguatório ou ainda enxágue bucal são líquidos utilizados para realizar a higiene da cavidade oral. Os antissépticos bucais são en-contrados facilmente em farmácias e mercados. A variedade é enorme, são diversos “sabores” e marcas, com princípios ativos diferentes. Essa vastidão de opções traz a grande dúvida: “Qual o melhor bochecho?” “Eu preciso usar um antisséptico bucal?” “Quando eu devo usar o bochecho?”

Na prática, a maior parte das pessoas compra o produto sem saber se é o tipo certo para o seu caso e desconhece os riscos do uso indiscriminado dos enxagua-tórios bucais. O uso de antisséptico pode evitar diversos problemas, como cáries, formação de placa bacteriana, mau hálito, gengivite, entre outros. Alguns produtos disponibilizam doses extras de flúor e/ou contém agentes branqueadores dos dentes em sua composição. Há produtos que contém álcool e outros não.

Os antissépticos não apresentam a mesma formulação, costumam ser dividi-dos principalmente em quatro tipos: a base de gluconato de clorexidina (como o Periogard, da Colgate), óleos essenciais (eucaliptol, mentol e salicilato de metila, (Listerine), flúor (encontrado em vários deles) e cloreto de cetilpi-ridínio (Cepacol).

Quando usar o antisséptico bucal? Isto depende da necessi-dade de cada um. Apesar desses fármacos serem muito úteis em diversas áreas da odontologia, seu uso deve ser racional, ou seja, indicado somente nos casos ne-cessários, sob orientação de um dentista, fazendo-se um acom-panhamento do paciente para observar eventuais reações adver-sas, bem como a efetividade do tratamento.

O uso prolongado dos an-tissépticos bucais, que possuem álcool em sua fórmula, podem agredir a mucosa bucal. O ace-taldeído liberado pelo álcool é tóxico e pode fazer mal a sua saú-de, causando uma descamação; afeta também as papilas linguais, interferindo assim na função gus-tativa. Nos casos de pacientes que apresentam doença perio-dontal e todos aqueles que são submetidos a cirurgias bucais, os bochechos a base de Clorexidi- na são geralmente indicados pa-

ra o controle de placa. O diglu- conato de clorexidina é um anti- fúngico, bactericida (mata bac- térias) e bacteriostático (impede a proliferação de bactérias). A clore-xidina é atóxica, porém, deve ser usada apenas quando prescrita por um profissional habilitado. O uso prolongado de bochechos à base de clorexidina pode causar alteração do paladar, ou seja, o paciente frequentemente se quei-xa que o gosto dos alimentos mudou (para pior!). Além disso, pode causar queimaduras quími-cas e manchas nos dentes. Apesar de ser um excelente antisséptico, seu uso deve ser restrito aos ca-sos em que o dentista recomenda.

Os bochechos à base de tri-closan geralmente contém álcool em sua formulação porque é pra-ticamente insolúvel em água. O triclosan impede a proliferação de bactérias e os fabricantes ga-rantem um período de 12 horas de ação. Os bochechos à base de

Antisséptico bucal, quando devemos usar?

Pela Dra. Gracia Costa Lopes

óleos essenciais contém mentol, eucaliptol, timol e salicilato de metila. Apesar de considerados eficazes no controle de placa, são menos efetivos que a clorexidina. A vantagem é que não apresentam os efeitos colaterais associados, porém necessitam de álcool em sua composição para dissolver os óleos que são insolúveis em água. O cloreto de cetilpiridínio é um composto quaternário de amônio catiônico eficaz e tem 3 a 5 horas de ação. É um bom bacteriostático porque interfere na aderência bacteriana, assim como a clorexidina, seu uso prolongado pode manchar os dentes, a vantagem é que o cloreto de cetilpiridínio dispensa o álcool na sua composição.

Como usar corretamente? Antes de usar soluções para bochechos você de-ve escovar os dentes e passar o fio dental. Colocar uma quantidade adequada de líquido na boca como especificado na embalagem, ou conforme indicado pelo den-tista. Em seguida, fazer bochechos com os lábios fechados (durante 30 segundos). Finalmente dispensar o líquido da boca. Não se deve lavar, comer ou fumar por 30 minutos após o uso do antisséptico. É importante que, em caso de dúvidas, seu dentista seja consultado para que ele possa esclarecer e indicar o enxaguatório bucal ideal para o seu caso.

Portanto, não se esqueça que o enxaguatório bucal é um complemento impor-tante da sua escovação dentária, porém deve ser usado com moderação. Evite o uso diário sem acompanhamento de seu dentista.

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a primeira!

