monografia - historia dos tributos Índice partipação dos municipios

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CENTRO UNIVERSITRIO VILA VELHA DIRETORIA DE PS-GRADUAO CURSO DE ESPECIALIZAO EM GESTO FAZENDRIA

IPM NDICE DE PARTICIPAO DOS MUNICPIOS: CRITRIO PARA DISTRIBUIO AOS MUNICPIOS ESPIRITO-SANTENSES

FRANCISCO COSTA DE ANDRADE LUIZ ALBERTO BAGATOL QUEIROZ NILSON JOS CERQUEIRA DE MENEZES

VILA VELHA 2005

FRANCISCO COSTA DE ANDRADE LUIZ ALBERTO BAGATOL QUEIROZ NILSON JOS CERQUEIRA DE MENEZES

IPM NDICE DE PARTICIPAO DOS MUNICPIOS CRITRIO PARA DISTRIBUIO AOS MUNICPIOS ESPIRITOS-SANTENSES

Monografia apresentada Diretoria de PsGraduao do Centro Universitrio Vila Velha, como requisito parcial para obteno do Ttulo de Especialista em Gesto Fazendria. Orientador: Prof. Marcelo Rodrigues, M.Sc.

VILA VELHA 2005

Agradecemos a Secretaria de Estado da Fazenda do Estado do Esprito Santo - SEFAZ por ter proporcionado e custeado to importante curso.

RESUMO

O presente trabalho avalia a atual distribuio do Imposto sobre Prestao de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaes (ICMS) aos municpios esprito-santenses luz da Legislao Federal e Estadual. Busca uma discusso salutar sobre os atuais critrios, despertando o senso crtico das instituies envolvidas no processo, atravs de comparaes entre municpios de economias industrializadas, exportadoras, importadoras, comerciais e

predominantemente agropecurias. Indica caminhos que podem ser trilhados, objetivando a valorizao de todos os setores das economias municipais, sempre evidenciando o aspecto scio-econmico. O captulo 1 apresenta uma introduo pesquisa realizada e a metodologia utilizada.

O captulo 2 procura contextualizar o leitor, com um breve relato sobre a origem histrica dos tributos no mundo e no Brasil, principalmente sob a tica scioeconmica, trazendo memria o porque da instituio dos tributos em nosso pas. O captulo 3 procura o nivelamento dos mais diversos leitores deste trabalho, esclarecendo sobre nosso sistema tributrio nacional, um resumo de tributo, sua diviso em impostos, taxas, contribuio de melhoria e outras espcies tributrias, suas competncias, federal, estadual e municipal e mais detalhadamente sobre os impostos, sua classificao e a que ente cabe instituir e cobrar.

No captulo 4 a partir da Constituio da Repblica Federativa do Brasil, expomos o atual sistema de transferncias governamentais, sejam elas diretas ou indiretas. Tecemos, ainda, comentrios sobre o Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorizao do Magistrio FUNDEF, pois, entendemos ser de muita importncia no contexto que realizamos este trabalho.

O captulo 5 apresenta de forma resumida como so feitas as transferncias diretas e indiretas aos municpios brasileiros. Na tabela 1 procuramos condensar todos os impostos (federais e estaduais), por espcie e descrio de tal forma que o leitor tenha a noo exata de como se processa a distribuio de cada imposto. Os captulos 6 e 7 procuram de forma terica e prtica esclarecer como feita a distribuio dos 25% do ICMS, pertencentes aos municpios do Estado do Esprito Santo.

A Tabela 2 resume os 8 fatores que compe o ndice de Participao dos Muncipios IPM no Estado do Esprito Santo, e a partir da referida tabela procuramos esclarecer ponto a ponto os critrios de rateio do ICMS em nosso Estado, bem como, exemplificando a frmula de clculo.

Procuramos, ainda, esclarecer de forma didtica o que Valor Adicionado Fiscal VAF, principal fator na composio final do IPM, atravs da figura 2.

O captulo 8 procura atravs da srie histrica do IPM no Esprito Santo, 1990 a 2005, este ltimo j o ndice definitivo, despertar as autoridades municipais e tambm as estaduais para o perigo da concentrao do IPM nos municpios com grandes plantas industriais em detrimento dos municpios com grandes demandas sociais e/ou dos municpios do interior do Estado.

Procuramos atravs de amostragem, exemplificar como os municpios com grande concentrao econmica e ao mesmo tempo aqueles que com suas economias predominantemente agropecurias so impactados com o VAF na composio do IPM, conforme demonstramos nas tabelas 4 e 5.

Ainda no captulo 8, exemplificamos municpios beneficiados com grandes empreendimentos, nos setores de petrleo, celulose, hidreltrico e minerao, apontando assim, para o distrbio que a atual legislao oferece.

Finalmente, neste captulo, na tabela 8, demonstramos o grande problema de demanda social, que o atual critrio no Esprito Santo no contempla, que a transferncia per capta. Partindo das evidncias, no captulo 9, procuramos investigar nas legislaes de seis Estados brasileiros os critrios de distribuio e, principalmente, como eles estariam tratando a questo da demanda social e obtivemos um aceno positivo, pois, na maioria dos Estados, contempla -se a populao como fator de distribuio do ICMS, conforme demonstramos na tabela 9.

Ainda fruto da investigao nos Estados brasileiros, verificamos que a adoo da cota fixa, tambm tem se mostrado importante fator para compor o IPM. O captulo 10, procura atravs de amostragem, a opinio de 09 (nove) secretrios municipais de finanas a respeito do atual critrio, que por unanimidade sugeriram a alterao na legislao federal, certamente quanto ao critrio de 75% de peso para o VAF. Dentre as sugestes os Secretrio Municipais apontam para reflexo do item populao e manuteno dos fatores que contribuam para o IPM dos municpios com atividades no setor agropecurio.

O captulo 10, busca atravs de estudo de caso interno, realizado junto aos tcnicos da Secretaria de Estado da Fazenda do Esprito Santo SEFAZ, enriquecer o trabalho com opinies de servidores que trabalharam ou trabalham em reas diretamente relacionadas ao assunto pesquisado e suas sugestes foram muito importantes e contriburam em nossas concluses. Os captulos 11 e 12 apresentam a concluso e as referncias, respectivamente.

Assim, procuramos atravs deste trabalho suscitar discusses em frum prprio, que tenham como objetivo a sustentabilidade dos municpios Esprito - Santenses, bem como, a partir de ento levar a discusso em nvel nacional.

SUMRIO1 INTRODUO................................................................................................................ 11

1.1 METODOLOGIA.......................................................................................... 13 2 ORIGEM DOS TRIBUTOS E EVOLUO HISTRICA NO BRASIL.......... 14 3 SISTEMA TRIBUTRIO NACIONAL STN................................................ 16 3.1 TRIBUTO..................................................................................................... 16 3.1.1 Imposto.................................................................................................... 16 3.1.2 Taxa.......................................................................................................... 17 3.1.3 Contribuio de Melhoria....................................................................... 17 3.1.4 Classificao dos Impostos.................................................................. 18 3.1.5 Competncia para Instituio de Impostos......................................... 20 3.1.5.1 Impostos da Unio................................................................................ 20 3.1.5.2 Impostos dos Estados e Distrito Federal.............................................. 24 3.1.5.3 Impostos dos Municpios....................................................................... 26 3.1.5.4 Taxas.................................................................................................... 27 3.1.5.5 Contribuio de Melhoria...................................................................... 28 3.1.5.6 Outras espcies tributrias................................................................... 28 4 REPARTIO DAS RECEITAS TRIBUTRIAS.......................................... 31 4.1 REPARTIO INDIRETA............................................................................ 31 4.2 REPARTIO DIRETA............................................................................... 32 4.3 O FUNDEF.................................................................................................. 33 5 AS TRANSFERNCIAS DE RECEITAS TRIBUTRIAS AOS MUNICPIOS................................................................................................ 34 6 OS CRITRIOS DE RATEIO DA PARCELA DO ICMS AOS MUNICPIOS NO ESTADO DO ESPRITO SANTO................................................................. 36 7 CLCULO DO NDICE DE PARTICIPAO DOS MUNICPIOS................ 37 7.1 VALOR ADICIONADO................................................................................. 37 7.2 PROPRIEDADES RURAIS.......................................................................... 39 7.3 PRODUO AGRCOLA E HORTIGRANJEIRA........................................ 39 7.4 REA DO MUNICPIO................................................................................. 40 7.5 GASTOS COM SADE E SANEAMENTO................................................. 40

7.6 GESTO AVANADA DE SADE.............................................................. 41 7.7 PARTICIPANTES DO CONSRCIO PARA PRESTAO DE SERVIOS DE SADE......... ............................................................................ 42 7.8 10 MAIORES MUNICPIOS EM VALOR ADICIONADO, PARTICIPANTES DA GESTO AVANADA DE SADE......................... 42 8 SRIE HISTRICA DO IPM NO ESTADO DO ESPRITO SANTO............................................................................................................... 44 9 CRITRIOS DE RATEIO DOS MUNICPIOS NO ICMS DE OUTROS ESTADOS.......................................................................................................... 52 9.1 CONFRONTO DOS CRITRIOS DE RATEIO UTILIZADOS NO ESPRITO SANTO E EM OUTROS ESTADOS PESQUISADOS...................... 56 9.1.1 Distribuio do ICMS do Estado do Rio de Janeiro............................ 56 9.1.2 Distribuio do ICMS do Estado de So Paulo.................................... 57 9.1.3 Distribuio do ICMS do Estado do Par............................................. 59 9.1.4 Distribuio do ICMS do Estado de Roraima....................................... 60 9.1.5 Distribuio do ICMS do Estado do Piau............................................ 61 9.1.6 Distribuio do ICMS do Estado do Rio Grande do Sul..................... 62 10 ESTUDO DE CASO.................................................................................... 65 10.1 ESTUDO DE CASO EXTERNO............................................................. 65 10.1.1 Colatina................................................................................................... 65 10.1.2 Governador Lindemberg...................................................................... 66 10.1.3 Santa Maria de Jetib........................................................................... 66 10.1.4 Cachoeiro de Itapemirim...................................................................... 67 10.1.5 Conceio do Castelo.......................................................................... 68 10.1.6 Linhares................................................................................................. 69 10.1.7 Jaguar.................................................................................................. 70 10.1.8 Vila Velha............................................................................................... 70 10.1.9 Domingos Martins................................................................................ 71 10.2 ESTUDO DE CASO INTERNO.............................................................. 71 10.2.1 Francisco Jos Teixeira Garcia ........................................................... 72 10.2.2 Luiz Humberto Klewer.......................................................................... 72 10.2.3 Rogrio Zanon da Silveira................................................................... 73

11 CONCLUSES.............................................................. ............................. 74 12 REFERNCIAS............................................................................................ 77 APNDICE I ...................................................................................................... 79 APNDICE I - Opinio dos Secretrios Municipais sobre os critrios do IPM..................................................................................................................... 80 APNDICE II ..................................................................................................... APNDICE II - Opinio dos Tcnicos da SEFAZ/ES sobre os critrios do IPM..................................................................................................................... 83 82

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Clculo do indicador valor adicionado............................................... 38 Figura 2 Exemplificando a formao do Valor Adicionado.............................. 38 Figura 3 Clculo do indicador propriedades rurais.......................................... 39 Figura 4 Clculo do indicador produo agrcola............................................ 40 Figura 5 Clculo do indicador rea do municpio............................................ 40 Figura 6 Clculo do indicador gasto com sade e saneamento bsico.......... 41 Figura 7 Clculo do indicador gesto avanada de sade.............................. 42 Figura 8 Clculo do indicador consrcio para prestao de servios de sade.................................................................................................................. 42 Figura 9 Clculo do indicador 10 maiores municpios em valor adicionado.... 43

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Resumo das Transferncias Tributrias a Municpios Destino dos Recursos por espcie de critrio................................................................. 35 Tabela 2 Os fatores que compem o IPM e respectivos pesos...................... 36 Tabela 3 ndice de participao dos municpios de 1990 a 2005.................... 44 Tabela 4 Composio do VAF-Total e sua participao no IPM para o ano de 2005............................................................................................................... 46 Tabela 5 Participao do VAF em economias com base na Agropecuria..... 47 Tabela 6 Participao do VAF em economias com base na Agropecuria e extrao de Petrleo........................................................................................... 48 Tabela 7 Participao do VAF em economias com base na Agropecuria e uma empresa de grande porte........................................................................... 49 Tabela 8 Transferncias/ICMS per capta 2003.......................................... 50 Tabela 9 Critrios Estaduais de Rateio do ICMS............................................ 54 Tabela 10 Os fatores que compem o IPM do Estado do Rio de Janeiro....... 56 Tabela 11 Os fatores que compem o IPM do Estado de So Paulo............. 57 Tabela 12 Os fatores que compem o IPM do Estado do Par...................... 59 Tabela 13 - Os fatores que compem o IPM do Estado de Roraima................. 60 Tabela 14 Os fatores que compem o IPM do Estado do Piau...................... 61 Tabela 15 Os fatores que compes o IPM do Estado do Rio Grande do Sul....................................................................................................................... 62

11

1 INTRODUO Diante da necessidade de independncia financeira dos municpios, comumente defendida na mdia capixaba pelos prefeitos municipais, h de se investigar a situao de municpios de pequeno, mdio e grande porte a partir dos critrios que so utilizados para estabelecer o ndice de Participao dos Municpios (IPM)1.

