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1 MÚSICA PARA OS OUVIDOS DE LOCK Episódio 4 CONTEÚDO Cristiano Muniz Joana Sandes

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MÚSICA PARA OS OUVIDOS DE LOCKEpisódio 4

CONTEÚDOCristiano Muniz

Joana Sandes

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NO CAMPO DA MATEMÁTICA, é objetivo da escola propor aos alunos situações que coloquem seus conhecimentos prévios em xeque, para que busquem e desenvolvam novas construções. Nesse momento, a autoconfiança é um elemento muito importante: o aluno só vai se lançar à construção de novos esquemas e conceitos quando se considerar capaz de fazê-lo. Por esse motivo, o desenvolvimento de atitudes favoráveis em relação à Matemática é muito relevante, pois desperta a autoestima e a confiança da criança para a resolução das situações-problema.

Daí a importância de o professor trabalhar com o aluno também a dimensão afetiva, pois a atividade cognitiva, em especial na atividade matemática, está estritamente associada a ela.

A aprendizagem dessa disciplina vincula-se aos estímulos oferecidos às crianças. É importante brin-car com elas, desafiá-las, questioná-las, propor situações-problemas do cotidiano, para que elas percebam que a Matemática pode estar presente mesmo quando não há números envolvidos. Assim, a escola deve constituir um espaço em que o conhecimento matemático esteja baseado na necessidade real de resolução das situações-problema que encontramos em nossas vidas.

Essas situações nos impelem, desde muito pequenos, a vivenciarmos conhecimentos mate-máticos tais como aqueles ligados aos deslocamentos e à orientação espacial, à organização temporal, à realização de jogos e brincadeiras, às primeiras explorações de valores e vivências com moedas e cédulas, ao contato com instrumentos de medidas, à necessidade de comunica-ção de ideias matemáticas e, em especial, ao desenvolvimento de um discurso argumentativo baseado na lógica e na criatividade.

A série Fabulosas Coleções do Seu Gonçalo surgiu com o objetivo de oferecer aos profes-sores e escolas um recurso educativo para apoiá-los no desenvolvimento do pensamento matemático de seus alunos. Composta por episódios para televisão, página na internet, jogos de computador e textos com sequências didáticas, a série leva os conteúdos matemáticos para uma aventura no universo fantástico das coleções do Seu Gonçalo. Um mundo onde os personagens infantis exploram a contagem em desafios que vão inspirar as crianças e fazê-las questionar e elaborar suas próprias estratégias e hipóteses para identificar e superar as situ-ações-problema. Afinal, é na busca de uma solução para esse tipo de situação que a criança desenvolverá esquemas mentais que serão decisivos em seu desenvolvimento matemático.

Mais importante que desenvolver atividades com a criança é compreender que a capacidade infantil de realizar atividades matemáticas está estritamente ligada ao pensamento autônomo que a criança possui – à sua capacidade de desenvolver e aplicar estratégias operatórias de resolução de situações de impasse, de agir de acordo com suas percepções acerca da situação, da liber-dade de cometer erros, criar e testar as próprias hipóteses, enfim, de ser a primeira e a principal responsável por suas descobertas, realizações e aprendizagens.

Professor, aproveite a série e leve seus alunos para as Fabulosas Coleções do Seu Gonçalo.

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Bel, WJr, Vica e o Fado seguem em sua incrível aventura no mundo das Fabulosas Coleções do Seu Gonçalo. O quarto episódio da série reserva um desafio musical aos nossos heróis: organizar uma orquestra. Como se faz isso?

Gonçalo colecionou diversos tipos de ins-trumentos musicais durante anos. Ele adora música e até incentivou sua filha Vica a es-tudar violino, mas a menina cresceu e agora toca guitarra e não quer mais saber de música clássica, ela curte rock.

A coleção de instrumentos musicais era bem organizada e tocava em perfeita harmonia. Agora, quando nossos heróis chegam à cole-ção de instrumentos, não encontram nada além de barulhos, ruídos e muita desafinação.

Lock passou por ali e fez a maior confusão. Ninguém mais toca em sintonia com ninguém, cada instrumento reproduz uma música diferente, em um tempo diferente. É tanto barulho que nossos heróis não conseguem nem pensar direito.

E agora, o que fazer? Como sair dali? Será preciso organizar os instrumentos para que eles consigam fazer música de verdade, to-cando em harmonia. Mas como será que se organiza uma orquestra?

