modulo de primeiro socorros

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    S UM ÁRI O

    1. ATRIBUTOS E RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA.........02

    2. A OCORRÊNCIA..............................................................................05

    3. AVALIAÇÃO GERAL DO PACIENTE.............................................06

    4. SUPORTE BÁSICO DE VIDA ........................................................17

    5. DESFIBRILAÇÃO EXTERNA AUTOMÁTICA................................26

    6. OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO...31

    7. CHOQUE...........................................................................................38

    8. HEMORRAGIA...............................................................................41

    9. QUEIMADURAS..............................................................................49

    10. LESÃO CEREBRAL TRAUMÁTICA............................................55

    11. TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR (TRM)..................................59

    12. TRAUMA TORÁCICO....................................................................61

    13. TRAUMA ABDOMINAL................................................................64

    14. TRAUMA MÚSCULO - ESQUELÉTICO......................................68

    15. INTOXICAÇÕES...........................................................................7316. TRIAGEM......................................................................................76

    17. REFERÊNCIAS.............................................................................80

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    1. ATRIBUTOS E RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA

    1 .1 INTRODUÇÃO

    É da maior importância que o socorrista conheça e saiba colocar em prática o suportebásico de vida. Saber fazer o certo na hora certa pode significar a diferença entre a vidae a morte para um acidentado. Além disso, os conhecimentos na área podem minimizaros resultados decorrentes de uma lesão, reduzir o sofrimento da vítima e colocá-la emmelhores condições para receber o tratamento definitivo.

    1 .2 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH)

    É o conjunto de procedimentos técnicos realizados no local da emergência e durante o

    transporte da vítima, visando mantê-la com vida e estável, evitando o agravamento daslesões existentes e fornecendo um transporte rápido e adequado até um serviço dereferencia.

    1 .3 O SOCORRISTA

    É pessoa tecnicamente capacitada e habilitada para, com segurança, avaliar eidentificar problemas que comprometam a vida. Cabe ao socorrista prestar o adequadosocorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes.

    É uma atividade regulamentada pelo Ministério da Saúde, segundo a portaria N° 2048,de 05 de novembro de 2002. O socorrista possui um treinamento mais amplo e detalhadoque uma pessoa prestadora de socorro.

    1 .4 ATRIBUTOS DO SOCORRISTA

    Os principais atributos inerentes à função do socorrista são:

    a)

    b)

    c)

    Ter conhecimento técnico e capacidade para oferecer o atendimento

    necessário;

     Aprender a controlar suas emoções, ser paciente com as ações anormais ouexageradas daqueles que estão sob situação de estresse;

    Ter capacidade de liderança para dar segurança e conforto ao paciente.

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    1 .5 RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA

     As responsabilidades do socorrista no local da emergência incluem o cumprimentodas seguintes atividades:

    a)

    b)

    c)

    d)

    e)

    f)

    g)

    h)

    i)

    1 .6

    a)

    b)

    c)

    d)

    Ter conhecimento acerca da necessidade de utilização dos equipamentos deproteção individual (EPI's) e fazer uso dos mesmos;

    Controlar o local do acidente, identificando e gerenciando os riscos, de modo aproteger a si mesmo, sua equipe, o paciente e prevenir outros acidentes;

    Colher o maior número possível de informações junto à base, tais como tipo deacidente, nº e situação das vítimas, se já foi acionado outro órgão para o local(recursos adicionais), pontos de referência do local da ocorrência etc..

    Obter acesso seguro ao paciente e utilizar os equipamentos necessários para asituação;

    Identificar os problemas utilizando-se das informações obtidas no local, atravésda cinemática do trauma e pela avaliação do paciente;

    Fazer o melhor possível para proporcionar uma assistência de acordo com seutreinamento, não correndo riscos desnecessários. Tentar fazer o que estiver ao seualcance para socorrer uma vítima, desde que a cena esteja segura para sie sua equipe primeiramente;

    Decidir quando a situação exige a mobilização ou mudança da posição ou local dopaciente. O procedimento deve ser realizado com técnicas que evitem ouminimizem os riscos de lesões adicionais;

    Solicitar, se necessário, auxílio de terceiros presentes no local da emergência ecoordenar as atividades;

    Fornecer um atendimento humanizado ao paciente, tratando com dignidade erespeito à vida humana.

    DIREITOS DO PACIENTE

    Solicitar e receber atendimento;

    Exigir sigilo sobre suas condições;

    Denunciar a quem não lhe prestou socorro e/ou não fez sigilo de sua condição;

    Recusar o atendimento conforme o caso.

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    1 .7 TERMOS USUAIS

    •  Primeiros Socorros:  São os cuidados imediatos prestados a uma pessoa cujoestado físico coloca em perigo a sua vida ou a sua saúde, com o fim de manter as

    suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, até que recebaassistência médica especializada.

    •  Urgência: Condição indica gravidade, mas geralmente não perigosa. Estado quenecessita de encaminhamento rápido ao hospital. O tempo gasto entre o momentoem que a vítima é encontrada e o seu encaminhamento deve ser o mais curtopossível.

    Ex.: queimaduras; estado de pânico agudo; dor abdominal grave.

    •  Emergência: Condição potencialmente ameaçadora a vida ou à ação normal deum órgão em estado grave, que necessita atendimento médico imediato com amais alta prioridade.

    Ex.: parada cardíaca; choque profundo; traumatismo craniano.

    •  Acidente:  Fato do qual resulta pessoas feridas e/ou mortas que necessitam deatendimento.

    •  Incidente:  Fato ou evento desastroso do qual não resulta pessoas mortas ou

    feridas, mas que pode oferecer risco futuro.

    •  Sinal: É a informação obtida a partir da observação da vítima.

    •  Sintoma: É informação a partir de um relato da vítima.

    •  Suporte Básico da Vida:  É uma medida de emergência que consiste noreconhecimento e correção da falência do sistema respiratório e/oucardiovascular, ou seja, manter a pessoa respirando, com pulso e semhemorragias.

    •  Trauma: Aplicação de uma força que supera a capacidade de resistência do corpoou parte dele, provocando lesões de extensão, intensidade e gravidade variáveis,que podem ser produzidas por agentes diversos (físicos ou químicos), sendo deforma acidental e ou intencional, agindo instantânea ou prolongadamente,provocando perturbação somática e/ou psíquica.

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    2. A OCORRÊNCIA

    Evento causado pelo homem, de forma intencional ou acidental, por fenômenosnaturais, ou patologias, que podem colocar em risco a integridade de pessoas ou bens e

    requer ação imediata de suporte básico de vida, a fim de proporcionar uma melhorqualidade de vida ou sobrevida aos pacientes, bem como evitar maiores danos àpropriedade ou ao meio ambiente.

    2 .1 CHAMADA DE EMERGÊNCIA

    Dados a solicitar ou confirmar durante o deslocamento para a cena de emergência:

    • 

    2 .2

    Local do acidente (ponto de referência);Solicitante;

    Natureza da ocorrência;N.º de vítimas e idade aproximada;Gravidade das vítimas; Ações já empreendidas.

    RECONHECIMENTO DO LOCAL DA OCORRÊNCIA

    Reconhecimento da situação, realizado pelo socorrista no momento em que chega aolocal da emergência. O reconhecimento é necessário para que o socorrista possa avaliara situação inicial, decidir o que fazer e como fazer.

    2.2.1 AVALIAÇÃO DO LOCAL

    O socorrista deverá avaliar o local da ocorrência, observando principalmente osseguintes aspectos:

    •   A situação;•  Potencial de risco;•   As medidas a serem adotadas;•   Adoção de medidas de proteção individual (EPI).

     Após avaliar o local, o socorrista deverá gerenciar os riscos presentes na cena e acionaro serviço de emergência.

    2.2.2 GERENCIAMENTO DOS RISCOS

    Consiste na avaliação minuciosa por parte do socorrista em toda a cena deemergência, possibilitando eliminar ou minimizar as situações de risco existentes.

    2.2.3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

    EPI's são equipamentos destinados à proteção da integridade física do socorristadurante a realização de atividades onde possam existir riscos potenciais à sua pessoa.

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    3. AVALIAÇÃO GERAL DO PACIENTE

     A avaliação é a pedra fundamental para o melhor atendimento ao doente. A primeira metaé determinar a situação atual da vítima. Desenvolve-se uma impressão geral,

    estabelecem-se valores basais para os estados respiratórios, circulatório eneurológico. Em seguida, são rapidamente encontradas e tratadas as condições queameaçam a vida. Se o tempo permitir, mais frequentemente quando o transporte estásendo efetuado, é feita uma avaliação detalhada de lesões sem risco de vida ou quecomprometam membros.

    Todas essas etapas são realizadas com rapidez e eficiência com o intuito de minimizaro tempo gasto na cena. Não se pode permitir que doentes graves permaneçam no localdo trauma para outro cuidado que não o de estabilizá-los para transporte, a menos queestejam presos ou existam outras complicações que impeçam o transporte imediato.

    De acordo com o PHTLS, o processo de avaliação geral do paciente divide-se em quatrofases distintas, a saber:

    • 

    3 .1

    Exame da cena;Exame primário;Exame secundário;Monitoramento e reavaliação.

    EXAME DA CENA

     Antes de iniciar o atendimento propriamente dito, a equipe de socorro deve garantir suaprópria condição de segurança, a das vítimas e a dos demais presentes. De nenhumaforma qualquer membro da equipe deve se expor a um risco com chance de setransformar em vítima, o que levaria a deslocar ou dividir recursos de salvamentodisponíveis para aquela ocorrência. Mas isso já foi discutido no capítulo anterior.