O trabalho mostrar os critrios que so utilizados para a composio e distribuio do Imposto sobre Operaes relativas a Circulao de Mercadorias e sobre

Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao ICMS, arrecadado pelo Estado aos Municpios.

A relevncia do tema a nvel estadual deve -se ao fato de que os prefeitos das cidades menores, do interior do estado, questionam sobre a distribuio do ICMS, com IPM muito maior para as cidades que possuem grandes empresas, com movimentao econmica alta, em relao as cidades com demandas sociais deficitrias.

A pesquisa procura investigar como alguns estados brasileiros tratam a questo, atravs de suas legislaes especficas, bem como, buscar junto aos secretrios municipais de finanas esprito-santenses, informaes que possam subsidiar caminhos a serem trilhados no sentido de avanar rumo a possveis sugestes para promoo da justia fiscal junto todos os municpios, que garante a urgente necessidade deste tema.

A complexidade e a falta de discusses tcnicas sobre o assunto outro fator importante, pois quanto mais nos aprofundarmos, melhores indicativos teremos. Pretende-se de forma objetiva e clara apresentar aos municpios e aos Estados as implicaes de possveis alteraes na legislao sobre o assunto, bem como, o impacto de cada critrio de apurao no IPM.

1

IPM 25% do total de ICMS arrecadado pelo Estado a serem repassados aos municpios de acordo com o art. 158, inciso IV e pargrafo nico da Constituio Federal Brasileira.

12

Acompanhando a evoluo do ndice de Participao dos Municpios EspritoSantenses a partir do ano de 1990 a 2005, observamos variaes importantes de serem investigadas suas causas.

O IPM o indicador que estabelece o percentual que cada municpio tem direito na parcela da arrecadao do ICMS a eles destinada, prevista na Constituio Federal2. Sua apurao feita anualmente pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEFAZ).

um assunto que est inserido no amplo debate sobre a descentralizao fiscal, um tema polmico em vrios pases, chegando s vezes a ganhar contornos ideolgicos.

A descentralizao fiscal, em matria tributria, pode ser definida como sendo a transferncia da competncia tributria e/ou de arrecadao tributria s esferas mais baixas de governo. Em muitos pases uma estratgia elementar para o equilbrio financeiro e administrativo.

O principal argumento para a descentralizao est no fato da dificuldade do governo central no ser capaz de satisfazer adequadamente a demanda local de bens e servios pblicos. Existe tambm a pressuposio de que a aproximao entre o Governo e o pblico deve aumentar a responsabilidade pela prestao de servios e a eficincia alocativa ao diminuir a distncia entre a responsabilidade de gastos e as fontes de receita. O Esprito Santo com 78 (setenta e oito) municpios apresenta um modelo bastante descentralizado em comparao com alguns estados brasileiros, por exemplo os Estados do Acre e do Piau, que na parte da legislao estadual utilizam fortemente o critrio de populao, ocasionando uma concentrao de transferncia de ICMS em poucos municpios ( Rio Branco e Teresina).

2

BRASIL. Constituio (1988). Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia: Senado Federal, 1988.

13

1.1

METODOLOGIA

A pesquisa utilizou trs fontes: primeiramente, a partir da Constituio da Repblica Federativa do Brasil (C.F.), as legislaes dos Estados pesquisados, no que diz respeito ao repasse do ICMS aos Municpios, inclusive estabelecendo comparaes com a legislao do Estado do Esprito Santo.

A segunda fonte utilizada foi a pesquisa de campo realizada junto aos secretrios municipais de finanas, atravs de amostragem de 09 (nove) municpios, com os seguintes critrios: 02 (dois) municpios de cada Gerncia Regional Fazendria do Estado3

(Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares e Vitria);

01(um) municpio com economia predominantemente Industrial e Comercial com movimentao econmica expressiva e de outro com economia agropecuria, ambos de uma mesma regional, e 01 (um) municpio essencialmente agropecurio, com forte predominncia de hortifrutigranjeiros, com transferncia per capta em situao privilegiada.

A terceira fonte de pesquisa utilizada foi atravs do estudo de caso junto aos servidores da SEFAZ.

A pesquisa proporcionou recomendaes quanto a alterao da legislao estadual, objetivando melhor distribuir a quota parte do ICMS aos municpios Esprito Santenses, de forma mais justa.

3

A Secretaria de Estado da Fazenda do Esprito Santo possui 04 Gerncias Regionais Fazendrias que dentro do princpio da descentralizao administrativa, atuam nas reas de Tributao, Fiscalizao e Arrecadao nos municpios a elas jurisdicionados .

14

2 ORIGEM DOS TRIBUTOS E EVOLUO HISTRICA NO BRASIL

A palavra tributo vem do latim tributum e significa o que se paga a outrem, como dependncia. Inicialmente, nas sociedades primitivas, os tributos eram presentes ou ofertas voluntrias ao lder (chefe guerreiro, poltico ou religioso ) e a seu grupo. Quando as exigncias, cada vez maiores, do lder e do seu grupo j no podiam mais serem sustentadas apenas pelos membros de seu cl, ele e seus sditos lanavam-se conquista de meios para consegu-los junto s tribos vizinhas e lhes impunham, tambm, contribuies obrigatrias. (SILVA, 1993) 45

Na Grcia, instituiu-se o tributo administrado pelo Estado como se conhece hoje.

Em Roma, cobrava-se imposto pela importao de mercadoria (portorium) e pelo consumo geral de qualquer bem (macellum).6

Na Idade Mdia, os tributos eram cobrados como se fossem obrigaes ou ddivas dos servos para com os seus senhores. 7

Na Frana de Lus XIV, o povo, onerado pelas constantes majoraes tributrias, acabou por reagir violentamente na Revoluo Francesa (1789). 8

Assim nasceu o tributo. O que de incio era apenas a prestao de servios pessoais, o pagamento de rendas das propriedades privadas do soberano, o tributo exigido dos vencidos ou o saque sobre as populaes dominadas, foi aos poucos sofrendo transformaes.

Modernamente, o tributo tornou-se um sistema de impostos, taxas e contribuies, cobrados pelo governo para manter as funes do Estado e com uma finalidade essencialmente social, nos governos democrticos.

4 5

SILVA, M. (Coord.) A histria dos tributos: uma conquista do homem. Vitria: Abril, 1993. p. 13. Ibid., p.13. 6 Ibid., p.13. 7 Ibid., p.13. 8 Ibid., p.13.

15

No Brasil, na poca colonial, Portugal cobrava o quinto sobre as pedrarias, as dzimas de todos os produtos e os direitos alfandegrios, que incidiam sobre todas as mercadorias importadas ou exportadas.

A forma mais tpica de imposto, nasceu no Brasil, na poca das Capitanias Hereditrias, quando praticamente teve incio a cobrana do Imposto de Consumo, que sucessivamente atingiu o acar, o fumo, a aguardente e a carne. A tributao foi crescendo at que, a partir de 1808, cada servio que se institusse no pas impunha a criao de um novo tributo, com o que foi aparecendo o que viria a ser a taxa.

Foi, entretanto, apenas com a decretao do Ato Adicional, em 12 de agosto de 1834, que se traaram os limites e os fundamentos do Direito Tributrio Nacional e, desde ento, sucederam-se as disposies que criaram, alteraram e suprimiram tributos, modificando as competncias tributrias.

Com

a evoluo das concepes de

Estado e a criao de novas cartas

constitucionais, os tributos passaram a ser definidos como a contribuio dos administrados para a manuteno do Estado, a fim de que este propicie o bem-estar social. Cada vez mais, vo criando-se leis para definir a aplicao social dos recursos arrecadados com os tributos, hoje, o tributo tem uma significao diferente de sua origem.

16

3 SISTEMA TRIBUTRIO NACIONAL - STN

3.1

TRIBUTO

O Cdigo Tributrio Nacional ( Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966) em seu Art. 3, define tributo como sendo toda prestao pecuniria compulsria em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que no constitua sano de ato ilcito, instituda em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Os tributos que compem o Sistema Tributrio Nacional so: impostos; taxas; e contribuies de melhoria. Os Estados, Municpios, Distrito Federal e Unio podero instituir os seguintes tributos (art.145 da Constituio Federal):

3.1.1 Imposto

Tem como caracterstica principal o fato de que o contribuinte paga e no recebe nenhuma contraprestao direta e imediata. pago em dinheiro, legalmente exigido pelo governo, por pessoa fsica ou jurdica, para atender s despesas feitas no interesse comum, sem levar em conta vantagens de ordem pessoal ou particular. Tem como finalidade cobrir as necessidades pblicas gerais. Segundo Gaspar Filho 9 O mrito dessa definio deixar claro a inexistncia de vnculo prestacional entre o Estado e o contribuinte.

9

GASPAR FILHO, W. Curso programado de direito tributrio. Rio de Janeiro: Ed. Rio, 1982.

17

3.1.2 Taxa o tributo cobrado pelo Estado, em razo dos servios pblicos prestados ao contribuinte ou postos sua disposio, para seu uso particular ou por interesse individual especfico. Gaspar Filho 10 menciona algumas caractersticas bsicas das taxas:a) as taxas so tributos de COMPETNCIA COMUM, uma vez que podem ser cobradas por todas as pessoas jurdicas de Direito Pblico (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios); b) so fatos geradores das taxas: exerccios regular do poder de polcia; utilizao efetiva de servio pblico; e utilizao potencial de servio pblico. c) o vnculo Estado-contribuinte, no que concerne s taxas, direto. O poder pblico presta um servio ou coloca esse servio disposio do sujeito passivo.

3.1.3 Contribuio de Melhoria uma imposio em dinheiro feita pelo poder pblico aos proprietrios de imveis que foram valorizados em razo de obras pblicas.

A diferena entre Taxa e Contribuio de Melhoria, que a primeira paga pelos servios pblicos que de natureza continuada, enquanto que a Contribuio de Melhoria sempre decorrente de obras pblicas, que so limitadas no tempo, isto , tem prazo para comear e terminar. Essa contribuio no pode ser cobrada em obras pblicas que atendam ao mandamento constitucional. Ex.: escolas, prises, hospitais, creches, reas de lazer e asilos.

Os Emprstimos Compulsrios e as Contribuies Especiais so outras espcies de tributos de competncia exclusiva da Unio. De acordo com o art.148 da Constituio Federal, os emprstimos compulsrios sero institudos mediante lei complementar para atender a despesas extraordinrias, decorrentes de calamidade pblica, de guerra externa ou sua iminncia (que est por vir, acontecer) e tambm

10

GASPAR FILHO, 1982.

18

no caso de investimento pblico de carter urgente e de relevante interesse nacional.

