metodologia em ead para reabilitação

Upload: simone-santos

Post on 06-Mar-2016

258 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Livro sobre metodologia cientifica em EaD

TRANSCRIPT

  • Metodologia em EaDRubens Gomes Corra

    Mrcia Freire Rocha Cordeiro Machado

    Cristina Maria Ayroza

    Everaldo Moreira De Andrade

    Andra dos Santos Rodrigues

    2011Curitiba-PR

    PARAN

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 2

    Catalogao na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia - Paran

    INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA - PARAN - EDUCAO A DISTNCIA

    Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paran para o Sistema Escola Tcnica Aberta do Brasil - e-Tec Brasil.

    Presidncia da Repblica Federativa do Brasil

    Ministrio da Educao

    Secretaria de Educao a Distncia

    Prof. Irineu Mario ColomboReitor

    Prof. Mara Christina Vilas BoasChefe de Gabinete

    Prof. Ezequiel WestphalPr-Reitoria de Ensino - PROENS

    Prof. Gilmar Jos Ferreira dos SantosPr-Reitoria de Administrao - PROAD

    Prof. Paulo Tetuo YamamotoPr-Reitoria de Extenso, Pesquisa e Inovao - PROEPI

    Neide AlvesPr-Reitoria de Gesto de Pessoas e Assuntos Estudantis - PROGEPE

    Prof. Carlos Alberto de vilaPr-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional - PROPLADI

    Prof. Jos Carlos CiccarinoDiretor Geral de Educao a Distncia

    Prof. Ricardo HerreraDiretor Administrativo e Financeiro deEducao a Distncia

    Prof Mrcia Freire Rocha Cordeiro MachadoDiretora de Ensino de Educao a Distncia

    Prof Cristina Maria AyrozaCoordenadora Pedaggica de Educao aDistncia

    Prof. Rubens Gomes CorraCoordenador do Curso

    Adriana Valore de Sousa BelloCassiano Luiz Gonzaga da SilvaDenise Glovaski Faria SoutoRafaela Aline VarellaAssistncia Pedaggica

    Prof Ester dos Santos OliveiraIdamara Lobo DiasProf Izabel Regina BastosLuara Romo PratesTelma Lobo DiasReviso Editorial

    Eduardo Artigas AntoniacomiFlvia Terezinha Vianna da SilvaTag ComunicaoDiagramao

    e-Tec/MECProjeto Grfico

  • e-Tec Brasil

    Apresentao e-Tec Brasil

    Prezado estudante,

    Bem-vindo ao e-Tec Brasil!

    Voc faz parte de uma rede nacional pblica de ensino, a Escola Tcnica

    Aberta do Brasil, instituda pelo Decreto n 6.301, de 12 de dezembro 2007,

    com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino tcnico pblico, na

    modalidade a distncia. O programa resultado de uma parceria entre o

    Ministrio da Educao, por meio das Secretarias de Educao a Distncia

    (SEED) e de Educao Profissional e Tecnolgica (SETEC), as universidades e

    escolas tcnicas estaduais e federais.

    A educao a distncia no nosso pas, de dimenses continentais e grande

    diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao

    garantir acesso educao de qualidade, e promover o fortalecimento da

    formao de jovens moradores de regies distantes, geograficamente ou

    economicamente, dos grandes centros.

    O e-Tec Brasil leva os cursos tcnicos a locais distantes das instituies de

    ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a

    concluir o ensino mdio. Os cursos so ofertados pelas instituies pblicas

    de ensino e o atendimento ao estudante realizado em escolas-polo

    integrantes das redes pblicas municipais e estaduais.

    O Ministrio da Educao, as instituies pblicas de ensino tcnico, seus

    servidores tcnicos e professores acreditam que uma educao profissional

    qualificada integradora do ensino mdio e educao tcnica, capaz

    de promover o cidado com capacidades para produzir, mas tambm com

    autonomia diante das diferentes dimenses da realidade: cultural, social,

    familiar, esportiva, poltica e tica.

    Ns acreditamos em voc!

    Desejamos sucesso na sua formao profissional!

    Ministrio da Educao

    Janeiro de 2010

    Nosso contato

    [email protected]

    e-Tec Brasil

  • Indicao de cones

    Os cones so elementos grficos utilizados para ampliar as formas de

    linguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual.

    Ateno: indica pontos de maior relevncia no texto.

    Saiba mais: oferece novas informaes que enriquecem o assunto ou curiosidades e notcias recentes relacionadas ao

    tema estudado.

    Glossrio: indica a definio de um termo, palavra ou expresso utilizada no texto.

    Mdias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mdias: vdeos,

    filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.

    Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes nveis de aprendizagem para que o estudante possa

    realiz-las e conferir o seu domnio do tema estudado.

    e-Tec Brasil

  • e-Tec Brasil

    Sumrio

    Palavra dos professores-autores 9

    Aula 1 Como surgiu o curso histrico 111.1 Apresentao 11

    Aula 2 O Curso no IFPR EaD 192.1 Objetivos do curso 19

    2.2 Perfil profissional de concluso 19

    2.3 Estgios 23

    Aula 3 Educao a Distncia 253.1 Definio de EaD? 25

    3.2 A Legislao Brasileira de EaD 28

    Aula 4 As geraes da Educao a Distncia 314.1 As Geraes 31

    4.2 Diferenas da EaD e da Educao Presencial 33

    Aula 5 A Educao a Distncia no IFPR 375.1 Ano de 2005 - Onde tudo comeou 38

    Aula 6 Metodologia dos cursos da EaD do IFPR 43

    Aula 7 O papel dos tutores na EaD 497.1 Quem o tutor presencial? 50

    7.2 Quem o tutor a distncia? 52

    Aula 8 O perfil do aluno na Educao a Distncia 558.1 Quem o aluno a Distncia? 55

    Aula 9 As tecnologias e sua contribuio para a Educao a Distncia 63

    9.1 Ambiente virtual de aprendizagem AVA 63

    9.2 Portal educacional da Educao a Distncia do IFPR 65

    Aula 10 Os meios de comunicao e a interao on-line na EaD 67

    10.1 Ferramentas para a comunicao na EaD 67

    Aula 11 Histria da computao 7111.1 Navegando um pouco na Histria 71

    11.2 O computador 72

    11.3 Internet 74

  • Aula 12 Hardware 7512.1 Principais componentes do computador 75

    Aula 13 Software 8313.1 Software programas de computador 83

    13.2 Funcionamento do computador 85

    Aula 14 Histria da Internet 8714.1 Breve histrico da criao da Internet 8714.2 Como conectar-se a Internet 89

    Aula 15 Editor de textos BrOffice Writer 9315.1 Conceitos bsicos 93

    Aula 16 Outros recursos 9716.1 Inserir nmeros de pginas em rodaps 97

    16.2 Trabalhando com tabelas Inserir tabelas 100

    16.3 Adicionar nmeros de linhas 103

    16.4 Visualizaes de impresso 105

    Aula 17 Marcadores e numerao 10717.1 Os diferentes estilos de figura que voc pode aplicar 107

    17.2 Formatar cabealhos ou rodaps 108

    17. 3 Ordem de classificao 109

    Aula 18 Planilha eletrnica BrOffice Calc 11118.1 Apresentao e conceitos bsicos 111

    18.2 Operaes Bsicas com uma planilha 113

    Aula 19 Frmulas 11719.1 Usando operadores de clculo em frmulas 117

    19.2 Funes 118

    19.3 Operadores de comparao 121

    Aula 20 Validao de dados 12320.1 Utilizar validade de contedo de clulas 123

    20.2 Grficos 128

    20.3 Configurar pgina 130

    Referncias 131

    Atividades autoinstrutivas 135

    Currculos dos professores-autores 151

    e-Tec Brasil

  • e-Tec Brasil9

    Palavra dos professores-autores

    Seja bem-vindo ao curso. Este livro didtico foi planejado com o objetivo

    principal de oferecer, subsdios necessrios que possam auxili-lo no

    desenvolvimento das suas atividades acadmicas. As diretrizes metodolgicas

    foram organizadas de forma a consolidar uma parceria entre voc e a proposta

    pedaggica dos cursos na modalidade a distncia do Instituto Federal do

    Paran IFPR. Para isso est organizado em trs blocos. O primeiro deles

    compreende as aulas 01 e 02, abordando uma breve introduo ao Curso e

    uma reflexo sobre o perfil do profissional. Dando continuidade a proposta,

    das aulas 03 a 10, voc ter contato com os fundamentos da Educao a

    Distncia e da metodologia do curso. Faremos uma discusso sobre o papel

    dos tutores presencial e a distncia, tambm do perfil do aluno a distncia,

    o portal educacional de aprendizagem, alm de conhecer a histria do IFPR.

    Num terceiro bloco, compreendendo as aulas 11 a 20, trabalharemos as

    questes relativas a introduo a informtica. Abordaremos a histria da

    computao e da Internet, conceitos bsicos de Hardware e Software, alm de aprender a usar um navegador, o BrOffice e as frmulas. Durante o estudo deste material, sero encontrados questionamentos que levaro

    voc a refletir, buscar solues, e at mesmo reconstruir conhecimentos.

    Eles cumprem um papel decisivo no processo de auto-avaliao, portanto

    interessante que voc reserve um lugar onde possa registrar o seu

    pensamento e ideias, compondo uma agenda de estudos. Alonso e Muniz

    (1999) orientam que a agenda compreendida como um instrumento de

    anotao pessoal, sobretudo, aquelas que te fizeram refletir sobre novos

    aspectos. No pense na agenda como algo mecnico, de fazer por fazer, mas

    como um registro de suas reflexes. importante ressaltar que esta vivncia/

    curso imprescindvel para suas atividades discentes e que, as informaes

    descritas neste material iro ajud-lo a ser eficiente e produtivo em seus

    estudos. Conte desde j com o nosso estmulo e o nosso apoio. Esperamos

    contar com seu interesse e sua motivao durante todo o curso.

    Um forte abrao,

    Os autores.

  • e-Tec Brasil11

    Aula 1 Como surgiu o curso histrico

    O objetivo desta aula trazer uma breve apresentao do curso, como foi

    formatado e constitudo, seu histrico, suas necessidades e especificaes

    de forma a lhes proporcionar, caros alunos e futuros profissionais, conhe-

    cimentos suficientes para atuarem na reabilitao do dependente qumico.

    Figura 1.1: Reabilitao de dependentes qumicosFonte: www.clinicadependentequimico.com.br

    1.1 ApresentaoVamos conhecer a proposta do curso tcnico em reabilitao de depen-dentes qumicos que voc escolheu!

    O governo e as instituies de ensino tm tomado conscincia da necessidade

    de unir foras e trabalhar em prol do enfrentamento do grave problema que

    acomete a populao brasileira, que o uso, abuso e dependncia de substncias psicoativas. Isso vem acontecendo a partir do desenvolvimento de

    poltica governamental que incentiva a adoo de iniciativas de cooperao

    entre diferentes instituies em programas e aes voltadas para a preveno,

    tratamento, recuperao e reinsero social do indivduo dependente de substncias psicoativas.

