my cooprofar julho 2014

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Julho 2014 Portugueses gastam mais 4,9% com medicamentos no 1.º trimestre de 2014 Só metade das mulheres faz os exames regulares Gadget Cooprofar ultrapassa as 3000 encomendas diárias

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Revista para Profissionais de Saúde

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Page 1: My Cooprofar Julho 2014

Julho 2014

Portugueses gastam mais 4,9% com medicamentos no 1.º trimestre de 2014

Só metade das mulheres faz os exames regulares

Gadget Cooprofar ultrapassa as 3000 encomendas diárias

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Quem não inova, desaparece...

Quem não inova, desaparece. Esta é uma máxima vital para cada empresa. Mais

do que um investimento, trata-se de uma relação causa-efeito entre inovação e

sucesso. Consciente desta importância, para o Grupo Medlog, esta área é foco de

investimento permanente.

Em 2012, criámos um gadget para as farmácias clientes, cujo carácter inovador foi

instantaneamente reconhecido, traduzindo-se no elevado número de adesões.

Apostamos no reforço dos canais de comunicação com o cliente, marcámos a

diferença, criámos valor. Passados dois anos, o saldo deste investimento continua

a superar as nossas expectativas: aproximamos os clientes, fidelizamo-los a

este serviço que, recentemente, atingiu mais um record – ultrapassou as 3000

encomendas diárias.

Vamos, por isso, continuar no caminho da Inovação, a única via que conhecemos

para identificar oportunidades e agarrá-las, transformando-as em crescimento,

conhecimento, produtividade e valor.

EDITORIAL

O Período de vigência das Bonificações decorre entre 1 de Julho a 31 de Julho, inclusive.Os Preços indicados estão sujeitos a alterações de acordo e devido as condições de mercado.Os Valores indicados são vingentes, salvo erro tipográfico. Aviso: Os textos foram redigidos ao abrigo do novo acordo ortográfico.

Administração e propriedade:

CooprofarRua José Pedro José Ferreira, 200 - 2104424-909 GondomarT 22 340 10 00F 22 340 10 [email protected]

Direcção:Celso Silva

Coordenação Editorial:Natércia Moreira

Produção Redactorial:Cooprofar

[email protected] 340 10 21

Design e Paginação:Creative Blue

Distribuição:Gratuita

Publicação:Mensal

Tiragem:1500 exemplares

MYCOOPROFARJulho 2014

Análise de mercado

Especial Saúde

Artigo de opinião

Entrevista

Report

Novos

Cosmética e Higiene Corporal

Diagnóstico

Dispositivos Médicos

Éticos

Galénicos

Higiene Bebé

Higiene Oral

Homeopáticos

Interapothek

Med. Não Suj. a Rec. Médica

Nut. e Prod. à Base de Plantas

Nutrição Infantil

Parafarmácia

Químicos

Veterinária

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Celso SilvaDiretor Geral

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Distribuição com faturação em quedaSegundo o estudo Setores Portugal publicado pela Informa D&B, a faturação total agregada das 40 principais empresas de distri-buição de produtos farmacêuticos situou-se, em 2012, nos 2.575 milhões de euros, o que representa uma descida de 8,7% face a 2011. Estima-se, para 2014, um retrocesso adicional de perto de 6%, até aos 2.430 milhões de euros. O valor do mercado de medicamentos diminuiu cerca de 4% em 2013, após as quedas de 11,7% e 9,1% contabilizadas em 2012 e 2011, respectivamente. Atendendo ao número de embalagens comercializadas, observa--se um crescimento moderado no biénio 2012-2013, o que se reflete na descida dos preços. Nos últimos anos tem-se registado uma contração do volume de negócio setorial, como consequên-cia da redução dos preços dos medicamentos, motivada pelas medidas aplicadas pelo Governo destinadas a reduzir a despesa pública na saúde. No setor da distribuição grossista de produtos farmacêuticos predominam os operadores de dimensão reduzida: apenas nove empregam mais de 50 trabalhadores e somente três têm mais de de 250 empregados. Observa-se uma tendência descendente do emprego setorial. Assim, o emprego agregado das 40 principais empresas foi, em 2012, de 2.141 trabalhadores, o que representa um retrocesso de 6,1% face a 2011, ano em que se verificou uma queda de perto de 1%. O distrito de Lisboa é o que concentra um maior número de operadores. Tomando como base o grupo das 40 companhias de maior tamanho, pouco mais de 40% têm a sua sede neste distrito, seguindo- se o Porto, com 15%, e Açores, com 10%.

/Análise de MercadoMY COOPROFAR

Crescimento face ao período homólogoCrescimento Mercado Maio 2014 vs. mês homólogo

Portugueses gastam mais 4,9% com medicamentos no 1.º trimestre deste anoOs portugueses gastaram mais de 162 milhões de euros com medi-camentos no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 4,9% em relação ao mesmo período de 2013, enquanto os encargos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) cresceram 5,4%. Segundo o relatório da monitorização mensal do consumo de medicamentos fora dos hospitais, entre Janeiro e Março deste ano foram vendi-das mais 4,9% de embalagens de medicamentos nas farmácias, num total superior a 37 milhões de embalagens. Os gastos do SNS cresceram 5,4% no primeiro trimestre, o que representa mais 14,5 milhões de euros de encargos de um total de 284,18 milhões de euros despendidos.tendo rendido 634,5 mil euros (6,3% do total).