Vica se lembra de suas aulas de música e sugere organizá-la por naipes, ou seja, por famílias de instrumentos.

Os heróis começam a separação dos instru-mentos: cinco de cada naipe – percussão, sopro, cordas. A orquestra é um grupo de instrumentos composto por diversos grupos menores, ou seja, dentro de um grupo po-dem existir outros grupos menores.

Pronto, a orquestra está organizada e começa a tocar! Mas, ainda falta alguma coisa.... A per-cussão está muito alta e eles não conseguem ouvir as cordas.

Agora, além da organização por naipes, eles precisam também organizar os instrumen-tos no espaço, de forma que todos possam ser ouvidos claramente. Percussão no fundo, metais um pouco mais à frente e, por último, as cordas. A música começa a tocar harmo-niosamente e abre-se uma escada diante de nossos heróis.

Lock não vai deixar que escapem tão fácil. Ele usa a música da orquestra para hipnotizar os heróis e os faz caminhar em direção ao ca-deado. WJr tropeça e a chave cai de seu bolso.

Lock fica estupefato. A chave finalmente está ao seu alcance! Agora é a vez do malvado Lock ficar hipnotizado, em transe, diante da chave.

É o momento de distração que Bel, WJr, Vica e o Fado precisam para fugir para a próxima coleção e se preparar para mais uma aventura nas Fabulosas Coleções do Seu Gonçalo.

MÚSICA para os OUVIDOS DE LOCK

Desenvolvendo a MATEMÁTICACONTEÚDOSAtividade de classificação e conceitos estruturantes: organização da orquestra por naipes. Agrupamento: organização espacial da orquestra a partir de naipes.

APRESENTAÇÃO DE CONCEITOS

O planejamento da educação matemática atual é centrado na oferta e criação de situa-ções-problema para as crianças. Desse modo, o professor, durante a vivência da situação, pode buscar compreender como determina-dos conceitos aparecem ao longo das ações.

Assim como acontece nos episódios da série Fabulosas Coleções do Seu Gonçalo, as situ-ações propostas precisam ter um significado concreto para as crianças, como, por exemplo, dividir um chocolate entre três colegas, achar um tesouro escondido na escola com a ajuda de um mapa, identificar os dias da semana, localizar um evento no tempo – ontem, hoje, amanhã, entre outros.

Portanto, no momento da organização do tra-balho pedagógico de construção de conceitos em situações-problema, o professor precisa le-var em consideração dois aspectos importantes:

• No espaço escolar, as situações são social-mente partilhadas, constituindo-se em uma rica fonte de permuta e confronto de concei-

tos. Nesse sentido, a presença do educador mediador é importante para favorecer as trocas, instigar as argumentações, colher informações que dizem respeito aos concei-tos e aos seus estágios de desenvolvimento.

Nos episódios da série, os personagens ne-cessitam constantemente mobilizar diversos conceitos para resolver situações-problema, a fim de se livrarem dos perigos e, principal-mente, encontrarem a saída do baú.

• Em cada situação, muitos conceitos ma-temáticos e não matemáticos aparecem de forma integrada, uns perpassando os outros. É a conjuntura que lhes dá vida e sentido, pois eles não existem e não têm sentido de forma isolada uns dos outros e fora do contexto da ação. É importante a participação do professor na captação e identificação dos conceitos mobilizados pela criança na resolução de uma deter-minada situação, buscando compreender como se dá a presença de cada um deles e suas mútuas implicações.

O educador tem um papel fundamental no processo de mediação e de intervenção entre as diferentes ideias presentes em torno de um mesmo conceito. Isso leva a criança a perceber seu ponto de vista e os de seus pares.

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Uma situação, mesmo que seja matemática, não possui uma única solução. O que cons-titui a riqueza matemática é justamente a possibilidade de múltiplas respostas.

No caso das situações-problema solucionadas por meio do desenho, por exemplo, a diversi-dade de registros e as alternativas de criação são várias, tendo em vista que o desenho favo-rece fortemente a criatividade do indivíduo.

A riqueza pedagógica está na capacidade do educador em articular, no grupo de crianças, as mais diversas possibilidades de resolução. Ele deve possibilitar que, a cada situação, a criança amplie seu repertório cognitivo para tratar de

futuras situações, seja para produzi-las, resolvê--las ou confrontá-las com seus colegas.

