resumos de metodologias qualitativas

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  • 7/29/2019 Resumos de Metodologias Qualitativas

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    Exame

    Diferenas entre mtodo qualitativo e qualitativo (caracterizar o tipo demetodologia, paradigma, indutivo);

    Pressupostos mtodo qualitativo; O que a anlise de contedo, objectivos, tipos de anlise; Tcnicas: entrevista e observao (conceito, tipos, implicaes para a investigao

    com recurso a esta tcnica, fasiologia, questes ticas);

    Questes ticas (entrevista, realidade da pessoa, tica na prpria observao,consentimento informado) (do momento da questo de partida at ao fim h

    preocupao tica; a prpria tcnica que se utiliza, suscita questo tica; entrevista

    (respeitar o inquirido) observao (familiarizado com o contexto, algumas

    caractersticas do contexto podem suscitar erros na prestao de cuidados);

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    DIFERENAS ENTRE MTODO QUALITATIVO E QUANTITATIVO

    Segundo o processo formal, os estudos podem ser:

    Dedutivo: do geral para o particular, da causa para o efeito Indutivo: do particular para concluses de carcter geral; o objectivo de descobrir

    generalizaes e teorias a partir da observao sistemtica da realidade e/ou

    experimentao.

    Hipottico-dedutivo: o investigador procede em primeiro lugar de forma indutiva(formulao de hipteses) e depois passa s implicaes de forma dedutiva.

    Investigao quantitativa:Perspectiva cientfica quantitativa

    Investigao qualitativa:Perspectiva humanstica qualitativa

    Paradigma positivista, normativo Paradigma interpretativo

    Objectividade Subjectividade

    Cincia nomottica: baseada na

    regularidade e repetibilidade dos factos

    dirigindo-se para o estabelecimento de leis

    gerais.

    Cincia ideogrfica: estudo particular e

    individual dos fenmenos no pretendendo

    o estabelecimento de leis gerais.

    Observao / anlise extensiva Observao / anlise intensiva(Fonte: slides do CCFE)

    A metodologia qualitativa caracteriza-se por:

    Uma viso holstica e naturalista; Colheita e anlise dos dados pouco estruturada; Uso do raciocnio indutivo; Amostras mais pequenas e no significativas; A colheita e anlise de dados podem ser efectuadas quase em simultneo at a

    saturao dos mesmos;

    A anlise de contedo a tcnica de anlise da informao recolhida.

    Investigao quantitativa Investigao qualitativa

    Relao com o objecto: Mais distante Grande proximidade

    Instrumentao Questionrios, escalas,

    entrevistas estruturadas, etc.

    Entrevistas, observao,

    narrativas, histrias de vida

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    Neutralidade Medir com preciso o

    construto, questionrios

    annimos sem relao directa

    com o participante do estudo

    Relao de contacto,

    participao do investigador,

    no h neutralidade do

    investigador

    Casualidade Caracterstica fundamental Substituda pela descrio

    Generalizao Estatstica Metodolgica

    Palavras-chave: controlo,extenso

    Palavras-chave: compreenso,profundidade

    Testa teorias Constri teorias

    Preocupaes dominantes:objectividade, generabilidade,reprodutibilidade

    Essas preocupaes sosecundrias

    Lgica da verificao Lgica da descoberta

    O que ser significativo conhecido precisamente

    A prioritudo pode sersignificativo

    O contexto colocado O contexto apreendido

    O controlo a prioridasvariveis pode estabelecercorrelaes e relaes causais

    O controlo a posterioridasvariveis / unidades de anlise

    Procedimentos modificados e

    fixados:o Objectivao Simplificao da realidadeo Generalizao estatstica

    Procedimentos variveis:

    o Subjectivao Compreenso e

    apresentao dacomplexidade

    o Generalizaometodolgica

    (Fonte: apontamentos das aulas e slides do CCFE)

    Investigao quantitativa Investigao qualitativaParte da premissa que a realidade

    constituda de factos objectivamente

    observveis.

    Parte da premissa que a realidade

    constituda de fenmenos socialmente

    construdos.

    Resultados com base em quantidades,

    responde a questes tipo Quantos?.

    Tem a finalidade de determinar as causas

    dos factos.

    Resultados com base em contedos,

    responde a questes tipo Quais?.

    Pretende compreender melhor os

    fenmenos.

    O pesquisador imparcial e neutro. H o

    mnimo de envolvimento do pesquisador

    O pesquisador um participante activo, no

    neutro, envolvido subjectivamente.

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    para minimizar enviesamentos.

    Raciocnio dedutivo. Objectividade. Observa

    factos e colhe dados objectivos. Raciocnio

    directo e causal.

    Raciocnio indutivo. Subjectividade. Observa

    eventos e colhe dados subjectivos.

    Raciocnio interpretativo.

    Visa generalizar os resultados. Populaesde tamanhos maiores e amostras bemdefinidas e representativas.

    Os resultados obtidos so particulares paraa populao estudada. Populaes detamanho pequeno, no representativas.

    As hipteses so definidas antecipadamentecom o apoio do conhecimento j existente.

    As hipteses so construdas ao longo dainvestigao.

    A anlise dos dados realizada com o usode Estatstica.

    Analisa as informaes colhidas de formasubjectiva.

    A confiabilidade est no mtodo, preciso,rigor e iseno. Fidelidade dos mtodos.

    A confiabilidade est no pesquisador e naforma como interpreta. Validade => uso da

    triangulao. Falta de fidelidade dosmtodos

    Os tipos de pesquisa que faz uso so:descritiva, comparativa, correlacional,quase-experimental, experimental.

    Tipos de pesquisa usados: descritiva-exploratria.

    (Fonte: slides das aulas Investigao da UCP)

    A metodologia qualitativa particularmente til:

    Nos processos de tomada de deciso: saber a opinio das pessoas; Apreenso do real: processos de vivencia das pessoas em situao de crise /

    experincias crticas da vida (doena crnica, etapas do desenvolvimento, perdas, luto,

    etc.);

    Relaes sociais: nomeadamente enfermeiro utente; No estudo das influncias ambientais sobre os sistemas de cuidados.

