modelo de contestaÇÃo

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE BELÉM, ESTADO DO PARÁ PROCESSO N° 0055666.23.2013.8.08.003 SUPERMERCADO PREÇO BOM, já qualificado nos autos da ação em epígrafe, que lhe move JOSÉ DA SILVA ARAÚJO, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, através de seus procuradores que in fine subscrevem (doc.1), apresentar CONTESTAÇÃO, nos seguintes termos: 1. BREVE SÍNTESE DA INICIAL Postula o autor da ação perante este Juízo a condenação da requerida empresa ao pagamento de indenização por danos materiais e morais, cumulada com obrigação de fazer. Alega que no dia 25/03/2008, após ter consumido com sua família R$5,50 (cinco reais e cinquenta centavos) em produtos do supermercado no interior do estabelecimento comercial, teria sido recusado pelos atendentes do Preço Bom o pagamento dos produtos por meio de cartão de crédito, em uma atitude supostamente arbitrária, pois o autor estaria habituado a pagar com o cartão e não estaria visível placa informando qualquer mudança das formas de pagamento admitidas. Alega ainda que fizera ao gerente Walterloo Txuna a proposta de sair do supermercado para sacar dinheiro com o fim de pagar sua dívida e que o gerente, além de recusar a proposta, teria acusado o Sr. José da Silva de possuir índole fraudulenta. Além disso, o autor da ação expõe na exordial que o gerente do supermercado o teria levado para uma sala fechada

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Page 1: MODELO DE CONTESTAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL

DA COMARCA DE BELÉM, ESTADO DO PARÁ

PROCESSO N° 0055666.23.2013.8.08.003

SUPERMERCADO PREÇO BOM, já qualificado nos autos da

ação em epígrafe, que lhe move JOSÉ DA SILVA ARAÚJO, vem mui

respeitosamente à presença de Vossa Excelência, através de seus

procuradores que in fine subscrevem (doc.1), apresentar CONTESTAÇÃO, nos

seguintes termos:

1. BREVE SÍNTESE DA INICIAL

Postula o autor da ação perante este Juízo a condenação da requerida

empresa ao pagamento de indenização por danos materiais e morais,

cumulada com obrigação de fazer.

Alega que no dia 25/03/2008, após ter consumido com sua família

R$5,50 (cinco reais e cinquenta centavos) em produtos do supermercado no

interior do estabelecimento comercial, teria sido recusado pelos atendentes do

Preço Bom o pagamento dos produtos por meio de cartão de crédito, em uma

atitude supostamente arbitrária, pois o autor estaria habituado a pagar com o

cartão e não estaria visível placa informando qualquer mudança das formas de

pagamento admitidas. Alega ainda que fizera ao gerente Walterloo Txuna a

proposta de sair do supermercado para sacar dinheiro com o fim de pagar sua

dívida e que o gerente, além de recusar a proposta, teria acusado o Sr. José da

Silva de possuir índole fraudulenta. Além disso, o autor da ação expõe na

exordial que o gerente do supermercado o teria levado para uma sala fechada

Page 2: MODELO DE CONTESTAÇÃO

na qual teria permanecido por 2 (duas) horas, saindo da mesma apenas após

assinar nota promissória no valor da dívida. E aduz ser a situação descrita

hipótese de cobrança abusiva, proibida pelo art.42 do Código de Defesa do

Cunsumidor (CDC), cabendo, portanto, indenização por dano moral.

Alega ainda que 4 (quatro) anos após o suposto ocorrido, descobriu

indevida inclusão de seu nome no cadastro de inadimplementos que teria sido

realizada pelo Supermercado Bom Preço. Como a inclusão indevida teria

impossibilitado o autor de acessar crédito necessário para pagamento de

multas para a regularização de sua lanchonete, baseado no art. 186, 402 e 927

do Código Civil (CC), requer indenização por dano material e lucros.

O Sr. José da Silva postula também a antecipação inaudita altera pars

da tutela, com o fito de retirar, antes mesmo de exercício da contestação, seu

nome do cadastro de inadimplentes, em sua interpretação do art.273,I do

Código de Processo Civil (CPC).

2. DA VERACIDADE DOS FATOS

Em 25/03/2008, os atendentes Felipe Costa e Paulo Lima e o gerente

Walterloo Txunade de fato recusaram o pagamento mediante cartão de crédito

de valor de R$5,50 (cinco reais e cinquenta centavos) relativo aos produtos

consumidos no supermercado. Entretanto, a recusa não foi arbitrária em

momento nenhum, pois havia cartazes em tamanho A1, com letras grandes e

legíveis, bastante coloridas e chamativas alertando os consumidores sobre a

inadmissibilidade da utilização de cartão de crédito no estabelecimento,

localizados na porta de entrada principal do supermercado e também ao lado

de todos os balcões de pagamento, conforme atestam fotos datadas em

25/03/2008 (Doc. 2 e 3 ).

