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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO 23ª BRIGADA DE INFANTARIA DE SELVA BRIGADA MARECHAL SOARES DE ANDRÉA Marabá - PA, 26 de outubro de 2019. RESPOSTA AO PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO AO EDITAL DO PREGÃO ELETRÔNICO Nº 13/2019 1. REFERÊNCIA 1.1. Pedido de Impugnação ao Edital do Pregão Eletrônico nº 13/2019 cujo objeto é a aquisição de mobiliário de escritório ao Comando da 23ª Brigada de Infantaria de Selva e órgãos participantes, conforme especificações e condições definidas no Termo de Referência (Anexo I) do edital. 1.2. Empresa NOBILLI COMERCIO DE MÓVEIS E DESIGN LTDA, CNPJ 07.943.316/0001-66. 2. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE 2.1. Preliminarmente, presume-se que a empresa, equivocada ou intempestivamente (caso a empresa esteja se referindo ao pregão 13/2018 de fato), apresenta pedido de impugnação para o Pregão 13/2018, cujo objeto é material de expediente, homologado em novembro de 2018, conforme a seguir: 2.2. Em seguida, a empresa, não se sabe se por falta de leitura do edital ou equívoco, faz referência ao subitem 22.1 do edital, citando a cláusula de impugnação, causando confusão a esta Administração, uma vez que o item 22 trata DA FORMAÇÃO DO CADASTRO RESERVA, conforme o que se segue: 22.1 Após o encerramento da etapa competitiva, os licitantes poderão reduzir seus preços ao valor da proposta do licitante mais bem classificado.

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MINISTÉRIO DA DEFESAEXÉRCITO BRASILEIRO

23ª BRIGADA DE INFANTARIA DE SELVABRIGADA MARECHAL SOARES DE ANDRÉA

Marabá - PA, 26 de outubro de 2019.

RESPOSTA AO PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO AO EDITAL DOPREGÃO ELETRÔNICO Nº 13/2019

1. REFERÊNCIA

1.1. Pedido de Impugnação ao Edital do Pregão Eletrônico nº 13/2019 cujo objeto é a aquisiçãode mobiliário de escritório ao Comando da 23ª Brigada de Infantaria de Selva e órgãosparticipantes, conforme especificações e condições definidas no Termo de Referência(Anexo I) do edital.

1.2. Empresa NOBILLI COMERCIO DE MÓVEIS E DESIGN LTDA, CNPJ 07.943.316/0001-66.

2. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE

2.1. Preliminarmente, presume-se que a empresa, equivocada ou intempestivamente (caso aempresa esteja se referindo ao pregão 13/2018 de fato), apresenta pedido de impugnaçãopara o Pregão 13/2018, cujo objeto é material de expediente, homologado em novembro de2018, conforme a seguir:

2.2. Em seguida, a empresa, não se sabe se por falta de leitura do edital ou equívoco, fazreferência ao subitem 22.1 do edital, citando a cláusula de impugnação, causando confusão aesta Administração, uma vez que o item 22 trata DA FORMAÇÃO DO CADASTRORESERVA, conforme o que se segue:

22.1 Após o encerramento da etapa competitiva, os licitantespoderão reduzir seus preços ao valor da proposta do licitantemais bem classificado.

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2.3. Pelo princípio da boa-fé desta Administração, apesar da divergência causada pela

impugnante, presume-se, novamente, que essa Impugnação encontra-se tempestiva,conforme dispõe o edital do Pregão 13/2019, em seu item 23 – DA IMPUGNAÇÃO AOEDITAL E DO PEDIDO DE ESCLARECIMENTO:

23.1 Até 02 (dois) dias úteis antes da data designada para aabertura da sessão pública, qualquer pessoa poderá impugnareste Edital; e23.2 A impugnação poderá ser realizada por forma eletrônica,pelo e-mail [email protected], pelo fax (94) 3312-1021,ou por petição dirigida ou protocolada no endereço Folha 23,Quadra especial, Nova Marabá, CEP 68509-630, Marabá-PA, noGrupo de Coordenação e Acompanhamento das Licitações eContratos – GCALC 23ª Bda Inf Sl.

