apostila de primeiro socorros 2 prof adriano1

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10. FERIMENTOS 10.1. CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE FERIMENTO De acordo como agente causador ou com o aspecto que apresentam, os ferimentos podem classificar-se como: incisões, perfurações, contusões e escoriações. De outro modo os ferimentos distinguem-se ainda em: assépticos, infectados ou contaminados e supurados. São acéticos aqueles que sofreram contaminação de micróbios e resultam quase sempre de uma intervenção cirúrgica. Ferimentos infectados ou contaminados são os que entram em contato com substancias capazes de conduzir micróbios. Ferimentos supurados são aqueles que há formação de pus. 10.2. FERIDAS INCISAS (INCISÕES) São aquelas determinadas por instrumentos de corte tais como facas, canivetes navalhas e giletes. Poder ser superficiais, quando atingem unicamente a pele, e profundas, quando atravessam os músculos, vasos e nervos subjacentes. TRATAMENTO Lidando-se com ferimentos incisos, a primeira preocupação deve ser o controle da hemorragia, se a mesma estiver presente. Em seguida, é preciso fazer a limpeza da ferida. Em se tratando de caso em que houve a hemorragia, é necessário agir com muito cuidado, a fim de não remover o coágulo formado, provocando nova hemorragia. Nesse caso. Limpar ligeiramente as vizinhanças da ferida com água fervida adicionada de uma colherzinha de sal ou outra solução anti-séptica como água boricada, água oxigenada, água fenicada etc. Aplicando a seguir um pedaço de gaze esterilizada diretamente sobre o ferimento e prendendo-a com ataduras ou esparadrapo. Pequenos ferimentos sem hemorragia podem ser cuidadosamente lavados com água e sabão, aplicando-se depois um anti-séptico leve e cobrindo-se com gaze e esparadrapo. Quando se trata de ferimento muito profundo ou penetrante, não é conveniente retardar o tratamento médico que deverá ser feito o mais depressa possível. 10.3. PERFURAÇÕES (FERIDAS) Ferimentos desse tipo são causados por objetos pontiagudos, tais como pregos, espinhos, lasca de madeira etc. Nas perfurações não se observa hemorragia externa alguma.

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10. FERIMENTOS

10.1. CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE FERIMENTO

De acordo como agente causador ou com o aspecto que apresentam, os ferimentos podem classificar-se como: incisões, perfurações, contusões e escoriações.

De outro modo os ferimentos distinguem-se ainda em: assépticos, infectados ou contaminados e supurados. São acéticos aqueles que sofreram contaminação de micróbios e resultam quase sempre de uma intervenção cirúrgica.

Ferimentos infectados ou contaminados são os que entram em contato com substancias capazes de conduzir micróbios.

Ferimentos supurados são aqueles que há formação de pus.

10.2. FERIDAS INCISAS (INCISÕES)São aquelas determinadas por instrumentos de corte tais como facas,

canivetes navalhas e giletes. Poder ser superficiais, quando atingem unicamente a pele, e profundas, quando atravessam os músculos, vasos e nervos subjacentes.

TRATAMENTO – Lidando-se com ferimentos incisos, a primeira preocupação deve ser o controle da hemorragia, se a mesma estiver presente.

Em seguida, é preciso fazer a limpeza da ferida. Em se tratando de caso em que houve a hemorragia, é necessário agir com muito cuidado, a fim de não remover o coágulo formado, provocando nova hemorragia. Nesse caso. Limpar ligeiramente as vizinhanças da ferida com água fervida adicionada de uma colherzinha de sal ou outra solução anti-séptica como água boricada, água oxigenada, água fenicada etc. Aplicando a seguir um pedaço de gaze esterilizada diretamente sobre o ferimento e prendendo-a com ataduras ou esparadrapo.

Pequenos ferimentos sem hemorragia podem ser cuidadosamente lavados com água e sabão, aplicando-se depois um anti-séptico leve e cobrindo-se com gaze e esparadrapo.

Quando se trata de ferimento muito profundo ou penetrante, não é conveniente retardar o tratamento médico que deverá ser feito o mais depressa possível.

10.3. PERFURAÇÕES (FERIDAS)Ferimentos desse tipo são causados por objetos pontiagudos, tais como

pregos, espinhos, lasca de madeira etc. Nas perfurações não se observa hemorragia externa alguma.

Retirar o objeto causador do ferimento, que muitas vezes fica alojado no ferimento. (tratando-se de um ferimento de calibre ou profundidade capaz de causar hemorragia perigosa é preferível aguardar o médico para fazer essa operação).

Espremer o ferimento de modo a provocar uma pequena sangria que possa expulsar do ferimento qualquer matéria estranha que ali se tenha introduzido, como agente de uma provável contaminação.

Limpar a ferida e cobrir com um pedaço de gaze esterilizada. Conduzir o paciente ao médico, que aplicará soro antitetânico, quase

sempre indispensável.

O maior perigo das perfurações é a infecção devida à limpeza e tratamento insuficiente, dada a dificuldade de penetração de substancias anti-sépticas.

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10. 4. ESCORIAÇÕES

São ferimentos superficiais, mas extensos, interessando unicamente à pele costumam ser muito dolorosos, especialmente quando envolvem grandes porções de pele (esfoladura).

Fazer a limpeza cuidadosa. Esta limpeza pode ser feita com água e sabão, soro fisiológico ou água oxigenada.

Aplicar sobre o ferimento um anti-séptico não irritante. Cobrir o ferimento com gaze esterilizada.

10. 5. MEDIDAS INDISPENSÁVEIS

São todas já recomendadas ao tratamento dos diversos tipos de ferimentos e prevenção das diversas espécies de infecções que esses podem facilitar.

Quando o ferimento for de pequena dimensão, cobri-lo, simplesmente com gaze esterilizada.