    (Fonte: slides do CCFE)

    Resumo do artigo Pesquisa Qualitativa Caractersticas, usos e possibilidades

    (Neves, 1996)

    A pesquisa qualitativa surge inicialmente na Antropologia e Sociologia, ganhando espao nos

    ltimos 30 anos em reas como a Psicologia, a Educao e Administrao de Empresas.

    Enquanto os estudos quantitativos geralmente procuram seguir com rigor um plano

    previamente estabelecido (baseado em hipteses claramente indicadas e variveis que so

    objecto de definio operacional), a pesquisa qualitativa costuma ser direccionada, ao longo

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    de seu desenvolvimento; alm disso, no busca enumerar ou medir eventos e, geralmente,

    no utiliza testes estatsticos para analisar os dados; seu foco de interesse amplo e parte de

    uma perspectiva diferenciada da adoptada pelos mtodos quantitativos. Dela faz parte a

    obteno de dados descritivos mediante contacto directo e interactivo do pesquisador com a

    situao objecto de estudo. Nas pesquisas qualitativas, frequente que o pesquisador procure

    entender os fenmenos, segundo a perspectiva dos participantes da situao estudada e, a

    partir, da situe sua interpretao dos fenmenos estudados.

    Segundo Godoy (1995), as caractersticas essenciais da investigao qualitativa so:

    O ambiente natural como fonte directa dos dados e o pesquisador como instrumentofundamental;

    Carcter descritivo; Significado que as pessoas do as coisas e sua vida como preocupao do

    investigador;

    Enfoque indutivo.

    A pesquisa qualitativa compreende um conjunto de diferentes tcnicas interpretativas que

    visam a descrever e a descodificar os componentes de um sistema complexo de significados.

    So realizados no local de origem dos dados e embora no rejeitem a lgica do empirismo

    cientfico, assumem uma perspectiva de anlise fenomenolgica quando se trata de

    fenmenos singulares e dotados de certo grau de ambiguidade. O trabalho de descrio

    fundamental no estudo qualitativo pois atravs dele que so recolhidos os dados.

    Os pesquisadores que utilizam os mtodos qualitativos em Cincias Sociais esto mais

    preocupados com os processos sociais do que com a estrutura social, procuram visualizar o

    contexto, ter uma integrao emptica com o processo objecto de estudo de modo a permitir

    uma melhor compreenso do fenmeno.

    Os mtodos qualitativos e quantitativos no se excluem e na verdade, complementam-se e

    podem contribuir, em um mesmo estudo, para um melhor entendimento do fenmeno. A

    combinao de metodologias quantitativas e qualitativas denominada por triangulao (Jick,

    1979).

    A triangulao pode estabelecer ligaes entre descobertas obtidas por diferentes fontes,ilustr-las e torn-las mais compreensveis; pode tambm conduzir a paradoxos, dando nova

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    direco aos problemas a serem pesquisados. Um plano cuidadoso de emprego cuidadoso de

    mtodos quantitativos e qualitativos deve supor que a anlise dos dados se d ao longo da

    execuo do estudo, o que eventualmente pode provocar seu redireccionamento. Morse

    (l991) prope o emprego da expresso "triangulao simultnea" para o uso ao mesmo tempo

    de mtodos quantitativos e qualitativos. Ressalta que, na fase de colheita de dados, a

    interaco entre os dois mtodos reduzida, mas, na fase de concluso, eles se

    complementam. Em contraposio a essa forma de combinar os dois mtodos, o autor sugere

    o que chama de "triangulao sequenciada", na qual os resultados de um mtodo servem de

    base para o planeamento do uso de outro mtodo que o segue, complementando-o.

    Duffy (1987) indica os seguintes benefcios da utilizao conjunta dos mtodos qualitativos e

    quantitativos:

    1. Possibilidade de associar o controlo dos viesses (pelos mtodos quantitativos) comcompreenso da perspectiva dos agentes envolvidos no fenmeno (pelos mtodos

    qualitativos);

    2. Possibilidade de congregar identificao de variveis especficas (pelos mtodosquantitativos) com uma viso global do fenmeno (pelos mtodos qualitativos);

    3. Possibilidade de completar um conjunto de factos e causas associados ao uso dametodologia quantitativa com uma viso da natureza dinmica da realidade;

    4. Possibilidade de enriquecer constataes obtidas sob condies controladas comdados obtidos dentro do contexto natural de sua ocorrncia;

    5. Possibilidade de reafirmar validade e confiabilidade das descobertas pela utilizao detcnicas diferenciadas.

    Nota das aulas de qualitativas: ter em ateno que ao falarmos de triangulao existe a noo

    de complementaridade atravs de mtodos, instrumentos, investigadores, teorias.

    Os mtodos qualitativos podem redireccionar o rumo de uma investigao medida que o

    investigador melhor conhece a natureza do fenmeno.

    Exemplos de abordagens de natureza qualitativa:

    1. A pesquisa documental: constituda pela anlise de materiais que ainda noreceberam um tratamento analtico ou que podem ser reexaminados com vistas a uma

    interpretao nova ou complementar. Este tipo de pesquisa permite o estudo depessoas a que no temos acesso fsico (distantes ou falecidas);

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    2. O estudo de caso: a anlise profunda de uma unidade de estudo, ou seja, visa oexame detalhado de um ambiente, de um sujeito ou de uma situao particular;

    3. Estudo etnogrfico: envolve um longo perodo de estudo em que o pesquisador fixaresidncia em uma comunidade e passa a usar tcnicas de observao, contacto

    directo e participao em actividades. marcado pela viso do todo, pela preocupao

    com o significado. O importante no a forma como os factos se revestem mas o seu

    sentido.

    Etnografia (Ramo da Antropologia): compreender a viso que os sujeitos possuem domundo. Estuda os eventos e acontecimentos relacionados cultura e s diferenas

    culturais.

