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18/05/2015 Número: 0012275-31.2014.5.15.0039 Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO - Relator: RENATA DOS REIS D AVILLA CALIL Valor da causa (R$): 96.648,01 Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região PJe - Processo Judicial Eletrônico Consulta Processual Data Autuação: 06/11/2014 Partes Tipo Nome AUTOR JOSE APARECIDO DA SILVA ADVOGADO MARIANA BARONE FRAGA - OAB: SP354187 ADVOGADO ANDRE FRAGA DEGASPARI - OAB: SP321809-D RÉU SERVICO AUTONOMO DE AGUA E ESGOTO ADVOGADO ROBERTO DA SILVA FERREIRA - OAB: SP286335 Documentos Id. Data de Juntada Documento Tipo a7336 b6 31/01/2015 15:45 Contestação Contestação 58639 95 06/11/2014 16:21 Procuração Procuração 6db31 37 06/11/2014 16:21 Petição Inicial Petição Inicial

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  • 18/05/2015

    Nmero: 0012275-31.2014.5.15.0039

    Classe: AO TRABALHISTA - RITO ORDINRIO - Relator: RENATA DOS REIS D AVILLA CALIL

    Valor da causa (R$): 96.648,01

    Tribunal Regional do Trabalho da 15 RegioPJe - Processo Judicial EletrnicoConsulta Processual

    Data Autuao: 06/11/2014

    PartesTipo Nome

    AUTOR JOSE APARECIDO DA SILVAADVOGADO MARIANA BARONE FRAGA - OAB: SP354187ADVOGADO ANDRE FRAGA DEGASPARI - OAB: SP321809-DRU SERVICO AUTONOMO DE AGUA E ESGOTOADVOGADO ROBERTO DA SILVA FERREIRA - OAB: SP286335

    DocumentosId. Data de Juntada Documento Tipo

    a7336b6

    31/01/2015 15:45 Contestao Contestao

    5863995

    06/11/2014 16:21 Procurao Procurao

    6db3137

    06/11/2014 16:21 Petio Inicial Petio Inicial

  • SERVIO AUTNOMO DE GUA E ESGOTO - SAAE

    Av. Ademar de Barros, n. 496 - Centro - CEP 13.390-000 - Rio das Pedras/SP.

    PROCURADORIA JURDICA

    EXCELENTSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DAVARA DO TRABALHO DE CAPIVARI/SP.

    Processo n. 0012275-31.2014.5.15.0039 RTOrd (PJE)

    Num. a7336b6 - Pg. 1Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ROBERTO DA SILVA FERREIRAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15013115452060900000010913823Nmero do documento: 15013115452060900000010913823

  • O SERVIO AUTNOMO DE GUA E ESGOTO DE RIO DAS ESTADO DE SO PAULO, pessoa jurdica de direito pblicoPEDRAS (SAAE) -

    autrquico, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 45.771.474/0001-75, situado na Rua Dr. MrioTavares, n. 436 - CEP 13.390-000 - Cidade de Rio das Pedras - Estado de So Paulo, nesteato representado pelo Ilustrssimo Senhor Superintendente CARLOS ALBERTO

    , brasileiro, casado, portador da Cdula de Identidade/RG 17.291.356 SSP/SP e doPINTOCPF/MF n. 056.518.098-30 vem, mui respeitosamente ante a ilustre presena de V. Exa.,por seus advogados e bastante procuradores, que subscrevem (documento de procuraoincluso no PJE), apresentar ao de Reclamao Trabalhista que CONTESTAO

    move em face do SAAE, com espeque no art. 847 daJOSE APARECIDO DA SILVAConsolidao das Leis do Trabalho, pelos motivos de fato e de direito que a seguir passa aexpor:

    I - DOS FATOS

    Aduz o reclamante que foi contratado pela reclamada emregular certame pblico em , sob a gide da Consolidao das Leis do04/03/1994Trabalho, na funo de Operador de Mquina Rodoviria, com jornada de 40 horassemanais, com ltimo salrio no importe de R$ 1.426,09.

    Ressalta que sempre recebeu abono pecunirio institudo porLei Municipal, majorado anualmente, entretanto relata que a reclamada nunca integrou oreferenciado abono em sua remunerao, o que pleiteia nesta exordial.

    Sustenta a prescrio trintenria do FGTS, requerendo orecolhimento fundirio referente ao abono pago desde 2004.

    Ressalta que suas atividades eram desempenhadas em umajornada noturna de 12 horas de servio, das 18h00min s 06h00min, requerendo horasextras pelo labor da jornada 12x36.

    Pleiteia ainda o pagamento de horas extras intrajornada em decorrncia da jornada 12x36.

    Requer o pagamento de adicional noturno por suposto labor noturno sem o devido pagamento do adicional.

    Num. a7336b6 - Pg. 2Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ROBERTO DA SILVA FERREIRAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15013115452060900000010913823Nmero do documento: 15013115452060900000010913823

  • Por fim, aponta o reclamante, o direito a dobra das frias em razo do no cumprimento do 1 do art. 142 da CLT.

    Diante da narrativa acima, pleiteia o reclamante pedidos alfa numerados de a) a i) da sua inicial: a) Que seja concedido ao autor, o benefcio da Justia Gratuita,nos termos da Lei n. 1.060/50, eis que o mesmo pobre na acepo jurdica e no possui condiesfinanceiras de arcar com despesas processuais, honorrios advocatcios e periciais sem prejuzo de suasubsistncia; b) Seja declarada a natureza salarial do abono institudo por Lei Municipal recebido pelo Reclamante de todo o perodo laborado, condenando a Reclamada ao pagamento da integrao do abonono clculo das verbas contratuais vencidas com reflexos nas verbas contratuais (Horas Extras, AdicionalNoturno, DSR sobre as horas extras, Frias + 1/3 constitucional, 13 salrio, adicional por tempo deservio, sexta parte, FGTS) bem como permanea integralizado nas verbas vincendas; c) Requer odepsito de FGTS e Recolhimento Previdencirio desde o ano de 2004, incidentes ao Abono pago; d) Opagamento das horas extras em razo da invalidade do regime 12 x36, com o pagamento de todas as horasexcedentes oitava hora diria; e) Seja apurado os reflexos das horas extras nos DSR's corretamente econsequentemente seu pagamento com a base de clculo j devidamente corrigida pela integralizao doabono; f) O pagamento das horas intrajornadas aps a integralizao do abono; g) A correo e o devidopagamento do adicional noturno com a devida prorrogao at o efetivo trmino da jornada doReclamante, descontadas as horas j pagas; h) O pagamento em dobro das Frias em razo do no cumprimento do 1, artigo 142 da CLT; i) Requer que todas as publicaes sejam feitas em nome dopatrono do Reclamante, ANDR FRAGA DEGASPARI, OAB/SP 321.809, sob pena de nulidade.

    No entanto tal pretenso no merece qualquer respaldo senovejamos:

    II - DA PRELIMINAR DE PRESCRIO QINQENAL

    Consoante ao que dispe o artigo 7, inciso XXIX da, Constituio Federal as aes quanto aos crditos resultantes das relaes de trabalho

    ; motivo pelo qual em caso de eventual deferimento deprescrevem em 5 (cinco) anosqualquer verba dentre as pleiteadas pelo reclamante, requer seja declarada por V. Exa. aprescrio qinqenal que dever fulminar eventuais crditos deferidos anteriores a

    Num. a7336b6 - Pg. 3Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ROBERTO DA SILVA FERREIRAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15013115452060900000010913823Nmero do documento: 15013115452060900000010913823

  • , como medida extrema legalidade; j que o reclamante faz meno a todo o06/11/2009contrato de trabalho em seus pedidos.

    III- NO MRITO - DO ABONO MENSAL E SEU CARTER CONDICIONAL EPROVISRIO

    Nota-se atravs das Leis Municipais, 2.437/07, 2.511/08,2556/09, 2658/10 e 2704/11 e 2834/14, que os abonos mensais pagos pela reclamada ao reclamante iniciado em R$ 30,00 e hoje se encontrando no valor de R$ 300,00, emespecial atravs dos seus artigos 2 e 3, que a respectiva verba estava condicionada ao

    , uma vez que os 2 dos artigoscomparecimento do servidor reclamante ao trabalho2 das indigitadas leis, assim dispem:

    Art. 1 - (...)