Quanto s contribuies especiais, elas sero criadas de acordo com o que dispe o art. 149 da Constituio Federal. Subdividem-se em: previdencirias (Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Instituto de Previdncia e Assistncia Jernimo Monteiro (IPAJM), Fundo de Assistncia ao Trabalhador Rural (FUNRURAL), etc.); corporativas (cobradas para entidades pblicas que exercem funes pblicas, com por exemplo: Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Regional de Contabilidade (CRC), Conselho Regional de Medicina (CRM), Contribuio Sindical e outras); e de interveno econmica (tem fins especialssimos e de carter social para complementar recursos da Unio. Como exemplo temos a Contribuio Social e Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), que incidem sobre faturamento das empresas e ainda percentual cobrados de loterias, Programa de Integrao Social/Programa de Formao do

Patrimnio do Servidor Pblico (PIS/PASEP), salrio - educao).

Dos tipos de tributos merece destaque os impostos, pela diversidade de agrupamentos e classificaes.

3.1.4 Classificao dos Impostos De acordo com a natureza de incidncia os impostos so classificados em diretos e indiretos conforme abaixo: a) diretos - recaem sobre o patrimnio e a renda. Neste caso, o prprio sujeito passivo (chamado de contribuinte de fato) tambm contribuinte de direito, recolhendo diretamente aos cofres pblicos o imposto devido. Ex.: Imposto sobre Propriedade de Veculos Automotores (IPVA), Imposto de Renda (IR), Imposto sobre a Propriedade Territorial e Urbana (IPTU);

19

b) indiretos recaem sobre o consumo, gasto ou despesa. Neste caso, o contribuinte de fato no o mesmo que o de direito. Ex.: ICMS. O contribuinte de fato (consumidor), ao comprar uma mercadoria, paga ao comerciante (contribuinte de direito) e este fica com o dinheiro at o prazo estipulado, quando ento recolhe ao poder pblico; c) progressivos - so os que se tornam maiores para os que ganham mais e menores para os que ganham menos. Tm percentuais diferentes e que vo aumentando conforme a capacidade econmica do contribuinte. O exemplo mais comum o imposto sobre a renda, com suas faixas de capacidade contributiva: isento, 15% e 27,5%;

d) regressivos - so aqueles estipulados sem considerar o poder aquisitivo ou a capacidade econmica dos contribuintes. O tributo estipulado para os produtos e os servios, independentemente de quem vai compr-los; e) proporcionais - aqueles cuja alquota constante e uniforme qualquer que seja a base de incidncia de seu clculo. Se a alquota de determinado produto 17% para uma unidade, a mesma mantida na venda de uma ou cinqenta unidades, modificando somente a base de clculo. f) cumulativos - so aqueles que no se abate a importncia paga (impostos diretos). Ex.: Imposto sobre a Renda. O contribuinte paga este ano o que se refere ao ano-base anterior, porm, no ano seguinte no pode abater ou deduzir a importncia paga a ttulo de imposto. Todos os impostos que recaem sobre o patrimnio e a renda so cumulativos;

g) No-Cumulativos - pode se abater

em cada operao a importncia

recolhida na operao antecedente. Ex.: Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), ICMS (art.153, inciso II/CF);

h) Os impostos esto agrupados em: Reais e Pessoais.

20

Reais so aqueles que recaem sobre coisas e no sobre pessoas. EX: o Imposto sobre Importao e Exportao, Imposto sobre Transmisso Causa Mortis e Doao (ITCD); Pessoais so aqueles que recaem sobre pessoas. Ex.: Imposto sobre a Renda (incide sobre pessoas fsicas e pessoas jurdicas).

3.1.5 Competncia para instituio de impostos:

3.1.5.1 Impostos da Unio

De acordo com o artigo 153 da Constituio Federal, cabe Unio os seguintes impostos:

a) Imposto sobre Importao de Produtos Estrangeiros (II);

O II possui as seguintes caractersticas: fato gerador: a entrada de produto estrangeiro em territrio nacional; contribuinte: o importador ou o arrematante quando se tratar de produtos apreendidos ou abandonados; base de clculo: o preo normal do produto, quando da importao; e alquotas: podem ser alteradas a qualquer tempo, pelo poder executivo, desde que respeitados limites e condies fixados em lei.

b) Imposto sobre a Exportao, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados (IE);

O IE possui as seguintes caractersticas:

21

fato gerador: a sada de produtos do territrio nacional; contribuinte: o exportador; base de clculo: o preo normal do produto q uando da exportao; e alquotas: podem ser alteradas a qualquer tempo, pelo poder executivo, desde que respeitados limites e condies fixados em lei .

c) Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR);

O IR possui as seguintes caractersticas: fato gerador: a renda, ou seja, o produto do capital, do trabalho ou da combinao de ambos, e os proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acrscimos patrimoniais no compreendidos no conceito de renda; contribuinte: o titular da renda ou dos proventos; base de clculo: o montante da renda ou dos proventos tributveis; e alquotas: so progressivas e variveis para as pessoas fsicas e para as pessoas jurdicas.

O Imposto de Renda o mais importante dos tributos diretos. progressivo, na medida em que h alquotas diferenciadas, alm da faixa de iseno.

d) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

O IPI possui as seguintes caractersticas :

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fato gerador: o desembarao aduaneiro, quando o produto for de procedncia estrangeira; a sada dos produtos industrializados de estabelecimento importador, industrial comerciante ou arrematante; a arrematao de produto, quando apreendido ou abandonado e levado a leilo; contribuinte: o importador ou quem a lei a ele equiparar; o industrial ou quem a lei a ele equiparar; o comerciante de produtos sujeitos ao imposto; o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados; base de clculo: o valor da operao, acrescido do imposto de importao e demais despesas; o valor da operao de que decorrer a sada da mercadoria do estabelecimento importador, industrial ou arrematante; na falta desse valor, o preo corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praa do remetente; o preo da arrematao de produtos apreendidos ou abandonados; alquotas: variam em funo da essencialidade dos produtos; e no-cumulatividade: ao final de cada perodo de apurao, o contribuinte, por mecanismo de dbito e crdito, deduz do imposto referente aos produtos sados o imposto pago relativamente aos produto entrados.

e) Imposto sobre Operaes de Crdito, Cmbio e Seguro, ou relativas a Ttulos ou Valores Mobilirios (IOF);

O IOF possui as seguintes caractersticas: fato gerador: depende da espcie de operao financeira; nas operaes de crdito, o valor objeto da operao; nas operaes de cmbio, a efetivao da operao (troca de moedas); nas operaes de seguro, a emisso da aplice; nas operaes relativas a ttulos e

23

valores mobilirios, a emisso, a transmisso, o pagamento ou os resgates desses ttulos, na forma da legislao especfica; contribuinte: quem se beneficia da operao financeira; base de clculo: o valor da operao; e alquotas: podem ser alteradas administrativamente em razo da poltica econmica do governo federal, no estando sujeitas ao princpio da anterioridade.

f) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR);

O ITR possui as seguintes caractersticas: fato gerador: a propriedade de imvel localizado fora da zona urbana do Municpio; contribuinte: o proprietrio; base de clculo: o valor da terra nua, a ser fornecido pelo contribuinte em sua declarao; e alquotas: so variveis, conforme o percentual de utilizao da propriedade, em escala constante na lei e que leva em considerao tambm a rea total do imvel e sua localizao geogrfica no Brasil.

g) Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF);

Apesar de autorizado constitucionalmente, esse imposto ainda no foi institudo pela Unio. Sua instituio depende de lei complementar.

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h) Outros impostos.

A Unio poder, ainda, instituir impostos extraordinrios, em caso de guerra externa ou sua iminncia, e impostos residuais, desde que sejam criados por lei complementar, sejam no cumulativos e que no tenham fato gerador ou base de clculo prpria de quaisquer dos impostos j previstos na Constituio.

3.1.5.2

Impostos dos Estados e Distrito Federal

Conforme o artigo 155 da Constituio Federal Brasileira, aos Estados e ao Distrito Federal cabem os seguintes impostos:

a) Imposto sobre Transmisso Causa Mortis e Doao de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD);

O ITCMD incide sobre a transmisso de quaisquer bens ou direitos, desde que decorrentes de causa mortis ou a ttulo gracioso (doao).

Possui as seguintes caractersticas: fato gerador: a transmisso por morte ou por doao de quaisquer bens ou direitos; contribuinte: o herdeiro ou o legatrio, ou seja, quem recebe a herana ou o legado, no caso de transmisso causa mortis, e o donatrio, no caso de doao; base de clculo: o valor venal dos bens ou direitos transmitidos; e alquotas: variam de 2% e 4%.

25

b) Imposto sobre Operaes Relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestaes de Servio de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao (ICMS). O ICMS possui as seguintes caractersticas: fato

gerador:

a

circulao

de

mercadoria

(inclui

minerais,

combustveis e energia eltrica), a prestao de servios de transporte intermunicipal e interestadual e a prestao de servios de

comunicao (somente quando a comunicao for onerosa); contribuinte: aquele que promover a operao ou a prestao objeto de incidncia do imposto; base de clculo: o valor da operao de circulao de mercadoria ou da prestao de servio; alquotas: tm limites fixados pelo Senado Federal e suas redues so condicionadas aprovao de todos os Estados mediante convnio; variam conforme as regies do pas e de acordo com a natureza do produto; e no-cumulatividade: ao final de cada perodo de apurao, o contribuinte, por mecanismo de dbito e crdito, deduz do imposto relativo s operaes que praticou o imposto j pago em operaes ou prestaes anteriores.

c) Imposto sobre a Propriedade de Veculos Automotores (IPVA).

O IPVA possui as seguintes caractersticas:

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fato gerador: a propriedade de veculo automotor de qualquer espcie (aeronaves, embarcaes, automveis, caminhes, motocicletas, enfim, qualquer veculo cuja propulso dependa de motorizao); contribuinte: o proprietrio do veculo; base de clculo: o valor venal do ve culo; e alquotas: diferem conforme a espcie de veculo.

3.1.5.3 Impostos dos Municpios

Conforme o artigo 156 da Constituio Federal Brasileira, aos Municpios cabem os seguintes impostos:

a) Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU);

O IPTU possui as seguintes caractersticas: fato gerador: a propriedade de imvel situado na zona urbana do Municpio; contribuinte: o proprietrio do imvel; base de clculo: o valor venal do imvel; e alquotas: so estabelecidas pela lei municipal, em geral maiores para os imveis no construdos (terrenos).

b) Imposto sobre a Transmisso Inter Vivos, a Qualquer Ttulo, por Ato Oneroso, de Bens Imveis, por Natureza ou por Acesso Fsica, e de Direitos Reais

27

sobre Imveis, exceto os de Garantia, bem como Cesso de Direitos e sua Aquisio (ITBI); O ITBI possui as seguintes caractersticas: fato gerador: a transmisso inter vivos, a qualquer ttulo, por ato oneroso; contribuinte: pode ser qualquer das partes na operao tributada; base de clculo: o valor venal do imvel; e alquotas: so estabelecidas pela legislao de cada Municpio. c) Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza - no compreendidos na rea de incidncia do ICMS (ISSQN);

O ISSQN possui as seguintes caractersticas: fato

gerador:

a

prestao

de

servios

que

no

estejam

compreendidos na rea de incidncia do ICMS; contribuinte: o prestador do servio; base de clculo: o valor do servio prestado; e alquotas: so fixadas pela legislao municipal.

3.1.5.4 Taxas

A taxa um tributo que exige a atuao estatal direta em relao ao contribuinte; seu pagamento representa a contrapartida de determinado servio prestado pelo poder pblico.

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As taxas podem ser cobradas pela Unio, pelos Estados e pelos Municpios e classificam-se em:

a) taxas de polcia, quando decorrem do exerccio do poder de polcia pelo ente estatal ( ex.: fornecimento de alvar de licena de localizao e funcionamento, alvar de construo etc.);

b) taxas de servios, quando decorrem de servio pblico especfico e divisvel utilizado pelo contribuinte ou posto sua disposio (ex.: coleta de lixo).

