my cooprofar março 2014

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Março 2014 Portugal é o 15º melhor país para se ser mãe Março traz novas para medicamentos comparticipados

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Revista para Profissionais de Saúde

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Março 2014

Portugal é o 15º melhor país para se ser mãe

Março traz novas para medicamentos comparticipados

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Reciclar para doar

O processo é simples, amigo do ambiente e dá frutos ao permitir reciclar enquanto

se angaria fundos para caridade. Este é o mais recente projeto no âmbito da

Responsabilidade Social que abraçamos.

Ao lado da EMC Europa reciclamos equipamentos (telemóveis) que revertem em

donativo financeiro para a Fundação do Gil que assume como missão melhorar a

vida de milhares de crianças e famílias portuguesas.

Esta é a nobre causa que está por detrás do projeto de reciclagem de dispositivos.

E por que termos consciência da sua grandiosidade, decidimos dar-lhe outra

dimensão e apelar ao envolvimento dos clientes nesta missão.

Este é o repto que lançamos às Farmácias, que se juntem ao Grupo Cooprofar-

Medlog, à EMC – Europe neste processo de reciclagem que pretende apoiar a

Fundação do Gil na defesa de uma vida melhor à população mais carenciada.

EDITORIAL

O Período de vigência das Bonificações decorre entre 1 de Março a 31 de Março, inclusive.Os Preços indicados estão sujeitos a alterações de acordo e devido as condições de mercado.Os Valores indicados são vingentes, salvo erro tipográfico. Aviso: Os textos foram redigidos ao abrigo do novo acordo ortográfico.

Administração e propriedade:

CooprofarRua José Pedro José Ferreira, 200 - 2104424-909 GondomarT 22 340 10 00F 22 340 10 [email protected]

Direcção:Celso Silva

Coordenação Editorial:Natércia Moreira

Produção Redactorial:Cooprofar

[email protected] 340 10 21

Design e Paginação:Creative Blue

Distribuição:Gratuita

Publicação:Mensal

Tiragem:1500 exemplares

MYCOOPROFARMarço 2014

Análise de mercado

Especial Saúde

Opinião / Report

Novos

Cosmética e Higiene Corporal

Diagnóstico

Dispositivos Médicos

Éticos

Galénicos

Higiene Bebé

Higiene Oral

Homeopáticos

Interapothek

Med. Não Suj. a Rec. Médica

Nut. e Prod. à Base de Plantas

Nutrição Infantil

Parafarmácia

Puericultura

Químicos

Veterinária

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Celso SilvaDiretor Geral

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Paulo Macedo quer acordo para cortar 400 milhões nos medicamentosGoverno e Apifarma estão a tentar um novo acordo para cortar na despesa com fármacos este ano. O ministro da Saúde quer fechar um novo acordo com a Indústria Farmacêutica para reduzir a despesa com medicamentos este ano e lançou para a mesa das negociações um corte de 400 milhões de euros. O valor proposto por Paulo Macedo é visto pela Apifarma como impraticável. Os laboratórios estão dispostos a aceitar o ónus de uma redução da despesa na ordem dos 122 milhões de euros.

Medicamentos de marca vendem menos 65% logo no primeiro ano em que há um genérico Sempre que um medicamento de marca deixa de estar protegido pela sua patente, há vários laboratórios que aproveitam esta janela de oportunidade para lançar no mercado versões genéricas do mesmo, as quais, por imposição legal, têm de ser 50% mais baratas que o fármaco original. Com os chamados medicamentos de marca branca a ganharem cada vez mais peso, torna-se especialmente visível o impacto que têm ao chegar ao mercado: só no primeiro ano os medicamentos de marca perdem em média 65% do volume de vendas em termos de embalagens para os genéricos, segundo dados de um estudo. O trabalho intitulado “Mercado Farmacêutico Português no Séc. XXI – Marcas Vs. Genéricos”, desenvolvido pelo investigador Alberto Castro no IPAM – The Marketing School, no Porto, no âmbito da tese de mestrado, mostra, porém, que há diferenças consoante as áreas terapêuticas. E, mesmo dentro da mesma área, há mudanças no comportamento de medicamento para medicamento, existindo alguns que podem ultrapassar os 80% de perdas e outros que conseguiram excepcionalmente continuar a crescer.elevado destes medicamentos tem impedido muitos casais de usufruírem dos seus benefícios, até porque não são comparticipados.

Saúde poupa 11 milhões com compras conjuntas Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e outras estruturas sob a tutela do ministério de Paulo Macedo alcançaram uma poupança de 11 milhões de euros em 2013 face ao ano anterior, através das compras centralizadas. Só na conta da eletricidade a poupança chegou a 13%, o que se traduziu em 3,5 milhões de euros. Também a negociação centralizada para a aquisição do serviço de manutenção de aplicações informáticas permitiu poupar outros 3,2 milhões de euros. Os dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde mostram que as restantes poupanças foram conseguidas com as compras centralizadas de combustíveis, materiais de limpeza e outros (como vigilância, mobiliário e economato).

/Análise de MercadoMY COOPROFAR

Crescimento face ao período homólogoCrescimento Mercado Janeiro 2014 vs. mês homólogo

Banco Mundial: viabilidade económica das farmácias em Portugal está em risco O Banco Mundial publicou o relatório «Aprendendo com as Crises Económicas: Como Melhorar a Avaliação, o Acompanhamento e a Mitigação do Impacto no Setor da Saúde», que apresenta o estudo de caso “Alterações em um Setor da Saúde sob Crise Económica e Auxílio Financeiro: Portugal”. Neste documento são realçadas as dificuldades económicas por que está a passar o setor das farmácias, como consequência das medidas políticas implementadas para diminuição da despesa pública com saúde no nosso país. É referido no estudo de caso que, através da redução do preço dos medicamentos em ambulatório e das margens de distribuição farmacêutica, o objetivo de poupança no mercado ambulatório foi alcançado, ao mesmo tempo que o objetivo de redução da despesa pública no mercado de medicamentos hospitalar não foi atingido. Ainda no âmbito do estudo de caso, e no contexto atual, estima-se que a receita das farmácias por cada prescrição médica dispensada seja inferior ao seu custo marginal, pelo que - segundo o relatório - reduções adicionais dos preços de medicamentos vão colocar em risco a rede de farmácias.