Encaminhar ao médico.Outras medidas aconselháveis no tratamento e recuperação dos ferimentos

são: repouso do membro ferido, com o que se facilita a cicatrização; imobilização completa, quando o ferimento estiver localizado em uma articulação; retirada dos curativos, se houver infecção, denunciada por dor, inchaço, vermelhidão, inflamação e, às vezes, febre.

10. 6. CURATIVOS (MATERIAL NECESSÁRIO, APLICAÇÃO DE ATADURAS)É a seguinte a lista do mínimo necessário aos pequenos curativos caseiros.

Um vidro contendo o liquido destinado a limpeza de feridas: água oxigenada a 10 volumes, soro fisiológico, água boricada, etc.

Um pacote de algodão. Um vidro contendo um anti-séptico de uso corrente, de preferência não

irritante: isodine, povidine, PVPI, álcool de formação 98 mL, 0,2 mL de tintura de iodo.

Gaze esterilizada. Atadura de gaze de larguras diversas (4, 6, 8, 12 centímetros), faixas. Tesoura e pinças. Um carretel de esparadrapo.

10. 7. ANTI-SÉPTICOS

São substâncias capazes de impedir o desenvolvimento dos micróbios, por suas propriedades microbianas ou inibidoras de seu desenvolvimento. Devido a isso os anti-sépticos são largamente usados na prevenção das infecções.

Os anti-sépticos são encontrados sob forma de pó, e mais comumente, em soluções (em água, álcool ou éter). Os mais conhecidos e geralmente empregados são:

Ácido bórico, pouco tóxico, mas também com fraco poder germicida. Usado nas lavagens oculares, limpeza e curativos de ferimentos e queimaduras.

Água oxigenada, tem fraco poder anti-séptico. Mais usada para limpeza.

Mercuriocromo, não ofende os tecidos, nem é tóxico, indolor.

Page 3: Apostila de Primeiro Socorros 2 Prof Adriano1

Merthiolate Tintura de iodo, álcool de farmácia. Isodine, povidine, PVPI.

10. 8. ANTIBIÓTICOS

Medicamentos dotados de forte poder germicida aliado à sua fraca toxidez, usados no combate a uma enorme quantidade de infecções dos mais diversos tipos. Seu emprego exagerado, nem sempre orientado pelo médico, fez ultimamente surgir variedades de germes extraordinariamente resistentes e, ao mesmo tempo, que certas pessoas adquirissem sensibilidade a essas substancias. Isso lhes diminui a eficiência e torna perigoso o seu uso indiscriminado.

Os mais conhecidos são: a penicilina, a estreptomicina, a terramicina e a cloromicetina.

10. 9. TÉTANO E SORO ANTITETÂNICO

Qualquer solução de continuidade da pele, pode ser a via de introdução de micróbio to tétano.

O tétano é uma doença infecciosa, cujo responsável é uma bactéria anaeróbica. Os sintomas alarmantes aparecem depois de um período de incubação, de 2 a 20 dias após o ferimento, em especial nos ferimentos causados por perfuração de pregos enferrujados, espinhos e fragmentos de madeira que tenham permanecido em contato com o solo.

A toxina tetânica fixa-se sobre os nervos periféricos e centrais provocando os seguintes sintomas: convulsões extremamente dolorosas, contrações espasmódicas de músculos de várias regiões, determinando o trismo da mandíbula, endurecimento dos músculos dos membros e do tronco, fazendo o paciente assumir a posição característica do corpo em arco. O paciente torna-se extremamente sensível à luz e a qualquer movimento ou ruído sob cuja influência volta a sofrer aterradoras convulsões, sua temperatura sobe até atingir um grau máximo e a infecção, após haver se iniciado segue geralmente seu curso, zombando de todo o tratamento e conduzindo sua vítima à morte entre sofrimentos indescritíveis.

TRATAMENTO – Deve ser sobretudo profilático, usando-se a vacinação precoce das crianças e aplicando aos adultos o toxóide tetânico, capaz de fazê-lo adquirir sua própria imunidade.

Em casos de ferimento em pessoas destituídas de imunidade, que em nosso país são maioria, além dos cuidados próprios dos curativos em geral é aconselhável consultar-se um médico a respeito da aplicação do soro antitetânico.

A doença declarada é de fácil tratamento. Consiste na aplicação de grandes doses de soro antitetânico, por via endovenosa, acompalhando medicação própria. Exige sempre a presença, constante e dedicada, de um médico.

10. 10. CICATRIZAÇÃO

O processo de cicatrização, dos ferimentos em geral, é acelerado e facilitado por diversas medidas: repouso e imobilização, quando necessário prevenção das infecções ou curativos bem feitos, espacejamento adequado dos curativos, diários, alimentação cuidada, rica em substancias protéicas.

As feridas cuja cicatrização difícil as tornam crônicas, tomam o nome de úlceras.

Processo de cicatrização começa só após 72 horas.

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11. BANDAGENS E IMOBILIZAÇÃO

11.1. ATADURA

É um pedaço de fazenda aplicado de tal maneira que se ajuste a uma parte do corpo. As ataduras são disponíveis em rolos de várias larguras.

11.2. BANDAGENS

É um tipo de atadura. A maioria dos autores costuma usar atadura e bandagem como sendo a mesma coisa.

11.3. FINALIDADES

Limitar movimentos Aplicar calor ou frio Firmar um curativo Manter talas em posição Fornecer apoio Aplicar pressão para controlar sangramentos

11. 4. MATERIAL USADO

Tala de madeira ou cabo de vassoura Bengala, galho de arvore. Papelão, toalhas grossas, etc Fazenda ou algodão para envolver a tala: Atadura de gaze, pano,

gravata, lenço, tiras de lenços, etc...

