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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSONúcleo de Ações de Competência Originária
Procuradoria Geral de Justiça
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR ORLANDO DE ALMEIDA
PERRI, RELATOR DOS AUTOS DO INQUÉRITO POLICIAL n° 85356/2018 –
TRIBUNAL PLENO.
Inquérito Policial nº 85356/2018Número único: 0085356-53.2018.8.11.0000Controle do MP: SIMP nº 013002-001/2018Origem: Comarca CapitalRelator: Des. Orlando de Almeida PerriCâmara: Tribunal Pleno
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, por
intermédio do NÚCLEO DE AÇÕES DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA – NACO
CRIMINAL, na pessoa de seu Promotor de Justiça Coordenador e dos
Promotores de Justiça integrantes do NÚCLEO DE DEFESA DO MEIO
AMBIENTE, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, na forma
do artigo 129, inciso I, da Constituição Federal e do artigo 41 do Código de
Processo Penal oferecer
D E N Ú N C I A
Em face de:
1) JOÃO DIAS FILHO, brasileiro, divorciado, engenheiro agrônomo,
inscrito no CPF sob o nº 364.366.901-15 e portador do RG nº 6496237
SSP/MT, filho de João Dias Neto e Joana Eva de Souza Dias, residente e
domiciliado na Rua Marcos Pereira da Luz, nº 25, Condomínio Edifício
Manhattan, Apartamento 1002, Bairro Consil, Cuiabá/MT;
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
Procuradoria Geral de Justiça – Rua 4, s/n, CPA, Cuiabá/MT, CEP 78049-921. Telefone: (65) 36135100. 1/68
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2) ANDRÉ LUIS TORRES BABY, brasileiro, casado, Secretário do
Estado de Meio Ambiente, inscrito no CPF sob o nº 713.968.291-72 e portador
do RG nº 1829850 SSP/DF, residente e domiciliado na Avenida Vereador
Juliano da Costa Marques, nº 877, Bloco C, Apartamento 1702, Residencial
Bonavita, Bairro Jardim Aclimação, Cuiabá/MT;
3) ALAN RICHARD FALCÃO DIAS, brasileiro, inscrito no CPF sob o
nº 037.834.971-67 e portador do RG nº 1745920-6 SSP/MT, filho de Maurezi
Leopoldino Dias e Marise de Fátima Falcão Dias, residente e domiciliado na
Rua Projetada A, nº 610, Condomínio Rio Cachoeirinha, Bairro Jardim Imperial,
CEP: 78075-850, Cuiabá/MT;
4) GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, brasileiro, inscrito no CPF
sob o nº 032.736.711-30 e portador do RG nº 16709306 SSP/MT, filho de Mario
Henrique Ribeiro e Rosana Denize de Paula Ribeiro, residente e domiciliado na
Rua 6, Casa 16, Bairro Morada do Ouro, Setor Centro Sul, CEP: 78053-224,
Cuiabá/MT;
5) HIAGO SILVA DE QUELUZ, brasileiro, solteiro, engenheiro
ambiental, inscrito no CPF sob o nº 042.291.611-07 e portador do RG nº
20495757 SSP/MT, filho de Volneli Oliveira de Queluz e Janilce Silva de
Queluz, residente e domiciliado na Rua Comendador Henrique, nº 1030,
Apartamento 308, Bloco H, Residencial Chapada Diamantina, Bairro Dom
Aquino, Cuiabá/MT ou Avenida Coronel Botelho, nº 45, Centro, Nossa Senhora
do Livramento/MT;
6) JOÃO FELIPE ALVES DE SOUZA, brasileiro, inscrito no CPF sob
o nº 029.427.281-08 e portador do RG nº 19521448 SSP/MT, filho de João
Alves de Souza e Aparecida de Fátima Alves de Lima, residende e domiciliado
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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na Avenida Alziro Zarur, Residencial Clarice, Apartamento 17, Bairro Boa
Esperança, CEP: 78068-401, Cuiabá/MT;
7) BRUNNO CÉSAR DE PAULA CALDAS, brasileiro, técnico em
geomensura, inscrito no CPF sob o nº 017.695.621-25 e portador do RG nº
17870089 SSP/MT, filho de Carlos Luiz Dorileo Caldas, residente e domiciliado
na Rua 03, Casa 36, Condomínio CPA Norte III, Cuiabá/MT; e
8) MARCIO JOSÉ DIAS LOPES, brasileiro, casado, empresário,
inscrito no CPF sob o nº 626.953.391-00 e portador do RG nº 66819272
SESP/PR, filho de José Lopes e Florisdete Dias Lopes, residente e domiciliado
na Avenida dos Jacarandás, nº 2585, Apartamento 702, Bairro Setor
Comercial, Sinop/MT; pelos seguintes fatos delituosos:
I – BREVE RESUMO DOS FATOS
Trata-se de inquérito policial instaurado com a finalidade de apurar a
ocorrência de ilícitos criminais, consistente na notícia de que agentes públicos
e particulares, em conluio, promoveram a inserção de informações inverídicas
nos Cadastros Ambientais Rurais (CAR´s), causando sérios prejuízos ao Meio
Ambiente e aos controles efetivados pelos Órgãos Ambientais.
Para melhor compreensão do assunto, registra-se que, o Cadastro
Ambiental Rural, está previsto na Lei Federal n. 12.651/2012, e foi
regulamentado pela Lei Complementar Estadual 592/2012, possui como
finalidade promover e apoiar a regularização ambiental de imóveis rurais, ou
seja, é um instrumento de controle e monitoramento do Poder Público.
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O registro é feito eletronicamente e é autodeclaratório, ou seja, os
proprietários e possuidores de imóveis rurais acessam as páginas dos órgãos
ambientais e declaram as características de suas áreas, geoespacioalizando
os remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação
Permanente, das Áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e, caso
existente, também da localização da Reserva Legal. De posse das informações
o Poder Público faz o acompanhamento e o gerenciamento da situação
ambiental dos imóveis.
O registro do imóvel no CAR é obrigatório, sendo que os
proprietários e possuidores de imóveis rurais tem até o dia 31/12/1918 para
inscrevê-la. É necessário estar inscrito para se valer de benefícios de natureza
ambiental (como por exemplo obter APF – Autorização Provisória de
Funcionamento) e creditícia perante instituições financeiras. A ausência do
cumprimento dessa obrigação ambiental inviabiliza a exploração econômica da
área rural.
Os primeiros ilícitos criminais em torno dos Cadastros Ambientais
Rurais foram descobertos no bojo do inquérito policial n. 093/2018/DEMA/MT,
razão pela qual foi deflagrada a primeira fase da Operação Polygonum.
Naquela oportunidade, descortinou-se que foram fraudados os seguintes
Cadastros Ambientais Rurais com a apresentação de relatórios de tipologia
ideologicamente falsos: (1) MT79229/2017 – Fazenda Santa Luzia I; (2)
MT104468/2017 – Fazenda Eduarda; (3) MT104469/2017 – Fazenda
Conquista; (4) MT109680/2017 – Fazenda Maria Fernanda I; (5)
MT109681/2017 – Fazenda Maria Fernanda II; (6) MT109683/2017 – Fazenda
Santiago I; (7) MT109687/2017 – Fazenda Santiago II; e (8) MT 132454/2017 –
Fazenda Santa Lusia II.
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É importante destacar que, o contexto narrado é objeto da ação
penal n. 88423/2018 (TJMT), em trâmite no Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado de Mato Grosso, e constam como denunciados JOÃO DIAS FILHO,
LUANA RIBEIRO GASPAROTTO, PATRÍCIA MORAES FERREIRA e
VALDICLÉIA SANTOS DA LUZ. Consta nos autos que os relatórios de
tipologia falsos foram confeccionados por PATRÍCIA e VALDICLÉIA e foram
protocolizados na Secretaria Estadual sob a responsabilidade de LUANA.
Desse modo, ficou a cargo do denunciado JOÃO DIAS FILHO assegurar a
validação dos CAR’s no âmbito da SEMA/MT e patrocinar os interesses das
empresas PROFLORA e TEMÁTICA, sendo esta última de propriedade do
próprio JOÃO DIAS FILHO , que a administrava mesmo na qualidade de
Superintendente.
Após, chegaram ao conhecimento da Delegacia Especializada do
Meio Ambiente várias informações a respeito da ocorrência de outras fraudes
na aprovação dos Cadastros Ambientais Rurais (CAR’s) no âmbito da
SEMA/MT, com o envolvimento do Secretário de Estado de Meio Ambiente, o
denunciado ANDRÉ LUIZ TORRES BABY (nomeado pelo Ato
Governamental 22.307/2017, de 19/12/2017), e do ex-Superintendente de
Regularização e Monitoramento Ambiental, o denunciado JOÃO DIAS FILHO,
que foi nomeado para assumir o cargo em 17/01/2018, por meio do Ato n.
22.650/2018, bem como de servidores públicos da SEMA/MT, responsáveis
pela análise dos procedimentos administrativos, e particulares, responsáveis
pela inserção de informações falsas no sistema do órgão ambiental.
Como dito anteriormente, a fraude no Cadastro Ambiental Rural traz
sérios prejuízos a administração estadual e grandes vantagens aos
particulares, pois inviabiliza os mecanismos de monitoramento da SEMA/MT e
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possibilita que particulares explorem economicamente as áreas rurais, em
desacordo com as normas legais.
II – BREVES CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO SIMCAR –
SISTEMA MATOGROSSENSE DE CADASTRO AMBIENTAL RURAL
O Cadastro Ambiental Rural foi regulamentado no âmbito estadual
pela Lei Complementar Estadual n. 592/2017 e pelo Decreto n. 1.031/2017. O
mesmo diploma normativo instituiu o Sistema Matogrossense de Cadastro
Ambiental Rural, que é o sistema eletrônico de acompanhamento e
gerenciamento da situação ambiental dos imóveis rurais.
O objetivo do Sistema, conforme extrai-se do artigo 5° é:
I - receber, gerenciar e integrar os dados de todos os CadastrosAmbientais Rurais - CAR do Estado de Mato Grosso;II - cadastrar e controlar as informações dos imóveis rurais, referentes aseu perímetro e localização, aos remanescentes de vegetação nativa, àsÁreas de Interesse Social, às Áreas de Utilidade Pública, às Áreas dePreservação Permanente, às Áreas de Uso Restrito, às ÁreasConsolidadas e às Reservas Legais;III - monitorar a manutenção, a recomposição, a regeneração, acompensação e a supressão da vegetação nativa e da cobertura vegetalnas Áreas de Preservação Permanente, de Uso Restrito e de ReservaLegal, no interior dos imóveis rurais;IV - promover o planejamento ambiental e econômico do uso do solo econservação ambiental no território mato-grossense;V - disponibilizar informações de natureza pública sobre a regularizaçãoambiental dos imóveis rurais no Estado de Mato Grosso, na rede mundialde computadores.
A fidedignidade das informações inseridas no sistema é de extrema
importância para o controle efetivado pelo Órgão Ambiental.
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Consoante informações prestadas por Alex Sandro Antonio Marega,
que exerce o cargo de Analista de Meio ambiente desde 2006, possuindo
profundo conhecimento a respeito do assunto, a empresa contratada para o
desenvolvimento do sistema, mediante procedimento licitatório realizado em
2016, foi a TECNOMAPAS. O sistema em questão foi planejado para conter
três módulos, um para inscrição, outro para a análise e o programa de
regularização ambiental (PRA) (fls. 1171/1182).
Para melhor compreensão o depoente elucida que, o sistema é
composto pelo módulo de projeto técnico, que tem a função de recepcionar os
cadastros ambientais elaborados pelos proprietários de imóveis rurais via web.
O outro é o Módulo de Análise e Emissão, que tem a função de disponibilizar
ferramentas on line aos servidores da SEMA que promovem a análise do CAR.
O Módulo PRA é a ferramenta que torna possível aos proprietários de imóveis
rurais, que possuem passivos ambientais, realizarem propostas de
regularização e assinarem termos de compromisso.
O primeiro módulo passou a operar em junho de 2017, após a
publicação da Lei Complementar n. 592/2017 e do Decreto n. 1.031/2017. O
segundo módulo foi ativado em agosto de 2017 e o terceiro em novembro de
2017, após a publicação do Decreto n. 1.491/2018, que regulamenta a
regularização ambiental no Estado de Mato Grosso.
A inserção do imóvel rural na base de dados geoespaciais do
Sistema Matogrossense do Cadastro Ambiental Rural (SIMCAR) é realizada
pelo requerente, mediante lançamento da planta, nos moldes do memorial
descritivo a que se refere o art. 7º, IV da Lei Complementar nº 592/2017. Após
a inscrição e apresentação de documentos que comprovem a situação
ambiental do imóvel o CAR é distribuído automaticamente para análise e
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validação de acordo com a ordem cronológica, a ordem de prioridade e o nível
de complexidade.
Em algumas situações ocorre a priorização automática do CAR para
análise. Tratam-se das hipóteses previstas no art. 20 do Decreto Estadual n.
1031/2017:
“I - Estatuto do Idoso;
II - Propriedades ou posses rurais com requerimento para Plano de
Exploração Florestal - PEF e Reflorestamento;
III - Propriedades ou posses rurais com inconsistências para a
emissão da Autorização Provisória de Funcionamento Rural - APF-
Rural;
IV - Propriedades ou posses rurais com áreas embargadas.”
§ 1º Poderão ser analisados de forma prioritária, mediante inserção
manual e justificativa da Secretaria Adjunta de Licenciamento
Ambiental, os cadastros de propriedade e/ou posses rurais cujo
licenciamento ambiental esteja pendente de validação das
informações declaradas.
§ 2º A análise prioritária dos imóveis rurais em processo de
regularização ambiental, poderá ser solicitada pelo Secretário
Adjunto de Gestão Ambiental, para efeito do disposto no art. 26 da
Lei 592/2017 ou justificada necessidade, mediante decisão
motivada.
Assim, nos casos expressamente previstos na legislação, a
priorização da análise do CAR para fins de validação é automática, gerada
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pelo próprio sistema da SEMA. Em outras situações, devidamente justificadas
e motivadas, pode o Secretário Adjunto de Gestão Ambiental, conferir
prioridade na análise.
Cada analista recebe automaticamente, por meio de distribuição
aleatória, 20 CARs, em fila sequencial. Observando a ordem cronológica e as
prioridades previstas em lei, os CARs vão saindo gradativamente da fila geral
(onde estão milhares de cadastros aguardando vez) e indo para a carga dos
analistas que conferem a veracidade das informações geoespaciais
registradas, podendo validar, indeferir, cancelar ou atribuir pendências ao CAR.