    Fenomenologia: estuda a complexidade da experiencia humana (estudo holstico). Visao estudo e a interpretao de fenmenos como um todo.

    Etnometodologia (mais para a Sociologia): como as pessoas compreendem as suasactividades no quotidiano.

    Teoria fundamentada em dados: visa a formulao de uma teoria que possa seraplicada em outros eventos.

    (Fonte: slides do CCFE e aulas Investigao da UCP)

    Problemticas com as metodologias qualitativas: no devem ser negados mas sim

    considerados. Fundamentalmente derivam do facto do uso da linguagem na expresso das

    ideias (comunicao) e a descodificao que realizada pelo pesquisador para que a anlise

    qualitativa possa ser realizada.

    1. As diferenas de estilo, significncia atribudas, os sinais que no so captados, etc.todas estas diferenas devem ser tidas em considerao;

    2. Maiores necessidades de tempo que necessrio para efectuar o registo, organizar,codificar e analisar os dados;

    3. Os pesquisadores so seres humanos pelo que um investigador srio deve reconhecera possibilidade da existncia de viesses na interpretao que fez.

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    ANLISE DE CONTEDO

    Tudo o que dito ou escrito susceptvel de ser submetido a uma anlise de contedoBardin,1977

    um conjunto de tcnicas de anlise das comunicaes, que utiliza procedimentossistemticos e objectivos de descrio do contedo das mensagensBardin, 1977

    Consiste em classificar em categorias estabelecidas os elementos de um texto ou deuma comunicao que se quer analisar Dencker,2001

    As categorias emergem dos dados Ou podem ser definidas anteriormente!

    O objectivo da anlise de contedo compreender criticamente o sentido dacomunicao, o seu contedo manifesto (sim/no; a favor/contra) ou latente, as

    significaes explcitas ou ocultas. Chizzotti, 1998

    Temos que analisar o que se diz e o que se mostra, pretende-se desocultar o que no se v edesnudar de modo a chegar ao mago dessa mensagem, retirando o suprfluo

    ETAPAS DA ANLISE DE CONTEDO

    1 Etapa:Leitura inicial;

    Leitura transversal da informao; Percepo de um sentido.

    O investigador toma o primeiro contacto com todo o material que vai ser objecto de

    anlise. Bardin prope que se proceda a uma leitura do tipo flutuante, onde as primeiras

    impresses e orientaes devem impregnar o investigador fornecendo informaes, queconstituiro as hipteses emergentes, que se consolidaro ao longo da anlise.

    2 Etapa: Pr analise;

    Colheita e organizao do material a ser analisado Identificar as unidades deanlise

    Corresponde a um perodo de intuies, mas tem por objectivo tornar operacionais e

    sistematizar as ideias iniciais, de maneira a conduzir a um esquema preciso do

    desenvolvimento das operaes sucessivas, num plano de anlise

    3 Etapa:Identificao de categorias;

    Estudo aprofundado de material, orientado pelos objectivos e pelo referencial terico. Escolha das unidades de anlise (a palavra, o tema, a frase, os smbolos, etc).

    Essas unidades so aglutinadas segundo algum critrio e definem as categorias.

    4 Etapa:Classificao da informao;

    As categorias devem ser: Homogneas no se pode misturar temas numa mesma categoria Exaustivas esgotar a totalidade do texto e englobar o mximo dos contedos Exclusivas o mesmo indicador (palavra, smbolo, etc.) no pode existir em mais

    que uma categoria.

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    Objectivas as caractersticas de cada categoria devem ser explicitas semambiguidade de forma a que investigadores diferentes cheguem a resultados

    idnticos

    Pertinentes devem manter estreita relao com os objectivos e com o contedoque est a ser classificado

    5 Etapa:Interpretao e inferncias.

    O investigador faz as suas inferncias e realiza as suas interpretaes, de acordo com oquadro terico e os objectivos propostos, ou identifica novas dimenses tericas

    sugeridas pela leitura do material

    Elementos da anlise de contedo:

    As unidades de anlise (registo) - so elementos unitrios de contedo a seremsubmetidos a posterior classificao. Podem ser palavras, frases ou temas.

    o segmento mnimo de contedo que se considera necessrio para proceder

    anlise colocando-o numa determinada categoria

    As unidades de contexto - so unidades maiores que as unidades de anlise egeralmente contm vrias destas. Trata-se do contexto mais amplo;

    Constitui o segmento mais longo de contedo que o investigador considera quando

    caracteriza uma unidade de anlise, sendo a unidade de anlise o mais curto

    A categorizao - consiste em agrupar dados de acordo com a semelhana queapresentam.

    As categorias so rubricas significativas, em funo das quais o contedo ser

    classificado e eventualmente quantificado.

    A definio de categorias pode ser feita a prior ou a posteriori

    Tipos de anlise de contedo:

    Semntica/temtica (categorias temticas) tentam revelar as representaes sociaisou os juzos dos locutores a partir de um exame de certos elementos constitutivos do

    discurso

    Sintctica(verbos, adjectivos) Expressiva incide sobre a forma da comunicao, cujas as caractersticas

    (vocabulrio, tamanho das frases, contedos implcitos, perturbaes na linguagem, os

    bloqueios, as dvidas, as reticncias) facultam uma informao sobre o estado deesprito do locutor e suas tendncias ideolgicas.

    As especificidades da anlise de contedo: - questes que vo saindo da anlise de conteudo

    1. Persistncia no contacto com os fenmenos em estudo ao contrrio das estratgiasde investigao em que a recolha de dados pontual, na anlise de contedo em que se

    estuda as situaes com alguma profundidade, a persistncia do contacto facilita a

    recolha de dados, o que gera qualidade na informao.