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Medicamentos de marca Vs genéricos Sempre que um medicamento de marca deixa de estar protegido pela sua patente, há vários laboratórios que aproveitam esta janela de oportunidade para lançar no mercado versões genéricas do mesmo, as quais, por imposição legal, têm de ser 50% mais baratas que o fármaco original. Com os chamados medicamentos de marca branca a ganharem cada vez mais peso, torna-se espe-cialmente visível o impacto que têm ao chegar ao mercado: só no primeiro ano os medicamentos de marca perdem em média 65% do volume de vendas em termos de embalagens para os genéri-cos, segundo dados de um estudo. O trabalho intitulado “Mercado Farmacêutico Português no Séc. XXI – Marcas Vs. Genéricos”, desenvolvido pelo investigador Alberto Castro no IPAM – The Marketing School, no Porto, no âmbito da tese de mestrado, mos-tra, porém, que há diferenças consoante as áreas terapêuticas. E, mesmo dentro da mesma área, há mudanças no comportamento de medicamento para medicamento, existindo alguns que podem ultrapassar os 80% de perdas e outros que conseguiram excepcio-nalmente continuar a crescer.

Consumo de medicamentos cardiovasculares quase duplicou numa décadaO consumo de medicamentos cardiovasculares quase duplicou numa década e, em 2011, representou uma despesa diária para o Estado de quase 1,8 milhões de euros, revela um estudo da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed). O estudo “Medicamentos do Aparelho Cardiovascular: Uma análise dos padrões de utilização e despesa em Portugal Continental entre 2000 e 2011” indica que, nesse período, o consumo destes fármacos subiu 94%. Calculado em Doses Diárias Definidas por 1.000 habitantes, o consumo passou de 288,4 doses diárias em 2000 para 558,7 em 2011, tendo sido o aumento “mais evidente” nos antihipertensores (99%) e antidislipidémicos.

lnfarmed divulga estudo que compara custos médios de tratamento entre Portugal e outros paísesO Infarmed divulgou um estudo que compara os custos médios de tratamento entre Portugal e outros países europeus. A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde conclui que o custo médio de tratamento diário no país diminuiu bastante desde 2010 nos casos em análise e está abaixo da média dos restantes países. O objetivo deste estudo, indica o Infarmed numa nota, é analisar a evolução dos custos de tratamento diários em Portugal entre 2010 e 2014 para quatro casos clínicos diferentes, bem como, comparar esses valores com os custos de tratamento desses casos específicos, tendo em conta o preço máximo dos diferentes cabazes de medicamentos noutros países da União Europeia (Espanha, França, Eslováquia, Noruega, Itália, Reino Unido, Dinamarca e Eslovénia). “Deste estudo, conclui-se que o custo médio de tratamento diário em Portugal baixou bastante desde 2010 nos quatro casos clínicos apresentados”, assinala, indicando que “a redução de preços observada deveu-se às revisões anuais de preços de medicamentos de marca, ocorridas desde 2010 até 2014 e às regras de comparticipação de medicamentos genéricos, que provocam uma rápida redução de preços máximos, assim como, à entrada no mercado, de medicamentos genéricos comparticipados, com preços mais baixos, que substituem a utilização dos medicamentos de marca nos tratamentos». Verifica-se, por outro lado, «também que o custo médio de tratamento em Portugal está abaixo da média dos restantes países analisados”, acrescenta a autoridade.

Antibióticos voltam a atrair investimento de farmacêuticasDurante anos, as companhias farmacêuticas abandonaram a pesquisa de novos antibióticos, afirmando que não valia a pena. Agora, algumas estão a mudar de ideias. Depois de ter desmontado a equipa encarregue de pesquisar antibióticos em 1999, a suíça Roche Holding está a contratar um profissional para liderar e recompor a sua área de medicamentos contra infeções. No ano passado, a Roche licenciou um novo antibiótico da companhia de biotecnologia Polyphor Ltd. e investiu 111 milhões de dólares noutra empresa especializada em antibióticos, a RQX Pharmaceuticals Inc, avança o The Wall Street Journal.  Já a GlaxoSmithKline (GSK), gigante do Reino Unido, informou recentemente que vai receber 200 milhões de dólares em financiamento do governo norte-americano para o seu programa de antibióticos.  A Roche e a GSK estão a juntar-se a algumas outras grandes do setor farmacêutico, como a AstraZeneca e a Novartis, no que está a ser um esforço para descobrir e desenvolver novos antibióticos.  Nos últimos 15 anos, as farmacêuticas abandonaram o desenvolvimento em massa de antibióticos, alegando custos altos de pesquisa, retornos baixos e regulação pesada. Nos anos 80, 30 novos antibióticos foram aprovados nos EUA, comparado com apenas um entre 2010 e 2012. A Pfizer, uma das pioneiras na produção em massa da penicilina, encerrou as suas atividades de pesquisa de antibióticos em 2011, juntamente com a Johnson & Johnson. Em 2002, a Eli Lilly deixou o setor para se concentrar em doenças crónicas. A Sanofi, por sua vez, fechou a sua unidade de anti-infecciosos, a Novexel, em 2004.  “Não estávamos a ter sucesso a desenvolver novas abordagens para infeções bacterianas difíceis de serem tratadas”, diz Charles Knirsch, vice-presidente de pesquisa clínica da Pfizer. “Depois de muita avaliação, decidimos que aumentar o foco na prevenção de infeções representaria um retorno sobre investimento mais prudente”.  Felizmente para a saúde pública, as condições económicas desfavoráveis estão a mudar. Os reguladores dos EUA e da Europa recentemente tomaram medidas para remover os obstáculos ao desenvolvimento de antibióticos, com os EUA a dar prioridade à revisão de novos medicamentos. Os fundos para pesquisa também estão a começar a crescer. A União Europeia financia projetos de pesquisa de antibióticos em empresas e universidades. Fundos do governo norte-americano são acessíveis para empresas que desenvolvem novas moléculas promissoras.

