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Conteudista: Antônio José Lopes Bigode EPISÓDIO 08 A Guitarra Quebrada A Guitarra Quebrada AS CHAVES DE MARDUM TV ESCOLA

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Conteudista: Antônio José Lopes Bigode

EPISÓDIO 08

A GuitarraQuebrada

A GuitarraQuebrada

AS CHAVES DE MARDUMTV ESCOLA

As chaves de Mardum | 2

O s irmãos Cacá e Nina chegam com os pais à casa em que passarão as fé-rias. Eles não veem a hora de explo-rar tudo. Mas por onde começar? Pelo quarto de despejo da casa! Uma estante empoeirada chama a aten-ção dos irmãos. Na verdade, não é uma estante comum. Atrás dela as crianças encontram uma porta que os leva direto para a oficina de Ano-nimus, outro lugar repleto de obje-tos interessantes, como uma flauta mágica – a flauta de Hamelin. Ela é uma das chaves musicais que dá a quem as tiver o direito ao trono de Mardum, um mundo extremamente colorido e musical.

A LUTA PELO TRONOAnonimus foi escolhido pelo bom rei Ghor para proteger as chaves mágicas e, assim, evitar que elas caiam nas mãos do terrível Rum-pus, seu ambicioso irmão. Mas as chaves estão perdidas e preci-sam ser recuperadas o mais rápido possível. Para realizar essa missão, Anonimus contará com a ajuda de Nina e Cacá que, além de muito corajosos, adoram uma aventura. E aventura é o que não vai faltar para eles e também para seus alu-nos, professor (a). Até recuperar as chaves musicais, os irmãos passarão por muitas peripécias.

Professor (a), nos episódios de O Mundo de Mardum, Cacá e Nina circulam entre o real e o imaginá-rio: o Mundo Paralelo de Mardum. Mas tanto lá quanto cá, as crianças usam conhecimentos, ou concei-tos matemáticos, para enfrentar os desafios que encontram. Os seus alunos, certamente, também fazem isso, por isso é importante valorizar os conhecimentos prévios que eles já têm, tanto em relação aos temas e questões que são explorados nesta série quanto em outros momentos em que os conteúdos matemáticos são estudados.

Bom divertimento a todos vocês!

MATEMÁTICA E NOVAS MÍDIAS

Mundo ParaleloNos episódios, o mundo paralelo de Mardum é uma referência ao universo paralelo,

teoria desenvolvida pelos físicos em que eles buscam comprovar a existência de outra realidade que é paralela, ou existe ao mesmo tempo, à realidade na qual vivemos.

No mundo mágico de Mardum Na série, Cacá e Nina usam seus conhecimentos matemáticos para enfrentar desafios

As chaves de Mardum | 3

A Guitarra Quebrada

ncentivado pelos irmãos, Anoni-mus está se esfalfando na bicicleta ergométrica. Assim, o trio só perce-be que o sorrateiro Espião anda pela sala quando ele já está de posse de uma guitarra toda arrebentada. “Essa é a guitarra quebrada de Mardum, ela não pode cair nas mãos de Rumpus”, conta o surpreso guardião. Parece estranho que uma simples guitarra desmantelada provoque tanto rebo-liço. Mas o fato é que ela não pode ser consertada, pois aí recupera o po-der de hipnotizar quem ouve os seus acordes fantásticos.

TUDO DIFERENTE“Fantásticos, poderosos? Isso quer dizer que ela é uma chave mágica do rei Ghor”, concluem os irmãos, enquanto correm para o reino sub-terrâneo. Em Mardum, eles têm a missão de encontrar o lutier Lutião e avisá- lo sobre o roubo do instru-mento. Lutião vive na Montanha do Contrário, onde as pessoas falam e escrevem de um modo muito dife-rente. Que tal subir essa montanha com os alunos e descobrir o que a Matemática tem a ver com toda essa história?

