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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA GABINETE DE GESTÃO INTEGRADA MUNICIPAL Alta Floresta 2009

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

GABINETE DE GESTÃO INTEGRADA

MUNICIPAL – Alta Floresta

2009

Trabalho de levantamento geopolítico,

socioeconômico e cultural da microregião de

Alta Floresta-MT, visando subsidiar o

Secretário de Segurança Pública Diógenes

Gomes Curado Filho e Dirigentes das

instituições desconcentradas através da

criação do Gabinete de Gestão Integrada

Municipal, que terá finalidade de discutir em

nível colegiado os problemas afetivos a

criminalidade municipal.

Equipe de Trabalho:

Vagner Jorge Santino da Silva – Maj BM

Wankley Correa Rodrigues – Maj PM

Arian Carlos Assis – Sd PM

Rosangela Aparecida Carneiro Schutze

Renata Pegoraro Lobo

Jaqueline Aguiar Monteiro

Joaquim Ramos dos Santos Filho

“Unir-se é um bom começo, mater a união é um progresso, e trabalhar

em conjunto é a vitória “ (Henrry Ford)

(Provérbios)

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

GABINETE DE GESTÃO INTEGRADA

CRIAÇÃO DO GABINETE DE GESTÃO INTEGRADA

MUNICIPAL ALTA FLORESTA - MT

1. Justificativa

A integração das instituições que operam na linha de justiça criminal é um

processo que está em vias de construção. Diante da cultura capilarizada nas

corporações e o natural receio de perder espaço prestígio ou poder, transforma os

encaminhamentos da redução e controle da criminalidade a redundância de

processos, reduzindo ao final a governabilidade diante da conduta humana

criminosa. Na primeira fase da integração, as instituições são instaladas a refletirem

sobre suas missões, reverem conceitos e quebrarem seus tabus.

Paralelamente, pequenos passos como operações conjuntas e capacitações

comuns possibilitam a descoberta de que os resultados são positivos para as

instituições e aos participantes, fato mensurado nos indicadores, surge então, um

fenômeno cujo foco contempla um universo multifuncional, e os participantes de

estranhos passam a ser companheiros consequentemente os caminhos passam a

serem desobstruidos.

Trabalhando com essa metodologia, a SEJUSP tem adotado o modelo

democrático e representativo com estilo de decisões colegiadas, dando vez e vóz

aos integrantes de todos os níveis e instituições chegando agora o momento de

contemplar a Microregião de Alta Floresta-MT.

2. Histórico:

A ocupação efetiva e duradoura da região de Alta Floresta veio com os

programas modernos de colonização. O governo federal favoreceu eficazmente a

ocupação da Amazônia mato-grossense.

Com a colonização da região norte de Mato Grosso, a parte então pouco

habitada e pouco conhecida das proximidades do Amazonas e Pará passou a ser

denominada de Nortão.

Não há maiores informações de garimpo na região nesses primeiros anos de

tomada de posse moderna da terra, mas certamente faiscadores percorriam a

região, que também era teatro de operações dos seringueiros provenientes das

cercanias cuiabanas. Não se tem, no entanto, notícias de um movimento de maior

monta. Sabe-se que o seringalista Renato Spinelli chegara à região de Peixoto de

Azevedo para extração de borracha, que era levada a Rio Novo, pela empresa

Erion, dos Irmãos Spinelli.

Mas Alta Floresta teria por idealizador uma personalidade individualizada,

afeita ao trabalho de formar cidades – Ariosto da Riva. Este verdadeiro bandeirante

enfrentou a colonização de Alta Floreta após o sucesso de Naviraí, Carapó, Glória

de Dourados e Suiá-Missú.

O ponto de solução dos problemas colonizadores para da Riva era a

experiência, a presença na colonização.

Inicialmente Ariosto adquiriu quatrocentos mil hectares de terras de uma

empresa do Rio de Janeiro, em sítio vizinho ao da futura cidade de Floresta.