    AcometerAssaltar, atacar, investir. Agredir, injuriar, provocar.Fig. Dominar; invadir moral-mente: acometeu-o a clera.Dependncia1. Segundo o CID10 (Classifica-o Internacional de Doenas Parte de Psiquiatria, OMS - ONU), dependncia seria um conjunto de fenmenos psico-fisiolgicos que se desenvolvem depois de repetido consumo de uma substncia psicoativa.2. Caracteriza-se pela neces-sidade de repetidas doses da droga para o usurio sentir-se bem ou para evitar sensaes ruins. A dependncia definida como um grupo de sintomas cognitivos, comportamentais e psicolgicos que indicam o prejuzo no controle do uso, mesmo tendo conhecimento das consequncias adversas.

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 12

    A importncia do tratamento da dependncia passou a exigir ateno espe-

    cial, criando-se normas para o funcionamento de instituies de recuperao

    de dependentes e reconhecendo-se a necessidade de formao de profissio-

    nais para atuarem nessa rea, como o caso do curso aqui apresentado.

    Vocs estudaro em uma das disciplinas a Resoluo RDC 101 na ntegra e

    detalhadamente, porm esta Resoluo RDC 101 define o que so os ser-

    vios de ateno a pessoas com transtornos decorrentes do uso ou abuso de

    substncias psicoativas e estabelece as normas para funcionamento como

    a equipe mnima para as Comunidades Teraputicas, dentre eles a presena

    de Agentes Comunitrios capacitados em dependncia qumica em cursos aprovados pelos rgos oficiais de educao...

    Por sua vez, o Ministrio da Sade por intermdio da Portaria GM/816

    (30/04/2002) instituiu, no mbito do SUS - Sistema nico de Sade, o Progra-

    ma Nacional de Ateno Comunitria Integrada Usurios de Substncias Psi-

    coativas, lcool e outras Drogas, determinando a implantao de Centros de

    Ateno Psicossocial lcool e drogas (CAPSad) para o atendimento especfico

    de pacientes com dependncia e/ou uso prejudicial de lcool e outras drogas.

    A portaria GM/816 dispe so-

    bre a equipe tcnica mnima

    necessria ao seu funciona-

    mento, onde a formalizao

    de uma estrutura mnima de

    recursos humanos nos servios

    de ateno a pessoas com pro-

    blemas relacionados ao lcool

    e outras drogas, cria uma demanda por profissionais de nvel tcnico. Diante

    dessa demanda, coube ao Ministrio da Educao desenvolver propostas por

    meio de estudos, onde se reuniu membros de diversos segmentos, se dando

    principalmente com a colaborao da Secretaria Nacional Antidrogas, sobre o

    perfil desse tcnico e identificao da sua rea profissional a que estaria vincu-

    lado e caracterizado como um profissional de nvel tcnico vinculado rea de

    Sade, pois trouxe como proposta e criou no ano de 2002 o total de 120 CAPs

    ad em todo o Brasil.

    Para que essa proposta pudesse alcanar xito, na sequncia foi criado um

    grupo que teria como principal atribuio apresentar um projeto de criao

    de curso de educao profissional de nvel tcnico em Reabilitao em De-

  • e-Tec BrasilAula 1 Como surgiu o curso histrico 13

    pendncia Qumica e um plano para capacitao de professores na rea de

    dependncia qumica. Este grupo foi representado com dois profissionais

    do Ministrio da Educao, dois do Ministrio da Sade e dois da Secretaria

    Nacional Antidrogas, formalizado pela Portaria Interministerial n. 1.964, de

    09 de julho de 2002.

    A ANVISA entendeu o Grupo de Trabalho que o profissional referido na

    Resoluo n. 101/01, seria o Tcnico em Reabilitao de Dependentes Qumicos, portanto os trabalhos desenvolvidos por este grupo resultou na proposta de criao do Curso Tcnico em Reabilitao de Dependentes

    Qumicos. Para elabor-la, foram desenvolvidas consultas e visitas tcnicas

    especficas para esta finalidade e a diversas instituies que prestam servi-

    os de ateno a pessoas com transtornos decorrentes do uso ou abuso de

    substncias psicoativas, em hospitais e clinicas, com o objetivo de verificar a

    necessidade de que tipo de profissional e que tipo de trabalho desenvolveria,

    podendo assim traar o perfil deste profissional a ser formado.

    Justifica-se o curso pela grande demanda do potencial de abuso ou uso abusivo das drogas, que h muito deixou de ser um problema psiquitrico

    ou exclusivamente mdico. As implicaes sociais, psicolgicas, econmicas

    e polticas em relao dependncia de substancias psicoativas so enormes

    e devem ser consideradas na compreenso global e sistmica do problema.

    Nos ltimos anos, sobretudo a partir da dcada de oitenta, assistiu-se ao

    fenmeno de expanso do narcotrfico e da sua estruturao como crime

    organizado em mbito transnacional, causando prejuzos econmicos e so-

    ciais significativos s naes do mundo inteiro.

    Para ler e refletir...

    Os estudos e pesquisas realizados no Brasil possibilitam verificar que o uso

    de drogas est se tornando cada vez mais presente na vida cotidiana dos

    cidados, atingindo crescentemente o jovem. Levantamento realizado re-

    centemente registrou, entre crianas e adolescentes do ensino fundamental

    e mdio, o aumento significativo na tendncia de uso dos anfetamnicos,

    maconha, cocana e o crack quando comparado a estudos mais antigos, na

    mesma populao. Alm disso, os estudos revelam que o incio do uso de

    drogas tende a ser bastante precoce no pas, visto que, entre as crianas na

    faixa etria de 10 a 12 anos, 51,2% j tem consumido lcool; 11% usaram

    tabaco; 7,8% solventes; 2% ansiolticos e 1,8% utilizaram anfetamnicos. AnfetamnicosA anfetamina uma droga sinttica de efeito estimulante da atividade mental.

    Leia a portaria dentro do Caderno do Curso Tcnico em Reabilitao de Dependentes Qumicos no site:http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/dependentes.pdf que traz especificaes e pormenores da portaria.

    Assista, atravs do link abaixo, o vdeo Clnica Grand House na Srie de Reportagem do Jornal da Record - 26/07/2010 - vocs percebero que: Uma introduo ao uso de drogas pode comear com o lcool.http://www.youtube.com/watch?v=JH_EbLNEDRQ&feature=related

    Potencial de abuso a capacidade de uma substn-cia de desenvolver um padro de comportamento de uso abusivo.

    O padro de comportamento de uso abusivo depende dos efeitos farmacolgicos agradveis, da averso sndrome de abstinncia, do desenvolvimento de tolerncia e de fatores individuais e ambientais. Quanto maior o potencial de abuso, maior ser a chance de um indivduo desenvolver dependncia.

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 14

    Na mesma direo, outro estudo realizado, tambm em 2007, constatou

    que 88,1% das crianas e adolescentes em situao de rua j haviam utiliza-

    do algum tipo de droga na vida, excluindo lcool e tabaco. A anlise desses

    dados leva suposio de que o uso da droga um comportamento muito

    presente no cotidiano dessas crianas e adolescentes, gerando problemas

    orgnicos, psicolgicos e sociais que se somam prpria situao de rua.

    (CEBRID, 2009).

    Pesquisa interessante realizada em 1993, com conscritos do Exrcito Brasi-leiro, constatou que 20% deles j haviam experimentado maconha, sendo

    que 5% faziam uso regular. Sobre o consumo de cocana, em suas vrias

    formas possveis de uso, identificou-se que a mais utilizada era a cocana

    cheirada sendo que 7,2% j haviam experimentado a droga e 1,5% faziam

    uso regular da mesma.

    Estes percentuais reduziram-se para 4% e 1,1% no que se refere ao consu-

    mo de crack, e para 1,9% e 0,7% em relao cocana injetada. Importante

    ressaltar que, em relao ao lcool, 50% relataram uso constante.

    Dados do primeiro estudo epidemiolgico nacional, realizado em 2002,

    identificaram que as drogas mais consumidas pela populao brasileira so

    o lcool (67,9%) e o tabaco (42%). Em seguida, temos como drogas de con-

    sumo significativo, a maconha (6,3%), os solventes (5,4%), os orexgenos

    (4,4%), os benzodiazepnicos (3,5%), a codena (2,1%) e a cocana (2,1%).

    Alm dos dados de pesquisa, verifica-se a ocorrncia de um crescente au-

    mento no nmero de internaes motivadas pela dependncia de drogas na

    rede do Sistema nico de Sade (SUS).

    Para ler e refletir...

    Nmero de usurios de crack no pas ultrapassa 1 milho, diz especialista

    Figura 1.3: Usurios de crackFonte: http://noticias.r7.com

    O nmero de usurios de crack hoje no

    Brasil est em torno de 1,2 milhes e a

    idade mdia para incio do uso da droga

    13 anos. Os dados foram apresentados

    recentemente pelo psiquiatra Pablo Roig.

    A denominao anfetaminas atribuda a todo um grupo de substncias como: fenproporex, metanfetamina e dietilpropiona. Todas estas so comercializadas

    sob a forma de medicamento. Os usos clnicos mais comuns so como moderador de apetite e

    no tratamento de pacientes com Transtorno de Dficit de Ateno/

    Hiperatividade. Outro tipo de anfetamina bem conhecida,

    porm de uso ilcito, logo no encontrado em farmcias, a metilenodioximetanfetamina

    (MDMA), conhecida por xtase.

    Vamos conhecer um pouco mais sobre anfetaminas, acesse o link do Ministrio da Justia no site

    abaixo e observe a definio, histrico da doena, mecanismo

    de ao, efeitos no organismo dentre outras informaes.

    http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/index.

    php?id_conteudo=11285&rastro=INFORMA%C3%87%C3%95ES+SOBRE+DROGAS%2FTipos

    +de+drogas/Anfetaminas

    Conscritos um termo geral para

    qualquer trabalho involuntrio requerido por uma autoridade

    estabelecida, mas ao que mais frequentemente associado ao

    servio militar obrigatrio.

  • e-Tec BrasilAula 1 Como surgiu o curso histrico 15

    Os locais de atendimento s doenas e os agravos da Sade, tais como pron

    tos socorros e servios de pronto atendimento so uma das principais reas

    que recebe o impacto do consumo de drogas, pois estas consequncias so

    relacionadas doenas, acidentes domsticos, construes e principalmente

    e sobre tudo no trnsito e est ligada diretamente as causas de morte.

    Dados estatsticos apresentado h alguns anos pelo CEBRID - Centro Brasilei-

    ro de Informaes sobre Drogas Psicotrpicas informa que o uso de drogas,

    tambm acarreta no aumento do abandono escolar influenciando assim no

    nvel educacional da populao no Pas.

    Fonte: http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/dependentes.pdf.

    Alm disso, as drogas afetam a renda familiar e o status social, pois elas aba-

    lam as condies de trabalho e empregabilidade. Estudo realizado no ano de

    2000 mostrou que 10 a 15% dos empregados da indstria paulista tinham

    problemas de dependncia e que 15 a 30% dos acidentes de trabalho e

    50% das faltas e licenas mdicas estavam relacionadas ao uso de drogas.

