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1 O TEMPO NÃO PARA Episódio 5 CONTEÚDO Cristiano Muniz Joana Sandes

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O TEMPO NÃO PARAEpisódio 5

CONTEÚDOCristiano Muniz

Joana Sandes

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NO CAMPO DA MATEMÁTICA, é objetivo da escola propor aos alunos situações que coloquem seus conhecimentos prévios em xeque, para que busquem e desenvolvam novas construções. Nesse momento, a autoconfiança é um elemento muito importante: o aluno só vai se lançar à construção de novos esquemas e conceitos quando se considerar capaz de fazê-lo. Por esse motivo, o desenvolvimento de atitudes favoráveis em relação à Matemática é muito relevante, pois desperta a autoestima e a confiança da criança para a resolução das situações-problema.

Daí a importância de o professor trabalhar com o aluno também a dimensão afetiva, pois a atividade cognitiva, em especial na atividade matemática, está estritamente associada a ela.

A aprendizagem dessa disciplina vincula-se aos estímulos oferecidos às crianças. É importante brin-car com elas, desafiá-las, questioná-las, propor situações-problemas do cotidiano, para que elas percebam que a Matemática pode estar presente mesmo quando não há números envolvidos. Assim, a escola deve constituir um espaço em que o conhecimento matemático esteja baseado na necessidade real de resolução das situações-problema que encontramos em nossas vidas.

Essas situações nos impelem, desde muito pequenos, a vivenciarmos conhecimentos mate-máticos tais como aqueles ligados aos deslocamentos e à orientação espacial, à organização temporal, à realização de jogos e brincadeiras, às primeiras explorações de valores e vivências com moedas e cédulas, ao contato com instrumentos de medidas, à necessidade de comunica-ção de ideias matemáticas e, em especial, ao desenvolvimento de um discurso argumentativo baseado na lógica e na criatividade.

A série Fabulosas Coleções do Seu Gonçalo surgiu com o objetivo de oferecer aos profes-sores e escolas um recurso educativo para apoiá-los no desenvolvimento do pensamento matemático de seus alunos. Composta por episódios para televisão, página na internet, jogos de computador e textos com sequências didáticas, a série leva os conteúdos matemáticos para uma aventura no universo fantástico das coleções do Seu Gonçalo. Um mundo onde os personagens infantis exploram a contagem em desafios que vão inspirar as crianças e fazê-las questionar e elaborar suas próprias estratégias e hipóteses para identificar e superar as situ-ações-problema. Afinal, é na busca de uma solução para esse tipo de situação que a criança desenvolverá esquemas mentais que serão decisivos em seu desenvolvimento matemático.

Mais importante que desenvolver atividades com a criança é compreender que a capacidade infantil de realizar atividades matemáticas está estritamente ligada ao pensamento autônomo que a criança possui – à sua capacidade de desenvolver e aplicar estratégias operatórias de resolução de situações de impasse, de agir de acordo com suas percepções acerca da situação, da liber-dade de cometer erros, criar e testar as próprias hipóteses, enfim, de ser a primeira e a principal responsável por suas descobertas, realizações e aprendizagens.

Professor, aproveite a série e leve seus alunos para as Fabulosas Coleções do Seu Gonçalo.

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Bel, WJr, Vica e o Fado chegam à coleção de relógios do Seu Gonçalo e encontram uma grande confusão. Os relógios, desorientados, discutem qual tipo é mais preciso: os analógi-cos, representados por um clássico de Londres, defendem a tradição dos ponteiros, que há séculos informam as horas com exatidão; os digitais, defendidos pelo relógio de Tóquio, argumentam que chegou o momento da pon-tualidade descrita em números objetivos.

Na realidade, por trás de todo aquele tumulto estão as garras de Lock, o cadeado, que tirou os relógios de ordem e causou confusão até mesmo no tempo.

Bel defende os relógios digitais, são mais fá-ceis de ler. Mas Vica mostra que, no caso dos analógicos, tudo é uma questão de contar o tempo a partir da posição dos ponteiros de horas e minutos. Depois que se aprende, é tão fácil quanto o digital.

Diante de toda aquela confusão, nossos heróis não conseguem desvendar qual é o desafio da-quela coleção. O que devem fazer para avançar mais um nível no baú das Fabulosas Coleções do Seu Gonçalo?