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/Análise de MercadoMY COOPROFAR

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O Ministério da Saúde alterou o procedimento de pagamento da comparticipação do Estado no preço de venda ao público (PVP) dos medicamentos dispensados a beneficiários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que não estejam abrangidos por nenhum subsistema, ou que beneficiem de comparticipação em regime de complementaridade, como militares, polícias e funcionários públicos. O pagamento, às farmácias, da comparticipação do Estado no PVP dos medicamentos dispensados a estes beneficiários depende da observância destas regras, que entram em vigor a partir de Março. As alterações decorrem, por um lado, da necessidade de harmonizar os requisitos da fatura mensal com as alterações introduzidas no Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado (CIVA), nomeadamente no que respeita às datas da prestação dos serviços e da emissão da fatura. Por outro lado, foi revisto o âmbito de aplicação do procedimento de pagamento da comparticipação, a fim de abranger as situações de dispensa de medicamentos aos beneficiários de subsistemas públicos, para além dos beneficiários do SNS. Passou a constituir encargo do SNS a comparticipação às farmácias, por parte dos sistemas de assistência na doença dos militares das Forças Armadas, da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública, e por medicamentos dispensados a beneficiários pela Direão-geral de Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas (ADSE).Por fim, razões práticas relacionadas com o processo de desmaterialização da prescrição, dispensa e conferência de medicamentos, instituem-se mecanismos eletrónicos no relacionamento entre farmácias e instituições do SNS responsáveis pela conferência e pagamento. Neste âmbito, prevê-se a obrigatoriedade de utilização de código bidimensional e faturação eletrónica, bem como comunicação através de portal eletrónico e, ainda, ajustes que clarificam a validação de receitas.A adaptação das farmácias a estas regras relacionadas com o processo de desmaterialização da prescrição, dispensa e conferência de medicamentos, nomeadamente a utilização de código de barras bidimensionais, deverá ocorrer no máximo até 1 de Junho deste ano, e de acordo com um regulamento a emitir pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). 

Novas regras em Março: pagamento de medicamentos

comparticipados

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Fornecimento embalagens menoresA partir de 1 de Março, quando uma embalagem prescrita está esgotada, apenas podem ser dispensadas embalagens que perfaçam quantidade equivalente, ou quantidade inferior, do medicamento prescrito. Este facto tem de ser justificado pela farmácia, de forma expressa, no verso da própria receita médica. Excepcionalmente, quando a embalagem prescrita está esgotada e apenas estiverem disponíveis no mercado embalagens de dimensão superior, a farmácia apenas pode dispensar a embalagem com a quantidade mínima imediatamente superior à prescrita, desde que este facto seja justificado pela farmácia, de forma expressa, no verso da própria receita médica. Nos casos de prescrição de medicamento destinado a assegurar a continuidade de um tratamento com duração estimada superior a 28 dias, são considerados os preços cuja vigência se iniciou desde o 1.º dia do 1.º mês do trimestre civil imediatamente anterior àquele em que ocorre a dispensa. O mesmo acontece quando exista fundada suspeita intolerância ou reação adversa (previamente reportada ao INFARMED). 

Dispensa e receitaNo ato da dispensa são agora incluídos, no verso da receita, as assinaturas do responsável pela dispensa do medicamento e do utente, bem como informação do direito de opção do utente, quando aplicável.Só serão admitidas receitas médicas com certos elementos impressos informaticamente e ordenados segundo o novo conteúdo.

Estes elementos são:- o valor total da receita;- o encargo do utente em valor, por medicamento e respetivo total;- a comparticipação do Estado em valor, por medicamento e respetivo total;- a data da dispensa (dd.mm.aaaa);- o código do(s) medicamento(s) em carateres e em código de barras;- a informação do direito de opção do utente, quando aplicável (NOVO).

São estes elementos que passam obrigatoriamente a ser apresentados através da utilização de código de barras bidimensionais, prevalecendo a informação contida neste código sobre a restante informação impressa.Nas receitas emitidas manualmente a beneficiários de outros subsistemas, a entidade financeira responsável é a que constar da própria receita.O relacionamento entre as diferentes entidades, o qual contém os documentos eletrónicos referentes ao processo de conferência, é exclusivamente realizado através do portal eletrónico do Centro de Conferência de Faturas disponibilizado (CCF) pela ACSS.

 DocumentosA farmácia, ou a entidade por ela designada, envia ao CCF da responsabilidade da ACSS, até ao dia 10 do mês seguinte ao do fornecimento, os seguintes documentos:- as receitas médicas onde estão prescritos os medicamentos comparticipados dispensados a beneficiários do SNS ou de subsistemas públicos cujo pagamento sejada responsabilidade do SNS;- a fatura eletrónica mensal correspondente ao valor da comparticipação do Estado no PVP dos medicamentos dispensados a beneficiários do SNS ou de subsistemas públicos cujo pagamento seja da responsabilidade do SNS e nos produtos e serviços objeto de contratualização. O valor da comparticipação do Estado no PVP dos medicamentos dispensados a beneficiários do SNS ou de subsistemas públicos cujo pagamento seja da responsabilidade do SNS e o valor da comparticipação do Estado nos produtos e serviços objeto de contratualização devem ser discriminados, de forma explícita e autónoma, na fatura mensal.  No topo do invólucro identificado com o n.º 1, passam a ser colocados os seguintes documentos:- o número da fatura eletrónica mensal, em vez da fatura mensal;- a relação-resumo de lotes (que já se faz desta forma); e- o número das notas de débito e crédito, caso existam, em vez das próprias notas de débito ou de crédito.A prova da recepção das faturas faz-se no portal eletrónico do Centro de Conferência de Faturas, este envia à farmácia uma mensagem eletrónica comprovativa da recepção do ficheiro, e ainda por troca de ficheiros eletrónicos. A fatura mensal inclui apenas o valor da comparticipação do Estado no PVP dos medicamentos dispensados a beneficiários do SNS ou de subsistemas públicos cujo pagamento seja da responsabilidade do SNS e nos produtos e serviços objeto de contratualização.Para acompanhar questões que se suscitem no âmbito do processo de faturação, está criada uma Comissão com elementos da ACSS, do Infarmed, das Administrações Regionais de Saúde, dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e das Associações de Farmácias.

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/Especial SaúdeMY COOPROFAR

Portugal é o 15º país do mundo melhor para se ser mãe. No entanto, a taxa de natalidade portuguesa é a quarta mais baixa da UE. Recentemente, o Governo anunciou estar a preparar medidas de incentivo à natalidade. Em Março, entramos neste “estado de graça” e falamos sobre SAÚDE MATERNA.