Em sentido oposto do alegado na exordial, em momento algum o Sr.

José da Silva se ofereceu para realizar pagamento em dinheiro, sendo de sua

livre e espontânea vontade a assinatura da nota promissória. Saliente-se que

quando o gerente avisou da inadmissibilidade de pagamentos mediante cartão,

o autor da ação de pronto se ofereceu para pagar através de uma nota

promissória, perguntando ao gerente se ele teria uma nota promissória para ser

preenchida, pois o referido autor teria saído sem nenhum título de crédito

dessa espécie na carteira. O gerente Cezar Augusto disse que possuía notas

Page 3: MODELO DE CONTESTAÇÃO

sim e que poderia disponibilizar uma para o Sr. José da Silva, e, procurando

ser solícito, convidou o autor da ação e sua família para o seu escritório, onde

poderia pegar a nota e deixar os referidos consumidores confortáveis para

assiná-la, sentados em cadeiras e no ar condicionado, porém em momento

nenhum forçando sua entrada ou permanência no local, o que será

comprovado mediante prova testemunhal.

O período que a família esteve no escritório foi bastante curto, de 5 a 10

minutos aproximadamente, como atesta filmagem de áudio e vídeo de câmera

existente na sala (Doc 4). Em momento algum o gerente ou qualquer outro

funcionário do Supermercado Preço Bom realizou qualquer constrangimento ou

obstou o ir e vir da família de consumidores, como também comprovam as

gravações (Doc 4). Na verdade, como também comprovado pelos vídeos e

áudio (Doc.4), quando o gerente saiu por aproximadamente 2 minutos para

atender um telefonema no exterior da sala, a família bateu as fotos fantasiosas

de maus tratos, em manifesta vontade de litigar em má-fé.

3. PRELIMINARMENTE

3.1. DA INÉPCIA DA INICIAL

Verifica-se que a inicial é inepta pois os fatos ali articulados não

conduzem a uma conclusão lógica, dado que a alegação do Autor de que

devido a inclusão de seu nome em cadastros de inadimplentes, ao

requerer um empréstimo tal pretensão foi obstaculizada, sendo que tal

ajuda financeira se daria com o fito de realizações de reformas de

estebelecimento comercial do Autor que, segundo por ele alegado,

impossibilitado de receber o crédito bancário, não pôde pagar as multas e

regularizar sua lanchonete, que foi fechada pela vigilância sanitária até a

quitação das multas. Assim, tratando-se de um estabelecimento comercial,

presume-se que este possui um instrumento de constituição commercial,

logo, deveria o Autor ter instruído a petição inicial com o referido

instrumento, ou seja, o contrato social da pessoa jurídica que por sua vez

é indispensável para a aferição da regularidade de sua representação e

indispensável também para a propositura da ação aqui contestada, nos

Page 4: MODELO DE CONTESTAÇÃO

precisos termos do art. 283 do Código de Processo Civil, pois é certo que

a petição inicial é um instrumento pelo qual o Autor provoca a atividade

judicial para a solução de seu caso concreto. Por ser um mecanismo de

extrema relevância dentro do processo, a lei enumera inúmeros

requisitos que devem ser seguidos para a estruturação dessa peça inicial,

sendo que a ausência de um dos requisitos enumerados no arts. 282 e

283 do CPC, gera a extinção do processo sem julgamento do mérito,

segundo o art.267, IV, do CPC. Claro resta evidenciado tal procedimento,

em jurisprudência já pacificada:

PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE CONTRATO SOCIAL.

EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO (ART.

267, IV, DO CPC). RECONHECIMENTO DE OFÍCIO. CPC, ART. 301,

VIII C/C O § 4º. 1. A ausência de documento indispensável à

propositura da demanda, bem como a verificação de defeitos ou

irregularidades no processo, enseja a intimação da parte para

emendar a petição inicial em prazo determinado pelo magistrado,

após o que, não atendida a exigência judicial, impõe-se a extinção do

processo sem julgamento do mérito. 2. O contrato social da pessoa

jurídica é indispensável para a aferição da regularidade de sua

representação. 3. A falta de qualquer dos pressupostos de

constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo pode

ser apreciada de ofício pelo juiz (CPC, art. 301, § 4º).(AC

1997.01.00.054551-5/AM, Rel. Juiz Federal Carlos Alberto Simões De

Tomaz (conv), Segunda Turma Suplementar,DJ p.33 de 27/11/2003)

Desta feita, pugna-se, pela extinção do processo sem julgamento do

mérito, por esta preliminar, com a condenação do autor no pagamento

das custas processuais e honorários de advogado de 10% sobre o valor

da causa.

