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Ediçao 220 - Dezembro 2011

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Page 1: Revista Estados & Municipios
Page 2: Revista Estados & Municipios

Saiba mais o que o GDF está fazendo para mudar nossas cidades: www.gdf.df.gov.br

O DF ESTÁ MUDANDO.PARA MELHOR.

O ano está acabando e as ações do GDF continuam a todo vapor.

A bicicleta ganha espaço no trânsito do DF. No Sudoeste, avançam as obras da nova ciclovia, para aliviar o trânsito local e oferecer mais uma opção de transporte para quem mora ou trabalha por lá. Em todo o DF, serão 270 quilômetros de novas pistas exclusivas para bicicletas.

ALTERNATivAS PARA UM TRANSPORTE SAUDÁvEL.

O SAMU do DF lançou as primeiras bikelâncias do país. Elas permitem o atendimento rápido de emergência em locais onde o acesso é restrito para veículos comuns, como no Parque da Cidade. O GDF planeja oferecer mais bikelâncias para serem usadas em outros locais em todas as cidades do DF.

A SAUDE TAMBEM vAi DE BiCiCLETA.

´ ´

A Ouvidoria-geral do Distrito Federal lançou o número

0800 644 9060, que servirá como canal de denúncias

específico para receber e dar encaminhamento a denúncias

sobre irregularidades em licitações e contratos.

CANAL DE DENUNCiAS SOBRE LiCiTACOES E

CONTRATOS.

´˜

An PorUmNovoDF_430x290veic16dezF.indd 1 16.12.11 18:22:59

Page 3: Revista Estados & Municipios

Saiba mais o que o GDF está fazendo para mudar nossas cidades: www.gdf.df.gov.br

O DF ESTÁ MUDANDO.PARA MELHOR.

O ano está acabando e as ações do GDF continuam a todo vapor.

A bicicleta ganha espaço no trânsito do DF. No Sudoeste, avançam as obras da nova ciclovia, para aliviar o trânsito local e oferecer mais uma opção de transporte para quem mora ou trabalha por lá. Em todo o DF, serão 270 quilômetros de novas pistas exclusivas para bicicletas.

ALTERNATivAS PARA UM TRANSPORTE SAUDÁvEL.

O SAMU do DF lançou as primeiras bikelâncias do país. Elas permitem o atendimento rápido de emergência em locais onde o acesso é restrito para veículos comuns, como no Parque da Cidade. O GDF planeja oferecer mais bikelâncias para serem usadas em outros locais em todas as cidades do DF.

A SAUDE TAMBEM vAi DE BiCiCLETA.

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A Ouvidoria-geral do Distrito Federal lançou o número

0800 644 9060, que servirá como canal de denúncias

específico para receber e dar encaminhamento a denúncias

sobre irregularidades em licitações e contratos.

CANAL DE DENUNCiAS SOBRE LiCiTACOES E

CONTRATOS.

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Page 4: Revista Estados & Municipios

EditorialEditorial

Pesquisa divulgada pelo IBGE comprovou que as distorções econômicas e sociais entre as cidades e regiões brasileiras são tão gritantes que, na pratica, o país abriga vários “Brasis” dentro do território nacional. Os números são impressionantes e mostram como a distribuição de renda no Brasil ainda é um sonho bem distante.

Em 2009, a renda gerada por apenas cinco municípios correspondeu a 25% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Somente a renda de São Paulo (12% do PIB nacional) equivale a quase o PIB gerado por toda a região Nordeste (13,5%). Cerca de metade do PIB nacional está concentrado em 51 municípios brasileiros.

Segundo o IBGE, isso mostra a grande concentração da geração de renda no país, onde poucos municípios geram muita riqueza.

Outra pesquisa, realizada pela CNI / Ibope, mostrou que o índice de aprovação da presidenta Dilma Rousseff em seu primeiro ano de governo superou os registrados por seus antecessores, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.

Grande parte desse sucesso popular está diretamente relacionado à postura de “tolerância zero” em corrupção adotada pela Presidenta da República, que já afastou 6 ministros acusados de desvios éticos. Com a popularidade em alta, Dilma aposta que em 2012 a economia brasileira crescerá 5% e com inflação rigorosamente controlada.

O Editor

Brasil em números Editor GeralGuilherme Gomes - SJP-DF 1457

FinanceiroAntônio Carlos de Oliveira Gomes

JurídicoEdson Pereira Neves

Diretora ComercialCarla Alessandra dos Santos Ferreira

ColaboradoresGerson Gonçalves de Matos / Mauricio Cardoso

Rangel Cavalcante / Renato Riella / Tayana Duarte

DiagramaçãoAndré Augusto de Oliveira Dias

SecretáriaLeidimar Lima

Agências de NotíciasBrasil, Senado, Câmara, Petrobras

REPRESENTANTES COMERCIAIS

Região NorteMeio & Mídia Comunicação Ltda

e-mail: [email protected]@meioemidia.com / (11) 3964-0963

Rio de Janeiro - Cortez, Consultoria, Assessoria e Representaçõ[email protected]

Tel.: (21) 2487-4128 / 8197-6313 / 9478-9991

Bahia - ComtecnoJoão Carlos M. Passos

[email protected].: (71) 8124-8773 / 9329-0220

Minas Gerais - Rodrigo AmaralTel.: (31) 8841-1515

Nacional e InternacionalBento Neto Corrêa Lima / [email protected]

São Paulo - Eduardo [email protected]

Tel.: (16) 7814-8246 / ID 14*558654

Foto de Capa Roberto Stuckert Filho

Tiragem36 mil exemplares

Endereço ComercialSRTVS - Q. 701 - Bl. O - Ed. Centro

MultiEmpresarial - Sala 457 - CEP:70340-000 Brasília/DF - PABX: (61) 3034-8677

[email protected]

[email protected]

As colunas e matérias assinadas não serão remuneradas

e o texto é de livre responsabilidade de seus autores

Expediente

Page 5: Revista Estados & Municipios

Governo quer alavancar crescimento econômico ................ 53Tocantins terá microcrédito federal ..................................... 54Redução do ICMS contra a guerra fiscal ............................. 55

56 | ENERGIAUsina de Belo Monte é irreversível ..................................... 56

60 | HABITAÇÃOPorto velho tem novo perfil habitacional ............................ 60

61 | TRANSPORTEFrota transporta portadores de necessidades especiais ........ 61

62 | INFRAESTRUTURAGoiás bate meta de R$ 10 bilhões em investimentos .......... 62Caruaru (PE) recebe duas novas fábricas ............................ 63

64 | EDUCAÇÃOGastos de prefeituras por alunos é desigual ........................ 64Legislativo quer mais recursos para o Fundeb .................... 65Pará utilizará celular no ensino público .............................. 66

67 | MEIO AMBIENTEMinistério da Pesca combate pesca predatória no Rio ........ 67

68 | AGRICULTURAProdutos orgânicos fazem sucesso em Petrolina (PE) ........ 68Governo capixaba investe na agricultura familiar ............... 70

76 | ESPECIALPetrobras busca aprimoramento no campo de Urucu .......... 76

77 | TURISMOJoão Pessoa aguarda os turistas na temporada de verão ...... 77Fortaleza se prepara para a Copa do Mundo de 2014 ......... 78

82 | ARTIGODê o primeiro passo - Erica de Souza Bueno ..................... 82

Estados & Municípios - Dezembro 2011

06 CAPA COLUNISTAS Pesquisa realizada pela CNI / Ibope mostra que pela primeira vez no Brasil um Presidente da República teve índice recorde de avaliação positiva em seu primeiro ano de governo. Dilma Rousseff obteve 56% de aprovação, contra 41% de Lula e 43% de Fernando Henrique Cardoso. A pesquisa também aponta que 72% dos intrevistados aprovam a forma de governar da presidenta

Edição 220 Dezembro de 2011

www.estadosemunicipios.com.br

10 | POLÍTICAAécio Neves aposta na gestão pública e meritocracia ......... 10Chalita descarta ministério e mira prefeitura paulista ......... 12Deputado de Brasília é cassado por abuso econômico ........ 13

14 | NACIONALPesquisa mostra vários Brasis dentro do Brasil .................... 14Entrevista com a prefeita Rilza Valentim ........................... 17Tratamento do lixo exige soluções diferenciadas ................ 20

24 | MUNICÍPIOSRio do Fogo (RN): um bom lugar para se viver .................. 24Projeto Hortas de Maringá ganha prêmio de tecnologia ..... 26Caratinga (MG) é premiada pelo Banco do Brasil .............. 28O exemplo da agroindústria de Gaúcha do Norte (MT) ...... 30A volta do Moradia Legal em Alagoas ................................ 31Carnaubais (RN) aposta na gestão pública ......................... 32Barueri (SP) é destaque nacional de desenvolvimento ....... 33Orçamento jovem participativo em Rio das Ostras ............. 34

36 | SOCIALTrabalho infantil diminuiu. Trabalho escravo não .................. 36Governo amplia ações sociais nos municípios .................... 37

38 | SAÚDEPrefeituras cumprirão metas na saúde pública .................... 38Programa estimula diversificação na cultura do tabaco ...... 40

44 | TRANSPARÊNCIAJovens são premiados pelo combate à corrupção ................. 44Aperfeiçoando os mecanismos de controle .......................... 46

47 | TECNOLOGIAMCT vai financiar segurança na producão do pré-sal ........... 47

48 | ECONOMIAMineração brasileira está saindo da crise ............................ 48Parauapebas(PA) aplica bem os royalties do petróleo ......... 51Royalties reforçam arrecadação de Catalão (GO) .............. 52

22 | DIRETO DE BRASÍLIA Renato Riella Impunidade no STF

58 | MÍDIA Pedro Abelha Banda Larga 4G

72 | CASOS & CAUSOS Rangel Cavalcante Censor censurado

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O que parecia praticamente impossível, aconteceu. O ín-dice de aprovação do primei-

ro ano de governo da presidenta Dilma Rousseff ultrapassou os registrados pe-los ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva. Foi a primeira vez no Brasil que um presi-dente foi tão bem avaliado em seu pri-meiro ano de governo.

A avaliação de “ótimo ou bom” da presidenta é a melhor da série his-tórica de pesquisa realizada pela CNI/

Ibope: Dilma encerra seu primeiro ano de mandato com 56% de aprovação, contra 41% de Lula e 43% de Fernando Henrique. No começo do primeiro ano de mandato, avaliado em março, Dilma também tinha 56%, contra 51% de Lula e 41% de Fernando Henrique.

A pesquisa da CNI também cons-tatou que o percentual de aprovação da maneira de governar da presidenta Dil-ma Rousseff neste primeiro ano à fren-te do comando do país é melhor que o registrado por seus antecessores. Em dezembro, 72% dos entrevistados apro-vam a forma de governar de Dilma. É o maior percentual, se comparado ao dos

dois mandatos de Lula (66% e 65%, res-pectivamente) e de FHC (57% e 26%, respectivamente).

Apenas a confiança dos entrevis-tados no presidente Lula ao longo de dezembro do primeiro mandato (69%) foi maior que a na presidenta Dilma (68%). No segundo mandato, Lula viu essa confiança cair 9 pontos percentuais (60%). FHC detinha, em dezembro do primeiro mandato, a confiança de 58% dos eleitores entrevistados, e de 27% em dezembro do primeiro ano do se-gundo mandato.

Em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, que acabou se transformando em entrevista coletiva, a presidenta fez um balanço de seu primei-ro ano de governo. Na pauta, reforma mi-nisterial, desempenho econômico, sua re-lação com a oposição, programas sociais e governabilidade, entre outros temas.

Dilma Roussef mostra sua forçaMauricio CardosoCapa

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Tolerância zero

Grande parte desse sucesso po-pular está diretamente relacionado à postura de “tolerância zero” com a corrupção imposta pela presidenta da República. Ao fazer um balanço do seu primeiro ano no comando do país, Dil-ma Rousseff reiterou que não pactua com qualquer prática inadequada de corrupção. “Não tenho nenhum com-promisso com qualquer prática inade-quada de corrupção dentro do governo. É nenhum, é zero. Tolerância zero”.

A presidenta lamentou os mo-mentos de dificuldade que culmina-ram com a saída de alguns ministros, mas negou que as sucessivas quedas re-presentem desgaste à imagem do gover-no. “Foi um momento não de desgaste, mas de dificuldade. É do ofício da Pre-sidência ter que tomar medidas como essas. Lamento, alguns ministros que saíram, são pessoas que eu considero competentes”

Sobre a avalanche de denúncias envolvendo outros integrantes de seu governo, Dilma afirmou que nenhuma pressão do mundo será capaz de fazer com que ela saia apedrejando as pes-

soas sem a garantia do direito à defesa. “Não se pode criar uma “caça às bruxas”. “Já se viu isso em outros países. Nunca dá certo”, enfatizou a presidenta.

Controle

Apesar do compromisso de en-frentar a corrupção, Dilma admitiu que é impossível garantir que novos desvios não ocorrerão “É algo que eu tenho só um controle relativo.” Ela classificou as denúncias de corrupção como “grandes desafios” para o governo, mas enfatizou que esses problemas políticos foram es-pecíficos nas áreas e não contaminaram sua gestão como um todo.

Desde o início do governo, seis ministros perderam seus cargos após denúncias de corrupção: Antonio Pa-locci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Pedro Novais (Turismo), Wagner Rossi (Agricultura), Orlando Sil-va (Esportes) e Carlos Lupi (Trabalho). Nelson Jobim (Defesa) saiu do ministério após declarações polêmicas.

Desempenho econômico

Dilma Rousseff aposta que a eco-nomia brasileira crescerá 5% em 2012 e com inflação controlada. A razão de tanto otimismo tem uma explicação: “Meu governo teve o cuidado de tomar medidas de precaução diante de uma conjuntura de crise que não estava mui-to claro como seria”, ressaltou.

Segundo a presidenta, seu otimis-mo está calçado no volume e na capaci-dade de manobra dos recursos públicos que o país dispõe para o enfrentamento da crise. Para ela, a economia brasileira desperta confiança no restante do mun-do, porque o país aprendeu muito com a crise de 2009 e fez uma antecipação cautelosa em relação à crise econômica dos países europeus.

Ela reiterou que as reservas de recursos do governo dão condições de afirmar que, apesar da crise, o país tem melhores condições de superar os pro-blemas internos na economia. “As ações que tivemos do ponto de vista fiscal é

Dilma encerra seu primeiro ano de mandato com

56% de aprovação, contra 41%

de Lula e 43% de Fernando

Henrique

Capa

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8 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

que nos dão hoje um bom fôlego, uma grande capacidade de manobra”, disse a presidenta referindo-se às reservas in-ternacionais e ao resultado dos depósi-tos compulsórios dos bancos, que hoje chegam a R$ 450 bilhões, em poder do Banco Central

“Temos recursos próprios para enfrentar esse problema. Em outros pa-íses, quando a coisa aperta, tem que se recorrer ao Orçamento. Nós temos re-servas, temos o compulsório e também temos margem de manobra na política monetária”, garantiu a presidenta.

Dilma Rousseff também reafir-mou que o Brasil reforçará sua política industrial. “Não somos mais daquela época em que era vergonha ter política industrial”, disse, acrescentando que o governo fez revisões nos investimentos públicos para melhorar seus resultados.

O mercado financeiro e o próprio Banco Central não estão tão confian-tes assim. O BC estima que economia brasileira deve crescer 3,40% em 2012. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade de representação do empresariado, estima que o crescimen-to do PIB em 2012 será de 3%.

Oposição

Cumprindo o que prometera em seu discurso de posse, a presidenta Dilma Rousseff reiterou que mantém uma “rela-ção civilizada” com a oposição e que teve “muito prazer” em conversar com Fer-nando Henrique Cardoso e de manter uma boa relação com os governadores.

“Acredito que é preciso estender a mão civilizadamente para a oposição. Acredito muito na relação civilizada. Não precisa ter a mesma posição, mas capacidade de entender. E se pode ter outras posições. E sempre me dispus a ter. E considero também muito boa a relação com os governadores dos parti-dos de oposição”.

Ela reconheceu o importante papel exercido pela oposição, mas res-saltou que quando se perde o com-promisso do bem comum ela pode comprometer a própria democracia. “É preciso lembrar que, em todas as cir-cunstâncias, o que está em jogo é o in-teresse do país”, destacou a presidenta.

Reforma ministerial

A presidente negou que este-ja articulando uma ampla reforma ministerial para o início do próximo ano, inclusive com a redução no nú-mero de ministérios. Ela garantiu que as notícias de fusão e mudanças nos ministérios só existem nos jornais. “Não haverá redução de ministérios, não é isso que faz a diferença no go-verno”, já que cada pasta tem um tipo de responsabilidade na estrutura go-vernamental, afirmou.

Em relação a possíveis mudanças nos ministérios, a presidenta também disse que não aceita ingerência de qual-quer partido político na governança in-terna. “Vou, cada vez mais, exigir que os critérios de governança interna sejam cada vez mais internos, que nenhum partido político interfira nesses crité-rios”, disse a presidenta.

Geraldo Alckmin (PSDB)

Teotônio Vilela (PSDB)

Antônio Anastasia (PSDB)

Rosalba Ciarlini (DEM)

Capa

Dilma citou sua relação “aproximada” com governadores tucanos, como os de São Paulo,

Geraldo Alckmin , de Minas Gerais, Antônio Anastasia, e de Alagoas, Teotônio Vilela, além da governadora do Rio Grande

do Norte, Rosalba Ciarlini, do DEM. “Relação civilizada significa conversa, que é uma

das atividades intrínsecas do ser humano”, ressaltou a presidenta.

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 9

Ela reconhece a importância dos partidos que integram a base aliada nas indicações de cargos, mas ressaltou que, depois de nomeados, os indicados pres-tam contas exclusivamente ao governo e a mais ninguém. “Uma coisa é a go-vernabilidade, que é importante. Mas a partir do momento em que foi nomea-do, ele presta contas ao governo, ele não presta contas a mais ninguém”.

Funcionalismo

Para manter o quadro de otimismo, Dilma reiterou que os aumentos salariais reivindicados por diversas categorias funcionais dificilmente serão concedidos em 2012, pois isso não se coaduna com o momento de crise mundial e fragilizaria o equílibrio econômico do governo “O Bra-sil se fragilizaria se começássemos a gastar sem controle”, afirmou.

Ela acrescentou que só haverá aumento salarial para o funcionalis-mo público se o Congresso Nacional apresentar e aprovar um projeto sobre o tema até agosto. “Caso contrário, au-mento só em 2013”.

Mesmo reconhecendo a indepen-dência dos demais poderes e o direito do trabalhador de reivindicar aumento salarial, ela reiterou que o momento não é propício para conceder aumento salarial para qualquer categoria. “Isso vale para todo mundo, eu não acho nin-guém melhor do que ninguém.”

Desafio

Para Dilma Rousseff, um dos grandes desafios do governo é conse-guir profissionalizar o atendimento pú-blico. “Temos que fazer o processo de profissionalização do Estado brasileiro. Falo em modificação do funcionário do governo. Não é só a valorização do funcionário, mas também com exigên-cia de eficiência. Preciso, como governo

federal, de um Estado que seja ágil. Esse é o grande desafio”, disse a presidenta.

Ela ressaltou que nenhum país do mundo conseguiu fazer uma reforma de base sem que esse processo de profis-sionalização fosse observado. “Temos que dar ênfase à formação”.

Dilma citou áreas do governo que já conseguiram um grau de profissiona-lização maior na prestação de serviços, como o Itamaraty, a Receita Federal, a Marinha, o Exército e a Aeronáutica.

Política externa

A aproximação cada vez maior com países da América Latina e da Áfri-ca será a tônica da política externa do governo para o próximo ano. De acordo com a presidente, a valorização da rela-ção com os países latino-americanos e o Caribe deve ser vista como estratégica, principalmente pela importância eco-nômica da região.

O governo também pretende in-tensificar as relações com os países do Norte da África. “Devemos fortalecer cada vez mais a relação com a África. Neste ano, só pude ir à África Subsaaria-na, mas acho importante a África do Nor-te e estarei lá ano que vem”, disse Dilma.

Dilma destacou, ainda, a impor-tância da relação com a União Europeia, principalmente com os países abalados pela crise econômica internacional e que passam por sérios problemas fis-cais. “Tivemos sempre uma posição de solidariedade. Não tivemos nenhum mo-mento de soberba, pois sabemos o que é um ajuste fiscal sem luz no fim do túnel”.

Brasil Sem Miséria

A pesquisa também registrou ava-liação positiva em várias áreas sociais, com destaque para o combate à pobreza, que alcançou um índice de aprovação de 56%. E a voz do povo tem mesmo razão.

Em seu primeiro balanço sobre o programa Brasil Sem Miséria, o gover-no federal informou ter localizado 407 mil famílias em estado de extrema po-breza e que não conseguem ser atingi-das atualmente pelos programas sociais.

De acordo com a ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), o programa ultra-passou a meta para 2011, que era lo-calizar 320 mil. “Essas 407 mil famílias não são mais estatísticas. Nós sabemos onde moram, as condições familiares, se têm esgoto, condições que habitam, quantos filhos”, salientou

A meta do governo é localizar 800 mil famílias nessa situação até 2013. Desse total, o balanço do programa aponta que 325 mil já estão recebendo os benefícios do Bolsa Família. O balan-ço também apontou a inclusão de 1,3 mi-lhão de crianças e adolescentes entre os beneficiários. A presidenta Dilma Rous-seff ressaltou que alguns estados estão integrando seus programas de transfe-rência ao Bolsa Família. Nove estados já fecharam essa parceria e por isso 3,5 milhões de beneficiários vão receber uma complementação aos valores pa-gos pelo Bolsa Família.

Capa

Page 10: Revista Estados & Municipios

10 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Uma das principais lideran-ças do PSDB no cenário nacional, o senador e ex-

governador de Minas Gerais, Aécio Neves, assumiu seu quinto mandato parlamentar (foi deputado federal por quatro legislaturas 1986/2002) com a determinação de ajudar o partido a montar uma nova agenda para o Brasil, baseada na educação, na melhoria dos serviços de saúde e na preocupação com o meio ambiente.

Segundo o senador, o país preci-sa de um novo planejamento, que per-mita o crescimento da economia com desenvolvimento social e uma boa gestão dos serviços públicos para a po-pulação. “Vamos construir uma nova agenda calçada na educação básica de qualidade, na melhoria da gestão saú-de pública, nas questões ambientais, enfim, uma nova agenda para o Brasil para os próximos 20 anos”

Cotado para ser o candidato tucano à presidência da República em 2014, Aécio Neves ressalta que o

PSDB aposta na gestão pública de qua-lidade, na meritocracia e na eficiência, entre outras questões. “O PSDB precisa apresentar uma nova agenda ao Brasil, até porque essa agenda que está aí fo-mos nós que colocamos há alguns anos: a estabilidade econômica, a responsabi-lidade fiscal e os programas de transfe-rência de renda”.

Sobre as eleições municipais de 2012, Aécio ressalta que o partido tem um enorme potencial e está estimu-lando candidaturas em todas capitais onde existam candidatos competitivos e que possam inserir nos debates locais questões nacionais de relevância, como a ética, a segurança pública, o melhor atendimento à saúde pública. E não es-conde seu otimismo: “Temos certeza que o PSDB, que já governa oito esta-dos e metade da população brasileira, vai se sair muito bem nas eleições mu-nicipais do próximo ano”.

Para o senador, a queda de vá-rios ministros em menos de um ano de governo é um reflexo do aparelha-mento da máquina pública, que leva à eficiência e à denúncias de corrupção. “O governo da presidente Dilma é ví-tima da armadilha que o PT montou: o inchaço da máquina pública. Temos um governo com 40 ministérios, que são constituídos de feudos partidários, onde as pessoas estão mais interessa-das nos interesses do partido do que da população. Isso não funciona. Esses escândalos sucessivos são decorrentes dessa armadilha. É o governo aparelha-do, aparelhado pela militância do PT e de seus aliados”.

Emenda 29

Derrotado na votação da re-gulamentação da Emenda 29, Aé-cio Neves lamenta que o Legislati-

vo não tenha conseguido ampliar a participação do governo federal no financiamento da saúde pública dos atuais R$ 80 bilhões para algo em torno de R$ 110 bilhões, mas garan-te que o Congresso Nacional não aceitará a criação de qualquer novo imposto, pago pela população, para o financiamento da saúde.

Em artigo publicado na impren-sa, o senador denunciou que a União aumenta a receita, mas reduz inves-timentos na saúde e classificou a atual gestão do setor de deficiente. Para Aécio Neves, infelizmente o primeiro ano da atual legislatura está terminando com saldo negativo.

“Sabe-se que o primeiro ano de uma administração é aquele em que o governante reúne as melhores con-dições para iniciar as reformas pac-tuadas nas urnas com a população, sobretudo aquelas mais difíceis, que contrariam interesses localizados, mas são necessárias ao país. Costuma ser um bom período para os gover-nos: a popularidade confirmada pelas eleições está mantida, a distância de novos pleitos facilita a manutenção de uma base legislativa heterodoxa, alimentada pela principal matéria pri-ma de todo arranjo político: espaços de poder. Quanto mais o tempo avan-ça, mais essas condições se relativi-zam”, avalia o senador.

Mas, segundo o senador, ao contrário do esperado, 2011 foi marcado por inúmeras agendas frustradas. “Depois de protelar a vo-tação da Emenda 29 durante anos, o governo federal mobilizou a sua base para votar contra a essência da proposta que o seu próprio partido havia apresentado e que defendia um piso sobre a receita de 10% para a União, 12% para os estados e 15%

Uma nova agenda para o BrasilPolítica

Page 11: Revista Estados & Municipios

para municípios, como investimen-tos obrigatórios em saúde”.

Segundo Aécio Neves, durante a votação no Senado, o governo atuou no sentido de manter o percentual dos estados e municípios, impedindo, no entanto, que fosse fixado também para a União o mesmo compromis-so. “Com isso, estados e municípios, muitos deles enfrentando sérias di-ficuldades financeiras, vão precisar se adaptar às exigências da lei. Mas paradoxalmente, o governo federal, que vem batendo recordes de arreca-dação, não fará a sua parte”.

Para ele, a votação estabeleceu uma injusta dicotomia entre estados e municípios, de um lado, comprome-tidos com responsabilidades cres-centes, e, de outro, a União, agora descompromissada do percentual de investimentos de 10%. “Essa posição agride todos os brasileiros que aguar-dam atendimento nos postos de saúde e nas filas dos hospitais”.

Aécio Neves afirma que a regu-lamentação da Emenda 29 é uma im-portante conquista da sociedade, mas aconteceu sem o desfecho esperado, já que, com sua aprovação, nos termos em que se deu, a saúde ficou sem os recur-sos necessários para a principal agenda da população, uma vez que o patamar atual de investimentos federais é muito inferior ao piso proposto.

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Citando alguns números, o sena-dor enfatiza que no ano 2000 a admi-nistração federal respondia por 60% dos gastos públicos em saúde, os esta-dos por 18% e os municípios por 22%. Em 2008, apesar da crescente concen-tração de receitas na União, o governo federal respondia por 43%, os estados por 27% e os municípios por 30%.

“Essa tendência agride o princí-pio da Federação, que prevê, antes de tudo, solidariedade e responsabilida-des partilhadas”, concluiu Aécio Neves.

A derrota

Ao aprovar a regulamentação da Emenda 29, que trata dos percentuais que os entes da federação devem destinar à saúde, o Senado Federal, a exemplo do que acontecera na Câmara, rejeitou um item da proposta que prevê a criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS), a sucessora da antiga CPMF. Foram 9 votos a favor do tributo e 62 contra, acompanhando uma proposta do senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Os deputados também derrota-ram, por 45 votos a 26, um substitutivo que obriga a União a gastar com a saú-de 10% da receita bruta. Ironicamente, o texto havia sido aprovado na legis-latura passada por unanimidade. Mas, depois de ser alterado pela Câmara, a proposta retornou à análise dos sena-dores e, orientados pelo governo, os aliados votaram contra o projeto. Com o resultado dessa votação, mantem-se de pé o critério incluído na Emenda 29 pelos deputados; o governo terá de gastar com saúde, proporcionalmente, o montante aplicado no ano anterior somado à variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores.

A aprovação do piso de 10% da receita bruta significaria um aporte adi-cional de 35 bilhões de reais já em 2012. O governo alega que não tem esses recursos.

Política

Page 12: Revista Estados & Municipios

12 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PMDB, o deputa-do Gabriel Chalita não cogi-

ta qualquer possibilidade de deixar a disputa, mesmo que o pedido parta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não esconde seu apoio amplo, total e irrestrito ao candidato petista e atual mi-nistro da Educação, Fernando Haddad.

Haddad deixará a pasta na refor-ma ministerial já anunciada pela presi-dente Dilma Rousseff para se dedicar exclusivamente à batalha pela prefeitu-ra de São Paulo. E Gabriel Chalita é a opção número 1 para assumir o cargo que, desde já, ele descarta.

“Seria uma honra servir a esse governo. Mas eu não aceitaria ser mi-nistro da Educação ou de qualquer outra área, ou candidato a vice-prefei-to. Só aceito a candidatura a prefeito de São Paulo”, ressaltou o deputado em entrevista ao site IG.

Gabriel Chalita sabe que a dispu-ta será acirrada e já cobra uma postura ética dos demais candidatos, que terão por trás de suas candidaturas três po-derosas máquinas governamentais – o

governo federal, que trabalha pela can-didatura de Fernando Haddad; o gover-no estadual, que dará sustentação ao can-didato do PSDB; e o governo municipal, que deverá ser representado na corrida pelo PSD do prefeito Gilberto Kassab.

“Espero que as máquinas não se-jam usadas e que a disputa seja elegante, concreta, objetiva e que respeito preva-leça entre todos os candidatos”, afirma o deputado, enfatizando que a internet e a imprensa terão um poder fundamental na fiscalização do uso dessas máquinas.

De acordo com o deputado, a máquina eleitoral mais poderosa e que eticamente pode ser utilizada por todos os candidatos é o povo, “são as pessoas que moram na cidade, que reconhecem suas qualidades e conhecem de perto seus graves problemas”.

Gabriel Chalita também aposta no crescimento e na força da internet como ferramenta eleitoral. Para ele, as mídias sociais são instrumentais tão ou mais poderosos do que os partidos políticos. “Aquela antiga idéia do par-tido político com cabos eleitorais aos poucos está dando lugar a um processo muito mais democrático, que é a uma discussão de internet, de mídias so-ciais”, avalia o deputado

Sobre a participação do ex-presi-dente Lula na campanha de Fernando Haddad, Gabriel Chalita diz ter duas cer-tezas: a primeira, que será um importante diferencial em favor de seu futuro adver-sário; a segunda, que o ex-presidente não fará nenhum movimento contrário a sua candidatura ou a sua biografia.

Projeto de vida

Segundo Chalita, o PMDB veio para ter candidatura própria e consis-tente “Meu projeto de vida está na pre-feitura de São Paulo. Estamos com uma

chapa de vereadores excelente e temos um projeto de governo para a cidade”.

Para o presidente estadual do PMDB-SP, deputado Baleia Rossi, a eleição de Gabriel Chalita em São Pau-lo é emblemática, pois há 30 anos o PMDB não elege um prefeito da capital paulista. “Sou um apoiador incondicio-nal de sua candidatura’, ressalta.

