monografia frédson matemática 2011

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FRÉDSON VALOIS COUTINHO DA ROCHA O USO DO SOFTWARE GEOGEBRA COMO INSTRUMENTO DE VISUALIZAÇÃO DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS SENO E COSSENO. SENHOR DO BONFIM BA MARÇO DE 2011 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII SENHOR DO BONFIM - BAHIA

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Page 1: Monografia Frédson Matemática 2011

FRÉDSON VALOIS COUTINHO DA ROCHA

O USO DO SOFTWARE GEOGEBRA COMO INSTRUMENTO

DE VISUALIZAÇÃO DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

SENO E COSSENO.

SENHOR DO BONFIM – BA

MARÇO DE 2011

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

SENHOR DO BONFIM - BAHIA

Page 2: Monografia Frédson Matemática 2011

1

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII

O USO DO SOFTWARE GEOGEBRA COMO INSTRUMENTO

DE VISUALIZAÇÃO DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

SENO E COSSENO.

Monografia apresentada no Curso de Licenciatura em

Ciências com Habilitação em Matemática da Universidade

do Estado da Bahia – UNEB – Departamento de Educação –

Campus VII – Senhor do Bonfim – Bahia, como requisito

parcial para a obtenção do grau de Licenciado em

Matemática.

Orientador: Professor Dr. Ricardo José Rocha Amorim

SENHOR DO BONFIM – BA

MARÇO DE 2011

Page 3: Monografia Frédson Matemática 2011

2

FRÉDSON VALOIS COUTINHO DA ROCHA

O USO DO SOFTWARE GEOGEBRA COMO INSTRUMENTO

DE VISUALIZAÇÃO DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

SENO E COSSENO.

Monografia aprovada em 19 de Março de 2011, como requisito parcial para

obtenção do grau de Licenciado em Matemática da Universidade do Estado da

Bahia – UNEB – Departamento de Educação – Campus VII – Senhor do Bonfim –

Bahia, pelos professores:

Orientador Professor Dr. Ricardo José Rocha Amorim Avaliador Ivan Souza Costa Avaliadora Elizete Barbosa

SENHOR DO BONFIM – BA MARÇO DE 2011

Page 4: Monografia Frédson Matemática 2011

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Folhas secas

Ah! se viver fosse fácil não teríamos tantas dores e

problemas espalhados em todos os cantos do planeta. A dor

visita a cada uma das pessoas com tarefas que as vezes, a

primeira vista, parecem injustas demais, mas que acabam

sendo necessárias para o amadurecimento do ser humano.

Problemas são como as folhas de uma árvore imensa

que sempre vão cair, de uma maneira ou outra, num ciclo

sem fim, o que muda é a forma como recolhemos essas

folhas, ou como tratamos os problemas, pois muitas vezes

deixamos as folhas acumularem-se pelo chão, sem dar

importância devida para o monte que vai se formando, e

quando vemos, as folhas já tomaram conta do chão, dos

cantos, frestas e até dos quintais vizinhos.

Junte as folhas diariamente, cate seus problemas e

resolva-os, removendo o que não serve mais, separando o

que é importante e o que não é. Folhas muito secas podem

ser queimadas rapidamente, assim como os problemas

pequenos, que muitas vezes damos importância demais,

aumentando-os sem ao menos pensar em uma solução,

paralisados pelo medo.

Não espere o Outono chegar e derrubar todas as folhas

de uma vez, mantenha seu jardim da vida sempre limpo,

cultive flores (otimismo), regue com bom humor, espalhe as

sementes (caridade) por todos os jardins, e receba da

própria natureza os lucros de sua dedicação:

Cheiro de terra molhada, cores e perfumes das flores,

frutos que alimentam e paz que preenche o espírito.

Problemas são folhas de árvores, você é o jardineiro e Deus

o semeador da vida, e a vida pede cuidados diários.

Page 5: Monografia Frédson Matemática 2011

4

AGRADECIMENTOS

Em princípio preciso agradecer ao Pai Criador por ter

me ensinado a acreditar que tudo é regido e guiado por Ele.

Agradecer pelas forças que sempre aparecem quando um

momento de fraqueza tenta me fazer desistir.

Meu imenso reconhecimento por tudo que minha Mãe

Helenice Valois passou para que pudesse me proporcionar

toda a Educação que hoje esbanjo e por todo incentivo nos

momentos mais difíceis.

Agradecer a meu Pai Valter Rocha pelas viagens que

fez comigo em busca desta minha formação profissional

mesmo em dias em que o cansaço tentava dominá-lo.

Sinceros agradecimentos aos meus amigos Unilton

Alves e Sandro Lima que muito contribuíram para minha

formação acadêmica.

E por fim, um muito obrigado especial à minha esposa

Sheila Rocha que, com alguma, mas suficiente, paciência

soube conduzir a família quando da minha ausência e ao

meu filho Christian Rocha por sua compreensão sempre

quando dizia-lhe que iria viajar.

Um agradecimento generalizado a todos aqueles que,

de forma direta ou indireta, contribuíram para meu sucesso.

Page 6: Monografia Frédson Matemática 2011

5

DEDICATÓRIA

Dedico esta obra aos meus Pais, pelo apoio e incentivo, á minha família pela

paciência e aos meus amigos Sandro Lima e Unilton Alves por toda colaboração na

realização deste trabalho.

Page 7: Monografia Frédson Matemática 2011

6

RESUMO

ROCHA, Frédson V. C. O uso do software geogebra como instrumento de

visualização das funções trigonométricas seno e cosseno. 2011. 57 f.

Monografia (Licenciatura em Ciências com Habilitação em Matemática), UNEB,

Senhor do Bonfim – BA.

Este trabalho mostra uma revisão bibliográfica associada a um estudo de caso

feito com alguns alunos do Colégio Suporte de jacobina – Ba, com o intuito de

analisar a utilização dos recursos tecnológicos, em especial, o software geogebra,

como instrumento de visualização das funções trigonométricas seno e cosseno.

Para fundamentar essa pesquisa, fez-se uma abordagem das principais teorias

sobre Educação Matemática e a inserção dos recursos tecnológicos no processo de

ensino-aprendizagem. Assim, pôde-se elaborar um questionário avaliativo onde

alguns dados foram coletados e analisados a fim de entender que as tecnologias

devem estar presentes em todo o contexto educacional.

Palavras-chave: Software: Ensino de Matemática: Informática

Page 8: Monografia Frédson Matemática 2011

7

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS................................................................................... p. 08

LISTA DE TABELAS.................................................................................. p. 09

1 – INTRODUÇÃO...................................................................................... p. 10

1.1 – Objetivos............................................................................................ p. 15

1.1.1 – Geral............................................................................................... p. 15

1.1.2 – Específicos..................................................................................... p. 15

2 – EDUCAÇÃO MATEMÁTICA................................................................ p. 15

2.1 – Informática e Educação Matemática.................................................. p. 17

2.2 – Alguns softwares matemáticos........................................................... p. 21

3 – O SOFTWARE GEOGEBRA................................................................ p. 22

4 – METODOLOGIA................................................................................... p. 23

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................. p. 24

5.1 – Coleta, Tabulação e Construção de Gráficos dos Dados Coletados. p. 24

5.2 – Conclusões......................................................................................... p. 34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... p. 36

ANEXOS..................................................................................................... p. 40

Anexo I – Questionário................................................................................ p. 40

Anexo II – Conhecendo o Geogebra........................................................... p. 43

Page 9: Monografia Frédson Matemática 2011

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Frequência Absoluta e Relativa............................................... p. 26

Figura 02 – Frequência de Aprovação........................................................ p. 29

Figura 03 – Frequência Absoluta e Relativa............................................... p. 30

Figura 04 – Frequência de Aprovação........................................................ p. 32

Figura 05 – Comparativo entre as Avaliações............................................ p. 33

Figura 06 – Frequência de Acertos............................................................. p. 43

Figura 07 – Página Inicial do Geogebra...................................................... p. 43

Figura 08 – 1º ícone.................................................................................... p. 44

Figura 09 – 2º ícone.................................................................................... p. 44

Figura 10 – 3º ícone.................................................................................... p. 45