3. 2. PRESCRIÇÃO

Conforme consta nos autos, o Sr. José tomou ciência da inclusão de seu

nome no cadastro de inadimplência após 4 anos e, decorrência disto, procurou

o escritório de advocacia para que as providências cabíveis fossem tomadas.

Page 5: MODELO DE CONTESTAÇÃO

Bem, resta claro que ocorreu a prescrição para o ajuizamento da presente ação,

posto que o Código Civil de 2002 estabeleceu o prazo trienal para ação de

reparação civil, conforme dispõe o art. 206:

Art. 206. Prescreve:

(...)

§ 3º Em três anos:

(...)

V - a pretensão de reparação civil;

Em se tratando o Código Civil de norma posterior em relação ao Código

do Consumidor, prevalece o que dispõe aquele,posto que norma posterior

revoga anterior. Isto porque no nosso Ordenamento Jurídico o princípio

fundamental é de que lei posterior revoga lei anterior.

Neste sentido é a jurisprudência do STJ:

“O Código de Defesa do Consumidor, como lei nova, estabeleceu disciplina especial apenas quanto à ação de reparação de danos por fato de serviço, não revogando o art. 178, § 6º, II, do Código Civil (206, § 1º, II do Novo Código Civil), dispositivo mais amplo, pois engloba toda e qualquer ação entre segurado e segurador. A jurisprudência desta Corte, consolidada por sua Súmula 101, posterior, inclusive, ao Código de Defesa do Consumidor, é no sentido de que a ação do segurado contra a seguradora, decorrente do contrato de seguro, prescreve em um ano” (STJ, REsp 255147-RJ, DJ 02/04/2001, Rel. Min. Waldemar Zveiter).

Conforme aduz VENOSA, a prescrição extintiva "conduz a perda do

direito de ação por seu titular negligente, ao fim de certo lapso de tempo, e

pode ser encarada como força destrutiva."

Silvio Rodrigues, citando Beviláqua, define a prescrição como "sendo a

perda da ação atribuída a um direito e de toda sua capacidade defensiva, em

conseqüência do não-uso delas, durante um determinado espaço de tempo."

Caio Mário da Silva Pereira, alerta que: “O sujeito não conserva

indefinidamente a faculdade de intentar um procedimento judicial defensivo a

seu direito. A lei, ao mesmo tempo em que o reconhece, estabelece que a

pretensão deve ser exigida em determinado prazo, sob pena de perecer". Isto

Page 6: MODELO DE CONTESTAÇÃO

porque, conforme dispõe o art. 189 do CC, pela prescrição extingue-se a

pretensão.

O artigo 27 do Código de Defesa do Consumidor trata do

instituto da prescrição:

Art. 27 – Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.

Portanto “O artigo trata da prescrição do direito de pleitear

judicialmente a reparação pelos danos causados por um acidente de

consumo (responsabilidade pelo fato do produto e do serviço – arts. 12 a 17)”

(GARCIA, 2008, p. 171).

Não podemos deixar de debater a questão quanto à aplicação

da regra estabelecida no artigo 27 do Código de Defesa do Consumidor, estaria

ela restrita tão somente a acidentes de consumo (a existência de vício de

qualidade por insegurança) ou seria possível aplicá-la de forma geral a todas

as ações indenizatórias resultantes de uma relação de consumo?

Na opinião de Leonardo de Medeiros Garcia:

“Ao que parece, o CDC não desejou disciplinar toda espécie de responsabilidade. Somente o fez em relação àquelas que entendeu ser específicas para relações de consumo. Nesse sentido é que deu tratamento diferenciado para a responsabilidade pelo fato e por vício do produto e serviço, deixando outras modalidades de responsabilidade serem tratadas em normas específicas ou no Código Civil” (GARCIA, 2008, p. 172).

De acordo com o entendimento acima exposto, não haveria o

que se falar em generalizar a aplicação do referido artigo 27 do Código de

Defesa do Consumidor a todas as ações indenizatórias com origem em relação

de consumo, mas tão somente àquela taxativamente prevista na norma,

limitando o seu emprego às situações relativas à reparação pelos danos

causados por fato do produto ou do serviço previstos nos artigos 12, 13 e 14 do

Código de Defesa do Consumidor, que regulam especificamente a

responsabilidade civil pela reparação dos danos causados pelo fornecedor aos

Page 7: MODELO DE CONTESTAÇÃO

consumidores em razão de defeitos relativos ao produto ou à prestação do

serviço.

Neste sentido é a jurisprudência do STJ:

“O art. 27 do mesmo diploma legal cuida somente das hipóteses em que estão presentes vícios de qualidade do produto por insegurança, ou seja, casos em que o produto traz um vício intrínseco que potencializa um acidente de consumo, sujeitando-se o consumidor a um perigo eminente” (STJ, REsp 114473 / RJ, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ 05/05/1997).