BRINCANDO DE ÍNDIO

Cacá e Nina sobem a Montanha do Contrário atrás de um marduniano de nome bem diferente. Só ele pode consertar a guitarra hipnotizadora

I

Luthier, ou lutier, é um profissional especializado na construção e conserto dos instrumentos musicais de corda. A palavra, de origem francesa, deriva de luth, que quer dizer alaúde –

instrumento de corda popular na Europa medieval e renascentista. Antonio Stradivari, ou Stradivarius (1644-1737), foi um famoso lutenista, conhecido por seus violinos quase perfeitos.

Uma palavra incomum

PALAVRAS-CHAVEpalíndromos, quebra-cabeças, eixo de simetria, vertical, horizontal.

As chaves de Mardum | 4

Um roqueiro apaixonado por sua música, uma guitarra quebrada, e um lutier (fabricante e consertador de guitarras) que, em Mardum, se chama Lutião. De início, esse enre-do, bastante animado, parece meio rocambolesco. Mas, acredite-se ou não, ele é pretexto para um traba-lho muito criativo, ou uma “via-gem” divertida por aspectos pouco explorados da Matemática.

Anonimus conta, ou melhor, can-ta para as crianças, detalhes sobre o tal roqueiro, sua música quase hip-

notizante e a guitarra destruída, que acaba de ser roubada pelo Espião. Mais uma das chaves mágicas do rei Ghor, a guitarra não pode cair nas mãos de Rumpus e nem deve ser consertada, como seus alunos já perceberam. Já de volta à Mardum, os irmãos devem encontrar Lutião e alertá-lo para que fique atento às intenções dos malvados. “Lutião vive na Montanha do Contrário e é para lá que vocês devem ir”, diz Anonimus para Cacá e Nina.

No caminho para a montanha, as

crianças se deparam com uma pla-ca que deve ter a função de orien-tar os visitantes. Mas como saber se é isso mesmo se ela traz escrita a palavra RIBUS, à primeira vista pouco orientadora.

PALAVRAS INVERTIDAS“Se essa é a Montanha do Contrá-rio, essa palavra deve estar ao con-trário”, conclui Cacá, que usa um pequeno espelho para ler a palavra ao contrário. Bingo! É SUBIR, claro. Ladeira acima, os irmãos se diver-

A ciência da regularidadeNA SALA DE AULA

Essa é uma das definições dadas à Matemática por especialistas da área. Compartilhe a informação com os alunos

As chaves de Mardum | 5

tem cantarolando palavras que li-das de frente pra trás ou de trás pra frente (da direita para a esquerda ou da esquerda para a direita) têm o mesmo significado, tais como: OVO, RIR, ARARA, REVER, OCO, OSSO, ANA, ATA, ABA, MIRIM, ASA e RADAR.

Ajude os alunos a ampliar essa lista, mas antes garanta a sua própria rela-ção de palavras, assim ficará mais fá-cil dar algumas dicas a eles, caso te-nham dificuldades. Com a ajuda de um dicionário, ou em uma pesquisa na internet, é possível encontrar ou-tras palavras que têm a mesma pro-priedade. Chamadas de palíndromos, essas palavras curiosas são muito usa-das por estudiosos de quebra-cabeças e por especialistas em Matemática Recreativa. Outra questão interessan-te é que não existem apenas palavras que são palíndromos. Também há frases e... números.

FRASES AO CONTRÁRIOAlgumas frases, bastante populares, podem, por exemplo, ser lidas a par-tir do começo ou do fim e, com suas letras, é possível formar a mesma sentença. Veja estas duas:

Existe até uma música chamada “A cara rajada da jararaca”, com le-tra e melodia disponíveis na inter-net, que é formada por versos que são palíndromos. Confira a infor-mação e ensine os alunos a cantar pelo menos um trecho dela. Eles podem até apresentá-las para ou-tras turmas. Será uma boa diversão para todos, especialmente para os

alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental.