Figura 11 – 4º ícone.................................................................................... p. 45

Figura 12 – 5º ícone.................................................................................... p. 46

Figura 13 – 6º ícone.................................................................................... p. 46

Figura 14 – 7º ícone.................................................................................... p. 47

Figura 15 – 8º ícone.................................................................................... p. 47

Figura 16 – 9º ícone.................................................................................... p. 48

Figura 17 – 10º ícone.................................................................................. p. 48

Figura 18 – 11º ícone.................................................................................. p. 49

Figura 19 – Ferramentas do 6º ícone.......................................................... p. 50

Figura 20 – Raio do Círculo........................................................................ p. 51

Figura 21 – Círculo Trigonométrico............................................................. p. 51

Figura 22 – Projeção de P em Oy............................................................... p. 53

Figura 23 – Janela de Propriedades........................................................... p. 54

Figura 24 – Seno......................................................................................... p. 54

Figura 25 – Cosseno................................................................................... p. 55

Figura 26 – Sobreposição das Funções...................................................... p. 56

Figura 27 – Janela de Visualização............................................................ p. 57

Page 10: Monografia Frédson Matemática 2011

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Frequência Relativa de Acerto.................................................. p. 25

Tabela 02 – Relação Entre a Questão e a Habilidade.................................. p. 27

Tabela 03 – Tabela de Acertos..................................................................... p. 27

Tabela 04 – Distribuição de Frequência....................................................... p. 28

Tabela 05 – Frequência de Aprovação........................................................ p. 30

Tabela 06 – Tabela de Acertos..................................................................... p. 31

Tabela 07 – Distribuição de Frequência....................................................... p. 32

Tabela 08 – Relação das Notas da Primeira e Segunda Avaliação............. p. 33

Page 11: Monografia Frédson Matemática 2011

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1 – INTRODUÇÃO

Nas ultimas três décadas, o avanço de tecnologias de informática,

principalmente microcomputadores e internet, promoveu o aparecimento de forma

acelerada de uma grande demanda por automatização de processos e serviços de

comunicação em todos os setores da sociedade. Em função disso, na atualidade, a

apropriação de conhecimento sobre informática e a incorporação deste tipo de

tecnologia no ensino e aprendizagem tem sido vista por muitos educadores como

algo imperativo:

A pressão em relação ao uso da informática se faz cada vez mais

evidente em todas as áreas e isso não é diferente na Educação. A todo

momento os professores sentem que quem não for capaz de usar a

informática como instrumental para o Ensino-aprendizagem está fora do

mercado de trabalho (COSCARELLI, C. V, 1998, P. 36).

Neste sentido algumas das Escolas do Brasil, sejam elas no âmbito público ou

privado, já apresentam um laboratório montado de informática com acesso à

internet, softwares1 educacionais e programas básicos como os editores de textos,

editores de imagens e apresentações, planilhas de cálculos e tabelas, entre outros.

Várias ações no sentido de estimular e promover a implementação do uso da

tecnologia informática nas escolas brasileiras tem sido desenvolvidas desde 1981,

quando surgiram projetos como: Educom, Formar e Proninfe. (Borba e Penteado,

2005, p. 19).

Existe ainda alguma resistência de muitos professores quanto ao uso de

computadores em sala de aula, talvez pelo fato de não deter um total conhecimento

à respeito da máquina ou simplesmente para não sair da zona de conforto.

Segundo Borba e Penteado (2005, p. 11) Informática e Educação tem sido um

tema bastante recorrente nas últimas duas décadas no Brasil sendo possível

1 A palavra software engloba “programas, procedimentos, regras e qualquer documentação associada pertinente à

operação de um sistema computacional” (ABNT, 1996, p.2). Segundo o dicionário Aurélio (FERREIRA, 1999),

o plural desta palavra pode ser softwares ou software (tal como em inglês.)

Page 12: Monografia Frédson Matemática 2011

11

lembrar dos discursos sobre o perigo que a utilização da informática poderia trazer

para a aprendizagem dos alunos.

Para Japiassu (1983), os docentes resistem à inovação porque são submetidos

a um processo de formação baseado no chamado conhecimento educacional

científico, e é responsável por generalizações que interessam a planejadores de

currículos e supervisores, o que acaba por desarticular tentativas de criação

pedagógica.

Castanho (2000) explica que inovação é uma palavra que se sobressai na

literatura educacional, aparecendo atrelada à perspectiva de soluções para o

“marasmo” dos sistemas de ensino. Inovação não significa descoberta nem

invenção, mas ação para alterar as coisas pela introdução de algo novo e pode se

dar a partir de três dimensões: (a) pela investigação; (b) por meio da solução de

problemas; (c) com base na interação social, sendo a primeira o caminho mais

adequado.

Aliado à necessidade da inserção ou permanência no mercado de trabalho,

aparecem as dificuldades encontradas pelos professores e por alunos, quando há

uma exigência maior da abstração dos conceitos e formas, utilização do

conhecimento básico e o raciocínio lógico. Diante de tal situação, tem-se observado

um total desinteresse por parte de alguns alunos justamente quando estes não

conseguem absorver os conceitos ou não enxergam uma associação com a

realidade deixando-os sem significados.

O emprego das novas tecnologias na educação, algumas vezes, tem sofrido

preconceitos. Uma das grandes preocupações é que o uso de computadores pode

está desvinculado ao propósito da Escola. Por outro lado, o computador é visto

como ferramenta capaz de solucionar vários problemas da educação.

Os objetivos de um projeto pedagógico não podem ceder lugar

para as técnicas e sua utilização. “A grande tecnologia é o ser humano, a

nossa mente. As tecnologias são extensão de nossa mente, do nosso

corpo” (Moran,1996).

Page 13: Monografia Frédson Matemática 2011

12

Instalar qualquer software nos computadores e colocar à disposição dos alunos

não significa aprendizado garantido. É necessário que a Escola disponha de um

projeto pedagógico que envolva a utilização dos computadores e dos recursos no

processo de Ensino-aprendizagem.

Muitos programas educacionais se apresentam de forma pronta e acabada o

que, muitas vezes, não é interessante para o aluno já que este se torna um mero

digitador e em nenhum momento é estimulado a produzir ou construir seu

conhecimento a partir do computador.

Na verdade, tem-se assistido nos últimos tempos a uma

proliferação de produtos lançados no mercado sob o rótulo de software

educativo ou educacional. A quantidade é grande, porém a qualidade,

em geral, duvidosa (SETTE; AGUIAR; SETTE, 1999, p. 22).

Aliado ao problema do uso inadequado dos computadores nas Escolas, ainda

temos que encarar as grandes dificuldades encontradas pelos professores no que

tange o Ensino da Matemática. As álgebras, geometrias, aritméticas entre outros,

fazem com que os alunos, cada vez mais, sintam uma aversão à disciplina que é

responsável por um alto índice de reprovação.

No contexto da educação, infelizmente, a matemática é muito mais

vista como uma ciência afastada da realidade, de difícil compreensão e,

principalmente, causadora de uma percentagem alta de reprovações

(D’AMBROSIO, 1986).

A Matemática surge como ciência, ao longo da história da humanidade, com o

objetivo de solucionar problemas práticos e teóricos que se apresentam nas

variadas sociedades humanas, melhorando a qualidade de vida do cidadão

(BOYER, 1974; EVES, 1995).

Uma das grandes dificuldades no ensino da Matemática é o fato dos alunos

não conseguirem abstrair os conceitos matemáticos e, consequentemente, não

entenderem os processos de formação ou de construção das definições em

determinados conteúdos. O estudo da Trigonometria nos leva a enfrentar diversos

Page 14: Monografia Frédson Matemática 2011

13

problemas deste tipo principalmente no que diz respeito ás Funções

Trigonométricas, onde a maioria dos alunos não consegue visualizar a variação dos

segmentos que representam as Funções Circulares a partir da variação de um ponto

na Circunferência Trigonométrica, ponto este que representa a extremidade de um

arco qualquer.

O Ensino da Matemática sempre teve lugar de destaque dentre os motes mais

discutidos quando se refere á Educação ou outros temas de relevância social,

sobressaindo entre as demais disciplinas, pois tem trazido preocupações a

professores, aluno, pais e à sociedade, diante do alto índice de reprovação.