“Em ação de indenização, sendo a causa de pedir o inadimplemento contratual, não incide o prazo prescricional estabelecido no art. 27 do CDC, aplicável somente à hipótese de danos decorrentes de acidente de consumo” (STJ, REsp 476.458-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 04/08/2005).

Desta forma, não se tratando de acidente de consumo, a prescrição que

deve ser aplicada é a do Código Civil, ou seja, a trienal. Portanto, evidente está

que ocorreu a perda do direito de ação do autor.

4. MÉRITO

Caso sejam superadas as preliminares de inépcia da inicial e prescrição

acima arguidas, o que se admite apenas por hipótese e pelo dever de

argumentar, cumpre à Ré demonstrar que as pretensões formuladas pelo Autor

são totalmente desprovidas de qualquer amparo fático, probatório ou jurídico,

pelo que a presente demanda se revela manifestamente improcedente.

Vejamos:

4.1. RELAÇÃO DE CONSUMO

Logo no inicio do Código de Defesa do Consumidor, mais

especificamente em seu art. 2º, o legislador conceituou o que é considerado

consumidor para efeitos do Código:

Art. 2º - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.

Portanto podemos perceber que consumidor pode ser tanto pessoa

física quanto jurídica, porém, é necessário que esta adquiria ou utilize produto

ou serviço como destinatária final.

Page 8: MODELO DE CONTESTAÇÃO

O Código de Defesa do Consumidor tutela as relações de consumo e sua

abrangência está adstrita às relações negociais, das quais participam,

necessariamente, o consumidor e o fornecedor, transacionando produtos e

serviços, excluindo destes últimos os gratuitos e os trabalhistas.

Disto conclui-se que, para que seja amparada pelo Código de Defesa do

Consumidor, a relação tem que possuir todos estes aspectos, isto é, uma

relação de negócios que visa a transação de produtos e/ou serviços, feita entre

um fornecedor e um consumidor.

Assim, não basta a existência de um consumidor numa determinada

transação para que ela seja caracterizada como relação de consumo. É preciso,

também, a existência de um fornecedor que exerça as atividades descritas no

artigo 3º do Código de Defesa do Consumidor.

Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. § 1º - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. § 2º - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

Desta forma, resta claro que há sim relação de consumo. Contudo, faz-

se importante mencionar a existência de excludente de responsabilidade, já

que se trata de culpa exclusiva do consumidor e/ou de terceiro. Isto porque,

conforme documento em anexo (docs. nº 2 e 3) havia um aviso em todos os

caixas de que no dia em que este consumidor foi fazer compras em nosso

estabelecimento não estávamos aceitando cartão de crédito como forma de

pagamento. Portanto, fica evidente a culpa do consumidor ante a sua não

observância a avisos que estavam em todos os caixas com ampla visibilidade.

Não obstante a falta de atenção do consumidor, vale ressaltar a culpa de

terceiro, posto que só não estávamos aceitando cartão de crédito em

decorrência do não funcionamento das máquinas de cartão em virtude da falta

de comunicação com a central.

Page 9: MODELO DE CONTESTAÇÃO

Note-se, portanto, que não foi um ato discricionário a suspensão do

pagamento via cartão de crédito, mas sim algo que foi necessário, posto não

haver comunicabilidade com a central dos cartões, ficando inviável a utilização

dos mesmos.

As excludentes de culpabilidade encontram-se no seguinte artigo do

CDC:

Art. 12 - O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. (...) § 3º - O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar: I - que não colocou o produto no mercado; II - que embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

Ao deixar de aceitar essa forma de pagamento acabamos diminuindo

consideravelmente os nossos lucros, o que, de forma nenhuma, é interessante

para nós. Logo, não pararíamos de aceitar esta forma de pagamento sem um

justo motivo e sem colocar avisos em locais visíveis para que nossos clientes

pudessem tomar ciência do fato.

Diante de todo o exposto, não há como negar que caso o consumidor

tivesse prestado atenção aos avisos espalhados por todo o supermercado ou

não havendo falha na comunicação com os cartões de crédito, nada disso teria

ocorrido, portanto, claro está que o supermercado não contribuiu em nada para

o ocorrido, muito pelo contrário, tentou evitar esse tipo de situação ao espalhar

avisos de que não estávamos aceitando cartão de crédito como forma de

pagamento.

ando-se o consumidor a um perigo eminente” (STJ, REsp 114473 / RJ, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ 05/05/1997).

“Em ação de indenização, sendo a causa de pedir o inadimplemento contratual, não incide o prazo prescricional estabelecido no art. 27 do CDC, aplicável somente à hipótese de danos decorrentes de acidente de consumo” (STJ, REsp 476.458-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 04/08/2005).

