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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS CENTRO DE DESENVOLVIMENTO E PLANEJAMENTO REGIONAL Rua Curitiba, 832 – 9ª andar - Centro - 30.170-120 - Belo Horizonte-MG – Brasil Tel.: (31)3279.9144/3279.9148/3279.9149 – Fax: (31)3279.9146/3201.3657 http://www.cedeplar.ufmg.br META 01 ANÁLISE DO RENDIMENTO ESCOLAR AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: FATORES ASSOCIADOS 1999 A 2003 VOLUME 3 Convênio nº 29/2002 Belo Horizonte, Março/2005

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Rua Curitiba, 832 – 9ª andar - Centro - 30.170-120 - Belo Horizonte-MG – Brasil Tel.: (31)3279.9144/3279.9148/3279.9149 – Fax: (31)3279.9146/3201.3657

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META 01 ANÁLISE DO RENDIMENTO

ESCOLAR

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: FATORES ASSOCIADOS

1999 A 2003

VOLUME 3

Convênio nº 29/2002

Belo Horizonte, Março/2005

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ANEXO 2

Dissertação de mestrado “Fatores Associados ao Rendimento Escolar de Alunos da 5ª série (2000) –

uma abordagem do valor adicionado e da heterogeneidade” autoria de Gláucia Alves Macedo

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Gláucia Alves Macedo

Fatores Associados ao Rendimento Escolar de Alunos da 5a série (2000) - uma abordagem do valor adicionado e

da heterogeneidade

Belo Horizonte, Minas Gerais UFMG / Cedeplar

2004

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Gláucia Alves Macedo

Fatores Associados ao Rendimento Escolar de Alunos da 5a série (2000) - uma abordagem longitudinal do valor

adicionado e da heterogeneidade

Dissertação apresentada ao curso de pós-graduação em Demografia do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (CEDEPLAR) da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do Título de Mestre em Demografia.

Orientador: Prof. Dr Eduardo Luiz Gonçalves Rios-Neto. Co-Orientadora: Profª. Drª. Letícia Junqueira Marteleto.

Belo Horizonte, MG

Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional

Faculdade de Ciências Econômicas/UFMG

Fevereiro de 2004

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Banca Examinadora:

Prof. Dr Eduardo Luiz Gonçalves Rios-Neto. (Orientador)

Profª. Drª. Letícia Junqueira Marteleto. (Co-Orientadora)

Prof.ª Drª Cibele Comini César. (UFMG/ Departamento

de Estatística)

Prof.ª Drª Danielle Cireno Fernandes (UFMG/SOA)

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela graça de atingir mais um objetivo em minha vida.

A minha família, Jadir e Emília (meus pais), Glauciane e Gislaine (minhas irmãs)

pelo incentivo, amor, compreensão, paciência e por estarem sempre ao meu lado e

acreditarem em mim mesmo quando eu duvidava.

Aos meus amigos que sempre ajudaram e me deram força para concluir esta

jornada e também àqueles outros que mesmo inconscientes me fizeram sentir bem, me

revitalizando para enfrentar os desafios.

A todo o corpo docente do Curso de Demografia pelo incentivo, confiança e apoio

ao longo da minha formação como demógrafa, e em especial à Prof. Simone Wajnman,

responsável por me apresentar e deixar apaixonada pela Demografia. Ao meu orientador,

Prof. Eduardo Rios-Neto, pela oportunidade de participar do projeto INEP/CEDEPLAR e

cruciais contribuições para a execução deste trabalho. A minha co-orientadora Prof.ª

Letícia Marteleto. À equipe do projeto INEP/CEDEPLAR pelo companheirismo. Aos

funcionários do CEDEPLAR pelo carinho com que sempre atenderam às minhas

solicitações.

E a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para esse trabalho e para a

minha formação pessoal e profissional.

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO _________________________________________________1

2 – DISCUSSÃO TEÓRICA __________________________________________ 4

2.1 – Resultados educacionais _______________________________________ 7

2.1.1 – Quantidade ______________________________________________ 8

2.1.2 – Qualidade _______________________________________________ 8

2.1.3 – Efeito Valor Adicionado e Efeito Heterogeneidade ______________ 10

2.2 – Fatores Associados ao Rendimento Escolar ______________________ 13

2.2.1 Discussões dos fatores associados sobre a quantidade e a qualidade da

educação ___________________________________________________________ 14

Quantidade _________________________________________________ 14

Qualidade __________________________________________________ 16

2.2.2- Fatores de demanda e de oferta ______________________________ 18

Fatores de demanda – Individuais e Familiares _____________________ 19

Alguns fatores associados – Indivíduo e família ____________________ 19

Fatores de oferta – Professor, diretor e escol _______________________ 24

Alguns fatores associados – Professor, Diretor e Escola ______________ 26

2.3 – Arcabouço Operacional para Análise do Rendimento Escolar ______ 28

3 – DADOS E METODOLOGIA _____________________________________ 31

3.1 – Base de Dados ______________________________________________ 31

3.1.1 Ambiente de geração da base de dados “Avaliação de desempenho:

fatores associados” – CEDEPLAR/INEP__________________________________ 31

3.1.2 – Banco de Dados – “Avaliação de desempenho: fatores associados” _ 32

Plano amostral ______________________________________________ 33

Desenho da pesquisa__________________________________________ 34

3.2 - Metodologia ________________________________________________ 37

3.2.1 – Arcabouço Conceitual ____________________________________ 37

Modelo de especificação contemporânea __________________________ 38

Modelo de especificação de valor adicionado ______________________ 39

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3.2.2 – Método de estimação dos modelos de regressão – Mínimos quadrados

ordinários __________________________________________________________ 41

3.3 - Sub-Grupos Selecionados _____________________________________ 42

3.4 – Variáveis Analisadas _________________________________________ 44

3.4.1 - Variáveis Dependentes ____________________________________ 44

3.4.2 - Variáveis Independentes – Fatores Explicativos_________________ 45

3.5 – Estrutura Analítica dos Modelos _______________________________ 46

4 – ANÁLISE DOS RESULTADOS ___________________________________ 48

4.1 – Análise Exploratória dos Dados________________________________ 48

4.1.1 – Variável Dependente _____________________________________ 50

4.1.2 – Variáveis Independentes___________________________________ 55

FATORES DE DEMANDA____________________________________ 56

Aluno _____________________________________________________ 56

Família ____________________________________________________ 58

FATORES DE OFERTA ______________________________________ 60

Professor ___________________________________________________ 60

Diretor_____________________________________________________ 60

Escola _____________________________________________________ 60

4.2 – Análise dos Fatores Associados ao Rendimento Escolar – Modelagem

Linear (MQO) – Efeito Valor Adicionado e Heterogeneidade ___________ 61

4.2.1 – Efeito Valor Adicionado___________________________________ 62

Nota do teste anterior – 4a série / 1999____________________________ 66

ALUNO – Fatores Estruturais __________________________________ 67

ALUNO – Fatores de Fluxo ____________________________________ 71

FAMÍLIA __________________________________________________ 78

PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA____________________________ 85

PROFESSOR _______________________________________________ 88

DIRETOR __________________________________________________ 88

ESCOLA___________________________________________________ 89

4.2.2 – Efeito Heterogeneidade ___________________________________ 90

ALUNO - Fatores Estruturais___________________________________ 93

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ALUNO - Fatores de Fluxo ____________________________________ 96

FAMÍLIA _________________________________________________ 104

PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA___________________________ 110

PROFESSOR e DIRETOR____________________________________ 114

ESCOLA__________________________________________________ 114

5 – CONCLUSÃO________________________________________________ 116

6 – BIBLIOGRAFIA______________________________________________ 120

7 – ANEXOS

Anexo 1 – Construção dos Indicadores ______________________________ i

Anexo 2.1 – Tabelas descritivas do rendimento escolar por sexo do aluno

_______________________________________________________________ xii

Anexo 2.2 – Tabelas descritivas para as variáveis independentes _______ xiii

Anexo 2.3 – Quadro Comparativo - Variáveis independentes e sua forma de

entrada na composição dos modelos - Grupos Condicionado e Independente –

5a série/2000 _________________________________________________ xxix

Anexo 2.4 – Modelos para o rendimento escolar estimados por Mínimos

Quadrados Ordinários _______________________________________ xxxii

Anexo 2.5 – Teste para a inclusão do valor adicionado nos modelos para as

variáveis independentes de Alunos e Família ______________________ xlix

Anexo 2.6 - Tabela COMPLETA para a comparação do efeito valor

adicionado __________________________________________________ lviii

Anexo 2.7 - Tabela COMPLETA para a comparação do efeito

heterogeneidade ______________________________________________ lxii

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LISTAS DE FIGURAS, TABELAS, QUADROS E GRÁFICOS

Figuras:

Figura 1 – Arcabouço Teórico BUCHMANN e HANNUM ............................................. 4

Figura 2 – Adaptação do Arcabouço Teórico BUCHMANN e HANNUM ...................... 6

Figura 3 – Arcabouço Operacional para análise do Rendimento Escolar ......................... 28

Figura 4 – Variáveis Dependentes e Independentes ......................................................... 44

Tabelas:

Tabela 3.1 – Tamanho dos sub-grupos selecionados ........................................................ 44

Tabela 3.2 – Descrição das variáveis dependentes ........................................................... 45

Tabela 4.1 - Números gerais da pesquisa para a 4ª e 5ª séries Novembro de 1999 e Novembro de 2000 .................................................................................................. 49

Tabela 4.2 – Tamanho dos sub-grupos selecionados por disciplina do teste aplicado 4a e 5a séries - Novembro de 1999 e Novembro de 2000 ................................................... 49

Tabela 4.3A. Análise descritiva do rendimento escolar (nota do teste) em matemática e português - Grupo Condicionado ............................................................................ 50

Tabela 4.3B. Análise descritiva do rendimento escolar (nota do teste) em matemática e português - Grupo Independente ............................................................................. 51

Tabela 4.4 - Resumo geral dos modelos de comparação do Efeito Valor Adicionado Grupo Condicionado: Alunos que estavam presentes em novembro de 1999 e novembro de 2000, 5a série / 2000 ......................................................................... 64

Tabela 4.5 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado Comparação do efeito valor adicionado – ALUNO (nota anterior e fatores estruturais) ............. 68

Tabela 4.6 – Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado Comparação do efeito valor adicionado – ALUNO (fatores de fluxo: processo corrente) .................................................................................................................................. 74

Tabela 4.7 – Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado Comparação do efeito valor adicionado – ALUNO (fatores de fluxo: trajetória passada) .......... 76

Tabela 4.8 – Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado Comparação do efeito valor adicionado - FAMÍLIA ................................................................... 80

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Tabela 4.9 – Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado Comparação do efeito valor adicionado - PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA .................................................................................................................................. 86

Tabela 4.10 – Resumo geral dos modelos de comparação do Efeito Heterogeneidade Grupo Condicionado: Alunos que estavam presentes em novembro de 1999 e novembro de 2000, 5a série / 2000 e Grupo Independente: Alunos que estavam presentes em novembro de 2000, 5a série / 2000 .................................................... 91

Tabela 4.11 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado e Independente - Comparação do efeito heterogeneidade – ALUNO (nota anterior e fatores estruturais) ................................................................................................... 94

Tabela 4.12 – Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado e Independente - Comparação do efeito heterogeneidade – ALUNO (fatores de fluxo: processo corrente) .................................................................................................... 98

Tabela 4.13 – Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado e Independente - Comparação do efeito heterogeneidade – ALUNO (fatores de fluxo: trajetória passada) ................................................................................................. 102

Tabela 4.14 – Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado e Independente - Comparação do efeito heterogeneidade - FAMÍLIA ................... 105

Tabela 4.15 – Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado e Independente - Comparação do efeito heterogeneidade - PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA .............................................................................................................. 111

Quadros:

Quadro 1 - Formato de Coleta de dados da Pesquisa ....................................................... 34

Quadro A – Estrutura de construção dos modelos lineares considerando o valor agregado Grupo Condicionado – 5a série / 2000 .................................................................... 44

Quadro B – Estrutura de construção dos modelos lineares desconsiderando o valor agregado, abordagem contemporânea. Grupo Independente –5a série/2000 .................................................................................................................................. 44

Gráficos:

Gráfico 4.1 - Análise comparativa do rendimento escolar médio (nota do teste) em matemática e português segundo sexo do aluno - Grupo Condicionado ................................................................................................................................. 52

Gráfico 4.2 - Análise comparativa do rendimento escolar médio (nota do teste) em matemática e português segundo sexo do aluno - Grupo Independente ................. 52

Gráfico 4.3A - Rendimento de Matemática – Novembro/1999 ....................................... 53

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Gráfico 4.3B - Rendimento de Português – Novembro/1999 .......................................... 53

Gráfico 4.3C - Rendimento de Matemática – Novembro/2000 ....................................... 53

Gráfico 4.3D - Rendimento de Português – Novembro/2000 .......................................... 53

Gráfico 4.4A - Rendimento de Matemática – Novembro/2000 ....................................... 54

Gráfico 4.4B - Rendimento de Português – Novembro/2000 .......................................... 54

Gráfico 4.5 – Nota do teste anterior – Valor adicionado Grupo Condicionado: 4ª e 5ª séries/1999 e 2000 – Matemática e Português ........................................................ 66

Gráfico 4.6A – Efeito Valor Adicionado para o Rendimento de Matemática – Coeficientes dos fatores estruturais de ALUNO - Grupo Condicionado: Modelos Contemporâneo e Valor Adicionado ................................................................................................. 70

Gráfico 4.6B – Efeito Valor Adicionado para o Rendimento de Português – Coeficientes dos fatores estruturais de ALUNO - Grupo Condicionado: Modelos Contemporâneo e Valor Adicionado ................................................................................................. 70

Gráfico 4.7A - – Efeito Valor Adicionado para o Rendimento de Matemática – Coeficientes dos fatores de fluxo (processo corrente) de ALUNO - Grupo Condicionado: Modelos Contemporâneo e Valor Adicionado .............................. 75

Gráfico 4.7B - – Efeito Valor Adicionado para o Rendimento de Português – Coeficientes dos fatores de fluxo (processo corrente) de ALUNO - Grupo Condicionado: Modelos Contemporâneo e Valor Adicionado ...................................................................... 75

Gráfico 4.8A - – Efeito Valor Adicionado para o Rendimento de Matemática – Coeficientes dos fatores de fluxo (trajetória passada) de ALUNO - Grupo Condicionado: Modelos Contemporâneo e Valor Adicionado .............................. 77

Gráfico 4.8B - – Efeito Valor Adicionado para o Rendimento de Português – Coeficientes dos fatores de fluxo (trajetória passada) de ALUNO - Grupo Condicionado: Modelos Contemporâneo e Valor Adicionado ...................................................................... 77

Gráfico 4.9A - Efeito Valor Adicionado para o Rendimento de Matemática – Coeficientes da variável de Estado de Residência - Grupo Condicionado: Modelos Contemporâneo e Valor Adicionado ...................................................................... 82

Gráfico 4.9B - Efeito Valor Adicionado para o Rendimento de Português – Coeficientes da variável de Estado de Residência - Grupo Condicionado: Modelos Contemporâneo e Valor Adicionado ................................................................................................... 82

Gráfico 4.10A - Efeito Valor Adicionado para o Rendimento de Matemática – Coeficientes dos fatores de FAMÍLIA – Grupo Condicionado: Modelos Contemporâneo e Valor Adicionado ............................................................................................................. 83

Gráfico 4.10B - Efeito Valor Adicionado para o Rendimento de Português – Coeficientes dos fatores de FAMÍLIA – Grupo Condicionado: Modelos Contemporâneo e Valor Adicionado ............................................................................................................. 83

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Gráfico 4.11A - Efeito Valor Adicionado para o Rendimento de Matemática – Coeficientes dos fatores de PROFESSOR, DIRETOR e ESCOLA – Grupo Condicionado: Modelos Contemporâneo e Valor Adicionado ...................................................... 87

Gráfico 4.11B - Efeito Valor Adicionado para o Rendimento de Português – Coeficientes dos fatores de PROFESSOR, DIRETOR e ESCOLA – Grupo Condicionado: Modelos Contemporâneo e Valor Adicionado ...................................................... 87

Gráfico 4.12A - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de Matemática – Coeficientes dos fatores estruturais de ALUNO - Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente ............................................................................................ 95

Gráfico 4.12B - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de Português – Coeficientes dos fatores estruturais de ALUNO - Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente ............................................................................................ 95

Gráfico 4.13A - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de Matemática – Coeficientes dos fatores de fluxo (processo corrente) de ALUNO - Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente ........................................................ 100

Gráfico 4.13B - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de Português – Coeficientes dos fatores de fluxo (processo corrente) de ALUNO - Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente ......................................................... 100

Gráfico 4.14A - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de Matemática – Coeficientes dos fatores de fluxo (trajetória passada) de ALUNO - Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente ......................................................... 103

Gráfico 4.14B - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de Português – Coeficientes dos fatores de fluxo (trajetória passada) de ALUNO - - Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente ......................................................... 103

Gráfico 4.15A - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de Matemática – Coeficientes da variável de estado de residência - Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente ............................................................................................ 107

Gráfico 4.15B - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de Português – Coeficientes da variável de estado de residência - Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente .............................................................................................. 107

Gráfico 4.16A - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de Matemática – Coeficientes dos fatores de FAMÍLIA - Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente ......................................................................................................... 108

Gráfico 4.16B - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de Português – Coeficientes dos fatores de FAMÍLIA - Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente ......................................................................................................... 108

Gráfico 4.17A - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de Matemática – Coeficientes dos fatores de PROFESSOR, DIRETOR e ESCOLA - Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente ........................................................ 113

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Gráfico 4.17B - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de Português – Coeficientes dos fatores de PROFESSOR, DIRETOR e ESCOLA - Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente ........................................................ 113

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Fatores Associados ao Rendimento Escolar de Alunos da 5a série (2000) - uma abordagem do valor adicionado e da heterogeneidade

RESUMO

Trabalhos têm se dedicado ao estudo dos efeitos dos fatores familiares e escolares sobre o desempenho dos alunos em avaliações padronizadas, nos remetendo a uma discussão sobre a qualidade da educação. É importante dizer que os trabalhos voltados para este aspecto da educação brasileira estão basicamente apoiados nas análises dos dados do SAEB1. A base de dados “Avaliação de Desempenho: fatores associados”, inspirada no SAEB, foi gerada através de convênio firmado entre o INEP2 e o CEDEPLAR3, contempla 6 estados brasileiros: Pará, Rondônia, Sergipe, Pernambuco, Goiás e Mato Grosso do Sul. Essa base constitui um marco para os estudos dos fatores associados ao rendimento escolar no Brasil, uma vez que essa é a primeira base de caráter longitudinal real nesta área de conhecimento.

Neste trabalho, o objetivo é discutir sobre alguns dos fatores associados ao rendimento escolar dos alunos da 5a série do ensino fundamental e, diferentemente da maioria dos trabalhos existentes, fazer uma análise dos efeitos sobre esses fatores da inclusão do valor adicionado e do impacto da heterogeneidade dos alunos da 5a série em relação aos alunos que tiveram sucesso na 4a série de 1999. Por rendimento escolar, considera-se neste trabalho, as notas obtidas nos testes padronizados aplicados pela pesquisa “Avaliação de desempenho: fatores associados” que procuram sinteticamente mensurar a proficiência dos alunos de 4a a 8a séries, em português e matemática.

Em geral, os resultados do efeito da inclusão do valor adicionado sobre os fatores associados ao rendimento escolar é a diminuição do impacto dos fatores estruturais e de fluxo ditos processo corrente, apesar de que algumas variáveis ainda continuarem bastante importantes como fazer lição de casa, condição de trabalho, tempo gasto entre a casa e a escola de mais de 1 hora e leitura de história em quadrinhos. Para os fatores de fluxo chamados de trajetória passada, deve-se ressaltar o importante papel da repetência como fator de determinação dos rendimentos. Para as variáveis da família, o efeito valor adicionado é crucial e rouba a significância de quase todas. Já para as variáveis do nível escola o efeito do valor adicionado as afeta de forma mais aleatória: algumas perdem significância, outras perdem apenas impacto e outras ainda têm sua significância recarregada.

Para os efeitos gerais da heterogeneidade, pode-se dizer que, a heterogeneidade reduz o impacto de quase todas as variáveis na determinação dos rendimentos escolares e atribui significância para muitas outras. Para as variáveis de fluxo referentes ao processo corrente o efeito heterogeneidade faz com que algumas variáveis tenham seus efeitos positivos levemente reduzidos, enquanto outras não se alteram ou têm significância aumentada pelos menos a 5%. Para as variáveis de fluxo que refletem a trajetória passada dos alunos, podemos ressaltar que as variáveis categóricas para o número de vezes que se repetiu de ano têm seu efeito negativo diminuído mas ainda forte e que tanto as variáveis para tipo de escola freqüentada quanto a de uso do computador têm sua significância recarregada. As variáveis da família têm, em geral, significância atribuída pelo efeito heterogeneidade e os efeitos positivos destas, já antes significativos, têm seu impacto reduzido. Já para as variáveis que se referem à escola, professores e diretores, a heterogeneidade do grupo independente rouba a significância da maioria das variáveis e daquelas que ainda sustentam sua significância, os impactos positivos são reduzidos.

1 Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica 2 Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – MEC. 3 Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional – UFMG.

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Associated factors to the school’s achievement on 5th grade (2000) – An

added value and heterogeneity approach

ABSTRACT

Many researches were developed in the aim to discuss education quality through the effects of family and school over student’s achievement on standard tests basically taken from SAEB4 analyses. The data base “Achievement evaluation: associated factors”, inspired in SAEB, was made possible through an agreement signed between INEP5 and CEDEPLAR6 and includes six Brazilian States: Pará, Rodonia, Sergipe, Pernambuco, Goiás and Mato Grosso do Sul. This data base is an important source for studying the associated factors schooling achievement in Brazil, since it’s the first base of real longitudinal characters on this knowledge area.

This research aimed to discuss some of the associated factors to the school’s achievement on 5th grade of elementary studies and, differently from the major exiting researches, to make up an analysis of the effects over these including factors of the added value and the heterogeneity impact of the 5th grade students in relation to the students who succeeded on 4th grade in 1999. School achievement was measured, in this research, by the marks obtained by the set of students taking a standard exam designed to measure the 4th and 8th grade students’ proficiency in Portuguese and Math.

In general, the results of the including effects of the added value over the associated factors to the school achievement was the reduction of the impact of structural and flux factors known as current process, although remained very important variables as doing homework, working condition, more than one hour between house and school and comics reading. For the flux factors named past path, we should emphasize school repetition as an income determinant factor. To the family’s variables, the added value effect was crucial and stole the significance of almost all of them. Added effect acted in a random form for school level variables: some of them lost significance, others lost only impact and others had their significance reinforced.

About the general effects of heterogeneity, it is possible to say that it reduced the impact of almost all variables on the determination of the school’s achievement and imputed significance for lots of others. For the current process flux variables, heterogeneity effect caused slight reduction on positive effects, while others didn’t alter themselves or had had their significance enlarged for less than 5%. For variables that reflect students’ past path, we could underline that the categorical variables to the number of years of school repetition had their negative effects reduced but remained strong, and both kind of school attended and the use of computer had their significance reinforced. Family variables had, in general, imputed signification to heterogeneity effect and the positive effects of it, have been significant before, had its impact reduced. On the other hand, for the variables referring to school, teachers and principals, heterogeneity of independent group stole the significance of the majority of the variables and, those remaining significant had their positive impacts reduced.

4 Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica 5 Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – MEC. 6 Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional – UFMG.

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1 - INTRODUÇÃO

Muitos têm sido os trabalhos que analisam a educação e suas influências sobre as

componentes da dinâmica demográfica. Entretanto, as discussões no Brasil sobre as

variáveis e dimensões que afetam a educação formal têm se desenvolvido na maioria das

vezes considerando a educação como variável a ser explicada (normalmente relacionada à

quantidade de anos de estudo acumulados) bem como outras diretamente ligadas como a

repetência, evasão e à matrícula.1 Recentemente, os trabalhos também têm se dedicado ao

estudo dos efeitos dos fatores familiares e escolares sobre o desempenho dos alunos em

avaliações padronizadas, remetendo a uma discussão sobre a qualidade da educação2. É

importante dizer que os trabalhos voltados para este aspecto da educação brasileira estão

basicamente apoiados nas análises das avaliações padronizados aplicados pelo SAEB –

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica.

Neste trabalho, o objetivo é discutir sobre alguns dos fatores associados3 ao

rendimento escolar dos alunos da 5a série do ensino fundamental e, diferentemente da

maioria dos trabalhos existentes, fazer uma análise dos efeitos do valor adicionado e do

impacto da heterogeneidade percebida nos alunos da 5a série quando comparado àqueles

que tiveram sucesso na 4a série, ambos viabilizados pelo uso de dados longitudinais. Por

rendimento escolar consideram-se as notas obtidas nos testes padronizados, aplicados pela

pesquisa “Avaliação de desempenho: fatores associados” – CEDEPLAR4/INEP5 que

procuram, sinteticamente, mensurar a proficiência dos alunos de 4a e 5a séries, em

português e matemática. O que se procura é investigar como fatores individuais, familiares

e escolares afetam o rendimento escolar e como esses fatores se comportam sob o efeito da

inclusão do valor adicionado e da heterogeneidade, para alunos que experimentaram não só

a transição entre duas etapas do ensino fundamental, a 4ª e a 5ª séries em 1999 e 2000, mas

1 BARROS e LAM (1993), GOMES-NETO e HANUSHEK (1994), MARTELETO (2002), entre

outros. 2 SOARES et al (2001), BARBOSA e FERNANDES (2001), ALBERNAZ e FRANCO (2002),

entre outros. 3 Vale ressaltar que a terminologia “fatores associados”, defendida pelos educadores, define o

mesmo conjunto de características que também podem ser chamados de “determinantes educacionais”, comumente utilizada por estatísticos e economistas. Neste trabalho optamos pela terminologia dos fatores associados não só por este compor o nome da base de dados utilizado no trabalho, bem como pelo fato de que “determinantes” é a terminologia adotada para os trabalhos sobre o desempenho escolar dos alunos e pode sugerir certo caráter de causalidade, o que não faz parte das discussões deste trabalho.

4 Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional – UFMG. 5 Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – MEC.

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também para todos os alunos que cursavam a 5a série em 2000. Para tanto, serão utilizados

separadamente os resultados obtidos nos testes de matemática e português: dos mesmos

alunos, nos dois momentos (rendimentos obtidos em 1999 e 2000) para a análise do efeito

valor adicionado e apenas o rendimento obtido em 2000, para sub-grupos de alunos

diferentes nas análises contemporâneas que viabilizam a discussão sobre o efeito da

heterogeneidade.

A análise do efeito valor adicionado sobre os fatores associados ao rendimento

escolar se refere aos alunos que cursavam a 5ª série do ensino fundamental em novembro

de 2000 e que foram aprovados na 4a série em 1999, considerando como perspectiva

longitudinal o resultados dos testes aplicados em novembro de 1999. A segunda questão

analisada, sobre o efeito da heterogeneidade, refere-se à comparação dos fatores associados

ao rendimento escolar decorrentes dos alunos que em novembro de 2000 cursavam a 5ª

série - análise contemporânea - e os fatores decorrentes da análise do grupo de alunos da 5a

série que teve sucesso na 4a série no ano anterior. Resumidamente, no efeito valor

adicionado construímos modelos diferentes para o mesmo grupo de alunos enquanto para a

análise do efeito heterogeneidade, construímos o mesmo modelo para dois diferentes

grupos de alunos.

É importante ressaltar que a base de dados da pesquisa “Avaliação de desempenho:

fatores associados” foi gerada através de convênio firmado entre o INEP e o CEDEPLAR,

tendo como pesquisa de referência o SAEB. A pesquisa contempla 6 estados brasileiros

que representam as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste: Pará, Rondônia, Sergipe,

Pernambuco, Goiás e Mato Grosso do Sul. Essa base constitui um marco para os estudos

dos fatores associados ao rendimento escolar no Brasil, uma vez que essa é a primeira base

de caráter longitudinal real nesta área de conhecimento. Muitos serão os estudos que

poderão ser desenvolvidos e este é apenas o primeiro deles.

Os objetivos específicos desta dissertação são:

i) Examinar a literatura de rendimento escolar considerando especialmente as

abordagens de valor adicionado e contemporânea, diretamente relacionadas

à Função de Produção Educacional;

ii) Contextualizar a construção da base de dados utilizada neste trabalho, além

de um panorama das características e possibilidades oferecidas por ela;

iii) Investigar os fatores associados ao rendimento escolar utilizando dados

longitudinais dos alunos da 4ª e 5ª séries de 6 estados brasileiros, avaliando

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a magnitude dos efeitos destes fatores, bem como o impacto neles

provocado pela inclusão do efeito de valor adicionado e a heterogeneidade

de grupos, considerando separadamente as disciplinas de português e

matemática;

Para se implementar tal análise, este trabalho está organizado em 4 seções, além

desta introdução. No capítulo 2 apresenta-se uma discussão teórica sobre os fatores

associados ao rendimento escolar, as abordagens de valor adicionado e contemporânea,

além da questão da heterogeneidade. No capítulo 3 a base de dados, o arcabouço

conceitual e a metodologia de análise dos dados utilizados no trabalho são discutidos bem

como a contextualização do processo de construção da base de dados. No capítulo 4, os

resultados das análises empíricas são apresentados e no último capítulo são reportadas as

principais conclusões do trabalho.

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2 – DISCUSSÃO TEÓRICA

O objetivo deste capítulo é apresentar e discutir alguns dos fatores que afetam a

educação formal e também em certa medida aqueles que são afetados por ela, além de

sugerir uma abordagem de aspecto longitudinal (efeito valor adicionado) e outra da

heterogeneidade para a análise de dados brasileiros sobre rendimento escolar.

Com o intuito de atender aos objetivos não só deste capítulo como também dar

suporte para as escolhas metodológicas e as análises empíricas da dissertação tomou-se

como ponto de partida o arcabouço teórico desenvolvido por BUCHMANN e HANNUM

(2001), ilustrado na Figura 1 para a análise das questões educacionais.

Figura 1 – Arcabouço Teórico BUCHMANN e HANNUM

Segundo BUCHMANN e HANNUM (2001), na análise das questões educacionais

deve-se considerar fatores de variados níveis, como os apresentados na Figura 1.

Contemplando o quadro acima, destaca-se que além da análise da dimensão dos efeitos que

os resultados educacionais podem provocar na economia, afetando questões demográficas

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e socioeconômicas, deve-se dispensar atenção para os fatores de oferta e demanda que

afetam os resultados educacionais.

Poderíamos então descrever o processo representado pela figura iniciando a análise

pelos fatores macro-estruturais (como as condições nacionais: crescimento populacional,

crescimento econômico, nível de produção e renda nacionais, desigualdades, etc) e as

políticas governamentais (de educação, saúde, renda, etc), sendo necessário pensar em uma

perspectiva capaz de compreender todo o processo. Assim, os fatores macro-estruturais

afetam a vida dos indivíduos fazendo com que esses possuam determinadas características

familiares e estejam sujeitos a determinados fatores escolares e comunitários. Esses por sua

vez também são influenciados pelos aspectos macro-estruturais produzindo conseqüentes

resultados educacionais, condizentes com todas as etapas de influência verificadas no

processo. Os resultados educacionais - traduzidos pelas matrículas escolares, níveis

educacionais, desempenho e rendimento escolar - são produto da inter-relação entre os

fatores de demanda e oferta por educação e se transformam em resultados econômicos

(renda, salários, status social, mobilidade ocupacional, etc) que traduzem os retornos dos

investimentos feitos em educação. Os resultados econômicos provocam então

conseqüências tanto nos fatores de oferta e demanda por educação quanto nos fatores

macro-estruturais, alimentando todo o processo.

