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7/19/2010 1 Métodos de Alfabetização Qual seria o melhor Método para o processo de alfabetização ? Conceituando Método? Caminho para se chegar a um fim; Modoordenadode fazeras coisas; Conjuntode procedimentos técnicos e científicos.

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7/19/2010

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Métodos

de

Alfabetização

Qual seria o melhor Método para o processo de alfabetização ?

Conceituando Método?

� Caminho para se chegar a um fim;

� Modo ordenado de fazer as coisas;

� Conjunto de procedimentos técnicos e científicos.

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MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO

Um conjunto de princípios teórico-procedimentais que organizam o trabalho pedagógico em torno da

alfabetização.

Um conjunto de saberes práticos ou de princípios organizadores do processo de alfabetização,

(re)criados pelo professor em seu trabalho pedagógico.

ALFABETIZAR� Ensinar a ler e escrever. Tornar o indivíduo capaz

de ler e escrever

�alfabet + izar

Sufixo indica: tornar, fazer com que.Beta(segunda letra do alfabeto grego)

Alfa(primeira letra do alfabeto grego)+

Beta(segunda letra do alfabeto grego)

ALFABETIZAÇÃO� Ação de alfabetizar, de tornar “alfabeto”.

� alfabet + izar + ção

-ção: sufixo que forma substantivos indica: ação. Ex.: traição: ação de trair.

TEORIA CONDUTISTA X

PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTAX

PERSPECTIVA SÓCIO-INTERACIONISTA

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Teoria Condutista� A melhor idade para se começar a instrução da

leitura e da escrita seria aos 6/7 anos. (não sepoderia alfabetizar antes)

� Seria necessário preparar a criança para aaprendizagem, exercitando-a em pré-requisitos –prontidão.

� A aprendizagem era vista como um sub-produtoou um resultado do método instrucional.

SINTÉTICOS

�Método Alfabético�(Soletração)

�Método Fônico

�Método Silábico

ANALÍTICOS

�Palavração

�Sentenciação

�Global de Contos/Textos

Métodos de Alfabetização – Perspectiva Condutista

MÉTODOS SINTÉTICOS� Partem de elementos menores que a palavra.

� Insistem na correspondência entre o oral e o escrito. Entre o som e a grafia.

� Estabelecem correspondência a partir dos elementos mínimos, num processo que consiste ir das partes para o todo.

� 1º Passo: a leitura mecânica (decodificação do texto)

� Estratégia perceptiva utilizada: Audição

Exemplos:Exemplos:

••Juntando as letras: Soletração Juntando as letras: Soletração ––Carta do ABCCarta do ABC

••BaBa--bebe--bibi--bobo--bu: Silabação bu: Silabação –– Cartilha Cartilha da Infânciada Infância

••Métodos Fônicos: A Abelhinha; A Métodos Fônicos: A Abelhinha; A Casinha FelizCasinha Feliz

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Método Castilho - 1853

1876

1890 – 1ª ed.; Este exemplar é de 1924

1895 – 1ª ed.

1945- 48 ed.

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1911- 1ª ed.1938 – 49 ed.

Representam o método mais

tradicional e antigo de alfabetização

conhecido como método sintético.

Apresenta primeiro as letras do Alfabeto

(maiúsculas e minúsculas ); (de

imprensa e manuscritas).

Depois apresenta segmentos de um,

dois e três caracteres em ordem alfabética:

a,e,i,o,uba,be,bi,bo,bu, ai,ei

oi,ui,- bai,bei,boi,bui.

MÉTODO ALFABÉTICO(SINTÉTICO)� 1º Passo: Memorização do nome das letras;

� 2º Passo: Representação gráfica;

� 3º Passo: Representação famílias silábicas (b+a=ba; b+e=be, b+i=bi)

� 4º Passo: Monossílabos, dissílabos, trissílabos e sílabas não canônicas.

� 5º Passo: Textos segmentados (a ca sa a ma re la na flo res ta)

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MÉTODO FÔNICO(SINTÉTICO)

� 1º passo: Vogais: nome e som das letras são iguais;� 2º passo: palavras formadas apenas por vogais;� 3º passo: apresentação os fonemas regulares (d, b, f,

j,m,n...) de forma isolada e, processualmente, os irregulares;

� 4º passo: junção dos fonemas regulares e, processualmente os irregulares, com as vogais, formando sílabas;

� 5º passo: formação de palavras; � 6º passo: formação de frases;� 7º passo: formação de textos.

