monografia - lanhouse

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAO CAMPUS X TEIXEIRA DE FREITAS CINCIAS BIOLGICAS (LICENCIATURA PLENA)

PESQUISA

DE

MICRORGANISMOS

ADERIDOS

NAS

SUPERFCIES

DE

TECLADOS DE MICROCOMPUTADORES DE LANHOUSES NO MUNICPIO DE TEIXEIRA DE FREITAS-BA.

FLAMARION DE ALMEIDA BRITO EVDIO SOARES QUARESMA

Orientador: Prof. M. Sc. JORGE LUIZ FORTUNA

Teixeira de Freitas-BA 2009

FLAMARION DE ALMEIDA BRITO EVDIO SOARES QUARESMA

PESQUISA

DE

MICRORGANISMOS

ADERIDOS

NAS

SUPERFCIES

DE

TECLADOS DE MICROCOMPUTADORES DE LANHOUSES NO MUNICPIO DE TEIXEIRA DE FREITAS-BA.

Monografia apresentada ao Curso de Cincias Biolgicas (Licenciatura Plena), da Universidade do Estado da Bahia, para obteno do ttulo de Licenciado em Biologia.

Orientador: Prof. M. Sc. JORGE LUIZ FORTUNA

Teixeira de Freitas-BA 2009

FLAMARION DE ALMEIDA BRITO EVDIO SOARES QUARESMA

PESQUISA

DE

MICRORGANISMOS

ADERIDOS

NAS

SUPERFCIES

DE

TECLADOS DE MICROCOMPUTADORES DE LANHOUSES NO MUNICPIO DE TEIXEIRA DE FREITAS-BA.

Monografia apresentada ao Curso de Cincias Biolgicas (Licenciatura Plena), da Universidade do Estado da Bahia, para obteno do ttulo de Licenciado em Biologia.

Aprovao em 25 de maro de 2009.

BANCA EXAMINADORA

Teixeira de Freitas-BA 2009

Eu, Flamarion, dedico este trabalho minha me, Joselita Oliveira de Almeida que em todo tempo nunca deixou de acreditar em meu potencial, a minha esposa Juliet, que me apoiou em todos os aspectos para a concluso dessa grande meta de minha vida. Eu, Evdio, dedico a minha participao neste trabalho minha primeira professora e irm Zenbia Soares Quaresma (in memorian) pelos primeiros passos do saber e aos meus pais (in memorian) por tudo o que fizeram por mim em toda a minha jornada estudantil.

AGRADECIMENTOS

Eu, Flamarion, agradeo a Deus por ter me dado foras, discernimento e capacidade suficientes para a realizao desse trabalho.

A Juliet, minha esposa, pelo incentivo, apoio e compreenso dedicados em todos os momentos.

A minha me, pessoa de honestidade e integridade inquestionveis, que, de forma carinhosa, sempre me serviu de exemplo de perseverana, sempre me incentivou meus estudos e torce sempre pelo meu sucesso.

Ao meu amigo Jadson Hombre, pois sempre me acompanhou nos momentos de alegria e distrao, que foram essenciais para construir este trabalho.

Ao professor Jorge Fortuna, pela orientao, sempre sbia, e pelos conselhos que foram fundamentais para o desenvolvimento dessa monografia, bem como para minha vida.

A UNEB Campus X e todas as Lanhouses, pelo apoio na realizao deste trabalho.

Eu, Evdio, agradeo a Deus, pela sua infinita bondade, grandiosidade e fidelidade; pelo dom da vida e sabedoria para concretizar este trabalho.

A famlia, mais particularmente a minha esposa e minhas filhas, pela pacincia e apoio nas horas mais difceis.

Aos meus pais (in memorian) por me ensinarem o caminho da honestidade, da persistncia e do trabalho, sem os quais eu no chegaria ao sucesso.

Ao professor M. Sc. Jorge Luiz Fortuna, por guiar-nos com sabedoria, maestria e inteligncia nas orientaes que foram fundamentais para a concluso da presente monografia.

A vida s pode ser compreendida olhando-se para trs; mas s pode ser vivida olhando-se para a frente. Soren Kierkegaard

SUMRIO

LISTA DE FIGURAS......................................................................................... 8 LISTA DE TABELAS........................................................................................ 9

RESUMO.......................................................................................................... 10 1 INTRODUO.............................................................................................. 2 FUNDAMENTAO TERICA.................................................................... 11 13

2.1 COMPUTADORES..................................................................................... 13 2.2 PERIFRICOS DOS COMPUTADORES................................................... 14 2.2.1 Teclados................................................................................................. 14

2.3 INTERNET.................................................................................................. 15 2.3.1 Histrico................................................................................................. 2.3.2 Internet no Brasil................................................................................... 16 16

2.4 LANHOUSE................................................................................................ 17 2.4.1 Perfil dos usurios................................................................................ 18

2.5 MICRORGANISMOS.................................................................................. 19 2.5.1 Bactrias aerbias mesfilas............................................................... 2.5.2 Enterobactrias..................................................................................... 2.5.3 Estafilococos......................................................................................... 2.5.4 Bolores e leveduras.............................................................................. 2.6 CONTAMINAO E INFECO............................................................... 3 METODOLOGIA........................................................................................... 19 19 20 21 22 23