É importante notar que o desenho não apa-rece na produção matemática das crianças apenas para comunicação aos seus pares. Ele aparece também como instrumento funda-mental no apoio de produção de ideias e de estratégias, ou mesmo como exteriorização e apreensão de processos muitas vezes implí-citos, que o desenho torna, de certa forma, materializável, via registros pictóricos.

Os conceitos, sejam eles nos processos de pensamento, nos registros e desenhos, no con-texto da produção matemática e, sobretudo,

FONTE: Desenho do Eduardo, 6 anos - Turma do 1º Ano “A”, Escola Classe Ponte Alta de Cima, Zona Rural, Gama-DF – 2009.

DESENHOS, REGISTROS

E SOLUÇOES

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CONCEITOSOs conceitos estão sempre presentes no traba-lho pedagógico e devem ser a coluna vertebral do trabalho do professor, uma vez que as ações realizadas pelas crianças são sustenta-das pelos próprios conceitos.

Colocar-se como mediador no processo de desenvolvimento da criança é agir sobre o processo de construção de seus conceitos. Assim, os conceitos serão sempre trabalha-dos, não se constituindo em pré-requisitos para a atividade matemática, mas sim cons-tantemente explorados pelo professor, no dia a dia, em todas as situações e espaços oferecidos aos alunos.

Por ser o conceito uma construção da criança (diferente da definição, que é um significado socialmente aceito), não pode o professor considerar um conceito como adquirido simplesmente porque já foi tratado em de-terminadas atividades.

É interessante que essas atividades ocorram com uma certa frequência em sala de aula e que o professor aproveite as oportunidades para retomar os conceitos já trabalhados, pois a criança (especialmente aquela que se

encontra na Educação Infantil) pode levar todo o ano letivo para assimilar um determi-nado conteúdo.

Além disso, as construções conceituais não se realizam de forma linear-retilínea, mas de forma recursiva, readaptativa, reestrutu-rativa, amplificando-se, enriquecendo-se e tornando-se cada vez mais plenas de novos e consistentes significados.

RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E CONCEITO

Lembremos que o uso das terminologias matemáticas pelos alunos não implica na pre-sença do conceito, tampouco na sua ausência. A relação entre linguagem e conceitos, por vezes, é um fenômeno complexo, podendo levar o professor a julgamentos errôneos sobre o desenvolvimento de certo conceito, quando limita a avaliação de sua assimilação à lingua-gem utilizada pela criança. São nas ações da criança, e não apenas no seu linguajar, que po-demos avaliar o seu grau de desenvolvimento conceitual e nos colocarmos como mediado-res dessa construção.

da Matemática Infantil, não são isolados entre si, eles aparecem em blocos, interconectados, e assim devem permanecer.

Podemos perceber isso ao longo do episódio Música Para Os Ouvidos de Lock, quando WJr começa a pensar sobre uma maneira de fazer a classificação dos instrumentos musi-cais. Observem que ele diz a Bel que os pratos não devem ser contados separadamente e sim por par: a cada dois, se conta uma uni-

dade. Ele também organiza a classificação a partir dos conhecimentos que possui acerca da contagem: 3 naipes (corda, sopro e percus-são), cada grupo com cinco instrumentos.

Tratar os conceitos isoladamente é negar a existência, em torno de cada um, de uma rede extensa de ligações que lhes dá sentido. É ir na contramão de toda a construção teó-rica acerca da edificação dos conceitos.

As categorias conceituais da Matemática, mais amplas que as numéricas, devem ser dinami-zadas na alfabetização. São elas:

CATEGORIAS CONCEITUAIS

CLASSIFICAÇÃO

Por meio da classificação a criança é capaz de agir sobre objetos, organizando-os e separando--os segundo critérios estabelecidos. A escolha dos critérios é uma tarefa da criança, que es-pontaneamente realizará sua opção entre as diversas possibilidades oferecidas pelo material.

Como ocorreu no episódio, quando WJr, com a ajuda de Bel, organiza a orquestra, separando os instrumentos musicais por naipes (sopro, corda e percussão), conforme sugerido por Vica.

A escolha espontânea da criança é um ex-celente indicativo para o educador sobre os aspectos físicos considerados mais relevantes pela criança. É natural que a criança menor não mantenha constante o mesmo critério ao

COMPARAÇÃO

A comparação, assim como a classificação, depende do critério utilizado para realizá-la. Enquanto a classificação ocorre em um grupo de objetos, a comparação ocorre privilegia-damente entre dois objetos ou seres.