    Art. 2 (...)

    Pargrafo Primeiro - O dia no trabalhado acarretar alm daperda do valor do dia do abono, descrita no caput, tambm na

    . (grifo nosso)perda de 1/30 avos no total do abono

    Desta feita, preconiza a melhor jurisprudncia que oreferenciado abono no incorpora ou integra a remunerao do obreiro, pois trata-se

    .de , o que afasta o seu carter salarialvantagem pecuniria provisria e condicionada

    Vejamos a ementa do ventilado entendimento jurisprudencial:

    ABONO DO FUNDO DE DESENVOLVIMENTO DEEDUCAO BSICA. Vantagem de carter provisrio e

    . Depende de saldo disponvel. condicional No pode serconsiderada verba salarial. (TRT/15 - Recurso Ordinrio n.0001917-30.2010.5.15.0012)

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  • O mesmo posicionamento tem adotado o Exmo. Juiz Federal, ao judicar nesta Vara Especializada do Trabalho, emdo Trabalho Dr. Josu Cecato

    especial nos autos dos processos eletrnicos .1798/2012, 1799/2012, 1800/2012

    No tarde para destacarmos, que o C. Tribunal Superior do, prmio ou outraTrabalho em recentes Acrdos tambm vem entendendo que abonos

    vantagem pecuniria instituda em Lei para rgos da administrao pblica direta ouindireta, , a saber:no se revestem de carter salarial quando a Lei traz esta premissa

    RECURSO DE REVISTA.

    1. PRMIO DE INCENTIVO. NATUREZA JURDICA.INTEGRAO.O prmio de incentivo institudo por meio da Lei Estadual n 8.975/94no se caracteriza como verba de natureza salarial, porquantoexpressamente previsto na referida norma que tal parcela no seincorpora a vencimentos ou salrios para qualquer efeito. Precedentes.

    Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR n.192100-28.2005.5.02.0033, Rel. Min. Caputo Bastos, publicado em11/03/2011).

    "RECURSO DE EMBARGOS PRMIO INCENTIVO FUNDESNATUREZA JURDICA DA PARCELA PRINCPIO DALEGALIDADE. dever da Administrao Pblica perseguir asatisfao da finalidade legal. O pleno cumprimento da norma jurdicaconstitui o ncleo do ato administrativo. A Administrao Pblicasubmete-se, nos atos praticados, e pouco importando a natureza destes,ao princpio da legalidade, pelo que inexiste a possibilidade deincorporao da parcela, diante da previso legal de que a parcela nose incorporaria aos salrios, bem como detinha perodo especfico devigncia. Recurso de embargos no conhecido" (TST-E-A-RR-454/2002-003-02-00.9, SBDI-1, Relator MinistroVieira de Mello Filho, DJ de 17.08.2007).

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  • "RECURSO DE REVISTA DA RECLAMANTE.GRATIFICAO -PREMIO INCENTIVO-. NATUREZAJURDICA. O reclamado, autarquia estadual, nada mais fez do queatender ao princpio da legalidade quando observou as regras contidasna Lei Estadual que concedeu o -prmio incentivo- e no conferiu

    . Recurso de revista conhecido e nonatureza salarial da parcelaprovido." [...] (RR - 223400-68.2007.5.02.0055, Relator MinistroAloysio Corra da Veiga, 6 Turma, DEJT de 23.04.2010).

    "(...)PRMIO DE INCENTIVO FUNDES-. SUCEN. NATUREZAJURDICA. Havendo expressa disposio na Lei Estadual que criou oprmio, no sentido de que no se incorporar aos vencimentos ousalrios para nenhum efeito, e sobre ele no incidiro vantagens de

    , sob pena dequalquer natureza, no h como consider-lo salrioafronta aos arts. 114 do Cdigo Civil e 5, II, da Carta Magna.Precedentes desta Corte. Recurso de revista integralmenteno-conhecido." (RR - 2300-87.2005.5.02.0030, Relatora MinistraRosa Maria Weber, 3 Turma, DEJT de 23.04.2010).

    "RECURSO DE REVISTA. PRMIO INCENTIVO -FUNDES-.NATUREZA JURDICA. IMPOSSIBILIDADE DEINTEGRAO. Dispondo o art. 4 da Lei Estadual n 8.975/94, quecriou o prmio Fundes, que tal parcela no se incorporaria aosvencimentos e salrios para nenhum efeito, e, com ateno aoprincpio constitucional da legalidade, que deve nortear os atos daAdministrao Pblica, deve-se excluir da condenao a integrao da

    . Recurso de revista conhecido e provido." (RR -verba131700-30.2007.5.02.0081, Relator Ministro Alberto Luiz Brescianide Fontan Pereira, 3 Turma, DEJT de 16.04.2010).

    "RECURSO DE REVISTA. SUPERINTENDNCIA DECONTROLE DE ENDEMIAS - SUCEN. PRMIO-INCENTIVOFUNDES. NATUREZA JURDICA. Tendo a lei estadual, que criouo intitulado -prmio-incentivo fundes-, previsto sua transitoriedade esua natureza no salarial, no h falar em incorporao, tampouco emnatureza salarial do aludido benefcio. Precedentes. Recurso de revistaconhecido e provido." (RR - 120200-54.2003.5.02.0065, Relatora

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  • Ministra Dora Maria da Costa, 8 Turma, Data de DivulgaoDEJT de 05.02.2010).

    "RECURSO DE REVISTA - FAZENDA DO ESTADO DE SOPAULO - PRMIO INCENTIVO - NATUREZA JURDICA DAPARCELA - PRINCPIO DA LEGALIDADE. dever daAdministrao Pblica perseguir a satisfao da finalidade legal. Opleno cumprimento da norma jurdica constitui o ncleo do atoadministrativo. A Administrao Pblica submete-se, nos atospraticados, e pouco importando a natureza destes, ao princpio dalegalidade, pelo que inexiste a possibilidade de incorporao daparcela, diante da previso legal de que esta no se incorporaria aossalrios, bem como detinha perodo especfico de vigncia. Recurso derevista no conhecido." (RR - 53900-09.2007.5.02.0021, RelatorMinistro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, 1 Turma, DEJT de29.05.2009).

    "AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRMIO -FUNDES-.NATUREZA JURDICA. INTEGRAO AO SALARIO.VIOLAO DO ARTIGO 457, 1, DA CLT. SMULA N 333.NO PROVIMENTO. 1. Invivel o destrancamento do recurso derevista por divergncia jurisprudencial, tendo em vista que a iterativa,notria e atual jurisprudncia desta Colenda Corte no sentido de queo denominado -Prmio Fundes- no se caracteriza como verba denatureza salarial, ante a expressa previso da norma estadual que o

    . Inteligncia da Smula n 333. 2. Agravo de instrumento a quecriouse nega provimento." (AIRR - 362100-78.2002.5.02.0902, RelatorMinistro Guilherme Augusto Caputo Bastos, 7 Turma, DEJT de06.03.2009).

    Isto porque, para estes Eminentes Ministros Relatores da maisalta Corte Trabalhista, sempre foi dever da Administrao Pblica perseguir a

    , dando pleno cumprimento a norma jurdica que constitui osatisfao da finalidade legalncleo do ato administrativo, e por via de regra submete-se os atos praticados, e poucoimportando a natureza destes, ao emanado do art. 37 caputprincpio da legalidade

    .da Carta Magna

    Num. a7336b6 - Pg. 7Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ROBERTO DA SILVA FERREIRAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15013115452060900000010913823Nmero do documento: 15013115452060900000010913823

  • Assim sendo, totalmente improcedente o pedido de letra, consoante a integrao dos abonos mensais institudos pelas"b" e "c" do reclamante

    leis 2.437/07, 2.511/08, 2556/09, 2658/10, 2704/11 e 2834/14 em seu complexo salarial,durante todo o contrato de trabalho, pois tal vantagem pecuniria padece de carter salarial, eis que tem carter provisrio e condicional, sem contar que a vedao a integraode tal benefcio pecunirio est amparado pelo princpio constitucional da legalidade

    .que no prev tal comando

    Ressalte-se ainda que, segundo comando do artigo 457,, para que as vantagens pecunirias integrem a remunerao dopargrafo 2 da CLT

    trabalhador, estas deveram compreender mais do que 50% de sua remunerao mensal, oque o reclamante no logrou xito em comprovar, portanto, sobre este enforque

    .improcedente o pedido de letra "b e c" articulado pelo reclamante

    IV - DO NO RECONHECIMENTO DA PRESCRIO TRINTENRIA DO FGTS SOBRE "ABONO".