Ariosto da Riva teve idéia de se emparelhar com outros colonizadores, aproveitando-

se das vantagens que o governo oferecia. “Quanto ao projeto de colonização, dizia

ele ” A minha idéia era estabelecer uma comunidade de fazendeiros cujas colheitas

pudessem ser beneficiadas na própria região, criando empregos e riqueza no

coração da Amazônia; mas eu sabia que tinha que fornecer a infra-estrutura

necessária para que essa comunidade pudesse realmente florescer”.

Com ativos da família da Riva, Ariosto fundou a INDECO – Integração,

Desenvolvimento e Colonização, com 12 milhões de dólares e mais um fundo de

manejo de 5 milhões. O Banco do Brasil e alguns bancos privados concederam

empréstimos substanciais a juros baixos e redução de taxas sobre os lucros da

Indeco. Na época, este beneficio era concedido a qualquer projeto de colonização

na Amazônia. Ariosto via colonos acorrerem à Bacia Amazônica pelas estradas de

Mato Grosso, Pará, Amazonas e Rondônia. Via que muitos povoados, a maioria

instalada em terras distribuídas pelo Incra, patrocinado pelo governo, mal

começavam, logo paralisavam por falta de apoio técnico e por falta de estradas

secundárias para o transporte de abastecimento e de safra. Faltava a infra-estrutura

de escola, hospital, serraria, armazém, oficina, etc. Por outro lado, Ariosto

encontrava diante de si um enigma – a natureza da Amazônia, terra considerada

distante, terrível. Terra de novidades não só para o entender do povo simples, mas

também de técnicos e cientistas. Mas com as primeiras experiências realizadas

avançou para a Amazônia. Em 1973, a rodovia Cuiabá-Santarém (BR 163) partia de

Cuiabá em direção ao seu ponto final, Santarém, no Pará. Eram 1.700 Km. O 9º

BEC chegara ao Km 642, possibilitando à Indeco partir daí e construir a própria

estrada de 147 quilômetros em direção oeste, em busca da futura sede da

colonização, que seria denominada Alta Floresta.

3. Regiões de planejamento de Mato Grosso

Fig.001 Regiões de planejamento de Mato Grosso – SEPLAN

4. Expansão do GGI’s-Regionais1 e Municipais

Fig.002 Fonte Gabinete de Gestão Integrada GGI-MT

1 CARVALHO, Julio Martins. Soluções integradas de Gestão e geoprocessamento criminal em áreas de

risco social: Cuiabá. Dissertação em especialização CAO-2007. APMCV

Barra do Garças GGI R

GGI-MT

Sinop GGI R

Tangará da Serra GGI R

Rondonópolis GGI R

Cáceres GGI R

Várzea Grande GGI M

Juina GGI M

Alta Floresta GGI M

Sorriso GGI M

Vila Rica GGI M

Juara GGI M

Lucas do Rio Verde GGI M

5. Aspectos geopolíticos da mesoregião

5.1 Localização

Fig.003 –Microregião de Planejamento – Alta Floresta

Fig.004 – Microregião de Planejamento – Alta Floresta ( City Brasil)

Alta Floresta

fffffFFFFFFFF

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FFFFFFFlorest

a

5.2 Fotos de Alta Floresta

Vista Aérea da Cidade de Alta Floresta Aeroporto de Alta Floresta

Rio Teles Pires em Alta Floresta UNEMAT de Alta Floresta

Fig.005. Mapa de cobertura da terra para o Estado do Mato Grosso para o ano de 2002.

5.3 Situação Fundiária de Mato Grosso:

5.4 Compatibilização de áreas de competencia jurisdicional.

Agências do sistema de Justiça Criminal

PM POLITEC PJC

Alta Floresta – Município

61 - efetivos

Alta Floresta

02 – efetivos

03 - contratos

Alta Floresta – 02 Delegados

05 – escrivães

20 investigadores

Paranaíta – Município

05 - efetivos

* Atende Canãa do Norte,

Apiacás, Carlinda,

Paranaíta, Nova Monte

Verde e Nova

Bandeirantes.