Enquanto isso, Sinistro e Cabuloso tentam des-pertar Lock de seu transe: a chave exerce um poder hipnótico sobre o cadeado. Os canivetes descobrem que os heróis estão na coleção de relógios e resolvem agir. Cabuloso tenta acor-dar Lock, enquanto Sinistro vai descobrir o que

está acontecendo na coleção de relógios.

Depois de muito observar os relógios, Bel percebe que existe um grande mapa na coleção, um mapa-múndi. WJr, que já viajou muito com seus pais, sugere que coloquem os reló-gios organizados de acordo com a hora em um local da Terra.

Sinistro observa as tentativas dos heróis e resolve acabar com tudo colocando uma bomba-relógio na coleção.

WJr observa que uma prateleira está no Brasil e outra no Japão. Como ele sabe que a dife-rença entre esses dois países é de doze horas, ele conclui que precisam encontrar os relógios que têm doze horas de diferença um do outro. Nesse momento, eles descobrem a bomba co-locada por Sinistro. Rápido! Precisam organizar os relógios antes que tudo exploda.

Com a estratégia de WJr, eles encontram os relógios de Brasília e Tóquio, mas quais serão os relógios das demais prateleiras? Vica nota que uma das prateleiras está exatamente no meio do caminho entre Brasília e Tóquio. Os meninos então correm para encontrar o relógio, é o de Moscou, na Rússia.

As outras duas prateleiras estão respectiva-mente na metade do percurso entre Moscou e Brasília e Moscou e Tóquio: quais serão as cidades? Rápido, não há tempo a perder!

De volta ao covil, Sinistro conta sobre a bomba. A qualquer momento a coleção de relógios vai explodir. Ao ouvir aquilo, Lock desperta de seu transe. Não pode perder seus valiosos relógios. Os vilões correm para desativar a bomba e prender os heróis. Todos estão com pressa agora.

Londres e Thimphu. Esses são os relógios que completam o mapa. Rapidamente os heróis colocam os relógios nas posições corretas e cor-rem para a passagem que se abre diante deles.

Os vilões chegam em seguida, mas não con-seguem desativar a bomba. Boom! A grande explosão lança tudo pelos ares, inclusive a chave de Lock, que voa pela passagem da co-leção e cai novamente nas mãos dos heróis.

O TEMPO NÃO PARA

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Desenvolvendo a MATEMÁTICACONTEÚDOSMedida de tempo: noções de intervalo e período; instrumentos alternativos de medida de tempo; unidade de medida de tempo; administração do tempo e uso da agenda e do calen-dário; relógio digital e relógio analógico e suas correspondências e noção de fuso horário.

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A PERCEPÇÃO DO TEMPO

Da mesma forma que acontece com as outras medidas, o estudo de medidas de tempo deve começar com a percepção do tempo, o que implica em estabelecer uma relação entre cognição e afetividade. Nesse contexto, é importante mostrar para as crianças que a medida do tempo é uma construção humana.

Na história da humanidade, a marcação do tempo se deu de várias formas. Os homens antigos usaram velas marcadas com traço, pên-dulos, ampulhetas, baldes de água, o próprio ritmo marcado pelo pé (ainda muito utilizado pelos músicos para marcar o compasso) e o relógio do Sol. Alguns desses instrumentos poderão ser utilizados em sala de aula para marcar o tempo das tarefas, levando à cons-trução do conceito de registro da duração de um evento que, em síntese, é a construção da própria percepção do tempo.

No processo de construção de conceito de me-dida de tempo, dois conceitos são importantes:

• Intervalo: a ideia de intervalo está asso-ciada à destinação do tempo para realização de tarefas, atividades, ocupações. A percep-ção da duração do tempo ao longo de um intervalo está relacionada ao sentimento positivo ou negativo do sujeito com relação à situação, o que torna mais complexo o processo de percepção e de quantificação.

Em uma situação hipotética, se o tempo das atividades de sala de aula for de 20 minutos e o recreio também durar 20 minutos, seguramente, para a criança, o tempo para realização das tarefas pare-cerá bem maior do que o do recreio.

No episódio, podemos perceber clara-mente como a noção de tempo depende do contexto e de sua dimensão emocional quando WJr diz: “o tempo aqui dentro passa diferente, né? Parece que estamos aqui já faz um tempão!”. O fato de estar preso dentro de um baú altera a percep-ção de tempo do menino.