MÉTODO SILÁBICO(SINTÉTICO)

� 1º passo: Apresenta-se as vogais, com ajuda de ilustrações e palavras como “o” de OVO; “e” de ELEFANTE;

� 2º passo: Apresentam-se as sílabas simples, utilizando palavras e ilustrações e destacando a sílaba na palavra: “ma” de macaco, “na” de navio, “pa” de panela;

� 3º passo: Famílias silábicas da sílaba em destaque na palavra;

� 4º passo: Formação de palavras;� 5º passo: Formação de frases;� 6º passo: Formação de pequenos textos.

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MÉTODOS SINTÉTICOS(alfabético, silábico, fônico)

PROPOSTA ENFOQUE VANTAGENS LIMITAÇÕES

Progressão de

unidades

menores (letra,

fonema, sílaba) a

unidades mais

complexas

(palavra, frase,

texto).

Processos de

decodificação,

análise

fonológica,

relações entre

fonemas (sons) e

grafemas (letras)

Possibilita a análise

das relações entre

fonemas (sons ou

unidades sonoras) e

grafemas (letras ou

grupo de letras)

Promove o

desenvolvimento da

consciência fonológica

e os processos de

codificação e

decodificação.

Desconsidera os usos e

funções sociais da

escrita.

Em algum momento, o

aprendiz tem que se

desvincular da fala para

codificar (escrever) e

decodificar (ler)

palavras, frases e textos,

já que em alguns casos

a escrita não representa

os sons da fala.

MÉTODOS ANALÍTICOS� Partem de unidades maiores (palavra) para unidades

menores;

� A leitura é um ato global e ideovisual;

� Reconhecimento global das palavras e das frases;

� Estratégia perceptiva: visual.

1909 – 1 ed. 1955 – 63 ed.

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1916 – 1ª ed. 1955 – 185 ed.

1917 – 1ª ed. 1955 – 196 ed. 1996 – 2230 ed.

1908 – 1ª ed.

1919 - 9 ed.

1924 – 2ª ed.

Primeira cartilha dirigida para

adultos

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1926 – 1ªed. 1928 – 1ª ed. 1939 – 116 ed.

1932 – 1ª ed. 1957 – 40 ed.

1939 – 1ª ed. 1978 – 39 ed.

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1940 – 1ª ed.

1989 – 273 ed.

1948 – 1ª ed.

1965 – 68 ed.

1980 foi modificada

Fenômeno de vendas no Brasil – 40 milhões de exemplares

PALAVRAÇÃO (ANALÍTICO)

� 1º passo: Apresentação de palavras ilustradas que fazem parte do universo infantil;

� 2º passo: Memorização (leitura e escrita da palavra);

� 3º passo: divisão silábica das palavras;

� 4º passo: formação de novas palavras com as sílabas estudadas ;

� 5º passo: estudo e análise de grafemas/fonemas;

� 6º passo: formação de frases;

� 7º passo: formação de textos.

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SENTENCIAÇÃO (ANALÍTICO)

� 1º passo: Apresentação de frases que fazem parte do universo infantil;

� 2º passo: Memorização (leitura e escrita da frase);

� 3º passo: Observação de palavras semelhantes dentro da sentença;

� 4º passo: Formação de grupo de palavras;

� 5º passo: Isolamento de elementos conhecidos dentro da palavra (sílaba);

� 6º passo: Estudo e análise de grafemas/fonemas.

GLOBAL /TEXTOS/CONTOS (ANALÍTICO)� 1º passo: Apresentação de partes do texto com sentido

completo, em cartazes;

� 2º passo: Memorização - leitura e escrita do texto;

� 3º passo: Decomposição do texto estudado em frases, (iniciando-se o estudo do 2º cartaz);

� 4º passo: Decomposição das frases em palavras;

� 5º passo: Decomposição das palavras em sílabas;

� 6º passo: Formação de novas palavras com as sílabas estudadas;

� 7º passo: Estudo e análise de grafemas/fonemas.

MÉTODOS ANALÍTICOS (palavração, sentenciação, global contos/textos)

PROPOSTA ENFOQUE VANTAGENS LIMITAÇÕES

Progressão de

unidades de

sentido mais

amplas (palavra,

frase, texto) a

unidades

menores

(sílabas).

Compreensão

de sentidos e

aprendizagem

ideovisual

(reconheci-

mento global

pela silhueta

da palavra,

frase ou texto).

Reconhecimento

global e mais

rápido das

palavras,

possibilitando a

leitura de

unidades com

sentido desde o

início da

escolarização.

Se não houver uma correta

orientação do professor:

Pode dificultar a leitura com

sentido quando o texto apre-

sentar palavras completamente

novas.

Se não houver uma orientação

correta para a decodificação,

corre-se o risco do aluno utilizar

do recurso da memorização sem

observar que as palavras são

compostas de unidades menores.