11. 5. DIRETRIZES BÁSICAS NA IMOBILIZAÇÃO

Sempre que passar uma atadura faça-o no sentido da circulação venosa.

Não fixe as talas sobre os ferimentos, ou sobre o foco da fratura. Aplique a atadura de maneira firme e uniforme com pressão igual do

inicio ao fim. Nunca cubra ferimentos sujos. Verifique a bandagem e fique atento a qualquer sinal de circulação

comprometida como: dor, extremidades frias e azuladas, o que significa que a imobilização está apertada.

Deixe sempre que possível as extremidades expostas para visualização.

No caso de colocação de ataduras para firmar curativos, sempre se inicia e se termina a mais ou menos 5 cm, abaixo e acima da ferida.

O corpo deve ser mantido em posição anatômica natural.

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12. CONTUSÕES

12.1. CONCEITO

É uma lesão dos tecidos moles, produzida por objetos, tombo, soco, pontapé, batida em ferramentas, máquinas, quedas, etc.

12.2. MANIFESTAÇÕES

Local pode apresentar-se arroxeado (equimose), que é decorrente de hemorragia pela ruptura de pequenos vasos sanguíneos.

Dor e edema. Mudança de coloração de pele.

12.3. PROCEDIMENTO

Elevar a parte atingida. Manter em repouso a parte contundida. Aplicar compressas frias ou saco de gelo, até que a dor e o inchaço

tenham diminuído. Aplicar uma bandagem compressiva para reduzir o inchaço (edema). Aplicar o calor da região acometida, após +/- 48 horas, para auxiliar a

absorção. Se a contusão for grave, encaminhe a vítima ao médico.

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13. ENTORSE

13. 1. CONCEITO

É uma lesão das estruturas ligamentares que circundam a articulação, na maioria das vezes causadas por pressão ou puxão violento ou trocedura. Não há deslocamento do osso.

13. 2. SINTOMAS

Edema rápido, decorrente do extravasamento de sangue para dentro dos tecidos.

Dor durante a movimentação articular. Equimose.

13. 3. AÇÃO

Elevar o local afetado Aplicar compressas frias (ou bolsa de gelo), intermitentemente durante

+/- 48 horas. Os efeitos vasoconstritores do frio retardam o extravasamento de sangue e linfa e reduzem a dor

Imobilização da articulação Aplicar calor moderado após 48 horas Leve a vítima ao médico para que haja uma avaliação mais precisa.

Obs.: Observe o momento em que poderá usar compressas quentes sobre a parte afetada. Não aplique nada quente durante 48 horas no mínimo. O calor aumenta a dor e o edema (inchaço).

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14. LUXAÇÃO

14. 1. CONCEITO

É uma lesão na qual as superfícies articulares dos ossos que formam a articulação perdem seu contato anatômico (os ossos estão fora da articulação).

14. 2. SINTOMAS

Dor intensa Edema Equimose Alteração no contorno articular Alterações no comprimento da extremidade Perda da movimentação normal

14. 3. AÇÃO

Nunca reduzir a luxação Imobilizar o membro deformado Transportar a vítima com a articulação imobilizada sem permitir que

force o local luxado

Obs.: O correto tratamento de uma luxação ou de uma entorse exige o atendimento médico.

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15. FRATURA

15. CONCEITO

É a ruptura de um osso.

15. 2. TIPOS

15. 2. 1. coberta ou fechadaQuando a pele da região atingida se mantém integra, a fratura não se

comunica com o exterior.

15. 2. 2. EXPOSTA OU ABERTA

Quando há rompimento da pele, exteriorizando parte do osso.

Local das figuras

15. 3. SINAIS OU SINTOMAS

Dor intensa no local Impossibilidade de movimentar o membro atingido Deformação do osso Edema equimose tardia Aparecimento do osso na fratura exposta

15. 4. AÇÃO

Dê atenção imediata ao estado geral do paciente:a) Pode ocorrer estado de choque nas grandes fraturas, pois o osso é

muito vascularizado, após o traumatismo, grandes quantidades de sangue saem da circulação para dentro dos tecidos moles ou através das feridas, ocasionando grande perda de líquidos orgânicos.

b) Observe hemorragias e procure contê-lasc) Observar aparecimento de sintomas como: taquicardia (aumento das

pulsações), febre, aumento da freqüência respiratória.d) Alterações da personalidade, inquietude, irritabilidade ou confusão.

Num paciente com fratura, são sinais de problemas neurológicos exigindo conduta e avaliação médica imediata.

Imobilização provisória do membro atingido Se a fratura for exposta, limpe o local antes de imobiliza-lo e coloque

gaze ou pano limpo sobre o ferimento, firme o mesmo mantendo a vítima deitada

Observe todo o corpo, da cabeça aos pés, de maneira metódica, verificando a presença de lacerações, abaulamento e deformidades.

Manipule a área delicadamente e o menos possível Transporte a vítima com cautela e cuidadosamente.

15. 5. CONDUTA ESPECÍFICA NOS SEGUINTES CASOS DE FRATURA

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Antes dos cuidados específicos que serão abaixo relacionados, não esqueça que as medidas de socorro citadas acima são importantes e constituem a primeira ação do socorrista.

15. 5. 1. FRATURA DE CLAVÍCULA

a) Sintomas:a. Dor intensa no localb. Dificuldade para movimentar o braço do lado afetado

b) Ação:a. Coloque uma proteção entre o braço do lado afetado e do tórax

(chumaço de algodão ou toalha)b. Coloque a mão do lado afetado sobre a parte superior ao tórax,

usando faixas ou tipóia.