3.1 REA DE ESTUDO.................................................................................... 23 3.2 COLETA DE AMOSTRAS.......................................................................... 23

3.3 ANLISES MICROBIOLGICAS............................................................... 23 3.3.1 Diluies................................................................................................. 23 3.3.2 Tcnica de semeadura em profundidade............................................ 24 3.3.3 Contagem de bactrias......................................................................... 3.3.4 Contagem de bolores e leveduras....................................................... 4 RESULTADOS E DISCUSSO.................................................................... 5 CONCLUSO............................................................................................... 24 24 25 27

6 REFERNCIAS............................................................................................. 28

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Principais sesses do teclado de um microcomputador............... FIGURA 2 Preferncia dos locais de acesso internet (2005-2007).............

15 18

LISTA DE TABELAS

TABELA 1

Diferentes tipos de dispositivos de entrada e sada de dados........................................................................................... 14

TABELA 2

Nmero de Unidades Formadoras de Colnias (UFC) das contagens padres em placas de bactrias aerbias mesfilas; bolores e leveduras; enterobactrias; e estafilococos,

encontrados em teclados localizados em diferentes lanhouses no municpio de Teixeira de Freitas-BA....................................... 25

BRITO, F. A.; QUARESMA, E. S. Pesquisa de microrganismos aderidos nas superfcies de teclados de microcomputadores de lanhouses no municpio de Teixeira de Freitas-BA. Teixeira de Freitas: Universidade do Estado da Bahia (UNEB). 2009. 31 f. Trabalho de Concluso de Curso (Monografia). rea de concentrao: Microbiologia. Orientador: Prof. M. Sc. Jorge Luiz Fortuna.

RESUMO O Brasil tem passado por diversas modificaes socioeconmicas, refletido principalmente no aumento no poder de compra dos brasileiros, em especial houve um acrscimo na aquisio de microcomputadores. Isso ficou evidenciado quando indivduos de diferentes classes sociais comearam a adquir-los. Todavia, existem pessoas que ainda no adquiriram o computador pessoal, no significando dizer que os mesmos estejam de fora da chamada incluso digital. Paralelamente houve um crescimento dos cybers espaos conhecidos como lanhouses, para atender essa demanda. Este trabalho teve como objetivo geral pesquisar a presena quantitativa de microrganismos nas superfcies de teclados de micro-computadores das lanhouses localizadas no municpio de Teixeira de Freitas-BA. E como objetivos especficos: enumerar o nmero de Unidades Formadoras de Colnias (UFC) de bactrias aerbias mesfilas; de enterobactrias; de Staphylococcus sp.; e de bolores e leveduras nas superfcies de teclados de micro-computadores das respectivas lanhouses visitadas. Foram realizadas 20 coletas em teclados convencionais do tipo 102 teclas de lanhouses, atravs de swabs esterilizados. Aps retirada do material, este foi inoculado em placas de Petri com Agar Eosina Azul de Metileno (EMB) para crescimento de Enterobactrias, Agar Sabouraud Dextrose (ASD) para fungos e bolores, Agar Padro para Contagem (APC) para Bactrias Aerbias Mesfilas com as respectivas diluies. Utilizou-se o mtodo Semeadura em Profundidade (Pour Plate). As placas com EMB e APC foram colocadas nas estufas durante 24-48h com temperatura de 35-37C e as placas com ASD durante 3-5 dias em temperatura de 25C. Foram encontradas bactrias aerbias mesfilas em 75% das amostras, para bolores e leveduras em 35%. No que diz respeito as enterobactrias apenas 5% apresentaram contaminao. Para estafilococos os resultados demonstraram contaminao de 70% dos teclados. As superfcies dos teclados de Lanhouse da cidade de Teixeira de Freitas apresentaram um grande potencial de contaminao por microrganismos patognicos podendo causar assim possveis riscos a sade dos usurios. Estes dados sugerem que as superfcies analisadas podem ser consideradas produtos de alto risco, sendo necessrio definir medidas adequadas de controle higinico-sanitrio para garantir a qualidade e segurana destas reas. PALAVRAS-CHAVE: Microrganismos; Teclados; Lanhouses.