2.4. O prazo para apresentação de pedido de impugnação é de até dois dias úteis antes da datafixada para abertura da sessão pública.

2.5. A protocolização do Pedido de Impugnação, que originou este expediente, ocorreu em25/10/2019 às 23h 24min (horário de Brasília-DF), sendo manifestamente tempestiva.

3. QUESTIONAMENTO

3.1. A Empresa NOBILLI COMERCIO DE MÓVEIS E DESIGN LTDA, CNPJ 07.943.316/0001-66,com sede na cidade de Belém/PA, à Rua Domingos Marreiros, nº 49, Sala 1106, Ed. VillageEmpresarial, Bairro Umarizal, por seu representante legal, com fulcro no art. 18 do Decreton.º 5.450/2005, apresentar Impugnação aos termos do Edital em referência, pelas razões aseguir expostas:

3.1.1. D as peculiaridades técnicas :

“Ocorre que o edital em questão apresenta peculiaridades técnicas relevantes osuficiente para proporcionar sua total revisão, visto que compromete a amplaparticipação e, por decorrente, a competitividade no certame, o que adiante restarádemonstrado.”

3.1.2. Da mesa em formato L:

“MESA CURVA EM "L", COM MEDIDAS 1200X1200MM Dimensões Estimadas (compossibilidade de variação em até 5% para mais ou menos): Largura: 1200x1200mmProfundidade: 600x600mm Altura: 750mm”. A empresa alega que somente uma empresa possui condições no mercado nacional deentregar esse tipo de material. Para isso compara a descrição do item do Pregão em telacom o Pregão 07/2018 da UASG 160484.

3.1.3. Do direcionamento ou restrição da competitividade:

A empresa alega direcionamento da licitação para a empresa Central Móveis,ocasionada pela descrição detalhada dos itens.

4. PARTE EXPOSITIVA

4.1. Importa destacar, antes de tudo, que é decorrência do exercício do poder discricionário daAdministração Pública a definição fundamentada e justificada da especificação dos itens a

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serem objetos de aquisição. Neste rito, coube ao órgão gerenciador da aquisição realizar olevantamento de necessidades, quantitativos, critérios objetivos, layout do local a sermobiliado, bem como todo o esforço administrativo para que se concretize o processolicitatório. Portanto, não se trata de um trabalho revestido de amadorismo, mas sim umtrabalho profissional, minucioso e fundamentado nos princípios balizadores de uma licitação.

4.2. Quanto ao excesso de detalhamento alegado pela empresa, citando como exemplo que o tipode Mesa em L somente pode ser fornecido por determinada empresa, esta Administraçãoinforma que não procede tal alegação. A fim eliminar tal questionamento, foi realizada, demaneira simples, no sítio https://www.cotacaozenite.com.br a situação do pregão utilizadopela impugnante como comparativo, destacando-se os seguintes aspectos:

Diante da consulta, observa-se claramente que 9 (nove) empresas apresentaram propostaspara o referido item, o que afasta a hipótese de restrição de competitividade.A resposta ao pedido de impugnação poderia encerrar por aqui. No entanto, visandoaprofundar a pesquisa sobre a mesa em L, foi verificado no sítio oficial da Empresa LayoutMóveis que esta possui atas vigentes com o mesmo item da concorrente, a saber:

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Somado a isso, de modo complementar, foi verificada que a Empresa Flexibase tambémpossui capacidade de entregar o mesmo material, conforme o que se segue:

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Com isso, tem-se comprovado que os argumentos da empresa não são pertinentes,denotando a esta Administração que a impugnante possui certo nível de “preocupação” coma empresa ora questionada, ao ponto de esmiuçar toda a documentação, termo de referênciade um único pregão, bem como certificados da empresa, ao passo que poderia ter centradoseus esforços em verificar se outras empresas participaram de certames semelhantes.