    Muito embora entenda o reclamante que a prescrio fundiria referente ao abono seja trintenria, com fundamento na smula 362 do C.TST, talentendimento se parece equivocado se conflitado com redao da smula 206 do mesmoSuperior Tribunal.

    De acordo com a smula 206 do TST, aprescrio dapretenso relativa s parcelas remuneratrias alcana o respectivo recolhimento dacontribuio para o FGTS.

    Neste sentido, no h que se falar em prescrio trintenria, referente ao recolhimento do pagamento do abono, restando prescrito todo perodo anteriora 19/08/2009.

    Neste sentido o entendimento do TRT 10.

    FGTS. PRESCRIO QUINQUENAL. SMULA 206 DOCOL. TST. APLICABILIDADE. Se os pretendidos depsitosna conta vinculada guardam dependncia direta com oreconhecimento do direito do empregado incorporao

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  • de diferenas decorrentes de abonos salariais, em relaoqueles incide a prescrio quinquenal, na forma prevista

    TST.2.pela smula n 206 do colendo ABONOSSALARIAIS. NEGOCIAO COLETIVA. PREVISO DEPAGAMENTO EM MESES ESPECFICOS. INTEGRAODEFINITIVA AO SALRIO. IMPOSSIBILIDADE. Alada aautonomia negocial coletiva ao patamar constitucional (art. 7, XXVI, da CF), as regras previstas em acordos e convenescoletivas de trabalho devem ser integralmente cumpridas erespeitadas, salvo quando, segundo a teoria da adequaosetorial negociada, afrontem normas jurdicas consagradorasde direitos revestidos com a nota da indisponibilidade absoluta.Nesse cenrio, a previso em sucessivas normas coletivas deconcesso de abonos salariais em meses especficos no traduzviolao a qualquer preceito de ordem pblica, sobretudo emface do que dispe o art. 10 da Lei 10.192/2001, que, afastandoa interveno estatal, reservou negociao coletiva adefinio dos parmetros de reajuste dos salrios. Dissodecorre que a pretenso de integrao definitiva dos abonos,fundada apenas em sua natureza salarial, no pode ser deferida,sob pena de afronta regra inscrita no inciso XXVI do art. 7 da CF. Recurso conhecido parcialmente e desprovido (Processo: 01447-2010-008-10-00-2 RO, Relator:Desembargador Douglas Alencar Rodrigues, Publicado em:08/04/2011 no DEJT).3. Recursos conhecidos; no mrito, noprovido o da autora e provido o da reclamada.

    (TRT-10 - Recurso Ordinrio : RO 715201100410004 DF00715-2011-004-10-00-4 RO).

    Deste modo, o pleito do item "c"totalmente improcedenteconsubstanciado na aplicao da prescrio trintenria incidente sobre o pagamento doabono desde 2004, devendo ser declarada por V. Exa. a prescrio qinqenal aorecolhimento fundirio incidente ao pagamento do abono.

    V - DA INEXISTNCIA DE IRREGULARIDADE NOREGIME 12 X 36 E DA COMPENSAO DOS FERIADOS E HORASNOTURNAS

    Em que pese inexistncia de Acordo Coletivo de Trabalhoquando da implantao do turno de revezamento 12 x 36 para os servidores lotados nasEstaes de Tratamento de gua da reclamada, por se tratar de regime de trabalho mais

    Num. a7336b6 - Pg. 9Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ROBERTO DA SILVA FERREIRAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15013115452060900000010913823Nmero do documento: 15013115452060900000010913823

  • benfico no h que se falar que a extrapolao da 8 diria gere horas extraordinrias a, bem como diferenas a ttulo de adicional noturno.favor do obreiro

    Neste sentido j se manifestou o E. TRT da 2 Regio, embrilhante julgado da lavra da Exma. Des. Sonia Maria Prince Franzini:

    Jornada 12X36. Horas Extras. Sendo mais vantajoso ao trabalhadoro trabalho em regime de 12x36, no se admite o pagamento dehoras extras aps a 8 hora, vez que esse regime j concede folgas

    . Recurso da reclamante a que secompensatrias ao excesso dirionega provimento. (PROCESSO TRT/SP n0002324-51.2011.5.02.0242 - 3 TURMA, REL.(A) DES. (A)SONIA MARIA PRINCE FRANZINI)

    Portanto, inegvel que as benesses do regime 12 X 36 sosuficientes para desobrigar o reclamante de arcar com diferenas de adicional noturno porjornada reduzida, e pela prorrogao da jornada noturna.

    Ressalte-se tambm, conforme comprovam os holeritesanexos, os dias trabalhados em feriados civis e religiosos sempre foram remunerados pelareclamada com acrscimo de 100%, com fulcro na Smula 444 do C. TST.

    Por fim, registre-se que, a partir de Maio de 2014, o regime 12. (doc.x 36 da reclamada foi devidamente formalizado por Acordo Coletivo de Trabalho

    Anexo)Destarte, todos as horas extras referente aos feriados foram

    devidamente pagos.

    Sendo assim, devem ser julgado improcedente os pleitosobreiro de letras "d" e "e" e respectivos reflexos de natureza salarial.

    VI- DA INEXISTNCIA DE SUPRESSO DEINTRAJORNADA

    Inversamente ao que diz o reclamante, mesmo que o obreirotenha se ativado sob o turno de revezamento 12x36, sempre teve o seu intervalointrajornada concedido pela reclamada, .para dispuser dele como bem entendesse

    Registre-se ainda, que ningum fica sem se alimentar e semdescansar em uma jornada diria dentro da reclamada, o que ser inclusive comprovadopor todos os meios de prova admitidos em juzo.

    Num. a7336b6 - Pg. 10Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: ROBERTO DA SILVA FERREIRAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=15013115452060900000010913823Nmero do documento: 15013115452060900000010913823

  • Portanto, improcedente o pleito do reclamante de letra f)alusivo a condenao da reclamada de 1 (uma) hora diria com acrscimo de 50%, a ttulode supresso de intrajornada e respectivos reflexos.

    VII - DA INEXISTNCIA DE DIFERENAS DEADICIONAL NOTURNO

    Aponta o reclamante em sua inicial que credor de adicionalnoturno incidente sobre horas, em razo das horas trabalhadas das 05:00 s 06:00, sem quefossem prorrogadas como noturnas.

    Entretanto, denota-se pelos holerites juntados aos autos, que noperodo em que o reclamante trabalhou para a reclamada sob o regime 12x36, sempre foirespeitada tanto a prorrogao da hora noturna com o respectivo pagamento, como opagamento das horas extras devidamente trabalhadas em razo da reduo da carga horrianoturna pela reclamada.

    Com efeito, tais verbas encontram-se integradas nospagamentos discriminadas em holerites como "adicionais noturnos de "20%"

    Tanto verdadeira esta assertiva, que o reclamante nemmesmo aponta quais diferenas lhe so devidas, resumindo sua reclamao em diferenascondizentes genericamente a adicionais noturno.

