monografia joene matemática 2010

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII COLEGIADO DE MATEMÁTICA JOENE SANTOS DE SOUZA Um estudo sobre o ensino / aprendizagem de construções básicas de geometria com uso do Cabri-Géomètre II SENHOR DO BONFIM BA 2010

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Matemática 2010

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Page 1: Monografia Joene Matemática 2010

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

COLEGIADO DE MATEMÁTICA

JOENE SANTOS DE SOUZA

Um estudo sobre o ensino / aprendizagem de construções básicas

de geometria com uso do Cabri-Géomètre II

SENHOR DO BONFIM – BA

2010

Page 2: Monografia Joene Matemática 2010

1

JOENE SANTOS DE SOUZA

Um estudo sobre o ensino / aprendizagem de construções básicas

de geometria com uso do Cabri-Géomètre II

Trabalho apresentado a Banca Examinadora da

Universidade Estadual da Bahia – UNEB,

como exigência para obtenção do título de

Licenciada em Matemática, sob a orientação

do professor Ricardo José Rocha Amorim.

SENHOR DO BONFIM – BA

2010

Page 3: Monografia Joene Matemática 2010

2

JOENE SANTOS DE SOUZA

Um estudo sobre o ensino / aprendizagem de construções básicas

de geometria com uso do Cabri-Géomètre II

Aprovada em ____________/____________/____________

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________

MSc. Miriam Ferreira de Brito (Prof.Avaliador)

__________________________________________

Esp. Elizete Barbosa de Brito (Prof.Avaliador)

__________________________________________

Prof.Dr. Ricardo José Rocha Amorim (Orientador)

Page 4: Monografia Joene Matemática 2010

3

AGRADECIMENTOS

Meus agradecimentos seguem as seguintes pessoas:

Minha linda mãe, por ter me inserido no ambiente escolar desde os 4 anos, me

incentivado a estudar e prestar vestibular.

Agradeço à toda minha família por acreditarem e esperarem não o mais ou menos, o

regular, o talvez, mas sempre a certeza, o ótimo, enfim, o melhor de mim. Sendo esse um dos

motivos da minha dedicação desde o início, a busca pelo dez na prova de matemática, álgebra,

cálculo, etc.

Ao meu namorado Idelfonso, que me levou todos os dias na faculdade, por ter ficado

sozinho durante meus dias de estudo, principalmente aos domingos e feriados.

Agradeço a todos os professores, sem exceção: Danton, Simone, Caio, Jader, Ana

Maria, Norma, Wagner, Hélcio, Tânia, Helder, Alaíde, Miriam, Ivan, Elizete, Beatriz,

Geovane, Girlene, Geraldo e ao meu orientador claro, Ricardo Amorim que foi um amor de

pessoa durante todos os dias de orientação, incentivando a pesquisar, colher dados,

questionando, dizendo que ―ta errado‖, que ―ta ruim‖, que ―ta certo‖, ―tem que refazer‖, para

que findássemos este trabalho.

Aos meus colegas de sala, ‖meu DEUS‖, pessoinhas incríveis, lutadoras, estudiosas,

vitoriosas e que sempre deram força acreditando muito em mim. Lembrando que estudamos

muito durante este curso de matemática, nos ajudamos bastante, rimos e até choramos e o

meu recomeço de vida saindo da faculdade, em metade, dedico a cada um deles.

Page 5: Monografia Joene Matemática 2010

4

RESUMO

Atualmente discute-se muito sobre tecnologia, então o verdadeiro objetivo desta pesquisa foi

escolher uma tecnologia digital que é o que se tem de mais disponível nas escolas, sendo

assim escolheu-se o software Cabri-Géomètre II, para verificar se realmente ele promove

aprendizagem e quais artifícios podem ser utilizados para isso. O local escolhido foi o Colégio

Estadual Teixeira de Freitas, com alunos do ensino médio 1°, 2° e 3° anos. Para que a

pesquisa fosse realizada tudo foi planejado em quatro etapas 1: mini-curso somente com o

software Cabri-Géomètre II, 2: observação em sala de aula com conteúdos de geometria, 3:

mini-curso com instrumentos de desenho geométrico como:compasso, régua, transferidor,

borracha lápis e papel milimetrado, 4: questionários objetivos e subjetivos, conversa informal

para coleta de dados sobre o uso de software na sala de aula.Todas estas etapas para responder

aos objetivos propostos nesta dissertação, disponibilizando informações sobre o potencial do

software no ensino aprendizagem, mostrando que este pode promover aprendizagem.

Palavras chave: Cabri-Géomètre II, ensino, aprendizagem.

Page 6: Monografia Joene Matemática 2010

5

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1. Características pedagógicas do Cabri-Géomètre II

QUADRO 2. Momentos da pesquisa

QUADRO 3. Considerações referentes a aula tradicional

QUADRO 4. Considerações relacionadas à aula com o software Cabri-Géomètre II

Page 7: Monografia Joene Matemática 2010

6

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Avaliação quantitativa e qualitativa de aula com o software Cabri-Géomètre II

TABELA 2. Avaliação quantitativa e qualitativa de aula tradicional

Page 8: Monografia Joene Matemática 2010

7

LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS

FIGURA I. Menu geral

FIGURA II. Menu para construção de pontos

FIGURA III. Menu para construção de pontos

FIGURA IV. Menu para exibir utilitários

FIGURA V. Menu para construção de retas

FIGURA VI. Menu para construção de curvas

FIGURA VII. Circunferências de raio AB

FIGURA VIII. Circunferências sobre pontos A e B

FIGURA IX. Circunferências sobre pontos A e B e intersecção C

FIGURA X. Construção de triângulo através de circunferência

FIGURA XI. Menu para desenho

FIGURA XII. Triângulo equilátero

GRÁFICO 1. Com que frequência o aluno utiliza computador

GRÁFICO 2. Locais onde o aluno usa o computador

GRÁFICO 3. Opinião do aluno quanto ao uso de tecnologia na sala de aula

GRÁFICO 4. Conhecimento sobre algum software matemático

GRÁFICO 5. Aula com uso de software matemático

GRAFICO 6. Alunos conhecem o Cabri-Géomètre II?

GRÁFICO 7. Maneira completa de aula

GRÁFICO 8. Período de capacitação para uso do software

GRÁFICO 9. Conhece algum software matemático?

GRAFICO 10. Justificativa por não usar o software

Page 9: Monografia Joene Matemática 2010

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 10

CAPÍTULO I ............................................................................................................................ 15

PROBLEMATIZAÇÃO ........................................................................................................... 15

CAPÍTULO II ........................................................................................................................... 16

OBJETIVOS ............................................................................................................................. 16

2.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 16

2.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 16

CAPÍTULO III ......................................................................................................................... 17

JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................... 17

CAPÍTULO IV ......................................................................................................................... 19

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................................. 19

4.1 Metodologia .................................................................................................................... 19

CAPÍTULO V .......................................................................................................................... 21

FUNDAMENTOS TEÓRICOS ............................................................................................... 21

5.1 Integração da tecnologia na escola ................................................................................. 21

5.2 Computador como ferramenta de ensino/aprendizagem ................................................ 22

5.3 O professor e as TIC ....................................................................................................... 23

5.4 O software Cabri-Géomètre II ........................................................................................ 25

5.4.1 Surgimento .............................................................................................................. 25

5.4.2 O Cabri-Géomètre no Brasil ................................................................................... 25

5.4.3 Definição ................................................................................................................. 26

5.4.4 Características .......................................................................................................... 26

5.4.5 Funcionalidades ....................................................................................................... 26

5.4.6 Atividade e noção de uso de ferramentas: construção de um triângulo equilátero

passo a passo ..................................................................................................................... 29

CAPÍTULO VI ......................................................................................................................... 32

DESCRIÇÃO DA EXPERIMENTAÇÃO ............................................................................... 33

6.1 Procedimentos para elaboração do mini-curso ........................................................... 33

6.1.1 Ao plano de aula ...................................................................................................... 33

6.1.2 Conteúdos trabalhados ............................................................................................. 33

6.1.3 Programação da pesquisa......................................................................................... 34

CAPÍTULO VII ........................................................................................................................ 35

ANÁLISE DAS ETAPAS DO EXPERIMENTO .................................................................... 35

7.1 1° Momento .................................................................................................................... 35

7.1.1 Análise das atividades dos alunos que realizaram mini-curso com software .......... 37

7.1.2-Avaliação quantitativa e qualitativa de cada grupo ................................................. 38

7.1.3 Dificuldades encontradas na aula com o software cabri-géomètre ii e

posicionamento tomado para possível solução ................................................................. 39

7.2 2º Momento (análise de observação de aulas com ensino de geometria) ....................... 40

7. 2.1 Observação de aula tradicional ............................................................................... 40

7.2.2 Análise das observações .......................................................................................... 41

7.2.3 - (Elaboração de mini-curso sem software) ............................................................. 42

7.2.4 Dificuldades encontradas no ensino e na aprendizagem ......................................... 43

7.2.5 Avaliação quantitativa e qualitativa de cada grupo ................................................. 44

7.3 3º Momento (reflexão sobre diferentes modalidades de aula com o software e sem o

software) ............................................................................................................................... 45

7.4 4º Momento (análise gráfica) ......................................................................................... 47

Page 10: Monografia Joene Matemática 2010

9

7.4.1 Gráficos referentes a pesquisas com alunos ............................................................ 48

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÃO .................................................. 56

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 58

APÊNDICE ............................................................................... Erro! Indicador não definido.

APÊNDICE I ........................................................................................................................ 62

QUESTIONÁRIO APLICADO AO ALUNO ..................................................................... 62

APÊNDICE II.......................................................................................................................67

QUESTIONÁRIO APLICADO AO PROFESSOR.............................................................67

.

Page 11: Monografia Joene Matemática 2010

10

INTRODUÇÃO

Desde meados do século XVIII, com a Revolução Industrial, que o avanço tecnológico

traz inúmeras inovações que possibilitam ao homem desenvolvimento econômico, intelectual

e social, através da sua busca incansável pelo saber, pela técnica e aperfeiçoamento, prova

disso é o surgimento de grandes descobridores cientistas e estudiosos. E a contar do século

XVI, multiplicam-se os filósofos e cientistas com o culto a natureza, da experiência e da

mecânica (IGLESIAS, 1981). Daí em diante o desenvolvimento não parou, máquinas foram

atualizadas, potencializadas, e foi na década de 80, que se deu o avanço tecnológico de forma

mais acentuada proporcionando baixo custo e acessibilidade de produtos tecnológicos como

os computadores e calculadoras, que atualmente fazem parte de diversos ambientes sociais:

ambientes domésticos, shoppings, bibliotecas, farmácias entre outros. Enfim, hoje em dia são

instrumentos indispensáveis ao desenvolvimento de qualquer empresa, indústria ou

departamento que tenha como necessidade calcular, pesquisar, comunicar e armazenar dados.

Realmente os computadores estão revolucionando nossas vidas. Lojas escritórios carros,

jogos, televisão e até a cozinha de nossas casas estão radicalmente alteradas pelos

computadores (COBURN, 1998, p. 1).

Todo esse desenvolvimento e papel da tecnologia na sociedade através de máquinas

como o computador teve uma grande repercussão no desenvolvimento mundial, independente

de cor, crença ou classe social; o que leva-nos a considerar o uso da tecnologia como principal

fator de evolução e revolução, conduzindo-nos a uma indagação de relação entre a educação e

a modernidade, já que é a educação o principal vínculo entre cidadão e sociedade.

A hipótese fundamental é que educação não deve perder tempo em temer a

modernidade. Deve procurar conduzi-la e ser lhe o sujeito histórico. Neste sentido a

modernidade na prática coincide com a necessidade de mudança social, que a

dialética histórica apresenta na sucessão das fazeres, onde uma gera a outra (DEMO,

1993, p. 21).

Atualmente o desenvolvimento tecnológico faz parte do cotidiano de todos, dentro e

fora de casa, o que inclui por dever do educador e direito do educando, uso de instrumentos

tecnológicos também nas práticas do ambiente escolar. È necessário dar ênfase a sua

importância e utilidade, redirecionando o processo educacional de ensino/aprendizagem a

integração para um novo meio de evolução, oportunizando inclusão do aluno na sociedade

contemporânea.