Com pouco mais de um ano de uso, as investigações levadas a
efeito pela autoridade policial descortinaram que os cadastrantes/interessados
estavam inserindo informações inverídicas no sistema com a finalidade de
alterar fato juridicamente relevante e que os servidores da SEMA-MT estavam
manipulando o sistema de forma fraudulenta com objetivos espúrios.
As fraudes eram realizadas na priorização indevida de análise do
CAR, com inserção de justificativas ideologicamente falsas, omissão de
justificativa ou simplesmente retirando o CAR da lista geral e tramitando-o para
determinado analista que, em alguns casos, validava as informações falsas.
Em outros casos a fraude consistia simplesmente em agilizar de modo indevido
à análise e validação em prejuízo dos demais CARs que aguardavam na fila.
III – DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA INSTALADA NO ÂMBITO
DA SEMA/MT
Consta nos autos do incluso inquérito policial presidido pelos
Delegados de Polícia da DEMA que em data não definida, a partir de junho de
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2017, quando houve a implantação do Sistema Matogrossense de Cadastro
Ambiental Rural – SIMCAR, os denunciados ANDRÉ LUÍS TORRES BABY,
JOÃO DIAS FILHO, ALAN RICHARD FALCÃO DIAS, GUILHERME
AUGUSTO RIBEIRO, HIAGO SILVA DE QUELUZ, JOÃO FELIPE ALVES DE
SOUZA, BRUNNO CÉSAR DE PAULA CALDAS, e outras pessoas até o
momento não identificadas, voluntariamente, constituíram e desde então
passaram a integrar pessoalmente organização criminosa.
As investigações levadas a cabo no Inquérito Policial n.
89/2018/DEMA/MT revelaram, como se verá adiante, não apenas a ocorrência
de uma gama de crimes de inserção de dados falsos em sistema de
informação (SIMCAR), mas apresentam um capítulo da atuação de uma
expressiva organização criminosa instalada na Secretaria Estadual de Meio
Ambiente, para a qual concorriam funcionários públicos, condições esta de que
se valia a organização para a prática de infrações penais com a finalidade de
obter vantagens indevidas.
A organização criminosa já vinha atuando mediante a prática de
fraudes no Sistema Matogrossense de Cadastro Ambiente Rural desde
meados de junho de 2017, ganhando força a partir do momento em que o
denunciado ANDRÉ LUÍS TORRES BABY passou a ocupar o cargo de
Secretário Estadual de Meio Ambiente, o que se deu no mês de dezembro de
2017, passando a exercer maior poder de decisão no âmbito da SEMA.
Após assumir o mencionado cargo, foi o responsável pela indicação
do Engenheiro Agrônomo JOÃO DIAS FILHO como Superintendente de
Regularização e Monitoramento Ambiental, no lugar de Laidi Maria Loureiro de
Lima. Com a posse, o denunciado JOÃO DIAS FILHO, afora as atribuições do
seu cargo em comissão, passou a interferir diretamente nas atividades dos
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analistas responsáveis pela análise dos Cadastros Ambientais Rurais no
âmbito da SEMA/MT.
Constatou-se que, ainda no mês de dezembro de 2017, o Secretário
Estadual de Meio Ambiente realizou reuniões com os Secretários Adjuntos, nas
quais comunicou que passaria a discutir algumas ações diretamente com os
Superintendentes e Coordenadores da SEMA, o que contraria a própria
estrutura organizacional da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
As investigações demonstram que o denunciado JOÃO DIAS
FILHO foi colocado à frente da política de regularização ambiental em Mato
Grosso pelo Secretário de Estado ANDRÉ LUÍS TORRES BABY, tendo sido,
inclusive, o aludido denunciado designado por ato formal do Secretário de
Meio Ambiente para promover e realizar reuniões sobre o tema, além de
representar a SEMA/MT junto aos órgãos externos no que se refere à
regularização ambiental.
Além disto, o Secretário de Estado ANDRÉ LUÍS TORRES BABY
retirou atribuições que eram das Secretarias Adjuntas e passou para o
denunciado JOÃO DIAS FILHO, na condição de Superintendente, qual seja, a
assinatura de Termo de Compromisso de Registro e Manutenção de Área de
Reserva Legal.
Constatou-se, ainda, que em reunião realizada no dia 10/07/2018,
da qual participaram JOÃO DIAS FILHO, ANDRÉ LUÍS TORRES BABY e
outras autoridades da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, ficou deliberado
que haveria a “exclusão no relatório de análise de processos do Secretário
André Luís Torres Baby”, indicando a intenção de ocultar a atuação do
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Secretário de Meio Ambiente e aumentar as atribuições de JOÃO DIAS FILHO
(fls. 1192/1192-v).
Para conseguir fraudar o SIMCAR, o denunciado JOÃO DIAS
FILHO logrou êxito em cooptar os Analistas ALAN RICHARD FALCÃO DIAS,
GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, HIAGO SILVA DE QUELUZ e JOÃO
FELIPE ALVES DE SOUZA, sendo assim, alguns cadastros foram retirados da
carga dos analistas que não integravam o esquema, e direcionados aos
mencionados analistas, que seguramente ao receberem os cadastros
promoveriam a sua validação, mesmo com informações inverídicas inseridas
no sistema.
Consta dos autos que o analista JOÃO FELIPE ALVES DE SOUZA
foi contratado, especificamente, para realizar a aprovação de cadastros
ambientais por ordem do denunciado JOÃO DIAS FILHO e que ambos tinham
apoio político e ficariam no cargo pelo tempo necessário para tais aprovações,
conforme se extrai dos depoimentos de Hendel Yoshihiro Sugitani Kobayasi e
Matheus Justen Rocha (fls. 128/128-v e 129/129-v)
De acordo com a investigação, o denunciado JOÃO DIAS FILHO,
valendo-se do seu poder de mando, entregava bilhetinhos com o número das
inscrições do CAR aos analistas responsáveis pela análise dos cadastros,
dizendo que era para dar tratamento prioritário.
Ressalta-se que quando o analista Matheus Justen Rocha foi
exonerado do cargo, pois revelou à autoridade policial o esquema em
andamento na SEMA/MT, o denunciado JOÃO DIAS FILHO disse para a
Engenheira Florestal Caroline Zanotto que isso seria apenas o primeiro reflexo
do que o analista fez e que haveriam consequências de sua atitude.
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Segundo consta, alguns proprietários ligavam diretamente para os
analistas responsáveis, mencionando que sabiam que foi atribuída urgência
aos Cadastros Ambientais Rurais de suas propriedades, bem como que o
próprio Superintendente JOÃO DIAS FILHO havia lhes passado essa
informação (fls. 132/134).
O denunciado JOÃO DIAS FILHO se aproveitava das facilidades
proporcionadas pelo cargo público para promover a captação de clientes para
a sua empresa TEMÁTICA Engenharia Agroflorestal Ltda. Inclusive, os clientes
de sua pessoa jurídica possuíam atendimento diferenciado, os documentos
referentes a procedimentos em tramitação no órgão ambiental eram enviados
por e-mail ao aludido denunciado, para adoção das providências cabíveis.
Desse modo, verificou-se que JOÃO DIAS FILHO direcionava os
requerimentos de inscrição no SIMCAR aos analistas integrantes da
organização criminosa, quais sejam ALAN RICHARD FALCÃO DIAS,
GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, HIAGO SILVA DE QUELUZ e JOÃO
FELIPE ALVES DE SOUZA, os quais aprovavam por meio da inserção de
dados falsos no sistema.
Constatou-se, ainda, que BRUNNO CÉSAR DE PAULA CALDAS
atuava como intermediário entre os proprietários dos imóveis rurais e os
analistas da Secretaria de Meio Ambiente. A conduta criminosa ficou
demonstrada por sua ingerência na aprovação ilegal dos Cadastros Ambientais
da Fazenda Alvorada III, tendo sido contratado por MÁRCIO JOSÉ DIAS
LOPES, sendo que seus serviços foram pagos por meio de pagamentos em
dinheiro, cheques e transferências dos veículos CAMARO e AMAROK para o
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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nome de seu pai, na tentativa de esconder o proveito obtido com a prática dos
crimes.
Portanto, as investigações demonstram que o Secretário de Estado
ANDRÉ LUÍS TORRES BABY atribuiu amplos poderes ao denunciado JOÃO
DIAS FILHO, retirando atribuições originárias de outros órgãos, o qual
redirecionava a análise dos Cadastros Ambientais Rurais para os analistas
integrantes da organização, a fim de que fosse possível garantir a execução
das atividades criminosas no âmbito da Secretaria de Meio Ambiente.
Além disso, constatou-se que o próprio denunciado ANDRÉ LUÍS
TORRES BABY, já na qualidade de Secretário Estadual de Meio Ambiente, no
mês de novembro de 2018, deu orientações para um proprietário de imóvel
rural que iria requerer a emissão de Cadastro perante o SIMCAR, para que
realizasse a divisão do imóvel em cotas societárias mediante contrato social
fictício, a fim de que as áreas constassem com até 4 (quatro) módulos fiscais e
obtivesse, de forma fraudulenta, os benefícios decorrentes, conforme se extrai
da mídia digital e laudo pericial de fls. 1980/1986.
Conclui-se, desse modo, que ANDRÉ LUÍS TORRES BABY e
JOÃO DIAS FILHO estão incursos nas penas do artigo 2º, caput, c/c seus §§
3º e 4º, II, ambos da Lei nº 12.850/2013; ALAN RICHARD FALCÃO DIAS,
GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, HIAGO SILVA DE QUELUZ e JOÃO
FELIPE ALVES DE SOUZA estão incursos nas penas do artigo 2º, caput, c/c
seu §4º, II, ambos da Lei nº 12.850/2013; e BRUNNO CÉSAR DE PAULA
CALDAS está incurso nas penas do artigo 2º da Lei nº 12.850/2013.
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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IV – DA INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA
INFORMATIZADO POR PARTE DO DENUNCIADO ANDRÉ LUÍS TORRES
BABY (SECRETÁRIO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE)
Ressai dos autos que em data não definida, a partir de junho de
2017, quando houve a implantação do Sistema Matogrossense de Cadastro
Ambiental Rural – SIMCAR, o denunciado ANDRÉ LUÍS TORRES BABY,
juntamente com outros indivíduos, voluntariamente, constituiu e passou a
integrar pessoalmente organização criminosa com o fim de praticar crimes no
âmbito da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
Segundo a investigação, ANDRÉ LUÍS TORRES BABY, na data de
06/09/2017, quando ainda ocupava o cargo de Secretário-Executivo, promoveu
a inserção de dados falsos nos sistemas informatizados da SEMA/MT com o
fim de obter vantagem indevida para si, para outrem e causar dano, quando
redistribuiu o CAR MT 104454/2017, referente à Fazenda Canaã, de
propriedade da Agropecuária Maggi Ltda.
Constatou-se que o requerimento de emissão do CAR da referida
propriedade foi apresentado no dia 01/09/2017. Ocorre que, no dia 06/09/2017,
ANDRÉ LUÍS TORRES BABY retirou o procedimento da ordem cronológica de
análise e o redistribuiu manualmente, de forma oculta, para o analista
GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, também membro da organização
criminosa, priorizando o referido procedimento em detrimento dos demais e em
desacordo com as regras dos artigos 19 e 20 do Decreto nº 1031/2017.
Conforme se verá em tópico próprio esse CAR foi validado de forma ilegal pelo
referido analista.
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Verificou-se que a movimentação do procedimento possibilita a
quebra da ordem cronológica de análise e gera a priorização do cadastro, mas
fica oculta no histórico documental por se tratar de redistribuição para novo
analista. Nesse caso a priorização foi dada sem justificativa, sendo que o cargo
que ocupava não lhe dava autorização sequer para impingir prioridade de
análise (atribuição do Secretário Adjunto de Gestão, conforme expressamente
previsto no art. 20, Par. 2º do Decreto n. 1031/2017). No entanto, a tramitação
realizada por ANDRÉ LUÍS TORRES BABY é comprovada mediante o
Relatório Técnico de fls. 1965/1979, baseado no banco de dados do SIMCAR.
Posteriormente, no dia 13/09/2017, após apenas seis dias úteis da
data da redistribuição, o mesmo procedimento é analisado e validado
fraudulentamente por GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, conforme será
narrado em tópico próprio que trata das inserções de dados falsos por parte
dos analistas da SEMA.
Além disso, verificou-se que ANDRÉ LUÍS TORRES BABY, na data
de 06/09/2017, quando ainda ocupava o cargo de Secretário-Executivo,
promoveu a inserção de dados falsos nos sistemas informatizados da
SEMA/MT com o fim de obter vantagem indevida para si, para outrem e causar
dano, quando redistribuiu o CAR MT 112308/2017, referente à Fazenda Santa
Maria.
Constatou-se que o requerimento de emissão do CAR da referida
propriedade foi apresentado no dia 05/09/2017. Ocorre que, no dia 06/09/2017,
um dia depois da apresentação do requerimento, ANDRÉ LUÍS TORRES
BABY retirou o procedimento da ordem cronológica de análise e redistribuiu
para outro analista, priorizando o referido procedimento em detrimento dos
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demais em desacordo com as regras dos artigos 19 e 20 do Decreto nº
1031/2017.
Verificou-se que a movimentação do procedimento possibilita a
quebra da ordem cronológica de análise e gera a priorização do cadastro, mas
fica oculta no histórico documental por se tratar de redistribuição para novo
analista. No entanto, a tramitação realizada por ANDRÉ LUÍS TORRES BABY
(que não tinha atribuições para tal ato, conforme exposto acima) é
comprovada mediante o Relatório Técnico de fls. 1965/1979, baseado no
banco de dados do SIMCAR.
Constatou-se, ainda, que após a redistribuição, o referido Cadastro
Ambiental foi validado no dia 15/12/2017 de forma ilegal já que considerou
como verídicas informações falsas. No dia 05/07/2018 a Fazenda Santa Maria
foi autuada por desmatamentos ilegais, sendo que com a inserção dessa
informação no SIMCAR o CAR validado “sumiu” do sistema.
Diante disso na data de 19/07/2018, JOÃO DIAS FILHO atribuiu
nova urgência ao CAR 112308/2017, apresentando como justificativa um e-
mail que mencionava o erro no sistema. Esse CAR não chegou a ser aprovado
novamente.
Evidencia-se, portanto, que agora na qualidade de Secretário
Estadual de Meio Ambiente, ANDRÉ LUÍS TORRES BABY permaneceu
atuando dentro da organização criminosa dando apoio ao denunciado JOÃO
DIAS FILHO na execução de condutas ilícitas.