Portugal é o 15º melhor país para se ser mãe

De acordo com o relatório anual da organização Save The Children, o melhor país para ser mãe é a Noruega e o pior o Níger. Para o estudo, a organização não-governamental norte-americana comparou os fatores educativos económicos, de saúde e políticos, como a escolaridade e acesso das mães ao trabalho, a utilização de contracetivos, a mortalidade infantil ou a duração da licença de maternidade de 165 países. O relatório revelou que Portugal é um dos países com “as melhores políticas” quanto ao direito das mães reduzirem o horário de trabalho enquanto amamentam, assim como tem uma taxa de utilização de contracetivos superior a 80%, ao nível de países como a Noruega. Portugal apresenta também um risco de morte materna inferior ao da Noruega – 1/9.800 contra 1/7.600 -, mas uma licença de parto bem mais curta – 16 a 20 semanas contra 34 a 46 semanas – e níveis mais baixos de escolaridade, acesso dos filhos à educação primária ou participação política das mulheres. Quando comparado com Espanha, Portugal apresenta melhores indicadores no que respeita à utilização de contraceção (80 % contra 62 %) e mortalidade infantil (4/1.000 contra 5/1.000), pelo contrário Espanha tem um menor risco de mortalidade materna (1/11.400 contra 1/9.800) e uma maior escolaridade média das mulheres (17 anos contra 16). Os 10 melhores países para ser mãe são a Noruega, Islândia, Suécia, Nova Zelândia, Dinamarca, Finlândia, Austrália, Bélgica, Irlanda e Holanda e Reino Unido, que partilham o décimo lugar. Enquanto os piores são o Níger, o Afeganistão, Iémen, Guiné-Bissau, Mali, Eritreia, Chade, Sudão, Sudão do Sul e República Democrática do Congo. A organização cita estudos científicos segundo os quais medidas de apoio à amamentação podem salvar um milhão de crianças por ano e frisa que, nos países em desenvolvimento, especialmente naqueles sem acesso a água potável, a amamentação pode ser a diferença entre viver ou morrer.

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/Especial SaúdeMY COOPROFAR

Governo anuncia incentivo à natalidadeO Governo anunciou, recentemente, a criação de uma equipa multidisciplinar para preparar um plano de ação na área da natalidade. Liderada por Joaquim Azevedo, professor catedrático da Universidade Católica Portuguesa, esta equipa tem três meses para apresentar medidas de incentivo à natalidade. Como esclareceu Pedro Passos Coelho, esta equipa deverá apresentar um plano que “nos deva habilitar a poder, com outros partidos, com os parceiros sociais, formar um programa de ação que sirva para a nossa discussão na União Europeia e em Portugal.” O primeiro-ministro garantiu ainda que o seu partido irá “dedicar ao tema da natalidade uma importância crucial” e que o Governo irá tomar “uma iniciativa clara” nesta área.

GRAVIDEZ e a importância dos cuidados pré-natais A Gravidez é uma fase de mudança, tanto na vida da Mãe e do Pai, como em todo o Sistema Familiar e extra-familiar onde se vai integrar esta nova Vida. Deve ser encarada de forma positiva de forma a desenvolver-se com harmonia e trazendo a todos a felicidade a ela subjacente. Deixa-se a ideia que a gravidez não deve ser encarada como um estado da mulher, mas como uma fase que a todos diz respeito. Desta nova tendência emerge um novo conceito: “Família grávida”. Os cuidados pré-natais são fundamentais para uma gravidez saudável e para um pleno desenvolvimento do bebé. Deste modo, torna-se muito importante, mal a gravidez seja confirmada, consultar um médico. Esta rapidez deve ser maior se se sofrer de doenças crónicas como diabetes, epilepsia ou hipertensão. Alguns exames físicos não deverão ser esquecidos: análises ao sangue e à urina, medição da tensão arterial, peso e altura, exame do abdómen, seios, coração, pulmões e exame pélvico interno. Este último indica-lhe o número de semanas de gravidez e a análise ao sangue é fundamental para determinar o tipo sanguíneo, alguma situação de anemia ou a imunidade contra a rubéola e hepatite B. A partir desta primeira consulta, são feitas outras de rotina. O normal é de 4 em 4 semanas, até à 28ª semana de gravidez, de 2 em 2 semanas até à 36ª semana e, por último, uma vez por semana, até ao momento do parto.

CorpoA gravidez é uma das etapas da vida da mulher em que se deve ter o máximo cuidado com o corpo, pelo bebé e pela mãe, para que passe os meses de  gravidez  o melhor possível e para que a recuperação depois do parto, seja mais rápida. O primeiro mandamento dos  cuidados  a ter com o corpo é a hidratação, manter a pele elástica e hidratada durante toda a gravidez. O ventre e os seios, sobretudo, incham muito e é conveniente ajudar ao estiramento da pele para que se mantenha saudável, evitar as estrias e colaborar no processo posterior ao parto para que a pele volte à tensão natural. Durante a gravidez deve-se ingerir mais água ou sumos (sem açúcar), para hidratar a pele e evitar a retenção de líquidos e as suas consequências - pernas pesadas; pés, tornozelos e pulsos inchados.

EmoçõesNão só o corpo da grávida vai ser alvo de mudanças. Também vão ocorrer alterações nos seus sentimentos, na sua disposição e na do seu companheiro, assim como na vida social, laboral e familiar. Primeiro trimestre - Pode sentir emoções contraditórias, ora de alegria, ora de insegurança ou preocupação. Estará especialmente sensível. Pode notar variações de humor, sem motivo aparente. São reacções normais!Segundo trimestre - É um período de serenidade e calma, na maior parte dos casos. A mãe já sente o bebé e isto tranquiliza-a e anima-a.Terceiro trimestre - Pode voltar a sentir uma certa insegurança. Poderão surgir preocupações em relação ao parto e ao bem-estar e saúde do bebé. Pode estar impaciente com a espera do nascimento.Mas não só a grávida, mas também o companheiro e toda a Família acompanharão e viverão estas mudanças emocionais ao longo da gravidez. É importante a união de todos e a partilha de sentimentos para estes serem resolvidos de forma saudável.Toda a família pode e deve recorrer aos serviços de saúde destinados ao acompanhamento da grávida e família.