Nos últimos anos, reformulações curriculares e novas propostas

pedagógicas se fazem presentes nos meios escolares, e os

responsáveis pelo ensino têm-se mostrado sensíveis a elas. Mas sua

aplicação encontra várias dificuldades, além das habituais resistências à

mudança. (MICOTTI, 1999)

É de total relevância realçar que a Matemática exige que o aluno disponha

tanto do conhecimento prévio de alguns fundamentos como também de um

raciocínio lógico bastante desenvolvido, para que se tenha um aprendizado

satisfatório.

Alguns conteúdos matemáticos bem como suas definições, obrigam o aluno a

se desprender do mundo real, concreto e comece a viajar nos campos da abstração.

Podemos citar, dentre outros o Estudo da Trigonometria mais especificamente das

Funções Trigonométricas. Para um entendimento mais profundo dos conceitos

abordados nessas funções, faz-se necessário que o aluno consiga imaginar as

projeções dos segmentos que determinam cada uma delas, a partir da variação de

um ponto, na Circunferência Trigonométrica, que seria a extremidade de um arco

qualquer que está sendo estudado.

Estas projeções e variações muitas vezes não são observadas ou imaginadas

pela maioria dos alunos, e isto faz com que o conteúdo passe por despercebido sem

Page 15: Monografia Frédson Matemática 2011

14

que haja um aproveitamento plausível da aula e, em alguns casos, os objetivos

previamente traçados, não são alcançados.

Segundo Davis (1989),“a abstração é ubíqua. É quase uma característica da

própria inteligência” (p. 143). Sendo assim, precisamos buscar formas dinâmicas de

apresentar os conteúdos, impreterivelmente quando estes demandam um esforço

maior e um grau de abstração mais elevado, como é o caso da Trigonometria.

Assim, esta pesquisa surgiu com o intuito de estudar uma nova forma de ensinar

trigonometria por intermédio de software anteriormente especificado. Para tal, foi

escolhido o software Geogebra como instrumento de visualização das Funções

Trigonométricas.

Como motivação, a escolha deste software ocorreu em função de experiência

adquirida em manuseio deste, durante trabalho de monitoria nas disciplinas Cálculo I

e Álgebra Linear I, realizado na Universidade do Estado da Bahia – UNEB e em

outro curso externo realizado durante minha graduação. Em vista disso, durante a

definição de tema para a minha monografia surgiram as seguintes questões:

Seria viável a utilização do software Geogebra, como ferramenta auxiliar no

processo de ensino-aprendizagem das Funções Circulares?

Tal utilização traria resultados satisfatórios no desenvolvimento da abstração

dos conceitos de tais Funções?

De que forma o trabalho do professor poderia ser facilitado com o uso deste

software?

Estes questionamentos levaram a definição dos objetivos deste trabalho, com

os quais busca-se uma dinamização das aulas por intermédio de estratégias

baseadas no uso de tecnologia que permitem uma visualização das formas que

constituem a Trigonometria.

Page 16: Monografia Frédson Matemática 2011

15

1.1 – Objetivos

1.1.1 - Geral

Identificar contribuições oferecidas pelo software geogebra no ensino-

aprendizagem de matemática.

1.1.2 - Específicos

I. Entender o conceito de Educação Matemática.

II. Identificar o espaço que a informática ocupa dentro da Educação

Matemática.

III. Compreender a importância dos softwares matemáticos dentro da

Informática.

IV. Conhecer possibilidades de uso do software geogebra no processo de

ensino-aprendizagem das Funções Trigonométricas Seno e Cosseno.

2 – EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

Muito se tem discutido sobre Educação Matemática, práticas pedagógicas,

tendências atuais do ensino entre outros sub-temas de grande importância. Porém,

muitas vezes deixamos de lado todo contexto histórico em que surgem os primeiros

conceitos e altercações envoltos ao tema. Buscar fatos históricos que contribuíram

substancialmente para a formação dos primeiros juízos, muitas vezes, fornece-nos

subsídios concretos para uma discussão mais objetiva, conforme salienta o autor:

A Matemática é, desde os gregos, uma disciplina de foco nos

sistemas educacionais, e tem sido a forma de pensamento mais estável

da tradição mediterrânea que perdura até os nossos dias como

manifestação cultural que se impôs, incontestada, às demais formas.

Enquanto nenhuma religião se universalizou, (...), a matemática se

universalizou, deslocando todos os demais modos de quantificar de

Page 17: Monografia Frédson Matemática 2011

16

medir, de ordenar, de inferir e servindo de base, se impondo como o

modo de pensamento lógico e racional que passou a identificar a própria

espécie. Do Homo sapiens se fez recentemente uma transição para o

Homo rationalis. Este último é identificado pela sua capacidade de

utilizar matemática, uma mesma matemática para toda humanidade e,

desde Platão, esse tem sido o filtro utilizado para selecionar lideranças.

(D’AMBROSIO, 1990, p.10)

Segundo Igliori (2003, p.70) embora já se identificassem na antiguidade

preocupações com o ensino da matemática, particularmente na República VII, de

Platão, é na Idade Média, no Renascimento e nos primeiros tempos da Idade

Moderna que essas preocupações são melhor focalizadas. De especial interesse

para o Brasil é o enfoque dado por Luis Antonio Verney ao ensino da matemática no

Verdadeiro método de estudar, de 1746. Mas é somente a partir das três grandes

revoluções da modernidade – a Revolução Industrial (1767), a Revolução Americana

(1776) e a Revolução Francesa (1789) – que as preocupações com a educação

matemática da juventude começam a tomar corpo.

Segundo Tinoco (1991, p.69) “A Educação Matemática é o ramo do

conhecimento que visa à compreensão dos fenômenos que ocorrem nas ligações

entre os três vértices do triângulo (aluno, professor e saber) e as influências que

estas ligações sofrem do sistema escolar e da estrutura social em geral”.

Embora ainda em processo de construção, poderíamos dizer que Educação

Matemática consiste nas relações estabelecidas entre aluno – enquanto sujeito

“passivo” do conhecimento, professor – agente ativo – e saber, que seria objeto do

conhecimento em questão.

Sabemos que em todas as sociedades civis e organizadas, seja no Brasil ou

em qualquer outro país do mundo, existe uma interferência do governo na educação.

Estas, entretanto, não estão, em sua maioria, sintonizadas com os princípios da

Educação Matemática, o que faz com que as práticas pedagógicas se adaptem a

tais interferências.

Page 18: Monografia Frédson Matemática 2011

17

Kilpatrick apud Fiorentini (1994) lamenta que as pesquisas em Educação

Matemática não tenham se debruçado sobre este problema. Na verdade, as

pesquisas que investigam a avaliação e as políticas públicas têm sido muito tímidas

quanto à análise dos processos de adoção, adaptação ou resistência dos

professores às avaliações externas.

Contudo, algumas Tendências Atuais em Educação Matemática ainda ocupam

lugar de destaque entre os motes de discussão como, por exemplo.

Etnomatemática, Modelagem Matemática, Matemática crítica, Informática e

Educação matemática entre outros. No próximo capítulo, daremos uma atenção

especial à Informática e Educação Matemática.

2.1 – Informática e Educação Matemática

De acordo com Fróes “Os recursos atuais da tecnologia, os novos meios

digitais: a multimídia, a Internet, a telemática trazem novas formas de ler, de

escrever e, portanto, de pensar e agir. O simples uso de um editor de textos mostra

como alguém pode registrar seu pensamento de forma distinta daquela do texto

manuscrito ou mesmo datilografado, provocando no indivíduo uma forma diferente

de ler e interpretar o que escreve, forma esta que se associa, ora como causa, ora

como consequência, a um pensar diferente.”

