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1 MINISTÉRIO DA FAZENDA Secretaria-Executiva Seminário de Política Tributária e Desenvolvimento Regional: O Desafio da Reforma Brasília, 18 de abril de 2007. André Luiz Barreto de Paiva Filho

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MINISTÉRIO DA FAZENDASecretaria-Executiva

Seminário de Política Tributária e Desenvolvimento Regional: O Desafio da Reforma

Brasília, 18 de abril de 2007.André Luiz Barreto de Paiva Filho

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MINISTÉRIO DA FAZENDASecretaria-Executiva

• Sistemas de compensações entre União e Estados não garantem a efetiva desoneração das exportações. Lei Kandir e Auxílio Exportação – O seguro-receita foi

transformado em um fundo de repasses orçamentário, sem qualquer relação com as exportações ou sua efetiva desoneração, em 2006 foram repassados R$ 3,9 bilhões.

FPEx - 10% IPI – R$ 2,76 bilhões em 2006 distribuídos segundo as exportações de produtos industrializados – Embora guarde relação com o volume de exportação de produtos industrializados não resolve as deficiências do sistema.

ICMS e o Comércio Exterior - Problemas

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MINISTÉRIO DA FAZENDASecretaria-Executiva

• Deficiências mais graves do ICMS são decorrentes da preponderância do princípio da origem na partiha do imposto nas operações interestaduais.

• Deficiências no comércio exterior:– propicia vantagens para importação.– dificuldades para desoneração das exportações –

acúmulo de créditos fiscais.

ICMS e o Comércio Exterior - Problemas

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MINISTÉRIO DA FAZENDASecretaria-Executiva

• Na importação: o imposto pertence ao Estado de localização do destinatário da mercadoria, bem ou serviço.– Estabelece, do ponto de vista da arrecadação do

Estado, a preferência por importações em detrimento das aquisições interestaduais.

– Associado à Guerra Fiscal, tem resultado uma série de benefícios à importação, em detrimento da produção nacional.

ICMS e o Comércio Exterior - Problemas

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MINISTÉRIO DA FAZENDASecretaria-Executiva

• Na exportação: há imunidade, que não é integral e efetiva, em função do acúmulo de créditos fiscais pelo exportador.– associada ao princípio misto de partilha horizontal

nas operações interestaduais (parte do imposto pertence à origem), resulta que o Estado de localização do exportador tem que arcar com o ônus de um imposto que não arrecadou (crédito fiscal relativo a aquisições interestaudais).

ICMS e o Comércio Exterior - Problemas

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CONCEPÇÃO GERAL

• A tributação da importação e da exportação, do ponto de vista dos Estados, passaria a ter tratamento equivalente ao de uma operação interestadual.

Obs.: a implantação do modelo exige emenda constitucional.

ICMS e o Comércio Exterior – Novo Modelo

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MINISTÉRIO DA FAZENDASecretaria-Executiva

• Instituição de um fundo para ressarcimento integral do ICMS incidente sobre as exportações.

• Financiamento do fundo com os seguintes recursos:– dos Estados, no valor obtido pela aplicação, sobre

as importações, de percentual idêntico à alíquota do ICMS nas exportações.

– da União: dos recursos necessários para realizar o ressarcimento integral do ICMS das exportações, deduzido o valor aportado pelos Estados.

ICMS e o Comércio Exterior – Novo Modelo

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MINISTÉRIO DA FAZENDASecretaria-Executiva

• Instituição da incidência do ICMS sobre as exportações com as seguintes características:– opcional para exportador.– alíquota nacional, fixada por lei complementar,

observado a indentidade com a maior alíquota interestadual, sendo que haveria uma transição longa, o modelo inciaria com uma alíquota reduzida e aumentaria gradativamente.

– regulamentação nacional.

ICMS e o Comércio Exterior – Novo Modelo

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MINISTÉRIO DA FAZENDASecretaria-Executiva

• No caso do exportador não optar pela incidência na exportação, os valores do fundo que seriam destinados a ressarcir o ICMS de suas exportações serão destinados diretamente ao respectivo Estado.

ICMS e o Comércio Exterior – Novo Modelo

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• O modelo proposto resolve, no médio e longo prazo, as principais distorções provocadas pelo ICMS no âmbito do comércio exterior, mas a racionalização definitiva da tributação indireta só virá com a Reforma tributária.

Reforma Tributária: Solução Definitiva

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Sistema Tributário - Diagnóstico

• A complexidade e a falta de neutralidade do sistema tributário brasileiro têm representado um grande entrave ao crescimento.

• As principais distorções do sistema tributário brasileiro estão relacionadas aos tributos indiretos sobre bens e serviços, que são o objeto da reforma.