    Destarte, inexistem diferenas pela prorrogao da horanoturna das 05:00 as 06:00 da manh a serem pagas ao reclamante, portanto seu pleitos de

    .itens "g" improcedente

    VIII- DA DSR EMBUTIDA

    Mesmo que alguma verba venha a ser deferida ao reclamante,o que admitimos remotamente, nenhum reflexo na DSR deve ser deferido ao reclamante,eis que o seu descanso semanal remunerado j se encontra embutido nas demais verbas porse tratar de mensalista, haja vista que a sua remunerao composta de parte fixa com arubrica de , e outras variveis."horas normais MENSALISTA" (vide holerites em anexo)

    Destarte, imperativo concluir que os valores referentes aosDSR's encontram-se includos na parte fixa do salrio mensal da reclamante, sendo

    , como procedida pela origem, ,certo que qualquer integrao data maxima veniacaracterizaria o pagamento em dobro da mesma verba salarial, o que propiciaria oenriquecimento sem causa do reclamante, o que vedado pelo ordenamento jurdicoptrio.

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  • No mesmo sentido manifesta-se o E. TRT/15, atravs doseguinte arresto:

    PROFESSORA MENSALISTA: FUNCIONRIA MUNICIPALCELETISTA. PAGAMENTO DE DIFERENAS DE 1/6, ATTULO DE DSR, J EMBUTIDO NA REMUNERAOMENSAL. PRETENSO INDEVIDA. Diversamente do queentendeu a origem, ainda que a reclamante tenha sido contratada sob agide da Lei Municipal n 854/2000, que aprovou o "Estatuto doMagistrio Pblico do Municpio de Penpolis", esta Relatoria nocompartilha da construo jurdica realizada pelo MM.lato sensu,Juzo no sentido de que a reclamante possa e deva sera quo,"equiparada" ao empregado "horista", haja vista a inequvoca anotaode sua remunerao, constante de sua CTPS: "R$ 482,32(quatrocentos e oitenta e dois reais e trinta e dois centavos) + Hora

    Se o empregado trabalha porAtividade". efetiva e exclusivamentehora, ter direito a receber o DSR, consoante os termos da Lei n605/49, artigo 7, "b". Nesse sentido, a remunerao do repousosemanal corresponder, para os horistas, de sua jornada normal detrabalho, computadas inclusive as horas extraordinrias habitualmenteprestadas. Todavia, no caso dos autos, no h como acolher a tese deque a autora seja considerada empregada "horista", porque suaremunerao composta de parte fixa, e outra varivel. Assim, emface do princpio da primazia da realidade, esta Relatoria entendeque a reclamante sempre recebeu salrio mensal, o qual, comovisto, no se encontra vinculado ao nmero de horas-atividaderealizadas, ainda que estas tambm sejam percebidas, tendo emconta que a parte fixa estipulada compe a maior parte de suaremunerao. Destarte, foroso concluir que os valores referentesaos DSR's encontram-se includos na parte fixa do salrio mensalda reclamante, sendo certo que a integrao, como procedida pelaorigem, , caracterizaria o pagamento em dobrodata maxima veniada mesma verba salarial, o que propiciaria o enriquecimento sem

    . Recurso patronalcausa, vedado pelo ordenamento jurdico ptrioprovido. (TRT/15 - Processo n. 0000887-12.2010.5.15.0124 - RO 6Turma - 11 Turma)

    Deste modo, o pleito dototalmente improcedentereclamante de integrao de eventual adicional ou qualquer integrao deferida em suaDSR, eis que tal verba j se encontra embutida em sua remunerao.

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  • IX - DA INEXISTNCIA DE FRIAS EM DOBRO

    Compulsando o recibo de frias anexo, alusivo aos perodosno prescritos e reclamados (04/03/2009 03/03/2010, 04/03/2010 03/03/2011,04/03/2011 03/03/2012, 04/04/2012 03/04/2013 e 04/04/2013 03/04/2014), nota-seque o descanso anual remunerado com acrscimo de 1/3 foi gozado regularmente; razopela qual no existe nenhuma anormalidade que avalize o pedido do reclamante.

    Desta forma demonstram o regular pagamento e gozo de friaspelo reclamante.

    Desta feita, totalmente improcedente o pleito do, j que inexiste dobra de frias a ser paga ao obreiro reclamante.reclamante de letra "h"

    X- DA COMPENSAO

    Eventualmente caso alguma verba seja deferida, o queadmitimos apenas por amor ao debate, que seja determinado por V. Exa. a compensaodas verbas pagas a mesmo ttulo das verbas postuladas.

    XI - DOS PEDIDOS

    Diante de todo o exposto, requer digne V.Exa. a:

    a) Com espeque no item II desta contestao, declarar a nosprescrio quinquenaltermos do , de quaisquer verbas que venham a serart. 7 inciso XXIX da CRFBdeferidas em perodo anterior a , o que apenas admitimos06/11/2009 ao reclamantepor amor ao debate;

    b) Com base no item III desta defesa, julgar o pleito dototalmente improcedentereclamante de item "b" e "c" consistente na integrao dos abonos mensais e reflexos

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  • institudos pelas leis 2.437/07, 2.511/08, 2556/09, 2658/10, 2704/11 e 2834/14, em seucomplexo salarial, pois tal vantagem pecuniria no tem carter salarial, por ser de

    ;carter provisrio e condicional

    c) Com base no item IV desta defesa, julgar o pleito do itemtotalmente improcedente"c" consubstanciado na aplicao da prescrio trintenria do FGTS incidente sobre opagamento do abono desde 2004, devendo ser declarada por V. Exa. a prescrioqinqenal ao recolhimento fundirio incidente ao pagamento do abono

    d) Com fundamento no item V desta defesa, julgar o pleitototalmente improcedentedas letras "d" e "e" alusivo as horas extras e DSR, bem como reflexos em decorrnciado regime 12x36.

    e) Com fundamento no item VI desta defesa, julgar o pleitototalmente improcedentedo reclamante de item "f" referente condenao da Reclamada ao pagamento dehoras extras intrajornadas.

    f) Com alicerce no item VII desta defesa, julgar o pleito dototalmente improcedentereclamante alusivo ao adicional noturno pela prorrogao da hora noturna descrito noitem "g".

    g) Com alicerce no item VIII desta defesa, julgar o pleito dototalmente improcedentereclamante alusivo ao DSR, eis que tal verba j se encontra embutida em suaremunerao fixa.;

    h) Com fundamento no item IX, desta defesa, julgar o pleitototalmente improcedentedo reclamante de item "h" alusivo ao pagamento das frias em dobro.

    Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidas.

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  • Em tempo, clama-se a este E. Juzo pelos prazos dilatados naforma do , bem como pelas isenes definidas no art. 188 do Cdigo de Processo Civil

    por se tratar aart. 790, alnea "a", inciso I da Consolidao das Leis do Trabalhoreclamada de pessoa jurdica de direito pblico interno, na modalidade Autarquia

    .Municipal

    Termos em que, pede deferimento.

    Rio das Pedras, 19 de janeiro de 2015.

    ROBERTO DA SILVA FERREIRA

    OAB/SP 286.335-D

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  • Num. 5863995 - Pg. 1Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARIANA BARONE FRAGAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14110616213898200000008802083Nmero do documento: 14110616213898200000008802083

  • EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DO TRABALHO DE CAPIVARI/SP

    , brasileiro, casado, servidor pblico municipal, filho de APARECIDA LEAL DA SILVA,JOSE APARECIDO DA SILVAportador da Cdula de Identidade RG n. 136537698 SSP-SP, inscrito no CPF/MF sob n. 11525003844,CTPS n.48.277 srie412, residente e domiciliado na Rua Rafael Hypolito, n. 05, CEP 13.390-000, Rio das Pedras/ SP, por intermdio de seusadvogados que subscrevem, com escritrio profissional situado na Rua Archimedes Cortelazzi, 09 sala 2 Bairro J. F. Kennedy,Rio das Pedras/SP, CEP 13.390-000, onde recebe intimaes e notificaes que se fizerem necessrias, vem respeitosamente presena de Vossa Excelncia, com fulcro nos artigos 840 da CLT e 282 do CPC propor a presente

    RECLAMAO TRABALHISTA

    pelo Rito Ordinrio, em desfavor do SAAE - SERVIO AUTONOMO DE AGUA E ESGOTO DE RIO DAS PEDRAS/SP,autarquia, pessoa jurdica de Direito Pblico, CNPJ n. 45.771.474/0001-75, com sede administrativa na Rua Moraes Barros, n.262, Bairro Centro, CEP 13.390-000, Rio das Pedras/SP, pelos motivos de fato e direito que passa a exps e requerer:

    DO CONTRATO DE TRABALHO

    O Reclamante ingressou no servio pblico Municipal de Rio das Pedras, em 04/03/1994, exercendo a funo de Operador deMaquina Rodoviria, para trabalhar sempre com jornada de 08:00 horas dirias e 40 horas semanais.