Borba (2001) vai um pouco além, quando coloca “seres-humanos-com-mídias”

dizendo que “os seres humanos são constituídos por técnicas que estendem e

modificam o seu raciocínio e, ao mesmo tempo, esses mesmos seres humanos

estão constantemente transformando essas técnicas.” (p.46)

Segundo Boieri, Chiappini e Fasano, (1996), pesquisadores italianos utilizam

em seus trabalhos diversas abordagens suportadas por diferentes hipóteses sobre o

papel que a tecnologia desempenha no processo de aprendizagem em Matemática,

ou mais geralmente no processo de aprendizagem, na qual a Matemática ocupa um

importante lugar. As pesquisas desenvolvidas tratando do processo de integração

Page 19: Monografia Frédson Matemática 2011

18

das Novas Tecnologias da Informação (nos diferentes níveis de ensino)

desenvolvem-se de maneira não linear e não homogênea com respeito às

tecnologias utilizadas, aos conceitos matemáticos envolvidos e às estratégias de

ensino (BOIERI, CHIAPPINI e FASANO, 1996), podendo ser observadas, no

entanto, a ênfase em algumas tendências gerais:

1. noções básicas da Ciência da Computação e atividades de programação no

currículo de Matemática;

2. considerar o computador como um auxiliar, uma ferramenta para o

aprendizado de Matemática;

3. uso da tecnologia como meio de difusão de conceitos Matemáticos;

4. formação de professores para a integração de Novas Tecnologias da

Informação no currículo de Matemática;

5. aprendizagem em Matemática, Novas Tecnologias no trabalho com pessoas

portadoras de necessidades especiais.

Segundo Borba (2005, p.19), em nível nacional, uma das primeiras ações no

sentido de estimular e promover a implementação do uso de tecnologia informática

nas escolas brasileiras ocorreu em 1981 com a realização do I Seminário Nacional

de Informática Educativa.

De acordo ainda com Borba (2005, p.11), Informática e Educação têm sido um

tema de debate recorrente nas últimas duas décadas no Brasil e, há um pouco mais

de tempo, em outros lugares do mundo. Talvez ainda seja possível lembrar dos

discursos sobre o perigo que a utilização da informática poderia trazer para a

aprendizagem dos alunos. Para este autor

Discussões sobre a forma como a tecnologia informática (TI) tem

sido utilizada e a implantação desse uso para a organização da

sociedade atual têm estado presentes constantemente na literatura.

(BORBA, 2005, p.19)

Embora essas discussões não estejam em véspera de cessarem, já se tem

implantado em várias Escolas Públicas no Brasil um laboratório de Informática e

Page 20: Monografia Frédson Matemática 2011

19

algumas ações governamentais que possam dar suporte ao uso das Tecnologias de

Informação, conforme elucida o autor:

Mesmo diante de algumas discussões, há quem acredite que o uso da

Tecnologia de Informação, possa trazer resultados promissores no processo ensino

aprendizagem.

Marques (2003, p.173) entende que a sala de aula tem, hoje, novas

possibilidades como “participar de comunidades virtuais e difundir, para um vasto

público, toda informação que julgar de interesse, num processo transversal,

comunitário e recíproco, de negociação de significados e de reconhecimentos

mútuos de indivíduos e grupos”

Segundo Gravina e Santarosa (1998), a aprendizagem da Matemática depende

de ações que caracterizem o “fazer matemática”: experimentar, interpretar,

visualizar, induzir, conjecturar, abstrair, generalizar e enfim demonstrar. Quando o

aluno coloca-se como sujeito ativo, investigando, explorando, orientado por um

professor preparado para colocar-se na postura de mediador, a formalização e a

concretização mental de conceitos tratam-se, simplesmente, de uma consequência

do processo.

Para Moran (1998), por exemplo, a utilização das tecnologias, em especial a

Internet, deve levar a mudanças na forma de ensinar, isto é, deve transformar a sala

de aula em pesquisa e comunicação. Ele acredita que tal tecnologia facilita a

motivação dos alunos não apenas por ser uma novidade, mas especialmente pelas

possibilidades que cria em termos de pesquisa.

Nesta linha de raciocínio, Kenski (2002) considera que a motivação dos alunos

pode aumentar quando o professor constrói um clima de confiança, abertura e

cordialidade, o que, em última instância, depende do modo como as tecnologias são

percebidas e usadas. A internet é um instrumento que pode facilitar a mediação,

uma vez que oferece informações abundantes para o processo de conhecimento.

Page 21: Monografia Frédson Matemática 2011

20

Considerando as Tecnologias como uma tendência atual do ensino da

matemática, podemos enfatizar o uso de softwares educacionais como parte

fundamental e de lugar de destaque dentre as tecnologias utilizadas atualmente

como ferramenta pedagógica.

Instalar qualquer software nos computadores e colocar à disposição dos alunos

não significa aprendizado garantido, é necessário que a Escola disponha de um

projeto pedagógico que envolva a utilização dos computadores e dos recursos no

processo de ensino-aprendizagem.

Se, enquanto professores, as mudanças tecnológicas nos causam temor, o

melhor a fazer é combatê-lo com conhecimento, competência e senso crítico

(MAULINI, 2001). Segundo este autor, a idéia de que as TIC substituiriam o

professor não corresponde à realidade, uma vez que o professor é, atualmente, mais

fundamental do que nunca, orientando a busca por informações e contribuindo para

que as mesmas sejam úteis.

Essa visão é corroborada por Valente (1999b) quando destaca que, sem o

professor preparado para desafiar e desequilibrar o seu aluno, a utilização de

softwares educacionais pode contribuir muito pouco para o processo educacional.

Muitos programas educacionais se apresentam de forma pronta e acabada o

que, muitas vezes, não é interessante para o aluno já que este se torna um mero

digitador e em nenhum momento é estimulado a produzir ou construir seu

conhecimento a partir do computador.

Segundo Sette (et all) (1999), ao se considerar a tecnologia da informática na

educação, há uma referência implícita ao uso do computador. Sabendo-se que o

computador é, em sua essência, uma máquina de comportamento variável, o

interesse em sua utilização na área torna-se o de "dirigir" tal comportamento para

fins educacionais. O instrumento que vai determinar esse comportamento é o

software. Percebe-se assim a importância em se garantir um espaço para a reflexão

sobre o software voltado para a educação.

Page 22: Monografia Frédson Matemática 2011

21

Valente (1997) destaca que o professor, em consonância com uma proposta

pedagógica construtivista sócio-interacionista, deve compreender o significado do

processo de aprendizagem através da construção do conhecimento, ter pleno

domínio do conteúdo que está sendo abordado e conhecer as possibilidades dos

softwares utilizados para, então, poder acompanhar o aluno nesse ambiente e

intervir adequadamente quando se fizer necessário.

2.2 – Softwares matemáticos relacionados

Este sub-tema visa mostrar softwares matemáticos que se destacam devido à

sua abrangência como ferramentas auxiliares no processo de ensino-aprendizagem

de matemática: Graphequation, Graphmatica, MathGV, Matlab, Cabri Géomètre e o

Geogebra.

O Graphequation é um software utilizado para a plotagem de gráficos de

funções em coordenadas cartesianas e polares.

Graphmatica é um software muito poderoso por utilizar um grande número de

funções matemáticas, e além disso, dispor de uma interface muito amigável.

Podemos utilizá-lo para visualizar gráficos de equações algébricas, sendo que

podemos representá-los através de vários tipos de escalas, incluindo logarítmicas e

polares.

O MathGV é um traçador de gráficos tridimensionais dirigido a engenheiros,

físicos, matemáticos e estudantes. Basta inserir nele uma função do tipo z = f(x,y)

para obter uma representação espacial dela. O programa traça gráficos cartesianos

bi e tridimensionais, paramétricos e polares. Botões permitem girar o gráfico em

torno de qualquer um dos eixos e ainda ampliá-lo ou reduzi-lo. O MathGV não é

difícil de usar, mas uma leitura das instruções contidas no sistema de ajuda é

indispensável.

O MATLAB é um sistema interativo cujo elemento básico de informação é uma

matriz que não requer dimensionamento. Esse sistema permite a resolução de

Page 23: Monografia Frédson Matemática 2011

22

muitos problemas numéricos em apenas uma fração do tempo que se gastaria para

escrever um programa semelhante em linguagem Fortran, Basic ou C. Além disso,

as soluções dos problemas são expressas quase exatamente como elas são

escritas matematicamente.