3.1.5.5 Contribuio de Melhoria

A Contribuio de Melhoria um tributo que decorre de atuao estatal indiretamente relacionada com o contribuinte. Sua cobrana possvel sempre que, em decorrncia de realizao de obra pblica, for beneficiada a propriedade imobiliria.

Pode ocorrer que, em relao a uma mesma obra pblica, o contribuinte esteja sujeito a pagar contribuio de melhoria s trs esferas (Unio, Estados e Municpios), na hiptese de ela ter sido realizada conjuntamente, com cada nvel estatal utilizando-se de seus prprios recursos oramentrios.

3.1.5.6 Outras Espcies Tributrias

a) Emprstimo Compulsrio

Somente Unio cabe instituir emprstimos compulsrios, que podero ser exigidos:

29

nas hipteses de despesas extraordinrias decorrentes de calamidade pblica, de guerra externa ou de sua iminncia, sem que seja observado o princpio da anterioridade da lei; e para investimento pblico de carter urgente e de relevante interesse nacional, observando-se nesse caso o princpio da anterioridade.

b) Outras Contribuies

As outras contribuies, exigidas compulsoriamente da sociedade, classificam-se em: Contribuies Sociais: A contribuio social a fonte de financiamento do sistema de seguridade social, responsvel pelos servios prestados pelo Estado em decorrncia dos direitos sociais inseridos na Constituio Federal.

Entre as contribuies sociais existentes no Pas, encontram-se: Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS), (PIS), PASEP, FUNRURAL, COFINS, Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL) ,etc.

Existem tambm as seguintes contribuies: Contribuies

de

Interesse

de

Categorias

Profissionais:

So

contribuies institudas no interesse de categorias profissionais com profisses legalmente regulamentadas, destinadas a custear as atividades de controle, fiscalizao aqui as e disciplina do exerccio pelos

profissional. Classificam-se

anuidades

cobradas

Conselhos Federais, por meio dos Conselhos Regionais, de categorias profissionais como: advogados, engenheiros, contabilistas, assistentes sociais, mdicos, corretores de imveis e outros. Contribuies de Interesse de Categorias Econmicas: Trata -se de contribuies compulsrias cobradas de empregadores e empregados

30

para entrega a rgos de defesa de seus interesses, como sindicatos e entidades de ensino ou de servio social Servio Social da Indstria (SESI), Servio Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Servio Social do Comrcio (SESC), Servio Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), Servio Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).

31

4

REPARTIO DAS RECEITAS TRIBUTRIAS

O atual sistema tributrio, em razo das peculiaridades dos principais impostos, concentra a arrecadao na Unio e nos Estados. Assim sendo, a Unio reparte um percentual de suas receitas com os Estados e com os Municpios e parte das receitas dos Estados so divididas com os Municp ios.

Os artigos 157 a 159 da Constituio Federal do Brasil, normatizam o mecanismo para repartio das receitas aos Estados, Distrito Federal e Municpios.

A repartio d-se de forma direta ou indireta. Direta, quando um percentual de um imposto arrecadado pela Unio ou pelo Estado repartido com outro ente em uma relao simples, determinada pela Constituio. Indireta, quando so formados fundos, e a repartio depende de rateios previstos na legislao.

4.1 REPARTIO INDIRETA

a) ICMS: 25% do ICMS arrecadado pelos Estados pertence aos Municpios; o principal critrio para distribuio o movimento econmico do Municpio;

b) IR e IPI: 47% do produto da arrecadao desses impostos pela Unio dividido da seguinte forma: 21,5% para o Fundo de Participao dos Estados e do Distrito Federal - FPE, que dividido entre as Unidades Federadas, observando-se critrios da legislao; 22,5% para o Fundo de Participao dos Municpios - FPM, que distribudo aos Municpios, observados alguns critrios da legislao; essa constitui a principal fonte de arrecadao da maioria dos Municpios do Brasil; e

32

3,0% para os programas de financiamento do setor produtivo das regies Norte, Nordeste e Centro-Oeste; sendo que do total que cabe ao Nordeste, 50% so destinados regio semi-rida.

c) IPI: 10% do produto da arrecadao desse imposto pela Unio distribudo aos Estados, proporcionalmente s suas exportaes de produtos industrializados, limitado a 20%, no mximo, para cada Estado; por sua vez, cada Estado entrega 25% do que recebe aos Municpios, obedecidos os critrios, de competncia estadual, de repartio do ICMS.

4.2 REPARTIO DIRETA

a) IR: Aos Estados e Municpios cabe o produto da arrecadao do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRPF) sobre os rendimentos pagos, a qualquer ttulo, por eles, suas autarquias e fundaes 11;

b) ITR: 50% do produto da arrecadao do ITR, de competncia da Unio, cabe aos Municpios em cujo territrio est localizado o imvel;

c) IPVA: 50% do que o Estado arrecadar com o IPVA, repartido com o municpio onde estiver licenciado o veculo;

d) IOF: relativamente ao IOF, de competncia da Unio, quando o ouro for utilizado como ativo financeiro ou instrumento cambial, 30% do IOF incidente cabe ao Estado e 70% ao municpio de origem.

4.3 O FUNDO DE MANUTENO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E VALORIZAO DO MAGISTRIO (FUNDEF) A Emenda Constitucional n. 14/96 estabeleceu outra forma de repasse referente aos recursos arrecadados com impostos, criando, no mbito de cada Estado, um11

Art. 157, inciso I e art. 158, inciso I, da Constituio Federal Brasileira.

33

Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorizao do Magistrio, conhecido pela sigla FUNDEF e composto por 15% (quinze por cento) dos recursos: destinados ao Fundo de Participao dos Estados e do Distrito Federal (FPE); destinados ao Fundo de Participao dos Municpios (FPM); do Fundo de Compensao pela Exportao de Produtos Industrializados - FPEX (10% do IPI); do fundo de ressarcimento pela desonerao decorrente da LC n. 87/96; do ICMS que cabe aos Estados; e do ICMS que cabe aos Municpios. O rateio do FUNDEF feito entre o Estado e os seus Municpios, proporcionalmente ao nmero de alunos matriculados no ensino de 1 grau, sendo que, aos valores recebidos, devero ser acrescidos:

a) pelo Estado, 15% da parte da arrecadao que lhe cabe no IPVA e 15% do que arrecadar com o ITCMD; e

b) pelo Municpio, 15% do que arrecadar com os impostos municipais (ISSQN, ITBI e IPTU) e 15% da parte que receber do IPVA.

34

5

AS TRANSFERNCIAS DE RECEITAS TRIBUTRIAS AOS MUNICPIOS

Em relao repartio de receitas e aos mecanismos de equalizao no Brasil, h as transferncias previstas em Lei e as voluntrias ou negociadas, da Unio para os estados e municpios e dos estados para os municpios.

As parcelas da receita tributria de competncia da Unio e dos Estados que cabem aos municpios, esto estabelecidas no art. 158 da Constituio Federal, e so:

I - A arrecadao do Imposto de Renda na Fonte incidente sobre os rendimentos pagos por eles; II - 50% da arrecadao do Imposto Sobre a Propriedade Territorial RuraI IPTR dos imveis rurais neles situados; III - 50% da arrecadao do Imposto Sobre a Propriedade de Veculos Automotores (IPVA), dos veculos licenciados em seus territrios; IV - 25% do Imposto sobre Operaes Relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao , distribudo da seguinte forma: V - 75% com base no Valor Adicionado Fiscal VAF das operaes de circulao de mercadorias e servios, realizadas em seus territrios; e VI - 25% com base no dispuser a Lei Estadual. O foco da nossa investigao concentra-se na parcela do ICMS destinado aos Municpios, que como vimos, calculado preponderantemente, tomando-se por o valor

adicionado relativo s operaes de circulaes de mercadorias e nas prestaes de servios realizados em seus territrios. Barros12, apresenta um resumo das transferncias tributrias destinadas aos municpios, ps constituio de 1998, conforme tabela 1.

12

BARROS, F. M. Inovao no federalismo para o Desenvolvimento e a Cidadania. Perspectivas de Modelagem das Transferncias Intergovernamentais de Recursos. 2001. Dissertao de Mestrado. EAESP, FGV, So Paulo.

35

Tabela 1 - Resumo das Transferncias Tributrias a Municpios Destino dos recursos por espcie de critrioRECURSO FPM (IR + IPI) ITR IOF ouro IPVA Origem do Tributo Demanda Compensao ICMS Induo Financeira Origem do Tributo CRITRIO ESPCIE Demanda / Distribuio DESCRIO Populao combinada com o inverso da renda per capita estadual Local da propriedade rural tributada Local da operao financeira tributada Local do registro do veculo tributado ndice do Valor Agregado Populao total ou eleitores Cota fixa, rea geogrfica, etc. Receita prpria: de impostos, tributria ou tributria + transferncias Educao, sade, agricultura, meio-ambiente, cultura, indstria, colaborao mtua, populao rural, etc. PERCENTUAL ATUAL 100 100 100 100 76,75 5,23 13,16 0,73 4,13

Induo setorial Fonte: Barros (2001)

36

6

OS CRITRIOS DE RATEIO DA PARCELA DO ICMS AOS MUNICPIOS NO

ESTADO DO ESPRITO SANTO

O IPM a soma de 08 (oito) indicadores, calculados individualmente segundo os critrios estabelecidos em Legislao Federal pela Lei Complementar n 63, de 11 de janeiro de 1990, e, na Legislao Estadual, pela Lei n 4.288, de 29 de novembro de 1989, com alteraes introduzidas pela Lei n 5.399, de 25 de julho de 1997.

Os critrios definidos na Legislao Estadual do Estado do Esprito Santo levam em conta a rea do municpio, a quantidade de propriedades rurais, a produo agrcola e hortigranjeira do municpio, e os investimentos em sade.

Por outro lado no decorrer dos anos tivemos vrias emancipaes de municpios que antes eram apenas distritos de municpios maiores, ocasionando alterao substancial na diviso dos 25% do ICMS que cabe a eles.

Os fatores que compem o IPM e os respectivos pesos so os seguintes:Tabela 2 Os fatores que compem o IPM e respectivos pesos

Fator 1. Valor Adicionado 2. Nmero de Propriedades Rurais 3. Produo Agrcola e Hortigranjeira 4. rea do Municpio 5. Gasto com Sade e Saneamento Bsico 6. Gesto Avanada de Sade 7. Consrcio para Prestao de Servios de Sade 8. 10 maiores Municpios em Valor Adicionado TotalFonte: SEFAZ/ES

Peso % 75,0 7,0 6,0 5,0 3,0 2,5 1,0 0,5 100,0

37

7

CLCULO DO NDICE DE PARTICIPAO DOS MUNICPIOS

7.1 VALOR ADICIONADO

Na viso econmica, valor adicionado para a empresa toda a riqueza gerada por ela num determinado perodo. Representa o quanto de valor ela agregou, ou adicionou aos insumos que adquiriu ou produziu num determinado perodo. obtido, de forma geral, pela diferena entre as vendas e as compras. Na Figura 2 apresentamos de forma didtica como encontrado o valor adicionado 13.

No Esprito Santo, o valor adicionado, para fins de clculo do IPM, apurado com base na Declarao de Operaes Tributveis (DOT), apresentada anualmente pelas empresas localizadas no estado.

Na DOT so apresentados os totais de entradas e sadas de mercadorias e servios por exerccio, e o valor adicionado. Este item, por ser o componente mais significativo do IPM, faz com que os municpios mais ricos, onde se concentram as grandes empresas, fiquem com uma grande fatia da parte do ICMS distribudo entre eles.

O ndice do Valor Adicionado calculado dividindo-se o somatrio do valor adicionado de todas as empresas localizadas no municpio pelo somatrio do valor adicionado de todas as empresas do estado. O resultado multiplicado por 75%, que o peso relativo a este item. As informaes referem-se ao binio imediatamente anterior ao ano de apurao do ndice.