Figuras A e B

15. 5. 2. FRATURA DO BRAÇO

a) Sintomas:a. Dor intensa no braço afetado e que aumenta durante

movimentaçãob) Ação:

a. Coloque um pano ou chumaço de algodão na axila do lado afetado.

b. Coloque uma tala na face externa do lado do braço lesadoc. Envolva o braço do lado lesado com tipóia

Figuras A, b, c, d

15. 5. 3 FRATURA DE PUNHO E MÃO

a) Sintomas:a. Dor intensa no antebraço lesado, aumentando com a

movimentação.b) Ação:

a. Dobre o braço lesado, mantendo o polegar voltado para cima.b. Aplique duas talas, uma na face interna e outra na face externa.c. Fixe-as com tiras de pano ou esparadrapo.d. Coloque o antebraço em uma tipóia

Figuras A, b, c

15. 5. 4 FRATURA DO FÊMUR

a) Sintomas:a. Dor intensa no local atingidob. Dificuldades ou impossibilidade de andar

b) Ação:a. Deixe a vítima em repouso, não a movimente, e coloque-a

deitada de costas (decúbito ventral)b. Proteja todo o membro lesado com algodão ou pano

Page 10: Apostila de Primeiro Socorros 2 Prof Adriano1

c. Aplique talas nos dois lados do membro e fixe-as com tiras de pano ou esparadrapo, ou amarrar a perna quebrada na outra, tendo o cuidado de colocar uma proteção entre as pernas.

Figuras A, b, c, d

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16. CÂIMBRA

16. 1. CONCEITO

Contração repentina, involuntária, rápida e dolorosa de um músculo ou grupo de músculos.

16. 2. CAUSAS

Má circulação e cansaço. Pouca água e sais minerais por perda na transpiração excessiva. Frio e calor intenso, exercícios intensos. Uso prolongado e ou grandes quantidades de diuréticos.

16. 3. TRATAMENTO

Massagem local de relaxamento. Dar para beber água com sal. Deixar o membro em posição anatômica. Compressas quentes sobre a região durante mais ou menos 20

minutos. Cobrir o local com cobertor, após a colocação das compressas. Se a câimbra persistir, transporte o acidentado até o hospital. Não se faz hiperextensão do local atingido.

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17. TRANSPORTE DE ACIDENTADOS

A movimentação ou transporte de um acidentado ou doente deve ser feita com cuidado, a fim de não complicar as lesões existentes.

O transporte de forma errada pode acabar causando lesões mais sérias que o próprio acidente.

17. 1. ANTES DE PROVIDENCIAR A REMOÇÃO DA VÍTIMA

Restaurar ou manter a função respiratória e cardíaca Verificar a existência e extensão das lesões Controle de hemorragia Prevenção ou controle do estado de choque Imobilização das fraturas, luxações ou entorses.

17.2. CUIDADOS

O corpo deve ser mantido em linha reta. Se tiver que levantar a vítima antes de ser feito o exame, cada parte do

seu corpo deve ser apoiada. Se precisar puxar o ferido para outro local, puxe a vítima pela direção

da cabeça ou pelos pés ou próximo a cabeça, protegendo-a. Não puxe os feridos pelo lado. Nos casos de suspeita de lesões cerebrais, o transporte deve ser feito

com auxilio de 3 pessoas ou maca, leve-o em um carro onde a pessoa fique deitada em ângulo reto, nunca sentada.

Tranqüilize-a e tente permanecer calmo Demonstre serenidade para que ela sinta que a situação está sob

controle. Sua calma diminuirá o temos e o pânico.

17.3. MEIOS EMPREGADOS PARA O TRANSPORTE

Maca. Ambulância. Helicóptero, avião. Recursos improvisados como: auxílio de pessoas, padiola, cadeira,

tábua, porta, cobertor, lona ou outro material semelhante. Caminhão, kombi, barcos, e outros.

17. 3. 1. MACA

Para improvisar uma maca, use 2 varas de madeira e um lençol ou colcha.Dependendo da gravidade, dois ou três socorristas deverão remover a vítima

até a maca.Pode também ser usada uma tábua larga, desde que nesta seja colocado

todo o corpo da vítima. Não se deve deixar pés e cabeça pendendo, principalmente nos casos de lesões do sistema nervoso central.

17. 3. 2. AVIÃO

É usado para as vítimas que não estão inconscientes e com ferimentos pequenos

Page 13: Apostila de Primeiro Socorros 2 Prof Adriano1

Pegue a vítima pelas costas, passe o braço da vítima pelo seu, segurando-lhe o punho.

Figura

17. 3. 3. TRANSPORTE EM BRAÇOS

Usado para as vítimas conscientes. Carregue a vítima em seus braços. Passe um dos braços da vítima ao

redor do seu pescoço.

17. 3. 4. TRANSPORTE NAS COSTAS

Para acidentados que estão em pé. Fique de costas para a vítima. Passe os braços do acidentado em volta do seu pescoço. Incline o corpo para frente e levante a vítima do chão.

Figura

17. 3. 5. TRANSPORTE EM “CADEIRINHA” Usado para vítimas que estejam conscientes. Duas pessoas seguram os braços uma da outra. A vítima coloca os braços nos ombros de cada socorrista.

Figura

17. 3. 6. TRANSPORTE DE BOMBEIRO

É usado em casos de incêndio, mesmo estando inconsciente. Coloque a vítima de bruços. Ajoelhe-se junto à cabeça da vítima. Levante-a, segurando-a pelas axilas e colocando-a de pé. Passe uma das mãos pela cintura do acidentado e com a outra segure

o punho para colocar-lhe o braço em volta do seu pescoço. Dobre seus joelhos e levante o acidentado, colocando-o em suas

costas. Volte à sua posição normal e transporte o acidentado. Para descer o acidentado, abaixe-se e faça-o lentamente, por partes.

Coloque no chão, primeiro suas pernas e vá deitando-o aos poucos.