Page 12: Monografia Joene Matemática 2010

11

Levar o computador para a sala de aula é além de tudo levar a tecnologia digital para o

educando, este que já a obtém até mesmo antes de entrar na escola. Segundo D’Ambrósio

(2002), nessa nova geração em que nos encontramos, cada vez mais cedo as crianças até

mesmo antes de ler e escrever, já tem acesso a máquinas. O que torna previsível a utilização

de máquinas, posteriormente, durante o desenvolvimento escolar.

É preciso considerar que é na sala de aula, onde se passa maior parte do tempo, se

socializa, troca conhecimentos e leva o aluno a conhecer e criticar o mundo em que vive. É lá

que acontece o desenvolvimento intelectual verbal e não verbal. Cativar o aluno a

participação de uma aula inovadora, e integrada a tecnologia é convidá-lo a explorar, discutir

e criar educação.

Para tanto é necessário andar lado a lado com qualquer tipo de desenvolvimento que

envolva o processo de desenvolvimento social, realizar atividades em aula que não se limitem

apenas a técnicas cansativas e sem significados.

No contexto do ensino e aprendizagem de matemática, o aluno ao realizar uma tarefa

que além de temida e considerada longa e enfadonha, sentem-se cansados sem prazer nem

causa de realizar tal atividade.

A matemática é sem dúvida uma das matérias mais temidas pelos alunos em geral, e

como tal, pode-se ver que quanto mais recursos e meios reais forem utilizados numa

aula maior será o aproveitamento da matéria. A escola não se justifica pela

apresentação do conhecimento obsoleto e ultrapassado e, sim em falar em ciências e

tecnologia (D’AMBRÓSIO, 2002, p. 80).

A tendência desse modelo papel e lápis (tradicional) pode fazer com que a matemática

seja sempre comentada pelos alunos como algo cansativo, arcaico desconectado da realidade,

sem poder convidativo a sua exploração.

Como os instrumentos de trabalho mudam no decorrer da história, na mesma medida

transformam-se em instrumentos de pensamento, ocasionando novas estruturas sociais. Novos

instrumentos de pensamentos suscitam novas estruturas cognitivas (VYGOTSKY, 1930,

apud, PALANGANA, 1994).

O educador é uma das principais pessoas que pode possibilitar o aprendizado,

mostrando caminhos para a utilização de ferramentas que possam promover o

Page 13: Monografia Joene Matemática 2010

12

desenvolvimento do aluno.

Tentar ampliar o conhecimento, inovando as aulas com materiais que facilitam a

aprendizagem matemática pode diversificar o contato, para dar uma visão ampla de conceitos

e procedimentos, priorizando o sentido completo do conteúdo abordado, desde a interpretação

até a discussão e análise dos resultados.

A aprendizagem, por ser processo e marca humana é iniludível, é uma construção

permanente, devendo usar todos os espaços e tempos que favoreçam, não podendo

por isso, limitar-se a paradigmas rígidos ou não presenciais, formais ou não formais,

e assim por diante (DEMO, 1998, p.43).

É interessante observar que a ampliação de usos de artifícios é um fator primordial

para o desenvolvimento de habilidades do aluno. A prática em resolução de questões se dá

quando o aluno tem possibilidade de resolver maior variedade, com diferentes estratégias.

No entanto, o contato de alunos com computadores na escola está limitado muitas

vezes a aula de informática, uma aula separada de outras disciplinas, que trabalha ferramentas

e métodos de uso de internet e softwares como Word e Excel.

O uso de softwares matemáticos como instrumentos de auxílio ainda se encontram

em pouco uso na aula, ou porque o professor não teve formação qualificada para seu uso, ou

por problemas estruturais, culturais e físicos da escola. A situação atual das licenciaturas e da

Escola Normal indica que a universidade não está consciente do sucateamento do saber hoje

transmitido na escola como cita Demo (1993, p. 86). Muitas escolas ainda, além da formação

do professor, têm como empecilho a cultura que segue padrões de ensino de muitos anos

atrás, não superando o modelo da escola tradicional.

A superação do modelo da Escola Normal terá que ser de longo prazo, começando

por experiências localizadas, até implantação, consolidada de proposta alternativa.

De um lado o desafio de superação não pode eludir a necessidade de tratar

adequadamente as atuais normalistas em atividades, sobretudo em termos de

atualização (DEMO, 1993, p. 93).

No entanto, em frente a tantos obstáculos é necessário conscientizar-se que

independente da escola, e da formação do professor, está acima de tudo a busca pelo saber, a

pesquisa pela qualidade e atualização do ensino, cabendo aos educadores serem sujeitos ativos

nessa transformação, buscando novos meios de ensino aprendizagem.

A aplicação do software na aula é fator de grande importância de inclusão digital e

Page 14: Monografia Joene Matemática 2010

13

interligação entre a matemática e a informática.

È fundamental que os professores compreendam que a utilização dos recursos

tecnológicos é necessária e irreversível no atual contexto em que o aluno está

situado e que o computador não irá substituí-los, mas auxilia-los na tarefa de

mediadores e formadores de cidadãos historicamente situados (HENRIQUES, 2001,

p. 40).

Para a utilização da informática na matemática é preciso intimidade com o tipo de

software1 a ser utilizado, este que é fator primordial para a utilização da informática,

permitindo dinamizar a aprendizagem e construir conhecimento. Como afirma Henriques

(2001), a análise das potencialidades da informática no ensino e aprendizagem da matemática

e o fato de que o professor deve ter uma vivência expressiva com o software educacional

antes de utilizá-lo em sala de aula são qualidades a considerar. Deixando claro que não é o

computador que trabalhará sozinho, tomando o lugar do professor, pelo contrário, a

intervenção do professor é de fundamental importância para realização do processo de

aprendizagem com o uso do software.

Nesse contexto surgiu a motivação para a realização deste trabalho, cuja intenção

inicial foi de avaliar o uso de software no ensino e aprendizagem de matemática. Para tal

escolheu-se a geometria como área de estudo e o software matemático Cabri-Géomètre II,

que segundo Henriques (2001), tem permitido aos professores criar oportunidade para uma

nova forma de ensinar e aprender.

No Capítulo I, a cerca do auto índice de reprovação e baixas notas em matemática

procuramos questionar sobre um meio que pudesse vir a trazer um ensino/aprendizagem mais

dinâmico e relacionado a Tecnologia de Informação e Comunicação na escola. Trazendo

algumas indagações sobre como seria o uso fazendo para isso o uso do software Cabri-

Géomètre II em sala de aula e como este software poderia estar ajudando no desempenho dos

alunos, objetivando assim avaliar o potencial deste software em sala de aula.

Os objetivos encontram-se no capítulo II, estes que vem informar quais as indagações

que pretendemos estudar ao longo da pesquisa.

1 Consoante o que define a lei 9.609/98, o software constitui uma elaboração intelectual de um programa que

possibilita a utilização de um equipamento, constituído em um sistema de funções múltiplas que permite a

distribuição de uma gama de informações através de um suporte físico, ou seja, disquete ou compact disc

(SANTOS, 2002).

Page 15: Monografia Joene Matemática 2010

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Na justificativa, Capítulo III procuramos fazer uma pesquisa sobre as exigências dos

Parâmetros Curriculares Nacionais no ensino atual, e justificar os motivos pelos quais podem

prevalecer o uso de novas tecnologias em sala de aula, percebendo a importância do uso do

software Cabri-Géomètre II.

No Capítulo IV, descrevemos de forma sucinta os materiais utilizados, pessoas

envolvidas e processo utilizado durante toda pesquisa, para que dados fossem coletados.

No item V, procuramos pesquisar autores que fundamentassem o uso de tecnologias

na sala de aula, e validassem as idéias aqui descritas, apresentando conceitos teóricos

necessários ao desenvolvimento do trabalho.

No Capítulo VI, esta a descrição detalhada de cada etapa da experimentação .

A análise das etapas do experimento são descritas no capítulo VII, acontecimentos de

cada etapa, forma de avaliação, desempenho dos alunos dificuldades encontradas, análise da

pesquisa com questionário e obtenção de gráficos.

Para findarmos a pesquisa, no capítulo VIII, apresentamos os resultados e conclusão

que pudemos ter através da coleta e análise de todos os dados anteriores.

Page 16: Monografia Joene Matemática 2010

15

CAPÍTULO I: PROBLEMATIZAÇÃO

Embora possa se presenciar nas escolas notas baixas e auto índice de reprovação em

matemática, o que se sabe sobre o erro no processo de ensino é muito pouco e é fato segundo

Leite (2003), que os alunos chegam ao ensino superior cada vez mais sem saber matemática, o

que leva o educador a uma busca incansável pela melhoria da educação.

Em atenção a aprendizagem matemática do aluno e a relação Tecnologias de

Informação e Comunicação (TIC) na escola, resolveu-se investigar uma prática de ensino

diferente do modelo tradicional, que fugisse do quadro e giz. Para tanto fizemos uso de

computadores e de um software matemático específico para geometria como instrumento de

auxílio, avaliando como e se este pode realmente induzir, estimular, fazer com que o

educando participe e questione o processo de ensino aprendizagem.

Para tal, foi escolhido o software Cabri-Géomètre II que tem levado professores e/ou

pesquisadores a refletir sobre o papel das novas tecnologias no ensino aprendizagem da

geometria (HENRIQUES, 2001, p. 42). Assim, o uso deste software como ferramenta de

apoio em sala de aula, traz alguns questionamentos: Como seria a prática de ensino com o uso

do Cabri-Géomètre II?

De que forma este software pode facilitar/ajudar o ensino e aprendizagem de

geometria plana?

De que forma este software pode induzir, estimular uma participação ativa do

estudante?

De que forma se organizariam atividades para o ensino de geometria?

Como seria avaliadas atividades de ensino com a utilização do Cabri-Géomètre II em

aulas de geometria?

Page 17: Monografia Joene Matemática 2010

16

CAPÍTULO II: OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Avaliar o potencial de uso do software Cabri-Géomètre II como meio tecnológico

de incentivo ao desenvolvimento de habilidades relacionadas com a aprendizagem de

geometria com o intuito de compreender de que forma os estudantes podem trabalhar e

interagir com os conceitos de geometria na sala de aula fazendo uso do software.

2.2 Objetivos específicos

Realizar uma revisão bibliográfica sobre o software Cabri-Géomètre II e suas

potencialidades no ensino e aprendizagem de Geometria;

Realizar um estudo sobre formas nas quais o software Cabri-Géomètre II, pode

facilitar e ajudar o ensino/aprendizagem de geometria.

Identificar práticas de ensino de geometria com o uso do software Cabri-Géomètre

II.

Identificar formas de uso do software Cabri-Géomètre II, que possa induzir a

participação ativa do aluno, de forma que ele possa ter prioridade nas construções e agir sobre

o que se pede.

Identificar formas de avaliação quando se faz uso deste software.

Page 18: Monografia Joene Matemática 2010

17

CAPÍTULO III: JUSTIFICATIVA

A busca de novas práticas para a educação pode ser uma forma de melhoria no

ensino/aprendizagem Hoje se fala muito em tecnologia na educação e na vivência presente da

era informatizada com uso das TIC, que estão cada vez mais presentes nas práticas de

educação e trabalho, e vem ocupando um espaço amplo na nossa sociedade.

Além disso, as programações curriculares já apontam para a necessidade de novos

meios e ferramentas de ensino/aprendizagem. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais

-PCN (1998), para o desenvolvimento de competências e habilidades é necessário alguns

artifícios:

Utilizar as tecnologias básicas de redação e informação, como computadores;

Identificar variáveis relevantes e selecionar os procedimentos necessários para a

produção, análise e interpretação de resultados de processos e experimentos científicos e

tecnológicos;

Identificar, representar e utilizar o conhecimento geométrico para aperfeiçoamento

da leitura, da compreensão e da ação sobre a realidade.

Nota-se que o uso de computadores, teoricamente, já faz parte do processo de

ensino/aprendizagem. Segundo os PCN, estão diretamente relacionados a compreensão e ação

sobre a realidade, sendo este fator primordial da educação e conseqüentemente no

desenvolvimento social. Pois os PCN vem propondo aos professores uma nova posição frente

a educação matemática, transformando o ensino tradicional; segundo Matos (2001), o aluno é

comparado a um objeto a formar por uma ação exterior a exercer sobre ele, não considerando

que o aluno tem com ele meios necessários para ser sujeito da sua formação.