    3 .2 EXAME PRIMÁRIO

    Podemos conceituá-lo como sendo um processo ordenado para identificar e corrigir, de

    imediato, problemas que ameacem a vida em curto prazo.No doente traumatizado multissistêmico1 grave, a prioridade máxima é a identificação e oatendimento rápido de condições que ameacem a vida. Mais de 90% dos doentestraumatizados possuem ferimentos que envolvem apenas um sistema. Para esses, hátempo para fazer tanto o exame primário quanto o secundário completos.

    1O paciente multissistêmico possui lesões que afetam mais de um sistema do corpo, incluindo ossistemas pulmonar, circulatório, neurológico, gastrointestinal, musculoesquelético e tegumentar.

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    Para doentes traumatizados graves, o socorrista não pode fazer mais do que o exameprimário. A ênfase é na avaliação rápida, utilizando cinco etapas (ABCDE do trauma).

     A - ( Airway) permeabilidade das vias aéreas e controle da coluna cervical

    B- (Breathing) ventilação. Se a vítima respira e como se processa essa respiração

    C- (Circulation) verificar pulso, hemorragia e risco de estado de choque

    D- (Disability) incapacidade neurológica

    E- (Exposure) exposição de ferimentos

    Como Realizar o Exame primário

    1. Observe visualmente a cena (cinemática do trauma) e forme uma  impressãogeral do paciente;

    2. Apresente-se ao paciente e  solicite o seu consentimento.  "Eu sou o... (nome dobombeiro), Bombeiro Profissional Civil, e estou aqui para te ajudar. O que aconteceucontigo?". Uma resposta adequada permite esclarecer que a vítima está consciente,que as vias aéreas estão permeáveis e que respira;

    3. Vias aéreas (A): Avalie a sua  permeabilidade e estabilize manualmente a colunacervical, utilizando a manobra do empurre mandibular (em caso de trauma). Para casosclínicos, será necessária somente a abertura de VA's, utilizando a

    manobra de elevação do queixo;

    4. Avalie a  respiração (B)  do paciente (usar a técnica do ver, ouvir e sentir - VOS).Observe sinais de respiração difícil (rápida, profunda, ruidosa). Caso o paciente nãorespire, faça a abertura de sua cavidade oral e visualize a presença de algum corpoestranho ou excesso de secreção na cavidade. Caso exista, faça uma varredura digitalou uma aspiração. Posteriormente, deverão ser efetuadas duas ventilações de resgate eobservar se houve passagem do ar (elevação do tórax e/ou abdome). Em caso negativo,iniciar manobra de desobstrução de vias aéreas (OVACE). Em caso positivo, checarpulso carotídeo: paciente com pulsoiniciar reanimação pulmonar (esses procedimentosserão descritos logo adiante);

    Quando a vítima se encontra inconsciente, o tônus muscular é insuficiente, posto que alíngua e a epiglote podem obstruir a chegada de ar até os pulmões. A fim de permitir arespiração ou o acesso fácil para aspiração bilateral, é introduzida uma cânulaorofaríngea nesses pacientes. Caso tenham reflexos de vômito, não deverá ser colocada;

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     Avaliação de vias aéreas. Socorrista verifica Avaliação da respiração - ver, ouvir e sentir.se há corpos estranhos na cavidade oral da vítima.

    5. Verifique a  circulação (C)  do paciente (avalie o pulso carotídeo em adultos e

    crianças, e braquial em lactentes): paciente sem pulsoiniciar RCP; verifique a presençade  hemorragias  e  perfusão. A perfusão > 2s, associada a outros sinais tais comocianose, palidez, pele fria e úmida, pode indicar um comprometimento da oxigenaçãodos tecidos ou choque;

    6. Verifique nível de consciência (D) (Escala de coma de Glasgow), para a avaliaçãodo grau de comprometimento neurológico e da evolução do quadro. Ao verificar aresposta ocular, examine as pupilas. Observe a sua reatividade e simetria;

    7. Exposição dos ferimentos (E). Retirar vestimentas pesadas que impeçam a corretaavaliação da existência de ferimentos; expor somente as partes lesionadas paratratamento; prevenir o choque; preservar dentro das possibilidades, a intimidade dopaciente;

    8. Decida a prioridade para o transporte, através da escala CIPE;

    9. Coloque colar cervical;

    10. Administre oxigênio.

    Escala CIPE

     Ao término do exame primário, o socorrista deverá classificar o paciente de acordo coma gravidade de suas lesões ou doença. Essa classificação é baseada na escala CIPE.

    Crítico:

    Parada respiratória ou cardiorrespiratória.

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    Instável:

    Paciente inconsciente (Glasgow 2s), dificuldade respiratória severa, com lesão grave de cabeça e/ou tórax.

    Potencialmente Instável:

    Paciente vítima de mecanismo agressor importante, em choque compensado (perfusão

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    -  Entrevista: Etapa da avaliação onde o socorrista 1 conversa com o pacientebuscando obter informações dele próprio, de familiares ou de testemunhas, sobre o tipode lesão ou enfermidade existente e outros dados relevantes.

    - Sinais Vitais: Etapa da avaliação onde o socorrista 2 realiza a aferição da respiração,pulso, pressão arterial e temperatura relativa da pele do paciente.

    -  Exame físico detalhado: Realizado pelo chefe da equipe em todo o segmentocorporal.

    Fique atento durante todo o processo de avaliação, pois algumas vezes a natureza daemergência pode não estar claramente definida.

    Guia Para Realizar Uma Entrevista:

    Se o paciente estiver   consciente  e em condições de respondê-lo, questione-outilizando as seguintes perguntas (mnemônico AMPLA):

    •   Alergias: principalmente a remédios.

    •  Medicações: drogas prescritas ou não que o paciente toma regularmente.

    •  Passado médico e antecedente cirúrgico:  problemas médicos importantes para osquais o paciente recebe tratamento. Inclui cirurgias prévias.

    •  Líquido e alimentos: muitos traumatizados necessitarão de cirurgia, e alimentação

    recente pode aumentar o risco de vômito e aspiração durante a indução da anestesia.

    •   Ambiente: Eventos que levaram ao trauma (o que aconteceu?).

    •  Pergunte ao paciente sobre sua queixa principal, o (s) local (is) que doem mais.

    Guia para aferir os sinais vitais:

    Sinal: É tudo aquilo que o socorrista pode observar ou sentir no paciente enquanto oexamina.

    Exemplos: pulso, palidez, sudorese etc.

    Sintoma: É tudo aquilo que o socorrista não consegue identificar sozinho.O paciente necessita contar sobre si mesmo.

    Exemplos: dor abdominal, tontura etc.

    Aferição de Sinais Vitais:

    •  Pulso:  É o reflexo do batimento cardíaco palpável nos locais onde as artériascalibrosas estão posicionadas próximas da pele e sobre um plano duro.

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    Valores normais:

     Adulto: 60-100 batimentos por minuto (bpm);Criança: 80-140 bpm;Lactentes: 85-190 bpm.

    • Respiração: Processo fisiológico de troca de gases entre as artérias e o alvéolo.

    Valores normais:

     Adulto: 12-20 ventilações por minuto (vpm);Criança: 20-40 vpm;Lactentes: 40-60 vpm.

    •  Temperatura:  É a diferença entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpohumano.

    Valores normais:

    36,5 a 37,0 ºC - independente da faixa etária.

    Temperatura Relativa da Pele:

    Em atendimento pré-hospitalar, o socorrista verifica a temperatura relativa da pele

    colocando o dorso da sua mão sobre a pele do paciente (na testa, no tórax ou noabdômen). O socorrista estima a temperatura relativa da pele pelo tato.

    Convém recordar que a pele é a grande responsável pela regulação datemperatura e poderá apresentar-se normal, quente ou fria, úmida ou seca.

    Durante o monitoramento, o socorrista deverá utilizar o termômetro clínico, para realcertificação da temperatura corporal.

    Com relação à coloração, a pele poderá estar:

    -  Pálida,-  Ruborizada ou-  Cianótica.

    Nas pessoas negras, a cianose poderá ser notada nos lábios, ao redor das fossasnasais e nas unhas.

    •  Pressão arterial (PA): É definida como a pressão exercida pelo sangue circulantecontra as paredes internas das artérias. A PA é verificada em dois níveis, a PA sistólicae a diastólica.

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     A sistólica é a pressão máxima à qual a artéria está sujeita durante a contração docoração (sístole). A  diastólica  é a pressão remanescente no interior do sistemaarterial quando o coração fica relaxado (diástole). A pressão arterial é diretamenteinfluenciada pela força do batimento cardíaco, quanto mais força, mais elevada a PAe o volume de sangue circulante.

    Valores normais:

     Adulto:

    • Sistólica : máxima 150 mmHg e mínima 100 mmHg.• Diastólica : máxima 90 mmHg e mínima 60 mmHg.

    Criança:

    PRESSÃO SISTÓLICA PRESSÃO DIASTÓLICAIDADE

    Nascimento (12 h, < 1000 g)

    Nascimento (12 h, 3 Kg)Recém-nascido (96 h)

    Lactente (6 meses)Criança (2 anos)

    Idade escolar (7 anos) Adolescente (15 anos)

    (mm Hg)

    39-59

    50-7060-9087-10595-10597-112

    112-128

    (mm Hg)

    16-36

    25-4520-6053-6653-6657-7166-80

    Dentro desses valores, consideramos a PA normal; se exceder à máxima,denominamos  alta  (hipertensão) e, ao contrário, se não atinge o nível mínimo,denominamos baixa (hipotensão).