Segundo Rossi, a candidatura de Chalita faz parte de uma ampla estra-tégia de fortalecimento do partido para as eleições de 2014, ratificada pela Exe-cutiva Nacional do PMDB. “O clima no partido é de total unidade”, garante.

O futuro candidato peemedebista à prefeitura de São Paulo compartilha do mesmo raciocínio. “É uma decisão do PMDB que o partido seja forte em São Paulo. Por isso estamos filiando no-vas lideranças em todo o estado”.

Carreira política

Político, professor e escritor (com 63 livros publicados), Gabriel Chalita é bacharel em Filosofia, mestre em Ci-ências Sociais, doutor em Comunica-ção, Semiótica e Direito; e membro da União Brasileira de Escritores, da Aca-demia Paulista de Letras e da Academia Brasileira de Educação.

Filiado ao PMDB desde maio de 2011, o deputado, que foi eleito pelo PSB, admite que mudar de partido é sempre uma decisão desconfortante. Mas, depois de 20 anos no PSDB e uma rápida passagem pelo PSB, Chalita acredita que “voltou às origens”, já que o partido é a origem do PSDB.

Para manter a disputa eleitoral sem-pre em alto nível, Chalita já elegeu uma de suas frases favoritas: “Tenha cuidado com o você faz e com as palavras que pro-nuncia. Não se recolhem as cinzas com a mesma facilidade com que as espalham”.

Meta de Gabriel Chalita é São PauloPolítica

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O Tribunal Superior Eleitoral confirmou a primeira cassa-ção de um mandato parla-

mentar na história da Câmara Legisla-tiva do Distrito Federal. O acórdão do TSE, que manteve a decisão do Tribu-nal Regional Eleitoral do DF que cas-sou o mandato do deputado distrital Benício Tavares (PMDB-DF), decla-rou sua inelegibilidade por oito anos e determinou o pagamento de multa, por abuso de poder econômico e cap-tação ilícita de votos. Já foi publicado no Diário da Justiça.

Agora, a mesa diretora da Câmara Legislativa aguarda apenas a notifica-ção oficial da Justiça Eleitoral para em-possar o suplente no cargo. De acordo com o TSE, como ainda cabe recurso, a notificação à Câmara ocorrerá somen-te após o trânsito em julgado da ação.

Conhecido na política brasiliense como highlander, Benício Tavares per-deu o mandato de distrital no exercício da sexta legislatura. Parlamentar desde a criação da Câmara Legislativa, em 1991, ele ficará oito anos impedido de disputar cargos públicos.

Benício Tavares foi condenado por abuso de poder econômico, ao se valer da estrutura de uma empresa de propriedade de um aliado político para reforçar sua campanha. Segundo os autos, a Brasília Empresa de Seguran-ça Ltda, que pertence aos filhos do ex-distrital César Lacerda, montou uma engenhosa estrutura para beneficiar a candidatura de Benício.

Em duas reuniões, cada uma com a presença de 500 empregados, César Lacerda pediu votos para o peemede-bista, argumentando que ele não se candidataria naquela ocasião. Os pedi-dos feitos pelo dono da empresa foram interpretados como uma ordem que de-veria ser seguida sob pena de demissão.

Os funcionários foram convo-cados para o encontro sob o pretexto de receberem orientações sobre novos projetos, instalações e uniformes, ou seja, para tratar de questões administra-tivas. Mas, na entrada do evento, foram direcionados para uma fila em que ti-nham de preencher uma ficha cadastral informando nome, endereço, Título de Eleitor, além da indicação de outras 10 pessoas próximas.

Acórdão

A Justiça Eleitoral entendeu que as reuniões caracterizaram coação de funcionários em troca de seus votos, já que a promessa dada em troca dos vo-tos para Benício, nas eleições de 2010, seria a manutenção do emprego para os vigilantes.

No julgamento no TSE, o procu-rador-geral eleitoral, Roberto Gurgel, chegou a afirmar que “a compra de vo-tos foi escandalosa” e que as reuniões foram destinadas à promoção da candi-datura de Benício Tavares e a coagir os funcionários, que foram usados como massa de manobra.

O relator da matéria no TSE, mi-nistro Marcelo Ribeiro, afastou o crime de captação ilícita de votos, mas reco-nheceu a prática de abuso do poder econômico. “Não fosse o poder econô-mico da empresa não seria possível a re-alização de reuniões”. Disse que, “se por um lado não se pode afirmar que houve demissão, por outro resta eviden-te que a forma como tudo foi feito constrangeu os funcionários”.

Na ocasião, os demais mi-nistros acompanharam integral-mente a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do DF. A divergência foi aberta pelo ministro Arnaldo Versia-

ni. Para ele, a estrutura montada, no caso, “não teve outro propósito senão a compra de votos” mediante a coação dos funcionários para que mantivessem seus empregos.

Suplente

Sacramentada a cassação de Be-nício Tavares, a briga, agora, fica por conta dos suplentes. Em tese, o substi-tuto de Benício é o primeiro suplente do PMDB, o novato Robério Negreiros Filho, jovem de apenas 33 anos.

Ocorre que o ex-distrital do PSDB, Raimundo Ribeiro, também ambiciona a vaga e já entrou com recur-sos junto ao TSE para que os votos a ele computados na eleição de 2010 sejam considerados válidos.

Até que a Justiça Eleitoral se pro-nuncie sobre a assunto, a questão deve ser resolvida administrativamente pela Mesa Diretora da Câmara.

Brasília tem seu primeiro deputado cassadoPolítica

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A Pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2005-2009 divulgada pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovou que as distorções econômicas e sociais entre as cidades e regiões brasileiras são tão gritantes que o país tem vários “Brasis” dentro do ter-ritório nacional: o Brasil do Sudeste, rico e desenvolvido; o Brasil do Norte/Nor-deste, pobre e ainda esquecido; o Brasil do Sul, estável e reconhecido, e o Brasil do Centro-Oeste, forte mas ainda depen-dente da administração pública federal.

Em 2009, a renda gerada por ape-nas cinco municípios brasileiros cor-respondeu a 25% de toda a riqueza pro-duzida no país. Somente a renda de São Paulo (12% do PIB nacional) equivale a quase o PIB gerado por toda a região Nordeste em 2009 (13,5%). Os outros quatro são Rio de Janeiro (5,4%), Bra-

sília (4,1%), Curitiba e Belo Horizonte, ambos com 1,4% cada.

Aproximadamente metade do PIB nacional se concentrava em 51 municípios, enquanto que na última faixa de participação 1.302 municípios, juntos, responderam por apenas 1% do PIB, com maior predominância nas regiões Norte e Nordeste. Segundo os dados, 13% desses municípios estão no Piauí, que tem um total de 224 muni-cípios. Isso significa que 75% dos mu-nicípios do estado estão nessa faixa de renda. O mesmo ocorreu com 59% dos municípios da Paraíba e com 51% dos municípios do Rio Grande do Norte.

“Isso mostra a grande concentra-ção existente na geração de renda no país, onde poucos municípios geram muita coisa”, acentuou a estatística e ge-rente da pesquisa, Sheila Zani. Entre os municípios com maior participação no PIB geral, observa-se ganho na partici-pação relativa, em comparação a 2008, em São Paulo (de 11,8% para 12%), no Rio de Janeiro (de 5,2% para 5,4%), em Brasília (de 3,9% para 4,1%) e Duque de Caxias (de 0,6% para 0,8%).

Excluindo as capitais, 12 cidades brasileiras destacaram-se em 2009 por-que geraram, individualmente, mais do que 0,5% do PIB do país, contribuindo, em conjunto, com 9,3% da renda nacio-nal. Quase todas estão na região Sudes-te: Guarulhos, Campinas, Osasco (1%),

São Bernardo do Campo (0,9%), Ba-rueri, Duque de Caxias, Betim (0,8%), Santos, São José dos Campos (0,7%), Campos de Goytacazes (0,6%), Jundiaí e Canoas – única cidade fora do eixo Rio-São Paulo – (0,5%).

“Guarulhos tem uma indústria diversificada, que gera muita renda”, afirmou Sheila Zani. O município tem ainda uma parte de serviços significati-va, um forte comércio atacadista e vare-jista, o que ocorre também em relação à área de transportes. “É uma integração muito grande entre indústria e servi-ços”, destacou.

Perdas e ganhos

Entre os municípios com maior participação no PIB geral, observa-se ga-nho na participação relativa, em compara-ção a 2008, em São Paulo (de 11,8% para 12%), no Rio de Janeiro (de 5,2% para 5,4%), em Brasília (de 3,9% para 4,1%) e Duque de Caxias (de 0,6% para 0,8%).

A pesquisa também mostra que a atividade de serviços foi a grande res-ponsável pelo ganho de participação da capital paulista entre 2008 e 2009, prin-cipalmente por causa da valorização do segmento de intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados. Já o aumento de participação da capital fluminense é explicado pelo bom desempenho da in-

Brasil, meus Brasis brasileirosNacional

Campinas (SP) está entre as 12 cidades, excluindo as capitais, que contribuiram com mais de 0,5 % do PIB nacional

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dústria de transformação, sobretudo no segmento de alimentos e bebidas.

Em Duque de Caxias, o ganho de participação se deve à queda do preço do barril de petróleo, que resultou na diminuição dos custos de produção de refino de petróleo e coque. Brasília su-biu de 3,9% para 4,1% em função das contratações no serviço público federal, que melhoraram o desempenho do se-tor de administração, saúde, educação e seguridade social.

Considerando-se o ranking de participação de todos os municípios do país no PIB, os maiores ganhos de posi-ções ocorreram nos municípios paulis-tas de Monções (de 4.502 para a 1.818ª posição), Brejo Alegre (de 4.334 para 2.373) e Borá (de 5,307 para 3.679), todos com crescimento relacionado à produção de açúcar e álcool. Na região Nordeste, o destaque foi o município per-nambucano de Terra Nova, que saltou da 4.189 para a 2.951ª posição, graças ao in-cremento no setor agropecuário.

Em contrapartida, registraram queda na participação relativa os mu-nicípios de Vitória (ES), que caiu de 0,8%, em 2008, para 0,6%, em 2009, e Campos dos Goytacazes (RJ), que pas-sou de 1% para 0,6%. Segundo o estudo do IBGE, a crise internacional de 2008 teve impacto direto sobre a economia desses dois municípios, em função, res-pectivamente, dos baixos preços do mi-nério de ferro e da queda no preço do barril de petróleo.

Considerando os municípios por tamanho da população, constata-se que os com mais de 500 mil habitantes geraram 43% de toda a renda naquele ano. “Mas são poucos. São apenas 40”, informa a gerente da pesquisa. A faixa que mais ganhou participação relativa em 2009 foi a dos municípios na faixa de 100 mil a 500 mil habitantes que, em geral, não são capitais. Como exemplos, Sheila Zani citou os municípios de Ita-jaí (SC) e Anápolis (GO).

Maiores quedas

As maiores perdas de posições fo-ram detectadas nos municípios minei-ros de Albertina (de 3.554 para 5.162, em função da queda do comércio ata-cadista do café em grão; Catas Altas (de 1.423 para 3.010), por conta da queda do valor de produção do minério de ferro; e Prudente de Morais (de 2.488 para 3.645), pela queda expressiva na produção de cal e gesso.

No Nordeste, os mais prejudi-cados foram São João no Carú (MA), que caiu de 2.885 para 4.122 por causa da queda na produção de mandioca; e Monsenhor Gil (PI) devido à retração na extração e britamento de pedras.

A pesquisa também constatou que menos de 15% do total de municípios têm PIB per capita maior que o PIB per capita brasileiro, de R$16.918, e que metade dos municípios brasileiros tem PIB per capita inferior a R$ 8.395 – aproximadamente

metade do nacional, o que confirma a dis-tribuição irregular de renda.

Na análise por região, o Sudeste apresentou os maiores indicadores ao longo da série histórica 2005-2009. Mes-mo excluindo os municípios das capitais de São Paulo e Rio de Janeiro, o indicador evidência a concentração do PIB. No ou-tro extremo, as regiões Norte e Nordeste apresentaram as maiores dispersões.

Principais PIBs

Os municípios com maior PIB per capita em 2009 tinham como carac-terística em comum a baixa densidade demográfica. O maior PIB per capita anual (por habitante) no Brasil foi apre-sentado pelo município de São Francis-co do Conde, na Bahia: R$ 360.815,83.

A cidade, localizada a 65 quilôme-tros de Salvador, abriga a refinaria Lan-dulfo Alves, uma das maiores do Brasil. São os impostos recolhidos pela Relan que dão à cidade de 32 mil habitantes o mais alto PIB per capita do país. Em 2009, o PIB local foi de R$ 11,4 bilhões, o terceiro maior da Bahia.

A contradição é que, apesar da ar-recadação de fazer inveja a muitos mu-nicípios, a população de São Francisco do Conde ainda não conseguiu fugir da pobreza. É uma cidade onde 45% dos moradores são atendidos por progra-mas de transferência de renda do Go-verno Federal e da prefeitura, segundo o IBGE.

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Ao todo, 20% dos moradores são servidores municipais. O secretário muni-cipal da Fazenda, Marivaldo Araújo, diz que o quadro de funcionários não pode ser reduzido drasticamente porque há pouca oferta de trabalho. E culpa admi-nistrações anteriores pelo descompasso entre desenvolvimento e o dinheiro que entra nos cofres públicos.

“Durante muitos anos, a população e a qualidade de vida, a saúde, a educação, a segurança alimentar, que são tão impor-tantes para a população, simplesmente não eram percebidas como prioridade”, afirma.

Segundo a prefeitura, 80% das ruas são pavimentadas e o saneamento bási-co chega a 70% das casas. O município também investe pesado na saúde. O novo Centro de Referência à Saúde da Mulher (Cresam) ganhou novas instalações e equipamentos modernos. São doze salas de atendimentos e pessoal qualificado para prestar atendimento de média com-plexidade, de forma integral e humaniza-da, nas áreas de ginecologia, mastologia, enfermagem, ultrassonografia, pré-natal de baixo e alto risco, cardiologia, nutrição, psicologia e serviço social.

“Este Centro sempre foi uma prio-ridade de nossa gestão. Atualmente, a clínica atinge 1.200 atendimentos por mês, de variadas especialidades e realiza exames de média e alta complexidade. explica a prefeita Rilza Valentim(PT).

O hospital da cidade também é mantido com recursos do município e quatro novas escolas estão sendo cons-truídas. Quem vive na região espera mais da cidade com o maior PIB per capita do país. E a prefeita garante que muitas outras obras virão.

Baixa densidade demográfica

Em seguida, estão Porto Real (RJ), com PIB por habitante de R$ 215.506,46; Triunfo (RS), com R$ 211.964,79; Con-fins (MG), com R$ 187.402,18, e Louvei-ra (SP), com R$ 174.891,84.

Segundo Sheila Zani, a caracterís-tica comum a todos esses municípios é que eles têm baixa densidade demográ-fica. “A população é muito pequena”. São Francisco do Conde, por exemplo, tinha em 2009 um total de 31.699 moradores. Em Porto Real, Triunfo e Confins, o total de habitantes naquele ano era, respectiva-mente, 16.253, 25.374 e 6.072 pessoas.

No município baiano, o elevado PIB per capita anual decorre da exis-tência da segunda maior refinaria de petróleo do país. A presença de uma grande indústria automobilística ex-plica o PIB em Porto Real, enquanto em Triunfo a alta geração de renda da população se deve ao importante polo petroquímico local. Já Confins ganhou posição devido à transferência da maior parte dos voos para o aeroporto inter-nacional localizado na cidade e Louvei-ra por sediar centros de distribuição de grandes empresas.

Mas o menor PIB por habitan-te no ano de 2009, equivalente a R$ 1.929,97, também é do Nordeste, mais especificamente do município de São Vicente Ferrer, no Maranhão, cuja ati-vidade principal é a agropecuária. “Em 2009, por causa das chuvas, pratica-mente acabou a produção de mandio-ca. O município teve perda de 77,6% da quantidade produzida e de 83,4% do

valor bruto de produção daquela raiz”, explica a pesquisadora.

Localizada a 280 km de São Luiz, São Vicente Ferrer tem pouco mais de 20 mil habitantes, nenhuma indústria e, de cada 10 moradores, sete vivem na área rural. O prefeito João Batista Frei-tas (Cabo Freitas) está no comando do município por liminar concedida pela Justica Eleitoral.

A pesquisa mostra ainda que me-tade dos municípios com menor PIB per capita foi encontrada na Região Nordes-te. “Ainda no Nordeste, fora o estado de Sergipe, a gente viu que mais de 90% dos municípios de cada estado estão com PIB per capita abaixo de R$ 8.394,97”. Sheila revelou que 96% dos municípios do Piauí, Ceará e da Paraíba têm PIB por habitante menor do que esse valor.

Capitais

Considerando as capitais, o maior PIB per capita foi apurado em 2009 em Vitória (ES), R$ 61.790,59. A cidade apresenta, entretanto, o terceiro maior PIB por habitante em relação às unidades da Federação e o 45º em relação ao Brasil. “Para uma população de capital, a de Vi-tória é muito pequena, isso faz com que esse coeficiente fique maior”, completou.

O segundo maior PIB anual entre as capitais foi encontrado em Brasília (R$ 50.438,46). Seguem-se São Paulo, com R$ 35.271,93, o Rio de Janeiro (R$ 28.405,95) e Porto Alegre (R$ 26.312,45).

Dos 5.565 municípios brasilei-ros, 1.968 (35,4%) tinham suas eco-nomias praticamente dependentes da administração pública. O peso do valor adicional bruto dessa atividade no PIB nacional vem crescendo desde 2005. Em alguns municípios, como Uiramutã (RR) e Areia Baraúnas (PB), a depen-dência da máquina administrativa em sua economia chega a atingir 80% e 71,4%, respectivamente.

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Qual o produto interno bruto do mu-nicipio? São Francisco do Conde apre-sentou o maior Produto Interno Bruto (PIB) por habitante do Brasil em 2009, segundo dados divulgados pelo Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O município com 31.699 habi-tantes produziu no total cerca de R$ 11,4 bilhões naquele ano, o que representa R$ 360 mil por habitante.

Qual a explicação para tal desempe-nho? Cerca de 90% da arrecadação do mu-nicípio vem de impostos como ISS, ICMS e royalties pagos pela segunda maior refinaria de petróleo do País, a Landulpho Alves, que está instalada no município.

Com esse PIB, como o município tem trabalhado para executar ações em beneficio da população? Todo esse dinheiro que arrecadamos tem voltado para o povo em forma de benefícios, como a pavimentação de 80 ruas em 2 anos e 10 meses, construção de escolas de alta qualidade, diversas praças, pos-tos de saúde de alto padrão. Estamos zerando o déficit habitacional, com construção de casas confortáveis e dignas do povo. Temos hoje o maior Programa de Distribuição de Renda do Brasil, que é o PAS (Programa de Acolhimento Social), UNIFAS (Pro-grama Universitário Sanfranciscano), uma bolsa universitária para garantir aos jovens da cidade, acesso e per-manência à Universidade, garantindo formação acadêmica e profissional, dentre outros investimentos que con-tribuem para a melhoria da qualidade de vida da população sanfranciscana. E todos esses investimentos têm gerado resultados positivos em áreas essen-ciais, como Saúde, Educação e Em-prego & Renda. Em recente pesquisa

Entrevista - Rilza ValentimPrefeita de São Francisco do Conde - BA

realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN: http://www.firjan.org.br/IFDM/index.html), dos 417 municípios baianos, São Francisco do Conde foi um dos melhores municípios avaliados, ocupando o 2º lu-gar no ranking estadual, perdendo apenas para Salvador.

PRINCIPAIS PROGRAMAS:

PAS - Programa de Acolhimento Social é o maior programa de distribuição e complementação de renda do Brasil, e foi criado pela Lei Municipal de nº 078, de 15 de janeiro de 2009. É um projeto de inclusão social, que tem o objetivo de garantir a segurança alimentar, reduzir os índices de pobreza e dar dignidade à população mais carente. A iniciativa já beneficia diretamente cerca de 4.200 famílias do município que possuem renda de até meio salário mínimo. Nes-te ano de 2011, percebi que havia um publico que ficava de fora do programa, por não ter filhos. Era o caso de alguns idosos e pessoas de alta idade, que esta-vam desempregados e com dificuldade de se reinserir no mundo do trabalho. Resolvemos então ampliar o programa, com a alteração da lei 078/2009, e mais 230 novas famílias já estão sendo bene-ficiadas pelo PAS.

UNIFAS - Programa Universitário San-franciscano tem como objetivo con-ceder bolsas complementares para os estudantes carentes e residentes no mu-nicípio. O benefício é um incentivo fi-nanceiro para os cidadãos que possuem uma renda insuficiente e desejam estu-dar e buscar uma melhor qualificação profissional. Hoje, o projeto já concede bolsas a 641 estudantes do município. A Prefeitura ainda oferece o transporte

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gratuito que leva os alunos para as fa-culdades em Salvador, Santo Amaro e Candeias. Em contrapartida, os bene-ficiados pela bolsa de estudo realizam estágios nas suas áreas de interesse e prestam serviços à comunidade local. Desta maneira, ao mesmo tempo em que os alunos recebem o apoio da pre-feitura para estudar, também ajudam na difusão do conhecimento na cidade.

CRESAM - Centro de Referência à Saúde da Mulher presta atendimento de média complexidade, de forma in-tegral e humanizada. Composto por uma equipe multidisciplinar, o Centro trabalha com serviços de ginecologia, mastologia, enfermagem, ultrassono-grafia, pré-natal de baixo e alto riscos, cardiologia, nutrição, psicologia e servi-ço social, que salvaguardam a saúde das mulheres. Cerca de 1.200 atendimentos são realizados na clínica mensalmente.

TÁ REBOCADO E PINTADO - Pro-grama de obras que promove melhorias habitacionais, como pintura, reboco de paredes, assentamentos de pisos, me-lhorias sanitárias e instalações elétricas e hidráulicas. Todo material e mão de obra são oriundos de recursos próprios da prefeitura. Além disso, há investi-mento em capacitação de profissionais no setor da construção civil para aten-

crescido exponencialmente. Criamos o Cartão do Servidor, um instrumento que funciona como moeda local, que todos os meses tem batido recorde na economia local. Já nossa agricultura também tem conquistado um mercado interno muito bom, devido aos incen-tivos municipais à agricultura familiar. Toda a merenda escolar utiliza alimen-tos desse tipo de agricultura. Nosso po-tencial tem sido tão crescente que, re-centemente, recebemos uma comissão formada por ministros, deputados, pe-quenos produtores e representantes das sociedades civil e campesina de países da América do Sul e África para conhe-cerem nossas experiências exitosas de promoção à segurança alimentar e le-var para seus países de origem. Em São Francisco do Conde temos o cuidado de criar leis específicas que promovam sustentabilidade no município.

Qual a receita própria? Ela é sufi-ciente para atender as necessidades do município? ICMS equivale a 63 % da receita, ISS 20 % e royalties 8 %.

Qual o número de famílias beneficia-das por programas sociais?

São 4.200 famílias beneficiadas pelo PAS - Programa de Acolhimento Social, que é o maior programa de distribuição e complementação de renda do Brasil.

der as demandas do programa, gerando mais emprego e renda para os sanfran-ciscanos. O Tá Rebocado e Pintado é destinado para famílias que moram em imóveis em situação de carência.

SONHO MEU - Construção de con-juntos habitacionais e casas isoladas para a população carente, que contempla toda a infraestrutura necessária para o bom convívio, a exemplo de parques, pavimen-tação, água encanada e energia elétrica. A execução do Sonho Meu beneficia a redu-ção do déficit habitacional e trabalha com recursos próprios da prefeitura.

Qual a influência das áreas indus-triais, comerciais, de serviços e agrí-cola no desenvolvimento econômico no município?

A indústria petroquímica, que é a Refinaria Landulpho Alves instalada no município, é a principal fonte de rique-za da cidade e a que proporciona maior desenvolvimento econômico. Por esse fator e vocação, temos inclusive inves-tido em cursos de capacitação profis-sional voltados para a área industrial e a UNILAB (Universidade Internacio-nal da Integração da Lusofonia Afro-brasileira), que vem para o município e também irá oferecer cursos na área. Com relação a comércio e serviços lo-cais, esses também são setores que têm

Prefeitura Municipal

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O coordenador do Grupo de Resíduos Sólidos da Univer-sidade Federal de Pernam-

buco, José Fernando Thomé Jucá, defende a tese de que não há solução homogênea para o tratamento dos resí-duos sólidos, e que a melhor saída é aque-la que atende às necessidades de cada município. E José Fernando sabe o que diz: ele coordena um grupo de 65 pesqui-sadores que analisa a situação brasileira e soluções adotadas em outros países.

Como exemplos, Jucá lembrou que São Paulo gera uma quantidade muito grande de resíduos plásticos, en-quanto na Amazônia a maior parte do lixo é orgânica. Segundo ele, a compo-sição dos descartes já determina a solu-ção. “Para o material orgânico o melhor é tratamento biológico, já plásticos po-dem gerar energia a partir de calor ou biodegradação.”

De acordo com o professor, o ob-jetivo do trabalho, financiado pelo Ban-co Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES), “é ajudar a discutir as tecnologias mais apropriadas para cada região do Brasil”.

Os municípios brasileiros que se destacam na adoção de boas soluções para o tratamento de resíduos sólidos são premiadas com o selo Cidade Cida-dã. Este ano, os selos foram concedidos para as cidades de Novo Hamburgo e

os sólidos que o Brasil (60 milhões de toneladas), embora em um território equivalente a 0,5% do brasileiro. A in-formação é do coordenador do Depar-tamento Nacional de Resíduos Sólidos da Holanda, Herman Huisman.

A grande diferença é que no país europeu apenas 3% do total de resíduos sólidos vão para os 22 aterros sanitários existentes. Segundo Huisman, o índice de reciclagem chega a 80%. O material restante é distribuído entre 22 usinas de compostagem e 12 incineradores insta-lados. No Brasil, estima-se que menos de 2% do material descartado seja reciclado.

De acordo com o especialista, os incentivos econômicos foram funda-mentais para o sucesso do programa. “Os impostos para aterros são muito baratos”, sustentou Huisman. Além disso, quem paga pelo tratamento dos resíduos são os consumidores, não todos os cidadãos.

Lixo exige soluções diferenciadasRio Grande (RS), Sertânia (PE), Mi-guel Pereira (RJ) e Sertãozinho (PB).

Para o presidente do Instituto Bra-sil Ambiente, Sabetai Calderoni, “a nova trincheira” do tratamento de resíduos é a gaseificação. De acordo com ele, “em vez de gastar 100 para construir um aterro, a prefeitura pode gastar 80 com uma central de reciclagem, porque em algum tempo o aterro se esgota”.

Calderoni ressalta que a gaseifica-ção e a incineração são processos muito diferentes. Ao contrário da segunda, na gaseificação não ocorre queima. Os ma-teriais são aquecidos a 800 graus, mas na ausência de oxigênio. “Temos aí uma possibilidade de processamento dos materiais descartados a custo muito bai-xo sem poluição”, sustentou. Segundo o especialista, “o Brasil perde 10 bilhões de dólares por ano apenas por não reci-clar o lixo residencial”.

Denise Seabra informou que a Caixa conta com uma linha de crédito, com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que cobre todos os itens necessários na elabora-ção de planos de gestão de resíduos. Os critérios do banco incluem até mesmo a contabilização dos possíveis ganhos com créditos de carbono como garantia adicional do financiamento.

A especialista lembrou que os li-xões emitem grandes quantidades de metano, gás que contribui para o aque-cimento global. Com a instalação de aterros sanitários, portanto, é possível não apenas aproveitar esse gás, como receber créditos de carbono devido à redução das emissões.

Exemplo holandês

Exemplo de gestão eficiente do lixo urbano, a Holanda produz anual-mente a mesma quantidade de resídu-

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22 Estados & Municípios - Dezembro 2011

RENATO RIELLA [email protected]

Santos e Barça

Surgiu uma frase genial na internet sobre a partida entre Barcelona e Santos, pelo campeonato mundial interclubes: “Até o gandula teve mais posse de bola do que o Santos!”

Há algumas verdades, que só pode-mos afirmar depois da derrota:

-O Brasil é o quinto futebol no ranking da Fifa.

-Observando-se o desempenho no Campeonato Brasileiro, o Santos não está entre as cinco melhores equipes do país.

-Neymar e Ganso nunca foram tes-tados e mostraram que são inexperientes.

-Os outros nove jogadores do San-tos não merecem nem estar na Seleção Brasileira, que é a quinta do Ranking.

Contraponto na economia

O boletim digital econômico Con-traponto, do consultor Fausto Morey, prevê que o PIB global fechará o próxi-mo ano de 2012 ao redor de 3,5%.

A previsão para o Brasil em 2012 é de crescimento do PIB de 2,5% a 3%, mantido principalmente pela demanda doméstica. O governo diz que será de 4,5 a 5%. Faus-to prevê que a inflação medida pelo IPCA

ficará ao redor de 5% em 2012, atingindo o centro da meta somente em 2013. Ele espe-ra a queda da taxa de juros (SELIC) para 9% em julho de 2012. Ficará neste patamar até, pelo menos, o final de 2013.

Tchau, Joãosinho Trinta!

Joãosinho Trinta morreu no seu es-tado, o Maranhão, aos 78 anos. O Brasil está com saudade do homem que disse uma das frases mais incríveis do nosso país: “Pobre gosta de luxo; quem gosta de miséria é intelectual”. Um filme longa-me-tragem sobre Joãosinho está pronto para ser filmado. Provavelmente estará nas te-las no fim de 2012.

Joãosinho Trinta não era um igno-rante, como muita gente pensa. Era um intelectual, de conversa profunda, que co-meçou a vida como bailarino clássico do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Impunidade no STF

O ministro Joaquim Cardoso, o único negro que já ocupou cadeira no Supremo Tribunal Federal, perde a oportunidade de valorizar a própria raça. Ele peca por omissão, ao não de-nunciar a fragilidade da Justiça brasi-

leira, que pode deixar criminosos de colarinho branco serem perdoados por prescrição da pena.

Se a máquina da Justiça é feita para garantir a impunidade de 39 mensalistas federais, cabe ao ministro do Supremo Tribunal Federal abrir a boca, sob pena de ser responsabilizado pela sociedade. O povo sabe que o processo está nas mãos dele e quer resposta.

Renan Calheiros

Estamos fechando o ano de 2011 sem que nada de significativo tenha sido aprovado pelo Congresso Nacional. Grandes reformas ficaram adiadas para um futuro distante, pois 2012 é ano elei-toral e todos estarão de olho na escolha dos prefeitos.

Em compensação, por incrível que pareça, vemos que existe uma negocia-ção para que Renan Calheiros seja eleito presidente do Senado em 2013. Definiti-vamente, o Brasil abusa da paciência dos brasileiros.

Gênios de Juazeiro

Dizem que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. A cidade de Jua-

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COLUNISTA

zeiro, na Bahia, contraria este princípio, depois de ter projetado para o mundo dois gênios da música: João Gilberto e Ivete Sangalo.

João, com 80 anos, ficou doente, com forte gripe. E passou por vexame, ao cancelar uma temporada de shows pelo país.