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1 INTRODUO

O processo de miniaturizao foi um fator importantssimo no processo de acesso do computador ao grande pblico na dcada de 70, quando os primeiros modelos comearam a aparecer nos Estados Unidos da Amrica (EUA) e na Inglaterra (RAMALHO, 2000). Atualmente, com as amplas modificaes socioeconmicas dos brasileiros, no que se diz respeito ao poder de compra, tm-se feito aumentar a venda de microcomputadores, o que faz com que pessoas de diferentes classes sociais possam assim adquiri-los. Todavia, existem pessoas que ainda no adquiriram o computador pessoal, no significando dizer que tais pessoas esto de fora da incluso digital. Concomitantemente houve um crescimento dos cybers espaos conhecidos como lanhouses, para atender essa demanda. O conceito de lanhouse uma novidade nas alternativas de entretenimento que utiliza a moderna tecnologia como meio. As lanhouses iniciaram uma revoluo nas opes de entretenimento, permitindo a interao entre dezenas de usurios atravs de uma rede local de computadores. Segundo pesquisa do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informao e da Comunicao (CETIC), 49% dos internautas usam centros pblicos de acesso pago, sendo que na regio norte e nordeste esse nmero salta pra quase 70% dos acessos. Mesmo que historicamente, o principal local de acesso rede sempre foi domiciliar as lanhouses tem aumentado a utilizao da internet no Brasil (CETIC, 2008). O grande crescimento desse segmento traz consigo praticidade, agilidade e conforto no acesso a internet e a jogos de rede, fora do ambiente domiciliar. Entretanto o grande fluxo de pessoas de diferentes hbitos vem acompanhado de inmeros riscos, em especifico o risco biolgico, uma vez que tanto os usurios como os proprietrios no utilizam procedimentos de higiene e/ou asspticos, tais como: limpeza das mos e limpeza dos teclados. Dessa forma, mais pessoas de diferentes costumes higinicos podem assim se interagirem, possibilitando que alguns desses usurios possam transmitir diversos microrganismos atravs principalmente das mos, pois os teclados tornam-se um ambiente propcio para a proliferao de microrganismos, tais como bactrias e fungos.

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Muitas bactrias so transmitidas de uma pessoa para outra por meio das mos. Como exemplo, uma pessoa portadora da bactria Staphylococcus aureus na parte anterior das narinas pode esfregar o nariz, contaminar as mos com os estafilococos e dissemin-los para outras partes do corpo ou superfcies das quais ela entrou em contato contaminando assim outra pessoa, podendo originar uma infeco (JAWETZ et al, 2001). Diante do que foi descrito, este trabalho teve como objetivo geral pesquisar a presena quantitativa de microrganismos nas superfcies de teclados de microcomputadores das lanhouses localizadas no municpio de Teixeira de Freitas-BA. E como objetivos especficos: enumerar o nmero de Unidades Formadoras de Colnias (UFC) de bactrias aerbias mesfilas; de enterobactrias; de

Staphylococcus sp.; e de bolores e leveduras nas superfcies de teclados de microcomputadores das respectivas lanhouses visitadas.

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2 FUNDAMENTAO TERICA

2.1 COMPUTADORES

O computador moderno nasceu das idias sobre algoritmos, publicadas em 1937 por Alan Turing, e dos planos de John von Neumann para uma nova mquina de calcular que pela primeira vez inclui, alm de clculos matemticos, o processamento lgico de informaes. O primeiro computador operacional foi construdo por Alan Turing e sua equipe para o servio de inteligncia britnico em 1940 (BITTENCOURT, 2006). A evoluo do computador eletrnico atual, s se iniciou com a II Guerra Mundial. Quando comearam a demonstrar o seu grande potencial estratgico para fins militares. Com a inveno da microeletrnica permitiu-se a miniaturizao do computador, possibilitando-se um barateamento no seu custo. Como tambm a elaborao de softwares mais fceis proporcionou o uso mais amigvel, e com a inveno dos Personal Computers PC, que concretizou a popularizao desses equipamentos, propiciando que um usurio pudesse compr-lo e instal-lo em sua prpria casa. Com isso, os PC se tornaram to populares como se nos dias atuais (ROSA, 2001). Em qualquer atividade humana, verifica-se que a resoluo dos problemas consiste em uma srie de tarefas, das quais as fundamentais so: decidir o que fazer e como fazer e executar as operaes. Nas atividades em que se emprega o computador, os homens tomam as decises e a mquina as executam (VELOSO, 1999). Um computador um equipamento eletrnico com capacidade de receber, processar, transformar, armazenar e devolver informaes ao usurio. O computador pode ser utilizado em combinao com diversos outros equipamentos para executar inmeras tarefas, pode-se ouvir msicas no computador, assistir TV, usar o computador como fax, para enviar e receber mensagens, usar um computador para controlar semforos de uma cidade entre outras aplicaes. Essa versatilidade desse equipamento permite que a informtica esteja presente no dia a dia de todos (RAMALHO, 2000). A presena das mquinas de processamento nos mais diferentes locais de ao humana uma realidade incontestvel. Na indstria, no comrcio, no esporte, no entretenimento, nos lares, os computadores tomam posicionamento assumindo

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responsabilidades funcionais numerosas. Os computadores, simplificadamente, podem ser entendidos, considerando seu aspecto funcional, como objeto de transformao e processamento. seu principal objetivo transformar dados em informaes, portanto, processar dados (COX, 2008). Pesquisa realizada pela CETIC (2008), mostrou que os brasileiros esto utilizando o computador com mais freqncia. E que o uso do computador est relacionando principalmente com o grau de instruo, faixa etria e com a renda familiar do domiclio. Demonstrou tambm que quanto maior o grau de instruo, maior a proporo de indivduos usurios de computador. Entre os que completaram at ensino fundamental, a proporo dos usurios foi de 11%, enquanto os que tinham o nvel superior 82%. Quanto faixa etria a proporo inversa, pois pessoas com idade de dez a 24 anos totalizaram 65%, enquanto apenas 4% dos usurios esto na faixa etria dos 60 anos. Outro fator determinante est relacionado com a renda, onde 74% dos usurios possuem renda superior a cinco salrios mnimos.