    Em geral não se afere PA em crianças com menos de 3 anos de idade. Nos casos dehemorragias ou choque, a PA mantêm-se constante dentro de valores normais para nofinal desenvolver uma queda abrupta.

    Guia para realizar o exame físico detalhado

    O exame físico detalhado da cabeça aos pés deve ser realizado pelo socorrista emcerca de 2 a 3 minutos. O exame completo não precisa ser realizado em todos ospacientes. Ele pode ser realizado de forma limitada em pacientes que sofrerampequenos acidentes ou que possuem emergências médicas evidentes.

     Ao realizar o exame padronizado da cabeça aos pés, o socorrista deverá:

    1) Verificar a cabeça (couro cabeludo) e a testa;

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    2) Verificar a face do paciente. Inspecionar os olhos, pálpebras e os ouvidos;

    3) Inspecionar o ombro bilateralmente proximal / distal;

    4) Inspecionar as regiões anterior e lateral do tórax;

    5) Inspecionar o abdômen em quatro quadrantes separadamente;

    6) Inspecionar as regiões anterior e lateral da pelve e a região genital;

    7) Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença depulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade(PPMS);

    8) Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar PPMS;

    9) Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a região dorsal.

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    3 .4 MONITORAMENTO E REAVALIAÇÃO

    O monitoramento é realizado durante o transporte do paciente, devendo o socorristareavaliar constantemente os sinais vitais e o aspecto geral do paciente.

     A reavaliação deverá ser realizada conforme a escala CIPE:

    CRÍTICO e INSTÁVEL: Reavaliar a cada 5 minutos.

    POTENCIALMENTE INSTÁVEL e ESTÁVEL: Reavaliar a cada 15 minutos.

    ESCALA DE COMA DE GLASGOW (ECG)

     AVALIAÇÃO PONTUAÇÃO

    •  Abertura ocular Espontânea 4 Por estímulo verbal 3 Por estímulo à dor 2Sem resposta 1 

    •  Resposta verbal Orientado 5 Confuso (mas responde) 4 Resposta inapropriada 3Sons incompreensíveis 2 Sem resposta 1 

    •  Resposta motora Obedece ordens 6 Localiza dor 5 Reage a dor mas não localiza 4Flexão anormal - decorticação 3Extensão anormal- 2decerebraçãoSem resposta 1

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    FLUXOGRAMA DA AVALIAÇÃO GERAL DO PACIENTE

    Avaliação da Cena

    Exame Primário

    • 

    • 

    Impressão geralVias aéreas/cervicalRespiraçãoCirculação (pulso e hemorragias)Estado neurológico (ECG)Exposição de ferimentosDecisão de transporte (CIPE)

    -RP;-OVACE;-RCP/DEA.

    Colar cervical eoxigênio

    Exame Secundário

    • 

    • 

    • 

    Entrevista

    Exame físico detalhado

    Sinais vitais

    Estabilização eTransporte

    Monitoramento eReavaliação

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    4. SUPORTE BÁSICO DE VIDA

    O suporte básico de vida (SBV) é uma sequência de medidas, aplicadas inicialmente noatendimento a vítimas em parada cardiorrespiratória, consiste em reconhecer a PCR,

    solicitar ajuda, iniciar suporte ventilatório e circulação mecânica.

    Considerando que a fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular (TV) sem pulsosão os ritmos mais frequentemente observados em adultos durante uma PCR, e que adesfibrilação elétrica precoce é a única terapia eficaz na conversão desse ritmo caótico,adicionou-se a desfibrilação à sequência da RCP.

    O termo Reanimação Cardiorrespiratória e Cerebral - RCRC vem sendo inserido naprática profissional em substituição ao termo RCP - Reanimação Cardiopulmonar.

    Busca-se com essa mudança, o entendimento de que as medidas iniciais devem

    objetivar não só o retorno da circulação espontânea, mas sim a prevenção ouminimização de lesão cerebral. Entretanto, abordaremos nessa apostila o termo RCP,para evitarmos quaisquer dúvidas.

    4 .1 DEFINIÇÕES

    4.1.1 PARADA RESPIRATÓRIA

    Supressão súbita dos movimentos respiratórios, que poderá ou não, seracompanhada de parada cardíaca.

    São causas de parada respiratória por ordem de incidência:

    • Doenças do pulmão;• Trauma;• Obstrução de Vias Aéreas;• Acidente Cardiovascular (AVC);• Overdose por drogas;• Afogamento;• Inalação de fumaça;• Epiglotite e laringite;• Choque elétrico.

    4.1.2 PARADA CARDÍACA

    Segundo Guimarães ET AL (2005, p.1) parada cardíaca é "a cessação da atividadeventricular cardíaca e circulação sistêmica em indivíduo com expectativa derestauração das funções cardiopulmonar e cerebral, não portador de moléstia crônicaintratável ou em fase terminal".

    Outra definição:É o cessar da atividade mecânica do coração. É um diagnóstico clínico confirmado pela

    falta de resposta a estímulos, ausência de pulso detectável e apnéia (ou respiraçõesagônicas).

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    4 .2 MORTE CLÍNICA E BIOLÓGICA

     A reanimação cardiopulmonar (RCP) é também uma aspiração médica, porque a morteclínica não é seguida instantaneamente da morte biológica. Ou seja, no momento emque um paciente apresenta sinais de morte clínica (inconsciência sem resposta aqualquer estímulo e ausência de movimentos respiratórios e de pulso), há aindaviabilidade biológica dos órgãos internos.

    Dessa forma, se for possível manter a oferta de oxigênio aos tecidos e recuperar arespiração e a circulação espontâneas, antes da morte biológica dos tecidos, areanimação é conseguida com sucesso.

    Lesão cerebral x tempo em parada

    Para alguns pacientes com parada cardiorrespiratória e com funções neurológica e

    cardiorrespiratória previamente preservadas, a utilização rápida das técnicas de RCP,seguidas de cuidados médicos definitivos, pode ser salvadora.

    O tempo disponível de viabilidade dos tecidos antes da morte biológica é curto e oprincipal determinante do sucesso da RCP.

    Delineação da idade

    Com o objetivo de aplicar as técnicas conforme a idade da vítima, é necessário definirtal situação:

    •   Adultos: vítimas que apresentem caracteres sexuais secundários (pré-adolescentes);

    •  Crianças: a partir de 1 (um) ano de idade até a presença de caracteres sexuaissecundários;

    •  Bebês ou lactentes: até 1 (um) ano de idade;

    •  Neonatos ou recém-nascidos: das primeiras horas do parto até 28 dias.

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    4 .3 DIAGNÓSTICO

    É essencial para um melhor prognóstico, o reconhecimento de sinais que indiquem queo paciente está evoluindo para uma parada cardiorrespiratória. São eles:

    •   Alteração da respiração (taqui ou bradipnéia);•   Alteração do nível de consciência (torpor);•   Alteração do ritmo cardíaco (taquiarritmias, bradicardia).

    Na vigência da evolução desses sinais, teremos uma PCR, diagnosticada através de:inconsciência, ausência de movimentos respiratórios e ausência de pulso central(carotídeo e femoral). No lactente, dá-se preferência ao pulso braquial, palpado contra oúmero medialmente ao bíceps.

    Outros sinais podem ser identificados, como a midríase e a cianose. A dilatação pupilar(midríase) surge cerca de 45 segundos após a PC, completando-se em menos de 3

    minutos.

    4 .4 MANOBRA DE RCP

    4.4.1 VÍTIMAS DE TRAUMA

     A reanimação cardiopulmonar requer uma sequencia de procedimentos parecidos com o ABCD da avaliação inicial com a diferença que o "D" da RCP se refere à desfibrilação:

    A - Vias aéreas: manter as vias aéreas para a passagem do ar;B - Respiração: ventilar os pulmões da vítima com pressão positiva;C- Circulação: fazer compressões torácicas;D - Desfibrilação: aplicação de choque para FV/TV sem pulso.

    Estabelecido que a vítima apresenta os sinais característicos de paradacardiopulmonar você deve iniciar os procedimentos de RCP. Para tanto o primeiro passoé garantir que a vítima esteja em decúbito dorsal (costas no chão), em uma superfícierígida.

    VIAS AÉREAS (A)

    1º passo: realize a manobra de  empurre mandibular  para que se abra a via aérea semmovimentar a cabeça e o pescoço da vítima, uma vez que se trata de casos de trauma.

      Coloque a vítima em decúbito dorsal e ajoelhe-seacima da parte superior de sua cabeça;

      Com os cotovelos na mesma superfície que opaciente, ou apoiados em sua coxa, segure osângulos da mandíbula da vítima com os dedos,indicador e médio;

      Com os dedos posicionados, empurre a mandíbulapara cima/frente, mantendo a palma das mãosestabilizando a cabeça da vítima.

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    2º passo: inspecione a cavidade oral e certifique-se que não há nenhuma obstrução porprótese, vômito, sangue e outros. Retirar conforme técnicas já descritas.

    RESPIRAÇÃ O (B)

    Fazer o VOS (ver, ouvir e sentir). Se não há nenhuma movimentação do tórax enenhum ar exalado, a vítima está em apnéia. O ideal é que essa avaliação dure de 3 a 5segundos. Se constatar que não há respiração, a respiração é inadequada (agônica) ouainda, você não tem certeza sobre a situação, inicie as ventilações artificiais.