• Período: a ideia de período porta a noção de que eventos, comemorações, efeitos naturais, dentre outros, se repetem a cada período de tempo em intervalos regulares e constantes.

Professor, esses dois conceitos são muito mais associados às construções que a criança realiza ao longo de suas experiências e reflexões do que ao objeto de ensino apre-sentado pela escola. Assim, o professor deve favorecer experiências e reflexões indivi-duais e coletivas acerca desses conceitos no cotidiano da criança, da escola e da família.

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MEDINDO O TEMPO

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DE TEMPO

Para iniciar o trabalho com medidas de tempo, sugerimos que se reflita sobre a importân-cia da dimensão espaço-tempo na atividade humana. O estudo do tempo não pode se resumir apenas ao ensino da leitura das horas.

É interessante ressaltar para as crianças a partir de 7 anos que o tempo, quando medido em horas, dias, semanas, mês, ano, estações, se baseia no movimento de rotação da Terra.

Durante o episódio O Tempo Não Para, a questão dos fusos horários e sua relação com o movimento de rotação da Terra aparece ni-tidamente quando os personagens descobrem

que, para sair daquela coleção, precisam ajus-tar os relógios de acordo com o horário vigente nas cidades marcadas no mapa.

O aluno precisa construir o conceito de tempo e conhecer meios de medi-lo para assim de-senvolver a habilidade de sequenciar eventos e perceber a sua duração. Isso irá colaborar para que ele entenda melhor o que é o tempo.

Por ser uma grandeza abstrata, que não pode ser vista, tampouco materializada, a compre-ensão das unidades de tempo é complexa, mesmo para as crianças já alfabetizadas.

Ao longo da sua história, o homem, a partir de suas necessidades, construiu instrumentos de medição de tempo. A espécie humana não podia ficar à mercê da natureza para marcar o tempo e assim, conforme a humanidade foi se desenvolvendo, suas necessidades foram ficando mais específicas e os seus instrumentos de medição do tempo também foram ficando mais elaborados.

Para que os alunos entendam essa evolução, propomos uma série de atividades em que

os elementos da natureza são usados como instrumentos de marcação do tempo, repro-duzindo métodos usados ao longo da história da humanidade.

Além disso, o professor pode apresentar aos alunos diferentes instrumentos de medição do tempo (relógios, calendários, cronômetros, relógios analógicos, relógios digitais).

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MEDINDO COM ÁGUA

MEDINDO COM O FOGO

Encha de água um recipiente furado e coloque-o sobre uma bacia. Por meio do gotejamento, marque o quanto o recipiente se esvaziou du-rante uma leitura e durante uma brincadeira em sala de aula. Promova entre as crianças o debate sobre a duração de cada uma das atividades. Quais foram as percepções dos alunos sobre a passagem do tempo nas duas situações?

Outra forma de medir o tempo das atividades cotidianas da escola e da sala de aula pode ser pelo derretimento de uma pedra de gelo. Da

mesma forma que foi feito com a água, escolha duas atividades de naturezas diferentes, uma mais lúdica e outra mais densa. Cada atividade terá o seu tempo de duração medido pelo derreter de uma pedra de gelo. No final, per-gunte qual durou mais? Faça a discussão com a turma. As pedras de gelo não eram do mesmo tamanho? É interessante que algumas crianças poderão achar que uma pedra de gelo derre-teu mais rapidamente do que a outra. Por que a criança tem essa sensação? Discuta com ela.

Escolha duas atividades de naturezas diferentes e marque o tempo de duração delas por meio do derretimento de duas velas. Você pode utilizar aquelas velinhas de aniversário ou to-quinhos bem pequenos de vela comum, desde que sejam do mesmo tamanho. Provoque a discussão, sempre buscando a percepção da passagem do tempo nas duas situações.

Agora, junto com a turma, faça uma gradua-ção em uma vela comum. Marque a vela com pontos equidistantes. Todas as atividades do dia deverão ter o seu tempo marcado pela vela. Por exemplo: a atividade de Matemática durou 1 ponto e meio, o recreio durou 2 pontos etc. Ao fim do período, proponha a discussão so-bre a passagem do tempo em cada uma das atividades. Faça a comparação dos tempos.

Pode-se também fazer uma tabela e um gráfico que registram o tempo gasto com cada uma das atividades do dia na escola. Para tanto, a turma pode escolher os vigilantes do tempo e os escribas, ou seja, os que vão registrando as medidas dos tempos gastos em cada atividade.