Page 19: Monografia Joene Matemática 2010

18

O computador é muito versátil. Pode transformar-se em uma página do manual de

instruções ou em um laboratório de ciências; pode ser uma máquina de ensinar ou

um tutor, mostra-se como um modelo tetradimensional ou um mundo de fantasia a

ser explorado. O computador pode calcular as notas de toda uma classe e fornecer

relatórios individuais sobre o progresso de cada aluno. Ele pode ensinar e ser

ensinado. Ele é, de fato, um servidor incansável sob o comando do professor que o

deseja usar (COBURN,1988, p. 19).

A busca de novas maneiras para o ensino da matemática podem valorizar também o

ensino da geometria, pois esta, além de estar presente na matemática está presente também

em representações concretas e abstratas, tendo papel fundamental na formação do discente.

Segundo Silva (2001).

Geometria é fundamental no ensino da Matemática. Trata-se de um conhecimento

universal que faz parte das grandes construções de nossa História, sendo de fácil

assimilação, tendo em vista estar ao nosso alcance, primeiro fisicamente, depois

abstratamente. Ela permite um trabalho criativo em matemática, desperta a

curiosidade e favorece a estruturação do pensamento e o desenvolvimento do

raciocínio lógico. Através dela pode-se desfazer o mito da dificuldade na

aprendizagem desta área do conhecimento, de grande aplicabilidade na vida

cotidiana.

Percebe-se que as antigas técnicas para ensino/aprendizagem, estão perdendo lugar

para discussão de resultados, levantamento de dados, hipóteses e desenvolvimento de

habilidades, proporcionando ao professor a qualidade de pesquisador2 e atuante na inclusão e

formação do aluno como cidadão apto a adaptar-se ao meio em desenvolvimento contínuo que

habitam.

Desta forma, percebeu-se a importância do uso do software matemático Cabri-

Géomètre II, em cujo contexto esta pesquisa está inserida e onde adquire sua relevância.

2 Para Nóvoa (1992), o professor pesquisador é aquele que pesquisa ou que reflete sobre a sua prática.

Page 20: Monografia Joene Matemática 2010

19

CAPÍTULO IV: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este item pretende descrever a metodologia utilizada para o desenvolvimento do

trabalho, explicando cada etapa do processo de pesquisa, caracterizando os momentos

necessários para aplicação dos mini-cursos e coleta de dados, materiais utilizados e pessoas

envolvidas: alunos e professores.

4.1 Metodologia

A pesquisa descrita neste trabalho foi realizada em etapas: (1) revisão bibliográfica

(sobre o uso de software na educação e especificamente para matemática, o Cabri), (2)

entrevista aberta com alunos, (3) realização de experimentos (mini-cursos) com aplicação de

formulários, e (4) análise de dados com elementos quantitativos que fundamentaram a análise

qualitativa, esta que veio a gerar dados importantes como comportamento, desempenho, e

participação. Participaram deste estudo 40 pessoas entre professores e alunos do ensino

médio.

Para fundamentar a pesquisa houve uma revisão bibliográfica, com base em autores

como: Tajra (2008); Pocho (2003); Fainguelernt (1999), Biongiovanni (1997), Bicudo,

(1999),Vygotsky (1993), Demo (1998), D´Ambròsio (1986), Henriques (2001), entre outros.

O experimento foi organizado da seguinte maneira: em um primeiro momento

realizou-se um mini-curso em ambiente computacional, com o uso do software Cabri-

Géomètre II, que teve a participação de um grupo de 20 alunos. Com o propósito de

enriquecer a análise dos dados procurou-se estabelecer um comparativo entre o uso do

software Cabri e o não uso deste.

Para isso, em um segundo momento foram feitas observações em sala de aula em que

se lecionava conteúdos de geometria de forma tradicional seguindo-se uma prática didática

expositiva.

Em um terceiro momento realizou-se um mini-curso em Ambiente Papel e Lápis

(APL), criado para o experimento, com o uso de instrumentos como lápis, régua, compasso e

Page 21: Monografia Joene Matemática 2010

20

transferidor, sem o uso do Cabri. Nesse mini-curso APL, procurou-se realizar as mesmas

construções/atividades que os alunos fizeram em ambiente computacional para que desse

modo fosse possível fazer comparações entre as diferentes práticas didáticas e tecnologias

utilizadas separadamente no ensino e aprendizagem de geometria.

Ao final do experimento, utilizou-se dois questionários3 com questões fechadas e

abertas, para as 40 pessoas. Estes questionários foram respondidos por escrito objetivando a

coleta de dados sobre o tema pesquisado. Entre os entrevistados, 28 eram alunos do Colégio

Estadual Teixeira de Freitas e 12 eram professores de matemática de diferentes escolas de

Senhor do Bonfim, que e puderam expor seu posicionamento sobre várias questões quanto ao

uso de softwares na aula de matemática.

A última etapa da pesquisa consistiu em uma análise dos resultados obtidos através de

dados dos questionários realizados, de aulas observadas, e desenvolvimento do mini-curso

com o software e sem o software, para que fosse possível fazer um paralelo entre as aulas.

Este trabalho teve uma abordagem qualitativa, considerando a coleta de dados,

observação, avaliação e análise dos resultados que utilizamos, entendendo assim, que esta

atenderia aos objetivos da pesquisa.

No campo das Ciências Sociais, o termo pesquisa qualitativa assumiu diferentes

significados, como o de compreender diversas técnicas interpretativas que objetiva

descrever e decodificar os componentes de um sistema complexo de significados.

Pretende traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social; trata-se de

reduzir a distância entre o pesquisador e o pesquisado, entre as teorias e os dados,

entre o contexto e a ação (MAANEN,1979,p. 52).

3 O questionário, numa pesquisa, é um instrumento ou programa de coleta de dados. Se sua confecção é feita

pelo pesquisador , seu preenchimento é realizado pelo informante (BELLO, 2004).

Page 22: Monografia Joene Matemática 2010

21

CAPÍTULO V: FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Pesquisadores como, Jacinski (2001); Faraco (1998), entre outros, já têm mostrado a

importância do uso das TIC, em sala de aula, enfatizando as possibilidades de ampliação

conceitual com o seu uso. Neste item vamos abordar alguns teóricos que concordam e

condizem com o tema deste trabalho.

5.1 Integração da tecnologia na escola

No que diz respeito a educação atual escolar Jacinski (2001) e Faraco (1998),

defendem que somente com o uso de cadernos e do quadro e giz, a difusão do saber escolar

não terá muito significado para o aluno de hoje, pois o professor não pode mais ser

considerado o único meio de acesso as informações. Estes autores ainda em seu artigo,

Tecnologias na Educação: Uma solução ou um Problema pedagógico? afirmam que:

Se até 30 anos atrás, a escola podia se organizar apenas em torno do livro, da cultura

escrita e do centramento do professor como a grande fonte de transmissão do saber

escolar, o aumento vertiginoso da velocidade da inovação tecnológica,

principalmente nas áreas do processamento de dados e dos sistemas de

comunicação, vem colocando a escola, em especial (mas não só) a escola média,

numa situação cada vez mais difícil, para dizer o menos.

Consideram ainda que o uso das TIC no processo escolar é absolutamente necessário,

pois a escola é ambiente educacional de inclusão social, seja em que lugar e em que era

estiver, formar e englobar o cidadão no mundo é dever do educador e direito do educando

considerando que as tecnologias não são apenas ferramentas, mas novas linguagens e formas

de significar o mundo.

A evolução tecnológica esta ligada diretamente a educação, as duas andam juntas e

descartar instrumentos tecnológicos que podem ser usados nas práticas educacionais atuais

seria desconectar o ensino e aprendizagem da realidade do aluno descartando a provável

iminente inovação do conhecimento. Nesse contexto Demo (1998), afirma que somente o

conhecimento que se renova vale a pena e serve para renovar.

Henriques (2001), afirma nascer uma preocupação com o processo de ensino

/aprendizagem e a necessidade de uma nova proposta no âmbito educacional, principalmente

Page 23: Monografia Joene Matemática 2010

22

na postura e proposta pedagógica, adotando metodologias inovadoras capazes de trazer

transformação, sendo uma das alternativas as novas tecnologias. Logo, cabe as escolas agir

com e sobre as tecnologias de diferentes formas sempre buscando melhorias na qualidade da

educação.

5.2 Computador como ferramenta de ensino/aprendizagem

Como afirma Henriques (2001), (computadores, calculadoras gráficas etc.) são uma

alternativa de ensino e introdução das TIC na sala de aula, e o computador segundo Tajra

(2008), tem um ganho em relação aos outros recursos tecnológicos como: Rádio, televisão,

DVD, máquina fotográfica, aparelho de som, data show; porque no âmbito educacional está

relacionado a sua característica de interatividade, a sua enorme possibilidade de ser utilizado

como um instrumento que promove aprendizagem, visto que ele só executa o que ordenamos;

portanto limita-se aos nossos potenciais e anseios.

O computador é uma máquina que possibilita a interatividade em tempo real. O

conceito básico de diferenciação dessa máquina, em relação às demais, também, se

dá por conta do seu próprio sistema de funcionamento: entrada, processamento e

saída de informações- sistema do qual nenhuma outra máquina dispõe. (TAJRA,

2008, p.46)

São inúmeros os benefícios causados pelo uso da informática no ambiente

educacional, sendo que estes variam de acordo com a proposta de cada atividade. Neste

sentido Tajra (2008), ainda lista o que os ambientes de informática podem proporcionar

positivamente em uma aula planejada e bem direcionada:

Os alunos ganham autonomia no trabalho;

Os alunos tornam-se mais motivados e consequentemente mais criativos;

Estímulo a curiosidade;

Auto ajuda dos alunos, pois o ambiente de aprendizagem se torna mais dinâmico;

Aumenta a concentração;

Page 24: Monografia Joene Matemática 2010

23

O ambiente favorece socialização;

Os trabalhos são mais corporativos e práticos;

Estímulo a forma de comunicação voltada para realidade atual de globalização;

O estímulo ao aprendizado de várias línguas;

A escola amplia suas fontes de pesquisa, além do livro, enciclopédia, revista, jornais

e vídeos, ela pode optar pelo computador;

A informática contribui para o desenvolvimento de habilidades de comunicação e

de estrutura lógica do pensamento.

Com isso, nota-se que o computador é um instrumento bastante útil, mas é importante

lembrar que só a máquina por si só não elabora textos, desenha gráficos, pesquisa ou calcula.

Para que isso tudo aconteça o professor deve fazer a escolha dos softwares que irá trabalhar e

que mais lhe serão produtivos durante a aula. Para isso dá-se a necessidade de escolha de bons

softwares educacionais, acontecendo aí a primeira intervenção do professor para um plano de

aula bem elaborada capaz de construir conhecimento no decorrer do conteúdo selecionado.

5.3 O professor e as TIC

É importante ressaltar que todos estes benefícios da informática citados anteriormente,

só acontecem quando o professor dá significado ao uso do computador e se compromete

politicamente com o que faz.

Sendo assim, Chagas e colaboradores (2008), defendem que a instituição escolar

enfrenta sim o desafio de incorporar as tecnologias da informação para desenvolver, de forma

mais significativa e atrativa, os conteúdos propostos a ensinar. Para estes o maior desafio não

está só na incorporação desses modernos meios tecnológicos e também na formação do

professor, pois o valor da tecnologia não está em si mesma, mas no uso que se faz dela, ou

seja o professor é o principal responsável pelas conseqüências trazidas pelo uso da tecnologia

na educação.

Page 25: Monografia Joene Matemática 2010

24

Kilpatrick (2008), em entrevista a Nova Escola enfoca que a única saída é a

capacitação. Em suas pesquisas a imensa dificuldade em integrar as tecnologias a sala de aula

começa com quem leciona matemática, pois estes muitas vezes não conhecem a matéria a

fundo e consequentemente não consegue ensiná-la.