26 anos

Muito se ouve falar em sustentabili-dade, mas será que todos estamos a par da importância deste termo e qual a repercus-são dele no mundo?

Por que a ONU (Organização das Na- ções Unidas) decretou 2012 como Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos?

Atualmente, um em cada cinco habi-tantes do mundo não tem acesso à energia elétrica, isso significa aproximadamente 1,4 bilhões de pessoas, enquanto que outros 3 bilhões utilizam madeira, carvão, querose-ne para cozinhar e gerar aquecimento. Este dado é alarmante, pois os recursos naturais continuam sendo consumidos, quando se poderia utilizar energia de fontes renová-veis, como a solar e a eólica, entre outras, além de que a queima de combustíveis fós-seis contribui para a emissão de gases que geram o aquecimento global.

A ONU anunciou três metas princi-pais a serem atingidas até 2030: assegurar o acesso de todos aos serviços modernos de energia, reduzir em 40% a intensidade energética global e aumentar em 30% a uti-lização de energias renováveis em todo o mundo.

Para que esses objetivos sejam al-cançados, o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, ressaltou a importância da co-operação em diferentes instâncias: em primeiro lugar, entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, por meio do apoio à transição para tecnologias de baixo car-bono; na esfera nacional, entre agentes públicos e privados, por meio do desen-volvimento de um quadro institucional favorável e de investimentos, propriamente ditos; e a nível individual, cada um tem que fazer a sua parte em casa, economizando energia. Atitudes simples, como não deixar

luzes acesas em ambientes vazios, não de-morar muito tempo no chuveiro, nem abrir a porta da geladeira sem necessidade são princípios de economia.

Em plena era digital onde tecnologias nos colocam em contato com o mundo, via acesso rápido pela internet e todo o fun- cionamento econômico, industrial, admi- nistrativo e de saúde dependem da ener- gia elétrica, é praticamente impossível imaginar como que um quinto da popula-ção mundial ainda viva sem ela. Isso tem repercussão direta não apenas na quali-dade de vida destas pessoas, para suprir necessidades básicas do dia a dia, mas resultam em falta de acesso à educação, informação, saúde, saneamento, direitos básicos que todo ser humano deveria ter.

Muitos programas e pesquisas têm sido incentivados entre as universidades e instituições privadas para que tecnologias a serviço da sustentabilidade sejam criadas e implantadas. O importante é que estas novas tecnologias tenham espaço para serem efetuadas, sem serem barradas pe-la visão imediatista do sistema atual, que certamente não quer perder seu espaço. Precisamos ter consciência de que a explo-ração dos recursos naturais está exaurindo o planeta. O que pretendemos deixar para as gerações futuras?

Visando uma maior conscientização e incentivo para estes assuntos, de 15 a 21 de outubro, em todo o país, será realizada a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia com o tema Sustentabilidade para Todos. O encontro procura valorizar a criativida-de, as propostas de inovação e tecnologias para o desenvolvimento de uma economia verde.

Segundo José Eustáquio Diniz Alves, Doutor em demografia, “a Economia Verde

e Inclusiva é uma nova forma de organizar as atividades produtivas, que possibilita a melhoria do bem-estar da humanidade e a redução das desigualdades sociais, ao mesmo tempo que evita expor a bioesfera e as gerações futuras a significativos riscos ambientais e de escassez ecológica. Refe-re-se ao processo de reconfiguração das atividades econômicas e de infra-estrutura para oferecer melhor retorno sobre os in-vestimentos de capital natural, humano e econômico, enquanto reduz as emissões dos gases de efeito estufa, utiliza menos recursos naturais, gera menos resíduos e possibilita a reciclagem do lixo, a uni-versalização do saneamento básico e o reaproveitamento de matérias-primas e produtos manufaturados. Significa uma economia que faz mais com menos e uti-liza menor quantidade de bens materiais e maior quantidade de bens e serviços imate-riais e intangíveis. A economia verde implica a reconstituição das florestas, a defesa da biodiversidade, a promoção da agricultura sustentável, da aquacultura e dos recursos hídricos, assim como o planejamento urba-no e a promoção de transporte e prédios sustentáveis. É uma economia que incenti-va e articula a sociedade do conhecimento com o desenvolvimento sustentável, a cria-ção de empregos verdes com a diminuição das atividades poluidoras e possibilita o crescimento de novas oportunidades de renda, menor consumismo e maior inclu-são social.”

Procure informar-se em sua cidade dos locais onde será realizada a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e apro-veite para inteirar-se mais sobre o assunto.

Em Itajubá os eventos ocorrerão nos dias 17 e 18 de outubro, no Parque de Ex-posições, das 14h às 22h.