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APIFARMA e FARMAINDUSTRIA assinam proposta estratégicaA Apifarma – Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica e a FA - Asociación Nacional Empresarial de la Industria Farmacéutica estabelecida em Espanha assinaram uma Proposta Estratégica para o setor nos dois países. Para intervir de forma estratégica, garantido o acesso dos doentes aos medicamentos, a atividade das empresas e a sustentabilidade dos sistemas nacionais de saúde dos dois países, a Apifarma e a FarmaIndustria propõem: - O estabele-cimento de um quadro económico e regulamentar estável a médio e longo prazo, para permitir a fixação de objetivos de evolução da despesa farmacêutica pública para um horizonte temporal de pelo menos três anos, em linha com o crescimento do PIB. - A aplicação de procedimentos ágeis para a avaliação de novos medicamen-tos, de forma independente e transparente, que acompanhem os procedimentos definidos na União Europeia. - A criação de um ambiente favorável para a I&D, com incentivos fiscais adequados e garantia da proteção dos direitos de propriedade intelectual da investigação médica, por forma a tornar atraente a implementa-ção de novos centros de investigação. - Em Espanha, a criação de um mercado coeso em termos de regulamentação, em que exista uma definição clara da repartição de competências e exercício escrupuloso de cada administração (central e autónoma).

Farmacêuticas reagem contra cobranças coercivas dos hospitaisA redução da despesa pública com medicamentos continua a estar na origem da disputa entre a Indústria Farmacêutica e o Ministério da Saúde. Primeiro, porque não há convergência entre ambos rela-tivamente ao acordo de 2012 e, depois, porque o novo aumento das dívidas por pagar dos hospitais à indústria levanta uma nuvem sobre as negociações. A associação das empresas do setor, a Apifarma, contesta os valores que as empresas têm de pagar aos hospitais ao abrigo desse acordo, avisando que não aceitará a cobrança unilateral por parte dos hospitais dos valores em disputa. A Apifarma refere que “não obstante ter sido definida a despesa do SNS com medicamentos hospitalares em 988,7 milhões de euros, continuam a existir divergências quanto ao cálculo do valor final da contribuição e ao âmbito de aplicação da mesma”, acrescen-tando que é inapropriado pensar-se em fechar novo acordo sem haver uma concordância prévia relativamente ao de 2012.

IPSS podem voltar a ser donas de farmácias sem constituir sociedades comerciais O Governo aprovou uma nova alteração ao regime jurídico das far-mácias de venda ao público, para que as Instituições Particulares de Solidariedade Social possam voltar a ser proprietárias dos esta-belecimentos sem terem que constituir sociedades comerciais. O regime que vigora, desde 2007, obriga as IPSS a criarem sociedades comerciais, e a sujeitarem-se ao regime fiscal aplicável, para serem donas de farmácias. Justificou a alteração legislativa com a Lei de Bases da Economia Social, que “constitui um quadro jurídico espe-cífico que promove e estimula o desenvolvimento da economia social”. A nota sublinha que “as entidades do setor social da eco-nomia poderão manter-se proprietárias de farmácias de venda ao público, abertas ao abrigo do anterior regime jurídico, sem necessi-dade de se constituírem sob a forma de sociedades comerciais e de se sujeitarem ao mesmo regime fiscal”.

Cooperação lusófona pode reduzir medicamentos falsificados A cooperação entre as entidades reguladoras de medi-camentos dos países lusófonos pode proporcionar a identificação, o combate e redução dos medicamentos contrafeitos encontrados no mercado. “Este tipo de cooperação pode ajudar bastante, porque nós já temos experiência em alguns países, como em Portugal e no Brasil, tanto no combate, na identificação e na dimi-nuição do espaço destes produtos contrafeitos no mer-cado”, afirmou Dirceu Barbano, presidente do Fórum das Agências Reguladoras do Medicamento do Espaço Lusófono (Farmed). “Certamente, estas experiências sendo compartilhadas, vão permitir que os países ganhem esse necessário controlo destes produtos”, acrescentou o presidente da Anvisa. Para Hélder Mota Filipe, vice-presidente do Infarmed português, as auto-ridades reguladoras dos países lusófonos têm situações e recursos diferentes, mas possuem o mesmo objetivo, que “é promover a utilização pelos cidadãos de medi-camentos seguros, eficazes e com qualidade”. “Pela primeira vez, temos uma rede de autoridades do espaço lusófono que permite partilhar informações e práticas e, no caso da contrafação de medicamentos, esta rede é fundamental”, sublinhou Mota Filipe. Dirceu Barbano esclareceu que quanto mais as entidades reguladoras forem capazes de realizar o seu trabalho - autorizando, acompanhando, realizando a vigilância dos produtos, melhorando os laboratórios para análises, atuando no mercado e consciencializando a sociedade para os perigos -, diminui-se o espaço de entrada para os produ-tos contrafeitos no mercado consumidor. O presidente do Conselho Consultivo do Farmed disse que hoje foi delineado um plano geral, a ser apresentado ao Fórum lusófono, que será colocado em prática no próximo mês. Entre as várias ações concretas deste plano estão, segundo Barbano, o reconhecimento da realidade de autorização de produtos e o estudo sobre as práticas regulatórias neste setor nos países que pertencem ao Farmed (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe).

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/Análise de MercadoMY COOPROFAR