Quem não domina o conteúdo acha mais fácil ensinar do jeito antigo porque sempre

existe uma resposta no fim do livro, que pode ser usada mesmo sem a compreensão

de como chegar a ela. Para que a turma avance, os professores precisam aplicar

novos conceitos, o que é difícil se eles não conhecem os conteúdos. Isso é

imprescindível para estimular as crianças a investigar e ter idéias, compreender o

que estão querendo dizer e seguir a linha de raciocínio delas. Em sua maioria, os

educadores não têm chance de se aprofundar na área. Por isso, eu acredito que o

ensino acaba sendo muito tradicional não apenas nos Estados Unidos, mas também

no Brasil e em muitos outros países (JEREMY KILPATRICK; Edição 220. Março

2009).

Neste contexto, Chagas e colaboradores (2008), salientam que o professor deve se

preparar cotidianamente, sendo sempre um professor pesquisador, para que sua formação

possa ser continuada.

Portanto, para que as tecnologias não sejam utilizadas somente como uma novidade na

aula, mas para ele dar conta dessas questões é necessário uma formação permanente, tanto no

que diz respeito a sua competência técnica e política, como no uso das tecnologias.

Para Tajra (2008), um dos fatores primordiais para obtenção no sucesso da utilização

da informática na educação é a capacitação do professor perante essa nova era em que nos

encontramos. O professor deverá estar capacitado de tal modo que saberá integrar a sua

metodologia a conhecimentos matemáticos e tecnologia, não de maneira padronizada e sim de

maneira particular, conforme seu interesse educacional.

O professor deve estar aberto para as mudanças, principalmente em relação á sua

nova postura: o de facilitador e coordenador do processo de ensino/aprendizagem;

ele precisa aprender a aprender, a lidar com as rápidas mudanças, ser dinâmico e

flexível. Acabou a era educacional de detenção do conhecimento, do professor ―

sabe tudo‖ (TAJRA, 2008, p. 105).

Com esta nova postura do ensino da matemática, Pocho, (2003) acredita que para

vivenciar novas maneiras de ensinar e aprender incorporando as tecnologias requer cuidado

com a formação inicial e continuada do professor, sendo trabalhada a base de conceito de

Page 26: Monografia Joene Matemática 2010

25

alfabetização do professor, desenvolvido a partir da idéia que é necessário o professor

dominar a utilização de metodologias, também pedagógica das tecnologias, de forma que

estas venham a facilitar o ensino/aprendizagem e sejam instrumento para construção de

conhecimento.

5.4 O software Cabri-Géomètre II

5.4.1 Surgimento

Segundo Henriques (2001), Cabri-Géomètre II, é um software didático, desenvolvido

por Jean Marie Laborde e Franck Bellemain, no Laboratório do Instituto de Informática e

Matemática Aplicada da Universidade Joseph Fourier de Grenoble na França em colaboração

com o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) e com o Texas Instrumentos.

5.4.2 O Cabri-Géomètre no Brasil

O Cabri-Géomètre II chegou ao Brasil por conta de um projeto de pesquisa de

cooperação internacional liderado pela Professora Dra. Tânia Maria Mendonça Campos

envolvendo a Pontifica Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e a Universidade

Joseph Fourier de Grenoble. Este projeto de pesquisa foi financiado pelo Conselho Nacional

de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (CNPq) e pelo CNRS. O primeiro Congresso

Internacional Cabriworld 1999 foi realizado no Brasil em São Paulo com a iniciativa da Profa.

Dra. Tânia Maria Mendonça Campos, do Prof. Dr. Alexandre Campos Silva e do Prof. Dr.

Jean-Marie Laborde. O Congresso contou com participação de professores de todo o mundo e

de diversos estados brasileiros e também com os maiores especialistas na área de Educação

Matemática e Geometria. Depois o CabriWorld 2001 aconteceu no Canadá em seguida na

Itália, e assim segue percorrendo o mundo e permitindo aos professores uma excelente

oportunidade de troca de experiências.

Page 27: Monografia Joene Matemática 2010

26

5.4.3 Definição

O software Cabri-Géomètre II é um programa didático que permite construir e

explorar universo da Geometria Elementar em uma linguagem muito próxima a do universo

―papel e lápis‖. As figuras que são construídas nesse software podem ser deformadas a partir

do deslocamento de seus elementos de base conservando-se suas propriedades.

5.4.4 Características

Pode-se notar que o software não esta ligado só ao desenvolvimento da técnica, como

pode acontecer com o uso do papel e lápis, o que é demonstrado no quadro a seguir:

QUADRO 1. CARACTERÍSTICAS PEDAGÓGICAS DO Cabri-Géomètre II

CARACTERISTICAS UNIVERSO CABRI II PAPEL E LAPIS

Construção de figuras Permite... De um modo rápido Permite

Redefinição de um objeto Permite... De um modo rápido Não é possível

Deformação de uma figura Permite... De um modo rápido Não é possível

Visualização de lugar...

Geométrico

Permite... De um modo rápido Não existe (ou bastante

limitada)

Movimentação da figura Permite... De um modo rápido Impossível

Validação de propriedades Existe Não existe (ou bastante

limitada)

Leituras de áreas de figuras Permite (mais limitada) Analogia

Fonte: Dinâmica dos Elementos da Geometria Plana Em Ambiente Computacional (2001).

Segundo Henriques (2001), este software apenas deixa a desejar e intervém porém de

maneira limitada no que diz respeito a nível de verificação e validação, uma vez que é dotado

de uma ferramenta que possibilita verificar a existência de certas propriedades elementares da

geometria, (paralelismo, ortogonalidade, alinhamento,...) entre vários objetos de uma figura.

5.4.5 Funcionalidades

As ferramentas que compõem os menus do Cabri-Géomètre II são fáceis de localizar e

Page 28: Monografia Joene Matemática 2010

27

entender. Algumas das vantagens importantes, é que o aluno aprende os termos geométricos

rapidamente e a partir da construção, liga a figura a denominação, o que é feito de maneira

espontânea sem necessidade de decorar, os conceitos e denominações são compreendidos com

o manuseio, visto que no próprio menu, os símbolos são de desenhos geométricos.

Para o professor este que precisa estar íntimo com o software, não apresenta nenhuma

dificuldade, exigindo apenas conhecimento do conteúdo que irá ser estudado, e experiência

com uso das ferramentas, o que não exige curso específico para uma aula simples, o treino

para um bom manuseio pode ser feito até mesmo em casa.

Este possui as seguintes funcionalidades:

Interação analítica, de transformação e geometria Euclidiana;

Construção Intuitiva de pontos, retas, triângulos, polígonos, circunferências e outros

objetos básicos;

Faz translação, homotetia e rotação de objetos geométricos em torno de centros

geométricos ou de pontos específicos, além de executar a simetria axial e a inversão dos

objetos;

Constrói, cônicas, elipses e Hipérboles;

Constrói conceitos avançados da geometria descritiva;

Comenta e mede figuras (com atualização automática);

Utiliza coordenadas cartesianas e polares;

Permite ver equações de objetos geométricos;

Permite criar macros para construções repetidas com freqüência;

Permite configurar menus de ferramentas para centralizar as atividades dos alunos;

Verifica as propriedades geométricas;

Page 29: Monografia Joene Matemática 2010

28

Permite preencher figuras.

O software Cabri-Géomètre II é um programa não gratuito e para ser adquirido é

necessário acessar o site www.cabri.com e obter uma licença. Lá é possível encontrará

informações sobre o programa e instruções para obtê-lo.

Algumas funcionalidades do software podem ser vistas na figura 1 representada abaixo:

FIGURA I: MENU GERAL

Fonte: Introdução ao Cabri Géomètre II para windows (1997-2002, p. 8)

Este é um menu geral do software Cabri-Géomètre II, e como visto na figura I, refere-se a

construção de pontos, retas, curvas , verificação de propriedades, medidas, desenhos e

transformações. Por exemplo, uma vez ativado o menu pontos, abre-se uma janela, onde surge

três opções: ponto, ponto sobre objecto e ponto de intersecção, como é visto na figura II. Se

na construção que estiver sendo feita, encontra-se uma intersecção, então usa-se o menu ponto

de intersecção, clica na intersecção da construção e fica então identificado determinada parte

da construção.

FIGURA II. MENU PARA CONSTRUÇÃO DE PONTOS

Fonte: Introdução ao Cabri Géomètre II para windows (1997-2002, p. 8)

Page 30: Monografia Joene Matemática 2010

29

5.4.6 Atividade no software e noção de uso de suas ferramentas: construção de um

triângulo eqüilátero.

Para a construção de triângulos é possível fazer uso de diversas ferramentas do

software Cabri-Géomètre II. A seguir veremos uma construção de um triângulo eqüilátero e

as ferramentas utilizadas.

Triângulo eqüilátero

I) Em primeiro lugar constrói dois pontos, utilizando o botão ponto: (Figura II).

FIGURA III. MENU PARA CONSTRUÇÃO DE PONTOS

Fonte: Introdução ao Cabri Géomètre II para windows (1997-2002, p. 8)

II) Após aparecerem os pontos na tela utiliza-se o menu rótulo (Figura IV), para serem

colocadas as letras A e B, abaixo de cada ponto.

FIGURA IV. MENU PARA EXIBIR UTILITÁRIOS

Fonte: Introdução ao Cabri Géomètre II para windows (1997-2002, p. 8)

A B

Page 31: Monografia Joene Matemática 2010

30

III) A partir desses pontos com extremidade inicial em A traça-se um segmento de reta

com extremidade final em B, utilizando-se o botão segmento de reta: ( Figura V):

FIGURA V. MENU PARA CONSTRUÇÃO DE RETAS

Fonte: Introdução ao Cabri Géomètre II para windows (1997-2002, p. 8)

IV) Usando a ferramenta ―Circunferência‖ (Figura VI), clique no ponto A e em

seguida no ponto B. obteremos uma circunferência de raio AB.

FIGURA VI. MENU PARA CONSTRUÇÃO DE CURVAS

Fonte: Introdução ao Cabri Géomètre II, para windows (1997-2002, p.8)

A B

A B

Page 32: Monografia Joene Matemática 2010

31

FIGURA VII. CIRCUNFERÊNCIA DE RAIO AB

Fonte: (Bongiovane,1997)

V) Utilizando a mesma ferramenta do passo anterior, clica no ponto B e em seguida no

ponto A, obtendo assim uma segunda circunferência de raio BA.

FIGURA VIII. CIRCUNFERÊNCIAS SOBRE OS PONTOS A E B

A B

Fonte: (Bongiovane,1997)

VI ) Marca as intersecções das circunferências no botão ponto de intersecção (Figura

III), cria-se um ponto C.

FIGURA IX. CIRCUNFERÊNCIAS SOBRE OS PONTOS A E B E

INTERSECÇÃO C

A B

C

Fonte: (Bongiovane,1997)

A B

Page 33: Monografia Joene Matemática 2010

32

Utilizando-se da ferramenta ―Polígono‖ (Figura V), clica-se no ponto A, em seguida

no ponto B, depois no ponto C e por fim no ponto A;

FIGURA X. CONSTRUÇÃO DE TRIÂNGULO ATRAVÉS DE CIRCUNFERÊNCIA

A B

C

Fonte: (Bongiovane,1997)

vii) Utilizando a ferramenta ―mostrar/ocultar‖ (Figura VI), selecionamos as duas

circunferências, ocultando-as. Finalmente construímos o triângulo eqüilátero ABC.

FIGURA XI. MENU PARA DESENHO

Fonte: Introdução ao Cabri Géomètre II para windows (1997-2002, p. 8)

FIGURA XII. TRIÂNGULO EQUILÁTERO

A B

C

Fonte: (Bongiovane,1997)

Page 34: Monografia Joene Matemática 2010

33

CAPÍTULO VI: DESCRIÇÃO DA EXPERIMENTAÇÃO

Conforme descrito nos procedimentos metodológicos foi realizado um mini-curso

utilizando os seguintes procedimentos:

6.1 Procedimentos para elaboração do mini-curso

Para que se realizasse o mini-curso, a medida inicial foi escolher que conteúdos seriam

trabalhados, os motivos e objetivos, para que assim se chegasse a um plano de aula condizente

com o que se pretendia, conforme definido nos objetivos deste trabalho. Em seguida escolheu-

se um colégio que atendesse as necessidades do mini-curso, tanto nas séries quanto na

disponibilidade de computadores, data show, alunos dispostos a participarem da pesquisa e

um adequado espaço físico. Foi escolhido o Colégio Estadual Teixeira de Freitas que possui

Ensino Médio e Ensino Fundamental, nos turnos matutino, vespertino e noturno.