Desse modo, o denunciado ANDRÉ LUÍS TORRES BABY incorreu,
por duas vezes, nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
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V – DA INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA
INFORMATIZADO POR PARTE DO DENUNCIADO JOÃO DIAS FILHO
Durante o exercício do cargo de Superintendente de Regularização
e Monitoramento da Secretaria de Estado e Meio Ambiente, o denunciado
JOÃO DIAS FILHO atribuiu urgência e requereu a priorização da análise de
diversos Cadastros Ambientais inseridos no Sistema Matogrossense de
Cadastro Ambiental Rural por particulares.
Até o momento restou comprovado que o denunciado JOÃO DIAS
FILHO, no período compreendido entre janeiro de 2018 a agosto de 2018,
promoveu a inserção de dados falsos nos sistemas informatizados da
SEMA/MT com o fim de obter vantagem indevida para si, para outrem e causar
dano, quando atribuiu urgência aos CAR’s MT 94177/2017, 110621/2017,
110924/2017, 102176/2017 e 112308/2017.
No dia 27/03/2018 o denunciado JOÃO DIAS FILHO atribuiu
urgência de forma indevida ao CAR MT 94177/2017, da Fazenda Conquista,
de propriedade de Guilherme Pinezzi Honorio.
No dia 04/04/2018 o denunciado JOÃO DIAS FILHO atribuiu
urgência de forma indevida ao CAR MT 110621/2017, da Fazenda Alvorara III,
Lote IV, de propriedade de Nádia Regina Doerner Lopes.
No dia 04/04/2018 o denunciado JOÃO DIAS FILHO atribuiu
urgência de forma indevida ao CAR MT 110924/2017, da Fazenda Alvorada III,
Lote VII, de propriedade de Márcio José Dias Lopes.
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No dia 02/04/2018, o denunciado JOÃO DIAS FILHO atribuiu
urgência de forma indevida ao CAR MT 102176/2017, da Fazenda Santa Clara
7, de propriedade da Agropecuária Danma Ltda.
No dia 19/07/2018, o denunciado JOÃO DIAS FILHO atribuiu
urgência de forma indevida ao CAR MT 112308/2017, da Fazenda Santa
Maria, de propriedade da Agropecuária Danma Ltda.
Neste contexto, o denunciado JOÃO DIAS FILHO atribuía
indevidamente urgência nos citados cadastros, promovia a redistribuição para
o analista cooptado, que realizava a validação do CAR, em desacordo com o
ordenamento jurídico.
Portanto, o denunciado JOÃO DIAS FILHO incorreu, por cinco
vezes, nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
VI – DO CRIME DE EMBARAÇAR INVESTIGAÇÃO DE INFRAÇÃO
PENAL QUE ENVOLVA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA POR PARTE DE JOÃO
DIAS FILHO
Ressai dos autos que, no dia 20/08/2018, JOÃO DIAS FILHO
embaraçou investigação de infração penal que envolva organização criminosa,
ao determinar que o técnico de informática Simão Joenil da Silva retirasse os
computadores da TEMÁTICA Engenharia Agroflorestal Ltda., com a finalidade
de impedir o cumprimento dos mandados de busca e apreensão que seriam
realizados na referida empresa.
Verificou-se que na data mencionada, o denunciado, não se sabe
como, tomou ciência de que seria realizada busca e apreensão em seu
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escritório, de modo que determinou, por intermédio de seu filho, que os
computadores fossem retirados do local, tentando esconder ou, até mesmo,
destruir os elementos de prova que eventualmente seriam encontrados, o que
não ocorreu em virtude da chegada dos policiais ao local.
Tal fato é demonstrado pelo depoimento do senhor Simão Joenil da
Silva (fls. 564/564-v), técnico em informática que presta serviços para a
empresa, o qual menciona que recebeu ligação de João Victor, filho de JOÃO
DIAS FILHO.
O relatório de fl. 631, lavrado pelo Investigador de Polícia que
participou da diligência, também demonstra o contexto fático apresentado.
Além disso, Caroline Zanotto, em seu depoimento, também relata que ficou
sabendo da diligência policial ao meio dia da data em que esta foi realizada,
por intermédio de Fabiana, contadora da empresa, que foi informada pelo filho
de JOÃO DIAS FILHO (fls. 632/635).
Portanto, o denunciado JOÃO DIAS FILHO incorreu nas penas do
artigo 2º, §1º, da Lei nº 12.850/2013.
VII – DO CRIME DE SUBTRAÇÃO DE DOCUMENTO POR PARTE
DE JOÃO DIAS FILHO
Verifica-se que JOÃO DIAS FILHO, no dia 10/08/2018, por volta das
18:00 horas extraviou o Processo nº 831568/2010, referente à Licença
Ambiental Única nº 8311/2012, de que tinha a guarda em razão do cargo de
Superintendente de Regularização e Monitoramento Ambiental que ocupava na
SEMA, incorrendo, portanto, na prática do delito insculpido no artigo 314 do
Código Penal.
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Para tanto, determinou que a estagiária Gabriela Ferreira Miranda
realizasse o arquivamento da Licença Ambiental Única – LAU no sistema
eletrônico, em nome da própria estagiária, mas que entregasse a versão
física do procedimento em mãos para o até então Superintendente (fls.
563/563-v).
O procedimento de Licença Ambiental Única em questão refere-se à
Fazenda Santa Clara 7 cujo CAR MT nº 102176/2017 foi aprovado mediante a
inserção de dados falsos pelo analista GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, em
razão de redistribuição feita pelo Superintendente JOÃO DIAS FILHO,
conforme se demonstrará em tópico próprio.
Ressalte-se que Laidi Maria Loureiro de Lima foi procurada por
Maria de Fátima Azoia, representante do proprietário da Fazenda Santa Clara
7, requerendo o cancelamento da Licença Ambiental Única nº 8311/2012
(Processo nº 831568), pois a conclusão da LAU estava divergente do CAR,
que já havia sido aprovado.
Em virtude disso, o analista Roberto Passos foi designado para que
analisasse e emitisse um parecer sobre a LAU e o CAR do imóvel, o qual
concluiu que o CAR estava em desacordo com a legislação ambiental vigente,
pois o imóvel rural havia sofrido desmatamento ilegal recente (fls. 332/342).
Desse modo, o parecer técnico do analista indeferiu o pedido de
cancelamento, recomendando a imediata suspensão do CAR MT 102176/2017
(referente à Fazenda Santa Clara VI), em virtude de inconsistências
encontradas na sua aprovação, e o envio dos autos à Superintendência de
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Fiscalização para autuação por desmates realizados após 2008 e pagamento
de reposição florestal.
Posteriormente, segundo se extrai do depoimento de Alex Sandro
Antonio Marega (fls. 1171/1182), após alguns meses do mencionado fato,
constatou-se que JOÃO DIAS FILHO passou a atender Maria de Fátima Azoia
(representante do proprietário da Fazenda Santa Clara 7) para tratar sobre os
assuntos relativos ao imóvel rural em questão.
Conclui-se, portanto, que JOÃO DIAS FILHO, na qualidade de
Superintendente de Regularização e Monitoramento da SEMA, determinou que
a estagiária Gabriela inserisse comando no sistema arquivando os autos da
LAU mas lhe entregasse o procedimento. Com isso para todos os efeitos o
procedimento constaria com arquivado mas, na prática, seria eliminado. O
extravio se consumou, sendo que o exaurimento da conduta (que seria
eliminar os autos) somente não ocorreu em razão da apreensão dos autos por
ocasião do cumprimento do mandado de busca e apreensão (conforme
certidão de fl. 926).
Portanto, conclui-se que JOÃO DIAS FILHO está incurso nas penas
do artigo 314 do Código Penal.
VIII – DO CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA POR PARTE DE
JOÃO DIAS FILHO
Ressai dos autos que JOÃO DIAS FILHO, na qualidade de sócio-
proprietário da empresa TEMÁTICA Engenharia Agroflorestal Ltda., no período
de janeiro a agosto de 2018, recebeu para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, em razão da função de Superintendente de Regularização e
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Monitoramento Ambiental que exercia, vantagem indevida, consistente na
captação de clientes de maneira facilitada, utilizando-se do cargo que ocupava
na SEMA/MT para cobrar valores acima do mercado dos clientes que o
contratavam.
Constatou-se que o ex-Superintendente JOÃO DIAS FILHO
recebeu, para si, vantagens indevidas em razão da função que exercia na
SEMA, aproveitando-se de seu cargo para captar clientes para a empresa
TEMÁTICA Engenharia Florestal Ltda., bem como privilegiar e aprovar os
requerimentos das fazendas submetidos ao crivo da Secretaria de Meio
Ambiente.
Após a realização de análise conjugada da “Planilha de análise de
documentos apreendido no escritório de João Dias” (fls. 1373/1382), do
“Relatório de Busca 002/2018/NIDEMA/LCSF/JCM” (fls. 191/217) e do
“Relatório Técnico nº 015/2018/NIDEMA/LCSF” (fls. 1505/1507), fica
demonstrada a pr ática, por seis vezes, do crime de corrupção passiva por
JOÃO DIAS FILHO, com relação às seguintes propriedades: Fazenda
Pintasilgo, Fazenda Santiago (Agropecuária Rio da Areia), Fazenda Beira Rio,
Fazenda União (Rossani), Fazenda Vale Verde (Agropecuária Arca S/A) e
Fazenda Vale Verde I.
No “Relatório técnico nº 015/2018/NIDEMA/LCSF” (fls. 1505/1506)
consta foto de um quadro branco encontrado dentro do escritório de JOÃO
DIAS DIAS, no qual constam os nomes das seguintes propriedades, tidas
como prioridades pelos próprios funcionários do escritório: Fazenda Pintasilgo,
Fazenda Santiago (Agropecuária Arca S/A), Fazenda Beira Rio, Fazenda
União (Rossani), Fazenda Vale Verde (Agropecuária Arca S/A).
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Na “Planilha de análise de documentos apreendido no escritório de
João Dias” constam os seguintes documentos relacionados às fazendas
atendidas pelo denunciado:
a) Fazenda União (fl. 1373): “Trata-se de Ofício nº
012/Tematica/2018 – “Encaminhado ao Sr. João Dias Filho requerendo
prioridade na análise do SIMCAR, assina por Valdicléia Santos da Luz.
Arquivos em documentos na pasta suspensa identificada por Rossana Lopes
Rossani, Fazenda União – PEF”;
b) Fazenda Santiago (fl. 1374): “Informação em folhas impressa
Procuração Livro nº 2655, Pag. Nº 51 TABELIÃO CAMPAGNONE/1º Tabelião
de Notas de Campinas/SP que constitui Procuradora Eng.ª VALDICLÉIA
SANTOS DA LUZ. Boleto de Pagamento ART nº 2957162 – VALDICLEIA
SANTOS DA LUZ em 22/07/2018”;
c) Fazenda Beira Rio (fl. 1379): “Informação proveniente de
documentos arquivados em Pasta suspensa contendo Juntada de Documentos
utilizados para a regularização do CAR/MT nº 77429/2017 – Fazenda Beira
Rio: Foi verificado junto a documentação procurações em que Cildo Campos
figura como Outorgante dando poderes a Procuradora Valdicléia Santos da Luz
e outra em que figura como Outorgada a pessoa de Caroline Zanotto
substabelecida como Outorgante a pessoa de Valdicléia Santos da Luz. Obs.:
Localizado em outra pasta suspensa identificada como Fazenda Beira Rio –
Cildo Campos, diverso impressos de plantas de localização da Área, mapas,
cópias de impresso de parecer Técnico de data: 07/05/2018; Requerimento
padrão: objetivo: plano de Exploração Florestal com o Responsável Técnico
Caroline Zanotto datado de 10/08/2018; Impresso de ofício nº
038/DUDTangará/SUADD/SEMA/2018 – Assunto Auto de Infração nº 107824 e
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Termo de Embargo nº 102738, Laudo Pericial – Processo nº 2877-
72.2012.811.0045.”;
d) Fazenda Vale Verde I (fl. 1379): “Informações provenientes de
documentos impressos, parecer Técnico de Análise do CAR/MT; data de envio
16/03/2018. Dados de Registro checados e constatados conforme sistema
SIMCAR/MT. Consta que o Parecer Técnico impresso está com situação do
CAR: Aguardando a complementação do interessado e o sistema demonstra a
situação do CAR: Validado Suspenso”;
e) Fazenda Vale Verde (fl. 1376): “As relevâncias das informações
partiram dos documentos analisados da pasta suspensa, em que estavam
arquivados diversos impressos, mapas, cópias de certidões, procurações,
cartas de anuência, requerimento de cartório, memorial descritivo,
requerimento para baixa de ART's, Renovação de AUTEX, certidão de cadeia
dominial e documentos de regularização e emissão de CCSEMA 6998 para o
PMFS, que refere-se ao Cadastro do Empreendimento ARCA S/A Agropecuária
– Fazenda Vale Verde – localizado no Município de Nova Bandeirantes, que
conforme plantas do imovel Georreferenciado demonstram a existência de (07)
sete Matrículas conforme: Mat. 1582 – Fazenda Vale Verde I, Mat. 1583 – Faz.
Vale Verde II, Mat. 1584- Faz. Vale Verde III, Mat. 1587 – Faz. Vale Verde IV,
Mat. 1586 – Faz. Vale Verde V, Mat. 1585 – Faz. Vale Verde VI, Mat. 1588 –
Faz. Vale Verde VII. - observado que estão juntados aos documentos várias
procurações que outorgam poderes aos Engenheiros: João Dias Filho e
Valdicléia Santos da Luz. Documentos que foram utilizados para dar
andamento no processo de renovação e emissão novo CCSEMA 6998, que
encontra-se Aprovado e Ativo.”