A comparação requer um julgamento que en-volve, principalmente, a noção de «mais» ou «menos» (portanto, tocando em conceitos matemáticos) por meio do estabelecimento de um critério que nem sempre é numérico.

Esse é um conceito mais amplo que o mate-mático, pois podemos comparar pela beleza (mais bonito), pelo gosto (mais gostoso), pela tonalidade (mais claro). No episódio, um

longo de uma atividade, flutuando, durante a classificação, entre muitas possibilidades.

Da mesma forma, é de se esperar na criança a incapacidade de classificar alguns objetos, abandonando-os ou negando sua participa-ção na coleção.

Ao observarmos a realização da atividade de classificação num grupo de crianças, é natu-ral que haja variações de uma para outra nas formas de classificar os objetos. Essa variação é fundamental no processo de descentraliza-ção cognitiva, para que, com a participação do educador, a criança possa descobrir com os colegas novas formas de organização do material, a partir de critérios que, até então, ela não tinha levado em consideração.

dos critérios adotados para a organização da orquestra foi a comparação entre os volumes do som emitido pelos instrumentos, mais baixo e mais alto.

Assim, o educador deve ter atenção para a exploração de atividades de comparação de forma mais ampla, não se limitando às noções matemáticas nelas presentes. Experimente perguntar para as crianças ao final do período: nossa aula hoje foi mais legal do que a aula de ontem? Por quê?

Na maior parte das vezes, é mais fácil comparar pela quantidade, via contagem, do que julgar uma situação não numérica. Mas, mesmo nas situações de comparação numérica, o profes-sor pode encontrar uma multiplicidade de

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critérios, aos quais precisa estar atento para explorá-los com os alunos.

Numa situação de comparação entre dois conjuntos de objetos, em que quantificação e/ou contagem sejam necessárias, o profes-sor deve ter especial atenção à conservação das quantidades, ou seja, deve verificar se a resposta dada pela criança depende da forma como os objetos estão distribuídos.

No caso de uma comparação entre dois ob-jetos, em que a criança precisa decidir qual o maior ou o menor, a complexidade está centrada nas múltiplas possibilidades de se considerar a grandeza de cada objeto, como altura, largura, comprimento, massa e volume.

ORDENAÇÃO

A ordenação também exige a definição de um critério, pois é uma atividade cognitiva que requer múltiplas comparações.

É necessário estarmos atentos para o fato de que, mesmo fixando um único critério para a ordenação, podemos obter uma multiplici-dade de respostas acerca das possibilidades de organizar uma dada coleção.

Tendo fixado um critério, por exemplo, a al-tura, a possibilidade de variação de respostas é garantida em função do conceito de altura para cada criança. Assim, ordenar uma cole-ção é mais uma possibilidade de confronto entre as diferentes respostas encontradas para uma mesma tarefa, dentro de uma mesma coleção.

O papel do professor mediador é vital nessa confrontação, sobretudo para ressaltar a exis-tência de mais de uma resposta certa para um problema matemático.

É normal encontrar uma não conservação dos critérios ao longo da ação da criança. Por isso a importância de um trabalho frequente com relação a esses conteúdos.

ORIENTAÇÃO

A orientação é um conceito normalmente ne-gligenciado pela escola. Conceitos como perto, longe, acima, abaixo, embaixo, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, atrás, na frente etc., podem ser explorados a partir de vivências realizadas sobre o espaço e sua representação.

No episódio Música Para Os Ouvidos de Lock, esses conceitos são trabalhados quando as crianças fazem a reorganização espacial da orquestra, aproximando ou afastando grupos de instrumentos, de modo a controlar o vo-lume do som.

Relatar o caminho feito para chegar à escola, ex-plorar os espaços da escola, brincar de caça ao tesouro usando mapas, discutir e reorganizar os espaços das atividades escolares são exemplos concretos de atividades que contribuem forte-mente com a construção conceitual da criança acerca de sua orientação espacial.

A participação do professor nessas atividades é fundamental, sobretudo, estabelecendo rela-ções lógicas entre a terminologia presente nas atividades e os seus significados matemáticos.

Como exemplos de atividades, podemos destacar os circuitos para o trabalho com a psicomotricidade, pois eles garantem uma mobilização total da criança no espaço ex-plorado e nada melhor do que o corpo para trabalhar os conceitos de orientação.

AGRUPAMENTO

Há dois tipos de agrupamento: simples e complexo.