O Cabri-Géomètre é um software que permite construir todas as figuras da

geometria elementar que podem ser traçadas com a ajuda de uma régua e de um

compasso. Uma vez construídas, as figuras podem se movimentar conservando as

propriedades que lhes haviam sido atribuídas. Essa possibilidade de deformação

permite o acesso rápido e contínuo a todos os casos, constituindo-se numa

ferramenta rica de validação experimental de fatos geométricos. Ele tem outros

aspectos que vão muito além da manipulação dinâmica e imediata das figuras.

3 – O SOFTWARE GEOGEBRA

Geogebra é um software de matemática dinâmica para utilizar em ambiente

de sala de aula, que reúne GEOmetria, álGEBRA e cálculo. Recebeu muitos

prêmios internacionais incluindo o prêmio de software educacional Alemão e

Europeu.

O aluno (ou o professor) pode testar suas conjecturas através de exemplos e

contra-exemplos que ele pode facilmente gerar. Uma vez feita a construção, pontos,

retas e círculos podem ser deslocados na tela mantendo-se as relações geométricas

(pertinência, paralelismo, etc) previamente estabelecidas, permitindo assim que o

aluno (ou o professor), ao invés de gastar o seu tempo com detalhes de construção

repetitivos, concentre-se na associação existente entre os objetos.

Page 24: Monografia Frédson Matemática 2011

23

4 – METODOLOGIA

A pesquisa é considerada por Minayo (apud SILVA e MENEZES, 2001, P.19)

como:

“atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da

realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que

define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma

atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota,

fazendo uma combinação particular entre teoria e dados.”

Para se conseguir classificar, identificar as etapas do planejamento da presente

pesquisa e apresentar o seu método de investigação fez-se uso do manual de

Metodologia e Elaboração de Dissertação do Programa de Pós- Graduação em

Engenharia de Produção citado por Soares (2002, p. 14).

A presente pesquisa classifica-se como aplicada quanto a sua natureza; pois

os conhecimentos foram desenvolvidos com o objetivo de aplicação prática à

solução de um problema específico: o uso do software geogebra como instrumento

de visualização das Funções Trigonométricas Seno e Cosseno. Quanto à maneira

como está sendo abordado o problema, esta pesquisa classifica-se como quali-

quantitativa. Quantitativa, pois caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto

nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de

técnicas estatísticas como percentual, médias aritméticas distribuição de frequências

entre outras. Qualitativa, pois analisa a interação entre algumas variáveis e

possibilita o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos

avaliados.

Quanto aos procedimentos técnicos para o desenvolvimento desta pesquisa,

foi feita inicialmente uma pesquisa bibliográfica constituída a partir de livros, artigos

científicos, material disponibilizado na Internet e outros documentos oficiais. A seguir

desenvolveu-se um estudo de caso com alunos selecionados aleatoriamente do

Colégio Suporte de Jacobina-Ba de maneira que foi permitido obter-se um amplo e

detalhado conhecimento do problema abordado.

Page 25: Monografia Frédson Matemática 2011

24

Durante a pesquisa foram realizadas atividades com o intuito de verificar de

que forma uma aula de Trigonometria poderia ser enriquecida com o uso do

geogebra e que contribuições este software traz no ensino-aprendizagem deste

conteúdo, conforme os objetivos definidos para este trabalho. Assim, foram

adotados os seguintes procedimentos:

1 – Foram escolhidos 20 (vinte) alunos de maneira aleatória, com faixa etária

de 14 a 16 anos, do Colégio Suporte na cidade de Jacobina – Ba.

2 – Inicialmente, na data de 04 de maio de 2010, foram lecionados 80 min.

(oitenta minutos) de aula expositiva apenas com a utilização dos recursos quadro-

branco, marcador para quadro, apagador e livros.

3 – Em seguida, durante um período de 50 min. (cinquenta minutos) foi

aplicado um questionário (ver anexos) composto de 10 (dez) questões sendo 08

(oito) objetivas e 02 (duas) subjetivas com o intuito de avaliar de forma quantitativa e

após, qualitativa o rendimento na assimilação dos conceitos e propriedades das

Funções Trigonométricas, em especial, Função Seno e Função Cosseno.

4 – Em uma outra data, 25 de maio de 2010, os mesmos alunos selecionados

anteriormente voltaram a assistir mais 80 min. (oitenta minutos) de aula expositiva,

abordando o mesmo conteúdo porém, desta vez, com a inserção de novos recursos

didáticos como o computador, o data-show e com a visualização das projeções de

alguns conceitos e características relacionados às funções supracitadas produzidos

e apresentados no software geogebra.

5 – Em seguida, durante o mesmo período de 50min. (cinquenta minutos) o

questionário foi novamente respondido pelos alunos. Após a coleta e a estruturação

dos dados foram feitos inúmeros estudos e análises para que pudesse arrematar

esse trabalho.

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 – Coleta, tabulação e construção de gráficos dos dados obtidos.

O questionário que foi aplicado aos alunos tinha peso 10,0 (dez pontos)

distribuídos igualmente entre as questões que o compõe. Após a correção das

Page 26: Monografia Frédson Matemática 2011

25

questões na primeira avaliação, pôde-se constatar os seguintes resultados

mostrados nas tabelas de frequência seguintes:

Tab. 01 – Frequência de acerto dos alunos avaliados.

Qtde. de Pontos FA FR

(fração)

FR

(%)

0,0 |---- 2,5 2 2/20 = 1/10 10%

2,5 |---- 5,0 8 8/20 = 2/5 40%

5,0 |---- 7,5 7 7/20 35%

7,5 |---- 10,0 3 3/20 15%

Total 20 1 100%

Esta tabela mostra a frequência absoluta e a frequência relativa dos acertos

dos alunos. Com esta tabela, vê-se, portanto um equilíbrio entre a quantidade de

aprovados e reprovados. Segundo Dante (2008, p. 514) tabela de frequência é a

tabela que mostra a variável e suas realizações (valores) com as frequências

absoluta (FA) e relativa (FR). Sendo frequência absoluta o número de vezes que um

valor da variável é citado e frequência relativa, a relação entre a frequência absoluta

e o total das citações. Com base em uma relativa experiência no ensino desta

disciplina adquirida por mim desde 2001, e, considerando também a experiência de

outros professores questionados informalmente durante esta pesquisa sobre estes

resultados, verificou-se que os resultados obtidos representam um rendimento típico

quando a trigonometria é ensinada de forma tradicional. Com estes resultados

representados na tabela, obtêm-se o seguinte gráfico (Figura 01):

Page 27: Monografia Frédson Matemática 2011

26

Fig. 01 – Frequência absoluta e relativa das notas.

Quando da elaboração do questionário, alguns conceitos de avaliação foram

utilizados com o intuito de torná-la um elemento significativo do processo ensino e

aprendizagem que pudesse envolver tanto a prática pedagógica do professor quanto

o desempenho do aluno e os princípios que norteiam o trabalho escolar conforme

salienta o autor:

Nessa perspectiva de trabalho, a avaliação é definida a partir de

novos princípios, passando a ter como objetivo fundamental fornecer

informação sobre o processo de ensino e aprendizagem como um todo.

A avaliação informará não apenas ao aluno sobre seu desempenho em

Matemática, mas também ao professor, sobre sua prática em sala de

aula. A avaliação deve subsidiar o trabalho pedagógico, redirecionando o

processo de ensino-aprendizagem, sempre que for necessário.

(BONJORNO, 2001, p. 13).

Levando em consideração esses conceitos de avaliação, o questionário foi

elaborado com questões que pudessem exigir do aluno o domínio e entendimento

dos conceitos das funções, capacidade de reprodução diante de uma situação

problematizada, interpretação das características principais das funções e domínio

das operações fundamentais da matemática. Veja a tabela abaixo:

Page 28: Monografia Frédson Matemática 2011

27

Tab. 02 – Relação entre o número da questão e habilidade exigida.