4.3. Nesse sentido, todas as demais alegações da impugnante quanto aos requisitos técnicos eobjetivos descritos no Termo de Referência, não prosperam, uma vez que o certame atende atodos os padrões mínimos para montagem do mobiliário, inclusive quanto aos requisitos deaceitabilidade da proposta, todos especificados claramente no Edital.

4.4. A jurisprudência estabelece que, sempre que possível e viável técnica e economicamente,o objeto deve ser dividido com vistas a aumentar a competitividade do certame licitatório. Noentanto, não se pode levar em consideração o quesito economicidade apenas pelo viés depreço ofertado a baixo custo pelo licitante. Este princípio (economicidade) engloba outrosaspectos relevantes, tais como o esforço da Administração para viabilizar a compra, saláriosdos servidores, gastos com concessionárias, gastos com publicações, gastos para realizar alicitação, custos para fiscalização contratual, bem como o local de entrega, nesse caso ointerior do Pará.

4.5. Outro apontamento realizado pela maioria dos licitantes é a questão da padronização, nomesmo grupo, de itens com formas construtivas diferentes, tais como sofás, longarinas,poltronas, entre outros, podendo ser aplicado o entendimento a qualquer grupo do presentecertame. Nesse sentido, cabe tecer algumas considerações, de acordo com a Lei dasLicitações:

Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: I - atender ao princípio da padronização, que imponhacompatibilidade de especificações técnicas e de desempenho,observadas, quando for o caso, as condições de manutenção,assistência técnica e garantia oferecidas; II - ser processadas através de sistema de registro de preços;III - submeter-se às condições de aquisição e pagamentosemelhantes às do setor privado; IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessáriaspara aproveitar as peculiaridades do mercado, visandoeconomicidade; V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos eentidades da Administração Pública.

Conforme evidencia Marçal Justen Filho, no Livro Comentários à Lei de Licitações eContratos Administrativos, 15ª Edição, o princípio da padronização constitui regra a serseguida pela Administração, que deverá ter em vista produtos semelhantes que já integramo patrimônio público, como também deverá prever eventuais futuras aquisições. Somenteassim a padronização produzirá os efeitos desejados. Ademais, para o Jurista, consagra-se apadronização como instrumento de racionalização administrativa, com redução de custose otimização da aplicação de recursos. Significa que a padronização elimina variações notocante à seleção de produtos no momento da contratação como também na sua utilização,conservação etc.

Segundo Gasparini, a padronização é a regra, sendo necessário que a impossibilidade daaquisição de certos bens, com a observância desse princípio, fique devidamentedemonstrada, senão restaria inócuo e não teria qualquer utilidade a determinação “sempreque possível”, consignada no caput do art. 15. De sorte que, sendo possível a padronização,dela não pode escapar a entidade compradora.

Nessa seara, destaca-se o posicionamento do doutrinador Marcos Antônio Souto:

Em linhas gerais, o principio da padronização implica em queas aquisições deverão utilizar-se de padrões previamentefixados (estanders), chegando, inclusive, em muitos casos, àautorização da própria MARCA, tudo pautado na mais lídimaconsciência do interesse público. A título de exemplificação,manejemos, imaginariamente, a hipótese (muito comum, por

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sinal) da compra de mobiliário para um órgão público. Seeste, há algum tempo, vem adquirindo produtos de um mesmopadrão, resta, numa primeira análise, luminoso o InteressePúblico de manter a linha daquela marca, seja por motivos deeconomicidade (desnecessidade de trocar todo o mobiliário),seja por motivo de praticidade/eficiência (facilidade demanutenção), enfim tudo que moldure a idéia de interessepúblico.(Grifamos).

4.6. Dentro do mesmo contexto, cabe reforçar a importância do princípio da padronização, deacordo com o Decreto 5.450:

Art. 2º O pregão, na forma eletrônica, como modalidadede licitação do tipo menor preço, realizar-se-á quando adisputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns forfeita à distância em sessão pública, por meio de sistemaque promova a comunicação pela internet.