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Foram elaborados relatórios técnicos de informação, com base em
dados constantes no sistema SIMCAR, que atestam a atuação direta de JOÃO
DIAS FILHO na aprovação dos Cadastros Ambientais referentes às Fazendas
União, Beira Rio, Vale Verde I, Santiago e Pintassilgo:
Fazenda Beira Rio: De acordo com o banco de dados na tabelaREL_REQUERIMENTO_ACAO, no dia 08/05/2018 foi atribuído urgência de acordo com oCampo ACAO, pelo usuário JOAO DIAS FILHO, e posteriormente alterado a posse do analistaJOAO DIAS FILHO para KAMYLA PILAR BICALHO DA SILVA, conforme a filtragem na tabelaabaixo:
Posteriormente de acordo com o banco de dados no dia 08/06/2018 o car MT137285/2018 foiaprovado pelo usuário HIAGO SILVA de QUELUZ de acordo com o campo ACAO“[APROVAR]”, conforme a filtragem na tabela abaixo:
Fazenda Pintasilgo: De acordo com o banco de dados na tabelaREL_REQUERIMENTO_ACAO, no dia 18/07/2018 foi atribuído urgência de acordo com oCampo ACAO, pelo usuário JOAO DIAS FILHO, e posteriormente alterado a posse do analistaJOAO DIAS FILHO para ALAN RICHARD FALCAO DIAS, conforme a filtragem na tabelaabaixo:
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Posteriormente de acordo com o banco de dados no dia 01/08/2018 o car MT80495/2017 foi aprovadopendente regularização pelo usuário ALAN RICHARD FALCAO DIAS de acordo com o campo ACAO“[APROVAR_PENDENTE_REGULARIZACAO]”, conforme a filtragem na tabela abaixo:
Fazenda Santiago: De acordo com o banco de dados na tabelaREL_REQUERIMENTO_ACAO, no dia 04/05/2018 foi atribuído urgência de acordo com oCampo ACAO, pelo usuário JOAO DIAS FILHO, e posteriormente alterado a posse do analistaJOAO DIAS FILHO para GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, conforme a filtragem na tabelaabaixo:
Posteriormente de acordo com o banco de dados no dia 28/05/2018 o car MT97554/2018 foiaprovado pendente regularização pelo usuário GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO de acordocom o campo ACAO “[APROVAR_PENDENTE_REGULARIZACAO]”, conforme a filtragem natabela abaixo:
Fazenda Uniao: De acordo com o banco de dados na tabela REL_REQUERIMENTO_ACAO,no dia 14/11/2017 foi cadastrado no sistema dados da fazenda União e de acordo com o campo“EXECUTOR_NOME” sendo responsável por esse cadastramento JOAO DIAS FILHO. No dia16/02/2018 foi atribuído urgência de acordo com o Campo ACAO, pelo usuário JOAO DIASFILHO, e posteriormente alterado a posse do analista JOAO DIAS FILHO para JOÃO BATISTADE ARRUDA JUNIOR, conforme a filtragem na tabela abaixo:
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Obs.: O campo ANALISTA_NOME é o analista dentro da SEMA e o campo EXECUTOR_NOME
é responsável por inserir os primeiros dados da propriedade no Sistema, ou seja, o cadastrante.
Posteriormente de acordo com o banco de dados no dia 19/02/2018 o car MT110486/2017 foi
reprovado pelo usuário JOAO BATISTA DE ARRUDA JUNIOR de acordo com o campo ACAO
“[REPROVAR]”. No dia 13/03/2018 foi alterado a cadastrante para a Valdicleia Santos da Luz,
conforme a filtragem na tabela abaixo:
Finalmente de acordo com o banco de dados no dia 06/04/2018 o car MT110486/2017 foiaprovado pelo usuário JOAO BATISTA DE ARRUDA JUNIOR de acordo com o campo ACAO“[APROVAR]”. No dia 25/09/2018 foi alterado a cadastrante para a Roberta Valdicleia Santos daLuz, conforme a filtragem na tabela abaixo:
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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Fazenda Vale Verde I: De acordo com o banco de dados na tabelaREL_REQUERIMENTO_ACAO, no dia 22/02/2018 foi atribuído urgência de acordo com oCampo ACAO, pelo usuário JOAO DIAS FILHO, e posteriormente alterado a posse do analistaJOAO DIAS FILHO para HIAGO SILVA DE QUELUZ, conforme a filtragem na tabela abaixo:
Posteriormente de acordo com o banco de dados no dia 08/06/2018 o car MT137285/2018 foiaprovado pelo usuário HIAGO SILVA de QUELUZ de acordo com o campo ACAO“[APROVAR]”, conforme a filtragem na tabela abaixo:
Após análise dos dados extraídos do celular de JOÃO DIAS FILHO
(fls. 191/217 – Anexo I), também restou evidenciado que o ex-Superintendente
se aproveitada do cargo ocupado para, no âmbito da SEMA, facilitar a
aprovação das demandas de interesse da Fazenda Vale Verde (Agropecuária
Arca S/A). A propósito, destacam-se as seguintes mensagens, dentre outras
constantes no “Relatório de Busca 002/2018/NIDEMA/LCSF/JCM” (fls. 191-
217):
Título: Agenda sobre a saída da ValDICLEIA
Resumo: Contrato com Alan
Origem: Notes
Corpo: Agenda sobre a saída da Val
Contrato com Alan
Manejo da Arca (fl. 193 – Anexo I)
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Título: Agenda 25 a 30/junho/18
(…)
Corpo: Agenda 25 a 30/junho/18
(…)
09- Ver o manejo da Vale Verde (fls. 193/194 – Anexo I)
Título: Agenda da semana – 07 a 11/maio/2018
Resumo: Ligar Elizeu arca
Origem: Notes
Corpo: Agenda da semana – 07 a 11/maio/18
Ligar Elizeu arca
POP – PRA – IN PRA
Antônio Sérgio Rossani (fl. 194 – Anexo I)
Conversa entre JOÃO DIAS e Cacalo:
Corpo:
Estimado Cacalo
Conforme entendimento nosso, estamos de acordo com acontinuidade do projeto e com a renovação da AUTEX.
1. Para melhor esclarecimento da matéria, não há impedimento narenovação ser protocolado uma semana antes do seu vencimento,podemos inclusive estar em plena operação de extração. Esseexpedientes terá custas.
2. De outro lado, a proposta de monitoramento da extração e demaisexpedientes necessários para conformidade ambiental na atividadecorrerão por conta de um profissional habilitado e naquelaoportunidade foi levantado os orçamentos e enviado a minuta paraFernando – em anexo.
3. O valor atualizado, certamente é mais em conta do que naquelaoportunidade, havíamos dito ao Fernando que também dividíamos aproporcionalidade da referida despesa técnica a fim de manterlegítimo os demais projeto a serem proposto.
4. Também colocamos a disposição para uma visita até aFazenda Vale Verde e nas unidades de beneficiamento da regiãoa título de preparar a comercialização da madeira e otimizar osprocessos e viabilizar a atividade. A data para essa visita estápreviamente agendada para o dia 02-03-04/fevereiro/2018,
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estamos dependendo apenas do formato do transporte se aéreoaté Alta Floresta e ou de veículo até Fazenda.
(...)
Em 8 de janeiro de 2018 20:24, josé cacalo de carvalho<[email protected]> escreveu:
certo, mas não foi isto o que combinamos dia 23 passado, revendo:
1. vc iria dar entrada na renovação semana passada, isto não foi feito.
2. vc iria me enviar uma proposta identificando o escopo do trabalhoainda a ser feito até o final da exploração desta autex, incluindo aemissão das guias. Agora você está me pedindo uma proposta, nãoentendi...
Minha intenção é dar continuidade na parceria nos mesmos termos docontrato assinado em abril de 2011 (doc anexo). Não vejonecessidade de alterações nestes termos, o que valia antes continuavalendo agora. A única demanda urgente é que se faça, nos próximosdias, a renovação da AUTEX, pois sem isto não consigo negociar comas serrarias, muito menos com o parceiro comercial nos EUA (…). (fls.201-202– Anexo I)
Logo, restou comprovado que JOÃO DIAS FILHO, aproveitando-se
do cargo de funcionário público que exercia na SEMA, recebeu vantagem
indevida consistente na captação de clientes para a empresa Temática, da qual
é sócio-proprietário.
Ficou evidenciado que JOÃO DIAS FILHO não se afastou da
empresa Temática a partir de sua nomeação como Superintendente de
Regularização e Monitoramento Ambiental, tendo apenas contratado uma
engenheira ambiental chamada Valdicléia Santos da Luz para tratar com os
clientes em nome dele.
Contudo, Valdicléia Santos da Luz não se tornou administradora da
empresa, sendo mera prestadora de serviços subordinada a JOÃO DIAS
FILHO, o qual, no mesmo período em que estava nomeado Superintendente
da SEMA, determinava os valores e teores dos contratos a serem
apresentados aos clientes do escritório.
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Cumpre salientar que Valdicléia Santos da Luz nem mesmo tinha
acesso à conta bancária da Temática. Quanto à estipulação de valores dos
contratos, JOÃO DIAS FILHO costumava cobrar acima do valor de mercado,
em virtude do “valor agregado” oferecido, qual seja, a tramitação prioritária dos
CARs em função das facilidades a que tinha acesso no cargo de
Superintendente de Regularização Ambiental.
Em meados de junho de 2018, JOÃO DIAS FILHO forneceu seu
login e sua senha pessoal da superintendência da SEMA para Valdicléia
Santos da Luz, dando ao escritório Temática acesso privilegiado junto ao órgão
ambiental, para acessar os bancos de dados, bem como informações sobre
área consolidada, a fim de atender serviços dos clientes do escritório.
Além disso, JOÃO DIAS FILHO orientou Valdicléia Santos da Luz a
encaminhar os pedidos de prioridade diretamente para o e-mail da
superintendência da SEMA, em desconformidade com o procedimento padrão
do órgão, que era o envio por protocolo.
Sendo assim, ficou claro que o denunciado passou a fazer de seu
gabinete na SEMA uma extensão do escritório privado da Temática. A partir
das condutas descritas acima, é possível afirmar que JOÃO DIAS FILHO, em
razão da função pública, obteve vantagem indevida consistente em: 1) maior
influência e acesso a informações da SEMA para captar clientes para o
escritório; 2) maior agilidade nas análises dos processos de CARs de seus
clientes, e; 3) recebimento de honorários decorrentes da captação ilícita de
clientes e utilização do cargo público para obter vantagem para a Temática.
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Portanto, conclui-se que JOÃO DIAS FILHO está incurso, por seis
vezes, nas penas do artigo 317 do Código Penal.
IX – DA INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA
INFORMATIZADO PELOS ANALISTAS ALAN RICHARD FALCÃO DIAS,
GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, HIAGO SILVA DE QUELUZ e JOÃO
FELIPE ALVES DE SOUZA
CAR 1: Segundo a investigação, o Analista ALAN RICHARD
FALCÃO DIAS, promoveu a inserção de dados falsos nos sistemas
informatizados da SEMA/MT com o fim de obter vantagem indevida para si,
para outrem e causar dano, quando validou o CAR MT 94177/2017, referente
a Fazenda Conquista.
Depreende-se dos autos que, após distribuição automática, o CAR
MT 94177/2017 ficou sob a responsabilidade do Analista Matheus Justen
Rocha. Por ocasião da análise dos documentos que instruíram o cadastro, o
servidor constatou irregularidades em relação a vetorização e o quadro de
áreas, razão pela qual solicitou ao cadastrante a regularização das pendências
no prazo de 90 (noventa) dias.
Passado o período de 06 (seis) meses, aproximadamente, o CAR
MT 94177/2017 retornou várias vezes ao Analista Matheus Justen Rocha, em
virtude da existência de pendências técnicas, pois as providências
documentais haviam, em tese, sido supridas. Depois, o
cadastrante/interessado solicitou uma reunião com a antiga Superintendente
LAIDI MARIA LOUREIRO DE LIMA. A reunião foi realizada no gabinete da
Superintendente, com a participação do Analista Matheus Justen Rocha, e
ficou acordado que o cadastrante deveria juntar um laudo com imagens e ART
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específica, que comprovasse que se tratava de área consolidada e não
antropizada.
Desse modo, o cadastrante/interessado inseriu informações
relativas ao laudo de imagem, porém não enviou ART específica, documentos
que comprovassem a atividade de pecuária (área consolidada), sendo assim, o
CAR foi reprovado. Incluída a documentação pendente pelo
cadastrante/interessado, o Analista Matheus Justen Rocha verificou que as
informações juntadas diziam respeito a outra propriedade rural, situada em
outra cidade, razão pela qual, reprovou novamente o CAR 94177/2017 da
Fazenda Conquista.
Alguns dias depois, o Superintendente JOÃO DIAS FILHO
comunicou que o CAR 94177/2017 seria retirado de sua carga, pois seria
analisado pela antiga Superintendente Laidi Maria Loureiro de Lima. No dia
27/03/2018, JOÃO DIAS FILHO, após atribuir urgência ao referido CAR,
retirou da carga do analista Matheus e o repassou para o analista ALAN
RICHARD FALCÃO DIAS, o qual validou (aprovou) o Cadastro Ambiental sem
pendências. Ao verificar esse crime, Matheus Justen Rocha registrou o Boletim
de Ocorrência n. 2018.218856.
Restou comprovado que a propriedade possuía desmatamentos
realizados após 22/07/2008 que foram considerados, mediante a fraude, como
áreas de uso consolidado. E, os desmatamentos realizados entre os anos de
2006 e 2008 foram considerados como se tivessem sido praticados em data
anterior a 2006, de modo a dispensar o proprietário de efetuar os pagamentos
de reposição florestal que seriam devidos em virtude da exigência prevista nos
artigos 81 e 84 do Decreto Estadual n. 8.180/2006.
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Com isso foi concedido à Fazenda Conquista duplo benefício ilegal:
dispensa de pagamento de reposição florestal pelos desmatamentos
realizados após 2006 e dispensa da obrigação de imediata
recuperação/reflorestamento referente aos desmatamentos realizados após
22/07/2008 (que passaram a ser considerados como áreas consolidadas
recebendo benefícios previstos na Lei n. 12.651/2012).
Os documentos relativos à Fazenda Conquista encontram-se
acostados às fls. 15/42 e 116/127.
A Informação Técnica n° 118/2018-NMI-MT/DITEC-MT/SUPES-MT
apresentada pelo IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis, a qual encontra-se acostada às fls. 110/113,
demonstra que o parecer confeccionado pelo Analista ALAN RICHARD
FALCÃO DIAS é totalmente incompatível com a realidade fática, in verbis:
I – incompatíveis com o Parecer 1 da própria SEMA/MT,elaborado pelo analista Matheus Justen Rocha;II – incompatíveis com o histórico de alteração dacobertura vegetal, conforme análise de satélite;III – inconsistentes com os dados oficiais publicados peloINPE (PRODES Cerrado);IV – enganosas, as quais indicam áreas consolidadas,apesar de desmatamento ter sido posterior a 22/07/2008;V – que viabilizam a supressão de novas áreas, haja vistaque 'Áreas de Vegetação Nativa do Cerrado' foramvetorizadas como 'Áreas Consolidadas';VI – que livram o imóvel de qualquer passivo ambiental aser reparado no âmbito do Programa de RegularizaçãoAmbiental – PRA/SEMA.”
Desse modo, o Analista ALAN RICHARD FALCÃO DIAS está
incurso nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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CAR 2: Do mesmo modo, o Analista HIAGO SILVA DE QUELUZ, no
dia 13/04/2018, promoveu a inserção de dados falsos nos sistemas
informatizados da SEMA/MT com o fim de obter vantagem indevida para si,
para outrem e causar dano, quando validou o CAR MT 110614/2017, da
Fazenda Alvorada III, Lote I, de propriedade de Nara Jane Doerner Cavalheiro.
