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Designação da Disciplina: NARRATIVAS COMO FONTES PARA A PESQUISA
EM ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA: METODOLOGIAS QUALITATIVAS
DE PESQUISA, ANÁLISE CRÍTICA, FUNDAMENTOS E PROCEDIMENTOS
Domínio Específico ( X ) Domínio Conexo ( )
Natureza: Específica
No de Créditos: 08 N
o de Semanas: 15
Prof.(a) Responsável: Maria Ednéia Martins Salandim
Ementa:
O objetivo principal desta disciplina é discutir, de um ponto de vista teórico-filosófico,
as metodologias que têm as narrativas como base para investigações em Ensino de
Ciências e Matemática, suas naturezas, potencialidades e limitações. Serão tratadas, em
princípio, abordagens qualitativas específicas, quais sejam, os modos de trabalho com
narrativas e descrições (História Oral, Fenomenologia e “Escritas de Si”); a Etnografia; os
métodos historiográficos e as Cartografias Contemporâneas. Pretende-se, ainda, tomar
como referencial para o trabalho em sala de aula (para estudo crítico e exemplificações)
estudos já desenvolvidos (dissertações e teses) e em desenvolvimento (projetos de
pesquisa) em Ensino de Ciências e Matemática, de modo a situar e avaliar criticamente a
articulação entre objetos/temas, objetivos procedimentos e métodos, com ênfase na
postura investigativa assumida pelo pesquisador.
Bibliografia básica :
ALBUQUERQUE JÚNIOR, D.M. de.; VEIGA NETO, A.; SOUZA FILHO, A. (Orgs). Cartografias de
Foucault. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 1997.
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métodos. Porto: Porto Editora, 1991.
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CHERVEL, A. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. Teoria &
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prazeres e os perigos da confusão de fronteiras. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
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FAZENDA, I. (org.). Metodologia da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 1989.
FIORENTINI, D. ; LORENZATO, S. Investigação em Educação Matemática: Percursos Teóricos e
Metodológicos. São Paulo, 2006.
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GARNICA, A.V.M. A experiência do labirinto. São Paulo: Editora UNESP, 2008.
GEERTZ, C. O Saber Local. Rio de Janeiro: Vozes, 1997.
HALL, S. A identidade cultural da pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
HEINICH, N. A Sociologia de Norbert Elias. Bauru: EDUSC, 2001.
HALL, S. Quem precisa da Identidade? In Silva (org.). Identidade e Diferença: a perspectiva dos
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HARTOG, F. Tempo e Patrimônio. Varia Historia. Belo Horizonte: UFMG, vol. 22, n. 36, pp. 261-
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Educação, Rio de Janeiro: Autores Associados, n.19, p. 20-28, 2002.
LEJEUNE, P. O pacto autobiográfico: de Rousseau à Internet. Belo Horizonte: UFMG, 2008.
LINCOLN. Y. S. e GUBA, E. G. Naturalistic Inquiry. London: Sage, 1985.
MOLES, A. As ciências do impreciso. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.
MONTEIRO, R. Fazendo e aprendendo pesquisa qualitativa em Educacão. Juiz de Fora: UFJF, 1998.
MOURA, C.A. R. de. Crítica da Razão na Fenomenologia. São Paulo: EDUSP, 1989.
NÓVOA, A.; FINGER, M. O método (auto)biográfico e a formação. Lisboa: MS/DRHS/CFAP, 1988.
OLIVEIRA, F. D. Análise de textos didáticos: três estudos. Dissertação de Mestrado. Instituto de
Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2008.
PASSOS, E., KASTRUP, V., ESCÓSSIA, L. da. Pistas do método da cartografia: pesquisa-
intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009.
METODOLOGIA
As primeiras aulas devem servir para estabelecer alguns princípios do que tem sido
chamado “postura qualitativa de investigação”, considerando tópicos
específicos a essa discussão que devem ser retomados, pontualmente, a partir
de exemplos, no decorrer de todo o desenvolvimento da disciplina. Portanto, as
aulas iniciais serão expositivas, “guiadas” por textos previamente
disponibilizados.
As demais aulas ocorrerão na forma de seminários a serem coordenados, alguns pelo
professor, alguns pelos alunos, também a partir de textos previamente
disponibilizados.