2012 – Ano Internacional da

Energia Sustentável para TodosPor Elaine Pereira

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Nas montanhas do sul de Minas Gerais, em um vale da Serra da Manti-queira, a 904 metros de altitude, situa-se Caxambu, o maior Complexo Hidromine-ral do Mundo. O Parque das Águas e seu conjunto arquitetônico e paisagístico de rara beleza, tombado pelo Instituto Esta-dual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG), com cerca de 210.000m2 de área e com 12 fontes de água mineral de alto poder diurético e desintoxicante, com propriedades quí-micas diferentes umas das outras, é um dos atrativos mais procurados. Através do colorido de suas paisagens, das belezas naturais, pelos encantos dos seus jardins floridos e pelo valor inigualável de suas miraculosas águas, Caxambu vem, desde a época do Brasil Colônia, conquistando seus visitantes.

O poder curativo e terapêutico das águas de Caxambu é a maior atração da cidade desde os tempos do Império. Sua fama foi reforçada no ano de 1868 quando a Princesa Isabel e seu marido, o Conde D’Eu aqui vieram em busca da cura de uma suposta infertilidade da Prince-sa, provocada por uma anemia profunda. Após um mês de tratamento com a água altamente ferruginosa da fonte que hoje leva seu nome, retorna à Corte e consegue engravidar. Em agradecimento, a Princesa Isabel mandou construir a Igreja Santa Isabel da Hungria, também tombada pelo IEPHA-MG.

O clima saudável de montanha faz desta cidade um sinônimo de natureza e tranquilidade, principalmente para aque-

les que buscam uma melhor qualidade de vida. Caxambu é um dos principais destinos turísticos de Minas, onde se usufrui das delícias de uma típica cidade do interior e de uma vida cultural inten-sa, com mostras de artes plásticas, boa música e ricas manifestações folclóricas. Os tratamentos com as águas medicinais, realizados num ambiente amplo e acolhe-dor, proporcionam excepcional bem-estar.

O suntuoso Balneário Hidroterápico, que completou 100 anos, foi construído em estilo neoclássico e passou por uma ampla reforma. O prédio é ricamente or-namentado com vitrais franceses. Os azulejos e os pisos, vindos de Portugal e da Inglaterra, formam belíssimos mosaicos e desenhos. Em seu interior são oferecidos banhos, duchas, saunas, piscina de hi-dromassagem, massagens terapêuticas e tratamentos estéticos.

Situado junto ao Parque das Águas, o Teleférico de Caxambu, com capacida-de para 80 lugares, percorre ao todo 908 metros e leva os visitantes até o cume do Morro, passando por cima do lago e da mata do Parque das Águas. Em seu per-curso é possível avistar o Balneário de Hidroterapia, além da maioria das Fontes, ele chega até o ponto culminante do mu-nicípio de onde se avista toda a cidade e a zona rural.

Para os desportistas, existem no Par-que quadras próprias para a prática de tênis, vôlei e bocha, além de uma pista de Cooper que circunda o lago. As piscinas, uma para adultos e outra para crianças, são abastecidas com água mineral da fon-

te Mayrink. Únicas neste estilo em toda a América Latina, elas renovam, diariamen-te, 42% de seu volume total, podendo ser consideradas, por isso, de água corrente. Em toda a extensão do Parque das Águas corre o Ribeirão Bengo o qual é cercado por lindas árvores.

O artesanato do município é um atrativo à parte. Possui boa variedade de produtos em palha, sisal, bambu, tapetes e colchas. No vestuário, destacam-se as malhas, bordados, tricô e crochê.

A típica gastronomia mineira é sem dúvida um dos muitos atrativos da cidade, dentre os mais conhecidos estão os doces – em especial o doce de leite e compotas, queijo mineiro e seu famoso pão de quei-jo, os deliciosos licores de frutas, polenta, tutu mineiro, feijão preto e carioquinha, cachaça – estes são os mais procurados e possuem sabor especial, uma vez que são produzidos de maneira artesanal.

A cidade possui um diversificado calendário anual de eventos, com várias atividades em todos os meses do ano. É famosa também por sediar congressos, feiras, seminários, casamentos e forma-turas, pois possui um moderno Centro de Convenções, com ótima infraestru-tura, salão com capacidade para 2.000 mil pessoas, foyer, 6 salas de 45m cada, anfiteatro para 350 pessoas e estaciona-mento.

Visite Caxambu, para mais informa-ções acesse www.descubracaxambu.com.br ou [email protected] Arantes. Secretaria de Turismo e Cultu-ra de Caxambu, Turismóloga.

Por Angela Arantes