Número das questões

01 02 03 04

05 06 07 08

09 10

Legenda

Domínio de Conceitos

Propriedades e Características

Questões Práticas

Para que se possa ilustrar de forma mais nítida as bases desta pesquisa,

consideramos os alunos envolvidos enumerados de 01 (um) a 20 (vinte) e

relacionamos cada um deles com as questões acertadas, lembrando que as

questões 09 (nove) e 10 (dez) foram questões subjetivas e tiveram critérios de

correção diferente do restante, podendo estas, terem seus pontos fracionados caso

seja necessário. Veja:

Tab. 03 – Tabela de acertos de cada aluno.

NÚMERO DO ALUNO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

QUESTÕES

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

LEGENDA: - QUESTÃO COMPLETA - MEIA QUESTÃO

Page 29: Monografia Frédson Matemática 2011

28

De acordo com a tabela acima, pode-se perceber uma grande deficiência dos

alunos no que se refere à assimilação dos conceitos, visto que 15 (quinze) alunos, o

que corresponde a 75% (setenta e cinco porcento) dos avaliados não conseguiram

êxito na resolução da questão 01 que está diretamente relacionada com a definição

das funções. É interessante ressaltar que, mesmo tendo as questões 09 e 10, as

mesmas características avaliativas no que se refere à aplicação de princípios

fundamentais da matemática, percebe-se que a última apresentou um grau de

exigência maior no processo de resolução pelo fato de partir de uma operação com

fração. É notório, pois apenas 20% dos alunos não conseguiram êxito na questão 09

enquanto que 55% não conseguiram na questão 10.

Com base nos dados coletados após esta primeira avaliação, mostraremos

abaixo uma tabela de distribuição de frequência das notas, sem intervalos de classe,

para que possamos obter a média da turma, para tanto, denominaremos de i, cada

uma das classes de pontuação. Segue:

Tab. 04 – Distribuição de frequência das notas.

i FA i . FA FR

PONTUAÇÃO

2,0 2 4,0 10%

3,0 2 6,0 10%

3,5 2 7,0 10%

4,0 2 8,0 10%

4,5 2 9,0 10%

5,0 2 10,0 10%

5,5 1 5,5 5%

6,0 2 12,0 10%

6,5 1 6,5 5%

7,0 1 7,0 5%

7,5 1 7,5 5%

8,0 2 16,0 10%

∑ 20 98,5 100%

Page 30: Monografia Frédson Matemática 2011

29

Fig. 02 – Frequência relativa de aprovados e reprovados.

A tabela e o gráfico acima mostram que, se considerarmos uma média de

aprovação correspondente a 5,0 (cinco) pontos, obteremos uma aprovação de 50%

indicando um resultado típico no ensino tradicional de trigonometria. Tal situação

pode ser corroborada se obtivermos a média aritmética da pontuação da turma.

Como a média aritmética ) corresponde à razão entre o somatório (∑) dos

valores obtidos (x1, x2, x3, ..., xn) e a quantidade (n) deles, ou seja:

Assim, temos que a média aritmética da turma foi de pontos.

De posse desse resultado passou-se à uma etapa seguinte da pesquisa com o

intuito de verificar de que forma a inserção do geogebra pode favorecer o ensino-

aprendizagem de trigonometria.

Neste sentido Lusvarghi (2003, p. 32) defende que a tecnologia não pode ser

ignorada, sob pena de não se acompanhar o processo civilizatório tendo em vista

que a mesma está presente na contemporaneidade.

Após toda a apresentação do mesmo conteúdo lecionado na aula anterior, no

entanto, agora, utilizando os recursos visuais como o computador, o data-show e as

projeções elaboradas no geogebra, foi aplicado o mesmo questionário sem que os

Page 31: Monografia Frédson Matemática 2011

30

resultados anteriores fossem divulgados. A seguir, apresentaremos os dados

tabulados e em forma de gráficos para que facilite a visualização e interpretação.

Observe:

Tab. 05 – Frequência de acerto dos alunos avaliados.

Qtde. de

Pontos FA

FR

(fração)

FR

(%)

0,0 |---- 2,5 1 1/20 5%

2,5 |---- 5,0 4 4/20 = 1/5 20%

5,0 |---- 7,5 7 7/20 35%

7,5 |---- 10,0 8 8/20 = 2/5 40%

Total 20 1 100%

Fig. 03 – Frequência absoluta e relativa das notas.

Fazendo uma comparação entre este gráfico e o similar apresentado

anteriormente, pode-se perceber um crescimento considerável na frequência de

acertos. Percebe-se que, as porcentagens dos intervalos de classe que representam

as notas inferiores a cinco, sofreram um decréscimo de 50% enquanto que a

frequência do intervalo que representa as maiores notas subiu de 3 para 8

Page 32: Monografia Frédson Matemática 2011

31

mostrando um crescimento de 166,7%. Vale salientar que a quantidade de alunos

que obtiveram notas de 5,0 a 7,5 permaneceu a mesma.

A seguir, apresentamos uma nova tabela em que mostra a relação entre a

quantidade de acertos com as questões apresentadas por cada aluno avaliado após

a apresentação dos conteúdos através das projeções elaboradas com o geogebra.

Tab. 06 – Quadro de acertos de cada aluno.

NÚMERO DO ALUNO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

QUESTÕE

S

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

LEGENDA: - QUESTÃO COMPLETA - MEIA QUESTÃO

De posse de todos esses conceitos acerca da inserção dos recursos

tecnológicos no processo de ensino-aprendizagem e fazendo a análise da tabela

acima, pode-se perceber um crescimento considerável, por parte dos alunos, no que

se refere ao entendimento dos conceitos das funções Seno e Cosseno, visto que o

número de acertos da questão em que exige uma habilidade maior sobre definições

subiu de 5, somente com a aula tradicional, para 13, após as apresentações com o

geogebra, obtendo um crescimento de 160%. A tabela abaixo mostra a variação da

pontuação dos alunos após apresentação dos conteúdos com o auxílio do geogebra.

Page 33: Monografia Frédson Matemática 2011

32

Tab. 07 – Distribuição de frequência das notas.

i FA i . FA FR

PONTUAÇÃO

2,0 1 2,0 5%

3,0 1 3,0 5%

3,5 1 3,5 5%

4,0 2 8,0 10%

5,0 1 5,0 5%

5,5 2 11,0 10%

6,0 2 12,0 10%

7,0 2 14,0 10%

7,5 2 15,0 10%

8,0 3 24,0 15%

8,5 1 8,5 5%

9,0 1 9,0 5%

10,0 1 10,0 5%

∑ 20 125,0 100%

Assim, podemos construir o gráfico que representa a frequência relativa de

aprovados e reprovados considerando, ainda, a mesma nota 5,0 como média para

aprovação. Vejamos:

Fig. 04 – Frequência relativa de aprovados e reprovados.

Page 34: Monografia Frédson Matemática 2011

33

Portanto, com a inserção do recurso tecnológico, geogebra, obteve-se um

crescimento na aprovação de 25 pontos percentuais. Assim, a média aritmética da

turma que era de 4,925 pontos passa para 6,25 pontos. Veja a seguir a variação da

pontuação de cada aluno antes e após a apresentação dos conteúdos através do

uso do software geogebra.

Tab. 08 – Relação das notas dos alunos avaliados.

ALUNOS 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

ANTES 8,0 5,0 3,5 5,0 4,0 2,0 3,0 3,0 8,0 6,0 6,0 4,5 5,5 3,5 7,5 6,5 2,0 7,0 4,0 4,5

DEPOIS 7,0 7,5 5,0 7,0 4,0 2,0 3,5 7,5 10,0 6,0 8,0 8,5 6,0 5,5 8,0 8,0 3,0 9,0 4,0 5,5

Fig. 05 – Comparativo entre as notas da primeira e da segunda avaliação.

Observa-se um decréscimo apenas para o aluno 01 onde, na primeira

avaliação obteve nota 8,0 e na segunda, nota 7,0. Os alunos 05, 06, 10 e 19 não

conseguiram melhorar sua pontuação obtendo, cada um, a mesma nota da primeira

avaliação. No mais, o restante dos alunos conseguiu melhorar suas notas, alguns de

forma considerável como podemos ressaltar a exemplo o aluno 08 que obteve nota

7,5 na segunda avaliação em vez de 3,0 conquistado na primeira.