13

Analisando a figura 2, conclui-se que entre o plantio e a comercializao do produto industrializado totalizam um valor adicionado de R$ 3,90,

38

Total do va lor adicionado das e mpresas locali zadas no m unic pio ---- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---- --- --- --- --- --- --- --- --To tal Valor Adicionado do Estado Os dados deve m correspo nder ao binio imediatame nte a nte rior ao ano de clculo do IPM.Figura 1 Clculo do indicador valor adicionado. Fonte: SEFAZ/ES

X

75%

Custo de Plantio do Tomate: R$ 0,10 p/Kg

Custo da Colheita do Tomate : R$ 0,30 p/Kg Valor Adicionado em relao ao plantio = R$ 0,20

Comercializao no Atacado: R$ 0,60 Valor Adicionado em relao a colheita = R$ 0,30

Comercializao na Feira: R$ 1,00 Valor Adicionado em relao a comerc. no Atacado = R$ 0,40

Comercializao do Extrato de Tomate $R 2,00 Valor Adicionado em relao a comerc. na Feira = R$ 1,00

Comercializao da Pizza: R$ 4,00 Valor Adicionado em relao a comerc. do Extrato de Tomate = 2,00

Valor Adicionado Total Gerado do Plantio do Tomate Comercializao na Pizza = R$ 3,90

Figura 2 - Exemplificando a formao do Valor Adicionado

39

7.2 PROPRIEDADES RURAIS

Para obteno deste indicador, divide-se o nmeros de propriedades rurais do municpio pelo nmero total de propriedades rurais do Estado e multiplica-se o resultado pelo peso 7%, obtendo-se o ndice.

As informaes sobre o nmero de propriedades rurais so fornecidas pelo Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria INCRA, e referem-se ao ltimo dia do ano civil que preceder o ano da apurao do ndice de Participao dos Municpios.

Tota l de p ropriedades rurais do m unic pio --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --Tota l de p ropriedades rurais do estadoFigura 3 Clculo do indicador propriedades rurais Fonte: SEFAZ/ES

x

7%

7.3 PRODUO AGRCOLA E HORTIGRANJEIRA Da mesma forma do item anterior, para obter este ndice, divide-se o total da produo agrcola e hortigranjeira do municpio pela produo total do estado, multiplicando-se o resultado pelo peso 6%. Esses dados so fornecidos pelos contribuintes inscritos na Secretaria de Estado da Fazenda do Estado do Esprito Santo, atravs da DOT, das compras por eles efetuadas a Produtores Rurais, agrupadas por municpio. Para efeito de clculo usada a mdia dos anos imediatamente anteriores ao ano da apurao do IPM.

40

Prod uo agr co la e hortigra njeira do m unic pio, no bi nio anterior ---- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---- --- --- --- --- --- --- --- --- --- -- x 6% Prod uo total de todos os m unic piosFigura 4 Clculo do indicador produo agrcola Fonte: SEFAZ/ES

7.4 REA DO MUNICPIO

Divide-se a rea do municpio pela rea total do estado, e multiplica-se o resultado pelo peso 5%, obtendo-se o ndice deste item.

As informaes sobre as reas dos municpios so fornecidas pelo Instituto de Defesa agropecuria e Florestal do Esprito Santo (IDAF), rgo vinculado Secretaria de Agricultura (SEAG).

rea do munic pio -- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- rea to tal do estadoFigura 5 Clculo do indicador rea do municpio Fonte: SEFAZ/ES

x

5%

7.5 GASTOS COM SADE E SANEAMENTO

Para a obteno do ndice, primeiro divide-se o total investido pelo municpio em sade e saneamento pelo total de gastos do municpio, encontrando-se o percentual de gastos com sade e saneamento.

Em seguida, divide-se esse percentual pela soma dos percentuais de todos os municpios. Multiplicando-se o resultado pelo peso 3%, chega-se o ndice de Gastos com Sade e Saneamento.

41

Os dez maiores municpios em valor adicionado e que faam parte da gesto avanada de sade no entram no cmputo do ndice.

Gasto rela tivo do m unic pio em sade e sa neame nto --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --To tal rela tivo de todos os m unic pios Exc lui-se deste clc ulo os de z maiores munic pios em va lor adicionado que esti verem fa ze ndo par te da ges to a va nada de sa de.Figura 6 Clculo do indicador gasto com sade e saneamento bsico Fonte: SEFAZ/ES

x 3%

As informaes so disponibilizadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Esprito Santo, e referem-se ao ltimo exerccio financeiro imediatamente anterior ao exerccio de apurao do IPM.

7.6 GESTO AVANADA DE SADE

Para a obteno deste indicador, primeiro se identifica os municpios que estejam enquadrados na condio de gesto mais avanada de sade, de acordo com a norma operacional bsica do Sistema nico de Sade (SUS). Feito isso, divide-se o peso 2,5% pelo nmero de municpios enquadrados. O resultado o ndice de cada um deles.

As informaes sobre enquadramento na condio de gesto mais avanada de sade so fornecidas pela Secretaria de Estado da Sade, com base no primeiro quadrimestre do ano em curso da apurao do IPM.

42

2,5% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --Munic pios e nq uadrados na co ndio de gesto mais a vanada de Sade, de acordo com a no rma operaciona l bsica do SUS.Figura 7 Clculo do indicador gesto avanada de sade Fonte: SEFAZ/ES

7.7 PARTICIPANTES DO CONSRCIO PARA PRESTAO DE SERVIOS DE SADE

O ndice relativo a este item obtido dividindo-se o peso 1% pelo nmero de municpios participantes do Consrcio para Prestao de Servios de Sade, referendados pela Comisso Intergestora Bipartite do Estado e publicados com resoluo no Dirio Oficial.

1% --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---- M unic pios participantes do Cons rcio para Pres tao de Ser vios de Sade .Figura 8 - Clculo do indicador consrcio para prestao de servios de sade Fonte: SEFAZ/ES

7.8

10 MAIORES MUNICPIOS EM VALOR ADIC IONADO, PARTICIPANTES DA

GESTO AVANADA DE SADE

Para obteno deste ndice, deve-se seguir os seguintes passos:

1) Separa-se os dez maiores municpios em valor adicionado;

43

2) Identifica-se entre estes dez maiores aqueles que estejam enquadrados na condio de gesto mais avanada de sade, de acordo com a norma operacional bsica do Sistema nico de Sade SUS, vigente no perodo de apurao do IPM, classificando-os de acordo o total do valor adicionado de cada um; e

3) Divide-se o peso 0,5% pelo nmero de municpios encontrados no item anterior. O resultado o ndice de cada um deles.

0,5% -- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---- --- --- --- --- --- -M unic pios q ue este jam e ntre os de z maiores e m Valo r adicionado q ue participem da Gesto A va nada de Sa de.Figura 9 Clculo do indicador 10 maiores municpios em valor adicionado. Fonte: SEFAZ/ES

Essas informaes so fornecidas pela Secretaria de Estado da Sade, com base no primeiro semestre do ano em curso da apurao do IPM.

Apurado todos os ndices dos oito itens acima para cada municpio,

somam-se

todos eles, chegando-se, finalmente, ao ndice de Participao do Municpio.

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8 SRIE HISTRICA DO IPM NO ESTADO DO ESPIRITO SANTO

A srie histrica da tabela 3 evidencia a dana dos nmeros no IPM dos municpios Esprito Santenses, o que leva-nos a refletir sobre o atual critrio de distribuio dos 25% do ICMS destinados aos municpios. Alguns municpios com crescimento vertiginoso, enquanto que outros em queda constante e com perspectiva de continuarem nessa descendente. Ao extrairmos alguns casos da referida tabela, podemos demonstrar mais claramente o que vem ocasionando tais distores, que procuraremos explicitar nos experimentos que seguem.Tabela 3 ndice de participao dos municpios de 1990 2005MUNICPIO AFONSO CLUDIO AGUA DOCE DO NORTE GUIA BRANCA ALEGRE ALFREDO CHAVES ALTO RIO NOVO ANCHIETA APIAC ARACRUZ ATLIO VIVACQUA BAIXO GUANDU BARRA S. FRANCISCO BOA ESPERANA BOM JESUS DO NORTE BREJETUBA CACHOEIRO ITAPEMIRIM CARIACICA CASTELO COLATINA CONCEIO DA BARRA CONCEIO CASTELO DIVINO SO LOURENO DOMINGOS MARTINS DORES DO RIO PRETO ECOPORANGA FUNDO GOV. LINDENBERG GUAU GUARAPARI IBATIBA IBIRAU IBITIRAMA ICONHA IRUPI ITAGUAU ITAPEMIRIM ITARANA IUNA JAGUAR JERNIMO MONTEIRO 0,607 0,556 0,174 0,542 0,477 0,203 0,000 0,586 1,403 0,680 0,522 0,358 0,205 0,506 0,828 0,292 0,436 0,402 0,333 0,000 0,468 0,998 0,321 0,510 0,409 0,245 0,480 0,933 0,321 0,375 0,187 0,369 0,000 0,455 0,992 0,420 0,555 0,457 0,264 0,523 0,926 0,314 0,303 0,260 0,306 0,146 0,413 0,918 0,384 0,501 0,721 0,243 0,413 0,786 0,260 0,302 0,236 0,259 0,146 0,430 0,995 0,359 0,442 0,676 0,207 1,229 0,788 0,281 0,276 0,277 0,301 0,146 0,453 0,891 0,352 0,551 0,560 0,221 1,196 0,782 0,313 0,274 0,289 0,331 0,226 0,471 0,904 0,391 0,641 0,610 0,231 0,884 0,806 0,349 0,310 0,279 0,377 0,289 0,461 0,876 0,392 0,652 0,640 0,229 0,636 0,909 0,369 0,274 0,231 0,318 0,321 0,365 0,646 0,293 0,702 0,695 0,263 0,418 0,893 0,294 0,270 0,159 0,307 0,273 0,375 0,820 0,293 0,472 0,625 0,192 0,396 0,896 0,429 0,277 0,235 0,305 0,318 0,402 0,669 0,314 0,520 0,754 0,176 1990 1,084 0,275 0,600 0,824 0,645 0,163 0,406 0,116 7,237 0,173 0,794 1,006 0,322 0,102 0,000 4,951 4,798 0,823 5,262 0,764 0,419 0,198 1,046 0,112 1,031 0,598 1991 0,871 0,335 0,424 0,514 0,475 0,171 1,788 0,191 6,221 0,272 0,629 0,808 0,426 0,192 0,000 5,685 5,599 0,950 3,974 0,914 0,356 0,144 1,308 0,166 0,813 0,277 1992 1,019 0,323 0,374 0,630 0,427 0,248 1,747 0,198 4,995 0,270 0,594 0,853 0,384 0,186 0,000 5,398 5,301 0,863 3,927 0,720 0,297 0,159 1,680 0,178 0,994 0,274 1993 0,896 0,358 0,299 0,634 0,381 0,269 2,017 0,182 6,364 0,263 0,571 0,809 0,376 0,184 0,000 4,838 5,362 0,891 2,843 1,057 0,322 0,196 0,895 0,191 0,835 0,280 1994 0,788 0,347 0,300 0,544 0,341 0,276 1,758 0,164 8,097 0,244 1,387 0,736 0,395 0,160 0,000 4,712 5,360 0,686 2,652 1,299 0,279 0,169 0,862 0,174 0,939 0,305 1995 0,744 0,377 0,335 0,732 0,460 0,326 1,848 0,183 5,989 0,263 1,454 0,872 0,382 0,178 0,000 4,023 4,551 0,731 2,921 0,922 0,282 0,189 1,048 0,231 0,905 0,274 1996 0,835 0,428 0,376 0,702 0,452 0,440 1,618 0,180 6,202 0,261 1,498 0,847 0,387 0,188 0,000 4,353 4,608 0,838 3,124 0,701 0,320 0,209 1,102 0,262 0,817 0,312 1997 0,870 0,408 0,371 0,615 0,461 0,361 1,343 0,178 7,620 0,262 1,527 0,806 0,391 0,198 0,000 4,314 4,021 0,871 2,877 0,790 0,379 0,194 1,055 0,256 0,768 0,330 1998 0,669 0,401 0,317 0,630 0,406 0,219 1,351 0,214 7,169 0,353 1,476 0,771 0,396 0,230 0,180 4,048 3,569 0,839 2,996 1,219 0,344 0,166 0,994 0,202 0,834 0,453 1999 0,897 0,404 0,420 0,659 0,365 0,247 1,352 0,230 5,292 0,326 1,520 0,781 0,391 0,232 0,180 4,185 3,517 0,907 3,205 1,219 0,379 0,126 0,928 0,130 0,839 0,426 2000 0,742 0,371 0,395 0,586 0,357 0,204 1,512 0,272 4,795 0,333 1,554 0,765 0,395 0,223 0,452 4,176 3,386 0,961 3,086 0,889 0,399 0,127 0,950 0,144 0,782 0,372 2001 0,794 0,336 0,410 0,596 0,380 0,189 1,983 0,239 6,405 0,339 1,498 0,773 0,403 0,268 0,547 4,022 3,454 1,008 2,622 0,819 0,399 0,154 1,024 0,174 0,769 0,380 0,320 0,387 0,781 0,531 0,297 0,342 0,327 0,397 0,412 0,586 0,335 0,667 0,835 0,179 2002 0,776 0,324 0,378 0,608 0,352 0,197 2,229 0,276 7,965 0,370 1,370 0,755 0,461 0,260 0,534 3,855 3,268 0,946 2,363 0,784 0,382 0,145 1,065 0,176 0,743 0,359 0,320 0,384 0,700 0,572 0,272 0,346 0,305 0,369 0,397 0,536 0,353 0,669 0,912 0,177 2003 0,719 0,333 0,365 0,594 0,348 0,196 2,192 0,239 7,311 0,357 1,304 0,727 0,454 0,233 0,449 3,728 3,273 0,838 2,413 0,802 0,391 0,163 0,981 0,176 0,746 0,333 0,320 0,469 0,701 0,528 0,238 0,286 0,297 0,340 0,343 0,516 0,295 0,609 1,139 0,184 2004 0,676 0,336 0,366 0,557 0,336 0,182 2,064 0,243 6,881 0,379 1,230 0,748 0,445 0,227 0,362 3,517 3,341 0,865 2,184 0,893 0,441 0,200 0,987 0,147 0,820 0,307 0,565 0,479 0,721 0,519 0,260 0,265 0,283 0,283 0,329 0,571 0,256 0,509 1,379 0,194 2005 0,636 0,333 0,375 0,515 0,302 0,184 2,284 0,243 7,951 0,374 1,182 0,755 0,417 0,207 0,330 3,508 3,323 0,998 2,018 0,896 0,533 0,195 0,997 0,155 0,856 0,270 0,526 0,416 0,700 0,462 0,257 0,265 0,269 0,258 0,335 1,029 0,282 0,492 1,474 0,206