Amarrar os itens do grupo (palitos) tem um significado importante na construção da representação mental da criança. Para ela, apenas estar junto não é formar um grupo. Portanto, é interessante que a escola disponi-bilize material que permita ao aluno agrupar fisicamente o material de contagem.

O material concreto deve permear todo o trabalho pedagógico, especialmente aquele que envolve a Matemática, haja vista que esse material irá fortalecer e facilitar o apren-dizado da criança.

Agrupamento complexo: trata-se não ape-nas de fazer grupos, mas de realizar grupo de grupos. O agrupamento complexo requer, além da formação do grupo de objetos, a formação de grupo de grupos ao obtermos uma quantidade de grupos equivalente à quantidade de referência.

Por exemplo, se estivermos agrupando de 5 em 5, ao obtermos 5 grupos, estes terão de ser agrupados formando, portanto, um grupo de 5 grupos de 5 objetos cada. Assim, teremos uma estrutura que prevê a formação de grupo de objetos , bem como a formação de grupos de grupos e assim sucessivamente. Como fica, então, um agrupamento complexo de treze, com grupos de três?

Como você pode perceber, teremos um grande grupo formado por três grupos de 3 palitos cada, um grupo de três palitos e um palito solto.

Por que isso é importante? Ao vivenciar atividades dessa natureza, os alunos vão assimilando estruturas próprias do sistema de numeração. Contudo, devemos buscar transformar tais atividades em jogos, em mo-mentos lúdicos, de forma tal que aprender a jogar implique em assimilar as regras do jogo, que são, em última instância, as regras básicas do processo histórico de quantificação de grandes quantidades.

Agrupamento simples: é aquele em que a regra é a da formação de grupos com núme-ros pré-definidos de objetos. No episódio, WJr faz um agrupamento simples quando organiza a orquestra em 3 naipes de instru-mentos com 5 elementos em cada um.

Nessa lógica, por exemplo, em um agrupa-mento simples de 3, numa situação com treze palitos, teremos:

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SUGESTÃO DE ATIVIDADEPara compreender melhor esses conceitos, sugerimos duas atividades:

RESTA MAIS

Vários palitos são colocados sobre uma mesa e as crianças devem pegar, aleatoriamente, uma certa quantidade, sem contar. Por meio do lançamento de um dado, define-se quantos palitos deve haver em cada grupo.

Os jogadores devem então organizar seus palitos em grupos, amarrando-os, até não ser mais possível completar um grupo. Os palitos restantes, que ficaram fora dos grupos, correspondem aos pontos ganhos pelo jogador. O ganhador será aquele que, ao final de um certo número de rodadas, tiver mais pontos.

QUEM TEM UM GRUPÃO PRIMEIRO

O objetivo é formar grupo de grupos. O professor disponibiliza uma porção de palitos e os jogadores, cada um a sua vez, lançam um dado. O valor indicado pelo dado deve ser tomado em palitos. A cada 5 palitos obtidos, o jogador deve formar um grupo, amarrando-o com uma liguinha elástica (tipo de amarrar dinheiro). Quando conseguir formar 5 grupos de 5 palitos cada, deve juntar os 5 grupos, amarrá-los, formando um grupão de cinco grupos. O primeiro a formar o montão deve levantar a mão, declarando: “ganhei, tenho um montão!” e ganha o jogo. Caso ele faça isso sem ter amarrado os grupos, perde um dos grupos e o jogo continua até que um dos jogadores consiga o montão.

ATIVIDADE DE CLASSIFICAÇÃO DE INSTRUMENTOS MUSICAISReflexões sobre a proposta lúdico-pedagógica: a atividade auxilia a criança na construção da noção de classificação; comparação; ordenação e topologia.

Objetivo pedagógico da atividade: permitir que a criança estabeleça uma organização espa-cial para a disposição de diversos objetos dentro de um espaço (“A banda musical”).

Materiais:

• Imagens impressas de instrumentos musicais diversos: pandeiro, flauta, chocalho, tambor, violão, piano, bateria, saxofone, harpa, sanfona, gaita, pratos, trompete, triângulo, entre outros, além desses instrumentos musicais, também bonecos para comporem a banda;

• Cartolina (1 para cada grupo); • Giz-de-cera, lápis de cor, canetinhas.

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Caríssimo professor, esta leitura mostra pontos fundamentais para a aprendizagem de um con-junto importante de conteúdos que devem ser iniciados na Educação Infantil, de modo a garantir à criança uma formação inicial privilegiada e fortalecida no campo da educação matemática.