Page 10: MODELO DE CONTESTAÇÃO

Desta forma, não se tratando de acidente de consumo, a prescrição que deve

ser aplicada é a do Código Civil, ou seja, a trienal. Portanto, evidente está que

ocorreu a perda do direito de ação do autor.

4.2 DA VERDADE DOS FATOS ALEGADOS NA INICIAL E DO PEDIDO DE

INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS

Logo de início, cumpre à Ré esclarecer alguns fatos utilizados pelo Autor

para fundamentar o seu pleito indenizatório. De fato, o Autor utiliza-se de

argumentos desprovidos de qualquer fundamentação ou prova e, inclusive, de

fatos manifestamente inverídicos, o que não pode ter outro objetivo senão o

de induzir este MM. Juízo em erro.

Com efeito, a narrativa do Autor é tendenciosa e expõe fatos da

maneira mais conveniente possível aos interesses do demandante, pelo que é

de rigor, a partir deste momento processual e durante toda a instrução, a busca

e o restabelecimento da verdade dos fatos. No que se refere às alegações

incomprovadas feitas na exordial, é de se observar, primeiramente, a completa

contradição no que tange o pleito por dano material e lucros cessantes, dado

que, não há sentido alegar-se que a inserção do Autor no cadastro de

inadimplentes foi em decorrência dos fatos alegados na inicial, mais

precisamente que tal feito tenha advindo de uma dívida que foi paga e a NOTA

PROMISSÓRIA, que era a garantia da dívida, TENHA SIDO RESGATADA pelo

Autor, como demonstrado na inicial. Logo, não havendo a mínima possibilidade

de incluir- se o autor por este então débito, dado que a Ré não tinha como

realizar tal inclusão, pois não estava na posse da nota promissória, sendo

portanto, tal alegação absolutamente inverídica e descabida, e

completamente ilógica. Valendo, pois ressaltar que a inclusão do Autor foi feita

devido a um débito no valor de R$ 450,00 (quatrocentos e cinquenta reais)

realizado pelo por ele no dia 02.01.2008, referente à compras de gêneros

alimentícios. O pagamento referente a tais compras não foi realizado, tendo

inclusive se aperfeiçoado o negócio novamente por meio de nota promissória

(Doc. N˚ 5), esta sim em poder da referida Ré. Como o Autor não realizou

pagamento, foram tomadas as diligências cabíveis pela Ré no sentido da

inclusão do inadimplente no Cadastro de Devedores.

Page 11: MODELO DE CONTESTAÇÃO

Portanto, é inaceitável que o Autor venha, frente ao Douto Juízo, pleitear

reparação de danos por um fato que o mesmo deu causa. Trata-se de fato

alegado com o deliberado intuito de induzir o julgamento do Nobre Julgador.

Ora, a Ré em nada contribuiu para a não obtenção do empréstimo bancário no

qual o Autor buscava, e muito menos teve qualquer tipo de responsabilidade,

seja ela de ordem direta ou indireta, pelo fechamento da “empresa” da Ré,

dado que a recusa do Banco em conceder a ele o empréstimo adveio do não

pagamento de dívida do Autor para com a Ré.

Assim, tal pretensão é completamente desfundada e descabida,

devendo ela ser rejeitada de pleno direito.

4.3. DO PEDIDO DE INDEINIZAÇÃO POR DANO MORAL

Muito embora os fatos acima já afastem qualquer pretensão

indenizatória por parte do Autor, cabe à Ré, em atenção ao princípio da

eventualidade da defesa, demonstrar que o seu pleito ao recebimento de

indenização por danos morais não encontra qualquer respaldo na lei, na

doutrina ou na jurisprudência pátria.

4.4. DA NÃO COMPROVAÇÃO DE SITUAÇÕES QUE CONFIGUREM DANO

MORAL.

Nota-se, da argumentação do Autor, que o mesmo limita-se a

conceituar os danos morais, através da transcrição de farta doutrina e

jurisprudência, não havendo, contudo, em momento algum, qualquer

comprovação ou, ao menos, menção a situação que possa lhe ferir a

intimidade, honra, vida privada, imagem pessoal ou qualquer outro direito

de personalidade. Mister destacar que somente se estará diante de tal

possibilidade quando o ilícito, seja ele aquiliano ou negocial, violar a

esfera dos direitos da personalidade da vítima, atacando por exemplo seu

nome, sua honra, sua integridade psicofísica ou ainda utilizando

indevidamente a imagem da vítima. Desse modo, nas lições doutrinárias do

mestre Sergio Cavalieri Filho em sua obra: Programa de Responsabilidade Civil,

6ª Ed. Ver. Aum. e At., pág. 105, nos diz que: o mero inadimplemento contratual,

Page 12: MODELO DE CONTESTAÇÃO

mora ou prejuízo econômico não configuram, por si sós, dano moral, porque

não agridem a dignidade humana.