Professor, aproveite esse momento para fa-zer a turma a observar que há atividades e tempos diferentes de acordo com o dia da semana. Assim as crianças perceberão que as atividades realizadas ao longo da semana compõem a rotina da sala de aula e as rotinas constituem elementos fundamentais nesse contexto de exploração e compreensão do tempo pela criança.

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MEDINDO COM O SOL

Pergunte na sala se alguém conhece um re-lógio do Sol e se sabe como funciona. Será que dá para usar relógio do Sol sempre? Quais os inconvenientes? Como construir um com os alunos?

Cole uma fita crepe no piso da sala a partir da janela em direção ao centro. A partir de agora, o tempo será marcado pela sombra sobre a fita, por isso é importante observar a posição do Sol. A cada atividade concluída, vá fazendo marcas na fita.

A partir do segundo dia, as marcas feitas so-bre a fita no dia anterior servirão de referência para a marcação do tempo das atividades desenvolvidas. Não se esqueça que essas ati-vidades só farão sentido se forem discutidas pela turma.

Professor, aproveite para conversar com os alunos sobre o horário de verão. Discuta com eles porque ocorre, o que deve ser feito com os relógios no início e no final do horá-rio de verão, se eles gostam da mudança etc.

Há questões que deverão ser discutidas apenas com os alunos já alfabetizados, mas, desde a Educação Infantil, já se pode discutir com as

crianças o horário de verão, de um modo mais simplificado. Aproveite o relógio construído em sala e questione com seus alunos se du-rante o horário de verão a sombra estaria nessa mesma posição na mesma hora? Por quê?

Professor, ao longo dessas atividades, as crian-ças devem ser incentivadas a debater acerca das percepções que têm sobre o transcorrer do tempo, sobre o quanto percebem a dura-ção dos intervalos de tempo e também sobre como se pode correlacionar a passagem do tempo com a ocorrência de outros fenômenos.

Todas as reflexões individuais e coletivas de-vem permitir que cada um seja efetivamente o protagonista na construção de suas noções e conceitos associados ao tempo, suas medidas e, sobretudo, seu uso social e cotidiano.

As atividades relacionadas ao tempo não de-vem ser alocadas em um momento exclusivo no desenvolvimento do ano letivo, mas devem ser recorrentes, continuamente retomadas e ressignificadas em novas situações e contextos cada vez mais ricos, significativos e complexos, caracterizando sempre uma construção do grupo de crianças em processo de alfabetização.

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Relógio de Sol no Parque da Cidade, Brasília-DF, 2008. Fotografia de Agnaldo Neiva. Licença para uso não comercial.

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CONSTRUINDO AMPULHETAS

A ampulheta é um antigo instrumento de medida de tempo que ainda hoje é utilizado, especialmente em alguns jogos.

Peça que cada aluno leve duas garrafas pet vazias de refrigerante e, usando areia, cons-trua ampulhetas junto com a turma.

Com auxílio de um relógio, gradue as am-pulhetas com a ajuda dos alunos. Assim elas servirão para marcar o tempo das atividades em sala de aula.

Professor, as atividades de marcação de tempo sugeridas têm como objetivo fazer com que o aluno relacione mentalmente suas rotinas diárias com a sucessão das horas do dia. Assim, eles vão progressivamente construindo a sua percepção de tempo.

Outra possibilidade seria construir ampulhetas com graduações diferentes e utilizá-las para registro da passagem do tempo em diferentes circunstâncias. Depois os alunos teriam que descobrir a quantos minutos corresponde cada intervalo da ampulheta usando o reló-gio. Essas são atividades que devem sempre articular desafio-experiência-registros-debates--sistematizações.

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APRENDENDO A LER AS HORASRELÓGIO DIGITAL

A leitura das horas em relógios digitais é mais fácil para as crianças. Assim, sugerimos que esse aprendizado comece pelo relógio digital. Como disse Bel no episódio: “Prefiro os relógios que já dizem as horas e os minutos e pronto.”

Além de proporcionar a leitura imediata, o relógio digital é muito utilizado em locais públicos e em aparelhos eletrodomésticos, logo, é bastante provável que muitas crianças já tenham noção de como é feita essa leitura. Muitas vezes elas não têm a compreensão do significado em termos de tempo, mas con-seguem ler porque a leitura só depende do reconhecimento do número.