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/Especial SaúdeMY COOPROFAR

O QUE PREOCUPA MAIS AS MULHERES? Quando questionadas sobre doenças, 70% das mulheres portuguesas afirma que o cancro da mama é a sua principal preocupação. Este estudo foi desenvolvido pela Associação Laço junto de uma amostra representa-tiva das mulheres residentes em Portugal Continental e procurou saber quais os com-portamentos, sentimentos e informação de que dispunham as mulheres portuguesas sobre o cancro da mama. Estará a mulher portuguesa suficientemente informada sobre esta doença? Terá os comportamentos corretos no que se refere à prevenção? Quais os sentimentos e os preconceitos sobre o cancro da mama? Estas são algumas das ques-tões às quais a Associação Laço procurou obter respostas. O estudo revelou que 70% das mulheres portuguesas quando questionadas sobre a doença colocam o cancro da mama como a sua principal preocupação. Revelou ainda que 43% das mulheres em Portugal afirmaram ter algum familiar ou amiga a quem foi diagnosticado cancro da mama. 69% das mulheres portuguesas acreditam que a deteção precoce pode salvar a vida e por essa razão a prevenção secundária e o diagnóstico é uma das suas principais preocupações. O estudo revelou que cerca de 2/3 das mulheres já realizaram exames de diagnóstico, tendo sido cerca de 38% por uma questão de prevenção. No que se re-fere aos exames de diagnóstico, 90% das mulheres portuguesas reconhecem a mamo-grafia como o exame de diagnóstico através do qual habitualmente se deteta o cancro da mama. Apesar deste número, infelizmente 12% das mulheres vê a auto-palpação como suficiente para detetar qualquer alteração na mama. Lynne Archibald, presiden-te da Associação Laço, refere como é importante conhecer o corpo e estar atenta a qualquer alteração, não tendo de seguir as regras do auto-exame que hoje já é um conceito ultrapassado e que não é sinónimo de deteção precoce. Quando questionadas sobre o Programa de Rastreio de Cancro da Mama, 30% das mulheres portuguesas, refere ter conhecimento da existência deste programa de rastreio organizado na sua zona de residência, e 86% das mulheres com mais de 45 anos foram informadas sobre a possibilidade de participar neste programa, tendo 70% optado por participar.

Só metade das mulheres faz exames regulares

O cancro da mama, do colo do útero, a chegada à menopausa e a osteoporose são doenças que pre-ocupam todas as mulheres. Mas estarão atentas e responsáveis pela sua saúde? Nem todas. Apenas cerca de metade faz os exames regulares, revela a

SPG. Nesta edição, a My Cooprofar fala sobre SAÚDE NO FEMININO.

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/Especial SaúdeMY COOPROFAR

Medicamentos no feminino: vantagens, riscos e cuidadosContracetivos orais, ansiolíticos ou venotrópicos fazem parte da lista de fármacos mais utilizados pelo sexo feminino. Para dar mais qualidade à saúde da mulher, abordamos os benefícios, efeitos secundários e os cuidados que se deve ter aquando a toma destes fármacos.

Contraceptivos orais Nos medicamentos anticoncecionais encontram-se progestagénios que podem ser usados isoladamente ou associados a um estrogénio para prevenir a gravidez. Os indutores enzimáticos, como os antiepiléticos, reduzem a eficácia anticoncecional. Tenha cuidado com produtos que contenham hipericão pois podem aumentar o metabolismo dos estrogénios, reduzindo a eficácia dos contracetivos orais. Se tem mais de 35 anos e fuma deixe de o fazer pois corre maior risco de ter problemas cardiovasculares. Se não abdicar do vício, use outro método contracetivo. Cefaleias, irritabilidade, fadiga, náuseas, vómitos, cólicas abdo-minais, retenção hídrica e tensão mamária são alguns dos efeitos secundários. Não tome contracetivos orais em caso de gravidez, amamentação, cancro dependente de estrogénios, tromboflebite ou desordens tromboembólicas, afeções hepáticas e hemorragias vaginais de causa desconhecida.

AntidepressivosSão eficazes no controlo dos sintomas das perturbações depressivas do humor. interferem na recaptação de um ou mais neurotransmissores, sendo a noradrenalina e a serotonina os mais importantes. Alguns estão também indicados para o tratamento da ansiedade ou de alterações do comportamento alimentar, como bulimia nervosa. As interações com outros medicamentos dependem do princípio ativo, embora, em alguns casos, o efeito dos anticoagulantes seja potenciado e haja antagonismo do efeito dos antiepi-léticos. Náuseas, vómitos, indigestão, dor abdominal, diarreia, obstipação, anorexia e perda de peso são alguns dos potenciais efeitos secundários. Quanto a cuidados a ter, saiba que a descontinuação de inibido-res seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) deve ser feita gradualmente, sob supervisão do médico. Devem ser usados com precaução em casos de epilepsia, doença cardíaca, diabetes, suscetibilidade para glaucoma de ângulo fechado, gravidez e aleitamento.

AnsiolíticosEstão indicados para o tratamento de síndromes de ansiedade (sintomas ansiosos, ataques de pânico) e/ou indução ou manutenção do sono. As benzodiazepinas (alprazolam, diazepam) constituem os princípios ativos mais prevalentes em termos de toma, sendo eficazes como ansiolíticos e hipnóticos. Sonolência, descoordenação motora, alteração da memória a curto prazo, confusão, depressão, vertigens, obstipa-ção, vómitos, diarreia, alterações do apetite e visuais e irregularidades cardiovasculares são alguns dos potenciais efeitos secundários dos ansiolíticos. Tenha cuidado pois todas as benzodiazepinas podem indu-zir tolerância e dependência física e psíquica, pelo que estão contraindicadas ou devem ser usadas com precaução por idosos e crianças, em doentes com insuficiência respiratória grave ou na apneia do sono. Quanto às interações com outros medicamentos, saiba que os ansiolíticos ptenciam o efeito de depresso-res do sistema nervoso central e do álcool. Há também interações conhecidas com antifúngicos (usados para micoses), anti-histamínicos (usados para alergias) e macrólidos (grupo de antibióticos), entre outros.

VenotrópicosUsados para aliviar os sintomas de pernas pesadas, cansadas, inchadas e dor, contêm na sua maioria substâncias flavonoides ou outras quimicamente relacionadas (diosmina e oxerrutinas) que permitem tratar a insuficiência venosa, vulgarmente designada varizes. A escina, o principal princípio ativo das sementes da castanha-da-índia, também tem revelado algum interesse terapêutico», explica a especia-lista. Na maioria dos casos, desconhecem-se interações embora a escina possa potenciar os efeitos dos medicamentos anticoagulantes. Diarreia, náuseas, dores epigástricas, pirose e dispepsia são alguns dos potenciais efeitos secundários deste tipo de fármacos. Devem ser tidas precauções especiais em caso de gravidez e em situações de hipersensibilidade aos seus constituintes.