Entende-se que os textos listados como referência bibliográfica inicial devem ser todos
estudados, mas a eles devem ser incorporados textos específicos, atendendo
aos interesses da turma e às especificidades dos projetos de pesquisa de cada
um dos alunos matriculados. Portanto, é fundamental atentar para a natureza
“inicial e básica” da listagem bibliográfica apresentada neste Plano de Disciplina.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Cada aluno será responsável por três seminários (um sobre seu projeto de pesquisa e a
respectiva metodologia – S1; outro sobre a abordagem metodológica de um
trabalho escolhido pelo aluno – S2; o terceiro sobre trabalho indicado pelo
professor – S3). A média parcial (MP) será a média aritmética das notas de cada
um desses seminários: 3
321 SSS . A média final (MF) será MF = k(MP), onde k
é a porcentagem de frequência na disciplina.
Todas as atividades serão realizadas durante o decorrer do curso, não havendo trabalho
para ser entregue após a finalização da disciplina.
Cada seminário deverá seguir um roteiro específico, negociado com os alunos, do qual
necessariamente constará: uma resenha – a ser disponibilizada previamente a
todos os alunos – sobre o tema do seminário e a abordagem; os tempos
máximo e mínimo da atividade; e um critério de avaliação.
UNIDADE: Faculdade de Ciências
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA DISCIPLINA
1. Metodologia, Pesquisa, Abordagem Qualitativa, Ensino de Ciências: temas centrais à
discussão
1.1. Paradigmas científicos
1.2. Rigor, método, procedimentos, indução/dedução, teorização, discursos “êmico” e “ético”
1.3. Hermenêutica
1.3.1. Hermenêuticas originárias, Hermenêuticas contemporâneas
1.3.1.1. A virada hermenêutica das Ciências Sociais, Hermenêutica de Profundidade
2. Narrativas e descrições
2.1. Uma primeira abordagem ao significado de “narrativa” e suas potencialidades para a
pesquisa em Ensino de Ciências
2.1.1. Práticas, Experiências, concepções
2.1.2. “Escritas de si”
2.2. Análise de Narrativas: análise narrativa de narrativas, análise paradigmática de narrativas
2.3. História Oral
2.4. Fenomenologia e Método fenomenológico
2.4.1. Aspectos fundacionais: uma abordagem inicial
2.4.2. Pesquisa Qualitativa de viés fenomenológico
2.4.3. Análise ideográfica e Análise Nomotética
3. Etnografias
3.1. Abordagem inicial sobre a natureza de uma abordagem etnográfica
3.2. Etnociências e Método etnográfico.
4. Os métodos de escrever história
4.1. História, Historiografia, Histórias “particulares” (História da Ciência, História da Educação,
História da Matemática/Física/Biologia/Química, História das Instituições, História das
Disciplinas Escolares)
4.2. O método historiográfico como abordagem qualitativa de pesquisa
4.3. Fontes e documentos, fatos e versões, verdade e plausibilidade, abordagem global e local
4.4. Escola dos Annales, História Cultural
4.4. Interlocuções da História e outros campos do saber acadêmico-científico
4.5. História Oral como metodologia em Historiografia
5. Cartografias
5.1. Abordagens contemporâneas: o método cartográfico
5.1.1. Cartografia, Cartografia Simbólica, Cartografia como metáfora, Cartografia como método
5.1.2. Alguns pressupostos e exemplos do método cartográfico em Educação e Ensino de
Ciências
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO: Educação para a Ciência
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Ensino de Ciências
DISCIPLINA: METODOLOGIAS QUALITATIVAS DE PESQUISA: ANÁLISE CRÍTICA DE FUNDAMENTOS E
PROCEDIMENTOS
CARACTERÍSTICA: Domínio Específico
Natureza: Específica
Nível de Mestrado e Doutorado
CARGA HORÁRIA: 120 horas/aula
DURAÇÃO: 15 semanas
NÚMERO DE CRÉDITOS: 08 (oito)
NÚMERO MÍNIMO DE ALUNOS: 5 (cinco)
NÚMERO MÁXIMO DE ALUNOS: 20 (vinte )