6.1.1 Ao plano de aula

Para realizar uma aula com uso do software foi necessário, pesquisar o conteúdo em

vários livros didáticos, e sua possível aplicação com uso do software.

Quando isso não era possível, ou muito limitado, foi preciso recorrer a atividades

destinadas ao software Cabri-Géomètre II, mas sempre interligando as duas coisas.

Os planos de aula eram sempre feitos dando prioridade a construção que seria feita

pelo aluno. Sendo assim conceitos, teoremas e definições eram vistos antes da construção,

porém de forma resumida, para que assim, o aluno tivesse a chance de tentar descobrir

sozinho durante a sua construção geométrica no software..

6.1.2 Conteúdos trabalhados

Os conteúdos trabalhados no mini-curso foram baseados na construção de figuras

geométricas planas, dentre eles: abordagem de Conceitos Básicos como Ponto, Reta e Plano,

construções de figuras Geométricas Planas (quadrado, retângulo, paralelogramo, losango e

Page 35: Monografia Joene Matemática 2010

34

trapézio), Estudo do Triângulo: classificação quanto aos lados e ângulos, baricentro, incentro

e ortocentro. Neste o objetivo era investigar propriedades geométricas, formulando,

conjeturando e descobrindo teoremas, incentivando o aluno a construir seu próprio

conhecimento através de uma aula informatizada e dinâmica.

6.1.3 Programação da pesquisa

Como descrito na metodologia a pesquisa foi dividida em quatro momentos, estes que

podem ser sintetizados na tabela a seguir:

QUADRO 2. MOMENTOS DA PESQUISA

1º MOMENTO 2º MOMENTO 3º MOMENTO 4°MOMENTO

ATIVIDADE

REALIZADA

Mini-curso

construções básicas

de geometria

somente com

software Cabri-

Géomètre II.

Observação de aula

tradicional.

Mini curso construções

básicas de geometria,

somente em APL

Questionário, para

alunos e professores

sobre uso de

computador e software

na sala de aula.

DURAÇÃO 45 horas 15 horas 20 horas 10 horas

MATERIAIS

UTILIZADOS

Computador e

data-show.

lápis, borracha, papel

quadro, giz e livro

didático.

Lápis, borracha, papel

quadro, giz e livro

didático, compasso,

esquadro, transferidor.

Questionários e

conversa informal.

SUJEITOS

DA

PESQUISA

Alunos Alunos Alunos Professores e alunos

OBJETIVOS

Pesquisa ensino

/aprendizagem, com

uso do software.

Pesquisa

ensino/aprendizagem

em aula tradicional.

Pesquisa

ensino/aprendizagem sem

auxílio de software.

Coletar informações

sobre uso do software.

Quadro estruturado a partir dos momentos da programação da pesquisa

Page 36: Monografia Joene Matemática 2010

35

CAPÍTULO VII: ANÁLISE DAS ETAPAS DO EXPERIMENTO

O primeiro momento da pesquisa consistiu na realização de um mini-curso do Cabri

Géomètre II, que se iniciou com uma apresentação do mesmo, utilizando-se para isso o

projetor multimídia. Esta apresentação teve como propósito: definir o software, destacar suas

utilidades, com quem pode ser aplicado e descrição sucinta de como fazer uso das

ferramentas.

7.1 Primeiro Momento

Com o auxílio do projetor multimídia, agora na janela do software, foram feitas

construções de figuras geométricas planas, dando uma noção geral de uso das ferramentas. Ao

termino das apresentações iniciavam sempre as atividades práticas. Estas atividades tinham

finalidade de apresentar os principais comandos e conceitos de geometria.

Todas as atividades foram realizadas em grupos, de quatro ou cinco, devido a

quantidade de computadores, o que trouxe vantagens como: o trabalho em grupo e discussão

do exercício.

Para enriquecer o exercício era sempre proposto aos alunos que encontrassem a área

da figura obtida, movimentassem, ampliassem e reduzissem a figura para verificar

propriedades, o que fez o aluno usar outras ferramentas, além das utilizadas até o momento,

facilitando a manipulação e ampliação do conhecimento com o software e das propriedades

geométricas. A cada questão o aluno descrevia o que fez e o que percebeu durante as

construções, sendo que, tudo ao final dos exercícios era registrado e salvo no Word através de

texto.

Durante as atividades poucas intervenções eram feitas, deixando o aluno à vontade

para sua construção e formulação de texto. Foi durante a discussão que procuramos tirar

dúvidas, instigá-los a respostas que formulassem e definissem teoremas, de maneira com que

os alunos interligassem a construção ao que falavam.

Page 37: Monografia Joene Matemática 2010

36

Existia diversidade e dificuldade na escrita, na comunicação e na interpretação, porém

ao decorrer dos dias desenvolveram tudo de forma satisfatória, alguns grupos apresentavam-

se conscientes do que faziam e escreviam.

Toda a atividade foi realizada em ambiente computacional, e ao promover discussões

durante e após as construções geométricas, percebeu-se que cada grupo fez sua construção,

mas de diferentes métodos, o que enriqueceu bastante a aula, pois pudemos trocar

conhecimento entre os grupos, e fazê-los perceber que só porque a figura não foi construída

com os mesmos procedimentos de outros colegas, não quis dizer que estavam incorretas.

Sendo possível perceber que existe diversidade na maneira de construir, e que isso se da

principalmente devido a pouca ou não intervenção do professor durante a construção das

figuras geométricas feita pelos alunos, dando liberdade para a criatividade sem que este fuja

dos conceitos.

Ao término de cada atividade foi proposto que cada grupo falasse sobre o processo

utilizado na sua construção com uso do software, suas conclusões e dificuldades, instigando-

os sempre ao questionamento, causando assim discussão e participação com troca de

conhecimento.

Fazendo uso do projetor multimídia, ao final das aulas, quando todos já tinham

realizado as atividades, as construções do dia eram feitas rapidamente no projetor multimídia,

discutindo o que foi feito, que passo cada um tomou e ressaltando que mesmo sendo

diferentes não estariam errados por isso.

Para findarmos com os blocos de atividades, os alunos realizaram uma pesquisa sobre

diferentes softwares, para que eles soubessem seus conceitos e como pode ser utilizado no

computador, em que séries podem ser trabalhados e quais os conteúdos que podem ser

abordados, tendo conhecimento no geral, da variedade de softwares matemáticos que existem.

Ao final da pesquisa realizada pelos alunos, cada equipe apresentou o novo software

que pesquisou, trocando informações e debatendo sobre os conteúdos específicos de cada

software.

Page 38: Monografia Joene Matemática 2010

37

7.1.1 Análise das atividades dos alunos que realizaram mini-curso com software

Para que fosse avaliado o conhecimento do aluno e sua aplicação no software Cabri-

Géomètre II, utilizou-se de algumas atividades que exigiram manuseio de ferramentas com

uso deste.

Estas atividades consistiram em:

Construção de segmento de reta: essa atividade aconteceu em ambiente

computacional, foi realizada pelas quatro equipes (A, B, C, D). O enunciado desta atividade

inicial esteve de forma detalhada e com clareza do que se pretendia, sendo a intenção inicial

apresentar os principais comandos para que os alunos fossem se familiarizando com os menus

do software.

Com o propósito de avaliar os procedimentos utilizados pelas equipes para realizar as

construções geométricas, foi sugerido aos alunos que produzissem um texto no Word

descrevendo cada passo utilizado com software Cabri Géomètre II, para a obtenção da

construção.

Construção de um retângulo: nesta atividade foi possível utilizar do conhecimento

das ferramentas da construção anterior e explorar outros comandos do software como

;polígonos, medida de lados, ângulos, preenchimento da figura e ampliação da figura

construída.

Construção do triângulo retângulo: neste exercício os alunos já apresentavam

prática com as ferramentas do software, as equipes construíram o triângulo medindo seus

lados, seus ângulos, e ainda neste triângulo verificaram o Teorema de Pitágoras4.

Construção do triângulo eqüilátero: para construção deste triângulo os alunos

utilizaram a circunferência, ampliaram e movimentaram o triângulo verificando suas

propriedades.

4 Teorema de Pitágoras - em todo triângulo retângulo, o quadrado da medida da hipotenusa é igual à soma dos

quadrados das medidas dos catetos, (GIOVANNI, 2002).

Page 39: Monografia Joene Matemática 2010

38

Semelhança de triângulos: esta foi a ultima construção, e por ter-mos observado até

o momento que os alunos desenvolveram habilidades em manusear o software e os conceitos

básicos de geometria, iniciamos diretamente com atividades práticas que se referia ao

conteúdo de ensino médio Semelhança de Triângulos.

Segundo Giovanni (2002), quando duas figuras planas são tais que toda reta secante a

elas e paralela a uma reta dada determina nas figuras segmentos de reta cuja razão é constante,

então a razão entre as áreas dessas figuras é a mesma constante. Para verificar tal princípio

utilizamos a semelhança de triângulos, este que para ser desenvolvido necessitou dos

conteúdos vistos anteriormente como: ponto, reta, plano, segmento de reta, paralelismo,

intersecção, medida de ângulos e medida de lados.

7.1.2-Avaliação quantitativa e qualitativa de cada grupo

Durante o mini-curso os alunos foram avaliados diariamente e para que isso fosse

possível várias atividades avaliativas com caráter qualitativo e quantitativo foram aplicadas .

Na avaliação quantitativa considerou-se os acertos das questões e para a qualitativa: presença,

participação, criatividade, interação com o software, boa finalização de atividades e

interligação de conceitos a construção.

As notas ficaram da seguinte forma:

Para avaliação quantitativa; A-9,0 e 10,0; B - 7,0 e 8,0; C - 5,0 e 6,0

Para avaliação qualitativa; A -ótimo; B - bom; C- regular

TABELA 1. AVALIAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA DE AULA COM O

SOFTWARE CABRI-GÉOMÈTRE II

AVALIAÇÃO QUANTITATIVA AVALIAÇÃO QUALITATIVA

GRUPO A A A

GRUPO B A A

GRUPO C B B

GRUPO D B B

Fonte: avaliação com alunos

Page 40: Monografia Joene Matemática 2010

39

7.1.3 Dificuldades encontradas na aula com o software cabri-géomètre II .

1. No geral há uma tendência à dispersão provocada pelo Interesse no acesso a internet

e sites de relacionamento. Em qualquer aula em que estejam presentes adolescentes e

computadores com acesso a internet, acredita-se que haja esse interesse, foi o que aconteceu

durante o mini-curso. Nesse momento, percebeu-se que seria necessário explicitar a

importância da aula, discussão de construções e propor um pequeno intervalo para acesso a

internet.

2. Os alunos demonstraram pouca motivação para descrever por escrito a figura que

construiu. Estes aparentavam não ter o hábito de escrever, ou descrever algo, isso foi possível

ser verificado na descrição que cada equipe fazia das construções. Nesses escritos, muitos

erros ortográficos, dificuldades de se expressar mesmo sabendo o que estavam fazendo e

quais processos estavam utilizando, o que demonstra uma dificuldade também na leitura e

escrita. Muitas equipes optaram por apagar tudo e começar a descrever na medida que iam

fazendo a construção.

3. Timidez para trocar informações com as equipes. Outro ponto que foi possível

perceber nos primeiros dias foi a dificuldade de interação entre os alunos, muitos por medo de

descrever algo que possivelmente pudesse estar incorreto, e por estarem com alunos de turmas

diferentes.

Apesar das dificuldades as equipes se desenvolveram bem, como exemplo temos as

equipes A e B, que durante as atividades procuraram conceituar suas construções, observar e

questionar, conseguindo definir na primeira atividade, segmento de reta como sendo algo que

tem começo e fim, estavam começando a conciliar a construção a definições.

As equipes B e D, detalharam mais sua descrição, dizendo o menu que utilizaram, se

usaram letras maiúsculas ou minúsculas. As equipes ainda descobriram que o ponto médio M,

localizava-se exatamente na metade do segmento, e comprovaram isso com medidas. Logo

após terem feito estas descobertas, esticaram o segmento e verificaram que o ponto médio

continuava sendo ponto médio como descreve a equipe B ―dependendo da distancia do

segmento os valores vão aumentando ao decorrer, mas MB e AM continua sendo metade de

AB‖.