Seria interessante ter um relógio digital em sala de aula, para que os alunos possam observar no mostrador que a hora muda depois de 59 minutos. Essa é uma forma de os alunos perce-berem que cada 60 minutos formam uma hora.

CONSTRUÇÃO DE RELÓGIO DIGITAL

Divida a turma em grupos e peça que cada grupo traga uma caixa de sapatos. Na tampa da caixa serão feitos oito cortes dispostos em duas linhas paralelas conforme figura 1.

Os alunos devem também fazer quatro tiras numeradas de cartolina: a primeira deve con-ter os algarismos 0, 1 e 2, que são as dezenas das horas; a segunda conterá os algarismos de 0 a 9, que são as unidades das horas; a terceira, os algarismos de 0 a 5, que são as dezenas dos minutos e a quarta terá também os algarismos de 0 a 9, que são as unidades dos minutos (vide figura 2).

As tiras de cartolina devem ser inseridas nos recortes da tampa, conforme ilustração 3 abaixo e movimentadas de acordo com a hora que se deseja retratar. No exemplo, o relógio digital construído pelos alunos está marcando 14 horas e 35 minutos.

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Aprender a fazer a leitura de horas depende de uma vivência com o relógio, por isso é fundamen-tal que os alunos tenham acesso a esse objeto. Lembre-se como, no episódio, Vica ensina a Bel como olhar as horas no relógio analógico.

Não podemos nos esquecer que o relógio, antes de ser um objeto didático-pedagógico, é um objeto cultural. Portanto, trazer o relógio para a sala de aula é favorecer a aprendizagem da leitura de horas e muito mais do que isso, auxi-lia a criança na construção da ideia de tempo, que é bem abstrata para ela.

ADMINISTRAR E PLANEJAR O TEMPO

USO DA AGENDA

A partir do aprendizado da leitura das horas, nós temos que observar como a criança vai utilizar esse conhecimento para se situar no tempo e organizar sua vida diária.

Além de trabalhar a percepção de tempo, é importante que a escola esteja atenta ao desen-volvimento das habilidades de administrá-lo e planejá-lo. Por isso, sugerimos que se faça uma agenda coletiva da turma.

A agenda coletiva serve para que as crianças entendam o sentido do planejamento e a ne-cessidade da negociação do tempo para cada atividade. O professor deve observar com o grupo que toda a rotina deve se encaixar no tempo de aula, pois se alguma atividade não for realizada no dia previsto, ela comprome-terá a rotina do dia seguinte.

Professor, desenvolva em seus alunos também o gosto pelo uso da agenda individual. Essa atividade melhora a habilidade de organização do tempo e de tomada de decisões. Se bem utilizadas, as agendas são importantes regis-tros de memória da nossa história de vida.

ORGANIZAÇÃO DA ROTINA NA ESCOLA

Por que as crianças participam da organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil e, ao chegar no Ensino Fundamental, isso não lhes é mais permitido? Por que não se fazem mais as rodinhas de discussão?

A escola precisa compreender que o currículo não se resume à lista de conteúdos. Ele deve ser entendido como toda a trajetória escolar e, portanto, deve ter como pressuposto o de-senvolvimento de habilidades e competências.

Podemos afirmar que a manutenção da prática de participação dos alunos na organização do trabalho pedagógico, em boa medida, favorece a discussão, o planejamento e a organização do tempo, habilidades fundamentais para qual-quer ser humano no exercício de sua cidadania.

É importante que o professor promova em sala de aula discussões sobre a utilização e o aproveitamento racional do tempo. Será que o aluno tem seu tempo extraescolar organizado?

Muitas vezes a escola e a família cobram do aluno responsabilidade em relação à organização do seu tempo, sem, todavia, oportunizar que ele seja partícipe dessa experiência de planejar e organizar tempos.

RELÓGIO ANALÓGICO

A leitura de horas no relógio analógico (de ponteiro) deve privilegiar a manipulação dos ponteiros, para que os alunos construam o signi-ficado das transformações de horas e minutos.

O professor pode construir junto com os alunos relógios artesanais, com ponteiros móveis, ou pedir que as crianças tragam de casa relógios que não funcionam mais. Faça o exercício de ditar um horário para que os alunos o representem movendo os ponteiros dos relógios.