    Figura 1.4: Drogas e gravatas http://zelmar.blogspot.com

    Outro problema srio e que est fora do controle das autoridades, est re

    lacionado s aes vinculadas ao trfico de drogas, incluindo aqui conflitos

    violentos entre grupos associados. Tambm so problemas os crimes que

    costumam ser cometidos como forma do indivduo financiar seu consumo,

    principalmente por meio de roubos ou mesmo a prpria prostituio, consi-

    derada crime em diversos pases.

    Estudo feito no Pas verificou que 68% dos homicdios culposos, 62% dos

    assaltos, 54% dos assassinatos e 44% dos roubos ocorridos esto relacio-

    nados com o uso de bebidas alcolicas. So justamente estes problemas

    Visite o blog nossas mentes livres e descubra um pouco mais sobre drogas, ali existe uma breve descrio de algumas drogas que afligem a populao de um modo geral.http://nossasmenteslivres.tumblr.com/

    Voc pode consultar o site do CEBRID Brasileiro de Informaes sobre Drogas Psicotrpicas e ter um enriquecimento cientfico importante e tambm fascinante, pois proporcionar informaes e estudos atualizados sobre o consumo de drogas psicoativas. http://www.cebrid.epm.br/index.php

    Uma dica assistir o filme TROPA DE ELITE e TROPA DE ELITE II, onde mostra claramente os interesses que esto muitas vezes por trs do trfico.

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 16

    decorrentes do uso indevido de drogas, cada vez mais elevados, que tornam

    urgente uma ao enrgica e adequados do ponto de vista da sade pblica.

    O aumento no nmero de usurios de drogas e dos dependentes de subs-tncias psicoativas em todo o mundo, conjugados com uma insuficincia de

    meios para atend-los, provocaram, nos ltimos vinte anos, a proliferao

    de novas instituies para o tratamento e recuperao dos dependentes de

    substncias psicoativas farmacodependentes ou como eram denominados

    antigamente de drogados ou drogadictos.

    No caso particular do Brasil, o acrscimo do uso de drogas se processou, em

    regra, de modo desordenado e com distribuio por todo territrio nacional.

    Estatsticas por rgos oficiais como o IBGE apontam para 98% dos munic-

    pios Brasileiros j terem problemas com o crack.

    Diversos modelos de abordagem para este tipo de problema vm sendo

    discutidos, porm, a Secretaria Nacional Antidrogas - SENAD realizou uma

    pesquisa que apresentou dados relativos ao ano de 2000, apontando a exis-

    tncia de 1.360 instituies para tratamento no pas, onde a maioria atende

    pacientes com transtornos mentais e dependentes qumicos no mesmo am-

    biente e da mesma forma, onde esses servios, em sua maioria, tm funcio-

    nado dentro de normas estabelecidas pela prpria instituio, com equipes

    sem capacitao ou formao em reas afins. A falta de planejamento e de

    recursos responsvel e levam muitas delas a funcionarem sem condies

    de proporcionar um atendimento no mnimo razovel, o que acarreta uma

    grande preocupao para o governo.

    Durante o I Frum Nacional Antidrogas, em Braslia, onde cerca de 2.000

    representantes de diversos setores da sociedade brasileira se reuniram para

    apontar necessidades especificas da rea de tratamento, sugerir aspectos

    a serem includos na Poltica Nacional Antidrogas e estabelecer um dilogo

    permanente entre a sociedade e o Governo Federal, um dos temas centrais

    versou sobre a melhoria do nvel do tratamento no Pas, que deveria comear

    pelo treinamento do pessoal que nele trabalha.

    Em agosto de 2001, o Ministrio da Sade realizou o Seminrio Sobre o

    Atendimento aos Usurios de lcool e outras Drogas na Rede SUS, o qual teve como eixos para discusso o modelo assistencial vigente e a formao

    de recursos humanos voltados para o atendimento desta subpopulao

    especfica.

    Usurios de droga injetvel (UDI)

    indivduo que usa a droga atravs da injeo intramuscular, subcutnea ou intravenosa (IV).

    Drogadictodrogado, viciado,

    dependente qumico.

    O Sistema nico de Sade teve seus princpios estabelecidos

    na Lei Orgnica de Sade, em 1990, com base no artigo 198

    da Constituio Federal de 1988. Os princpios da universalidade, integralidade e da equidade so s vezes chamados de princpios ideolgicos ou doutrinrios, e os

    princpios da descentralizao, da regionalizao e da

    hierarquizao de princpios organizacionais, mas no est

    claro qual seria a classificao do princpio da participao popular.

    SUSSistema nico de Sade

  • e-Tec BrasilAula 1 Como surgiu o curso histrico 17

    Vale destacar que a promoo de melhorias no sistema de sade e a qualifi

    cao dos recursos humanos, fundamentada em conhecimentos validados,

    voltados para a assistncia de indivduos com transtornos decorrentes do

    consumo de substncias psicoativas, so objetivos tambm da Poltica Na

    cional Antidrogas CONAD.

    http://www.obid.senad.gov.br/portais/CONAD/index.php

    Impulsionados pelos movimentos governamentais e no-governamentais, a

    Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria - ANVISA publicou a Resoluo RDC

    n. 101, que estabelece normas mnimas para o funcionamento das institui-

    es que atuam segundo modelo psicossocial, conhecida por Comunidade

    Teraputica ou Servios Assemelhados, a qual determina que essas institui-

    es devero possuir uma equipe mnima para atendimento a cada grupo

    de 30 pacientes.

    Simplificadamente voc poder verificar a proposio da RDC 101 em rela-

    o composio mnima da equipe em uma Comunidade Teraputica:

    a) 01 (um) profissional da rea de sade ou servio social, com formao su-perior, responsvel pelo Programa Teraputico, capacitado para o atendi-

    mento de pessoas com transtornos decorrentes de uso ou abuso de SPA, em cursos aprovados pelos rgos oficiais de educao e reconhecidos

    pelos CONENs ou COMENs;

    b) 01 (um) Coordenador Administrativo;

    c) 03 (trs) Agentes Comunitrios capacitados em dependncia qumica em cursos aprovados pelos rgos oficiais de educao e reconhecidos pelos

    CONENs e COMENs.

    Representantes de diversos segmentos da sociedade brasileira, preocupados

    com a qualidade da assistncia ao usurio de drogas em fase de recupera-

    o no mbito das comunidades teraputicas no Pas e com a RDC 101/01

    discutiram e levantaram pontos importantes, tais como recursos humanos

    e capacitao tambm, que foram temas que permearam a maioria das

    discusses do II Frum Nacional Antidrogas e foram levados ao Ministrio

    da Educao e ao Ministrio da Sade, sobre os requisitos mnimos para a

    formao dos Agentes Comunitrios, Conselheiros, Monitores, das equipes

    de hospitais e ambulatrios.

    http://www.cratod.saude.sp.gov.br/forum/Resolu%E7%E3o%20RDC%20101%20ANVISA.pdf

    CONADConselho Nacional Antidrogas

    Leia no site abaixo os princpios do SUS que so: Universalidade, Integralidade, Equidade, Participao da comunidade, Descentralizao poltico-administrativa, Hierarquizao e regionalizao:http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_%C3%9Anico_de_Sa%C3%BAde#Princ.C3.ADpios_do_SUS

    O Conselho Nacional Antidrogas CONAD aprovou a nova Poltica Nacional sobre Drogas no ltimo dia 27/10/2005, resultado do realinhamento da Poltica Nacional Antidrogas vigente at ento. Fonte: http://www.almg.gov.br/eventos/imagens/politica_nacional_antidrogas.pdf

    Para que voc entenda um pouco melhor os temas abordados a partir daqui, faa a leitura da RDC. Acesse o link abaixo e saiba mais sobre a RDC 101 - ANVISAhttp://www.anvisa.gov.br/legis/resol/101_01rdc.htm

    SPASubstncia Psicoativa;CONENConselho Nacional de Entorpecentes;COMENConselho Municipal de Entorpecentes (atualmente so definidos como CONAD - Conselho Nacional Antidrogas).

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 18

    Resumo Os pontos aqui apresentados se destacam pela importncia da criao da

    legislao que aborda a questo da dependncia qumica, os rgos que so

    responsveis pela atuao no mbito nacional, estadual e municipal, bem

    como o atendimento de sade regulamentado pelo SUS e a importncia do

    conhecimento da RDC 101 que regula o funcionamento das Comunidades

    Teraputicas de Reabilitao de Dependentes Qumicos para a formao e

    da criao do Curso Tcnico de Reabilitao do Usurio de Drogas.

    Estas informaes lhe daro subsdios para contextualizar as que se segui-

    ro, pois so introdutrias ao curso para formalizao da profisso.

    Atividades de aprendizagemDe acordo com o texto indicado em mdias integradas (POLTICA NACIO-NAL ANTIDROGAS) responda as questes sobre tratamento, recuperao e reinsero social, abaixo:

    1. Qual a obrigao do estado nas questes de tratamento, recuperao e reinsero social?

    2. Quais as etapas da recuperao?

    3. O que reduo de danos segundo a poltica nacional antidrogas?

    4. O que reinsero social?

    Leia o texto, Poltica Nacional Antidrogas, disponvel em:http://www.almg.gov.br/

    eventos/imagens/politica_nacional_antidrogas.pdf

  • e-Tec Brasil19

    Aula 2 O Curso no IFPR EaD

    Nesta aula ser apresentado a voc aluno os objetivos, e os contedos das

    disciplinas que sero abordadas no curso e ainda conhecer os diversos

    campos de atuao. Lembre-se que estas informaes so muito impor-

    tantes para a sua formao profissional como Tcnico em Reabilitao de

    Dependentes Qumicos.

    2.1 Objetivos do cursoO Curso Tcnico em Reabilitao de Dependentes Qumicos visa preparar

    profissionais na rea de Sade para atuarem como tcnicos de nvel m-

    dio, compondo equipes multidisciplinares, em servios de ateno a pessoas

    com transtornos decorrentes do uso ou abuso de substncias psicoativas,

    exercendo atividades educativo-preventivas, clnico-recuperativas e de ges-

    to de programas e servios de preveno e de reabilitao da dependncia

    qumica, dando sada intermediria para a ocupao de auxiliar tcnico em

    reabilitao de dependentes qumicos.

    2.2 Perfil profissional de concluso

    Figura 2.1: Atendimento teraputico Fonte: http://ravenasilvapsique.blogspot.com

    O Tcnico em Reabilitao de Dependentes Qumicos um profissional que

    compe uma equipe multidisciplinar nos programas ou servios de ateno

    a pessoas com transtornos decorrentes do uso ou abuso de substncias psi-

    coativas. orientado e supervisionado por profissionais de nvel superior da

    rea da Sade e de Servio Social. Est em contato permanente com os pa-

    cientes e familiares, facilitando o trabalho de vigilncia e promoo da sade

    realizada por toda equipe.

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 20

    Esse Tcnico exerce a funo de um co-terapeuta que, em conjunto com

    outros profissionais e sob a orientao destes, fazendo parte de equipes

    multidisciplinares, mobiliza saberes, vivncias e experincias. Entende-se por

    co-terapeuta o profissional que auxilia o terapeuta no estudo e na colocao

    em prtica dos meios adequados para aliviar doenas. Nesse sentido, o perfil

    de concluso a ser alcanado no Curso Tcnico em Reabilitao de Depen-

    dentes Qumicos envolve seis competncias bastante abrangentes, em trs

    mbitos de atuao, que veremos a seguir.

