contestaÇÃo - modelo panamericano francisco das chagas.docx

Upload: anderssonmm

Post on 03-Apr-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    1/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    1

    EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 5 VARA CVEL (CARTRIO) DA COMARCA DE TERESINA, PIAU.

    REF. PROC. N 0000475-29.2012.8.18.0140

    BANCO PANAMERICANO S/A, j devidamente qualificado nos autos, atravs de seusadvogados e procuradores infra-assinados, com endereo na Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179, EdifcioDom Avelar, Sala 105, 1 andar, CEP 64001-060, Centro, em Teresina, Piau, onde recebe as intimaesdecorrentes do processo (art. 39, I, CPC), nos autos da AO REVISIONAL DE CLUSULAS CONTRATUAISCOMPEDIDO DE TUTELA PARCIAL ANTECIPADA LIMINARMENTE, que lhe move FRANCISCO DAS CHAGAS SOUSAOLIVEIRA, por seus advogados ao final assinados, habilitados nos termos do instrumento de mandato em anexo, presena de V. Exa. apresentar no prazo de lei a presente CONTESTAO, o que faz com fulcro nas razes

    fticas e fundamentos jurdicos a seguir aduzidos:

    1- SINOPSE FTICA.

    Trata-se de uma ao de reviso de dbito com pedido de tutela parcial antecipada, movidaem face do banco demandado, tendo por fito rever as taxas de juros, contradas na aquisio dofinanciamento do contrato de alienao fiduciria em garantia, um veculo FORD/FIESTA, financiado novalor de R$ 14.990,00 (QUATORZE MIL NOVECENTOS E NOVENTA REAIS) em 48 (quarenta e oito) parcelassucessivas, tendo o valor de cada R$ 566,11 (QUINHENTOS E SESSENTA E SEIS REAIS E ONZE CENTAVOS).

    Assevera que os encargos contratuais so onerosos e abusivos, conseqncias se observarapenas os interesses do mercado financeiro, fruto da poltica de juros empreendida pelo Banco Central doBrasil, atravs do Conselho de Poltica Monetria.

    Alega, que houve imposio unilateral do contrato, redundando em um verdadeiroenriquecimento sem causa ao requerido.

    Por isso, requer a nulidade da clusula abusiva, pois afronta o disposto nos arts. 6, IV, VII eVIII e Art. 51, IV, X, XIII e VX, art. 54 e 84, todos do Cdigo de Defesa do Consumidor, como tambm, a

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    2/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    2

    usura, anatocismo, capitalizao de juros, nos termos do art. 4 do Decreto 22.626/633 e Lei 4.595/64,Smula 121 do Supremo Tribunal Federal.

    Outrossim, requer, a reviso do contrato, para preservar a equidade contratual, equilbrio,lealdade e respeito nas relaes de consumo, e ainda a antecipao parcial de tutela, mantendo o bem naposse do requerente, at deciso final da presente ao.

    Por fim, requer a procedncia da presente ao, com reviso e nulidade das clusulas ditas

    abusivas, e a conseqente condenao do requerido ao nus da sucumbncia e custas processuais.

    PRELIMINARMENTE

    DA INPCIA DA PETIO INICIAL

    Resta claramente demonstrada a impossibilidade jurdico-processual do regularprosseguimento desta ao ordinria, apoiado no art. 295, pargrafo nico, IV, dada a existncia depedidos incompatveis que sequer foram enumerados em ordem sucessiva, o que implica violao ao art.292, capute seu 1, incisos I e II, do CPC, verificvel atravs do pedido inicial de reviso de clusulascontratuais que intitula a demanda e ao final na exposio dos pedidos (item I) com o requerimento da

    nulidade das mesmas clusulas contratuais.

    Ora Excelncia, claramente resta confirmada a incompatibilidade dos pedidos, visto que oautor no pode pedir para revisar aquilo que considera nulo, ou o contrato valido e se pleiteia sua revisoou no se concorda com a validade do contrato e se requer pela sua nulidade. O que no admissvel adeclarao de nulidade de clusulas atravs da sua reviso, face a violao da formao do negcio

    jurdico.

    Desta forma, requer seja decretada a inpcia da inicial, perante a incompletaincompatibilidade dos pedidos.

    2 - DAS RAZES JURDICAS

    2.1 DO DESCABIMENTO DA CONCESSO DA ANTECIPAO DE TUTELA

    Analisando-se a inicial apresentada pelo Requerente, verifica-se, desde logo, no estarempresentes os requisitos necessrios concesso antecipada dos efeitos da tutela jurisdicional. No cabe Justia proteger aqueles que agem de m-f, procurando furtar-se do cumprimento de suas obrigaes,tentando judicialmente legalizar o manifestamente ilegal.

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    3/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    3

    De incio, deve-se distinguir tutela antecipada de medida cautelar. Naquela h exigncia deprova inequvoca, inconteste, bem como verossimilhana da alegao; nessa, basta o fumus boni juris e o

    periculum in mora.

    A esse respeito, Cndido Rangel Dinamarco destaca que "a exigncia de prova inequvocasignifica que a mera aparncia no basta e que a verossimilhana exigida mais que o fumus boni jurisexigido para a tutela cautelar.(in "A Reforma do Cdigo de Processo Civil", Malheiros Editores, 2 edio,p. 143).

    Poder-se-ia sustentar a tese do justo receio de dano irreparvel ou de difcil reparao, quecausasse ineficcia de eventual deciso favorvel. Entretanto, mais uma vez seriam meras conjecturas, semqualquer base ftica, carentes de provas. No h sequer possibilidade de que eventual direito doRequerente no venha a se realizar quando do provimento final de mrito, se favorvel.

    Assim, quanto ao direito de inserir o nome do Requerente no cadastro de inadimplentes,temos a esclarecer que uma vez inadimplente o contratante, ao Requerido assiste o direito de haver seucrdito, fazendo valer seu direito e as normas legais e contratuais, o que inclui, se necessrio for, busca eapreenso e inserir seu nome no cadastro de inadimplentes.

    Ressalte-se que a abertura de cadastro nos rgos de restrio creditcia pelo Requerido atividade lcita, vez que representa no s punio ao devedor inadimplente que no tentou resolver seudbito extrajudicialmente, como tambm representa precauo contra eventuais futurosinadimplementos, tratando-se de exerccio legal de direito.

    Alm disso, o Cdigo de Defesa do Consumidor prev a existncia de instituies que visamproteger o crdito, no constituindo ilegalidade o cadastro dos consumidores que estejam inadimplentes.Assim, a natureza das atividades bancrias exige de seus administradores um rigoroso controle na seleocadastral, sob pena de colocar em risco suas linhas de crdito, seus credores e em ltima anlise, at asociedade. A esse respeito, veja-se o art. 43, pargrafo 2, do referido diploma processual, que nomenciona se deve ser a comunicao do registro anterior a ele.

    Portanto, tendo sido o contrato celebrado com regras claras e com prestaes fixas e legais, permissvel legalmente a conduta do Requerido em cadastrar inadimplente no banco de dados.

    Pelos mesmos motivos acima expostos, deve ser cassada a deciso que deferiu a posse do bemem mos do Requerente at deciso final da lide.

    O Requerente no pode permanecer na posse do veculo dado em garantia ao contrato, umavez que o contrato celebrado entre as partes foi para concesso de crdito e no de compra e venda de

    automveis. Veja-se que o Requerido no comercializa veculos, apenas uma financeira que concede

    crdito aos interessados. O bem adquirido, no caso um automvel, mera garantia do contrato, que fica

    gravado com clusula de alienao fiduciria em garantia, consoante o disposto no Decreto-Lei 911/69.

    A permanncia do Requerente na posse do automvel, no caso de descumprimento do

    contrato, seja por inadimplncia ou outra causa, configura verdadeiro abuso de direito. H um contrato

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    4/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    4

    entre as partes, h clusulas claras, legais e livremente pactuadas, assim, nada mais coerente que o

    contrato seja integralmente respeitado.

