motivação e memória

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Motivação e Memória Motivação Ela é necessária para aprender "Da mesma forma que sem fome não apreendemos a comer e sem sede não aprendemos a beber água, sem motivação não conseguimos aprender", afirma Iván Izquierdo. Estudos comprovam que no cérebro existe um sistema dedicado à motivação e à recompensa. Quando o sujeito é afetado positivamente por algo, a região responsável pelos centros de prazer produz uma substância chamada dopamina. A ativação desses centros gera bem-estar, que mobiliza a atenção da pessoa e reforça o comportamento dela em relação ao objeto que a afetou. A neurologista Suzana Herculano-Houzel, autora do livro Fique de Bem com Seu Cérebro (208 págs., Ed. Sextante, tel. 21/2538-4100, 19,90 reais), explica que tarefas muito difíceis desmotivam e deixam o cérebro frustrado, sem obter prazer do sistema de recompensa. Por isso são abandonadas, o que também ocorre com as fáceis. A motivação, para Piaget "É a procura por respostas quando a pessoa está diante de uma situação que ainda não consegue resolver. A aprendizagem ocorre na relação entre o que ela sabe e o que o meio físico e social oferece. Sem desafios, não há por que buscar soluções. Por outro lado, se a questão for distante do que se sabe, não são possíveis novas sínteses." - Tania Beatriz Iwaszko Marques A motivação, para Vygotsky "A cognição tem origem na motivação. Mas ela não brota espontaneamente, como se existissem algumas crianças com vontade - e naturalmente motivadas - e outras sem. Esse impulso para agir em direção a algo é também culturalmente modulado. O sujeito aprende a direcioná-lo para aquilo que quer, como estudar." - Claudia Lopes da Silva A motivação, para Ausubel Essa disposição está diretamente relacionada às emoções suscitadas pelo contexto. Pela perspectiva de Ausubel, o prazer, mais do que estar na situação de ensino ou mediação, pode fazer parte do próprio ato de aprender. Trata-se da sensação boa que a pessoa tem quando se percebe capaz de explicar certo fenômeno ou de vencer um

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Motivação e Memória

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Motivao e MemriaMotivao

Ela necessria para aprender

"Da mesma forma que sem fome no apreendemos a comer e sem sede no aprendemos a beber gua, sem motivao no conseguimos aprender", afirma Ivn Izquierdo. Estudos comprovam que no crebro existe um sistema dedicado motivao e recompensa. Quando o sujeito afetado positivamente por algo, a regio responsvel pelos centros de prazer produz uma substncia chamada dopamina. A ativao desses centros gera bem-estar, que mobiliza a ateno da pessoa e refora o comportamento dela em relao ao objeto que a afetou. A neurologista Suzana Herculano-Houzel, autora do livroFique de Bem com Seu Crebro(208 pgs., Ed. Sextante, tel. 21/2538-4100, 19,90 reais), explica que tarefas muito difceis desmotivam e deixam o crebro frustrado, sem obter prazer do sistema de recompensa. Por isso so abandonadas, o que tambm ocorre com as fceis.

A motivao, para Piaget" a procura por respostas quando a pessoa est diante de uma situao que ainda no consegue resolver. A aprendizagem ocorre na relao entre o que ela sabe e o que o meio fsico e social oferece. Sem desafios, no h por que buscar solues. Por outro lado, se a questo for distante do que se sabe, no so possveis novas snteses."- Tania Beatriz Iwaszko Marques

A motivao, para Vygotsky"A cognio tem origem na motivao. Mas ela no brota espontaneamente, como se existissem algumas crianas com vontade - e naturalmente motivadas - e outras sem. Esse impulso para agir em direo a algo tambm culturalmente modulado. O sujeito aprende a direcion-lo para aquilo que quer, como estudar."- Claudia Lopes da Silva

A motivao, para AusubelEssa disposio est diretamente relacionada s emoes suscitadas pelo contexto. Pela perspectiva de Ausubel, o prazer, mais do que estar na situao de ensino ou mediao, pode fazer parte do prprio ato de aprender. Trata-se da sensao boa que a pessoa tem quando se percebe capaz de explicar certo fenmeno ou de vencer um desafio usando apenas o que j sabe. Com isso, acaba motivada para continuar aprendendo sobre o tema."- Evelyse dos Santos Lemos

Memria

Ela mais efetiva na associao com um conhecimento j adquirido

A ativao de circuitos ou redes neurais se d em sua maior parte por associao: uma rede ativada por outra e assim sucessivamente. Quanto mais frequentemente isso acontece, mais estveis e fortes se tornam as conexes sinpticas e mais fcil a recuperao da memria. Isso se d por repetio da informao ou, de forma mais eficaz, pela associao do novo dado com conhecimentos j desenvolvidos. "Podemos simplesmente decorar uma nova informao, mas o registro se tornar mais forte se procurarmos criar ativamente vnculos e relaes daquele contedo com o que j est armazenado em nosso arquivo de conhecimentos", afirmam os mdicos e doutores em Cincia do Instituto de Cincias Biomdicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Ramon M. Cosenza e Leonor B. Guerra no livroNeurocincia e Educao: Como o Crebro Aprende(151 pgs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 44 reais).

A memria, para Vygotsky"Uma criana pequena constri memrias por imagens, associando uma a outra. No decorrer do desenvolvimento, ela passa a fazer essa relao conceitualmente, pela influncia e pelo domnio da linguagem - o componente cultural mais importante. Com isso, passa de uma memria mais apoiada nos sentidos para outra mais escorada na linguagem. Portanto, a memria relacionada s aprendizagens escolares uma funo psicolgica que vai se definindo durante o desenvolvimento."- Claudia Lopes da Silva

A memria, para Ausubel"Aprendemos com base no que j sabemos. Essa premissa central na Teoria da Aprendizagem Significativa, de Ausubel. preciso diferenciar memria de aprendizagem significativa. A primeira a capacidade de lembrar algo. J a segunda envolve usar o saber prvio em novas situaes - um processo pessoal e intencional de construo de significados com base na relao com o meio (social e fsico)."- Evelyse dos Santos Lemos

A memria, para Wallon"O pressuposto da psicogentica walloniana que somos seres integrados: afetividade, cognio e movimento. Portanto, informaes e acontecimentos que nos afetam e fazem sentido para ns ficam retidos na memria com mais facilidade. Como a construo de sentido passa pela afetividade, difcil reter algo novo quando ele no nos afeta."- Laurinda Ramalho de Almeida