    2.2.1 No mbito da educao e da prevenoI. Atuao em campanhas, eventos e situaes de informao e escla-

    recimento da comunidade

    Competncia: Participar do planejamento e desenvolvimento de trabalhos de informao e esclarecimento sobre o uso indevido de drogas, mobilizan-

    do, de forma articulada, a valorizao da vida saudvel, do autocuidado e

    da preservao da integridade biopsicossocial junto comunidade; conhecer

    as bases de natureza bioqumica e psicossocial relacionadas dependncia e

    aos problemas a ela correlatos; e conhecer princpios, estratgias e recursos

    de comunicao e sensibilizao comunitria, desenvolvendo habilidades

    para a utilizao destes recursos.

    Figura 2.2: Aes preventivas na escolaFonte: http://projetoapesjbv.blogspot.com

    II. Atuao em programas de reduo da demanda de drogas e de reduo de danos

    Competncia: Participar na concepo, desenvolvimento ou monitoramen-to do desenvolvimento de programas de reduo de demanda de drogas e

    de reduo de danos, mobilizando, de forma articulada, a valorizao da

    vida saudvel, do autocuidado e da preservao da integridade biopsicos-

  • e-Tec BrasilAula 2 O Curso no IFPR EaD 21

    social humana; conhecer as circunstncias biopsicossociais, sociolgicas e

    ambientais, caractersticas ou comuns nas dependncias, aliadas a conhe-

    cimentos e habilidades de operacionalizao de estratgias e recursos de

    minimizao de circunstncias estimulantes ou desencadeantes.

    2.2.2 No mbito da recuperao e reabilitao tratamento, recuperao e reinsero social

    Figura 2.3: Atividades e atendimentoFonte: http://novaesperancasaude.blogspot.com

    I. Atuao no apoio e suporte ao diagnstico

    Competncia: Oferecer (coletar, registrar e reunir) informaes de apoio e suporte ao diagnstico, inclusive o social, e ao encaminhamento e re-

    encaminhamento teraputico, mobilizando, de forma articulada, bases

    sobre as caractersticas dinmicas dos diferentes quadros de dependn-

    cia, sobre as tcnicas e os procedimentos de observao de comporta-

    mento, de abordagem e de entrevista recomendados e preconizados para

    os diferentes casos, assim como habilidades para operacionalizar essas

    tcnicas e esses procedimentos, para registrar e transmitir, clara e pre-

    cisamente, com domnio de vocabulrio tcnico-cientfico especfico, as

    informaes coletadas.

    II. Atuao na operacionalizao do processo teraputico

    Competncia: Aplicar e conduzir diferentes tcnicas teraputicas e de rein-sero social global prescrita a partir da interpretao adequada de prescri-

    es e orientaes, mobilizando, de forma articulada, conhecimentos so-

    bre os diferentes mtodos e tcnicas teraputicas indicados pela cincia e

    tecnologia da rea, habilidades para operacionaliz-los, com a ativao do

    respeito contribuio de diferentes reas do conhecimento, dos conceitos

    de multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e da habilidade para trabalho

    em equipes que obedeam a estes conceitos.

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 22

    III. Atuao em situaes emergenciais

    Afrouxar roupas, retirar objetos pessoais,proteger a cabea.

    Figura 2.4: Atendimento de emergncia Fonte: http://clicaki.net/o-que-convulsao

    Competncia: Intervir em situaes emergenciais com base no conhecimen-to e na interpretao de orientaes e prescries indicadas para diferentes

    casos, utilizando, de forma hbil e adequada, tcnicas e procedimentos de

    primeiros socorros, alm de interveno em casos de intoxicao, abstinn-

    cia e seus desdobramentos.

    2.2.3 No mbito da gestoI. Atuao na participao, no planejamento e na organizao de ser-

    vios de preveno e de reabilitao da dependncia qumica.

    Competncia: Contribuir no planejamento e na organizao de servios eficientes e eficazes de preveno e de reabilitao da dependncia qu-

    mica, mobilizando, de forma articulada, conhecimento crtico-avaliativo de

    modelos de gesto, convencionais e alternativos, adotados em diferentes

    iniciativas na rea, na perspectiva da utilizao racional dos diferentes recur-

    sos sociais ou do fortalecimento da rede social local e regional, envolvendo

    aspectos de natureza estratgica, programtica, de recursos humanos, de

    recursos materiais, de sustentabilidade tcnica e financeira.

  • e-Tec BrasilAula 2 O Curso no IFPR EaD 23

    2.3 Estgios

    Figura 2.5: Participao em grupos de apoio Fonte: Montagem realizada pelo autor.

    O aluno dever realizar o total de 260 horas de estgio obrigatrio para

    complemento da carga horria do Curso Tcnico em Reabilitao de Depen-

    dentes Qumicos com parcerias com Municpios e IFPR, termo de parceria

    por meio de contrato com seguro de vida obrigatrio. Caber ao municpio

    parceiro e/ou aluno providenciar os locais de estgio dentro do estabelecido

    nas normas institucionais do IFPR/EAD.

    Os estgios esto divididos em dois mdulos: 130 horas em Centro de Aten-

    o Psicossocial CAPs e Centro de Ateno Psicossocial lcool e Drogas

    CAPs ad. Centro de Recuperao, Clnicas de Recuperao e Hospitais

    Psiquitricos que tenham tratamento para dependentes qumicos e outro

    mdulo de estgio de 130 horas em Comunidades Teraputicas ou Casa de

    Recuperao, desde que tenha certificao e alvar para funcionamento

    com CNPJ.

    Figura 2.6: Apoio nos gruposFonte: www.conasems.org.br

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 24

    ResumoAqui neste mdulo voc teve a oportunidade de conhecer onde poder

    atuar como Tcnico em Reabilitao de Dependentes Qumicos e como tal,

    estar fazendo parte de uma equipe multidisciplinar nos programas ou servi-

    os de ateno a pessoas com transtornos decorrentes do uso ou abuso de

    substncias psicoativas, podendo atuar e exercer a funo de co-terapeuta

    que, em conjunto com outros profissionais far parte da equipe multiprofis-

    sional e nesse sentido voc verificou que o perfil de concluso envolve trs

    mbitos de atuao, ou seja, na Educao e Preveno, atuao em campa

    nhas, eventos e situaes de informao e esclarecimento da comunidade,

    atuao em programas de reduo da demanda de drogas e de reduo de

    danos e recuperao e reabilitao tratamento, recuperao e reinsero

    social, atuao no apoio e suporte ao diagnstico, na operacionalizao do

    processo teraputico, em situaes emergenciais, na participao, no pla-

    nejamento e na organizao de servios de preveno e de reabilitao da

    dependncia qumica.

    Atividades de aprendizagem De acordo com a leitura do artigo da revista eletrnica scielo, indicado

    em Mdias integradas, apresente pelo menos 10 atividades que o tera-peuta poder praticar quando estiver atuando em grupos de ajuda.

    Leia o artigo da revista eletrnica scielo, que est disponvel em:

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=

    S0104-11692005000200018&lng=pt&nrm=iso

    Voc perceber que os autores enfatizam o nvel tcnico-

    cientfico em que o trabalho com grupos desenvolvido e ainda a

    influncia da personalidade do terapeuta nos participantes.

  • e-Tec Brasil25

    Aula 3 Educao a Distncia

    Voc est iniciando um curso a distncia. Provavelmente voc deve ter

    realizado a maior parte de seus estudos na modalidade presencial, no

    mesmo? E por que escolheu um curso a distncia?

    Com certeza voc respondeu que optou pela modalidade a distncia porque

    no tem um horrio compatvel com um curso presencial e/ou porque no

    poderia se deslocar at uma escola que oferea este curso. Outra resposta

    possvel seria que a oferta do curso que voc escolheu s existe na modalida-

    de a distncia. Independente da sua resposta, com certeza voc ouviu que,

    nos ltimos anos, houve um aumento da oferta de cursos nesta modalidade.

    A rpida difuso da Educao a Distncia, chamada carinhosamente de EaD,

    consequncia do desenvolvimento tecnolgico e da exploso informacio-

    nal que o mundo viveu nos ltimos anos.

    Figura 3.1: Educao a DistnciaFonte: www.sxc.hu

    3.1 Definio de EaD?Agora, responda: Antes de iniciar este curso, o que sabia sobre esta modali-

    dade de educao? E afinal qual a definio de EaD?

    Cremos que, para a maioria de vocs, esta primeira experincia num curso

    na modalidade a distncia. Sendo assim, torna-se primordial entendermos a

    definio de EaD. Na concepo de Gaspar, a Educao a Distncia :

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 26

    Uma estratgia centrada na aprendizagem que ocorre de mtodos e

    meios adequados para que ela se realize efetivamente, com o pressu-

    posto de que o aprendente no est face ao ensinante. Exige, portanto,

    controle apertado que se pode resumir a trs grandes funes proces-

    suais: tutoria, superviso do processo de aprendizagem, avaliao do

    progresso e do resultado dessa aprendizagem. (GASPAR, 2001, p. 70)

    Ainda segundo a autora,

    esta metodologia de ensino centra o processo educativo no aluno, logo

    o ncleo central est na aprendizagem gerida pelo aprendente e supor-

    tada pelos materiais de ensino, e de controlo e avaliao das aprendi-

    zagens. (GASPAR, 2001, p. 70)

    Para Moran (2002), a Educao a Distncia o processo de ensino/apren-

    dizagem mediado por tecnologias, no qual professores e estudantes esto

    separados espacial e/ou temporalmente.

    J Keegan (1996) aponta caractersticas para a definio de EaD:

    A separao fsica entre professor e aluno durante quase todo o processo educativo.

    A separao do aluno de um grupo de aprendizado. A participao de uma organizao educacional, contendo planejamen-

    to, sistematizao, plano, projeto e organizao dirigida.

    O uso de vrias tecnologias e mdias para a distribuio do contedo do curso.

    A comunicao de mo dupla, ou seja, permite que o aluno tambm possa iniciar um dilogo com o professor.

    Tem encontros ocasionais presenciais com objetivos didticos e de socia-lizao.

    Garcia Aretio (1996) assinala como funes da EaD:

    A democratizao do acesso educao; A fomentao de uma educao permanente e aperfeioamento pro-

    fissional;

    A possibilidade de uma aprendizagem autnoma, ligada experincia, reduo dos custos;

    Implantao de educao de qualidade.

    Tecnologia o conjunto de conhecimentos

    de que uma sociedade dispe sobre cincias e artes industriais,

    incluindo os fenmenos sociais e fsicos, e a aplicao destes

    princpios produo de bens e servios

    (Goldemberg, 1978, p.157). Acesso: http://www.eps.ufsc.br/

    teses99/aguiar/gloss.htmlMdia

    Qualquer suporte de difuso de informaes (rdio,

    televiso, imprensa escrita, livro, computador, satlite

    de comunicaes etc.) que constitua simultaneamente

    um meio de expresso na qual um intermedirio capaz de

    transmitir uma mensagem a um grupo.

    Democratizar Tornar democrtico.

    Tornar acessvel a todas as classes; popularizar:

    democratizar o ensino. Fomentar

    Sustentar, incitar, excitar, entreter. Promover o progresso.