O artifício criminoso foi constatado pelo IBAMA – Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis quando da elaboração
da Informação Técnica nº 8/2018-COINF/CGFIS/DIPRO acostada às fls.
1332/1340, que constatou a validação indevida do cadastro, tendo em vista
que o Parecer Técnico emitido pela SEMA/MT admitiu documentos e
informações enganosas e/ou suspeitas como verdadeiras.
Ademais, a autarquia ambiental constatou que o histórico de
alteração da cobertura vegetal, conforme demonstrado pelos recortes de
imagens de satélites apresentados na informação técnica, comprovam
categoricamente a ocorrência de novos desmates no imóvel após 2012, o que
se contrapõe ao Parecer Técnico de Contestação apresentado pelo
proprietário do imóvel e aceito pelo analista da SEMA/MT, HIAGO SILVA DE
QUELUZ, que validou o CAR.
Portanto, restou comprovado que a propriedade possuía
desmatamentos realizados após 22/07/2008 que foram considerados,
mediante a fraude, como áreas de uso consolidado, isto é, como se tivessem
sido desmatadas antes da referida data.
Desse modo, o Analista HIAGO SILVA DE QUELUZ está incurso
nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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CAR 3: O Analista ALAN RICHARD FALCÃO DIAS, novamente, no
dia 15/05/2018, promoveu a inserção de dados falsos nos sistemas
informatizados da SEMA/MT com o fim de obter vantagem indevida para si,
para outrem e causar dano, quando validou o CAR MT 111185/2017, referente
a Fazenda Alvorada III - Lote III, de propriedade de Gustavo Doerner Lopes
(fls. 61/62).
O cadastro foi analisado inicialmente pela servidora Monalisa
Rosane dos Santos Barbosa, que entendeu que haviam informações
irregulares inseridas no sistema, as quais deveriam ser corrigidas.
Contudo, o cadastro foi retirado da carga da servidora Monalisa
Rosane dos Santos Barbosa e o procedimento foi redistribuído para o servidor
ALAN RICHARD FALCÃO DIAS, que validou o cadastro ambiental rural com
informações falsas incluídas no sistema no dia 15/05/2018.
Em seu depoimento, a servidora Monalisa Rosane dos Santos
Barbosa elucida que reprovou o CAR em comento, por inobservância das
normas legais, bem como em razão das áreas não serem consolidadas, mas
sim antropizadas.
A Informação Técnica n° 127/2018-NMI-MT/DITEC-MT/SUPES-MT
confeccionada pelo IBAMA, a qual promoveu a análise dos documentos
digitais constantes no CAR MT 111185/2017, concluiu que as informações são:
I – incompatíveis com o histórico de alteração dacobertura vegetal, conforme análise de imagem desatélite;
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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II – incompatíveis com as informações contidas nasMatrículas 54.039 e 60.930, do Cartório do 1º Ofício deSinop/MT;III – enganosas, as quais indicam áreas consolidadas,apesar de desmatamento ter sido posterior a 22/07/2008;IV – que visam a regularização fraudulenta de 193,2987hectares ((ATP x 0,8) – ARLN)) desmatados ilegalmente eque deveriam ser destinados a composição da ReservaLegal do Imóvel;V – que livram o imóvel de qualquer passivo ambiental aser reparado no âmbito do Programa de RegularizaçãoAmbiental – PRA/SEMA” (fls. 706/711)
Desse modo, o Analista ALAN RICHARD FALCÃO DIAS está
incurso nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
CAR 4: No dia 04/04/2018 o denunciado JOÃO DIAS atribuiu
urgência de forma indevida ao CAR 110621/2017, da Fazenda Alvorara III,
Lote IV, de propriedade de Nádia Regina Doenner Lopes. No dia 10/05/2018, o
Analista ALAN RICHARD FALCÃO DIAS promoveu a inserção de dados
falsos nos sistemas informatizados da SEMA/MT com o fim de obter vantagem
indevida para si, para outrem e causar dano, quando validou o referido CAR.
O estratagema criminoso foi constatado pelo IBAMA – Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis quando da
elaboração da Informação Técnica nº 10/2018-COINF/CGFIS/DIPRO acostada
às fls. 1265/1273, que observou a validação indevida do cadastro, tendo em
vista que o Parecer Técnico emitido pela SEMA/MT admitiu documentos e
informações enganosas e/ou suspeitas como verdadeiras.
Ademais, a autarquia ambiental constatou que o histórico de
alteração da cobertura vegetal, conforme demonstrado pelos recortes de
imagens de satélites apresentados na informação técnica, comprovam
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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categoricamente a ocorrência de desmates no imóvel após 2011, o que se
contrapõe ao Parecer Técnico de Contestação apresentado pelo proprietário
do imóvel e aceito pelo analista da SEMA/MT, ALAN RICHARD FALCÃO
DIAS, que validou o CAR.
Portanto, restou comprovado que a propriedade possuía
desmatamentos realizados após 22/07/2008 que foram considerados,
mediante a fraude, como áreas de uso consolidado.
Desse modo, o Analista ALAN RICHARD FALCÃO DIAS está
incurso nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
CAR 5: O Analista HIAGO SILVA DE QUELUZ promoveu a inserção
de dados falsos nos sistemas informatizados da SEMA/MT com o fim de obter
vantagem indevida para si, para outrem e causar dano, quando validou o CAR
MT 111184/2017, da Fazenda Alvorada III, Lote V, de propriedade de Éderson
de Souza Cavalheiro, no dia 09/04/2018.
O ilícito criminal foi verificado pelo IBAMA – Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis quando da elaboração da
Informação Técnica nº 11/2018-COINF/CGFIS/DIPRO acostada às fls.
1274/1282, que constatou a validação indevida do cadastro, tendo em vista
que o Parecer Técnico emitido pela SEMA/MT admitiu documentos e
informações enganosas e/ou suspeitas como verdadeiras.
Ademais, a autarquia ambiental constatou que o histórico de
alteração da cobertura vegetal, conforme demonstrado pelos recortes de
imagens de satélites apresentados na informação técnica, comprovam
categoricamente a ocorrência de desmates no imóvel após 2011, o que se
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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contrapõe ao Parecer Técnico de Contestação apresentado pelo proprietário
do imóvel e aceito pelo analista da SEMA/MT, HIAGO SILVA DE QUELUZ, que
validou o CAR.
Portanto, restou comprovado que a propriedade possuía
desmatamentos realizados após 22/07/2008 que foram considerados,
mediante a fraude, como áreas de uso consolidado.
Desse modo, o Analista HIAGO SILVA DE QUELUZ está incurso
nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
CAR 6: O Analista GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO promoveu a
inserção de dados falsos nos sistemas informatizados da SEMA/MT com o fim
de obter vantagem indevida para si, para outrem e causar dano, quando
validou o CAR MT 110923/2017, da Fazenda Alvorada III, Lote VI, de
propriedade de Nara Jane Doerner Cavalheiro, no dia 09/04/2018.
O ilícito criminal foi revelado pelo IBAMA – Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis quando da elaboração da
Informação Técnica nº 12/2018-COINF/CGFIS/DIPRO acostada às fls.
1283/1292, que constatou a validação indevida do cadastro, tendo em vista
que o Parecer Técnico emitido pela SEMA/MT admitiu documentos e
informações enganosas e/ou suspeitas como verdadeiras.
Ademais, a autarquia ambiental constatou que o histórico de
alteração da cobertura vegetal, conforme demonstrado pelos recortes de
imagens de satélites apresentados na informação técnica, comprovam
categoricamente a ocorrência de desmates no imóvel após 2013, o que se
contrapõe ao Parecer Técnico de Contestação apresentado pelo proprietário
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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do imóvel e aceito pelo analista da SEMA/MT, GUILHERME AUGUSTO
RIBEIRO, que validou o CAR.
Portanto, restou comprovado que a propriedade possuía
desmatamentos realizados após 22/07/2008 que foram considerados,
mediante a fraude, como áreas de uso consolidado.
Desse modo, o Analista GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO está
incurso nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
CAR 7 : No dia 04/04/2018, o denunciado JOÃO DIAS atribuiu
urgência de forma indevida ao CAR 110924/2017, da Fazenda Alvorada III,
Lote VII, de propriedade de Marcio José Dias Lopes. No dia 08/05/2018 o
analista HIAGO SILVA DE QUELUZ promoveu a inserção de dados falsos nos
sistemas informatizados da SEMA/MT com o fim de obter vantagem indevida
para si, para outrem e causar dano, quando validou referido CAR (fls. 63/64).
O cadastro foi analisado inicialmente pela servidora Caroline
Zanotto, que entendeu que haviam informações irregulares inseridas no
sistema, as quais deveriam ser corrigidas, motivo pelo qual indicou pendências
por duas vezes, sendo a primeira no dia 06/04/2018 e a segunda no dia
26/04/2018. Contudo, no dia 04/05/2018 a servidora Laidi Maria Loureiro de
Lima, cumprindo ordem de JOÃO DIAS FILHO, retirou da carga da servidora
Caroline Zanotto e o procedimento foi redistribuído para o servidor HIAGO
SILVA DE QUELUZ, que validou o cadastro ambiental rural com informações
falsas incluídas no sistema, no dia 08/05/2018.
A Informação Técnica n° 3/2018-COINF/CGFIS/DIPRO
confeccionada pelo IBAMA, a qual promoveu a análise dos documentos
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
Procuradoria Geral de Justiça – Rua 4, s/n, CPA, Cuiabá/MT, CEP 78049-921. Telefone: (65) 36135100. 41/68
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digitais constantes no CAR MT110924/2017, concluiu que o CAR do imóvel
denominado Fazenda Alvorada – Lote VII foi validado indevidamente, tendo em
vista que os Pareceres Técnicos emitidos pela SEMA/MT admitiram
documentos e informações enganosas e/ou suspeitas como verdadeiras. (fls.
1293/1299).
Ademais, a autarquia ambiental constatou que o histórico de
alteração da cobertura vegetal, conforme demonstrado pelos recortes de
imagens de satélites apresentados na informação técnica, comprovam
categoricamente a ocorrência de desmates no imóvel após 2012, o que se
contrapõe às alegações apresentadas pelo proprietário do imóvel e aceitas
pelos analistas da SEMA/MT.
Portanto, restou comprovado que a propriedade possuía
desmatamentos realizados após 22/07/2008 que foram considerados,
mediante a fraude, como áreas de uso consolidado.
Desse modo, o Analista HIAGO SILVA DE QUELUZ está incurso
nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
CAR 8: O Analista GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO promoveu a
inserção de dados falsos nos sistemas informatizados da SEMA/MT com o fim
de obter vantagem indevida para si, para outrem e causar dano, quando, no
dia 15/05/2018 validou o CAR MT 110927/2017, referente à Fazenda Alvorada
III - Lote VIII, de propriedade de Nara Jane Doerner Cavalheiro (fls. 43/58).
O cadastro foi analisado inicialmente pela servidora Monalisa
Rosane dos Santos Barbosa, que entendeu que haviam informações
irregulares inseridas no sistema, as quais deveriam ser corrigidas, razão pela
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
Procuradoria Geral de Justiça – Rua 4, s/n, CPA, Cuiabá/MT, CEP 78049-921. Telefone: (65) 36135100. 42/68
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qual indicou pendências a serem sanadas pelo cadastrantes nos pareceres
emitidos nos dias 05/12/2017, 13/03/2018, 03/04/2018 e 17/04/2018.
Ocorre que, no dia 15/05/2018, a servidora Laidi Maria Loureiro de
Lima, cumprindo determinação de JOÃO DIAS FILHO, retirou o procedimento
da carga de Monalisa Rosane dos Santos Barbosa e o tramitou para
GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, que no mesmo dia o validou com
informações falsas incluídas no sistema.
Em seu depoimento, a servidora Monalisa Rosane dos Santos
Barbosa elucida que reprovou o CAR em comento, por inobservância das
normas legais, bem como em razão das áreas não serem consolidadas, mas
sim antropizadas.
A Informação Técnica n° 120/2018-NMI-MT/DITEC-MT/SUPES-MT
apresentada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis, a qual encontra-se acostada às fls. 671/676, demonstra
que o parecer confeccionado pelo Analista GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO
é:
I – incompatíveis com o histórico de alteração dacobertura vegetal, conforme análise de imagem desatélite;II – incompatíveis com as informações contidas nasMatrículas 54.039 e 60.935, do Cartório do 1º Ofício deSinop/MT;III – inconsistentes com os dados oficiais publicados peloINPE (PRODES);IV – enganosas, as quais indicam áreas consolidadas,apesar de desmatamento ter sido posterior a 22/07/2008;V – que livram o imóvel de qualquer passivo ambiental aser reparado no âmbito do Programa de RegularizaçãoAmbiental – PRA/SEMA.”
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
Procuradoria Geral de Justiça – Rua 4, s/n, CPA, Cuiabá/MT, CEP 78049-921. Telefone: (65) 36135100. 43/68
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Portanto, restou comprovado que a propriedade possuía
desmatamentos realizados após 22/07/2008 que foram considerados,
mediante a fraude, como áreas de uso consolidado.
Desse modo, o Analista GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO está
incurso nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
CAR 9: O Analista ALAN RICHARD FALCÃO DIAS promoveu a
inserção de dados falsos nos sistemas informatizados da SEMA/MT com o fim
de obter vantagem indevida para si, para outrem e causar dano, quando
validou o CAR MT 110950/2017, referente a Fazenda Alvorada III - Lote IX, de
propriedade de MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES, no dia 11/05/2018 (fls. 64/65).
O cadastro foi analisado inicialmente pela servidora Monalisa
Rosane dos Santos Barbosa, que entendeu que haviam informações
irregulares inseridas no sistema, as quais deveriam ser corrigidas, razão pela
qual indicou pendências a serem sanadas pelo cadastrantes nos pareceres
emitidos nos dias 05/12/2017, 13/03/2018, 03/04/2018 e 17/04/2018.
Ocorre que no dia 04/05/2018 a servidora Laidi Maria Loureiro de
Lima, cumprindo determinação de JOÃO DIAS FILHO, retirou o procedimento
da carga de MONALISA e o redistribuiu para o servidor ALAN RICHARD
FALCÃO DIAS, que validou o cadastro ambiental rural com informações falsas
incluídas no sistema.
Em seu depoimento, a servidora Monalisa Rosane dos Santos
Barbosa elucida que reprovou o CAR em comento, por inobservância das
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
Procuradoria Geral de Justiça – Rua 4, s/n, CPA, Cuiabá/MT, CEP 78049-921. Telefone: (65) 36135100. 44/68
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normas legais, bem como em razão das áreas não serem consolidadas, mas
sim antropizadas.