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/Especial SaúdeMY COOPROFAR

Ginecologista não é para descurar Ser acompanhada regularmente por um ginecologista é um cuidado de saúde que nenhuma mulher deveria descu-rar. Para além de ajudar a prevenir problemas ginecológi-cos, esta supervisão médica especializada permite detetar precocemente doenças como o cancro do colo do útero e auxilia a mulher a fazer a melhor opção ao nível da con-traceção. João Luís Silva Carvalho, ginecologista obste-tra, partilha a importância deste tipo de consulta e alguns dos cuidados básicos que a mulher deve ter com a saúde.

Com que frequência se deve consultar o ginecologista?

A mulher deve fazer uma consulta anual de rotina, caso não haja nenhum sintoma alarmante. A primeira consulta deve acontecer a partir do momento em que inicia a sua atividade sexual. Na pós-menopausa, pode haver neces-sidade da mulher ir ao ginecologista duas, três vezes por ano.

E que exames se devem fazer?

É fundamental que realize o exame clínico feito pelo gine-cologista. Depois há outros exames, consoante a fase da vida. Por exemplo, a mamografia e a ecografia mamária devem ser realizadas a partir dos 40 anos, com uma pe-riodicidade anual. Entre os 20 os 60 anos, recomenda-se a realização do Teste Papanicolau, a citologia de rastreio para o carcinoma do colo do útero.

Que riscos se corre se não houver este tipo de vigilância médica?

Por exemplo, o cancro do colo do útero evolui de forma silenciosa, só apresenta sintomas em estados avançados, fase em que a doença poderá não ser curável. Mas se for detetado precocemente é curável em cem por cento dos casos. Por outro lado, o complexo eixo endócrino que re-gula o ciclo vital e a reprodução da mulher pode sofrer «desafinamentos», fruto da vida diária, do stress, do am-biente, do cigarro, da alimentação, que se forem detetados precocemente é muito mais fácil estabilizar.

OSTEOPOROSE: a que se deve a elevada percentagem de mu-lheres com osteoporose?A osteoporose está a aumentar porque a população está a en-velhecer. Quanto mais idosos, mais osteoporose; quanto mais mulheres na pós–menopausa, mais osteoporose, quanto menos exercício físico, mais osteoporose. As pessoas andam pouco, têm uma fraca atividade física, cada vez mais andam de carro. As medidas para a combater passam por um aumento de infor-mação, pela promoção do exercício físico, pelo aumento do con-sumo de leite e derivados e mesmo de vitamina D. A ponderação de tratamentos justifica-se, em geral, nos mais idosos e quando têm osteoporose ou osteopenia.

MENOPAUSA: o que se transforma no universo feminino? A mulher enfrentará o problema tanto melhor, quanto mais bem esclarecida estiver, quanto mais segura de si mesma esti-ver, quanto mais valorizar a sua qualidade de vida e daqueles que a rodeiam. O exercício é fundamental, bem como deixar de fumar e equilibrar a dieta em cálcio e vitamina D. A aceitação é o primeiro passo para uma entrada tranquila nesta fase. O outro é a preparação. Cientificamente, a menopausa é o fim da menstruação da mulher. Assim, dizer que uma mulher «está a entrar na menopausa» significa que deixará de ser menstruada. Surge entre os 45 e 55 anos. É a chamada menopausa fisiológi-ca. No entanto, «se for uma menopausa precoce acontece antes dos 40 anos. Afrontamentos, suores, sensibilidade ao calor e dor de cabeça são alguns dos mais comuns na perimenopausa. Há também alterações psicossomáticas, como irritabilidade, com-portamentos ansiosos e depressivos, alterações do sono, secura vaginal e consequências da falta de colagénio, como pele mais seca e com rugas, unhas quebradiças e cabelos mais frágeis.

Infeção ginecológicas Versus Infeção UrináriaO tema das infeções ginecológicas suscita sempre muitas dúvi-das entre as mulheres. É importante começar por explicar o que é uma infeção ginecológica. Trata-se de uma infeção que ocorre na vagina e/ou nas trompas. As mais comuns são as infeções por fungos que têm origem num fungo, normalmente presente no ambiente vaginal, que se pode tornar num agente infeccioso por desequilíbrio do ecossistema vaginal. Estas infeções surgem quando ocorre uma descompensação da flora vaginal que torna estes fungos, naturalmente presentes no organismo, em agentes de infeção, podendo ser sexualmente transmissíveis. Cerca de 80 a 90% dos casos são devidos à Candida albicans (gerando a co-nhecida candidíase) e apenas 10 a 20% estão relacionados a ou-tras espécies chamadas não-albicans (C. tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C. parapsilosis). Para além disso, há ainda a considerar algumas infeções ginecológicas de transmissão sexual causa-das por agentes infeciosos externos ao organismo, como a sífilis, as hepatites B e C ou o HIV, que se tornam doenças sistémicas por atingirem todo o organismo.

Infeção por HPV Todas as mulheres estão em risco. O Papilomavírus Humano (HPV) é um vírus silencioso, que não dá sinais. Afeta 300 milhões de mulheres em todo o mundo e pode levar ao desenvolvimento de cancro do colo do útero, um tumor que mata uma mulher por dia. Em Portugal, uma em cada cinco mulheres, dos 18 aos 64 anos, tem infeção por HPV (Papilomavírus Humano). Esta é a principal conclusão do Cleopatre, o primeiro estudo epidemioló-gico de prevalência da infeção por HPV nas mulheres portugue-sas, fruto de uma parceria com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e a Sanofi Pasteur MSD. Com uma amostra de 2326 mulheres, distribuídas nas cinco regiões de Saúde de Por-tugal Continental, o Cleoptare concluiu também que, entre as mulheres HPV positivas, foi identificado, em 68% dos casos, um tipo de HPV de alto risco (o HPV 16), ou seja, aquele que tem mais possibilidade de causar cancro. Observou-se ainda que as mulheres entre os 20 e os 24 anos são as mais afetadas pelas infeções por HPV (28,8%), apesar do vírus infetar mulheres de todas as idades, mesmo as de grupos etários mais elevados.