    O Requerente no pode permanecer com o bem que deu em garantia ao cumprimento docontrato, sob pena de desvirtu-lo. Repita-se, o contrato no de compra e venda e sim de crdito ao

    consumidor e o veculo, no caso, mera garantia, e para tanto deve servir.

    H, ainda, que se dizer o seguinte: o fato de se autorizar o Requerente a permanecer na

    posse do veculo, impedindo que o Requerido d andamento demanda judicial visando a busca e

    apreenso do bem, deciso que fere o texto constitucional que assegura a todo cidado brasileiro o

    direito de postular em Juzo na defesa de seus direitos.

    Nesse sentido, tem decidido o Tribunal de Justia do Estado de Gois:

    (...)observando o que tem decidido o Superior Tribunal de Justia arespeito de consignao em pagamento por devedores inadimplentes,atribuo efeito suspensivo ao Agravo de Instrumento para sustar a parteda deciso atacada que assegurou a posse do veculo ao autor/agravado,no se pode, por antecipao, tolher o direito do credor alienatrio deexercer seu direito de cobrana da dvida, nos termos do Decreto-Lei n.911, de 1-10-69(...) (AG.INST. 200300770230, 2 CM. CVEL TJ/GO,RELATOR MARLIA JUNGMANN SANTANA, 30.05.2003)

    (...) Manuteno de posse do veculo com o consignante. bice ao direitode ao da parte credora. Impossibilidade.

    .................2 - Imerece respaldo a deciso que estribada nos basilares do artigo 273do cdigo de processo civil, defere a manuteno da posse do bem a partedevedora, face a impossibilidade de obstacularizar-se o exerccio dodireito de ao da credora. Recurso conhecido e parcialmente provido"(AGRAVO DE INSTRUMENTO N 31035-0/180 - 2 CMARA CIVEL DOTJGO)

    Sendo assim, a reforma da deciso, referente ao assunto aqui discutido, medida que seimpe.

    Impossvel conformar-se, tambm, com o r. decisrio, com relao ao deferimento dosdepsitos das parcelas vencidas e vincendas nos moldes apresentados pelo Requerente , eis que causamprejuzos no s de ordem financeira como moral ao Requerido.

    O Requerente firmou Contrato de Financiamento com o Requerido para aquisio de umbem descrito no instrumento particular.

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    5/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    5

    incontestvel que o contrato fora celebrado com regras claras e com prestaes fixas elegais, portanto dever prevalecer o princpio dopacta sunt servanda.

    O instrumento contratual emana todas as suas clusulas e condies. Portanto, poca de suacelebrao, o Requerente possua total conhecimento de todos os valores que deveriam ser pagos, postoque todos estavam previstos, e com eles concordou, no podendo agora alegar que o contrato o onerouexcessivamente.

    Veja-se que o simples fato de depositar os valores unilateralmente encontrados, no podeelidir a mora, pois a forma combinada para que se efetuassem os pagamentos no foi esta, mas sim aqueladisposta no contrato.

    O valor que o Requerente consignou desconsidera os encargos decorrentes de sua mora, osquais encontram-se expressamente previstos no contrato.

    Por outro lado, como no bastasse ser incabvel o procedimento consignatrio para o caso quese afigura, eis que utilizado como artifcio escapar das obrigaes contratuais decorrentes da mora, ovalor apresentado pelo Requerente no tem o condo de solver seu dbito.

    Ressalte-se que o M.M. Juiz da 5 Vara Cvel da Comarca de Teresina, Piau, Dr. Ricardo GentilEullio Dantas, prolatou despacho no sentido de indeferir os pedidos de antecipao de tutela no sentidode manter a posse, excluso de dados dos servios de proteo ao crdito e depsito dos valoresincontroversos pela parte autora, e ainda tem aplicado ao autor pena por litigncia de m-f, conformedespacho anexo, recente datado de 04 de fevereiro de 2010.

    2.2 DA NO APLICABILIDADE DAS NORMAS DO 3, DO ART. 192, DA CARTA MAGNA.

    Inexiste, luz do direito brasileiro, mesmo aps o advento do Cdigo de Defesa doConsumidor, qualquer limitao, nos contratos bancrios, para contratao de juros, prevalecendo aliberdade de contratar. Eis o porque:

    Primeiramente, porque o STF, ao julgar a ADIN n. 04, interposta pelo Partido DemocrataTrabalhista PDT, no admitiu auto aplicvel o 3, do art. 192, da Carta Magna, que impunha o limitede 12% (doze por cento) ao ano para os juros, colocando a vigncia de tal artigo como dependente deprvia regulamentao do Congresso Nacional, ainda no levada a efeito.

    Em segundo lugar, porque o mesmo Supremo Tribunal Federal veio cristalizar, atravs da

    Smula 596, o entendimento de que as operaes realizadas com instituies integrantes do sistemafinanceiro nacional, no tem aplicao as disposies da chamada LEI DA USURA.

    E, por ltimo, porque a Lei 4.595/64, no seu art. 4, IX, dispe que cabe ao ConselhoMonetrio Nacional limitar a taxa de juros. No por outro motivo que o Superior Tribunal de Justia,mais alta corte em matria infra constitucional, vem consagrando tal liberdade de contratao de juros:

    Os juros legais, nos contratos bancrios, so os juros contratados, no

    tendo aplicao a norma contida no pargrafo 3, do artigo 192 da

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    6/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    6

    Constituio, em face a deciso do Colendo Supremo Tribunal Federal naADIn n. 04 (RESP. 6.297-0/SP)

    No incide a Lei da Usura, quanto a taxa dos juros, as operaes firmadas

    com instituies do Sistema Financeiro. Smula 596 do STF. Lei 4595, de31.12.64 (RESP. 4.285/RJ)

    No se aplicam aos mtuos, efetuados por estabelecimentos bancrios,

    as regras da chamada Lei da Usura pertinentes as taxas de juros. (RESP.

    6.030/MG)

    A jurisprudncia pacificada neste Tribunal admite que as instituies

    financeiras contratem taxas de juros acima da previso legal, desde queautorizadas pelo CMN. Precedentes. (RESP. 121.553/RS)

    Em idntico sentido os RESPS ns. 20.577/SP, 37.507/RS, 19.294/SP, 45.188/SP, 4.285/RJ e122.777/RS.

    Recentemente, em diversas oportunidades (16.09.97, 10.02.98 e 05.05.98),UNNIMEMENTE, o Superior Tribunal de Justia, em julgamentos de Recursos Especiais que foramsubmetidos sua apreciao, vm consagrando:

    A Lei 4.595/64, que rege a poltica econmico-monetria nacional, aodispor no seu art. 4, IX, que cabe ao Conselho Monetrio Nacional limitartaxas de juros, revogou, nas operaes realizadas por instituies dosistema financeiro, salvo nos mtuos rurais, quaisquer outras restries quepreviam aquele teto mximo daqueles. (RESP. 152.997/RS, 4 Turma,

    10.02.98)... A lei 4.595/1964, que rege a poltica econmico-monetria nacional, aodispor no seu art. 4, IX, que cabe ao Conselho Monetrio Nacional limitartaxas de juros, revogou, nas operaes realizadas por instituies doSistema Financeiro, salvo nos mtuos rurais, quaisquer outras restriesque previam teto mximo daqueles. (RESP. 132.986/SC, 4 Turma,

    16.09.97)

    ... A lei 4.595/1964, que rege a poltica econmico -monetria nacional,limitar taxas de juros, revogou, nas operaes realizadas por instituies do

    Sistema Financeiro, quaisquer outras restries que previam o tetomximo. Inaplicvel, na espcie, o art. 51 do Cdigo de Defesa doConsumidor (RESP. 163.547/RS, 4 Turma, 05.05.98)

    Observe, D. Magistrado, que as decises supra anotadas so provenientes de casos dosTribunais de Justia Estaduais, que entenderam, em face ao advento do Cdigo de Defesa doConsumidor, em limitar a taxa de juros no patamar de 12% ao ano, ou seja, 1% ao ms. Em resumo,nem mesmo a legislao de consumo tem o condo de limitar taxas de juros.