    Recebe a importncia de R$ 1.426,09 (Um mil cento e quatrocentos e vinte e seis reais e nove centavos) referencia 09/2013.(anexo)

    MRITO

    DO ABONO INSTITUIDO POR LEI MUNICIPAL

    Institudo por Lei Municipal, a Reclamante percebe mensalmente valores a ttulo de abono.

    Tal importncia recebida pelos servidores municipais celetistas, estatutrios, comissionados, aposentados e pensionistas, daAdministrao Pblica do Municpio de Rio das Pedras/SP.

    Para melhor entendimento, destacamos que o valor institudo em 2004 foi de R$ 70,00. No ano seguinte, 2005, foi institudo R$30,00 ALM do valor anteriormente fixado e, no ms de maio do mesmo ano, o valor foi alterado para R$ 100,00. Em 2006,

    Num. 6db3137 - Pg. 1Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARIANA BARONE FRAGAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14110616213728600000008802082Nmero do documento: 14110616213728600000008802082

  • passou para R$ 160,00. Em 2007, passou para R$ 180,00; em 2008 foi reajustado para R$ 200,00. No ano de 2009 passou para R$270,00; em 2010 foi para R$ 285,00 e no ltimo reajuste, realizado em 2011 passou para o importe de R$ 315,00. (doc. anexo)

    Nesse sentido, o artigo 457, 1 da CLT cristalino. Vejamos:

    CAPUT Compreendem-se na remunerao do empregado, para todos os efeitos legais, alm do salrio devido e pagodiretamente pelo empregador, como contraprestao do servio, as gorjetas que receber.

    1 - Integram o salrio no s a importncia fixa estipulada, como tambm as comisses, percentagens, gratificaes ajustadas,dirias para viagens e abonos pagos pelo empregador (g. n.)

    necessrio no se perder de vista a posio que o TRT da 15 Regio vem assumindo diante da matria sub examine,conforme se depreende da deciso a seguir exposta:

    RECURSO ORDINRIO DO RECLAMADO ABONO NATUREZA SALARIAL INTEGRAO PARA O CLCULODE HORAS EXTRAS E ADICIONAL NOTURNO

    O abono reveste-se de carter salarial, nos molde sdo art. 457, 1 da CLT, integrando o salrio para o cmputo de horas extras eadicional noturno. (g. n.)

    Recurso Ordinrio no provido. (TRT/15 REGIO. RO N. 01929.2006.010.15.00.5. Rel. Jos Pedro de Camargo Rodrigues deSouza. Publicao 19/10/2007)

    Mister destacar a natureza salarial do abono institudo por Lei Municipal recebido pela Reclamante.

    Excelncia, o Municpio no possui autonomia para editar leis de competncia exclusiva da Unio, conforme dispe o inciso I, art.22 da Constituio Federal, razo pela qual, quando contrata servidores deve respeitar todas as normas trabalhistas existentes.

    Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:

    I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio, martimo, aeronutico, espacial e do trabalho; (grifo nosso)

    Cumpre rememorar que o Abono concedido a todos os servidores municipais, de forma habitual e em valor fixo, como formade contraprestao dos servios prestados.

    Portanto, requer seja integrado para fins de clculos de todas as verbas contratuais sendo elas (13 SALRIO, FRIAS + 1/3,ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIO, DSR sobre HE, HORAS EXTRAS, ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIO,SEXTA PARTE) por todo o perodo no prescrito.

    FGTS PRESCRIO TRINTENRIA

    Ab initio, o FGTS, institudo pela Lei 5.107 de 1966 e atualmente regido pela Lei 8.036/90, surgiu com o objetivo de compensarfinanceiramente o trabalhador pela resciso sbita de emprego ou por ocasio da aposentadoria.

    Nossa Carta Magna, em seu artigo 7, XXIX, dispe que os crditos resultantes das relaes de trabalho possuem prazoprescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, at o limite de dois anos aps a extino do contrato detrabalho.

    Num. 6db3137 - Pg. 2Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARIANA BARONE FRAGAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14110616213728600000008802082Nmero do documento: 14110616213728600000008802082

  • Ocorre que as contribuies do FGTS no possuem natureza tributria e sim carter de contribuio social, razo pela qualsujeitam-se ao prazo prescricional trintenria.

    A Smula 362 do C. TST dispe que trintenria a prescrio do direito de reclamar contra o no-recolhimento da contribuiopara o FGTS, observado o prazo de 2 (dois) anos aps o trmino do contrato de trabalho.

    Cumpre rememorar que o Abono pleiteado nesta inicial, teve incio em 2004, e desde ento pago continuamente, ou seja, houve opagamento da verba principal, razo pela qual deve ser aplicada a Smula supracitada no presente caso.

    Portanto, quando h discusso sobre o no recolhimento do FGTS relativo a parcela paga na vigncia do contrato de trabalho, aprescrio incidente deve ser de 30 (trinta) anos.

    guisa de corroborao impende destacar ementas dos nossos Tribunais:

    FGTS. PRESCRIES. PARCELA PRINCIPAL. PARCELA ACESSRIA. A teor do pargrafo 5 do art. 23 da Lei n 8.036/90,editada aps a promulgao da Constituio Federal, manteve atual o entendimento esposado na Smula 95. At porque adiscusso travou-se no rgo Especial do C.TST, diante da funo social que exerce o FGTS - compensao do tempo de serviodo trabalhador - que culminou na edio da Smula 362, com a manuteno do Verbete Sumular 95 da mesma Corte,prevalecendo o entendimento de que trintenria a prescrio do direito de reclamar contra o no-recolhimento da contribuio doFundo de Garantia do Tempo de Servio, observado o binio para a propositura da ao. Portanto, quando a discusso em debatediz respeito ao no-recolhimento do FGTS relativo parcela paga no curso do contrato de trabalho, a prescrio incidente de 30anos, a teor da Smula 362 do TST, pois est diretamente relacionada com o recolhimento do FGTS. Se o debate sobre apercepo de parcela trabalhista e o conseqente recolhimento do FGTS, tem-se que o recolhimento mera parcela acessria doprincipal e, por isso, o prazo prescricional segue a sorte da parcela principal, nos termos da Smula 206 do TST. Mantenho asentena. (TRT-2 - RO: 2238008520085020 SP 02238008520085020075 A20, Relator: IVANI CONTINI BRAMANTE, Data deJulgamento: 07/05/2013, 4 TURMA, Data de Publicao: 17/05/2013) grifo nosso

    E mais:

    RECURSO DE REVISTA. FGTS COMO PEDIDO PRINCIPAL E COMO PEDIDO ACESSRIO. PRESCRIOAPLICVEL. A jurisprudncia do c. TST firmou-se no sentido de que pretenso de recolhimento de depsitos do FGTS norealizados aplica-se a prescrio trintenria, e ao pedido do FGTS como acessrio em condenao de outrasparcelas do contrato detrabalho no pagas, como acessrio, aplica-se a prescrio qinqenal, eis que quando prescrito o principal tambm estarprescrito o acessrio. Deciso regional que no faz tal distino contraria a jurisprudncia pacfica do C. TST e merece serreformada com o fim de declarar a prescrio trintenria da pretenso relativa aos depsitos do FGTS, com o retorno dos autos MM Vara para apreciao do pedido, como entender de direito. Recurso de revista conhecido parcialmente e provido. (TST - RR:3580000392002502 3580000-39.2002.5.02.0902, Relator: Aloysio Corra da Veiga, Data de Julgamento: 25/03/2009, 6 Turma,,Data de Publicao: 07/04/2009)

    Com efeito, faz jus o Reclamante ao recolhimento fundirio em face do Abono salarial desde poca da sua implantao, em13.05.2004.