No entanto, para os propósitos deste trabalho que trata dos determinantes dos

resultados educacionais é suficiente selecionar apenas uma parte do esquema sugerido

pelos autores na Figura 1 e descrito no parágrafo anterior. A etapa escolhida aborda parte

do processo que trata da inter-relação existente entre os fatores da demanda (decisões

familiares e individuais sobre a educação) e os fatores da oferta (a provisão de

oportunidade de educação) por educação formal, como mostra a Figura 2 abaixo.

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Figura 2– Adaptação do Arcabouço Teórico BUCHMANN e HANNUM

As discussões teóricas que se seguem foram separadas segundo os dois grandes

grupos que compõe a Figura 2. Na seção 2.1, serão discutidos os resultados educacionais e,

em especial, o rendimento escolar que pode ser definido como o ponto central das análises

deste estudo. Os outros resultados educacionais como matrícula, desempenho escolar,

repetência também fazem parte das discussões dessa seção com o intuito de ilustrar este

outro aspecto das análises educacionais, muito discutido em estudos brasileiros. Na seção

2.2, são levantadas questões sobre os fatores de oferta e demanda que compõem os fatores

associados, e hipóteses para resultados de algumas variáveis na determinação do

rendimento escolar. Além disso, na seção 2.3 um arcabouço operacional é proposto como

referencia para as definições empíricas e analíticas de todo o trabalho, baseado no

arcabouço teórico de Buchmann e Hannum.

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2.1 – Resultados Educacionais

Segundo Coleman, “... a criação de capital humano se dá pelas mudanças nas

pessoas que geram habilidades e capacidades que as tornam capazes de agir de novas

formas” (COLEMAN,1988). Uma das formas de provocar estas mudanças nos indivíduos,

dando a eles novas capacidades e oportunidades, é através da escolarização.

Ao se discutir o conceito de capital humano, estamos também discutindo as

diversas maneiras de se mensurá-lo. Como esse debate ainda é intenso, uma grande e

importante questão é a da escolha das melhores informações (variáveis) disponíveis para

serem utilizadas como proxy do amplo conceito de capital humano. Os anos de

escolaridade são extensivamente utilizados como proxies para o estoque de capital humano

acumulado por um indivíduo mas estes não são capazes de inferir sobre a qualidade deste

capital humano acumulado. Assim, com o intuito de capturar informações sobre a

quantidade e a qualidade do ensino, algumas variáveis normalmente são propostas pela

literatura e denominadas como resultados educacionais.

Os resultados educacionais podem ser analisados através de variáveis associadas a

dois tipos básicos de enfoque na educação formal: quantidade e qualidade. O enfoque da

quantidade está pautado nos trabalhos cujo objetivo é analisar a quantidade de anos de

estudos acumulados pelos indivíduos e variáveis relacionadas, como a matrícula, a

repetência, a evasão e o desempenho escolar (aprovação e reprovação). Já o enfoque da

qualidade está normalmente relacionado ao estudo dos efeitos dos fatores familiares e

escolares sobre o rendimento dos alunos obtidos em avaliações padronizadas. É importante

atentar para a definição da questão da qualidade, pois o uso de testes padronizados

constitui apenas uma das possíveis nuances analíticas assim classificadas. Entre as outras

abordagens sobre a qualidade na educação, deve-se ressaltar aquelas que se referem a

aspectos não mensuráveis do processo de aprendizado, como por exemplo, as questões

relacionadas à qualidade dos insumos educacionais ofertados. Cabe dizer também que os

trabalhos voltados à discussão desta nuance da qualidade da educação brasileira, os testes

de avaliações padronizadas, estão basicamente apoiados nas análises das avaliações

padronizadas aplicados pelo SAEB – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica.

Esse trabalho também está pautado sobre este enfoque da qualidade da educação,

procurando analisar os efeitos dos fatores associados ao rendimento escolar assumindo

uma abordagem longitudinal. A abordagem proposta para a análise dos dados pode ser

considerada de caráter econômico e está baseada na construção de uma “função de

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produção educacional”. Estas entre outras questões compõem as discussões desenvolvidas

nas sub-seções seguintes.

2.1.1 – Quantidade

Muitos são os estudos brasileiros que se dedicam à análise dos fatores que

influenciam a quantidade de anos de estudos, a matrícula escolar, a repetência, entre outras

variáveis relacionadas. Em linhas gerais, os resultados destes estudos demonstram que o

país ainda possui uma baixa média de escolaridade e taxas de matrícula e repetência

diferenciais por série freqüentada. Outros trabalhos abordam aspectos das influências da

escolaridade sobre os resultados econômicos, em especial as desigualdades provocadas por

ela. Dos trabalhos onde os resultados educacionais constituem a questão a ser explicada

podemos citar FLETCHER (1997), KLEIN (1995) e COSTA RIBEIRO (1993) sobre

evasão e repetência; MARTELETO (2001) sobre matrícula e escolaridade; BARROS e

MENDONÇA (1997), BARROS et al (2001) e RIANI (2001) sobre anos de estudo e o

desempenho escolar, entre outros.

2.1.2 – Qualidade

Para grande parte da literatura internacional, a análise sobre os determinantes do

rendimento escolar tradicionalmente esteve centrada nos estudos pedagógicos com uma

visão mais sociológica do processo de aprendizagem, por exemplo, em BUCHMANN

(2002). Por outro lado, uma abordagem econômica do rendimento escolar está pautada em

discussões como as especificações e construções analíticas baseadas nas teorias sobre o

desenvolvimento das crianças na primeira infância (Early Childhood Development – ECD)

e a “função de produção educacional”, FPE.

Segundo TODD e WOLPIN (2003), a ECD enfatiza o papel das características dos

pais e do ambiente domiciliar ao qual a criança está inserida sobre o rendimento, pensando

especialmente na formação das habilidades cognitivas das crianças. Um dos mais graves

problemas desta abordagem consiste na dificuldade e até mesmo na falta de informações

para se concretizar a análise, especialmente informações retrospectivas sobre o “status” da

família na primeira infância da criança estudada. A FPE é uma abordagem de orientação

bastante econômica pautada principalmente no estudo da produtividade do relacionamento

entre os insumos educacionais (educacionais e familiares, os fatores associados) e as notas

de crianças em idade escolar obtidas em testes. Os autores ressaltam como ponto em

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comum para as duas abordagens, a falta de consenso dos resultados estimados por vários

estudos. Pode-se dizer que os resultados são ambíguos para diversos fatores associados ao

rendimento escolar, como o efeito do emprego materno nos primeiros anos de vida da

criança (ECD) e os insumos escolares (como tamanho da turma, características dos

professores, etc) na FPE.

Segundo HANUSHEK (1987), a maioria dos trabalhos da literatura internacional,

que adota a FPE como estratégia metodológica, utiliza as notas de testes padronizados

como variável representante dos resultados educacionais. Resultados encontrados sugerem

que esta abordagem se adapta melhor às análises dos testes aplicados para as primeiras

séries do processo de escolarização.

Considerando como principais questões para a decisão do arcabouço conceitual

adotado neste trabalho, as semelhanças entre a literatura, as possibilidades e informações

disponíveis na base de dados na pesquisa “Avaliação de desempenho: fatores associados” e

a adaptação dos objetivos pretendidos à abordagem mais econômica da análise de

rendimento escolar, escolhemos o paradigma da “função de produção educacional” como

fio condutor das análises empíricas deste trabalho. As discussões e apresentação

metodológica sobre a FPE estão detalhadamente descritas no capítulo 3.

Em relação aos trabalhos sobre os determinantes do rendimento escolar no Brasil,

pode-se dizer que estes estão pautados basicamente na análise dos dados fornecidos pelas

avaliações padronizadas e questionários socioeconômicos aplicados pelo SAEB6: O SAEB

é uma iniciativa de pesquisa de avaliação da qualidade da educação básica brasileira,

iniciada em 1990 e desde 1995 tem sido reaplicada bianualmente. Seu objetivo principal é

avaliar a “qualidade da educação” através da pesquisa de dados referentes a aspectos

cognitivos do sistema educacional. Os resultados do SAEB podem ser utilizados como

base para políticas públicas de todas as esferas (municipal, estadual e federal),

identificando variáveis da escola e do processo de ensino associadas ao aprendizado. O

SAEB foi o primeiro banco de dados disponível no Brasil que possibilitou a mensuração

do rendimento escolar dos alunos, através de um conjunto de resultados de testes

padronizados. A pesquisa está sob a tutela do INEP e tem como objetivo principal a

geração e organização de informações sobre a qualidade e eficiência da educação básica no

Brasil.

6 Ver CASTRO (1999), ALBERNAZ et al (2002), SOARES et al (2001) e FERREIRA E SOARES

IASI 2003, Relatórios do SAEB, entre outros.

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Antes de 1995, quando foi realizada a primeira rodada de informações do SAEB, os

estudos que incorporavam a educação tanto como variável dependente como independente

somente utilizavam a informação de anos completos de escolaridade dos indivíduos. Vale

ressaltar que muitos estudos representaram importantes contribuições, utilizando a variável

anos de estudos, contudo, é fato que esta variável não é capaz de oferecer informações

sobre a qualidade da educação acumulada pelos indivíduos, como é o caso das notas em

testes padronizados. O SAEB possui informações, além de 1995, para os anos de 1997,

1999 e 2001, para uma base amostral de alunos de escolas públicas e particulares da 4ª e 8ª

séries do ensino fundamental e 3ª do ensino médio. Além dos testes em várias disciplinas,

são aplicados também questionários contextuais para os alunos, professores, diretores e

sobre a escola.

É importante ressaltar que os resultados encontrados em trabalhos a partir do SAEB

também devem ser esperados neste estudo. Esta expectativa está baseada no fato de que a

estrutura da base de dados da pesquisa “Avaliação de desempenho: fatores associados” foi

inspirada no SAEB.

2.1.3 – Efeito Valor Adicionado e Efeito Heterogeneidade

Como mencionado anteriormente, uma das abordagens econômicas do rendimento

escolar está pautada em discussões como as especificações e construções analíticas

baseadas na “função de produção educacional”.

Assumida a FPE como paradigma para a análise do rendimento escolar neste

trabalho, nosso desafio pousa sob a construção de uma estratégia analítica que nos permita

extrair resultados sobre os rendimentos escolares por uma perspectiva longitudinal. Para

tanto, adotaremos as especificações de modelos de regressão sugeridas por TODD e

WOLPIN (2003) definidas como contemporânea e de valor adicionado7. Estas

especificações estão metodologicamente discutidas no capítulo 3, mas estão associadas ao

principal objetivo do trabalho de análise longitudinal dos dados.

Assim, contemplando todas estas dimensões e direções analíticas até aqui

discutidas, o que este estudo procura fazer é investigar como se dá em um determinado

grupo amostral, a relação existente entre os fatores familiares e escolares e o rendimento

7 Um terceiro padrão de especificação dos modelos é chamado de acumulativo e pressupõe a

existência de informações sobre os insumos educacionais e familiares passados, além de uma medida para a capacidade de aquisição de conhecimento das crianças, não disponíveis neste banco de dados.

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escolar destes indivíduos. O que se pretende com o conjunto de informações disponíveis e

principalmente com a construção de uma FPE é identificar os efeitos dos fatores de oferta e

demanda sobre as notas alcançadas nos testes padronizados por estas crianças e como esses

efeitos se comportam considerando uma perspectiva longitudinal do valor adicionado e

também da heterogeneidade dos alunos.

A especificação contemporânea dos modelos para o rendimento dos alunos está

relacionada apenas às medidas contemporâneas (do tempo t analisado, correspondente

neste caso a uma determinada série s) dos insumos educacionais e familiares. Pressupostos

considerados fortes sobre os insumos devem ser assumidos para a construção deste

modelo: somente os insumos correntes são importantes para a produção do rendimento

escolar corrente dos alunos; estes insumos não variam através do tempo; o insumo corrente

é capaz de captar a “história” dos insumos; e os insumos correntes não estão relacionados

com a capacidade mental de aquisição de conhecimento. Sendo assim, frente a dados

disponíveis relativamente limitados, assumir estes pressupostos se torna condição

necessária para que se possa estimar um modelo.

Este tipo de especificação de modelo se adequa perfeitamente aos dados

disponíveis na base de dados “Avaliação de desempenho: fatores associados” que possui

informações específicas dos alunos como características físicas, mas nenhuma medida da

sua capacidade mental de aprendizagem. Também sobre as limitações dos dados, as

informações sobre os insumos correntes da família e escola estão disponíveis para as duas

séries (4ª e 5ª), mas os insumos passados neste caso só estão disponíveis para os alunos da

5ª série que freqüentaram a mesma escola na 4ª série no ano anterior e foram aprovados.

Os modelos de especificação contemporânea serão utilizados para explorar o caráter

longitudinal dos dados tanto como base de comparação para o efeito da inclusão do valor

adicionado, como também para a mensuração dos efeitos provocados pela

heterogeneidade.

O efeito do valor adicionado será avaliado através da utilização de um modelo de

especificação contemporâneo comparado a um modelo com abordagem de valor

adicionado, aplicado aos alunos que estavam presentes na 4a série em 1999 e na 5a série em

2000. A abordagem do valor adicionado relaciona o rendimento contemporâneo dos alunos

com os insumos familiares e educacionais contemporâneos e o rendimento do aluno no

período anterior. Pode-se dizer que a diferença básica entre o modelo de valor adicionado e

o de especificação contemporânea é apenas a adição do rendimento anterior do aluno, que

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pode ser considerada uma estatística suficiente para as variáveis não observadas dos

insumos passados e da capacidade mental de aquisição de conhecimento. Em nossos dados,

para a determinação do rendimento dos alunos da 5a série incluímos como variável

explicativa o rendimento obtido pelo mesmo aluno na 4a série do ano anterior. Vale

ressaltar também que, para a formulação do modelo de valor adicionado, também são

fortes os pressupostos a serem assumidos. Além disso, a inclusão do rendimento obtido na

série s-1 (série imediatamente anterior) como variável explicativa faz com que o modelo

fique mais suscetível à seletividade endógena quando variáveis de insumos são omitidas.

Cabe lembrar que evidências de outros estudos relatam que, geralmente, as estimativas

encontradas com modelos de valor adicionado são melhores que aquelas encontradas nos

modelos de especificação contemporânea.

Ainda nesta discussão é importante ressaltar que a análise do efeito do valor

adicionado pode ser basicamente definida através da forma de especificação de um modelo

econométrico, como se adotou neste trabalho. No entanto, deve-se mencionar a existência

de outro tipo de modelagem que poderia tratar da análise do valor adicionado, a teoria de

resposta ao item (TRI) que possibilita a comparabilidade direta entre a nota do teste

corrente e os testes anteriores. A TRI produz uma nova escala para as notas obtidas pelos

alunos nos testes, de forma a que se possa fazer uma comparação direta dos resultados.

Assim, um aluno que no teste da série S tirou nota mais alta que a obtida no teste que ele

fez na série s-1, aprendeu mais e na série S ele é um aluno “melhor”. E mais diretamente,

dizer que a diferença entre a nota obtida na série s e a nota em s-1 é a medida do valor

adicionado entre as séries. Salientamos que o uso da TRI neste trabalho seria muito

importante e traria grandes avanços, todavia, a nova escala para os dados ainda não foi

completada, ficando esta oportunidade para futuros trabalhos.

Quando nos propomos a analisar o efeito provocado pela inclusão da medida de

valor adicionado, estamos comparando um modelo de especificação contemporânea para o

rendimento dos alunos da 5a série que foram aprovados na 4a série no ano anterior com um

modelo de valor adicionado onde se inclui apenas a nota do teste aplicado na 4a série. O

modelo de especificação contemporânea considera apenas fatores do momento, rendimento

e insumos (fatores associados) dos alunos da 5a série de 2000. O modelo de valor

adicionado inclui entre os insumos correntes, o rendimento do aluno no ano anterior,

medida que tem o papel de representar o efeito cumulativo que constitui o processo de

aprendizagem.

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A nota do teste de uma criança não é fruto apenas do que ela aprendeu naquele

determinado ano, mas também de toda a sua trajetória escolar e características

individuais/familiares, que podemos denominar de fatores estruturais. Nas análises de

valor adicionado, portanto, espera-se que a nota do teste anterior represente, em geral, as

características dos fatores estruturais. Por outro lado, também é importante estar atento

sobre o impacto do valor adicionado sobre as variáveis correntes e para estas, ao contrário

dos fatores estruturais, é importante verificar a persistência dos efeitos das variáveis após a

inclusão do valor adicionado.

Já para o efeito da heterogeneidade, a comparação é feita através da estimação de

dois modelos de especificação contemporânea: um para o grupo de alunos que freqüentava

a 4a série em 1999 foi aprovado e estava freqüentando a 5a série em 2000 e outro para

todos os alunos que freqüentavam a5a série em 2000, independente de sua trajetória

escolar. Uma alternativa seria comparar o grupo condicionado de alunos (alunos que

estavam presentes na 4a e 5a séries) com os alunos repetentes e novos da 5a série, ou seja,

comparar o grupo condicionado com o grupo independente subtraído dos alunos que

compõem o grupo condicionado, exercício este que ficará para um trabalho futuro.

A questão principal a ser analisada sobre o efeito heterogeneidade neste trabalho é

identificar se existem diferenças nos fatores associados ao rendimento escolar da 5a série

entre todos os alunos amostrados na 5a série e um sub-grupo deles que foi bem sucedido na

4a série no ano anterior. RIOS-NETO et al (2002) destacam o sucesso dos alunos na 1a e 5a

séries do ensino fundamental como dois importantes filtros do processo de escolarização,

fato bastante difundido na literatura brasileira. Deve-se ressaltar então que os dois grupos

de alunos analisados nesta etapa do trabalho possuem como característica comum o fato de

terem passado pela seletividade promovida pelo filtro da aprovação na 1a série. Entretanto,

os alunos não sofrem os efeitos do segundo importante filtro provocado pela aprovação na

5a série, uma vez que as análises são feitas para os rendimentos da 5a e não da 6a série.

2.2 – Fatores Associados ao Rendimento Escolar

Em contraponto às discussões sobre a variável resposta deste estudo, os resultados

educacionais, apresentadas na seção 2.1 anteriormente, nesta seção todas as atenções estão

voltadas para as variáveis explicativas, os fatores que determinam o rendimento escolar.

Nesta, as análises foram divididas em dois aspectos: resultados encontrados para os fatores

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associados à quantidade e em especial à qualidade educacional e análises de alguns fatores

específicos de demanda e oferta para a determinação do rendimento escolar.

2.2.1 Discussões dos fatores associados sobre a quantidade e a qualidade da

educação

Nesta parte do texto estão apresentados resultados importantes de alguns estudos

sobre a quantidade e a qualidade da educação formal e os seus fatores determinantes, bem

como algumas discussões teóricas.

Quantidade

Muitas são os aspectos tratados por estudos que se dedicam à análise dos fatores

associados aos resultados educacionais relacionados à quantidade de educação, tanto no

que se refere aos determinantes quanto às variáveis que representam a quantidade. Entre

eles podemos citar alguns com o intuito de ilustrar estas possibilidades analíticas.

Sobre a repetência, por exemplo, podemos destacar os resultados encontrados por

FLETCHER (1997), KLEIN (1995) e COSTA RIBEIRO (1993), com o modelo Profluxo.

Esse modelo constitui importante evolução nos estudos brasileiros sobre evasão e

repetência escolar pois mostra que a probabilidade de evasão, medida considerando estar

matriculado na escola em um ano e no ano seguinte, era pequena. Em contraponto, a

probabilidade de repetência definida como estar matriculado na mesma série em dois anos

consecutivos era bem maior.

Com o intuito de ilustrar a importância da origem familiar no desempenho

educacional dos filhos, BARROS et al (2001) investigaram alguns dos impactos de

importantes tipos de determinantes do desempenho educacional. Em relação à influência

familiar na formação educacional dos filhos, os resultados do estudo revelaram que a

escolaridade dos pais, e em particular a da mãe, é a mais importante variável para

determinar o desempenho educacional dos jovens mesmo em relação à renda domiciliar

per capita8. Os autores sugerem que este resultado pode indicar que políticas públicas

poderiam provavelmente ser mais efetivas se tivessem como alvo as famílias ao invés da

renda domiciliar per capita, corroborando a influência dos fatores familiares para a

determinação da educação.

8 Os autores reforçam que a variável de renda domiciliar possui impacto positivo e significativo

sobre o desempenho escolar das crianças sendo menor, entretanto que o efeito da educação da mãe.

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Segundo PSACHAROPOULOS et al (1989), em seu estudo que relacionava a

freqüência escolar, a alfabetização e o grau final de escolaridade dos indivíduos com

diversas variáveis determinantes do desempenho educacional, a freqüência escolar dos

meninos de 7 a 14 anos é menor que a das meninas, e que estas, no Brasil, diferentemente

de outros países em desenvolvimento, não sofrem “discriminação” na matrícula escolar.

Esse resultado chama atenção para as diferenças educacionais entre meninos e meninas no

Brasil, reforçando a necessidade do estudo do efeito de sexo no desempenho escolar.

Dentre os trabalhos que se dedicam a analisar como os resultados educacionais

afetam resultados econômicos e são capazes de gerar desigualdades, podemos citar,

BARROS e LAM (1993), LAM e LEVISON (1992), VELEZ et al (2001), entre outros.

Podem ser consideradas intensas as discussões que existem sobre os efeitos da educação na

redução ou até mesmo na intensificação das desigualdades sócio-econômicas de um país.

A educação como fator que gera e/ou intensifica as desigualdades pode ser avaliada

quando se pensa nos retornos da escolarização no país.

Segundo LANGONI (1973) pode-se responsabilizar as mudanças no mercado de

trabalho pelo aumento das desigualdades no Brasil nas décadas de 60 e 70. Essas

mudanças no mercado de trabalho estão associadas a diversos fatores, especialmente à

questão dos salários, que pode ser entendido como um retorno da escolaridade, onde

sobressai “(...) a influência independente e substancial das diferenças em educação sobre

os níveis individuais de renda”. (LANGONI, 1973, p.32). Contudo, segundo LAM e

LEVISON (1992) as mudanças na distribuição da escolarização brasileira na década de 80

geraram benefícios na distribuição de renda do país, efeitos estes que podem ter se

propagado para as décadas seguintes. Sendo essa melhora explicada tanto pelo aumento da

escolaridade média como pela redução da desigualdade escolar entre os indivíduos.

Segundo SCHULTZ (1994), as sociedades podem desejar aumentar os

investimentos na formação de capital humano das mulheres, pelo fato de estas

apresentarem maiores retornos sociais que os homens. Os retornos dos investimentos, por

exemplo, na escolarização das mulheres, possuem vários efeitos além do retorno

monetário: como se sabe, mães mais escolarizadas cuidam melhor dos filhos tanto no que

se refere à saúde quanto no desenvolvimento social e educacional destes. Os maiores

retornos gerados pelos investimentos nas mulheres também auxiliam na queda da

desigualdade salarial entre sexos, promovendo a renda familiar e de certa forma

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equalizando ou diminuindo, a seleção por sexo dos investimentos nos filhos, uma vez que

esta seria uma característica de pais mais ricos.

Estes estudos nos mostram como é importante analisar as questões educacionais e

se investir em educação pois estas podem nos trazer retornos benéficos ou maléficos.

Em relação às decisões tomadas sobre a demanda escolar, pode-se dizer que é a

estrutura demográfica e socioeconômica que define tanto as oportunidades quanto as

restrições às quais estão submetidos pais e filhos. “Períodos de mudanças sociais,

econômicas e demográficas como as que o Brasil passou nas últimas três décadas

permitem que se altere a percepção dos custos e benefícios relativos à educação, e logo os

termos da transmissão intergeracional de educação”.(MARTELETO, 2002, p.5).

A educação pode ser interpretada como um vetor estratégico para o

desenvolvimento sustentável e eqüitativo do país. A idéia de que a educação tem sido a

maior vantagem comparativa dos países para enfrentar um mundo globalizado e

competitivo é amplamente difundida. É importante dizer que o grau de escolaridade de um

indivíduo é imprescindível para sua empregabilidade (obtenção e manutenção do posto de

trabalho) e também para sua inserção social. A relação entre o desempenho educacional e o

desenvolvimento econômico dos países em desenvolvimento tem sido foco de várias

pesquisas. Como, por exemplo, o caso da Coréia onde, por um rápido aumento da

escolaridade média da população, se alcançou sucesso econômico com redução dos índices

de pobreza e desigualdade. (CASTRO, 1999). Contudo, para que a educação possa cumprir

esta função é importante que o foco das políticas educacionais se desloque da expansão

para a qualidade do ensino ofertado.

Qualidade

De acordo com os resultados do Relatório COLEMAN de 1966, que exerceu

grande influência nas pesquisas subseqüentes, pode-se sugerir que os fatores escolares

exercem menor influência sobre o rendimento escolar quando comparados aos fatores

familiares. Após esta constatação, uma grande onda de pesquisas e trabalhos em diversas

áreas afins, segui-se no sentido de captar a influência dos fatores associados à escola sobre

o rendimento escolar.

Segundo BUCHMANN (2002) em revisão da literatura sobre rendimento escolar

pode-se dizer que grande parte dessa tratava da comparação entre o papel dos fatores

familiares (fatores de demanda) e o efeito da escola (fatores de oferta) como fatores

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determinantes do rendimento escolar. Ainda segundo a autora, foram os resultados do

Relatório COLEMAN nos Estados Unidos e de PLOWDEN na Grã Bretanha os maiores

estímulos para a abertura deste debate. Em ambos os trabalhos, a mais importante

conclusão é a de que os fatores familiares eram muito mais importantes do que os fatores

escolares para a determinação do rendimento. A maioria dos mais de cem estudos

revisados por esta autora, até meados dos anos noventa, encontrava geralmente um efeito

positivo para o fator escola quando controlado o fator família. Vale ressaltar também que a

maior parte dos estudos revisados focava-se na abordagem da “função de produção

educacional” e da análise de regressões para identificar os determinantes específicos do

rendimento escolar.

Em estudos dos anos oitenta, por sua vez, BUCHMANN (2002) sugere que a

abordagem mais pertinente se pautava em analisar e mostrar que a porcentagem da

variância explicada pelos fatores escolares era muito mais importante nos países em

desenvolvimento do que nos desenvolvidos, sendo o contrário observado para os fatores

familiares. Assim, quando analisados o impacto das variáveis de qualidade da escola e do

professor, constatava-se que estes eram tão mais fortes quanto mais pobre era o país

estudado. Outra polêmica que também pode ser encontrada nesses estudos está nos tipos de

fatores escolares que são importantes para o rendimento escolar. No caso dos EUA, por

exemplo, a razão aluno/professor (tamanho da turma) e o salário dos professores foram os

insumos escolares considerados mais importantes para o rendimento escolar. Entretanto,

quando considerado o caso dos países em desenvolvimento, o impacto era maior para itens

como, a utilização de insumos básicos como livros-textos, bibliotecas e treinamento dos

professores.

Algumas das mais relevantes críticas ao debate sobre a magnitude do impacto dos

fatores associados ao rendimento escolar se deram no âmbito metodológico. Essas

passavam pelo questionamento da qualidade das informações socioeconômicas utilizadas

pelos estudos. Em pesquisas como a “Avaliação de desempenho: fatores associados” e o

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, o SAEB, essas informações são

reportadas pelos alunos que fazem os testes de rendimento, crianças de 7 a 14 anos, que

normalmente não são os melhores respondentes para a mensuração deste tipo de

informação. Também foram bastante discutidas as abordagens dos modelos considerando

principalmente a análise do coeficiente explicação do modelo, o R2, ressaltado pela

literatura como ultrapassado. Já a análise da “escola eficaz” se pautou na crítica

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metodológica que enfatizava a importância do uso dos modelos hierárquicos (ou

multinível) para contemplar a estrutura dos dados de rendimento. Essa nova ótica dos

estudos, utilizando modelos hierárquicos, retomou o debate sobre o impacto dos fatores

escolares e familiares na determinação do rendimento escolar.

Ainda sobre as informações disponíveis para a mensuração dos fatores associados

(variáveis de fatores familiares e escolares), BUCHMANN (2002) sugere que pelas

dificuldades de se medir variáveis de rendimento escolar nos países em desenvolvimento,

os estudos mais disseminados seriam os de desempenho escolar9. Assim, vale ressaltar que

a pesquisa “Avaliação de desempenho: fatores associados” possui mais um ponto de

especialidade, porque além de permitir uma análise de rendimento em um país em

desenvolvimento, essa possui natureza longitudinal.

2.2.2- Fatores de demanda e de oferta

Sobre a inter-relação existente entre os fatores de oferta e demanda por educação

formal, ainda baseados em parte do esquema proposto por BUCHMANN e HANNUM

(2001), podemos discutir os dois sentidos das influências.

Fatores de Oferta ↔ Fatores de Demanda: o conjunto dos fatores de oferta

representado pela escola contribui para a construção dos valores familiares, sendo a escola

aquela que forma os indivíduos e os molda no sentido de certas condutas como, por

exemplo, a valorização da educação. Por outro lado, a escola é um reflexo do conjunto de

alunos que a freqüentam, de características socioeconômicas e comportamentais desses e

de suas famílias, dentre eles os alunos cujos pais decidiram valorizar e investir em

educação.

O papel da comunidade, fator de oferta, pode ser pensado através do efeito dos

recursos e da estrutura desta comunidade tanto sobre os fatores de oferta quanto os de

demanda.

Fatores da Comunidade ↔ Fatores de Oferta: nos fatores de oferta, a comunidade,

por exemplo, pode influenciar a forma de condução da escola, dos seus processos, formas

de organização e infra-estrutura. Da mesma forma que a escola influencia diversas

9 Pode-se entender desempenho educacional como o resultado da decisão de estudar com

abordagens direcionadas ao número de anos de estudo completos, progressão por série ou nível de escolaridade (resultado obtido pelo aluno no fim do ano letivo, aprovado/reprovado), mais discutida por economistas, sociólogos e demógrafos. Enquanto as análises de rendimentos escolares foram mais discutidas pelos pesquisadores da área da educação.

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características de formação da comunidade. Fatores da Comunidade ↔ Fatores de

Demanda: sobre os fatores de demanda, a comunidade tanto pode ser compreendida como

um produto das ações dos indivíduos e famílias como também fator de influência sobre as

atitudes e decisões dos mesmos, além das questões relacionadas à infra-estrutura da

comunidade.

Fatores de demanda – Individuais e Familiares

Das decisões que os indivíduos e suas famílias têm de fazer para condução de suas

trajetórias, neste trabalho nos ateremos àquelas associadas aos investimentos em capital

humano. As características e decisões individuais estão intrinsecamente relacionadas às

características e decisões familiares sendo necessário compreender o papel da origem

familiar sobre a formação de capital humano dos filhos, especialmente no incentivo à

escolarização. Para tanto, devem ser considerados pelo menos três componentes da origem

familiar: o capital financeiro, o capital humano e o capital social. O capital financeiro é

normalmente medido através dos recursos ou renda da família, e está relacionado à

capacidade da família em prover condições físicas que ajudem no aprendizado dos filhos.

O capital humano está associado sempre à educação dos pais e de como esta formação é

capaz de prover as condições e um ambiente necessários para o desenvolvimento das

crianças. O capital social, por sua vez, está relacionado ao tempo e à forma de dedicação

dos pais aos filhos e também à relação dos filhos com os pais.(COLEMAN,1988).