Fonte: SEFAZ/ES

Continua

ContinuaoMUNICPIO JOO NEIVA LARANJA DA TERRA LINHARES MANTENPOLIS MARATAZES MARECHAL FLORIANO MARILNDIA MIMOSO DO SUL MONTANHA MUCURICI MUNIZ FREIRE MUQUI NOVA VENCIA PANCAS PEDRO CANRIO PINHEIRO PIUMA PONTO BELO PRESIDENTE KENNEDY RIO BANANAL RIO NOVO DO SUL SANTA LEOPOLDINA SANTA MARIA JETIB SANTA TEREZA SO DOMINGOS NORTE SO GABRIEL PALHA SO JOSE CALADO SO MATEUS SO ROQUE CANA SERRA SOORETAMA VARGEM ALTA VENDA NOVA IMIGRANTE VIANA VILA PAVO VILA VALRIO VILA VELHA VITRIA 1990 0,303 0,294 3,388 0,464 0,000 0,000 0,408 0,703 0,544 0,438 0,363 0,364 1,267 0,727 0,640 0,351 0,066 0,000 0,342 0,782 0,154 0,904 0,884 0,959 0,000 0,851 0,193 1,134 0,000 13,972 0,000 0,553 0,439 4,601 0,000 0,000 4,608 19,242 1991 0,505 0,305 3,971 0,283 0,000 0,000 0,311 0,583 0,448 0,496 0,442 0,319 1,409 0,594 0,356 0,522 0,208 0,000 0,447 0,493 0,260 0,636 0,644 0,919 0,000 0,622 0,254 1,862 0,000 11,510 0,000 0,441 0,407 2,721 0,000 0,000 6,845 21,936 1992 0,465 0,424 4,530 0,335 0,000 0,000 0,307 0,563 0,501 0,570 0,491 0,293 1,614 0,616 0,496 0,595 0,203 0,000 0,393 0,629 0,253 0,777 1,103 1,133 0,000 0,729 0,245 2,121 0,000 11,276 0,000 0,402 0,505 2,561 0,000 0,000 6,217 21,806 1993 0,512 0,352 4,355 0,328 0,000 0,480 0,314 0,566 0,558 0,504 0,491 0,307 1,411 0,623 0,486 0,534 0,187 0,000 0,373 0,642 0,255 0,573 0,760 0,944 0,563 0,753 0,258 2,174 0,000 13,482 0,000 0,400 0,481 2,281 0,184 0,000 5,768 20,830 1994 0,521 0,356 4,279 0,290 0,000 0,480 0,277 0,454 0,482 0,469 0,434 0,260 1,259 0,654 0,443 0,460 0,157 0,000 0,365 0,617 0,240 0,562 0,963 0,887 0,563 0,702 0,227 2,079 0,000 13,794 0,000 0,347 0,421 1,575 0,184 0,000 5,977 20,737 1995 0,368 0,398 4,265 0,282 0,000 0,480 0,344 0,559 0,659 0,455 0,437 0,277 1,409 0,591 0,384 0,477 0,222 0,000 0,405 0,737 0,255 0,730 0,988 0,796 0,563 0,982 0,258 2,052 0,000 14,364 0,000 0,388 0,666 1,490 0,184 0,000 5,804 21,185 1996 0,385 0,389 4,072 0,339 0,000 0,379 0,338 0,602 0,558 0,409 0,480 0,287 1,508 0,641 0,396 0,476 0,191 0,000 0,388 0,756 0,248 0,785 0,994 0,897 0,262 0,877 0,255 2,136 0,000 13,342 0,000 0,393 0,633 1,685 0,235 0,000 5,616 21,329 1997 0,418 0,393 3,586 0,338 0,000 0,462 0,317 0,600 0,483 0,399 0,541 0,302 1,423 0,648 0,426 0,497 0,236 0,000 0,385 0,662 0,258 0,750 0,954 0,988 0,268 0,805 0,250 2,084 0,000 12,365 0,000 0,457 0,565 1,999 0,262 0,000 5,496 22,573 1998 0,486 0,390 2,931 0,395 0,210 0,457 0,353 0,652 0,491 0,231 0,551 0,454 1,328 0,707 0,382 0,456 0,223 0,140 0,390 0,758 0,245 0,647 1,017 0,779 0,250 0,719 0,288 1,854 0,260 11,723 0,402 0,590 0,575 1,907 0,260 0,160 5,889 23,982 1999 0,483 0,329 3,333 0,417 0,210 0,619 0,404 0,654 0,461 0,306 0,429 0,309 1,272 0,693 0,442 0,466 0,231 0,140 0,350 0,828 0,249 0,686 1,059 0,906 0,278 0,869 0,300 1,687 0,260 11,738 0,402 0,631 0,635 1,423 0,257 0,160 5,854 25,682 2000 0,457 0,293 3,238 0,349 0,362 0,725 0,409 0,706 0,387 0,238 0,445 0,349 1,257 0,667 0,405 0,516 0,253 0,173 0,294 0,782 0,237 0,618 1,031 0,779 0,272 0,677 0,316 1,759 0,312 12,557 0,414 0,693 0,684 1,137 0,237 0,535 5,920 25,598 2001 0,463 0,331 3,243 0,344 0,341 0,699 0,418 0,763 0,359 0,250 0,499 0,342 1,163 0,713 0,373 0,531 0,256 0,209 0,274 0,747 0,231 0,532 1,063 0,729 0,227 0,533 0,347 1,776 0,342 12,606 0,493 0,633 0,660 1,175 0,251 0,551 6,122 23,030 2002 0,491 0,356 3,235 0,344 0,316 0,623 0,411 0,761 0,409 0,286 0,517 0,323 1,129 0,622 0,408 0,496 0,248 0,207 0,274 0,687 0,236 0,526 1,029 0,729 0,234 0,512 0,334 1,873 0,320 13,453 0,466 0,604 0,612 1,045 0,256 0,520 6,158 21,697 2003 0,510 0,339 3,595 0,352 0,314 0,706 0,383 0,702 0,533 0,281 0,497 0,316 1,134 0,531 0,427 0,526 0,245 0,187 0,270 0,616 0,241 0,478 1,132 0,658 0,250 0,539 0,347 1,710 0,290 13,511 0,433 0,566 0,640 0,913 0,265 0,534 6,491 22,608 2004 0,515 0,317 3,803 0,343 0,313 0,737 0,406 0,668 0,534 0,289 0,449 0,324 1,145 0,547 0,463 0,562 0,237 0,201 0,306 0,558 0,256 0,499 1,091 0,642 0,284 0,644 0,365 1,731 0,277 12,901 0,419 0,523 0,693 1,023 0,309 0,589 6,192 23,498 2005 0,507 0,313 3,680 0,336 0,298 0,649 0,388 0,645 0,518 0,273 0,437 0,327 1,068 0,581 0,482 0,566 0,214 0,237 0,306 0,543 0,255 0,465 1,131 0,595 0,311 0,646 0,334 1,902 0,293 13,720 0,429 0,532 0,768 1,183 0,330 0,506 5,781 21,643

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Fonte: SEFAZ/ES

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As tabelas 4 e 5 objetivam esclarecer a participao do VAF na composio do IPM para os municpios da amostragem de quatro regies do Esprito Santo, Regional Sul (Cachoeiro de Itapemirim), Regional Central (Vitria), Regional Noroeste (Colatina) e Regional Nordeste (Linhares), bem como a influncias de determinados setores econmicos na composio fi nal do IPM de cada municpio selecionado.Tabela 4 - Composio do VAF- total e sua participao no IPM para o ano de 2005

MUNICPIO Afonso Cludio Anchieta Apiac Aracruz Baixo Guand Cachoeiro de Itapemirim Cariacica Castelo Colatina Conceio do Castelo Governador Lindenberg Guarapari Itapemirim Jaguar Jernimo Monteiro Joo Neiva Linhares Montanha Nova Vencia Ponto Belo Santa Maria de Jetib So Mateus Serra Venda Nova do Imigrante Viana Vila Velha Vitria

IPM 0,636 2,284 0,243 7,951 1,182 3,508 3,323 0,998 2,018 0,533 0,526 0,7 1,029 1,474 0,206 0,507 3,68 0,518 1,068 0,237 1,131 1,902 13,72 0,768 1,183 5,781 21,643

VAF - 75% % VAF/IPM 0,11 2,03 0,03 7,44 0,89 3,21 3,20 0,42 1,40 0,18 0,20 0,51 0,83 1,01 0,04 0,26 2,54 0,15 0,42 0,06 0,41 1,04 13,60 0,32 1,04 5,73 21,63 17,10 89,02 10,49 93,55 75,38 91,38 96,31 42,38 69,43 33,63 37,79 72,75 80,61 68,49 20,75 50,89 68,93 28,09 39,75 25,00 35,94 54,93 99,13 41,11 87,62 99,16 99,94

Fonte: SEFAZ/ES

Observa-se na tabela 4 que existe uma diferena muito acentuada entre os Municpios com VAF-75% contribuindo substancialmente no IPM final e os Municpios que dependem essencialmente da Legislao Estadual, pois, seus VAFs em relao aos de maior movimentao no representam expressividade no IPM.

47

Os Municpios de Apiac e Afonso Cludio, tm respectivamente, 10,49% e 17,10% em VAF na composio do IPM, enquanto que os Municpios de Vila Velha, Vitria e Aracruz, possuem 99,16%, 99,94% e 93,55%, respectivamente, de

representatividade do VAF no IPM final.