2.2 PERIFRICOS DOS COMPUTADORES

Segundo Ramalho (2000), os dispositivos de entrada e sada de dados, so classificados conforme a sua finalidade (TABELA 1).

TABELA 1 Diferentes tipos de dispositivos de entrada e sada de dados. Dispositivos Teclados Monitor Impressora Scanner Mouse MicrofoneFonte: RAMALHO (2000).

Tipos de perifricos Entrada de dados Sada de dados Sada de dados Entrada de dados Entrada de dados Entrada de dados

2.2.1 Teclado

O teclado o principal dispositivo para a entrada de dados de um microcomputador (RAMALHO, 2000).

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Ironicamente, o teclado de um computador com suas inmeras aplicaes e funcionalidades, ainda considerado apenas como um conjunto de interruptores, embora muito bem escondidos sob teclas que os revestem (FERNANDES, 2009). Os teclados para micro-computadores so apresentados em vrios estilos. Os inmeros modelos diferem-se de tamanho, forma e sensao de toque; mas, a no ser por algumas teclas de finalidade especial, a maioria deles possuem um layout semelhante (NORTON, 1996). A quantidade de teclas do teclado pode variar de 80 a 120, dividindo-se em trs sesses principais (FIGURA 1): teclado principal onde esto os caracteres alfanumricos normais e os acentos, teclado de movimentao e teclado numrico. Outras teclas especiais so as teclas de funes que em geral esto uma ao lado da outra, geralmente na parte superior do teclado (RAMALHO, 2000; NORTON,1996).

FIGURA 1 Principais sesses do teclado de um microcomputador.

Fonte: RAMALHO (2000).

2.3 INTERNET

Com os contnuos progressos tecnolgicos digitais, o homem deixa de atuar e interagir apenas de maneira regional para usufruir dos recursos e facilidades inerentes atuao global, pois a informtica, e mais especificamente a internet, permitiu alcanar um vasto mundo de informaes e se comunicar com pessoas de

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qualquer parte do mundo de maneira prtica e rpida, o que h 50 anos era praticamente impensvel (RAMOS, 2006).

2.3.1 Histrico

A histria da internet tem origem na Califrnia, em 1969, durante a guerra fria entre os Estados Unidos da Amrica (EUA) e Unio das Repblicas Socialistas Soviticas (URSS), com a ARPANET (Advanced Research Project Administration of Internet), que uma criao da ARPA (Advanced Research Project Administration), atualmente denominada DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) que a Agncia de Projetos e Pesquisas Avanadas do Departamento de Defesa dos EUA, pioneira nas pesquisas de redes de comutao de pacotes (packet switching). A agncia comeou a estimular pesquisas para ligar os departamentos militares e numerosas universidades com pesquisa apoiada pelo exrcito. A ARPANET era ento responsvel por arrecadar fundos para tal Projeto Militar. O objetivo era desenvolver uma tecnologia de rede informtica vivel que pudesse suportar as estratgias de carter militar (TURATTI, 2000). No corao do designer da network para a ARPANET estava uma faceta chamada Dinamic Dynamic Rerouting, onde, se uma das ligaes fosse cortada ou corrompida, a network desviaria o trfico para outras ligaes Por volta de 1983, tal projeto tinha se tornado to usado, particularmente por universidades, que comeou acusar excesso de trfico, fazendo com que uma nova network fosse criada, a ela nomeou-se de MILNET que serviria apenas sites militares. A ARPANET abarcou o trfico no militar mas continuava ligada MILNET atravs de um sistema de software designado por Internet Protocol (IP) (CARVALHO, [s. d.]). No incio dos anos 90 a ARPANET foi desligada e a Universidade de Minnesota introduziu o sistema Gopher, um software que disponibiliza informao contida nos servidores da internet. Nessa mesma dcada foi lanado o to conhecido cdigo Hyper Text Markup Language (HTML), um conceito em software que alavancou o desenvolvimento da World Wide Web (WWW). A partir de 1996 os termos INTERNET e WEB tornam-se de uso comum por todo o mundo (VELOSO, 1999; FERREIRA, 2009). 2.3.2 Internet no Brasil

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As primeiras tentativas para implantar a infraestrutura de telecomunicaes no Brasil datam do sculo XIX, mais precisamente em 1852, quando se inaugurou a primeira linha de telgrafo eltrico. A partir de ento, o governo brasileiro empenhouse em criar a infraestrutura de telecomunicaes, anos mais tarde, estabelece conexo telegrfica com Portugal, via cabo submarino. tambm deste perodo, a primeira ligao telefnica interurbana no Brasil, em 1878, entre a cidade de Campinas e So Paulo. J as primeiras ligaes telefnicas internacionais no Brasil s seriam realizadas em 1922, quando da inaugurao da Companhia Radiogrfica Brasileira que conectava, via rdio, Rio de Janeiro com Nova York, Roma, Paris, Londres e Berlim (LABRE, 20041 apud PERSEGONA; ALVES, 2009). Segundo Gavidia (2005), a histria da internet no Brasil se inicia em 1991 com a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), uma operao acadmica subordinada ao Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT). At os dias atuais a RNP o backbone (Sistema Central de Informaes) principal onde se interagem instituies e centros de pesquisas (Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo - FAPESP, Fundao de Amparo Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - FAPERJ, etc.), universidades, laboratrios entre outras. A partir de 1995, o MCT teve a iniciativa de abertura ao setor privado para a explorao da internet para a populao brasileira. Estudo realizado pela CETIC (2008), mostra que a freqncia de uso da internet no Brasil, de 53% de usurios que acessam diariamente, 34% acessam uma vez por semana e 10% uma vez por ms isso no ano 2007. Entre as principais atividades ligadas internet em 2007, destacam-se as aes relacionadas comunicao, lazer e busca de informaes online, que foram realizadas por quase 90% dos internautas brasileiros, alm das trocas de e-mails por 78%; sites de relacionamento 64% e 55% realizam trocas de mensagens instantneas.