    DAS HORAS EXTRAS

    O Reclamante ingressou no servio pblico para trabalhar das 08:00 as 17:00 horas, com jornada de 08:00 horas e 40 horassemanais, conforme edital do Concurso Pblico.

    Ocorre que o Reclamante trabalha em regime de 12 x 36 horas em escala de revezamento. Tal carga horria extrapola totalmente ajornada de trabalho prevista no edital e contrato de trabalho.

    Num. 6db3137 - Pg. 3Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARIANA BARONE FRAGAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14110616213728600000008802082Nmero do documento: 14110616213728600000008802082

  • Dessa forma a jornada do Reclamante ultrapassa em larga escala o que dispe o presente Diploma legal, seno vejamos:

    Art. 58 - A durao normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, no exceder de 8 (oito) horasdirias, desde que no seja fixado expressamente outro limite.

    Art. 59 A durao normal do trabalho poder ser acrescida de horas suplementares, em nmero no excedente de duas, medianteacordo escrito por empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. (g.n)

    Dada importncia do perodo de Trabalho que deve ser respeitado pelo Empregador, nossa Carta Magna, em seu artigo 7, incisoXVI, dispe que as horas extraordinrias devero ser superiores a, no mnimo, 50% (cinqenta por cento) do valor normal.

    Nesse diapaso, os Tribunais vem julgando com clareza e consonncia com os dispositivos legais. Vejamos:

    I) Horas extras excedentes de duas dirias. Princpio da razoabilidade e da vedao do enriquecimento sem causa. O limite a duashoras extras dirias diante da dico do art. 59 da CLT atenta contra o princpio da razoabilidade, na medida em que o destinatrioda prestao do trabalho deixou de respeit-lo. Sua falta no o favorece quando deve pagar a contraprestao devida. Do contrrio,seria admitido o enriquecimento sem causa. II) Reflexo das horas extras integrantes dos repousos nas frias, 13s salrios e avisoprvio. O reflexo das horas extras nos repousos repercute, tambm, nos mesmos repousos embutidos no valor das frias, do 13salrio e do aviso prvio, sem constituir bis in idem. (TRT-2 - RO: 19990376509 SP 19990376509, Relator: JOSE CARLOS DASILVA AROUCA, Data de Julgamento: 31/07/2000, 8 TURMA, Data de Publicao: 29/08/2000)

    E ainda:

    HORAS EXTRAS. ADICIONAL. Hiptese em que no existe previso normativa no sentido de que as horas extras, excedentes aduas dirias, sejam remuneradas com adicional de 100%. DESCONTOS FISCAIS E PREVIDENCIRIOS. CRITRIO. Osdescontos fiscais devem incidir sobre o valor da condenao, acrescido de correo monetria e juros de mora. Os descontosprevidencirios incidem apenas sobre o valor da condenao, acrescido de correo monetria, excluindo-se os juros de mora.HONORRIOS DE AJ. Somente so devidos honorrios de assistncia judiciria na Justia do Trabalho, quando preenchidos osrequisitos enumerados no artigo 14 da Lei N 5.584/70. (...) (TRT-4 - RO: 693199423104002 RS 00693-1994-231-04-00-2,Relator: PAULO JOS DA ROCHA, Data de Julgamento: 07/08/1997, 1 Vara do Trabalho de Gravata)

    Cumpre informar que no h regulamentao para jornada de trabalho de 12 x 36 e, ainda que houvesse norma coletivaregulamentando, o que admitimos apenas para argumentar, esta seria ilegal por infringir o 2, art. 59 da CLT.

    Insta salientar que o TST, por meio da Smula 444, pacificou o entendimento de que necessrio haver previso legal em lei deforma exclusiva ou mediante acordo coletivo/conveno coletiva para a validade do regime de revezamento. Vejamos:Smula n 444 do TST - JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE. -Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e27.09.2012 - republicada em decorrncia do despacho proferido no processoTST-PA-504.280/2012.2 - DEJT divulgado em 26.11.2012 valida, em carter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustadaexclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou conveno coletiva de trabalho, assegurada a remunerao em dobro dosferiados trabalhados. O empregado no tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na dcima primeira edcima segunda horas.

    Ainda que houvesse regulamentao para jornada de trabalho, os que admitimos por amor ao debate, os clculos para efetuar ospagamentos esto tendo como base de clculo, a jornada de 200 horas mensais (conforme se denota do recibo de pagamentoacostado aos autos), restando incontroverso que a jornada correta do reclamante de 8 horas dirias de segunda a sexta feira.

    Portanto faz jus s horas extras de sua jornada noturna excedentes oitava hora diria remuneradas com adicional de 50%,devendo ser levado em considerao que devero ser tidas como noturnas alm das 22:00 as 05:00, as horas em prorrogao aohorrio noturno, conforme item II da Smula 60 do TST, vejamos:

    Num. 6db3137 - Pg. 4Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARIANA BARONE FRAGAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14110616213728600000008802082Nmero do documento: 14110616213728600000008802082

  • II - Cumprida integralmente a jornada no perodo noturno e prorrogada esta, devido tambm o adicional quanto s horasprorrogadas. (g.n)

    E por serem habituais, faz jus tambm aos reflexos das horas extraordinrias nas verbas contratuais (DSR, 13 salrio, frias + 1/3constitucional, FGTS).

    DAS HORAS INTRAJORNADA

    Conforme mencionado no tpico anterior, o Reclamante sempre trabalhou em regime 12 x 36 horas.

    Por no haver nmero suficientes de servidores, o Reclamante no consegue gozar de sua hora intrajornada, trabalhando semprede forma ininterrupta, ou seja, no goza do intervalo de uma hora para refeio e descanso.

    Durante a jornada de trabalho, o Reclamante para por aproximadamente 25 (vinte e cinco) minutos para alimentar-se realizandolanches rpidos ou por meio de marmitex, contudo sem poder sair do local de trabalho.

    Tal fato d-se pela falta de recursos humanos necessrios necessidade, ou em funo de atender ocorrncias devendo serprontamente atendidos pelos profissionais.

    Destarte, quase impossvel a realizao de uma hora para alimentao ou descanso.

    A CLT dispe que o empregador dever remunerar a hora que deixou de conceder ao reclamante. Vejamos:

    Art.71 Em qualquer trabalho contnuo, cuja durao exceda de 6 (seis) horas, obrigatria a concesso de um intervalo pararepouso ou alimentao, o qual ser, no mnimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrrio, nopoder exceder de 2 (duas) horas.

    1 a 3 - omissis

    4. Quando o intervalo para repouso e alimentao, previsto neste artigo, no for concedido pelo empregador, este ficar obrigadoa remunerar o perodo correspondente com um acrscimo de no mnimo cinqenta por cento sobre o valor da remunerao da horanormal de trabalho.

    Cumpre registrar que o Egrgio Tribunal Regional do Trabalho, 3 regio, recentemente apreciou matria idntica, entendendo porgarantir, de forma inequvoca o direito dos trabalhadores, seno vejamos:

    EMENTA: INTERVALO PARA REFEIO E DESCANSO. FRUIO EM PERODOS RPIDOS E INTERMITENTES.PAGAMENTO COMO EXTRA. Restando patente atravs da prova oral, que mesmo quando o autor frua de tempo para uma"rpida refeio", tinha ele que parar para atender clientes, concluso a que se chega tambm do depoimento pessoal do prepostodo reclamado, reputo como no alcanado o objetivo da norma inserta no art. 71 Consolidado, vez que se no tinha o autor tempodisponvel sequer para fazer uma rpida refeio, bvio que no tinha tempo para descansar das atividades do primeiro perodolaborado. Portanto, confessado em defesa o direito a fruio de 02 (duas) horas dirias, e j tendo sido deferido o pagamento de 01(uma) diria ao ttulo em reexame, impe-se acrescer condenao o pagamento de mais 01 (uma) hora diria a ttulo de intervalopara repouso e alimentao no frudo, na conformidade do vindicado. (TRT 3 R. - 5T - RO/21420/00 - Rel. Juza MrciaAntnia Duarte de Las Casas - DJMG 31/03/2001 P.35).