    2. Peer debriefing Estratgia onde as pessoas trocam impresses sobre elas, sobre oscasos.Colocam-se as pessoas a falar sobre o assunto para identificar pistas de investigao;

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    3.Anlise de casos singulares Teorias que se fazem com base numa s situao, anlisede contedo pode ento ser utilizada em casos singulares;

    4. Descodificao das estratgias e identificao das regularidades e irregularidades Oque acontece sistematicamente ou esporadicamente em diferentes meios e porque

    que acontece.

    A anlise de contedo tem como propsitos:

    Descrever tendncias no contedo das comunicaes Comparar mensagens, nveis e meios de comunicao; Avaliar a clareza das mensagens; Descobrir estilos de comunicao; Identificar intenes, caractersticas e apelos na comunicao; Identificar valores e ideologias.

    As Exigncias da pesquisa qualitativa: - tendo subjacente a anlise de contedo

    1. Objectividade consiste em tornar os dados os mais objectivos possveis para seremtrabalhados.

    Assim transformamos a anlise de contedo em categorias, tornar, objectivo o que

    subjectivo;

    2. Contextualizao de um fenmeno a percepo de um fenmeno no sistema emque ele se insere.A informao analisada, percebida e reflectida no contexto onde esta se insere;

    3. Validao Externa A validao o processo de avaliao da integridade do estudo.Trata-se de um processo que eu posso desenvolver para comparar os dados do meu

    estudo com outros estudos.

    sempre comparar o resultado de um estudo com outros estudos.

    4. Validao Interna a avaliao da integridade da informao que analisada comrecurso a diferentes fontes e mtodos. Ex. comparar os dados de uma entrevista com

    dados recolhidos pela observao;

    5. Rigor uma exigncia de toda a investigao. Promove-se o rigor observando ascaractersticas ticas. Consiste em distanciar bem aquilo que observo em campo,

    daquilo que depreendo, das minhas opinies e interpretaes.

    6. Consistncia Como vejo a realidade, como analiso e como os outros a vemTudo isso tem que ser descrito e analisado. No devo fazer afirmaes sem estarem

    sedimentadas

    A progresso do tratamento da informao (anlise tpica de observao)

    Fase descritiva (o investigador estudou todo o contexto e todos os fenmenosobservveis no contexto)

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    Fase focalizada (identificou domnios/dimenses que suscitavam o seu interesse) Fase taxonmica (identificou dentro de cada domnio as categorias e estabeleceu

    relaes entre as categorias)

    Fase selectiva (observou algumas coisas, aumentou o leque de conhecimentos)

    At que ponto os meus dados so vlidos?

    1- Saturao

    Quando sentimos que o recurso a novos dados no suscita ganhos;

    2- Triangulao entre mtodos

    Comparao entre dados provenientes de diferentes observadores sobre o mesmo

    fenmeno, com recurso a mtodos interpretativos diversos;

    3- Triangulao entre diferentes metodologias

    Comparao entre dados quantitativos e qualitativos.

    ANLISE QUANTITATIVA E QUALITATIVA de DADOS

    A abordagem quantitativa fundamenta-se na frequncia de certos elementos dasmensagens.

    A abordagem qualitativa recorre a indicadores susceptveis de permitir infernciaspor ex. a presena ou ausncia, pode construir um ndice mais importante que a

    frequncia da apario.

    O que caracteriza a anlise qualitativa o facto de a inferncia ser fundada na presena do

    ndice (tema, palavra, personagem) e no na frequncia da sua apario em cada

    comunicao individual

    TRIANGULAO

    Define-se como o emprego de uma combinao de mtodos e perspectivas que permitem tirar

    concluses vlidas a propsito de um mesmo fenmeno

    um termo utilizado para descrever o processo de combinao de diferentes mtodoscom o objectivo de compreender uma realidade particular (Cresswell, 2003);

    a tentativa de inferir ou explicar de forma mais consistente a riqueza e acomplexidade do comportamento humano, estudando-o a partir de diferentes pontos

    de observao (Cohen e Manion, 1986)

    TIPOS DE TRIANGULAO (no so mutuamente exclusivos, podem estar associados)

    1. Dados: consiste numa colheita de dados junto de diversas fontes de informao a fimde estudar um fenmeno e inclui trs aspectos:

    Temporal representa a explorao de influncia do fenmeno em momentosdiferentes

    Espacial a colheita de dados desenrola-se em vrios meios.

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    comparar os dados oriundos em diferentes contextos (em locais ou servio

    diferentes)

    Pessoas (fontes) estudam-se diferentes populaes alvo (indivduos, grupos,)

    2. Investigadores: participao de 2 ou mais investigadores no estudo do mesmofenmeno e na anlise dos dados com vista a assegurar uma maior fidelidade dos

    resultados

    3. Terica caracteriza-se pela avaliao da pertinncia e da perspectiva das hiptesesou das teorias concorrentes. Comparabilidade dos dados entre vrias bases tericas

    4. Metodolgica consiste em utilizar vrios mtodos de investigao num mesmoestudo

    5. Interna a comparao dos dados obtidos entre si mas que no exclui os outros tiposde triangulao

    A investigao mais uma procura do que um encontro: Tipo mola helicoidal, isto , por vezes o pesquisador pode ter que voltar a uma etapa

    inicial por ter surgido dvidas a partir das descobertas encontradas

    A triangulao e a anlise de dados

    na fase focalizada e taxonmica que se recorre triangulao porque aqui que se

    tem que catalogar

    Fase descritiva (o investigador estudou todo o contexto e todos os fenmenosobservveis no contexto)

    Fase focalizada (identificou domnios/dimenses que suscitavam o seu interesse) Fase taxonmica (identificou dentro de cada domnio as categorias e estabeleceu

    relaes entre as categorias)

    Fase selectiva (observou algumas coisas, aumentou o leque de conhecimentos)

    PREOCUPAES no uso da triangulao:

    1. Lgica da compensao (mtodo, tempo, profundidade)Tentar ultrapassar as dificuldades da investigao custa da triangulao;

    2. Dificuldade em lidar com um vasto conjunto de informao e referncias conceptuaiscontraditrias

    as debilidades e dificuldades tericas podem ser ultrapassadas com a triangulao, no

    entanto por vezes prefervel assumir um autor e estud-lo em profundidade do que

    utilizar vrios autores ou conceitos superficialmente;

    3.Ambiguidades e insegurana face aos mtodosas diferenas nos resultados so assumidos pelo investigador;

    4. Preocupao com a confirmaouso da triangulao de modo a confirmar os dados observados e os resultados obtidos;

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    5. Reproduo da lgica positivistapode ser necessrio o recurso a mtodos quantitativos que permitam produzir

    inferncias que permitam comprovar as hipteses. Transposio dos mtodos

    quantitativos a mtodos qualitativos;

    6. Debilidades a nvel da utilizao de tcnicas a capacidade do observador fundamental para a obteno de dados relevantes para oestudo pelo que por vezes um investigador ao aperceber-se das falhas da entrevista pode

    queres utilizar um questionrio.

    Triangulao

    Quantitativo (recurso a escalas, inquritos) + Qualitativa (Focus group)d-nos uma percepo mais completa e o recurso aos 2 mtodos que se chama

    Triangulao

    Benefcios no uso da triangulao

    Acesso a diferentes dimenses do objecto de estudo; No minimiza a exigncia face aos mtodos; No confirma informao mas pode gerar novos focos de questionrio; Pode proporcionar mais consistncia em estudos cujo objectivo seja gerar definies

    operatrias;

    Deve enunciar as regularidades e as dissonncias.Questes a considerar na utilizao da triangulao

    1. Pode esclarecer conexes e redes de pertena entre conceitos;2. Que representatividade observada do discurso evidncia:?3. A triangulao terica pode conduzir a uma maior robustez das pesquisas4. Preocupao com a tica e com a preparao da pesquisa qualitativa

    o entrevistador deve preparar-se convenientemente para o papel de investigador porque

    o seu comportamento pode influenciar os resultados;

    5. H alternativas?O facto de pensar na hiptese de que possam existir outras alternativas prprio das

    metodologias qualitativas;

    NOTA: Por vezes necessrio recorrer ao chamado (denominado) informante privilegiado e

    que permite aceder a outras informaes ou mesmo autorizar o acesso a outras pessoas que o

    investigador deseja entrevistar (ex. padre da freguesia, chefe da aldeia, feiticeiro, etc.)

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    Inqurito

    Tcnica onde se faz perguntas Existem 3 tipos: Questionrio, entrevista e focus group

    Questionrio - no h uma relao imediata entre que recolhe e fornece dados,

    isso que separa conceptualmente das outras duas;A entrevista estruturada um formulrio. E um guio onde as pessoas

    respondem pela ordem que l est.

    ENTREVISTA

    Forma de comunicao verbal entre o entrevistador e o entrevistado, implicandouma relao directa entre ambos;

    O entrevistador procura obter informao sobre a opinio do entrevistado sobre otema ou temas em estudo;

    A grande vantagem a sua flexibilidade, podendo avaliar a condio em que estase desenvolve.

    Tambm permite ajustar-se ao grau de conhecimento da pessoa, sua facilidadeou no de percepo do entrevistado., podendo-se ajustar os termos;

    til para permitir que a pessoa se justifique diga os porqus o que pensa.A entrevista implica um contacto real entre pelo menos 2 pessoas:

    Dada esta flexibilidade, pode constituir-se como tcnica nuclear, quando um

    instrumento nico, ou secundrio, quando se utiliza outra tcnica, como a aplicao de

    escalas e a seguir se faz a entrevista. Em trabalhos de orientao quantitativa ou

    qualitativa. Pode ainda ser uma tcnica prvia para a elaborao de um questionrio,

    constitui assim uma etapa inicial para definio de questes par colocar no

    questionrio.

    Esta uma das tcnicas de recolha de dados mais utilizada em cincias

    humanas porque:

    Permite obter informaes. Sobre factos e dados objectivos; Mas tambm sobre o que as pessoas sabem, acreditam, pretendem

    fazer ou fizeram, explicaes, racionalidades e opinies. uma ptima tcnica de

    EXPLORAES

    VANTAGENS DA ENTREVISTA:

    1. Possibilita o acesso a diferentes tipos de dados;2. Permite esclarecer ou aprofundar determinadas problemticas;

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    3. flexvel sob o ponto de vista da sua utilizao, conduo e tratamento de dados;4. Apropriada a determinadas populaes especficas (pop analfabeta)5. Permite ter uma noo da compreenso das questes;6.

    As perdas so reduzidas;

    7. Possibilita agregar outras informaes sobre o entrevistado.

    JUSTIFICAO DA ENTREVISTA (Santiago, 2007)

    Argumento Epistemolgico: Explorao em profundidade do discurso e

    posies dos actores sociais (melhor acesso ao conhecimento)

    Argumento Politico e tico: Compreenso e conhecimento a partir do interior

    dos dilemas e desejos dos actores sociais, permite saber o porqu ou porqus das

    coisas.

    Argumento Metodolgico: tcnica privilegiada de acesso experincias dos

    actores sociais

    FINALIDADES DA ENTREVISTA

    Para Ghiglione e Matalon (1997), a escolha do tipo de entrevista a realizar est

    relacionada com a finalidade com que a mesma aplicada.

    As entrevistas podem cumprir quatro finalidades:

    Controlo destina-se a validar dados obtidos em estudos j realizadosVerificao pretende-se validar dados obtidos em estudos anteriores, mastambm detectar factores que influenciem a situao estudada, mas que sejam

    desconhecidos para o investigador.

    Aprofundamento Pode tambm proporcionar o aprofundamento doconhecimento do investigador em relao a um determinado domnio.Explorao - fornece dados ao investigador sobre uma temtica desconhecidapor si, mas sobre a qual tenha algum interesse.