A Informação Técnica n° 128/2018-NMI-MT/DITEC-MT/SUPES-MT
confeccionada pelo IBAMA, a qual promoveu a análise dos documentos
digitais constantes no CAR MT110950/2017, concluiu que o CAR do imóvel
Fazenda Alvorada III – Lote IX foi validado indevidamente, tendo em vista que
os Pareceres Técnicos emitidos pela SEMA/MT admitiram documentos e
informações enganosas e/ou suspeitas como verdadeiras (fls. 764/770).
Ademais, a autarquia ambiental constatou que o histórico de
alteração da cobertura vegetal, conforme demonstrado pelos recortes de
imagens de satélites apresentados na informação técnica, comprovam
categoricamente a ocorrência de desmates no imóvel após 2013, o que se
contrapõe ao Parecer Técnico de Contestação apresentado pelo proprietário
do imóvel e aceito pelo analista da SEMA/MT, ALAN RICHARD FALCÃO
DIAS, que validou o CAR.
Portanto, restou comprovado que a propriedade possuía
desmatamentos realizados após 22/07/2008 que foram considerados,
mediante a fraude, como áreas de uso consolidado.
Desse modo, o Analista ALAN RICHARD FALCÃO DIAS está
incurso nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
CAR 10: Do mesmo modo, o Analista GUILHERME AUGUSTO
RIBEIRO, no dia 16/05/2018, promoveu a inserção de dados falsos nos
sistemas informatizados da SEMA/MT com o fim de obter vantagem indevida
para si, para outrem e causar dano, quando validou o CAR MT 110951/2017,
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
Procuradoria Geral de Justiça – Rua 4, s/n, CPA, Cuiabá/MT, CEP 78049-921. Telefone: (65) 36135100. 45/68
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referente a Fazenda Alvorada III - Lote X, de propriedade de Ederson de Souza
Cavalheiro (fls. 59/60).
O cadastro foi analisado inicialmente pela servidora Monalisa
Rosane dos Santos Barbosa, que entendeu que haviam informações
irregulares inseridas no sistema, as quais deveriam ser corrigidas, motivo pelo
qual indicou pendências a serem sanadas pelos cadastrantes nos pareceres
emitidos nos dias 04/08/2017, 06/03/2018, 28/03/2018 e 10/05/2018, conforme
fl. 1309.
Ocorre que no dia 16/05/2018 a servidora Laidi Maria Loureiro de
Lima, cumprindo determinação de JOÃO DIAS FILHO, retirou o procedimento
da carga de Monalisa Rosane dos Santos Barbosa e o redistribuiu para o
servidor GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, que o validou no mesmo dia.
Em seu depoimento, a servidora Monalisa Rosane dos Santos
Barbosa elucida que reprovou o CAR em comento, por inobservância das
normas legais, bem como em razão das áreas não serem consolidadas, mas
sim antropizadas.
A Informação Técnica n° 04/2018-COINF/CGFIS/DIPRO
confeccionada pelo IBAMA, a qual promoveu a análise dos documentos
digitais constantes no CAR MT 110951/2017, concluiu que:
Considerando as informações arroladas no presentedocumento, conclui-se que o CAR do imóvel FazendaAlvorada III – Lote X foi validado indevidamente, tendoem vista que os Pareceres Técnicos emitidos pelaSEMA/MT admitiram documentos e informaçõesenganosas e/ou suspeitas, como verdadeiras.
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Destaca-se a gravidade do Parecer Técnico emitido em15/05/2018, elaborado pelo Analista Monalisa Rosanedos Santos Barbosa, que validou o Parecer Técnico deContestação apresentado pela Mognos Assessoria ePlanejamento Florestal, de 27/03/2018 e assinado pelaEngenheira Florestal Luciane da Silva Moreno, o qualusou de artifícios de manipulação das imagens de satéliteapresentadas no Laudo, de forma a induzir a análise daSEMA/MT ao erro, certamente contando com a nãochecagem detalhada das imagens de satélite.O histórico de alteração da cobertura vegetal, conformedemonstrado nas imagens de satélite, mostra que odesmate ocorrido no imóvel se deu após 2012 e,portanto, se contrapõe às alegações do proprietário doimóvel aceitas pelos analistas da SEMA/MT. (fl. 804/811)
Portanto, restou comprovado que a propriedade possuía
desmatamentos realizados após 22/07/2008 que foram considerados,
mediante a fraude, como áreas de uso consolidado.
Desse modo, o analista GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO está
incurso nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
CAR 11: Constatou-se que o analista GUILHERME AUGUSTO
RIBEIRO, no dia 13/09/2017, promoveu a inserção de dados falsos nos
sistemas informatizados da SEMA/MT com o fim de obter vantagem indevida
para si, para outrem e causar dano, quando validou o CAR MT 104454/2017,
referente à Fazenda Canaã, de propriedade da Agropecuária Maggi Ltda.
Constatou-se que o requerimento de emissão do CAR da referida
propriedade foi apresentado no dia 01/09/2017. Ocorre que, no dia 06/09/2017,
ANDRÉ LUÍS TORRES BABY retirou o procedimento da ordem cronológica de
análise e o redistribuiu manualmente, de forma oculta no andamento do
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cadastro, para o analista GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, priorizando o
referido procedimento em detrimento dos demais.
Na sequência, desconsiderando as pendências existentes na
análise da referida propriedade, GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO aprovou e
validou o CAR MT 104454/2017.
A Informação Técnica n° 7/2018-COINF/CGFIS/DIPRO
confeccionada pelo IBAMA, que promoveu a análise dos documentos digitais
constantes no CAR MT 104454/2017, concluiu que:
Considerando as informações arroladas no presentedocumento, conclui-se que o CAR do imóvel FazendaCanaã foi validado indevidamente, tendo em vista que oParecer Técnico emitido pela SEMA/MT não elaborou aanálise aprofundada do histórico da cobertura vegetal doimóvel, tendo admitido informações equivocadas comoverdadeiras.O histórico de alteração da cobertura vegetal, conformedemonstrado pelos recortes das imagens de satélite,mostra que o desmate ocorrido no imóvel se deu entre07/07/2009 e 28/11/2009 e, portanto, se contrapõe àsinformações apresentadas pelo proprietário do imóvel eaceitas pelo analista da SEMA/MT. (fls. 1423/1427)
Desse modo, o analista GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO está
incurso nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
CAR 12: O analista JOÃO FELIPE ALVES DE SOUZA, no dia
27/03/2018, promoveu a inserção de dados falsos nos sistemas informatizados
da SEMA/MT com o fim de obter vantagem indevida para si, para outrem e
causar dano, quando validou o CAR MT 100713/2018, referente à Fazenda
Vale Verde VI (fls. 487/493).
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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De acordo com o Ofício nº 032/SAGA/SEMA/2018 (fl. 487), o
analista JOÃO FELIPE ALVES DE SOUZA, ao apreciar o CAR MT
100713/2018, inseriu em seu parecer a informação de que a reposição florestal
devida pelo proprietário da área teria sido encaminhada e verificada pela
Superintendência de Fiscalização – SUF, o que, segundo a informação da
SEMA, não ocorreu (fl. 487).
Ainda, consta do referido documento que um servidor da
Superintendência de Fiscalização – SUF teria perguntado para JOÃO FELIPE
ALVES DE SOUZA o motivo da inconsistência na análise, o qual teria
respondido que foi por ordem superior.
A Comunicação Interna nº 106/CFFL/SUF/SEMA/2018 corrobora a
informação contida no ofício encaminhado pela SEMA, reiterando que não
houve a comprovação de reposição florestal da área em análise (fls. 488/489).
Além disso, consta dos autos que o analista JOÃO FELIPE ALVES
DE SOUZA foi contratado, especificamente, para realizar a aprovação de
cadastros ambientais por ordem do denunciado JOÃO DIAS FILHO e que
ambos tinham apoio político e ficariam no cargo por um curto período de
tempo, conforme se extrai dos depoimentos de Hendel Yoshihiro Sugitani
Kobayasi e Matheus Justen Rocha (fls. 128/128-v e 129/129-v)
Desse modo, o analista JOÃO FELIPE ALVES DE SOUZA está
incurso nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
CAR 13: O analista ALAN RICHARD FALCÃO DIAS, no dia
20/10/2017, promoveu a inserção de dados falsos nos sistemas informatizados
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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da SEMA/MT com o fim de obter vantagem indevida para si, para outrem e
causar dano, quando validou o CAR MT 62562/2017, referente à Fazenda De
Conti, de propriedade de Leandro De Conti.
Segundo a Informação Técnica n° 9/2018-COINF/CGFIS/DIPRO,
confeccionada pelo IBAMA, que promoveu a análise dos documentos digitais
constantes no CAR MT 65562/2017, constatou os seguintes fatos:
Verifica-se, portanto, que os desmates ocorreram no anode 2017, quando o imóvel já não dispunha de área dereserva legal suficiente para o imóvel, isto é, 80%.Estranhamente, o desmate não foi detectado por parte doanalista que validou o CAR do imóvel e nem houve aexigência da definição da área de vegetação nativa comoreserva legal. O Parecer de validação do CAR se limitou ainformar que o déficit de reserva legal será regularizadono Programa de Regularização Ambiental (PRA), o qual,caso tenha sido elaborado, não está disponível paraacesso.(…)Considerando as informações arroladas no presentedocumento, conclui-se que o CAR do imóvel Fazenda DeConti foi validado indevidamente, tendo em vista que oParecer Técnico emitido pela SEMA/MT admitiu adefinição de área desmatada como área de vegetaçãonativa e que estas não foram consideradas como dereserva legal, mesmo este não possuindo área de reservalegal suficiente, ou seja 80%.O histórico de alteração da cobertura vegetal, conformedemonstrado pelos recortes de imagens de satéliteapresentados no presente documento, mostram,categoricamente, a ocorrência de desmates no imóvel noano de 2017. (1406/1411)
Portanto, restou comprovado que a propriedade possuía
desmatamentos realizados após 22/07/2008 que foram considerados,
mediante a fraude, como áreas de uso consolidado.
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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Desse modo, o analista ALAN RICHARD FALCÃO DIAS está
incurso nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
CAR 14: O analista GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, nos dias
19/02/2018 e 28/03/2018, promoveu a inserção de dados falsos nos sistemas
informatizados da SEMA/MT com o fim de obter vantagem indevida para si,
para outrem e causar dano, quando validou o CAR MT 102176/2017, referente
à Fazenda Santa Clara 7, de propriedade da Agropecuária Danma Ltda.
O cadastro foi analisado inicialmente pela servidora Caroline
Zanotto, que entendeu que haviam informações irregulares inseridas no
sistema, as quais deveriam ser corrigidas, motivo pelo qual indicou pendências
por duas vezes, sendo a primeira no dia 08/06/2017 e a segunda no dia
29/08/2017.
Ocorre que, posteriormente, não se sabe exatamente a data, o
referido cadastro é retirado da carga da analista e repassado para
GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, sem qualquer justificativa, conforme se
extrai do depoimento prestado por Caroline Zanotto (fls. 632/635).
Segundo consta nos autos, GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO
aprovou o referido CAR mediante a inserção de informações falsas, mas a
aprovação ficou oculta no histórico documental, pois, não se sabe o motivo,
todas as movimentações realizadas entre 06/09/2017 e 16/02/2018 “sumiram”
do sistema.
Verificou-se que o processo em questão retornou do status
“Validado Pendente de Regularização” para “Aguardando Análise de
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Complementação do Interessado”, permanecendo na carga do analista
GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO.
Nesse ínterim, Laidi Maria Loureiro de Lima foi procurada por Maria
de Fátima Azoia, representante do proprietário da Fazenda Santa Clara 7,
requerendo o cancelamento da Licença Ambiental Única nº 8311/2012
(Processo nº 831568) referente ao imóvel, pois a conclusão da LAU estava
divergente do CAR, que já havia sido aprovado.
Em virtude disso, o analista Roberto Passos foi designado para que
analisasse e emitisse um parecer sobre a LAU e o CAR do imóvel, o qual
concluiu que o CAR estava em desacordo com a legislação ambiental vigente,
pois o imóvel rural havia sofrido desmatamento ilegal recente (fls. 332/342).
Verificou-se que, na LAU aprovada em 2012, constava a existência
de 482,53 hectares de ARL preservadas; no CAR apresentado em 2011 por
ocasião do MT Legal constavam 466,45 hectares de ARL preservadas. Já no
CAR aprovado consta apenas 32,85 hectares de ARL preservadas, sendo que
a diferença foi imputada como áreas abertas antes de 2006, como se se
tratassem de áreas consolidadas, ficando, inclusive, dispensada da reposição
florestal.
Desse modo, o parecer técnico do analista indeferiu o pedido de
cancelamento, recomendando a imediata suspensão do CAR MT 102176/2017
(referente à Fazenda Santa Clara VI), em virtude de inconsistências
encontradas na sua aprovação, e o envio dos autos à Superintendência de
Fiscalização para autuação por desmates realizados após 2008 e pagamento
de reposição florestal.
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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Consta dos autos que o processo da Licença Ambiental Única seria
encaminhado à Superintendência de Fiscalização, quando, no dia 24/11/2017,
a senhora Maria de Fátima Azoia, representante do proprietário da Fazenda
Santa Clara 7, solicitou vista do procedimento, o qual, embora devesse ser
devolvido em 24 horas, só foi entregue após a requerente ter sido cobrada.
Já no início do ano de 2018, JOÃO DIAS FILHO assumiu a
Superintendência de Regularização e Monitoramento Ambiental, ocasião na
qual deliberou pela continuidade da análise do CAR, o qual foi validado no dia
19/02/2018 pelo analista GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO.
No dia 28/03/2018, foi solicitado pelo requerente a retificação do
CAR anteriormente aprovado, sem constar qualquer justificativa para tal feito.
Em virtude disso, no dia 02/04/2018, JOÃO DIAS FILHO atribui urgência
ilegalmente ao cadastro e o tramita pra GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO,
que novamente, aprova o CAR mediante a inserção de dados falsos no
sistema de informação da SEMA/MT.
O Parecer Técnico nº 107/CGMA/SRMA/2018, de 13/04/2018, que
analisou o processo de Licença Ambiental Única da Fazenda Santa Clara VI
(CAR nº 102176/2017), também concluiu pela necessidade de suspensão e
reanálise do mencionado CAR, em razão das irregularidades constatadas em
sua aprovação (fls. 1319/1321)
Desse modo, restou comprovado que o analista GUILHERME
AUGUSTO RIBEIRO está incurso nas penas do artigo 313-A do Código Penal.
