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Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis - ITBI RUBENS KINDLMANN

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Imposto sobre Transmissão deBens Imóveis - ITBI

RUBENS KINDLMANN

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:(...)II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bensimóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, excetoos de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;

Previsão Constitucional

Previsão Constitucional§ 2º O imposto previsto no inciso II:

I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados aopatrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre atransmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ouextinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividadepreponderante do adquirente for a compra e venda desses bens oudireitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;

II - compete ao Município da situação do bem.

Previsão no CTNArt. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bensimóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gerador:

I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bensimóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil;

II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto osdireitos reais de garantia;

III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II.

Fato GeradorO Fato Gerador exige a Transmissão. Sem a mudança de titularidade do bemimóvel não nasce o Fato Gerador.

TRANSMISSÃO: A transmissão de bens imóveis se dá por meio do registro noCartório de Registro de Imóveis.

Art. 1.227, Código Civil. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, outransmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório deRegistro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casosexpressos neste Código.

Art. 1.245, Código Civil. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante oregistro do título translativo no Registro de Imóveis.

Fato Gerador“A transmissão inter vivos é a transferência do direito de uma pessoa a outrapor força de um negócio jurídico. Não se confunde com a aquisição origináriada propriedade, que não se sujeita à incidência deste imposto porque nãoimplica transmissão.” (Leandro Paulsen. Curso de direito tributário completo– 8.ed. Saraiva, 2017, p. 333)

Modos de aquisição originária da propriedade, não sujeitos ao ITBI, por não haver a transmissão. Exemplos: a usucapião, acessão, aluvião e a avulsão. (art. 1238 a 1259, CC)

Fato GeradorArt. 35, CTN (...)

I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil debens imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil;

Fato GeradorArt. 35, CTN (...)

II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto osdireitos reais de garantia;

Súmula 326, STF. “É legítima a incidência do imposto de transmissão intervivos sobre a transferência do domínio útil.”

Direitos reais de garantia: Penhora, Hipoteca, Anticrese (art. 1225, Código Civil)

Base de CálculoArt. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitostransmitidos.

Considera-se o Valor Venal no momento da transmissão

Súmula 108, STF “É legítima a incidência do Imposto de Transmissão Inter Vivossobre o valor do imóvel ao tempo da alienação, e não da promessa, naconformidade da legislação local”.

Súmula 110, STF “O Imposto de Transmissão Inter Vivos não incide sobre aconstrução, ou parte dela, realizada pelo adquirente, mas sobre o que tiver sidoconstruído ao tempo da alienação do terreno”.

Base de cálculoE o uso das Plantas Genéricas de Valores ?

Base de CálculoPROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ITBI. BASE DE CÁLCULO. APURAÇÃO POR ARBITRAMENTOAUSÊNCIA DOS REQUISITOS AUTORIZATIVOS DA MEDIDA. REEXAME DE FATOS E PROVAS.IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 1. O preço efetivamente pago pelo adquirente do imóveltende a refletir, com grande proximidade, seu valor venal, considerado como o valor de umavenda regular, em condições normais de mercado. Todavia, se o valor apresentado pelocontribuinte no lançamento do ITBI (por declaração ou por homologação) não merece fé, oFisco igualmente pode questioná-lo e arbitrá-lo, no curso de regular procedimentoadministrativo, na forma do art. 148 do CTN. Precedentes. 2. No caso concreto, o Tribunal aquo não dissentiu de tais entendimentos, mas apenas concluiu que o impetrante nãojuntou documentos que infirmassem de plano a presunção de legitimidade do atoadministrativo que apurou o ITBI. 3. Portanto, aferir a existência de prova pré-constituída dodireito líquido e certo demandaria o reexame dos fatos e provas da causa, vedado segundo ostermos da Súmula 7/STJ. Agravo regimental improvido.

(STJ, AgRg no AREsp 847280 / PR - Min. HUMBERTO MARTINS - SEGUNDA TURMA - DJe 17/03/2016)