    Ademais, essa matria j se encontra pacificada pelo TST por meio da OJ 307 da SDI-I, in verbis:

    307. INTERVALO INTRAJORNADA (PARA REPOUSO E ALIMENTAO). NO CONCESSO OU CONCESSOPARCIAL. LEI N 8.923/94 (cancelada em decorrncia da aglutinao ao item I da Smula n 437) Res. 186/2012, DEJTdivulgado em 25, 26 e 27.09.2012Aps a edio da Lei n 8.923/94, a no-concesso total ou parcial do intervalo intrajornada mnimo, para repouso e alimentao,

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  • implica o pagamento total do perodo correspondente, com acrscimo de, no mnimo, 50% sobre o valor da remunerao da horanormal de trabalho (art. 71 da CLT).

    Em recente julgado por este Juzo, que tem como causa e objeto de pedir da presente demanda, no PROCESSO N.0010990-37.2013.5.15.0039, que figura como parte o Municpio de Rio das Pedras, in verbis:

    Subsiste controvrsia apenas quanto ao real intervalo intrajornada usufrudo pelo trabalhador.

    Portanto, ao contrrio do quer fazer crer o ru, verifica-se que o reclamante no usufrui intervalo intrajornada, muito pelocontrrio, neste perodo o autor est claramente disposio do reclamado, na forma prevista pelo art. 4o da CLT, que dispe deforma expressa que considera-se como de servio efetivo o perodo em que o empregado esteja disposio do empregador,aguardando ou executando ordens (...).

    Saliente-se que o autor permanece o tempo todo disposio do requerido, sendo obrigado a atender qualquer chamado que ocorrano horrio destinado alimentao e ao descanso.

    O empregado, mesmo que no esteja efetivamente trabalhando, encontra-se disposio de seu empregador para o cumprimentode ordens do momento de incio at o trmino da jornada, em especial no presente caso, em que o reclamante ficava em alerta enecessitava atender a qualquer chamado... (g.n)

    Destarte, de acordo com todo o exposto, o Reclamante faz jus s horas intrajornadas, com o acrscimo legal de 50% em todo operodo laborativo.

    Por serem habituais, faz jus tambm aos reflexos das horas intrajornadas no DSR e nas verbas contratuais (13 salrio, frias + 1/3constitucional, FGTS).

    ADICIONAL NOTURNO

    O Reclamante, conforme mencionado anteriormente, dentro de sua jornada de trabalho, por vezes, exerce a prestao laborativa noperodo noturno, sendo esse das 18:00 as 06:00 horas, chegando em alguns casos ficar at o termino de Flagrantes, extrapolandoainda mais o horrio padro.

    O 2 do artigo 73 da CLT, dispe que considerado trabalho noturno, aquele executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horasdo dia seguinte.

    No intuito de compensar a jornada noturna a CLT no 1 do artigo 73 determina que a hora do trabalho noturno ser computadocomo de 52 minutos e 30 segundos.

    A Constituio Federal tambm dispe sobre o trabalho noturno, dispondo que a remunerao do trabalho noturno deve sersuperior do diurno.

    Cumpre rememorar que o Reclamante laborava at as 06 horas do dia seguinte.

    Havendo prorrogao da prestao do servio noturno, esse dever ser includo tambm como noturnos, ou seja, o Reclamante temdireito ao adicional noturno das 22:00 at o trmino de sua jornada.

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  • Esse entendimento est pacificado pelos nossos Tribunais. Vejamos:

    Smula n 60 do TST

    ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAO NO SALRIO E PRORROGAO EM HORRIO DIURNO (incorporada aOrientao Jurisprudencial n 6 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

    I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salrio do empregado para todos os efeitos. (ex-Smula n 60 - RA105/1974, DJ 24.10.1974)

    II - Cumprida integralmente a jornada no perodo noturno e prorrogada esta, devido tambm o adicional quanto s horasprorrogadas. Exegese do art. 73, 5, da CLT. (ex-OJ n 6 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996) (grifo nosso)

    guisa de corroborao, necessrio se faz trazer baila o entendimento de nossos Tribunais:

    Processo: 6. 0000469-28.2011.5.03.0139 RO(00469-2011-139-03-00-0 RO) rgo Julgador: Segunda Turma Relator: SebastiaoGeraldo de Oliveira Revisor: Luiz Ronan Neves Koury Vara de Origem: 39a. Vara do Trab.de Belo Horizonte Publicao:21/03/2012

    EMENTA: ADICIONAL NOTURNO. PRORROGAO DO HORRIO NOTURNO. O entendimento contido na Smula 60, II,do TST, no se refere prorrogao do horrio noturno em jornada extraordinria, mas mera prorrogao ou continuidade emhorrio diurno da jornada noturna integralmente cumprida, ou seja, das 22 s 5 horas, na forma do pargrafo 5 do artigo 73 daCLT.

    E mais:

    ACRDO N: 20050189268 N de Pauta:001PROCESSO TRT/SP N: 00941200206502008RECURSO ORDINRIO - 65 VT de So PauloRECORRENTE: 1. REAL BENEM SOC PORTUGUESA BENEFICNCIA 2. JOSE ROBERTO BERNARDESACORDAM os Magistrados da 4 TURMAdo Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Regio em: por maioria de votos, vencida parcialmente a Exma. Juza VilmaMazzei Capatto, dar provimento parcial ao recurso da reclamada, para limitar a condenao ao pagamento de quarenta e cincominutos a ttulo de horas extras em razo da fruio parcial do intervalo intrajornada; por igual votao, vencida ainda a referidaJuza, dar provimento parcial ao apelo do reclamante, a fim de acrescer o pagamento do adicional noturno pela prorrogao dajornada alm das cinco horas da manh, tudo nos termos da fundamentao do voto, mantendo-se, no mais, a r. sentenahostilizada. So Paulo, 05 de Abril de 2005. VILMA MAZZEI CAPATTO PRESIDENTA PAULO AUGUSTO CMARARELATORALMARA NOGUEIRA MENDES PROCURADORA CIENTE)

    Ad hunc modo, por qualquer ngulo que se analise a questo, o Reclamante faz jus ao adicional noturno.

    Ocorre que nos perodos em que trabalhou no horrio noturno, a Reclamada no efetuou o pagamento de forma correta, o que restacomprovado pelos recibos de pagamento juntado aos autos.

    Destarte, o Reclamante faz jus ao adicional noturno pelos respectivos perodos trabalhado com prorrogao at sada no diaseguinte ao incio do trabalho.

    Requer que seja pago o adicional noturno com as horas devidamente apontadas e calculas sobre o salrio com o abonodevidamente integralizado e a periculosidade recalculada.

    Requer ainda, conforme dispe a Smula 60, I, (j apresentada), a integralizao do adicional noturno ao salrio, para todos osefeitos e reflexos nas verbas contratuais (13 salrio, Frias + 1/3 constitucional, DSR, FGTS)

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  • DAS FRIAS

    O direito s frias vai ao encontro de todos os princpios norteadores do trabalhador dispostos na Carta Magna, quais sejam: odireito ao bem-estar, dignidade da pessoa humana e os direitos do cidado sade e o lazer.

    por meio das frias que o trabalhador tem a possibilidade de restaurar a sua sade, suas relaes interpessoais, melhorar suaqualidade de vida e alcanar seu bem-estar.

    Excelncia, o perodo de frias, um direito trabalhista presente na CLT e na Constituio Federal, alm de ser de extremaimportncia no tocante sade fsica e mental do trabalhador, constitui em importante mecanismo de construo de sua cidadania,pois, liberta, pelo menos por um perodo de tempo, aquele indivduo da alienao do trabalho e o incorpora em esferas deconvivncia importantes como a famlia e outros grupos sociais, alm de proporcionar um incremento econmico atravs dagrande circulao monetria, melhoria da condio social e numa maior participao do cidado da vida poltica de suacomunidade.