    •  Realize 2 (duas) ventilações de resgate- boca-boca, boca-máscara, boca-nariz,bolsa-válvula-máscara e observe se houve passagem de ar. As ventilações devemter a duração de 1 segundo e um intervalo de aprox. 4 segundos entre elas,permitindo assim a expiração. Entretanto, o importante é observar se o volume decada ventilação está sendo  suficiente para produzir uma elevação torácica visível .Devem-se evitar ventilações longas ou forçadas, pois pode exceder a pressão deabertura do esôfago, provocando distensão gástrica, regurgitação e aspiração.Cuidado maior quando se trata de crianças e lactentes, onde o volume de arinsuflado deverá ser menor. Se possível, a cânula orofaríngea deverá ser usadanesse momento;

    •  Se houve passagem de ar e a vítima não respira, mas possui pulso, realizar areanimação pulmonar , que consiste em ciclos de 10 a 12 ventilações por minuto para

    um adulto (1 ventilação a cada 5 segundos) e 12 a 20 ventilações por minuto paralactentes ou crianças ( aprox. 1 ventilação a cada 3 segundos). Após cada ciclo,observar se a vítima ainda apresenta pulso central. Continuar com as ventilações atéque a vítima restabeleça a respiração ou entre em parada cardiorrespiratória.

    Cânulas orofaríngeas, também conhecidas Identificação do tamanho adequado como cânulas de Guedel. da cânula orofaríngea.

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    CIRCULAÇÃO (C)

    Checar pulso em artérias centrais, como carótida e femoral; em lactentes, utiliza-se apalpação da artéria braquial. Se ausente, iniciar a compressão torácica externa nametade inferior do osso esterno.

    Sequência:

    •   ADULTO: o esterno é comprimido por, no mínimo 5 cm, utilizando-se a regiãohipotenar de 2 mãos. As compressões são feitas na frequência mínima de 100/min,com 5 ciclos de 30:2 (compressão/ventilação).

    •  CRIANÇAS: utilizar a região hipotenar de 1 ou 2 mãos na compressão esternal, deaproximadamente 5 cm. A relação compressão/ventilação será de 30:2 (5ciclos) com um socorrista e 15:2 (10 ciclos) com dois socorristas.

    •  LACTENTES: profundidade das compressões de aproximadamente 4 cm. Com 1socorrista: utilizar 2 dedos para comprimir o esterno; com 2 socorristas: utilizar atécnica dos dois polegares, com as mãos circundando o corpo. Da mesma forma emcrianças, a frequência das compressões em lactentes será de 100/min., guardando arelação 30:2 (5 ciclos) com um socorrista e 15:2 (10 ciclos) com dois socorristas.

    Considerações acerca da RCP:

    Geral:

    •  Em nenhuma hipótese as mãos devem ser retiradas da posição entre asmassagens. Entretanto, é importante que seja permitido ao tórax retornar ao seuponto de partida antes da compressão, não devendo ser mantido sob pressão;

    •  Certifique-se de que a vítima esteja em decúbito dorsal sobre uma superfícierígida;

    •   Após 2 (dois) minutos ou 5 (cinco) ciclos de RCP reavalie a vítima; não demoremais do que 5 segundos nessa avaliação e continue a RCP, a menos que um DEAesteja disponível;

    •  O tempo de compressão e descompressão deve ser igual; não permitir que o tóraxretorne de forma abrupta;

    •   A ótima compressão do esterno normalmente é identificada quando existe apalpação de pulso carotídeo ou femoral;

    •  Na impossibilidade da ventilação (ausência de materiais de proteção ou traumas

    que possibilitem apenas a obtenção de via aérea avançada), realizar somente ascompressões cardíacas externas.

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     Adultos e crianças:

    •  Ponto de referência para a compressão: centro do peito, entre os mamilos;

    •   Ajoelhe-se ao lado da vítima na altura dos ombros. Se possível, posicione-se dolado direito, deixando livre o esquerdo para a aplicação do DEA;

    •   A cada 2 min. troque, se possível, o socorrista que comprime o tórax, para evitara exaustão e consequente aplicação incorreta das compressões;

    •  Os dedos devem estar estendidos ou entrelaçados; eles não tocam o tóraxdurante as compressões. Os braços também deverão permanecer eretos e perpendiculares ao tórax da vitima durante todo o tempo. Para isso, o socorristadeverá inclinar-se.

    Posição das mãos paracompressão

    Braços retos e ombrossobre a vítima

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    Lactentes

    •  Ponto de referência para compressão:  imediatamente abaixo da linha dosmamilos;

    •  Em lactentes, o socorrista poderá realizar a RCP sentado com o bebê em seubraço, apoiado em uma das pernas;

    Ventilação boca-a-boca-nariz Compressão com 2 dedos

    DESFIBRILAÇÃ O (D)

    Se após 5 ciclos de RCP o paciente não tiver pulso e se houver um desfibriladordisponível, deverá ser lançado mão imediatamente para normalizar os batimentoscardíacos que entram em movimentos descompassados como a fibrilação ventricular (FV)e a taquicardia ventricular sem pulso.

    4.4.1 VÍTIMAS DE CASOS CLÍNICOS

     As novas diretrizes da American Heart Association 2010 (AHA/2010) alterou a sequênciado Suporte Básico de Vida de A-B-C (via aérea, respiração, compressões torácicas)

    para C-A-B (compressões torácicas, via aérea, respiração) em adultos, crianças e bebês(excluindo-se recém-nascidos).

    Na sequencia A-B-C, as compressões torácicas, muitas vezes, são retardadas enquantoo socorrista abre a via aérea para aplicar respiração boca a boca, recupera umdispositivo de barreira ou reúne e monta o equipamento de ventilação. Com a alteraçãoda sequencia para C-A-B, as compressões torácicas serão iniciadas mais cedo e oatraso na ventilação será mínimo (isto é, somente o tempo necessário para aplicar oprimeiro ciclo de 30 compressões torácicas, ou, aproximadamente, 18 segundos).

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     A maioria das vítimas de parada cardiorrespiratória extra-hospitalar não recebenenhuma manobra de RCP das pessoas presentes. Existem, provavelmente, muitasrazões para isso, mas um empecilho pode ser a sequência A-B-C, que começa com osprocedimentos que os socorristas acham mais difíceis, a saber, a abertura da via aérea

    e a aplicação de ventilações. Diante disso, começar com compressões torácicas podeencorajar mais socorristas a iniciar a RCP.

    Embora nenhuma evidência em humanos ou animais publicada demonstre que iniciar aRCP com 30 compressões, em vez de 2 ventilações, leve a um melhor resultado, ascompressões torácicas fornecem fluxo sanguíneo vital ao coração e ao cérebro;ademais, estudos de PCR extra-hospitalar em adultos mostram que a sobrevivência émaior quando as pessoas presentes fazem alguma tentativa de aplicar a RCP, em vezde simplesmente não tentarem fazê-lo. Dados de animais demonstram que atrasos ouinterrupções nas compressões torácicas reduzem a sobrevivência; logo, tais atrasos ou

    interrupções devem ser minimizados ao longo de toda a ressuscitação. As compressõestorácicas podem ser iniciadas quase imediatamente, ao passo que posicionar a cabeçae obter um selo para a respiração boca a boca ou com bolsa-válvula-máscara/insufladormanual sempre demoram certo tempo. Entende-se, portanto, que o início da RCP comcompressões torácicas garante que a vitima receba logo essa intervenção critica e,assim, as chances de sobrevivência aumentam.

    Contudo, tal procedimento deverá ser utilizado apenas em vítimas de casos clínicos. Emvítimas de trauma, permanece a sequência A-B-C.

     Assim, o procedimento adequado para realizar RCP em vítimas de casos clínicosconsiste na aplicação da seguinte sequência:

    C  – Circulação

    A - Via Aérea

    B  – Respiração

    D - Desfibrilação

    Dessa forma, o socorrista deve iniciar as compressões torácicas antes das ventilações.E apenas após a aplicação das 30 compressões, é que o socorrista deverá abrir a viaaérea da vítima e aplicar as 02 ventilações de resgate.

    Importante mencionar também que, antes de iniciar a RCP, o socorrista irá abordar avítima e checar sua responsividade de forma rápida, apenas para averiguar se respira,não respira ou se a respiração é anormal. Não se deve utilizar o procedimento “Ver,

    Ouvir e Sentir se há respiração”. 

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    Resumo dos principais componentes de Suporte Básico de Vida (excluem-se recém-nascidos):

     Abreviações: DEA/DAE, desfibrilador automático externo; AP, anteposterior.

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    5. DESFIBRILAÇÃO EXTERNA AUTOMÁTICA

    O principal fator determinante da sobrevivência de uma parada cardíaca é o intervalodesde a perda da consciência até a desfibrilação. A desfibrilação rápida é fundamental

    para as vítimas de parada cardíaca súbita pelos seguintes motivos:

    •  O ritmo inicial mais frequente nas paradas cardíacas súbitas testemunhadas é aFibrilação Ventricular.

    •  O tratamento mais eficaz para a FV é a desfibrilação elétrica.

    •   A probabilidade de uma desfibrilação bem-sucedida diminui rapidamente com otempo.

    •   A FV tende a transformar-se em assistolia em poucos minutos.

    Muitos pacientes adultos em parada por FV podem sobreviver sem sequelasneurológicas, mesmo se a desfibrilação é realizada de 6 a 10 minutos após a paradacardíaca súbita.