No entanto, esta melhora de rendimento não pode ser atribuída à simples

inserção do recurso geogebra, tendo em vista que estes mesmos alunos tiveram

anteriormente uma aula, ainda que na modalidade tradicional, onde ocorreu parte da

aprendizagem sobre trigonometria. Com a inserção do geogebra percebeu-se uma

Page 35: Monografia Frédson Matemática 2011

34

grande mudança por parte dos alunos no que se refere ao interesse pela aula já que

inicialmente o que era transmitido de forma tradicional passou a ser colocado de

maneira mais lúdica e dinâmica. Contudo, a turma apresentou um rendimento

considerável quanto a participação na sala de aula e um interesse maior no que diz

respeito à discussão sobre os conceitos e propriedades.

O professor, por sua parte, pôde apresentar conteúdos de forma enriquecida o

que facilitou bastante suas explicações. Com isso e considerando os resultados

obtidos nessa última etapa, pode-se atribuir parte da melhora do rendimento à

inserção do software geogebra.

5.2 – Conclusões.

A partir da leitura de todas as literaturas referenciadas e na coleta, tabulação e

análise dos dados desta pesquisa, observamos que sobressalta, apesar de algumas

controvérsias, a idéia de que o uso dos computadores é uma ferramenta pedagógica

no processo de ensino aprendizagem.

É notório que, há alguns anos, já se vem discutindo a inserção das tecnologias,

computadores, softwares, etc. como mais uma opção de metodologia, nem só no

ensino da matemática como também em todo quadro de Educação. Portanto,

considera-se que a Tecnologia e Informação seja uma Tendência Atual para o

Ensino da Matemática.

De acordo com o que foi discutido sobre a utilização de softwares, podemos

concluir que tal uso facilita a visualização de conceitos, definições e propriedades

dos ramos da matemática como Álgebra, Geometria, Trigonometria etc. Por outro

lado, a incorporação deste tipo de tecnologia em sala de aula permite ao professor

obter do aluno mais atenção, uma maior motivação, o que influi de forma positiva no

rendimento da aprendizagem.

Page 36: Monografia Frédson Matemática 2011

35

O uso de softwares não se resume apenas em levar os alunos para o

laboratório de informática e entregar, aos alunos, os computadores ligados. É

necessário que se tenha um planejamento prévio, um domínio sobre as ferramentas

do software e um objetivo traçado para aquela aula.

Hoje, ler o escrito não basta. Para ler o mundo é também necessário ler as

mensagens tecnológicas e sua interferência nas formas de organização de nossa

sociedade e cultura. (SAMPAIO e LEITE, 2003, p. 55)

Para que esta leitura crítica possa ser desenvolvida, Sampaio & Leite (2003)

esclarecem que a “escola precisa contar com professores capazes de captar,

entender e utilizar na educação as novas linguagens dos meios de comunicação

eletrônicos e das tecnologias, que cada vez mais se tornam parte ativa da

construção das estruturas de pensamento de seus alunos” (p 18).

Portanto, trazer para a sala de aula motivos que possam despertar o interesse

do aluno, fazendo com que este sinta prazer em ir à Escola, isso sim faz valer a

profissão de Professor e atende aos interesses de todos.

Enfim, pode-se concluir que as aulas ministradas com o uso do software

geogebra desperta a atenção dos alunos trazendo-os para perto dos conceitos,

possibilitando experimentar, visualizar, coordenar de forma mais lúdica as

representações gráficas e movimentos das próprias funções trigonométricas seno e

cosseno. Assim, deve ser destacada a dinâmica como um problema pode remeter a

outro, bem como a possibilidade de gerar conjecturas e idéias matemáticas a partir

da interação entre professores, alunos e tecnologia. A experiência se torna algo

fundamental, podendo inverter a ordem da exposição oral e teoria, exemplos e

exercícios bastante usuais no ensino tradicional, permitindo uma nova ordem:

investigação e, então, teorização.

Page 37: Monografia Frédson Matemática 2011

36

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BOLEMA-Boletim de Educação Matemática. Rio Claro: UNESP, n.07, p.69, 1991.

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VALENTE, J. A. (1997) O Uso Inteligente do Computador em Educação. Pátio-

Revista Pedagógica. Porto Alegre: Artes Médicas.

VALENTE, J. A. (1999b) Análise dos Diferentes Tipos de Softwares Usados na

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http://sites.unisanta.br/teiadosaber/apostila/matematica/O_profissional_em_Educaca

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Page 41: Monografia Frédson Matemática 2011

40

ANEXOS

Anexo I – Questionário

Questionário composto de 10 (dez) questões, aplicado aos alunos selecionados

no Colégio Suporte em Jacobina – Bahia.

1. Analise as seguintes sentenças e assinale a alternativa correta:

I) Considere uma circunferência de raio unitário r = 1 de centro no ponto O e

sobreposta a um plano cartesiano de modo que o centro de coincida

com a origem do plano cartesiano. Seja P um ponto da circunferência, e

sua projeção ortogonal no eixo das abscissas no ponto A. Se x é a medida

do ângulo , então o é a medida algébrica de .

II) Nas mesmas condições anteriores, considerando B a projeção ortogonal de P

no eixo das ordenadas, então o é a medida algébrica de .

III) As definições das funções seno e cosseno não estão relacionadas à projeção

ortogonal de P em relação aos eixos coordenados.

a) I e III estão corretas;

b) Todas estão corretas;

c) I, II e III estão incorretas;

d) Apenas I está correta;

e) Apenas I e II estão corretas;

2. Quanto ao sinal de pode-se afirmar:

a) Positivo no 1º e 4º quadrantes;

b) Positivo no 1º e 3º quadrantes;

c) Positivo no 1º e 2º quadrantes;

d) Negativo no 1º e 3º quadrantes;

e) Negativo no 2º e 4º quadrantes;

3. Assinale a alternativa correta no que se refere ao sinal da função cosseno:

a) Positivo no 1º e 4º quadrantes;

b) Positivo no 1º e 3º quadrantes;

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c) Positivo no 1º e 2º quadrantes;

d) Negativo no 1º e 3º quadrantes;

e) Negativo no 2º e 4º quadrantes;

4. Após relacionar a primeira coluna com a segunda, assinale a sequência

correta:

( 1 ) ( A ) –1

( 2 ) ( B )

( 3 ) ( C ) 0

( 4 ) ( D ) 1

( 5 ) ( E )

5. Analisando o crescimento da função , pode-se afirmar:

a) Crescente no intervalo ;

b) Decrescente no intervalo ;

c) Crescente nos intervalos e ;

d) Decrescente nos intervalos e ;

e) Crescente somente no intervalo ;

6. Assinale a alternativa correta no que se refere ao crescimento da função

cosseno:

a) Crescente no intervalo ;

b) Decrescente no intervalo ;

c) Crescente nos intervalos e ;

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d) Decrescente nos intervalos e ;

e) Crescente somente no intervalo ;

7. Assinale a alternativa correspondente ao intervalo que representa a imagem

da função .

a) [ –1, 0 ] b) [ 0, 1 ] c) [ –2, 2 ] d) [ –1, 1 ] e) Conjunto R

8. Considerando a superposição dos gráficos das funções e

como mostra a figura abaixo, podemos afirmar que as abscissas

dos pontos A, B, C e D são, respectivamente:

a) ; ; ; ;

b) ; ; ; ;

c) ; ; ; ;

d) ; ; ; ;

e) ; ; ; ;

9. Determine os valores reais de p para que se tenha

10. Encontre os valores reais de m para que se tenha .

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Anexo II – Conhecendo o Geogebra

Para melhor compreensão, apresentaremos alguns quadros mostrando a

visualização do software geogebra e algumas de suas aplicações.

Fig. 06 – Visualização da página inicial do software Geogebra.

Em geral, compõe-se inicialmente de uma tela em branco composta de um

sistema de eixos ortogonais centralizado e uma sequência de ícones de ferramentas

distribuídos de forma horizontal em sua porção superior esquerda, como mostra o

detalhe abaixo.

Fig. 07 – Visualização detalhada dos ícones de ferramentas.