Ivete voltou da meningite a mil por hora, acelerada como costuma ser. Ela ainda tem muito de novo a mostrar. Am-bos enaltecem e valorizam Juazeiro, além do craque Daniel Alves, do Barcelona.

Eixo da terra invertido

É engraçado ver na televisão as lojas de Londres fazendo liquidação pré-natali-na por causa da crise européia, enquanto os preços no Brasil estão assustadores. Os ingleses baixaram os preços desespera-damente e muitos brasileiros estão quei-mando dólares por lá.

Dizem que, no fim do mundo, o eixo do planeta vai se alterar. O eixo eco-nômico, pelo menos, já se inverteu de for-ma inacreditável. Onde vamos parar?

Cofrinho Recheado

Gente experiente afirma que, de forma esperta, a presidente Dilma Rous-seff fez caixa em 2011, para ter o que gas-tar em 2012, um ano eleitoral.

Lembremos que a arrecadação no Brasil tem sido crescente, enquanto os in-vestimentos, inclusive do PAC, mingua-ram. Deve haver dinheiro sobrando.

Além disso, com a queda dos juros no Brasil, a despesa do governo com a administração da dívida interna caiu em muitos bilhões.

Agnelo não cai

Há gente em Brasília dizendo que o governador Agnelo Queiroz vai deixar o governo do DF a qualquer momento. Boa parte da cidade vai nesta onda, esperando o desmoronamento de mais um governo a qualquer tempo. Reduzem-se investi-mentos, iniciativas diversas estão fracas-sando e nem mesmo a perspectiva da Copa do Mundo está empolgando. O ano de 2011 foi um terror em Brasília. Vamos deixar que esse quadro se repita em 2012?

Agnelo Queiroz tem maioria de 21 votos numa Câmara Legislativa de 24 membros. Diante disso, é quase impossí-vel pensar num impeachment contra ele, a não ser se aparecer algo de muito grave, com provas concretas, abalando seu do-mínio político.

Copa sem entusiasmo

Somos obrigados a reconhecer que o brasileiro ainda não entrou no clima de Copa do Mundo. Fala-se somente de está-dio, aqui ou ali, mesmo assim com muito sentido crítico, pois há obras atrasadas. As oportunidades existirão, certamente, mas os governos não se preocuparam ainda em motivar empresários e cidadãos para se organizarem, diante da possibilidade de grandes negócios. E, para completar, nas

viagens de fim de ano os passageiros vêem realidades trágicas nos aeroportos, desper-tando descrença em relação à Copa, quando a demanda aérea será muito ampliada.

Consultorias suspeitas

Episódios como os do ministro An-tônio Palocci e agora, de forma semelhan-te, envolvendo o ministro do Desenvolvi-mento Econômico, Fernando Pimentel, alertam para a fragilidade de consultorias milionárias, sem produto aparente.

Há muita gente atuando em órgãos públicos e em empresas, com elevadas remunerações e sem transparência em relação à função desempenhada. Palocci e Pimentel são exemplos de que consul-torias precisam ser cobertas por relatórios bem elaborados e por presença de equipe contratada. Caso contrário, ficam seme-lhantes a mero tráfico de influência.

Crescimento industrial

O grande desafio brasileiro é reto-mar o crescimento da produção indus-trial. Não vai ser fácil. O agravamento da crise econômica na Europa, a instabilida-de dos Estados Unidos e a incerteza na manutenção do boom chinês indicam que as empresas fabricantes de tudo no Brasil passam a depender muito do mer-cado interno. No entanto, o brasileiro está consumindo muita coisa importada ou mesmo produtos que compra em viagens ao exterior. São situações que levam a pes-simismo nesse setor.

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Não é preciso ser um bom ob-servador para ver e sentir as transformações no municí-

pio de Rio do Fogo, localizado no lito-ral norte do estado do Rio Grande do Norte e um dos pólos turísticos do Es-tado. Próximo a completar três anos de administração e com investimentos em saúde, educação, ação social, cultura e infra-estrutura, o prefeito Egídio Dan-tas (PMDB) dá lição de competência na gestão pública

Educação

“A melhoria na qualidade de en-sino passa pelo exercício constante de ações conjuntas que envolvam todos os segmentos ligados ou não à educação”. Com essa afirmação o prefeito Egídio Dantas destaca as iniciativas e ações da gestão municipal com o objetivo de promover o fortalecimento da educa-ção que, além da reforma e ampliação das escolas, renovou a frota de ônibus escolares, entregou material didático

a todos os alunos e vem valorizando o quadro de funcionários da educação com o pagamento em dia do piso nacio-nal aos educadores.

A reforma e ampliação das esco-las da rede municipal foi uma priori-dade da administração municipal ao longo desses quase três anos. Ofere-cer melhores condições de trabalho aos servidores e educadores, e de aprendizado aos alunos, se tornou uma marca na gestão de Egídio Dantas.

Outro foco na área da educação é a merenda escolar. O município vem adotando todas as recomendações do Ministério da Educação, através do FNDE, na compra, armazenamento, distribuição e preparo da merenda, garantindo a todos os alunos um car-dápio variado e nutritivo.

Saúde

A Prefeitura Municipal de Rio do Fogo implantou desde o início da gestão do prefeito Egídio Dantas o Programa de Reestruturação da Área de Saúde, que inclui reforma e ampliação de todas as unidades de saúde, com a instalação de novos equipamentos, ampliando o número de atendimentos e melhoran-do a operacionalização das ações dos programas de saúde da família

O programa de reestruturação reflete a prioridade da gestão municipal à área da saúde e é a maior iniciativa já implantada no município voltado para esta área. O programa vem reestrutu-rando toda a rede de saúde dotando as unidades de estrutura física e equi-pamentos, oferecendo à população um atendimento de excelência como deter-mina a Organização Mundial de Saúde. “Não adianta ter profissionais compe-tentes e capacitados trabalhando em unidades deficitárias”, disse o prefeito.

A Unidade Mista de Saúde conta agora com uma moderna sala equipada e climatizada para reabilitação motora para pacientes que precisam de sessões de fisioterapia. Antes o tratamento era realizado fora do município.

A moderna tecnologia também está a serviço da saúde municipal, com a implantação do serviço de eletrocar-diograma online. Rapidez no diagnósti-co sem a necessidade de deslocamento para unidades fora do município é uma das vantagens do serviço.

Mensalmente são realizados no município cerca de 120 exames de ul-tra-sonografia, dentro do Programa de Apoio a mães e gestantes, que também inclui o pré-natal e aleitamento mater-no. Essas ações resultaram na diminui-ção da mortalidade infantil na faixa etá-ria de zero a 5 anos.

A reestruturação vai muito além das obras nas instalações físicas e dos novos equipamentos instalados. Passa também pela melhoria nas condições de trabalho dos profissionais, fator importantíssimo nos serviços oferecidos pelo SUS. Tam-bém renovou a frota de ambulâncias nas campanhas de vacinação de crianças, idosos e gestantes, e nas parcerias, como a realizada com o Exército Brasileiro, que levou para Rio do Fogo uma equipe médi-ca da corporação, atendendo a população em diversas especialidades.

Infraestrutura

A longa espera de mais de 10 anos terminou na gestão do prefeito Egídio Dantas, com a pavimentação da estrada que liga a praia de Zumbi a BR-101. Considerada uma das praias mais be-las do litoral do Rio Grande do Norte e um dos pontos turísticos do Estado, Zumbi tem hoje seu principal acesso asfaltado e sinalizado, garantindo a

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Rio do Fogo: Um lugar melhor para se viver

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segurança no tráfego de veículos que se destinam a praia. Até o final de sua gestão, o prefeito também deverá entregar o acesso à praia de Pititin-ga, outro cartão postal do município, completamente asfaltado.

A gestão municipal ampliou sua atuação, beneficiando as áreas da agri-cultura, com aquisição de um trator e implementos agrícolas; de mobilidade urbana, com a drenagem e pavimenta-ção de ruas; e da segurança, com a re-posição de lâmpadas e manutenção da iluminação pública.

Segundo o prefeito Egídio Dan-tas, apesar do foco principal estar dire-cionado para a saúde, educação e ação social, não significa que as demais áreas não recebam atenção especial.

Para otimizar a aplicação dos re-cursos municipais foi preciso eleger prioridades, mas apesar disso, atuam nas demais áreas, finalizou o prefeito afirmando: é só comparar que se vê a diferença.

Assistência social

Hoje as ações nas áreas social e de cidadania em Rio do Fogo es-tão integradas na chamada “Rede Social”, que oferece cursos de capa-citação, reforma de casas de taipa, exposições de trabalhos realizados pelos alunos do PETI e do Projo-vem, além das atividades com mães e idosos, tornando visíveis os avan-ços da gestão do prefeito Egídio Dantas no campo social.

A implantação do programa “Es-paço Cidadão” vem dando oportunida-de de acesso aos serviços que garantam ao cidadão o exercício de sua cidadania, oferecendo diversos serviços, como a emissão de Carteira de Identidade, CPF, Carteira de Trabalho e Certifica-do de Reservista.

Também foram firmadas par-cerias com o Tribunal de Justiça que, através do programa Justiça na Praça, realizou mais de 6.500 atendimentos,

entre emissão de documentos e consul-tas jurídicas, e com o SENAI, que mi-nistrou cursos de capacitação voltados principalmente para a área do turismo.

Os programas PETI e PRO-JOVEM nos distritos de Zumbi e Pititinga ganharam nova sede, reu-nindo em um só local as atividades de atenção a crianças, jovens e ado-lescentes. Os alunos dos programas receberam kits com material escolar e fardamento.

A Prefeitura também realiza atividades de lazer que transmitem experiências sócio-educativas, como forma de livrar crianças e jovens do uso de drogas lícitas, como álcool e fumo, e também de drogas mais pesadas.

Com esse objetivo, as secreta-rias municipais, através dos progra-mas a elas vinculados, promovem eventos recreativos onde, além da parte lúdica, são ministradas pa-lestras sobre a importância de uma vida longe das drogas.

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Considerada uma das praias mais belas do litoral do Rio Grande do Norte e um dos pontos

turísticos do estado, Zumbi tem seu principal acesso asfaltado e sinalizado, garantindo a

segurança no tráfego de veículos

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Maringá conquista prêmio de tecnologia

O projeto Hortas Comunitá-rias de Maringá conquistou o Prêmio Fundação Banco do

Brasil de Tecnologia Social 2011, con-correndo com mais de 1,1 mil trabalhos de todo o País. O anúncio dos oito fina-listas foi no último dia 22 de novembro, em Brasília. O prefeito Silvio Barros (PP) e o engenheiro agrônomo José de Oliveira Albuquerque, coordenador do projeto, receberam o prêmio de R$ 80 mil, que será aplicado nas hortas.

As Hortas Comunitárias fazem parte do programa Maringá Saudável,

implantado pela administração muni-cipal em 2005 e que trabalha a promo-ção e prevenção em saúde através do incentivo à prática de atividades físicas, a melhoria na alimentação e o combate ao tabagismo. Atualmente são 20 hortas instaladas em vários bairros e nos distri-tos de Iguatemi e Floriano.

O projeto envolve mais de 500 famílias, beneficiando milhares de pes-soas que podem comprar produtos de qualidade a preços baixos. Atualmente as Hortas Comunitárias de Maringá produzem 180 toneladas por ano. Algu-mas famílias conseguem melhorar a renda com a comercialização do excedente.

O engenheiro agrônomo José de Oliveira Albuquerque reforça que toda produção é orgânica. “Além de melho-rar a alimentação das famílias envolvidas e de moradores do entorno, as hortas tem melhorado a saúde de muitas pessoas pela convivência que proporciona”, explica.

Idosos integrados à produção das hortas viviam em casa, sem uma ocupa-ção, alguns inclusive doentes pela falta de atividade física e de convivência so-cial. A partir do momento que passaram a participar da produção das hortas, criaram novos hábitos, convivem com

outras pessoas, principalmente da mes-ma faixa de idade, e muitos melhoraram sensivelmente a saúde.

Prêmios

O projeto de Hortas Comunitárias de Maringá já conquistou outros três prêmios, o internacional da Agência Adventista de Desenvolvimento e Re-cursos Assistenciais (ADRA); o Prêmio Rosani Cunha de Desenvolvimento So-cial, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; e do Rotary Internacional. Ainda em novembro pas-sado, o projeto de expansão das hortas e implantação de um canal de comercializa-ção conseguiu R$ 1,5 milhão do Ministé-rio do Trabalho e Emprego, através da Se-cretaria Nacional de Economia Solidária.

O prêmio da ADRA garantiu o re-passe de US$ 25 mil para o programa, permitindo o investimento na implanta-ção de melhorias nas hortas existentes e a inauguração de novas horas. Os R$ 80 mil do Prêmio Fundação Banco do Brasil também serão aplicados na infraestrutura e implantação de novas hortas.

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Localizada no norte central do estado do Paraná, Maringá é uma cidade planejada, e a sétima mais populosa da região Sul do Brasil, destacando-se pela qualidade de vida. Uma das mais arborizadas

do país, a cidade agora é campeã na produção de alimentos em

hortas comunitárias

Já o recurso conquistado junto ao Ministério do Trabalho e Empre-go, através da Secretaria Nacional de Economia Solidária, será destinado à implantação de mais 10 hortas comu-nitárias e em programas para a geração de empreendimentos solidários, que es-timulem a criação de emprego e renda.

Um dos programas é a Feira da Cidadania, que vai beneficiar os produ-tores das Hortas Comunitárias, profis-sionais do artesanato e cooperativas de reciclagem. A Feira da Cidadania vai co-locar os envolvidos comercializando a produção para a comunidade. Serão be-neficiadas cerca de 250 famílias carentes da região urbana e periurbana da cidade.

O projeto de Hortas Comunitá-rias de Maringá é gerenciado pela Secre-taria Municipal de Serviços Públicos, com apoio das secretarias de Saúde, As-sistência Social e Cidadania, Esportes e Transportes, e são implantadas em par-

ceria com o Centro de Referência em Agricultura Urbana e Periurbana da Universidade Estadual de Maringá, Rede de Municípios Potencialmen-te Saudáveis, Eletrosul, Usina de Açúcar Santa Terezinha, Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome e Instituto Brasileiro de Saúde Preventiva (Ibesp).

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Oprefeito de Caratinga(MG), João Bosco (PT), e a equipe da Secretaria de Agricultura

Pecuária e Abastecimento do municí-pio, receberam em Brasília, o troféu de finalista do Prêmio de Tecnologia So-cial 2011, promovido pela Fundação Banco do Brasil. Caratinga participou com o projeto das Fossas Sépticas Eco-nômicas implantado na atual gestão.

A solenidade de entrega da pre-miação contou com a participação de representantes de instituições sociais, jornalistas, funcionários do Banco do Brasil e da Fundação BB, além de parceiros, como o BNDEs, Petrobras, Unesco, KPMG Auditores Indepen-dentes e Ministério da Ciência, Tecno-logia e Inovação. Todos os 27 finalistas, das nove categorias receberam, como premiação, um troféu, além de um ví-deo institucional e folders para que possam divulgar seus trabalhos.

Concedido a cada dois anos, a premiação tem como objetivo identifi-car, certificar, premiar e difundir Tecno-logias Sociais já aplicadas, implementa-das em âmbito local, regional ou nacional, e que sejam efetivas na solução de questões relativas à alimentação, educação, energia, habitação, meio ambiente, recursos hí-dricos, renda e saúde.

Entre as finalistas, Caratinga foi a única cidade de Minas Gerais a ser premiada. O Prêmio em sua sexta edição recebeu 1.116 inscrições no total. Ca-ratinga ficou entre as três cidades fi-nalistas na “Tec-nologia Social na Construção de Políticas Públicas para a Erradicação da Pobreza”. As fos-

sas Sépticas Econômicas, desenvolvi-das pela prefeitura, são uma benfeitoria complementar e necessária à moradia, sendo fundamental no combate a do-enças, verminoses e endemias como a cólera, e a esquistossomose. Além dis-so, evitam o lançamento dos dejetos humanos diretamente em rios, lagos, nascentes e na superfície do solo.

Para o prefeito João Bosco, “é uma alegria muito grande ficar entre os fina-listas de uma premiação tão importante como esta. O projeto das fossas sépticas foi desenvolvido pela nossa administra-ção em 2009, com o intuito de melhorar a vida da população rural e, também, de pro-teger o meio ambiente”, explica o prefeito.

“O reconhecimento deste projeto mostra que podemos, a partir de uma ideia simples, fazer grandes inovações a favor das comunidades. A Fundação Banco do Brasil é uma parceira do mu-nicípio em diversas ações, como no Cen-tro de Excelência do Café e nos projetos de Inclusão Digital, nos distritos e em algumas entidades como a APAE e o Sin-dicato. Caratinga foi a única cidade de Mi-nas Gerais classificada para a grande final,

com um projeto inovador, que se insere nas políticas sociais e de diminuição da miséria. Registro o meu agradecimento a toda equipe da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, pelo brilhante trabalho, com resultados efetivos para a população”, finalizou João Bosco.

fazendo a diferença

O secretário de Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento do município, Cleber Bento, também destacou a im-portância do prêmio. “É mais um ates-tado de que o governo do prefeito João Bosco tem atuado em ações que fazem a diferença para a população. O prefeito nos deu total apoio na elaboração e im-plantação do projeto das fossas sépticas, assim como em vários outros”, lembrou.

De acordo com o vice-presidente do Banco do Brasil, Robson Rocha, Caratinga servirá de exemplo para vá-rias cidades. ”Reconheço o trabalho do prefeito. Diante de tantos trabalhos de todo o Brasil, Caratinga foi o único de Minas Gerais. Isto mostra que a cidade está no rumo certo, desenvolvendo tra-

Caratinga é premiada pelo Banco do Brasil

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balhos que realmente despertam o inte-resse da comunidade. No projeto apre-sentado por Caratinga, além do fator de economia, está claro o olhar social e ambiental. Que isso sirva de exemplo para várias outras cidades”.

Por sua vez, o diretor-presidente do Banco Regional de Brasília e ex-presidente da Fundação Banco do Bra-sil, o caratinguense Jacques Pena, falou da satisfação de ver Caratinga tão bem representada em nível nacional. “Como caratinguense residente em Brasília há mais de 30 anos, fico muito feliz em ver a prefeitura de Caratinga se destacando, fazendo de uma ideia simples e objeti-va, com bons resultados, uma política de saneamento que protege as águas, os rios, os córregos e as nascentes da região e, principalmente, beneficia a comunidade. Eu me lembro muito bem dos distritos de Caratinga e parabeni-zo o prefeito João Bosco pelo excelen-te trabalho que vem desenvolvendo à frente do município”.

Segundo o atual presidente da Fundação BB, Jorge Streit, a participa-ção da PMC “foi muito importante para o prêmio. É a primeira vez que institu-ímos esta categoria de participação de

gestores públicos e Caratinga foi mui-to feliz em trazer essa nova versão das fossas sépticas. Já tínhamos reconheci-do outro trabalho com este tema, mas este vem aprimorar em vários aspectos o tradicional. Além da economia, tem uma série de ganhos que contribuirão para outras comunidades do Brasil”.

O gerente de visão da fundação do BB, Júlio Maria de Lima Caetano, também caratinguense, enfatizou que

uma política de resultado deve ser elo-giada, aplicada e apoiada”.

O diretor de Desenvolvimento Social da Fundação BB, Eder Mello, disse que conheceu o projeto quando esteve em Caratinga, na inauguração do CEC – Centro de Excelência do Café. “Fiquei encantado com o projeto e os incentivei a se inscrever. Acreditamos em projetos como este, que de fato ofe-recem solução e transformação social”.

Fossas Sépticas

Uma solução de saneamento básico com economia e preservação ao ambiente. A proposta é considerada moderna e prática. No processo, são utilizados tambores de plástico, conhecidos como “bombonas”, sendo indi-cados para locais de difícil instalação de rede de esgoto. Os tambores enter-rados no solo retêm a parte sólida do esgoto, iniciando o processo biológico de purificação da parte líquida.

A instalação é simples e rápida, e o tempo de uso é de 5 a 6 anos (fa-mília de 3 a 5 pessoas). José Corintho, chefe da seção de cafeicultora da pre-feitura, foi o responsável por inscrever o projeto no prêmio. Ele explica que em 2009 a prefeitura fez um diagnóstico, e percebeu que o projeto existente era muito caro. Foi então que o atual processo foi desenvolvido. Em apenas 3 anos a prefeitura já instalou mais de 200 fossas.

Para o técnico de Saneamento Básico da prefeitura, Vagnor Mourinho Alves, que também foi o responsável pela mobilização dos produtores ru-rais, “este é um método barato e eficaz. É uma honra para nós e também para a população. Esse modelo de fossas sépticas visa a preservação dos recursos hídricos, dando melhor qualidade de vida à população”, concluiu.

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Desde o início do ano, a pe-quena cidade de Gaúcha do Norte, em Mato Grosso, tem

recebido a visita de equipes técnicas municipais interessadas no modelo de gestão rural e nas ações desenvol-vidas pelos produtores para o sucesso da agroindústria local. O modelo bem sucedido tem servido de exemplo para vários municípios do estado.

Segundo o consultor da Coope-rativa Sicredi, Walter Luiz Heck, esse tipo de intercâmbio é importante para que os demais municípios constatem que, com união e entendimento, é possível fortalecer a agroindústria e colher excelentes resultados. “É im-portante mostrar para outras cidades, que se quiserem, também fazem, res-salta, acrescentando que em Gaúcha do Norte nem mesmo a falta de aces-so asfáltico impediu os produtores de acreditarem no seu potencial.

Gaúcha do Norte está integrada ao programa Cooperar e Crescer promovi-do pela cooperativa Sicredi em parceria com a prefeitura municipal, Secretaria de Agricultura, Empaer e Cooper Xin-gu. O programa oferece subsídios aos produtores rurais do município para a criação, manutenção e assistência técni-ca das agroindústrias.

“O objetivo deste programa é ga-rantir a sustentabilidade econômica do município”, ressalta Walter Luiz Heck, um dos coordenadores do programa, que há dois anos auxilia os produto-res rurais do município. Atualmente, o município conta com 10 agroindústrias implantadas: Casa do Mel Florada Xin-gu, Mussarela Flor do Lírio, Biscoitos Tauana, Sabão Capricho, Abatedouro de aves Predileto, Laticínio Bonolac, Queijo Bom Sucesso, Hidroponia Quali Bom, Abatedouro de Peixes Trevisan e Mandioca Descascada Albring.

Com apoio irrestrito da prefeitu-ra, os gestores do programa já planejam a realização de novos investimentos. “Mas não adianta nada ter o dinheiro se não tiver pessoas com boas idéias, pla-nejamento e força de vontade”, afirma Walter Heck.

“Nossa preocupação é ter um conjunto de leis que garantam a conti-nuidade dos projetos. É pensar a longo prazo, pois desenvolvimento se faz com gente, idéias e bons projetos” ressalta o prefeito de Gaúcha do Norte, Nilson Francisco Alécio (DEM).

Cooperativismo

Localizada a 580 km da capital Cuiabá, Gaúcha do Norte vem se desta-cando como exemplo bem sucedido no cooperativismo sustentável. A continui-dade dos trabalhos fez o município se tornar uma referência dentro e fora do estado, tanto que seu modelo foi apre-sentado como exemplo em workshop de secretários de Agricultura, Meio Ambiente e Turismo.

O município possui 6.500 habi-tantes, tem 160 km de chão batido, mas suas agroindústrias conseguiram fo-

mentar a economia local. As desigual-dades regionais impulsionam os planos de desenvolvimento sustentáveis e o projeto das agroindústrias apoia o pe-queno agricultor familiar e atende in-clusive a merenda escolar (o que ajuda a diminuir os gastos da prefeitura). A estratégia é construída pelos próprios atores locais. Com isso, eles conseguem reter e multiplicar os recursos em seu próprio território.

Esse resultado só foi possível gra-ças à integração entre o Sistema de Cré-dito Cooperativo (Sicred/MT), cria-dor do Programa Cooperar e Crescer; a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), responsável pela elaboração dos proje-tos de crédito para aquisição dos equi-pamentos e estruturação das agroindús-trias familiares; e a prefeitura municipal de Gaúcha do Norte, que estruturou o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) para garantir a qualidade e a segurança dos produtos.

Comodoro

Recentemente o município rece-beu a visita de uma equipe do muni-cípio de Comodoro, que foi conhecer, in loco, os empreendimentos rurais que estão mudando a economia de Gaúcha do Norte, onde cada produtor montou sua própria empresa para dar escoamento à produção. A valorização da atividade, o apoio de instituições fi-nanceiras, orientações técnicas e apoio da administração pública foram fun-damentais para esse melhoramento na produção e renda da área rural.

“Uma das coisas que observamos é a organização e o fortalecimento do cooperativismo, modelo que queremos fortalecer aqui também”, afirmou o se-cretário José Rufino Bento.

A agroindústria de Gaúcha do NorteMunicípios

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Municípios

Paralisado desde 2005, o progra-ma “Moradia Legal” voltará a atender a população de baixa

renda, realizando o registro gratuito das propriedades, através de mutirões nos municípios alagoanos. O novo mo-delo do programa foi apresentado pela Corregedoria do Tribunal de Justiça à Associação dos Municípios de Alagoas (AMA). O TJ quer o apoio da associa-ção no trabalho de mobilização e orien-tação aos prefeitos sobre as exigências do programa.

O “Moradia Legal” foi criado para atender a população carente, que não tem a possibilidade de registrar suas propriedades. O projeto de cunho so-cial está sendo ajustado para retomar o atendimento antes do período eleitoral de 2012, que começa em maio. Antes disso, equipes do Tribunal de Justiça re-alizarão mutirões de cadastramento em parceria com a Associação dos Notários e Registradores (Anoreg) e os cartórios.

O Tribunal de Justiça de Alagoas pretende mobilizar o maior número de prefeituras interessadas para montar um cronograma de atendimento. Também está sendo analisada a hipótese de am-pliar o projeto, com a entrega de certi-dão de nascimento.

O prefeito de Paripueira e presi-dente da AMA, Abrahão Moura (PP),

A volta do Moradia Legalressaltou a importância do programa para os municípios, adiantando que di-versos prefeitos já mostraram interesse na volta do projeto. Para Iran Malta, da Anoreg, o sucesso do projeto depende diretamente da participação ativa das prefeituras, que precisam fazer o levan-tamento topográfico da localidade que será regularizada.

Segundo os juízes Ivan Brito e Klever Loureiro, da Corregedoria do TJ, os prefeitos devem se dirigir à ANOREG, que disponibilizou técni-cos para orientação sobre os principais pré-requisitos do programa, entre eles o tamanho do imóvel, que não pode exce-der a 250 metros, incluindo o terreno. As famílias também devem ter renda de até 5 salários mínimos.

O “Moradia Legal” desenvolve ações conjuntas para agilizar o processo de regularização e registro de imóveis em áreas urbanas, com foco na popu-lação de baixa renda, por meio de um procedimento simplificado e gratuito. O objetivo é garantir a legalização dos imó-veis a uma grande parcela da comunidade.

“Estamos dando continuidade ao Programa, que foi iniciado na gestão anterior, por entender que se trata de um trabalho que beneficia a população”, reconhece o corregedor geral Sebastião Costa Filho. Segundo ele, trata-se de mais um instrumento do Poder Judici-ário em prol da comunidade alagoana.

A partir de 2012, as equipes de trabalho visitarão os municípios do in-terior do estado realizando mutirões de cadastros. Segundo o desembargador James Magalhães, a intenção é percor-rer um número máximo de municípios até maio. “Depois de maio iremos parar momentaneamente com o projeto por conta do período eleitoral. Não quere-mos que seja confundido com campa-nha”, alertou.

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Governar um município tendo uma receita anual de pouco mais de R$ 15 milhões para

atender todas as demandas da popula-ção não é uma tarefa fácil. Exige muito trabalho, dedicação e, sobretudo, uma eficiente estratégia de gestão, para equi-librar as finanças da prefeitura e garan-tir recursos para investimento.

Eleito em 2008 para seu se-gundo mandato (o primeiro foi em 2001/2004) no comando de Carnau-bais, pequena cidade localizada a 240 quilômetros de Natal (RN), o prefei-to Luiz Gonzaga Cavalcante Dantas (PSB) – ou simplesmente Luizinho Cavalcante – vem dando conta do re-cado. “Apesar de todas as adversidades, conseguimos calçar ruas com recursos próprios, construir e reformar escolas e postos de saúde, melhorar a qualidade do ensino, regularizar a coleta de lixo e asfaltar as principais avenidas da cida-de em parceria com o governo federal”, ressalta o prefeito.

Mas nada disso foi feito sozinho. A mobilização da população e a com-patibilização de eventuais divergências políticas foram – e são - fundamentais para colocar o município no caminho do desenvolvimento. “Governar para todos implica em abrir mão das dife-renças políticas e partidárias em bene-fício da coletividade”, ensina Luizinho Cavalcante.

Quando assumiu o comando da cidade, a prefeitura tinha um déficit de R$ 2 milhões e um acervo de dívidas com o INSS, servidores, fornecedores e prestadores de serviços. Seu primeiro passo foi negociar todas as dívidas para tirar o município da lista negra. “Imagi-ne uma prefeitura sem poder tirar uma Certidão Negativa de Débitos. Isso é terrível”, lembra o prefeito, ressaltando

que sem a Certidão o município não pode firmar convênios com o governo estadual e federal.

Sempre otimista, Luizinho Ca-valcante acredita que a situação dos pequenos municípios tende a melho-rar com os consecutivos recordes de arrecadação de impostos registrados no país. Para ele, a lógica indica que os repasses do FPM devem aumentar e be-neficiar os municípios, que literalmen-te carregam nas costas as necessidades mais elementares da população. Segun-do o prefeito, “o bolo precisa ser mais bem repartido”.

Cidade em desenvolvimento

Tendo a educação como priori-dade número um de sua gestão, a pre-feitura tem investido pesado na capaci-tação e valorização dos profissionais e em novos mecanismos administrativos e pedagógicos. Para Luizinho Caval-cante, com certeza a educação é a base mais forte que uma sociedade pode ter para se devolver, crescer e evoluir. “Os dados do Ideb mostram que estamos conseguindo avançar no setor educa-cional”, ressalta.

Em Carnaubais, a questão da saú-de pública também recebe tratamento especial. Segundo o prefeito, mais de 20% dos recursos municipais são apli-cados mensalmente na área de saúde, índice superior ao percentual mínimo de 15% exigido por lei. “Estamos longe da perfeição, mas sempre buscamos o desenvolvimento de ações capazes de proporcionar uma melhor condição de atendimento à nossa população”, admi-te Luizinho Cavalcante.

A atenção básica através de equi-pes multiprofissionais de saúde da família humaniza o trabalho de pre-

venção e recuperação de doenças Ele ressalta que a saúde pública não está restrita a hospitais e postos de saúde, pois existem outros avanços “invisíveis” que refletem diretamente na melhoria da qualidade de vida: “Saneamento bá-sico também é saúde e um importante instrumento de prevenção”.