2.4 LANHOUSE

LAN significa Local Area Network. uma rede local de computadores localizados em uma rea relativamente pequena. Fenmeno que foi importado da Coria do Sul, a lanhouse um conceito que trabalha a interao de usurio em

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LABRE, 2004. O Rdio. http://web.onda.com.br/auriverde/oradio.htm Acesso em: 15 fev. 2004.

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rede. Sua concepo intimamente ligada aos jogos eletrnicos, todavia, atualmente bem mais ampla. Sua proliferao no comeo da dcada de 90, nos grandes centros passou por transformaes significativas. Antes focadas em clientes elitizados, reas nobres e Shopping Centers, hoje existem lanhouses espalhadas pelas periferias e aglomeradas pelo interior de diversos pases (BECHARA, 2008). No Brasil o conceito foi difundido por volta do ano de 1998, desde ento esse segmento traou um importantssimo papel no desenvolvimento da incluso digital no Brasil, no que se refere a possibilidade de acesso a internet por diversas camadas sociais, at mesmo as menos favorecidas (SANTOS FILHO, 2009). De acordo com a pesquisa realizada pelo CETIC (2008), as lanhouses se tornaram o local mais utilizado para o acesso internet, com 49% das menes, evidenciando que as lanhouses superaram diversos outros locais de acesso (FIGURA 2).

FIGURA 2 Preferncia dos locais de acesso internet (2005-2007).

Fonte: CONEXO CULTURA, 2009.

2.4.1 Perfil dos usurios

Do total de usurios de internet no Brasil mais da metade ou quase essa totalidade de pessoas das classes C, D e E. Como mais da metade da populao brasileira da classe C, o crescimento da aquisio reflete esta populao, ao

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contrrio do que se tinha h alguns anos, onde os segmentos A e B, tinham uma representao maior entre o total dos usurios de internet. Sendo assim, as pessoas da classe A e B que queriam ou gostariam de utilizar a internet j esto usando. Ento, os novos usurios, basicamente so pessoas que vm desse universo (C, D e E) que no tinham acesso (BALBONI, 2009). Segundo pesquisa realizada pela Conexo Cultura (2008), concluiu em seu estudo que 17% dos usurios consultados, tem nas lanhouses sua nica forma de acesso internet. O interessante que, mesmo quem possui computador em casa usa este servio com frequncia, quando est na rua. A maioria do sexo masculino, tem at 24 anos, pertence s classes C e D e, alm de trocar mensagens, costuma assistir vdeos, filmes e ouvir rdios. Visitam lanhouse pelo menos uma vez por semana e ficam conectados por mais de uma hora. O uso desses centros de navegao pblica est inversamente relacionado com a faixa etria, renda familiar e classe social, demonstrando que o acesso a internet em lanhouse mais popular entre os jovens e de renda baixa (CETIC, 2008).

2.5 MICRORGANISMOS

Inmeros microrganismos podem trazer danos a sade desse diversificado pblico, dentre esses destacam-se: bactrias aerbias mesfilas; enterobactrias; estafilococos; bolores e leveduras.

2.5.1 Bactrias aerbias mesfilas

A contagem total de aerbios mesofilos em placas, tambm denominada contagem padro em placas, o mtodo mais utilizado como indicador geral de populaes bacterianas. No diferencia tipos de bactrias, sendo utilizado para se obter informaes gerais sobre qualidade higinica da amostra (SILVA et al, 2007).

2.5.2 Enterobactrias

Todos os membros da famlia Enterobacteriaceae so bacilos no formadores de esporos, aerbios (anaerbios facultativos), que vivem principalmente

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no intestino e que, por convenincia, com frequncia so chamados de coliformes ou bactrias entricas. Eles causam vrios tipos infeces gastrointestinais, intraabdominais, urinrias, em feridas e outras. A maioria das espcies

morfologicamente indistinguvel: em geral so bacilos retos, mais existem variaes considerveis (SPICER, 2000). A famlia Enterobacteriaceae constitui um grupo heterogneo de bastonetes Gram-negativos, cujas clulas apresentam membrana citoplasmtica, e membrana externa. Muitas espcies fazem parte da microbiologia normal do trato intestinal dos animais e do homem, tambm vivem no solo, vegetao e gua. Os gneros formados da famlia Enterobacteriaceae so: Escherichia, Shigella, Edwardsiella, Citrobacter, Enterobacter, Hafnia, Klebsiella, Pantoea, Serratia, Morganella, Providencia, Yersinia e Erwinieae (JORGE, 2006; TRABULSI; ALTERTHUM, 2005). Para TRABULSI; ALTERTHUM (2005), essa famlia constitui-se talvez uma das mais importantes bactrias causadora de infeces intestinais em diversos pases. As suas relaes com os animais tambm interessam muito ao homem, no somente por causarem diversas perdas financeiras, como tambm esses animais podem servir de reservatrio a patgenos humanos. Entretanto, atualmente no existe uma concordncia total, aceita-se que a famlia compreenda em torno de trinta gneros e mais de cem espcies.