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As mulheres que sofrem violência física e/ou sexual, cometida por parceiros ou terceiros, têm “significativamente” mais probabilidades de desenvolverem “problemas de saúde graves”, refere a Organização Mundial de Saúde (OMS), defendendo uma “ação urgente”. O relatório “Estimativas mundiais e regionais da violência contra mulheres: prevalência e efeitos na saúde da violência doméstica e sexual” – realizado pela OMS, em parceria com a London School of Hygiene & Tropical Medicine e o South African Medical Research Council – analisou a prevalência de violência física e sexual cometida por parceiros íntimos e parceiros não íntimos (familiares, amigos, conhecidos e estranhos), num grupo seleccionado de países das várias regiões geográficas do mundo. Este “primeiro estudo sistemático de dados a nível mundial sobre a prevalência da violência contra mulheres cometida por parceiros e não parceiros”, que foi apresentado, em Genebra, conclui que a violência física ou psicológica afeta “mais de um terço” das mulheres do mundo, nalgum momento da sua vida. Representa, por isso, “um problema de saúde global de proporções epidémicas”, assume Margaret Chan, diretora geral da OMS, defendendo que os sistemas de saúde mundiais “podem e devem fazer mais pelas mulheres que sofreram violência”, já que existem “provas claras” de que a exposição à violência é um fator “importante” na debilitação da saúde feminina.

Fonte: Sociedade Portugesa de Ginecologia/ sapo.saude.pt / RCMPharma

Mulheres agredidas mais susceptíveis a “proble-mas de saúde graves”

Estética: o que a mulher deve comer em cada idade

/Especial SaúdeMY COOPROFAR

Síndrome pré-menstrual

A lista de alimentos bons para ultrapassar estes momentos in-clui frutos como a banana e ananás e legumes e vegetais como a alface, a batata e o tomate.

Gravidez

A grávida precisa de ingerir mais calorias (mais 300 por dia aproximadamente), sobretudo no segundo trimestre. Devem ser provenientes dos lacticínios, já que o nível de cálcio é muito im-portante (o bebé consome cerca de 200-250 mg deste mineral por dia). Também necessita de um suplemento de 400g de ácido fólico no início da gravidez. Pode encontrá-lo no feijão branco, nas acelgas e nos frutos secos.

Amamentação

Com a amamentação, esta tarefa é facilitada, já que, para se-gregar leite, o corpo gasta entre 500 e 700 calorias. Para aju-dar o organismo, a mulher deve seguir uma alimentação leve, mas equilibrada. Essa deve incluir muitos líquidos, frutas e ver-duras, porções um pouco maiores de boas proteínas (cerca de um litro de lacticínios por dia) e as gorduras, muito controladas. Deve aumentar-se a quantidade de zinco (encontra-o na carne e no marisco), cálcio (encontra-o nos lacticínios), vitaminas A (encontra-a no fígado de aves e na cenoura), E (encontra-a nos vegetais e no azeite), C (encontra-a nos brócolos e na manga), B2 (encontra-a nos lacticínios e nos ovos), ácidos gordos ómega-3 e ómega-6 (encontra-os no peixe azul).

Menopausa

O alimento da moda nesta etapa da vida é a soja. As suas isofla-vonas parecem aliviar os sintomas da menopausa, evitar a per-da de massa óssea e ter efeitos anti-cancerígenos. É necessário ter uma dieta cuidada porque o organismo tem, nesta fase, uma predisposição para ganhar peso e aumentar os níveis de coles-terol e de tensão arterial. O truque é reduzir o conteúdo calórico das refeições e o sal, aumentar a ingestão de líquidos e a prática de exercício físico, ingerir lacticínios, peixes azuis, leguminosas, verduras e frutas. Também se recomendam suplementos de vi-tamina B12 e D.

Vivem, em média, mais cinco anos do que os homens, mas a sua qualidade de vida é, muitas vezes, pior. São mais propensas a sofrer de osteoporose, enxaquecas, ansiedade, cancro da mama, insónias. A alimentação pode ser uma boa aliada para as ajudar em cada etapa da vida.

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Termómetro: a menstruação serve como um aviso de que tudo está bem com o organismo

Teste de Gravidez: muitas mulheres gostam de menstruar para terem certeza de que não estão grávidas

Sensação de limpeza: mesmo sem comprovação médica, algumas mulheres juram que se sentem mais limpas

Menos inchaço: com a baixa hormonal, a retenção de líquido cai, diminuindo o inchaço

Sem Cólicas: para quem sofre de cólicas fortes, parar de menstruar pode ser a solução

Previne Doenças: cortar a menstruação ajuda a prevenir endometriose, anemia e alguns miomas

Sem tensão: a alteração hormonal do organismo é muito menor, o que leva a TPMs menos intensasEfeitos colaterais: os medicamentos para parar de menstruar podem causar inchaço e dor de cabeçaReversível: A mulher pode voltar a menstruar sempre que quiser, sem efeitos colaterais