Cada um dos ícones representados pelos quadrados apresenta em seu interior

uma figura que sugere a ferramenta utilizada pela última vez da lista que aparece

quando acionamos cada um desses ícones, como mostram as figuras abaixo.

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Fig. 08 – Visualização das ferramentas do 1º- ícone.

Fig. 09 – Visualização das ferramentas do 2º- ícone.

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Fig. 10 – Visualização das ferramentas do 3º- ícone.

Fig. 11 – Visualização das ferramentas do 4º- ícone.

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46

Fig. 12 – Visualização das ferramentas do 5º- ícone.

Fig. 13 – Visualização das ferramentas do 6º- ícone.

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47

Fig. 14 – Visualização das ferramentas do 7º- ícone.

Fig. 15 – Visualização das ferramentas do 8º- ícone.

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48

Fig. 16 – Visualização das ferramentas do 9º- ícone.

Fig. 17 – Visualização das ferramentas do 10º- ícone.

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49

Fig. 18 – Visualização das ferramentas do 11º- ícone.

Construção de projeções utilizando o software

Com efeito, o Geogebra é um software aberto onde pode-se abordar qualquer

tipo de atividade de geometria e/ou álgebra ou qualquer atividade na qual a

geometria ou a álgebra podem ser úteis. Esse software não estabelece um caminho

de exploração. As explorações são livres e muitas possibilidades de uso ainda

podem ser descobertas.

Neste desenvolvimento, apresentaremos algumas projeções relacionadas aos

conceitos básicos das Funções Trigonométricas em especial função seno e função

cosseno.

Definição e construção da circunferência trigonométrica.

Segundo Paiva (2002, p. 38), consideremos uma circunferência de raio unitário

(r = 1), cujo centro coincide com a origem de um sistema cartesiano ortogonal que

juntamente com as convenções a seguir, constitui a circunferência trigonométrica

ou ciclo trigonométrico.

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O ponto A (1, 0) é a origem de todos os arcos medidos na

circunferência.

Se um arco for medido no sentido horário, então a essa medida será

atribuído o sinal negativo ( – ).

Se um arco for medido no sentido anti-horário, então a essa medida

será atribuído o sinal positivo ( + ).

Os eixos coordenados dividem o plano cartesiano em quatro regiões,

chamadas quadrantes; esses quadrantes são contados no sentido anti-horário

a partir do ponto A.

Com base na definição acima podemos construir algumas projeções utilizando

o geogebra. Seguiremos os seguintes passos:

Explorando o 6º ícone de ferramentas podemos selecionar a opção Círculo

dados centro e raio.

Fig. 19 – Detalhe das ferramentas do 6º ícone

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Assim, basta clicar na origem do plano cartesiano para que se fixe o centro da

circunferência. Assim abrirá a seguinte janela, solicitando que seja informado o raio

da circunferência, nesse caso, r = 1. Veja:

Fig. 20 – Janela de para informação do raio do círculo

Logo que informado basta clicar no OK e a circunferência de raio r = 1 surgirá

com seu centro coincidindo com a origem do plano cartesiano atendendo às

definições da circunferência trigonométrica. Observe figura abaixo.

Fig. 21 – Círculo de centro A (0, 0) e raio r = 1.

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Definição da Função Seno e construção de algumas projeções.

Seja P a extremidade de um arco no ciclo trigonométrico correspondente ao

número real x. Considerando a projeção ortogonal de P no eixo vertical, a ordenada

yp do ponto P é o seno do arco de medida x.

Logo: A função seno é a função que associa cada número real x ao

número yp = sen x, ou seja, , define Mello (et al) (2005, p. 264).

Baseado na definição, podemos construir algumas projeções que possam

comprovar as características da função seno utilizando as ferramentas do software

geogebra. Construiremos a circunferência trigonométrica e marcamos um ponto P

pertencente à circunferência. Basta selecionar a ferramenta Novo ponto no 2º ícone

de ferramentas e clicar sobre a circunferência trigonométrica.

É de fundamental importância salientar que, como o ponto foi inserido na

circunferência, este só poderá se movimentar sobre a linha da mesma.

De acordo com a definição, devemos encontrar a ordenada yp do ponto P.

Como essa coordenada é a projeção ortogonal de P no eixo vertical, devemos traçar

uma reta r perpendicular ao eixo vertical passando pelo ponto P. O ponto de

intersecção da reta r com o eixo vertical corresponde à ordenada yp. Para tanto,

selecionaremos a ferramenta Reta Perpendicular no 4º ícone de ferramentas.

Precisamos informar o ponto em que a reta r passará e a reta em que esta deverá

ser perpendicular logo, basta clicar no ponto P, no eixo vertical e em seguida, no 2º

ícone selecionar a ferramenta Intersecção de Dois Objetos e clicar na reta r e no

eixo vertical assim, aparecerá o ponto correspondente à ordenada yp. Veja:

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Fig.22 – Projeção do ponto P no eixo das ordenadas.

Se movimentarmos o ponto P perceberemos que sua projeção também

movimentará sobre o eixo vertical.

Para melhor visualização, podemos traçar um segmento em destaque que

representa geometricamente o , clicando na ferramenta Segmento Definido

Por Dois Pontos no 3º ícone de ferramentas e selecionando as extremidades do

segmento, nesse caso, os pontos A e yp. Para alterar suas propriedades selecione o

item Editar - Propriedades na barra de ferramentas e aparecerá uma janela com

algumas opções de configuração como mostra a figura abaixo:

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Fig. 23 – Janela de propriedades.

Assim, o segmento que representa geometricamente o pode aparecer de

forma mais visível facilitando a interação entre os conceitos e o processo de ensino-

aprendizagem. Observe o segmento em destaque abaixo:

Fig. 24 – Detalhe do segmento que representa o seno.

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Definição da Função Cosseno e construção de algumas projeções.

Seja P a extremidade de um arco no ciclo trigonométrico correspondente ao

número real x. Considerando a projeção ortogonal de P no eixo horizontal, a

abscissa Xp do ponto P é o cosseno do arco de medida x.

Logo: A função cosseno é a função que associa cada número real x

ao número Xp = cos x, ou seja, , define Mello (et al) (2005, p. 266).

O processo de construção de projeções da função seno também se aplica na

função cosseno basta que em vez de buscar a ordenada pertencente ao eixo

vertical, busque-se a abscissa no eixo horizontal. Veja a figura abaixo:

Fig. 25 – Detalhe do segmento que representa o cosseno.

Tanto para função seno quanto para a função cosseno, a visualização dessas

projeções pode facilitar o processo de ensino-aprendizagem de algumas

características dessas funções, por exemplo: domínio, imagem, período,

crescimento, sinal, amplitude, etc. e ainda pode-se gerar o gráfico de cada uma

delas mostrando-os de forma sobreposta. Veja como:

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Na caixa de Entrada, na porção inferior da tela, basta digitar as duas funções,

uma de cada vez e com nomenclaturas diferentes e pressionar a tecla Enter em

seguida, por exemplo: digita-se f(x) = sin(x) e pressiona a tecla Enter depois, g(x) =

cos(x) e pressiona Enter. Assim, os dois gráficos aparecerão sobrepostos no mesmo

plano cartesiano. Para melhorar o efeito de visualização os gráficos podem assumir

cores diferentes como já foi explicado anteriormente com os segmentos que

representam o seno e o cosseno em projeções anteriores. Veja:

Fig. 26 – Sobreposição das funções seno e cosseno.

Como, para efeito de cálculo, os arcos trigonométricos são medidos em

radianos, podemos alterar a unidade do eixo x para radiano. Clicando com o botão

direito do mouse sobre o plano cartesiano e após, Janela de Visualização.

Aparecerá a seguinte janela:

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Fig. 27 – Janela de visualização.

Basta alterar a Distância para e a Unidade para . Essa janela possibilita

configurações como, por exemplo: malha, em que aparecem as projeções das

coordenadas dos pontos, cor de fundo, cor dos eixos, distância entre as marcações

nos eixos, unidade de medida entre outras.

A partir da visualização dessa projeção facilita o entendimento de algumas

características principais das funções em destaque como crescimento, sinal, etc.

como mencionado anteriormente.