2.5.3 Estafilococos

Segundo Spicer (2000), os estafilococos so patgenos humanos antigos, comuns, versteis e importantes, que apresentam a estrutura interna procaritica bacteriana tpica e a parede celular dos Gram-positivos. Embora encontrada com relativa frequncia como membro da microbiota normal do corpo humano, uma das bactrias patognicas mais importante, uma vez que atua como agente de uma ampla gama de infeces, variando desde aquelas localizadas, geralmente superficiais, at algumas disseminadas, com elevada gravidade. Em alguns processos, predominam um quadro infeccioso caracterizado por danos ao hospedeiro, diretamente associada presena do microrganismo, enquanto em outros as manifestao de uma intoxicao, podendo a bactria estar presente no organismo ou no (TRABULSI; ALTERTHUM, 2005).

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Atualmente so conhecidas 32 espcies e, dessas 16 so encontradas em seres humanos, podendo provocar diferentes sndromes clnicas. A espcie mais implicada em doenas do ser humano Staphylococcus aureus conhecidamente o mais virulento dentro do gnero. Esto entre as mais resistentes de todas as bactrias no formadoras de esporos (JORGE, 2006). As infeces provocadas pelos estafilococos podem ser classificadas em superficiais, sistmicas e profundas. As superficiais afetam a pele e o tecido celular subcutneo e, geralmente, so decorrente da invaso direta dos tecidos, causado principalmente pela existncia na pele ou mucosas, as quais podem ser citadas: abscesso cutneos e as infeces de feridas.Enquanto as sistmicas podem variar em: osteomielite, miosite tropical, endocardite, pneumonia, septcemia, meningites, intoxicao alimentar e dentre outros quadros txicos. As profundas so decorrentes de bacteremias que se originam nos focos de infeces superficiais (TRABULSI; ALTERTHUM, 2005).

2.5.4 Bolores e leveduras

Segundo Silva et al (2007), os bolores e leveduras constituem um grande grupo de microrganismos, a maioria originria do solo ou do ar. Os bolores so extremamente versteis, a maioria das espcies capaz de assimilar qualquer fonte de carbono derivada de alimentos, a maioria tambm indiferente em relao as fontes de nitrognio, podendo utilizar o nitrato, os ons de amnia e o nitrognio orgnico. Ao contrrio dos bolores muitas espcies de leveduras so capazes de crescer na completa ausncia de O2 e em diferentes concentraes de CO2. As leveduras so mais exigentes que os bolores, no que se refere assimilao do nitrato e dos carboidratos mais complexos. As leveduras so unicelulares, microscpicos, eucariticos, sem miclio, se multiplicam-se por brotamento ou fisso, algumas formam brotos compridos chamados de pseudo-hifas. Algumas so tambm boas fontes de nutrientes para o homem porque elas produzem muitas vitaminas e protenas. Algumas so patognicas para o homem (BURTON; ENGELKIRK, 1998; SPICER, 2000). De acordo com Jorge (2006), os bolores so utilizados na produo de antibiticos, queijos e outros muitos produtos, so tambm responsveis

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deteriorao de matrias de tecidos e madeiras. Podem causar doenas em seres humanos, animais e plantas. Ambas podem ser vistos como uma sequncia de condies na qual a gravidade dos efeitos que os microrganismos exercem sobre seus hospedeiros vai aumentando (BLACK, 2002). Os bolores e leveduras podem apresentar vrios mecanismos de patogenia, podendo causar diferentes efeitos sobre os seres humanos (JORGE, 2006).

2.6 CONTAMINAAO E INFECO

A contaminao ocorre quando microrganismos que esto presentes em objetos inanimados, podendo contaminar a superfcie da pele, at mesmo as membranas mucosas o que de certa forma pode propiciar uma contaminao por diversos tipos de microrganismos (BLACK, 2002). A infeco se refere multiplicao de qualquer organismo parasita dentro ou sobre o corpo do hospedeiro, isso ocorre quando existe uma fonte de infeco, uma via de transmisso e uma ruptura das defesas inespecficas da superfcie do corpo, gerando uma porta de entrada (SPICER, 2000). As infeces podem ser endgenas e exgenas. As infeces endgenas so aquelas causadas por todos os microrganismos usualmente encontrados na superfcie ou no interior do corpo de uma pessoa. Esses microrganismos incluem as bactrias, fungos, protozorios e os vrus. importante salientar que tanto os microrganismos benficos quanto os nocivos podem se instalar em diferentes locais do ser humano tais como: na pele, na boca, ouvidos e olhos, trato respiratrio, gastrintestinal. As infeces exgenas so causadas por microrganismos que penetram no paciente atravs do meio ambiente, como: lata de lixo, vaso sanitrio, sabonetes, ductos de ventilao (condicionadores de ar), elevadores, visitantes, insetos, equipamentos usados na terapia respiratria ou endovenosa, os cateteres, gua, membro da equipe hospitalar ou de outros pacientes (BURTON; ENGELKIRK, 1998; BLACK, 2002).