Tomar a pílula já não é, apenas, sinónimo de embalagens com 21 comprimidos e intervalos de sete dias, muitas vezes prolon-gados por esquecimento no re-início da toma. A pílula contínua é opção para mulheres que preferem suspender ou diminuir a menstruação, eliminando com isso sintomas da tensão pré--menstrual (TPM) e outros incómodos — uma opção que, segun-do especialistas, já é mesmo uma tendência entre mulheres jo-vens. Nos EUA já estão disponíveis pílulas que acabam, de facto, com a menstruação ou que fazem com que apareça apenas de três em três meses. Em Portugal este tipo de contraceptivo oral não existe no mercado, pelo que a toma consecutiva de embala-gens normais de 21 comprimidos, sem intervalo, é uma das solu-ções. A outra passa pela escolha de pílulas mais recentes, com 28 comprimidos: 24 com substância e ativa e quatro “brancos”, sem qualquer medicamento. Fernanda Águas, presidente da So-ciedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), sublinha a diferença: “Tomar a pílula de forma contínua significa tomar comprimi-dos todos os dias com a forma ativa do medicamento, o que é diferente de tomar todos os dias um comprimido.” No primeiro caso, a mulher “toma o comprimido efetivo todos os dias, sem qualquer período de pausa nem hemorragia de privação”, expli-ca a especialista. “É uma situação que habitualmente utilizamos quando há uma indicação nesse sentido — e há situações, do ponto de vista ginecológico, que aconselham a que se faça esse tipo de toma”, justifica. Já na segunda opção, o que acontece é que o comprimido é tomado todos os dias, para “reduzir falhas e esquecimentos”, responsáveis pela lacuna do método. Diz Fer-nanda Águas que “tomar um comprimido todos os dias tem sido uma tendência”. Chegou-se à conclusão de que se a pessoa o fi-zer, a probabilidade de se esquecer é menor. “Porque fazer a pau-sa leva a que não comece, muitas vezes, no dia certo.” Este tipo alternativo de toma de pílula é mais popular entre as mulheres mais jovens, garantem Fernanda Águas e Teresa Bombas (presi-dente da Sociedade Portuguesa da Contracepção, SPDC), menos preocupadas com a suspensão da menstruação. Isto porque, su-gere a primeira médica, “para uma percentagem ainda grande das mulheres portuguesas é importante ter menstruação”. “Esta nova geração gosta de não ter hemorragia, é uma vantagem: não menstruam, podem ir à praia à vontade e a prática de ati-vidades físicas é muito mais fácil”, aponta Teresa Bombas, para quem a menstruação “é um acontecimento dos tempos moder-nos”. “Se recuarmos anos na história da fertilidade, as mulheres tinham muitos filhos e, na maior parte do tempo, não menstrua-vam: ou estavam grávidas ou a amamentar”, sustenta a médica na Maternidade Daniel Matos, em Coimbra.

Há riscos na toma contínua?

O uso contínuo da pílula, defende a presidente da SPDC, “deve ser preconizado apenas por boas utilizadoras”. Porque para utili-zadoras não regulares, que se esquecem frequentemente, “pode dar uma falsa sensação de proteção” e, até, levar a uma gravi-dez com risco. O mesmo acontece com outros métodos contínu-os, como o anel vaginal ou o implante, que também suspendem ou diminuem a hemorragia de privação. Apesar de não existirem riscos comprovados neste tipo de toma, Fernanda Águas reitera: “Não sou eu que vou recomendar à pessoa a toma contínua, a não ser que haja uma indicação médica para tal.” Isto porque, continua, a toma contínua pode levar ao “atrofiamento da parte de dentro do útero, o endométrio, e a consequentes ‘spottings’”, pequenas perdas que podem ser regulares. “Também temos de pensar que durante o período de pausa a pessoa não faz a inges-tão de uma hormona exógena. Há quem defenda que esse perío-do livre pode ser vantajoso do ponto de vista de efeitos adversos, mas nada disso tem sido comprovado por trabalhos científicos”, conclui.

Não menstruar é tendênciaMENSTRUAR…

/OpiniãoMY COOPROFAR

(Artigo da autoria da Sociedade Portuguesa Da Contracepção - SPDC)

OU NÃO MENSTRUAR?

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/EntrevistaMY COOPROFAR

“Acreditamos que as terapêuticas inovadoras têm um contributo efetivo nos indicadores de saúde e devem estar ao alcance de todos.”

Janssen Portugal responde…

Assumiu o comando da Janssen em Portugal em setembro de 2012. Acredita que as terapêuticas inovadoras têm um contributo efe-tivo nos indicadores de saúde e devem estar ao alcance de todos. Disponibilizar terapêuticas na área da Diabetes é uma das novi-dades anunciadas para o mercado europeu. Como preocupação aponta as barreiras no acesso à Inovação que tomam a forma pela não aprovação de comparticipação e admite que está a bandeira da Janssen: contribuir com soluções inovadoras para o benefício dos doentes. Retalhos da entrevista de Gisella Dante, diretora-geral da Janssen Portugal.

Como se apresenta a Janssen ao mercado? A Janssen é uma companhia farmacêutica líder mundial em inves-tigação, que há mais de 60 anos se dedica ao desenvolvimento de medicamentos inovadores, com o objetivo de melhorar a qualidade e aumentar a esperança de vida de milhões de doentes em todo o mundo. Como parte desta filosofia, regemo-nos pelos princípios do Credo da Johnson & Johnson (J&J), desenvolvido em 1943 por Robert Wood Johnson, base de valores para todos os colaboradores da J&J. O Credo retrata o nosso compromisso e responsabilidade para com os doentes, cuidadores, profissionais de saúde, colaboradores, comunidade e accionistas.Estamos, portanto, muito focados na Investigação & Desenvolvimento de soluções terapêuticas inovadoras em áreas de grande necessidade médica. Como consequência, recebemos a aprovação nos últimos anos de medicamentos inovadores em áreas tão distintas como a Oncologia e a Infecciologia.Acreditamos que as terapêuticas inovadoras têm um contributo efetivo nos indicadores de saúde e devem estar ao alcance de todos. Essa é a nossa batalha, a nossa bandeira no mercado e a razão pela qual trabalhamos todos os dias. Qual o core business da Janssen?O nosso core business assenta na investigação e desenvolvimento de soluções terapêuticas inovadoras principalmente em cinco áreas terapêuticas: Neurociências, Imunologia, Oncologia, Infecciologia e Doenças Metabólicas.