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    7/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    7

    2.3 - DA VALIDADE DO CONTRATO

    Calha destacar que o requerente estava plenamente cnscia da obrigao contrada,

    at porque nela se encontram presentes os requisitos necessrios a consecuo e validade donegcio jurdico, conforme o estatudo no art. 104, do Cdigo Civil Ptrio, in verbis:

    Art. 104. A validade do negcio jurdico requer:

    I - agente capaz;

    II - objeto lcito, possvel, determinado ou determinvel;

    III - forma prescrita ou no defesa em lei. (destacamos)

    cedio, tambm que contrato constitui um acordo de vontades, ou seja, se processa atravsda liberalidade mtua, por isso, deve ser cumprido em sua ntegra ao passo que esto contidos todos osrequisitos legais.

    preciso tambm, que no nos esqueamos dos ensinamentos da professora, MARIA HELENADINIZ :

    Segundo a mesma o princpio do pacta sunt servanda aquele pelo qual as estipulaesfeitas no contrato devero ser fielmente cumpridas, sob pena de execuo patrimonial contra oinadimplente. Isto assim porque o contrato, uma vez concludo livremente, incorpora-se ao ordenamento

    jurdico, constituindo uma verdadeira norma de direito, autorizando, portanto, o contratante a pedir ainterveno para assegurar a execuo da obrigao, porventura no cumprida segundo a vontade que aconstituiu. O contrato intangvel, a menos que ambas as partes o rescindam voluntariamente ou haja aescusa por caso fortuito ou fora maior (CC, art. 1.058, pargrafo nico). Fora dessas hipteses ter-se- aintangibilidade ou a imutabilidade contratual. Esse princpio da fora obrigatria funda-se na regra de queo contrato lei entre as partes, desde que estipulado validamente (RT, 534:423, 478:93), com observnciados requisitos legais.

    O princpio da fora obrigatria dos contratos surgido pelo liberalismo do sculo XIX, aparececomo decorrncia do princpio da autonomia de vontade, visto que a possibilidade de interveno do juizna economia do contrato atingiria o poder das partes de estabelecer convenes, o que fere a prpria

    liberdade de contratar. Esse princpio, conforme assevera ORLANDO GOMES (Contratos, p.41), no seconcentra apenas no argumento da regra moral de que o homem deve honrar sua palavra. Surge comodecorrncia do princpio da autonomia de vontade.

    No entanto, esse no o nico princpio do regime contratual. H, ainda, outros trs: o jmencionado princpio da autonomia de vontade, que diz respeito liberdade de contratar; o segundo, doconsensualismo, aquele pelo qual o acordo de vontades manifestado pelos contratantes suficiente perfeio do contrato; e, o ltimo o da boa f, que aqui nos interessa sobremaneira, por esse princpio o

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    8/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    8

    que deve prevalecer da interpretao de um contrato. a inteno manifestada pelas partes na declaraode vontade e no o literal da linguagem.

    Diante deste ltimo princpio, pode-se afirmar que a obrigatoriedade do pacto deve serobservada, mas tem de existir na relao contratual um ideal de justia inserido no princpio da boafque no pode ser esquecido, sob pena de existir, em certos casos, um desequilbrio na relao contratualque favorecer em demasia a uma das partes em detrimento de outra.

    Em sendo assim, formada uma relao contratual, o vnculo existente entre os contratantesdeve ser obrigatrio e presumivelmente justo. (HUMBERTO THEODORO JUNIOR, O contrato e seusprincpios, Aide, p. 148)

    A questo da comutatividade na relao contratual torna-se mais complexa quando o pacto firmado mediante prestaes que as partes se comprometem a cumprir num futuro, s vezes, distante.

    Podem surgir acontecimentos imprevistos e imprevisveis que agravem consideravelmente a prestao deum contrato, tornando invivel e desproporcional o seu cumprimento, existindo, destarte, um dano gravepara um dos contratantes e um enriquecimento sem causa para o outro.

    Tem sido esse o entendimento do M.M. Juiz da 1 Vara Cvel da Comarca de Teresina, Dr.Antenor Barbosa de Almeida Filho, conforme sentena abaixo do processo 28902010:

    No assiste razo ao autor. Em primeiro lugar, tenho certo que o contrato

    em questo valido, j que firmado por agentes capazes, possuir objetolcito e forma prescrita e no defesa em lei (art. 104, NCC). Em assim sendo, dominante o principio jurdico da pacta sunt servanda de que o contrato

    legitimamente celebrado tem fora de lei entre as partes, devendo sercumprido como se suas clusulas fossem disposies legais para os quepactuaram. Assim, aquilo que de comum acordo, estipularam e aceitaram,faz lei entre as partes do ato e deve ser fielmente cumprido. Por outro lado,no enxergo no contrato firmado pelas partes qualquer ilegalidade ouexcessiva onerosidade eis que a taxa de juros remuneratrios foi livremente

    pactuada pelas partes, podendo ser cobrada cumulativamente com juros demora, mas este ltimo com a taxa mxima de 1% (um por cento) ao ms,aps o inadimplemento. Nessa linha de raciocnio vejo que a pretenso da

    presente ao no merece acolhida, eis que o autor ao assinar o contrato,concordou com as clusulas e taxas deste e agora, depois que o ru j

    adimpliu com suas obrigaes, vem o autor repudiar a avena tentandodescaracterizar as clusulas legalmente elencadas no instrumentocontratual. Isto posto, considerando o princpio da pacta sunt servanda, daautonomia da vontade e a inexistncia de clusulas contratuais abusivas,julgo improcedente o pedido inicial formulado pela parte autora.

    Assim, tambm tem entendido a doutrina:

    A grande maioria das aes revisionais que abarrotam o judicirio brasileiro refere-se acontratos bancrios, onde se discute abusividade de juros remuneratrios, anatocismo (capitalizao de

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    9/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    9

    juros), ilegalidade da comisso de permanncia e da TR, abusividade das tarifas bancrias, multa contratualetc. Alm disso, normalmente essas aes pleiteiam de forma genrica a repetio de indbito,compensao, renegociao de dvidas, quitao do dbito.

    No segredo para ningum que o pas atravessa uma de suas maiores crises de ordem moral,sobretudo no que pertine a "cultura endmica da corrupo" que se alastra em todos os nveis, mormenteno que se refere ao exerccio de direitos, onde o brasileiro foi preparado mais para obteno de vantagens e

    favores do que para honrar seus compromissos e cumprir seus deveres. Essa "cultura" vem abarrotando ojudicirio com aes baseadas em pseudo-direitos (como o caso da abusiva movimentao da mquinajudiciria via revisionais de contrato), que acabam engessando a mquina judiciria, impossibilitando-a deconcentrar seus esforos em pretenses mais nobres.

    que num pas em que a regra o no cumprimento dos acordos, torna-se muito difcil seprojetar qualquer tipo de meta na rea econmica (reduo de juros, estabilidade econmica, diminuio

    do desemprego, melhor condio de vida social dos brasileiros etc.) ante a absoluta ausncia decredibilidade e confiabilidade do pas em matria contratual, prejudicando toda a coletividade deconsumidores.