4.5. DA IMPOSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO DA RÉ EM INDENIZAÇÃO

POR DANOS MORAIS SOB PENA DE BANALIZAÇÃO DO INSTITUTO

Ainda que se entendesse, da argumentação do Autor, que

o mesmo possa, de alguma forma, ter enfrentado algum inconveniente em

razão dos fatos alegados na inicial, o que se admite apenas para argumentar,

os mesmos não configurariam qualquer violação aos direitos de personalidade

da vítima, não sendo, portanto, passíveis de indenização por danos morais, sob

pena de banalização do referido instituto.

De fato, supostos aborrecimentos decorrentes (completar com a espera

na sala)

Nesse diapasão, HUMBERTO THEODORO JR. adverte que “não é

possível deixar ao puro critério da parte a utilização da Justiça „por todo e

qualquer melindre‟, mesmo os insignificantes” (in Dano Moral, 3ª ed., São

Paulo: Ed. Juarez de Oliveira, 2000, p. 7)

Assim, o que se nota é que a indenização por danos morais visa a reparar a

dor, tristeza, desgosto, depressão e perda da alegria de viver, o que, data

maxima venia, não pode ter ocorrido ao Autor no caso concreto. Situações

banais, que não configuram fatos danosos, não podem ser abarcadas pelo

instituto da indenização por danos morais. Como segue entendimento

jurisprudencial:

“CIVIL. DANO MORAL. NÃO OCORRÊNCIA.

O mero dissabor não pode ser alçado ao patamar do dano

moral, mas somente aquela agressão que exacerba a

naturalidade dos fatos da vida, causando fundadas aflições

ou angústias no espírito de quem ela se dirige. Recurso

parcialmente conhecido, e nessa parte, provido.” (STJ - Resp

215.666 - RJ - 4ª Turma - Min. Rel. CESAR ASFOR

ROCHA - J. 21.06.2001) (grifos nossos).

Page 13: MODELO DE CONTESTAÇÃO

“AÇÃO ANULATÓRIA – DANOS MORAIS – JUROS – CF,

ART. 192, § 3º – ANATOCISMO NÃO COMPROVADO –

RECURSO NÃO PROVIDO.

Mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou

sensibilidade exacerbada estão fora da órbita do dano

moral, porquanto, além de fazerem parte da normalidade

do nosso dia a dia, no trabalho, no trânsito, entre os

amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são

intensas e duradouras, a ponto de romper o equilíbrio

psicológico do indivíduo. Se assim não se entender,

acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando ações

judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais

aborrecimentos. É o caso de cancelamento de cartão de

crédito, ocorrido em face de erros operacionais,

comprometendo-se, a administradora, a emitir um outro, o que,

por si só, não gera direito a reparação por danos morais. O

preceito constitucional que limita as taxas de juros reais não

possui eficácia plena e aplicação imediata, impondo-se se

promova a sua regulamentação. A previsão contratual dos juros

é cláusula que importa respeitar, em atenção ao princípio

jurídico pacta sunt servanda, que serve de instrumento de

manutenção da estabilidade das relações contratuais. O ônus

da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu

direito (CPC, art. 333, I)” (TAMG – AC 0301729-0 – 7ª C.Cív. – Rel. Juiz

Lauro Bracarense – J. 02.03.2000, in JURIS SÍNTESE - CD ROM, nº

30, Jul./Ago. de 2001, reg. nº 34021149) (grifos e sublinhados nossos)

Caduca também a alegação do autor com base na declaração do ex-

funcionário da Empresa ora Reclamada, pois em nada se coincide com a

realidade dos fatos as alegações feitas por esta testemunha. Na verdade, o

funcionário foi dispensado de seu cargo por motivo de justa causa e, por

evidentes motivos de revanchismos ou mágoa pessoal do mesmo para com o

Supermercado, tornou-se testemunha recorrente em ações judiciais com o

único fito de prejudicar a imagem da empresa.

Pedido de indenização por suposto dano moral como é o do caso em

questão, completamente infundado e vultoso, tornam banalizado o instituto do

dano moral, porque o ferem em sua credibilidade, como leciona Ricardo

Bechara Santos – em sua obra "Direito de Seguro no Cotidiano"- Editora

Forense – Rio de Janeiro – 1999:

Page 14: MODELO DE CONTESTAÇÃO

O dano moral, de outra banda, NÃO PODE

NEM DEVE CONSAGRAR-SE EM TESE

GENEROSA, FILANTRÓPICA, EMOCIONAL.