Muitas são as questões teóricas que podem ser inseridas nesta discussão e nos

pautaremos em algumas variáveis que consideramos fatores associados de demanda

importantes para a determinação do rendimento escolar dos alunos e que abarcam as três

dimensões de capital humano discutidas anteriormente.

Alguns fatores associados – Indivíduo e família

Indivíduos

Sexo dos alunos

A literatura em geral e especialmente a que toma como base os dados do SAEB,

pesquisa que mais se aproxima da base de dados deste trabalho, é contundente sobre a

existência de resultados diferenciais por sexo. Os estudos normalmente mostram que as

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meninas possuem melhor performance nos testes de português, enquanto os meninos vão

melhor em matemática.10

Raça dos alunos

A variável raça é comumente utilizada nos trabalhos que estudam os fatores que

determinam o rendimento escolar. Nas análises deste trabalho, seguindo a estratégia

adotada por vários outros estudos, optamos por analisar o efeito de ser negro, mulato,

amarelo ou indígena em relação a ser branco. Os resultados esperados em nossas análises

devem corroborar os já encontrados em outros estudos, de diversas áreas, de que ser

branco carrega uma condição socioeconômica em geral melhor e que isto se traduz em

melhores resultados educacionais. Vale salientar que ALBERNAZ et al (2002), utilizando

dados do SAEB, ratificam o fato de que ser um aluno negro (preto ou pardo), mesmo

quando se controla por nível socioeconômico, se traduz em rendimentos escolares mais

baixos.

É importante justificar que a variável raça só pode ser considerada para a discussão

do efeito de valor adicionado, uma vez que esta foi questionada apenas aos alunos em

novembro de 1999, na 4a série e não constando do questionário da 5ª série. Entretanto,

como esta é uma característica adscrita, que a princípio não muda, considerou-se a

informação da 4ª série como variável independente dos modelos contemporâneos e de

valor adicionado para o rendimento da 5a série, na mensuração do efeito valor adicionado.

Condição de Trabalho

A precariedade socioeconômica de grande parte das famílias brasileiras pode

provocar o ingresso precoce de crianças e jovens estudantes no mercado de trabalho,

trazendo como conseqüência dificuldades de aprendizagem e até o abandono da escola. No

Brasil, muitos estudos destacam o vínculo existente entre o trabalho infantil, a não

matrícula e a evasão escolar. As taxas de evasão escolar e de matrícula são diferenciadas

segundo segmento da população, onde a taxa de evasão aumenta progressivamente com a

queda do nível de renda. Além de afetar a evasão, o trabalho afeta o desempenho das

crianças que tentam, de alguma forma, conciliar trabalho e escola.

10 Ainda sobre estes diferenciais podemos citar os resultados encontrados em BELTRÃO (2002)

capazes de sustentar a premissa de que as mulheres hoje são mais educadas do que no passado. E que estes ganhos de escolaridade fizeram-nas superar a escolaridade dos homens, o que não acontecia no passado. Em 1960, existia uma diferença de 0,2 ano de escolaridade em favor dos homens e, em 1996, esta diferença é de 0,3 a favor das mulheres. O estudo também encontra indicativos de que as diferenças a favor das mulheres

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Segundo relatório publicado pelo INEP em abril de 2003, no Brasil o número de

alunos da 4ª série que trabalha está próximo de um quinto do total, considerando a

declaração dos alunos investigados pelo SAEB de 2001. Dados da PNAD, revelam que a

participação das crianças ocupadas no total do grupo etário de 5 a 14 anos de idade de 9%

em 1999 caiu para 6,8% em 2001. Ainda sobre os dados do SAEB 2001, resultados

mostram que o percentual mais elevado de trabalho infantil pertence aos alunos da região

Nordeste (47,5%), seguido da região Sudeste (26%). Além do fato de que alunos que

declaram trabalhar possuem enfaticamente rendimentos mais baixos que aqueles que não

trabalham.

No que se refere ao estudo dos impactos da condição de trabalho dos alunos sobre o

seu rendimento, a principal discussão se pauta na questão sobre a direção de causalidade

entre a decisão do aluno entre o trabalho e a escola. Para nosso estudo, essa discussão não

precisa ser abordada, já que neste caso os alunos já decidiram que vão freqüentar a escola e

o efeito de trabalhar está associado ao seu tempo disponível para o estudo e como isso

afeta o seu rendimento escolar. Desta forma, o resultado esperado é de que trabalhar seja

uma ação prejudicial para o rendimento escolar, pautado especialmente na questão do

tempo disponível para o estudo.

Tempo gasto entre a casa e a escola

Em relação ao tempo gasto pelos alunos no trajeto entre a casa e a escola, pode-se

dizer que, em geral, quanto maior é esse tempo, mais negativo é o efeito sobre os

rendimentos dos alunos. Mais tempo gasto no trajeto implicaria em menos tempo para

estudar e mais cansaço ao chegar na escola, por outro lado, os alunos poderiam estar

gastando mais tempo por terem escolhido uma escola mais distante de casa pela sua

qualidade superior. A literatura e os dados analisados nos levam a crer que, em geral, as

escolas analisadas têm perfis semelhantes e que para as séries aqui analisadas (4a e 5a), as

orientações são para matrículas que respeitem a proximidade entre a casa do aluno e a

escola a ser freqüentada. Além disso, o fato de que mais de 80% dos alunos gastar menos

de meia hora de sua casa à escola corrobora esta perspectiva.

Ainda sobre a questão do tempo disponível para estudar, podemos discutir sobre o

tipo de transporte utilizado pelo aluno no trajeto casa/escola. Pouco se vê discutido na

literatura sobre esta característica escolar dos alunos, entretanto, todas as discussões

devem perdurar e até mesmo aumentar pois as mulheres possuem menor defasagem idade-série que os

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levantadas anteriormente sobre tempo disponível podem ser retomadas neste ponto,

acrescentando o fato de que o meio de transporte utilizado pelos alunos pode mostrar um

pouco mais. Os tipos de transporte questionados na pesquisa “Avaliação de desempenho:

fatores associados” são: a pé, bicicleta, ônibus, transporte escolar e outros. Não se pode

associar simplesmente o tipo de transporte que as crianças utilizam com o tempo gasto

para chegar à escola, neste caso seriam necessárias inferências sobre a distância entre a

casa e a escola. Sendo assim, não seria prudente esperar que todas as crianças que vão a pé

para a escola são porque moram perto, conseqüentemente gastam menos tempo no trajeto e

isso se reverteria em rendimentos mais altos nos testes.

Repetência, defasagem idade-série11, trajetória escola

A defasagem idade-série é conseqüência da entrada tardia dos alunos no sistema

educativo, da repetência e/ou da evasão com posterior reingresso. Resultados obtidos com

estudos feitos com dados do SAEB mostram que o aumento da defasagem série-idade se

reflete no aumento da perda de proficiência nos testes, além do mais quanto mais irregular

é a trajetória escolar do aluno, maior é a perda do rendimento. Em nosso trabalho,

escolheu-se investigar estes efeitos maléficos através da variável que identifica o número

de vezes que o aluno repetiu de ano. A variável identifica separadamente alunos que nunca

repetiram, aqueles que repetiram 1 vez, 2 vezes, 3 vezes e mais de 3 vezes; como os alunos

aqui estudados estão cursando a 4a e 5a séries, julgou-se suficiente esta gradação.

Segundo FERRAO et al (2003), em análise discriminada por série pode-se verificar

em 1999, que tanto no Nordeste como no Norte a maior concentração de alunos defasados

está na 5a série e para a região Centro-Oeste o padrão da distribuição da proporção de

alunos defasados é um pouco diferente, estando o número máximo desta proporção

também na segunda metade do ensino fundamental.

Vale ressaltar neste ponto, algumas discussões sobre as políticas de não-repetência

que vêm sendo implementadas no Brasil e que visam resolver os prejuízos individuais e

coletivos do sistema de ensino, com base na promoção seriada. Existem discussões sobre

os efeitos da adoção dos regimes não-seriados sobre a qualidade na educação. Neste

sentido, modelos apresentados por FERRÃO et al (2002) sugerem que, nos estados de São

Paulo e Minas Gerais, o regime de promoção automática pelo menos nas escolas públicas,

homens, além de uma maior proporção de mulheres freqüentando a escola.

11 Designamos “defasagem idade-série” à diferença entre a idade do aluno e a idade adequada para a série que ele freqüenta.

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pode contribuir para a correção da defasagem idade-série sem perda da qualidade na

educação.

Tipo de escola em que já estudou

Como mencionado anteriormente, a trajetória escolar dos alunos também é fator de

impacto no seu rendimento, onde ter estudado em escola pública e/ou particular pode ser

considerada como característica importante. Assim, é resultado robusto de muitos estudos

que alunos de escolas particulares possuem rendimentos mais elevados que aqueles da rede

pública. Para os alunos da 4a série do SAEB de 2001, 98% dos estudantes com

desempenho considerado muito crítico são alunos de escolas públicas.

Nesta questão, os principais argumentos pousam sobre o fato de que as condições

de infra-estrutura das escolas públicas são muito díspares em relação às escolas privadas.

Desta forma, o fato dos alunos da pesquisa (amostrados em escolas públicas) já terem

passado em algum momento por uma escola particular deve refletir em melhores

rendimentos nos testes, por já terem sido expostos a melhores condições de escolarização.

Hábitos de leitura

É resultado difundido nos estudos com o SAEB de que bons hábitos de leitura

influenciam positivamente o rendimento escolar dos alunos, sendo este também o resultado

esperado com os dados deste trabalho.

Família

Estado (Unidade da Federação)

Os estados abordados pela pesquisa foram Mato Grosso do Sul, Goiás, Roraima,

Pará, Pernambuco e Sergipe que representam as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste,

respectivamente. Os resultados esperados para o rendimento dos alunos em relação ao

estado de residência dos mesmos, também se baseiam nos estudos do SAEB que

identificam rendimentos melhores para os alunos que residem nos estados do Centro-Oeste

e sequentemente piores para os residentes nas regiões Norte e Nordeste.

Com quem mora

A presença da mãe no domicílio como fator que beneficia o desenvolvimento dos

filhos pode ser considerada uma verdade exaustivamente discutida pela literatura.

Corroborando esta premissa, podemos citar as decisões de muitos programas sociais que

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direcionam os recursos para as mães por admitirem que elas possuem uma posição altruísta

em relação aos filhos, até maior que a dos pais.

Escolaridade dos pais

O fato de a educação dos filhos ser fortemente relacionada à educação dos pais

também pode ser considerado como uma verdade bastante demonstrada pela literatura.

Sabe-se que filhos de pais mais educados possuem melhor desempenho na escola e

atingem mais alto grau de escolaridade, isso porque pais mais educados: i) atribuem maior

valor para a educação de seus filhos; ii) tendem a transmitir padrões de comportamento

que reforçam o papel da educação; iii) nutrem expectativas pelo alcance de níveis mais

altos de escolaridade dos filhos; iiii) estimam que os benefícios de longo prazo da

educação superam seus custos. (MARTELETO, 2002). Neste sentido, dados do SAEB nos

fornecem evidências de que, em geral, a proficiência média dos alunos aumenta quanto

maior for a escolarização dos pais, tanto a do pai quanto a da mãe.

Relacionamento família-escola

Na literatura, os efeitos da relação família-escola são normalmente discutidos

considerando não só o fato de que os pais conhecem o diretor e/ou os professores da escola

de seus filhos. Esta relação é discutida considerando não só a presença mas também a ação

dos pais sobre os filhos em relação às “coisas” da escola, como por exemplo, no incentivo

ao estudo dentro e fora do ambiente escolar e do cumprimento da lição de casa.

Entretanto, quando pensamos na realidade dos alunos das escolas públicas de nosso

país devemos considerar outros pontos. Segundo os dados do SAEB 1999, a maioria dos

pais de alunos na 4ª série conhece o diretor, o professor e os amigos do seu filho. O fato do

pai ou a mãe acompanhar seu filho à escola no primeiro dia de aula para conhecer o

diretor, o professor e o ambiente escolar, não implica necessariamente na criação de um

vínculo e do envolvimento destes na vida escolar de seus filhos. Desta forma, considerando

nossa realidade é coerente considerar a hipótese de que os pais conhecerem o diretor e/ou o

professor de seu filho esteja relacionada a problemas de aprendizado e/ou de

relacionamento (disciplina) da criança.

Fatores de oferta – Professor, diretor e escola

Quando o interesse de avaliar a educação é procurar os problemas e compreendê-

los no sentido de melhor buscar suas soluções, é importante contemplar todas as

perspectivas possíveis e não só analisar os resultados, mas também entender os processos,

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procedimentos, meios, metas e a base com a qual se trabalha e sobre a qual se avalia. A

base sobre a qual se faz as avaliações de sucesso ou não dos processos são os alunos e

sobre eles algumas foram as dimensões discutidas nas seções anteriores. Sobre a base com

a qual se trabalha, meios e procedimentos, pode-se dizer que estes são basicamente

compostos pela escola e tudo que esta carrega, inclusive seus professores e diretores.

Avaliar os fatores da escola por si só, de fora, sem ponderar por suas questões

específicas, pode ser uma injustiça, pois os resultados médios dos alunos de uma escola

dependem não só das diretrizes assumidas e das condições da escola como também, ou

especialmente, dos alunos, da história escolar e particular de cada um deles. Deve-se

pensar em qual é, ou deve ser, o valor que a escola é capaz de agregar à formação e ao

rendimento dos alunos. Além disso, não se deve esquecer que as escolas fazem parte de um

sistema educacional generalizado, sendo estas subordinadas a normas indicadas pelo

município, estado e/ou união.

Um debate da literatura brasileira ressalta que desde a década de 60 os

pesquisadores se questionam sobre a influência da escola na aprendizagem dos alunos. A

pergunta normalmente feita é se, dadas as características tanto mentais como sociais dos

alunos, existe efeito da escola no desenvolvimento da criança. Na definição de escola

eficaz está subentendida a idéia de que: as escolas promovem sucesso educacional

diferenciado fazendo no rendimento obtido pelos alunos. Sendo assim, se torna importante

saber se essa variabilidade encontrada nas notas dos testes dos alunos, deve-se

exclusivamente às diferenças entre os alunos ou também, às diferenças entre as escolas.

Alguns estudos realizados no Brasil reportam estimativas para o coeficiente de correlação

intra-escolar, medida mais comumente utilizada para a identificação do efeito-escola,

fornecida normalmente pelos resultados da modelagem hierárquica dos dados. Estudos

como BARBOSA e FERNANDES (2001) e SOARES, CÉSAR e MAMBRINI (2001),

utilizando o SAEB reportam estimativas para dados brasileiros de que o efeito-escola

existe.

RIVKIN et al (2002), em resultados de seu estudo mostram que existem efeitos

diferenciados, provocados pelas características dos professores e das escolas sobre o

rendimento dos alunos. E que esses indicam, por exemplo, que professores com alta

qualidade podem freqüentemente eliminar até mesmo desvantagens de alunos provenientes

de baixo nível socioeconômico. Entretanto, o autor ressalta que estas análises merecem

especial atenção, uma vez que considerar as características dos professores, diretores e

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escolas no mesmo nível dos alunos pode gerar interpretações enviesadas, mesmo seu

trabalho não tendo considerado esses dados em níveis diferenciados. Em nosso estudo, os

efeitos destes fatores foram mensurados utilizando regressões lineares por mínimos

quadrados ordinários, que consideram as informações dos professores, diretores e escola

no mesmo nível dos alunos. Este fato deve ser considerado para a interpretação dos

resultados, mas é importante dizer também que o principal ponto da defesa do uso de

modelos que consideram a estrutura hierárquica dos dados é a necessidade de comparação

dos efeitos dos fatores individuais versus fatores do grupo. Em nosso trabalho, o ponto

mais importante não é identificar se os fatores dos indivíduos e suas famílias afetam mais

e/ou explicam mais do que os fatores da escola, professores e diretores, o rendimento

escolar. O ponto a ser analisado é como dois tipos de efeito, do valor adicionado e da

heterogeneidade, afetam os fatores associados ao rendimento, sendo eles do indivíduo ou

do grupo. É intenção dar continuidade a esta discussão em trabalhos futuros, refazendo as

estimações dos modelos utilizando uma modelagem hierárquica para que se possa

comparar os resultados.

Alguns fatores associados – Professor, Diretor e Escola

Professor e Diretor

Escolaridade

O papel do professor na aprendizagem e rendimento dos alunos deve ser entendido

como parte integrante do efeito da escola, entretanto, com atenção destacada, pois o

professor possui papel central na formação dos alunos. É através do professor que os

alunos possuem contato direto com o conhecimento e para que esta seja uma transmissão

bem sucedida é imprescindível uma boa formação do professor.

Muitos estudos que utilizam os dados do SAEB consideram as características dos

professores e sua prática pedagógica como aspectos importantes para as análises sobre a

qualidade da educação básica brasileira, onde uma das principais questões está relacionada

à formação e capacitação desses profissionais. Segundo levantamentos do INEP (2003),

dos professores dos alunos da 4a série em 2001 que possuíam desempenho considerado

como muito crítico, em sua maioria (58%), tinham no máximo oito anos de escolaridade.

No Nordeste, o percentual de professores lecionando no ensino fundamental e que

possuem formação superior era baixo em comparação com a média nacional de 50%. Além

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disso, outros resultados corroboram a associação da maior incidência de estudantes com

desempenho muito crítico e a escolaridade dos professores abaixo da média nacional, o

que constitui importante fator de explicação para o maior número de alunos com

rendimentos mais baixos.

Em geral, pode-se dizer que os dados do SAEB evidenciam a existência de uma

relação positiva entre a escolaridade do professor e o rendimento dos alunos nos testes, ou

seja, a proficiência média dos alunos aumenta com o aumento da escolaridade do

professor.

Semelhantes expectativas sobre a influência positiva da qualidade do professor para

o rendimento dos alunos recaem sobre o diretor. Mas vale ressaltar que as evidências de

alguns estudos do SAEB sustentam que a escolaridade dos diretores afeta positivamente o

rendimento, porém nem sempre este efeito é significativo.

Escola

Condições das instalações físicas básicas e especiais

Este indicador procura agrupar todas as informações de estrutura das escolas, bem

como a posse de móveis e equipamentos que afetam diretamente a rotina dos alunos nas

escolas: se as salas de aula são bem iluminadas, arejadas, limpas, se o ruído externo é

prejudicial, se os banheiros funcionam bem, se são separados para meninos e meninas e se

existe algum interditado, se há carteiras para todos os alunos, se elas estão em boas

condições, se o professor possui mesa e armário e se esses estão em boas condições e se o

quadro de giz está em boas condições. Espera-se para esta variável uma relação positiva

com o rendimento escolar dos alunos, uma vez que resultados na mesma direção foram

encontrados com estudos do SAEB.

Serviços disponíveis

Este indicador procura captar os serviços gratuitos oferecidos pela escola para

melhorar a situação e rotina dos alunos na escola. O indicador é composto por apenas três

serviços: serviço odontológico, atividades fora da escola e transporte escolar; uma vez que

os outros serviços questionados na pesquisa possam estar presentes ou não em quase todas

as escolas, como a distribuição de merenda escolar.

Uma hipótese que se pode assumir para os resultados encontrados nos modelos para

este indicador é a de que em escolas mais carentes encontramos estes serviços, que essas

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por serem mais carentes possuem alunos menos preparados e, conseqüentemente, que

apresentam rendimentos mais baixos.

Segurança na escola

Este indicador tem por objetivo identificar as condições de segurança oferecidas

aos alunos pela escola, considerando: a existência de policial/vigia em algum turno escolar,

do controle da entrada de estranhos na escola, de sistema de proteção contra incêndio, de

trancas em salas com equipamentos caros e também se existem sinais de depredação.

Para este indicador, duas hipóteses podem ser colocadas sobre seu efeito no

rendimento dos alunos: 1)Efeito positivo – alunos que estudam em escola com ambiente

mais seguro estão mais tranqüilos para estudar e obtêm bom rendimento escolar; 2)Efeito

negativo – semelhante ao que se espera do indicador de serviços disponíveis, onde seriam

as escolas que estão localizadas em áreas de maior risco que precisam lançar mão de todas

estas alternativas de segurança.

2.3- Arcabouço Operacional para Análise do Rendimento Escolar

Considerando todas as discussões que estiveram presentes neste capítulo teórico,

resolvemos construir, baseados inicialmente no arcabouço teórico sugerido por

Buchamann e Hannum, um arcabouço operacional que conduzisse as análises deste

trabalho, com o intuito do melhor aproveitamento dos resultados encontrados, bem como a

adaptação do mesmo para a realidade educacional brasileira.

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Figura 3– Arcabouço Operacional para análise do Rendimento Escolar

Analisando a figura acima, podemos a princípio destacar os mesmos dois grandes

grupos analíticos selecionados na Figura 2, os fatores associados e os resultados

educacionais.

Os resultados educacionais estão remetidos apenas para a questão da qualidade da

educação formal, traduzida pelos rendimentos escolares, ou seja, as notas obtidas pelos

alunos em testes padronizados, por ser esta a principal questão analítica deste trabalho.

No que se refere aos fatores associados, além da diferenciação da origem dos

fatores entre oferta e demanda, propomos uma sub-divisão dos fatores de demanda

relacionados ao indivíduo pela natureza do fator sobre o processo de aprendizagem do

aluno. E assim temos:

FATORES DE DEMANDA

INDIVÍDUO - Fatores Estruturais

As variáveis que representam as características dos alunos, escolhidas segundo as

disponibilidades do banco de dados e a literatura sobre esta área de conhecimento,

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definidas como fatores estruturais foram o sexo e a raça. O caráter adscrito das variáveis

foi fator fundamental para a definição destas, podendo ser consideradas variáveis fixas que

não devem mudar de um ano para outro da pesquisa.

INDIVÍDUO - Fatores de Fluxo

Para os fatores de fluxo foram consideradas questões relacionadas especialmente ao

processo escolar, ao processo de aprendizado corrente dos alunos, sendo ainda sub-

divididas em variáveis que refletem o processo corrente e a trajetória passada dos alunos.

Processo Corrente

As variáveis classificadas como processo corrente são aquelas que afetam o

processo de aprendizado corrente dos alunos e dependem apenas dos “insumos” do tempo

corrente.

Trajetória Passada

Já as variáveis que classificamos como variáveis de fluxo e re-classificamos como

variáveis de trajetória passada, têm por característica principal, mesmo afetando o processo

de aprendizado corrente dos alunos, a abordagem de questões que dependem da história

escolar do aluno.

FAMÍLIA

Não cabe para as variáveis da família a distinção dos fatores como fluxo ou

estruturais, mas sim a consideração de que elas estão associadas tanto a questões da

residência (estado de residência, pessoas que moram na residência, se a residência tem

água encanada, está numa rua calçada e quais os bens que a residência possui) quanto a

questões diretamente relacionadas aos pais como escolaridade e relacionamento dos

mesmos com a escola (se os pais conhecem o professor e/ou o diretor).

FATORES DE OFERTA

As variáveis que representam os fatores de oferta não foram agrupadas como

fatores estruturais ou de fluxo, pois a principal relação com os rendimentos dos alunos não

pousa sobre o fato de que os recursos sejam mutáveis de uma série a outra, mas sim que

todos estes aspectos afetam os alunos de forma diferente de um ano para outro. De uma

série para outra, os professores dos alunos mudam, a escola pode mudar seu diretor com a

mudança do ano letivo e as instalações e serviços das escolas são utilizados de forma

diferente pelos alunos. As variáveis escolhidas nesta análise, para os professores e

diretores, procuram refletir sua escolaridade (grau de escolaridade mais alto, ensino

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superior e/ou pós-graduação) e o seu esforço de capacitação (participação em atividade de

formação continuada). As variáveis que refletem as características da escola se apresentam

na forma de indicadores que refletem as condições das instalações físicas da escola, os

serviços disponíveis para os alunos e as questões de segurança da escola.

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3 – DADOS E METODOLOGIA

Neste capítulo estão apresentadas além de uma contextualização do ambiente, que

possibilitou a geração da base de dados “Avaliação de desempenho: fatores associados”

gerida pelo CEDEPLAR em parceria com o INEP, considerações sobre o formato e

características do banco de dados e uma discussão da metodologia de especificações dos

modelos a serem estimados e do método de estimação escolhido.

3.1 – Base de Dados

3.1.1 Ambiente de geração da base de dados “Avaliação de desempenho: fatores

associados” – CEDEPLAR/INEP

A base de dados “Avaliação de desempenho: fatores associados” é fruto de uma

iniciativa do INEP com o objetivo primeiro de avaliar o programa PDE12 mas

principalmente gerar a primeira base de dados brasileira que contempla dados longitudinais

reais sobre o rendimento escolar. A base tem sido gerida pelo CEDEPLAR tendo por

compromisso além da organização e limpeza dos dados, a viabilização e disseminação

destes dados para a comunidade acadêmica. Este trabalho é o primeiro teste analítico

produzido com os dados consolidados da base e tem por objetivo além de investigar os

fatores associados ao rendimento escolar dos alunos da 5a série, apresentar estes dados à

comunidade acadêmica especializada.

Como mencionado, a primeira iniciativa do INEP para a geração da base de dados

esteve pautada na avaliação do programa PDE, programa este que entra no contexto dos

projetos pedagógicos do governo federal. Para FRANCO (2002), a noção de projeto

pedagógico específico para cada unidade escolar é uma estratégia de promoção da

qualidade e equidade educacional, sendo esta defendida por três tipos de agentes:

1. Organismos Multilaterais (em especial o Banco Mundial e Banco

Interamericano para o Desenvolvimento) – que se preocupam com o maior

controle social sobre os investimentos em educação.

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2. Intelectuais da Área de Educação – que defendem a idéia de que as reformas

educacionais só trarão resultados se existir o comprometimento dos professores

com a implementação dos projetos. As ações dos projetos devem ser capazes de

articular medidas centralizadas (como a proposição de novas bases curriculares e o

aprimoramento do material didático) a medidas de caráter descentralizado, em cada

escola específica, dependendo de cada necessidade.

3. Pesquisadores - que enfatizam a inter-relação entre uma gestão democrática da

escola, a autonomização dela e seu projeto político pedagógico.

O PDE, em especial, foi uma das iniciativas do Governo Federal relacionadas aos

projetos pedagógicos e à melhoria da qualidade da educação. O plano fornecia à escola

interessada um montante de recursos, que normalmente é calculado tendo como referência

um valor por aluno, para que sejam gastos de acordo com as necessidades de cada uma das

escolas, mediante prévia aprovação e autorização da gestão do programa. Dentre os

investimentos realizados pelas escolas em geral, pode-se citar os investimentos em infra-

estrutura como as reformas físicas, compra de computadores, aquisição de livros,

construção de quadras esportivas, etc. Dentre seus objetivos pode-se destacar:

Melhoria da administração e da organização da escola;

Aumento da autonomia da escola;

Desenvolvimento de capacidades dos alunos.

O importante aqui é ressaltar o fato de que foi através dessa iniciativa de programa

pedagógico do INEP e gestão dos dados pelo CEDEPLAR que hoje existe um importante

banco de dados para discussão dos fatores associados ao rendimento escolar. Esse conjunto

de dados é único no país sendo capaz de fornecer informações educacionais de caráter

longitudinal real. O tipo de pesquisa aqui realizado já existe em outros países, mas no

Brasil é uma iniciativa pioneira. O resultado desse esforço nos abre um grande leque de

possibilidades para estudar os fatores associados à educação, sendo este trabalho uma

incursão inicial sobre o oceano de oportunidades oferecida por este conjunto de dados.

12 O Plano de Desenvolvimento da Escola é um projeto do MEC/Fundescola, gerenciado pelo

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), que tem por objetivo desenvolver projetos em escolas que visem melhorar sua direção e gestão da escola.

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3.1.2 – Banco de Dados – “Avaliação de desempenho: fatores associados”

O banco de dados da pesquisa possui informações das áreas urbanas das micro-

regiões de 6 estados brasileiros (Sergipe, Pernambuco, Pará, Rondônia, Goiás e Mato

Grosso do Sul) representantes das regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, com

informações coletadas para os anos de 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003, respectivamente

para os alunos de 4a a 8a série do Ensino Fundamental. Seu nome é “Avaliação de

desempenho: fatores associados”, sendo disponibilizada para este trabalho através do

convênio firmado entre o CEDEPLAR e o INEP. É importante valorizar o cuidadoso e

cansativo trabalho de manipulação dos dados (organização, limpeza e codificação) que foi

necessário para que o banco de dados tomasse a forma de microdados, com caráter

longitudinal capaz de viabilizar as análises deste trabalho, conduzida pela equipe do

CEDEPLAR alocada no projeto INEP.

Plano amostral

Como o objetivo da criação desta base de dados era a princípio analisar os

resultados do programa PDE que deveria ser feito de forma a verificar a existência ou não

do aumento no desempenho educacional das crianças matriculadas nas escolas atendidas

pelo projeto. Neste sentido, fez-se necessário ter-se dois grupos de crianças no estudo: um

formado por crianças de escolas atendidas pelo projeto (escolas com PDE) e outro formado

por crianças de escolas não atendidas pelo projeto (grupo controle ou escolas sem PDE).

Sendo o grupo controle ou de escolas sem PDE escolhido a partir das características das

escolas com o programa.

Desta forma, o público alvo do programa foi definido como o conjunto das escolas

participantes do PDE que possuíam todas as séries do ensino fundamental no período

diurno, com pelo menos 200 alunos, localizadas em áreas urbanas de seis micro-regiões

das capitais de seis estados - Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Rondônia e

Sergipe - e pertencentes às dependências administrativas estaduais ou municipais. A

população alvo corresponde a 35% (141 de 400) das escolas, a 47% (146673 de 310157)

dos alunos e a 43% (15489 de 35827) dos alunos de 4ª série/diurno das escolas

participantes do projeto.

O processo de amostragem adotado pela pesquisa envolveu três etapas:

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1) seleção de duas micro-regiões da capital dos estados de cada uma das regiões

Norte, Centro-Oeste e Nordeste;

2) seleção das escolas com e sem PDE dentro das micro-regiões selecionadas;

3) seleção dos alunos nas respectivas escolas.

Em 1999, uma amostra de alunos de 4ª série de 158 escolas foi selecionada

compondo uma coorte “A” que será seguida durante cinco anos. Esta coorte compreende

todos os alunos das turmas de 4ª série atendidos no período diurno das escolas

selecionadas, totalizando cerca de 13.000 alunos e 400 professores. Da relação das escolas

não incluídas no programa, selecionou-se aleatoriamente, sempre que possível, para cada

um dos estados, dependência administrativa e tamanho, uma amostra com o mesmo

número de escolas da amostra das escolas do programa.

Entretanto, a avaliação deste programa deixou, ao longo da pesquisa, de ser o fio

condutor da geração do banco de dados. E assim, seguindo a mesma linha adotada pela

amostragem inicial mas com o objetivo de criar um conjunto de dados representativo das

regiões metropolitanas dos seis estados, os alunos continuaram a ser pesquisados até 2003,

respeitando o conjunto de escolas iniciais participante da pesquisa. Neste caso, a

manutenção do comprometimento grupo-controle não foi mais a questão de escolha das

escolas, mas sim a continuidade da pesquisa nas escolas iniciais visando garantir o

acompanhamento do maior número possível de alunos.

Desenho da pesquisa

O quadro abaixo mostra como foi a sistemática de coleta de dados desenvolvida

com o objetivo de acompanhar os alunos entre a 4a e 8a séries do Ensino Fundamental,

construindo uma base de caráter longitudinal:

Quadro 1 - Formato de Coleta de dados da Pesquisa:

1999* 2000* 2001 2002 2003

A4

A5+B5

A6+B6+C6

A7+B7+C7+D7

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A8+B8+C8+D8+E8

* - Dados utilizados no trabalho. Fonte: Relatórios do PDE.