    Quanto mais cedo a desfibrilação, mais alta a taxa de sobrevivência. O socorrista temapenas alguns minutos depois da perda da consciência para restabelecer um ritmo deperfusão. A RCP pode manter um paciente por um período breve, mas não poderestabelecer diretamente um ritmo organizado. Restabelecer um ritmo de perfusãorequer RCP imediata seguida de desfibrilação nos primeiros minutos da parada inicial e

    para isso o socorrista deverá dispor de um desfibrilador externo automático (DEA).

    5 .1 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS DEA

    Os DEA são desfibriladores externos automáticos. Na verdade, a palavra  automáticosignifica  semiautomático, já que a maioria dos DEA disponíveis no mercado "avisam"ao operador que o choque está indicado, mas não o administram sem uma ação dosocorrista (isto é, o socorrista deve pressionar o botão de CHOQUE[SHOCK]).

    O DEA é conectado ao paciente por meio de pás autoadesivas. O aparelho está

    equipado com um sistema de análise do ritmo baseado em microprocessadores.Quando é detectada TV ou FV, o sistema "indica" um choque por intermédio demensagens visuais ou sonoras.

    5 .2 OPERAÇÃO DO DEA

    Os DEA's devem ser utilizados somente quando os pacientes apresentarem osseguintes 3 sinais clínicos:

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    1) Ausência de resposta verbal (inconsciente);

    2) Ausência de respiração efetiva depois da liberação das vias aéreas;

    3) Ausência de reposta às 2 ventilações de resgate iniciais.

    5 .3 MOMENTO ADEQUADO PARA EMPREGO DO DEA:

    1) Quando a parada cardíaca for TESTEMUNHADA priorize a utilização do DEA logoque constatar a parada cardíaca;

    2) Quando a parada cardíaca NÃO FOI TESTEMUNHADA ou ocorreu há mais de 4minutos, execute 5 ciclos (ou 10 ciclos, se lactente ou criança, com 2 socorristas) de RCP(2 minutos) para depois utilizar o DEA. Nestes casos, será necessário criar condições

    propícias para que o coração receba o choque em uma fibrilação ventricular fortalecidapela RCP.

    5 .4 SITUAÇÕES ESPECIAIS

     Antes de aplicar o DEA, o operador deve determinar primeiro, se há situações especiaisque exijam outras ações antes de usar o aparelho ou que contraindiquem absolutamentesua utilização.

     As 4 situações que podem requerer que o operador adote outras ações antes de usar

    um DEA ou durante sua operação são as seguintes:

    •   A vítima tem menos de 8 anos (ou pesa menos de 25 quilos, aproximadamente).Existem desfibriladores com pás apropriadas para serem empregadas em crianças. As  Diretrizes 2005 da American Heart Association  aprova o uso do DEAprogramado para vítimas adultos em crianças, na impossibilidade do equipamentoapropriado. Diante de uma situação de parada cardíaca por fibrilação ventricular aúnica chance de recuperação da vítima é a desfibrilação precoce (choque). Não serecomenda a uti li zação d e pás d e desfi b ri lação ped iátr ic a em vítimas ad ul tasdev ido à ineficácia do choqu e. Prio rize a RCP e o transpo rte imediato aohospital.

    •   A vítima está na água ou próxima dela. A água é boa condutora de eletricidade.Um choque elétrico aplicado a uma vítima poderia ser conduzido até o socorrista.É mais comum que a água sobre a superfície da pele da vítima torne-se uma viadireta de passagem de energia de um eletrodo a outro interferindo na transmissãodo choque ao músculo cardíaco. A vítima deve ser removida, rapidamente, do localem que se encontra. Seque a parte anterior e posterior do tórax antes da aplicaçãodas pás adesivas.

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    • 

    • 

    5 .5

     A vítima tem um marcapasso implantado. Esses aparelhos podem seridentificados imediatamente porque criam uma protuberância dura sob a pele,coberta por uma cicatriz, na parte anterior do tórax. Quando houver coincidência deeletrodos adesivos do DEA com o marcapasso implantado no tórax poderão ocorrer

    danos ao aparelho e queimaduras nos pontos de inserção metálica no miocárdiodurante a aplicação do choque. Nesse caso, aplique a pá auto-adesiva do DEA à, nomínimo, 2,5 cm do marcapasso cardíaco. Depois siga os passos normais deoperação de um DEA.

    Há um adesivo de medicação transcutânea ou outro objeto sobre a pele da vítima,onde se colocam as pás auto-adesivas do DEA.

    PASSOS UNIVERSAIS PARA OPERAR UM DEA

    1. LIGUE o DEA, em primeiro lugar (isso ativa as mensagens sonoras para guiá-lo emtodos os passos subsequentes);

    2. Abra o estojo ou a tampa do DEA;

    3. Ligue o aparelho (alguns começarão a funcionar automaticamente, quando se abre atampa ou o estojo);

    4. FIXE as pás autoadesivas no tórax da vítima. (Interrompa as compressões torácicasimediatamente antes de fazê-lo);

    5. Conecte a "caixa" do DEA com os cabos. (Em alguns modelos, os cabos estão pré-conectados);

    6. Conecte os cabos do DEA com as pás autoadesivas. (Em alguns modelos, as pásestão pré-conectadas);

    7. Retire a proteção que está detrás das pás. Interrompa a RCP;

    8. Aplique as pás autoadesivas no tórax despido da vítima;

    9. "Afaste-se" do paciente e ANALISE o ritmo;

    10. Pressione o botão ANALISAR [ANALYZE] para iniciar a análise do ritmo (alguns DEAnão precisam desse passo);

    11. "Afaste-se" sempre do paciente durante a análise. Assegure-se de que ninguém estejaem contato com ela, nem mesmo a pessoa encarregada da respiração de resgate;

    12. "Afaste-se" do paciente e PRESSIONE o botão CHOQUE [SHOCK], se a descargaestiver indicada;

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    13. Afaste-se do paciente antes de aplicar o choque; assegure-se que ninguém estejaem contato com ela;

    14. Pressione o botão CHOQUE [SHOCK] para aplicar a descarga somente quando oDEA avisar que isto está indicado e ninguém estiver em contato com o paciente.

    5 .6 RESULTADOS E AÇÕES APÓS A DESFIBRILAÇÃO

    Mensagem "choque indicado / choque não indicado" e ações relacionadas:

    • 

    • 

    • 

    • 

    • 

    • 

    5 .7

    Se o DEA mostrar uma mensagem de "choque indicado", afaste-se do paciente e,depois, pressione o botão CHOQUE [SHOCK].

    Se o DEA avisa "choque não indicado", verifique os sinais de circulação.

    Se não há sinais de circulação, reinicie a RCP por 2 minutos, aproximadamente.Depois, verifique novamente os sinais de circulação.

    Se não detectar sinais de circulação, analise o ritmo do paciente mais uma vez.

    Depois de 3 mensagens de "choque não indicado", faça mais um ciclo de RCP.

    Repita período de análise a cada 1 ou 2 minutos, enquanto continua realizando RCP.

    O DEA NUMA AMBULÂNCIA EM MOVIMENTO

    Os DEA podem permanecer conectados enquanto o paciente é transportado em umveículo em movimento. No entanto, nunca pressione o botão ANALISE [ANALYZE]numa ambulância durante o transporte; o movimento do veículo pode interferir naavaliação do ritmo e provocar um artefato que simule uma FV. Alguns aparelhosanalisam continuamente o paciente. Se uma pessoa necessita de uma análise do ritmodurante o transporte, e o DEA indica ao socorrista que verifique o paciente ourecomenda um choque, pare o veículo completamente e faça uma nova análise.

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    5 .8 SEQUÊNCIA DE AÇÕES COM O DEA

    1. Verifique a ausência de resposta (consciente / inconsciente);

    2. Abra as vias aéreas (clínico / trauma);

    3. Verifique se há respiração eficaz (VOS);

    4. Verifique se há circulação: se não houver circulação realize compressões torácicas eprepare-se para aplicar o DEA;

    5. Tente a desfibrilação com o DEA.

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    6. OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO -OVACE

    Durante a avaliação do paciente, ao iniciar a manobra de ventilação, o socorrista pode

    se deparar com uma resistência ao tentar insuflar. Isso significa que, por qualquerproblema, o ar insuflado não está conseguindo chegar aos pulmões da vítima. Caso issoaconteça, não adianta prosseguir na análise primária, sem antes corrigir e eliminar aobstrução.

    6 .1 CAUSAS DA OVACE

    Há muitos fatores que podem causar obstrução das vias aéreas, total ou parcial. Em nívelde suporte básico da vida pode-se atuar e corrigir as mais comuns, que são:

    •  Obstrução causada pela língua;•  Obstrução causada por corpos estranhos.

    6 .2 SINAIS DA OVACE

    O reconhecimento precoce da obstrução de vias aéreas é indispensável para o sucessono atendimento. O socorrista deve estar atento, pois a obstrução de vias aéreas econsequente parada respiratória evoluem rapidamente para parada cardiopulmonar. Aobstrução das vias aéreas pode ser parcial (leve) ou total (grave).

    Uma vítima está tendo obstrução parcial das vias aéreas quando:

    •  Sua respiração é muito dificultosa, com ruídos incomuns;•  Embora respire, a cor da pele está azulada (cianótica), principalmente ao redor dos

    lábios, leito das unhas, lóbulo da orelha e língua; e•  Quando a vítima está tossindo.