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SUGESTÃO DE ATIVIDADE

Como para as crianças pequenas a idade é um conceito abstrato, sugerimos que o professor construa com elas suas linhas de vida. Quando o aluno nasceu? Que idade tinham os pais? Tinha irmãos, tios, avós? Com que idade? Hoje, quantos anos ele tem, e seus familiares? Nessa linha da vida, ele deve ir registrando, ano a ano, a sua idade e a idade de seus familiares. A partir dessa atividade o professor pode colocar algumas questões, como por exemplo, daqui a quantos anos o aluno terá a idade do pai?

A construção da linha da vida do aluno requer dos professores um alto grau de sen-sibilidade. Nos dias atuais, o núcleo familiar pode não ser composto por pai, mãe e filhos. Precisamos conhecer a história de vida de nossos alunos, afinal em sala pode haver alu-

nos que não conhecem seus pais biológicos ou que não conheçam a sua história familiar.

O professor pode fazer com os alunos outros tipos de linhas do tempo, como a história da escola, a história das grandes invenções da humanidade, a história da cidade, a história da música brasileira, entre várias outras situações. Professor, perceba que você pode investigar qual o centro de interesse da turma e, a partir daí, propor projetos de linha de tempo.

O professor também pode organizar com os alunos uma exposição de objetos antigos, tra-zer pessoas idosas para serem entrevistadas e outras atividades que façam com que as crianças percebam a dinamicidade do tempo e da construção humana.

JOGO DA MEMÓRIA DO TEMPO

no processo de alfabetização, uma vez que, no período após as 12h, para reconhecer o horário marcado, temos que subtrair 12h (13h, então 13 - 12 = 1 hora).No relógio analógico temos dois grandes de-safios em termos de aprendizagem: o ponteiro dos minutos, que marca os minutos em grupos de 5 e o ponteiro das horas, que de acordo com sua posição, podemos observar se uma determinada hora já passou ou se estamos nos aproximando dela. São construções e aprendi-zagens que impõem desafios importantes para a criança em processo de alfabetização.

Objetivo do jogo: relacionar corretamente a marcação das horas entre um relógio digital e um relógio analógico.

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Objetivo pedagógico: estabelecer relação entre a marcação do tempo em um relógio digital e um relógio analógico.

Reflexões sobre a proposta lúdico-peda-gógica: mesmo que a leitura do tempo do relógio digital seja mais simples, não pode-mos negar que tal habilidade de leitura das horas varia de criança para criança, segundo suas experiências de vida e oportunidades de aprendizado na escola e fora dela. A leitura do relógio digital é sempre mais di-reta, porém, esses relógios, em geral, utilizam o horário no formato de 24 horas. Sendo as-sim, a partir de 1 hora da tarde, eles marcam 13h, 14h, 15h e assim por diante, até 23h e suas frações. Esse é um desafio importante

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REGRAS

Preparação do jogo:

• Colocam-se todas as fichas com as faces viradas para baixo sobre a mesa, de forma organizada, como em um jogo de memória.

• As crianças decidem qual será o primeiro grupo a virar as fichas ("2 ou 1", lance de dados ou outra forma à escolha).

Materiais:

• Um grupo de fichas com desenhos ou imagens de relógios analógicos marcando diferentes horários; • Um outro grupo com o mesmo número de fichas, de outra cor, com desenhos e imagens de

relógios digitais marcando os mesmos horários.

Número de jogadores: divide-se a turma em grupos de 2 a 4 alunos cada.

Indicação: para alunos do 1º ao 3º ano.

Na primeira rodada:

• O representante do primeiro grupo vira uma ficha de cada cor.

• Os representantes daquele grupo devem verificar se as duas fichas marcam o mesmo horário.

• Caso haja correspondência entre as horas e minutos marcados nos relógios das duas fichas, o grupo fica com as fichas e faz uma nova tentativa. Caso não haja cor-respondência, o jogador desvira as fichas, deixando-as nas mesmas posições que se encontravam anteriormente, e passa a vez ao próximo grupo.

• Ao longo do jogo, os grupos devem ir memorizando onde viram o outro relógio que corresponde a um determinado horá-rio. Por isso é importante manter as cartas no mesmo local.

Nas rodadas seguintes:

Os grupos vão se intercalando, virando as cartas e tentando encontrar as cartas corresponden-tes, até não haver mais fichas disponíveis sobre a mesa.