TRIBUTÁRIO. ITBI. BASE DE CÁLCULO. VALOR DE MERCADO DO IMÓVEL. CISÃO. OBJETO. MERCADO IMOBILIÁRIO.AUSÊNCIA DE IDENTIDADE COM A BASE DE CÁLCULO DO IPTU. JURISPRUDÊNCIA DO STJ. 1. Cuida-se, na origem, deMandado de Segurança impetrado com a finalidade de obter provimento que impeça à autoridade fiscal lançar oITBI "com adoção de base de cálculo diversa do valor da transmissão do bem por cisão parcial (...) ou do valorvenal atribuído quando da exigência do IPTU" (fl. 43). 2. De acordo com o art. 38 do CTN, a base de cálculo do ITBIé o valor venal dos bens ou direitos transmitidos. 3. O entendimento do STJ é de que "O 'valor venal', base decálculo do ITBI, é o valor de mercado do imóvel transacionado, que pode, ou não, coincidir com o valor real daoperação". Ademais, ficou definido que "Cabe ao município - e não ao Corregedor-Geral de Justiça e, muitomenos, aos notários - aferir, em cada caso, se o valor real da operação, ou seja, aquele indicado no contrato,coincide, ou não, com o valor de mercado (venal) do imóvel negociado" (RMS 36.966/PB, Rel. Ministro CastroMeira, Segunda Turma, DJe 6/12/2012). 4. Por considerar a base de cálculo do ITBI o valor de mercado do imóvelobjeto do negócio jurídico, este Tribunal pacificou orientação no sentido de que tal grandeza não se confunde,necessariamente, com a que serve de parâmetro para o cálculo do IPTU (EDcl no AREsp 424.555/SP, Rel. MinistroOg Fernandes, Segunda Turma, DJe 20/2/2014; AgRg nos EDcl no AREsp 346.220/RS, Rel. Ministro Sérgio Kukina,Primeira Turma, DJe 17/6/2014). 5. É evidente que a avaliação unilateral feita pelo particular, quando da operaçãode cisão empresarial, não pode vincular a Administração Tributária, que, em caso de divergência, tem o dever-poder de arbitrar o valor do imposto, respeitado o contraditório administrativo ou judicial (art.148 do CTN). Nessesentido: AgRg no AREsp 263.685/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 25/4/2013. 6. OTribunal a quo chegou à conclusão de que seria necessária a realização de "dilação probatória para saber se o Fiscoarbitrou corretamente a base de cálculo do tributo", procedimento incompatível com a via estreita do Mandadode Segurança (fls. 759-760). (...) (STJ, AgRg no AREsp 547755 / PR Rel. Min HERMAN BENJAMIN – 23ª T. DJe 30/10/2014)

Base de Cálculo – Hasta públicaAGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO.IMÓVEL ALIENADO JUDICIALMENTE. VALOR VENAL CORRESPONDENTE AOVALOR DA ARREMATAÇÃO. CRITÉRIO PARA CÁLCULO DO ITBI. PRECEDENTES. 1.Nos termos da jurisprudência deste STJ, nas hipóteses de alienação judicial doimóvel, seu valor venal corresponde ao valor pelo qual foi arrematado em hastapública, inclusive para fins de cálculo do ITBI. 2. Agravo regimental a que se negaprovimento.

(AgRg no AREsp 777959 / RS – Rel. Min. DIVA MALERBI – 2ª T. DJe 17/12/2015)

As alíquotasAs alíquotas devem ser fixadas na lei municipal. A Constituiçãonão exige a fixação de limite por resolução do Senado (comoacontece com o ITCMD).

A progressividade no ITBIO STF tem entendido que o ITBI é um imposto Real e que, portanto, não é revelador decapacidade contributiva. Todavia, não se pode afirmar que esse entendimento será perpétuo.No caso do ITCMD, o STF mudou o entendimento.

“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE TRANSMISSÃO DE IMÓVEIS, INTER VIVOS - ITBI.ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS. C.F., art. 156, II, § 2º. Lei nº 11.154, de 30.12.91, do Município deSão Paulo, SP. I. - Imposto de transmissão de imóveis, inter vivos - ITBI: alíquotas progressivas: aConstituição Federal não autoriza a progressividade das alíquotas, realizando-se o princípio dacapacidade contributiva proporcionalmente ao preço da venda. II. - R.E. conhecido e provido.

(STF - RE 234105 / SP Rel.: Min. CARLOS VELLOSO - Tribunal Pleno – Dje 31.03.2000)

A progressividade no ITBISúmula 656, STF. É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LEI ESTADUAL: PROGRESSIVIDADEDE ALÍQUOTA DE IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE BENS EDIREITOS. CONSTITUCIONALIDADE. ART. 145, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRINCÍPIODA IGUALDADE MATERIAL TRIBUTÁRIA. OBSERVÂNCIA DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA.RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.

(RE 562045 / RS – Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI - Tribunal Pleno – Pub Dje 26-11-2013)

Sujeito PassivoArt. 42, CTN. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operaçãotributada, como dispuser a lei.

A Imunidade§ 2º O imposto previsto no inciso II:

I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoajurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente defusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividadepreponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bensimóveis ou arrendamento mercantil;

A ImunidadeA) imprescindível a análise do objeto social

B) a análise da natureza jurídica das atividades da empresa (50% do faturamento não pode ser decorrente de locação e compra e venda de bens imóveis ou arrendamento mercantil)

C) análise do lapso temporal para verificar a relevância da atividade preponderante: ◦ i) dois anos antes ou depois da aquisição

◦ Ii) três anos após o inicio das atividades, se empresa nova

Contatos

Professor Rubens Kindlmann

@kindlmann

[email protected]