    Quando a vítima apresentar estes sinais, estará consciente e, caso a troca gasosa aindaesteja satisfatória, o socorrista apenas irá encorajá-la a tossir, aguardando que o corpoestranho seja expelido.

     A obstrução total das vias aéreas é reconhecida quando, por exemplo, a vítima está sealimentando ou acabou de comer e, repentinamente, fica incapaz de falar ou tossir.Pode demonstrar sinais de asfixia, agarrando o pescoço, apresentando cianose eesforço respiratório exagerado. O movimento de ar pode estar ausente ou não serdetectável. A pronta ação é urgente, preferencialmente enquanto a vítima ainda estáconsciente.

    Em pouco tempo o oxigênio disponível nos pulmões será utilizado e, como a obstruçãode vias aéreas impede a renovação de ar, ocorrerá à perda de consciência erapidamente, a morte.

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    6 .3 TÉCNICAS DE DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS

    6.3.1 REMOÇÃO MANUAL

    Durante a avaliação das vias aéreas, o socorrista pode visualizar corpos estranhos,passíveis de remoção digital. Somente deve-se remover o material que cause obstruçãose o mesmo for visível.

     A técnica de remoção manual consiste em abrir a boca da vítima utilizando a manobrade tração da mandíbula (em caso de trauma) ou a de elevação do mento e introduzir odedo indicador "em gancho", do canto para o centro, deslocando e retirando o corpoestranho. Estando o corpo estranho mais aprofundado, existe a alternativa de utilizar odedo indicador e médio "em pinça". Em recém-nato e lactente, utilizar o dedo mínimoou o pinçamento, em virtude das dimensões reduzidas das vias aéreas. Somente tentara remoção se o corpo estranho estiver visível.

    Caso o motivo da obstrução de uma vítima inconsciente seja a queda da língua, aintrodução a cânula orofaríngea será suficiente para restabelecer a passagem do ar.

    6.3.2 ASPIRAÇÃO

    Tem como finalidade a remoção de sangue, vômito e de outros materiais das viasaéreas. O vácuo necessário pode ser produzido com gás comprimido (O2 ou ar), motorelétrico ou manualmente. Os dispositivos utilizados para aplicar a sucção podem serrígidos ou flexíveis.

    Técnica

    •  Se possível, o paciente deve estar monitorado com o oxímetro de pulso;•  Pré-oxigenar com máscara e bolsa com oxigênio;•  Efetuar a limpeza manual da orofaringe;•  Introduzir o dispositivo de sucção sem aspirar;•   Aspirar na retirada, o procedimento não deve durar mais de 10 segundos;•  Retirar com movimentos rotatórios;•  Não é necessário aspirar as narinas de adultos, pois a obstrução de vias aéreas é na

    boca e orofaringe;•   Antes de repetir o procedimento, o paciente deve ser novamente oxigenado.

    Complicações

     A complicação mais comum é a hipoxemia pela interrupção da ventilação, que podecausar arritmias cardíacas ou mesmo parada cardiorrespiratória.

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    6.3.3 MANOBRAS DE DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS EM ADULTOS

    6.3.3.1 Vítima consciente:

    Para constatar a obstrução o socorrista deverá perguntar a vítima: "Você estáengasgado?". Se a vítima confirmar através de movimento afirmativo (balançando acabeça, por exemplo), o socorrista deverá avisar-lhe que irá ajudar e iniciarrapidamente a manobra de Heimlich, que consiste:

    Sinal universal do engasgado.

    a) Vítima em pé ou sentada:

    Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em torno do abdome;

    Manobra de Heimlich para desobstrução devias aéreas (obstrução por corpo sólido).

    Vítima consciente e em pé.

    Colocar a raiz do polegar de uma das mãos entre a cicatriz umbilical e o apêndicexifóide;

    Envolver a mão que se encontra sobre o abdome da vítima com a outra mão;

    Estando a vítima em pé, ampliar sua base de sustentação, afastando as pernas ecolocando uma delas entre as pernas da vítima;

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    Pressionar o abdome da vítima puxando-o para si e para cima, por 5 vezes,forçando a saída do corpo estranho;

    Observar se a vítima expele o corpo estranho e volta a respirar normalmente;

    Continuar as compressões até que a vítima expila o objeto ou perca a consciência.

    Vítima torna-se inconscientedurante a manobra. Socorrista

    evita-lhe a queda.

    Obs.1: caso a compressão abdominal seja inviável, por tratar-se de paciente obeso ougestante, realizar as compressões na porção média inferior do osso esterno.

    Compressão torácica em gestante

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    Obs. 2: Se a vítima da obstrução for a própria pessoa e essa se encontrar sozinha,deverá forçar a tosse de maneira insistente, ou utilizar-se do espaldar de uma cadeirapara que seja possível comprimir o abdome.

    Utilização do espaldar de uma cadeira.

    b) Vítima deitada:

    Posicionar a vítima em decúbito dorsal;

     Ajoelhar-se ao lado da vítima ou a cavaleiro sobre ela no nível de suas coxas, comseus joelhos tocando-lhe lateralmente o corpo;

    Posicionar a palma da mão sobre o abdome da vítima, entre o apêndice xifóide e acicatriz umbilical, mantendo as mãos sobrepostas;

     Aplicar cinco compressões abdominais no sentido do tórax;

     Abrir a cavidade oral e observar se o corpo estranho está visível e removê-lo;

    Repetir o processo de compressão e observação da cavidade oral até que o objetoseja visualizado e retirado ou até a vítima perder a consciência.

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    6.3.3.2 Vítima inconsciente:

    Para vítimas sem responsividade, deve ser aplicada a  RCP, pois as compressõestorácicas forçam a expelição do corpo estranho e mantém a circulação sanguínea,aproveitando o oxigênio ainda presente no ar dos pulmões.

    Vale ressaltar que durante a abertura das vias aéreas para a aplicação das ventilaçõesde resgate, o socorrista deverá inspecionar a boca e remover quaisquer objetos visíveis(Protocolo 2005 AHA).

    O socorrista, após constatar que Após a  vítima ter ficado as vias aéreas continuaminconsciente durante a manobra obstruídas, dá início àsde Heimlich, rapidamente osocorrista a deposita sobre o solopara, caso não tenha ocorrido adesobstrução das vias aéreas, darinício as compressões torácicas.

    compressões torácicas.

    6.3.4 MANOBRAS DE DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS EM CRIANÇAS ELACTENTES

    Para crianças maiores de um ano, aplicar a manobra de Heimlich, de formasemelhante à do adulto, levando-se em consideração a intensidade dascompressões que será menor; nos lactentes, para realizar a manobra dedesobstrução, o socorrista deverá tomar os seguintes procedimentos, após falhar a  

    segunda tentativa de ventilação de resgate:Segurar o bebê sobre um dos braços, com o pescoço entre os dedos médio e polegar ecom o dedo indicador segurar o queixo da vítima para manter as vias aéreas abertas,deixando-o com as costas voltadas para cima e a cabeça mais baixa que o tronco;

    Dar 5 pancadas com a palma da mão entre as escápulas do bebê;

    Girar o bebê de modo que ele fique de frente, ainda mantendo a cabeça mais baixa doque o tronco, e efetuar 5 compressões torácicas através dos dedos indicador e médiosobre a linha dos mamilos (idêntica às compressões realizadas na RCP);

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    Colocar o bebê sobre uma superfície plana e tentar retirar o corpo estranho;

    Realizar 1 insuflação e, caso o ar não passe, reposicionar a abertura das vias aéreas;

     Abrir as vias aéreas e efetuar outra insuflação. Caso o ar não passe, retornar para aspancadas entre as escápulas e as compressões torácicas, e repetir osprocedimentos até que o objeto seja expelido ou a vítima fique inconsciente. Nessecaso, proceder a manobras de RCP.

    OVACE em Lactentes

    Desobstrução de VA de lactente - 05Inspeção visual das vias aéreas (VA) de lactente, a procura de corpos estranhos.

    palmadas no dorso, entre as escápulas.

    Desobstrução de VA de lactente - 05 compressões torácicas.

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    7. CHOQUE

    7 .1 DEFINIÇÃO

    É o quadro clinico que resulta da incapacidade do sistema cardiovascular de provercirculação sanguínea suficiente para os órgãos. A chegada de sangue rico em O 2 aosórgãos é denominada perfusão.

    7 .2 FISIOLOGIA

    Todas as células do corpo humano necessitam de oxigênio para produzir energiaatravés da queima da glicose - metabolismo aeróbico. A queima da glicose produz o gáscarbônico. O O2  é extraído da atmosfera pelos pulmões e transportado ligado aos

    glóbulos vermelhos pela circulação do sangue aos tecidos onde é utilizado.

     A função do sistema circulatório é transportar as hemácias para se abastecerem deoxigênio nos pulmões e depois transportá-las aos tecidos. Na ausência de O2 as célulasdo corpo possuem uma fonte alternativa de produção de energia que é o metabolismoanaeróbico, que produz menos energia e gera o acúmulo de ácido lático. Os órgãosmais sensíveis à deficiência de O2  são cérebro, coração e pulmões, sobrevivendopoucos minutos em metabolismo anaeróbico. A pele e os músculos podem sobreviver dequatro a seis horas em metabolismo anaeróbico e os órgãos abdominais podemsobreviver de 45 a 90 minutos.

    O sistema circulatório é composto pelo coração, vasos sanguíneos e pelo sangue, que éo fluido movimentado sob pressão. A pressão necessária à movimentação do sangue égerada pela força de contração do coração.