Paranaíta – 01 Delegado

01 – escrivão

05 - investigadores

Canaã do Norte

Município – 06 efetivos

Canaã do Norte – 01 Delegado

01 – escrivão

05 - investigadores

Nova Guarita – Município

03 - efetivos

Carlinda – 01 Escrivão

05 - investigadores

Carlinda – Município

06 – efetivos

* Não tem Comarca

Apiacás

03 - investigadores

Apiacás – Município

06 – efetivos

Nova Monte Verde

04 - investigadores

Nova Monte Verde –

Município – 04 efetivos

Nova Bandeirantes

01 – Delegado

05 - investigadores

Nova Bandeirantes –

Município – 04 efetivos

* Não tem Comarca

Agências do sistema de Justiça Criminal

JUDICIÁRIO M. PÚBLICO S. PRISIONAL CBM

Alta Floresta –

Município

54 – efetivos

04 - Magistrados

Alta Floresta

04 – efetivos

03 – Promotores

04 - nomeados

Alta Floresta

02 – efetivos

04 - contatos

Alta Floresta

12 - efetivos

* Atende Carlinda

por não ser

Comarca

* Atende Carlinda

por não ser

Comarca

Entidades Agências do sistema da Justiça Criminal

Cidades Judiciário MP PM PJC BM Sit.Pr POLITEC

Alta Floresta 58 11 61 27 12 06 05

Paranaita - - 05 07 - - -

Canaã do Norte - - 06 07 - - -

Nova Guarita - - 03 - - - -

Carlinda - - 06 06 - - -

Apiacás - - 04 03 - - -

Nova M. Verde - - 04 04 - - -

Nova

Bandeirantes - - 04 06 - - -

Total 58 11 93 60 12 06 05

Dados coletados nas unidades regionais em 06/01/2009

5.5 Aspecto geopolítico de intensidades em ocorrências temáticas:

Dados captados no zoneamento da SEPLAN-MT, que permite incrementar

projeção evolutiva das cidades diante dos cenários atuais.

6. Perfil socioeconomico e cultural

Cidades

População

Área-Km2

Agência

Financeira

IDH ranking

Alta Floresta

49.140 hab

8.947

06

0,779 ( médio )

Fonte: IBGE

PNUD – Programa das Nações Unidas p/ o Desenvolvimento

7. Planilha de zoneamento e população carcerária

Cidade

Criação

Analf/ %

Mort.

Infantil

Desem-

prego

População

Carcerária

Masc. Fem.

Alta Floresta

1976

15.7%

21,2%

7,6%

73

02

Os dados foram captados na sua maioria do IBGE e os em vermelho demonstra

pela informação colhida do sistema prisional a população carcerária na cidade de

Alta Floresta, sendo aqui justapostos para uma análise de cenário mais panorâmico.

8. Cenário de competências e territorialidade das Agências

Públicas

8.1 - Poder Judiciário

Fig.007 : Mapa das comarcas da região

O poder Judiciário está presente na região em grau de 3ª Entrância, como se

observa no mapa as áreas de competencia.

8.2 - Perícia Oficial e Identificação Técnica – POLITEC

PRIMAVERA DO LESTE

JUÍNA

ALTA FLORESTA

CONFRESA

BARRA DO GARÇAS

DIAMANTINO

RONDONÓPOLIS

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

CÁCERES

TANGARÁ DA SERRA

SORRISO

JUARA

SINOP

PONTES E LACERDA

NOVA XAVANTINA

ALTO ARAGUAIA

PEIXOTO DE AZEVEDO

8.3 - Polícia Militar

Legenda dos Municipios Implantados GGI´s Regionais e Municipais

Juina – GGI M

Sorriso – GGI M

Alta Floresta – GGI M

CR – III – Alta Floresta GGI M

Vila Rica – GGIM Juara - GGI M

Lucas do Rio Verde – GGI M

Água Boa – GGI M

9. Indicadores criminais da região:

O planilha que se segue representadas pela gerência de estatísticas da

polícia judiciária civil, traz um diagnóstico dos registros de ocorrências da região.

ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

POLÍCIA JUDICIÁRIA CIVIL

COORDENADORIA DE EXECUÇÃO ESTRATÉGICA

GERÊNCIA DE ESTATÍSTICA E INFORMAÇÕES

TRANSCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS

REGIONAL:Alta Floresta

UNIDADE EMITENTE: Delegacia Municipal de Alta Floresta

2007 2008

Crimes com morte TOTAL TOTAL

Homicídio doloso 2 5

Homicídio culposo de trânsito 5 2

Outras ocorrências com morte TOTAL TOTAL

Outras mortes acidentais (exceto homicídio culposo) 1 3

Suicídio 1 2

Mortes a esclarecer 1 15

Crimes contra a pessoa sem morte TOTAL TOTAL

Tentativa de homicídio 25 15

Lesão corporal dolosa 11 142

Lesão corporal culposa de trânsito 42 133

Outras lesões corporais culposas 12 4

Ameaça 287 262

Outras ocorrências sem morte TOTAL TOTAL

Crimes contra a liberdade sexual TOTAL TOTAL

Estupro 4 2

Tentativa de estupro 4 0

Atentado violento ao pudor 1 4

Tentativa de atentado violento ao pudor 0 1

Crimes contra o patrimônio TOTAL TOTAL

Roubo de veículo 3 3

Roubo de carga 0 0

Roubo a instituição financeira 0 0

Roubo a transeunte 40 24

Roubo em residência 11 6

Total de ROUBOS 54 33

Furto de veículo 64 25

Furto a transeunte 12 15

Furto em residência 452 308

Outros furtos 490 437

Total de FURTOS 1018 785

Estelionato 25 36

Legislação especial TOTAL TOTAL

Racismo, preconceito e discriminação 4 0

Tortura 0 2

Entorpecentes (posse e uso) 6 7

Entorpecentes (tráfico) 2 4

Porte ilegal de armas de fogo 5 10

Atos infracionais (criança e adolescente) 38 24

Crimes contra o meio ambiente 190 128

Fonte: Delegacia Municipal de Alta Floresta

10. Vantagem da articulação integrada

O trato e enfrentamento à criminalidade requer um trabalho de tamanha

envergadura que agregue forças afins da triplice formação do Estado dos

campos do Pré–delito, Delito e Pós-Delito. É recomendável que a estratégia para

esse enfrentamento seja focada em objetivos comuns que seja “a paz social”.

As ações isoladas apresentam-se dispendiosas e pouco contribuem para

resultados toleráveis, essas conclusões remetem a traumas nas instituições e um

desgaste humano e político. A integração vale-se principalmente da modéstia e

se apresenta como um elemento aglutinador de ideias e ações eficazes, sendo

esta hoje, ferramenta em uso na maioria dos Estados da Federação,

11. Considerações finais

A criação de um grupo interinstitucional, representativo e permanente com

características heterogênias quanto as multifunções e presentes na Microregião

de planejamento – Alta Floresta - MT , entra em um cenário favorável, estribado

ao processo natural de expansão das agências, cujo formato atual de

competencia, ostenta um compartilhamento geográfico em grau considerável, ou

seja, a presença das Instituições em suas respectivas áreas de competencias

territoriais possuem coexistencia.

Portanto, ancorado na estratégia de expansão de criação dos Gabinetes de

Gestão Integrada Municipal - GGIM no Estado de Mato Grosso reune condições

favoráveis. Assim entendemos diante dos profundos estudos a esta temática que

se faz necessário a criação de um forum deliberativo na microregião do

planejamento de Alta Floresta.

12. Referências

CARVALHO, Julio Martins. Soluções integradas de Gestão e

geoprocessamento criminal em áreas de risco social: Cuiabá. Dissertação

em especialização CAO-2007. APMCV.

História do Município de Alta Floresta – www.altafloresta.mt.gov.br [Acessado em

06/01/09]

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento –

WWW.pnud.org.br [Acessado 06/01/09 a 08/01/09]

Plano de Gestão Integrada em Segurança Pública. Universidade Federal de

Mato Grosso, Cuiabá: 2004.