  • e-Tec BrasilAula 3 Educao a Distncia 27

    A preocupao bsica da Educao a Distncia, confirmada por inmeros

    autores, a democratizao e o acesso ao saber escolarizado para atender a

    demanda imposta pela sociedade, como uma forma eficaz de superao nos

    processos de excluso social.

    A EaD um recurso para atender contingentes de alunos de forma mais

    efetiva que outras modalidades de ensino e sem riscos de reduzir a qualida-

    de dos servios oferecidos em decorrncia da ampliao da clientela a ser

    atendida.

    A regulamentao da EaD, que seguiu a Lei de Diretrizes e Bases Lei

    n. 9.394/1996, se materializou nos Decretos n. 2.494, de 10 de fevereiro

    de 1998, e n. 2.561, de 27 de abril de 1998, que alterou a redao dos

    Artigos 11 e 12. , portanto, no texto do Decreto n. 2.494, que se redefine

    a Educao a Distncia como:

    ...uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com

    a mediao de recursos didticos sistematicamente organizados,

    apresentados em diferentes suportes de informao utilizada isola-

    damente ou combinada, e vinculada pelos diversos meios de comu-

    nicao. (Art.1)

    Em 2005, o MEC rev o decreto n. 2.494/1998 e a portaria n. 301/1998, as-

    sim a partir do decreto n. 5.622/2005 define o que entende por Educao a

    Distncia:

    Caracteriza-se a Educao a Distncia como modalidade educacio-

    nal na qual a mediao didtico/pedaggica nos processos de ensino

    e aprendizagem ocorre com a utilizao de meios e tecnologias de

    informao e comunicao, com estudantes e professores desenvol-

    vendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (Art. 1)

    Vivemos hoje um momento de intensas inovaes socioculturais, provocadas

    pela evoluo tecnolgica que permite a disseminao de informaes de

    forma cada vez mais abrangente. Assim, a tecnologia vem proporcionando

    oportunidades para prticas educacionais inovadoras. Estes espaos esto

    se definindo como possibilidades estratgicas para o desenvolvimento

    de programas de EaD, aliando a virtualidade interatividade, numa tentativa de superao de dois elementos bsicos nos processos de ensino

    aprendizagem: distncia e tempo.

    VirtualAlgo que no fsico, apenas conceitual.Algo que no concreto. Virtual tudo aquilo que no palpvel, geralmente alguma abstrao de algo real.A simulao de algo, como em Realidade Virtual, Memria virtual, Disco virtual.InterativoAdj. Cuja ao ou reao se exerce mtua ou reciprocamente (entre duas ou mais pessoas ou coisas).Diz-se de sistema de comunicaes (telefone, televiso a cabo, computador) que envolve um pedido do usurio ou uma resposta (p. ex., numa sondagem de opinio pblica): televiso interativa.

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 28

    As perspectivas de uma Educao a Distncia interativa, significativa e flexvel

    vem se tornando realidade em muitas instituies de ensino, onde a internet

    apresenta-se como um suporte alternativo e eficiente. Caracterizados como

    ambientes virtuais de aprendizagem tm a finalidade de disponibilizar

    informaes, promover integrao, troca de ideias e de informaes.

    Neste ambiente torna-se possvel tirar dvidas, conhecer necessidades e

    problemas, numa abrangncia global, vencendo as barreiras geogrficas e

    de tempo. Assim, o ambiente eletrnico propagador dos conhecimentos

    tecnolgicos, mas tambm de aspectos culturais prprios dos tempos

    modernos, definindo-se assim como veculo permanente de apoio s

    mudanas.

    Diante dessas reflexes e de uma sociedade

    globalizada, onde as tecnologias de informao

    e comunicao (TICs) se fazem presentes

    numa evoluo crescente, acreditamos que

    a EaD se constitui como uma possibilidade

    intrnseca, capaz de atender as demandas de uma formao voltada para as necessidades do

    mundo do trabalho.

    A busca por profissionais qualificados para o mercado de trabalho vem

    se tornando uma realidade cada vez mais consistente e a EaD tem sido

    vista como uma aliada neste processo. Incentivados pela necessidade de

    democratizao de acesso, atualizao profissional e das possibilidades de-

    correntes da telemtica, a Educao a Distncia vem se expandindo con-sideravelmente no Brasil e no mundo, levando as pessoas e instituies a

    utilizarem-na como mais uma forma de buscar e promover conhecimentos.

    O uso da tecnologia na educao tem sido motivo de discusso em todo o

    mundo. Utilizar as mdia com fins educacionais constitui-se em um podero-

    so instrumento na democratizao do saber, principalmente no Brasil, onde

    as distncias geogrficas so agravantes na operacionalizao das polticas

    educacionais.

    3.2 A Legislao Brasileira de EaD De acordo com Gomes (2008) um importante momento para a EaD no

    Brasil foi a criao, em 1996, da Secretaria de Educao a Distancia

    (SEED). Entre as responsabilidades dessa secretaria est a de atuar como

    Intrnseco Que prprio e essencial:

    qualidade intrnseca. Que existe por si mesmo.

    TelemticaConjunto de servios

    informticos fornecidos atravs de uma rede de

    telecomunicaes.

  • e-Tec BrasilAula 3 Educao a Distncia 29

    agente de inovao dos processos de ensino e aprendizagem na EaD.

    Tambm em 1996, as bases legais para a modalidade EaD foram con-

    solidadas pela ltima reforma educacional brasileira, a Lei de Diretrizes

    e Bases. A Lei n. 9.394/96 oficializou a EaD no pas como modalidade

    vlida e equivalente para todos os nveis de ensino (fundamental, mdio,

    superior e ps-graduao). A partir da, as experincias brasileiras em

    EaD j somam um grande nmero.

    Figura 3.2: Telas do Portal do MEC - SEED - Secretaria de Educao a DistnciaFonte: http://portal.mec.gov.br

    A partir de 2005, as universidades, faculdades e os centros tecnolgicos

    podem oferecer at 20% da carga horria total de qualquer um de seus

    cursos presenciais na modalidade a distncia, desde que o referido curso

    seja reconhecido pelo MEC.

    Em 2007 mais um passo importante foi dado para a democratizao do

    acesso a educao profissional pblica na modalidade de Educao a

    Distncia com a criao do Programa Escola Aberta do Brasil, o e-Tec Brasil,

    do qual voc faz parte participando deste curso. Com o objetivo de levar cur-

    sos tcnicos a regies distantes das instituies de ensino e para a periferia

    das grandes cidades brasileiras, tambm como um movimento de incentivo

    aos jovens a conclurem o Ensino Mdio.

    Para conhecer um pouco mais sobre a legislao atual da Educao a Distncia no Brasil acesse o site do MEC.Acesse: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12778%3Alegislacao-de-educacao-a-distancia&catid=193%3Aseed-educacao-a-distancia&Itemid=865.Outro documento que indicamos o organizado pela ABED, que apresenta a legislao da EaD por estado. Este documento foi atualizado em 19 de novembro de 2010. Acesse: http://www2.abed.org.br/documentos/ArquivoDocumento593.pdf.

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 30

    Contamos tambm os Referenciais de Qualidade. Eles circunscrevem-se no ordenamento legal vigente em complemento s determinaes espec-ficas da Lei de Diretrizes e Bases da Educao, do Decreto 5.622, de 20 de

    dezembro de 2005, do Decreto 5.773, de junho de 2006 e das Portarias Nor-

    mativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007. Embora seja um documento que

    no tem fora de lei, ele um referencial norteador para subsidiar atos legais

    do poder pblico no que se refere aos processos especficos de regulao,

    superviso e avaliao da modalidade citada.

    Resumo A rpida difuso da Educao a Distncia (EaD) consequncia do de-

    senvolvimento tecnolgico e da exploso informacional do mundo glo-

    balizado.

    Os primeiros registros sobre Educao a Distncia so de cursos por cor-respondncia, viabilizados pela impresso em escala, permitindo a edu-

    cao de um contingente cada vez maior de pessoas.

    Com a grande difuso da EaD, muito se escreveu sobre essa modalidade de ensino, o que permitiu uma diversidade de definies para o termo.

    Nas definies de EaD, alguns aspectos so comuns: distncia fsica entre professor e aluno; forma de estudo; uso de tecnologias de informao e

    comunicao (TICs) para promover a interao.

    Atividades de aprendizagem Voc dever criar um novo conceito para EaD a partir das leituras feitas

    at aqui. Se precisar, volte a ler o texto que foi sugerido! O conceito de-

    ver contemplar os principais elementos que caracterizam a EaD.

    CircunscreverTraar um limite em torno de.

    Restringir a certos limites: circunscrever um assunto.

    OrdenamentoAo ou efeito de ordenar;

    ordenao; ordem.

  • e-Tec Brasil31

    Aula 4 As geraes da Educao a Distncia

    Agora que voc j conhece e at formulou sua definio de EaD, veremos

    nesta aula as Geraes de EaD e as diferenas entre Educao a Distncia

    e a Presencial.

    4.1 As GeraesO avano tecnolgico possibilitou ainda o uso de mdias interativas, que

    oportunizam um contato em tempo real entre alunos e professores, mes-

    mo que distantes geograficamente. A interatividade conseguida atravs dos

    recursos de multimdia ocasionou uma revoluo h poucas dcadas inima-

    ginveis, e capaz de, dependendo do tipo da mdia utilizada, promover as

    condies necessrias para um ensino presencial virtual.

    Toda essa revoluo provocou mudanas estruturais no processo de ensino/

    aprendizagem, pois a mdia no pode ser vista apenas como um recurso,

    mas como um instrumento de acesso ao conhecimento. A informao est

    disponvel para todos atravs da internet, da televiso, de revistas e de ou-tros meios de comunicao hoje to comuns.

    difcil imaginar que h algumas dcadas no tnhamos toda essa tecnologia a nossa disposio. Voc conseguiria viver sem ela? Para que possamos entender todo esse processo conversaremos a seguir sobre o

    contexto histrico da EaD.

    No existe uma data consensual que marque o incio da Educao a

    Distncia. O que fica evidenciado so diferentes modelos de EaD, vinculados

    historicamente ao desenvolvimento das tecnologias de produo,

    distribuio e comunicao. Esses modelos correspondem s geraes da

    EaD.

    Em Educao a Distncia denomina-se gerao o conjunto de suportes de

    informao utilizados para a comunicao entre professores, estudantes,

    tutores e equipes de apoio.

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 32

    No quadro abaixo, apresentamos um resumo das cinco geraes da EaD

    com relao tecnologia e mdia utilizadas, aos objetivos e mtodos peda-

    ggicos. Acompanhe com ateno observando sua evoluo:

    Quadro 4.1: Geraes de EaD

    Caractersticas Tecnologia e mdia utilizadas Objetivos pedaggicos Mtodos pedaggicos

    1 gerao - 1880 Imprensa e Correios Atingir alunos desfavorecidos socialmente, especialmente as mulheres

    Guias de estudo, autoavaliao, material entregue nas residncias

    2 gerao - 1921 Difuso de rdio e TV Apresentao de informaes aos alunos feita distncia

    Programas teletransmitidos e pacotes didticos (todo o material referente ao curso entregue ao aluno pelos correios ou pessoalmente)

    3 gerao - 1970 Universidades Abertas Oferecer ensino de qualidade com custo reduzido para alunos no universitrios

    Orientao face a face, quando ocorrem encontros presenciais

    4 gerao - 1980 Teleconferncias por audio, vdeo e computador

    Direcionado a pessoas que aprendem sozinhas, geralmente estudando em casa

    Interao em tempo real de aluno com aluno e instrutores a distncia

    5 gerao - 2000 Aulas virtuais baseadas no computador e na internet

    Alunos planejam, organizam e implementam seus estudos por si mesmos

    Mtodos Construtivistas de aprendizado em colaborao

    Fonte: Adaptado de MOORE, M.; KEARSLEY, G. 2008.