Page 41: Monografia Joene Matemática 2010

40

No decorrer das atividades notamos que a evolução foi contínua, e em grande

proporção e em pouco tempo os alunos desenvolveram a atividade sem muitas dúvidas,

descobrindo com um pouco de intervenção as propriedades e conceitos de semelhança de

triângulos.

Em algumas construções os alunos iniciavam de forma primitiva a partir do ponto,

depois uma reta. O que foi bom, pois se percebeu que já imaginavam a origem das figuras e

seus conceitos, que não os fez iniciar uma construção sempre desta forma, uma vez que já

haviam descoberto ferramentas mais práticas. As equipes sempre mostravam curiosidade,

descobriam diferentes menus e também sua utilização.

7.2 Segundo Momento (análise de observação de aulas com ensino de geometria)

Neste momento prevaleceu o uso do giz, lápis e papel. Foi possível fazer observação em

algumas escolas públicas de Senhor do Bonfim de aulas de geometria no ensino médio. Essa

observação teve o objetivo de identificar dificuldades no ensino/aprendizagem de geometria e

como o software Cabri-Géomètre II, pode contribuir para que aconteça melhorias, podendo

vir a suprir necessidades na aula de geometria.

7. 2.1 Observação de aula tradicional

Foram observadas a realização de atividades de ensino e aprendizagem, em diferentes

turmas, com diferentes professores.

SALA1 – Esta era uma sala de 3º ano, mais ou menos 40 alunos, a aula era sobre

conceitos de Ponto, Reta e Plano. O conteúdo foi exposto no quadro, com as definições. Logo

após uma atividade objetiva em que os alunos optavam por verdadeiro ou falso, não exigia

justificativa ou qualquer tipo de demonstração, o que foi perceptível é que os alunos

resolviam as questões muito rapidamente, na correção a professora lia as questões e

confirmava se certo ou errado, havia um pouco de pressa por parte de concluir conteúdo

porque o próximo era números complexos. Ainda tivemos a oportunidade de ter acesso a

avaliação da unidade, onde percebi que o conteúdo não foi cobrado. Quanto ao desempenho

dos alunos ficou um pouco difícil detectar alguma coisa quanto a aprendizagem.

Page 42: Monografia Joene Matemática 2010

41

SALA 2 – Esta era uma sala de 2º ano, o conteúdo era área de figuras geométricas

planas, novamente o conteúdo foi exposto no quadro, enfocando principalmente fórmulas, em

seguida exemplos que demonstravam como utilizá-las e exercícios em sala. Poucos alunos

realizaram a atividade, a professora fez a correção, mas deu pra perceber que os alunos

presentes acharam fácil o conteúdo. Porém, durante os cálculos, era exigido um outro tipo de

conhecimento, como teorema de Pitágoras por exemplo; os alunos tinham muita dificuldade

em realizar ou usar outros artifícios de calculo de área. Outra dificuldade observada também

era nos termos geométricos, os alunos não lembravam dos conceitos de diagonal, diferença

entre quadrado e retângulo, hipotenusa, catetos etc.

SALA 3 – Nesta sala os alunos estavam tendo aula de geometria analítica: Bissetrizes,

não muito diferente dos outros dois tipos de aulas anteriores. Os alunos ouviam e viam através

de desenhos no quadro a definição, visualizaram fórmulas também e realizavam exercícios

para determinar as equações das bissetrizes dos ângulos entre as retas e o restante do exercício

ficou para casa.

Nesse conteúdo subtende-se que muitas dúvidas ficaram no ―ar‖, pois poucas

discussões foram feitas e muito menos questionamentos.

SALA 4 – Foi uma aula de Teorema de Tales. Essa aula seguiu todos os

procedimentos das aulas anteriores: teoria explicita no quadro, um exemplo feito pela

professora e exercício para casa..

7.2.2 Análise das observações

Ao observar as aulas que apresentaram estes conteúdos, percebeu-se que os

professores copiam o conteúdo no quadro explicam suas definições e propriedades, tiram

dúvidas utilizando desenhos no próprio quadro e apresentam as fórmulas, que é o que tem

abordagem principal.

Os alunos respondem atividades proposta pela professora, logo após, acontece a

correção do exercício e pouquíssimos respondem ou tiram dúvidas durante todo o processo.

Page 43: Monografia Joene Matemática 2010

42

As atividades de uma das turmas se relacionava a conceito de Ponto, Plano e Reta e

como citado anteriormente, limitaram-se a questões objetivas de ―verdadeiro ou falso‖, sem

demonstrações ou questionamentos que pudessem ser esclarecidos, pois havia pressa para o

conteúdo seguinte que seria Números Complexos, o que por sinal não deixa de estar

correlacionado com geometria.

Ainda foi possível estar presente na avaliação final da unidade de uma das séries, foi

visto que o conteúdo não foi cobrado, apenas os demais de abordagem aritmética.

Sendo assim ficou difícil identificar qualquer tipo de dificuldade mais específica, é

impossível avaliar aulas que não existem questionamentos, posicionamento de alunos e

desempenho de atividades. O que ficou perceptível é que pode existir pouca abordagem de

geometria na sala de aula por parte de professores e alunos. Acredita-se que jamais os alunos

vão discernir de maneira desejada qualquer tipo de conceito geométrico, se não representado a

comparar, esclarecer e definir. Pode existir a possibilidade de decorar, o que na maioria das

vezes garante a boa pontuação na avaliação e engana professores e alunos quanto a

aprendizagem.

7.2.3 Elaboração de mini-curso sem software

Sentiu-se a necessidade de se realizar um mini-curso, para compreender melhor as

dificuldades que poderiam haver com geometria em si, e com o uso de instrumentos de

desenhos geométricos, sem o uso do software Cabri-Géomètre II..

As atividades desse mini-curso consistiram em:

Construção do retângulo: nesta construção usou-se compasso, transferidor régua,

para através destes instrumentos e alguns conceitos geométricos como segmento, semi-

circunferência, mediatriz, para se construir um retângulo. O que também pode ser feito no

software Cabri-Géomètre II, através da circunferência, verificando também suas

propriedades.

Construção do triângulo isósceles: nesta atividade as equipes construíram com

compasso, régua e transferidor um triângulo isósceles. Realizaram todo o procedimento de

Page 44: Monografia Joene Matemática 2010

43

acordo com o que o exercício descrevia, depois verificaram propriedades e definições do

triângulo isósceles medindo ângulos , lados e em seguida, ao término da construção,

descreviam o que fizeram, como se pode ver não de maneira detalhada como se desejava, mas

de forma sucinta que deu para avaliar a aprendizagem.

No software Cabri-Géomètre II, seria possível além da construção, movimentar,

ampliar, medir ângulos, fazer uso da calculadora do software, confirmando a construção

realizada.

Construção do paralelogramo: no paralelogramo usamos todos os instrumentos

descritos nas construções anteriores, usamos mediatriz, segmentos, altura, etc.

Qualquer paralelogramo também pode ser realizado no software de maneira bem mais

rápida. Com isto acredita-se que o professor poderia estar utilizando este instrumento apenas

para verificação de aprendizagem, propriedades, assimilação e visualização de conceitos.

Construção do triângulo escaleno: nessa construção as equipes fizeram triângulos

eqüiláteros e escaleno, usando os instrumentos citados nas construções anteriores, mediram

lados, e esta equipe pelo que é mostrado optou por não medir ângulos, mas descreveram

também de forma sucinta o que fizeram.

7.2.4 Dificuldades encontradas no ensino e na aprendizagem

Durante o mini-curso de construções básicas de geometria sem o software foi possível

identificar algumas dificuldades por parte dos alunos:

1. Dificuldade para manusear instrumentos de desenho geométrico, como: compasso,

transferidor e régua.

Em conversa informal com os alunos percebeu-se relatos de não acesso,

principalmente ao compasso e transferidor e de que estes apresentavam muita dificuldade em

medir ângulos e manuseio do compasso.

Page 45: Monografia Joene Matemática 2010

44

A prática com o manuseio do compasso veio aos poucos, e a aprendizagem quanto a

medir ângulos com uso do transferidor foi perfeitamente assimilada.

2 Dificuldade nas atividades iniciais

As atividades iniciais foram mais lentas devido a dificuldade relatada no item anterior,

pois para bom desempenho das construções é necessário manusear bem as ferramentas, bem

como aprender e discernir os termos geométricos.

3. Dificuldade em conceitos como reta, segmento de reta, semi-reta...

Durante as atividades notou-se muita dúvida em discernir termos geométricos, até

mesmo figuras.

Essa dificuldade entre os alunos, perdurou até o final do curso, afinal, era uma das

poucas vezes que tinham ouvido e realizado atividades de desenho geométrico.

7.2.5 Avaliação quantitativa e qualitativa de cada grupo

A avaliação foi dividida em dois momentos, avaliação qualitativa que ocorreu durante

as atividades e avaliação quantitativa que ocorreu na avaliação final. Nesta última, os alunos

escolheram cinco questões e uma optativa, das que foram vistas, durante o mini-curso, cada

questão com um valor quantitativo de 2,5; ao total fechando 10,0, sendo critérios de

avaliação, processo de construção, descrição da construção, assimilação dos termos

geométricos e suas nomenclaturas, enfim desempenho em cada construção.

Com isso as notas foram assim atribuídas:

Notas qualitativas ; A- ótimo; B- bom; C- regular

Notas quantitativas ; A- 0,0 á 2,0; B- 2,0 á 4,0; C- 4,0 á 6,0; D- 6,0 á 8,0; E- 8,0 á 10,0

Page 46: Monografia Joene Matemática 2010

45

TABELA 2. AVALIAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA DE AULA

TRADICIONAL

AVALIAÇÃO QUANTITATIVA AVALIAÇÃO QUALITATIVA

GRUPO A E A

GRUPO B C C

GRUPO C E A

GRUPO D D B

Tabela realizada a partir de avaliação com alunos

O que pode ser observado a partir da tabela IV, é que os alunos que tiveram pouca

participação, interação entre os grupos, obtiveram notas menores, em comparação aos grupos

que trocaram informações e sugestões durantes as construções e as aulas. Mesmo não

alcançando valor máximo na nota quantitativa se saíram muito bem nas construções de

atividades que foram realizadas no decorrer do curso.

7.3 Terceiro Momento (reflexão sobre diferentes modalidades de aula com o software e

sem o software)

Essas duas etapas com o software e o com o ensino tradicional nos permitiram inferir

que o software pode promover aprendizagem, considerando que durante o mini-curso os

alunos realizaram todas as construções apresentando poucas dificuldades e motivação a

aprender. Nesse mesmo sentido não se pode dizer que o ensino tradicional também não

promova. Como pode ser visto no gráfico 7 a seguir, eles afirmam que só o software é

insuficiente, o que subentende-se que mesmo a aula tradicional sendo longa e cansativa,

apesar das tecnologias, o aluno considera o papel do professor indispensável na

aprendizagem.

E foi a partir de todos estes dados que se percebeu que uma aula tradicional, mesmo

que não seja de construções geométricas, mas com o auxílio do software pode ser muito

produtivo na compreensão, visualização e todas as vantagens já citadas anteriormente sobre o

uso do Cabri-Géomètre II.

Foi visto que sem o software as dificuldades restavam em decorar termos, formas,

conceitos e propriedades, no processo lento de construções geométricas, o que reforça a idéia

Page 47: Monografia Joene Matemática 2010

46

de uso do software Cabri-Géomètre II, pode agilizar as construções, e através da visualização

e manuseio dos menus identificar conceitos e formas sem necessidade de decorar.

Acredita-se através de observações desta pesquisa que este tempo gasto para

determinadas construções pode ser reduzido a um tipo de aula com o software.

Quando o aluno tem o conhecimento de construção geométricas com uso de

instrumentos comuns como compasso régua, transferidor e lápis, ou até mesmo sem estes,

como é feito normalmente na aula de geometria, é possível utilizar o software como

instrumento de apoio para fazer construções de forma mais rápida, usufruindo do resto do

tempo para verificar teoremas, assimilar conceitos e propriedades, já que agora o aluno

entende todo o processo de construção geométrica, sabe utilizar as ferramentas mais usuais

como o compasso e tem uma visão mais ampla que com certeza não será limitada a

conhecimentos somente computacionais ou somente decorativos. Fazendo várias construções

de maneira ágil, verificando conceitos com movimentação das figuras, cálculos, ampliação,

redução etc.