    O que se constata que quem procura o Judicirio (na grande maioria dos casos), no so osconsumidores diligentes, honestos e dignos desse pas, mas sim, os devedores contumazes, que seutilizam da mquina judiciria como mecanismo de rolagem de suas dvidas ou de locupletamento ilcito,ao pagarem tais dbitos pela moeda que eles escolhem, independentemente se o crdito contradobeneficia-os ou no, se est ou no dentro das regras vigentes de mercado.

    inescondvel que se vive atualmente no pas, um momento de um verdadeiro caos em matria

    de segurana jurdica no tocante ao cumprimento dos contratos. Esse momento torna-se terreno frtil parao surgimento de um outro problema ainda maior: o do vantajoso negcio que representa para os devedorescontumazes realizar emprstimos de todo gnero contando com o beneplcito do Poder Judicirio pararever suas clusulas, tornando "letra morta" as condies livremente contratadas. E o pior que essamazela se tornou endmica em todo pas.

    que atualmente o descumprimento dos contratos ainda que livremente avenados semnenhum vcio aparente tem sido a regra, de sorte que o cumprimento das avenas se tornou um

    problema jogado para o Judicirio brasileiro resolver, o que vem acontecendo de uma formaabsolutamente insatisfatria, porquanto o que tem preponderado justamente o emperramento damquina judiciria por meio de uma interveno estatal notadamente protecionista ao extremo, a ponto

    de desconsiderar a natureza do tipo de contratao, a verdadeira inteno das partes, as opes deemprstimos existentes no mercado financeiro disposio do contratante poca da contratao, asvantagens ao consumidor da contratao realizada etc.

    Nesse contexto que este Juzo procurar tratar desse problema endmico por que passa opas: o da "cultura ou da indstria das aes revisionais" (em sua grande maioria propostas com o fitonico e deliberado de descumprimento daquilo que foi livremente avenado para obteno de algum tipode vantagem), com um posicionamento firme e uniforme para todas revisionais desta vara residual paraque todos os contratos livremente avenados pelas partes permaneam nas condies da forma da avena

    por fora do princpio do pacta sunt servanda que diante da crise moral e existencial por que atravessa o

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    10/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    10

    pas deve ser resgatado para ser aplicado como regra e no mais como exceo, porquanto, uma justiaque pretenda ser merecedora de respeito de suas decises deve estar atenta ao que acontece de fato nomeio social.

    Nesse passo, um questionamento se avulta de extrema importncia e exige uma resposta deigual relevo: quem, efetivamente, se beneficia no pas com as aes revisionais? se fosse realizada uma

    pesquisa sria, certamente chegar-se-ia de pronto concluso que os maiores beneficiados pelasubjetividade deixada pelos tribunais so os maus pagadores que se locupletam ilicitamente por essa via. Averdade que, em regra, as pessoas diligentes com seus compromissos (os "bons pagadores") no seutilizam do Judicirio para revisar suas obrigaes livremente avenadas.

    preciso, pois, criar uma nova conscincia no pas: a de que os contratos devem ser cumpridoscomo regra, e somente, em situaes excepcionais (quando manifestamente abusivos e desproporcionais), que eles poderiam ser revisados, sob pena deixar o pas refm da insegurana jurdica.

    A abusiva provocao da mquina judiciria via aes revisionais, visam, na sua esmagadoramaioria, procrastinar o cumprimento da obrigao ou at mesmo proporcionar o locupletamento ilcitodo demandante.

    (...)No caso do Brasil, a diluio de riscos realizada nas operaes financeiras, inclui, evidncia, a

    altssima taxa de inadimplncia dos contratos e o abusivo ingresso de aes revisionais em todos os entesfederativos, de modo a tornar muito onerosas as contrataes realizadas, pois quem paga a conta s podeser o consumidor diligente.

    Realmente. Nesse cenrio de risco gerado no mercado financeiro pela inadimplncia, opagamento dessa conta tem sido alocado aos bons pagadores. Para corroborar esta assertiva de que oaumento da inadimplncia est diretamente relacionado com o alto custo dos emprstimos bancrios bemcomo com a dificuldade de sua queda, confira-se a o teor da matria abaixo, sob o ttulo: "Calote deixaemprstimos mais caros" que se encontra baseada em dados fornecidos pelo Banco Central:

    O calote por parte dos consumidores que contraem dvidas colabora para o alto custo dos

    emprstimos bancrios no Brasil, segundo concluso de relatrio do Banco Central (BC) sobre a evoluo docrdito no pas. Conforme o estudo, lanado recentemente, o aumento da inadimplncia, isto , daproporo dos emprstimos que no foram pagos em 2006, provocou uma elevao do spread bancrio,

    o que, por sua vez, puxou para cima os juros dos emprstimos. O spread a diferena entre o custo do

    dinheiropara os bancos, isto , quanto os bancos pagam na captao de seus recursos no mercado, e osjuros mdios que essas mesmas instituies cobram nos emprstimos que concedem aos seus clientes.

    Razo pela qual requer pela improcedncia da inicial, ante a validade do negcio jurdico orafirmado, destaque-se por agentes capazes.

    2.4 - DA LEGALIDADE NA COBRANA DE JUROS PELO BANCO

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    11/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    11

    A estipulao de juros remuneratrios superiores a 12% ao ano, por si s, no indica abusividade.SMULA 382 do STJ

    O Superior Tribunal de Justia (STJ) aprovou em 27 de maio de 2009 a Smula de n. 382, quedefine que a estipulao de juros remuneratrios superiores a 12% ao ano, por si s, no caracteriza abuso.

    Cabe ao Conselho Monetrio Nacional, segundo Smula 596, do STF, limitar os encargos dejuro e esse entendimento no foi alterado aps a vigncia do Cdigo de Defesa do Consumidor (CDC), cujasnormas tambm se aplicam aos contratos firmados por instituies bancrias. A autorizao do ConselhoMonetrio Nacional para livre contratao dos juros s se faz em hipteses especficas, como cdula decarto de crdito rural, industrial ou comercial.

    A Segunda Seo consagrou com a Smula o entendimento de possvel a manuteno dosjuros ajustado pelas partes, desde que no fique demasiadamente demonstrado o abuso.

    Saliente-se que a cobrana de juros pelo requerido se encontra em perfeita consonncia com oordenamento jurdico ptrio, por isso, urge informar, que todas as discusses sobre juros remuneratrios,com fulcro no art. 192, 3 da Constituio Federal de 1988, no obstante j ser pacfico em nossostribunais da inaplicabilidade do referido comando constitucional, j no mais tem qualquer interesse, umavez que foi editada a Emenda Constitucional n. 40, que abaixo transcrevemos, na ntegra:

    EMENDA CONSTITUCIONAL N 40, DE 29 DE MAIO DE 2003Altera o inciso V do art. 163 e o art. 192 da Constituio Federal, e ocaput do art. 52 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias.As Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, nostermos do 3- do art. 60 da Constituio Federal, promulgam aseguinte Emenda ao texto constitucional:Art 1- O inciso V do art. 163 da Constituio Federal passa a vigorarcom a seguinte redao:

    "Art. 163. (...)

    (...)

    V - fiscalizao financeira da administrao pblica direta e indireta;

    "(NR)

    Art 2- O art. 192 da Constituio Federal passa a vigorar com aseguinte redao:

    "Art 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma apromover o desenvolvimento equilibrado do Pas e a servir aosinteresses da coletividade, em todas as partes que o compem,abrangendo as cooperativas de crdito, ser regulado por leis

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    12/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    12

    complementares que disporo, inclusive, sobre a participao docapital estrangeiro nas instituies que o integram.

    I - (Revogado).II - (Revogado).III - (Revogado)a) (Revogado)b) (Revogado)IV - (Revogado)V -(Revogado)VI - (Revogado)VII - (Revogado)VIII - (Revogado) 1- (Revogado)

    2- (Revogado) 3- (Revogado)" (NR)Art 3- O caput do art. 52 do Ato das Disposies ConstitucionaisTransitrias passa a vigorar com a seguinte redao:

    "Art 52. At que sejam fixadas as condies do art. 192, sovedados:

    (...) "(NR)

    Art 4- Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua

    publicao.

    Braslia, em 29 de maio de 2003. (grifos nossos)

    Porm, e apreo ao debate, e em respeito aos princpios da eventualidade e da amplssimadefesa, o que sequer configuraria interpretao razovel, pois completamente contra legem, no que dizrespeito suposta cobrana de juros sobre juros e prtica de usura, estas tambm no passam deinterpretaes unssonas, data vnia, eis que a matria j estava pacificada em nossos tribunais ptrios.