23

3 METODOLOGIA

3.1 REA DE ESTUDO

Foram

coletadas

e

analisadas,

microbiologicamente,

amostras

das

superfcies de teclados de micro-computadores de diferentes lanhouses localizadas no municpio de Teixeira de Freitas-BA, entre os meses de dezembro de 2008 e janeiro de 2009.

3.2 COLETA DAS AMOSTRAS

Foram realizadas coletas em teclados convencionais do tipo 102 teclas de lanhouses, atravs de swabs esterilizados. Para a coleta do material, utilizou-se tcnica semelhante usada por Binatti et al (2006), onde cada swab foi friccionado sobre a superfcie e laterais das teclas de letras, da barra de espao e da tecla Enter, de 20 teclados de diferentes micro-computadores de mesa, sendo que foram escolhidos dois diferentes teclados, aleatoriamente, de dez diferentes lanhouses localizadas no municpio de Teixeira de Freitas-BA. Aps a coleta, os swabs foram introduzidos em tubos de ensaio contendo 10,0 mL de Soluo Salina Peptonada (SSP) a 0,1% e colocados em um recipiente isotrmico, com gelo, e transportados para o Laboratrio de Microbiologia da UNEB, Campus X, em at 30 minutos, para as anlises microbiolgicas.

3.3 ANLISES MICROBIOLGICAS

3.3.1 Diluies

Para a diluio de cada amostra, foi retirada uma alquota de 1,0 mL, com o auxlio de pipeta graduada esterilizada, e adicionada em 9,0 mL de Soluo Salina Peptonada (SSP) a 0,1%, para obtendo a diluio 10-1. A partir desta, aps homogeneizao, com auxlio de uma pipeta graduada transferiu-se 1,0 mL da soluo 10-1 para outro tubo contendo 9,0 mL de Soluo Salina Peptonada (SSP) a 0,1%, para obter a diluio 10-2 e, por fim, utilizou-se do mesmo procedimento, para obteno da diluio de 10-3.

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3.3.2 Tcnica de semeadura em profundidade

Seguiu-se a tcnica de semeadura em profundidade (pour plate) segundo Silva et al (2007). Esta tcnica baseia-se no fato de que, em condies adequadas um microrganismo vivo isolado se divide e forma uma Unidade Formadora de Colnia (UFC) visvel em uma placa de Agar. Colocou-se, em quatro diferentes placas de Petri, uma alquota de 1,0 mL para cada diluio respectivamente, e verteu-se cerca de 20 mL de Agar Sabouraud Dextrose (ASD); Agar Eosina Azul de Metileno (EMB); Agar Padro para Contagem (APC); Agar Baird-Parker (ABP) liquefeitos e estreis, sobre cada uma das respectivas placas, seguido de homogeneizao. As placas foram incubadas em estufa durante 48 horas a 35-37C, para bactrias e de 3-5 dias a 20-25C para os bolores e leveduras.

3.3.3 Contagem de bactrias

Para contagem de bactrias aerbica mesfila, o material coletado foi semeado em trs placas com APC, com diluies, respectivamente de 10-1 a 10-3, ficando em estufa durante 24-48 horas a 35-37C. Para enumerao de enterobactrias foram usadas trs placas contendo EMB, onde foi semeado o material coletado em diluies respectivas de 10-1 a 10-3 ficando em estufa durante 24-48 horas a 35-37C. Para enumerao de estafilococos foram usadas trs placas contendo ABP, onde foi semeado o material coletado em diluies respectivas de 10-1 a 10-3 ficando em estufa durante 24-48 horas a 35-37C. Aps o tempo prdeterminado de incubao destes meios de cultura, as UFC das placas de Petri, contendo APC; EMB e ABP foram enumeradas.

3.3.4 Contagem de bolores e leveduras

Na contagem dos bolores e leveduras, o material coletado foi colocado em trs placas com ASD e respectivamente semeado o material com diluies de 10-1 a 10-3, sendo incubados de 3 a 5 dias em temperatura ambiente (+ 25C). Aps o tempo de incubao, as UFC foram ento enumeradas.