Comparação entre estas aulas pode ser visto nas seguintes tabelas:

QUADRO 3. CONSIDERAÇÕES REFERENTES A AULA TRADICIONAL

AULA TRADICIONAL RECURSOS

GERALMENTE

UTILIZADOS

POSSIVEL COMPORTAMENTO DO

ALUNO

Professor elabora plano de aula

com intenção de transmitir

conhecimento

Instrumental comum

Quadro, giz, lápis, borracha

e outros.

Apresenta aos alunos objetivos e

procedimentos Retroprojetor, quadro e

oralmente

Apresenta aos alunos objetivos e

procedimentos Retroprojetor, quadro e

oralmente

Dúvidas

Faz demonstrações, usando

desenhos e símbolos no quadro Retroprojetor, quadro e

oralmente

Rejeição, dúvidas, necessidade de

comparação concreta

Faz comparações, interliga

conteúdos Volta a conteúdos vistos Surpresa e maior compreensão

Realiza atividade prática

(exercícios) Livro didático lista de

exercício

Percepção de diferenças nas figuras

prontas, dificuldade

Correção e discussão da lista de

exercício

Quadro, giz ou pincel Tirar dúvidas, trocar conhecimento, tirar

conclusão

Avaliação Listas de exercícios,

pesquisas

Repúdio, incapacidade, ansiedade

Fonte: observação de mini-curso com uso do software Cabri-Géomètre II

Page 48: Monografia Joene Matemática 2010

47

QUADRO 4. CONSIDERAÇÕES RELACIONADAS À AULA COM O SOFTWARE

Cabri-Géomètre II

COM USO DO SOFTWARE CABRI-

GÉOMÈTRE

POSSÍVEL

COMPORTAMENTO DO

ALUNO

VANTAGENS COM USO DO

SOFTWARE CABRI-

GÉOMÈTRE

Professor elabora plano de aula dando

prioridade a construção

O objetivo não é transmitir e

sim construir

Pode acontecer com data show, oralmente

ou ao decorrer da atividade

Conceitua, apresenta propriedades e

teoremas de forma superficial

Dúvidas, incompreensão O professor instiga o aluno a

procurar respostas que ele irá

descobrir

De forma superficial Dúvidas, incompreensão O próprio aluno verifica através

da construção e discussão em

grupo

As comparações acontecem com as

construções realizadas e flexibilidade das

mesmas

O aluno faz a comparação na

sua construção

A comparação acontece durante

resolução de atividades

Atividade no software, documentando os

passos realizados em forma de texto

Entender construindo e

movimentando suas

construções

As construções utilizam vários

concretos de geometria, podem

ser movimentadas, fugindo do

padrão do livro didático

Organização das idéias e

consequentemente do texto construído

Discuti sua construção em

grupo, tira conclusões a partir

da construção, visualização e

verificação.

Todos discutem suas

construções, como a obtiveram

o que conseguiram,

identificando conceitos e

propriedades

A avaliação contínua, no decorrer da

construção.

O aluno não percebe que está

sendo avaliado

Contínua, verificando

procedimentos e habilidades do

aluno nas suas construções e

conclusões

Fonte: observação de mini-curso com uso do software Cabri-Géomètre II

7.4 Quarto Momento; análise gráfica

O objetivo desta pesquisa através de questionários para professores e alunos, foi

complementar e justificar o uso do software na sala de aula, mostrando que os alunos

convivem com a tecnologia digital, sendo esta parte do seu cotidiano e, consequentemente, de

grande parte de suas aprendizagens e conexão com informações.

Nos itens anteriores deste trabalho mostrou-se a importância da tecnologia digital, do

software Cabri-Géomètre II e benefícios do seu uso. Neste momento, vem se constatar a

freqüência que o aluno usa computador, locais de uso, opinião quanto ao uso do software,

capacitação dos professores para uso deste. Enfim, opinião de ambos os lados sobre a

tecnologia e o software Cabri-Géomètre II, na sala de aula.

Page 49: Monografia Joene Matemática 2010

48

7.4.1 Gráficos referentes a pesquisas com alunos

A partir das respostas no formulário feito tanto para alunos que fizeram o mini-curso com

o software quanto para alunos que fizeram o mini-curso em APL, ficou possível fazer a

constatação de alguns dados que podem ser vistos nos gráficos seguintes:

GRÁFICO 1. Com que frequência o aluno utiliza computador

2; 7%

21; 75%

5; 18%

NÃO USO

SEMPRE

ÁS VEZES

Fonte – Questionário aplicado aos alunos do Colégio Estadual Teixeira de Freitas

Foi possível verificar que dos 28 alunos que responderam ao questionário, 26 utilizam o

computador sempre, 5 ás vezes e apenas 2, não o utilizam o computador.

Com isso percebe-se que 26 alunos, ou seja, a maioria utiliza o computador, para

realizar algum tipo de atividade, e que mesmo não tendo computador em casa tem acesso em

outros lugares como: trabalho, lan house, escola e outros. O que justifica a opinião dos alunos,

sobre uso da tecnologia também na sala de aula, já que esta faz parte do seu cotidiano, como

pode ser visto nas suas respostas quando perguntamos sobre uso da tecnologia na sala de aula:

ALUNO 1:Sim, porque a tecnologia nos ajuda a fazer boas pesquisas, saber de

novas coisas

ALUNO 2:Alunos ficariam mais na sala de aula

ALUNO 3: Para o aluno ter mais aprendizado

ALUNO 4: Todos os alunos passariam a se interessar pelo assunto

ALUNO 5: Com ele aprendemos a estimular e a trabalhar melhor o nosso raciocínio

ALUNO 6: Mais prático as aulas ficam melhores

ALUNO 7: Aprender coisas diferentes

Page 50: Monografia Joene Matemática 2010

49

ALUNO 8: Mais experiências

Os locais onde o aluno utiliza o computador variam, desde em sua casa até em lan

house, trabalhos escolas e outros, como pode ser visto no gráfico 2.

GRÁFICO 2. Locais onde o aluno usa o computador

9; 32%

13; 46%

5; 18%

1; 4%

EM CASA LAN HOUSE ESCOLA OUTROS

Fonte – Questionário aplicado aos alunos do Colégio Estadual Teixeira de Freitas

O uso da tecnologia na sala de aula, é aprovada pelos alunos, estes que argumentam

ter mais agilidade e interesse com o seu uso, como pode ser observado no gráfico 3.

GRÁFICO 3. Opinião do aluno quanto ao uso da tecnologia em sala de aula

26; 93%

2; 7%

SIM NÃO

Fonte – Questionário aplicado aos alunos do Colégio Estadual Teixeira de Freitas

Porém, mesmo concordando com o uso da tecnologia, os dados ainda nos mostram

que a maioria dos alunos ainda que não tenham tido aula com uso de software matemático já

ouviram falar de algum. Embora no geral não consigam identificar um software específico,

Page 51: Monografia Joene Matemática 2010

50

gráficos 4 .

GRÁFICO 4. Conhecimento sobre algum software matemático

7; 25%

21; 75%

NÃO SIM

Fonte – Questionário aplicado aos alunos do Colégio Estadual Teixeira de Freitas

Apesar de 75% dos alunos conhecerem ou já terem ouvido falar sobre softwares, nem todos

tiveram oportunidade de ter aula com estes, como mostra o gráfico 5.

GRÁFICO 5. Aula com uso de software matemático

20; 71%

8; 29%

NÃO SIM

Fonte – Questionário aplicado aos alunos do Colégio Estadual Teixeira de Freitas

Quanto ao software Cabri-Géomètre II, a maioria nunca ouviu falar ou não sabiam o

que era, conforme o gráfico 6, abaixo:

Page 52: Monografia Joene Matemática 2010

51

GRAFICO 6. Alunos conhecem o Cabri-Géomètre II?

9; 32%

19; 68%

SIM NÃO

Fonte – Questionário aplicado aos alunos do Colégio Estadual Teixeira de Freitas

A tecnologia computacional faz parte do cotidiano do aluno, é através do computador

que ele se informa, se comunica, interage com o meio. É também por meio deste que ele

pesquisa as atividades escolares. Porém, nota-se que o uso do software ainda é pouco

utilizado na aula de matemática, como pode ser visto no Gráfico 5, mas que com certeza seu

uso não sofreria rejeição, como é demonstrado no Gráfico 3.

Os alunos que fizeram o mini-curso puderam discernir e responder sobre quais as

diferenças de uma aula com o software matemático e uma aula sem o software. Dentre as suas

respostas obtivemos as seguintes:

ALUNO 1: A diferença é grande, porque os conteúdos são mais interessantes, as

coisas podem mudar de lugar, enfim você pratica mais e as aulas ficam mais

interessantes.

ALUNO 2: Com o software fica fácil de aprender, e com a aula normal tenho

dificuldade de aprender.

ALUNO 3: È que com o software é mais fácil porque podemos movimentar,

aumentar ou diminuir nossa atividade, ou seja alterar da nossa forma.

ALUNO 4: Com o software eu aprendi com mais facilidade

ALUNO 5: Quem nunca estudou pelo programa acha que é difícil mas não é,

modifica pouca coisa.

ALUNO 6: Atividade no software é mais prático

ALUNO 7: Com uso do software a aula fica mais prazerosa, agente fica mais

interessado

Page 53: Monografia Joene Matemática 2010

52

ALUNO 8: Na sala a gente só escreve no caderno, e no computador a gente ver

coisas diferentes e faz coisas também.

Sobre o que percebeu de diferente entre realizar atividade software, livro didático ou

no caderno:

ALUNO 1: No software é melhor porque ele oferece tecnologia e rapidez

ALUNO 2:No software não precisa copiar no caderno

ALUNO 3: No caderno demora mais

ALUNO 4: No software a gente pode movimentar, dar elasticidade

Novamente os alunos afirmam sobre a rapidez do processo, e citam aos movimentos

que podem fazer com a figura no software, estas que são as principais vantagens citadas por

Afonso Henriques em seu livro Dinâmica dos Elementos da Geometria Plana em Ambiente

Computacional Cabri-Géomètre II.

Com todas estas vantagens apresentadas pelos alunos, foi possível perceber que não

aceitam a substituição total de aulas tradicionais por aulas com software matemático, os

alunos acreditam que uma aula completa pode e deve acontecer com o uso do software

matemático como apoio e com a presença do professor, quadro, caderno e livro didático,

como pode ser demonstrado no gráfico 7.

GRÁFICO 7. Maneira completa de aula

1; 4% 1; 4%

26; 92%

SÓ AULAS TRADICIONAIS SÓ COM O USO DO SOFTWARE USO DO SOFTWARE COMO APOIO

Fonte – Questionário aplicado aos alunos do Colégio Estadual Teixeira de Freitas

Page 54: Monografia Joene Matemática 2010

53

7.4.2 GRÁFICOS REFERENTE A PESQUISAS COM PROFESSORES

A pesquisa não se limitou apenas aos alunos, mas também a opinião dos mediadores

da educação, os professores. Para inicio da pesquisa foi de grande importância saber o tempo

de profissão dos professores de matemática de diferentes colégios de Senhor do Bonfim, já

que a tecnologia caminha lado a lado com o tempo, pois saber se este influencia ou

influenciou na educação atual é fator primordial para entender a educação atual e os conceitos

de tecnologia. No gráfico 8, demonstra-se o período de capacitação para uso do software.

GRÁFICO 8. Período de capacitação para uso do software

2; 17%

1; 8%

9; 75%

AO TERMINO DA GRADUAÇÃO NO PERIODO DE GRADUAÇÃO NÃO FEZ CURSO EM NENHUM PERÍODO

Fonte – Questionário aplicado aos professores do Colégio Estadual Teixeira de Freitas

Nesses dados colhemos informações que demonstraram que a maioria tinha mais de 20

anos de tempo de profissão, todos eram licenciados em matemática, e um dado muito

importante é que penas 1 destes professores teve capacitação em algum software durante o

período de graduação, sendo que este teve formação recente, 2 fizeram ao término da

graduação e 9, não fizeram qualquer tipo de capacitação para uso do software, sendo estes

dois últimos o grupo com mais tempo de profissão.