Portanto, conclui-se que o analista ALAN RICHARD FALCÃO DIAS
inseriu informações fraudulentas no sistema por cinco vezes, o analista
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO inseriu informações fraudulentas no
sistema por cinco vezes, o analista HIAGO SILVA DE QUELUZ inseriu
informações fraudulentas no sistema por três vezes e o analista JOÃO FELIPE
ALVES DE SOUZA inseriu informações fraudulentas no sistema por uma vez.
X – DAS CONDUTAS CRIMINOSAS PERPETRADAS POR
MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES E BRUNNO CESAR PAULA CALDAS
Consta dos autos que a Fazenda Alvorada III, com área total de
5.647,0947 hectares, foi subdivida em 19 lotes divididos entre MÁRCIO JOSÉ
DIAS LOPES, sua esposa Nadia Regina Doerner Lopes (esposa), Ederson de
Souza Cavalheiro (concunhado), Nara Jane Doerner Cavalheiro (cunhada,
casada com Ederson) e Gustavo Doerner Lopes (filho).
Os contratos foram registrados no ano de 2012 de modo que cada
área contasse com menos de 4 (quatro) módulos fiscais, a fim de que os
proprietários obtivessem os benefícios decorrentes do artigo 67 do Código
Florestal (Lei nº 12.651/2012), como, por exemplo, a dispensa de constituição
de novas áreas de reserva legal decorrentes de desmatamentos realizados
antes de 2008.
Com a finalidade de providenciar a regularização ambiental das
propriedades, o denunciado MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES contratou BRUNNO
CESAR PAULA CALDAS, que, inicialmente, lhe cobrou o valor de R$
100.000,00 (cem mil reais) por aprovação de cada CAR, de modo que, após as
negociações, acabaram definindo o valor de R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil
reais).
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
Procuradoria Geral de Justiça – Rua 4, s/n, CPA, Cuiabá/MT, CEP 78049-921. Telefone: (65) 36135100. 54/68
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Constatou-se que o denunciado MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES
estava plenamente ciente de que, para que as aprovações ocorressem de
maneira célere, BRUNNO CESAR PAULA CALDAS dividiria o dinheiro com
mais pessoas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
Ressai dos autos que o primeiro pagamento se deu pela aprovação
de quatro Cadastros Ambientais Rurais no valor global de R$ 340.000,00
(trezentos e quarenta mil reais). Foram passados cheques nos valores de R$
140.000,00 (cento e quarenta mil reais), pós-datado para 20/05/2018, R$
65.000,00 (sessenta e cinco mil reais), pós-datado para 20/06/2018, R$
70.000,00 (setenta mil reais), pós-datado para 20/07/2018, R$ 65.000,00
(sessenta e cinco mil reais), pós-datado para 20/08/2018. Além disso, também
foram passados cheques nos valores de R$ 140.000,00 (cento e quarenta mil
reais) e R$ 65.000,00 (sessenta e cinco mil reais).
Posteriormente, MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES obteve a aprovação
de mais 6 (seis) CAR’s, tendo pago o valor de R$ 510.000,00 (quinhentos e
dez mil reais) para que obtivesse a validação. Para isso, no dia 18/05/2018,
BRUNNO CESAR PAULA CALDAS se deslocou até o Município de Sinop e
recebeu de MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES 10 (dez) cheques, sendo 09 (nove)
no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), todos pós-datados, e um cheque de
R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais). Ficou acordado que os 10 (dez)
cheques entregues para BRUNNO CESAR PAULA CALDAS seriam dados
apenas como garantia, mas que BRUNNO, quando estivesse próximo da data
de vencimento, receberia os valores em espécie.
Além disso, o pagamento também se deu pela transferência de dois
carros, que totalizaram o valor de R$ 205.000,00 (duzentos e cinco mil reais),
sendo um Camaro, que foi entregue pelo valor de R$ 120.000,00 (cento e vinte
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
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mil reais) e uma camionete Amarok 2013/2013 – placa OBA 0066, repassada
pelo valor de R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil reais). Os veículos em questão
foram transferidos para o senhor Carlos Luiz Dorileo Caldas, pai de BRUNNO
CESAR PAULA CALDAS.
Ainda no dia 18/05/2018, MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES sacou o
valor de R$ 140.000,00 para quitar o primeiro cheque emitido no dia
27/04/2018 e pós datado para 20/05/2018, referente ao pagamento inicial de
parte dos 04 primeiros CARs aprovados.
Desse modo, restou comprovado que MARCIO JOSÉ DIAS LOPES,
na condição de responsável pelos lotes da Fazenda Alvorada III, pagou
propina para os analistas de regularização ambiental por intermédio de
BRUNNO CESAR PAULA CALDAS, com a finalidade de que fossem
aprovados os Cadastros Ambientais Rurais resultantes do desmembramento
da Fazenda Alvorada III.
Portanto, constata-se que MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES, por
intermédio de BRUNNO CESAR PAULA CALDAS, ofereceu vantagem
indevida aos servidores públicos da SEMA/MT, consistente no pagamento de
valores em pecúnia, bem como por meio de cheques e transferências de
veículos, para que realizassem a aprovação legal dos CAR’s submetidos à sua
análise, incorrendo ambos nas penas do artigo 333, parágrafo único, do
Código Penal.
Além disso, justamente no dia 18/05/2018, data em que MÁRCIO
JOSÉ DIAS LOPES realizou os pagamentos para BRUNNO CESAR PAULA
CALDAS referentes à aprovação de 6 (seis) CAR’s, o analista HIAGO SILVA
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DE QUELUZ adquiriu um veículo Honda Civic, ano 2012, cor cinza, placa OHM
8218.
Parte do pagamento do citado automóvel foi realizado justamente
por BRUNNO CESAR PAULA CALDAS no dia 18/05/2018, conforme se extrai
do comprovante de transferência no valor de R$ 6.500,00 (seis mil e
quinhentos reais) realizada diretamente para o antigo proprietário do veículo.
(fls. 609/611).
Ademais, foi justamente o analista HIAGO SILVA DE QUELUZ
quem validou ilegalmente os Cadastros Ambientais Rurais de alguns lotes da
Fazenda Alvorada III, quais sejam: CAR nº MT110614/2017 (Lote I), CAR nº
MT111184/2017 (Lote V) e o CAR nº MT110924/2017 (Lote VII), cujo
responsável era MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES.
A seguinte tabela demonstra as datas de aprovação dos CAR’s da
Fazenda Alvorada III nos quais houve comprovação de fraude:
FAZENDA ALVORADA IIICAR LOTE “PROPRIETÁRIO” SERVIDOR DATA DA VALIDAÇÃO
COMPROVAÇÃODE FRAUDE
MT 110614/2017 I NARA JANE DOERNER HIAGO 13/04/2018 SIM
MT 111185/2017 III GUSTAVO DOERNER ALAN 15/05/2018 SIM
MT 110621/2017 IV NADIA REGINA DOERNER ALAN 10/05/2018 SIM
MT 111184/2017 V EDERSON DE SOUZA HIAGO 09/04/2018 SIM
MT 110923/2017 VI NARA JANE DOERNER GUILHERME 09/04/2018 SIM
MT 110924/2017 VII MARCIO JOSÉ DIAS LOPES HIAGO 08/05/2018 SIM
MT 110927/2017 VIII NARA JANE DOERNER GUILHERME 15/05/2018 SIM
MT 110950/2017 IX MARCIO JOSÉ DIAS LOPES ALAN 11/05/2018 SIM
MT 110951/2017 X EDERSON DE SOUZA GUILHERME 16/05/2018 SIM
Constata-se, portanto, que HIAGO SILVA DE QUELUZ recebeu,
para si, diretamente, em razão da função que exerce, vantagem indevida
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consistente no valor de R$ 6.5000,00 (seis mil e quinhentos reais) como forma
de pagamento de parte do veículo HONDA CIVIC adquirido, para que
aprovasse ilegalmente Cadastros Ambientais Rurais da Fazenda Alvorada III,
incorrendo nas penas do artigo 317, § 1º do Código Penal.
Portanto, conclui-se que MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES e BRUNNO
CESAR PAULA CALDAS estão incursos nas penas do artigo 333, parágrafo
único, do Código Penal e HIAGO SILVA DE QUELUZ está incurso nas penas
do artigo 317, § 1º, do Código Penal.
XI – DOS ILÍCITOS PENAIS DE USO DE DOCUMENTO FALSO
COMETIDOS POR MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES, PROPRIETÁRIO DA
FAZENDA ALVORADA III
Depreende-se dos autos que MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES,
responsável pela regularização ambiental da Fazenda Alvorada III, fez uso de
documentos falsos, quando da apresentação no Sistema Matogrossense de
Cadastro Ambiental Rural de Certidões de Escrituras Públicas de Compra e
Venda falsas referentes ao desmembramento em lotes do referido imóvel rural,
com a finalidade de conseguir a aprovação do cadastro sem pagamento do
valor de compensação ambiental e a criação de áreas consolidadas.
Consta dos autos que, após a apresentação de requerimento dos
Cadastros Ambientais Rurais referentes aos lotes da Fazenda Alvorada III,
BRUNNO CESAR DE PAULA CALDAS informou MÁRCIO JOSÉ LOPES
DIAS que os documentos até então apresentados não seriam suficientes para
obter a aprovação do CAR.
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Em virtude disso, MÁRCIO JOSÉ LOPES DIAS foi até o Município
de Maringá e procurou uma pessoa de nome Carlos, o que lhe vendeu 19
(dezenove) certidões falsas pelo valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sendo
que, destas, somente 10 (dez) foram usadas no SIMCAR.
A Informação Técnica nº 3/2018-COINF/CGFIS/DIPRO, produzida
pelo IBAMA, constatou que os documentos possuíam todos os indícios de
serem falsos:
O imóvel 'Fazenda Alvorada III – Lote VII' foi registradopor meio Matrícula 60.934 (SEI n° 3162027), datada de14/01/2015. Na matrícula 54.039 (SEI n° 3091107),anterior à matrícula 60.934, consta que o imóvel rural'Fazenda Alvorada III', até o ano do registro (28/11/2013),possuía área de 5.647,0947 hectares. Considerando queo desmembramento do imóvel rural e a abertura de novamatrícula (60.934) com registro em 14/01/2015, em nomedo mesmo proprietário, ocorreu após a data de22/07/2008, não cabe a essa propriedade o benefícioprevisto no Art. 67 da Lei Federal 12.651/2012.Em ambos os registros (matrículas 54.039 e 60.935),consta como proprietário o Sr. Rodrigo Doerner.Consta do processo digital a Escritura Pública de Venda eCompra (SEI n° 3136091), datada de 14/12/2007,referente à suposta aquisição do imóvel 'FazendaAlvorada III – Lote VII' pelo Sr. Márcio José Dias Lopes,CPF 626.953.391-00, casado com a Sr. Nádia ReginaDoerner Lopes, CPF 858.096.758-15. Causa estranhezaque a suposta operação tenha sido realizada no estadodo Paraná, haja vista que, conforme descreve o própriodocumento cartorial, ambas as partes residem emSinop/MT, comarca de registro do imóvel. Ademais, ovalor módico da transação indicado no documento decompra e venda firmado, isto é R$ 5.000,00, éincompatível com o valor de mercado das terras na regiãode Sinop/MT à época.Ocorre que o disposto neste documento contraria ocontido na Matrícula 54.039, onde o registro dacertificação junto ao INCRA da 'Fazenda Alvorada III' com
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área de 5.647,0947 hectares se deu 28/11/2013, sendoque o referido imóvel só viria a ser desmembrado em14/01/2015, por meio da Matrícula 60.934.Além disso, o selo digital constante na Escritura Públicade Venda e Compra (SEI n° 3136091) não foi localizadona consulta de autenticidade, contendo inclusivecaracteres não admitidos pelo sistema de autenticação, oque constitui forte indício de falsificação (Figura 7).(…)Por fim, há que se destacar que o imóvel FazendaAlvorada III, originalmente com área de 5.647,0947hectares, conforme a matrícula 54.039 (SEI n° 3091107),e pertencente a Rodrigo Doerner, foi desmembrado em17 lotes. Coincidentemente, desse total, ao menos osLotes II, VII, VIII, IX e X, tiveram as supostas vendasocorridas todas na mesma data, isto é, em 14/12/2007,com documentos elaborados no mesmo cartório (noestado do Paraná) e, todos vendidos pelo mesmo valormódico de R$ 5.000,00. Fato interessante é que odesmembramento ocorreu de forma que todos os lotestivessem área inferior a 4 módulos fiscais, sendo que,muitos dos limites desses lotes são incompatíveis com asfeições de campo, como cercas e talhões. Esses fatospodem indicar uma divisão virtual do imóvel,simplesmente com o intento de beneficiar-se,fraudulentamente, da Lei Federal 12.651/2012, no que dizrespeito ao quantitativo mínimo de reserva legal, ànecessidade ou não de reposição florestal, bem como dadefinição de áreas consolidadas.Segundo o cadastro no CAR, os 17 lotes desmembradosformaram um mosaico dividido entre 5 proprietários, cujoslotes de mesmo domínio não compartilham limites. Casocompartilhassem limites, segundo as regras decadastramento no CAR, deveria-se cadastrar como umúnico imóvel, somando-se o total da área em termos demódulos fiscais. A figura 8 mostra o mosaico de lotes eseus respectivos proprietários: (…)O quadro que segue mostra a relação de parentescodestes com Rodrigo Doerner, o proprietário original daFazenda Alvorada III, donde se infere, uma vez mais, queo suposto desmembramento fora apenas umaformalidade, para se dividir o imóvel em lotes de tamanho
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inferior a 4 módulos fiscais, uma vez que as supostasvendas foram feitas dentro da própria família.
Além desse documento técnico, outras informações elaboradas pelo
IBAMA confirmam a falsificação em comento. Desse modo, não há dúvidas de
que MARCIO JOSÉ DIAS LOPES, na qualidade de responsável pela
regularização ambiental da referida propriedade, fez uso de documento público
falso quando da inserção no CAR das Escrituras Públicas de Compra e Venda
falsas, incorrendo nas penas do artigo 304 do Código Penal.
Constatou-se, portanto, que:
No dia 28/03/2018, MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES usou Certidão de
Escritura de Compra e Venda falsa mediante inserção no procedimento
administrativo ambiental CAR MT 110614, referente à Fazenda Alvorada – Lote
I.
No dia 06/03/2018, MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES usou Certidão de
Escritura de Compra e Venda falsa mediante inserção no procedimento
administrativo ambiental CAR MT 108576/2017 à Fazenda Alvorada – Lote II.