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• Complexidade– Multiplicidade de legislações e competências tributárias

• União: PIS, Cofins, IPI, CIDE-combustíveis• Estados: ICMS• Municípios: ISS

– Multiplicidade de alíquotas e bases de cálculo aplicáveis aos diversos tributos

• Inexistência de neutralidade (não interferência na concorrência interna e externa e na alocação de fatores da produção)– Incidências cumulativas– Defeitos das incidências sobre o comércio exterior– Guerra fiscal

Principais distorções

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MINISTÉRIO DA FAZENDASecretaria-Executiva

Conseqüências das distorções nos tributos sobre bens e serviços

• Desestímulo aos investimentos produtivos• Insegurança jurídica• Inexistência de neutralidade no comércio exterior, em

prejuízo da produção nacional• Alto custo de cumprimento das obrigações tributárias• Elevado nível de sonegação e elisão

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Principais Objetivos da Reforma

• Instituir um sistema de tributos indiretos neutro e simples, racionalizando o sistema tributário e elevando a eficiência econômica• Desonerar os investimentos produtivos• Eliminar as distorções do comércio exterior que prejudicam a

produção nacional, desonerando as exportações e conferindo tratamento isonômico às importações

• Simplificar e desburocratizar, reduzindo os custos de cumprimento das obrigações tributárias

• Eliminar as distorções que prejudicam os investimentos• Ampliar a base de contribuintes, reduzindo a

informalidade

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• Substituição dos tributos sobre bens e serviços (ICMS, IPI, PIS, Cofins, CIDE-Combustíveis) por dois impostos, sobre o valor adicionado: um estadual (IVA-E) e um federal (IVA-F)– O IVA-E observaria o princípio do destino

– Fim da guerra fiscal

– Debater com Municípios a integração do ISS à base do IVA

• Formulação de uma política de desenvolvimento regional como alternativa efetiva e transparente à guerra fiscal

Proposta de Reforma para Debate

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Principais características dos novos IVA

• Uniformidade nacional– Lei Complementar única– Regulamentação nacional, a exemplo do Simples

Nacional

• Alíquotas– IVA-F – lei federal– IVA-E – lei estadual

• Estados teriam autonomia na fixação de alíquotas dentro de parâmetros definidos nacionalmente

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MINISTÉRIO DA FAZENDASecretaria-Executiva

Principais características dos novos IVA

• Não-cumulativo– Sistema de débito e crédito (imposto x imposto)– Crédito para bens de capital

• Fiscalização – especializada segundo a competência tributária e integrada (cadastros e bases de dados comuns), podendo ser compartilhada mediante convênio ou lei

• Nas operações interestaduais, o imposto seria integralmente cobrado no estado de origem, mas apropriado pelo estado de destino, reduzindo o risco de sonegação

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Simulação do “barquinho”

Obs.: considerando IVA-E com alíquota interna de 18% e interestadual de 0% e IVA-F com alíquota de 10%.

Vendedor Revendedor Revendedor Apuração Revendedor

Venda interna - 100 Compra Interna - 100 Venda Interna - 150Débito Crédito Débito

IVA-E 18 IVA-E 18 IVA-E 27 IVA-E 9 DIVA-F 10 IVA-F 10 IVA-F 15 IVA-F 5 DTotal 28 Total 28 Total 42

Débito Crédito Débito

IVA-E 0 IVA-E 0 IVA-E 27 IVA-E 27 DIVA-F 28 IVA-F 28 IVA-F 15 IVA-F -13 CTotal 28 Total 28 Total 42

Venda interest. - 100 (alíq. Interst. 0%)

Compra interest. - 100 (alíq. interest. 0%)

Venda interna - 150

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Diferença de ambiente e oportunidades em relação às reformas anteriores

• Integração dos Fiscos: nota fiscal eletrônica; cadastros sincronizados e Sistema Público de Escrituração Digital (SPED)– Base de dados resultante da nota fiscal eletrônica cria condições

para calibrar adequadamente as novas alíquotas e para estimar com precisão o impacto das mudanças para cada ente federado

• Redução da sonegação e ampliação da receita resultante da nota fiscal eletrônica, do fechamento de brechas para sonegação e do fim da guerra fiscal abrem espaço para a racionalização da estrutura tributária e para a redução de alíquotas

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Transição

• O ICMS seria mantido por um prazo de transição (em torno de 5 anos), sendo em seguida substituído pelo IVA-E

• As alíquotas interestaduais do IVA-E seriam progressivamente reduzidas, migrando a cobrança para o destino

• O IVA-F iniciaria sua vigência num prazo de 2 a 3 anos

• Benefícios fiscais já concedidos no ICMS:– Os de caráter geral – seriam extintos com o ICMS– Os de caráter subjetivo, com prazo e condições - observados os

limites temporais, seriam recepcionados no IVA-E, mediante renegociação dos Estados com beneficiários em função da nova legislação do IVA-E, com homologação pelo Confaz

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Agenda para o Futuro: a Questão Federativa

• A discussão da reforma tributária abre uma oportunidade para rever o pacto federativo, adotando critérios mais justos e racionais de repartição e de realização do gasto– Sistema atual

• Partilha complexa e critérios deficientes (p.ex. distorções decorrentes da preponderância do valor adicionado como critério da Partilha do ICMS)

• Vinculações e alto nível de gastos inflexíveis

– Sistema desejável• Maior eficiência na redução das desigualdades regionais• Sistema de partilhas mais condizente com as atribuições dos

entes federados

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O Novo Modelo do ICMS no Comércio Exterior e a Reforma Tributária

• O modelo é aplicável ao ICMS atual, independentemente da Reforma Tributária

• Integração à Reforma Tributária:– pode ser aplicado na transição do modelo para o

destino– é compatível com modelo definitivo que mantenham

alguma parcela do imposto estadual na origem

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MINISTÉRIO DA FAZENDASecretaria-Executiva

Seminário de Política Tributária e Desenvolvimento Regional: O Desafio da Reforma

Brasília, 18 de abril de 2007.André Luiz Barreto de Paiva Filho