     A pressão arterial (PA) depende da quantidade de sangue ejetada pelo coração e do graude contração das artérias ou resistência vascular periférica que é regulada pelo sistemanervoso. Os vasos sanguíneos são capazes de se contrair ou se dilatar de acordo comas necessidades do corpo. Por exemplo, no exercício físico ocorre dilatação nosmúsculos utilizados e contração dos vasos do tubo digestivo; durante a digestão ocorre ocontrário.

     As condições fundamentais para contração eficaz do coração são a existência de umvolume suficiente de sangue para encher os vasos sanguíneos e a manutenção de umgrau eficaz de contração dos vasos sanguíneos.

    Condições causadoras do estado de choque:

    •  Queimaduras graves;•  Hemorragias;•   Acidentes por choque elétrico;•  Envenenamento por produtos químicos e intoxicações;

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    • 

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     Ataque cardíaco;Exposição a extremos de calor ou frio;Dor aguda;Infecção grave;

    Emoções fortes;Lesões graves;Politraumatismos.

    7 .3 CLASSIFICAÇÃO

    a) Hipovolêmico

    Hemorragias internas e externas, perda de plasmas em queimaduras graves e pordesidratação intensa (exemplo: diarreia e vômitos).

    b) Cardiogênico

    Causado pelo Infarto agudo do miocárdio, arritmia cardíaca e insuficiência cardíacacongestiva.

    c) Séptico

    Ocorre em infecções graves devido à liberação de toxinas pelo agente causador comefeito vasodilatador.

    d) Anafilático

    Resulta de reação alérgica grave, que produz substância vasodilatadores.Ex.: venenos de insetos, medicamentos, alimentos etc..

    e) Neurogênico

    Desenvolve-se quando o controle autônomo dos vasos sanguíneos falha.Normalmente o sistema nervoso controla a contração e dilatação dos vasossanguíneos, regulando a pressão arterial. O traumatismo de coluna cervical com danopara a medula espinhal, que interrompe a comunicação entre as fibras do sistemanervoso autônomo e o sistema circulatório. Ocorre vaso dilatação e incapacidade deresponder ao choque com taquicardia. Dores intensas são outras causas.

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    f) Obstrutivo

    É produzido por obstrução ao enchimento e/ou ao bombeamento cardíaco. São causaso pneumotórax hipertensivo e tamponamento cardíaco.

    7 .4 FASES DO ESTADO DE CHOQUE

    Na ausência de tratamento é um quadro com agravamentos progressivos que seapresenta em duas fases:

    • Choque compensado:   é o primeiro estágio, o organismo consegue se equilibraratravés dos mecanismos compensatórios. A perfusão dos órgãos é mantida e os sinais esintomas são mínimos. Não há dano permanente, se o tratamento reverter a causa básica.

    • Choque descompensado:  nesta fase ocorre redução na perfusão, queda na pressãoarterial e alterações do estado mental. O tratamento ainda pode ser eficaz neste estágiodesde que realizado rapidamente.

    7 .5

    • 

    7 .6

    • 

    SINAIS DO ESTADO DE CHOQUE

    Pele fria e pegajosa;Suor na testa e na palma das mãos;Face pálida, com expressão de ansiedade e agitação;

    Frio, chegando às vezes a ter tremores;Náusea e vômito;Fraqueza;Respiração rápida, curta e irregular;Visão nublada, tontura;Pulso fraco e rápido;Sede;Extremidades frias;Queda da pressão arterial;Poderá está total ou parcialmente inconsciente.

    TRATAMENTO

    Posicionar a vítima em decúbito dorsal;

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    •  Observar a vítima, pois em caso de vômito deve-se virar a cabeça da vítima paraque ela não se asfixie. Caso haja suspeita de lesão da coluna cervical a cabeça não deveser virada;

    •   Afrouxar as roupas da vítima, para facilitar respiração e circulação;

    •  Fornecer oxigênio;

    •  Não administrar nada via oral;

    •  Cobri-lo com cobertores ou sacos plásticos;

    •  Reavaliar frequentemente os sinais vitais.

    8. HEMORRAGIA

    8 .1 INTRODUÇÃO

    O sangue é o meio onde é realizado o transporte de oxigênio e nutrientes para ascélulas e de gás carbônico e outros excretas para os órgãos de eliminação, possui umcomponente líquido chamado plasma que representa cerca de 55% a 60% de seuvolume total, sendo composto por água, sal e proteínas.

    O corpo humano possui normalmente um volume sanguíneo de aproximadamente 70ml/kg de peso corporal para adultos e 80 ml/kg para crianças, ou seja, um indivíduocom 70 kg possui aproximadamente 4.900 ml de sangue.

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    Os mecanismos normais que o corpo possui para limitar as hemorragias são:

    • 

    • 

    8 .2

    a)

    Contração da parede dos vasos sanguíneos:Os vasos sanguíneos que possuem camada muscular contraem sua parede,diminuindo o tamanho da abertura por onde o sangue está escapando.

    Coagulação do sangue:Inicia-se pela aderência das plaquetas, corpúsculos que fazem parte da porçãosólida do sangue sobre a lesão da parede do vaso. Em seguida ocorre uma série dereações químicas que formam o trombo ou coágulo, que bloqueia o escape de sanguepelo orifício do vaso lesado.

    DEFINIÇÕES

    Hemorragia

    É o extravasamento de sangue provocado pelo rompimento de um vaso sanguíneo:artéria, veia ou capilar. Dependendo da gravidade pode provocar a morte em algunsminutos. O controle da hemorragia é prioridade.

     A hemorragia deve ser tratada na análise primária, para depois tratar as vias aéreas e aventilação do paciente. Nesta fase deve-se remover a roupa do paciente para examinaras hemorragias.

    b) Hemostasia

    Significa controle de sangramento, pode ser efetuada através dos mecanismos normaisde defesa do organismo isoladamente ou em associações com técnicas de tratamentomédico-básicas e avançadas.

    Os pacientes com distúrbios no mecanismo de coagulação, por exemplo, oshemofílicos, podem apresentar hemorragias graves por traumas banais.

    8 .3 CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS

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    Podem ser classificadas de acordo com:

    Tipo de vaso sanguíneo:

    •   Arterial: sangramento em jato acompanhamento a contração cardíaca.Geralmente o sangue é de coloração vermelho-viva. É mais grave que o

    sangramento venoso em vasos de mesmo calibre, pois a pressão no sistema venosoe a velocidade da perda sanguínea são maiores.

    •  Venoso: Sangramento contínuo geralmente de coloração escura.

    •  Capilar :  Sangramento contínuo com fluxo lento.

    Localização do vaso sanguíneo:

    • 

    • 

    8 .4

    Externa:  sangramento de estruturas superficiais com exteriorização dosangramento. Podem ser controladas utilizando técnicas básicas de primeirossocorros.

    Interna: sangramento de estruturas profundas pode ser oculto ou se exteriorizar. Asmédias básicas de socorro não funcionam. O paciente deve ser tratado no hospital.

    PRIMEIROS SOCORROS

    Estancar imediatamente a hemorragia, fazendo no local um dos métodos que veremosmais à frente (nos casos de hemorragia externa, pois não existe nenhum método deestancamento para hemorragia interna).

    8.4.1 HEMORRAGIA INTERNA

    Esse tipo de hemorragia ocorre quando o sangue extravasado do vaso sanguíneopermanece dentro do corpo da vítima. É o tipo de hemorragia mais perigosa, pois tantoa sua identificação quanto o seu controle são mais difíceis de serem feitos fora doambiente hospitalar.

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    8.4.1.1 Sinais e Sintomas de Hemorragia Interna:

    •  Dor local;

    •  Pele pálida e fria;

    •  Edema em expansão;

    •  Sangramento pelo ouvido e nariz (hemorragia cerebral);

    •  Sede;

    •  Fraqueza, tontura e desmaio;

    •  Membro sem pulso, muitas vezes associada à fratura.

    8.4.1.2 Tratamento da Hemorragia Interna:

    •  Mantenha as vias aéreas liberadas;

    •  Manter a vítima deitada e o mais imóvel possível;

    •  Use talas infláveis em caso de fraturas (exceto fraturas expostas);

    •  Transporte na posição de prevenção ao estado de choque;

    •   Administre oxigênio;

    •  Não dê nada para a vítima beber;

    •  Eleve o membro, caso não haja suspeita de fratura;

    •   Aplicar uma bolsa de gelo sobre o provável local da hemorragia;

    •  Conduzir a vítima com urgência para um pronto socorro.

    8.4.1.3 Alguns Tipos De Hemorragia Interna

    Muitos tipos de hemorragia interna podem se apresentar, mas neste tópico vamosabordar aqueles que podem ser encontrados com mais frequência.

    a) Hemorragia na Cabeça (narinas):

    •  Mantenha a vítima sentada, com a cabeça para cima;

    •  Comprima a narina que sangra;

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    • 

    • 

    • 

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     Afrouxe-lhe a roupa em torno do pescoço;

    Se o sangramento não cessar no espaço de 05 minutos, tampe a narina que sangracom algodão ou gaze enchumaçada;

    Encaminhe a vítima ao pronto socorro, pois esse tipo de hemorragia pode ser amanifestação de determinadas doenças.

    b) Tórax e Abdome:

    •  Comprima o ferimento com um pano dobrado, amarrando-o com atadura larga;

    •  Mantenha o acidentado deitado com a cabeça mais baixa que o corpo, exceto emcasos de fratura de crânio.

    c) Hemorragia dos Pulmões:

    Manifesta-se após um acesso de tosse, e o sangue que sai pela boca é de cor vermelhorutilante.