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REGISTROS DAS CRIANÇAS:

A primeira forma de registro são as próprias duplas de fichas, que devem ficar juntas, viradas para cima, indicando a existência da correspondência. A cada par formado, o aluno ganha um ponto.

Outra forma de registro seria solicitar que o aluno registre por escrito o horário marcado nos relógios em que encontrou a correspondência.

AVALIAÇÃO

Ao longo da atividade o professor deve estar especialmente atento:

• Se a criança está efetivamente conseguindo realizar as correspondências;

• Se, em um processo de validação, as justi-ficativas estão certas ou não.

OBSERVAÇÕES

• Procure verificar ao longo do jogo quais são as crianças mais seguras e as mais inseguras.

• Cuide para que uma criança não responda sempre no lugar da outra.

• Para as crianças com dificuldade de reco-nhecer os minutos no relógio analógico,

Professor, nossa intenção foi a de apresentar maneiras concretas para se trabalhar a questão do tempo com os alunos. Por ser uma medida abstrata, especialmente para a criança, a construção do conceito de tempo requer alguma forma de representação. Pode ser por meio de instrumentos que envolvam outras formas de registro de passagem do tempo, como comprimentos (altura da vela que queima, a barra de carregamento de um download) ou capacidades (ampulheta). Sua participação será mais uma vez capital para que esse conceito seja, de fato, construído pelos alunos. Como você observou, esse trabalho não é voltado ape-nas para a leitura das horas, mas também para que as crianças aprendam a administrar o próprio tempo.

estimule-as a contar de cinco em cinco, de acordo com o indicado pelo ponteiro maior do relógio.

• Para as crianças com dificuldade com ho-ras acima de 12h, faça a devida mediação ressaltando a subtração de doze da hora indicada pelo relógio digital.

VARIANTES

• Para o terceiro ano, ao invés de dupla de fichas, poderá ser um terno de fichas, com uma terceira com a leitura por extenso.

• Outra forma seria inicialmente envolver horas até 12h, para numa segunda etapa envolver horas entre 13 e 24h.

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A série FABULOSAS COLEÇÕES DO SEU GONÇALO não é apenas um material para televisão, ela também possui diversos recursos que podem enriquecer o seu trabalho em sala de aula. Na página da série na internet, é possível encontrar todos os treze episódios animados, uma sequência di-dática para cada episódio, além de informações complementares sobre a série e jogos de aventura nos quais seus alunos poderão percorrer os mesmos desafios enfrentados pelos personagens da série.

No jogo, a criança deverá fazer a correta associa-ção entre horários marcados no relógio analógico e no relógio digital. Ela será demandada de forma gradativa: horas inteiras, meias horas e depois horários com minutos diversos.

O jogador deverá fazer a leitura dos relógios e o estabelecimento de correspondência entre um e outro em um curto intervalo de tempo, antes que tudo exploda.

O professor deve acompanhar as crianças e dialogar com elas no contexto da atividade do jogo, buscando compreender suas hipóte-ses, seus erros e dificuldades, permitindo que cada uma vá, gradativamente, superando suas dificuldades e realizando novas conquistas. Mediações podem ser realizadas propondo que o aluno identifique primeiro as horas e depois os minutos, sempre ressaltando a contagem de 5 em 5 no relógio de ponteiros.

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ASA CINE PRODUÇÕES

Produção ExecutivaCarmen FloraElizabeth CuriMárcio Curi

Assistência de Produção ExecutivaNatália DuarteGuilherme Fornazier

Secretaria de ProduçãoAntônia Moura

Direção GeralAlan Arrais

DireçãoCaetano Curi

AnimaçãoEstúdio Balaklava

Direção de AnimaçãoFelipe Benévolo

Efeitos EspeciaisLucas Seixas

Direção TécnicaPhilipe Santiago

Direção de ArteDanilson Carvalho

Design de FundosLua Bueno Cyríaco

Arte FinalizaçãoCaius Cesar

ConteúdoProfessor Cristiano MunizProfessora Joana Sandes

Edição e Revisão de TextoAna Cláudia Figueiredo

Design GráficoPatrícia Meschick

TV ESCOLA

Coordenação de EducaçãoVera Franco de Carvalho

Coordenação de ProduçãoDaniela Pontes

Coordenação de MultimídiaRafael Mesquita

Produção Executiva do ProjetoÉrico MonneratRafaela Camelo

Supervisão Multimídia do ProjetoÉrico MonneratFernando CaixetaRafaela Camelo

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