O Municpio de Aracruz com caractersticas iniciais de agropecuria, um caso parte, que trataremos oportunamente.Tabela 5 - Participao do VAF em economias com base na AgropecuriaMUNICPIOAfonso Cludio Apiac Castelo Conceio do Castelo Governador Lindenberg Jernimo Monteiro Joo Neiva Montanha Nova Vencia Ponto Belo Santa Maria de Jetib Venda Nova do Imigrante

IPM0,636 0,243 0,998 0,533 0,526 0,206 0,507 0,518 1,068 0,237 1,131 0,768

VAF - RURAL VAF - TOTAL0,06333 0,01598 0,19746 0,16964 0,16384 0,02882 0,01615 0,11883 0,11134 0,04375 0,29431 0,23675 0,10875 0,02550 0,42300 0,17925 0,19875 0,04275 0,25800 0,14550 0,42450 0,05925 0,40650 0,31575

% VAF RURAL/ VAF- TOTAL58,23 62,67 46,68 94,64 82,44 67,42 6,26 81,67 26,23 73,84 72,40 74,98

%VAFRURAL/IPM9,96 6,58 19,79 31,83 31,15 13,99 3,19 22,94 10,43 18,46 26,02 30,83

Fonte: SEFAZ/ES

No experimento efetuado na amostragem da tabela 5, verifica-se a forte influncia do VAF Agropecurio (Produo Agrcola e Hortigranjeira) na composio do VAF Total, com mdia superior a 50%, e s no maior devido a alguns municpios que possuem uma ou duas empresas de grande porte, que elevam o VAF Indstria e Comrcio, como o caso do municpio de Joo Neiva.

Ao realizarmos o experimento comparando a participao do VAF-Agropecurio no IPM, verificamos que a influncia muito pequena em relao aos demais indicadores, evidenciando a dependncia dos municpios do interior, com raras excees, da Legislao Estadual (25%). A vulnerabilidade desses Municpios evidente toda vez que grandes empreendimentos chegam aos municpios grandes e/ou em alguns do interior, tais como: Aracruz, Anchieta, Jaguar e recentemente Itapemirim, sendo que deste assunto trataremos a seguir.

48

Verifica-se na tabela 6 que a participao de apenas uma empresa do ramo de petrleo no VAF do municpio de Itapemirim, influencia em at 75% do VAF total e ultrapassa a casa dos 60% na participao do IPM. Cabe-nos a observao de que em havendo o aumento da extrao petrolfera, e isto est estimado positivamente, a tendncia que o IPM de Itapemirim aumente substancialmente nos prximos anos em detrimento de outros municpios com maiores demandas sociais, como j citamos: Cariacica, Vila Velha Cachoeiro de Itapemirim, Guarapari, dentre outros.Tabela 6 - Participao do VAF em economias com base na Agropecuria e extrao de Petrleo (ano base: 2003)

MUNICPIO Itapemirim Jaguar Linhares So MateusFonte: SEFAZ/ES

VAFPetrleo 1,25567 1,03155 0,88531 0,28620

VAF-Total 1,67400 1,29300 3,33200 1,46100

% VAFPetrleo/VAF-Total 75,01 79,78 26,57 19,59

Na Tabela 7 verifica-se que, mesmo o municpio sendo do interior, com economia predominante agropecuria, o valor adicionado desse setor representa pouco em relao ao VAF total, isto deve-se ao fato, a exemplo de Anchieta, apenas uma empresa do setor de minerao ser responsvel por 86,04 % do VAF - total em 2003. O mesmo ocorre com o municpio de Aracruz, onde apenas uma empresa do setor de celulose responsvel por 87, 48% do VAF-total do mesmo ano.

Parece-nos ento, at aqui, que a concentrao na distribuio dos 25% do ICMS aos municpios Espirito Santenses, mencionada por Garcia14, est evidenciada nos experimentos efetuados, at mesmo em alguns municpios considerados do interior do Estado.

14

GARCIA, F.J.T. A distribuio de ICMS aos municpios do Esprito Santo: concentrao ou desconcentrao?.2002. 221 f. Dissertao (Mestrado em Polticas e Estratgias) Escola Brasileira de Administrao Pblica, Fundao Getlio Vargas, Rio de Janeiro, 2002.

49

Tabela 7 - Participao do VAF em economias com base na Agropecuria e uma empresa de grande porte (ano base: 2003)MUNICPIOAnchieta Aracruz Baixo Guand Joo Neiva

VAF-Empresa VAF-Total x2,56313 9,61405 0,82532 0,18192 2,97900 10,99000 1,14200 0,31900

%VAF-empresa x / VAF-Total86,04 87,48 72,27 57,03

Fonte: SEFAZ/ES

Ao verificarmos o quanto cada municpio recebeu no ano de 2003 de transferncias oriundas dos 25% do ICMS, pertencentes a eles, deparamos com uma triste realidade, ou seja, verificamos que o ICMS est sendo distribudo com alto ndice de concentrao para os municpios de maior movimentao econmica em detrimento das demandas sociais, como o caso de Cariacica, que para cada habitante, recebeu em 2003 apenas R$ 70,67.

O municpio de Anchieta, que j foi citado anteriormente, possui a maior renda de distribuio de ICMS per capta do Estado, que para cada habitante recebeu em 2003 R$ 784,72, ficando na frente dos municpios de Aracruz e Vitria, evidenciando assim, um distrbio que o atual sistema oferece.

Um exemplo muito importante neste contexto o municpio de Itapemirim que em 2003 recebeu R$ 127,44 por cada habitante, porm, aps ser agraciado com a descoberta do petrleo, seu IPM passa de 0,516 em 2003 para 1,029 em 2005, isto eleva para o dobro a renda per capta de distribuio do ICMS em apenas 02 (dois) anos, deixando a 73 posio e passando a fazer parte entre o grupo seleto dos 15(quinze) primeiros com melhor performance de ICMS por habitante.

Cabe-nos ainda ressaltar os problemas polticos que os municpios emergentes vm enfrentando. Jaguar ainda no diplomou o prefeito eleito e Itapemirim j conta com 04 (quatro) afastamentos do atual prefeito, ocasionados por denncia de mal utilizao do dinheiro pblico.

50

Tabela 8 - Transferncias/ICMS per capta 2003MUNICPIO ANCHIETA ARACRUZ VITRIA JAGUAR MARECHAL FLORIANO BAIXO GUANDU MUCURICI ATLIO VIVACQUA GUIA BRANCA VILA VALRIO MARILNDIA SANTA LEOPOLDINA RIO BANANAL VENDA NOVA IMIGRANTE BREJETUBA SANTA MARIA JETIB SERRA CONCEIO CASTELO GOV. LINDENBERG BOA ESPERANA SO DOMINGOS NORTE SO JOSE CALADO DIVINO SO LOURENO JOO NEIVA IRUPI VILA PAVO MONTANHA ECOPORANGA LARANJA DA TERRA LINHARES DOMINGOS MARTINS APIAC VARGEM ALTA SANTA TEREZA MANTENPOLIS IBITIRAMA PONTO BELO CONCEIO DA BARRA ALTO RIO NOVO PRESIDENTE KENNEDY SO ROQUE CANA DORES DO RIO PRETO PANCAS MIMOSO DO SUL AGUA DOCE DO NORTE SO MATEUS IBATIBA NOVA VENCIA MUNIZ FREIRE ITARANA ALFREDO CHAVES ICONHA CASTELO PINHEIROS SOORETAMA BOM JESUS DO NORTE FUNDO POPULAO 2003 20.483 68.397 302.633 20.306 13.009 28.034 6.052 8.839 9.531 14.087 10.207 12.876 16.600 17.437 12.242 30.470 351.686 11.026 9.617 13.918 7.871 10.565 5.041 15.864 10.606 8.396 16.995 23.839 11.026 116.945 31.940 7.806 18.699 20.861 11.667 9.690 6.367 27.792 6.803 9.593 10.667 6.472 20.217 26.864 12.766 95.668 20.335 44.195 19.545 11.743 13.915 11.884 33.714 21.324 19.527 9.615 13.873 TRANSFERNCIA 2003 16.073.468,45 53.610.003,99 165.779.643,72 8.352.044,35 5.176.947,41 9.561.954,07 2.060.513,07 2.617.804,87 2.676.467,21 3.915.708,09 2.808.457,31 3.534.822,12 4.516.996,69 4.692.983,47 3.292.421,26 8.069.541,99 92.717.010,73 2.867.119,65 2.346.494,05 3.329.085,18 1.880.504,17 2.516.677,81 1.195.244,28 3.739.721,24 2.493.147,53 1.943.188,47 3.908.375,32 5.470.258,94 2.485.814,69 26.361.368,66 7.193.463,89 1.752.536,03 4.150.357,29 4.625.989,69 2.581.140,94 2.097.177,04 1.371.231,18 5.880.894,94 1.437.226,17 1.979.852,46 2.196.250,11 1.290.570,48 3.893.709,87 5.147.616,40 2.441.818,02 18.294.482,75 3.871.711,44 8.315.380,08 3.644.395,10 2.163.172,03 2.551.809,80 2.177.837,67 6.144.875,34 3.857.045,95 3.516.003,07 1.708.539,31 2.441.818,03 ICMS PER CAPTA 784,72 783,81 547,79 411,31 397,95 341,08 340,47 296,17 280,82 277,97 275,15 274,53 272,11 269,14 268,94 264,84 263,64 260,03 243,99 239,19 238,92 238,21 237,10 235,74 235,07 231,44 229,97 229,47 225,45 225,42 225,22 224,51 221,96 221,75 221,23 216,43 215,37 211,60 211,26 206,39 205,89 199,41 192,60 191,62 191,28 191,23 190,40 188,15 186,46 184,21 183,39 183,26 182,26 180,88 180,06 177,70 176,01

Continua

51

MUNICPIO ITAGUAU MUQUI IBIRAU COLATINA SO GABRIEL PALHA IUNA AFONSO CLUDIO RIO NOVO DO SUL CACHOEIRO ITAPEMIRIM PEDRO CANRIO BARRA S. FRANCISCO ALEGRE GUAU VILA VELHA JERNIMO MONTEIRO ITAPEMIRIM VIANA PIUMA CARIACICA MARATAZES GUARAPARI

POPULAO 2003 14.834 13.686 10.370 106.902 27.417 27.079 32.884 11.661 184.578 22.150 38.170 32.112 26.579 370.727 10.587 30.050 56.405 16.699 339.612 33.058 96.619

TRANSFERNCIA 2003 2.515.145,88 2.317.160,69 1.745.203,29 17.694.014,95 4.523.475,65 4.465.667,26 5.272.273,68 1.767.201,57 27.336.629,01 3.131.099,90 5.330.935,97 4.355.675,26 3.439.077,08 47.597.119,75 1.349.232,75 3.783.717,92 6.694.834,33 1.796.532,83 24.000.211,22 2.302.495,13 5.140.283,49

ICMS PER CAPTA 169,55 169,31 168,29 165,52 164,99 164,91 160,33 151,55 148,10 141,36 139,66 135,64 129,39 128,39 127,44 125,91 118,69 107,58 70,67 69,65 53,20

Fonte: SEFAZ/ES IBGE

52

9 CRITRIOS DE RATEIO DOS MUNICPIOS NO ICMS DE OUTROS ESTADOS.

O crescimento das arrecadaes municipais no Brasil, deve-se principalmente com a promulgao da Constituio de 1988.

Desde 1985, quando a Taxa Rodoviria nica (TRU) foi eliminada e criado o Imposto Sobre a Propriedade de Veculos Automotores (IPVA), j acenava-se para possveis transformaes no mbito de melhor distribuio dos impostos para os municpios brasileiros, o que se concretizou em 1988.

H de se esclarecer que os problemas financeiros dos municpios no foram solucionados, porm, amenizados e com algumas distores regionais, pois, o que bom para o municpio de So Paulo - SP, necessariamente no deve ser bom para o municpio de Mucurici ES.