    FASEAMENTO DA ENTREVISTA

    (entrevista uma tcnica e no apenas um instrumento porque para alm de

    um guio tem que ter uma estratgia/percia do investigador)

    Planeamento da entrevista;

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    (autorizao (consentimento); explicar os objectivos, o que vou fazer com os dados)

    Realizao;(efectuar o estudo preparatrio para a entrevista)

    Salvaguarda de dados;

    (pedir autorizao para gravao dos dados; dizer pessoa que depois da entrevista

    ela pode recusar que os dados sejam divulgados, depois de ter visto o que

    respondeu durante a entrevista)

    Interpretao;(obriga a anlise de contedo; se tiver dvidas deve voltar atrs e perguntar

    novamente s pessoas)

    Tratamento e codificao.(Temos elementos para fazer inferncias, se surgirem dvidas, podemos voltar ao

    entrevistado e esclarec-las)

    A entrevista Porqu?

    Fonte de significados e representaes;Revela coisas no observveis.Para qu? Entender a perspectiva do entrevistadoComo? Proporcionar conforto, confiana e segurana; Facilitar a reflexo

    Consigo ter acesso a informao escondida. Explorao de situaes.

    A qualidade da entrevista depende tambm do entrevistador

    Tipos de entrevista(classificao, em termos de relao com o entrevistado)

    Presencial; No presencial

    TIPOS DE ENTREVISTA (Ghiglione e Matalon,1997)

    No directiva, livre ou no estruturada (tenta-se explorar a livre associao deideias; importante no s o que a pessoa responde, mas como a pessoa responde)

    Semi-directiva ou semi-estruturada (normalmente o investigador deve ter umguio da entrevista; temos em conta o guio, no entanto podem acontecer coisas

    que no esto no guio; trocar a ordem das perguntas, acrescentar, etc)

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    Directiva, estandardizada ou estruturada(h um guio que seguido de formargida; um requisito do mtodo)

    Entrevista no estruturada Desenvolve-se de uma forma informal; Realiza-se com frequncia na observao participante; Permite analisar o discurso e as componentes de anlise (as dimenses dodiscurso e o contedo);

    As questes emergem de forma natural, no estruturada; No existe um guio estruturada; O trajecto da narrativa uma fonte de informao; Vantagens e limitaes

    (a informalidade pode ser um dado importante sem guio sem perguntas pode ser

    ptimo na aceitao, na fluidez do dilogo, mais produtiva) & (identificar os objectivos,

    pontos de interseco entre as entrevistas, limites da investigao, encontrar o equilbrio).

    Entrevista Semi-estruturada

    Desenvolve-se de forma formal mas flexvel; Realiza-se com frequncia em pesquisas qualitativas; (mtodo de eleioneste mtodo de pesquisa)

    Permite obter frequncias de resposta face a indicadores e/ou opinies; As questes so pr determinadas (mas s parcialmente) Existe um guio estruturado como referncia; A narrativa e o seu contexto so fontes de informao; Vantagens e limitaes(pode-se acrescentar questes, tem uma referncia, etc) & (o facto de acrescentar

    questes tambm vai dificultar a nossa anlise)

    Entrevista estruturada:

    Desenvolve-se de uma forma formal; Realiza-se com muita frequncia em pesquisas quantitativas; Permite obter frequncias de resposta face a indicadores precisos;

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    As questes so pr-determinadas; Existe um guio estruturado; O contedo da narrativa fonte de informao;

    Vantagens e limitaes(Tem obrigatoriamente em 10 inquiridos, dez respostas sobre o mesmo assunto) & (quase

    impossibilidade de se expandir o leque de questes a explorar)

    AS PERGUNTAS

    Devem adequar-se ao contexto; Devem ser curtas e objectivas; Saber dosear a curiosidade e a humildade; Gerir o silncio; Respeitar os tempos; No ferir susceptibilidades Lembraras questes ticas (entender que quando ns pedimos a colaboraode uma pessoa para ser entrevistada, temos que agradecer; manter o anonimato;

    preservar que a pessoa num momento qualquer do trabalho diga que no quer

    continuar)

    O guio

    Uma referncia para a conduo; necessrio testar? (no no ; mas pode-se fazer uma tentativa, para ver seas perguntas so perceptveis)

    As componentes de um guio: os blocos, os objectivos, os tipos de pergunta eas observaes;

    Tratamento de dados:

    Uma referncia para a conduo(ao ouvir a entrevista, j estou a tratar os dados, oque me leva a colocar ou retirar as perguntas);

    O contexto metodolgico(posso apenas conhecer opinies, ou quantificar);

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    Estratgias de questionamento e de registo ( a percia do investigador podeinfluenciar muito a entrevista: atender ao contexto e natureza do entrevistado.. se fala

    muito ou pouco se tem labilidade de humor etc) O registo pode ser com gravador,

    flash memory, bloco de notas);

    Implicaes para anlise de contedo (Bardin). (h uma grande probabilidadedos meus objectivos darem origem a domnios)

    Focus Group

    O focus group pode ser considerado como uma tcnica qualitativa de recolhade dados, com a finalidade de obter respostas de grupos (de pessoas, de peritos,) a

    questes;

    Implica uma entrevista focalizada (num assunto) com roteiros de questespara obter respostas de um grupo de peritos seleccionados previamente.

    OBSERVAO SIMPLES E OBSERVAO PARTICIPANTE

    Tcnica de recolha de dados (implica uma estratgia + guio), p.ex. Focus Group, Entrevista

    diferente de recolha de dados, podendo ser considerada SIMPLES ou PARTICIPANTE.

    A observao uma tcnica de investigao social eu que o investigador observa, de

    formas que podem ser muito diversas, factores ou comportamentos de um grupo de pessoas

    ou de uma comunidade.