    Impossvel, no direito brasileiro, limitar taxas de juros, quer no patamar de 1% (um porcento) ao ms, quer em qualquer outro patamar, pois impera a inteira liberdade de contratao.

    Primeiro, porque desconsidera os efeitos jurdicos do contrato celebrado entre as partes,donde, uma deciso judicial contrria ao que fora previamente pactuado, suprimiria, incontestavelmente, aautonomia da vontade.

    Em segundo plano, porque, em reiteradas vezes, tanto o Supremo Tribunal Federal, quanto oSuperior Tribunal de Justia, j consagraram: a) a no auto aplicabilidade da norma inserta no art. 192 daConstituio Federal, enquanto no regulamentado pelo Congresso Nacional; b) a no aplicao dachamada Lei da Usura as operaes celebradas com instituies, pblicas ou privadas, integrantes doSistema Financeiro Nacional; c) a total liberdade de contratao da taxa de juros.

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    13/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    13

    Em terceiro lugar, porque com a edio e publicao da Emenda Constitucional n. 40, taldiscusso j no tem mais espao no mundo jurdico, como alhures suscitado.

    Ora, inquestionavelmente, uma vez celebrado o contrato, deve-o ser respeitado, parasomente por exceo ser alterada a vontade das partes, estampada no ajuste, como informadoanteriormente. Ora, o que se dessume do contido nos comentrios supra transpostos que, uma vezaceitas condies extremamente desvantajosas, no poder o suplicado socorrer-se da via judicial para quelhes sejam anuladas, eis que impreviso alguma existe e, por via de conseqncia, inexiste qualquerdesequilbrio na comutatividade contratual.

    De outro lado, inexiste, luz do direito brasileiro, mesmo aps o advento do Cdigo deDefesa do Consumidor, qualquer limitao, nos contratos bancrios, para contratao de juros,prevalecendo a liberdade de contratar. Eis o porque:

    Primeiramente, porque o STF, ao julgar a ADIN n. 04, interposta pelo Partido DemocrataTrabalhista PDT, no admitiu auto aplicvel o 3, do art. 192, da Carta Magna, que impunha o limite de12% (doze por cento) ao ano para os juros, colocando a vigncia de tal artigo como dependente de prviaregulamentao do Congresso Nacional, ainda no levada a efeito.

    Em segundo lugar, porque o mesmo Supremo Tribunal Federal veio cristalizar, atravs daSmula 596, o entendimento de que as operaes realizadas com instituies integrantes do sistemafinanceiro nacional, no tm aplicao as disposies da chamada LEI DA USURA.

    E, por ltimo, porque a Lei 4.595/64, no seu art. 4, IX, dispe que cabe ao Conselho

    Monetrio Nacional limitar a taxa de juros. No por outro motivo que o Superior Tribunal de Justia, maisalta corte em matria infraconstitucional, vem consagrando tal liberdade de contratao de juros:

    Os juros legais, nos contratos bancrios, so os juros contratados, no tendo aplicao a norma contida no pargrafo 3, do artigo 192da Constituio, em face a deciso do Colendo Supremo TribunalFederal na ADIn n. 04 (RESP. 6.297-0/SP)

    No incide a Lei da Usura, quanto a taxa dos juros, as operaes

    firmadas com instituies do Sistema Financeiro. Smula 596 do STF.Lei 4595, de 31.12.64 (RESP. 4.285/RJ)

    No se aplicam aos mtuos, efetuados por estabelecimentos

    bancrios, as regras da chamada Lei da Usura pertinentes as taxas

    de juros. (RESP. 6.030/MG)

    A jurisprudncia pacificada neste Tribunal admite que as instituiesfinanceiras contratem taxas de juros acima da previso legal, desdeque autorizadas pelo CMN. Precedentes. (RESP. 121.553/RS)

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    14/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    14

    Observe, D. Magistrado, que as decises supra anotadas so provenientes de casos dosTribunais de Justia Estaduais, que entenderam, em face ao advento do Cdigo de Defesa do Consumidor,em limitar a taxa de juros no patamar de 12% ao ano, ou seja, 1% ao ms. Em resumo, nem mesmo a

    legislao de consumo tem o condo de limitar taxas de juros.

    E no poderia ser de outra forma, eis que, no nosso pas, as taxas de juros na trilha dospases desenvolvidos usada como uma das principais ncoras da poltica econmica, constantementemodificada para atender as necessidades estratgicas do interesse nacional, quer para a reduo daatividade econmica, quer no combate a inflao, como, alis, amplamente noticiado pela imprensa.

    Com relao limitao de cobrana de juros a 1% ao ms mencionada na exordial, cabe aindaalertar ao autor e Vossa Excelncia sobre recentssima smula do Superior Tribunal de Justia, cujoenunciado o seguinte:

    SMULA 379: Nos contratos bancrios no regidos por legislaoespecfica, os juros moratrios podero ser convencionados at olimite de 1% ao ms.

    Ou seja, o percentual de 1% ao ms s PODER ser aplicado quanto aos juros MORATRIOS,que so aqueles impostos ao devedor como pena pelo atraso no cumprimento da obrigao. Quanto aos

    juros REMUNERATRIOS, estes so livremente pactuados, com o fim de rendimento compensatrio docapital.

    2.5 DOS ENCARGOS MORATRIOS - COMISSO DE PERMANNCIA

    Sobre a cobrana de encargos contratuais decorrentes da mora do Demandante, vale destacarque estavam cabalmente demonstrados no contrato, inclusive e principalmente, quanto a comisso depermanncia.

    Cabe reforar que o contrato objeto da presente demanda do tipo PREFIXADO, o quesignifica que no h qualquer variao no valor das parcelas, tampouco na taxa de juros contratada. O valordas parcelas no sofre a incidncia de correo monetria e os juros moratrios (1% ao ms) so aplicados,logicamente, apenas em caso de mora.

    Assim, no h falar em qualquer nulidade, no h qualquer nus excessivo para oDemandante, devendo o contrato ser cumprido.

    Ora, o artigo 406 do Novo Cdigo Civil, apenas determinam que, quando os juros moratriosno forem convencionados, sero fixados de acordo com as taxas ento em vigor.

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    15/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    15

    "Art. 406. Quando os juros moratrios no forem convencionados, ou oforem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinao da lei,sero fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do

    pagamento de impostos devidos Fazenda Nacional."

    Devemos salientar que a taxa de juros moratrios efetivamente aplicada no contrato de 1%ao ms, o que est previsto expressamente no contrato, que nada tem de ilegal.

    o que h de cobrana de juros no contrato, eis que no se confunde este com a multacontratual de 2%, ou com a comisso de permanncia, esta com seu fundamento de validade na Resoluo1.129/86 do Conselho Monetrio Nacional, baixada pelo Banco Central do Brasil, que expressamenteautoriza sua cobrana com juros.

    Ao contrrio do que alega o Demandante, a multa contratual foi estipulada nos termos doprevisto no 1 do artigo 52 da Lei n. 8.078/90 - Cdigo de Defesa do Consumidor, que assim dispe:

    "Art. 52....

    1. As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigaes noseu termo no podero ser superiores a dois por cento do valor da

    prestao"(grifo nosso).

    Cabe afastar a idia de que a aplicao simultnea de juros remuneratrios e moratrios, emcaso de inadimplemento, consubstancia prtica abusiva.

    Passemos a discorrer sobre a comisso de permanncia, outro encargo previsto em contrato eque deve ser respeitado.

    A incidncia da comisso de permanncia nas contraprestaes surge aps a ocorrncia damora do devedor. Esto previstas em nossa legislao com o fim de inibir o descumprimento dasobrigaes da forma como foram pactuadas e tambm no cumula com qualquer correo.