Por isso que vale aqui também mencionar o

pensamento do eminente Desembargador

gaúcho, Doutor DECIO ANTONIO ERPSEN,

segundo o qual, o dano moral necessariamente

não existe pela simples razão de haver um

dissabor. POIS A PREVALECER ESSA TESE,

QUALQUER FISSURA EM CONTRATO

DARIA ENSEJO AO DANO MORAL

CONJUGADO COM O MATERIAL, O QUE

SERIA UM REMATADO ABSURDO. A síntese

do entendimento, a nosso ver acertado, do

ilustre magistrado, é a de que "o direito veio

para viabilizar a vida, e não para truncá-la".

Pelo exposto, e em comparação com o trazido pela exordial ora

contestada, têm-se pela improcedência do pedido de dano moral,

fundamentado em mera alegações, sem prova robusta que não a distância do

mero interesse capitaneado pela busca do enriquecimento sem causa.

4.6. DO QUANTUM INDENIZATÓRIO

Diante de tudo exposto, o pleito indenizatório do Autor por danos morais,

materiais e cessantes não encontra o mínimo respaldo em nosso ordenamento

jurídico. Porém, apesar das razões já expostas e também devido ao princípio

da eventualidade da defesa, consagrado no art. 300 do CPC, esta Ré é

obrigada a impugnar, especificamente, a pretensão do Autor quanto ao valor da

indenização que almeja receber.

O Autor pleiteia, a título de indenização por danos morais o valor de

R$ 12.000,00 (doze mil reais), e o dano material e lucros cessantes o

recebimento do valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) correspondente em

média ao DOBRO das receitas médias do Autor, conforme análise das

planilhas anexadas à inicial.

Page 15: MODELO DE CONTESTAÇÃO

Tais valores são, contudo, bastante exagerados, mostrando-se em

absoluta dissonância com a orientação preponderante nos tribunais

pátrios, que, reiteradamente, vêm imprimindo às indenizações por dano moral

e material (quando efetivamente aplicáveis) valores moderados, como forma

de não ensejar um enriquecimento sem causa a uma das partes. Assim, as

indenizações não devem ser fontes de lucros fáceis.

Tendo decidido o STJ, por sua 4a Turma, no julgamento do Agravo

Regimental no Agravo de Instrumento nº 108.923 e do Recurso Especial nº

305.566/DF, DJU de 13.08.2001, ambos relatados, respectivamente, pelo

Eminente Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, declarou:

“É de repudiar-se a pretensão dos que postulam

exorbitâncias inadmissíveis com arrimo no dano

moral, que não tem por escopo favorecer o

enriquecimento indevido” (in REIS, Dagma Paulino

dos. Dicionário Jurisprudencial. 3a ed. São Paulo: RT,

1998, pág. 1.523)

“A indenização deve ser fixada em termos razoáveis,

não se justificando que a reparação enseje

enriquecimento indevido, com manifestos abusos e

exageros”

Assim, na improvável e remota hipótese desse Douto Juízo entender

como devida à Autora a absurda indenização por danos morais, materiais e

lucros cessantes por ela pleiteada - o que aqui se admite apenas por mera

argumentação, pede a Contestante quer V. Exa. se digne de arbitrá-la com

moderação, em atenção aos critérios recomendados pela jurisprudência pátria,

fixando-se eventual indenização em patamares bem inferiores ao requerido

pelo Autor.

Page 16: MODELO DE CONTESTAÇÃO

5 DA AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DA MEDIDA

TUTELAR ANTECIPATÓRIA.

De acordo com o art. 273, caput e inciso I, do CPC, o juiz poderá

antecipar a tutela pretendida na demanda, nos seguintes termos:

“Art. 273, CPC - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total

ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que

existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação

e :

I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação”.

(grifo nosso)

Na presente demanda, o Autor requer, em sede de antecipação da tutela,

a retirada do seu nome do cadastro de inadimplentes para que não sofra

maiores prejuízos, entretanto, como exposto abaixo, não demonstra qualquer

prova inequívoca que baseie tal pretensão e nem demonstra fundado receio de

dano irreparável ou de difícil reparação.

Sobre prova inequívoca, o autor da presente nos traz o seu correto

conceito, entretanto, não consegue demonstrá-la em sua peça exordial. De

acordo com os ensinamentos da jurista Eliana de Dornelles:

“(...) Prova inequívoca, não quer dizer prova literal

ou documental (João Batista Lopes, obra citada, pág.

74), quer dizer para concessão da tutela antecipada

é imperativo que o exame da prova seja perfunctório

e dela “salte” o direito ou a probabilidade do direito

que a parte alude ser seu, deve haver expressa

evidência do direito do autor, ou seja, que seja

verossímil a alegação, de tal forma que a defesa é

apenas abusiva ou meramente protelatória, em

suma: prova inequívoca é a do fato título da

demanda (causa de pedir) que alicerça a tutela (o

pedido) que se quer antecipar.”