No quadro, as letras representam as coortes de ingresso escolar dos determinados

anos, e os números, as respectivas séries em que estes alunos ingressaram na escola.

Assim, os dados podem ser descritos da seguinte forma:

A4: alunos que estavam na 4ª série em 1999 nas escolas amostradas.

A5+B5: alunos promovidos para a 5ª série (da coorte A4) e os outros alunos da

classe (B5) que podem ser os transferidos de outras escolas ou os repetentes da

5ª série.

A6+B6+C6: alunos promovidos para a 6ª série (A6+B6) e os outros alunos da

classe (C6) na mesma situação anteriormente descrita, transferidos e/ou

repetentes.

A7+B7+C7+D7: alunos promovidos para a 7ª série (A7+B7+C7) e os outros

alunos da classe (D7).

A8+B8+C8+D8+E8: alunos promovidos para a 8ª série (A8+B8+C8+D8) e os

outros alunos da classe (E8).

As rodadas da pesquisa acontecem nos meses de novembro de todos os anos, a não

ser por 1999 onde ocorreu uma rodada preliminar, em abril, considerado o baseline, onde

as informações das notas devem refletir o rendimento dos alunos antes de qualquer efeito,

a princípio, da implementação do PDE. Nesta rodada, abril de 1999, foram aplicados

apenas os testes de português e matemática para todos os alunos da 4ª série. Para as outras

rodadas foram coletadas também informações socioeconômicas dos alunos, professores e

diretores, além de um conjunto de características estruturais e administrativas da escola e o

rendimento dos professores nos mesmos testes aplicados a seus alunos. Entretanto, em

virtude da disponibilidade das informações e das escolhas analíticas necessárias, neste

trabalho serão analisadas somente as rodadas de novembro de 1999 e 2000, além do

baseline.

Apesar de também estarem disponíveis os dados de 2001, informações que se

referem aos alunos da 6ª série, a escolha das rodadas de 1999 e 2000 como fonte de

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informações para essa dissertação, está baseada no fato de que nestes anos foram

analisados os alunos da 4ª e 5ª séries do Ensino Fundamental, respectivamente. Segundo a

literatura, esta é uma das mais críticas transições educacionais brasileiras, marcada por

grandes percentuais de evasão escolar e também pela necessidade de mudança escolar13.

Para todos os alunos e professores amostrados em 1999 e 2000 foram aplicados

testes de português e matemática. Em relação à composição desses testes, é importante

ressaltar que estes foram compostos principalmente por itens das provas do SAEB e

possuem o número mínimo de itens que garantem a aplicação da Teoria de Resposta ao

Item14.

Além dos testes foram também aplicados questionários para os alunos, professores

e diretores e também um questionário sobre as características da escola. Estes

questionários possuíam questões normalmente de cunho socioeconômico e para os

professores e diretores foram incluídas questões pedagógicas e referentes à gestão escolar.

Para a escola as questões estavam basicamente relacionadas a infra-estrutura física e os

serviços disponíveis. Os questionários formam um conjunto de informações que pode ser

descrito da seguinte forma:

Aluno:

Avaliação escolar do aluno (histórico do aluno);

Aplicação de Provas para o aluno;

Questionário sócio-econômico do aluno – que possui informações como nome,

sexo, cor, condição ocupacional, condições físicas da casa, constituição familiar,

informações educacionais e de trabalho dos pais, informações da relação do

aluno com a escola, entre outras;

Professor:

Aplicação de Provas para o professor;

13 Hoje a mudança de escola ocorre em menor número, mas pode-se dizer que, em um passado

pouco distante muitas escolas ainda ofereciam somente uma das metades do Ensino Fundamental, sendo esta divisão muitas vezes reflexo da separação da responsabilidade educacional entre estados e municípios.

14 Em linhas gerais, esta teoria possibilita a construção de uma escala de valores que permite que sejam comparáveis as notas finais das provas de português e matemáticas de diferentes alunos em diferentes séries, ou seja, dos rendimentos dos alunos em um acompanhamento longitudinal. Sua aplicação com certeza não se resume a este tipo de objeto mas esta metodologia tem sido amplamente divulgada nesta área de pesquisa, como por exemplo nos relatórios do SAEB/INEP/MEC. Para que esta possa ser utilizada deve-se garantir dentre outras especificações que um número mínimo de itens seja comuns entres os testes comparados. Ver THISSEN, D. Multilog User’s Guide. Multiple, Categorical Item Analysis and Test Scoring Using Item Response Theory, 1991.

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Questionário sócio-econômico – com informações como sexo, idade, cor,

estado civil, composição familiar, renda, condições de moradia, nível de

escolaridade, informações da relação do professor com a escola e o aluno, entre

outras;

Diretor:

Questionário do diretor – com informações semelhantes às do questionário

aplicado aos professores com ênfase para as questões da escola, entre outras;

Escola:

Questionário da escola - este possui informações sobre a infra-estrutura da

escola, vagas, turnos, jornadas, seleção dos alunos, gestão escolar, a existência

de programas oficiais, parcerias com a iniciativa privada, a atuação do

colegiado, entre outras;

3.2 - Metodologia

3.2.1 – Arcabouço Conceitual

Como já discutido no capítulo 2, adotaremos neste trabalho uma abordagem

econômica da análise do rendimento escolar, pautada principalmente na construção e

discussão de uma a “função de produção educacional”, FPE. Segundo TODD e WOLPIN

(2003) a FPE é o ramo da literatura que estuda a produtividade do relacionamento entre os

insumos educacionais e as notas de crianças em idade escolar obtidas em testes. Sendo

importante assumir que o rendimento dos alunos, medido através da performance destes

em um determinado teste, é o resultado de um processo cumulativo de aquisição de

conhecimento. Como conceito para a aquisição de conhecimento, os autores assumem a

semelhança com um processo de produção, no qual os insumos presentes e passados são

combinados com as características genéticas dos indivíduos para produzir o um rendimento

cognitivo.

Desta forma, a análise dos fatores que afetam o rendimento escolar dos alunos pode

ser traduzida por uma FPE, analisando a relação entre insumos familiares e educacionais

(fatores associados ao processo educacional) e o seu produto, o rendimento escolar dos

alunos. A FPE pode ser pensada através de uma analogia entre o processo de aquisição de

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conhecimento de um ser humano e o processo de produção de uma firma. A função de

produção provê um arcabouço conceitual que conduz a escolha das variáveis e permite

uma interpretação adequada de seus efeitos, podendo ser expressa pela seguinte equação:

( ) ε+= EFAfY ,, (1)

onde, Y representa o rendimento escolar dos alunos que é função de três grupos de

fatores associados, identificados por (A) características individuais dos alunos, (F)

características das famílias desses alunos, e (E) características das escolas (incluindo

professores e diretores).

HANUSHEK (2003) lista uma série de estudos que utilizam a FPE como arcabouço

conceitual e relata que embora alguns trabalhos não encontrem efeitos estatisticamente

significativos, o padrão geral sugere que de forma alguma, os insumos de qualidade da

escola mensurados possuem efeitos confiáveis associados ao rendimento escolar.

Entretanto, KRUEGER (2003) insinua que as conclusões de HANUSHEK (2003) sejam

tendenciosas. Dentro deste debate, portanto vale ressaltar que ambos os autores estão de

acordo sobre a importância dos efeitos das especificações e estimações dos modelos, sendo

esta a justificativa principal para tantos resultados diferentes encontrados na literatura.

No processo de especificação dos modelos, muitos são os problemas que surgem ao

tentar se adaptar o arcabouço conceitual da FPE aos dados disponíveis. Dentre eles pode-se

citar principalmente: a impossibilidade de se mensurar as capacidades genéticas de

conhecimento e aprendizagem das crianças, o uso indiscriminado de variáveis proxies e a

falta de informações completas sobre os insumos. Assim, no sentido de se adaptar e

contornar os problemas acima ressaltados, os autores TODD e WOLPIN (2003) sugerem

três tipos básicos de especificações de modelos, com suas variações. Dentre os modelos

sugeridos, dois se encaixam aos dados utilizados neste trabalho: os modelos de

especificação contemporânea e de valor adicionado.

Modelo de especificação contemporânea

Nos modelos de especificação contemporânea o rendimento dos alunos está

relacionado apenas às medidas contemporâneas (do tempo t analisado, correspondente

neste caso a uma determinada série s) dos insumos educacionais e familiares. Assumindo

que: (i) só os insumos correntes são importantes para a produção do rendimento corrente;

ou (ii) os insumos não variam através do tempo, o insumo corrente é capaz de captar a

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“história” dos insumos; e/ou (iii) os insumos correntes não estão relacionados com a

capacidade mental de aquisição de conhecimento; temos:

( ) ijsijsijssijs EFyY ε+= , (2)

Onde ijsY é o rendimento do aluno i, do domicílio j, da série s; ijsF a oferta de

insumos da família do mesmo aluno; ijsE os insumos educacionais e ijsε o termo de erro

residual que inclui todas as variáveis omitidas (insumos passados e capacidade mental de

aquisição de conhecimento).

Os pressupostos assumidos para a estimação deste modelo podem ser considerados

fortes. Entretanto, quando nos deparamos com dados relativamente limitados, assumir

estes pressupostos são condições necessárias para que se possa estimar um modelo de

especificação contemporânea.

Modelo de especificação de valor adicionado

A forma mais comum de especificação de um modelo com a abordagem do valor

adicionado relaciona o rendimento contemporâneo dos alunos com os insumos familiares e

educacionais contemporâneos e o rendimento do aluno no período anterior. A diferença

básica entre o modelo de valor adicionado e o de especificação contemporânea é

normalmente apenas a adição do rendimento anterior do aluno, sendo esta considerada uma

estatística suficiente para as variáveis não observadas dos insumos (familiares e

educacionais) passados e da capacidade mental de aquisição de conhecimento.

jssijijsijs YXY ελα ++= −1, (3)

Onde ijsY é o rendimento do aluno i, do domicílio j, da série s; ijsX a oferta de

insumos familiares e educacionais desse aluno, 1, −sijY é o rendimento do mesmo aluno na

série anterior e jsε o termo de erro residual.

Caso tivéssemos disponível na base de dados os valores dos rendimentos dos

alunos re-escalonados, possibilitando a comparação entre as séries, poderíamos admitir

λ =1 e então voltar a um modelo de especificação contemporânea, redefinido da seguinte

forma:

jsijssijijs XYY εα +=− −1, (4)

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Onde 1, −− sijijs YY é o delta rendimento do aluno i, do domicílio j, da série s e em

relação à série s-1; ijsX a oferta de insumos familiares e educacionais desse aluno e jsε o

termo de erro residual.

TODD e WOLPIN (2003) ressaltam que os trabalhos que utilizam a “função de

produção educacional”, arcabouço conceitual adotado neste trabalho, normalmente

possuem problemas com “missing data”. As bases de dados normalmente utilizadas

contêm dados limitados, na maioria das vezes contemporâneos sobre a estrutura familiar e

uma carência de dados do histórico dos insumos educacionais. Sobre esta constatação,

deve-se ressaltar que a base de dados utilizada neste trabalho possui uma grande gama de

variáveis associadas tanto à estrutura familiar quanto aos insumos educacionais (escola,

diretor e professor). Além disso, os dados podem ser analisados por uma perspectiva

longitudinal, a não ser o ponto inicial da pesquisa, a 4ª série, para todos os outros existe a

possibilidade de se utilizar o histórico dos insumos educacionais.

Dentro de toda as discussões, é importante ressaltar o importante e tão discutido

pela literatura, “efeito de pares”. A literatura denomina a influência dos colegas no

processo de aprendizagem uns dos outros como “efeito de pares”15, sendo esse

encontrando com alta freqüência. As características dos colegas de turma e do tamanho da

turma (class size) serão, neste caso, tomadas como influenciadas e controladas pelas

variáveis dos professores, de diretores e das escolas, assumindo assim, uma certa

homogeneidade entre os alunos da mesma classe em cada escola. No entanto, este aspecto

não será objeto das investigações deste trabalho.

Outra decisão metodológica importante neste trabalho está associada à forma de

manipulação da extensa gama de informações disponíveis. Existem muitas variáveis sobre

os insumos familiares e educacionais e com o intuito de melhor captar os seus efeitos sobre

o rendimento dos alunos, optou-se pela criação de um conjunto de indicadores associado

ao uso das variáveis brutas. Uma melhor descrição do método utilizado para a criação

desses indicadores, bem como as variáveis que os compõem, podem ser encontrados no

ANEXO 1.

Os grupos de características contemplados aqui podem ser divididos em dois níveis,

no intuito de respeitar a existência de uma estrutura hierárquica dos dados. No nível

individual estarão tanto as características individuais dos alunos (como raça e sexo) quanto

15 Uma discussão sobre este tema pode ser encontrada em CÉSAR e SOARES, 2001.

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42

as de seus familiares (nível sócio-econômico, número de membros, escolaridade dos pais,

renda, etc). No segundo nível, coletivo, será utilizada uma combinação das características

dos professores e diretores (escolaridade, renda, etc) e das escolas (infra-estrutura,

capacidades, etc). Neste caso, se o principal interesse do trabalho fosse discutir a

magnitude e a influência dos fatores associados ao rendimento escolar com atenção

especial para o efeito da escola, seria indispensável o uso da modelagem hierárquica como

método de estimação, como sugere a literatura. Entretanto, como o objetivo do trabalho é

verificar o papel do efeito do valor adicionado e também do efeito da heterogeneidade,

através da relação existente (magnitude e direção) entre os fatores associados e o

rendimento dos alunos, adotou-se o método de mínimos quadrados ordinários para a

elaboração dos modelos de regressão.

3.2.2 – Método de estimação dos modelos de regressão – Mínimos quadrados

ordinários

Quando se deseja em uma amostra procurar fatores capazes de explicar a

variabilidade de um fenômeno observado ou parte desta variabilidade, com o intuito de

melhor compreender esse fenômeno, pode-se utilizar um modelo de regressão.

A análise de regressão consiste na construção de um modelo matemático que é

capaz de descrever a relação existente entre um conjunto de variáveis chamadas

explicativas ou independentes e uma variável, chamada resposta ou dependente, que

representa o fenômeno a ser estudado. No caso deste trabalho, assumimos que a relação

existente entre a variável dependente e as variáveis independentes é linear e, portanto,

podemos exemplificar o modelo da seguinte forma:

ikki XXXY εββββ +++++= ......22110 (5)

onde, iY é a variável dependente, o rendimento escolar de cada aluno, digo, a nota

obtida por ele no teste de português ou matemática. kXXX ,, 21 compõem o conjunto de

variáveis independentes que poderão estar representando as características dos alunos e

suas famílias, de seus professores, diretores ou escolas. O 0β é o intercepto da reta que

traduz o fenômeno, indicando a nota média dos testes dos alunos que possuem as

características 1X a kX , iguais a zero. O 1β por sua vez representa a inclinação da reta

decorrente da variável 1X , mostrando a mudança na nota média decorrente do acréscimo

de uma unidade da variável 1X . O termo iε é o termo de erro associado à equação,

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43

representando a admissão de que não é possível se predizer com precisão a nota do aluno

através de um determinado conjunto de variáveis.

O método dos mínimos quadrados ordinários é considerado um dos mais poderosos

e difundidos métodos de estimação em análise de regressão. Sobre os estimadores obtidos

com a aplicação do mesmo pode-se ressaltar três propriedades bastante desejáveis em uma

análise:

1. Os estimadores são expressos exclusivamente em termos das quantidades

(de Y e X) observáveis, facilitando o processo de cálculo.

2. Eles são estimadores de ponto, ou seja, cada estimador retorna um único

valor do parâmetro relevante.

3. Facilidade na construção da reta de regressão, uma vez obtidos os

estimadores; A reta de regressão construída passa pelas médias de Y e X, o

valor médio de Y estimado é igual ao valor médio do Y real, o valor médio

dos resíduos estimados é zero e os resíduos estimados não possui correlação

com o Y estimado.

Ainda sobre propriedades dos estimadores de mínimos quadrados ordinários, deve-

se ressaltar que estes, em uma análise de regressão linear são não-enviesados e possuem

mínima variância.16

Assim, este é o método escolhido para identificar e quantificar a relação existente

entre os fatores associados (indivíduo, família, professor, diretor e escola) e o rendimento

dos alunos nos testes aplicados para os alunos da 5a série de 2000.

3.3 - Sub-Grupos Selecionados

A seleção dos sub-grupos de estudo tem por objetivo delimitar os efeitos dos

fatores associados ao rendimento dos alunos, facilitando a manipulação dos dados e

viabilizando a construção dos modelos e interpretação dos resultados.

A primeira decisão tomada neste sentido foi selecionar os grupos considerando o

critério da presença por rodada da pesquisa, sendo duas as principais diretrizes de escolha

dos alunos:

- Grupo Condicionado (Y ) – alunos presentes em duas rodadas da pesquisa;

16 Para maiores discussões e exemplos de uso do método, ver GUJARATI 2000.

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- Grupo Independente ( Z ) – alunos presentes em pelo menos uma rodada da

pesquisa;

Esta primeira delimitação possui implicação direta sobre a especificação dos

modelos que podem ser estimados. Sob os dados do Grupo Condicionado (Y) poderão ser

construídos modelos de especificação contemporânea bem como os modelos de

especificação do valor adicionado, pelo fato de que para estes existe a nota do teste na

rodada anterior. Já para os alunos do Grupo Independente (Z) fica impossibilitada a

especificação de valor adicionado e garantida a especificação contemporânea.

É importante ressaltar que os alunos que compõem Y são fruto direto da

seletividade de sucesso dos alunos de uma série para outra e da continuidade do aluno na

escola. Como já mencionado anteriormente, todas as análises são feitas tendo como

contraponto principal os efeitos dos fatores associados ao rendimento dos alunos da 5ª

série. E assim, focalizando os alunos da 5ª série (Y5), a seletividade existente é fruto do

sucesso dos alunos da 4ª série, ou seja, somente os alunos que estavam na pesquisa em

novembro de 1999, cursando a 4ª série, passaram de ano e estavam na mesma escola em

novembro de 2000, cursando 5ª série, compõem este grupo. Já os alunos que compõem Z,

não estão sujeitos aos efeitos da seletividade, mas sim da heterogeneidade imposta por um

grupo no qual não se faz restrições. Em (Z5) estão todos os alunos amostrados em

novembro de 2000 que cursavam a 5ª série, independentes de seu passado escolar.

Ainda no sentido de delimitar efeitos específicos, todos os grupos são divididos por

matéria do teste realizado, matemática ou português. Desta forma, considerando todas

estas etapas para definição dos sub-grupos estudados, temos:

Grupo Condicionado (Y)

- Grupo 5mY – alunos que possuem notas válidas nos testes de matemática

aplicados em novembro de 1999, quando cursavam a 4ª série e em

novembro de 2000, quando cursavam a 5ª série.

- Grupo 5pY – alunos que possuem notas válidas nos testes de português

aplicados em novembro de 1999, quando cursavam a 4ª série e em

novembro de 2000, quando cursavam a 5ª série.

Grupo Independente (Z)

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- Grupo 5mZ – alunos que possuem nota válida nos teste de matemática,

aplicado em novembro de 2000, quando cursavam a 5ª série.

- Grupo 5pZ – alunos que possuem nota válida nos teste de português,

aplicado em novembro de 2000, quando cursavam a 5ª série.

Vale ressaltar que os sub-grupos selecionados são bastante homogêneos no que se

refere à disciplina dos testes aplicados, pois a grande maioria dos alunos respondeu tanto o

teste de matemática quanto o de português. Na tabela 3.1 estão apresentados os tamanhos

dos sub-grupos definidos:

Tabela 3.1 – Tamanho dos sub-grupos selecionados

Sub-Grupos Número de alunos 5mY 6828 Grupo Condicionado 5pY 6827 5mZ 15490 Grupo Independente 5pZ 15477

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000

3.4 – Variáveis Analisadas

As variáveis que fazem parte deste estudo podem ser definidas por duas categorias

respeitando a definição básica dos modelos a serem estimados: as variáveis dependentes

(resposta) e as variáveis independentes (fatores associados ou determinantes). Essas podem

ser agrupadas como mostra o esquema abaixo:

Figura 4 – Variáveis Dependentes e Independentes

Variáveis Dependentes Aluno

Família Escola

Diretor Professor

Português - 5ª série

Variáveis Independentes Notas dos testes: Matemática - 5ª série

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3.4.1 - Variáveis Dependentes

A variável dependente dos modelos é o rendimento dos alunos em matemática e

português, ou mais precisamente, as notas obtidas pelos alunos nesses testes no ano de

2000, quando os alunos amostrados pela pesquisa cursavam a 5ª série do ensino

fundamental. A definição dessas variáveis está estritamente ligada à definição dos sub-

grupos de estudo explicitada na seção anterior. Elas são duas variáveis contínuas, medidas

em dois grupos de alunos diferentes, que assumem valores de 0 a 100 e podem ser listadas

da seguinte forma:

Tabela 3.2 – Descrição das variáveis dependentes Notas dos alunos nos testes

Sub-grupos selecionados Disciplina Matemática Português

Grupo Condicionado (Y)

5ª série(2000) 5mY 5pY

Grupo Independente (Z)

5ª série (2000) 5mZ 5pZ

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000

3.4.2 - Variáveis Independentes – Fatores Explicativos

Em relação aos fatores associados ao rendimento escolar dos alunos, foram

utilizadas variáveis que representam as características dos alunos e de suas famílias, seus

professores, diretor e escola. Como o banco de dados é extremamente rico em volume de

informações sobre todas estas esferas analíticas, além das variáveis puras, com o intuito de

absorver o maior número de questões foram construídos alguns indicadores.

Os indicadores foram montados através de uma adaptação dos “fatores

explicativos” construídos por SOARES, CÉSAR e MAMBRiNI (2001) a partir de uma

detalhada análise dos itens dos questionários aplicados aos alunos, professores e diretores

no SAEB de 1997. Os autores ressaltam que seu objetivo “(...) era agrupar itens que

fornecessem informações sobre uma mesma característica do aluno, da escola, do professor

ou do diretor e, através deles, construir fatores potencialmente explicativos do rendimento

dos alunos brasileiros no SAEB”.(p.123) A adaptação dos fatores explicativos deve ser

considerada em dois aspectos importantes: nas variáveis componentes de cada indicador e

no método utilizado para a construção do indicador.

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Com relação às variáveis que compõem cada um dos indicadores, o que se procurou

foi a semelhança entre os itens (perguntas dos questionários) existentes em nosso banco de

dados e os itens do SAEB utilizados nos trabalhos de SOARES, CÉSAR e MAMBRNI

(2001). Em relação ao método de construção dos indicadores, enquanto o trabalho original

utilizou dois tipos de modelos da Teoria de Resposta ao Item, modelo para respostas

graduadas e modelo de dois parâmetros, neste, procurou-se dicotomizar todas as variáveis

independentes no sentido de se utilizar apenas o modelo de dois parâmetros. Uma

descrição detalhada do método de construção e das variáveis que compõem os fatores pode

ser encontrada no ANEXO 1.

É importante destacar que a geração desses novos fatores (em forma de

indicadores) nos fornece não só uma medida condensada de várias características mas

também mais opções de variáveis a serem testados nos modelos. Não necessariamente

devendo ser analisados.

3.5 – Estrutura Analítica dos Modelos

Para melhor interpretar e comparar os resultados estimados pelos modelos, em

busca dos efeitos de valor adicionado e da heterogeneidade resolveu-se adotar estruturas

separadas por tipo de efeito, variável dependente e nível da variável independente.

Os modelos foram montados segundo as estruturas analíticas representadas nos

quadros A e B abaixo. No quadro A podemos identificar os modelos aplicados aos alunos

do grupo chamado de condicionado, ou seja, os alunos que estavam presentes tanto em

novembro de 1999 cursando a 4a série quanto em novembro de 2000, cursando a 5a série. E

para estes procuramos especialmente compreender o efeito do valor adicionado,

comparando os modelos 4 e 5 para a determinação do rendimento em matemática e

português, modelos contemporâneos e modelos de valor adicionado.

Já os modelos representados no quadro B estão associados aos alunos do grupo

independente, alunos que estavam presentes aos testes em novembro de 2000 cursando a 5a

série independente do seu passado escolar. Neste caso, os modelos serão estimados para se

contraporem aos modelos do quadro A em busca dos efeitos provocados pela

heterogeneidade observada nos alunos do grupo independente. Comparando então o

modelo 4 (grupo condicionado) com o modelo 4 (grupo independente) para os efeitos da

heterogeneidade sobre os rendimento de matemática e o modelo 4 (grupo condicionado)

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com o modelo 4 (grupo independente) para os efeitos da heterogeneidade sobre os

rendimentos de português.

Quadro A – Estrutura de construção dos modelos lineares considerando o valor agregado

Grupo Condicionado – 5a série / 2000:

Variável dependente 5mY - Nota de matemática

Nota anterior Aluno Modelo 1

Família Modelo 2

Professor Diretor

Variáveis independentes

Escola Modelo 3

Modelo 4 Modelo 5

Variável dependente 5pY - Nota de português

Nota anterior Aluno Modelo 1

Família Modelo 2

Professor Diretor

Variáveis independentes

Escola Modelo 3

Modelo 4 Modelo 5

Quadro B – Estrutura de construção dos modelos lineares desconsiderando o valor

agregado, abordagem contemporânea. Grupo Independente – 5a série / 2000:

Variável dependente 5mY - Nota de matemática

Aluno Modelo 1Família

Modelo 2

Professor Diretor

Variáveis independentes

Escola Modelo 3

Modelo 4

Variável dependente 5pY - Nota de português

Variáveis Aluno Modelo 1 Modelo 2 Modelo 4

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Família Professor Diretor

Escola Modelo 3

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4 – ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo são apresentadas e analisadas as questões empíricas às quais se

propõe este trabalho. A estratégia de análise dos dados adotada pode ser descrita pelas

seguintes etapas:

1. Análise exploratória dos dados: variáveis dependentes e independentes;

2. Análise dos fatores associados ao rendimento escolar utilizando o Método

de Mínimos Quadrado Ordinários, enfatizando o efeito valor adicionado e

da heterogeneidade;

4.1 – Análise Exploratória dos Dados

Nesta seção são apresentados os dados descritivos para os grupos definidos no

capítulo 3, grupos condicionado e independente. Os comentários aqui feitos têm por

objetivo mostrar não só as principais diferenças de composição dos grupos analisados mas

também esmiuçar a variável dependente deste trabalho, o rendimento escolar e elucidar

como foi considerada cada uma das variáveis independentes escolhidas para a construção

dos modelos.

Na tabela 4.1 abaixo estão indicados os números gerais da base de dados referentes

a 2 rodadas da pesquisa: novembro de 1999 e novembro de 2000, respectivamente 4a e 5a

séries do Ensino Fundamental. Por estes pode-se constatar que o número de alunos

amostrados na 5ª série é significativamente mais alto que o número de alunos que estavam

cursando a 4ª série em novembro de 1999, o que nos leva a considerar o elevado ingresso

de novos alunos nesta série além do volume de repetentes na mesma. Aqui o número de

repetentes merece atenção, uma vez que a 5a série é considerada como o segundo mais

importante filtro do Ensino Fundamental (RIOS-NETO et al, 2002). Os números também

denunciam que apenas 6828 alunos dos 10783 que estavam presentes em novembro de

1999, tiveram sucesso e atingiram a 5a série na mesma escola, ou seja, uma aprovação (não

considerando a evasão) de 63,32%. Os outros dados apresentados na tabela mostram

números que nos direcionam a magnitude da pesquisa.

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Tabela 4.1 - Números gerais da pesquisa para a 4ª e 5ª séries Novembro de 1999 e Novembro de 2000

4ª série 5ª série Novembro de 1999 Novembro de 2000 Número de alunos iniciais em cada uma das rodadas* 10783 15225

Número de alunos presentes nas 2 rodadas** 6828 Número de escolas amostradas 158 156 Número de questionários de escolas respondidos 145 156 Número de questionários de diretores respondidos 136 145 Matemática Português Matemática Português Número de professores cadastrados 388 388 281 309 Número de questionários de professores respondidos 328 426

*- O número inicial de alunos em cada rodada da pesquisa foi definido como a existência de nota válida para o aluno em pelo menos um dos testes, português e/ou matemática.

**- Número de alunos que possuem apenas uma das notas válida, de português e/ou matemática, nas duas rodadas da pesquisa, novembro de 1999 e novembro de 2000.

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000.

Como se decidiu direcionar as análises deste estudo segundo os grupos

condicionado e independente, deve-se aqui considerar mais especificamente os seus

desdobramentos. Os sub-grupos divididos por disciplina do teste aplicado são bastante

homogêneos como se pode perceber na tabela 4.2, pelo fato já mencionado de que a

maioria dos alunos responde aos dois testes. É importante dizer também que analisando o

esquema longitudinal da pesquisa e a taxa de sobrevivência17 dos alunos da 4ª para a 5ª

série, que contemplam os grupos Y (Grupo Condicionado) e Z (Grupo Independente),

pode-se constatar que 44% dos alunos que foram amostrados em novembro de 2000 são

alunos que foram aprovados, nas mesmas escolas, na 4a série no ano anterior; sendo os

56% restantes alunos novos na escola ou repetentes da 5a série.

Tabela 4.2 – Tamanho dos sub-grupos selecionados por disciplina do teste aplicado4ª e 5ª séries - Novembro de 1999 e Novembro de 2000

Matemática Português Total Grupo Condicionado (Y) 5mY - 5pY 6828 6827 6828

Grupo Independente (Z) 5mZ - 5pZ 15490 15477 15525 Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000.

17 A sobrevivência dos alunos neste caso é dada por SOBREVIVÊNCIA=Permanência/Presença

inicial.

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4.1.1 – Variável Dependente

Os modelos foram construídos seguindo a mesma estratégia adotada para a

construção dos grupos de alunos amostrados. Inicialmente grupos Condicionado e

Independente e em seguida a diferenciação por disciplina do teste aplicado, português e

matemática. Sendo assim, a denominação dos sub-grupos também pode ser adotada paras

as variáveis dependentes dos modelos:

Grupo Condicionado (Y)

- 5mY – nota de matemática dos alunos que estavam presentes em novembro

de 1999 e novembro de 2000, aprovados da 4ª série que estavam cursando a

5ª série.

- 5pY – nota de português dos alunos que estavam presentes em novembro de

1999 e novembro de 2000, aprovados da 4ª série que estavam cursando a 5ª

série.

Grupo Independente (Z)

- 5mZ – nota de matemática dos alunos em novembro de 2000, quando

cursavam a 5ª série.

- 5pZ – nota de português dos alunos em novembro de 2000, quando

cursavam a 5ª série.

Deve-se ressaltar que estas quatro variáveis assumem a forma contínua e estão

distribuídas entre 0 e 100, com características descritivas apresentadas nas tabelas 4.3A e

4.3B abaixo:

Tabela 4.3A. Análise descritiva do rendimento escolar (nota do teste) em matemática e português - Grupo Condicionado

Novembro 4ª série - 1999 5ª série - 2000 Matemática Português Matemática Português

N 6822 6809 6822 6809 Mínimo 5 0 0 0 Máximo 100 100 97,5 100 Média 55,00 53,52 55,82 57,63 Desvio-Padrão 18,33 19,01 17,22 19,47

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000.

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Tabela 4.3B. Análise descritiva do rendimento escolar (nota do teste) em matemática e português - Grupo Independente

5ª série - 2000 Matemática Português

N 15484 15459 Mínimo 0 0 Máximo 100 100 Média 55,41 57,72 Desvio-Padrão 17,00 18,88

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000.