    Agora apresentamos a evoluo histrica das geraes da EaD relacionando

    as formas de comunicao, a tutoria e a interatividade.

    Quadro 4.2: Evoluo Histrica da EaD

    Geraes de EADCaracterstica Formas de comunicao Tutoria Interatividade

    1 gerao - 1880 Correios e correspondncia Instruo por correspondncia Aluno/material didtico escrito

    2 gerao - 1921 Rdio, TV e outros recursos didticos como: caderno didtico, apostilas, fita K-7

    Atendimento espordico, dependendo de contatos tele-fnicos, quando possvel

    Pouca ou nenhuma interao professor aluno

    3 gerao - 1970 Integrao udio, vdeo e correspondncia

    Suporte e orientao ao aluno. Discusso em grupo de estudo local e uso de laboratrios da universidade nas frias

    Guia de estudo impresso, orientao por correspon-dncia, transmisso por rdio e TV, audioteipes gravados, conferncias por telefone, kits para experincias em casa e biblioteca local

    4 gerao - 1980 Recepo de lies veicula-das por rdio ou televiso e audioconferncia

    Atendimento Sncrono e Assn-crono, dependendo de contatos eletrnicos

    Comunicao sncrona e as-sncrona com o tutor, professor e colegas

    5 gerao - 2000 Sncrona e assncrona Atendimento regular por um tutor, em determinado local e horrio

    Integrao em tempo real ou no, com o professor do curso e com colegas de curso

    Fonte: Adaptado de MOORE, M.; KEARSLEY, G. 2008.

  • e-Tec BrasilAula 4 As geraes da Educao a Distncia 33

    Em uma proposta de educao flexvel, os conceitos de gerao de EaD

    ultrapassam a dimenso tecnolgica, pois o acesso tecnologia ocorre de

    forma gradativa e desigual em diferentes cenrios e como o foco a preo-

    cupao com o aluno, podemos ter num mesmo curso, instituio ou pas,

    vrias geraes de EaD, em contextos diferenciados, articulados no desen-

    volvimento do processo ensino/aprendizagem.

    Voc sabe o que significa a comunicao sncrona e assncrona?

    COMUNICAO SNCRONA Aquela que permite a comunicao entre duas ou mais pessoas em tempo real. Neste caso, as pessoas precisam

    estar conectadas de alguma forma. Exemplos: no chat, no telefone, na videoconferncia.

    COMUNICAO ASSNCRONA Permite o debate de temas, com a incluso de opinies em qualquer tempo, no sendo necessrio que os alunos este-

    jam conectados simultaneamente, como na comunicao sncrona. Como

    exemplo, podemos citar correspondncia, e-mail, aulas gravadas etc.

    Para refletir

    Diante dos contedos estudados at agora sobre EaD e a sua experincia

    de Educao Presencial, voc saberia diferenciar as duas modalidades de

    educao?

    4.2 Diferenas da EaD e da Educao Presencial

    A EaD apresenta algumas caractersticas distintas da educao presencial.

    Para ampliar seu entendimento, mencionamos a seguir algumas vantagens

    da Educao a Distncia adaptadas de Garcia Aretio (1996):

    Eliminao ou reduo das barreiras de acesso aos cursos ou nveis de estudo;

    Diversificao e ampliao na oferta de cursos;

    Oportunidade de formao adaptada s exigncias atuais s pessoas que no puderam frequentar a escola tradicional;

    Permanncia do aluno em seu ambiente profissional, cultural e familiar;

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 34

    Figura 4.1: Educao Presencial x EaDFonte: Banco de Imagens DI

    O programa de ensino realizado onde o aluno se encontra, ou seja, em

    casa ou no trabalho, e no exige que ele se desloque at o local onde est

    situada a escola. Abre oportunidade para as pessoas estudarem, indepen-

    dente do local onde moram, seja em reas rurais e/ou de difcil acesso.

    Atende ainda pessoas que poderiam estar impossibilitadas de assistir s aulas

    por razes de trabalho, famlia ou outras. Educao a Distncia , portanto,

    uma grande contribuio ao oferecimento da igualdade de oportunidades.

    Por estudar no local onde reside o aluno pode balancear o estudo com o seu

    trabalho, unindo a teoria prtica. Torna a aprendizagem mais significativa

    e interessante, porque ocorre em um contexto da vida real e a motivao

    tende a ser maior.

    Figura 4.2: Aluno de EaDFonte: http://genteemercado.com.br

    O aluno o centro do processo e o sujeito ativo de sua formao, onde respeitado o seu ritmo de aprender. O aluno adquire condies por

    opo de se tornar um agente ativo durante sua vida acadmica desen-

    volvendo a iniciativa, atitudes, interesses, valores e hbitos educativos;

  • e-Tec BrasilAula 4 As geraes da Educao a Distncia 35

    Contedos instrucionais elaborados por especialistas e a utilizao de recursos de multimdia. Existe uma diviso de trabalho entre aqueles

    que elaboram materiais e aqueles que ajudam os alunos a utiliz-los. O

    estudo torna-se muito objetivo e a aprendizagem muito mais eficiente;

    Comunicao bidirecional frequente garantindo uma aprendizagem dinmica e inovadora. Como os alunos esto separados dos docentes,

    utiliza-se a comunicao por meio do manual do aluno, do caderno

    didtico, internet, 0800 e teleconferncias, que so completados pela orientao dos tutores de forma presencial;

    Reduo de custos em relao aos sistemas presenciais de ensino, ao eliminar pequenos grupos, ao evitar gastos de locomoo de alunos,

    ao evitar o abandono do local de trabalho para o tempo extra de forma-

    o, ao permitir a economia em escala que supera os altos custos iniciais.

    Resumo A evoluo tecnolgica da qual a EaD faz parte pode ser dividida em

    fases cronolgicas. A primeira, na dcada de 1960, foi chamada de

    gerao textual e utilizou somente textos impressos enviados pelos

    correios; a segunda ocorreu entre as dcadas de 1960 e 1980 e foi

    chamada de gerao analgica, utilizando como suporte textos impressos

    complementados por recursos tecnolgicos audiovisuais; a terceira, e

    atual, a gerao digital, que utiliza o suporte de recursos tecnolgicos

    modernos, tais como as tecnologias de informao e comunicao e de

    fcil acesso s grandes redes de computadores, bem como internet.

    As formas de ensinar e estudar a distncia foram se modificando ao longo dessas geraes, e as tecnologias educacionais usadas podem ser

    divididas em independentes (muito utilizadas na primeira gerao de

    EaD) e dependentes.

    um processo de ensino/aprendizagem mediatizado pelo livro didtico, meios tecnolgicos, professor conferencista, professor web, tutor pre-sencial e a distncia, alm de atividades que suprem a ausncia fsica do

    professor em tempo integral;

    A separao fsica do professor e do aluno no exclui o contato direto dos alunos entre si ou do aluno com os profissionais que vo auxili-lo

    no processo de aprendizagem, dentre eles, o tutor presencial, o tutor a

    distncia e a coordenao de cursos;

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 36

    Atividades de aprendizagem1. A EaD se desenvolveu ao longo do tempo, e sua evoluo pode ser

    caracterizada por diferentes geraes. Voc seria capaz de ordenar, de

    1 a 5, as Geraes de EaD, conforme a tecnologia e mdias?

    a) ( ) Universidades Abertas.

    b) ( ) Aulas virtuais baseadas no computador e na internet.

    c) ( ) Imprensa e Correios.

    d) ( ) Teleconferncias por udio, vdeo e computador.

    e) ( ) Difuso de rdio e TV.

    2. Faa o mesmo exerccio para Formas de Comunicao, ordene de 1 a 5:

    a) ( ) Integrao udio, vdeo e correspondncia.

    b) ( ) Sncrona e assncrona.

    c) ( ) Correios e correspondncia.

    d) ( ) Rdio, TV e outros recursos didticos como: caderno didtico, apostilas, fita K-7.

    e) ( ) Recepo de lies veiculadas por rdio ou televiso e audioconfe-rncia.

    Anotaes

  • e-Tec Brasil37

    Aula 5 A Educao a Distncia no IFPR

    Nesta aula, aps os conhecimentos obtidos sobre EaD, acreditamos serem

    necessrias informaes sobre a concepo da EaD no IFPR.

    A implantao da EaD no IFPR, aconteceu em meados de 2005 com a oferta

    de cursos tcnicos na rea de gesto. Foi resultante de um esforo conjunto

    da antiga Escola Tcnica da Universidade Federal do Paran (ET/UFPR), hoje

    Instituto Federal do Paran (IFPR), e de centenas de Prefeituras do Estado do

    Paran. O objetivo era capacitar a comunidade em geral assegurando uma

    educao de qualidade, permitindo ao estudante entrar e/ou manter-se no

    mercado de trabalho.

    Segundo informaes da Organizao das Naes Unidas (ONU), metade da

    mo de obra do mundo est despreparada para acompanhar o progresso

    tecnolgico (MEC, 1998).

    Polak, Cidade e Souza e Silveira (1999) fundamentam que a dimenso do

    mercado para o ensino a distncia enorme, dada a forte demanda educa-

    cional existente em nosso pas e na Amrica Latina e da necessidade impror-

    rogvel de se atender as categorias especiais de adultos que trabalham sob

    constante presso, tentando acompanhar as transformaes sociais, polti-

    cas e tecnolgicas e que precisam assumir diariamente novas funes para

    as quais nunca foram qualificadas.

    Na fundamentao terica do projeto institucional utilizou-se um estudo cri-

    terioso de projetos e experincias realizados na modalidade a distncia. A

    partir destes resultados, foram acrescentados elementos que subsidiassem

    as peculiaridades da demanda dos municpios e dessem uma forma para a

    criao deste modelo de Educao a Distncia, o Ensino Presencial Virtual.

    Para refletir

    Na perspectiva do mercado de trabalho do seu municpio, que cursos de

    outras reas ainda so necessrios para suprir esta demanda?

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 38

    5.1 Ano de 2005 - Onde tudo comeouA procura por profissionais qualificados para o mercado de trabalho, a ne-

    cessidade de democratizar o acesso ao ensino, a busca pela atualizao dos

    profissionais, e as inmeras facilidades advindas dos recursos tecnolgicos

    constituem argumentos que tornam uma forte aliada no processo pedaggi-

    co e na propagao dos saberes. Foi com esta viso e levando em considera-

    o o expressivo nmero de paranaenses com dificuldade de acesso escola

    pblica de qualidade, a partir de 2005 a Escola Tcnica da Universidade Fe-

    deral do Paran (ET/UFPR), hoje Instituto Federal do Paran, iniciou o pro-

    cesso de descentralizao curricular de seus cursos presenciais e implantou cursos na Modalidade de Educao a Distncia na rea de Gesto.