Na área sócio-ambiental, o muni-cípio mantém um eficiente programa de coleta seletiva de lixo que, além de contribuir com a limpeza pública da cidade, gera trabalho e renda aos ca-tadores. A população de baixa renda também pode trocar material reciclável – papel, plástico, vidro e ferro – por kits escolares dentro do programa “Educar para Reciclar”. São dois programas com o mesmo objetivo: conscientizar a co-munidade sobre os benefícios da coleta seletiva de lixo reciclável.

“Somos a prima-pobre das cida-des vizinhas, mas não abrimos mão de participarmos ativamente do processo de desenvolvimento”, garante o prefeito Luiz Gonzaga Cavalcante Dantas.

Carnaubais aposta na gestão públicaMunicípios

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 33

Barueri é destaque nacional

Entre todos os 5.565 municípios brasileiros, Barueri ocupa a pri-meira colocação em desenvol-

vimento. É o que atesta a edição 2011 do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), que acompanha o desenvolvimento de todas as cidades do Brasil nas áreas de Emprego e Renda, Educação e Saúde.

O IFDM é feito, exclusivamen-te, com base em estatísticas públicas oficiais, disponibilizadas pelos minis-térios do Trabalho, Educação e Saúde. De leitura simples, o índice varia de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento da cidade.

Nesta nova edição do IFDM, ano base 2009, Barueri obteve o índice ge-ral de 0,9303 – o município de Paulínia (SP), segundo lugar no ranking, obteve 0,9290. Entre as três áreas, Barueri des-tacou-se mais em Saúde, com o IFDM em 0,9518. Em Educação, a cidade ob-teve 0,9206, e em Emprego e Renda fi-cou com 0,9184.

Evolução

O novo IFDM de Barueri de-monstrou, ainda, evolução do desenvol-vimento do município em três anos, até

2009: em 2007, a cidade obteve 0,9083, e em 2008, 0,9238.

Para o prefeito Rubens Furlan (PMDB), os resultados refletem a se-riedade e o compromisso da Prefeitura de Barueri com o bem estar dos seus cidadãos. “Quando eu disse na minha posse, que faria o melhor governo da história de Barueri, muita gente não acreditou e até pensou que fosse brava-ta de político. Agora todos têm a prova de que eu estava falando sério, e muito sério. Tão sério quanto a Firjan, que é uma entidade idônea e de credibilidade que comprova com números o desen-volvimento da nossa cidade, destaca o prefeito Furlan.

Saúde

Entre outros equipamentos, a es-trutura da Saúde em Barueri conta com 16 unidades básicas de saúde (UBS); dois pronto-socorros regionais, um pron-to-socorro adulto e outro infantil; serviço de especialidades médicas; farmácia mu-nicipal, com mais de 450 tipos de medi-camentos gratuitos à população (tem até entrega em domicílio); laboratório de análises clínicas; e o Hospital Municipal Dr. Francisco Moran, com 304 leitos.

Educação

São mais de 100 escolas, entre creches, ensino infantil e ensino funda-mental – quatro destas são de período integral, duas até com piscina semio-límpica aquecida. O ensino técnico profissionalizante também é destaque: são seis unidades do Instituto Técnico de Barueri (ITB), com 15 cursos gratui-tos. A Prefeitura de Barueri ainda doou o terreno e construiu as unidades da Fatec e Etec (repassadas do governo es-tadual) e do Senai (repassada à Fiesp).

No estado, Barueri é o 5º muni-cípio com mais empregos, depois das cidades de São Paulo, Campinas, Gua-rulhos e São Bernardo do Campo. Já na região oeste da Grande São Paulo, é o município que mais gerou novas vagas de emprego com carteira assinada no primeiro semestre deste ano. Os índices posicionam Barueri entre os 50 mu-nicípios brasileiros que mais geraram postos de trabalho no período, entre as mais de cinco mil cidades do Brasil.

Municípios

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34 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

O Programa Orçamento Parti-cipativo Jovem, desenvolvido pela Secretaria de Planeja-

mento da Prefeitura de Rio das Ostras, também ficou entre as 27 iniciativas de tecnologias sociais finalistas da edição 2011 do Prêmio Fundação Banco do Brasil, dentre as mais de 1100 inscritas. O município foi um dos três represen-tantes do Rio de Janeiro e o único do interior do Estado na fase final.

Para a Fundação Banco do Brasil, tecnologia Social, compreende produ-tos, técnicas ou metodologias reaplicá-veis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social. O Orçamento Participativo Jovem é uma metodologia que visa despertar nos alu-nos de toda a rede escolar do município – do nível básico ao ensino médio – a consciência do exercício da cidadania, ao estimular sua participação na elabo-ração do orçamento municipal.

Os 27 finalistas foram divididos em nove categorias e Rio das Ostras concorreu em “Tecnologia Social na Construção de Políticas Públicas para Erradicação da Pobreza”, com proje-tos de Caratinga, Minas Gerais e Ma-ringá, no Paraná, a vencedora.

Para o prefeito Carlos Augusto (PMDB), os investimentos feitos na formação de crianças e adolescentes em Rio das Ostras começam com o OP Jovem, que desenvolve a conscientiza-ção da cidadania de estudantes desde o ensino infantil. “Nossos jovens come-çam a ter consciência de como devem ser aplicados os recursos do município, para que eles saibam das dificuldades de administrar um orçamento e as prio-ridades de uma cidade. Assim, eles co-meçam a exercer a sua cidadania desde cedo”, disse o prefeito.

De acordo com a secretária de Planejamento de Rio das Ostras, Rosemarie Teixeira, essa é mais uma conquista para o município. “Só o fato de sermos certificados como tecnolo-gia social na Fundação do Banco do Brasil já é importante. Agora ter fi-cado entre os finalistas e ter sido um dos três representantes do Estado do Rio de Janeiro mostra que estamos no caminho certo. A metodologia do OP Jovem está disponível em um banco de políticas que pode ser acessado on line por todos os interessados que quiserem usar a mesma metodologia. Isso é gratificante para todos nós de Rio das Ostras”, declarou.

Prêmio

Concedida a cada dois anos, a premiação tem como objetivo identifi-car, certificar, premiar e difundir tecno-logias sociais aplicadas em âmbito local, regional ou nacional e que sejam efeti-

vas na solução de questões relativas à alimentação, educação, energia, habita-ção, meio ambiente, recursos hídricos, renda e saúde.

Vídeo

Escolhido entre 1116 inscritos como um dos 27 finalistas do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnolo-gia Social, o Orçamento Participativo Jovem de Rio das Ostras, foi documen-tado em vídeo. Com esse objetivo a equipe da AbraVideo, responsável pela produção do vídeo que vai integrar o acervo da Fundação, esteve no muni-cípio fazendo imagens da metodologia do OP Jovem, que inclui apresentações de teatro e dança que levam informa-ções para os estudantes e votação das prioridades orçamentárias.

Segundo Rosemarie Teixeira, se-cretária de Planejamento de Rio das Ostras, pasta responsável pelo OP Jo-vem, a seleção do projeto entre os fina-listas foi uma grande surpresa. “Rece-ber a certificação da Fundação Banco do Brasil na área de Tecnologia Social comprova que o trabalho desenvolvido pela Prefeitura colabora na socialização dos nossos jovens, levando-os a ter res-ponsabilidade e compromisso com a cidade”, afirma Rosemarie.

A dona de casa Rosana Tavares Maia, mãe dos gêmeos Priscila e Luís Fernando, de 6 anos, que integram a Comissão do OP Jovem (composta por crianças, adolescentes e jovens), acredita que o projeto mereceu estar entre os finalistas do prêmio. “Eu acho essa iniciativa maravilhosa. Meus filhos hoje têm mais amor pela cidade e se sentem responsáveis por cuidar da sua preservação, evitando jogar lixo na rua e conscientizando outras pessoas”, con-ta orgulhosa.

Orçamento Participativo em Rio das OstrasMunicípios

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Orçamento Participativo em Rio das Ostras

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36 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Os esforços do Brasil para eliminar o trabalho infantil – que se refere às crianças e

aos adolescentes de 5 a 17 anos – em pelo menos 50% nos últimos 20 anos servem como exemplo mundial a ser seguido, segundo a Organização In-ternacional do Trabalho (OIT). Po-rém, as autoridades sabem que o em-penho deve ser mantido, pois ainda há cerca de 4,1 milhões de crianças e adolescentes trabalhando ilegalmente no país, principalmente no Norte e Nordeste.

Em visita oficial ao Brasil, a diretora-geral do Programa Interna-cional para a Eliminação do Trabalho Infantil da organização, Constance Thomas, reuniu-se com autoridades brasileiras para verificar os projetos

desenvolvidos pelos governos federal, estaduais e municipais em parceria com a OIT.

A programação da visita incluiu visitas a Salvador, Cuiabá e Brasília e reuniões com os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Tereza Cam-pello (Desenvolvimento Social e Com-bate à Fome), além de integrantes do Ministério Público e do Ministério das Relações Exteriores.

Segundo o coordenador nacio-nal do Projeto Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil da Organização Internacional do Traba-lho (OIT), Renato Mendes, o fim da exploração de crianças e adolescentes está diretamente associado às políticas públicas na área social.

“A experiência desenvolvida no Brasil é modelo devido ao conjunto das ações. A eliminação do trabalho infantil depende de esforços para a execução de políticas sociais, como o Bolsa Família, o Mais Educação e outros”, disse Men-des. “Mas é necessário lembrar que o problema ainda existe e deve ser solu-cionado”, acrescentou ele.

Mendes disse ainda que a OIT está preocupada com a possibilidade de o trabalho infantojuvenil ser retomado em áreas que estava extinto em decor-rência dos impactos da crise econômi-ca internacional. “Nosso receio é que o trabalho infantil seja retomado em paí-ses que ele já não existia mais.”

No Brasil, o trabalho denominado perigoso é vetado para quem tem me-

nos de 18 anos. Aos 14 e 15 anos, o adolescente brasileiro pode traba-lhar como aprendiz. Aos 16 anos, o jovem pode ser contratado com carteira assinada e seguin-do a legislação.

Prática arcaica

Infelizmente o sucesso que vem sendo obtido no combate ao trabalho infantil não se estende ao trabalho es-cravo. Levantamento divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostra que as ocorrências de trabalho escravo no campo tiveram aumento significativo no período de janeiro a setembro de 2011, na comparação com igual período do ano passado.

Neste ano, foram registradas 218 denúncias à CPT e ao Ministério do Trabalho, contra 177 em 2010, o que representa um aumento de 23%. Para Antonio Canuto, secretário da coorde-nação nacional da CPT, os flagrantes cresceram devido ao aumento da fisca-lização e à maior participação da socie-dade, mas o número de trabalhadores vivendo em condições análogas à escra-vidão também cresceu.

“O sistema vai lançando mão de formas de trabalho arcaicas para obter cada vez mais lucro”, disse. Segundo ele, tais condições são encontradas com mais frequência no corte da cana-de-açúcar, na colheita de frutas como o to-mate e na extração de madeira.

O número de pessoas resga-tadas do trabalho escravo também passou de 3.854 em 2010 para 3.882 em 2011. De acordo com a CPT, a região Centro-Oeste concentrou quase 50% dos trabalhadores resga-tados (1.914 do total), sendo 1.322 apenas em Mato Grosso do Sul. O maior crescimento, no entanto, foi verificado no Nordeste: a região, que registrou 19 ocorrências de tra-balho escravo nos nove primeiros meses de 2010, foi responsável por 35 ocorrências no mesmo período de 2011 (aumento de 84%).

Trabalho infantil diminuiu. O escravo, nãoSocial

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Social

O Ministério do Desenvolvi-mento Social e Combate à fome (MDS) vai ampliar as

ações municipais ligadas ao Programa Bolsa Família e ao Plano Brasil sem Miséria, através do reajuste do Índi-ce de Gestão Descentralizada (IGD). Com isso, os municípios receberão mais recursos e poderão expandir os mecanismos da chamada busca ativa, isto é, a localização das famílias mais pobres que ainda não fazem parte do Cadastro Único.

Até então, o governo federal paga-va aos municípios R$ 2,50 por família cadastrada e beneficiária do Bolsa Fa-mília. A partir de agora, serão pagos R$ 3,25 por família atualizada no Cadastro Único. Em 2011, foram repassados para estados e municípios cerca de R$ 330 milhões. A previsão do MDS para 2012 é que esse valor chegue a R$ 560 milhões.

De acordo com a ministra do Desen-volvimento Social, Tereza Campelo, os grande parceiros na execução do Bolsa Família são os municí-pios. “Conseguimos chegar em 13 milhões de famílias porque

estamos conseguindo trabalhar com os 5,5 mil municípios. Temos de criar me-canismos nos quais a prefeitura e o ges-tor se sintam estimulados a aperfeiçoar o cadastro”.

O IGD é um indicador que varia de 0 a 1 e mostra a qualidade da gestão do Programa Bolsa Família em âmbito municipal. O índice é calculado com base na qualidade e integridade das informações que constam no Cadastro Único, na atualização da base de dados e nas informações sobre a frequência escolar das crianças e adolescentes e sobre o cumprimento das condiciona-lidades na área de saúde.

“O IGD já existia e não era reajus-tado há um bom tempo. Toda a chave do Plano Brasil sem Miséria é o Ca-dastro Único e, com essa ampliação, os prefeitos passam a ter mecanismos de financiamento da busca ativa, ou seja, ir atrás dessa população que ainda não está no cadastro e não está recebendo o Bolsa Família”, disse a ministra.

Governo amplia ações nos municípiosInovações

De acordo com o secretário de Renda e Cidadania do MDS, Tiago Fal-cão, o recurso do IGD é um reconhe-cimento dos serviços prestados pelo município para que ele aperfeiçoe os mecanismos de gestão dos programas. “Duas grandes inovações o IGD traz. Uma é a lógica de reconhecimento do que foi feito pelos municípios e outra é a liberdade na aplicação de recursos, dada a diversidade de situações que encontra-mos em cada prefeitura”, disse Falcão.

O acompanhamento da execução dos recursos é feito pelos conselhos municipais de Assistência Social. Por isso, para Falcão, não existe a possi-bilidade de os municípios executarem um cadastramento indiscriminado para receber recursos adicionais. “Não basta cadastrar. Temos parâmetros de controle para isso, para saber efetivamente quantas famílias se espera que a prefeitura cadas-tre e quantas ela efetivamente cadastrou”.

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38 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Mais de mil gestores, entre prefeitos e governadores, aderiram ao termo de com-

promisso que relaciona uma série de metas e padrões de qualidade que deve-rão cumprir na atenção básica de sua re-gião dentro da estratégia do “Saúde Mais Perto de Você- acesso e qualidade”.

Inicialmente, os gestores inseri-dos na rede de atenção receberão 20% a mais dos recursos específicos para o financiamento do setor – PAB variá-vel - e poderão dobrar o incentivo com a qualificação das equipes e dos serviços ofertados à população nas Unidades Bási-cas de Saúde (UBSs). Para tanto, serão in-vestidos R$ 821 milhões até dezembro de 2012 e a previsão do Ministério da Saúde é aplicar, até 2014 R$ 4 bilhões a mais no orçamento da Atenção Básica

Ao todo, 17.669 equipes de aten-ção básica receberão o componente de qualidade, o que representa um valor adicional mensal de até R$ 1.700,00 por grupo de imediato, podendo che-gar a R$ 8.500, dependendo das avalia-ções. “Os recursos ampliam significa-tivamente o financiamento da atenção

básica, com ações que avançam para assegurar equipes mais incentivadas, preparadas e capazes de atender a popu-lação com qualidade”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Além disso, a população poderá acompanhar a qualidade dos serviços prestados pelas UBSs pela internet, no site do Departamento de Atenção Bá-sica do Ministério da Saúde. “Quere-mos que a população tenha em mãos ferramentas para cobrar a qualidade do atendimento. A percepção do usuário será um dos critérios de avaliação des-sas equipes”, ressaltou o ministro.

Logo na entrada das unidades cadastradas na estratégia “Saúde Mais Perto de Você - acesso e qualidade” ha-verá uma placa de identificação conten-do: carteira de serviços ofertados pela equipe, horário de funcionamento da unidade, nome e escala dos profissio-nais da equipe, telefone da ouvidoria do Ministério da Saúde e do município,

quando houver, além das metas e pa-drões de qualidade assumidos pelos gestores municipais das 17.669 equi-pes cadastradas.

Avaliação

A partir de março de 2012, todas as unidades serão visitadas por uma equipe de avaliação externa, que rea-lizará certificação do serviço. Além de entrevistas realizadas dentro das UBSs, também serão visitados em casa, 170 mil usuários, que serão questionados sobre a qualidade dos serviços e aten-dimentos que receberam nas UBSs.

“Pela primeira vez, o Ministério da Saúde incorpora em sua política de atenção básica e no financiamento, a possibilidade de reconhecer o esforço dos gestores municipais e profissionais de saúde, induzindo e premiando a qualidade, e fazendo isso com o má-ximo de transparência, já que todos os

Prefeituras terão metas na saúde públicaSaúde

Com o novo projeto, o Ministério da Saúde contará com o apoio efetivo dos gestores municipais

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resultados estarão disponíveis à popula-ção no site do DAB”, explica Diretor da Atenção Básica do Ministério da Saúde, Hêider Pinto.

Serão avaliados indicadores como: tempo de espera, cobertura de hipertensos e diabéticos; padrões de acesso e qualidade ao pré-natal; avaliação do uso e da satisfação dos usuários e acompanhamento das condicionalidades do bolsa família. Equipes com desempenho muito bom poderão até dobrar os recursos que já recebem passando a receber até R$ 8.500 mensais por equipe, o que representa 100% a mais do PAB-variável – componente de qualidade. “Aquelas que tiverem um desempe-nho insatisfatório terão o incentivo suspenso”, enfatiza o diretor.

A Atenção Básica é o ponto de atenção mais próximo de cada usuário e a principal porta de entrada do Sistema Único da Saúde (SUS), capaz de resol-ver até 80% dos problemas de saúde das pessoas. A Rede de Atenção Básica do

SUS conta com mais de 38 mil unida-des em todos os municípios brasileiros. São 430 mil profissionais (entre médi-cos, enfermeiros, auxiliares de enferma-gem, agentes comunitários de saúde, dentistas e auxiliares de consultório dentário), a serviço da população em centros de saúde, postos de saúde ou nos domicílios.

Investimento

Outro componente previsto na estratégia “Saúde Mais Perto de Você” são as reformas nas Unidades Básicas de Saúde para cumprimento dos pa-drões estabelecidos pela ANVISA e pelo departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, permitindo assim, melhoria do ambiente, acessi-bilidade, acolhimento e humanização para os usuários, além da melhoria das condições de trabalho para as equipes de trabalhadores.

Ao todo, serão destinados R$ 543 milhões para reformas de 5.272

mil Unidades Básicas de Saúde nos 26 estados e no Distrito Federal. Os recursos são definidos, conforme o tamanho das unidades. UBS com por-te entre 153m² e 293m² vão dispor de R$ 30 mil a R$ 150 mil. Já as unidades com tamanho superior a 293m² rece-berão entre R$ 30 mil e R$ 350 mil. Os recursos serão repassados em duas parcelas, sendo que a primeira cor-responderá a 20% do total da obra. O restante do valor (equivalente a 80%) será repassado somente após a com-provação do início dos serviços.

O Ministério também destinou re-cursos para construção de 2.028 mil no-vas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em 1.113 municípios. Para essa ação foi destinado R$ 540 milhões. No total, com construções e reformas, serão beneficia-dos 30 milhões de brasileiros.

O acesso a diagnósticos e trata-mentos oferecidos pelas UBSs também será ampliado com a informatização e construção de núcleos e rede de te-leconsultoria e suporte clínico à dis-tância, os Telessaúde. Até 2014, serão investidos R$ 280 milhões na implanta-ção de 38 novos núcleos para dar supor-te a 10.966 equipes de saúde da família em 2.036 municípios.

O Telessaúde é um programa que oferece às equipes de Atenção Básica te-leconsultoria à distância, utilizando tec-nologias de informação e comunicação. O programa permite que profissionais de saúde troquem informações sem sair dos postos de atendimento, por meio de videoconferências e internet.

“Estamos ampliando o acesso a diagnósticos e tratamentos, evitando deslocamento do usuário, reduzin-do filas e tempo de espera na aten-ção ambulatorial especializada. Dessa forma, ampliamos a resolutividade da atenção básica e possibilitamos educa-ção permanente das equipes”, finaliza Hêider Pinto.

Saúde

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40 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Até o fim deste mês, o Ministé-rio do Desenvolvimento Agrá-rio (MDA) concluirá a contra-

tação de 13 entidades que vão receber R$ 11 milhões para prestarem Assis-tência Técnica e Serviços de Extensão Rural (Ater) a dez mil famílias de agri-cultores familiares que plantam tabaco e desejam diversificar suas culturas. Os contratos com essas entidades são resul-tado de uma chamada pública do minis-tério, realizada em setembro, para atender a agricultores familiares fumicultores nos sete maiores estados produtores de fumo no País: Alagoas, Sergipe, Bahia e Para-íba, no Nordeste; Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, no Sul.

Esses dez mil atendimentos pre-vistos para começar em 2012 e finali-zar 12 meses depois vão elevar para 50 mil o número de famílias que recebem alguma ação do Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco, do MDA, tais como capacitação, apoio técnico ou participação em pesqui-sa. A contratação das entidades integra uma das mais importantes iniciativas interministeriais do governo brasileiro para atender às diretrizes da Organiza-

ção Mundial de Saúde (OMS) para o controle do consumo do tabaco.

Atualmente, há 65 projetos de diversificação à cultura do tabaco na agricultura familiar em andamento para criação de frango, peixe, gado leiteiro, frutas e hortaliças, dentre outras ativida-des nas quais o MDA investiu, nesses seis anos, R$ 26 milhões. Esses projetos aten-dem a 80 mil famílias de agricultores familiares com ações de pesquisa, capa-citação e acompanhamento técnico.

Modelo em Dom Feliciano

O Programa Nacional de Diversi-ficação em Áreas Cultivadas com Taba-co foi criado em 2005, quando o Brasil ratificou a Convenção-Quadro para o Controle de Tabaco (CQCT) – primei-ro tratado internacional de saúde públi-ca da história da humanidade que conta com 174 países membros da OMS –, e atende aos artigos 17 e 18 da conven-ção. A convenção orienta a implanta-ção, pelos países signatários, de políti-cas públicas que apoiem o combate ao tabagismo, considerado pela OMS uma epidemia não transmissível e mundial.

Desde a sua criação, o MDA co-ordena o programa e oferece vários tipos de apoio a 187 mil famílias de agricultores familiares fumicultores que, segundo o Diagnóstico Socioeco-nômico da Propriedade Fumicultora Sul-Brasileira 2010/11, publicado pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), ocupam, em todo o País, 140 mil propriedades, das quais 80% têm até 20 hectares. Segundo a coordena-ção do programa no MDA, o Programa Nacional de Diversificação em Áreas de Cultivo de Tabaco proporciona capaci-tação para o cultivo orgânico de frutas, legumes, verduras e criação de gado lei-teiro para parte dos 2,3 milhões de hec-tares do território nacional - conforme Diagnóstico da Afubra -, ocupados com cultivo de tabaco.

Um exemplo de ação bem sucedi-da do programa é o projeto de pesquisa e desenvolvimento em curso no municí-pio de Dom Feliciano, no Rio Grande do Sul. Todo o município está integrado nas ações do programa que tem como um dos objetivos gerar referências para a diversi-ficação da produção e renda, e integrar ações de saúde, meio ambiente, comer-cialização, Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), dentre outros aspectos.

O projeto de Dom Feliciano tor-nou-se uma espécie de referência. “O prefeito procurou o MDA para implan-tar o programa, e por isso a localidade foi denominada cidade-modelo. O mu-nicípio é um laboratório para testar as melhores práticas para implantação de diversos projetos de saúde, produção, comercialização e de acompanhamento técnico que integram o programa”, expli-ca a Adriana Gregolin, coordenadora do programa. Nesse município-modelo, 5% das famílias produtoras de fumo são con-templadas pelo programa e a expectati-va é de que esse índice dobre em 2012.

Sai o tabaco, entra o alimentoSaúde

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Queda de consumo

A redução mundial do consumo de tabaco, sobretudo nos países desen-volvidos, é um dos fatores que denun-ciam a urgência de oferecer aos fumicul-tores novas alternativas econômicas. Essa redução, que vem sendo registrada nos últimos anos, foi descrita no Relatório de Gestão de 2010 da Conicq/Inca e reco-nhecida pela indústria fumageira no Anu-ário Brasileiro do Tabaco 2011.

O Anuário da Afubra dá conta de que, em 2010, os principais países produtores de tabaco – Brasil, Estados Unidos, Malawi, Turquia, Indonésia, Argentina e Itália –tiveram decrésci-mo na quantidade colhida. O balanço de 2011 da indústria fumageira mostra que a China ocupa o primeiro lugar na produção mundial, com 2,4 milhões de toneladas de fumo; e o Brasil, o segun-do, com 867.210 toneladas. A Índia, de acordo com o estudo, apresentou, este ano, diminuição de produção e ficou atrás do Brasil com 750 mil toneladas. “O quar-to maior produtor, Estados Unidos, vem mantendo a redução no plantio, com es-timativa de 294 mil toneladas para este ano”, informa o Anuário.

A secretária executiva da Comis-são Nacional para Implementação da Convenção-Quadro (Conicq), do Ins-tituto Nacional do Câncer (Inca), Tâ-nia Cavalcante. Na avaliação da secre-tária executiva do Conicq, o programa foi criado na hora certa: “o Brasil tem de fortalecer esse programa e diversificar urgentemente a cultura de tabaco por-que a redução do consumo é realidade. Os dados da própria indústria fumagei-ra de que em 2010 houve excedente de produção comprova isso”, declara.

Saúde

Cultivado há 120 anos no País, o tabaco é um dos principais produtos

da balança comercial: cerca de 96% da produção nacional de fumo vai para fora do País. Ficam apenas, aproxima-damente, 5% da produção em territó-rio nacional. No Brasil, essa cultura é executada primordialmente por agri-cultores familiares. Eles representam 95% dos produtores de tabaco e estão situados geralmente nas Regiões Sul e Nordeste. Apesar do peso que tem para a balança comercial, o plantio de tabaco gera problemas de saúde, associados ao uso intensivo de agrotóxicos e à doença da folha verde do tabaco.

Estudos da OMS e também do Inca/Ministério da Saúde (MS) reve-lam que não são somente os tabagistas que adoecem por causa do consumo do tabaco. A planta agride aos agricultores. Eles padecem de várias doenças em ra-zão exclusivamente do cultivo e do con-tato com a nicotina liberada pelas folhas da planta. O principal mal que os afeta é Doença do Tabaco Verde (DVT) (em inglês, Green Tabacco Sickness – GTS).

Trata-se de um tipo de intoxi-cação aguda adquirida por meio do

contato com a nicotina emitida pela folha. Oficialmente, a doença da folha verde do tabaco foi identificada no Brasil apenas em 2007, em virtude de uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), realizada em 2008, no município alagoano de Arapiraca, em que 107 trabalhadores estavam com a intoxicação e no município gaúcho de Candelária, no qual foram identificados 33 trabalhadores conta-minados pela doença.

Os dois casos serviram para acres-centar aos estudos que, além da vulne-rabilidade econômica, os fumicultores estão submetidos a sérios riscos de doenças. “As pesquisas demonstram os riscos de intoxicação aguda pela nicoti-na durante a colheita. Por causa disso, o Ministério da Saúde está fazendo, atualmente, um levantamento para sa-ber todo tipo de moléstia provocado pela plantação do tabaco. Os estudos do Inca dizem ainda que, dentre outros problemas, há elevada taxa de suicídios nas regiões fumicultoras”, informa a secretária-executiva do Conicq.

Tânia Cavalcante explica que o Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultiva-das com Tabaco do MDA é uma ferramenta fundamental para impedir a vulnerabilidade e a crise entre as mais de 600 mil pessoas que plantam tabaco no País, dentre eles os 200 mil agricultores familiares

Saúde

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42 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Isabeli Fontana

Paula Fernandes

Fernanda Vasconcellos

Luiz Inácio Lula da Silva

Orlando Barone

Maílson da Nóbrega

Top-model brasileira, feliz com o resultado do ensaio fotográfico que fez para o

Calendário Pirelli 2012

Cantora, compositora e arranjadora mineira. Natural de Sete Lagoas, foi eleita a 16ª mulher mais sexy do mundo pela revista VIP

Protagonista da novela A Vida da Gente, capa da revista BOA FORMA de dezembro

Ex-presidente da República, que enfrenta um câncer na laringe

Comentarista da TV estatal argentina, confundindo direita com direito

Economista, consultor e ex-ministro da Fazenda.

“Fotografamos em apenas um dia e meio. O clima entre a equipe era de

celebração e as locações em meio à natureza pareciam um sonho”

“Aos 8 anos aprendi uma canção e a cantei para minha mãe. Ela se emocionou, pediu para cantá-la de novo. Virei cantora ”

“Aprendi a beber mais água e senti que ajuda a enganar a fome e a afinar a cintura”

“Acho que vou ganhar esta batalha. Nenhum ser humano pode se deixar vencer por um câncer ”

“O jornalismo é inevitavelmente de direita, porque a democracia é de direita. O jornalismo nasce para defender a democracia, dentro dos cânones instituídos da propriedade privada”

“Os políticos e pessoas menos informadas podem associar o trabalho dos economistas à desventura. Estes tendem a errar mais do que os médicos, mas seu foco jamais será a recessão pela recessão ou a austeridade sem propósito ”

Cotidiano

42 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 43

Fernanda Queiroz

Duciomar Costa

Aloizio Mercadante

Aparecida Panisset

Lindsay Lohan

Blairo Maggi

Filha do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, foi uma das modelos mais aplaudidas no Capital Fashion Week

Prefeito petebista de Belém, que fez campanha contra a não divisão do estado do Pará

Senador petista por São Paulo e ministro da Ciência e Tecnologia

Prefeita pedetista de São Gonçalo (RJ) dizendo-se feliz pelo trabalho que tem realizado à frente do executivo municipal

Atriz americana, que assumiu a sua bissexualidade no final de 2008

Senador republicano pelo Mato Grosso, defendendo pesquisa que indica aumento do desmatamento em Mato Grosso.Considerado o maior produtor individual de soja do mundo, já recebeu o prêmio Motosserra de Ouro, do Greenpeace por ter contribuído para a destruição da Amazônia

“Desfilo há mais de dez anos. Adoro fazer meu trabalho e divulgar Brasília ”

“O plebiscito pela divisão do Pará nos deixou uma lição, a todos, políticos, para que nossa luta seja pelo grande futuro que o estado tem pela frente e não só pelas riquezas que ainda serão revertidas para a nossa economia ”

“Minha vida está muito melhor e mais produtiva aqui do que era no Congresso Nacional”

“Há sete anos nós tínhamos um município largado. Mas com muito trabalho e ajuda nós conseguimos transformar a realidade da cidade”

“O sexo e a sexualidade são parte da natureza, e eu me deixo levar pela natureza”

“Queria deixar isso claro. Há de fato um aumento de 23% de 2011 em relação a 2010. Mas quando comparamos 2011 com o período de 2004, que foi o mais agudo no Mato Grosso, ainda temos uma redução de mais de 90% no desflorestamento ”

Taís Araújo

Atriz global, sobre seu tempo de escola, em entrevista à revista Trip

“Comecei a ver que os únicos que pareciam comigo eram aqueles que limpavam o chão”

Cotidiano

Estados & Municípios - Dezembro 2011 43

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44 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

A cerimônia de assinatura do “pacto do combate à cor-rupção e à impunidade” pela

Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção do Congresso Nacional, foi marcada pela entrega das premia-ções aos vencedores do primeiro con-curso nacional de monografias promo-vido pela Associação Transparência Municipal (ATM), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB).