Sobre os rendimentos médios dos alunos da 5a série nos grupos condicionado e

independente, não existem diferenças relevantes. Pode-se destacar que as notas médias dos

testes da 4ª série são maiores em matemática e para os alunos da 5ª série as notas médias

são maiores em português, quando não se discrimina o sexo dos alunos. Sobre as notas

obtidas pelos alunos da 4ª série, vale ressaltar que estes possuem os rendimentos médios,

tanto de português quanto de matemática mais baixos que os encontrados na 5a série,

independente do grupo analisado. É curioso ver também que nenhum dos alunos do grupo

condicionado conseguiu acertar toda a prova de matemática da 5a série.

Sobre a diferenciação dos rendimentos médios segundo sexo do aluno, encontrados

nos gráficos 4.1 e 4.2 abaixo, a principal constatação é uma das mais difundidas

inferências da literatura: as meninas têm melhor nota em português e os meninos melhores

notas em matemática, sendo o diferencial positivo das meninas em português maior que o

dos meninos em matemática.18

18 No ANEXO 2.1 encontram-se as tabelas A e B que contemplam a descritiva geral do rendimento

obtido tanto pelo grupo Condicionado quanto pelo grupo Independente, diferenciadas por sexo.

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Gráfico 4.1 - Análise comparativa do rendimento escolar médio (nota do teste) em matemática e português segundo sexo do aluno - Grupo Condicionado

56,83

50,37

56,253,5754,17

56,66 55,12

61,68

0

10

20

30

40

50

60

70

Matemática Português Matemática Português

Novembro/1999 Novembro/2000

Masculino Feminino

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000.

Gráfico 4.2 - Análise comparativa do rendimento escolar médio (nota do teste) em matemática e português segundo sexo do aluno - Grupo Independente

54,2356,77

54,22

61,36

0

10

20

30

40

50

60

70

Matemática Português

Novembro/2000

Masculino Feminino

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000.

Ainda sobre os rendimentos escolares, segue-se a distribuição (histograma) das

notas obtidas por todos os alunos segundo sub-grupo de seleção:

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Distribuição (histograma) do rendimento escolar dos alunos dos Grupos Condicionado e Independente em matemática e português Grupo Condicionado – Y5

Gráfico 4.3A Rendimento de Matemática – Novembro/1999

100.090.080.070.060.050.040.030.020.010.0

1600

1400

1200

1000

800

600

400

200

0

Gráfico 4.3B Rendimento de Português – Novembro/1999

100.090.080.070.060.050.040.030.020.010.00.0

1600

1400

1200

1000

800

600

400

200

0

Gráfico 4.3C

Rendimento de Matemática – Novembro/2000

100.090.080.070.060.050.040.030.020.010.00.0

1600

1400

1200

1000

800

600

400

200

0

Gráfico 4.3D Rendimento de Português – Novembro/2000

100.090.080.070.060.050.040.030.020.010.00.0

1600

1400

1200

1000

800

600

400

200

0

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54

Grupo Independente – Z5 Gráfico 4.4A

Rendimento de Matemática – Novembro/2000

100.090.080.070.060.050.040.0 30.0 20.0 10.00.0

3800 3600 3400 3200 3000 2800 2600 2400 2200 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200

0

Gráfico 4.4B Rendimento de Português – Novembro/2000

100.090.080.070.060.050.040.030.020.010.00.0

380036003400320030002800260024002200200018001600140012001000800600400200

0

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Analisando os gráficos (4.3A, 4.3B, 4.3C e 4.3D), dados do grupo condicionado

(Y5), pode-se dizer que existe relativa diferença na distribuição do rendimento escolar dos

alunos que estavam presentes tanto em novembro de 1999 quanto em novembro de 2000

tanto por disciplina quanto por série analisada. A mais concentrada das distribuições é a

das notas obtidas nos testes de matemática da 5ª série enquanto a menos concentrada é a de

português desta mesma série, sendo a mais simétrica delas em relação à média, os

rendimentos de português na 4ª série.

Os rendimentos do grupo independente (Z5) possuem distribuição das notas de

matemática um pouco mais concentrada e simétrica em relação à média que as de

português. No grupo independente, pode-se destacar que os rendimentos de português se

encontram, de certa forma, distribuídos mais à direita do gráfico se comparados com o

grupo condicionado. Essa tendência a direita nos revela notas maiores, sendo corroboradas

pela maior média obtida por estes alunos em relação aos do grupo condicionado.

Vale dizer também que a média de todos os rendimentos analisados está

compreendida entre os 50 e 60 pontos, o que denuncia um desempenho relativamente fraco

da média dos alunos nos testes, se considerarmos como nota mínima de aprovação dos

alunos nas disciplinas, 60 pontos.

4.1.2 – Variáveis Independentes – Fatores Associados

O conjunto das variáveis independentes (ou explicativas) utilizados neste estudo e

ao qual denominamos de fatores associados ao rendimento escolar, é composto por

variáveis que representam as características dos alunos, suas famílias, professores,

diretores e escolas.

É importante dizer que a existência de um número relativamente significativo de

valores missing nas variáveis explicativas, nos levou a adotar o seguinte posicionamento:

1. Todas as variáveis explicativas foram testadas primeiramente no formato

categórico (dummies), considerando missing como uma categoria separada;

2. A significância da categoria missing no modelo foi analisada;

3. Caso a categoria missing fosse significativa até 10% (p-valor <= 0,10), a

variável permaneceria no modelo com a categoria separada;

4. Caso a categoria missing não fosse significativa (p-valor >= 0,10), os

valores missing seriam convertidos para a categoria omitida.

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No ANEXO 2.2 encontram-se as tabelas descritivas de todas as variáveis

independente testadas para a composição dos modelos, bem como as escolhidas. As tabelas

são bastante explicativas e estão divididas segundo os sub-grupos de alunos dos modelos,

condicionado e independente.

No ANEXO 2.3, por sua vez, encontra-se um quadro comparativo das variáveis

escolhidas para a composição dos modelos segundo a sua forma de entrada em cada um

dos dois sub-grupos definidos.

Desta forma, as variáveis independentes escolhidas para os modelos são em seguida

analiticamente apresentadas e respeitam a organização proposta pela FIGURA 3,

arcabouço operacional para análise do rendimento escolar, para os fatores de demanda

(aluno e família) e oferta (professor, diretor e escola):

FATORES DE DEMANDA

Aluno

Fatores Estruturais

Sexo: é uma variável indicadora onde a categoria omitida é o sexo masculino;

Raça: A questão presente em nosso questionário é feita ao aluno de forma a perguntar

como ele se considera apresentando como opção de respostas: branco, mulato, negro,

amarelo e indígena. A variável então foi decomposta em 4 outras categóricas onde a

categoria omitida é a raça branca. Neste caso é importante salientar o fato de que esta

pergunta só está presente no questionário aplicado em novembro de 1999 para os alunos da

4a série e então esta consta apenas dos modelos para os alunos do grupo condicionado onde

a informação foi repetida para os mesmos alunos na 5a série, uma vez que esta pode ser

considerada como adscrita. Assim, nos modelos para o grupo independente não é possível

se fazer estimativas para os coeficientes das variáveis categóricas de raça e por

conseqüência não se pode analisar o efeito heterogeneidade sobre a mesma.

Fatores de Fluxo

Processo Corrente

Lição de casa: a pergunta está presente no questionário da pesquisa interpelando se o

aluno faz ou não a lição de casa considerando: se ele não faz porque não quer ou porque o

professor não passa lição e se ele faz de vez em quando ou todos os dias em que tem lição.

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Neste trabalho, optou-se por saber se o aluno fazia ou não lição de casa, independente da

freqüência ou motivo pois considerou-se importante saber o papel da lição no rendimento

do aluno.

Trabalha: A variável de condição de trabalho dos alunos pode ser bastante discutida no

que se refere à direção de causalidade para a decisão do aluno entre o trabalho e a

freqüência à escola. Neste estudo, essa discussão pode ser relevada já que os alunos já

decidiram freqüentar a escola e o efeito de trabalhar está mais associado ao seu tempo

disponível para o estudo e como isso afeta o seu rendimento escolar.

Tempo gasto entre a casa e a escola: esta variável tem por objetivo identificar o impacto

do tempo “perdido” pela criança no trajeto entre a sua casa e a escola e o rendimento

escolar. As opções de resposta oferecidas pelo questionário são: menos de ½ hora, entre ½

e 1 hora e mais de 1 hora, que foram transformadas em categóricas, omitindo menos de ½

hora. É sabido que o tempo está, neste caso, intrinsecamente associado à distância entre a

casa e a escola e o meio de transporte utilizado por ela, neste sentido, também se analisa o

meio de transporte utilizado pois a distância não foi questionada aos alunos.

Tipo de transporte utilizado entre a casa e a escola: pouco se vê discutido na literatura

sobre esta característica escolar dos alunos. Entretanto, todas as discussões levantadas

sobre tempo disponível para o estudo podem ser retomadas neste ponto, tendo o

questionário oferecido as seguintes opções: a pé, de ônibus, de bicicleta, com transporte

escolar ou por outros meios, que também foram utilizadas como indicadoras.

Hábitos de leitura: Em relação aos hábitos de leitura dos alunos, pode-se discutir se esta é

uma característica que poderíamos associar ao processo corrente de aprendizado do aluno

ou à sua trajetória. Neste estudo, escolheu-se por classificá-la como variável do processo

corrente uma vez que as perguntas no questionário se referiam à leitura dos itens no ano da

pesquisa e não se o aluno lê independente do ano em questão. Dois foram os tipos de

leitura que se mostraram mais relevantes, histórias em quadrinho e também jornais e

revistas e esses foram os escolhidos para compor os modelos.

Trajetória Passada

Repetência: como as outras variáveis até aqui definidas, essa também assumiu forma de

variável categórica e a gradação adotada foi a mesma apresentada no questionário: se o

aluno nunca repetiu (categoria omitida), se repetiu uma vez, duas vezes, três vezes ou mais

de três vezes.

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Tipo de escola em que já estudou: como todos os alunos amostrados freqüentam no tempo

corrente a escola pública, a intenção neste caso é saber se a sua passagem em alguma série

anterior pela escola particular tem efeitos positivos no seu rendimento, sendo a categoria

omitida se o aluno sempre estudou em escola pública.

Uso de computador: Os resultados existentes na literatura e ainda não podem ser

considerados robustos sob este aspecto, entretanto, resultados obtidos com os dados do

SAEB encontram uma relação negativa entre o uso de computadores pelos alunos e o seu

rendimento, fato normalmente associado ao restrito acesso dos alunos a computadores.

Duas foram as questões aqui levantadas, o fato do aluno usar o computador na escola (que

não se mostrou significativo em nenhum modelo e portanto foi desconsiderado) e o fato

dele saber usar computador. Decidiu-se por considerar o fato do aluno saber usar o

computador como uma característica da sua trajetória passada, uma vez que se ele sabe

usar o computador hoje, ele pode ter aprendido cumulativamente até o tempo corrente e

não necessariamente só no tempo corrente.

Família

Estado de Residência (UF): para a construção das variáveis categóricas de estado de

residência assumiu-se como categoria omitida o estado de Mato Grosso do Sul por ser

esse, dentre os estados pesquisados (Roraima, Pará, Pernambuco e Sergipe), juntamente a

Goiás, o estado de melhores condições socioeconômicas e educacionais.

Com quem mora: as questões foram apresentadas aos alunos no questionário de forma

separada: se ele mora com o pai, com a mãe, com os irmãos, com outros parentes e amigos.

Decidiu-se, portanto, categorizar a variável de forma a considerar arranjos familiares de

acordo com a presença do pai e da mãe na residência, independente da presença de outros

indivíduos. Tendo assim como categoria omitida morar só com a mãe em contraponto a

morar só com o pai, com o pai e a mãe e outros arranjos.

Escolaridade dos pais: a escolaridade dos pais é medida neste trabalho através da variável

que questiona se o pai e a mãe do aluno sabem ler e escrever. A hipótese inicial, neste

caso, é de que pais que saibam ler e escrever atribuem maior valor à educação e assim seus

filhos deveriam apresentar melhores rendimentos nos testes, uma relação positiva.

“Condições” da residência: neste tópico podemos agrupar 3 variáveis presentes nos

modelos: existência de calçamento na rua da residência, água encanada na residência e um

indicador de posse de bens duráveis.

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Para as variáveis de rua calçada e água encanada, a categoria omitida foi a não

existência do serviço em contraponto à existência.

Já o indicador de posse de bens duráveis deve ser analisado com maior atenção,

sendo ele neste nível analítico (indivíduo), a única variável que assume forma contínua. O

indicador foi construído utilizando os princípios da TRI19 e leva em consideração a

presença de 10 itens diferentes na residência dos alunos: televisão, vídeo-cassete,

geladeira, freezer, máquina de lavar, aspirador de pó, telefone, celular, computador e

automóvel. A hipótese mais trivial é a de que quanto maior a posse de bens (mais alto

valor do indicador), maior a riqueza e segundo a literatura maior rendimento escolar.

Entretanto, os resultados encontrados nos testes feitos no trabalho mostram coeficientes

sempre que significativos, pequenos e negativos. Testes foram feitos utilizando outras

formas de composição do indicador, desde a simples soma do número de bens à

ponderação tanto pela freqüência dos itens na base de dados quanto pela proporção de

posse fornecida pela PPV – Pesquisa de Padrão de Vida do IBGE. Os resultados não foram

diferentes, permanecendo sempre negativos. Testou-se também a utilização das variáveis

que compõem o indicador separadamente mas foi em vão, já que em muitas situações as

variáveis não eram significativas e quando a significância era atingida, o sinal permanecia

negativo. Este é um aspecto que deve dispensar maiores discussões e tentativas analíticas

em futuros trabalhos. Neste caso, decidiu-se comunicar os resultados encontrados e aceitar

esta evidência sem grandes problemas, já que este não é o ponto central de análise do

trabalho.

Relacionamento família-escola: os dados disponíveis para a análise dos efeitos do

relacionamento da família com a escola sobre o rendimento dos alunos são apenas a

resposta fornecida pelo aluno se seus pais conhecem ou não, seu professor e/ou diretor. A

opção “não sei” respondida pelo aluno foi considerada como missing. É importante

retomar a hipótese levantada no capítulo teórico de que considerando a situação

educacional brasileira, o fato dos pais conhecerem o diretor e/ou o professor de seu filho

esteja relacionado a problemas de aprendizado e/ou de relacionamento (disciplina) da

criança e portanto, a rendimentos mais baixos.

19 Ver ANEXO 1.

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FATORES DE OFERTA

Professor

Escolaridade e Capacitação: com o objetivo de transformar a informação de escolaridade

e capacitação dos professores em apenas uma medida que representasse a escola, as

variáveis foram tomadas da seguinte forma: 1)o grau de escolaridade dos professores como

a proporção de professores da escola que possui ensino superior e como categoria omitida

a proporção menor que 50% somada aos valores missing; 2) a capacitação como a

proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada

sobre conteúdos da disciplina que leciona, sendo a categoria omitida a proporção menor

que 50% somada aos valores missing.

Diretor

Escolaridade e Capacitação: semelhante às variáveis selecionadas para descrever a

escolaridade e capacitação dos professores, as variáveis foram escolhidas para a

escolaridade e capacitação dos diretores. Além da informação se o diretor possui ensino

superior e se participou de alguma atividade de formação continuada relacionada a

questões de direção da escola, também se considera o fato do diretor possuir pós-

graduação. Vale ressaltar que, neste caso, não foram necessárias conversões nas variáveis

pela existência de apenas uma informação de diretor por escola.

Escola

Como mencionado no capítulo teórico, as variáveis de características da escola

selecionadas para os modelos estão na forma de três indicadores que têm por objetivo,

condensar o maior volume de informação possível. Os indicadores foram construídos

utilizando o mesmo método utilizado para a construção do indicador de posse de bens

duráveis, os princípios da teoria de resposta ao item. Sendo eles:

Condições das instalações físicas básicas e especiais: este indicador procura agrupar

todas as informações de estrutura das escolas, bem como a posse de móveis e

equipamentos que afetam diretamente a rotina dos alunos nas escolas. Foram consideradas

as seguintes características: se as salas de aula são bem iluminadas, bem arejadas, limpas,

se o ruído externo é prejudicial, se os banheiros funcionam bem, se existem banheiros

separados para meninos e meninas e se algum deles está interditado, se há carteiras para

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todos os alunos e se elas estão em boas condições, se o professor possui mesa e armário e

se estes estão em boas condições e se o quadro de giz está em boas condições. Os valores

assumidos por este indicador variam entre –1,84 e 1,19.

Serviços disponíveis: Este indicador procura captar os serviços gratuitos oferecidos pela

escola para melhorar a situação e rotina dos alunos, sendo composto por apenas três tipos

de serviços: serviço odontológico, atividades fora da escola e transporte escolar, uma vez

que os outros serviços questionados não possuíam variabilidade suficiente. Os valores

assumidos estão entre –0,59 e 1,51.

Segurança na escola: Este indicador tem por objetivo identificar as condições de

segurança oferecidas aos alunos pela escola. Considerando as variáveis de existência de

policial/vigia em algum turno escolar, do controle da entrada de estranhos na escola, de

existência de sistema de proteção contra incêndio, de trancas em salas com equipamentos

caros e também se existem sinais de depredação, o indicador assume valores entre –1,75 e

1,10.

4.2 – Análise dos Fatores Associados ao Rendimento Escolar –

Modelagem Linear (MQO) – Efeito Valor Adicionado e Heterogeneidade

Nesta fase do trabalho são estudados modelos de regressões lineares estimados pelo

método dos mínimos quadrados ordinários com o objetivo de identificar os fatores

associados à educação mais relevantes e também aqueles que não foram significativos,

especialmente para a análise do efeito valor adicionado e da heterogeneidade.

Seguindo assim as diretrizes adotadas por todo o estudo, pautadas tanto na divisão

dos dados pelos sub-grupos de amostras (condicionado e independente), pelo arcabouço

operacional sugerido pela Figura 3 e também o quadro de estruturação dos modelos

apresentado no final do capítulo 3, a estimação completa dos modelos está apresentada nas

tabelas (1, 2, 3 e 4) do ANEXO 2.4. A escolha de se colocar as tabelas completas em anexo

é justificada pelo fato delas serem extremamente grandes e que acabariam por atrapalhar a

compreensão e fluência do texto, além do fato de que colocadas a parte, a consulta fica

facilitada.

Como as principais questões a serem tratados por este trabalho são a análise do

efeito de valor adicionado e do efeito heterogeneidade optou-se por apresentar a

interpretação dos dados encontrados assumindo separadamente cada um dos efeitos. Além

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disso, dentro de cada efeito analisado foram criadas tabelas que comparam apenas os

modelos específicos para a comparação e revelação de cada efeito.

4.2.1 – Efeito Valor Adicionado

Esta abordagem se baseia nos princípios da “função de produção educacional”

relacionando o rendimento contemporâneo dos alunos com os insumos familiares e

educacionais contemporâneos e o rendimento do aluno no período anterior. Neste, o efeito

valor adicionado está associado diretamente à inclusão da variável de rendimento obtido

no teste aplicado para a 4a série para a explicação do rendimento obtido na série corrente, a

5a série.

A tabela completa para a verificação do efeito valor adicionado compara apenas os

modelos aplicados para os alunos do grupo condicionado, aqueles que estavam presentes

tanto em novembro de 1999 (4a série) quanto em novembro de 2000 (5a série). Com o

intuito de testar o efeito valor adicionado, fornecido pela nota do teste anterior do aluno

(notas da 4a série), decidiu-se por incluir a variável apenas no modelo contemporâneo

completo (variáveis de aluno, família, professor, diretor e escola) onde se espera identificar

o real impacto da inclusão do valor adicionado.20 Desta forma, são comparados os

resultados dos modelos 4 (modelo contemporâneo) e 5 (modelo contemporâneo + nota

anterior), similarmente para a análise dos rendimentos de matemática e português. Ainda

com o objetivo de facilitar a análise dos dados, esta tabela comparativa será apresentada

em partes, seguindo a categorização proposta pela pelo arcabouço operacional da Figura 3

apresentada no final do capítulo teórico, enquanto a tabela completa pode ser contemplada

no ANEXO 2.6. Gráficos comparativos também foram produzidos no sentido de elucidar e

ilustrar as interpretações do efeito valor adicionado nos modelos contemporâneos (sem a

variável de valor adicionado) e modelos valor adicionado (com a variável de valor

adicionado), considerando apenas os coeficientes significativos (p-valor <= 0,05) para a

determinação dos rendimentos dos alunos. Na tabela 4.4 abaixo se apresenta um resumo

geral das variáveis que entraram no modelo, as suas constantes, os R2 ajustados e o número

de observações considerado em cada modelo, além do tamanho total da amostra. Nesta,

percebe-se basicamente que a inclusão da variável de valor adicionado, ao mesmo tempo

20 Modelos foram rodados para testar os efeitos da inclusão do valor adicionado considerando as

variáveis de Aluno e Família e não demonstraram impacto significativamente diferente e estão apresentados no ANEXO 2.5.

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em que aumenta significativamente o poder de explicação dos modelos (em matemática

um aumento de 67%, de 0,42 para 0,70 e em português de 58%, de 0,45 para 0,71), esta

assume grande parte (mais da metade) do efeito dos interceptos.

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Tabela 4.4 – Resumo geral dos modelos de comparação do Efeito Valor Adicionado

Grupo Condicionado: Alunos que estavam presentes em novembro de 1999 e novembro de 2000, 5a série / 2000

Grupo Condicionado Matemática Português Modelo 4 Modelo 5 Modelo 4 Modelo 5

VARIÁVEIS DEPENDENTES •Nota de matemática da 5a série •Nota de português da 5a série VARIÁVEIS INDEPENDENTES

ALUNO: Valor Adicionado: •Nota de matemática da 4a série •Nota de português da 4a série Fatores Estruturais •Sexo (omitida = masculino); •Raça (omitida = branco); Mulato; Negro; Amarelo; Indígena; Fatores de Fluxo

Processo Corrente •Lição de casa (omitida = não faz); Faz lição; Missing; •Trabalha (omitida = não); •Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora e missing);

Entre ½ hora e 1 hora; Mais de 1 hora; •Tipo de transporte utilizado para ir para a escola (omitida = a pé e missing);

Ônibus; Bicicleta; Transporte escolar; Outros; •Leu história em quadrinhos (omitida = não leu); Leu; Missing; •Leu jornais e revistas (omitida = não leu e

missing); •Sabe usar computador ? (omitida = não sabe e missing);

Trajetória Passada •Número de vezes que repetiu o ano (omitida = nunca repetiu e missing); 1 vez; 2 vezes; 3 vezes; Mais de 3 vezes;

•Tipo de escola que já estudou (omitida = somente escola pública); Pública e particular; Missing; FAMÍLIA: •Estado (omitida = Mato Grosso do Sul); Roraima; Pará; Pernambuco; Sergipe; Goiás; •Com quem mora: (omitida = só com a mãe);

Mora só com o pai; Mora com o pai e a mãe; Outros arranjos e Missing; •Pai sabe ler e escrever

(omitida = não e missing); •Mãe sabe ler e escrever (omitida = não e missing);

•Água encanada na residência (omitida = não possui);

•Rua calçada na residência (omitida = não possui);

•Posse de bens duráveis;

•Pais conhecem o professor (omitida = não conhecem e missing);

•Pais conhecem o diretor (omitida = não conhecem e missing);

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continuação Grupo Condicionado Matemática Português Modelo 4 Modelo 5 Modelo 4 Modelo 5

VARIÁVEIS INDEPENDENTES - continuação

PROFESSOR:

•Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior (omitida = menos de 50% e missing);

•Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona (omitida = menos de 50% e missing);

DIRETOR: •Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não);

Sim; Missing; •Escolaridade – Diretor possui curso de pós-graduação (omitida = não e missing);

•Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada (omitida = não);

Sim; Missing;

ESCOLA: •Condições das instalações físicas básicas e especiais •Serviços disponíveis •Segurança na escola

Constante 52,33 21,09 47,34 16,69 R2 0,42 0,70 0,45 0,71 N 5.775 5.732 5.770 5.675 N Total 6828 6827

Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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Nota do teste anterior – 4a série / 1999

A nota do teste anterior é a mais simples tradução do efeito valor adicionado, sendo

a variável que “carrega” a história de aprendizado do aluno. No gráfico 4.5 estão

apresentadas três simulações do impacto provocado pela inclusão do valor adicionado nos

modelos. Os coeficientes obtidos com os modelos são 0,58 para o rendimento de

matemática e 0,62 para o rendimento de português, ambos significativos a 1%, como se

pode ver na tabela 4.8, mais adiante. As simulações foram feitas para que se possa melhor

visualizar o importante efeito do valor adicionado, sempre mais efetivo para o rendimento

de português em relação ao de matemática.

Gráfico 4.5 - Nota do teste anterior - Efeito Valor Adicionado Rendimentos de Matemática e Português - Grupo Condicionado

46,77

32,1635,08

37,4

32,73

49,87

0

10

20

30

40

50

60

Coeficiente * 60 (nota mínima de aprovação) Coeficiente * Mediana Coeficiente * 9º percentil

Nota do teste anterior

Matemática Português

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000.

Analisando o gráfico, podemos dizer que se um aluno foi aprovado no ano anterior,

considerando o fato dele ter tirado pelo menos 60 pontos no teste de matemática e

português aplicado na 4a série fazendo alusão à sua aprovação, ele tem pelo menos 35

pontos “garantidos” no rendimento de matemática da 5a série e 37 pontos no rendimento de

português, ou seja, mais de 1/3 do rendimento corrente total é fruto do rendimento passado.

Os resultados obtidos com a utilização da mediana das notas obtidas na 4a série são

menores do que aqueles encontrados com a utilização do “corte de aprovação”, indicando

que 50% dos alunos tiveram notas nos testes de 4a série menores que 60 pontos, 55 em

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matemática e 52,5 em português. Vale ressaltar que mesmo a mediana das notas dos testes

de português sendo mais baixa, o resultado encontrado para os pontos garantidos na 5a

série ainda é maior que os de matemática, confirmando o efeito de valor adicionado mais

forte para a determinação dos rendimentos de português.

Já se decidirmos utilizar o rendimento nos testes dos alunos que define o 9o

percentil de distribuição das notas na 4a série, 80 pontos tanto para português quanto para

matemática, podemos inferir que a metade da nota total nos testes da 5a série já “está

garantida”, 47 pontos em matemática e 50 em português. Quando nos referimos a “pontos

garantidos”, devemos reforçar a idéia de que estamos nos referindo a determinantes não

observados e que esses estão associados à história de aprendizagem do aluno, no papel da

variável de nota do teste anterior.

ALUNO – Fatores Estruturais

As variáveis que representam as características dos alunos foram escolhidas

segundo as disponibilidades do banco de dados e a literatura sobre esta área de

conhecimento. Como Fatores Estruturais foram escolhidos o sexo e a raça do aluno já que

estas podem ser consideradas variáveis fixas e que não devem mudar de um ano para outro

da pesquisa. Na tabela 4.5 abaixo, estão apresentados os coeficientes encontrados para

estas variáveis, nos modelos que permitem a comparação do efeito do valor adicionado.

Assim, como estas variáveis independentes são variáveis dicotômicas –assumindo

valores 0 e 1 - a interpretação de seus efeitos pode ser vista diretamente na análise do

gráfico. Nos gráficos 4.6A e 4.6B, na seqüência, apresentam se os coeficientes

significativos até 5% (p-valor<= 0,05) para os dados do grupo condicionado, modelo sem

valor adicionado (modelo 4 para matemática e 4 para português) e modelo com valor

adicionado (modelo 5 para matemática e 5 para português), respectivamente.

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Tabela 4.5 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado

Comparação do efeito valor adicionado – ALUNO (nota do teste anterior e fatores estruturais)

Matemática Português Modelo 4 Modelo 5 Modelo 4 Modelo 5

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Nota do teste anterior – Matemática ou Português de novembro de 1999

0,58* 0,01 0,62* 0,01

Fatores Estruturais Sexo (omitida = masculino) -2,80* 0,43 -0,96* 0,34 6,44* 0,48 3,46* 0,39 Raça (omitida = branco)

Mulato 1,10** 0,47 0,40 0,37 1,27** 0,52 0,23 0,41 Negro -1,93* 0,74 0,15 0,59 -2,89* 0,83 -1,44** 0,66 Amarelo 1,38 1,04 0,35 0,82 1,20 1,16 0,27 0,92 Indígena -1,60 1,07 -0,28 0,84 -1,43 1,20 -0,42 0,95

Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – INEP 1999/2000 Nota: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

Sexo:

Em relação ao sexo dos alunos pode-se dizer que os resultados de todos os modelos

corroboram a premissa da literatura de que os meninos são melhores em matemática e as

meninas melhores em português, o que já havia sido mencionado através da análise dos

dados descritivos. Outro ponto comum entre os modelos é o fato de que o efeito (valor do

coeficiente) de ser menina para o rendimento em português é quase o dobro do efeito de

ser menino no rendimento de matemática.

Quando analisamos em especial o efeito da inclusão do valor adicionado ao

modelo, vale ressaltar que os coeficientes da variável sexo perdem significativa força tanto

em matemática (-2,8 para –0,96) quanto em português (6,44 para 3,46), sem perder no

entanto a significância. Pode-se inferir neste caso que o diferencial de sexo acompanha

toda a trajetória do aluno e por isso parte do efeito já está considerado na nota do teste

anterior.

Raça:

Ser um aluno da raça indígena nunca é significativo provavelmente porque a

proporção em que esta raça é encontrada nos sub-grupos gira em torno de 4%, entretanto

deve-se dizer que o sinal apresentado pelos coeficientes é sempre negativo. Os alunos da

raça amarela também não apresentam coeficientes significativos mas os sinais são sempre

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positivos. Aqui, mesmo as categorias indígena e amarela da variável raça não sendo

significativas, escolheu-se deixá-las em evidência nos modelos a fim de mostrar os efeito

inverso das mesmas para os rendimentos de português e matemática, em relação às notas

dos alunos da raça branca. Para a raça mulata, os coeficientes encontrados são

significativos e positivos mas relativamente pequenos. O grande diferencial encontrado

pousa sobre os alunos da raça negra em relação aos brancos, para quais os coeficientes

encontrados são negativos. O efeito negativo de ser negro somente deixa de ser

significativo para o rendimento de matemática quando se inclui o rendimento do teste

anterior. Assim, mesmo quando se considera o valor adicionado, o fato de um aluno ser

negro já reflete uma nota 1,44 pontos mais baixa em português que um aluno branco,

metade do impacto sem o valor adicionado.

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Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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ALUNO – Fatores de Fluxo

Para os fatores de fluxo foram consideradas questões relacionadas especialmente ao

processo escolar como, por exemplo, a repetência e o ato de fazer lição de casa além da

condição de trabalho e os hábitos de leitura e outros. É importante ressaltar que as análises

dos fatores de fluxo foram sub-divididas como sugere o arcabouço operacional em

variáveis de processo corrente e de trajetória passada.

Processo Corrente

Dentre as variáveis que classificamos como de processo corrente, ou seja, aquelas

que afetam o processo de aprendizado corrente dos alunos e dependem apenas dos

“insumos” do tempo corrente, temos: a lição de casa, condição de trabalho, tempo gasto

entre a casa e a escola, meio de transporte utilizado para o trajeto até a escola e os hábitos

de leitura. Na seqüência, além das análises de cada uma das variáveis acima citadas são

apresentados os gráficos 4.7A e 4.7B apenas com os coeficientes significativos para os

modelos sem e com valor adicionado respectivamente, e a tabela 4.6 com todos os

resultados dos modelos para as variáveis do processo corrente.