    Desta maneira, a incidncia da Comisso de Permanncia no dbito do Apelado, decorrente desua mora, por si s legtima, pois encontra-se dentro do ordenamento jurdico, posto que se sustenta emnormas editadas pela Resoluo n 1.129/86 do Banco Central do Brasil, na forma do artigo 9 da Lei 4.595,de 13/12/64, que faculta aos bancos e demais instituies financeiras a sua cobrana.

    RESOLUO N 1.129

    1 - Facultar bancos comerciais, bancos de desenvolvimentos, caixaseconmicas, cooperativas de crdito, sociedade de crdito, financiamentoe investimentos e sociedades de arrendamento mercantil cobrar de seusdevedores por dia de atraso no pagamento ou na liquidao de seus

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    16/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    16

    dbitos, alm de juros de mora na forma da legislao em vigor comissode permanncia, que ser calculada s mesmas taxas pactuadas nocontrato original ou taxa de mercado do dia do pagamento.

    Conclui-se, portanto, que a comisso de permanncia contratualmente estabelecida entre aspartes tem inteira prevalncia, porque eleita pelas partes e, tambm, sua incidncia no cumula comqualquer outra correo, pois quando o devedor incide em mora que se pratica a comisso depermanncia.

    Muito se tem falado a respeito da ilegalidade da clusula contratual que estipula a comissode permanncia, mas pouco se tem estudado sobre o assunto, tratando-o de forma superficial e sem atinarao seu verdadeiro significado nos dias de hoje.

    A comisso de permanncia surgiu atravs de Resoluo do Banco Central do Brasil, sendo

    esta, poca, uma verdadeira atualizao do dinheiro, eis a total falta de previso legal, at ento, dacorreo monetria.

    Da o entendimento at hoje do Superior Tribunal de Justia, em sua Smula 30, que dispe:

    A comisso de permanncia e a correo monetria so

    inacumulveis.

    Entretanto, a vida dinmica, o estados das coisas mudam, bem como deve ser outro otratamento jurdico dado situao ftica posta, haja vista ser imperativo do Direito.

    O que se tem nos contratos de mtuo financeiro, que so equivocadamente chamadas decomisso de permanncia, so em verdade clusulas que prevem a Indenizao por Perdas e Danos decorrentes de Lucro Cessante.

    Nos contratos bancrios, como o caso, a comisso de permanncia representa a estipulaode lucro cessante, ou seja, aquilo que a financeira deixou de ganhar com a aplicao no mercado financeirodo valor que deveria, mas no recebeu, por mora do devedor.

    Com o recebimento do seu crdito na data aprazada, este integra o Capital em Giro dainstituio, tambm chamado Capital Circulante, entendendo-se este, na definio de Plcido e Silva, todasoma de recursos monetrios empenhados num estabelecimento comercial ou numa empresa para atender

    a todos os compromissos do prprio negcio, ou da indstria, nos quais se vo aplicando para execuo dosobjetivos tidos em mira, seja em carter mercantil, seja em carter industrial.

    Assim, a instituio financeira aplica esse recurso no mercado financeiro, o que lhe permite aobteno de maior rentabilidade, a fim de minorar o impacto malfico da poltica econmica vigente.

    Essa operao permite a concesso de crdito a juros (remuneratrios) menores,contribuindo, com isso, para a estabilidade econmica do pas, a manter as taxas inflacionrias em nveis,se no ainda desejveis, pelo menos suportveis.

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    17/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    17

    medida que vem a corroborar com o Governo e atender o anseio da maioria, em detrimentodaqueles que no cumprem com sua obrigao contratual que, voluntria e espontaneamente, firmaram.

    O fundamento legal da responsabilidade do inadimplente encontra-se no artigo 1.059 doCdigo Civil, ao tratar das Perdas e Danos, dispositivo repetido pelo Novo Cdigo Civil, em seu artigo 402.

    A Grande Civilista Brasileira, Dra. MARIA HELENA DINIZ, nos ensina o que seja lucro cessante,em seu Curso de Direito Civil Brasileiro, 7 volume, 11 edio de 1997, Editora Saraiva:

    2) Dano negativo ou lucro cessante ou frustrado, alusivo privao de um

    ganho pelo credor, ou seja, ao lucro que ele deixou de auferir em razo dodescumprimento da obrigao pelo devedor. Para se computar o lucrocessante, a mera impossibilidade insuficiente, embora no se exija uma

    certeza absoluta, de forma que o critrio mais acertado estaria emcondiciona-lo a uma probabilidade subjetiva, resultante dodesenvolvimento normal dos acontecimento conjugado s circunstnciaspeculiares do caso concreto (RT, 434:163, 494:133).

    Assim, verificamos que a natureza jurdica da comisso de permanncia, que hoje seapresenta, de indenizao por lucros cessantes, encontrando seu fundamento de validade no s naResoluo n 1.129/86 do Banco Central do Brasil, mas no prprio Cdigo Civil de 1916, em seu artigo 1.059e, a partir de 2003, no artigo 402, do Novo Cdigo Civil Brasileiro, no havendo, portanto, bice na suacumulao com a correo monetria, que visa, to somente a atualizao da moeda.

    No pode ser outro o entendimento, sob pena de causar s financeiras prejuzo que ao finalpenalizar toda a sociedade, eis que para minorar os efeitos de eventual deciso desfavorvel comissode permanncia culminar em necessria reavaliao das taxas de juros aplicadas no mercado para aconcesso de crdito, colocando em cheque a prpria estabilidade econmica do pas.

    Decidiu a Primeira Cmara Especial do Primeiro Tribunal de Alada Civil, por votao unnime.Em instituto afins o seguinte:

    A comisso de permanncia tambm criticada pela embargante, mas

    acrscimo com autorizao legal, pois o Dec. Lei 2284, de 10.3.86, deixou

    claro que o Conselho Monetrio Nacional, segundo suas atribuies fixadaspela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, iria baixar normas para osistema financeiro. Veio ento a Resoluo n. 1.129, de 15.5.86, que seapoiava no art. 9 daquela Lei 4.595/64, para facultar aos bancos e outras

    financeiras a cobrana de seus devedores, por dia de atraso no pagamentoou no liquidao de seus dbitos, alm dos juros de mora, a comisso de

    permanncia, para ser calculada s mesmas taxas pactuadas no contratooriginal ou taxa de mercado.

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    18/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    18

    Essa cobrana de taxas, em valores que excedam o previsto no Decreto 22.625, de 1933, desdeque autorizada pelo Banco Central, no ilegal, sujeitando-se aos limites fixados pelo Conselho MonetrioNacional e no aos estipulados na Lei de Usura, como decidiu o Egrgio Supremo Tribunal Federal em

    julgamento que se encontra na RTJ 79/620.

    H ainda afirmativa de que os juros cobrados so extorsivos. Mas, na verdade no excederameles os limites fixados pelo Banco Central e no precisavam sofrer a limitao da Lei de Usura, aplicvelaqui a Smula n. 596 do S.T.F. que diz: As disposies do Decreto 22.626/33 no se aplicam s taxas de

    juros e outros encargos cobrados nas operaes realizadas por instituio pblica ou privadas, queintegram o sistema financeiro nacional.

    Conclui-se, portanto, que a comisso de permanncia bem como a multa, contratualmenteestabelecida entre as partes tem inteira prevalncia, porque eleita pelas partes e, tambm, sua incidnciano cumula com outra qualquer correo, pois quando o devedor incide em mora que se pratica a

    comisso de permanncia. No nula portanto a clusula do contrato que a prev.

    No h, portanto, razo de fato ou de direito a embasar os pedidos do Demandante.

    2.6 DA INEXISTNCIA DE ANATOCISMO (CAPITALIZAO DE JUROS)

    NO SE PODE FALAR EM JUROS SOBRE JUROS quando o contrato em tela PR-FIXADO, todasas parcelas so fixas e pr-ajustadas. O saldo devedor do Autor fixo, s sofre alterao na incidnciados encargos decorrentes de inadimplemento.