Nesta tica pesquisamos os critrios de repasse dos 25% pertencentes aos municpios de algumas Unidades da Federao, utilizando o critrio das regies geogrficas: Norte, Sul, Nordeste e Sudeste; Nesta ltima onde o Estado do Esprito Santo est includo, exploramos mais Estados, com objetivo de estabelecer comparaes concretas. Conforme menciona Cavalcanti, Prado e Quadros 15,A cota parte do ICM, na sua origem, nunca envolveu qualquer conotao redistributiva. Sendo parametrizada pela prpria arrecadao realizada pelo governo estadual no espao municipal, representava efetivamente uma mera devoluo de recurso, segundo a qual o governo estadual assumia a responsabilidade de arrecadao do IVA que poderia ser arrecadado pelas prefeituras. A partir de 1980 introduz-se um componente de natureza redistributiva ao restringir a 75% da cota parte(portanto, 18,75% da arrecadao estadual) a parcela entregue sob aquele critrio, passando os restantes 25% a serem objeto de livre disposio por lei estadual (6,25%) da arrecadao estadual).

15

CAVALCANTI, C.E.G; PRADO, S.R.R; QUADROS, W.L. Anlise do Sistema de Partilha de Recursos em um Estado Federativo. Curso de Relaes Fiscais Intergovernamentais. Braslia, 1999, p.24

53

Garcia16 afirma em sua dissertao que,A Lei Complementar 63/90, ao regulamentar o artigo 158 da Constituio Federal, proporcionou aos entes federados estaduais exercerem competncia sobre do total a ser distribudo. Os restantes , continuariam sob a forma determinada pelo Decreto Lei 1.216, calculandose o Valor Adicionado em cada municpio e sua relao com o Valor Adicionado em todo o estado. Esta situao gerou enorme quantidade de modelos de distribuio de ICMS ao longo dos anos. Esses modelos experimentaram diversas composies de indicadores socio-econmicos, histrico-culturais e ambientais, sendo a grande vedete dos modelos mais recentes, o chamado ICMS ecolgico soluo que vem sendo adotada por alguns estados brasileiros representando uma compensao fiscal para os municpios com reas protegidas ou mananciais de abastecimento dgua de grandes cidades.

As situaes especficas de cada estado tm dado origem as mais diversas formas de rateio do ICMS entre os municpios no Brasil, Barros 17 apresenta em sua monografia um resumo da forma de distribuio do ICMS em todos os estados, e Garcia18 acrescenta em sua dissertao os parmetros da legislao do Esprito Santo, a Tabela 9, representam os levantamentos efetuados por Barros e Garcia, com as atualizaes das legislaes dos Estados do Acre, Roraima e Rio Grande do Sul.

16

GARCIA, F.J.T.A distribuio de ICMS aos municpios do Esprito Santo: concentrao ou desconcentrao?.2002. 221 f. Dissertao (Mestrado em Polticas e Estratgias) Escola Brasileira de Administrao Pblica, Fundao Getlio Vargas, Rio de Janeiro, 2002. 17 BARROS, 2001. 18 GARCIA, 2002.

54

Tabela 9 - Critrios Estaduais de Rateio do ICMSCRITRIO ESPCIE OU NATUREZA Origem da Receita SETOR PARMETRO ndice de Valor Adicionado Populao ou eleitores Demanda Mais populosos Cota Fixa rea Geogrfica Compensao Diferena positiva ndice Inverso de Populao, rea e Valor Adicionado Proporo em relao ao conjunto dos Municpios Razo em relao receita de ICMS no mesmo Municpio rea cultivada Nmero de Agricultura Propriedades Valor da produo rea de Preservao(somente) rea inundada por hidreltricas rea de Preservao(rea e qualidade) Ambiente Mananciais(rea e qualidade) Tratamento do lixo, esgoto e fornecimento de gua Tratamento de lixo e esgoto Induo Setorial Educao Gasto setorial/receita corrente total Percentual de matrculas ndice Inverso de evaso escolar Gasto em Sade Equipes e populao atendida Sade Participao em Consrcio de sade Gesto Avanada de Sade ndice Inverso de mortalidade infantil Patrimnio Histrico e cultural Municpios mineradores Populao rural Colaborao mtua 100 100 100 100 0,5 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 2 1 1 1 3 0,5 0,5 0,5 3 0,5 0,5 7 6 5 2 1,73 2 SP 76 13 MG 79,7 2,7 2 5,5 1 8,18 7,7 5 7 15 2 2 15 5 7,5 7,5 7,5 15 5 25 20 12,5 10 25 RJ 75 6,94 ES 75 RS 75 7 SC 85 PR 75 AL 75 5 BA 75 10 CE 75 5 MA 75 5 PB 75 5 PE 75 PI 75 12,5 RN 80 10 SE 75 SUDESTE SUL NORDESTE

-

Induo Financeira

Receita Prpria

0,45 3,5 5 2 8

0,5

2,5

2,5

12,5

1

3 1 1 0,1 6

Cultura Indstria Outros SOMA

Fonte: BARROS, 2001. GARCIA, 2002.

55

CRITRIO NATUREZA Origem da Receita SETOR ESPCIE OU PARMETRO ndice de Valor Adicionado Populao ou eleitores Demanda Mais populosos Cota Fixa rea Geogrfica Compensao Diferena positiva ndice Inverso de Populao, rea e Valor Adicionado Proporo em relao ao conjunto dos Municpios Razo em relao receita de ICMS no mesmo Municpio rea cultivada Nmero de Agricultura Propriedades Valor da produo rea de Preservao(somente) rea inundada por hidreltricas rea de Preservao(rea e qualidade) Mananciais(rea e qualidade) Tratamento do lixo, esgoto e fornecimento de gua Tratamento de lixo e esgoto Induo Setorial Educao Gasto setorial/receita corrente total Percentual de matrculas ndice Inverso de evaso escolar Gasto em Sade Equipes e populao atendida Participao em Consrcio de sade Gesto Avanada de Sade ndice Inverso de mortalidade infantil Patrimnio Histrico e cultural Municpios mineradores Populao rural Colaborao mtua 100 100 15 3 AC 75 25 AM 75 7

NORTE AP 75 2,6 2,3 7 1,1 15 5 14 0,5 25 10 2,5 PA 75 5 RO 75 0,5 RR 75 TO 85 2,5

CENTRO-OESTE SOMA GO 90 MT 75 2 MS 75 5 1995,7 131,74 4,3 10 9 1 7 5 244,68 70,8 25 1,73 76,75 5,06 0,17 9,41 2,72 0,96 0,07 13,16 76,75 MDIA MDIA/GRUPO

5,23

-

2,6

6

3

18,6

0,72 O,73

Induo Financeira

Receita Prpria

0,45 1,4 10,4 20,5 5 5 5 11 10,5 0,5

0,01 0,4 0,79 0,42 0,4 0,02

1,4

5

9,4

0,36

Ambiente

2,5

0,1

2

2

0,08

0,5

0,02

12,5

0,48

4,13

2,6

4,6 1 4

0,18 0,04 0,15 0,14

2,6

3,6

Sade

1

0,04

3 1 1,4 2,4 0,1 6 0,5 100 100 100 100 100 100 100 100 2600,00

0,12 0,04 0,09 0,01 0,23 0,02 100 100

Cultura Indstria Outros SOMA

Fonte: BARROS, 2001. GARCIA, 2002.

56

Observa-se claramente nas tabelas acima que o estado do Esprito Santo, juntamente com a minoria dos estados brasileiros, no consideram os critrios populao e cota fixa, e que na maioria dos estados existe uma forte tendncia nesses dois critrios, objetivando atender as demandas da populao e compensar possveis perdas oriundas do critrio Valor Adicionado, respectivamente.

9.1 CONFRONTO DOS CRITRIOS DE RATEIO UTILIZADOS NO ESPRITO SANTO E EM OUTROS ESTADOS PESQUISADOS

9.1.1 Distribuio do ICMS do Estado do Rio de Janeiro

O Estado do Rio de Janeiro atravs da Lei 2.664, de 27 de Dezembro de 1996, estabeleceu os critrios para rateio dos 25% do ICMS destinado aos municpios, obedecendo o critrio constitucional de 75% para o Valor Adicionado e adequando os 25% restantes s suas especificidades local e de acordo com as regies dentro do prprio estado, o que gera indubitavelmente uma compensao na composio do IPM final. A tabela 10 mostra como o IPM do Estado do Rio de Janeiro formado com os pesos de cada critrio.Tabela 10- Os fatores que compem o IPM do Estado do Rio de Janeiro

Fator Valor Adicionado Populao Cota Fixa rea do Municpio ndice Inverso do Valor Adicionado Participao da Receita Prpria na Arrecadao TotalFonte: Dirio Oficial [do] Estado do Rio de Janeiro, 1996.

Peso % 75,0 6,94 8,18 7,7 1,73 0,45 100,0

Nota-se que o Estado do Rio de Janeiro, diversifica seus critrios para apurao do IPM, no que tange aos da legislao estadual, porm, centraliza na populao,

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rea geogrfica e cota fixa, esta ltima visa claramente corrigir os desnveis de regies menos favorecidas pelo incremento das movimentaes econmicas de grandes empresas, que geralmente produzem valores adicionados expressivos.

No caso, a legislao estadual exclui o municpio do Rio de Janeiro dos critrios, pois, tenta -se claramente fazer uma distribuio mais justa para os municpios de menor valor adicionado, vez que, a capital possui elevado valor adicionado, que tem peso de 75%(setenta e cinco por cento).

9.1.2 Distribuio do ICMS do Estado de So Paulo

No Estado de So Paulo o IP M, no que tange aos 25% da legislao estadual est normatizado atravs da Lei 8.510, de 29 de dezembro de 1993, que alterou a Lei 3.201 de 23.12.1981, onde demonstra-se uma forte tendncia em valorizar ainda mais o valor adicionado, pois, alm dos 75% de peso, na composio do IPM, previstos no art. 158 da Constituio Federal, o Estado acrescenta 1%, ou seja, 76% da composio atribudo ao valor adicionado.

O demonstrativo abaixo resume a composio do IPM do Estado de So Paulo.Tabela 11 - Os fatores que compem o IPM do Estado de So Paulo

Fator Valor Adicionado Populao Cota Fixa Proporo da arrecadao prpria em relao ao conjunto dos Municpios rea cultivada rea de Preservao(somente) rea Inundada por hidreltricas TotalFonte: Dirio Oficial [do] Estado de So Paulo, 1993.

Peso % 76,0 13,0 2,0 5,0 3,0 0,5 0,5 100,0

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O benefcio explcito na legislao paulista aos municpios de grande movimentao econmica, principalmente os da regio do ABC paulista, fica evidenciado na tabela acima, pois, melhora a situao dos municpios que tm alto valor agregado, tendo em vista a concentrao de empresas de grande porte instaladas.

Outro indicador 13% com base na populao do municpio em relao populao total do Estado, claramente continua a beneficiar os municpios de grande concentrao econmica, que exclusive raras excees, geralmente so tambm muito populosos.

Somando-se os indicadores de VA e populao, teremos 89% do IPM j comprometidos com apenas dois itens, restando apenas 11% para contemplar outros indicadores, que poderiam amenizar a situao dos municpios do interior, porm, mais 5% da composio utilizado em relao direta da arrecadao prpria do municpio e a arrecadao total de todos os municpios paulistas, mais uma vez a legislao contempla aqueles municpios maiores e com melhores condies quantitativas e qualitativas de cobrana dos principais tributos municipais, a saber: ISSQN Imposto Sobre Servios de Qualquer Natureza, ITBI Imposto de Transmisso de Bens Imveis (Inter Vivos) e IPTU Imposto Sobre a Propriedade Predial Territorial e urbana.

Dos 6% restantes a legislao paulista retira 50% e contempla a agricultura com apenas 3% do total da composio do IPM. Observe-se que vrios municpios do interior de So Paulo so grandes e figuram entre os maiores produtores brasileiros de caf, pssego, laranja