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4 RESULTADOS E DISCUSSO

Das 20 amostras pesquisadas nas superfcies de teclados de microcomputadores de lanhouses do municpio de Teixeira de Freitas-BA obteve-se a enumerao de Unidades Formadoras de Colnias (UFC) de bactrias aerbias mesfilas; de bolores e leveduras; de enterobactrias; e de estafilococos, respectivamente, sendo que todos os teclados analisados apresentaram algum nvel de contaminao por algum dos microrganismos pesquisados (TABELA 2).TABELA 2 Nmero de Unidades Formadoras de Colnias (UFC) das contagens padres em placas de bactrias aerbias mesfilas; bolores e leveduras; enterobactrias; e estafilococos, encontrados em teclados localizados em diferentes lanhouses no municpio de Teixeira de Freitas-BA.Amostras Aerbias Mesfilas < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 3,8 x 103 < 1,0 x 101 1,2 x 102 4,6 x 102 4,8 x 102 2,3 x 102 1,9 x 104 8,0 x 101 7,1 x 102 2,4 x 103 1,7 x 103 3,7 x 103 1,2 x 103 2,2 x 103 < 1,0 x 101 4,3 x 102 8,1 x 102 < 1,0 x 101 Bolores e leveduras 2,0 x 102 < 1,0 x 101 1,8 x 103 9,0 x 101 6,0 x 102 1,7 x 103 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 1,6 x 102 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 3,2 x 102 < 1,0 x 101 Enterobactrias < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 2,0 x 103 Estafilococos > 6,5 x 106 3,5 x 102 3,0 x 103 9,5 x 102 5,0 x 101 1,4 x 103 3,0 x 102 < 1,0 x 101 3,0 x 101 < 1,0 x 101 1,6 x 102 1,6 x 102 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 < 1,0 x 101 4,0 x 102 3,0 x 102 9,7 x 102 7,0 x 102

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Para a enumerao de bactrias aerbias mesfilas nos teclados, 15 (75%) amostras apresentaram contaminao, sendo que esta contaminao variou de 8,0x101 at 1,9x104 UFC.

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Em relao enumerao de bolores e leveduras foram encontrados em sete (35%) teclados, com a variao de 9,0x101 at 1,8x103 UFC. De acordo com Spicer (2000), os bolores e leveduras podem causar micoses superficiais, subcutneas e cutneas, alm de sistmicas e profundas. As enterobactrias foram encontradas em apenas uma (5%) das amostras (2,0x10 UFC). Esse grupo de bactrias utilizado como indicador de contaminao fecal, pois so encontradas no intestino. Algumas delas causam algumas doenas ao homem. Um timo exemplo a salmonelose, uma patogenia infecciosa provocada por um grupo de bactrias do gnero Salmonella, que pertencem famlia Enterobacteriaceae. Um fator positivo dessa pesquisa foi a baixa expressividade de bactrias desse grupo. Os estafilococos foram encontrados em 14 (70%) teclados, com variao de 3,0x10 at >6,5x106 UFC. Bures et al (2000), realizaram pesquisa em 80 amostras de teclados. Destas, 19 (24%) estavam contaminadas por microrganismos, sendo 49% por1 3

Staphylococcus; 18% por Enterococcus; 12% por Enterobacter e 21% por outros bastonetes Gram-negativos. Em estudo realizado por Binatti el at (2006), sobre patgenos hospitalares resistentes em teclados de computadores, tambm foram encontrados altos valores de contaminao. Sendo 82% de deteco de microrganismos aerbios mesfilos; 84% de bolores e leveduras; e estafilococos com contaminao em 28% da amostras analisadas. No houve deteco de bactrias da famlia

Enterobacteriaceae nas amostras de teclados coletados. Havendo uma grande correlao com as amostras realizadas nesta pesquisa em lanhouses, onde a contaminao mostrou-se presente em apenas uma das 20 amostras pesquisadas. De acordo com uma pesquisa realizada pela revista "Computing Which?", muitos teclados de computadores podem reunir mais bactrias que assentos sanitrios. Foram analisados 30 teclados dos escritrios da prpria revista e descobriram bactrias capazes de causar desde diarria a intoxicaes alimentares, tais como a Escherichia coli, o Staphylococcus aureus e enterobactrias (COMPUTING WHICH?, 2009).

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5 CONCLUSO

Dos 20 (100%) teclados analisados, 15 (75%) estavam contaminados por bactrias aerbias mesfilas; sete (35%) por bolores e leveduras; um (5%) por enterobactrias e 14 (70%) por estafilococos. Estes dados sugerem que as superfcies analisadas podem ser

consideradas produtos de alto risco, sendo necessrio definir medidas adequadas de controle higinico-sanitrio para garantir a qualidade e segurana destas reas. Entretanto, por todas as adversidades encontradas, este trabalho traz informaes inditas, para a comunidade cientfica e para toda a sociedade. Na parte cientfica, refere-se ao primeiro trabalho no Brasil a fazer pesquisas de quantificao de microrganismos em superfcie de teclados de lanhouses. E socialmente, traz informaes que podero contribuir para sensibilizao dos profissionais da rea de informtica, e usurios domsticos de computadores, ao informar que superfcies de teclados so de grande potencial de transmisso de microrganismo patognicos, que uma vez existentes nessas superfcies podem acarretar problemas graves de sade. Com o exposto verifica-se que h um grande potencial de contaminao em teclados de computadores por microrganismo patognicos, independemente do local onde ele esteja. Caracterizando assim, possveis riscos sade daqueles usurios, seja em hospitais, escritrios, em residncias e como aqui apresentado, nas lanhouses. Os resultados desta pesquisa deixam evidente a necessidade de realizao de um trabalho educativo junto aos proprietrios desses estabelecimentos (lanhouses) e, sobretudo com os prprios usurios. Evidenciando que os bons hbitos higinico-sanitrios podem evitar, de forma incisiva, a contaminao. Proporcionando assim, um ambiente livre de microrganismos causadores potenciais de inmeras doenas.

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