NÚMEROS PALÍNDROMOSNa Matemática, as crianças podem produzir números palíndromos com base em diferentes situações, como:

11 número de jogadores de um time de futebol

SOCORRAM-ME, SUBI NO ÔNIBUS EM MARROCOS

ZÉ DE LIMA, RUA LAURA MIL E DEZ

Nas frases que compõem palíndromos, em geral, não é preciso considerar os sinais gráficos, como os de pontuação, assim como os espaços normais entre palavras.

Sentença

As chaves de Mardum | 6

22 total de jogadores em campo numa partida

121 número da casa do Juca

454 número de alunos da escola do Juca

1551 fundação da cidade de Vitória, capital

do estado do Espírito Santo

1991 ano em que o piloto Airton

Senna ganhou seu terceiro campeonato mundial

2002 ano em que a seleção brasileira

de futebol ganhou a Copa.

12321população de uma

pequena cidade

Seguindo adiante, é possível am-pliar o alcance dessas atividades com os alunos que já avançaram um pouco mais no processo de al-fabetização, tanto na língua portu-guesa quanto na Matemática. Com esse objetivo, você pode incentivá--los e auxiliar nas descobertas de mais algumas curiosidades:

1 Há alguns números palíndro-mos que, somados, dão como

resultado outro número palíndro-mo, como é o caso de 11 + 22 = 33.

2 Não é sempre que a soma de dois números palíndromos

resulta em outro número palín-dromo. Exemplo: 55 + 55 = 110.

IMAGENS INVERTIDAS NO ESPELHOHá diversas outras curiosidades re-lacionadas à Matemática Recreativa, que se apoiam na ideia dos “contrá-rios”. É o caso daquelas palavras que, escritas ao contrário, geram outras palavras, como ROMA e AMOR, RAUL e LUAR, entre outras.

Se as crianças ficam bem anima-das quando têm a chance de desco-brir e explorar estas regularidades, elas vão gostar mais ainda de per-ceber que algumas palavras - que coisa mais interessante! - se trans-formam ao serem lidas refletidas em um espelho. Isso acontece, por exemplo, com a palavra AMORA. Veja que a imagem refletida no es-pelho é da palavra AROMA.

Outra coisa: chame a atenção da turma para o fato de que as letras A, O e M podem ser lidas do mesmo jeito, tanto do lado direito quanto do lado esquerdo do espelho. Já com a letra R, isso não é possível. Dize-mos que, nesse caso, é preciso fazer uma pequena “acrobacia” mental e invertê-la na cabeça para poder re-conhecer o nosso conhecido R.

Isto acontece, porque as letras A, O e M são simétricas, têm um eixo ver-tical, como no caso da palavra TIA.

Caso os alunos não tenham per-cebido isso, chame a atenção de-les para o fato. E mais: proponha que investiguem outras letras que possuem eixo de simetria vertical e quais palavras podem ser formadas com tais letras, elas são:

A, H, I, M, O, T, U, V, X, Y e W

As chaves de Mardum | 7

Em seguida, mostre à turma o que acontece com a palavra DOCE, por exemplo.

Como se vê, DOCE também é uma palavra espelhada, só que de um modo diferente, pois ela é for-mada por letras que têm eixo de si-metria horizontal. Assim, desafie os alunos a pesquisar, agora, quais são as letras do alfabeto que têm sime-tria horizontal.

Professor, lembre-se que não é preciso usar essa terminologia, basta que se diga às crianças que a proposta é descobrirem letras que podem ser lidas quando colocamos um espelho em posição horizontal, bem no meio da letra. Por exemplo, letras com eixo de simetria hori-zontal são:

Um trabalho pedagógico des-sa natureza contribui para que as crianças, em processo de alfabeti-zação, prestem atenção ao forma-to das letras e, o melhor, pode con-tribuir para que elas não cometam erros comuns, como trocar b por d e p por q.