§ 1º Consideram-se bens e serviços comuns, aquelescujos padrões de desempenho e qualidade possamser objetivamente definidos pelo edital, por meio deespecificações usuais do mercado.

§ 2º Para o julgamento das propostas, serão fixadoscritérios objetivos que permitam aferir o menor preço,devendo ser considerados os prazos para a execução docontrato e do fornecimento, as especificações técnicas,os parâmetros mínimos de desempenho e dequalidade e as demais condições definidas no edital.(Grifamos).

Pelo dispositivo acima resta claro que não existe impedimento para a Administração fixarpadrões mínimos de qualidade e desempenho, através de requisitos técnicos.

4.7. Ademais, importa reforçar o entendimento junto aos licitantes de que não se pode confundiro princípio da padronização com direcionamento da licitação, pois o que se busca nopresente certame é a seleção do fornecedor que atenda ao mínimo exigido, bem como repelira participação de licitantes aventureiros.

Nesse diapasão, manifestou-se o Superior Tribunal de Justiça:

SERVIÇOS DE CONFECÇÃO, DISTRIBUIÇÃO ECONTROLE DE SELOS DE FISCALIZAÇÃO DE ATOSNOTARIAIS E REGISTRAIS. IMPUGNAÇÃO DEEDITAL. INOCORRÊNCIA DE NULIDADE.PRESERVAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE,IGUALDADE E COMPETITIVIDADE.INTERPRETAÇÃO DO ART. 30, II, § 1º, DA LEI Nº8.666/93. 1. Recurso ordinário em mandado desegurança interposto contra v. acórdão que denegousegurança referente à aduzida ilegalidade de exigênciascontidas em edital de licitação pública. 2. Não secomete violação ao art. 30, II, da Lei nº 8.666/93,quando, em procedimento licitatório, a AdministraçãoPública edita ato visando a cercar-se de garantias ocontrato de prestação de serviços de grande vulto e deextremo interesse para os administrados. 3. Tendo emvista o elevado montante dos valores objeto de futuracontratação, é dever do administrador público realizartodas as etapas do processo seletivo do prestador deserviço com grande cautela, pautando-se rigorosamentepelos preceitos legais aplicáveis, especialmente o art.30, § 1º, da Lei nº 8.666/93, e outros pertinentes. 4. ´Oexame do disposto no art. 37, XXI, da ConstituiçãoFederal, em sua parte final, referente a "exigências de

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qualificação técnica e econômica indispensáveis àgarantia do cumprimento das obrigações" revela que opropósito aí objetivado é oferecer iguais oportunidadesde contratação com o Poder Público, não a todo equalquer interessado, indiscriminadamente, mas,sim, apenas a quem possa evidenciar queefetivamente dispõe de condições para executaraquilo a que se propõe" (Adilson Dallari). 5. Recursonão provido. (grifo nosso).

Nessa linha de raciocínio, a Administração tem o dever de precaver-se contra eventuaisempresas que frustrem a contratação futura por não serem técnica e economicamente aptasa execução do serviço. Vale frisar que busca-se no mercado empresas especializadas noramo, tentando sempre conter a participação de licitantes desqualificados. O Poder Públicodeve valer-se de seu direito de discricionariedade para garantir seja realizado o melhorprocedimento aquisitivo adequando preço e qualidade.

4.8. Por fim, cabe registrar que esta Administração respeita todos os princípios do Direito, bemcomo os princípios que regem os processos licitatórios, em especial a ampla participação.Por outro lado, permitir a ampla participação dos licitantes não significa que esta será demaneira desordenada, sem critérios objetivos, pois, se assim o fosse, certamente o objetivoda licitação seria frustrado.

5. DA DECISÃO

Diante da análise do pleito e pelos fatos ora apresentados, este Pregoeiro decide peloINDEFERIMENTO da presente impugnação, mantendo-se o edital inalterado e arealização da sessão pública na data e horário marcados.

Marabá-PA, 26 de outubro de 2019.

RAUL MACEDO DE ALBUQUERQUE – 1º TenPregoeiro