AlimentaçãoÉ muito importante o controle rigoroso de peso durante a  gravidez. É necessário que a gestante engravide com peso adequado para sua altura. O tabaco e as bebidas alcoólicas devem ser eliminados, porque interferem no estado de nutrição da grávida. Existe um aumento do gasto de energia durante a  gravidez, assim a grávida necessita de aproximadamente 2000 a 2500 calorias por dia. É mais importante a qualidade do alimento ingerido do que a quantidade. Ingestão preferencial: carne, peixes, ovos, verduras, frutas, leite e derivados de leite, gelatinas dietéticas. Evitar: massas, batatas, arroz, refrigerantes, sorvetes, açúcar, pão, chocolates, licores, álcool, sal, frios e doces. Temperos: evitar o sal, podendo usar de preferência, pimenta, vinagre, limão, alho, orégãos, evitando condimentos industrializados.

“O tabaco e as bebidas alcoólicas devem ser eliminados, porque interferem no estado de nutrição da grávida.”

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/Especial SaúdeMY COOPROFAR

Fontes: Agência Lusa, Sapo Saúde; RCMPharma; Alzheimer Portugal

É perigoso tomar medicação na gravidez?Durante a gravidez, alguns medicamentos poderão ter consequências adversas para o feto que se está a desenvolver. De facto, estudos efetuados revelam que cerca de 2 a 3% das anomalias congénitas são induzidas por medicamentos. Não deverá assumir que certo medicamento seja seguro antes de falar com o seu médico. Muitos fármacos ainda não foram estudados de forma suficiente a que se possa afirmar, com certeza, que não serão nocivos para o feto. Deste modo, é essencial que a grávida se informe junto do seu médico antes de iniciar qualquer tratamento. A toma de medicamentos no decorrer da gravidez é uma prática comum. De acordo com dados da Academia Americana de Médicos de Família, mais de 80% das grávidas tomam medicação em algum momento da gestação, seja esta receitada ou não pelo médico. São vários os motivos que levam uma grávida a realizar medicação: uma doença aguda que surge no decorrer da gestação e que não está diretamente relacionada com a gravidez (por exemplo, uma gripe); uma doença que surge com o evoluir da gravidez (por exemplo, a diabetes gestacional); uma patologia crónica que já apresentava previamente a engravidar e que necessita de tratamento contínuo (por exemplo, a hipertensão arterial). Poderá também ocorrer exposição inadvertida a um fármaco quando uma mulher fica inesperadamente grávida. É de notar que a gravidez é constituída por várias fases e que um medicamento considerado seguro quando tomado no primeiro trimestre poderá não ser seguro no terceiro trimestre, ou vice-versa. A maioria dos sistemas de órgãos é formada nas primeiras 10 semanas de gestação; durante este período, alguns fármacos poderão provocar malformações no feto em desenvolvimento (por exemplo, no coração, membros, face). Após a 10ª semana de gestação, o feto cresce rapidamente em peso e tamanho; nesta fase, alguns fármacos poderão impedir o normal crescimento fetal. Porém, continua a haver órgãos em formação, como o sistema nervoso central e os olhos, que também poderão ficar afetados.bOutros medicamentos poderão ser especialmente perigosos no último trimestre da gravidez, podendo surgir complicações no parto ou originar problemas de saúde no recém-nascido.

Ferro não é necessário diariamenteA toma diária de suplementos de ferro pelas mulheres grávidas não fornece nenhum benefício ou melhoria no crescimento da criança, comparativamente à toma destes suplementos duas vezes por semana, sugere um estudo publicado na revista “PLOS Medicine”. Estes resultados são importantes uma vez que a anemia, uma condição na qual o sangue não é capaz de fornecer uma quantidade adequada de oxigénio, devido aos baixos níveis de hemoglobina, é considerada um problema de saúde a nível mundial. Estima-se que mais de dois biliões de pessoas seja afetada por esta condição, cujos efeitos secundários e custos associados à toma de diária de ferro são um desafio do tratamento. Os investigadores verificaram que as crianças cujas mães tinham tomado os suplementos de ferro duas vezes por semana tinham um melhor desenvolvimento cognitivo, comparativamente com as crianças cujas mães tomavam este tipo de suplementos diariamente. Por outro lado, a taxa de aderência à toma de ferro duas vezes por semana foi maior do que a toma diária.

Paracetamol na gravidez associado a risco de TDAH em criançasO acetaminofeno (paracetamol), analgésico de uso comum, considerado seguro para mulheres grávidas, foi vinculado pela primeira vez ao risco de as crianças virem a desenvolver transtorno de défice de atenção com hiperactividade (THDA), segundo uma pesquisa publicada nos EUA. Serão necessários mais estudos para confirmar as descobertas. No entanto, especialistas da Universidade da Califórnia e da Universidade de Aharus (Dinamarca) descobriram que as mulheres grávidas que tomaram acetaminofeno tiveram um risco 37% maior de ter filhos que mais tarde seriam diagnosticados com transtorno hiperquinético, uma forma particularmente severa de transtorno de hiperactividade com défice de atenção (THDA). Pesquisas anteriores tinham sugerido que o acetaminofeno pode interferir com o funcionamento normal das hormonas e poderia afectar o desenvolvimento cerebral do feto. Especialistas advertiram que os resultados da pesquisa não provam que o medicamento seja a causa do TDAH nas crianças, mas apenas um vínculo preliminar entre os dois factores. 

Mortalidade materna diminuiu 100 vezes nos últimos 80 anosA mortalidade materna diminuiu 100 vezes nos últimos 80 anos, dá conta um estudo publicado na Ata Obstétrica e Ginecológica Portuguesa. Neste estudo, os investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) propuseram-se ava-liar o salto dado pelos cuidados de saúde na gravidez no nosso país, desde o início do seculo XX. “Há 80 anos atrás cerca de uma em cada 200 mulheres morria por complicações associadas à gravidez”, explicou um dos autores do estudo, Diogo Ayres Cam-pos. “Atualmente esse valor é cerca de 100 vezes menor. Trata-se seguramente de um dos grandes progressos da humanidade, o qual alterou profundamente as expectativas da sociedade sobre os riscos de saúde para as mães durante a gravidez”, refere o investigador. De acordo com Diogo Ayres Campos “é importante que as gerações que apenas conheceram a realidade atual não desvalorizem os progressos atingidos no passado e que relem-brem a história natural da gravidez quando deixada ao cuidado da natureza”.