Page 17: MODELO DE CONTESTAÇÃO

Todavia, expõe o Reclamante que seria prova inequívoca as incontáveis

ofensas que alega ter sofrido numa sala isolada do supermercado, entretanto,

tal fato que ainda está sob análise desse emérito juízo, não se compreende

nem está incluso na questão da suposta inclusão do nome do autor no

cadastro de inadimplentes, haja vista haver completa falta de nexo entre um

tema e outro.

Outro ponto crucial da alegação do autor para alcançar a tutela

antecipada, trata-se da real suposta inclusão do seu nome no cadastro de

inadimplentes, mesmo após o pagamento da nota promissória. Entretanto,

falha nas alegações o autor pois, na seara Comercial, para incluir o nome de

um Devedor inadimplente nos cadastros de restrição ao crédito, com base em

título de crédito, é necessário efetuar inicialmente o Protesto no Cartório de

Títulos e, apenas a posteriori, com todo o procedimento cartorário concluído, é

que será restará a possibilidade de inclusão do nome do inadimplente no seu

devido cadastro, mas para que tal procedimento de Protesto seja efetuado, é

necessário o título ORIGINAL, e no caso em tela, tal documento ficou na posse

do autor após a sua devida quitação em 2008, sendo impossível que o

Reclamado tenha efetuado a inclusão do nome do autor nos cadastros de

inadimplentes em razão dessa dívida.

Ainda sobre o requisito da prova inequívoca, a autor apenas apresenta

uma "Certidão De Inadimplência No Sistema Integrado Do Banco Do

Santander", o que não comprova a real situação do nome do autor, pois

restringe a busca apenas ao Banco Santander, restando por ausente a

comprovação da inclusão do nome do autor nos cadastros globais do SPC e do

SERASA, que, por óbvio, seriam os locais nos quais a empresa, se por ventura

tivesse realmente incluído o nome do Reclamante em razão da dívida da nota

promissória, iria por. Pela ausência de comprovante de inclusão do nome do

autor no SPC/SERASA, resta por não comprovada a real impossibilidade de

empréstimo de crédito em seu nome, não sendo autorizado que Vossa

Excelência conceda a tutela com base apenas nas provas deduzidas em

questão.

Page 18: MODELO DE CONTESTAÇÃO

Sobre o requisito que também não resta comprovado do fundado receio

de dano para a concessão da tutela antecipada, vemos que o Reclamante não

comprova a existência da sua empresa através de documento hábil para tanto,

que seria o contrato social, nem expõe os seus balanços contábeis para

demonstrar que todo o sustento da sua família tem origem no labor através da

Lanchonete, restando pouco fundamentado na exordial a real existência de

requisitos para a concessão da tutela antecipada, que se vier a acontecer,

violará os princípios da segurança jurídica e do acesso a Justiça, ambos

extraídos como direitos fundamentais da Carta Magna Pátria de 1988.

É nesse sentido a jurisprudência TJ/SP:

TUTELA ANTECIPADA. Requisitos. Pretensão à exclusão do nome da agravante do Serasa e SCPC. Ausência de prova inequívoca e da verossimilhança das alegações. Tutela antecipada indeferida. Decisão mantida. Recurso desprovido. (701534420128260000 SP 0070153- 44.2012.8.26.0000, Relator: Manoel Mattos, Data de Julgamento: 24/04/2012, 15ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 24/04/2012)

Pelo exposto, vê-se completamente prejudicada a pretensão

antecipatória do Reclamante com o fito de ver retirado o seu nome do cadastro

de inadimplentes, devido a falta de apresentação dos requisitos necessários

previstos em lei.

6. CONCLUSÃO

Ex positis, a Contestante aguarda e requer o acolhimento da preliminar

argüida, julgando-se o feito EXTINTO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO no

que lhe concerne, nos termos do artigo 267 VI, condenando-se o Autor ao

pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.

Outrossim, caso Vossa Excelência não acolha a preliminar argüida, o

que se admite apenas para argumentar, requer seja a ação julgada

completamente IMPROCEDENTE, condenando-se igualmente o Autor ao

pagamento dos ônus de sucumbência.

Page 19: MODELO DE CONTESTAÇÃO

Protesta provar o alegado por todos os meios em Direito admitidos, sem

exceção, e mais especificamente, pela prova documental, testemunhal, técnica

e depoimento pessoal do Autor, sob pena de confissão.

Termos em que,

Pede Deferimento.

Belém, 18 de Março de 2013.

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Advogado – OAB/PA N. XXXXX