    Entre 2005 e 2007 a ET/UFPR esteve presente em 210 municpios dos esta-dos do Paran, Florianpolis e So Paulo, com a oferta dos cursos tcnicos

    em Contabilidade, em Administrao Empresarial, em Gesto Pblica e em

    Secretariado, formando no final de dois anos 8.000 tcnicos.

    Em 2006, iniciou e implementou o Curso Tcnico em Gesto Pblica em parceria com o Governo do estado do Paran e Prefeituras. Uma ao

    do Programa de Qualificao de Servidores Pblicos em parceria com a

    Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano (SEDU) e a Secretaria

    de Estado da Administrao e Previdncia (SEAP), atravs da Escola de

    Governo e a Secretaria de Estado da Cincia, Tecnologia e Ensino Supe-

    rior (SETI) capacitando 2.300 alunos/servidores estaduais e municipais.

    Em 2007, ofertou os cursos Tcnicos em Segurana do Trabalho, Tcnico em Meio Ambiente, Tcnico em Vigilncia em Sade, Tcnico em

    Radiologia, para 130 municpios do Brasil, atendendo 3.200 alunos.

    Em 2008, o Governo do Estado do Paran, com uma demanda de qualifi-cao de cerca de 55.000 servidores sem curso superior, estabelece nova

    parceria com Universidade Federal do Paran atravs da Escola Tcnica e

    instituies pblicas nas esferas federal, estadual e municipal para a ofer-

    ta do Curso Superior de Tecnologia em Gesto Pblica com a finalidade

    de qualificar seus servidores pblicos em particular na rea de Gesto

    de Servios Pblicos. Em 2011 este curso formou 6.050 tecnlogos em

    Gesto, atualmente oferta o curso para mais de 12 mil alunos.

    Em dezembro de 2008, implantou os cursos Tcnicos em Secretariado e em Gesto Pblica, pelo programa Escola Tcnica Aberta do Brasil (e-

    -Tec Brasil). Este programa uma parceria com o Ministrio da Educa-

    Implantar da famlia de plantar e

    significa iniciar, realizar, executar. Implementar da

    famlia de implemento e significa dar prosseguimento a algo (geralmente a um plano, a um programa, a um projeto).

    Com essa informao, podemos sintetizar a diferena entre

    as duas palavras da seguinte maneira: implantar marca o incio (a execuo) de uma

    ao, enquanto implementar expressa a continuidade

    (o prosseguimento). http: //www.portuguesnarede.

    com/2009/04/implantar-x-implementar.html

  • e-Tec BrasilAula 5 A Educao Distncia no IFPR 39

    o (MEC), atravs da Secretaria de Educao a Distncia (SEED) e a

    Secretaria de Educao do Estado do Paran (SEED/PR) com o objetivo de

    democratizar a oferta do ensino tcnico pblico e de qualidade, levando

    cursos no s s regies distantes e periferia das grandes cidades, mas

    tambm incentivar os jovens a concluirem o ensino mdio. Com esta ini-

    ciativa atendeu 6.400 alunos distribudos em 126 polos de atendimento

    presenciais.

    Em 2009, atravs da criao da Lei n. 11.892, de 29 de dezembro de 2008, que instituiu a Rede Federal de Educao Profissional, Cientfi-

    ca e Tecnolgica e criou os Institutos Federais de Educao, Cincia e

    Tecnologia, a Escola Tcnica da UFPR assumiu a identidade de Instituto

    Federal do Paran (IFPR).

    O IFPR com a sua excelncia educacional histrica, com as possibilidades

    viabilizadas pelas tecnologias de Informao e comunicao e a Educao a

    Distncia cumpre com louvor a sua misso de proporcionar Educao

    Profissional de qualidade no somente para os municpios do estado do

    Paran, mas para todo o territrio nacional.

    Atualmente, o IFPR, na modalidade a distncia, atende cerca de 28 mil alu-

    nos em mais de 400 polos espalhados por 26 estados do Brasil. Est com

    os cursos Tcnicos em Secretariado, em Servios Pblicos, em Admi-

    nistrao, em Segurana do Trabalho, em Meio Ambiente, em Lo-

    gstica, em Reabilitao de Dependentes Qumicos e em Eventos

    nos estados do Paran, Minhas Gerais (Tringulo Mineiro e Sul

    de Minas), Mato Grosso do Sul, Rondnia e no restante do pas

    (exceto Distrito Federal) com os cursos Tcnicos em Pesca e em

    Aquicultura no Programa de Educao para Jovens e Adultos (ProEJA).

    A qualificao a distncia tem sido desejvel porque as pessoas esperam

    desenvolver seu perfil pessoal sem gastar perodos de tempo fora do seu

    local de trabalho. As instituies desejam que seus funcionrios adquiram

    conhecimento sem custos excessivos de treinamento e ausncia dos mesmos

    no trabalho dirio. Neste caso, a ausncia do empregado gera problemas,

    principalmente quando a capacitao longa. Com isso, com os cursos na

    modalidade a distncia, o estudante ter a oportunidade de se relacionar

    intensamente com professores e outros colegas e poder tambm manter e

    melhorar suas expectativas tanto pessoais como do seu empregador. Aplica-

    r as novidades tcnicas imediatamente em seu local de trabalho durante o

    perodo de realizao do curso.

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 40

    Diante deste cenrio, o Instituto Federal do Paran (IFPR), frente a uma

    sociedade moderna caracterizada pelos avanos da cincia e da mdia

    eletrnica, vinculadas ao processo produtivo, na qual esto sendo alteradas

    no s as metodologias de aprendizagem, mas o comportamento das

    pessoas, no poderia se omitir como instituio de Ensino. A partir do

    avano cientfico e tecnolgico, atravs da utilizao destas mdias, o

    IFPR tem a possibilidade de cumprir seu papel social, no s como uma

    instituio de Curitiba, mas como o verdadeiro Instituto Federal do Paran.

    Isso tudo em prol de uma educao mais democrtica, oportunizando aos

    cidados paranaenses a qualificao/requalificao necessria ao ingresso

    no mundo do trabalho e, portanto, a uma vida mais digna a qual todos

    tm direito.

    Para ilustrar o que descrevemos acima, observe o mapa abaixo e veja se

    consegue identificar seu municpio, fazendo parte desta rede.

    Figura 5.1: Mapa de polos e cursos IFPRFonte: Elaborado pelo DI. Atualizao polos.

    A EaD vem sendo utilizada em todas as esferas do governo como ferramenta

    educacional para atender numerosos segmentos da populao visando

    diminuio de processos de excluso social e atendendo grandes contingen-

    tes que no podem frequentar os ambientes acadmicos tradicionais por

    inmeros motivos.

  • e-Tec BrasilAula 5 A Educao Distncia no IFPR 41

    Resumo O Instituto Federal do Paran iniciou suas experincias com EaD em 2005

    e, at o momento, formou mais de 10.000 tcnicos em diversos eixos

    tecnolgicos.

    A EaD vem sendo utilizada por todas as esferas do governo como ferra-menta educacional para atender numerosos segmentos da populao.

    Atividades de aprendizagem Visite o endereo www.ead.ifpr.edu.br e verifique quais so os cursos

    que o IFPR ministra na modalidade a distncia e na Educao Presencial.

    Anotaes

  • e-Tec Brasil43

    Aula 6 Metodologia dos cursos da EaD do IFPR

    A Educao a Distncia ocorre quando o professor e o aluno esto sepa-

    rados no tempo ou geograficamente. Para que isso acontea necessrio

    que ocorra a interveno de tecnologias que ofeream a voc, aluno, o

    suporte de que necessita para aprender.

    A nossa metodologia de trabalho est baseada numa concepo de apren-

    dizagem que o aluno entenda como um ser ativo e construtor de seu conhe-

    cimento. Assim, acreditamos que, como bem colocou Freire (2005), ensi-nar no transferir conhecimento, mas criar condies para que ele ocorra.

    O conhecimento construdo pelo sujeito na sua relao com os outros e

    com o mundo. Isso significa que o contedo apresentado pelo professor

    precisa ser trabalhado, refletido, reelaborado pelo aluno com o suporte de

    tecnologias interativas, do material impresso e da prtica pedaggica, para

    se constituir em conhecimento individual, que intransfervel.

    Na perspectiva de cumprir todos esses requisitos, o IFPR adota como

    metodologia para seus cursos na modalidade a distncia, intitulado: Ensino

    Presencial Virtual. Com este modelo bimodal, com momentos presenciais e a distncia, o IFPR vem assumindo um papel de formador em educao com

    qualidade e excelncia.

    Importante!

    Voc o principal ator deste processo educativo. imprescindvel que

    conhea com detalhe a metodologia adotada pelo IFPR para o desenvol-

    vimento deste Curso.

    Figura 6.1: Aluno EaDFonte: http://sextopedagogia.blogspot.com/

    BimodalAdj m+f (bi+modal) Que tem dois modos; duas formas.

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 44

    Os momentos presenciais so desenvolvidos por meio da tecnologia de transmisso via satlite. Os alunos assistem s teleconferncias, em tempo real, e podem interagir ao vivo pelo telefone DDG (0800) e atravs do Por-

    tal Educacional. Estas aulas so produzidas no estdio de TV localizado no

    Campus Curitiba do IFPR e acontecem ao vivo com o objetivo de promover

    a maior interatividade, para que o aluno tenha condies de intervir na aula,

    sanando suas dvidas.

    As teleaulas so centradas na exposio e discusso dos contedos a partir dos textos de referncias indicadas no seu livro didtico. So ministradas por

    professores especialistas com amplo conhecimento terico e prtico, com o

    objetivo de conduzir e orientar os alunos nesse processo, para que atinjam o

    objetivo principal que a formao profissional. Durante as teleaulas os pro-

    fessores conferencistas do orientaes para o desenvolvimento dos estudos

    que devero ser desenvolvidos posteriormente a distncia.

    Os questionamentos e dvidas que surgirem durante a teleaula chegam at o

    professor conferencista por meio de uma equipe especializada que atende o callcenter ou pelo professor web atravs do Portal Educacional. As perguntas que no forem respondidas durante o tempo da teleaula, so encaminhadas

    ao frum no Portal do Ncleo de Educao a Distncia do IFPR. Estas dvidas

    por sua vez sero respondidas pelo tutor a distncia durante o planto de dvidas.

    Os estudos a distncia so apoiados em atividades complementares (Ativi-dades autoinstrutivas e supervisionadas) compostas por reflexes sobre pon-

    tos apresentados nos livros didticos, orientaes para o desenvolvimento

    de pesquisas, leituras complementares e trabalhos em grupos. A realizao

    destas atividades ir compor a mdia final das disciplinas, portanto impor-

    tante que voc saiba com detalhes do que se trata cada uma.

    As Atividades autoinstrutivas encontram-se no final do livro didtico do aluno. So atividades de reviso para fixao do contedo proposto

    no livro didtico e devero ser respondidas no Portal Educacional at o

    dia da avaliao final de cada etapa do curso.