Sua participação como mediador é essencial para que esses conceitos sejam apreendidos pela criança e, por isso, na organização do trabalho pedagógico, é importantíssimo que haja uma sequência didática que favoreça uma frequência adequada dos conteúdos aqui destacados.

Número de jogadores: a classe poderá ser dividida em grupos de 6 crianças.

Indicação: para alunos do 1º ao 3º ano.

AVALIAÇÃO

O professor deverá ficar atento para ob-servar se as crianças de fato conseguiram comparar os elementos, para estabelecer as diferenças e assim classificá-los, e organizar a banda com os instrumentos que possuem sons parecidos (o professor poderá colabo-rar nesse momento, pois algumas crianças podem não ter esse conhecimento).

Os bonecos poderão fazer parte da banda e também da plateia, entrando aí a questão topológica: quem está dentro e quem está fora da banda. Por quê? Essa poderá ser uma questão levantada junto à classe.

Tudo isso dará pistas ao professor acerca de como as crianças conseguiram organizar o espaço que foi apresentado a elas com os elementos existentes e se , de fato, apreende-ram os conceitos trabalhados.

VARIANTES

Outros tipos de imagens podem ser utilizados para, por exemplo, organizar uma fazenda com imagens de animais variados: vaca, boi, porco, pato, galinha, onça, jacaré, peixe, pás-saros, tartaruga, cavalo, entre outros.

REGRAS

O professor distribuirá as imagens de ins-trumentos musicais entre os grupos, mas não há necessidade que todos recebam os mesmos elementos, para que depois possa haver discussões acerca da maneira como cada grupo utilizou o que recebeu (isso enri-quecerá a atividade).

PROCEDIMENTO

Cada grupo deve , com o material recebido, montar uma “bandinha de música”, nessa bandinha deverão aparecer todos os ele-mentos que foram entregues ao grupo.

O professor lançará o desafio para a turma: “vamos ver como vocês conseguem fazer isso e qual será a banda mais organizada?”

REGISTROS DAS CRIANÇAS

Pode ser um relato oral realizado pelos com-ponentes dos grupos, acerca do modo como pensaram para realizar a atividade.

Poderá ser também apresentado por meio de desenho colorido ou de texto coletivo, em cartolina.

O jogo reproduz o que acontece com as crianças no episódio: é preciso classificar os instrumentos, formando grupos e posicio-nando-os de acordo com o volume do som emitido por eles. Os que têm o som mais baixo devem ficar mais próximos e aqueles com volumes mais altos, mais afastados.

Os registros devem indicar o número de instrumentos de cada naipe e quantos já foram agrupados e posicionados, o que permite à criança saber quanto já obteve e quanto falta. A cada naipe formado, o con-junto incorpora o som desses instrumentos à música.

A série FABULOSAS COLEÇÕES DO SEU GONÇALO não é apenas um material para televisão, ela também possui diversos recursos que podem enriquecer o seu trabalho em sala de aula. Na página da série na internet, é possível encontrar todos os treze episódios animados, uma sequência di-dática para cada episódio, além de informações complementares sobre a série e jogos de aventura nos quais seus alunos poderão percorrer os mesmos desafios enfrentados pelos personagens da série.

ASA CINE PRODUÇÕES

Produção ExecutivaCarmen FloraElizabeth CuriMárcio Curi

Assistência de Produção ExecutivaNatália DuarteGuilherme Fornazier

Secretaria de ProduçãoAntônia Moura

Direção GeralAlan Arrais

DireçãoCaetano Curi

AnimaçãoEstúdio Balaklava

Direção de AnimaçãoFelipe Benévolo

Efeitos EspeciaisLucas Seixas

Direção TécnicaPhilipe Santiago

Direção de ArteDanilson Carvalho

Design de FundosLua Bueno Cyríaco

Arte FinalizaçãoCaius Cesar

ConteúdoProfessor Cristiano MunizProfessora Joana Sandes

Edição e Revisão de TextoAna Cláudia Figueiredo

Design GráficoPatrícia Meschick

TV ESCOLA

Coordenação de EducaçãoVera Franco de Carvalho

Coordenação de ProduçãoDaniela Pontes

Coordenação de MultimídiaRafael Mesquita

Produção Executiva do ProjetoÉrico MonneratRafaela Camelo

Supervisão Multimídia do ProjetoÉrico MonneratFernando CaixetaRafaela Camelo

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Produção

Realização

Ministério daEducação