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/Especial SaúdeMY COOPROFAR

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Desde o nascimento que o bebé necessita de cuidados

acrescidos para que seja assegurada uma boa saúde e um

desenvolvimento normal. Há as doenças típicas desta fase,

que são inevitáveis, e outras que, pela sua complexidade

podem constituir para os pais verdadeiras inquietações ao

longo da vida. É o caso do Autismo e como o Dia de

Consciencialização para este distúrbio aproxima-se, a

MY COOPROFAR associa-se à desmistificação desta doença

que, em Portugal, afeta entre cinco a 12 crianças, em cada

dez mil, por ano.

SAÚDE DA CRIANÇA:

O Reino do Autismo

O autismo é um transtorno neuropsiquiátrico que afecta uma em cada mil crianças em idade escolar em Portugal e que não permite que as mesmas tenham uma vida normal. A ausência da fala, a dificuldade em relacionarem-se com os outros ou o comportamento repetitivo e inadequado são alguns dos seus traços característicos. O trabalho dos pais no tratamento é es-sencial para que a criança possa viver da melhor maneira pos-sível.O autismo é mais comum nos rapazes que nas raparigas. As características do autismo aparecem, geralmente, durante os primeiros três anos da criança e continuam ao longo de toda a vida O autismo pode ser mais ou menos severo. Os casos mais graves caracterizam-se por uma completa ausência da fala, por comportamentos extremamente repetitivos, não usuais, auto-prejudiciais e agressivos. As formas mais leves de autismo (tipicamente Síndrome de Asperger ou autismo de alto funcio-namento) poder ser quase imperceptíveis e podem confundir-se com timidez, falta de atenção e excentricidade. Vários estudos estabelecem que em todo o mundo 5 em cada 10 mil pessoas apresentam um quadro de “autismo clássico” e, se tomarmos em consideração todo o espectro do síndrome, este afecta apro-ximadamente uma em cada 700 ou 1000 pessoas. Em relação ao sexo, afecta 4 rapazes por cada rapariga.

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Perfil de uma criança autistaAs crianças autistas apresentam uma série de traços carac-terísticos que permitem detectar rapidamente o seu trans-torno.

- Alteração do desenvolvimento da interacção social e recípro-ca: em algumas pessoas dá-se um isolamento social significa-tivo; outras pessoas mostram-se passivas na sua interacção social, apresentando um interesse escasso e furtivo para com os outros. Algumas pessoas podem ser muito activas na hora de estabelecer interacções sociais, mas fazendo-o de maneira estranha, unilateral e intrusa; sem considerar plenamente as reacções dos outros. Todas têm em comum uma capacidade limitada de empatia, mas são capazes, à sua maneira, de mos-trar os seus afectos.

- Alteração da comunicação verbal e não-verbal: algumas pessoas não desenvolvem nenhum tipo de linguagem, outras mostram uma fluidez enganosa. Todas carecem da habilida-de de levar até ao fim uma conversa. Tanto a forma como o conteúdo das suas competências linguísticas são peculiares e podem incluir a repetição continua de palavras e/ou frases, a inversão pronominal e a invenção de palavras. As reacções emocionais aos requerimentos verbais e não-verbais dos ou-tros são inadequadas – evitam o contacto visual, incapacida-de para entender as expressões faciais, as posturas corporais ou os gestos.

- Reportório restringido de interesse se comportamentos: a actividade imaginativa vê-se afectada. A grande maioria das pessoas incluídas no espectro do autismo falam no desenvol-vimento do jogo normal de simulação “brincamos ao que eu sou … médico, bombeiro, etc.”. Esta limitada imaginação obs-taculiza e limita a capacidade para perceber as emoções e as intenções dos outros. Em alguns casos a actividade imagina-tiva é excessiva.

Os padrões de conduta são, frequentemente, ritualistas e re-petitivos. Podem apegar-se a objectos inusuais ou estranhos. Frequentemente apresentam uma grande resistência a altera-ções e uma perseverança na imutabilidade; alterações insigni-ficantes no seu meio podem provocar um profundo mal-estar.Para além disso, em muitos casos dá-se uma sensibilidade inu-sual perante estímulos sensoriais – tácteis, auditivos e visuais. Outros traços comuns associados e não específicos incluem: ansiedade, transtornos do sono e da alimentação, transtornos gastrointestinais e condutas agressivas.

Um mundo de sentidos desfasadosAs crianças com perturbações do espectro autista têm dificuldades em integrar simultaneamente a informação obtida através dos olhos e ouvidos, revela um estudo publicado no “The Journal of Neuroscience”. Estas crianças “têm uma percepção interessante e fragmentada do mundo que as rodeia, onde os sinais visuais e auditivos se encontram desfasados entre si “, explicou em comunicado de imprensa, um dos autores do estudo, Mark Wallace. Na opinião do investigador este déficit na função sensorial pode, em última instância, dificultar as capacidades de comunicação e sociais das crianças com autismo.   O estudo apurou que as crianças com autismo tinham um aumento em algo conhecido como janela de união temporal, o que significa que o cérebro tem dificuldades em associar os eventos visuais e auditivos que ocorrem num determinado período de tempo. “É como se estivessem a ver um filme numa língua estrangeira que está mal dobrado, os sinais auditivos e visuais não se emparelham”, explicou, um dos coautores do estudo Stephen Camarata. “Ter as mãos colocadas nos ouvidos, é uma das imagens clássicas das crianças com autismo. Acreditamos que talvez elas estejam a tentar compensar as suas alterações na função sensorial tentando se focar num sentido de cada vez. Esta talvez seja uma estratégia para minimizar a confusão entre os sentidos”, conclui Mark Wallace.

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 Identificado o marcador mais precoceO contacto visual durante a infância pode ser a chave para a identificação precoce do autismo, de acordo com um estudo publicado na revista “Nature”. “O autismo não é habitualmente diagnosticado até aos dois anos de idade, quando os atrasos no comportamento social e na linguagem são evidentes. Este estudo mostra que as crianças apresentam sinais evidentes de autismo muito mais cedo”, revelou, em comunicado de imprensa, um dos autores do estudo, Thomas R. Insel. As crianças começam tipicamente a focar os rostos das pessoas nas primeiras horas de vida. Contudo, as crianças com autismo não apresentam este tipo de interesse no contacto visual. De facto, a falta deste tipo de contacto é uma das características do diagnóstico desta doença. O estudo apurou que as crianças com autismo apresentavam um declínio no tempo em que fixavam os olhos da mãe. Esta diminuição de contacto visual tinha início entre os dois e os seis meses de idade, tendo continuado ao longo do estudo. Aos 24 meses e comparativamente com as crianças saudáveis, as com autismo apenas se focavam metade do tempo nos olhos dos pais.