Destinado a universitários e profissionais graduados, o concurso recebeu mais de 100 inscrições e pre-miou os seis melhores trabalhos sobre transparência pública e combate à cor-rupção. Além da premiação em dinheiro – de R$ 1.000,00 a R$ 3.000,00 -, os ven-cedores terão seus trabalhos publicados em livro, que será distribuído a partir de março de 2012, nas três esferas de gover-no - federal, estadual e municipal.

Para o diretor-presidente da ATM, Paulo Sérgio Silva, o concurso cumpriu, com louvor, sua missão de in-centivar a produção de conhecimentos sobre os temas e propor à sociedade formas de aumentar a transparência pública, promover o combate à corrup-ção e fomentar uma política pública de transparência administrativa.

Dos seis trabalhos premiados, quatro são de estudantes de Brasília (todos da UnB), um da Bahia e um de Minas Gerais. “Brasília foi a cidade que mais se destacou no concurso, por ser o local onde a questão de corrupção tem mais ressonância e pelo fato da UnB ter um curso de ciências políticas e uma disciplina especifica de combate à cor-rupção”, explicou o presidente.

boração de leis, Propostas de Emenda à Constituição (PEcs) e outras ações destinadas ao fortalecimento da demo-cracia”, ressaltou o deputado. Para ele, iniciativas como essas são “importantes fontes de inspiração para novos projetos”.

Segundo o parlamentar, a indigna-ção demonstrada pelos jovens brasilei-ros comprova que sociedade civil está mudando, mas infelizmente a corrup-

Premiados pelo combate à corrupção

O coordenador da Frente Parla-mentar, deputado Francisco Praciano (PT/AM), destacou a importância da iniciativa da ATM e enalteceu a cons-ciência pública dos estudantes. “São trabalhos de alta qualidade e que certa-mente servirão de subsídios para a ela-

ção continua insistindo em prevalecer no país. “Temos que aperfeiçoar o Es-tado brasileiro, daí a importância desta proposta de criação de um pacto nacio-nal de combate à corrupção e à impuni-dade que envolva todos os Poderes da República”. Elaborada pela Frente Par-

Transparência Mauricio Cardoso

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 45

lamentar, a proposta foi encaminhada à presidente Dilma Rousseff.

Francisco Praciano aproveitou a cerimônia para criticar a “inércia” do Congresso Nacional em relação ao tema. Segundo ele, dos 170 projetos de combate à corrupção e desvios éticos elaboradas nos últimos cinco anos, nenhum efetivamente tramitou no Congresso “A casa está pouco sen-sível à pauta do combate à corrupção”, afirmou o deputado, ressaltando o que chamou de “amnésia da mesa diretora e do Colégio de Líderes”.

Para o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), que também inte-gra a Frente Parlamentar, a corrupção é a mais antiga parceria público-privada da história da humanidade. “Não exis-te político e servidor público corrupto sem a participação do empresário cor-rupto”, afirmou o parlamentar, enfati-zando que a diferença é que o empresá-rio nunca aparece nos noticiários.

Próximo tema

O tema do concurso de monogra-fias do ano que vem já está escolhido: O direito de acesso à informação públi-ca, com base na recém-promulgada lei 12.527/2011. A nova lei entra em vigor no dia 18 de maio de 2012 e promete revolucionar a administração pública

brasileira. “Acredito que o Brasil será um novo país a partir desta lei”, ressalta Paulo Sérgio.

Segundo o presidente da ATM, 23 anos depois da promulgação da Constituição Federal, finalmente se definiu como o cidadão brasileiro terá acesso às informações e documentos de interesse particular e coletivo. O Brasil é o 19º país da América Latina - de um total de 21 - e 89º do mundo - de um total de 191 - a ter uma Lei Geral de acesso à informação.

A partir de 18 de maio de 2012, qualquer cidadão poderá requerer in-formações e documentos de todos os atos praticados pela administração pú-blica, de todos os Poderes e esferas de governo, com ressalva para as informa-ções que ponham em risco a segurança da sociedade e do Estado.

“Isso é tão importante que foi es-colhido como o tema do nosso próxi-mo concurso de monografias”. Segundo Paulo Sérgio, o processo de construção da democracia brasileira passou por várias momentos marcantes, como a promulgação das leis da Improbidade, (8429/91), da Licitação (8666/93), da Responsabilidade Fiscal (LC)e a da Transparência (LC 131).

Para o presidente da ATM, a lei de acesso à informação é a mais abrangen-te de todas elas, porque além de criar o dever da administração de divulgar ati-vamente tudo que não é sigiloso, ainda confere poderes aos cidadãos de pedir e receber informação no prazo de 20 dias.

Ele garantiu que a ATM esta-rá atenta no trabalho de fiscalização e preparada para oferecer cursos aos municípios de preparação para o efeti-vo cumprimento da nova lei, que asse-gura o acesso dos cidadãos a todos os documentos, registros administrativos e a informações sobre atos de governo, assim como, promover, independente-mente de requerimentos, a divulgação

em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles pro-duzidas ou custodiadas.

O curso esclarecerá, de forma di-dática, todos os aspectos legais, o cro-nograma, as metodologias e as tecnolo-gias necessárias para a implantação da Lei de Acesso à Informação Pública.E o calendário já está definido. Os cursos serão ministrados em Salvador (17 e 18 de janeiro), Campinas (24 e 25 de janeiro), Brasília (7 e 8 de fevereiro) e Petrolina (14 3 15 de fevereiro).

Vencedores do 1º Concurso de Monografias

PROFISSIONAIS

1º LugarBarbara Leonora de Souza MirandaControle Interno das IFES

2º LugarMoises Bento de AquinoOs Desafios e a Perspectiva de Combate à Corrupção

3º LugarJames VieiraImpacto da Transparência Pública

UNIVERSITÁRIOS

1º LugarSuzana Mendonça e Henrique FelixResponsabilização como Fator Diferencial

2º LugarLuiz Fernando Roriz e Eveline RibeiroCorrupção e Presidencialismo

3º LugarRicardo DurigamPrimavera Reversa

Transparência

Page 46: Revista Estados & Municipios

46 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Representantes de órgãos públi-cos responsáveis pela fiscaliza-ção do Erário se reuniram em

Brasília para avaliar os avanços alcança-dos no combate ao crime e apresentar o resultado de ações de controle inter-no para o aprimoramento da gestão.

Durante o evento, o ministro-Chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, destacou os recentes decretos do Executivo que proibiram saques na boca de caixa de transferências de verbas federais do Sistema Único de Saúde (SUS) para municípios e o endurecimento das re-gras para a celebração de convênios.

Para ele, as medidas vão modifi-car o panorama no que se refere tanto ao dinheiro passado para ONGs, quan-to ao dinheiro repassado para prefeitu-ras nas transferências automáticas. Por contas das falcatruas encontradas nos contratos celebrados com as ONGs, o governo proibiu a celebração de con-tratos com entidades que tenham me-nos de 3 anos de experiência, formali-zou a realização de chamadas públicas para a escolha das ONGs e determinou que os convênios sejam assinados pe-los próprios ministros.

Segundo Jorge Hage, nos últimos anos, mais de 3,5 mil servidores foram expulsos da administração pública por meio de processos administrativos disci-plinares, sendo que 300 deles eram ocu-pantes de altos cargos governamentais.

O advogado geral da União, Luis Inácio Adams, informou que este ano a AGU recuperou R$ 600 milhões des-viados da administração pública e que até 2016, a meta é recuperar pelo menos 25% do dinheiro desviado no país. Segundo Adms, entre 2002 e 2011 foram recupe-rados R$ 1,5 bilhão em recursos públicos mal aplicados ou desviados de institui-ções públicas federais.

Sincov

Para apertar ainda mais o cerco contra os fraudadores, o governo já está implementando dois novos módulos que trarão avanços para o Sistema de Gestão de Convênios de Rapasse (Sin-cov). Com as mudanças será possível, por exemplo, identificar todos os beneficiários de um convênio, ou seja, todas as pessoas físicas e jurídicas que recebem recursos re-ferentes ao termo firmado.

O Sincov foi concebido em 2006 para aumentar a transparência do gasto público federal realizado mediante a trans-ferência de recursos. Nele são registrados repasses a estados, municípios, o Distrito Federal e entidades privadas. O governo pretende ampliar a abrangência do siste-ma para melhorar a atuação dos órgãos de fiscalização, controle e investigação.

O governo também está analisan-do algumas sugestões apresentadas por especialistas do setor para o aprimora-mento do sistema. Entre elas, a de que todos os repasses referentes a emendas parlamentares sejam disponibilizados de forma sistematizada, de modo a permitir que as informações sejam fa-cilmente compreendidas por qualquer pessoa que acessar o sistema, inclusive a própria sociedade.

Outra sugestão é o detalhamento do objeto do convênio firmado, de for-ma a incluir informações sobre o proje-

to que muitas vezes constam em outros bancos de dados do órgão. O objetivo é integrar o máximo de informações em um mesmo lugar: o Siconv.

Receita “de olho”

A partir de 2012, As pessoas jurí-dicas também terão a sua malha fina - banco de dados onde são armazenadas as declarações que apresentam inconsis-tências após os diversos cruzamento realiza-dos pelos sistemas informatizados do Fisco.

Segundo o secretário da Recei-ta Federal, Carlos Alberto Barreto, a exemplo do que acontece com as pessoas físicas, teremos a instituição da malha da pessoa jurídica dando maior abrangência à presença fiscal e alcançando todos os níveis de contribuintes. “É importante notar que a malha consiste, sem ter a presença da fiscalização, do cruzamento de informações internas e externas”, disse Barreto

Hoje, já é possível, por exemplo, com dados das notas fiscais eletrônicas, cruzar informações sobre subfaturamen-to e omissão de receitas. Sendo assim, é possível fazer auditorias eletrônicas, disse Barreto, por meio dos valores de compra e assim estimar as receitas do contribuinte. Se a Receita detectar irregularidades, a empresa será chamada a se regularizar.

“Se não fizer a regularização, sofrerá a ação fiscal. Os sistemas estão sendo fina-lizados e já têm capacidade de entrar em produção em 2012”, ressaltou o secretário.

Aperfeiçoando o combate à corrupção

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Transparência

Page 47: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Dezembro 2011 47

O Ministério de Ciência, Tec-nologia e Inovação (MCTI) vai criar uma linha de finan-

ciamento específica para projetos e equipamentos, que garanta maior se-gurança na produção de petróleo do país, principalmente em alto-mar. A iniciativa envolve a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-mico e Social (BNDES).

Segundo o ministro Aloísio Mercadante, a exploração de petró-leo no mar tem exigências rigorosas e precisa de tratamento diferencia-do. “Nós estamos trabalhando na Finep e devemos apresentar, junto com o BNDES, uma linha de finan-ciamento especial para investimen-tos em tecnologias que aumentem a segurança da exploração no pré-sal”, Mercadante estima que a linha de fi-nanciamento deve estar disponível em 2012 e terá recursos de mais de R$ 1 bilhão. “Não adianta colocar pouco re-curso. A maior cadeia de investimento no Brasil hoje é a de gás e petróleo, e os recursos são muito pesados.

O ministro também defende que as montadoras de automóveis sejam obrigadas a desenvolver conteúdo na-cional ou paguem taxas maiores de im-portação. Atualmente, o governo exige que os carros tenham pelo menos 65% de conteúdo local.

“Nós avisamos à indústria auto-motiva de que vamos aumentar as exi-gências, quando vencer o prazo dessas medidas, a partir de 2013. Queremos mais pesquisa e desenvolvimento e mais engenharia no Brasil.” Segundo ele, o número de engenheiros trabalhando em todas as montadoras brasileiras hoje é menor do que a quantidade de enge-nheiros que atuam na Embraer.

China

O ministro comentou ainda o processo de instalação da chinesa Fox-comm, maior fabricante de equipamen-tos eletrônicos do mundo, que deverá iniciar produção de componentes no Brasil, em local ainda não definido.

Para Mercadante, o maior desafio para a consolidação do empreendimento são os parceiros privados nacionais. “Um investimento desse porte é muito maior do que o de uma montadora automoti-va. Se não tiver parceiro privado, não tem transferência de tecnologia. Os sócios pri-vados têm que se acertar, para definirmos qual é a nossa participação”, ressaltou.

Para o ministro Mercadante, a ne-gociação com a Foxcomm é muito com-plexa em função da dimensão do pro-jeto, que só de área construída ocupará 1,5 quilômetro quadrado e consumirá 4 gigawatts (GW) de energia - o equivalente ao consumo de uma cidade de médio porte.

“São várias fábricas. Só a primeira é um investimento de US$ 4 bilhões. A segunda é de valor semelhante. De-pois têm vários outros segmentos asso-ciados a esse investimento, que são as partes de LED [diodo emissor de luz], ótica, células fotovoltaicas”. Seis estados disputam a fábrica: Minas Gerais, Para-ná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Segurança no Pré-Sal

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Tecnologia

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48 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Economia

Impulsionado pelo excelente de-sempenho da economia mineral brasileira em 2011 e pela política

acertada de atração de investimentos do governo, as receitas arrecadadas pelo Departamento Nacional de Pro-dução Mineral (DNPM) superaram todas as metas estabelecidas. O ano ainda não terminou e a arrecadação dos royalties da mineração, a chamada Compensação Financeira pela Explo-ração de Recursos Minerais (CFEM), já bateu o recorde de 2010. De acordo

com dados do DNPM, a arrecadação acumulada até novembro foi de R$ 1.390 bilhão, ou seja, R$ 307 milhões a mais que o volume total arrecadado no ano passado, que foi de R$ 1,083 bilhão.

A tendência de alta começou a ser contactada no primeiro semestre, quando as receitas bateram recorde em relação a todos os outros anos. A ar-recadação de janeiro a junho teve uma performance excepcional, superando as metas estipuladas para todas as receitas, exceto Serviço de Inspeção e Fiscaliza-ção, que chegou a 99,52% do esperado.

Segundo o diretor-geral do DNPM, Sérgio Dâmaso, o resulta-do revela a importância da mineração para a economia brasileira e quanto o setor pode contribuir para o desenvol-vimento socioeconômico do país. “É importante destacar o compromisso dos detentores de direito minerário no cumprimento das obrigações pecuniá-rias com o poder público”, ressalta

O crescimento da arrecadação dos royalties da mineração reflete o au-mento da produção mineral no País e beneficia os estados e municípios pro-

dutores, já que do total arrecadado 65% são distribuídos entre os municipios e 23% vão para os estados. A expectativa é que a arrecadação total de 2011 ultra-passe a cifra de R$ 1,5 bilhão.

Aposta no futuro

E o futuro é ainda mais promissor. Com o aquecimento do setor, a mine-ração brasileira está em franca recupe-ração e as empresa mineradoras já sina-lizam com previsões otimistas para os próximos anos. Segundo dados do Insti-tuto Brasileiro de Mineração (IBRAM), os indicadores apontam a tendência de que o setor retorne o crescimento observado antes da crise internacional, com novos investimentos e projetos na mineração brasileira e mundial.

Até fevereiro de 2012, os grupos de trabalho da Vale e do DNPM devem concluir a avaliação e as negociações com a Vale sobre a dívida da empresa referente à cobrança da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), o royalty da minera-ção, entre 1991 e 2004.

Mineração está saindo da crise

O minério de ferro é o carro-chefe da mineração brasileira. Dos US$ 50 bilhões de investimentos estimados para os próximos anos, mais de US$ 35 bilhões serão direcionados

para o aumento da produção deste mineral, com destaque para os investimentos da Vale nos projetos Carajás Serra Azul e Salobo, ambas no Pará

Maurício Cardoso

48 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 49

Economia

A cobrança deve superar os R$ 4 bilhões, em royalties que teriam sido pago a menos pela mineradora pela ex-tração de minério nos estados do Pará e Minas Gerais.

Além dos investimentos de mais de US$ 50 bilhões previstos para até 2014, o novo marco regulatório da mi-neração brasileira pode trazer novida-des nas alíquotas do Cfem, gerando um substancial aumento de arrecadação. O CFEM em vigor é calculado sobre o valor do faturamento líquido do produ-to mineral que, no caso do minério de ferro, hoje é de 2%. A nova regulamen-tação, que ainda aguarda votação no Congresso Nacional, prevê a duplicação desta alíquota para 4%.

O minério de ferro é o carro-chefe da mineração brasileira. Dos US$ 50 bilhões de investimentos estimados para os próximos anos, mais de US$ 35 bilhões serão direcionados para o au-mento da produção deste mineral, com destaque para os investimentos da Vale nos projetos Carajás Serra Azul e Salo-bo, ambas no Pará.

As mineradoras também sinalizam para novos investimentos nas minas de Paracatu (MG), Santa Luz (BA), Ernes-to pau-a-pique (MT), Barro Alto (GO) e Jacaré (PA), entre outras.

Ranking

O ranking da compensação fi-nanceira pela exploração de recursos minerais é liderado, com folga, pelo Estado de Minas Gerais (com R$ 706 milhões - 50,80% do total arrecadado até novembro de 2011). Em seguida vem o Pará (com R$ 414 milhões – 29,77%), Goiás/Distrito Federal (R$ 55,6 milhões – 4%), São Paulo (R$ 42,8 milhões – 3,08%), Bahia (R$ 32 milhões – 2,31%), Mato Grosso (R$ 27 milhões – 1,96%) e Amapá (16,6 mi-lhões – 1,20%). Os demais estados da Federação dividem o restante do bolo, com participações de 0,01% (Roraima) a 0,95% (Sergipe) do total.

Estabelecida pelo Artigo 20, § 1º, da Constituição Federal, a Cfem é devi-da aos estados, ao Distrito Federal, aos municípios, e aos órgãos da administra-ção da União, como contraprestação pela utilização econômica dos recursos mine-rais em seus respectivos territórios.

A Compensação Financeira é de-vida por quem exerce atividade de mine-ração em decorrência da exploração ou extração de recursos minerais, retirada de substâncias minerais da jazida, mina, sali-na ou outro depósito mineral, para fins de aproveitamento econômico.

Os recursos originados da CFEM não podem ser aplicados em pagamento de dívida ou no quadro permanente de pessoal da União, dos estados, Distrito Federal e dos municípios. As receitas devem ser aplicadas em projetos, que direta ou indiretamente revertam em prol da comunidade local, na forma de me-lhoria da infra-estrutura, da qualida-de ambiental, da saúde e educação.

Ela é calculada sobre o valor do faturamento líquido, obtido por oca-sião da venda do produto mineral, deduzindo-se os tributos (ICMS, PIS, COFINS) que incidem na comerciali-zação, como também as despesas com transporte e seguro. Outro fato gerador é a utilização e a transformação indus-trial do produto mineral.

As alíquotas aplicadas sobre o faturamento líquido para obtenção do valor da CFEM variam de acordo com a substância mineral. 3% para minério de alumínio, manganês, sal-gema e po-tássio; 2% para: ferro, fertilizante, carvão e demais substâncias; 1% para ouro e 0,2% para pedras preciosas, pedras coradas lapidáveis, carbonados e metais nobres.

Estados & Municípios - Dezembro 2011 49

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50 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Economia

Do total arrecadado, 65% são dis-tribuídos entre os municípios produtores, 23% vão para os estados onde for extraí-da a substância mineral e 12% vão para a União (DNPM, IBAMA e MCT).

De acordo com a legislação, mu-nicípio produtor é aquele onde ocorre a extração da substância mineral. Caso a extração abranja mais de um município, a distribuição dos recursos é proporcio-nal à produção efetivamente ocorrida em cada um deles.

Estratégias

O DNPM já traçou novas estra-tégias para atrair investimentos em mineração e aposta no excelente pa-norama do setor mineral brasileiro. Segundo Sérgio Dâmaso, o desenvol-vimento sustentável é um pré-requisito na elaboração de políticas públicas para o setor, pois possibilita maior conheci-mento geológico e geofísico em escalas compatíveis, além de desburocratiza-ção das etapas para se obter os direitos de pesquisa e lavra – arcabouço jurídico atual complexo.

No entanto, ele reconhece que ainda há entraves na área ambiental e que o país precisa rever sua legislação sobre cavernas, unidades de conserva-ção de uso sustentável e a mineração. “É necessária a revisão no ordenamento territorial e clareza no zoneamento eco-lógico econômico, com ênfase na indus-trial mineral como vetor de importância para o país”, ressalta o diretor-geral.

Ele informou que o governo pretende desburocratizar o setor mi-neral, com maior qualificação e oferta de mão de obra especializada e in-vestimentos em melhorias de infra-estrutura e logística, como forma de estimular a competitividade e ampliar o potencial minerador de algumas re-giões do país, como o Rio Grande do Norte, por exemplo.

Segundo Sérgio Dâmaso, a abun-dância de bens minerais e a posição es-tratégica para exportação e incentivos fiscais disponíveis no estado, aponta para expectativas positivas de cresci-mento para o setor mineral. Como exemplo, ele cita os investimentos que estão sendo feitos por grandes empre-sas, como Votorantim, Tupi e Itagrés em solo potiguar, com grande capacida-de de alavancagem econômica, geração de empregos, renda e impostos.

Granito e tungstênio

“As previsões são otimistas e apon-tam que a mineração poderá render mais de R$ 2 bilhões em investimentos ao Rio Grande do Norte nos próximos três anos”, ressalta. Para ele, o grande desempenho das exportações do RN nos primeiros meses do ano de 2011 foi da mineração, que alcançou mais de 70 milhões de dólares, com destaque para as vendas de granito e tungstênio. “O setor de mineração potiguar é destaque pelos bons resultados e também está in-vestindo na modernização tecnológica da indústria mineral, com a importação de maquinários”.

Sérgio Dâmaso ressalta que cada emprego direto numa mina gera quase outros dez indiretos e que atualmente existem em andamento dez mil novos empreendimentos em mineração no país, em fase de instru-ção processual, dependendo de licen-ciamentos ambientais.

São Paulo

O setor mineral é tão importante para o desenvolvimento do país que o go-vernador de São Paulo, Geraldo Alckmin, decidiu criar em sua estrutura de governo uma subsecretaria exclusiva de Minera-ção, para agrupar e orientar diversas ações deste importante setor econômico.

A nova subsecretaria vai elaborar e executar políticas públicas para o se-tor no estado, além de contribuir para o desenvolvimento da mineração paulis-ta de forma sustentável e em harmonia com o uso e ocupação do solo. “Além de estabelecer uma interlocução per-manente com órgãos federais, estaduais e toda cadeia industrial ligada ao setor, esta subsecretaria é um passo funda-mental para incentivar a modernização tecnológica e de produção mineral no estado”, afirmou o secretário de Ener-gia, José Aníbal.

Segundo o governador de São Paulo, a singularidade da mineração exi-ge uma secretaria específica, separada das áreas de petróleo e gás. “Esse é um setor que gera mais de 200 mil empre-gos aqui no Estado de São Paulo e que nós podemos avançar muito”, ressaltou.

Para Geraldo Alckmin, São Paulo é um importante polo na área de agrega-dos, calcário e água mineral e precisava desse órgão para obter um melhor desen-volvimento, respeitando sempre as ques-tões ambientais e sociais.

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 51

Com apenas 23 anos, Paraua-pebas, no Pará, com pouco mais de 160 mil habitantes,

já é um dos municípios mais importan-tes da Amazônia. A cidade, que nasceu com o processo de colonização e re-forma agrária, vem se desenvolvendo à passos largos graças à exploração mine-ral de ferro, ouro, manganês e cobre em seu território.

Sua população é formada por pes-soas de diferentes partes do Brasil, que migraram para a região em busca de trabalho e de uma vida melhor. Mensal-mente, o município recebe cerca de R$ 20 milhões em royalties e impostos liga-dos à mineração. Este ano, foram mais de R$ 250 milhões, o que representa 2/3 da arrecadação municipal.

Esse volume da arrecadação per-mite que o poder público municipal torne-se um agente de progresso, inves-tindo em obras e serviços de qualidade. Em Parauapebas, o dinheiro da minera-ção vai para um caixa único, administra-do de acordo com orçamento aprovado pela Câmara, aplicado em infra-estru-tura, saúde e educação.

“A possibilidade de investimentos proporcionada pela atividade minerado-ra é muito grande e isto tem sido reverti-

do em benefícios para a população”, res-salta o prefeito Darci José Lermen (PT). Mas ele reconhece que existe um forte desequilíbrio neste quadro, já que o vo-lume de pessoas atraídas pela mineração torna cada vez mais difícil o atendimento da demanda gerada pelo contingente po-pulacional cada vez mais crescente.

O impacto ambiental gerado pela exploração de minério também é uma preocupação constante da ad-ministração municipal. “Por mais que as empresas mineradoras se esforcem em reduzir o impacto ambiental de suas atividades, sempre existe um passi-vo que é impossível de ser amenizado”, admite o prefeito.

Os impactos irreversíveis são di-versos e estão previstos nos estudos de impactos ambientais realizados por cada projeto. A supressão de áreas para a atividade mineradora, com seus efeitos sobre o ecossistema, talvez seja o mais comum deles, mas a migração excessiva também tem suas conseqüências negati-vas. “A ocupação desordenada de áreas de proteção ambiental e de risco e todas as suas implicações têm gerado uma gran-de preocupação e ações do governo no sentido de diminuir esses impactos”.

Investindo na educação

Nos últimos anos, Parauapebas ganhou notoriedade nacional e inter-nacional no setor educacional. O reco-nhecimento mais recente foi o Prêmio Integración Latino Americano 2011, concedido pela Câmara Internacional de Pesquisas e Integração Social (Ci-pis). A secretaria municipal de educa-ção foi agraciada “por sua relevante li-derança, serviços e exemplos prestados na área educacional do Brasil em prol do desenvolvimento e da integração dos países latinos americanos”.

O prêmio foi concedido para ape-nas quatro países: Chile, Colômbia, Paraguai e Brasil. E dos oito estados brasileiros premiados com o Integra-cion Latino Americano 2011, o Pará foi o único da região Norte, representado pelo município de Parauapebas.

A premiação não veio por acaso. A capital nacional do minério tem o maior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), 4,7, e o menor índice de analfabetismo, 8,1%, sendo um dos poucos municípios da Amazô-nia a enquadrar-se no padrão similar à média dos países desenvolvidos.

Em Paraupebas a merenda escolar de qualidade é mais que um dever, é um direito assegurado aos 39 mil alunos da rede pública municipal de ensino. No cardápio,verduras, frutas, sucos naturais, arroz, feijão, frango, carne e peixe garan-tem uma alimentação de qualidade para alcançar uma educação de excelência.

“A merenda contribui tanto na frequência quanto no aprendizado do aluno, pois muitas crianças não têm em casa a mesma alimentação que é servi-da na escola”, observa a professora Eli-diomar Macedo, da Escola Elizaldo Ri-beiro. A educadora diz que a melhoria no rendimento escolar de seus alunos é perceptível. “Depois da inclusão de frutas e legumes no cardápio, percebi maior disposição dos pequenos na hora de fazer as tarefas.”

E não é à toa que a professora tem percebido a diferença. “A alimentação saudável garante mais energia e dispo-sição ao corpo, o que gera resultados positivos tanto físicos quanto mental”, lembra o médico nutricionista Carlos José Medeiros, do programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE). Por isso, todos os grupos nutricionais estão pre-sentes na merenda, que é acompanhada e fiscalizada por profissionais da área.

Royalties bem aplicadosEconomia

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52 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

No ano passado, o município de Catalão recebeu pouco mais de R$ 3 milhões de

royalties da mineração, cerca de 2% da arrecadação municipal. Os recursos fo-ram totalmente investidos em campanhas educativas ambientais, construção de par-ques ecológicos, plantio de mudas para recuperação de nascentes e outras ações compensatórias.

O prefeito Velomar Rios (PMDB) reconhece que o impacto ambiental cau-sado pela exploração mineral no muni-cípio é bem mais significativo do que o proporcionado pelos royalties, e conti-nua buscando novas fontes de recursos capazes de compensar a comunidade de forma mais justa. “Precisamos rever esses índices de compensação, já que a prefeitura não possui mecanismos para acompanhar e mensurar o volume de minério que é processado pela ativida-de mineral no município”.

Segundo o prefeito Velomar, como a ampliação da oferta de empre-gos e os produtos oriundos da explora-ção mineral são de grande importância para a sociedade, o grande desafio é explorá-los com responsabilidade, sem degradar o meio ambiente, ou ao me-nos minimizar estes impactos.

Ele ressalta que as mineradoras que atuam em Catalão estão entre as melhores do mundo no quesito segu-rança e preservação ambiental. As três mineradoras sediadas no município adotam procedimentos para minimi-zar o impacto ambiental da atividade, como cobertura vegetal, preservação de cursos d’água e da paisagem cênica, manutenção da flora e da fauna da re-gião, controle sobre poluição sonora e disposição de rejeitos.

Administração premiada

A correta aplicação dos recursos públicos e a agilidade na execução de obras e serviços em benefício da po-pulação de Catalão estão fazendo da administração do prefeito Velomar Rios uma gestão premiada em prati-camente todas as áreas.

Em três anos de governo, o prefei-to comandou a realização de obras im-portantes que estão servindo de exem-plo para diversas cidades goianas. A construção do primeiro aterro sanitário do Centro-Oeste com coleta seletiva do lixo reciclável, pneus usados e lixo ele-trônico é apenas um exemplo.

Equilíbrio orçamentário

Depois de enfrentar, e superar, a baixa arrecadação gerada pela crise internacional que afetou duramente o município e comprometeu cerca de 20% da receita mensal de Catalão, Velo-

mar equilibrou o orçamento municipal sem comprometer as demandas de um dos municípios que mais crescem no interior brasileiro.

“Ainda temos mais de um ano de mandato pela frente e vamos entregar muitas outras obras que trarão orgulho à nossa gente”, garante o prefeito.

Participação popular

O resultado da gestão partici-pativa implantada pelo prefeito é in-questionável. Ruas limpas, asfalto em todos os bairros e serviços públicos de qualidade nas áreas de saúde, edu-cação e esporte são reconhecidos e elogiados até pela oposição. “Quando realmente um prefeito trabalha para o bem da comunidade, temos que tirar o chapéu e aplaudir”, disse a vereado-ra Regina Félix (PSDB).

Recentemente, o município con-quistou o 1º lugar entre 400 ações de saúde apresentadas por prefeitos goia-nos no I Workshop de Experiências Bem Sucedidas de Vigilância em Saúde, com seu programa de imunização de meninas de 10 e 11 anos contra o HPV.

Vacinação

Atualmente, Catalão é uma das cinco cidades do Brasil que fornece gratuitamente a vacina contra o câncer de colo do útero, no Hospital Materno Infantil. Em clínicas particulares, as três doses da vacina custam R$ 900,00.