    Observao e Pesquisa

    Pode ser utilizada como tcnica nica ou em conjugao com outras tcnicas; Pode ser utilizada de forma eficaz na pesquisa desde que:

    Tenho por base objectiva determinada;Seja planeada (tem que haver um plano de trabalho);Seja submetida num controlo de validade (pex comparar os dados da observaocom os resultados de um questionrio);

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    A Observao como tcnica Cientfica

    Tem por base um objectivo bem delimitado; controlado, ainda que por vezes parea dar resposta a simples curiosidades; passa porfases de observao descritiva, focalizada taxonmica e selectiva; Est sujeita a processos de avaliao, da validade e fidedignidade (Validade interna);

    A observao no mbito da pesquisa

    A observao e os trs momentos de pesquisa: ruptura, construo e verificao; A observao no mbito da faseologia de pesquisa (Kiwi):

    Questes de partida;Problemtica;Definio do quadro de anlise;Observao/ recolha de dados;Anlise da informao;Concluses.

    Ruptura epistemolgica libertamo-nos de preconceitos e procura-se atravs da

    pesquisaconfirmao

    OBSERVAO SIMPLES

    O pesquisador no interage com a comunicao, grupo ou situao; Observa de forma espontnea os factos que a ocorrem; O pesquisador muito mais espectador que um actor.

    VANTAGENS DA OBSERVAO SIMPLES

    Possibilita a obteno de elementos para a definio do problema de pesquisa; Favorece a construo de hipteses acerca do problema a pesquisar; Facilita a obteno de dados sem produzir grandes interferncias.

    LIMITAES DA OBSERVAO SIMPLES

    Pode limitar-se a factos circunstanciais; O registo de observaes depende, frequentemente, da memria do investigador; Favorece interpretaes subjectivas, sem possibilidade de aprofundamento; Podem ser teis estudos exploratrios.

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    DIMENSES A CONSIDERAR

    Os sujeitos; O cenrio (o contexto que se deve observar); As dimenses (factos, eventos).

    OBSERVAO PARTICIPANTE

    A observao participante consiste numa forma consciente e sistemtica de

    compartilhar, tanto quanto permitem as circunstncias, as actividades de vida e, em

    determinadas ocasies, os interesses e os aspectos dos actores.

    O seu propsito a colheita de dados (informao) sobre condutas e factos, atravs de

    um contacto directo, que minimiza a distoro causada pela presena do investigador como

    agente externo.

    VANTAGENS DA OBSERVAO PARTICIPANTE:

    Facilita o rpido acesso a dados sobre situaes habituais em que os membros dascomunidades se encontram envolvidos;

    Possibilita o acesso a dados que a comunidade ou grupo considera de domnioprivado; Possibilita captar as palavras de esclarecimento que acompanhem o comportamento

    dos observadores.

    DESVANTAGEM DAS OBSERVAES PARTICIPANTE:

    Restries (p.ex. em algumas culturas pode ser restrito o acesso s mulheres); A desconfiana.

    CLASSIFICAO DOS MTODOS OBSERVACIONAIS

    Classificao da observao: Sistemtica ou assistemtica;

    Tipologia da investigao (relao com o objecto):

    Ocultamento/ Interveno

    (O investigador est escondido mas est a participar);

    No Ocultamento/ Interveno - observao participante

    (Exemplo: tutor de alunos, estamos a ver e a ser visto

    e a participar);

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    Ocultamento /No Interveno

    (Nas estratgias de interveno familiar utiliza-se uma

    sala com vidro unidireccional (pex: um tcnico

    investigador fora da sala e ));

    No Ocultamento/ No Interveno

    (A pessoa est l mas no participa)

    Segundo os meios utilizados a observao pode ser:

    Estruturada/ sistemtica

    No-estruturada/ assistemtica

    O pesquisador pode ir a campo com um roteiro previamente estabelecido ou sem ele.

    Entre o limite estruturado e o no estruturado pode haver nuances. No tem que ser

    s de uma forma ou de outra.

    Observao sistemtica: o estatuto do guia estruturado (similar ao estatuto na

    entrevista estruturada.

    Observao assistemtica: O investigador as notas de campo bloco de notas;

    Relatrio onde descrevo o que vi, o dirio de bordo e os informantes privilegiados quem ajuda

    a abrir portas, facilita o contacto.

    FASEOLOGIA

    Observao descritiva

    Observao focalizada

    Observao taxonmica

    Observao selectiva

    Observao Descritiva: Fase ou situaes em que existe um conhecimento

    reduzido sobre o objecto ou o contexto em estudo:

    Observao Focalizada: seleco dos domnios especficos de observao com os

    estudos das suas particularidades e as relaes com o contexto.

    Observao Taxonmica: Fase onde j se possui um conhecimento mnimo sobrecada domnio, o que permite comear a estabelecer, dentro deles vrias categorias

    Observao Selectiva: Estabelecimento de diferenas entre cada uma das

    categorias, sendo por vezes necessrio regressar fase descritiva para prosseguir.

    OBSERVAO PARTICIPANTE: O INVESTIGADOR NO TERRENO

    Os trabalhos preparatrios; A escolha dos informantes privilegiados; Os progressos da investigao;

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    As metodologias de registo e anlise da informao; Construo de instrumentos de medida; O problema da interferncia, conseguimos menos se nos familiarizarmos com ocontexto.

    Personalidade das pessoas, Experiencias e interferncia, saber quando os nossoscomportamentos interferem e salvaguardar na analise dos dados.

    INFORMANTES PRIVELIGIADOS

    Ajudam a dimensionar e a obter um conhecimento inicial sobre os objectos deestudo;

    Constituem-se num importante subsidio para a (re) definio da problemticainicial

    Do a conhecer as caractersticas bsicas dos actores e do contexto de forma aestabelecer-se a estratgia mais correcta de interveno e um acesso a espaosinformais.

    OS MATERIAIS

    As notas de campo, Bloco onde se aponta diariamente, e os dirios de bordo; Materiais produzidos pelos e sobre os actores; Relatrios, planos e outros documentos; A apreenso do investigador:

    Delinear o objectivo de estudo; Registar atempadamente a informao; Escrever memorandos; Organizar a informao; Sistematizar o trabalho de campo.