Este declínio de atenção foi algo que surpreendeu os investiga-dores. Contrariamente à crença já há muito estabelecida, estes resultados sugerem que capacidades sociais não estão intactas logo após o nascimento das crianças com autismo.Se os médicos conseguissem identificar este tipo de marcador do autismo nas crianças pequenas, talvez fossem capazes de man-ter, com mais êxito, o desenvolvimento social destas crianças.

Oxitocina melhora comportamento social dos autistasA oxitocina é capaz de melhorar a atividade cerebral das crianças com distúrbios do espetro autista, durante o processamento de informação social, defende um estudo publicado nos “Proceedings of the National Academy of Sciences”. “Este é o primeiro estudo a avaliar o impacto da oxitocina na função cerebral das crianças com distúrbios do espetro autista”, revelou, o primeiro autor do estudo, Ilanit Gordon.   O estudo apurou que os centros do cérebro associados à recompensa e ao reconhecimento emocional respondiam melhor durantes as tarefas sociais nas crianças às quais tinha sido administrada a hormona. Foi verificado que a oxitocina normalizou temporariamente as regiões cerebrais responsáveis pelos problemas sociais associados às crianças com autismo. De acordo com o investigador, a oxitocina promove a sintonia social, um processo que faz com que as regiões do cérebro en-volvidas no comportamento e cognição social fiquem mais ati-vas através de estímulos sociais (observação de faces) e menos ativas através de estímulos não sociais (visualização de carros). “Estes resultados são particularmente importantes uma vez que é urgente encontrar tratamentos que tenham por alvo a disfun-ção social presente nos distúrbios do espetro autista”, conclui Ilanit Gordon.

Monumentos iluminam-se de azul pelo autismoA Assembleia Geral das Nações Unidas designou o dia  2 de abril como Dia Mundial da Consciencialização do Autismo.  No âmbito da campanha mundial «Light It Up Blue», vários monu-mentos vão iluminar-se de azul. Além de ícones mundiais como o Empire State Building, nos Estados Unidos da América, ou as Cataratas do Niágara, também em Portugal, locais como o San-tuário de Cristo-Rei, em Almada, e o Castelo de Leiria, entre ou-tros, vão ser iluminados de azul. O principal objetivo passa por sensibilizar a população para a doença que, em Portugal, afeta entre cinco a 12 crianças, em cada dez mil, por ano.

Fonte: Sociedade Portugesa de Ginecologia/sapo.saude.pt/RCMPharma/APPDA

/Especial SaúdeMY COOPROFAR

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Farmácias são o setor da saúde com maior reputaçãoA farmácia comunitária é, entre os diferentes setores da Saúde a nível internacional, aquele que goza de melhor reputação junto dos doentes. A conclusão consta do relatório de um estudo divulgado, financiado pela consultora britânica PacientView, que procurava avaliar a reputação das grandes companhias farmacêuticas junto de 800 grupos de doentes em 43 países diferentes. Os inquéritos de opinião foram conduzidos entre novembro e dezembro do ano passado e os dados são referentes a 2013, colocando as farmácias no lugar cimeiro da tabela dos “8+”, onde 61,9% dos inquiridos consideram ser a sua reputação “boa” ou “excelente”. Em segundo lugar - sete pontos percentuais abaixo - surgem as companhias de dispositivos médicos (54,9%), seguidas dos serviços de saúde do setor privado (51,1%), dos sistemas de comparticipação estatais (42,8%), dos fabricantes de genéricos (41,5%), das companhias de biotecnologia (40,6%), das multinacionais farmacêuticas (35.4%) e, por fim, das seguradoras de saúde (26,7%).

Medlog apoia Fundação do GilO Grupo Cooprofar-Medlog está a contribuir de uma forma positiva para apoiar as causas da Fundação do Gil através de um projeto que transforma dispositivos antigos em dinheiro. O processo é simples, amigo do ambiente e dá frutos ao permitir reciclar enquanto se angaria fundos para caridade.Esta iniciativa nasceu de uma parceria entre a Fundação do Gil e a EMC Europe - empresa líder de mercado especializada na reciclagem de telemóveis e portáteis – que uniram esforços para melhorar a vida de milhares de crianças e famílias portuguesas, através da reciclagem de telemóveis.O Grupo Cooprofar-Medlog conheceu e reconheceu no projeto uma potencialidade enorme de conjugar vários fatores que se encaixam na política de Responsabilidade Social Empresarial, por isso, decidiu aderir, firmando parceria com a EMC Europe. O sistema é simples: a empresa compromete-se a proceder ao levantamento gratuito dos equipamentos e a Fundação do Gil recebe no prazo de 30 dias o donativo correspondente. A  EMC Europe redireciona anualmente centenas de milhares de dispositivos para áreas necessitadas, garantindo que eles não estão sendo despejados em aterros globalmente. “Prolongamos o ciclo de vida de telemóveis e portáteis, recuperando e reutilizando mais de 90% dos equipamentos que processamos, excedendo assim a meta de 85% definida pela União Europeia. Os restantes são reciclados responsavelmente”, revela a empresa.