“Nosso objetivo é reforçar a saú-de pública também dentro das altas complexidades, evitando que as pes-soas busquem tratamento em outras cidades. Temos avançado nessa área e continuaremos trabalhando nesse sentido para beneficiar a comunida-de”, garante o prefeito.

Catalão amplia oferta de emprego Economia

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 53

O Banco Central Nacional de Desenvolvimento Econômi-co e Social (BNDES) anun-

ciou que os investimentos no setor de infraestrutura deverão registrar cresci-mento de 10% em 2012.

De acordo com o anúncio, cerca de R$ 52 bilhões serão liberados para proje-tos de crescimento e ampliação de obras de infraestrutura e construção civil. As medidas foram um incentivo ao merca-do, que viu na oferta orçamentária uma garantia para a recuperação da economia e expectativa de crescimento do produto interno bruto (PIB) em 2012.

Dados divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que o crescimento da economia brasileira ficou estável no terceiro trimestre de 2011, na comparação com os três me-ses anteriores. No segundo trimestre, em relação ao primeiro, a economia havia registrado crescimento de 0,7%, segundo dados revisados.

A desaceleração da economia re-fletiu no índice de confiança do consu-midor (IC-PMN), o indicador registrou ligeira queda de 0,5% pontos em uma projeção para o primeiro trimestre de 2012, em relação a setembro de 2011.

Em um momento em que a eco-nomia estagnada preocupa os setores privados e de ligeira queda da confian-ça do consumidor, os investimentos anunciados pelo BNDES devem proje-tar um cenário mais otimista para eco-nomia brasileira em 2012.

Otimismo para 2012

Apesar do resultado prévio do PIB, os sinais de desaquecimento da

economia, registrados no segundo tri-mestre de 2011, não preocupou os em-presários. Segundo dados do IC-PMN, as perspectivas de lucro das empresas subiram para 76,4 pontos, crescimento de 0,27% em relação a setembro.

A avaliação do ministro da Fa-zenda, Guido Mantega, foi a mesma. Segundo o ministro, a desaceleração da economia brasileira no terceiro trimestre deste ano seria “passagei-ra”. Em 2012, o país receberá cerca de 125,7 bilhões de reais para a segunda fase do programa Minha Casa Minha Vida. O governo estima que até 2014 sejam construídas dois milhões de mo-radias para famílias de baixa renda.

Os investimentos foram vistos com otimismo pelo mercado de se-guros. Segundo o diretor-superin-

Governo anuncia medidas para alavancar o crescimento econômico em 2012

Mercado de seguros vê com otimismo investimentos em infraestrutura

tendente da PAR Corretora de Se-guros, Alexandre Siqueira Monteiro, o Seguro Garantia contribui para o avanço dos setores de infraestrutura. “Os investimentos vão ajudar o país a manter o crescimento e a atividade produtiva, neutralizar os impactos da crise do mercado financeiro e anular os eventuais efeitos internos da crise econômica que atinge a Europa e os Estados Unidos”, relatou.

De acordo com o especialista, o mercado trouxe novas soluções que asseguram o cumprimento do contrato e concorrência, contribuindo decisiva-mente para o desenvolvimento do país. “O Seguro Garantia é uma ferramenta de desenvolvimento que vai alavancar um novo modelo de crescimento eco-nômico”, avaliou Siqueira.

Economia

Estados & Municípios - Dezembro 2011 53

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54 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

O estado de Tocantins acaba de ganhar mais um importante instrumento de desenvolvi-

mento econômico e social: o programa Microcrédito Orientado – Crescer. Re-alizado em parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome e a Secretaria do Trabalho e da Assistência Social (Setas), o programa é destinado aos microempreendedores informais e individuais.

O Programa Nacional de Microcré-dito foi criado pelo Governo Federal para atender às necessidades financeiras dos cidadãos que tocam um pequeno negó-cio. Os empréstimos são realizados por meio dos bancos públicos, como Banco do Brasil, Caixa Econômica e Basa e têm taxas subsidiadas pela União.

Segundo o superintendente do Banco do Brasil no Tocantins, José Ma-ria Araújo, o programa é mais que “pura ação social” e explica: “O Banco do Brasil vê no pequeno empreendedor um futuro empresário. Entendemos que as pessoas precisam de oportuni-dade e orientação”.

O secretário do Trabalho e Assis-tência Social do Tocantins, Agimiro Costa, reiterou que o governo estadu-al acredita e aposta no microcrédito como ferramenta de desenvolvimen-to..” Prova disso, o governador Siqueira Campos tem tentado trazer o Prodivi-no para sua função original, de financiar pequenos empreendedores”, ressaltou.

Em julho de 2011, o Governo do Estado lançou o programa “Nossa Oportunidade” com a meta de aten-der 50 mil pequenos empreendedores tocantinenses com o empréstimo de mil reais. Até o momen-to foram realizados 27.472 atendimentos nos 139 mu-nicípios. Sendo pagos os créditos para 11.940 be-

neficiários, totalizando um montante de R$ 11.940.000,00 em recurso es-tadual investido.

O secretário afirmou, ainda, que as parcerias darão continuidade ao “Nossa Oportunidade” e completou: “Capacitar é fundamental e temos tra-balhado nisso, mas para que as pessoas tenham continuidade no que apren-deram, precisamos financiar e esta é a oportunidade que começa a acontecer no Tocantins e no Brasil”.

A inclusão produtiva é uma das estratégias do Governo do Estado para o enfrentamento da extrema pobreza no Tocantins. O Programa Tocantins sem Miséria envolve ainda ações de transferência de renda e acesso aos serviços públicos. O plano tocantinen-se é composto pelas propostas das se-cretarias do Trabalho e da Assistência Social, Saúde, Educação, Agricultura, Habitação e Esporte.

Crescer

O Programa tem como metodo-logia o relacionamento direto com os empreendedores nas suas localidades. Além disso, prevê assistência e orienta-ção técnica no planejamento do negó-cio. Para isso, são realizadas avaliações da atividade e da capacidade de endivi-damento de cada cliente e os empreendedores são acompanha-dos por as-sessores d e

crédito, com levantamento socioeconô-mico e orientação educativa. Os conta-tos serão mantidos durante o período de contrato, para acompanhamento e orientação.

As linhas de crédito para capital de giro e investimento têm limite de até R$ 15 mil e prazo de pagamento de até 36 meses, de acordo com a finalidade dos recursos. A taxa de juros é de 0,64% ao mês, com Taxa de Abertura de Cré-dito (TAC) de 1% e isenção de IOF.

Com o programa de microcrédito orientado produtivo, o governo pretende canalizar os financiamentos ao consumo para o setor produtivo até o final de 2013.

O programa obriga os bancos a destinarem 2% dos depósitos à vista, que correspondem a um volume de R$ 3,15

bilhões, para o microcrédito produti-vo. As taxas de juros devem ser de

no máximo 8% ao ano para que o Tesouro Nacional faça

a equalização de parte do custo dos bancos

com o programa. Todos os bancos públicos vão ope-rar a nova modali-dade de crédito.

Tocantins terá microcrédito federalEconomia

Page 55: Revista Estados & Municipios

O governo federal pretende re-duzir o Imposto sobre Circu-lação de Mercadorias e Ser-

viços (ICMS) interestadual a partir de fevereiro. Segundo o secretário execu-tivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, a proposta é baixar a alíquota do imposto para 2%, mas os estados su-gerem um percentual próximo de 4%.

“A prioridade para a União é eli-minar ou diminuir o espaço para a guerra dos portos. Nossa proposta é reduzir já a alíquota interestadual sobre importados a partir de fevereiro”, dis-se Barbosa, após reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Con-faz), em São Paulo.

O ICMS interestadual incide quando uma mercadoria é produzida (ou importada) por determinado esta-do e vendida em outro. O estado de ori-gem recebe a alíquota interestadual e o estado de destino, onde a mercadoria é consumida, fica com a diferença entre a alíquota interestadual e a alíquota final.

Alguns estados abrem mão de parte do imposto interestadual como forma de incentivar, com a desone-ração fiscal, a atividade nos portos. Dessa forma, os produtos importados desembarcam com preços melhores, uma vantagem competitiva em relação aos produtos nacionais. Com ICMS in-terestadual mais baixo, os estados que adotam essa prática terão menos espa-ço para incentivar a importação.

“Esses incentivos, apesar de fazer sentido em uma lógica regional por atrair receita e atividade para seus por-tos, para o Brasil como um todo têm um efeito negativo”, destacou o secre-tário.

A proposta do governo, em tra-mitação no Senado, não irá alterar o imposto final. Apenas vai deslocar para o estado consumidor a maior parte do

ICMS. Assim, no caso de um produto cujo ICMS seja 18%, o estado produtor ou importador fica com 2% (segundo a proposta do governo) e o estado de destino com 16%. Essa alíquota de 2% é considerada baixa o suficiente para desestimular esse tipo de guerra fiscal entre unidades da federação.

De acordo com Barbosa, o gover-no estuda criar um fundo de apoio para os estados que perderão receitas com a redução do ICMS interestadual. Atual-mente, 12 estados oferecem incentivos à importação, entre eles, a redução da alíquota do ICMS.

Na reunião do Confaz, que tem a participação de todos os secretários da Fazenda dos estados e do Distrito Fede-ral, também foi assinado um protocolo para reduzir a zero a alíquota do ICMS que incide sobre a compra de trens e equipamentos de mobilidade urbana sem similar nacional, para incentivar os projetos de infraestrutura voltados à Copa do Mundo de 2014.

ICMS contra a guerra fiscalEconomia

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56 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Com ou sem polêmica, a cons-trução da usina de Belo Monte, na Bacia do Rio Xingu, é uma

decisão sem volta, em função de sua im-portância estratégica para o desenvolvi-mento nacional. Segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a cons-trução da Hidrelétrica de Belo Monte é “um projeto irreversível e que só trará

vantagens ao Brasil e às populações

que vivem na região”.

E d i -son Lobão ressalta que anualmente o país precisa de um acrés-cimo de 5%

no potencial de geração

de energia elétrica para fazer frente às ne-cessidades da população e das indústrias, e que sem a Usina de Belo Monte seria necessário construir usinas terme-létricas movidas a óleo diesel ou a queima de carvão, “todas caríssimas e altamente poluentes de gás carbônico”.

Segundo o ministro, a geração hi-dráulica é uma energia limpa e adotada em todos os países do mudo que dis-põem de potencial hídrico para movi-mentar as turbinas. A Usina de Belo Monte será a terceira maior do mun-do, atrás apenas da chinesa Três Gar-gantas e da Itaipu Binacional e dará empregos diretos e indiretos a até 50 mil trabalhadores. Lobão destacou que não entende “a campanha insi-diosa que determinados segmentos fazem contra a construção, levando em conta que a obra só fará bem ao Brasil”.

O potencial da energia que será gerada por Belo Monte representa 40% de toda a energia consumida atual-mente pelas residências no país. Com ela, destacou o ministro, não voltará a ocorrer o racionamento compulsório de energia elétrica adotado em 2001

e 2002, quando a população teve que economizar 20% do consumo sob pena de estrangulamento do sistema.

Para Lobão, “todo o Brasil será beneficiado, pois o sistema de distribui-ção de energia é interligado, permitindo que deficiências de geração na Região Sul, por exemplo, possam ser supridas instantâneamente por fontes instaladas na Região Norte.

Edison Lobão garante que ne-nhum indígena será prejudicado com a construção de Belo Monte, “pois a aldeia mais próxima fica a 32 quilô-metros da área que será inundada e outras a 500 e 800 quilômetros”. Ele ressaltou que as populações que mo-ram em áreas mais próximas da região a ser alagada terão residências cons-truídas em outros locais, com assis-tência à saúde, à educação e serviço de saneamento básico. De acordo com ele, 5 mil famílias que atualmente vivem em pobreza absoluta na região terão condições dignas de acomodação.

O ministro também destaca a im-portância do planejamento de longo e a visão de totalidade da política energé-

Belo Monte é irreversível Energia

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 57

tica. “Estamos diante de um quadro desafiador que é dobrar a capacidade de geração de energia elétrica em dez anos”, enfatiza Lobão.

Segundo o ministro, ao mesmo tempo em que o país amplia seu parque hidrico outros investimentos garantem o avanço de fontes como biomassa e eo-lica. Ele lembrou que já está em fase de elaboração no ministério um minucio-so estudo de viabilidade de empreendi-mentos de energia solar, com estimativa de custos, encargos setoriais, capacida-de de produção e levantamento dos principais fornecedores.

Crédito especial

O Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social (BNDES) vai disponibilizar uma linha de crédito especial para fornecedores locais que pretendem vender produtos e serviços para a Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

As linhas de crédito terão juros reduzidos e condições especiais para pagamento. É dirigida a empresários de

pequeno, médio e grande portes, prin-cipalmente com atuação na região do Xingu e envolverá todas as instituições bancárias que já operam com produtos do BNDES.

De acordo com Consórcio Cons-trutor Belo Monte (CCBM), essa apro-ximação trará novos negócios e ampliará os já existentes, gerando emprego, renda e aumento da arrecadação tributária.

“Os empreendedores com atua-ção em Altamira e municípios vizinhos precisam conhecer nossas necessida-des, produtos que pretendemos com-prar e serviços que pretendemos con-tratar, nos sete anos de obras que ainda temos pela frente”, destaca o diretor de Relações Institucionais do consórcio, Henrique Di Lello Filho.

Mais barata

A Usina Hidrelétrica de Belo Monte vai trazer menos impactos am-bientais do que a utilização de alternati-vas com energias fósseis e os custos serão menores do que outras fontes renová-veis. A conclusão está no estudo Análise Comparativa entre Belo Monte e Empre-endimentos Alternativos: Impactos Am-bientais e Competitividade Econômica, elaborado pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Na análise, os professores Nivalde José de Castro, André Luis da Silva Lei-te e Guilherme Dantas avaliam quais seriam as fontes alternativas a Belo Monte para o atendimento da deman-da crescente por energia e os impactos ambientais dessas fontes. Segundo eles, caso Belo Monte não viesse a ser cons-truída, seria necessária a implementa-ção de fontes alternativas que supris-sem a demanda, que teriam impactos ambientais maiores ou que não teriam consistência suficiente, em termos de

segurança energética, para atender ao crescimento da necessidade por ener-gia elétrica projetada para os próximos anos no Brasil.

“Belo Monte é uma obra eficiente, que tem que ser feita. O Brasil precisa de energia e qualquer nova unidade geradora de energia causa impacto am-biental, e temos que analisar o custo-benefício em relação às outras fontes de energia. Nesse estudo fica claro que a hidrelétrica é a que apresenta o melhor custo-benefício em relação às outras fontes”, ressaltou José de Castro.

Os estudiosos apontam que o Brasil tem um grande potencial de fon-tes alternativas e renováveis de energia elétrica: eólica, biomassa e solar, mas a prioridade a essas fontes implicaria perda de competitividade da economia brasileira, em função do diferencial de custos em relação à hidreletricidade. Também poderia haver problemas de garantia e segurança de suprimento em razão da sazonalidade e da intermitên-cia dessas fontes alternativas.

“Desta forma, em um cenário em que não fosse construída a usina de Belo Monte, a construção de usinas ter-moelétricas seria obrigatória de forma a manter o equilíbrio e segurança entre a carga e a oferta de energia. A questão que se coloca é quais seriam os impac-tos ambientais das alternativas fósseis e a comparação deles com os impactos am-bientais de Belo Monte”, avalia o estudo.

A análise aponta também que os custos de mitigação dos impactos só-cioambientais da Usina de Belo Monte são de cerca de R$ 3,3 bilhões, o que é inferior ao custo ambiental que uma térmica a gás natural ocasionaria, que seria de mais de R$ 24 bilhões. “Ou seja, a opção térmica possui um impac-to ambiental quase oito vezes maior que o custo de mitigação ambiental de Belo Monte”.

Energia

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58 Estados & Municípios - Dezembro 2011

PEDRO ABELHA [email protected]

Mídia

Meus colegas

Maior comunidade online de jornalistas do país, o Comunique-se lançou a mais nova versão do seu portal, o comunique-se.com.br. A empresa apresenta como des-taque o espaço “Meus Colegas”, rede de relacionamento construí-da especialmente para atender os mais de 300 mil usuários cadas-trados. “A principal diferença está na forma como esse conteúdo será apresentado. Primeiro, em um site com design moderno e navegabili-dade otimizada.

Em seguida, e mais impor-tante, em um ambiente de rede so-cial, que vai ampliar o alcance do conteúdo e do debate dos temas”, explica Rodrigo Azevedo, CEO do Comunique-se. Lançado em 2001, o Comunique-se tem penetração de 95% no universo dos profissio-nais do jornalismo, gerando dia-riamente mais de um milhão de pageviews. Boa parte do conteúdo editorial existente no site já era ex-clusiva para usuários cadastrados, assim como o banco de vagas e o comunicador, que davam ao portal alguns contornos de rede social.

O novo modelo, no entanto, tem outras características, como perfil completo, amigos, grupos e páginas corporativas, entre outras.

“O novo portal Comunique-se será como um Facebook só para jornalistas. Uma rede social de nicho, como muitas outras que têm feito su-cesso mundo afora”, afirma Azevedo.

O desejo das classes CDE

O que as classes C, D e E mais gostariam de ter no celular? A considerar uma pesquisa enco-mendada pela Folha de S.Paulo à Plano CDE, a resposta está na internet. A consultor ia entrev is-tou 891 pessoas ao redor do país, com renda famil iar até R$ 3.181 por mês. Setenta e oito por cento delas disseram que, se recebessem um aumento de R$ 500, gostariam de poder se conectar via celular.

Ter um tocador de MP3 nos apare l h o s é o s eg u n d o i tem ma i s d e s e jad o, a l c an ç an d o 7 3 % . De p o i s vêm c âm era f o to g rá f i c a ( 7 1 % ) , b l u e to o t h ( 7 0 % ) , f i l ma -d o ra ( 6 9 % ) , ace s s o a e - ma i l s ( 6 4 % ) , S M S ( 6 3 % ) , T V ( 6 0 % ) e rád i o ( 5 3 % ) . A ma i o r par te das pessoas consultadas tem a câmera fotográf ica dos aparelhos como f unção pr incipal (70%), seguida pelo SMS (68%), o to-cador de MP3 (65%), o bluetoo-th (61%) e a câmera filmadora (61%). Então aparecem rádio (52%), acesso a e-mai ls (40%), internet (35%) e jogos (24%).

Banda larga 4g

A SKY e a Nokia anunciaram parcer ia para lançar a banda lar-ga sem f io com tecnologia 4G no Brasi l . O novo ser v iço vai usar a rede completa TD -LTE (Time Div ision Duplex L o ng Ter m Evo l u t i o n) , a p r i m e i ra d e s s e t i p o na A m ér i c a L at i na . A c i d a -d e e s co l h i d a para ab r igar a no-v idade foi Brasí l ia .

Seg u n d o i n f o r maçõ e s , e s -t ão p rev i s to s p l an o s d e e x-pan s ão d o s er v i ço para n ovo s c l i ente s em o u t ra s p a r t e s d o p a í s e n a r e g i ã o l a t i n a . “ E st a -m o s o rg u l h o s o s em s er a p r i -m e i ra co m pan h i a a o f erecer ban d a l arga s em f i o n o Bra s i l , p o r m e i o d a i m p l ant aç ão de uma rede TD -LTE”, af irma Luiz Eduardo Baptista , CEO da SKY. “Para a implementação do 4G, precisávamos de um parceiro que t ivesse capacidade e soluções que realmente nos ajudassem a levar uma melhor ex periência de banda larga aos nossos cl ientes. Escolhemos a solução TD -LTE ponta-a-ponta da Nokia Siemens Net work s”.

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 59

Engajamento de mídia

O desejo dos consumidores pela conexão via redes de relacio-namento e a demanda de conteú-do a qualquer hora, em qualquer lugar, impulsiona a maior conver-gência da indústria de entreteni-mento dos últimos anos. A tendên-cia também leva a uma mudança radical na experiência tradicional de assistir TV, de acordo com um estudo global publicado pela Mo-torola Mobility. O Barômetro de Engajamento de Mídia de 2011, estudo independente de hábitos de consumo de vídeo feito com 9 mil consumidores, de 16 países, mostra que os consumidores pro-curam TV móvel, TV social, ser-viços de casa conectada e ser viços em nuvem personalizados.

Cada uma dessas categorias oferece aos provedores de serviços oportunidades significativas de ex-pandir seu portfólio, impulsionar a fidelização de clientes e explorar novos fluxos de receitas. “Os consu-midores estão cada vez mais conec-tados e querem acesso permanente a seus conteúdos e comunidades”, disse John Burke, vice-presidente sê-nior e gerente-geral de Experiências Convergidas da Motorola Mobility.

“Eles não estão preocupados em como a tecnologia faz tudo isso acontecer; simplesmente querem que funcione e esperam que se adap-te perfeitamente à sua rotina diária.

A tendência de convergência que estamos vivendo representa uma enorme oportunidade para nossos clientes, no sentido de proporcio-nar aos consumidores essa experi-ência simples e intuitiva de levar o conteúdo ao consumidor em suas residências.”, garante John Burke.

Crescimento da internet

De acordo com os Indicado-res de Mercado, elaborados pelo Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil), o meio internet teve um crescimento, na publicidade, de 40,3% em setembro de 2011, comparado ao mesmo período do ano anterior. Esse aumento re-presenta um recorde para o setor e contempla valores de mídia dis-play e search marketing.

Somente em setembro, o mercado digital recebeu um in-vestimento de cerca de R$ 141 milhões e apresentou o maior crescimento dentre os meios analisados, com praticamente o dobro do segundo colocado, a T V paga, com 21,99%. Segundo Ari Meneghini , diretor executivo do IAB Brasi l , o fato de os pr in-cipais anunciantes já investirem mais de 13% dos orçamentos em comunicação digital é o incen-tivo que o meio necessita para conseguir maior representati-v idade no bolo publicitár io nos próx imos anos. “Estamos muito fel izes com o desempenho do mercado, isso mostra a evolução consistente da publicidade onli-ne”, af irma.

Recentemente, a entidade apresentou dados que mostram o mercado digital com participação de 10% no bolo publicitário (R$ 3.040 bi), contabilizando valores

referentes ao segmento de search, que ainda não são tabulados pelos institutos de pesquisa. O levanta-mento completo está disponível no site do IAB.

Internet nos aeroportos

Aeroportos brasileiros terão internet sem fio ilimitada, confor-me determinação da Infraero (Em-presa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária). A estatal garante: no começo de 2012, todos poderão contar com o serviço. Até porque março é o mês limite para que a me-dida entre em vigor.

Os aeroportos a receber a no-vidade são os de São Paulo (Cumbi-ca, Congonhas, Viracopos e Campo de Marte), Rio de Janeiro (Galeão, Santos Dumont e Jacarepaguá), Belo Horizonte (Confins e Pampu-lha), Brasília, Manaus, Porto Ale-gre, Curitiba, Recife, Fortaleza, Na-tal, Salvador e Cuiabá. Atualmente, Cumbica, Congonhas, Galeão e Brasília já contam com 15 minutos de internet gratuita.

Quando passar a valer, a me-dida só beneficiará o passageiro no local de embarque. Se quiser usar a rede na volta, terá de pagar. E o sinal não cobrirá o aeroporto todo. Ape-nas depois de passar pelo raio X é que a pessoa poderá se conectar. Para isso, é necessário ir ao balcão da Infraero e, com o cartão de embarque em mãos, adquirir uma senha e instruções.

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60 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Elaborado pela prefeitura de Porto Velho, o Plano Local de Habitação de Interesse Social

(PLHIS) traçou um minucioso perfil do sistema habitacional da cidade. Atu-almente, Porto Velho possui 131,28 mil domicílios e um déficit habitacional básico de 27,05 mil residências, sendo 74% na área urbana e 26% na área rural.

Os dados levantados pela Secreta-ria Municipal de Regularização Fundiá-ria e Habitação (Semur) mostram que 90% desses domicílios estão localizados na zona urbana da capital, ficando ape-nas 10% nos distritos. O diagnóstico foi feito com base no Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010.

“Esse é um estudo importante, porque ele norteia as ações do atual

prefeito e dos futuros. Como se diz no popular, é uma medida para encurtar caminhos, porque a partir do Plano Lo-cal de Habitação de Interesse Social,os gestores terão mapeado o setor habita-cional do município. Com os proble-mas identificados, os prefeitos terão como elaborar com mais eficiência suas políticas públicas para o setor”, disse o secretário municipal de Regularização Fundiária e Habitação, Ian Kleber.

Para amarrar essa questão, já foi elaborada uma minuta de lei, com base no plano, que será discutida com a so-ciedade antes de ser encaminhada para votação na Câmara Municipal de Porto Velho. Para Ian Kleber, essa é uma me-dida necessária, porque evita que as próximas administrações “engavetem” o plano, além de ser um instrumento de cobrança da população.

Plano participativo

O diagnóstico foi realizado em parceria com a sociedade civil em diver-sos fóruns setoriais na sede do municí-pio e nos distritos, tantos os localizados no Baixo Madeira como os do eixo da BR 364. O PLHIS é uma das exigências estabelecidas pelo Ministério das Cida-des para adesão ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social. “Para ter

acesso aos recursos federais, o municí-pio precisa aderir ao sistema, criar um fundo de habitação de interesse social, formar o conselho gestor e construir o PLHIS”, explicou a coordenadora do plano em Porto Velho, Janeide Muniz.

O Plano Local de Habitação de Interesse Social fez um levantamento completo nos bairros sobre os pontos positivos e negativos, junto com repre-sentantes da comunidade e membros do Conselho da Cidade. O diagnóstico não se limita às questões de moradias, mas também de saneamento, seguran-ça, educação, saúde e trânsito, dentre outros itens importantes.

A discussão envolveu três etapas, com proposta metodológica e diagnós-tico, que apresentaram a situação habi-tacional de Porto Velho. Representan-tes de associações de bairros e líderes comunitários participaram das etapas iniciais do fórum, que trouxeram à tona a realidade habitação do município.

“Essa é uma orientação do Ministé-rio das Cidades, pois entende-se que cada município tem a sua realidade e isso deve ser discutido com a população. E a partir do diagnóstico que é feito, temos as infor-mações necessárias para elaborar políticas públicas para enfrentar o problema da fal-ta de moradia na capital”, disse o secretá-rio Ian Kleber, da Semur.

Porto Velho tem novo perfil habitacionalHabitação

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 61

Os portadores de necessidades especiais de Manaus foram agraciados com um excelen-

te presente de Natal. A Superintendên-cia Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) disponibilizou 15 novos mi-croônibus para reforçar a frota do Trans-porta, serviço oferecido gratuitamente pela Prefeitura para transportar pacien-tes para consulta médica ou fisioterapia no trajeto casa-hospital-casa. Com os novos microônibus, a frota atual atinge 22 veículos e amplia seu atendimento para mais 200 pessoas.

A meta é formar uma frota com 78 microônibus especiais. A estratégia adotada pela prefeitura para a conso-lidação do Transporta está surtindo efeito. O edital de licitação para a reno-vação da frota assinado pelas operado-ras determina que, para 20 ônibus con-vencionais comprados, cada empresa vencedora da concorrência coloque um veículo do modelo Transporta em circulação. Simples, prático e eficiente.

Cada microônibus tem capaci-dade para transportar cinco pessoas em cadeira de rodas e seus acompa-nhantes. Cintos de segurança garan-tem o transporte seguro para os defi-cientes dentro do coletivo. O acesso ao veículo é feito por rampa e eleva-dor enquadrados nas normas brasilei-ras de acessibilidade.

Segundo o diretor de transpor-tes do órgão, Paulo Henrique Matos, o programa ‘Transporta’, que existe des-de 2006, atende pessoas portadoras de alto grau de deficiência, como paralisia cerebral e motora.

“Os microônibus adaptados apa-nham os pacientes em casa e os levam para os locais onde fazem tratamentos médicos e fisioterapia, trazendo-os novamente até as suas residências”, explica o diretor.

As principais operadoras do transporte urbano de passageiros de Manaus já adquiriram 502 novos ônibus urbanos e muitas dessas unidades já estão circulando na cidade. Todos os modelos

Um excelente presente de Natal

possuem dispositivos especiais, como espaço reservado para cadeiras de rodas, com sistema de travamento, e poltrona destinada a gestantes, obesos e idosos.

Treinamento

Antes de iniciar o trabalho nos novos ônibus, todos os motoristas que operam o serviço Transporta passaram por treinamento especial, ministrado pela SMTU. Os condutores receberam lições sobre funcionamento do serviço, direitos e deveres dos motoristas e usu-ários, atendimento a pessoas com defi-ciência; noções de primeiros socorros e formas de conduzir o deficiente dentro do veículo, com segurança. Os motoris-tas aprenderam ainda como manusear equipamentos do veículo, como o ele-vador para cadeirante.

Para ter direito ao benefício, os familiares só precisam cadastrar o de-ficiente no setor de atendimento social do SMTU.

A apresentação dos veículos foi acompanhada pelo presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CMDPD), Ronaldo André Bacri Brasil.Ele destacou a importância da ampliação da frota para o transporte das pessoas com uma alta complexidade de deficiência e que não possuem condições para serem transportadas em coletivos normais, mas ressaltou que é ainda preciso mais educação, respeito e sensibilidade por parte da sociedade

Transportes

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62 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

O governador de Goiás, Marconi Perillo, anunciou a concretização da meta de

R$ 10 bilhões de investimentos pri-vados em Goiás este ano por meio de mais de mil empresas. Foram R$ 10 bilhões em dez meses de mandato, antecipando a meta previamente es-tabelecida por sua equipe de governo. Além de empresas brasileiras, o esta-do atraiu investimentos holandeses, japoneses, coreanos e americanos.

Nesse montante, foram incluídas aquisições, protocolos de intenções e inaugurações. Considerando investi-mentos acima de R$ 4,5 milhões, são 42 empresas. Os demais englobam mi-cro e pequenos empreendedores nos setores industrial, rural e comércio.

Juntas, essas empresas vão gerar em Goiás aproximadamente 100 mil empregos diretos e indiretos, a curto, médio e longo prazos. Os setores que se destacaram foram: energia, mineração, alimentos, aeronáutico, automotivo, construção civil, cosméticos, farmacêu-tico, bebidas e bens de capital.

“Goiás está aberto a investimen-tos e ao capital. É um estado que se

compromete com o bem-estar social das suas famílias, garantindo geração de empregos, programas de transfe-rência de renda, formação de mão de obras, infraestrutura, melhores servi-ços em saúde, segurança e educação. É o estado da livre iniciativa”, desta-cou o governador.

Marconi Perillo disse que o Go-verno trabalhou para garantir os R$ 10 bilhões em investimentos este ano, que vão resultar no alcance da meta de chegar a R$ 100 bilhões no Produ-to Interno Bruto (PIB) em Goiás em 2012. “Isto terá consequência na vida das pessoas, porque gera emprego, renda, prosperidade e principalmente melhoria de vida para as pessoas diretamente em-pregadas e beneficiadas por estes investi-mentos”, ressaltou o governador.