A estes professores pesquisados viu-se a importância de perguntar sobre seu

conhecimento em relação a algum matemático, mesmo que não seja o software Cabri-

Géomètre II, em respostas temos que:

Dos professores pesquisados, 2 disseram não conhecer nenhum tipo de software

matemático, enquanto os outros 10, conhecem um ou mais de dois, e mesmo assim apenas

Page 55: Monografia Joene Matemática 2010

54

quatro destes afirmam ter usado o software em sala de aula (Gráfico 9).

GRÁFICO 9. Conhece algum software matemático?

1; 8%

2; 17%

4; 33%

5; 42%

SIM, DOIS NÃO SIM, UM SIM, MAIS DE DOIS

Fonte – Questionário aplicado aos professores do Colégio Estadual Teixeira de Freitas

Os motivos que justificam o não uso do software variam. A maioria diz não estar

preparada, comentam sobre a estrutura física do colégio, pouca duração das aulas e da longa

jornada de trabalho. Estes foram alguns itens destacados pelo professor, como pode ser visto

no Gráfico 10.

GRAFICO 10. Justificativa por não usar o software

7; 58%2; 17%

2; 17%

1; 8%

não me sinto preparado(a), pois não vi nada no período de graduação

as salas de informática ou os computadores não suportam a quantidade de alunos

cho interessante mas não tenho tempo para me capacitar

falta de tempo

Fonte – Questionário aplicado aos professores do Colégio Estadual Teixeira de Freitas

Ainda através de dados do questionário 12 professores afirmaram conhecer o software

Cabri-Géomètre II, acreditando ser possível ensinar geometria através do software, tendo a

Page 56: Monografia Joene Matemática 2010

55

consciência que os métodos e procedimentos diferem dos de uma aula tradicional e que o

fator primordial para uma aula com o software é ter afinidade com o programa, sendo este um

dos principais obstáculos dos professores, já que estes não tem tempo para tal .

No caso deste utilitário gráfico pode-se dizer que as iniciativas governamentais são de

extrema importância, não só de informatizar a escola e trazer computadores novos, mas sim

de incentivar os professores a uma capacitação, para que não só o professor de informática

possa utilizar o Laboratório de Informática mas também os professores das demais

disciplinas.

È importante ainda, que os cursos para capacitação de uso de softwares não sejam

oferecidos só no período de graduação mas também depois, dando a oportunidade de quem

não as teve realizá-las, pois como cita o professor norte americano Kilpatrick (2008),"para

melhorar o ensino de Matemática, não é necessário investir mais recursos, mas aprimorar os

programas de formação".

Page 57: Monografia Joene Matemática 2010

56

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÃO

Neste trabalho realizou-se uma revisão bibliográfica sobre o software Cabri-Géomètre

II, identificando suas funcionalidades, a área da matemática onde pode ser aplicado,

metodologias e conteúdos que podem ser usados com este na sala de aula. Foi observado que

este software tem sido utilizado de forma incipiente, pois pouco tem sido aplicado na sala de

aula e professores não se sentem preparados para sua utilização, seja por problemas de

formação ou da própria cultura da escola e de alunos. Durante essa revisão vimos que a

quantidade de material para pesquisa é escassa, existem poucos livros que tragam atividades e

metodologias a serem aplicadas por este, ou que ensinem como utilizá-lo, e em função disso

nos limitamos as suas funcionalidades básicas, como foi visto neste trabalho realizado com

construções básicas de geometria plana.

No geral o software Cabri-Géomètre II permite que o aluno faça sua própria

construção geométrica, o que pode fazer com que ganhem autonomia no trabalho, tornem-se

mais criativos aumentando a atenção e participação na aula. Permite ao aluno verificar

propriedades geométricas, o que pode estimular a aprendizagem e desenvolvimento de

estrutura lógica do pensamento, pois o aluno é capaz de criar seus próprios conceitos e

definições através do que e como foi feito.

Práticas complementares ao conteúdo com uso do software podem ser vistas em sala

de aula, tendo em vista que ao realizar atividades no Cabri o aluno socializa métodos que

utilizou para sua construção. O trabalho pode ser em equipe, estimulando a comunicação e

este interage com a tecnologia digital ao aprender, ampliando formas de pesquisar e estudar,

já que estará utilizando o computador como instrumento de apoio.

Em atividades o que se pode perceber com o uso deste software é que o aluno se torna

totalmente ativo e constrói conhecimento do conteúdo, o que prende a atenção do aluno a sua

atividade, com participação, esclarecimento de dúvidas e realização de diversas construções.

Percebemos através dos resultados aqui encontrados que uma aula precisa ser bem

direcionada e que bons resultados dependem da metodologia utilizada. E que as vezes é

Page 58: Monografia Joene Matemática 2010

57

necessário elaborar ou reelaborar atividades, já que o material de trabalho é escasso e as

necessidades variam de acordo com cada turma.

Acompanhando o desempenho dos alunos nesse tipo de aula com uso deste software

Cabri-Géomètre II, foi possível perceber a importância da avaliação qualitativa, já que o

aluno é avaliado em todo o processo, e o que é preciso ser levado em conta são os métodos e

procedimentos utilizados por estes para suas construções e elaboração de conceitos e

definições de geometria.

O que se pode notar diante da pesquisa aqui apresentadas é que o professor ainda se

sente despreparado e desmotivado para inovar suas aulas, seja por motivos estruturais da

escola, salariais e até mesmo culturais.

Ao final da pesquisa, notou-se que é possível aprender com o software Cabri-

Géomètre II, pois oferece uma imensa possibilidade de conhecimento, visualização a não

obrigação de decorar termos e sim associa-los ao que é visto, com várias estratégias de

aplicação.

Não há dificuldade em trabalhar com o computador, por já ser uma máquina do

cotidiano, comprovamos isso no decorrer da realização de atividades onde os alunos

progrediram de maneira rápida e espontânea.

Para a formação como futuro professor possibilitou enriquecimento para atuação em

sala de aula e ampliação de métodos de ensino, podendo vir a favorecer na postura de

professor inovador e pesquisador.

Em trabalhos futuros pretende-se disponibilizar de mais tempo para mini-cursos em

escolas, atendendo a alunos e professores. Além disso pretende-se estender o uso do Cabri-

Géomètre II como componente de extensão na graduação de Licenciatura Plena em

Matemática.

Page 59: Monografia Joene Matemática 2010

58

REFERÊNCIAS

BELLO, José Luiz de Paiva. Metodologia Científica. 2004. Disponível em

<http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/met01.htm> Acessado 10 de mai. 2010.

BICUDO, Maria Aparecida. Pesquisa em Educação Matemática: concepções e perspectivas

UNESP, 1999 – (Seminários e Debates).

BIONGIOVANNI, Vincenzo. Descobrindo o Cabri-Géomètre: caderno de atividades, São

Paulo: FTD 1997.

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Page 62: Monografia Joene Matemática 2010

61

APÊNDICE

Page 63: Monografia Joene Matemática 2010

62

APÊNDICE I

QUESTIONÁRIO APLICADO PARA ALUNO

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UNIVERSIDADE DOE ESTADO DA BAHIA-UNEB

CURSO-LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA

QUESTIONÁRIO APLICADO PARA ALUNO

Este questionário tem como finalidade colher dados para trabalho de conclusão de curso.

1. Série_______________________

2. Com que frequência você utiliza computador?

( ) sempre ( ) não uso ( ) ás vezes

3. Onde você utiliza computador?

( ) em casa ( ) lan house ( ) escola ( ) trabalho ( )outros

4- Você utiliza o computador para:

( ) pesquisas escolares

( ) entretenimento

( ) trabalho

5. Acredita ser possível aprender um conteúdo com o uso de um software?

( ) sim ( ) não

6. Você concorda que a tecnologia seja usada em sala de aula?

( ) sim ( ) não

Por quê?____________________________________________________________________

7. Conhece algum software matemático?

( ) não ( ) sim, um ( ) sim dois ( ) sim, mais de dois

8. Acha que matemática está interligada a tecnologia?

( ) sim ( ) não

Page 65: Monografia Joene Matemática 2010

64

9. Já teve aula de matemática com o uso de computador na escola?

( ) sim ( ) não ( ) ás vezes

10. Já estudou algum conteúdo com o uso de softwares matemáticos?

( ) sim ( ) não

Se sim responda as demais perguntas

11. Quais as diferenças de uma aula com o software e uma aula sem o software?

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

12. O que percebeu de diferente entre realizar exercício no software e no livro didático, ou

caderno?

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

13. Já conhecia o Cabri-Géomètre II?

( ) sim ( ) não

14. O manuseio de ferramentas do software e sua visualização facilitou na assimilação de

conceitos?

( ) sim ( ) não

Page 66: Monografia Joene Matemática 2010

65

15. É possível aprender geometria plana com o uso do software?

( ) sim ( ) não

16. A aula realizada com o software é considerada suficiente ou necessitaria de aulas

tradicionais?

( ) sim ( ) não

17. Você foi capaz de criar figuras geométricas descobrir suas características?

( ) sim ( ) não

18. A maneira de como a atividade é realizada em sala de aula difere da utilizada com o

software?

( ) sim ( ) não

19. Qual seria a maneira mais completa de aulas?

( ) só com o uso do software

( ) aulas na sala complementadas de aulas com o software

( ) só aulas tradicionais

Page 67: Monografia Joene Matemática 2010

66

APÊNDICE I I

QUESTIONÁRIO APLICADO PARA PROFESSOR

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UNIVERSIDADE DOE ESTADO DA BAHIA-UNEB

CURSO-LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA

QUESTIONÁRIO APLICADO PARA PROFESSOR

Este questionário tem como finalidade colher dados para trabalho de conclusão de curso

1. Idade_________________________________________________

2. Formação____________________________________________

3. Tempo de profissão__________________________________

4. Durante o período de graduação, fez uso de algum software matemático na universidade?

( ) sim ( ) não

5. Quando terminou a graduação teve oportunidade de fazer algum curso nessa área de

tecnologia na educação com uso de softwares?

( ) sim ( ) não

6. Conhece algum software matemático?

( ) não ( ) sim, um ( ) sim dois ( ) sim, mais de dois

7. Já utilizou algum software matemático em sua aula?

( ) sim ( ) não

Se não

Justifique:___________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________

8. Acredita que o uso do software seja eficaz se usado:

a) individualmente b) como instrumento de auxílio

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68

9, Dentre os vários motivos que podem dificultar um professor a fazer uso de software como

instrumento de auxílio ao ensino/aprendizagem:

( ) não me sinto preparado(a), pois não vi nada sobre o uso de software matemátic0 na

graduação.

( ) os computadores da escola estão sempre com defeito

( ) as salas de informática , ou os computadores não suportam a quantidade de alunos.

( ) considero minhas aulas suficientes.

( ) não há tempo, temos pouco tempo para cumprir o plano de curso.

( ) não tenho afinidades com o computador

( ) tenho certeza que os alunos não aprenderiam, ficariam dispersos e fazendo outras coisas.

( ) quando estudei aprendi sem uso de computadores, então acredito que isso seja apenas

modismo

( ) esse tipo de atividade exigiria um plano de aula bem elaborado e não temos tempo, pois

nos professores trabalháramos em várias escolas.

( ) acho interessante mas não tenho tempo para me capacitar.

( ) a escola , ou os pais dos alunos não permite

10-Você conhece o software Cabri-Géomètre II?

( ) sim ( ) não

OBS: se sim responda as demais perguntas

11. É possível ensinar geometria através do software?

( ) sim ( ) não

12. A aula somente com uso do software é considerada insuficiente?

( ) sim ( ) não

13. Os procedimentos de ma aula com o software seriam os mesmos de uma aula normal?

( ) sim ( ) não

14. Todas as atividades do livro didático podem ser utilizadas no software, ou precisam ser

adaptadas?

( ) sim ( ) não

15. Seria capaz de ensinar geometria através do software?

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69

( ) sim ( ) não

16. É possível identificar dificuldades do aluno através do software?

( ) sim ( ) não

17. O que você considera fundamental em uma aula com o Cabri-Géomètre II?

________________________________________________________________________