Figuras A e B

17. 3. 7. TRANSPORTE EM CADEIRA

Feito por duas pessoas, com a vítima sentada em uma cadeira.

Figura17. 3. 8. TRANSPORTE EM PADIOLA

O transporte sempre que possível deve ser feito em padiola. Há várias maneiras de se improvisar uma padiola.

Tábua Porta

Escada de carpinteiro Duas varas de madeira, um pedaço de lona, cobertor duas jaquetas, vestidos, etc

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Janela

17. 3. 8. 1. PADIOLAS IMPROVISADAS

Quando não se pode conseguir uma padiola, com um pouco de engenho pode improvisar-se uma. Algumas das coisas que podem ser usadas são:

Uma tábua, porta, veneziana, escada, catre. São mais fáceis de transportar as descritas a seguir.

Com o cobertor. Arranjar duas varas compridas e redondas, e nelas enrolar as extremidades do cobertor até que fique da largura de 60 cm. Fixar a parte enrolada com alfinetes de segurança ou com cordas que passarão por orifícios feitos no cobertor. Muito bom resultado dá o método que mostra a figura abaixo. Caso haja a impossibilidade de se conseguir varas, dobrar o cobertor várias vezes. Neste caso a vítima deve ser levada por três pessoas de cada lado, para impedir que afunde na parte média.

Saco. Dois sacos fortes se atravessam por seus lados em duas varas. Casaco e colete. Por os casacos com as mangas viradas pra dentro e

abotoados. Passar as varas pelas mangas. A parte que corresponde às costas será a que formará a face superior da padiola. Pode fazer-ser também a padiola com um casaco e um colete, usando a parte correspondente a este para os membros inferiores.

Duas cadeiras. Colocar as cadeiras com os encostos superpostos e uni-las fortemente com uma corda. Esta espécie de padiola improvisada tem a vantagem de poder apoiar-se sobre um terreno úmido ou molhado sem incomodar o paciente.

Figuras

17. 3. 9. TRANSPORTE EM 3 PESSOAS

Normalmente usa-se em casos de pessoas inconscientes e com suspeita de lesões no sistema nervoso central.

A pessoa mais alta coloca os braços entre a cabeça e as costas da vitima.

A segunda pessoa passa um dos braços sob o braço do primeiro socorrista entre as costas da vítima e o outro braço na região das nádegas da vítima e o outro braço segura as pernas da vítima. Desta forma o peso é distribuído proporcionalmente.

Os três devem suspender a vitima simultaneamente.

Figura

17. 3. 10. TRANSPORTE DE UM FRATURADO DE COLUNA

O acidentado deve ser transportado de bruços (decúbito ventral) sobre uma tábua ou equivalente (porta, janela, etc.)

Caso o transporte não possa ser feito em decúbito ventral, o acidentado é colocado em decúbito dorsal sobre uma tábua, com roupas ou travesseiros sob as curvas naturais do corpo (sob as curvas da região lombar, sob os joelhos e calcanhares), para evitar a movimentação e desequilíbrio do corpo.

Page 15: Apostila de Primeiro Socorros 2 Prof Adriano1

O acidentado deve ser amarrado à padiola e transportado com cuidado.

Figura

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18. HEMORRAGIAS

18. 1. CONCEITO

É a perda de sangue devido o rompimento de um vaso sanguíneo, veia ou artéria. Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente. A hemorragia abundante e não controlada pode causar a morte em 3 a 5 minutos.

18. 2. TIPOS

18. 2. 1. ARTERIAL

Sangue de cor vermelho-vivo e sai em jato ou esguicha.

18. 2. 2. VENOSA

Sangue escuro e escorre lentamente.

18. 2. 3. CAPILAR

A perda de sangue se dá por gotejamento. Exemplo: Nasal, Arranhões.

18. 3. CLASSIFICAÇÃO

18. 3. 1. EXTERNAS

Se exteriorizam logo após a ocorrência, através das cavidades naturais do corpo ou pela lesão produzida pelo trauma.

18. 3. 2. INTERNAS

Não se exteriorizam, o sangue fica nas cavidades do organismo e só é percebido através de sinais indiretos como: queda de pressão, sudorese, palidez, pulso filiforme. Se persistir poderá haver perda de consciência, choque e morte.

18. 4. SINTOMAS GERAIS

Falta de ar. Sudorese. Sede. Queda de pressão. Pele fria. Pupilas dilatadas. Perda de consciência. Respiração rápida e profunda. Tonturas. Palidez intensa Lábios e unhas azuladas Queda de temperatura

18. 5. TRATAMENTO DE URGÊNCIA

Se o ferimento estiver coberto, descobri-lo e faça um exame físico rápido.

Deitar a vitima e mantenha-a com a cabeça mais baixa que os pés Deixar em repouso o local do ferimento para ajudar na formação de

coágulo. Evite qualquer compressão do corpo, afrouxando o colarinho, cinta,

etc. Mantenha a vítima aquecida com cobertores, mantas, casacos, etc.

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Mantenha o local da hemorragia sempre limpo. Esteja atento a sinais que indiquem agravamento do estado geral da

vítima Tente conter a hemorragia através de um dos métodos abaixo.

Figuras a e b.

18. 6. MÉTODOS PARA CONTER UMA HEMORRAGIA

18. 6. 1. COMPRESSÃO

Limpe o local do ferimento; Use uma compressa limpa de gaze, lenço, pano de camisa, lençol,

etc.; Coloque a compressa sobre o ferimento e faça pressão; Amarre-a com atadura, tira de pano, gravata, etc.;

Se não houver fratura lembre-se que se deve: Se a hemorragia for nos braços ou pernas, mantenha o mais levantada

possível. Flexione o joelho, se o ferimento for na perna, coloque pó dentro da

perna dobrada um pouco de algodão; Evite colocar substancias não medicamentosas nas hemorragias como:

pó de café, teia de arranha, etc.