    As Atividades supervisionadas sero propostas atravs de exerccios com o objetivo de aprofundar e complementar o contedo estudado

    com base no livro didtico e as explicaes dadas pelos professores du-

    rante as teleaulas. uma atividade em grupo, cuja metodologia ser

    A teleconferncia considerada uma tecnologia que permite

    a comunicao em tempo sncrono. Isso porque, embora as pessoas no estejam fisicamente

    presentes em um mesmo local, conseguem interagir atravs de

    e-mails, fax e da forma mais comum, atravs do 0800.

    um modelo dinmico, autnomo e criativo.

  • e-Tec BrasilAula 6 Metodologia dos cursos da EaD do IFPR 45

    determinada de forma multidisciplinar. Ela prima pela pesquisa, pela au-

    tonomia intelectual e pela relao prtica do que est sendo estudado

    com a prtica profissional. Esta atividade ser orientada pelo professor

    durante os momentos presenciais, nas teleaulas, e estar disponvel na

    internet logo que determinado pela coordenao do curso. Dever ser postada no mximo at o ltimo dia de aula da disciplina, ou seja, no dia

    da avaliao final. Para ambas as atividades, voc contar com o apoio,

    mediao e orientao do tutor a distncia.

    O processo de avaliao das disciplinas ser realizado em funo dos critrios e objetivos

    propostos pelo projeto pedaggico do curso,

    levando em considerao:

    a frequncia nas teleaulas; a participao individual e coletiva; a leitura dos materiais indicados; a resoluo das Atividades autoinstrutivas propostas no livro didtico; a resoluo das Atividades supervisionadas; avaliao final individual, escrita e sem consulta.

    O Sistema de apoio e de comunicao ao processo ensino/aprendizagem inclui os servios do professor-tutor e os de comunicao. Voc ter a sua disposio um professor-tutor que o intermediador entre

    voc, o professor e o curso. Este servio de comunicao tem dois propsitos

    bsicos: por um lado, viabiliza o funcionamento da tutoria fornecendo

    contato entre aluno/tutor e monitor/tutor; por outro lado, facilita o fluxo de

    informaes indispensveis para que a coordenao do curso possa exercer

    suas funes com eficincia.

    Voc poder entrar em contato, gratuitamente, com o Instituto Federal

    do Paran, atravs do nmero 0800-643-0007. um servio disponibili-

    zado para os alunos durante as teleaulas e as tutorias.

    O Ambiente Virtual de Aprendizagem auxilia no aprendizado e na comunicao com os coordenadores, professores, tutores a distncia e

    os prprios alunos. Voc ter todas a informaes sobre este Ambiente

    Virtual de Aprendizagem, ou seja, o Portal Educacional do EaD/IFPR nas

    aulas 9 e 10.

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 46

    Para o Desenvolvimento da Ao Pedaggica do Projeto, voc conta com um efetivo apoio tcnico e pedaggico para o desenvolvimento de suas

    atividades acadmicas. Existe toda uma estrutura docente preparada para

    assessor-lo em cada etapa do curso. Conhea abaixo quem so eles:

    Tutores presenciais: responsveis pelos polos de apoio presencial;

    Professores autores: responsveis pelas unidades didticas e pelo ma-terial didtico;

    Professores conferencistas: responsveis pela ministrao das teleaulas;

    Professores web: atuaro diretamente no bate-papo do Portal, respon-dendo as dvidas dos alunos em seus respectivos polos;

    Tutores a distncia: responsveis pelo acompanhamento das atividades desenvolvidas a distncia pelos estudantes;

    Coordenao de Curso;

    Coordenao Pedaggica em EaD;

    Assessoria Pedaggica e

    Coordenao Geral de EaD.

    Figura 6.2: Estdios do EaD IFPRFonte: reitoria.ifpr.edu.br

  • e-Tec BrasilAula 6 Metodologia dos cursos da EaD do IFPR 47

    Resumo O IFPR adota, como metodologia para seus cursos na modalidade a dis-

    tncia, o modelo intitulado Ensino Presencial Virtual;

    Os momentos presenciais so desenvolvidos atravs da teleconferncia

    por meio da tecnologia de transmisso via satlite;

    Os momentos a distncia so apoiados nas Atividades autoinstrutivas e

    supervisionadas;

    O processo de avaliao das disciplinas levar em considerao a fre-

    quncia nas teleaulas, a participao individual e coletiva, a leitura dos

    materiais indicados, a resoluo das Atividades autoinstrutivas propostas

    no livro didtico, a resoluo da Atividades supervisionadas e a avaliao

    final individual, escrita e sem consulta;

    Para o desenvolvimento da Ao Pedaggica do Projeto existe toda uma

    estrutura docente preparada para assessor-lo em cada etapa dos cursos.

    Atividadesdeaprendizagem Para a fixao dos contedos ministrados nesta aula, observe as afirma-

    es abaixo e relacione se verdadeira ou falsa.

    a) () Na citao de Paulo Freire no texto, ele afirma que ensinar trans-

    ferir conhecimento e tambm criar condies para que ele ocorra.

    b) () O modelo de EAD adotado pelo IFPR o bimodal, com momentos

    presenciais e a distncia.

    c) () A teleconferncia considerada uma tecnologia que permite a

    comunicao assncrona.

    d) () O 0800 um servio disponibilizado para os alunos durante as

    teleaulas e as tutorias.

    e) () Tutores presenciais so responsveis pelos polos de apoio presencial.

    Agora confira se voc acertou as questes propostas.

    A sequncia correta F, V, F, V e V.

  • e-Tec Brasil49

    Aula 7 O papel dos tutores na EaD

    Na aula passada, falamos sobre a metodologia do Ensino Presencial

    Virtual. Agora veremos como acontece o sistema de acompanhamento

    do curso. Destacaremos a sua importncia para o bom andamento do

    processo ensino/aprendizagem. No entanto, so necessrios meios para

    auxiliar a sua adaptao na utilizao desses recursos tecnolgicos, princi-

    palmente para ajud-lo na soluo de problemas. sobre isso que vamos

    tratar ao longo desta aula.

    Pense um pouco sobre as aulas que voc j estudou at aqui.

    Nos momentos de dvidas, como voc se comportou?

    Leu mais de uma vez o material e tentou sanar suas d-

    vidas? Ficou cansado, fechou o material e foi ver outras

    coisas? Ou desejou que um professor estivesse ali perto

    para esclarecer suas dvidas? Somos capazes de res-

    ponder sem hesitar que voc provavelmente pensou

    na possibilidade de estar com um professor por perto

    para ajud-lo, no mesmo? Ns no adivinhamos isso,

    apenas pensamos no bvio. Muito simples!

    Estamos acostumados desde nossos primeiros anos de vida escolar a ter o

    professor nossa frente para tirar nossas dvidas. S que na EaD a meto-

    dologia outra! Lembre-se que a principal caracterstica dessa moda-lidade de educao justamente a distncia fsica existente entre o aluno e o professor. Por isso, para o desenvolvimento de cursos a distncia so utilizados diferentes meios para auxiliar na adapta-

    o do aluno e, principalmente ajud-lo na soluo de proble-

    mas no decorrer do processo.

    Voc tem em mos este livro didtico. Este material foi pre-parado com muita antecedncia, cuidado e carinho. Tudo

    para que ao incio deste curso voc tenha plenas condies

    de acompanhar as aulas, aqui ministradas por teleconfern-cia. Alm do contedo impresso, o professor conferencista e o web ministrando as aulas, voc precisa de algum que o oriente, que o ajude a esclarecer suas dvidas, que o incentive

  • Metodologia em EaDe-Tec Brasil 50

    e estimule, que o acompanhe de perto durante todo o processo de aprendi-

    zagem. Para suprir essa necessidade, voc contar com o acompanha-mento de um professor, aqui intitulado, tutor.

    Tradicionalmente, o termo tutor empregado com o significado de prote-

    tor, responsvel pela conduo de algum que fosse incapaz de conduzir

    sua prpria vida. Na maioria dos casos, o tutor substitui os pais, quando

    esses se separam dos filhos em definitivo. O papel do tutor, nesse caso,

    cuidar dos interesses materiais, emocionais e educacionais do protegido.

    O tutor da EaD tem essencialmente a funo de cuidar dos seus interesses

    educacionais, caro aluno.

    Os projetos pedaggicos dos cursos EaD do IFPR trabalham com duas formas

    de tutoria distintas: a tutoria presencial e a tutoria a distncia. Vamos en-tender mais sobre elas? Como funcionam? Qual o papel dos tutores do IFPR?

    7.1 Quem o tutor presencial? O tutor presencial tem a relao direta com voc, auxiliando-o no manu-seio e na aproximao dos contedos. Ele administra ainda situaes de con-

    flito, de euforia, desnimos e rotinas, tendo que manter o aluno motivado e

    ativo em seus estudos.

    A figura do tutor presencial, a quem compreende a funo de ser facilitador

    e mediador da aprendizagem, alm de ser motivador orientador da rotina

    acadmica. A atividade de tutoria no mbito da educao, diz respeito ao

    acompanhamento prximo e orientao sistemtica de grupos de alunos,

    realizada por pessoas experientes na rea de formao.

    No sistema de EaD, o tutor presencial tem papel relevante, pois, por meio

    dele que se garante a inter-relao personalizada e contnua do estudante no sistema e se realiza a articulao necessria entre os elementos do pro-

    cesso e a consecuo dos objetivos.

    O tutor presencial o orientador da aprendizagem. aquele que apoia a organizao didtico pedaggica do estudo a distncia, promove a partici-

    pao ativa do aluno, incentiva e orienta na elaborao do plano de estudos,

    acompanha e facilita a aprendizagem; incentiva a participao do aluno em

    Inter-relao Relao mtua que se estabelece

    entre dois ou mais elementos.Consecuo

    Ato ou efeito de conseguir.

  • e-Tec BrasilAula 7 O papel dos tutores na EaD 51

    interatividade; disponibiliza informativos relevantes, calendrios acadmicos,

    cronogramas de avaliao; arquiva e/ou envia documentaes necessrias;

    encaminha requerimentos e solicitaes de acadmicos tanto para Coorde-

    nao de curso quanto para Secretaria Acadmica do IFPR.

    Figura 7.1: Tutor presencialFonte: http://diariodocente-miri.blogspot.com

    7.1.1 Importncia do apoio tutorial presencial na EaD

    Especificamente, o tutor presencial possui trs funes:

    Acompanhamento: visa formao do saber/ser. Abrange a formao de valores, hbitos, atitudes, em especial aquelas que levam autoafirmao

    e valorizao humana;

    Orientao da aprendizagem: voltada para a formao do saber (conhe-cimentos) e do saber/fazer (habilidades e capacidades especficas);

    Superviso do processo de avaliao: imprescindvel para a garantia da qualidade e sucesso da aprendizagem. importante para a formao da

    autoconfiana, autoestima e autonomia do sujeito.

    A modalidade de EaD gera, para muitos alunos, certa insegurana, devido

    a distncia fsica do professor. O tutor presencial, por esta razo, passa a

    ser de fundamental importncia na EaD, uma vez que esteja pronto para

    orientar, estimular e no deixar que o aluno se sinta abandonado.

    Com a tu