    Segundo Maurcio Godinho Delgado[1], as frias correspondem ao "lapso temporal remunerado, de freqncia anual, constitudode diversos dias seqenciais, em que o empregado pode sustar a prestao de servios e sua disponibilidade perante o empregador,com o objetivo de recuperao e implementao de suas energias e de sua insero familiar, comunitria e poltica" (g.n)

    Nesse diapaso, extrai-se o entendimento do artigo 142 da CLT, que determina o pagamento da remunerao que for devida(frias) na data de sua concesso.

    A inobservncia do prazo legal para o pagamento da remunerao de frias acarreta seu pagamento em dobro.

    No obstante, sabido tambm, que a Administrao Pblica que adota o regime jurdico trabalhista nem sempre fielcumpridora das normas expressas na referida Consolidao.

    No entanto, por se tratarem de dispositivos legais, todos devem ser obedecidos. Razo pela qual, h inmeras demandas judiciaiscontra os empregadores que desobedecem as normas regentes, em detrimento dos empregados.

    Nesse sentido o TST editou a Orientao Jurisprudencial n. 386, da SDI-1, conforme segue:

    OJ-SDI1-386 FRIAS. GOZO NA POCA PRPRIA. PAGAMENTO FORA DO PRAZO. DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E145 DA CLT. (DEJT divulgado em 09. 10 e 11.06.2010).

    " devido o pagamento em dobro da remunerao de frias, includo o tero constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando,ainda que gozadas na poca prpria, o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal."(g.n.)

    Excelncia, no deve haver confuso entre os direitos do Reclamante, ou seja, o ms trabalhado com o ms de frias.

    A remunerao de frias deve ser paga na sua concesso (artigo 142 CLT) com observncia do artigo 145 do referido DiplomaLegal que determina o pagamento at 2 (dois) dias antes do incio do respectivo perodo. Vejamos:

    Art. 142 - O empregado perceber, durante as frias, a remunerao que lhe for devida na data da sua concesso.

    Art. 145 - O pagamento da remunerao das frias e, se for o caso, o do abono referido no art. 143 sero efetuados at 2 (dois) diasantes do incio do respectivo perodo. (g.n)

    O pagamento realizado com atraso impede que o trabalhador usufrua, INTEGRALMENTE, seu descanso. Nesse perodo, no sepode esquecer, h maior necessidade financeira do trabalhador com viagens e lazer.

    Com efeito, ao no realizar o pagamento da remunerao das frias no perodo em que determina a lei, a Reclamada atrai para sitoda responsabilidade e o nus do pagamento em dobro.

    Destarte, j em deciso recente deste juzo que consubstancia o presente entendimento em processo semelhante, PROCESSO N.0010990-37.2013.5.15.0039, in verbis:

    Num. 6db3137 - Pg. 8Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARIANA BARONE FRAGAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14110616213728600000008802082Nmero do documento: 14110616213728600000008802082

  • ... Portanto, aplica-se o entendimento consubstanciado na OJ n 386 da SDI-1, de que devido o pagamento em dobro daremunerao de frias, includo o tero constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na poca prpria,o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal.

    Note-se que o pagamento antecipado visa proporcionar ao empregado o gozo das frias com recursos que viabilizem desfrutardesse perodo de descanso. Assim, o pagamento das frias em desacordo com o prazo estabelecido no art. 145 da Consolidaodas Leis do Trabalho frustra a finalidade do instituto. ...(g.n)

    Portanto, por qualquer lado que se analisada a questo faz jus o Reclamante ao pagamento das frias em dobro includo o teroconstitucional.

    Para melhor nortear anlise de Vossa Excelncia e no dificultar a defesa da Reclamada importante frisar que as frias no pagascorretamente so aquelas que foram gozadas dentro do perodo no prescrito.

    Requer tambm o devido recolhimento das verbas fundirias e previdencirias.

    DOS PEDIDOS

    Diante do exposto, requer:

    a) Que seja concedido ao autor, o benefcio da Justia Gratuita, nos termos da Lei n. 1.060/50, eis que o mesmo pobre naacepo jurdica e no possui condies financeiras de arcar com despesas processuais, honorrios advocatcios e periciais semprejuzo de sua subsistncia (doc. em anexo);

    b) Seja declarada a natureza salarial do abono institudo por Lei Municipal recebido pelo Reclamante de todo o perodolaborado, condenando a Reclamada ao pagamento da integrao do abono no clculo das verbas contratuais vencidas com reflexosnas verbas contratuais (Horas Extras, Adicional Noturno, DSR sobre as horas extras, Frias + 1/3 constitucional, 13 salrio,adicional por tempo de servio, sexta parte, FGTS) bem como permanea integralizado nas verbas vincendas_____R$ 16.300,00;

    c) Requer o depsito de FGTS e Recolhimento Previdencirio desde o ano de 2004, incidentes ao Abonopago______________R$ 3.225,10

    d) O pagamento das horas extras em razo da invalidade do regime 12 x36, com o pagamento de todas as horas excedentes oitava hora diria________________________________________________R$ 38.515,23

    e) Seja apurado os reflexos das horas extras nos DSRs corretamente e consequentemente seu pagamento com a base declculo j devidamente corrigida pela integralizao do abono__________R$ 8.023,45

    Num. 6db3137 - Pg. 9Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARIANA BARONE FRAGAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14110616213728600000008802082Nmero do documento: 14110616213728600000008802082

  • f) O pagamento das horas intrajornadas aps a integralizao doabono___________________________________________R$ 9.625,50

    g) A correo e o devido pagamento do adicional noturno com a devida prorrogao at o efetivo trmino da jornada doReclamante, descontadas as horas j pagas__________________________R$ 1.945,40

    h) O pagamento em dobro das Frias em razo do no cumprimento do 1, artigo 142 da CLT____________________R$19.013,33

    i) Requer que todas as publicaes sejam feitas em nome do patrono do Reclamante, ANDR FRAGA DEGASPARI,OAB/SP 321.809, sob pena de nulidade.

    Requer tambm se digne Vossa Excelncia em determinar Reclamada a apresentao dos documentos comprobatrios shoras trabalhadas e jornadas de trabalho (relatrios de freqncia) de todo o alegado nesta exordial, uma vez que somenteela os detm, com supedneo no artigo 355 e seguintes e 359 do CPC.

    Por fim, requer o reflexo de todas as verbas pleiteadas nas verbas contratuais sendo elas (Horas Extras, DSR sobre as horas extrascom reflexos nas demais verbas (13 salrio, Frias + 1/3, adicional por tempo de servio, recolhimentos fundirios eprevidencirios).

    DAS PROVAS

    Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, em especial pelo depoimento da Reclamada, oitivade testemunhas sem o prejuzo de outras provas eventualmente cabveis.

    DA NOTIFICAO

    Requer, por fim, a notificao da Reclamada para que conteste os itens supra-arguidos, sob pena de serem admitidos comoverdadeiros, o que, por certo, ao final restar comprovado, com a consequente decretao da TOTAL PROCEDNCIA DOSPEDIDOS, nos termos expostos.

    Num. 6db3137 - Pg. 10Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARIANA BARONE FRAGAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14110616213728600000008802082Nmero do documento: 14110616213728600000008802082

  • DO VALOR DA CAUSA

    D-se causa o valor de R$ 96.648,01 (Noventa e seis mil seiscentos e quarenta e oito reais e um centavo) para os devidos fins.

    Nestes termos,

    pede deferimento.

    Rio das Pedras, 05 de outubro de 2014.

    ANDR FRAGA DEGASPARI OAB/SP 321.809

    MARIANA BARONE FRAGA - OAB/SP 354.187

    Num. 6db3137 - Pg. 11Assinado eletronicamente. A Certificao Digital pertence a: MARIANA BARONE FRAGAhttps://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=14110616213728600000008802082Nmero do documento: 14110616213728600000008802082

    CabealhondiceContestao | NUM: a7336b6 | 19/01/2015 14:58Procurao | NUM: 5863995 | 06/11/2014 15:47Petio Inicial | NUM: 6db3137 | 06/11/2014 15:46