Quais as expectativas para o setor da Indústria Farmacêutica num futuro próximo?É sabido que os tempos atuais são exigentes para o país no seu todo. Neste contexto, a área do medicamento tem sido impactada, mais do que muitas outras, de forma visível. O setor farmacêutico tem assumido, de forma responsável, um papel de parceiro do Governo no sentido da contenção da despesa, nomeadamente através do protocolo que gerou um pagamento correspondente a 90 milhões de euros de poupança em 2012. Prevejo um futuro de continuidade dessa parceria, não só numa perspectiva de gestão do orçamento mas, também, garantindo que os doentes portugueses têm acesso adequado ao medicamento, nomeadamente aos inovadores, como no resto da Europa. De que forma é que as medidas de austeridade afetaram direta-mente a Janssen? A indústria farmacêutica tem sido grandemente afetada e a Janssen não é excepção. Reforçaria a significativa contribuição correspon-dente a 90 milhões de euros do protocolo em 2012 num ambiente de acentuado crescimento da dívida hospitalar que totaliza já mais

de mil milhões de euros. Preocupam-nos muito as barreiras no acesso à inovação, nomeadamente através da não aprovação de comparticipação, que deveria estar disponível para o doente portu-guês com resultados de melhoria da sua saúde, qualidade de vida e até de contenção de gastos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e outras áreas orçamentais. O facto de a Janssen fazer parte de uma multinacional faz com que corra o risco, graças a estas medidas, de a empresa mãe per-der o interesse pelo negócio em Portugal?De facto as condições externas são, cada vez mais, desafiantes e tem-se observado, nos últimos anos, uma necessidade de adapta-ção das várias empresas através da readequação das suas opera-ções locais. Não obstante, é importante salientar que não se trata de uma questão de perda de interesse, mas sim de uma questão de ajuste financeiro para manutenção do negócio. Quais as novidades recentes a nível de produtos para a população em geral?A nível global, nos últimos dois anos, a Janssen disponibilizou gran-des avanços para os doentes com Hepatite C, Cancro da Próstata e Esquizofrenia. Que novidades a Janssen tem para apresentar a curto/médio prazo?Na Europa, além das áreas já referidas, vamos disponibilizar tera-pêuticas na área da Diabetes. Assumiu recentemente o cargo de Diretora Geral da Janssen Portugal. Que mais-valias considera que traz para a companhia e de que forma considera que a sua formação e experiência profis-sional lhe trazem vantagens para estar à frente de uma empresa como a Janssen?Quando integrei a Janssen Portugal, em Setembro de 2012, encon-trei uma organização de pessoas muito talentosas e com enorme experiência no setor da saúde e no mercado farmacêutico, uma mais-valia fundamental para a minha rápida integração na companhia. Faço parte do grupo Johnson & Johnson desde 1996, ano em que entrei na Johnson & Johnson Brasil. Desde essa altura, tenho tido a oportunidade e o desafio de ocupar cargos que requerem de mim uma progressiva responsabilidade dentro do grupo e todas estas experiências que tenho vindo a acumular poderão, espero, dar um novo ponto de vista à forma de fazer as coisas, bem como contribuir para que a Janssen Portugal continue a apresentar soluções inova-doras em benefício dos doentes.

Fonte: RCM Pharma (Entrevista pode ser lida na íntegra na Pharmagazine nº 18)

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/ReportMY COOPROFAR

São já mais de 3000 as encomendas diárias feitas pelas farmácias à Cooprofar via gadget, uma mini-aplicação desenvolvida, em 2012, pela empresa do Grupo Medlog para simplificar o desenvolvimento dos processos comerciais com os clientes, permitindo-lhes aumen-tar as encomendas. “Trata-se de uma mini-aplicação que abre porta a um leque de funcionalidades, entre eles a possibilidade de consultar a existência de produtos, efetuar encomendas, acompanhar o circuito da enco-menda, consultar dados de faturação ou plafond, com a vantagem de permitir ao cliente fazer esta gestão de uma forma cómoda, segura e eficaz”, explica António Sá, CIO e Innovation Manager do Grupo Medlog. Desde o lançamento da versão inicial, as potencialidades da gadget têm sido ajustadas de forma a responder às necessidades apresentadas pelos clientes e pelo próprio mercado. António Sá assegura que o recurso à gadget tem impacto a vários níveis na atividade da empresa, nomeadamente, na maior focalização da equipa do serviço e apoio ao cliente para outras questões rápidas, o que resulta da facilidade de obtenção de respostas rápidas a ques-tões dos clientes, permitindo registar uma otimização da atividade relativa ao apoio ao cliente. Atualmente na terceira versão, a gadget está destinada ao sucesso. “A integração desta ferramenta tem vindo a superar as expectati-vas do Grupo, sendo o feedback recolhido francamente positivo”, sublinha António Sá, atestando o facto com a grande adesão regis-tada e pelo consecutivo aumento da sua utilização diária. Baseada em tecnologia Microsoft Silverlight, a gadget é instalada nos computadores das farmácias através do download da aplica-ção feito no site do Grupo Medlog. Para que o software possa ser instalado, basta ter um sistema operativo da Microsoft posterior ao XP, mas recomenda-se o Windows Vista ou o 7. Após solicitação de adesão é atribuído ao utilizador um login e uma password. Para António Sá, o Grupo Medlog, no mercado e na atividade em que se insere, “tem levado a cabo projetos inovadores a um nível bastante acima dos seus concorrentes”, destacando que a política de inovação do Grupo “permite criar soluções integradas que acom-panham a linha-da-frente da atualidade tecnológica”. Segundo o responsável pela Inovação, a ideia de criar a gadget surge inserida na estratégia de investimento permanente nas TIC e visa ainda antecipar necessidades, resolver problemas e poten-ciar ganhos. A utilidade da gadget é o seu principal valor”, remata António Sá.