Por considerar que Pernambuco, que vem logo atrás de Goiás no ranking dos Estados mais desenvolvidos, tem registrado expressivos índices de cres-cimento, graças aos maciços inves-timentos realizados pelo Governo Federal, Marconi alerta para a neces-sidade de se pisar fundo no acelera-dor. “Para não perdermos essa posi-ção, precisamos continuar crescendo acima da média nacional. Os estados que se aproximam de Goiás no cresci-mento do PIB nos forçam a ser ainda mais agressivos na busca de novos in-vestimentos”, afirmou.

Segundo Marconi Perillo, no fu-turo Goiás também pode se beneficiar dos investimentos que serão direciona-dos ao Distrito Federal. “Brasília con-tinuará a ter a maior renda per capita

do Brasil, mas não terá como crescer. Então, os investi-

mentos começarão a de-sembarcar no Entorno, fortalecendo a economia

da região e do estado”.

Mais casas

O governo de Goiás quer cons-truir no mínimo 50 unidades habitacio-nais em cada um dos 246 municípios do estado. O objetivo é cumprir a meta de 60 mil novas unidades ha-bitacionais nos próximos três anos. Para a construção dessas unidades, os municípios devem enviar a documen-tação necessária à Agência Goiana de Habitação (AGEHAB).

Segundo a AGEHAB, dos 246 municípios goianos, apenas 42 envia-ram os documentos. O prefeito de São Miguel do Passa Quatro e presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM), Marcio Cecílio (PSDB), ressalta a importância do projeto. “Os municípios devem enviar a documen-tação o quanto antes para a AGEHAB. Essa parceria com o governo estadual é fundamental para que mais pessoas que não têm condições de ter a casa própria possam conseguir suas moradias.”

O objetivo da AGEHAB é con-tratar, em parceria com a Caixa Eco-nômica Federal, os projetos para a construção de mais de 12 mil unida-des habitacionais nos municípios. A AGEHAB e a AGM se colocam à dis-posição para auxiliar os municípios na regularização fundiária. As uni-dades habitacionais do projeto estão destinadas às famílias com renda de zero a três salários mínimos.

Goiás bate meta em investimentosInfraestrutura

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 63

Conhecida nacionalmente como a Capital do Forró, por sediar a maior festa de São João do

Brasil, a cidade de Caruaru, no agreste pernambucano, ganhará duas fábricas novas de uma só vez. A primeira fábrica, a Active Trading, será de motos, fruto de um investimento de R$ 90,7 milhões, e a segunda, a Cicopal, fará salgadinhos e bebidas energéticas, num aporte de R$ 25,1 milhões.

As operações totalizam R$ 115,8 milhões e devem gerar 600 novos postos de trabalho, somando as duas plantas. Em dois anos, essa quantida-de deverá subir para mais de mil. Os investidores esperam produzir 50 mil motocicletas e duas toneladas por hora de alimento, três vezes mais do que o que atualmente é produzido nas unida-des de Goiás e Bahia.

A instalação das novas fábricas na cidade mais populosa do interior do estado é tão importante que o anúncio foi feito pelo vice-governador João Lyra Neto e pelo prefeito José Queiroz (PDT). O vice-governador destacou o bom momento econômico vivido pelo Agreste de Pernambuco: “Recentemente anunciamos investi-mentos para São Caetano e agora esta-mos em Caruaru. Estamos impulsio-nando o desenvolvimento na região, que será um importante polo de au-tomotivos”, ressaltou João Lyra Neto.

O prefeito José Queiroz desta-cou a importância do investimento para a geração de empregos na capital do Agreste. “É um marco para todos nós. Este anúncio representa mais oportunidades de trabalho para nossa gente, corrigindo históricas desigual-dades sociais. Quando trazemos uma empresa para cá, estamos abrindo perspectivas para que centenas de ca-ruaruenses possam melhorar de vida,

aumentar o poder de compra e gerar ainda mais empregos, impulsionando novas cadeias”.

Em 2011, Caruaru já acumula mais de 4 mil novos empregos formais, segundo dados do Ministério do Traba-lho. Cerca de 8% a mais que em 2010, que já havia sido o melhor ano de toda a série histórica do município.

Incentivos

Os negócios pertencem ao gru-po goianiense Cicopal. A prospecção dos investimentos começou há cerca de três meses, envolvendo o Governo do Estado e a Prefeitura de Caruaru. A Active fabricará nove modelos de mo-tocicleta, sendo cinco de motos de 50 a 250 cilindradas e quatro de triciclos de até 200 cilindradas, em parceria com o grupo Lifan Motorcicles, o maior do setor na China.

Ela vai desfrutar dos benefícios fis-cais do Prodeauto (Programa de Desenvol-vimento do Setor Automotivo), enquanto que a Cicopal receberá os incentivos do Prodepe (Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco).

Além dos incentivos fiscais, o estado arcará com obras de infraes-trutura no Polo de Desenvolvimento Sustentável do Agreste, que é o distri-to industrial de Caruaru, necessárias à implantação e funcionamento das unidades industriais. Já a Prefeitura de Caruaru disponibilizará 39 hecta-res, sendo 29 ha à Active e os outros 10 ha à Cicopal.

“Encontramos em Pernambuco e no governador Eduardo Campos uma disposição em trazer desenvol-vimento para a região e em Caruaru, uma infraestrutura digna de receber uma multinacional, pois para nego-ciar com estrangeiros é preciso mos-trar seriedade e agilidade, que foi o que mais motivou a nossa escolha”, explica Vanderlan Vieira Cardoso, presidente da Cicopal. Ele acredita que em 18 meses as duas unidades es-tarão em pleno funcionamento.

A fábrica, que produzirá salga-dinhos, refrigerantes e bebidas ener-géticas, será a maior do grupo e terá capacidade para fabricar duas tone-ladas de salgadinhos e 1.600 pacotes de refrigerantes por hora. A previsão é que as obras estejam concluídas em junho do próximo ano. Os produtos vão abastecer principalmente o mer-cado nordestino. “A Cicopal é uma empresa familiar que está expandindo seus negócios. Caruaru terá a quarta fábrica do grupo, que será a segunda no Nordeste”, explicou o presidente da Cicopal.

“Através de pesquisas, descobri-mos que o Brasil é importante para o mercado de motocicletas no mundo. Estamos felizes com essa parceria”, comentou o vice-presidente Lifan Motors para a América Latina, Nick Jiang. A fábrica foi fundada há 18 anos, na China.

Caruaru ganha novas fábricasInfraestrutura

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64 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Entre 2009 e 2010, os gastos municipais com educação cresceram 10,7%, chegando

a um investimento total de R$ 80,92 bilhões. Apesar do aumento, há gran-des desigualdades regionais nos gas-tos por matrícula. Um aluno de uma escola pública do Sudeste, por exem-plo, recebe o dobro de investimento municipal do que um estudante do Nordeste: R$ 4.722,46 contra R$ 2.309,60, respectivamente. No Nor-te, o gasto por aluno é R$ 2.381,75 anuais, no Centro-Oeste R$ 3.622,28 e no Sul R$ 4.185,25.

Os dados são da Frente Nacio-nal de Prefeitos (FNP) e incluem, na conta, repasses da União e dos estados aplicados na área, pelas prefeituras. O aumento dos recursos é consideravel-mente superior ao verificado em 2009, quando a crise econômica impactou negativamente na arrecadação fiscal.

Naquele ano, os investimentos na área cresceram apenas 2,8%.

Por determinação constitucional, os municípios são obrigados a aplicar pelo menos 25% da arrecadação de im-postos e transferências em educação. O aumento nos investimentos, combi-nado a uma diminuição da população em idade escolar e, consequentemente da matrícula nas redes municipais, fez crescer o gasto médio anual por aluno – que, em 2010, chegou a R$ 3.411,31 ao ano. No ano anterior, esse valor tinha sido R$ 3.005,27, o que significa um crescimento de 13,5%.

Para Maria do Carmo Lara, pre-feita de Betim (MG) e vice-presidente para Assuntos de Educação da FNP, as diferenças salariais dos professores de cada região têm grande impacto nessa conta. Isso porque, em geral, os profes-sores do Sudeste ganham mais do que os do Norte ou Nordeste.

“Também tem a questão do in-vestimento em educação de tempo in-tegral. No Sudeste, tem muito mais es-colas que já oferecem essa modalidade e o impacto nos investimentos é grande”, explica. A FNP defende uma maior par-ticipação da União nos gastos com edu-cação, especialmente nos estados que têm menor arrecadação.

A maior parte dos municípios (42,3%) gasta em média de R$ 3 mil a R$ 5 mil por aluno ao ano. Cerca de 28% investem de R$ 2 mil a R$ 3 mil, 17,6% de R$ 5 mil a R$ 10 mil e 1,4% gastam mais de R$ 10 mil. Uma em cada dez prefeituras investe menos do que R$ 2 mil por aluno anualmente.

Organização

A prefeita de Betim avalia que os gastos em educação cresceram não ape-nas porque há um aumento na arrecada-ção e, consequentemente, no percentu-al de recursos aplicados. Para Maria do Carmo, o fato é que as prefeituras estão mais interessadas em investir na área e vários municípios já aplicam mais do que os 25% da arrecadação, conforme determinado pela Constituição.

“Hoje, você tem as avaliações e o Ideb que ajudam as escolas e os municípios a estarem mais bem colocados em relação a outros. Isso faz com que os municípios se organizem para melhorar a rede. O in-vestimento em formação de professores aumentou muito”, diz Maria do Carmo.

Gasto de prefeituras por aluno é desigualEducação

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 65

Proposta de Emenda à Cons-tituição 76/11, do deputado André Moura (PSC-SE), obri-

ga a União a aumentar sua participação no Fundeb para 50% quando o estado ou município comprovar insuficiência financeira para pagar o piso salarial na-cional dos professores. Atualmente, o governo federal tem de contribuir com 10% dos recursos que formam o fundo.

Pela proposta, o percentual de 50% deverá valer durante um período de cinco anos. “Nesse prazo, se espera que os entes federados ajustem seus res-pectivos planos de carreira”, ressalta o deputado. Inicialmente, a PEC será ana-lisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania quanto à admis-sibilidade. Caso seja aprovada, seguirá para análise de uma comissão especial a ser criada especificamente para esse fim.

Aprovado no Congresso há mais de três anos, a lei que prevê o pagamen-to mínimo de R$ 1.187 a professores da educação básica pública por 40 horas semanais (Lei 11.738/08) até hoje não é cumprida em pelo menos 17 das 27 unidades da federação.

O Fundo de Manutenção e De-senvolvimento da Educação Básica e de

PEC prevê mais recursos para o Fundeb

Valorização dos Profissionais da Educa-ção (Fundeb) é formado por recursos estaduais, municipais e federais e desti-na-se a promover a educação infantil, o ensino fundamental e médio, inclusive a educação de jovens e adultos. Os re-cursos do Fundeb, que tem vigência até 2020, são distribuídos de acordo com o número de alunos da educação básica, com base em dados do censo escolar do ano anterior. Pelo menos 60% dos recur-sos do fundo são usados no pagamento dos salários dos professores.

Transparência

Segundo dados da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Edu-cação (CNTE), a partir de 2012 duas situações até pouco tempo improváveis acontecerão: dois estados do Nordeste (Piauí e Rio Grande do Norte) deixa-rão de receber a complementação da União e um estado do Sudeste (Minas Gerais) e um do Sul (Paraná) passam a ficar abaixo da média nacional de in-vestimento do Fundeb e terão de ser socorridos por verbas federais.

Na avaliação da CNTE, a situação indica que está havendo maior esforço fiscal

por parte de uns e a corrosão dos indica-dores sociais e tributários por parte dos até então considerados “estados ricos”.

A Confederação afirma que União não tem zelado pela publicação periódi-ca dos boletins do Fundeb, dificultando o controle social, e que nos dois últimos anos, mais de R$ 1 bilhão de reais a cada ano foram repassados na forma de complementação da União ao Fundeb e não computados para pagamento dos salários dos professores.

“Na maioria dos municípios con-templados com a suplementação fede-ral, essa verba remanescente não é com-putada para pagamento dos salários dos professores. Ou seja: as administrações públicas, ao arrepio da Lei, sonegam os 60% destinados à remuneração docen-te, alegando tratar-se de “muito dinhei-ro a ser rateado entre os professores”, denuncia a Confederação.

O Projeto de Lei Orçamentária da União para 2012, enviado ao Congres-so Nacional, estipula o valor do Fundeb relativo aos anos iniciais do ensino fun-damental urbano em R$ 2.009,45., um reajuste de 16,2% em relação ao valor vigente do fundo (R$ 1.729,33).

Para a Confederação, diante desta previsão orçamentária, os orçamentos estaduais e municipais precisam prever, no mínimo, a incidência do piso nacio-nal nos vencimentos iniciais de carrei-ra dos profissionais do magistério com formação em nível médio.

Educação

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66 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Uma parceria entre o governo do Pará e o Instituto Butatan vai possibilitar que os alunos

da rede pública de ensino aprendam brincando com celulares. Além das car-tilhas e livros, as escolas estaduais rece-berão celulares com aplicativos educa-tivos, para que os alunos possam criar seus programas e games e interagir com o uso da internet. É o programa Butan-tan Amazônia Muiraquitan Brasil.

Para ensinar brincando de forma digital, a parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) disponi-bilizará uma base de dados para avaliar os alunos regularmente; uma infraes-trutura para trabalho dos pesquisadores do Instituto e aplicativos para os alunos da rede pública estadual de ensino. A nova metodologia será implantada, ini-cialmente, em 151 escolas estaduais da região metropolitana de Belém, Santa-rém e Belterra, no oeste do estado.

O programa foi apresentado ofi-cialmente O coordenador técnico do programa Butantan Amazônia, Luiz Felipe Moura, apresentou, para o se-cretário especial de Promoção Social, Nilson Pinto, as propostas que serão implementadas, inicialmente, em 151 escolas estaduais da região Metropoli-tana de Belém, Santarém e Belterra, no oeste do Estado.

Segundo o coordenador técnico do programa Butantan Amazônia, Luiz Felipe Moura, pesquisas realizadas em outros países mostram que o celular é o meio mais usado entre as crianças e que sua utilização melhora o aprendi-zado com as ferramentas que ele gosta de usar. “Além do mais, o celular é um meio fantástico de acessibilidade, pois consegue atender alunos especiais, de-ficientes visuais e auditivos”, ressalta.

A Seduc já está negociando com o Ministério da Educação (MEC) a

obtenção dos recursos necessários para financiar o programa, que oferecerá um celular tipo samrtphone par cada três alunos. As escolas participantes tam-bém receberão um certificado da Stan-ford University, renomada universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Objetivo

O programa busca elevar o Índi-ce de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) por meio de uma plata-forma de ensino multidisciplinar que usa o entretenimento para despertar a percepção do público para a realidade social e cultural do país. Os produtos usados colocam em prática o conceito de “edutrenimento” digital, uma espé-

Pará vai utilizar celular no ensino públicocie de difusão de conteúdos educativos em ambientes digitais como forma de entretenimento, proporcionando um melhor aprendizado.

“Cria-se uma educação em rede, pois os professores fazem os planos de aula, os alunos desenvolvem suas ativi-dades e montam seus games sobre as matérias, devolvem aquele material para o professor e o educador pode usar isso com outros alunos”, explica o represen-tante do Butantan.

O custo total da implantação do programa no Pará será de R$ 10 mi-lhões, incluindo a construção de um centro na cidade de Belterra para dar su-porte aos pesquisadores do projeto, um parque temático, um museu de história natural e um cinema 3D.

Educação

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 67

O Ministério da Pesca doou 14 lanchas para reforçar a fisca-lização de infrações ambien-

tais na costa do Rio de Janeiro, como a pesca predatória e vazamentos de óleo. Foram 11 lanchas para a Marinha, duas para o Instituto Estadual de Ambiente do Rio de Janeiro (Inea) e uma lancha para o Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama).

Segundo o ministro Luiz Sérgio, como o trabalho de fiscalização de combate às ações de pesca predatória é feito pelos órgãos federais em conjunto com o Inea, as lanchas foram doadas ao órgão estadual. “No Rio de Janeiro, a atividade relativa à pesca é uma ação conjunta com o Inea. Então, junto com outros órgãos como o Ibama, a Mari-nha e a Capitania dos Portos, vamos convergir esforços utilizando esses equipamentos públicos de excelente capacidade de trabalho”.

De acordo com o secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, a doação vai ajudar o Inea, já que em algumas ações de combate contra infrações o órgão tem dificuldades de acesso. ”Muitas vezes nós nos associa-

mos ao Ibama para fazer ações de pesca predatória. O que no caso é em alto mar e não temos condições, não temos equi-pamento”.

Minc disse ainda que o número crescente de empresas se instalando no estado faz com que aumente o risco de irregularidades ambientais. “Muitos barcos, petroleiros e navios estão au-mentando suas produções. Além disso, temos as siderúrgicas e portos. Então, muitas vezes os barcos trocam a água de lavagem de lastro, poluem as baías. E a gente não está tendo como fiscalizar”.

O Termo de Cooperação Técnica e os Termos de Permissão de Uso das Lanchas-Patrulha SEAP 08 e SEAP 28 foram assinados no início do mês na sede da Capitania dos Portos, no Rio de Janeiro. O Ministério da Pesca também doou um caminhão frigorífico para o Instituto Ânima, que atende a região metropolitana do Rio.

Máquinas para o Paraná Os consórcios públicos munici-

pais Pró-Caxias e Fronteira e a cidade de Centenário do Sul, no Paraná, re-

Reforço na fiscalização da costa carioca

ceberam três escavadeiras hidráulicas cedidas pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. Segundo o ministro, as máquinas vão ajudar na abertura de tan-ques escavados para a produção aquíco-la em quinze cidades paranaenses.

“Isso possibilitará que novos pro-dutores entrem na atividade, aumen-tando a produção da região e ajudando a tornar a aquicultura uma realidade cada vez mais presente nas pequenas pro-priedades rurais”, ressaltou Luiz Sergio.

Ele também informou que o MPA investirá na realização do mapeamen-to do parque aquífero na bacia do Rio Iguaçu. As máquinas foram compradas pelo MPA com recursos provenientes de emenda parlamentar do deputado federal Assis do Couto (PT-PR).

O consórcio de Fronteira é for-mado pelos municípios de Capanema, Bela Vista da Caroba, Pérola D’Oeste, Planalto, Pranchita e Santo Antônio do Sudoeste. Já o Consórcio Pró-Caxias abrange os municípios de Nova Prata do Iguaçu, Salto do Lontra, Cruzeiro do Iguaçu, Boa Esperança do Iguaçu, Três Barras, Boa Vista da Aparecida, São Jorge D’Oeste e Quedas do Iguaçu.

As novas lanchas vão intensificar a fiscalização de combate à pesca predatória

Meio Ambiente

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68 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Quem esteve na feira livre do bairro Areia Branca, em Petrolina (PE), se deparou

com uma novidade: o espaço da feira permanente da Produção Orgânica do Vale do São Francisco, oriunda da agricultora familiar, passou a funcionar todos os domingos.

No local, a população prestigia os novos feirantes, comprando frutas, hortaliças e verduras orgânicas. A pro-fessora Maria Ozair Pinheiro Costa falou que sempre procura produtos dessa natureza. “Estou realizada. Nós procuramos sempre o que há de me-lhor para nossa saúde e nosso bem es-tar e esse espaço nos deixa mais tran-quilos quando encontramos produtos que satisfaçam as nossas necessidades alimentares”, reforça a professora.

“ A feira é destinada a produtos orgânicos para venda direta por agri-cultores familiares organizados, sem necessidade de certificação, em conformidade com a Lei Nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003”, expli-ca o engenheiro

Feira orgânica é sucesso em Petrolinaagrônomo da Codevasf e presidente do Consea Orgânico, Osnan Ferreira.

Segundo a feirante Terezinha de Souza Macedo, que também é produto-ra da Área Maria Tereza, essa feira sig-nifica para ela uma grande emoção e a realização de um sonho. “Começamos a trabalhar sozinhos e depois tivemos a ajuda da Codevasf, através da empresa que presta os serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural - Plantec, e os outros órgãos que estão nos ajudan-do. Estamos aqui na esperança que dê tudo certo, pois sempre pensamos em

vender direto ao consumidor. Nossa sa-tisfação é a de ter certeza que, ao com-prarem nossos produtos, as pessoas es-tarão comendo um produto limpo, sem agroquímicos”, disse Terezinha.

Para o feirante Genildo Reinaldo, que é produtor do Núcleo 4, do Períme-tro de Irrigação Senador Nilo Coelho, além de vender, também estão tendo oportunidade de divulgar alguns produ-tos, a exemplo da acerola verde, produto bastante utilizado pela indústria para ex-tração de vitamina C, que tem como des-tino os mercados da Europa e Ásia e uma pequena fatia do mercado interno.

Agricultura

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 69

“A criação desse espaço é impor-tante, tanto para comercialização, como para a divulgação da agricultura orgâni-ca do Vale e também para tentar cons-

cientizar as pessoas de que é possível produzir sem agrotóxicos para melho-rar nossa saúde”, reforçou Genildo.

Todos os feirantes são cadastra-dos no Consea Orgânico, que audita a produção, e possuem declaração de ca-dastro da Organização de Controle So-cial (OCS), documento expedido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que autoriza produtores a venderem diretamente aos consumidores os produtos orgânicos.

A feira permanente da Produção Orgânica do Vale do São Francisco é uma realização da Companhia de De-senvolvimento dos Vales do São Fran-cisco e do Parnaíba (Codevasf) e do Conselho de Segurança da Agricultura Orgânica (Consea Orgânico), em par-ceria com a Prefeitura Municipal de Petrolina, e apoio do governo do estado de Pernambuco, por meio da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária e da

Agência de Desenvolvimento Econô-mico; Ministério Público do Estado de Pernambuco; Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Genildo Reinaldo

A exemplo de outras cidades, os produtores agrícolas de Petrolina começam a oferecer produtos mais sadios

Osnan Ferreira

Agricultura

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70 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Região NorteBanco Comunitário Muiraquitã Inclusão Digital da Amazônia - INDIA Santarém PA

Redes de Produção Agroecológica e Solidária Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes - APACC Cametá PA

Tarumã Vida: Do Carvão às Tecnologias Sociais Associação Agrícola do Ramal do Pau Rosa - ASSAGRIR Manaus AM

Região SudesteAgroecologia Urbana e Segurança Alimentar Sociedade Ecológica Amigos de Embu - SEAE Embu da Artes SP

Ecos do Bem: Educação Ambiental no Território do Bem Associação Ateliê de Ideias Vitória ES

Modelos de Acesso ao Crédito para o Terceiro Setor SITAWI Rio de Janeiro RJ

Participação de Mulheres na Gestão de Tecnologias Sociais

Investimento Social em Mulheres e Meninas Fundo Ângela Borba de Recursos para Mulheres/ELAS - Fundo de Investimento Social Rio de Janeiro RJ

Mulheres da Amazônia Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia Juruena MT

Rede de Produtoras da Bahia Cooperativa Rede de Produtoras da Bahia Feira de Santana BA

Região NordesteBancos de Sementes Comunitários Centro de Educação Popular e Formação Social - CEPFS Teixeira PB

Jovem Empreendedor: Ideias Renascendo em Negócios Acreditar Glória do Goitá PE

Rede Cearense de Turismo Comunitário - Tucum Instituto Terramar de Pesquisa e Assessoria à Pesca Artesanal Fortaleza CE

Região SulOfi cinas de Artesanato e Construção de Identidade Fundação Parque Tecnológico Itaipu Foz do Iguaçu PR

Tribos nas Trilhas da Cidadania ONG Parceiros Voluntários Porto Alegre RS

Visão de Liberdade Conselho Comunitário de Segurança de Maringá Maringá PR

Região Centro-OesteConstrução de Habitação em Assentamentos Associação Estadual de Cooperação Agrícola - AESCA Campo Grande MS

Fique de Olho, Pode Ser Câncer Infanto-juvenil Associação dos Amigos das Crianças com Câncer - AACC/MS Campo Grande MS

“Tampando Buraco”: Recuperando Voçorocas Embrapa Arroz e Feijão Santo Antônio de Goiás GO

Tecnologia Social na Construção de Políticas Públicas para Erradicação da PobrezaFossas Sépticas Econômicas Prefeitura Municipal de Caratinga Caratinga MG

Horta Comunitária - Inclusão Social e Produtiva Prefeitura Municipal de Maringá Maringá PR

Orçamento Participativo Jovem de Rio das Ostras Prefeitura Municipal de Rio das Ostras Rio das Ostras RJ

Direitos da Criança e do Adolescente e Protagonismo JuvenilFazendo Minha História Associação Fazendo História São Paulo SP

Formação de Jovens Empreendedores Rurais Casa Familiar Rural de Igrapiúna Igrapiúna BA

ViraVida Serviço Social da Indústria - Conselho Nacional Brasília DF

Gestão de Recursos HídricosÁgua Sustentável: Gestão Doméstica de Recursos Hídricos Instituto de Permacultura: Organização, Ecovilas e Meio Ambiente - IPOEMA Brasília DF

Cisternas nas Escolas Cisternas nas Escolas Irecê BA

Sombra e Água Viva Cooperativa Agropecuária Regional de Palmeira dos Índios Ltda - CARPIL Palmeira dos Índios AL

VENCEDORA

VENCEDORA

VENCEDORA

VENCEDORA

VENCEDORA

VENCEDORA

VENCEDORA

VENCEDORA

VENCEDORA

Ministério daCiência, TecnologiCiência, TecnologiCiência, T a

e Inovação

Agricultura

O Governo do Espírito Santo, investirá R$ 2,5 bilhões no fortalecimento do programa

Vida no Campo, destinado aos agri-cultores familiares que enfrentam difi-culdades com moradias precárias, sem a infraestrutura adequada para a pro-dução e comercialização dos produtos agrícolas e sem assistência técnica.

O objetivo do programa é ampliar o acesso às políticas públicas para a inclu-são social e produtiva no campo. A ex-pectativa é que o programa contribua no combate da extrema pobreza e propor-cione um Espírito Santo com desenvol-vimento regionalmente mais equilibrado

Diversas ações do Vida no Cam-po já estão em andamento e agora, bem estruturado pelo Governo do Estado, o programa vai ajudar a modificar para melhor, cada vez mais, o dia a dia dos ca-pixabas que vivem no meio rural”, salien-tou o governador Renato Casagrande, ressaltando que o homem do campo dá uma grande contribuição para o desen-volvimento da economia capixaba.

O programa ‘Vida no Campo’ está constituído de 13 projetos estruturantes nas áreas de infraestrutura produtiva, ha-

bitação rural, crédito rural, crédito fundiá-rio, assentamentos rurais, titulação de ter-ras, juventude rural, empreendedorismo rural e agroindústria familiar, pesquisa, assistência técnica e extensão rural, aqui-sição de alimentos, alimentação escolar, agricultura orgânica, produção agroeco-lógica integrada sustentável.

A prefeitura do pequeno municí-pio de Afonso Cláudio saiu na frente e já adiantou que não poupará esforço para que os agricultores do município sejam beneficiados pelo via no campo. Segun-do o prefeito Wilson Berger (PSB), os projetos levarão desenvolvimento a to-

das as regiões, com oportunidades para as famílias rurais, principalmente as me-nos favorecidas. “Acreditamos que este programa potencializa o setor agrícola e levará os frutos do desenvolvimento a quem mais necessita”, ressaltou.

Saneamento básico

Outra grande notícia veio do PAC 2. O Estado receberá mais de R$ 96 mi-lhões do Programa de Aceleração do Crescimento para investir em obras de ampliação das redes de abastecimento de água, esgotamento sanitário e me-lhorias sanitárias domiciliares.

Segundo o vice-governador e co-ordenador institucional de Captação de Recursos do Governo, Givaldo Vieira, os recursos beneficiarão 25 municipios com população abaixo de 50 mil habitantes. “ A previsão é que o processo de licitação e as obras comecem no início de 2012 e entrega em 2013.

“Do total de recursos obtidos para o estado, R$ 13.970.650,59 serão direcionados para projetos com foco na melhoria e ampliação do abaste-cimento de água, R$ 79.001.136,09 para esgotamento sanitário e R$ 4.000.000,00 para melhorias sanitá-rias domiciliares”, disse.

Programa familiar capixaba ganha reforço

Até 2014 serão liberados R$ 2 bilhões de crédito rural para a agricultura familiar

Page 71: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Dezembro 2011 71

Região NorteBanco Comunitário Muiraquitã Inclusão Digital da Amazônia - INDIA Santarém PA

Redes de Produção Agroecológica e Solidária Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes - APACC Cametá PA

Tarumã Vida: Do Carvão às Tecnologias Sociais Associação Agrícola do Ramal do Pau Rosa - ASSAGRIR Manaus AM

Região SudesteAgroecologia Urbana e Segurança Alimentar Sociedade Ecológica Amigos de Embu - SEAE Embu da Artes SP

Ecos do Bem: Educação Ambiental no Território do Bem Associação Ateliê de Ideias Vitória ES

Modelos de Acesso ao Crédito para o Terceiro Setor SITAWI Rio de Janeiro RJ

Participação de Mulheres na Gestão de Tecnologias Sociais

Investimento Social em Mulheres e Meninas Fundo Ângela Borba de Recursos para Mulheres/ELAS - Fundo de Investimento Social Rio de Janeiro RJ

Mulheres da Amazônia Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia Juruena MT

Rede de Produtoras da Bahia Cooperativa Rede de Produtoras da Bahia Feira de Santana BA

Região NordesteBancos de Sementes Comunitários Centro de Educação Popular e Formação Social - CEPFS Teixeira PB

Jovem Empreendedor: Ideias Renascendo em Negócios Acreditar Glória do Goitá PE

Rede Cearense de Turismo Comunitário - Tucum Instituto Terramar de Pesquisa e Assessoria à Pesca Artesanal Fortaleza CE

Região SulOfi cinas de Artesanato e Construção de Identidade Fundação Parque Tecnológico Itaipu Foz do Iguaçu PR

Tribos nas Trilhas da Cidadania ONG Parceiros Voluntários Porto Alegre RS

Visão de Liberdade Conselho Comunitário de Segurança de Maringá Maringá PR

Região Centro-OesteConstrução de Habitação em Assentamentos Associação Estadual de Cooperação Agrícola - AESCA Campo Grande MS

Fique de Olho, Pode Ser Câncer Infanto-juvenil Associação dos Amigos das Crianças com Câncer - AACC/MS Campo Grande MS

“Tampando Buraco”: Recuperando Voçorocas Embrapa Arroz e Feijão Santo Antônio de Goiás GO

Tecnologia Social na Construção de Políticas Públicas para Erradicação da PobrezaFossas Sépticas Econômicas Prefeitura Municipal de Caratinga Caratinga MG

Horta Comunitária - Inclusão Social e Produtiva Prefeitura Municipal de Maringá Maringá PR

Orçamento Participativo Jovem de Rio das Ostras Prefeitura Municipal de Rio das Ostras Rio das Ostras RJ

Direitos da Criança e do Adolescente e Protagonismo JuvenilFazendo Minha História Associação Fazendo História São Paulo SP

Formação de Jovens Empreendedores Rurais Casa Familiar Rural de Igrapiúna Igrapiúna BA

ViraVida Serviço Social da Indústria - Conselho Nacional Brasília DF

Gestão de Recursos HídricosÁgua Sustentável: Gestão Doméstica de Recursos Hídricos Instituto de Permacultura: Organização, Ecovilas e Meio Ambiente - IPOEMA Brasília DF

Cisternas nas Escolas Cisternas nas Escolas Irecê BA

Sombra e Água Viva Cooperativa Agropecuária Regional de Palmeira dos Índios Ltda - CARPIL Palmeira dos Índios AL

VENCEDORA

VENCEDORA

VENCEDORA

VENCEDORA

VENCEDORA

VENCEDORA

VENCEDORA

VENCEDORA

VENCEDORA

Ministério daCiência, TecnologiCiência, TecnologiCiência, T a

e Inovação

Page 72: Revista Estados & Municipios

72 Estados & Municípios - Dezembro 2011

Censor censurado

Durante o governo do general Médici, o Brasil recebia uma over-dose de patriotada, aplicada pelos militares, que acreditavam terem nos livrado dos comunistas que co-miam criancinhas. Na pasta da Jus-tiça, o ministro Alfredo Buzaid co-mandava o arbítrio legal, enquanto nos quartéis gente era torturada ou morta em nome da democracia apu-nhalada. Jarbas Passarinho, ministro da Educação, patrocinava a dupla Don e Ravel, aquela do “meu Brasil, eu te amo...” Éramos um país de Po-licarpos Quaresmas. No Palácio do Planalto, o general Octávio Costa, Assessor Especial de Relações Pú-blicas, geria a copiosa publicidade oficial da ditadura. E resolveu criar o “Brasil, Pra Seu Governo”, um programa semanal de televisão para exaltar, em todo o país, as excelên-cias do regime e as suas obras fara-ônicas. Acontece que o título era de uma série de reportagens do jorna-lista Nonnato Masson, do Jornal do Brasil, registrado como propriedade dele e do seu colega Joaquim Cam-pelo Marques, também do JB. Mes-mo estimulados por muitos amigos, Campelo e Masson não tentaram

RANGEL CAVALCANTE [email protected]

Casos & Causos

impedir o seu uso indevido. E foram ao ar os dois primeiros programas, exaltando as obras do general Mé-dici. Tudo produzido pelo famo-so Heron Domingues. Foi aí que o governo pisou na bola. Anunciou o próximo entrevistado: o ministro da Justiça, Alfredo Buzaid, justamente o executor da censura e da repressão à liberdade de opinião no país. Não deu outra. Com o apoio do Alberto Dines, então editor do JB, Campelo e Mas-son ameaçaram recorrer ao que anda restava de Justiça no país para proibir a exibição. O general Costa não quis topar a briga, temendo a repercussão internacional. O programa de Buzaid foi cancelado e acabou de vez o “Bra-sil Pra Seu Governo” na tevê. Foi a única vez durante a ditadura que as coisas se inverteram. Os censurados censuraram o Sensor.