1 - Levante a parte do corpo que está ferida.2 – Com um pano limpo (ou sua mão limpa, caso não tiver pano) aperte diretamente o ferimento. Continue apertando até que o sangramento pare. Isso pode demorar de 15 min a 1 hora ou mais.

18. 7. PONTOS DE PRESSÃO

Envolva a mão em um pano ou lenço limpo e calque fortemente com o dedo ou com a mão de encontro ao osso nos pontos onde a veia ou a artéria são mais fáceis de encontrar.

Figura

18. 6. 3. COMPRESSAS

Aplique compressas de gelo no local do ferimento até cessar a hemorragia. Se não tiver a bolsa, coloque gelo picado em um saco plástico e

envolva-o com uma toalha, depois coloque diretamente sob o ferimento, por mais ou menos 30 minutos, retire-o por 5 minutos e recoloque-o novamente;

As compressas frias são mais indicadas quando se suspeita de hemorragia interna;

Se a hemorragia for externa, prefere-se a compressão do local utilizando a compressa de gelo somente nos casos em que esta for de menor intensidade;

Proteja sempre a pele com uma toalha, pois a longa permanência do gelo diretamente sob a pele pode causar queimaduras.

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Obs.: nunca use compressa quente em hemorragias, pois estas aumentam a hemorragia. Nos casos de formação de hematomas ou equimoses a compressa quente só é indicada após 48 horas depois do traumatismo.

Explicar porque não se faz mais

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19. MORDIDAS E PICADAS DE INSETOS

19. 1. ABELHAS, VESPAS E FORMIGAS

19. 1. 1. CONCEITO

Uma vespa ou uma formiga pode usar seus ferroes separadamente, porem a abelha produtora de mel deixa o ferrão e saco de veneno ligado a pele.

19. 1. 2. SINTOMAS

Dor eritema, coceira, e tumefação sob forma de pápula. Apreensão e medo Reações alérgicas: prurido (coceira), pápulas, fraquezas, cefaléia,

dificuldade para respirar e ansiedade e cólicas abdominais. A vítima pode a partir daí entrar em choque e morrer. A morte pode

ocorrer 6 minutos após a ferrada.

19. 1. 3. AÇÃO

Deixe a vítima em posição confortável se possível, o membro afetado mais baixo que a cabeça.

Observe a vítima cuidadosamente e verifique a causa, observe atentamente sintomas de reação alérgica, nesses casos, o transporte deverá ser imediato e o socorro prestado durante o mesmo;

Retire os ferroes de inseto com o seu saco de veneno e pressione o local para sair o veneno;

Coloque gelo ou água fria no local da picada; Procure socorro médico imediato.

19. 2. ESCORPIÕES

Os escorpiões não atacam a menos que muito provocados. A toxina é injetada através de um ferrão localizado na extremidade da cauda do animal. A maioria dos escorpiões produz ferroada inócua.

19. 2. 1. AÇÃO

Colocar compressas de gelo no local da picada; Lavar o local com água e sabão; Aplicar solução de amônia sobre a área.

OBS.: Existe uma espécie de escorpião venenoso, mas esse tipo é encontrado somente no Sudoeste dos Estados Unidos. No entanto, devido ao processo de mutação, hoje já existe escorpiões venenosos no Brasil e em nossa região.

19. 3. LAGARTA

As lagartas possuem feixes de espinhos venenosos misturados com pelos finos em seu dorso. Normalmente não causam danos graves, pois a toxidade de seu veneno é muito pequena. Exceto a taturana.

19. 3. 1. SINTOMAS

Sensação de queimação; Dor no local; Eritema e edema.

19. 3. 2. AÇÃO

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O tratamento é basicamente dirigido para alívio da dor; Lave bem o local com água e sabão; Aplique compressas de gelo; O edema e a dor normalmente cessam após 24 horas.

19. 4. ARANHAS (VIÚVA NEGRA)19. 4. 1. CONCEITO

Nos casos de picadas por aranhas, a vítima pode mesmo não sentir a picada e não haver nenhum sinal no local. o seu veneno é altamente tóxico.

19. 4. 2. SINTOMAS

Dor que pode estar ausente; Às vezes podem-se encontrar pontos vermelhos no local da picada; Dor abdominal com espasmos musculares; Os músculos podem assumir um aspecto de rigidez em tábua; Dificuldade para respirar Náuseas; Vômitos Sudorese Calafrios Nos casos da aranha eremita, a área da picada apresenta-se

eritematosa intumescida e dolorosa, pode surgir uma bolha mais tarde e desenvolver uma úlcera.

19. 4. 3. AÇÃO

É importante a identificação da aranha Deixar a vítima em local arejado e de preferência com o local afetado

mais baixo que a cabeça. Lave bem o local da picada com água e sabão, sem esfregá-lo. Coloque compressas frias no local da picada. Transporte a vítima para o hospital para que possa ser usado o soro

específico para a picada deste inseto. Não movimente muito o acidentado.

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20. CORPOS ESTRANHOS

20. 1. CONCEITO

Pequenas partículas de poeira, areia ou limalha, grãos diversos, sementes ou pequenos insetos e etc. podem penetrar nos olhos, nariz, ouvidos ou pele.