Aplicação tecnológica potencia o processo comercial

Gadget Cooprofar ultrapassa as 3000 encomendas diárias

“O Grupo Medlog, no mercado e na atividade em que se insere, tem levado a cabo projetos inovadores a um nível bastante acima dos seus concorrentes”

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imunoterapiacura para todos os males? A imunoterapia obteve grandes avanços na luta contra cancros que se acreditava serem incurá-veis, embora cientistas ainda não compreendam a razão pela qual o tratamento funciona bem em alguns casos e não em outros. A técnica consiste em treinar o sis-tema imunológico para atacar os tumores. As farmacêuticas Bristol--Myers Squibb e Merck estão na corrida para produzir medicamen-tos que vão ajudar o sistema imu-nitário a reconhecer e a atacar o cancro.

cancro da pele proteção total? Um estudo britânico recém-pu-blicado faz um alerta para quem acha que ao usar protetor solar está totalmente protegido do can-cro da pele. Segundo investigado-res da Universidade de Manches-ter, não se deve confiar apenas no protector solar como forma de pre-venção de melanomas – um tipo maligno de cancro da pele, avança a BBC Brasil.

IOS8 ligação à saúdeA Apple apresentou o iOS 8, a nova versão do sistema operativo que equipa os iPads, iPhones e iPods Touch. Entre as novas funciona-lidades, está uma aplicação cha-mada Health e que permite agre-gar toda a informação sobre saúde que outras aplicações recolhem: peso, ritmo cardíaco, calorias in-geridas, número de horas de sono, quilómetros percorridos, entre muitos outros.

tratamento eficazcancro da bexigaUma equipa internacional de in-vestigadores apresentou o pri-meiro tratamento imunológico de nova geração capaz de reduzir os tumores em cancro da bexiga, doença na qual não foram alcan-çados avanços terapêuticos em quase 30 anos. O trabalho encon-tra-se numa fase inicial de desen-volvimento, onde se procura que os primeiros testes com pacientes dêem um feedback sobre a taxa de resposta e sobre a segurança do fármaco.

esclerose múltiplaaprovação rápidaO Infarmed garantiu que o prazo de avaliação dos pedidos urgentes de autorização especial para medica-mentos para a esclerose múltipla é de uma semana e salientou que já foram permitidas 34 utilizações.

falta de sono aprovação rápidaUma experiência concluiu que a actividade de centenas de genes nos organismos de um grupo de voluntários ficou severamente alterada quando estes dormiram menos de seis horas por noite du-rante uma semana, avança a BBC. Os investigadores nomeiam doen-ças cardíacas, diabetes, obesidade e mau funcionamento do cérebro como possíveis causa do pouco descanso. oncologia

medicamentos inovadoresMais de meio ano depois de terem sido criados pelo Governo ainda não apresentaram resultados os centros de referência para decidi-rem sobre medicamentos inovado-res em oncologia. Há hospitais que continuam a disponibilizar medica-mentos inovadores na área da on-cologia que são recusados noutras unidades hospitalares, mantendo-se as desigualdades no país. O Executi-vo pretendia garantir maior rapidez e mais equidade no acesso a estes medicamentos.

cancro primeiro medicamento portuguêsProduzido pela farmacêutica por-tuguesa Luzitin, o fármaco reuniu as autorizações necessárias e ar-rancou já a sua primeira fase de testes em doentes com cancro da cabeça e pescoço, numa parceria entre o Instituto Português de On-cologia do Porto e a CUF Porto.

contracetivosPortugal ocupa 2º lugar Portugal é o segundo país do Mun-do com mais alta taxa de utiliza-ção de contracetivos. Especialistas aplaudem, mas alertam para a importância das mulheres esco-lherem o método mais adequado.

ibuprofenoEMA reavalia risco A Agência Europeia do Medica-mento anunciou ter reiniciado uma reavaliação do risco cardio-vascular ligado à toma de doses importantes e repetidas de ibupro-feno, um dos anti-inflamatórios e analgésicos mais usados. O risco cardiovascular vai ser avaliado para uma dose importante de ibu-profeno (2.400 miligramas mg/dia) tomada regularmente durante longos períodos.

omeprazoltrês milhões em 2013 Os portugueses consumiram em 2013 quase três milhões de uni-dades de omeprazol, um medi-camento para o tratamento da úlcera gástrica e da doença do refluxo gastro-esofágico. Nos úl-timos anos, tem-se assistido a um crescimento acentuado do con-sumo deste fármaco, associado a uma diminuição do preço e a um desconhecimento sobre as verda-deiras indicações deste fármaco, bem como os riscos que podem resultar de uma toma prolongada, são razões apontadas pela Socie-dade Portuguesa de Gastroentero-logia.

varizes dois milhões de portuguesas so-frem de varizesApesar de a maioria das portu-guesas desconhecer os principais sintomas e sinais subjacentes à doença venosa crónica, o número de mulheres que sofre deste pro-blema alcança já os dois milhões, segundo dados da Sociedade Por-tuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular.

proibição na UE quatro novas substâncias A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor refere que a pres-crição de medicamentos opióides em Portugal ainda é reduzida comparativamente ao panorama europeu. A APED defende a neces-sidade de existirem normas e reco-mendações de boas práticas para a uma correta prescrição destes fármacos.

autismogoogle auxilia pesquisas O Google vai unir-se à Autism Speaks, fundação de pesquisa sobre o autismo, para anunciar, esta semana, um acordo no qual o gigante da Internet irá abrigar a sequenciação de 10 mil genomas completos e outros dados de crian-ças com autismo. O objetivo da parceria é acelerar a pesquisa so-bre o tema. A informação foi divul-gada pelo The Wall Street Journal.

internetdoentes crónicos em riscoJá não são apenas os medicamen-tos para a impotência sexual ou para emagrecer que os portugue-ses encomendam através de sites ilegais na internet. Já há doentes crónicos a comprar online remé-dios para a hipertensão em pági-nas onde os produtos são contra-feitos, denuncia o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, citado pelo semanário SOL.

/BrevesMY COOPROFAR

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