Lição de casa:

O fato de fazer a lição de casa tem efeito sempre forte e positivo sobre os

rendimentos dos alunos mesmo considerando a inclusão do valor adicionado que apenas

diminui a magnitude do impacto positivo. No caso da opção missing para a lição de casa, o

alto coeficiente (6,77) significativo para a determinação do rendimento de português, o

efeito do valor adicionado é crucial e rouba toda a sua significância. O efeito positivo é

mais alto para o rendimento de português para o grupo condicionado (7,76 para o modelo 4

e 3,65 para o modelo 5). Vale ressaltar que a magnitude dos efeitos desta variável, se

comparados com a nota mínima de aprovação de 60 pontos, representa nos modelos sem

valor adicionado por volta de 10% e nos modelos com valor adicionado por volta de 5%,

ou seja , o efeito e reduzido aproximadamente pela metade. Resumindo, o fato de fazer

lição de casa pode ser considerado como um dos fatores mais importante para que se tenha

boas notas em matemática e português.

Trabalha:

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Os alunos que trabalham, nos dados analisados, possuem rendimentos escolares

mais baixos do que aqueles que não trabalham. Os efeitos negativos afetam mais

fortemente as notas de português que as notas de matemática. O único momento onde o

fato de trabalhar em relação a não trabalhar deixa de ser significativo é para o rendimento

de matemática considerando o valor adicionado, mesmo assim permanecendo o sinal

negativo.

A inclusão do valor adicionado é, de certa forma, crucial para o efeito negativo do

trabalho sobre o rendimento dos alunos pois além de roubar a toda a significância no

modelo para o rendimento de matemática, reduz em 2/3 do coeficiente no modelo de

português.

Tempo gasto entre a casa e a escola

No que se refere aos resultados encontrados para a variável que determina o tempo

gasto pelo aluno entre a sua casa e a escola, pode-se dizer que em todas as análises do

grupo condicionado, a opção de tempo gasto entre ½ e 1 hora em relação a aqueles que

gastam menos de ½ hora e também os que declararam missing, não apresenta coeficientes

significativos. Assim, poderíamos dizer que se o aluno gasta até 1 hora para ir da casa à

escola, esta “perda” de tempo não seria suficiente para atrapalhar o rendimento das

crianças nos testes, independente do efeito do valor adicionado.

Já para os alunos que gastam mais de uma hora, o resultado é bastante expressivo e

os coeficientes são sempre significativos e negativos. Além disso, os efeitos são bastante

fortes, de 5 a 7 pontos a menos nas notas dos alunos nos modelos contemporâneos (sem

valor adicionado) para português e matemática. Para os modelos de valor adicionado, os

valores dos coeficientes diminuem (-2,65 para o rendimento de matemática e –1,84 para o

rendimento de português) mas continuam significativos e negativos.

Tipo de transporte utilizado entre a casa e a escola:

O efeito desta variável deve sempre ser sempre avaliado considerando que existe

uma inter-relação direta dessa com o tempo gasto pelo aluno entre a sua casa e a escola.

Entretanto, o efeito dos meios de transporte não apresentam resultados robustos, a não ser

para aqueles que utilizam ônibus onde os efeitos para os modelos contemporâneos são

positivos sendo de 2 pontos para português e 2,4 para matemática em relação aos alunos

que vão a pé para a escola. Já para aqueles alunos que utilizam outros meios para o trajeto,

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o efeito só é significativo para a determinação do rendimento de português e equivale a 3,5

pontos em relação aos colegas que vão a pé para a escola.

O efeito do valor adicionado é crucial neste caso, tanto para os rendimentos de

matemática quanto de português, para ambos os meios de transporte, uso de ônibus e de

outros meios, pois todos deixam de ser significativos. Vale ressaltar que independente do

efeito do valor adicionado, ir para a escola de bicicleta ou utilizando o transporte escolar

não faz diferença alguma em relação aos que vão a pé.

Hábitos de leitura:

Em relação aos hábitos de leitura dos alunos, dois foram os tipos de leitura que se

mostraram relevantes, histórias em quadrinho e jornais e revistas. Assim, podemos

considerar que ler e também responder missing para a leitura de história em quadrinhos

garante aos alunos rendimentos melhores nos testes em relação a aqueles que não lêem, em

geral da ordem de 3 a 4 pontos, maiores em português que em matemática. O efeito

agregado diminui os impactos positivos da leitura de história em quadrinhos (1,53 para

matemática e 1,87 para português) e tira toda a significância das outras duas variáveis.

É importante ressaltar neste ponto que os hábitos de leitura sofrem expressiva

influência da história passada do aluno, se a criança já possuía o hábito de ler

provavelmente continua tendo. Escolheu-se no entanto classificá-los como variáveis de

processo corrente uma vez que a pergunta feita no questionário sobre a leitura se referia à

leitura mantida naquele ano. Este aspecto da história passada, além do fato dos coeficientes

para hábitos de leitura terem sido expressivamente afetados pela inclusão do valor

adicionado, seguindo padrão mais semelhante ao dos fatores de fluxo da trajetória passada

nos levam a considerar que esta característica permeia tanto os fatores de processo corrente

quanto os de trajetória passada.

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Tabela 4.6 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado

Comparação do efeito valor adicionado – ALUNO (fatores de fluxo: processo corrente)

Matemática Português Modelo 4 Modelo 5 Modelo 4 Modelo 5

Coefic

(1)Erro-

Padrão Coefic.

(1)Erro-

PadrãoCoefic.

(1)Erro-

PadrãoCoefic.

(1)Erro-

Padrão Lição de casa (omitida = não faz)

Faz lição 5,82* 0,65 2,51* 0,51 7,76* 0,72 3,65* 0,58 Missing 3,15 2,54 1,21 2,01 6,77** 2,84 2,38 2,26

Trabalha (omitida = não) -1,39* 0,57 -0,66 0,45 -2,98* 0,63 -0,97** 0,50 Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora e missing)

Entre ½ hora e 1 hora -0,68 0,69 0,18 0,54 -1,17 0,77 -0,69 0,61 Mais de 1 hora -6,85* 0,94 -2,65* 0,74 -5,16* 1,05 -1,84** 0,84

Tipo de transporte utilizado para ir para a escola (omitida = a pé e missing)

Ônibus 2,43* 0,66 0,73 0,52 1,99* 0,74 0,12 0,59 Bicicleta -0,50 0,83 -0,41 0,65 -0,85 0,93 -0,57 0,73 Transporte escolar -0,36 1,95 -1,04 1,53 -3,51 2,18 -3,00 1,74 Outros 1,75 1,05 0,50 0,83 3,51* 1,18 1,61 0,94

Leu história em quadrinhos (omitida = não leu) Leu 2,99* 0,60 1,53* 0,47 3,55* 0,67 1,87* 0,53 Missing 3,13** 1,31 0,85 1,03 4,01* 1,46 1,29 1,16

Leu jornais e revistas (omitida = não leu e missing) 3,87* 0,60 0,76 0,47 3,83* 0,67 1,00 0,53 Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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Trajetória Passada

As variáveis que classificamos como variáveis de fluxo e re-classificamos como

variáveis de trajetória passada, tem por característica principal, mesmo afetando o processo

de aprendizado corrente dos alunos, considerarem questões mutáveis mas que dependem

da história escolar passada do aluno. Entre elas nós escolhemos o número de vezes que o

aluno repetiu de ano, se ele em algum momento freqüentou a escola pública e se ele sabe

usar o computador. Na tabela 4.7 abaixo estão os resultados destas variáveis nos modelos

contemporâneos e de valor adicionado, para o rendimento de português e matemática. Na

seqüência, além das análises de cada uma das três variáveis são apresentados os gráficos

4.8A e 4.8B apenas com os coeficientes significativos para estes modelos.

Tabela 4.7 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado

Comparação do efeito do valor adicionado – ALUNO (fatores de fluxo: trajetória passada)

Matemática Português Modelo 4 Modelo 5 Modelo 4 Modelo 5

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Número de vezes que repetiu o ano (omitida = nunca repetiu e missing)

1 vez -4,80* 0,50 -1,62* 0,40 -5,67* 0,56 -1,61* 0,45 2 vezes -5,73* 0,71 -1,78* 0,56 -6,18* 0,79 -2,05* 0,63 3 vezes -5,50* 0,99 -1,88** 0,78 -6,38* 1,10 -2,27* 0,88 Mais de 3 vezes -6,27* 1,92 -1,61 1,51 -6,57* 2,16 -3,88** 1,72

Tipo de escola que já estudou (omitida = somente escola pública)

Pública e particular 1,99* 0,47 0,15 0,37 2,71* 0,52 0,90** 0,41 Missing -4,58** 2,37 -4,65* 1,86 -1,19 2,65 0,43 2,11

Sabe usar computador? (omitida=não sabe e missing) 0,56 0,45 0,32 0,35 0,41 0,50 0,50 0,40

Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – INEP 1999/2000

Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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Repetência:

Corroborando os resultados obtidos com estudos feitos com dados do SAEB, o fato

de o aluno ter repetido de ano se reflete na perda de proficiência nos testes, considerando

também que quanto mais vezes se repetiu, mais forte é o efeito negativo sobre as notas. O

impacto da repetência sobre os rendimentos pode ser considerado alto, entre 4,8 e 6,6

pontos nos modelos sem valor adicionado, quando comparado ao impacto encontrado para

outras variáveis nos modelos. O efeito da inclusão da variável de valor adicionado só afeta

a magnitude dos coeficientes, tornando-os menos que a metade daqueles encontrados nos

modelos contemporâneos.

Tipo de escola em que já estudou:

Ainda segundo dados do SAEB, pode-se identificar que os alunos de escolas

particulares possuem rendimentos mais elevados que aqueles da rede pública. Assim, o

fato dos alunos da pesquisa (amostrados em escolas públicas) já terem passada em algum

momento por uma escola particular deve refletir em melhores rendimentos. Esta hipótese

pode ser corroborada pelos resultados obtidos nos modelos onde o fato de já ter

freqüentado a escola particular se reflete, em geral, em 2 a 3 pontos a mais nas notas em

relação aos alunos que somente estudaram em escola pública, nos modelos sem valor

adicionado. O efeito adicionado neste caso reduz a 1/3 o impacto sobre o rendimento de

português e exclui sobre o rendimento de matemática. Um resultado não esperado é o fato

dos alunos que responderam missing possuir coeficiente significativo e negativo só para

matemática e este ser forte (-4,58) sendo reforçado pelo efeito do valor adicionado (-4,65).

Uso de computador:

O resultado encontrado aqui de certa forma corroboram os dados encontrados para

o SAEB, uma vez que em geral esta não é uma variável significativa como determinante do

rendimento escolar. O fato de o aluno saber utilizar o computador não possui resultados

significativos nem para os modelos contemporâneos nem para os de valor adicionado.

FAMÍLIA

As variáveis aqui agrupadas foram denominadas como variáveis da família mas

também podem ser associadas tanto a questões da residência (estado em que mora, pessoas

que moram na residência, se a residência tem água encanada, está numa rua calçada e quais

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os bens que a residência possui) com as questões diretamente relacionadas aos pais como

escolaridade e relacionamento dos mesmos com a escola (se os pais conhecem o professor

e/ou o diretor). Na tabela 4.8 estão apresentados os resultados dos modelos

contemporâneos e de valor adicionado para o grupo condicionado das variáveis

classificadas como da família.

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Tabela 4.8 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado

Comparação do efeito do valor adicionado - FAMÍLIA

Matemática Português Modelo 4 Modelo 5 Modelo 4 Modelo 5

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Estado (omitida = Mato Grosso do Sul) Roraima -4,75* 0,94 -1,29 0,74 -2,66* 1,05 0,15 0,84 Pará -5,60* 0,73 -3,00* 0,57 -4,58* 0,82 -2,50* 0,65 Pernambuco -9,61* 0,78 -3,56* 0,62 -10,7* 0,88 -5,28* 0,70 Sergipe -4,72* 1,02 -2,20* 0,80 -2,86* 1,14 -0,40 0,92 Goiás 0,92 0,83 -0,08 0,65 -1,06 0,93 -0,21 0,74

Com quem mora: (omitida = só com a mãe) Mora só com o pai -0,85 1,13 1,00 0,89 -0,66 1,27 1,24 1,00 Mora com o pai e a mãe -0,93 0,50 -0,08 0,39 -0,36 0,55 0,73 0,44 Outros arranjos e Missing 1,02 0,97 0,87 0,76 0,04 1,08 -0,06 0,86

Pai sabe ler e escrever (omitida = não e missing) -0,04 0,68 -0,26 0,53 -0,20 0,76 -0,58 0,60 Mãe sabe ler e escrever (omitida = não e missing) 2,28* 0,77 1,03 0,60 2,15* 0,86 0,91 0,68 Água encanada na residência (omitida = não possui) 2,41* 0,63 0,95 0,49 3,57* 0,70 2,35* 0,56 Rua calçada na residência (omitida = não possui) 0,56 0,45 0,46 0,35 0,72 0,50 -0,04 0,40 Posse de bens duráveis -1,25* 0,29 -0,43 0,23 -3,17* 0,33 -1,69* 0,26 Pais conhecem o professor (omitida = não conhecem e missing) -1,28** 0,57 -0,02 0,45 -1,76* 0,64 -0,25 0,51

Pais conhecem o diretor (omitida = não conhecem e missing) -2,20* 0,60 -1,01** 0,48 -2,09* 0,67 -0,95 0,54 Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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Estado:

Nos gráficos 4.9A e 4.9B em seguida estão dispostos os coeficientes encontrados

nos modelos com e sem valor adicionado para o grupo condicionado, rendimentos de

matemática e português, para as variáveis categóricas de Estado. Sobre os resultados

encontrados é importante destacar que quando comparados a Mato Grosso do Sul, o fato

do aluno residir em Goiás não apresenta resultados significativos como os apresentados

pelos outros estados para os modelos contemporâneos. Pode-se dizer que em geral, morar

em qualquer um dos outros quatro estados é pior que morar em Mato Grosso do Sul. Além

disso, os coeficientes têm efeito mais negativo em matemática do que em português em

Roraima, Pará e Sergipe, e efeito mais negativo em português apenas no estado de

Pernambuco. Deve-se destacar também que morar em Pernambuco configura a pior

situação entre todos os estados, apresentados coeficientes com maior magnitude, o dobro

dos coeficientes verificados nos outros estados.

O efeito do valor adicionado em geral diminui a magnitude dos efeitos, ou seja, faz

com que morar nestes 4 estados não sejam tão pior a morar no Mato Grosso do Sul, tirando

a significância dos coeficientes de Roraima e de Sergipe para o rendimento de português;

Nos gráficos 4.10A e 4.10B estão dispostos os coeficientes encontrados para as

outras variáveis de família (escolaridade dos pais, se os pais conhecem o professor e/ou o

diretor, se a residência tem água encanada, está numa rua calçada) nos modelos

contemporâneo e de valor adicionado para o grupo condicionado.

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Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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Escolaridade dos pais:

A escolaridade do pai não apresentou nenhum resultado significativo, já em relação

à escolaridade da mãe pode-se perceber resultados mais padronizados, significativos e

positivos para o modelo contemporâneo, como a literatura sempre defende. Aqui, o que

devemos ressaltar é a magnitude do efeito, apenas um terço do efeito encontrado para o

fato do aluno fazer lição de casa, ou para aquele que já repetiu qualquer série por 3 vezes,

evidenciando a força dos efeitos de fluxo. O efeito do valor adicionado elimina a

significância dos coeficientes desta variável nos levando a considerar que tudo que a mãe

tinha a “passar” para o filho ela já teria passado no período anterior, não acrescentado nada

na 5a série.

“Condições” da residência:

Neste tópico podemos agrupar 3 variáveis: existência de calçamento na rua, água

encanada na residência e indicador de bens duráveis. A variável sobre o calçamento da rua

tem efeito positivo sobre os rendimentos mas esses não foram significativos (P-valor maior

que 0,05) em nenhum dos modelos. Entretanto, com essa variável faz parte da maioria dos

estudos, decidiu-se pela sua manutenção nas análises21.

Em relação à água encanada, pode-se dizer que o efeito, como esperado, é positivo

e significativo, sendo levemente mais relevante para o rendimento de português. O efeito

do valor adicionado retira parte da magnitude do efeito sobre o rendimento de português e

toda a significância para o rendimento de matemática.

Como mencionado anteriormente, o indicador de posse de bens duráveis apresentou

coeficientes quando significativos, negativos, contrário ao que se esperava. Entretanto,

deve-se chamar a atenção para o fato de toda esta discussão não trazer grandes influências

sobre o rendimento dos alunos, uma vez que estamos nos referindo a coeficientes que

variam entre 1 e 3, para um indicador onde os valores assumem uma escala de –2,09 a

2,11e média de 0,06. Além disso, como para a variável de água encanada, o indicador

perde significância para a determinação do rendimento de matemática e grande parte do

seu impacto sobre o rendimento de português.

21 Vale ressaltar que a não significância desta variável nos modelos não está associada a sua

distribuição de freqüência pois para o grupo condicionado, 55% dos alunos responderam sim e para o grupo independente 52%.

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85

Relacionamento família-escola:

Os resultados encontrados corroboram a hipótese levantada no capítulo teórico de

que considerando a situação educacional, o fato dos pais conhecerem o diretor e/ou o

professor de seu filho esteja relacionado a problemas de aprendizado e/ou de

relacionamento (disciplina) da criança. Os coeficientes são em sua maioria significativos e

sempre negativos. O efeito do valor adicionado diminui o impacto negativo para os pais

que conhecem o diretor em matemática e tira a significância do efeito negativo de se

conhecer o professor, tanto para português quanto para matemática e se conhece o diretor

em português.

PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA

As variáveis deste nível analítico não foram agrupadas como fatores estruturais ou

de fluxo pois para estas, a principal questão não pousa sobre o fato de que os recursos

sejam mutáveis de uma série a outra porque todos estes aspectos afetam os alunos de forma

diferente de um ano para outro. Da 4a para a 5a série, os professores dos alunos mudam, em

especial o fato de que na 5a série não existe mais apenas um professor para cada turma, a

escola pode mudar seu diretor com a mudança do ano letivo e as instalações e serviços das

escolas são utilizados de forma diferente pelos alunos. As variáveis escolhidas nesta

análise, para os professores e diretores, procuram refletir sua escolaridade (grau de

escolaridade mais alto, ensino superior e/ou pós-graduação) e o seu esforço de capacitação

(participação em atividade de formação continuada). As variáveis que refletem as

características da escola merecem um pouco mais de atenção pois se apresentam na forma

de indicadores que tiveram como objetivo o uso do maior volume de informações

possíveis. Na tabela 4.9 abaixo estão apresentados os coeficientes encontrados para estas

variáveis nos modelos contemporâneo e de valor adicionado, na seqüência os gráficos

4.11A e 4.11B representam os mesmos coeficientes, mas apenas aqueles significativos a

5%.

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86

Tabela 4.9 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupo Condicionado Comparação do efeito valor adicionado – PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA

Matemática Português Modelo 4 Modelo 5 Modelo 4 Modelo 5

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

PROFESSOR Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior (omitida = menos de 50% e missing) -0,82 0,59 0,03 0,46 -1,56** 0,66 0,04 0,52

Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona (omitida = menos de 50% e missing)

2,07* 0,45 1,05* 0,36 0,24 0,51 -0,93** 0,40

DIRETOR Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não)

Sim 0,03 1,15 0,51 0,90 0,25 1,28 2,14** 1,01 Missing 1,34 1,51 1,60 1,19 0,69 1,69 2,81** 1,33

Escolaridade – Diretor possui curso de pós-graduação (omitida = não e missing) 1,03** 0,45 0,48 0,36 1,25* 0,51 0,16 0,40

Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada (omitida = não)

Sim -2,64* 0,52 -1,18* 0,41 -0,86 0,58 -0,30 0,46 Missing -2,82* 1,09 -1,14 0,86 -2,17 1,22 -0,85 0,96

ESCOLA Condições das instalações físicas básicas e especiais 0,70** 0,30 0,15 0,23 1,70* 0,33 1,11* 0,26 Serviços disponíveis -1,07* 0,42 -0,19 0,33 -0,01 0,47 0,79** 0,37 Segurança na escola 0,00 0,36 0,18 0,28 -0,22 0,41 -0,11 0,32

Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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PROFESSOR

Escolaridade:

Em relação à variável que mostra o efeito no rendimento dos alunos que estudam

em escolas que possuem a maioria dos professores (mais de 50%) com ensino superior,

pode-se dizer que a não ser nos modelos que consideram apenas as variáveis do nível

conjunto (professor, diretor e escola) o único momento onde o efeito da escolaridade do

professor é significativo é para o rendimento de português, dos alunos do grupo

condicionado, no modelo completo que não considera o efeito do valor adicionado. Este

efeito em todas as vezes que se apresenta significativo possui sinal negativo, efeito oposto

ao esperado de que professores mais qualificados possuiriam mais elementos que

beneficiariam a aprendizagem dos alunos e conseqüentemente rendimentos maiores.

O efeito da variável que mede se a maioria dos professores na escola participou de

atividade de formação continuada sobre o rendimento dos alunos em matemática e

português é normalmente significativo e positivo, com pequena magnitude. O efeito do

valor adicionado diminui o impacto positivo sobre o rendimento de matemática e para o

rendimento de português onde o coeficiente não era significativa, o efeito atribui

significância ao coeficiente, porém com valor negativo.

DIRETOR

Escolaridade:

Como constatado para os professores, o fato do diretor possuir ensino superior

normalmente não é significativo para determinação do rendimento dos alunos. Os únicos

coeficientes significativos são 2,14 para o modelo de valor adicionado de português e –

0,90 para o modelo completo do grupo independente. Neste caso, é importante ressaltar

que estes resultados encontrados não nos fornecem evidências suficientes para que se

possam fazer inferências robustas.

Já a variável que determina o efeito do diretor possuir pós-graduação sobre o

rendimento dos alunos apresenta resultados mais robustos que em geral são positivos e

significativos mas de pequena magnitude. O efeito do valor adicionado neste caso é

completo e rouba toda a significância dos coeficientes.

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A capacitação dos diretores, em geral, só apresenta coeficientes significativos e

negativos para os modelos onde a variável resposta é o rendimento de matemática, com

efeito de valor adicionado reduzindo o impacto negativo.

ESCOLA

Condições das instalações físicas básicas e especiais:

Este indicador procura agrupar todas as informações de estrutura das escolas, bem

como a posse de móveis e equipamentos que afetam diretamente a rotina dos alunos nas

escolas. Os efeitos (coeficientes) encontrados são sempre positivos como esperado, uma

escola melhor estruturada e equipada dá mais condições de aprendizagem aos alunos. A

inclusão do valor adicionado rouba a significância do efeito das condições de instalações

da escola para a determinação do rendimento de matemática e parte do efeito sobre o

rendimento de português.

Serviços disponíveis:

Para esta variável os resultados obtidos para os modelos que não consideram o

valor adicionado apresentam-se significativos somente para o coeficiente de matemática

onde este é negativo. Já para o modelo que considera o valor adicionado, o coeficiente do

indicador para o rendimento de matemática perde a significância e o de português ganha,

assumindo um valor positivo.

Segurança na escola:

Os resultados encontrados em todos os modelos testados não se apresentaram

robustos, digo, não foram significativos a 5%.

Em resumo, no que se refere às discussões do efeito valor adicionado sobre os

fatores associados ao rendimento escolar, podemos agrupar alguns resultados como o fato

dos fatores denominados estruturais perderem parte de seu efeito com a inclusão da nota

do teste anterior. Para os fatores de processo corrente, apesar das variáveis perderem parte

do seu efeito com o valor adicionado, algumas ainda continuam bastante importantes como

fazer a lição de casa, a condição de trabalho, o tempo gasto entre a casa e a escola de mais

de 1 hora e a leitura de história em quadrinhos. Para os fatores de fluxo que chamamos de

trajetória passada, deve-se ressaltar o importante papel da repetência como fator de

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90

determinação dos rendimentos de matemática e português pois, mesmo com o valor

adicionado, os efeitos continuam expressivos.

Para as variáveis da família, o efeito valor adicionado é crucial e rouba a

significância de quase todas as variáveis. Já para as variáveis do nível escola o efeito do

valor adicionado as afeta de forma mais aleatória: algumas perdem significância, outras

perdem apenas impacto e outras ainda têm sua significância recarregada.

4.2.2 – Efeito Heterogeneidade

O efeito da heterogeneidade tem por objetivo verificar se existem diferenças nos

fatores associados ao desempenho escolar, provenientes da heterogeneidade dos alunos da

5a série quando comparados aos alunos que estavam na 5a série e tinham sido aprovados na

4a série do ano anterior.

A tabela completa para a verificação do efeito heterogeneidade compara os

modelos contemporâneos (desconsiderando o valor adicionado) aplicados para os alunos

do grupo condicionado, aqueles que estavam presentes tanto em novembro de 1999 (4a

série) quanto em novembro de 2000 (5a série) com os alunos do grupo independente, ou

seja, todos os alunos que freqüentavam a 5a série em novembro de 2000. Para essa análise

sob o rendimento de matemática são comparados os resultados dos modelos 4 (grupo

condicionado) e 4 (grupo independente) e, para o rendimento de português, os modelos 4

(grupo condicionado) e 4 (grupo independente). Ainda com o objetivo de facilitar a análise

dos dados, esta tabela é apresentada em partes segundo a categorização proposta pelo

arcabouço operacional da Figura 3, como na análise do efeito valor adicionado.

É importante destacar que todas as análises para o efeito da heterogeneidade

consideram o princípio da simetria para com as análises do efeito valor adicionado,

estando a tabela comparativa completa disponível no ANEXO 2.7. Desta forma, a tabela

4.10 abaixo se apresenta um resumo geral das variáveis que entraram no modelo, as

constantes, os R2 adjustados e o número de observações considerado em cada modelo,

além do tamanho total das amostras que compõem os grupos condicionado e independente.

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Tabela 4.10 - Resumo geral dos modelos de comparação do Efeito Heterogeneidade Grupo Condicionado: Alunos que estavam presentes em novembro de 1999 e novembro de 2000, 5a série / 2000 e

Grupo Independente: Alunos que estavam presentes em novembro de 2000, 5a série / 2000 Grupo Condicionado Grupo Independente Matemática Português Matemática Português Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4

VARIÁVEIS DEPENDENTES

•Nota de matemática da 5a série; •Nota de português da 5a série; •Nota de matemática da 5a série; •Nota de português da 5a série;

VARIÁVEIS INDEPENDENTES ALUNO

Fatores Estruturais •Sexo (omitida = masculino); •Raça (omitida = branco); Mulato; Negro; Amarelo; Indígena; -

Fatores de Fluxo Processo Corrente •Lição de casa (omitida = não faz); Faz lição; Missing; •Lição de casa (omitida = não faz e missing)

•Trabalha (omitida = não); •Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora e

missing); •Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora);

Entre ½ hora e 1 hora; Mais de 1 hora; Entre ½ hora e 1 hora; Mais de 1 hora; Missing; •Tipo de transporte utilizado para ir para a escola (omitida = a pé e

missing); •Tipo de transporte utilizado para ir para a escola (omitida = a pé);

Ônibus; Bicicleta; Transporte escolar; Outros; Ônibus; Bicicleta; Transporte escolar; Outros; Missing; •Leu história em quadrinhos (omitida = não leu); Leu; Missing; •Leu história em quadrinhos (omitida = não leu e Missing); •Leu jornais e revistas (omitida = não leu e missing); •Sabe usar computador? (omitida = não sabe e missing); •Sabe usar computador ? (omitida = não sabe); Sabe usar; Missing;

Trajetória Passada •Número de vezes que repetiu o ano (omitida = nunca repetiu e missing); 1 vez; 2 vezes; 3 vezes; Mais de 3 vezes;

•Número de vezes que repetiu o ano (omitida = nunca repetiu); 1 vez; 2 vezes; 3 vezes; Mais de 3 vezes; Missing;

•Tipo de escola que já estudou (omitida = somente escola pública); Pública e particular; Missing; Continuação

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Grupo Condicionado Grupo Independente Matemática Português Matemática Português Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4

VARIÁVEIS INDEPENDENTES – continuação FAMÍLIA •Estado (omitida = Mato Grosso do Sul); Roraima; Pará; Pernambuco; Sergipe; Goiás; •Com quem mora: (omitida = só com a mãe); Mora só com o pai; Mora com o pai e a mãe; Outros arranjos e Missing; •Pai sabe ler e escrever (omitida = não e missing); •Pai sabe ler e escrever (omitida = não); Sim; Missing; •Mãe sabe ler e escrever (omitida = não e missing); •Água encanada na residência (omitida = não possui); •Rua calçada na residência (omitida = não possui); •Posse de bens duráveis; •Pais conhecem o professor (omitida = não conhecem e missing); •Pais conhecem o professor (omitida = não conhecem); Conhecem; Missing; •Pais conhecem o diretor (omitida = não conhecem e missing); PROFESSOR •Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior (omitida = menos de 50% e missing); •Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da

disciplina que leciona (omitida = menos de 50% e missing); DIRETOR •Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não);

Sim; Missing; •Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não e missing);

•Escolaridade – Diretor possui curso de pós-graduação (omitida = não e missing); •Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada (omitida = não); Sim; Missing; ESCOLA •Condições das instalações físicas básicas e especiais; •Serviços disponíveis; •Segurança na escola; Constante 52,33 47,34 52,75 50,62 R2 0,42 0,45 0,37 0,39 N 5.775 5.770 14.247 14.251 N Total 6828 6827 15490 15447 Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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ALUNO - Fatores Estruturais

Como todas as análises do efeito heterogeneidade seguem as análises feitas para o

efeito valor adicionado, as variáveis que representam as características dos alunos

compondo os fatores estruturais são o sexo e a raça dos alunos. Entretanto, neste caso a

única comparação factível para inferências sobre o efeito heterogeneidade é para a variável

sexo uma vez que a variável raça não foi coletada pelo questionário sócio-econômico da

pesquisa para os alunos da 5a série. Desta forma, apresentam-se os resultados da variável

raça para o grupo condicionado mas não para os alunos do grupo independente. É

importante dizer aqui que esta ausência dos dados sobre a raça dos alunos da 5a série faz

com que os modelos não sejam absolutamente iguais e comparáveis. Oportunamente, uma

comparação omitindo raça dos modelos de valor adicionado será feita mas, a princípio,

acredita-se que este fato não altera substancialmente os coeficientes das demais variáveis.

Na tabela 4.11 estão dispostos os coeficientes comparados para os modelos

contemporâneos do grupo condicionado e independente para as variáveis de sexo e raça

quando disponível. E nos gráficos 4.12A e 4.12B, a comparação dos coeficientes estimados

para a variável sexo e os coeficientes para a raça no grupo condicionado.

Sexo:

Os coeficientes estimados para variável sexo no grupo independente são como os

do grupo condicionado altos e reforçam a premissa da literatura de que as meninas são

melhores nos testes de português e os meninos nos testes de matemática. A

heterogeneidade, no entanto, provoca efeitos opostos para os coeficientes da variável sexo

na determinação dos rendimentos de português e matemática. Para português o coeficiente

fica menor enquanto para matemática o efeito negativo é reforçado.