    •  Deite a vítima mantendo-a em repouso;

    •  Tranquilize-a e não a deixe falar;

    •  Procure imediato auxílio médico e remova a vítima para um pronto socorro.

    d) Hemorragia Digestiva:

    •   A vítima apresenta náuseas e pode vomitar sangue vivo ou digerido, semelhante àborra de café;

    •  Mantenha a vítima em repouso e providencie sua remoção para o hospital.

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    8.4.2 HEMORRAGIA EXTERNA

    É de mais fácil identificação, pois basta visualizar o local onde ocorre a perda desangue. Os sinais e sintomas são praticamente os mesmos descritos para ashemorragias externas, e os métodos de contensão, veremos a seguir:

    a) Compressão Direta

    Comprimir diretamente o local de sangramento usando compressa estéril, se possível.Nos ferimentos com objetos penetrantes, devem-se comprimir ambos os lados doobjeto. Pode-se fazer um curativo compressivo usando compressas ou faixas elásticas,se isso for suficiente para o estancamento da fratura, caso contrário mantenha acompressão direta.

    É a técnica mais adequada e mais utilizada, pois além de parar o sangramento, nãointerrompe a circulação sanguínea para o membro ferido.

    Quando se localiza grande hemorragia deve-se imediatamente realizar-se acompressão direta para posteriormente fazer o tamponamento.

    b) Elevação do Membro

     A compressão direta não sendo suficiente para estancar o sangramento, deve-se elevaro membro lesionado. Deve-se ter cuidado ao elevar uma extremidade fraturada ou comuma luxação.

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    c) Pontos de Pressão

    Outro método de controlar o sangramento é aplicando pressão profunda sobre umaartéria proximal à lesão. Esta é uma tentativa de diminuir a chegada de sangue à ferida.

    Os principais pontos de pressão é a artéria braquial, a artéria axilar, a artéria poplítea, aartéria femoral.

    d) Tamponamento

    Consiste em cobrir o local do sangramento com gaze ou pano limpo e estéril, se

    possível, e envolvê-lo firmemente com uma atadura. É uma técnica de estancamentoadequada e mais utilizada, pois para o sangramento e não interrompe a circulação.

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    e) Torniquete

    Essa técnica praticamente interrompe a circulação. Só deverá ser utilizada em duas

    situações, se necessário: no caso de amputação de membro, quando o corte foi muitoextenso e romper vasos sanguíneos ou quando a compressão direta não estancar ahemorragia.

    Essa técnica não é aconselhada por provocar o necrosamento do órgão, ou membro e,consequentemente sua amputação. Deve-se usá-la como último recurso.

    8.4.2.1 Tratamento De Uma Hemorragia Externa

    •  Nunca toque na ferida;

    •  Não toque e nem aplique medicamento ou qualquer produto no ferimento;

    •  Não tente retirar objeto empalado;

    •  Proteger com gazes ou pano limpo, fixando com bandagem, sem apertar o ferimento;

    •  Fazer compressão local suficiente para cessar o sangramento;

    •  Se o ferimento for a membros, deve-se elevar o membro ferido, caso não haja fratura;

    •  Caso não haja controle do sangramento, pressione os pontos arteriais;

    •  Encaminhar a vítima o mais rápido possível para um pronto socorro.

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    9. QUEIMADURAS

    9 .1 INTRODUÇÃO

    Lesão do tecido de revestimento do corpo, causada por agentes térmicos, químicos,radioativos ou elétricos, podendo destruir total ou parcialmente a pele e seus anexos,até atingir camadas mais profundas (músculos, tendões e ossos).

    9 .2 NOÇÕES BÁSICAS

     A pele é o maior órgão do corpo humano e a barreira contra perda de água e calor pelocorpo, tendo também um papel importante na proteção contra infecções. Pacientescom lesões extensas de pele tendem a perder líquido corporal e temperatura e se

    tornam mais propensos a infecções.

    9 .3 ORIGEM DAS QUEIMADURAS

     As queimaduras podem ter origem térmica, elétrica, química ou por radiação.

    a) Térmicas

    Causadas pela condução de calor através de líquidos, sólidos, gases e do calor dechamas.

    b) Elétricas

    Produzidas pelo contato com eletricidade de alta ou baixa voltagem. Na realidade odano é ocasionado pela produção de calor que ocorre à medida que a corrente elétricaatravessa o tecido. São difíceis de avaliar e, mesmo as lesões que parecem superficiais,podem ter danos profundos a músculos, nervos e vasos. A eletricidade, principalmente acorrente alternada, pode causar PCR e lesão do sistema nervoso.

    c) Químicas

    Provocadas pelo contato de substâncias corrosivas, liquidas ou sólidas, com a pele.

    d) Radiação

    Resulta da exposição à luz solar, fontes nucleares ou qualquer outra fonte de energiaemitida sob forma de ondas ou partículas.

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    9 .4 GRAVIDADE DA QUEIMADURA

    Depende da causa, profundidade, percentual de superfície corporal queimada,

    localização, associação com outras lesões, comprometimento de vias aéreas e estadoprévio da vítima.

    9.4.1 QUEIMADURAS DE 1º GRAU:

    •  Lesão superficial da epiderme;

    •  Vermelhidão;

    •  Dor local suportável;

    •  Não há formação de bolhas;

    •  Lavar o local com água fria corrente.

    9.4.2 QUEIMADURAS DE 2º GRAU

    •  Lesão da epiderme e derme;

    •  Formação de bolhas;

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    •  Desprendimento de camadas da pele;

    •  Dor e ardência locais de intensidade variável;

    •  Lavar o local com água fria corrente.

    9.4.3 QUEIMADURAS DE 3º GRAU

    •  Lesão da epiderme, derme e tecido subcutâneo;

    •  Destruição dos nervos, músculos, ossos etc.;

    •  Retirar anéis, pulseiras, tornozeleiras e congêneres, pois a vítima provavelmente

    sofrerá inchaço.

    9 .5 GRAVIDADE QUANTO À EXTENSÃO

    Queimaduras graves são as grandes queimaduras que atingem mais de 13% de áreacorporal queimada.

    O risco de vida está mais relacionado com a extensão (choque, infecção) do que com a

    profundidade.

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    São consideradas queimaduras graves:

    •  Em períneo;

    •  Queimaduras do 3º Grau, elétricas, por radiação;

    •  Com mais de 13% da área corpórea;

    •  Com lesão das vias aéreas;

    •  Queimaduras em pacientes idosos, infantis e pacientes com doença pulmonar.

    9 .6

    • 

    • 

    • 

    • 

    • 

    • 

    PRIMEIROS SOCORROS

    Prevenir o Estado de Choque (cobrir o paciente);

    Evitar infecções na área queimada, protegendo-o;

    Controlar a dor;

    Umedecer o local com soro fisiológico;

     Administrar oxigênio;

    Encaminhar a vítima ao pronto socorro o mais rápido possível.

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    9 .7 PROCEDIMENTOS

    9.7.1 QUEIMADURAS TÉRMICAS

    •   Apagar o fogo da vítima com água, rolando-a no chão ou cobrindo-a com umcobertor (em direção aos pés);

    •  Verifique as vias aéreas, respiração e nível de consciência (especial atenção paraVAS em queimadas de face);

    •  Retirar partes de roupas não queimadas; e as queimadas aderidas ao local, recortarem volta;

    •  Retirar pulseiras, anéis, relógios etc.;

    •  Estabelecer extensão e profundidade das áreas queimadas;

    •  Quando de 1º grau banhar o local com bastante água fria ou soro fisiológico;

    •  Não passar nada no local, não furar bolhas e cuidado com infecção;

    •  Cobrir regiões queimadas com curativo úmido, frouxo, estéril ou limpo, para aliviar ador e diminuir os riscos de contaminação;

    •  Transporte o paciente para um hospital, se necessário.

    9.7.2 QUEIMADURAS QUÍMICAS

    •   Afaste o produto da vítima ou a vítima do produto;

    •  Verificar VAS, respiração, circulação e nível de consciência e evitar choque;

    •  Retirar as roupas da vítima;

    •  Lavar com água ou soro, sem pressão ou fricção;

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    •  Identificar o agente químico:- ácido lavar por 05 minutos;- álcali lavar por 10 minutos;

    •  Na dúvida lavar por 15 minutos;

    •  Se álcali seco não lavar, retirar manualmente (exemplo: soda cáustica);

    •  Cubra a região com um curativo limpo e seco e previna o choque.

    9.7.3 QUEIMADURA NOS OLHOS

    •  Lavar o olho com água em abundância ou, se possível, com soro fisiológico por nomínimo 15 minutos;

    •  Encaminhar a vítima para um pronto socorro o mais rápido possível.

    9.7.4 QUEIMADURAS ELÉTRICAS

    •  Desligar a fonte ou afastar a vítima da fonte;

    •  Verificar sinais vitais da vítima;

    •   Avaliar a queimadura (ponto de entrada e de saída);

    •   Aplicar curativo seco;

    •  Prevenir o choque.

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    10. LESÃO CEREBRAL TRAUMÁTICA

    10.1 FRATURAS DE CRÂNIO

     As fraturas de crânio são comuns nas vítimas de acidentes que receberam impacto nacabeça. A gravidade da lesão depende do dano provocado no cérebro.

    São mais frequentes lesões cerebrais nos trauma