20. 2. OLHOS

20. 2. 1. SINTOMAS

Lacrimejamento abundante

20. 2. 2. AÇÃO

Não esfregar os olhos Faça a vítima fechar os olhos para permitir que as lágrimas lavem e

removam o corpo estranho

Se este processo falhar, lave as mãos e adote as seguintes medidas: Pegue a pálpebra superior e puxe para baixo sobre a pálpebra inferior

para deslocar a partícula. Irrigue os olhos ou o olho afetado com água limpa de preferência

esterelizada. Peça à vítima para pestanejar

Se ainda assim não resolver passe a seguinte ação: Puxe para baixo a pálpebra inferior, revirando para cima a pálpebra

superior. Descoberto o corpo estranho tente retirá-lo com cuidado, tocando-o de leve com a ponta úmida de um lenço úmido ou cotonete.

Se o cisco estiver sobre o globo ocular ou se tratar de corpo estranho encravado no olho não tente retirá-lo. Coloque uma compressa ou pano limpo e leve a vítima ao médico.

20. 2. NARIZ

20. 2. 1. SINTOMAS

Hemorragia nasal Dificuldade para respirar

20. 2. 2. AÇÃO

Expulsar o ar pela narina em que se encontra o corpo estranho com a boca fechada e comprimindo a narina não obstruída com o dedo;

Se não remover o corpo estranho tende assistência médica; Não permita que a vítima assue o nariz com violência; Não introduza na narina arames, palitos, pinças, etc. Eles podem

causar complicações.

20. 4. OUVIDO

20. 4. 1. AÇÃO

Não introduza no ouvido nenhum, seja qual for a natureza do corpo estranho;

Conserve a vítima deitada de lado, com o ouvido afetado para cima;

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Coloque algumas gotas de óleo ou azeite no ouvido e deixe por alguns minutos;

Depois mude a cabeça de posição para escorrer o azeite. Geralmente desta forma o corpo estranho deverá sair.

Se o corpo estranho não puder ser retirado com facilidade o ideal é procurar assistência médica.

20. 5. PELE

20. 5. 1. CAUSAS

Espinhos, lascas de madeira, agulhas, alfinetes, etc.

20. 5. 2. AÇÃO

Limpe a pele com água e sabão; Pegue uma pinça e desinfete-a; Tente retirar o corpo estranho de maneira delicada; Após retirar o objeto, limpe o local com água e sabão, água oxigenada

ou mercúrio.

OBS.: Esta ação é dirigida somente para casos de corpos estranhos encravados na pele, quando forem mais profundos é necessário socorros médicos.

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21. ENVENENAMENTO

21. 1. CONCEITO

Veneno é qualquer substancia que quando ingerida, inalada, absorvida, aplicada na pele ou produzida pelo organismo, em quantidade relativamente elevada, provoca lesão no organismo devido a sua ação química.

21. 2. VIAS RESPIRATÓRIAS

As vias penetração são: Oral Respiratória Venosa

21. 3. COMO SE MANIFESTA

As manifestações dependem da dose e o tempo de permanência no organismo humano.

Alterações no hálito (cheiro da substancia ingerida) Dor abdominal e diarréia Salivação abundante Náuseas e vômitos Tosse e dificuldade respiratória Dor de cabeça Convulsão Sonolência e inconsciência Sinais de estado de choque Parada respiratória e cardíaca.

21. 3. 1. NOS CASOS DE VENENOS CORROSIVOS

Além dos sintomas acima a vítima pode apresentar: Dor intensa, sensação de queimação na boca e garganta Deglutição dolorosa ou incapacidade de engolir Lesões na mucosa oral.

21. 4. CASOS EM QUE SE DEVE SUSPEITAR DE ENVENENAMENTO

Cheiro de veneno no hálito Mudança de cor nos lábios e na boca Dor ou sensação de queimação na boca e garganta Vidros ou embrulhos de drogas ou de produtos químicos em poder da

vítima. Se a vítima comeu frutas ou folhas venenosas pode haver evidências

na boca. Estado de inconsciência, de confusão ou mal súbito quando for

possível acesso ou contato da vítima com venenos.

21. 5. COMO PROCEDER

21. 5. 1. VENENOS INGERIDOS

Provocar vômito: Fazer a vítima beber 2 a 3 copos de água morna, ou com sal, ou com

água e sabão.

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Passe o dedo indicador, um cabo de colher ou pena de galinha na garganta da vítima.

Repita a manobra várias vezes até que o líquido vomitado esteja límpido.

A seguir, faça ingerir: Leite; Claras de ovos batidas 4 colheres de farinha de trigo ou maisena para 1 litro de água Batatas amassadas com água

A seguir faça: Procure transporte para a vítima Mantenha a vítima agasalhada Guarde o recipiente com o rótulo e os restos do veneno para entregar

ao médico. Esteja atento aos sinais de choque e parada cardiorrespiratoria

21. 5. 2. O QUE NÃO SE DEVE FAZER

Não de álcool de qualquer espécie ao envenenado; Não provoque vômito se a vítima estiver em coma, inconsciente ou em

crise convulsiva; Não deixe o envenenado andar; Não o deixe esfriar: use cobertores para diminuir um possível estado

de choque; Não provoque vômito caso a vítima tenha ingerido ácido forte, uma

base ou outro solvente corrosivo ou hidrocarbonetos (soda caustica, querosene, gasolina, água de cal, amônia, alvejantes de uso doméstico, desodorante de banheiro, etc.).

21. 6. VENENOS ASPIRADOS

21. 6. 1. COMO PROCEDER

Carregue ou arraste a vítima imediatamente para um local arejado e não contaminado. Não deixe a vítima andar.

Mantenha a vítima agasalhada, procure transporte imediatamente Observe as precauções do item 21. 5. 2. Tome medidas de precauções para não se tornar outra vítimao Ao retirar a vítima do ambiente, se não tiver máscara, cubra o rosto

com um lenço e evite respirar até que saia do ambiente contaminado.o Cuide par não ficar muito próximo do rosto da vítima para não inalar o

veneno.o Após o socorro, o socorrista deve ingerir 2 a 3 copos de leite.