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Tabela 4.11 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupos Condicionado e Independente

Comparação do efeito heterogeneidade – ALUNO (fatores estruturais)

Grupo Condicionado Grupo Independente Matemática Português Matemática Português Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão

Sexo (omitida = masculino) -2,80* 0,43 6,44* 0,48

Sexo (omitida = masculino) -3,54* 0,30 5,62* 0,30

Raça (omitida = branco)

Mulato 1,10** 0,47 1,27** 0,52 Negro -1,93* 0,74 -2,89* 0,83 Amarelo 1,38 1,04 1,20 1,16 Indígena -1,60 1,07 -1,43 1,20

Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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Gráfico 4.12A - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de MatemáticaCoeficientes dos fatores estruturais de ALUNO

Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente

-2,80

1,10

-1,93

-3,54

-4,00

-3,00

-2,00

-1,00

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

Sexo(feminino) Raça(mulato) Raça(negro)

* ** *

Condicionado

Independente

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

Gráfico 4.12B - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de PortuguêsCoeficientes dos fatores estruturais de ALUNO

Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente

6,44

1,27

-2,89

5,62

-4,00

-3,00

-2,00

-1,00

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

Sexo(feminino) Raça(mulato) Raça(negro)

* ** *

Condicionado

Independente

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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ALUNO - Fatores de Fluxo

Para os fatores de fluxo foram consideradas questões relacionadas ao processo

escolar: lição de casa, condição de trabalho, tempo gasto no trajeto entre a casa e a escola,

meio de transporte utilizado no trajeto casa-escola, hábitos de leitura, número de vezes que

repetiu o ano, tipo de escola já freqüentado pelo aluno e se o aluno sabe utilizar um

computador; sendo estas re-categorizadas como variáveis de processo corrente e de

trajetória passada.

Processo Corrente

Como já mencionado na análise de valor adicionado, as variáveis que classificamos

como de processo corrente são aquelas que afetam o processo de aprendizado corrente dos

alunos e dependem apenas dos “insumos” do tempo corrente. Na seqüência, além das

análises de cada uma destas variáveis são apresentados os gráficos 4.13A e 4.13B apenas

com os coeficientes significativos (p-valor <= 0,05) para os modelos contemporâneos do

grupo condicionado e dependente respectivamente, e a tabela 4.12 com todos os resultados

dos modelos para as variáveis do processo corrente.

Lição de casa:

Os valores encontrados para o efeito de se fazer lição de casa com determinante do

rendimento escolar sempre se configuram como fortes e positivos. Assim, mesmo o efeito

heterogeneidade diminuindo o impacto desta variável sobre os rendimento dos alunos,

pode-se dizer que um aluno da 5a série, do grupo independente, que faz a lição de casa

ainda tem 5,43 pontos a mais em português em relação aos seus colegas que não fazem

lição ou declaram missing e 3,62 pontos a mais em matemática.

Trabalha:

Pode-se considerar também como fato, a relação negativa existente entre o trabalho

e o rendimento escolar, os dados deste trabalho não fogem a regra e esta questão já foi

mencionada. O efeito heterogeneidade atua como intensificador desta relação negativa,

tanto para o rendimento de matemática quanto para o rendimento de português.

Tempo gasto entre a casa e a escola

No que se refere à variável de tempo gasto entre a casa e escola é importante dizer

que os efeitos (coeficientes) estimados para os alunos do grupo independente, para o tempo

entre ½ e 1 hora e mais de 1 hora são, se comparados entre si, desproporcionais. O que se

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verifica é que a heterogeneidade do grupo diferencia claramente que o grande prejuízo está

em gastar mais de 1 hora no trajeto, são 5,12 pontos a menos no rendimento de português e

6,15 no de matemática. Enquanto, aquele aluno que gastam entre ½ e 1 hora da casa a

escola só perde 0,90 pontos no rendimento de matemática pois o coeficiente não é

significativo para o rendimento de português. O impacto pode ser considerado também

mais robustamente negativo no grupo independente do eu no grupo condicionado. Além

disso, para os alunos do grupo independente a categoria missing assume coeficientes

significativos, de grande magnitude.

Tipo de transporte utilizado entre a casa e a escola:

Utilizar como meio de transporte o ônibus e outros meios tem seu impacto

diminuído quando consideramos o efeito heterogeneidade imposto pelo modelo

contemporâneo aplicado aos alunos do grupo independente. Entretanto, o coeficiente dos

outros meios de transporte ganha significância e força na determinação do rendimento de

matemática, quase se igualando ao encontrado para português. Vale ressaltar ainda que

para este grupo, os alunos que responderam missing a essa questão apresentam coeficientes

significativos e de grande magnitude (5,77 em matemática e 6,46 em português).

Hábitos de leitura:

Os hábitos de leitura são pouco afetados pelo efeito da heterogeneidade, os valores

dos coeficientes encontrados para a leitura de histórias em quadrinho e jornais e revistas

fica levemente diminuído em relação aos coeficientes encontrados nos modelos do grupo

condicionado. Entretanto, deve-se considerar que os coeficientes do grupo condicionado

para a categoria missing da leitura de história em quadrinhos que apresentam valores

expressivos entre 3 e 4 pontos, deixam de ser significativos para os alunos do grupo

independente.

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Tabela 4.12 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupos Condicionado e Independente

Comparação do efeito heterogeneidade – ALUNO (fatores de fluxo: processo corrente)

Grupo Condicionado Grupo Independente Matemática Português Matemática Português Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Lição de casa (omitida = não faz) Lição de casa (omitida = não faz e missing) 3,62* 0,42 5,43* 0,42

Faz lição 5,82* 0,65 7,76* 0,72

Missing 3,15 2,54 6,77** 2,84

Trabalha (omitida = não) -1,39* 0,57 -2,98* 0,63 Trabalha (omitida = não) -1,63* 0,38 -3,28* 0,38

Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora e missing)

Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora)

Entre ½ hora e 1 hora -0,68 0,69 -1,17 0,77 Entre ½ hora e 1 hora -0,90** 0,47 -0,50 0,47

Mais de 1 hora -6,85* 0,94 -5,16* 1,05 Mais de 1 hora -6,15* 0,61 -5,12* 0,61

Missing -6,81* 1,66 -3,56** 1,66

Tipo de transporte utilizado para ir para a escola (omitida = a pé e missing)

Tipo de transporte utilizado para ir para a escola (omitida = a pé)

Ônibus 2,43* 0,66 1,99* 0,74 Ônibus 2,14* 0,43 1,70* 0,43

Bicicleta -0,50 0,83 -0,85 0,93 Bicicleta -0,60 0,55 -0,76 0,55

Transporte escolar -0,36 1,95 -3,51 2,18 Transporte escolar 1,63 1,25 1,27 1,25

Outros 1,75 1,05 3,51* 1,18 Outros 2,17* 0,79 2,75* 0,79

Missing 5,77* 1,56 6,46* 1,56

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99

continuação Grupo Condicionado Grupo Independente Matemática Português Matemática Português Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4

Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Leu história em quadrinhos (omitida = não leu) Leu história em quadrinhos

(omitida = não leu e Missing) 2,89* 0,35 3,27* 0,39

Leu 2,99* 0,60 3,55* 0,67 Missing 3,13** 1,31 4,01* 1,46

Leu jornais e revistas (omitida = não leu e missing) 3,87* 0,60 3,83* 0,67 Leu jornais e revistas (omitida =

não leu e Missing) 3,30* 0,38 3,25* 0,41

Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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100

Gráfico 4.13A - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de MatemáticaCoeficientes dos fatores de fluxo (proceso corrente ) de ALUNO

Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente

5,82

-1,39

-6,85

2,433,13

3,873,62

-0,90

-6,15-6,81

2,14 2,17

5,77

2,893,302,99

-1,63

-7,00-6,00-5,00-4,00-3,00-2,00-1,000,001,002,003,004,005,006,007,008,00

Faz

liçao

Liçã

o - m

issi

ng

Trab

alha

Tem

po g

asto

(ent

re1/

2 e

1 ho

ra)

Tem

po g

asto

(mai

sde

1 h

ora)

Tem

po g

asto

(mis

sing

)

Tran

spor

te(ô

nibu

s)

Tran

spor

te(o

utro

s)

Tran

spor

te(m

issi

ng)

Leu

hist

ória

em

quad

rinho

s

Leu

hist

ória

em

quad

rinho

s(m

issi

ng)

Leu

jorn

ais e

revi

stas

* ** * ** * * * * * * ** *

Condicionado

Independente

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

Gráfico 4.13B - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de PortuguêsCoeficientes dos fatores de fluxo (proceso corrente ) de ALUNO

Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente

7,76

6,77

-2,98

-5,16

1,99

3,514,01 3,83

5,43

-5,12

-3,56

1,70

2,75

6,46

3,27 3,253,55

-3,28

-7,00-6,00-5,00-4,00-3,00-2,00-1,000,001,002,003,004,005,006,007,008,00

Faz

liçao

Liçã

o - m

issi

ng

Trab

alha

Tem

po g

asto

(ent

re1/

2 e

1 ho

ra)

Tem

po g

asto

(mai

sde

1 h

ora)

Tem

po g

asto

(mis

sing

)

Tran

spor

te(ô

nibu

s)

Tran

spor

te(o

utro

s)

Tran

spor

te(m

issi

ng)

Leu

hist

ória

em

quad

rinho

s

Leu

hist

ória

em

quad

rinho

s(m

issi

ng)

Leu

jorn

ais e

revi

stas

* ** * ** * ** * * * * * *

Condicionado

Independente

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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101

Trajetória Passada

Novamente como adotado para a análise do efeito do valor adicionado, pode-se

dizer que as variáveis que classificamos como variáveis de fluxo e re-classificamos como

variáveis de trajetória passada, mesmo afetando o processo de aprendizado corrente dos

alunos é importante dizer que elas dependem da história escolar destes alunos. Entre elas

estão o número de vezes que o aluno repetiu de ano, se ele em algum momento freqüentou

a escola pública e se ele sabe usar o computador. Na tabela 4.13 são listados os resultados

destas variáveis nos modelos contemporâneos do grupo condicionado e independente, para

o rendimento de português e matemática. Na seqüência, além das análises de cada uma das

variáveis são apresentados os gráficos 4.14A e 4.14B apenas com os coeficientes

significativos para estes modelos.

Repetência:

A repetência é um dos principais fatores que prejudicam o rendimento dos alunos, a

heterogeneidade imposta por todo o grupo de alunos presente na 5a série reduz este efeito

negativo além de desconstruir a relação de quanto mais se repetiu de ano pior é o impacto.

Os impactos da repetência se mostram, em geral, mais negativos para os alunos do grupo

condicionado, entretanto, no grupo independente, diferente do condicionado, o impacto

relativamente mais negativo é encontrado para os alunos que repetiram de ano duas vezes e

em seguida para aqueles que repetiram apenas uma vez. Mas deve-se estar atento que para

todos os alunos da 5a série, a resposta missing para esta pergunta é significativa e possui os

mais fortes efeitos, entre 6 e 7 pontos a menos, o que pode indicar que aqueles que optaram

por não responder são aqueles que mais repetiram.

Tipo de escola em que já estudou:

A heterogeneidade afeta de forma diferente os coeficientes para a passagem do

aluno pela escola particular na determinação dos rendimentos de matemática e português.

Para o rendimento de matemática o que se percebe é um aumento de quase um ponto

enquanto para o rendimento de português uma ligeira queda (2,71 para 2,64).

Uso de computador:

Neste caso, a heterogeneidade fornece significância e efeito negativo para o fato do

aluno saber utilizar o computador para a determinação do rendimento de português,

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102

resultado que corrobora alguns resultados encontrados por estudo com dados do SAEB,

sendo este fato normalmente atribuído ao restrito acesso dos alunos aos computadores.

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103

Tabela 4.13 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupos Condicionado e Independente

Comparação do efeito heterogeneidade – ALUNO (fatores de fluxo:trajetória passada)

Grupo Condicionado Grupo Independente Matemática Português Matemática Português Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4

Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Número de vezes que repetiu o ano (omitida = nunca repetiu e missing) Número de vezes que repetiu o ano

(omitida = nunca repetiu)

1 vez -4,80* 0,50 -5,67* 0,56 1 vez -3,66* 0,32 -4,64* 0,35 2 vezes -5,73* 0,71 -6,18* 0,79 2 vezes -4,27* 0,41 -5,04* 0,45 3 vezes -5,50* 0,99 -6,38* 1,10 3 vezes -3,38* 0,56 -3,68* 0,62 Mais de 3 vezes -6,27* 1,92 -6,57* 2,16 Mais de 3 vezes -2,90* 1,04 -4,40* 1,15

Missing -6,86* 1,58 -6,59* 1,74 Tipo de escola que já estudou (omitida = somente escola pública) Tipo de escola que já estudou

(omitida = somente escola pública)

Pública e particular 1,99* 0,47 2,71* 0,52 Pública e particular 2,63* 0,30 2,64* 0,33 Missing -4,58** 2,37 -1,19 2,65 Missing -2,61** 1,28 -1,20 1,42

Sabe usar computador? (omitida = não sabe e missing) 0,56 0,45 -0,41 0,50 Sabe usar computador? (omitida =

não sabe)

Sabe usar 0,04 0,29 -0,67** 0,32 Missing 2,41 1,41 0,77 1,55

Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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104

Gráfico 4.14A - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de MatemáticaCoeficientes dos fatores de fluxo (trajetória passada ) de ALUNO

Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente

-4,80

-5,73-5,50

-6,27

1,99

-4,58

-3,66

-4,27

-3,38-2,90

-6,86

2,63

-2,61

-7,00

-6,00

-5,00

-4,00

-3,00

-2,00

-1,00

0,00

1,00

2,00

3,00

Repetiu(1 vez) Repetiu(2 vezes) Repetiu(3 vezes) Repetiu(mais de 3vezes)

Repetiu(missing) Tipo de escola(pública eparticular)

Tipo de escola(missing)

Sabe usarcomputador

* * * * * * **

Condicionado

Independente

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

Gráfico 4.14B - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de PortuguêsCoeficientes dos fatores de fluxo (trajetória passada ) de ALUNO

Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente

-5,67-6,18 -6,38 -6,57

-4,64-5,04

-3,68

-4,40

-6,59

2,64

-0,67

2,71

-7,00

-6,00

-5,00

-4,00

-3,00

-2,00

-1,00

0,00

1,00

2,00

3,00

Repetiu(1 vez) Repetiu(2 vezes) Repetiu(3 vezes) Repetiu(mais de 3vezes)

Repetiu(missing) Tipo de escola(pública eparticular)

Tipo de escola(missing)

Sabe usarcomputador

* * * * * * **

Condicionado

Independente

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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105

FAMÍLIA

As variáveis denominadas como variáveis da família também poderiam ter sido

associadas tanto a questões da residência do aluno com as questões diretamente

relacionadas aos pais como escolaridade e relacionamento dos mesmos com a escola. Na

tabela 4.14 estão apresentados os resultados dos modelos contemporâneos para os grupos

condicionado e independente. A análise da variável de estado de residência tem sido feita

separadamente por estar ser considerada de especial importância, assim, nos gráficos

4.15A e 4.15B estão apresentados os coeficientes apenas para esta variável. E nos gráficos

4.16A e 4.16B os coeficientes estimados para as outras variáveis relacionadas à família.

Estado:

O impacto causado pela heterogeneidade nos coeficientes das variáveis categóricas

de estado de residência são pequenos e diferenciados por estado. Em Roraima e em

Pernambuco, o efeito é levemente reduzido, no estado do Pará aumentado e em Sergipe

reduzido para a determinação do rendimento de matemática e aumentado para português.

Vale ressaltar aqui que as alterações são extremamente pequenas, não alcançando meio

ponto sequer o que pode ser atribuído ao fato de que provavelmente todos os alunos não

mudaram de estado tão recentemente.

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106

Tabela 4.14 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupos Condicionado e Independente

Comparação do efeito de heterogeneidade - FAMÍLIA

Grupo Condicionado Grupo Independente Matemática Português Matemática Português Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4

Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Estado (omitida = Mato Grosso do Sul) Estado (omitida = Mato Grosso do

Sul)

Roraima -4,75* 0,94 -2,66* 1,05 Roraima -4,35* 0,60 -2,53* 0,66 Pará -5,60* 0,73 -4,58* 0,82 Pará -6,14* 0,49 -5,12* 0,54 Pernambuco -9,61* 0,78 -10,7* 0,88 Pernambuco -8,55* 0,51 -9,52* 0,56 Sergipe -4,72* 1,02 -2,86* 1,14 Sergipe -3,83* 0,64 -3,15* 0,70 Goiás 0,92 0,83 -1,06 0,93 Goiás 0,95 0,53 -1,00 0,58

Com quem mora: (omitida = só com a mãe)

Com quem mora: (omitida = só com

a mãe)

Mora só com o pai -0,85 1,13 -0,66 1,27 Mora só com o pai -0,70 0,68 -1,05 0,75 Mora com o pai e a mãe -0,93 0,50 -0,36 0,55 Mora com o pai e a mãe -1,19* 0,32 -1,15* 0,35 Outros arranjos e Missing 1,02 0,97 0,04 1,08 Outros arranjos e Missing -0,50 0,56 0,07 0,62

Pai sabe ler e escrever (omitida = não e missing) -0,04 0,68 -0,20 0,76 Pai sabe ler e escrever (omitida =

não)

Sim 1,68* 0,52 1,28** 0,58 Missing 1,47** 0,68 1,42 0,75 Mãe sabe ler e escrever (omitida = não e missing) 2,28* 0,77 2,15* 0,86 Mãe sabe ler e escrever

(omitida = não e missing) 1,32* 0,45 1,35* 0,50

Água encanada na residência (omitida = não possui) 2,41* 0,63 3,57* 0,70 Água encanada na residência

(omitida = não possui) 2,35* 0,39 2,94* 0,42

Rua calçada na residência (omitida = não possui) 0,56 0,45 0,72 0,50 Rua calçada na residência (omitida

= não possui) 0,27 0,29 0,07 0,32

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107

continuação Grupo Condicionado Grupo Independente Matemática Português Matemática Português Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4

Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Posse de bens duráveis -1,25* 0,29 -3,17* 0,33 Posse de bens duráveis -1,02* 0,18 -2,57* 0,20 Pais conhecem o professor (omitida = não conhecem e missing) -1,28** 0,57 -1,76* 0,64 Pais conhecem o professor (omitida

= não conhecem)

Conhecem -0,63 0,38 -1,03* 0,42 Missing 1,90* 0,54 1,60* 0,60 Pais conhecem o diretor (omitida = não conhecem e missing) -2,20* 0,60 -2,09* 0,67 Pais conhecem o diretor (omitida =

não conhecem e missing) -2,02* 0,35 -2,14* 0,39

Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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108

Gráfico 4.15A - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de MatemáticaCoeficientes da variável de estado de residência

Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente

-4,75

-5,60

-9,61

-4,72-4,35

-6,14

-8,55

-3,83

-11,00

-10,00

-9,00

-8,00

-7,00

-6,00

-5,00

-4,00

-3,00

-2,00

-1,00

0,00

Estado (Roraima) Estado (Pará) Estado (Pernambuco) Estado (Sergipe)

* * * *

Condicionado

Independente

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

Gráfico 4.15B - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de PortuguêsCoeficientes da variável de estado de residência

Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente

-2,66

-4,58

-10,74

-2,86-2,53

-5,12

-9,52

-3,15

-11,00

-10,00

-9,00

-8,00

-7,00

-6,00

-5,00

-4,00

-3,00

-2,00

-1,00

0,00

Estado (Roraima) Estado (Pará) Estado (Pernambuco) Estado (Sergipe)

* * * *

Condicionado

Independente

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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109

Gráfico 4.16A - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de MatemáticaCoeficientes dos fatores de FAMÍLIA

Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente

2,28

-1,28 -1,25-1,19

1,681,47 1,32

2,351,90

-2,02

-1,02

2,41

-2,20

-4,00

-3,00

-2,00

-1,00

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00M

ora

com

o p

ai e

a m

ãe

Pai s

abe

ler e

escr

ever

Pai s

abe

ler e

escr

ever

(mis

sing

)

Mãe

sabe

ler e

escr

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Tem

águ

aen

cana

da

Pais

con

hece

m o

prof

esso

r

Pais

con

hece

m o

prof

esso

r(m

issin

g)

Pais

con

hece

m o

dire

tor

Ben

s dur

ávei

s

* * ** * * ** * * *

Condicionado

Independente

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

Gráfico 4.16B - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de PortuguêsCoeficientes dos fatores de FAMÍLIA

Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente

2,15

3,57

-1,76-2,09

-3,17

-1,15

1,28 1,35

2,94

-1,03

1,60

-2,57-2,14

-4,00

-3,00

-2,00

-1,00

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

Mor

a co

m o

pai

ea

mãe

Pai s

abe

ler e

escr

ever

Pai s

abe

ler e

escr

ever

(mis

sing

)

Mãe

sabe

ler e

escr

ever

Tem

águ

aen

cana

da

Pais

con

hece

m o

prof

esso

r

Pais

con

hece

m o

prof

esso

r(m

issin

g)

Pais

con

hece

m o

dire

tor

Ben

s dur

ávei

s

* ** * * * * * *

Condicionado

Independente

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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110

Com quem mora:

A presença da mãe no domicílio como fator que beneficia o desenvolvimento dos

filhos pode ser considerada uma verdade exaustivamente discutida pela literatura. Neste

estudo, os dados nos mostram que em geral morar em qualquer arranjo familiar é pior para

o rendimento do aluno do que morar em residências onde apenas a mãe (independente da

presença de outros parentes) está presente. Tanto a categoria de moradia só com o pai

quanto a de outros arranjos e missing não possuem efeito significativo sobre o rendimento

dos alunos quando comparadas à categoria omitida – morar só com a mãe – sendo os sinais

normalmente negativos. Por outro lado, morar com o pai e a mãe merece um pouco mais

de atenção já que constitui aproximadamente 60% das famílias e é a única das alternativas

de arranjo que possui, coeficiente significativo no modelo contemporâneo para o grupo

independente. Assim, morar com o pai e a mãe no grupo mais heterogêneo se reverte em

um efeito negativo de pouco mais de 1 ponto tanto para a determinação do rendimento de

português quanto para o de matemática.

Escolaridade dos pais:

Os efeitos da escolaridade do pai sobre os rendimentos de português e matemática

devem ser analisados apenas considerando a questão da heterogeneidade colocada pela

análise de todos os alunos da 5a série, uma vez que apenas para os resultados deste grupo

independente os coeficientes se apresentaram significativos. Os resultados encontrados são

positivos e variam entre 1 e 2 pontos o que pode ser considerado relativamente de baixa

magnitude mas mesmo assim corroboram o resultado esperado de que pais mais

escolarizados refletem positivamente na educação dos filhos.

Já para o impacto da escolaridade da mãe sobre os rendimentos de português e

matemática, os efeitos positivos já encontrados para o grupo dos alunos da 5a série que

também estavam na 4a série são reduzidos com a heterogeneidade imposta por todos os

alunos que freqüentam a 5a seriem. Sendo esta redução de quase um ponto tanto para o

rendimento de português quanto de matemática, o que representa uma redução quase pela

metade já que os coeficientes assumem valores pouco maiores que 2.

“Condições” da residência:

Em relação à água encanada, pode-se dizer que o efeito, como esperado, é positivo

e significativo, sendo levemente mais relevante para o rendimento de português. E o efeito

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111

de redução do impacto da variável provocado pela heterogeneidade dos alunos do grupo

independente pode ser considerado pouco expressivo.

Relacionamento família-escola:

Neste caso devemos analisar separadamente o efeito heterogeneidade em relação a

se conhecer o professor e o diretor.

O fato dos pais conhecerem o professor perde a significância para a determinação

do rendimento de matemática e apenas perde um pouco do impacto negativo sobre o

rendimento de português, com o efeito heterogeneidade. Entretanto, para os alunos que

responderam missig a esta questão, o efeito heterogeneidade revela um efeito positivo de

quase 2 pontos. Em relação à variável que mostra se os pais conhecem o diretor, o efeito

heterogeneidade quase não altera os coeficientes, reduzindo ligeiramente na determinação

do rendimento de matemática e ligeiramente aumentando para a determinação do

rendimento de português.

PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA

Como mencionado na análise do valor adicionado, as variáveis de professor, diretor

e escola não foram agrupadas como fatores estruturais ou de fluxo porque todos estes

aspectos afetam os alunos de forma diferente de um ano para outro. Na tabela 4.15 abaixo

estão apresentados os coeficientes encontrados para estas variáveis nos modelos

contemporâneos tanto para o grupo condicionado quanto para o grupo independente e na

seqüência os gráficos 4.17A e 4.17B representam os mesmos coeficientes, mas apenas

aqueles significativos a 5%.

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112

Tabela 4.15- Coeficientes, Erros Padrão e Significância - Grupos Condicionado e Independente

Comparação do efeito heterogeneidade – PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA

Grupo Condicionado Grupo Independente Matemática Português Matemática Português Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4

Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão

PROFESSOR PROFESSOR

Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior (omitida = menos de 50% e missing)

-0,82 0,59 -1,56** 0,66

Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior (omitida = menos de 50% e missing)

0,38 0,38 -0,39 0,41

Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona (omitida = menos de 50% e missing)

2,07* 0,45 0,24 0,51

Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona (omitida = menos de 50% e missing)

1,20* 0,29 -0,19 0,32

DIRETOR DIRETOR

Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não)

Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não e missing)

-0,36 0,46 -0,90 0,51

Sim 0,03 1,15 0,25 1,28 Missing 1,34 1,51 0,69 1,69

Escolaridade – Diretor possui curso de pós-graduação (omitida = não e missing)

1,03** 0,45 1,25* 0,51 Escolaridade – Diretor possui curso de pós-graduação (omitida = não e missing)

0,64** 0,29 1,17* 0,32

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113

continuação Grupo Condicionado Grupo Independente Matemática Português Matemática Português Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4

Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada (omitida = não)

Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada (omitida = não)

Sim -2,64* 0,52 -0,86 0,58 Sim -1,06* 0,33 0,45 0,37 Missing -2,82* 1,09 -2,17 1,22 Missing -0,64 0,60 -1,05 0,66

ESCOLA ESCOLA

Condições das instalações físicas básicas e especiais 0,70** 0,30 1,70* 0,33 Condições das instalações

físicas básicas e especiais 0,49* 0,19 0,94* 0,21

Serviços disponíveis -1,07* 0,42 -0,01 0,47 Serviços disponíveis -1,08* 0,26 -0,69** 0,29 Segurança na escola 0,00 0,36 -0,22 0,41 Segurança na escola -0,17 0,23 -0,41 0,25

Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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114

Gráfico 4.17A - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de MatemáticaCoeficientes dos fatores de PROFESSOR, DIRETOR e ESCOLA

Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente

2,07

1,03

-2,64-2,82

0,70

-1,07

1,20

0,64

-1,06

0,49

-1,08

-3,00

-2,00

-1,00

0,00

1,00

2,00

3,00M

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Mai

oria

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cita

ção

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icas

bási

cas e

esp

ecífi

cas

Serv

iços

dis

poní

veis

* ** * * ** * *

Condicionado

Independente

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

Gráfico 4.17B - Efeito Heterogeneidade para o Rendimento de PortuguêsCoeficientes dos fatores de PROFESSOR, DIRETOR e ESCOLA

Modelos Contemporâneos: Grupo Condicionado e Grupo Independente

-1,56

1,70

1,170,94

1,25

-0,69

-3,00

-2,00

-1,00

0,00

1,00

2,00

3,00

Mai

oria

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Mai

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prof

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ção

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Serv

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veis

** * * * * **

Condicionado

Independente

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000. Significância dos coeficientes (P-valor): *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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115

PROFESSOR e DIRETOR

Escolaridade e Capacitação:

O efeito heterogeneidade tira a significância do coeficiente negativo encontrado

para a variável que considera que a maioria dos professores da escola possui curso superior

na determinação do rendimento de português e apenas diminui o impacto positivo da

maioria dos professores da escola terem feito atividade de capacitação na determinação do

rendimento de matemática.

Já para as variáveis do diretor, o efeito heterogeneidade reduz o impacto positivo

do diretor possuir curso de pós-graduação tanto para o rendimento de português quanto de

matemática. Também reduz o impacto negativo do diretor ter participado de atividade de

formação continuada e rouba a significância da resposta missing para esta questão, sobre o

rendimento de matemática, onde apenas estas eram significativas.

ESCOLA

Condições das instalações físicas básicas e especiais:

Esta variável tem seu impacto positivo reduzido pela metade com o efeito da

heterogeneidade e assim se os valores já não eram bastante expressivos (0,70 pra

matemática e 1,70 para português) ficaram ainda menos (0,49 para matemática e 0,94 para

português), especialmente quando consideramos que o indicador assume valores entre -

1,84 e 1,19.

Serviços disponíveis:

Já em relação aos serviços disponíveis na escola, pode-se dizer que o efeito

heterogeneidade não altera o coeficiente em relação à determinação do rendimento de

português mas atribui significância para o coeficiente em relação ao rendimento de

português.

Quando discutimos os efeitos gerais da heterogeneidade, comparando os resultados

do modelo contemporâneo aplicado aos alunos do grupo independente com os resultados

do modelo contemporâneo aplicado aos alunos do grupo condicionado, estamos

procurando identificar qual é o papel da heterogeneidade dos alunos que não fazem parte

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116

da coorte de aprovados na 4a série nos fatores associados ao rendimento escolar. E assim,

os resultados anteriormente descritos com detalhes podem ser agrupados segundo a

categorização proposta pelo arcabouço operacional de análise do rendimento escolar.

Analisando os coeficientes obtidos nos dois modelos contemporâneos, pode-se

dizer que em geral, o efeito heterogeneidade reduz o impacto de quase todas as variáveis

na determinação dos rendimentos escolares e atribui significância para muitas outras. Em

relação à variável sexo que representa os fatores estruturais, uma vez que raça não foi

pesquisada na 5a série, os efeitos provocados pela heterogeneidade são opostos para os

rendimentos de matemática (diminui o efeito positivo) e português (aumenta o efeito

negativo).

Para as variáveis de fluxo referentes ao processo corrente pode-se dizer que o efeito

heterogeneidade faz com que algumas variáveis tenham seus efeitos positivos levemente

reduzidos, enquanto outras não se alteram ou têm significância aumentada pelos menos a

5%. Quando analisamos as variáveis de fluxo que refletem a trajetória passada dos alunos,

podemos dizer que as variáveis categóricas para o número de vezes que se repetiu de ano

têm seu efeito negativo diminuído mas ainda forte e que tanto as variáveis para tipo de

escola freqüentada quanto a de uso do computador tem significância atribuída pela

heterogeneidade do grupo independente.

As variáveis que descrevem as características das famílias dos alunos têm, em

geral, significância atribuída pelo efeito heterogeneidade e os efeitos positivos das

variáveis já antes significativos têm seu impacto reduzido. Já para as variáveis que se

referem à escola, professores e diretores, a heterogeneidade do grupo independente rouba a

significância da maioria das variáveis e daquelas que ainda sustentam sua significância, os

impactos tanto positivos são reduzidos.

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117

5 – CONCLUSÃO

Para compor as considerações finais deste trabalho precisamos estar atentos a duas

questões centrais: as discussões relacionadas ao arcabouço operacional sugerido bem como

os resultados específicos encontrados com a estimação dos modelos.

O arcabouço operacional que guiou tanto as discussões teóricas quanto as

construções e análises empíricas deste trabalho esteve pautada essencialmente em como os

fatores de oferta e demanda por educação afetam o rendimento escolar, sob a construção de

uma “função de produção educacional”. É importante dizer que as discussões

privilegiaram os fatores de demanda, características do indivíduo e sua família e que para

as variáveis do individuo, uma nova sub-categorização foi proposta. Os fatores do aluno

foram divididos em fatores estruturais (características adscritas) e fatores de fluxo

(características que afetam o processo de aprendizado corrente dos alunos). Os fatores de

fluxo por sua vez, são compostos por duas nuances: os fatores de processo corrente

(variáveis do tempo corrente) e fatores de trajetória passada (variáveis correntes que

carregam a história escolar do aluno).