    NOTAS FINAIS

    Os investigadores devem explorar plenamente as opes de escolha das vrias abordagens da

    observao antes de iniciarem um estudo, consciencializando-se que, baseado nas

    circunstncias, podem ter de se movimentar em mltiplas abordagens, pelo que importante

    que os investigadores saibam escolher a abordagem mais indicada para cada situao e a razo

    pelo qual foi seleccionada aquela abordagem.

    A observao habilita o investigador a um contacto muito estreito e prolongado com a

    realidade que se prope estudar, e a hiptese de vir a ser considerado um elemento daquele

    grupo social permite-lhe chegar ao mago desse mesmo grupo, onde se gera e partilha cultura.

    Face a isto, de considerar que a observao participante um instrumento poderoso e

    relativamente manejvel para a anlise e interpretao dos fenmenos que nos rodeiam todos

    os dias, e como tal uma mais-valia para a investigao.

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    QUESTES TICAS

    A prtica profissional de enfermagem e das disciplinas relacionadas com a sade, enfrentam

    situaes que exigem tomadas de deciso ticas e morais.

    No que diz respeito investigao, as questes ticas so e sempre sero de considerao

    crtica. Comprometer-se com um estudo de investigao implica a responsabilidade pessoal e

    profissional de assegurar que o desenho dos estudos quantitativos ou qualitativos sejam

    slidos do ponto de vista tico e moral.

    Os assuntos relacionados com o consentimento informado, anonimato e confidencialidade,

    obteno de dados, tratamento e relaes participante-investigador na investigao

    qualitativa implicam novas consideraes ticas e, por vezes, consideraes ticas no

    esperadas.

    Princpios bsicos:

    Os participantes no devem ser prejudicados, o que se relaciona com o princpio deno maleficncia;

    necessrio obter o consentimento informado e a participao do informante. Estadeve ser voluntria, portanto, apoiando o princpio da autonomia;

    Assegurar aos participantes que a confidencialidade e o anonimato sero respeitadose que os participantes sero tratados com dignidade e respeito (princpio da

    beneficncia e justia).

    Consentimento Informado

    O consentimento informado exige que seja dado aos seres humanos informao verdadeira e

    suficiente para os ajudar a decidir se desejam ser participantes na investigao. A natureza

    aberta e emergente dos mtodos de investigao qualitativa, na maior parte dos casos, torna

    o consentimento informado impossvel, porque nem os investigadores nem os participantes

    podem predizer com exactido como os dados se lhes apresentaro, quer seja por entrevista

    ou por observao participante.

    Segundo Munhall, a tomada de deciso consensual, tambm designada como processo de

    consentimento informado mais apropriada para a investigao qualitativa, tendo em conta

    que os riscos nunca podem ser completamente previstos e surgem inevitavelmente assuntos

    imprevistos.

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    A investigao qualitativa conduzida num campo em permanente mutao, logo, o

    consentimento informado deve ser um processo contnuo. O consentimento ao longo do

    tempo deve ser renegociado, consoante ocorrem acontecimentos ou consequncias.

    O processo de consentimento permite que o investigador/participante avalie o consentimento

    atravs do processo de investigao, fornecendo maior proteco e liberdade de escolha aos

    participantes.

    importante que estes sejam desde o incio recordados e ao longo da investigao que tm o

    direito de desistir a qualquer momento do estudo. Se o nosso foco mudar, necessrio pedir

    aos participantes permisso para mudar o primeiro acordo.

    Em crianas, pessoas com certas doenas mentais ou problemas de aprendizagem, ou pessoas

    inconscientes ou seriamente doentes, os investigadores devem obter o consentimento

    informado por procurao.

    A observao participante oculta por vezes uma componente necessria para a colheita de

    dados em algumas investigaes qualitativas. Neste tipo de observao necessrio

    considerar solues alternativas para colheita de dados, de modo que essas solues

    mantenham a integridade do estudo.

    Confidencialidade e anonimato

    Uma promessa de confidencialidade ao participante uma garantia de que qualquer

    informao que o informante fornea no ser publicamente divulgada ou acessvel a partes

    que no as envolvidas na investigao e o anonimato ocorre quando mesmo o investigador

    no consegue relacionar um participante com os dados daquela pessoa.

    Os mtodos de investigao qualitativa, tais como a observao participante e a entrevista

    individual tornam impossvel manter o anonimato em qualquer estdio; por outras palavras,

    quando se utiliza estes mtodos, inevitvel conhecer a fonte destes dados.

    Estas estratgias especficas de colheita de dados necessitam de uma relao prxima e

    pessoal com os participantes. O investigador o instrumento para colheita de dados e como

    tal, conhece pessoalmente os participantes. As fronteiras da relao podem tornar-se tnues

    e, medida que a investigao avana, a confuso de papis pode levar a preocupaes ticas

    para a investigao.

    Quando os participantes confundem a papel de investigao com o de consultor ou terapeuta,e emergem preocupaes de assuntos no relacionados, a proteco do bem-estar dos

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    participantes deve sempre ter precedente sobre a investigao. Os investigadores no podem

    mudar o seu papel de instrumento na investigao para o de consultor ou terapeuta.

    Os investigadores podem tentar guiar a entrevista e manter o foco no assunto em

    investigao. A seguir ao encerramento de uma entrevista, os investigadores devem

    recapitular os assuntos preocupantes que emergiram durante a entrevista e providenciar

    acompanhamento.

    NOTAS FINAIS:

    Os mtodos de colheita de dados impedem o anonimato e podem resultar no

    desenvolvimento de relaes prximas e ntimas entre os participantes e o investigador.

    Adicionalmente, a presentao de resultados com descries pormenorizadas e trechos dos

    dados podem comprometer a confidencialidade. necessrio considerar a vulnerabilidade de

    certas populaes.

    As linhas de orientao ticas para a investigao qualitativa continuaro a emergir e os

    investigadores devem consider-las numa perspectiva diferente das associadas aos desenhos

    quantitativos.