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MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO(equilíbrio e articulação)

� princípios de decodificação e de organização do sistema alfabético-ortográfico da escrita;

� princípios de compreensão, reconhecimento global e construção de sentidos em contextos de usos sociais da escrita e da leitura;

� princípios pertinentes à progressão das capacidades das crianças, com ênfase em intervenções para avanços.

�“Mais do que pensar em métodos, é preciso compreender os processos de aprendizagem

da criança ao tentar reconstruir a representação do sistema alfabético”.

Emília Ferreiro e Ana Teberosky

Perspectiva Construtivista

� Apresenta uma nova visão daaprendizagem, entendendo-a como umprocesso contínuo de desenvolvimento.

� As aprendizagens dadas durante o períododos três aos seis anos fazem parte doprocesso de alfabetização.

Perspectiva Construtivista

� A escrita, a leitura e a linguagem oral nãose desenvolvem separadamente, masatuam de maneira interdependente.

� A alfabetização inicial não é um processoabstrato, mas ocorre em contextosculturais e sociais determinados.

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Perspectiva Construtivista

� Dois tipos de conhecimento interativo fazem partedas primeiras experiências com a linguagem escritapor natureza:� Os conhecimentos elaborados pela criança a partir da

interação com os leitores e o material escrito.

� Os conhecimentos socialmente transmitidos pelos adultose assimilados pela criança.

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Níveis de hipótese de escritaA interpretação e a produção da leitura e escrita é

definida por Ferreiro; Teberosky (2000) em níveis, sendo eles:

� 1. Nível Pré-silábico;

� 2. Nível Silábico restrito;

� 3. Nível Silábico evoluído;

� 4. Nível Alfabético;

� 5. Nível Ortográfico.

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Nível Pré-silábico

� A escrita não apresenta nenhum tipo de correspondência entre grafias e sons. Escrever é reproduzir traços típicos da escrita, variando os caracteres à vontade.

� Ao escrever no nível Pré-silábico o educando poderá utilizar:� Letras, � Números;� Pseudoletras (outros símbolos diferentes de letras) misturados;� Apenas as letras do seu nome;� Muitas letras aleatoriamente.

Ex: MACACO TJJLANINOPATDOAITOP

Nível silábico restrito:

� Escrita em que cada emissão sonora (sílaba) é representada por uma letra, podendo ser usada qualquer letra para qualquer sílaba.

� Ex:

� MACACO DTA

� PATO TS

� CACHORRO EGT

Nível silábico evoluído:� As letras começam a adquirir valores sonoros estáveis. A

criança usa letras semelhantes para representar a parte sonora de cada sílaba, ou seja, para cada sílaba, o educando utiliza uma letra. As letras não são aleatórias e demonstram a correspondência sonora, podendo associar cada sílaba à sua vogal ou à sua consoante.

� A passagem para este nível é marcada pela descoberta de que a escrita representa a fala, o que significa importante momento na evolução da escrita e da leitura.

MACACO MAO ou MKO ou AKO

PATO PO ou AO

CACHORRO KOR AXO COR

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Nesta fase a criança entra em conflito quando escreve:

CACHORRO: KOO, ela não aceita escrever duas letras iguais ou registrar uma palavra com apenas uma letra, como PÉ: p. O registro de palavras monossílabas é um momento importante de intervenção do professor, diante do conflito do aluno. Esta pode ser uma etapa importante para que o educando reelabore suas hipóteses de escrita e avance para o nível seguinte.

Nível Alfabético:

� Nesta fase, que corresponde à transição do nível silábico para o alfabético, a criança começa a abandonar a hipótese silábica da escrita e a construir novos esquemas iniciando a análise alfabética.

� A criança utiliza as letras com seus valores convencionais, com variações de ortografia compatíveis com o sistema, ainda que nem sempre correspondam com a escrita padrão.

Ex:MACACO MAKAKO MAKACOPATO PATUCACHORRO KAXORO CAXORRO

U GATU BEBEU U LETI

Nível Ortográfico

Nesta fase o educando já se preocupa em escrever utilizando a ortografia correta.

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�O trabalho com a linguagem oral e escrita se constitui em um dos

espaços de ampliação das capacidades de comunicação e

expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças.

�A educação deve promover experiências significativas de

aprendizagem da língua, desenvolvendo habilidades

linguísticas, tais como: falar, escutar, ler escrever.

As primeiras experiências das crianças com a Linguagem Escrita

� A prática de ler histórias.

� A interação com o material impresso e manuscrito.

� A leitura e a escrita em ambientes informatizados.

E agora, que critérios observar na escolha do

método de alfabetização?

� Qualquer que seja o método escolhido, deve ser observado um envolvimento sistemático dos alunos com a escrita e a leitura em diferentes situações sociais.