/Opinião - ReportMY COOPROFAR

Alguém dizia que o défice de atenção era diagnosticado a mais, e a menos, porque muitas vezes era mal identificado. Nada é simples. Com frequência sou chamado a avaliar crianças com o diagnóstico de perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA). Ao contrário das afirmações produzidas em revistas e jornais, a população  identificada em Portugal com PHDA é reduzida.A escassa informação, associada à relutância dos pais em confessarem-se impotentes para minorar o impacto da disfunção na vida das crianças, é parte da explicação. Outro mito comum é atribuir origem da perturbação à permissividade excessiva dos progenitores, ou ao envenenamento do cérebro pelas tecnologias interativas, como se estas fossem uma espécie de excitantes neuronais que tornam as crianças em moléculas sobreaquecidas, ou “carrinhos de choque” em agitação browniana.Se por um lado a disfunção não é diagnosticada quando devia ser, também o inverso se verifica. Qualquer criança com um problema de desenvolvimento não precisa de um fotógrafo, mas de um radiologista. Não carece de quem enuncie o óbvio, mas de quem lhe decifre a alma, afastando a pele e penetrando mais fundo.Arriscar-me-ia a dizer que o défice de atenção não existe, e que tal como a natureza tem horror ao vácuo, também o cérebro não tolera a inatividade. Se é assim, o défice de atenção significa que o enfoque se dirige ao alvo “errado”, seja ele o lápis que cai, ou o trajeto da seta de cupido em vias de atingir o Martim do 5 C. Quando se afirma que alguém está “distraído”, o que verdadeiramente se quer dizer é que o objeto da atenção não lhe serve a ele ou... a nós.  Também creio que o défice de atenção tem as “costas largas”. Quase todas as crianças com perturbações da família do autismo têm dificuldade em se concentrar em tarefas que não vêm como relevantes e, pelo contrário, “perdem-se” (curiosa expressão...), num mundo interior feito à sua medida. As crianças ansiosas podem cometer erros grosseiros, interpretados como défice de atenção.Com uma forma especial de ansiedade, a perturbação obsessiva-compulsiva, também sucede o mesmo, quando a criança tem de repetir mentalmente as rotinas de que se faz prisioneiro, figuras centrais da sua ocupação mental, ditaduras rígidas de que não se liberta, enquanto no exterior de si o tempo rola em transformação contínua.Alguém dizia que o défice de atenção era diagnosticado a mais, e a menos, porque muitas vezes era mal identificado. Nada é simples. (in sapo.saude.pt)

«Nada é simples - um olhar sobre o défice de atenção»

Artigo de opinião

Dr. Nuno Lobo AntunesNeuropediatra

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tomates roxostravar cancroKetchup, piza, massas com molho de tomate são vulgarmente associados a uma alimentação menos saudável. Mas podem futuramente beneficiar da mudança genética do tomate para ter propriedades anticancerígenas, anti-inflamatórias ou mesmo de prevenção nas doenças cardiovasculares, é o caso dos tomates roxos.

suplementopotencia cancro da mamaHomens que tomam suplementos para ganhar massa muscular podem estar a consumir um medicamento contra o cancro da mama sem saber, alerta um estudo publicado no British Medical Journal (BMJ).

ensaios clínicosreforço em PortugalA Novartis tem atualmente a decorrer em Portugal 22 ensaios clínicos, envolvendo um total de 300 doentes e mais de 100 centros de investigação. A Novartis prevê lançar nove novos ensaios clínicos em Portugal em 2014.

Vimpat® aprovada comparticipaçãoO Infarmed acaba de aprovar a comparticipação do medicamento Vimpat® (lacosamida) para o mercado português, avança a UCB, em comunicado de imprensa.  Vimpat® é um fármaco de prescrição médica, adjuvante de outros medicamentos anticonvulsivos, utilizado no tratamento de crises parciais não controladas, em pessoas epilépticas com idade superior a 16 anos, inclusive. 

vitamina C injetável tratamento contra o cancroNum estudo divulgado na publicação científica Science Translational Medicine, um grupo de cientistas da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, defende que, por via intravenosa, a vitamina C pode ser um tratamento seguro, barato e eficaz para o cancro do ovário e outros tipo de cancro e pede a realização de ensaios clínicos em grande escala.

tranquilizantes“problema de saúde pública” Apesar dos alertas repetidos nos últimos anos, a utilização de medicamentos ansiolíticos, sedativos e hipnóticos continua muito elevada em Portugal. Tão elevada que, nas conclusões de estudo em que analisou o consumo dos psicofármacos em Portugal Continental entre 2000 a 2012, uma especialista da Infarmed defende que este é “um importante problema de saúde pública”.

aspirinareduz risco de cancro do ovário em 20%A toma de uma baixa dose diária de aspirina pode diminuir o risco de as mulheres desenvolverem cancro do ovário, dá conta um estudo publicado no “Journal of the National Cancer Institute”.

hepatite Crisco maiorCientistas suíços descobriram que o risco de contrair hepatite C por via sexual é maior do que se pensava até agora, além de métodos como transfusão de sangue e troca de seringas com pessoas infetadas.

cesarianas aumentam falta de profissionais Um estudo divulgado pela Universidade de Aveiro conclui que o elevado número de cesarianas efectuado no serviço público de saúde deve-se ao facto de os hospitais não terem profissionais suficientes “para que haja tranquilidade” na hora de decidir.

200 mil fibromialgiaDor generalizada, fadiga, altera-ções do sono, da memória e dificuldades de concentração são alguns dos sintomas mais frequentes dos cerca de 200 mil portugueses que sofrem de fibromialgia, uma síndrome crónica, de causas ainda desconhecidas, que afeta oito mulheres por cada homem.

venda suspensacigarros eletrónicos “Qual é a farmácia aberta para ir comprar tabaco?”. Uma nova marca no mercado anuncia desta forma a chegada de cigarros eletrónicos a 10 farmácias em Lisboa. O regulador do medicamento “está a estudar a situação, de forma a perceber se este produto preenche os dois requisitos para que possa ser considerado medicamento, e não põe de parte a hipótese de intervir.

nanomedicina “esperança” no combate ao cancro A nanomedicina é uma das esperanças no combate “de precisão” a células cancerígenas, defendem especialistas no dia em que se assinala, em Braga e em 13 países europeus, o segundo Nano World Cancer Day.

azia risco de cancro da gargantaA azia pode aumentar o risco de uma pessoa desenvolver um cancro da garganta, mas parece que o uso de antiácidos pode ter um efeito protetor, segundo um estudo publicado na revista Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention,

cancroaumento de 50% até 2030Um estudo publicado alerta que os casos de cancro aumentarão 50% até 2030, quando serão diagnosticados em todo o mundo quase 22 milhões de casos de cancro em comparação com os 14 milhões em 2012, devido a um forte aumento da doença nos países em desenvolvimento.

Anoro®Comité da EMA recomendaA GlaxoSmithKline (GSK) e a Theravance anunciaram que o Comité de Medicamentos Para Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou a aprovação do Anoro® (umeclidinium/vilanterol) como um tratamento broncodilatador de uma toma diária para o alívio de sintomas em adultos com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), avança o site FirstWord.

/BrevesMY COOPROFAR

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verrugas genitais três doses da vacina contra o HPV Apesar de o principal objetivo da vacina contra vírus do papiloma humano (HPV) ser a proteção con-tra o desenvolvimento cancro do colo do útero, as verrugas genitais podem também ser prevenidas com esta vacina.

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