No dia 28/03/2018, MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES usou Certidão de
Escritura de Compra e Venda falsa mediante inserção no procedimento
administrativo ambiental CAR MT 111185, referente à Fazenda Alvorada – Lote
III.
No dia 09/04/2018, MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES usou Certidão de
Escritura de Compra e Venda falsa mediante inserção no procedimento
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administrativo ambiental CAR MT 110621, referente à Fazenda Alvorada – Lote
IV.
No dia 06/03/2018, MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES usou Certidão de
Escritura de Compra e Venda falsa mediante inserção no procedimento
administrativo ambiental CAR MT 111184, referente à Fazenda Alvorada III –
Lote V.
No dia 06/03/2018, MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES usou Certidão de
Escritura de Compra e Venda falsa mediante inserção no procedimento
administrativo ambiental CAR MT 110923, referente à Fazenda Alvorada III –
Lote VI.
No dia 13/04/2018, MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES usou Certidão de
Escritura de Compra e Venda falsa mediante inserção no procedimento
administrativo ambiental CAR MT 110924, referente à Fazenda Alvorada III –
Lote VII.
No dia 06/03/2018, MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES usou Certidão de
Escritura de Compra e Venda falsa mediante inserção no procedimento
administrativo ambiental CAR MT 110927, referente à Fazenda Alvorada III –
Lote VIII.
No dia 06/03/2018, MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES usou Certidão de
Escritura de Compra e Venda falsa mediante inserção no procedimento
administrativo ambiental CAR MT 110950, referente à Fazenda Alvorada III –
Lote IX.
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No dia 06/03/2018, MÁRCIO JOSÉ DIAS LOPES usou Certidão de
Escritura de Compra e Venda falsa mediante inserção no procedimento
administrativo ambiental CAR MT 110951, referente à Fazenda Alvorada III –
Lote X.
Desse modo, conclui-se que o denunciado MÁRCIO JOSÉ DIAS
LOPES está incurso, por dez vezes, nas penas do artigo 304 do Código Penal.
Importante ressaltar que por meio do despacho datado de
12/12/2018, a autoridade policial determinou a expedição de ofício ao cartório
que em tese confeccionou as certidões, a fim de averiguar a autenticidade,
conforme mencionado na cota desta denúncia.
Diante do exposto, comprovadas a autoria e a materialidade, o
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO, oferece denúncia
em face de:
1) JOÃO DIAS FILHO, como incurso nas penas do:
- artigo 2º, caput, c/c seus §§ 3º e 4º, II, ambos da Lei nº
12.850/2013;
- artigo 313-A do Código Penal, por cinco vezes;
- artigo 2º, § 1º da Lei nº 12.850/2013;
- artigo 317 do Código Penal, por seis vezes;
- artigo 314 do Código Penal.
2) ANDRÉ LUÍS TORRES BABY, como incurso nas penas do:
- artigo 2º, caput, c/c seus §§ 3º e 4º, II, ambos da Lei nº
12.850/2013;
- artigo 313-A do Código Penal, por duas vezes.
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3) ALAN RICHARD FALCÃO DIAS, como incurso nas penas do:
- artigo 2º, caput, c/c seu §4º, II, ambos da Lei nº 12.850/2013;
- artigo 313-A do Código Penal, por cinco vezes.
4) GUILHERME AUGUSTO RIBEIRO, como incurso nas penas do:
- artigo 2º, caput, c/c seu §4º, II, ambos da Lei nº 12.850/2013;
- artigo 313-A do Código Penal, por cinco vezes.
5) HIAGO SILVA DE QUELUZ, como incurso nas penas do:
- artigo 2º, caput, c/c seu §4º, II, ambos da Lei nº 12.850/2013;
- artigo 313-A do Código Penal, por três vezes;
- artigo 317, § 1º, do Código Penal.
6) JOÃO FELIPE ALVES DE SOUZA, como incurso nas penas do:
- artigo 2º, caput, c/c seu §4º, II, ambos da Lei nº 12.850/2013;
- artigo 313-A do Código Penal.
7) BRUNNO CÉSAR DE PAULA CALDAS, como incurso nas penas
do:
- artigo 2º da Lei nº 12.850/2013;
- artigo 333, parágrafo único, do Código Penal.
8) MARCIO JOSÉ DIAS LOPES, como incurso nas penas do:
- artigo 333, parágrafo único, do Código Penal;
- artigo 304 do Código Penal, por dez vezes.
E, em razão disso, requer:
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I – a notificação pessoal dos denunciados (art. 4° da Lei n. 8.038/90)
para, querendo, apresentar resposta; se acompanhadas de novos
documentos, que seja dada vista a este Ministério Público Estadual para se
pronunciar (art. 5° da Lei nº 8.038/90);
II – que seja RECEBIDA a presente denúncia pelo TRIBUNAL
PLENO desse Egrégio Tribunal de Justiça em todos os seus termos; e
III – após o recebimento da denúncia, que seja determinada a
citação dos denunciados, prosseguindo-se o feito nos demais atos
processuais, ouvindo-se a testemunha abaixo arrolada, com o interrogatório do
réu ao final da instrução, conforme a inovação da Lei nº 11.719/2008, e,
finalmente, que seja prolatada a esperada condenação, inclusive com a
fixação de valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração
(artigo 387, IV, do Código de Processo Penal) e a perda do cargo público
eventualmente ocupado pelos denunciados;
Rol de Colaboradores:
1) Laidi Maria Loureiro de Lima, brasileira RG: 833.924 SSP/MT, CPF: 004.947.611-48brasileira servidora da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso;
2) Valdicléia Santos da Luz, brasileira, Engenheira Florestal, solteira, CPF:962.882.131-87, RG: 12351679 SSP/MT, residente e domiciliada na Rua Porfírio daSilva, Casa 14, Quadra 05, Bairro Santa Laura II, Cuiabá/MT.
3) Luana Ribeiro Gasparotto, brasileira, casada, técnica ambiental, filha de EuniceMartins Ribeiro e Edson Antonio Gasparotto, inscrita no CPF sob o nº 014.254.921-50,residente e domiciliada na Rua dos Florais, n. 875, Quadra 08, Casa 24, BairroRibeirão do Lipa, Condomínio Village do Bosque, Cuiabá/MT.
4) Patrícia Moraes Ferreira, brasileira, divorciada, engenheira florestal, inscrita no CPFsob o nº 279.944.698-17 e portadora do RG nº 28136568-4 expedido pela Secretariade Segurança Pública do Estado de São Paulo, filha de Fernando Moraes Ferreira eViviane Chira, residente e domiciliada na Rua da Fé, n. 220, apto 401, Grand Arena,Bairro Residencial Primavera, Cuiabá/MT;
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Rol de Testemunhas:
1) Matheus Justen Rocha, brasileiro Servidor Público, solteiro, RG: 22518835SSP/MT, CPF: 039.769.991-30, residente e domiciliado na Rua Senador TeotônioVileva, nº 460, Terra Nova, Apto 11, Bloco 1, Cuiabá-MT;
2) Hendel Yoshihiro Sugitani Kobayasi, brasileiro, Engenheiro Florestal, solteiro, RG:1738399-4 SSP/MT, residente e domiciliado no Residencial – Avenida 5, 19 – Quadra58 – Bairro Parque Cuiabá, Cuiabá-MT;
3) Helida Cristina Silva Andrade Lima, brasileira, Bióloga, Analista do SIMCSR,casada, RG: 13488694 SSP/MT, CPF: 017.040.491-99, residente e domiciliada naRua Projetada 27, nº 251, 44, Condomínio Entre Rios, Bairro Jardim Universitário,Cuiabá-MT;
4) Monalisa Rosane dos Santos Barbosa, brasileira, Assessora Técnica III, RG:17009472 SSP/MT, com endereço na Rua 308, Quadra 98, Casa 21, Setor III, BairroTijucal, Cuiabá-MT;
5) Caroline Zanotto, brasileira, Engenheira Florestal, solteira, RG: 21223980SSP/MT, CPF: 035.894.151-26, residente e domiciliada na Rua Ministro FernandoCosta, nº 93, Residencial Colinas do Areão, Apto 503, Bairro Areão, Cuiabá-MT;
6) Alex Sandro Antonio Marega, brasileiro, Analista de Meio Ambiente, casado, RG:6.636.180-2 SSP/PR, CPF: 022.696.449-30, residente e domiciliado na RodoviaEmanuel Pinheiro, Km 8,5, residencial Flor do Cerrado, Quadra 09, Lote 03;
7) Ebenezer Borges, servidora pública da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
8) Gabriela Ferreira Miranda, brasileira, estudante/estagiária, solteira, CPF:046.090.041-27, residente e domiciliada na Rua Estrelinha (cohab Santa Isabel), 33,Bairro Santa Isabel, Várzea Grande-MT, CEP: 78150-318;
9) Ricardo Glauber da Silva, brasileiro, Analista Ambiental do IBAMA, lotado noNúcleo de Monitoramento e Informações Ambientais, com endereço profissional naAvenida Rubens de Mendonça, nº 5350, Bairro Morada da Serra, Cuiabá-MT, CEP:78055-900;
10) Adauto Rodrigues de Barros, brasileiro, Analista de Meio Ambiente –CGMA/SRMA/SAGA/SEMA-MT, com endereço profissional na Rua C, esquina comRua F, Centro Político Administrativo, Cuiabá-MT, CEP: 78049-913;
11) André Pereira Dias, brasileiro, Analista de Meio Ambiente –CGMA/SRMA/SAGA/SEMA-MT, com endereço profissional na Rua C, esquina comRua F, Centro Político Administrativo, Cuiabá-MT, CEP: 78049-913;
12) Helana Helen Campos de Oliveira, brasileiro, Analista de Meio Ambiente –CGMA/SRMA/SAGA/SEMA-MT, com endereço profissional na Rua C, esquina comRua F, Centro Político Administrativo, Cuiabá-MT, CEP: 78049-913;
13) Gabriel Vitoreli de Oliveira, brasileiro, Analista de Meio Ambiente –CGMA/SRMA/SAGA/SEMA-MT, com endereço profissional na Rua C, esquina comRua F, Centro Político Administrativo, Cuiabá-MT, CEP: 78049-913;
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
Procuradoria Geral de Justiça – Rua 4, s/n, CPA, Cuiabá/MT, CEP 78049-921. Telefone: (65) 36135100. 66/68
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14) Henrique Sérgio Dorileo, brasileiro, Analista de Meio Ambiente –CGMA/SRMA/SAGA/SEMA-MT, com endereço profissional na Rua C, esquina comRua F, Centro Político Administrativo, Cuiabá-MT, CEP: 78049-913;
15) Kerollen Langner da Silva, brasileira, Analista de Meio Ambiente –CGMA/SRMA/SAGA/SEMA-MT, com endereço profissional na Rua C, esquina comRua F, Centro Político Administrativo, Cuiabá-MT, CEP: 78049-913;
16) Luciene Gomes de Souza, brasileira, Analista de Meio Ambiente –CGMA/SRMA/SAGA/SEMA-MT, com endereço profissional na Rua C, esquina comRua F, Centro Político Administrativo, Cuiabá-MT, CEP: 78049-913;
17) Marise Helena Morbeck Curvo, brasileira, Analista de Meio Ambiente –CGMA/SRMA/SAGA/SEMA-MT, com endereço profissional na Rua C, esquina comRua F, Centro Político Administrativo, Cuiabá-MT, CEP: 78049-913;
18) Monica Grabert, brasileira, Analista de Meio Ambiente –CGMA/SRMA/SAGA/SEMA-MT, com endereço profissional na Rua C, esquina comRua F, Centro Político Administrativo, Cuiabá-MT, CEP: 78049-913;
19) Olga Patrícia Kummer, brasileira, Analista de Meio Ambiente –CGMA/SRMA/SAGA/SEMA-MT, com endereço profissional na Rua C, esquina comRua F, Centro Político Administrativo, Cuiabá-MT, CEP: 78049-913;
20) Ricardo Jocimar Perdigão, brasileiro, Analista de Meio Ambiente –CGMA/SRMA/SAGA/SEMA-MT, com endereço profissional na Rua C, esquina comRua F, Centro Político Administrativo, Cuiabá-MT, CEP: 78049-913;
21) Henrique Bilio, brasileiro, Técnico de Desenvolvimento Econômico e Social –CGMA/SRMA/SAGA/SEMA-MT, com endereço profissional na Rua C, esquina comRua F, Centro Político Administrativo, Cuiabá-MT, CEP: 78049-913;
22) Aline Souza Rios, brasileira, Analista de Meio Ambiente – CCRF/SGF/SEMA-MT;
23) Fabio Xavier da Conceição, brasileiro, Analista de Meio Ambiente –CCRA/SRMA/SAGA/SEMA-MT, com endereço profissional na Rua C, esquina comRua F, Centro Político Administrativo, Cuiabá-MT, CEP: 78049-913;
24) Vinícius Silgueiro, brasileiro, Coordenador de Geotecnologias – Instituto Centrode Vida/ICV;
25) Roberto Passos de Oliveira, brasileiro, Analista de Meio Ambiente –CCAR/SRMA/SAGA/SEMA-MT, com endereço profissional na Rua C, esquina comRua F, Centro Político Administrativo, Cuiabá-MT, CEP: 78049-913;
26) Jailton Dias, Analista Ambiental, brasileiro, lotado na Coordenação deInteligências de Fiscalização, com endereço SCEN Trecho 2, Ed. Sede do IBAMA,Bloco C, Brasília-DF, CEP: 70818-900 ;
27) Renata Aquinoga Teures, brasileira, Analista Ambiental, lotada no Núcleo deMonitoramento e Informações Ambientais, com endereço profissional na AvenidaRubens de Mendonça, nº 5350, Bairro Morada da Serra, Cuiabá-MT, CEP: 78055-900;
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
Procuradoria Geral de Justiça – Rua 4, s/n, CPA, Cuiabá/MT, CEP 78049-921. Telefone: (65) 36135100. 67/68
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSONúcleo de Ações de Competência Originária
Procuradoria Geral de Justiça
Cuiabá/MT, 14 de dezembro de 2018.
ANTONIO SERGIO CORDEIRO PIEDADEPromotor de Justiça
Coordenador do NACO Criminal
MARCELO CAETANO VACCHIANOPromotor de Justiça
Portaria nº 813/2018-PGJ
JOELSON DE CAMPOS MACIELPromotor de Justiça
Portaria nº 813/2018-PGJ
Missão: Defender o regime democrático, a ordem jurídica e os interesses sociais eindividuais indisponíveis, buscando a justiça social e o pleno exercício da cidadania.
Procuradoria Geral de Justiça – Rua 4, s/n, CPA, Cuiabá/MT, CEP 78049-921. Telefone: (65) 36135100. 68/68