21. 7. ENVENENAMENTO ATRAVÉS DA PELE

21. 7. 1. COMO PROCEDER

Dependendo do local atingido e dos recursos que dispor lave a pele com água abundante: banho de chuveiro, de mangueira, de torneira, etc.

Continue aplicando jatos de água sobre a pele enquanto retira as roupas da vítima

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A rapidez em lavar a pele é de máxima importância, pois reduz a tensão da lesão ou da absorção do veneno.

Após a limpeza, não passe nada no local da lesão, deixe apenas um pano limpo e úmido no local.

Leve a vítima imediatamente para o hospital.

21. 8. O USO DO CARVÃO ATIVADO COMO ABSORVENTE DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS

O carvão ativado é um absorvente eficaz para várias substancias tóxicas. O socorrista deve procurar orientação médica ou com um centro de controle de envenenamento para saber se seu uso está indicado para o saco em particular.

Ele inibe o vômito induzido por Ipeca (arbusto encontrado no Brasil e em outras partes da América do Sul, que pode causar vômito);

É administrado por via oral, logo após a vítima ter vomitado. Deve-se ministrar uma ou duas colheres das de sopa em um copo de

água imediatamente. Não pode ser guardado preparado; A dose média para adulto é de 50 a 100 gramas em 75mL de água

destilada.

21. 9. MEDIDAS PREVENTIVAS

Muitas crianças morrem por engolir coisas que são venenosas. Para proteger seus filhos siga as instruções abaixo:

Mantenha produtos venenosos fora do alcance das crianças. Nunca use garrafas de refrigerante para colocar querosene, gasolina

ou outro tipo de substancia tóxica.

21. 10. VENENOS MAIS COMUNS

Raticidas (venenos contra ratos); DDT, lindano e outros inseticidas; Remédios (de qualquer tipo, quando ingeridos em grande quantidade).

Cuidado especial com drágeas de ferro; Tintura de iodo; Alvejantes (água sanitária), detergentes, soda caustica, acido

muriático, etc; Cigarros; Álcool; Sementes, folhas, grãos ou frutos de plantas venenosas; Carrapateira (mamona) Fósforo Querosene, gasolina; Lixívia (barrela, decoada).

21.11 EMBRIAGUEZ ALCOÓLICA

O termo médico “alcoolismo”, que caracteriza uma condição de dependência ao álcool (constante das bebidas), não se refere as bebedeiras ocasionais e fortuitas, mas sim ao hábito de beber diariamente uma determinada dose e , sofrer os sintomas de abstinência se houver uma parada brusca do hábito.

O indivíduo dependente do álcool se denomina “alcoólatra”, e não necessariamente ele se embriaga. No entanto, não se pode passar um dia sem a sua habitual dose, pois começa a sentir forte angústia, boca seca, tremores das

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mãos evoluindo para todo o corpo, alucinações visuais ou auditivas, se persistir a abstinência (supressão do hábito). Esses sintomas surgem tão mais rápido quando mais velho for o hábito.

Pacientes neste estado de abstinência forçada devem ser encaminhados a um hospital para o tratamento de emergência, pois com o decorrer da crise, se tratar de paciente alcoólatra de longa data, provavelmente estará em péssimas condições de saúde e emagrecimento, o que levará geralmente a uma desidratação, tremores mais acentuados e deliris.

A embriaguez eventual geralmente alivia o individuo, tão lodo ele vomitar alguma quantidade de álcool que não foi absorvido. Deve ser evitado qualquer sedativo ou anestésico, pois estes potencializam o efeito do álcool.

21. 12. ESTADO GERAL DA VÍTIMA DE ENVENENAMENTO

O estado geral da vítima de envenenamento deve merecer cuidados constantes por parte das pessoas que a atendem. Não só enquanto a intoxicação é combatida, mais ainda quando cessados todos os sintomas (período de recuperação).

Durante o período agudo da intoxicação é preciso dar-se atenção aos sintomas concomitantes e secundários, combatendo-os na emergência. Assim atende-se ao colapso, denunciado por palidez excessiva e abundantes suores frios, com o emprego de estimular meios externos (cobertores, bolsas de água quente, etc.) bebidas quentes.

Mesmo o paciente considerado a salvo da intoxicação deve ser mantido em observações por dois dias prevendo-se a recorrência dos sintomas mais graves, ou qualquer outra complicação conseguinte.

21. 13 EMERGÊNCIA IMEDIATA (RESUMO DAS MEDIDAS ACONSELHÁVEIS)Visando melhor compreensão, as medidas de emergência serão repetidas em

resumo sucinto: Proceder ao reconhecimento rápido do tipo de veneno ingerido: pelo

cheiro, pelo aspecto da mucosa da boca, por informação da vítima ou de seus familiares.

Fazer o paciente ingerir bastante água com sal, sabão ou mostarda, fazendo-o vomitar (exceto no caso de ácidos e álcalis)

Tratando-se de álcalis ou ácidos proceder antes à neutralização do veneno usando soluções ácidas (vinagre ou limão) para álcalis e soluções alcalinas (bicarbonato de sódio, magnésia calcinada) para os envenenamentos por ácidos.

Depois da vítima houver vomitado aplicar uma boa dose do antídoto universal (2 partes de carvão pulverizado; 1 parte de ácido lático ou chá bem forte; 1 parte de óxido de magnésio ou leite de magnésia), fazendo-a vomitar novamente e voltando a dar-lhe outra dose do antídoto.

Fazer depois o paciente ingerir um copo de leite com 4 a 5 claras de ovo.

Em casos graves procurar um médico. Estar atento ao estado geral da vítima, enquanto o médico não chega,

prevenindo-o de um choque ou colapso respiratório, e aplicando as medidas adequadas a cada caso.

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