    Nesse sentido:

    27066461 EMBARGOS DO DEVEDOR FINANCIAMENTO DIRETO AO CONSUMIDOR REVISO DO CONTRATO QUITADO PERCIA ANATOCISMO LIMITAO DOS JUROSREMUNERATRIOS E MORATRIOS I No se revisa contrato quitado, sequer junto aosautos por inrcia do devedor, em sede de embargos, pois demanda procedimento prprio, sobpena de se desvirtuar a carga executiva que a lei da ao ttulo posto em execuo. II Contratode financiamento em parcelas mensais tem obrigao certa e determinada no valor dasparcelas ajustadas. Eventuais juros calculados sobre o saldo devedor, o so linearmente e,pois, no se tratam dos juros compostos a configurar prtica do anatocismo . III O art. 192da carta federal e norma de eficcia contida e que somente poder ser aplicada apsregulada em lei complementar. Falta de suporte legal para julgamento por "equidade". IV

    Desde a Lei n 4.595/64, face disposto por seus arts. 2, 3, e 4, ao conselho monetrio nacionale atribuda, discricionariamente, a conduo da poltica monetria, econmica e de crdito,no podendo ato jurisdicional invadir o mrito dos atos administrativos em que aqueleconselho cumpre com tais atribuies. Legalidade da res. 1.064/85, editada pelo banco centralcomo rgo executivo do CMN, que dispensa autorizao especfica do mesmo conselho paraque as instituies financeiras pratiquem taxas de juros diferenciadas da lei de usura.Inaplicabilidade da legislao infraconstitucional, notadamente lei de usura e CDC, aquela, ateor da Smula n 596 do STF e, a ltima, por no caracterizada abusividade na pactuao.Precedentes do STF V Negaram provimento ao recurso principal e proveram a apelao

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    19/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    19

    adesiva. (TJRS AC 197065188 RS 11 C.Cv. Rel. Des. Fernando Braf Henning Jnior J.09.06.1998)

    No houve anatocismo no contrato em tela. No vivel a realizao de um contrato comparcelas pr-fixadas, utilizando-se juros simples.

    O uso de juros compostos no caracteriza de plano a prtica de Anatocismo.

    ADEMAIS, NO houve PROVA PERICIAL, afim de se provar a alegada existncia deANATOCISMO ou cobrana demais encargos ilegais.

    As planilhas de clculos apresentadas pelo Autor foram feitas sob sua encomenda,unilaterais, desprovidas de validade.

    SEM SE FALAR AINDA, QUE NO ACERTOU NEM NO VALOR DAS PARCELAS, VICIANDO PORINTEIRO, A PARTIR DA O REMANSCENTE AT SEU RESULTADO.

    A percia necessria para provar a alegao do Autor, no tocante a existncia de Anatocismo:

    1016905 1- MTUO. JUROS. ANBID. 2- CRDITO RURAL. REVISO DOCONTRATO. JUROS. PERCIA. AO DE REVISO CONTRATUAL. PERCIA.NECESSIDADE. Para uma correta reviso contratual, onde se aponta a existnciade anatocismo, de aplicao de clusula anbid de juros superiores a taxaConstitucional, e necessria a realizao de percia. Sentena invalidade deoficio. (TARS AC 192.153.211 2 CCiv. Rel. Juiz Flavio Pancaro Da Silva J.

    04.08.1993)

    2.7 DA APLICAO DOS JUROS ACIMA DE 12% AO ANO

    A discusso, por parte do Autor, gira em torno da taxa de juros aplicada ao contrato firmadoentre as partes e a nulidade de clusulas contratuais. Saliente-se que essa taxa delimitada pelo ConselhoMonetrio Nacional, ora baixando os percentuais aplicados aos financiamentos , ora elevando-os, deacordo com a necessidade de conteno dos diversos elementos causadores da instabilidade financeira dopas.

    Se existisse Smula Vinculante, esta discusso j estaria definitivamente encerrada, pois os

    juros do artigo 192 da CF no so auto-aplicveis.

    Nesse sentido, o E. TJCE, j decidiu:

    LIMITAO DA TAXA DE JUROS REAIS ART.192, 3, CF O Plenrio, do STF, nojulgamento da ADI 4-7, decidiu que no auto-aplicvel a norma do 3, doart.192, da Constituio, que limita a taxa de juros reais a 12% ao ano. Tambmno se aplica s instituies financeiras a Lei da Usura. Recurso Provido (TJCE

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    20/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    20

    Apelao Cvel 1999.04898-6, Rel. Des. Francisco Haroldo Rodrigues deAlbuquerque, )

    O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, decidiu no mesmo sentido :

    Taxa de juros reais - Limite fixado em 12 % ao ano (C.F. art. 192, 3 )Norma Constitucional de eficcia limitada . Impossibilidade de sua aplicaoimediata . Necessidade de edio de Lei Complementar exigida pelo textoconstitucional . A questo do gradualismo eficacial das normas constitucionais .Aplicabilidade de legislao CF /88. Recurso Extraordinrio conhecido eprovido. A regra jurdica inscrita no artigo 192, 3 da Carta Polcita - Normaconstitucional de eficcia limitada - constitui preceito de integrao quereclama , em carter necessrio, para efeito de sua plena incidncia , amediao legislativa, concretizadora do comando nela positivado. O Congresso

    Nacional desempenha, nesse contexto, a relevantssima funo de sujeitoconcretizante da vontade formalmente proclamada no texto da Constituio.Sem que ocorra a interpositio legislatoris , a norma constitucional de eficcia

    limitada no produzir , em plenitude, as consequncias jurdicas que lhe sopertinentes. Ausente o ato legislativo reclamado pela Constituio, torna-seinvivel pretender, desde logo, a observncia do limite estabelecido no artigo192, 3 , da Carta Federal ( STF, 1 Turma ; Rec. Extr. N 165.120-2RS, J.28.9.93, DJU 3.12.93, p.26.352, Seo I ).

    O suposto de que as regras jurdicas da Lei 4.595, 31.12.64, se sobreponham s regrasjurdicas do Decreto 22.626, de 7 de abril de 1933. Os emprstimos bancrios constituem modalidade de

    financiamento e os juros e demais encargos cobrados constituem taxa pelo uso do capital. So por assimdizer, o preo do capital.

    Criado pela Lei 4595/64, que formulou a poltica da moeda e do crdito, ao ConselhoMonetrio Nacional foi outorgado os poderes de normatizar e de limitar , sempre que necessrio, as taxasde juros, descontos, comisses e qualquer outra forma de remunerao de operaes e servios bancriosou financeiros (art. 4, inc. IX ).

    Quer dizer, competindo privativamente ao Conselho Monetrio Nacional disciplinar o crditoem todas as suas modalidades e as operaes creditcias em todas as suas formas, inclusive quanto s taxasde juros, comisses e outras condies, evidente que as atividades das instituies financeiras foram

    submetidas exclusivamente a tal ordenao jurdica, fora , portanto, do alcance da Lei de Usura.

    E, nesse sentido, concluiu-se, a cobrana de taxas excedentes do limite da Lei de Usura , desdeque autorizadas pelo Banco Central, no seria ilegal, sujeitando seus percentuais unicamente aos limitesfixados pelo Conselho Monetrio Nacional.

    O prprio artigo 192, da CF/88, estabelece a necessidade de Lei complementar para disporsobre os juros de 12 % ao ano. Vejamos :

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    21/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    21

    Artigo 192 da Constituio Federal : O sistema financeiro Nacional, estruturado de forma apromover o desenvolvimento equilibrado do Pas e a servir aos interesses da coletividade,ser regulado em lei complementar , que dispor, inclusive, sobre :

    PARGRAFO 3 : As taxas de juros reais, nelas includas comisses e quaisquer outrasremuneraes direta ou indiretamente referidas concesso de crdito, no podero sersuperiores 12% ao ano; a cobrana acima deste limite ser considerada como crime deusura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei deteminar .