Deixou algum aqui?

No início no seu primeiro go-verno no Ceará, em 1963, o coronel Virgílio Távora foi procurado por um chefe político de Reriutaba, que era seu velho amigo e muito traba-lhara pela vitória da UDN contra chamado rolo compressor – uma alusão às máquinas do DNOCS que trabalhavam no interior a fa-vor dos adversários - do PSD. Era o Ivan Rego, seu velho amigo e que muito ajudara na eleição. Naque-le tempo, era comum os vitoriosos recompensarem os aliados com os principais cargos de mando em seu municípios, principalmente os de delegados de polícia e da fazenda,

diretores de escolas e hospitais etc. Com essas posições, os chefes po-líticos mantinham o poder no inte-rior. O encontro foi, de início, dos mais cordiais. O governador saudou o amigo visitante:

- Meu caro Ivan, que prazer em vê-lo aqui. O que você deseja?

No melhor e mais direto esti-lo da época, o homem disse a que viera:

- Vim buscar o meu delegado, governador!

E Virgilio, curto e grosso:- Se você deixou algum por

aqui, pode levar!Só depois de vários meses, e

graças à habilidade do vice-gover-nador Figueiredo Correia, os dois fizeram as pazes. E sem delegado.

Profissional

No exercício da advocacia, o ex-deputado e ex-ministro José Car-los Fonseca testemunhou episódios dos mais pitorescos no fórum de Vi-tória, Espírito Santo. E conta uma delas, que encontrou num velho processo em um dos cartórios da capital capixaba. Durante uma au-diência, o juiz iniciava qualificação das testemunhas. A primeira delas, um rapaz alto e forte, parecia fami-

Page 73: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Dezembro 2011 73

quase sem instrução, negro e sim-pático, que sonhava ser jornalista e assim vivia no jornal. Começou publicando cartas de leitores ima-ginários que criticavam o governo. A primeira dava conta do péssimo estado de uma lavanderia pública, num bairro pobre de Maceió. Pou-cos dias depois a primeira dama inaugurava no local uma lavande-ria novinha. E assim a coisa con-tinuou. Os “ leitores” do capitão Victor exigiam do governo exata-mente aquilo que já estava para ser feito e ninguém sabia, Foi um sucesso que durou até o final do governo de Muniz Falcão.

Só 39

A poucos dias das eleições de 1974, era uma loucura a movimen-tação dos candidatos da ARENA, o partido que dava sustentação à ditadura militar. No Maranhão o governo do estado era o grande eleitor. Da sua ajuda dependia a eleição da maioria nas bancadas no Congresso e na Assembléia Le-gislativa. O governador, o médico e professor Pedro Neiva de Santa-na, resistia ao assédio dos corre-ligionários, que insistiam no uso da chamada “máquina” política do governo para garantir-lhes os vo-tos no interior. Queriam verbas, empregos e pressão sobre o pre-feitos e cabos eleitorais cabos elei-torais. Pedro Neiva resistia heroica-mente. Numa noite foi procurado

COLUNISTA

liar ao magistrado, que deu inicio á inquirição. O homem, a cada per-gunta, informava seus dados pesso-ais, devidamente anotados pelo es-crivão. Então o juiz perguntou:

- Sua profissão.- Sou testemunha profissional,

meritíssimo!E diante do espanto de todos,

explicou: - É isso mesmo. Eu sou testemu-

nha profissional. Fico aqui no fórum o dia inteiro e quando uma pessoa precisa de testemunha me contrata e eu vou à audiência e digo ao juiz que vi, ouvi ou tenho conhecimento das coisas que me manda confirmar. E as-sim vou ganhando a vida.

O juiz, magnânimo, passou um pito no advogado e ali mesmo pôs fim à promissora carreira do cida-dão inventor da categoria profissio-nal da testemunha judiciária.

Auto-oposição

No final dos anos 50, Muniz Falcão era governador de Alagoas e acabara de sobreviver a uma das maiores crises políticas do país de então, que quase leva os ala-goas à guerra civil O governador voltara ao Palácio dos Martírios depois de alguns meses afastado, período em que o estado esteve sob inter venção federal, governa-do por um general. Muniz Falcão, era dono do ”Diário de Alagoas”, um acanhado jornal que, embora tendo em seus quadros alguns dos melhores nomes do jornalismo, à frente o Floriano Ivo, era uma es-pécie de boletim oficial, pratica-mente sem leitores. Coube a um dileto assessor de Muniz elevar a tiragem do Diário e fazê-lo pare-cer um jornal independente, o ca-pitão Victor, um oficial da policia,

pelo aflito Biló Murad, fiel escudei-ro arenista e candidato a deputado estadual. Angustiado, pedia socorro ao amigo governador.

- Veja, doutor Pedro, estou per-dido. Preciso de pelo menos sete mil votos para me eleger e só disponho até agora de um três mil. Vou perder a eleição se o senhor não me ajudar!.

Depois de ouvir o restante das lamúrias e de recusar interferir na eleição, o governador consolou o amigo:

- Não se desespere, Biló. Há quatro anos eu estava em situação muito pior do que a sua, que conta com três mil votos. Eu, naquela épo-ca, não consegui mais do que 39.

Os dos deputados da bancada governista na Assembléia, que o fize-ram governador, em eleição indireta.

Parenta, não!

Itamar Franco acabara de dei-xar a Presidência da República e um dos assuntos nos meios políticos e nas colunas de fofocas era o namoro dele com a mineira June Drumond, que depois acabou casando com um americano na terra de Tio Sam. No restaurante Piantella, em Brasí-lia, no tradicional almoço semanal do pessoal de imprensa, o jornalis-ta Wilson Ibiapina encontra o seu grande amigo Toninho Drummond, diretor da Rede Globo aqui na Ca-pital. Em meio à conversa, veio à baila o namoro do ex-presidente. Ibiapina aproveitou para perguntar:

- Essa moça é sua parenta, To-ninho?

A resposta veio impregnada da melhor e mais espirituosa sabedoria mineira:

- Não, não é minha parenta. Se fosse, não era namorada do Itamar e sim do Fernando Henrique.

Page 74: Revista Estados & Municipios

David J. Keaney, B.Comm., CA tem como

compromisso oferecer serviços de alto nível

nas áreas de negociação e consultoria

financeira para empresas; consultoria

operacional e estratégica; fusões e

aquisições, gerenciamento de riscos;

governança corporativa; cumprimento e

serviços de auditoria.

Sua experiência e carreira nos setores bancário,

financeiro e de seguros nos últimos 25 anos

proporcionam conhecimento profundo e possibilitam

soluções criativas e práticas em gerenciamento de

risco, monitoramento corporativo (corporate

compliance) e gerenciamento e preservação de

controles e recursos. Como o principal executivo

financiero (Chief Financial Officer – CFO) de um dos

maiores grupos de seguros bancários do Canadá, ele supervisionou todos os

aspectos de gerenciamento de riscos, governança corporativa, relatoria

financeira e requisitos regulatórios para o banco. Ele é um executivo sênior e um

lider estratégico e visionário; antecipando tendências futuras, influenciando

organizações em diferentes níveis e criando consenso ao redor de visões e

metas corporativas. Ele percebe os benefícios de criar urgência enquanto

constrói estratégias e planos de execução e melhoria de performance do

negócio. É essencial manter-se ciente e avaliar o impacto de tendências

emergentes no mercado para apoiar a visão, estratégias e sustentabilidade de

longo prazo de organizações. Ele cria comprometimento e entusiasmo com

relação a metas desejadas e proporciona um ambiente dinâmico.

DAVID J. KEANEY, B.COMM.. CA

CHARTERED ACCOUNTANT

[Date]

Focado no objetivo de fornecer as empresas consultoria financeira de alto nível no Brasil, reconhecida por excelência nos serviços prestados, sempre buscando melhores soluções para os seus clientes e parceiros

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Brasilia DF, Brazil

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Page 75: Revista Estados & Municipios

DAVID J. KEANEY, B.COMM., CA., CHARTERED ACCOUNTANT

Estar disponível para consultorias, oferecendo recursos e expertise para empresas e outras organizações

Seja uma firma de consultioria,

uma empresa doméstica ou

multinacional, ter acesso a

gerenciamento de risco,

governança corporativa,

cumprimento e serviços de

consultoria estratégica é

essencial. Isso permite que

empresas respondam

rapidamente a novas

oportunidades de negócios.

É parte de uma gestão

inteligente desenvolver uma

estrutura de gerenciamento de

riscos para toda a empresa ou

simplesmente revisar e

melhorar o modelo existente.

Em períodos turbulentos

recentes, planos táticos

unidimensionais foram

necessários para dar conta de

prioridades imediatas, mas o

desafio real é construir um

panorama mais completo das

tendências que surgirão à

medida em que a poeira da

confusão atual baixe.

Nas circunstâncias atuais uma

estrutura mais robusta e melhor

organizada é necessária.

“É necessário criar

capacidades institucionais

para gerenciar e controlar

incertezas – é um tema

importante demais para deixá-

lo a cargo de uns poucos.”

Nós podemos guiá-lo através

da incerteza do desconhecido.

Nós podemos usar as

experiências de outras

organizações multinacionais

que lidaram com os mesmos

problemas – e encontraram as

melhores estruturas de risco e

cumprimento possíveis.

Serviços de Auditoria

Consultoria

Riscos & Cumprimento

da lei SOX 404 Permitindo que as empresas reajam as oportunidades dinâmicas e mutáveis

Clientes incluem associação de funcionários nas:

• U.S. Embassy, Brasilia • U.S. Consulate, Sao

Paulo

"... foi um grande benefício poder encontrar um auditor com experiência americano de norte de contabilidade e auditoria, que compreende

também o mercado brasileiro "

Adam Wallingford

Chairman of the Board of Directors ESSA

U.S. Embassy, Brasilia

Page 76: Revista Estados & Municipios

76 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Especial

Após 21 anos de atividade pro-fissional no Rio Grande do Norte, o engenheiro de pe-

tróleo e ex-gerente do Núcleo de Produção da Petrobras em Mossoró, Francisco Queiroz, deixou o estado para assumir uma nova missão: coman-dar a unidade de exploração e produ-ção do campo petrolífero de Urucu, em plena selva amazônica.

O novo gerente-geral da estatal na Bacia Petrolífera do Solimões, loca-lizada a 600 quilômetros de Manaus, sabe que enfrentará dois grandes desa-fios. O primeiro é a adaptação à logísti-ca de Urucu, já que a distância do cam-po petrolífero é um importante gargalo do processo produtivo. “Conviver com uma realidade completamente diferen-te que a de Mosssóró, onde os campos são praticamente dentro da cidade, será um grande desafio”.

O segundo é contribuir para o aprimoramento da produção. Urucu possui apenas 70 poços, mas produz muito gás e petróleo. A região do Soli-mões é a terceira bacia sedimentar em produção de óleo no Brasil, com uma reserva de 132 milhões de barris de petróleo, mas a principal vocação da Amazônia é o gás natural. O estado do Amazonas tem a segunda maior reser-va brasileira de gás natural, com um to-tal de 44,5 bilhões de metros cúbicos.

A rotina de trabalho não será fá-cil. O acesso ao campo de Urucu só é possível de barco ou de avião. Mas isso não intimida Francisco Queiroz. Muito pelo contrário. Para ele, é uma oportunidade de crescimento profis-sional. “A Petrobras nos dá essa opor-tunidade de mudar de uma área para outra promovendo o intercâmbio de conhecimentos.”É um processo contí-nuo de aprendizagem, individual e co-letivo”, ressaltou.

Francisco Queiroz deixa o Rio Grande do Norte com a certeza do dever cumprido e um acervo de boas lembranças. “Foi um período de mui-to aprendizado, muita riqueza e muitas conquistas”, afirma o engenheiro.

Ele se orgulha de ter participado do processo de instalação do pólo pe-trolífero de Mossoró e de ter acompa-nhado de perto o surgimento de empre-sas de equipamentos de petróleo e gás na região.

“A Petrobras teve papel funda-mental nesse processo, valorizando os fornecedores nacionais e estimulando a instalação de empresas na região”, enfa-tiza. Hoje, muitos desses negócios que nasceram em Mossoró especialmente para fornecer para a estatal ultrapassa-ram os limites do Rio Grande do Norte e prestam serviços em várias partes do Brasil. “Não tenho dúvida que a presen-ça da Petrobras foi de suma importân-cia para o desenvolvimento dos forne-cedores regionais”.

Urucu

A produção média de petróleo em Urucu é de 56,5 mil barris por dia, en-quanto a de gás natural é de 9,7 milhões de metros cúbicos por dia. Esse volume faz do Amazonas o segundo produtor terrestre de petróleo e o terceiro produ-tor nacional de gás natural.

A produção de Urucu abastece os estados do Pará, Amazonas, Rondô-nia, Maranhão, Tocantins, Acre, Ama-pá e parte do Nordeste. O petróleo de Urucu é de alta qualidade, sendo o mais leve dentre os óleos processados nas refinarias do país. Essas características resultam em seu aproveitamento espe-cialmente para a produção de gasolina, nafta petroquímica, óleo diesel e GLP (gás de cozinha).

A maior Unidade de Proces-samento de Gás Natural do Brasil (UPGN) encontra-se em Urucu. Esta Unidade processa seis milhões de me-tros cúbicos de gás natural, mil tonela-das de GLP (gás de cozinha). Junto às outras duas unidades, a capacidade de processamento chega a quase 10 milhões de metros cúbicos de gás, produzindo cerca de 1.500 toneladas de GLP por dia.

De Mossoró para o petróleo da Amazônia

Page 77: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Dezembro 2011 77

Fundada em 1585, João Pessoa é a terceira cidade mais antiga do país. Dona de um patrimônio

histórico raro, com bem conservadas igrejas do século XVI, a capital da Pa-raíba é conhecida também pela pre-servação ecológica; em 92, foi classifi-cada pela ONU como uma das cidades mais verdes do mundo.

Uma das menores e mais antigas capitais do Nordeste, a cidade tem todo o estilo de cidade do interior, mas com serviços e infraestrutura de capital. Bas-tante arborizada, com uma orla preser-vada pela legislação que limita a altura dos prédios, um povo hospitaleiro, belas praias e badalação noturna.

A avenida beira-mar tem 35 km de extensão e oferece ao turista 10 praias de águas limpas e calmas. Uma das mais badaladas é a de Tambaú, ponto de partida para o conjunto de corais de Picãozinho, a 700 metros da costa. Na maré baixa, o lugar se transforma numa piscina em mar aberto, perfeita para o mergulho. Outro destaque é a Praia da Ponta do Seixas, o extremo oriental das Américas, onde o dia nasce mais cedo do que em qualquer outro ponto do Brasil.

A 34 km da capital, no município de Conde, está Tambaba, a única praia de naturismo do Nordeste. O lugar é divido em duas áreas separadas por obstáculos naturais: a área turístico-familiar, onde o nudismo é proibido, e a área familiar reservada, onde é proibido o uso de roupas. No final de tarde, uma boa opção é a praia fluvial de Jacaré, no Rio Paraíba, a quinze minutos do centro. Todos os dias, às cinco da tarde, quando o sol começa a se por, vários dos bares da praia tocam o Bolero de Ravel.

Embora emoldurada por uma bela orla, a cozinha da capital não se limita aos de frutos do mar. Porreta mesmo

são as receitas do sertão, à base de car-ne-de-sol e de bode, macaxeira, arroz de leite, feijão-de-corda e manteiga de garrafa. Para a sobremesa, dá-lhe rapadura! Estas são algumas das co-midas típicas da região nordestina do Brasil e que podem ser encontradas à vontade nos bares e restaurantes de João Pessoa. Claro que para os adeptos do tradicional existem restaurantes que servem desde saladas até rodízios tipi-camente gaúcho.

Existem dezenas de passeios de to-dos os tipos para os turistas que visitam João Pessoa. Um dos cartões-postais da cidade, o Farol do Cabo Branco sinaliza que João Pessoa é o ponto oriental ex-

Sol, mar e cultura em João PessoaTurismo

tremo das Américas. Al´pem das belas praias,vale a pena visitar algumas das importantes construções no estilo bar-roco que existem no centro velho da ci-dade: a Catedral de Nossa Senhora das Neves, erguida em 1602, a Igreja da Mi-sericórdia, de 1586, e o Centro Cultural São Francisco são alguns exemplos.

E não esqueça dos Parques e atra-ções naturais como o Jardim Botânico Benjamim Maranhão - Mata do Bura-quinho -, o Picãozinho - Piscinas natu-rais-,Areia Vermelha - Banco de areia que aparece com a maré baixa -, o Par-que Arruda Câmara - Zoológico - Bica e o Parque Sólon de Lucena - Lagoa -, outro cartão postal da capital.

Praia do Seixas

Avenida Beira Mar

Page 78: Revista Estados & Municipios

78 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Turismo

Copa 2014 em Fortaleza

Com 34 quilômetros de praias e uma história fruto de em-bates entre potiguares, por-

tugueses, franceses e holandeses, a ca-pital do Ceará, Fortaleza, está sempre disposta a revelar muito mais a quem dedicá-la momentos de caminhada por seu centro histórico. E por que não começar essa experiência pelo logradouro que atende pelo nome de um dos filhos mais ilustres da cidade? A Praça José de Alencar fica em um quadrilátero formado pelas ruas 24 de Maio, General Sampaio, Guilherme Rocha e Liberato Barroso e é um dos lugares mais famosos da cidade.

A praça é o palco, a céu aberto, para emboladores, repentistas, palha-ços e outros tantos artistas mambem-bes que buscam aplausos e alguns tro-cados como paga. Ao lado está a Rua Liberato Barroso, o caminho para o te-atro de mesmo nome da praça. Com seis espaços cênicos, só a visita ao Theatro

José de Alencar, tombado como Patrimô-nio Nacional pelo Iphan, já vale o passeio.

A arquitetura eclética da casa de espetáculos é um dos mais belos exem-plares brasileiros. O teatro possui uma sala de espetáculo em estilo art nove-au, um palco a céu aberto e um prédio anexo, com 2,6 mil metros quadrados. Ele é a sede do Centro de Artes Cênicas (Cena), o Teatro Morro do Ouro, a Pra-ça Mestre Pedro Boca Rica, a Biblioteca Carlos Câmara, a Galeria Ramos Co-tôco, quatro salas de estudos e ensaios. Nele, são desenvolvidas oficinas de ce-notécnica, de figurino e de iluminação. Além disso, o teatro abriga a Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho e o cur-so Princípios Básicos de Teatro e Circo.

Com um par de tênis a postos, é possível sair do teatro e, pela Rua Gene-ral Sampaio, conhecer a casa construída pelo poeta Juvenal Galeno, em 1886, que hoje é um centro incentivador da cultura no estado. O local já recebeu

personalidades como Rachel de Quei-roz, Euclides da Cunha, Gustavo Barro-so, Antônio Sales, Leonardo Mota, Já-der de Carvalho e Patativa do Assaré. A construção também foi palco de outro fato histórico: lá, o poeta fez questão re-ceber a Medalha da Abolição da Escra-vatura do Governo do Estado do Ceará.

A cultura segue pelas ruas de For-taleza. Saindo da casa de Galeno, basta andar quatro quadras para chegar à Vila das Artes – um novo complexo que di-funde a produção da cidade, por meio artistas ainda pouco conhecidos, e se propõe a formar, por meio da cultura, cidadãos mais conscientes.

Roteiros históricos, literários e arquitetônicos já estão nas opções ofe-recidas pela Secretaria de Cultura da cidade (Secultfor). São projetos como o “Fortaleza a Pé”, que oferece itinerá-rios fixos todos os meses, para quem preferir descobrir a cidade com guias especializados em Turismo Cultural e

Cartões-postais de todo o Brasil apresentarão roteiros por seus principais pontos turísticos durante a Copa do Mundo de 2014. Há quem diga que a melhor forma de se conhecer uma cidade é caminhar sem pressa por ela, apreciando cada convite feito pela história e pela beleza de ruas, praças e monumentos. Já pensou no que fazer em 1h de turismo a pé em cada cidade-sede?

78 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Page 79: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Dezembro 2011 79

Municípios

comentários dos próprios moradores. Mais informações podem ser adquiri-das na Secretaria de Turismo de Forta-leza (Setfor) e pelos e-mails: [email protected]; [email protected], ou ainda pelo Facebook: Turismo a Pé.

Caminhando por Iracema

Após uma viagem pela cultura brasileira, a tranquilidade de outros pontos de Fortaleza tem seu espaço ga-rantido na agenda do turista. Durante o dia, a pedida é o calçadão da Praia de

Iracema, nome da personagem de José de Alencar. Lá, é possível ver as águas da praia, o movimento das jangadas dos pescadores e saborear um peixinho frito e outros frutos do mar em um dos mui-tos restaurantes – opções não faltam.

Na Rua dos Tabajaras, à beira mar, estão os cardápios mais tradicionais. Para quem busca preços populares, a área na entrada da Ponte dos Ingleses oferece várias barracas vendendo igua-rias menos “calóricas” para o bolso. Co-nhecida como um dos mais tradicionais pontos turísticos de Fortaleza, a Ponte dos Ingleses, do início do século 20,

também é um bom local para curtir o pôr-do-sol.

Homenageando o jangadeiro Francisco José do Nascimento, pelo seu engajamento na luta pala libertação dos escravos, em 1881, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, também em Iracema, tem como palavras de ordem: “movimento e cultura”. Cafés, cinemas, museus, teatro, livraria, local para expo-sições e um planetário são algumas das atrações do espaço que é um verdadei-ro ícone na cidade e que sempre conta com programações artísticas para os moradores e para os visitantes.

A Praia de Iracema é localizada no centro

da orla de Fortaleza e é famosa por

retratar a boemia da cidade.

A Ponte dos Ingleses é um píer metálico

que se estende 20 metros por sobre o mar.

O Centro Dragão do Mar de Arte

e Cultura é um dos principais

redutos culturais de Fortaleza.

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80 Dezembro 2011 - Estados & Municípios

Automóveis

Desenvolvido especialmente para o mercado brasi-leiro, o Hyundai HB será produzido na fábrica da monta-dora coreana que está sendo construída em Piracicaba, no interior de São Paulo.

O Dodge Du-rango promete agitar o segmento de utilitá-rio esportivo de porte médio-grande. Equi-pado com o conheci-do motor Pentastar 3.6 V6 de 286 cavalos e câmbio automático de cinco velocidades.

O modelo foi reestilizado em 2010 para conquistar no-vos mercados.A grade frontal inspirada nas picapes RAM dá um “que” de agressivida-de. No painel, telas de navegação/rádio sen-síveis ao toque.

Moderno e arrojado, o modelo terá motor flex 1.0 e 1.6, com opções de câmbio manual ou automático, e vai brigar no disputado mercado de “populares”. Também terá uma versão Aventureiro – ou Crossover – para desafiar o VW Cross Fox.

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Estados & Municípios - Dezembro 2011 81

Automóveis

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www.lcelocadora.com.brO Kia Óptima chega ao Brasil em

2012 com um design completamente renovado. O antigo Magentes vem para brigar no segmento Sedan Luxo com concorrentes de peso como Hynday Sonata, Ford Fusion e Chevrolet Mali-bu, entre outros.

A versão brasileira utilizará motor 2.4 litros de 178 cavalos de potência e o Theta II, de 178 cavalos. Seu slogan é bastante atrativo: moderno, robusto e esportivo.

O Chevrolet Sonic deve desem-barcar no Brasil em abril de 2012. O novo compacto da GM, que substitui-rá o veterano Astra, é uma aposta da marca diante da crescente tendência do consumidor por carros mais compactos.

Com visual agressivo, mar-cante grade frontal e painel digital com um certo toque futurista, o modelo será equipado com motor 1.6 Ecotec de 115 cavalos – a ver-são americana tem um motor 1.8 de 135 cv -. Sua missão no Brasil será enfrentar, grade a grade, o ar-quirrival Ford New Fiesta.

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82 Estados & Municípios - Dezembro 2011

Dê o primeiro passo

Não tenha medo de ser o pri-meiro a dar um passo em direção ao correto, ao ne-

cessário, àquilo que precisava ter sido feito há algum tempo, mas que até agora não se consolidou. Não tenha medo de ser ridicularizado, pois muitos que passam por isso tornam-se grandes para muitos outros e, principalmente, para si mesmos.

Em tempos de grande barulho, seja o primeiro a propor o silêncio, este que é caminho para reflexão do próprio passo. Não hesite em ser o primeiro a propor ajustes mais ade-quados ao contexto que se esteja vi-vendo. Ser o primeiro não significa que você seja o único, mas aquele que não toma os contornos de uma situ-ação desconfortante. O primeiro é o mais corajoso, é o mais ousado, é o mais procurado para agir quando al-guma situação assim pede.

Em momentos de afastamento, seja o primeiro a buscar a aproximação de pes-soas, de vidas que almejam, ainda que no íntimo, estarem juntas novamente.

ERIKA DE SOUZA BUENO [email protected]

Ser o primeiro a dar um basta numa situação inadequada é ser nobre, tanto quanto nobre é aquele que é o primeiro a sair em defesa daquele que dela precisa.

Seja o primeiro a não usar pala-vras de baixo calão para extravasar o ódio, mas o primeiro a buscar alternati-vas mais viáveis e mais úteis para a solu-ção de algum problema. Seja o primeiro a exteriorizar elogios verdadeiros a al-guém que ainda não sabe que tem em você um admirador.

Permita-se ser o primeiro a lutar pela paz na família e a defender a Pa-lavra de Deus em quaisquer contextos. Seja o primeiro a entender que não há paz sem Ele.

Torne-se o primeiro a montar um quebra-cabeça que, para muitos, é in-decifrável, pois desconhecem o poder de unir peças aparentemente alheias. Entenda-se sempre como o primeiro a não atirar pedras em quem está na con-tramão na estrada da vida. O primeiro pode, aparentemente, sofrer mais, mas certamente terá grandes e satisfatórios retornos de suas boas ações.O primeiro

Erika de Souza Bueno é Coordenadora-Pedagógica do Planeta Educação e Editora do Portal Planeta Educação

(www.planetaeducacao.com.br). Professora de Língua Portuguesa e

Espanhol pela Universidade Metodista de São Paulo. Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família.

será seguido pelo segundo numa escala interminável de pessoas que aprende-ram a lutar, juntas, para a conquista do bem-estar de outros.

Seja o primeiro a protestar contra os males apregoados pela grande mídia, pela violência supervalorizada, pelo declínio moral da família e de toda a sociedade.

Torne-se, de fato, o primeiro a fazer caminhos retos para os pés, de modo que até mesmo aquele que ainda não sabe andar consiga passear por eles. Seja o primeiro a entender-se como es-pelho para a criança, a cumprir com as orientações dadas a ela.

Enfim, seja o primeiro, mas lute para que não seja, em nenhuma cir-cunstância, o último a buscar a paz, o amor e a felicidade.

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E no caso de chuvas intensas?

• Nunca atravesse ruas alagadas ou com enxurradas, mesmo estando de carro, moto ou bicicleta, pois a força da água pode arrastar você;

• Se você mora perto de córregos e rios, acompanhe o nível de subida das águas, mesmo à noite;

• Deixe o rádio ligado na estação local. O acompanhamento das notícias pode salvar a sua vida;

• Evite o contato com as águas em caso de enchentes. Elas podem estar contaminadas pelos esgotos e poluição das ruas e transmitir doenças;

• Aparelhos elétricos, quando molhados (ou úmidos), tornam-se perigosos. É melhor desligar a energia;

• Fique atento à inclinação anormal de árvores e postes e às “cachoeiras” de lama descendo das encostas. Estes são sinais de que a qualquer momento poderão ocorrer deslizamentos de terra na encosta.

Em caso de inundações, desabamentos e soterramentos, seja rápido:

• Nos casos de maior gravidade (havendo muita infiltração, algum barulho estra-nho, rachaduras nas paredes, etc.), saia imediatamente de sua residência;

• Quem mora às margens de rios, córregos e próximo à encostas deve sair de casa;• As águas da enchente são pesadas e violentas. Mesmo que você saiba nadar,

não se arrisque.

Providências que você deve tomar antes das chuvas:

• Não jogue lixo ou entulho nas ruas e encostas;• Mantenha limpos os ralos, esgotos, galerias, valas, etc.;• Você, que mora em área de risco, entre em contato com

a Defesa Civil do seu município.

No verão, a chuva sempre cai.Casas, muros, paredes e encostas

também podem cair.

Ministério daIntegração Nacional

Ministério daCiência e Tecnologia

Para mais esclarecimentos,

procure a Defesa Civil do seu município.

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