Além disso, essa é uma manei-ra lúdica de abordar o conceito de simetria, que será muito útil mais adiante, nos anos posteriores do ensino fundamental. Afinal, trata--se de um importante conceito uti-lizado em geometria.

B, C, D, E, H, I, K e O

Há muitas outras possibilidades de se trabalhar esse tema com os alunos. Uma delas é por meio do desenho, em que as crianças devem explorar a simetria das figuras e dos objetos, como completar uma imagem a partir de sua metade, em uma base quadriculada ou lisa.Naturalmente, é possível ampliar – e muito - as sugestões abaixo,

caso você ache interessante.

A turma também pode ser incentivada a identificar simetrias em formas geométricas:

Veja só, professor, a aventura que começa lá na “Montanha do Contrário” pode ser um ótimo ponto de partida para a exploração de

regularidades numéricas e geométricas, além de possibilitar o contato das crianças com palavras e números palíndromos e, também, com figuras simétricas. É por essas e outras mais, que a Matemática é a

ciência das regularidades, conforme definição de muitos matemáticos.

Desenhos com simetria

©IMAGEM: REPRODUÇÃO

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O rock and roll não é só um ritmo que apaixona os jovens, ele também é muito jovem, ou melhor, surgiu muito recentemente. O marco de seu início é o ano de 1954, quando Elvis Presley gravou seu

primeiro sucesso, That’s Allright Mamma. Presley ficou conhecido como o “Rei do Rock”, mas sua música não agradou de imediato. Para muitos era música de negro, numa época em que o racismo era extremamente

forte nos EUA. Elvis Presley, certamente, foi muito influenciado pelo ritmo do jazz, soul e blues, todos originários do sul do país, onde nasceu. Mas sua música e dança tornaram-se universais.

PARA SABER MAISA História do Rock’n Roll (diversos fascículos). Editora Caras, São Paulo (SP), 2002.

super.abril.com.br/cotidiano/ciencia-divertida-yakov-perelman-486639.shtml –

sobre a Matemática Divertida e o matemático Yakov Perelman, um de seus grandes nomes

www.kboing.com.br/manu-lafer/1-1131528/ – A cara rajada da jararaca – letra e música

O

Aprender nunca é demais

visual do Anonimus não deixa ne-nhuma dúvida: em A guitarra que-brada ele ataca de roqueiro. E, inspi-rado pelo cabelão black power, conta para as crianças um episódio prota-gonizado por Jimi Hendrix, um dos roqueiros mais emblemáticos do sé-culo 20. Cantor e compositor, Hen-drix viveu apenas 27 anos, entre 1942 e 1970. Mas deixou atrás de si um ras-tro de interpretações maravilhosas na guitarra, além de muitas histórias.

EMPOLGAÇÃO GERALUma dessas histórias é, justamen-te, a da guitarra quebrada durante uma apresentação no Festival Inter-nacional de Música Pop de Monte-rey, na Califórnia (EUA), em 1967. Hendrix já fascinava as plateias com os solos que fazia no instru-mento, deixando-as meio hipnoti-zadas. Neste festival, a empolgação do público, e do próprio músico, foi tanta que ele quebrou sua guitarra

enquanto a tocava. Ela nunca mais iria tocar algo tão sublime, pensa-vam todos.

Como muitos artistas famosos, Jimi Hendrix também foi um mú-sico precoce. Aos 12 anos ganhou a primeira guitarra do pai e, aos 13 anos, já tocava em várias bandas de rock and roll. Em 1966, montou sua própria banda, a Jimi Hendrix Experience, e saiu em turnê pela Europa e pelos Estados Unidos.

ATIVIDADES E ESTUDOS COMPLEMENTARES

O rock and roll é o ponto de partida para a exploração de um lado diferente da Matemática. Mas ele também ensina um pouco sobre a história do século 20

Rock and Roll