    Vejamos OS JULGADOS a seguir transcritos:

    101468 LIMITAO DA TAXA DE JUROS REAIS ART. 192, 3, CF O Plenrio,no julgamento da ADI. 4-7, decidiu que no auto-aplicvel a norma do 3, doart. 192, da Constituio, que limita a taxa de juros reais a 12% ao ano. Recurso

    extraordinrio conhecido e provido. (STF RE 192.589-2 1 T. Rel. Min.Octavio Gallotti DJU 01.03.96)

    RT 713/240- JUROS - Limite constitucional - Art. 192, 3., da CF - Dispositivoque no auto-aplicado - Falta de regulamentao - Impetrao de mandado deinjuno - Admissibilidade - Mora legislativa caracterizada - Determinao aoPoder Legislativo para que adote as providncias necessrias para suprir aomisso - Votos vencidos em parte (STF).

    JUROS CAPITALIZADOS - Cobrana pelo Banco - Legalidade - Aplicao daSmula 596 STF - No ilegal a cobrana de juros capitalizados, desde que

    efetuada por pblica ou privada que integra o Sistema Financeiro Nacional.RT -599/ 191/192.

    RT 698/100 - JUROS - Contrato bancrio - No sujeio Lei de Usura - Entidadesde crdito, pblicas ou privadas que esto sob fiscalizao do ConselhoMonetrio Nacional e Banco Central - Inteligncia dos arts. 3. e 10 da Lei4.595/64 (1. TACivSP).

    Calha ressaltar V. Exa que o contrato objeto da lide foi firmado entre as parte com valoresem Reais (Moeda Nacional Corrente) na modalidade Pr-Fixado.

    Ad argumentandum tantum , no que tange alegao de ocorrncia de ANATOCISMO,praticado (SIC) pela requerida, por infringncia da Smula 121 do Pretrio Excelso. cumpre aduzir que:

    Smula no lei, portanto no pode ser infringida. Ela incide ou no sobre o caso concreto, mas jamais violada. passvel de alterao em face de mudana na orientao dos Tribunais.

    No caso presente, entretanto, no incide a referida Smula, eis que a forma de aplicao detaxas e ndices s operaes feitas pela R, e conseqente cobrana das contraprestaes ao Autor, so

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    22/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    22

    devidamente regulamentadas pelas normas que regem o sistema de financiamento e observadas pelaRequerida.

    Como de conhecimento, a exceo Lei de Usura (face ocorrncia suscitada pelorequerente) reside exatamente nas operaes do mercado financeiro, e entre este e aqueles autorizados acom ele operar, tal como ocorre com a R, no se devendo cogitar de usura.

    Alis, repetindo, o Supremo Tribunal Federal j assentou esse princpio na Smula 596:

    As disposies do Decreto n 22.626/33 no se aplicam s taxas de juros e aos

    outros encargos cobrados nas operaes realizadas por instituies pblicas ouprivadas, que integram o sistema financeiro nacional.

    Conforme exposto, para a apurao das contraprestaes no existe capitalizao de juros, e,

    se houver todo o sistema financeiro nacional, a comear pela CADERNETA DE POUPANA AGE DESTAFORMA.

    Constituindo-se o contrato em lei entre as partes e envolvendo esta contratao, alm donumerrio referente s contraprestaes, que o preo do servio, as despesas administrativas, fiscais daR, seu justo ganho e o risco da operao, tambm, de encargos de contratao , sujeitou-se o autor aostermos contratados, no podendo agora, por meio de alegaes totalmente divorciadas da realidadecontratual e das regras de direito, furtar-se ao cumprimento da obrigao em sua inteireza.

    Deduz-se, ento, que a fundamentao do autor, alm de contrariar frontalmente os ditamesda Smula 596 do Supremo Tribunal Federal, a Lei do Mercado de Capitais (4.595/64), no corresponde

    realidade vivida pelo mercado financeiro, e at mesmo s normas funcionais impostas pelo ConselhoMonetrio Nacional.

    E mais, seguindo o mesmo posicionamento, relata-se a passagem do ilustrssimo Ministro doSTJ, Edson Vidigal, defende que os contratos devem ser respeitados sempre. Confiram-se, a propsito, os

    principais trechos de entrevista ao ilustre Ministro:

    Contrato lei entre as duas partes. Se suas clusulas so legais e noimorais, se so negociadas e aceitas pelos contratantes entre si, passa a ser o que aConstituio denomina de ato jurdico perfeito. Ou seja, nem a lei pode prejudicar um contrato.

    Se alguma clusula resulta danosa para uma das partes, renegocia-se, rev-se. A h queprevalecer o bom senso, buscando-se pela negociao um meio termo para compensao, demodo a que ningum saia perdendo muito. Mas nunca se deve descumprir o contrato.

    Com relao aos efeitos jurdicos decorrentes da obrigatoriedade do contrato, confira-se o queMaria Helena Diniz leciona:

  • 7/28/2019 CONTESTAO - MODELO PANAMERICANO FRANCISCO DAS CHAGAS.docx

    23/29

    ____________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________FORTALEZA(CE) Av. Dom Lus, 880 - Ed. Top Center - salas 1101/04 - 1205/08 Aldeota - CEP 60.160-230 - Fones: (85) 3205.6000 Fax: (85) 3261-8412NATAL(RN) Av. Prudente de Moraes, 744 - Espao Empresarial Giovani Fulco - sala 901- Tirol - CEP 59.020-400. Fone (84) 3201.4010TERESINA(PI) Rua Senador Teodoro Pacheco, 1179 - Ed. Dom Avelar - sala 105 - Centro - CEP 64.001-060 . Fone: (863302.6900SO LUIS (MA) Av. Colares Moreira, 02 - Ed. Planta Tower - sala 904 - Renascena II - CEP 65.075-441. Fone: (98) 3235.4053JOO PESSOA (PB) Av. Epitcio Pessoa, 1251 Ed. Epitcio Pessoa sala 1010 Bairro dos Estados CEP 58.030-901 Fone:(83)3244.0661SO PAULO (SP) Largo So Bento, 64 - 17 andar Centro - CEP 01029-010 Fone: (11)3527.8718 Fax (11) 3527.8918RECIFE(PE)Av. Lins Petit, 320 - Ed. Boa Vista Center - salas 801/802 Paissandu - Cep:50.070-230 Fone: (81) 3222-3529/ 3222-3317MACEI (AL) Rua Comendador Francisco Amorim Leao, 240-A - Salas 32 e 33 - Pinheiro - Cep: 57.051-780 Fone (82)3338.0057/1340IMPERATRIZ(MA) Av.Dorgival Pinheiro de Sousa,327 - sala 07 - Centro -CEP: 65.903-270 Fone: (99) 3524.7968/3524.7931

    23

    O contrato tem fora vinculante, pois, se no tivesse obrigatoriedadeem relao aos contraentes, jamais poderia desempenhar sua funo jurdico-econmica. Ocontrato tem, portanto, fora de lei entre as partes, vinculando-as ao que pactuaram, como se

    essa obrigao fosse oriunda de um dispositivo legal.

    O princpio da obrigatoriedade dos contratos no pode ser violado perante dificuldadescomezinhas de cumprimento, por fatores externos perfeitamente previsveis. O contrato visa sempre umasituao futura, um porvir. Os contratantes, ao estabelecerem o negcio, tm em mira justamente a

    previso de situaes futuras. A impreviso que pode autorizar uma interveno judicial na vontadecontratual somente a que refoge totalmente s possibilidades de previsibilidade (VENOSA, Slvio de Salvo.Direito Civil, vol. 2., So Paulo: Atlas, 2003, p. 462)

    Assim, tem sido o posicionamento do STJ. Confira-se:

    AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO BANCRIO. TAXADE JUROS REMUNERATRIOS. ABUSIVIDADE. NO-COMPROVAO. 1.Conforme jurispru