Neste ponto, é importante ressaltar que a divisão dos fatores em estruturais e de

fluxo revelou importantes impactos específicos das variáveis de fluxo mesmo com a

inclusão do valor adicionado, como o fato de se fazer a lição de casa (processo corrente) e

a questão da repetência (trajetória passada).

Sobre os resultados encontrados nos modelos o principal fio condutor das questões

analíticas foi a busca pela identificação do efeito valor adicionado e da heterogeneidade

sobre os fatores associados ao rendimento escolar.

No que se refere às discussões do efeito valor adicionado, inclusão da nota do teste

aplicado na 4a série para a determinação dos rendimentos de matemática e português da 5a

série, pode-se dizer que, como esperado, os fatores denominados como estruturais perdem

efeito; tanto a variável sexo quanto as dummies de raça têm seus coeficientes diminuídos e

no caso da raça também a significância.

No caso dos fatores de fluxo, contudo, os efeitos do valor adicionado são de

magnitude diferenciada por variável, mas sempre no sentido de perda do impacto e da

significância. Para os fatores que denominamos de processo corrente, as variáveis perdem

parte do seu efeito com a inclusão do valor adicionado, continuando significativos apenas

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118

os efeitos mais importantes como fazer a lição de casa, a condição de trabalho, o tempo

gasto entre a casa e a escola e a leitura de história em quadrinhos. Para os fatores de fluxo

que chamamos de trajetória passada, por carregarem um forte componente da história

escolar do aluno, deve-se ressaltar o importante papel da repetência como fator de

determinação dos rendimentos de matemática e português pois, mesmo com o valor

adicionado, os efeitos continuam expressivos.

Para as variáveis da família, o efeito valor adicionado é crucial e rouba a

significância de quase todas as variáveis, restando apenas o impacto positivo da água

encanada para a determinação do rendimento de português e o pequeno impacto negativo

dos pais conhecerem o diretor como determinante do rendimento de matemática. O Estado

de residência, independente do efeito de valor adicionado, se mostra importante fator

associado ao rendimento escolar dos alunos.

O efeito do valor adicionado afeta de forma mais aleatória as variáveis do nível

escola. Enquanto a escolaridade do professor, fato do diretor ter pós-graduação e fazer

atividade de formação continuada e as condições das instalações físicas e os serviços

disponíveis na escola (neste caso só para o rendimento de matemática) perdem

significância, o professor ter feito atividade de capacitação, o diretor ter curso superior, o

missing para curso superior do diretor e os serviços disponíveis se tornam significativos

para a determinação do rendimento de português.

É importante destacar que os coeficientes da variável de valor adicionado, testes

aplicados na 4a série de 1999, 0,58 para o rendimento de matemática e 0,62 para o

rendimento de português expressam o importante papel desta variável para a determinação

do rendimento escolar. Como já mencionado, podemos ratificar a magnitude do impacto

desta variável, se por exemplo, pensarmos que os alunos que tiraram 60 pontos (nota

mínima de aprovação) no teste da 4a série têm garantidos mais de 1/3 dos pontos nos testes

da 5a série.

Quando discutimos os efeitos da heterogeneidade, comparamos os resultados do

modelo contemporâneo aplicado a todos os alunos que freqüentaram a 5a série em 2000

(grupo independente) com os resultados do modelo contemporâneo aplicado apenas aos

alunos da 5a série de 2000 que estavam na 4a série em 1999 e portanto foram aprovados

(grupo condicionado) . Analisando os coeficientes obtidos nos dois modelos, pode-se dizer

que em geral, a heterogeneidade reduz o impacto de quase todas as variáveis na

determinação dos rendimentos escolares e atribui significância para muitas outras.

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119

A única representante dos fatores estruturais que pode ser analisada segundo o

efeito da heterogeneidade é a variável sexo, uma vez que raça não foi pesquisada na 5a

série, onde os efeitos provocados são opostos para os rendimentos de matemática(diminui

o efeito positivo) e português (aumenta o efeito negativo).

Para as variáveis classificadas como fluxo e re-definidas como processo corrente é

importante destacar que os efeitos positivos de se fazer a lição de casa e da leitura de

jornais e revistas são levemente reduzidos, enquanto as outras variáveis em geral não se

alteram (leitura de história em quadrinhos, outros meios de transporte utilizados no trajeto

casa-escola, condição de trabalho) ou têm significância aumentada pelos menos a 5% (com

por exemplo, as categorias do tempo gasto entre a casa e a escola) com o efeito

heterogeneidade.

Quando analisamos as variáveis de fluxo que refletem a trajetória passada dos

alunos, podemos dizer que as variáveis categóricas para o número de vezes que se repetiu

de ano têm seu efeito negativo diminuído, mas ainda forte. Tanto a variável para tipo de

escola freqüentada quanto a de uso do computador tem significância atribuída pela

heterogeneidade do grupo independente.

Os coeficientes estimados nos modelos para o estado de residência alunos é pouco

afetado pela heterogeneidade imposta pelo conjunto total de alunos da 5a serie, uma vez

que podemos considerar que maioria dos alunos da 5a série está no estado dos alunos que

estavam presentes na 4a série.

Já as variáveis que descrevem as características das famílias dos alunos têm, em

geral, significância atribuída pelo efeito heterogeneidade e os efeitos positivos já antes

significativos (mãe sabe ler e escrever e água encanada) têm seu impacto reduzido.

No caso das variáveis de oferta que se referem à escola, professores e diretores, a

heterogeneidade do grupo independente rouba a significância da maioria das variáveis e

daquelas que ainda sustentam sua significância, os impactos tanto positivos são reduzidos.

Entre os resultados gerais encontrados nas análises deste trabalho e que reafirmam

alguns dos resultados encontrados com os dados do SAEB, podemos destacar que:

As meninas possuem melhor rendimento em português e os meninos em

matemática;

Um aluno da negro sempre está associado a rendimentos escolares mais baixos22;

22 Em relação às discussões sobre a mensuração e categorização da variável raça, é sabido que a

definição negro é utilizada para o conjunto dos indivíduos pretos e pardos. Entretanto, optou-se neste

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120

Trabalhar prejudica o rendimento dos alunos;

Quanto mais vezes o aluno já repetiu de ano o impacto negativo é mais forte;

Em relação à escolaridade da mãe pode-se perceber resultados normalmente

significativos e sempre positivos como a literatura defende, mas de pequena magnitude.

Os resultados das variáveis da escola confirmam as hipóteses sugeridas de que

quanto melhores as condições das instalações físicas, melhores os rendimentos dos

alunos e que quanto mais serviços disponíveis, piores as escolas e piores os

rendimentos. No entanto, o indicador de segurança não apresentou resultados

significativos.

Em importante destacar que os resultados encontrados para as variáveis de oferta,

não apresentaram grande magnitude. Este fato, nos leva a questionar, se esta pequena

magnitude vislumbrada estaria associada ao método de estimação de mínimos quadrados

ordinários, e se, a utilização de uma modelagem hierárquica poderia melhorar estas

estimações. Testes para a verificação deste ponto com certeza farão parte dos

desdobramentos deste estudo.

Questões intrigantes e que merecem maiores discussões estão associadas, por

exemplo, aos grandes diferencias encontrados com as variáveis de estado de residência dos

alunos, mais investigações seriam necessárias para se verificar até que ponto estas

diferenças estariam associadas a questões socioeconômicas do estado no nível macro, e até

a questões de políticas educacionais adotadas por cada secretaria da educação, municipal

e/ou estadual.

Desta forma, é importante destacar que este é o primeiro trabalho utilizando a

importante base de dados longitudinais “Avaliação de desempenho: fatores associados” e

que a partir deste, muitas são as possibilidades analíticas que se abrem. Pode-se pensar em

estudos que utilizem coortes educacionais mais longas, alunos da 4a à 8a série,

especificações mais apuradas para os modelos e variáveis que os compõem, além do teste

para a verificação da mudança nos resultados estimados, utilizando uma modelagem

hierárquica.

trabalho seguir a categorização imposta pelo item existente no questionário socioeconômico da pesquisa que pergunta ao aluno como ele se considera, branco, negro, mulato, indígena ou amarelo.

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ANEXOS

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ii

ANEXO 1 – Construção dos Indicadores

1) MODELO UTILIZADO PARA A CONSTRUÇAO DOS INDICADORES

Modelo da Teoria de Resposta ao Item – Modelos de 2 parâmetros (2PL)

Na literatura, a teoria de resposta ao item pode ser definida “como um conjunto de

modelos matemáticos que procuram representar a probabilidade de um indivíduo dar uma

resposta a um item como função dos parâmetros do item e da habilidade do respondente.

Essa relação é sempre expressa de tal forma que quanto maior a habilidade, maior a

probabilidade de acerto ao item” (RELATORIO Avaliação de desempenho: fatores

associados (2002) - APUD Dalton et all, página 8, 2000). Essa teoria nos permite obter

uma estimativa de uma característica não observável do indivíduo através de um conjunto

outro de características indiretas, a estas características não observáveis podemos chamar

de variáveis latentes, indicadores, etc.

Para este trabalho, como mencionado anteriormente, será utilizado o modelo de

dois parâmetros (2PL), mesmo reconhecendo que o mais utilizado seja o modelo de três

parâmetros. A escolha se deve ao fato de que as variáveis explicativas utilizadas para a

construção dos indicadores não consideram o acerto ao acaso – as respostas apenas

refletem a posse ou a incidência de uma característica do indivíduo -, contemplado no

modelo de três parâmetros onde, por exemplo, um aluno pode acertar uma questão da

prova ao acaso.

O modelo 2PL que considera apenas duas respostas para cada item componente do

indicador (0=ruim e 1=bom), pode ser descrito da seguinte forma:

( )[ ]jijij ba

XP−−+

==θexp1

1)2( (11)

Onde )2( =ijXP é a probabilidade de acerto de um item; ja e jb são os

parâmetros que definem a forma da função (curva) e iθ é a medida do indicador que se

deseja estimar.

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ii

O pacote estatístico utilizado para a criação desses indicadores foi o BILOG

Version 3.10 que segue o modelo acima representado.

2) Composição dos indicadores

Seguindo a estrutura básica da base de dados, os indicadores que também

chamamos de fatores associados foram criados e estão descritos nas tabelas seguintes

divididos por grupo de informações: alunos, professores, escolas e diretores. Nas tabelas

também estão inclusas as variáveis que não participarão das composições dos indicadores,

mas que também são fatores associados (variáveis independentes) ao rendimento dos

alunos.

A geração desses novos fatores nos fornece não só uma medida condensada de

várias características mas também mais opções de variáveis a serem testados nos modelos.

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iii

Tabela 3.3 – Descrição dos fatores associados - Características dos alunos INDICADORES Variáveis de 1999 e 2000

Nome Identificação Nome Questão Códigos Significados

idaluno Identificação do aluno idescola Identificação da escola

- -

notap8 Nota do teste de matemática em abril de 1999 notam8 Nota do teste de português em abril de 1999 notap9 Nota do teste de matemática em novembro de 1999 notam9 Nota do teste de português em novembro de 1999 notap0 Nota do teste de matemática em novembro de 2000

1 Variáveis dependentes e

independentes

notam0 Nota do teste de português em novembro de 2000

- -

idestado Estado de residência (omitida = Mato Grosso do Sul) Roraima Pará Pernambuco Sergipe

2

Goiás 3 asexo Sexo do aluno 0-1 masculino/feminino

araca Raça do aluno (omitida = branco) Mulato Negro Amarelo

4

Indígena

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iv

5 anliv Número de livros em casa 0-1 1 a 20 livros/mais de 21 livros apler Pai sabe ler e escrever? 0-1 não/sim 6 lerpais “Escolaridade dos

pais” amler Mãe sabe ler e escrever? 0-1 não/sim 7 habest Hábitos de estudo alicao Faz lição de casa? 0-1 não/sim 8 atrab Trabalha? 0-1 não/sim

atempo Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora) Entre ½ hora e 1 hora 9 Mais de 1 hora

atesc Tipo de escola que estudou: 0-1 só pública/pública e privada anrep Número de vezes que repetiu de ano? (omitida = nunca repetiu)

1 vez 2 vezes 3 vezes

10 trajesc Trajetória escolar

Mais de 3 vezes

atrans Tipo de transporte utilizado para ir à escola (omitida = a pé) Ônibus Bicicleta

Transporte escolar 11

Outros

aagua Existe água encanada em sua casa? 12 estcasa Estrutura da casa arua Existe calçamento na rua da sua casa?

0-1 não/sim

antv Tem tv a cores? anvcr Tem vídeo-cassete? angela Tem geladeira?

13 bensdur Posse de bens

duráveis

anfrez Tem freezer?

0-1 não/sim

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v

anmqlv Tem máquina de lavar? anaspo Tem aspirador de pó? antel Tem telefone? ancel Tem celular? anpc Tem computador?

ancar Tem automóvel?

14 anpes Número de pessoas que moram com você: 0-1 mais de 5 pessoas/4 ou menos pessoas 15 ampai Mora com seu pai? 0-1 não/sim 16 ammae Mora com sua mãe? 0-1 não/sim

aleuliv Leu livro, esse ano? aleuhq Leu história em quadrinhos , esse ano?

aleujr Leu jornal ou revista , esse ano? 17 habcult Hábitos culturais

aleuout Leu outra coisa, esse ano?

0-1 não/sim

asabpc Sabe usar computador? não/sim 18 usopc Uso do Computador

ausapc Usa computador na escola? 0-1

sim/não e não tem

acprof Pais conhecem algum dos professores 19 rfamesc

Relacionamento

família-escola acdir Pais conhecem o diretor? 0-1 não/sim

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vi

Tabela 3.4 – Descrição dos fatores associados - Características das escolas INDICADORES Variáveis de 1999 e 2000

Nome Identificação Nome Questão Códigos Significados

idescola Número de identificação da escola - - 1 eaval Nota da escola: 0-1-2-3 ruim/razoável/boa/ótima

2 lidped Liderança pedagógica dpped Existe plano pedagógico na escola? 0-1 não/sim

eluz Salas de aula são bem iluminadas? earej Salas de aula são arejadas?

0-1

esom Volume de ruídos externos é prejudicial? 1-0 elimpa Salas de aulas são limpas? ebfunc Banheiros funcionam bem? eblimp Banheiros são limpos?

0-1

ebinte Existem banheiros interditados? 1-0

3 cifb Condições das

instalações físicas básicas

ebmf Há banheiro feminino e masculino? 0-1

não/sim

ecart Há carteiras p/ todos os alunos? ecartb Carteiras estão em boas condições?

emesap Professor dispõe de mesa? earmap Professor dispõe de armário? emesar Mesa e/ou armário em boas condições?

0-1 não/sim 4 cife

Condições das instalações físicas

específicas

eqgiz Quadro de giz está em boas condições? 0-1 não/sim eluz Salas de aula são bem iluminadas? earej Salas de aula são arejadas?

0-1 5 cifbe Condições das

instalações físicas

básicas e esom Volume de ruídos externos é prejudicial? 1-0

não/sim

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vii

elimpa Salas de aulas são limpas? ebfunc Banheiros funcionam bem? eblimp Banheiros são limpos?

0-1

ebinte Existem banheiros interditados? 1-0 ebmf Há banheiro feminino e masculino? 0-1

ecart Há carteiras p/ todos os alunos? ecartb Carteiras estão em boas condições?

emesap Professor dispõe de mesa? earmap Professor dispõe de armário? emesar Mesa e/ou armário em boas condições?

0-1 não/sim

eqgiz Quadro de giz está em boas condições? 0-1 não/sim eatodo Há atendimento odontológico gratuito? eatcfe Existem atividades fora da escola gratuitas? 6 servdis Serviços

disponíveis etrans Há transporte escolar gratuito?

0-1 não/sim

esvi1t Há policial/vigia em algum turno? escest Existe controle da entrada de estranhos? escinc Há sistema de proteção contra incêndio? estran Salas com equipamentos caros são trancadas?

0-1 7 segesc Segurança na escola

esdepr Existem sinais de depredação? 1-0

não/sim

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viii

Tabela 3.5 – Descrição dos fatores associados - Características dos diretores

INDICADORES Variáveis de 1999 e 2000

Nome Identificação Nome Questão Códigos Significados idescola Identificação da escola - - 1 descol Tem curso superior? 0-1 não/sim-

dnvcr Tem vídeo-cassete? dnmqlv Tem máquina de lavar? 2 bensdur Posse de bens

duráveis dncar Tem automóvel?

0-1 não tem/tem

3 capeduc Capacitação do diretor datifc Participou de atividade de formação continuada nos

últimos 2 anos: 0-1 não/sim

dnated Há quantos anos trabalha em Educação?

dnadir Durante quantos anos vem exercendo funções de Direção?

dnaesc Há quantos anos trabalha nesta escola? 4 tempoesc

Tempo de serviço em magistério e administração

escolar dnadde Há quantos anos é Diretor desta escola?

0-1 até 5 anos/mais de 5 anos

dpfrec Faltam recursos financeiros na escola? dpfpro Faltam professores p/ algumas disciplinas/séries? dpfadm Há carência de pessoal administrativo? dpfped Há carência de apoio pedagógico? dprecp Faltam recursos pedagógicos? dpinte Há interrupção das atividades escolares? dpifp O índice de faltas dos professores é alto? dpifa O índice de faltas dos alunos é alto?

5 fatlim Fatores que limitam a atuação

dpdep Há roubos, depredações?

1-0 não/sim

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ix

dpviol Há violência contra alunos, professores e funcionários?

dprep As taxas de reprovação em algumas séries/ciclos são altas?

dpeva As taxas de evasão de alunos em algumas séries/ciclos são altas?

ddmov A demanda por vagas na escola foi maior que a oferta, este ano?

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x

Tabela 3.6 – Descrição dos fatores associados - Características dos professores

INDICADORES Variáveis de 1999 e 2000 Nome Identificação Nome Questão Códigos Significados idescola Identificação da escola - - 1 Nprof Número de professores por escola - - 2 psexo Sexo do professor - proporção de professoras da escola 3 Lição de casa pdalic Freqüência que passa lição para casa - proporção de professores da escola que

nunca passa lição de casa

4 Expectativa de aprovação dos

alunos ppapr

Quantos alunos desta turma você acha que serão

aprovados -

proporção de professores da escola que acha que menos de 50% de seus alunos serão aprovados

5 pntes Nota da escola - proporção de professores da escola que deu nota ÓTIMA para a escola

prenda Renda familiar :do professor: 0-1 até 3 sm/Mais de 3 sm pnrad Tem rádio? pntv Tem tv a cores? pnvcr Tem vídeo-cassete? pnfrez Tem freezer? pnmqlv Tem máquina de lavar? pnaspo Tem aspirador de pó? pntel Tem telefone? pncel Tem celular? pnpc Tem computador?

6 bensdur Indicador de posse

de bens duráveis

pncar Tem automóvel?

0-1 não tem/tem

pesco Tem curso superior? 0-1 não tem/tem Você participou de atividade de formação continuada nos últimos 2 anos em:

7 capacit Cursos de

capacitação pnmet Novas metodologias? 0-1 não/sim

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xi

pcont Conteúdos de sua disciplina? pfedu Fundamentos da educação? paval Avaliação de alunos?

pntec Uso de novas tecnologias (tevê, vídeo, computador, etc)?

pgesc Gestão da escola?

patuc Atualização cultural (arte, informação, cidadania,

8 habcult Hábitos culturais pnliv Quantos livros há em sua casa? - proporção de professores da escola que possui entre 1 e 20 livros em casa

pnpro Há quantos anos você é professor?

pasal Quantos anos você passou em sala de aula, como professor? 9 tempoesc

Tempo de serviço em magistério e de

trabalho nesta escola pndis Há quantos anos você é professor desta disciplina?

0-1 até 5 anos/mais de 5 anos

paint Utiliza o acesso à internet, como recurso pedagógico?ppcal Utiliza computadores para uso dos alunos? pfved Utiliza fitas de vídeo (educativas) p/ os alunos? pfvlz Utiliza fitas de vídeo (lazer) p/ os alunos? pjrif Utiliza jornais e revistas informativas p/ os alunos? plivc Utiliza livros de consulta para os professores/ plivl Utiliza livros de leitura, como recurso pedagógico?

10 metens

Métodos diversificados de

ensino

pxero Utiliza xerox, como recurso pedagógico?

0-1 não/sim

ppind Aplica provas individuais como critério de avaliaçãodos alunos? 11 metaval

Métodos de Avaliação da

Aprendizagem pretg Solicita relatórios de trabalho em grupo como critériode avaliação dos alunos?

0-1 não/sim

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xii

ANEXO 2.1 – Tabelas descritivas do rendimento escolar por

sexo do aluno

Tabela A Análise descritiva do rendimento escolar (nota do teste) em matemática e português

Grupo Condicionado 4ª série 5ª série Novembro - 1999 Novembro - 2000

Sexo Matemática Português Matemática Português N 3250 3248 3250 3248

Média 56,20 50,37 56,83 53,57

Mas

culin

o

Desvio-Padrão 18,93 18,84 17,45 19,58

N 3409 3380 3437 3433

Média 54,17 56,66 55,12 61,68

Fem

inin

o

Desvio-Padrão 17,64 18,65 16,92 18,47

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000

Tabela B. Análise descritiva do rendimento escolar (nota do teste) em matemática e português

Grupo Independente 5ª série

Novembro - 2000

Sexo Matemática Português

N 7601 7599

Média 56,77 54,23

Mas

culin

o

Desvio-Padrão 17,13 18,99

N 7557 7563

Média 54,22 61,36

Fem

inin

o

Desvio-Padrão 16,68 18,05

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000

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xiii

ANEXO 2.2 - Tabelas descritivas para as variáveis

independentes

Grupo Condicionado Y5

Tabela Y5.1 - Variáveis de características dos alunos 5ª série – Alunos amostrados presentes em novembro de 1999 e novembro de 2000

5ª série em novembro de 2000 e 4ª série

em novembro de 1999 Matemática Português

N % N % ALUNO:

Feminino 3252 47,63 3252 47,63 Masculino 3440 50,38 3440 50,39

Sexo

Missing 136 1,99 135 1,98 Branco 2452 35,91 2452 35,92 Mulato 2615 38,30 2615 38,30 Negro 619 9,07 619 9,07 Amarelo 278 4,07 277 4,06 Indígena 267 3,91 267 3,91

Raça

Missing 597 8,74 597 8,74 Não 813 11,91 813 11,91 Sim 5758 84,33 5758 84,34

Faz lição de casa?

Missing 257 3,76 256 3,75 Não 5430 79,53 5430 79,54 Sim 1135 16,62 1135 16,63

Trabalha?

Missing 263 3,85 262 3,84 Menos de 1/2 hora 5721 83,79 5720 83,78 Entre 1/2 e 1 hora 723 10,59 723 10,59 Mais de 1 hora 384 5,62 384 5,62

Tempo gasto entre a casa e a escola:

Missing 0 0,00 0 0,00 A pé 5096 74,63 5095 74,63 Ônibus 871 12,76 871 12,76 Bicicleta 487 7,13 487 7,13 Transporte escolar 79 1,16 79 1,16 Outros 295 4,32 295 4,32

Tipo de transporte utilizado para ir para a escola

Missing 0 0,00 0 0,00 Nunca 3949 57,84 3948 57,83 1 vez 1740 25,48 1740 25,49 2 vezes 733 10,74 733 10,74 3 vezes 327 4,79 327 4,79

Número de vezes que repetiu?

Mais de 3 vezes 79 1,16 79 1,16 Missing 0 0,00 0,00 3948

Só pública 4347 63,66 4347 63,67 Pública e Privada 2218 32,48 2218 32,49

Tipo de escola em que já estudou?

Missing 263 3,85 262 3,84 Não 1040 15,23 1040 15,23 Leu história em Sim 5298 77,59 5298 77,60

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xiv

quadrinhos? Missing 490 7,18 489 7,16 Não 1515 22,19 1514 22,18 Sim 5313 77,81 5313 77,82

Leu jornais e revistas?

Missing 0 0,00 0 0,00 Não 496 7,26 496 7,27 Sim 5847 85,63 5847 85,65

Leu algum livro?

Missing 485 7,10 484 7,09 1 a 20 1926 28,21 1926 28,21 21 a 100 960 14,06 960 14,06 Mais de 100 777 11,38 777 11,38

Número de livros em casa:

Missing 3165 46,35 3164 46,35 Não 4020 58,88 4019 58,87 Sim 2808 41,12 2808 41,13

Sabe usar computador?

Missing 0 0,00 0 0,00 Não 3737 54,73 3737 54,74 Sim 1113 16,30 1113 16,30

Usa computador na escola?

Missing 1978 28,97 1977 28,96 Família:

Mato Grosso do Sul 698 10,22 698 10,22 Roraima 1537 22,51 1537 22,51 Pará 1495 21,90 1495 21,90 Pernambuco 537 7,86 536 7,85 Sergipe 1381 20,23 1381 20,23

Estado

Goiás 1180 17,28 1180 17,28 Não 2020 29,58 2020 29,59 Sim 4681 68,56 4681 68,57

Mora com o pai?

Missing 127 1,86 126 1,85 Não 617 9,04 617 9,04 Sim 6107 89,44 6107 89,45

Mora com a mãe?

Missing 104 1,52 103 1,51 Só com a mãe 1700 24,90 1700 24,90 Só com o pai 274 4,01 274 4,01 Com o pai e a mãe 4407 64,54 4407 64,55

Com quem mora (independente dos outros parentes) ?

Outros e missing 447 6,55 446 6,53 Não 404 5,92 404 5,92 Sim 5617 82,26 5617 82,28

Seu pai sabe ler e escrever?

Missing 807 11,82 806 11,81 Não 407 5,96 407 5,96 Sim 5790 84,80 5790 84,81

Sua mãe sabe ler e escrever?

Missing 631 9,24 630 9,23 Não 950 13,91 950 13,92 Sim 5788 84,77 5788 84,78

Sua casa tem água encanada?

Missing 90 1,32 89 1,30 Não 3022 44,26 3022 44,27 Sim 3726 54,57 3726 54,58

A rua da sua casa é calçada?

Missing 80 1,17 79 1,16 Sua casa tem:

Não 360 5,27 360 5,27 Sim 6157 90,17 6157 90,19

Televisão

Missing 311 4,55 310 4,54 Não 3561 52,15 3561 52,16 Vídeo-cassete Sim 2944 43,12 2944 43,12

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xv

Missing 323 4,73 322 4,72 Não 382 5,59 382 5,60 Sim 6133 89,82 6133 89,83

Geladeira

Missing 313 4,58 312 4,57 Não 4376 64,09 4376 64,10 Sim 2096 30,70 2096 30,70

Freezer

Missing 356 5,21 355 5,20 Não 2332 34,15 2332 34,16 Sim 4187 61,32 4187 61,33

Máquina de lavar

Missing 309 4,53 308 4,51 Não 5704 83,54 5704 83,55 Sim 797 11,67 797 11,67

Aspirador de pó

Missing 327 4,79 326 4,78 Não 2229 32,64 2229 32,65 Sim 4244 62,16 4244 62,16

Telefone

Missing 355 5,20 354 5,19 Não 3964 58,06 3964 58,06 Sim 2542 37,23 2542 37,23

Celular

Missing 322 4,72 321 4,70 Não 5886 86,20 5886 86,22 Sim 639 9,36 639 9,36

Computador

Missing 303 4,44 302 4,42 Não 4274 62,60 4274 62,60 Sim 2444 35,79 2444 35,80

Carro

Missing 110 1,61 109 1,60 Válido 6814 99,79 6814 99,80 Bens Duráveis Missing 14 0,21 13 0,19 Não 1748 25,60 1747 25,59 Sim 5080 74,40 5080 74,41

Pais conhecem o professor?

Missing 0 0,00 0 0,00 Não 1545 22,63 1544 22,62 Sim 5283 77,37 5283 77,38

Pais conhecem o diretor?

Missing 0 0,00 0 0,00 Total 6828

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000

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xvi

Tabela Y5.2 - Variáveis de características das escolas, seus diretores e professores, 5ª série – Amostrados em novembro de 2000

5ª série em novembro de 2000 Matemática Português

N % N %PROFESSOR

Válido 6734 98,62 6733 98,62Proporção de professores em cada escola que possui ensino superior Missing 94 1,38 94 1,38

Não 1348 19,74 1348 19,75Maioria (50% ou mais) dos professores da escola possui ensino superior: Sim 5386 78,88 5385 78,88

Missing 94 1,38 94 1,38Válido 6789 99,43 6788 99,43Proporção de professores por escola

que participou de atividade de formação continuada: Missing 39 0,57 39 0,57

Válido 6811 99,75 6810 99,75Tempo médio de trabalho como professor, por escola Missing 17 0,25 17 0,25

Válido 6811 99,75 6810 99,75Proporção de professores por escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona Missing 17 0,25 17 0,25

Não 3084 45,17 3083 45,16Sim 3727 54,58 3727 54,59

Maioria (50% ou mais) dos professores da escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona: Missing 17 0,25 17 0,25

DIRETOR Possui curso superior? Não 300 4,39 299 4,38

Sim 5859 85,81 5859 85,82Missing 669 9,80 669 9,80

Possui pós-graduação? Não 2506 36,70 2505 36,69Sim 3387 49,60 3387 49,61Missing 935 13,69 935 13,70Não 1672 24,49 1672 24,49Participou de atividade de formação

continuada? Sim 4508 66,02 4507 66,02Missing 648 9,49 648 9,49Válido 6314 92,47 6313 92,47Tempo (número de anos) trabalhados

na área de educação Missing 514 7,53 514 7,53Válido 6314 92,47 6313 92,47Tempo (número de anos) trabalhados

como diretor Missing 514 7,53 514 7,53ESCOLA

Condições das instalações físicas Válido 6828 100,00 6827 100,00 Missing 0 0,00 0 0,00

Serviços disponíveis Válido 6828 100,00 6827 100,00 Missing 0 0,00 0 0,00

Segurança na escola Válido 6828 100,00 6827 100,00 Missing 0 0,00 0 0,00

Total 6828 Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000

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xvii

Tabela Y5.3 - Descritiva Geral das variáveis de características dos alunos, escolas, diretores e

professores – Grupo Condicionado - MATEMÁTICA

N Mínimo Máximo Média Desvio- Padrão

ALUNO

Nota no teste em novembro de 1999 6767 5 100 55,00 18,33Nota no teste em novembro de 2000 6822 0 97,50 55,82 17,22Sexo 6692 0 1 0,50Raça 6231 0 4 1,03Faz lição de casa? 9138 0 1 0,34Trabalha? 6565 0 1 0,38Tempo gasto entre a casa e a escola: 6828 0 2 0,53Tipo de transporte utilizado para ir para a escola 6828 0 4 0,99Número de vezes que repetiu? 6828 0 4 0,93Tipo de escola em que já estudou? 9048 0 1 0,48Leu história em quadrinhos? 9089 0 1 0,39Leu jornais e revistas? 6828 0 1 0,42Leu algum livro? 6343 0 1 0,27Número de livros em casa: 3663 0 2 0,80Sabe usar computador? 6828 0 1 0,49Usa computador na escola? 4850 0 1 0,42

FAMÍLIA Estado 6828 11 52 15,93Mora com o pai? 6701 0 1 0,46Mora com a mãe? 6724 0 1 0,29Com quem mora (independente dos outros parentes)? 6828 0 3 0,94Seu pai sabe ler e escrever? 8716 0 1 0,25Sua mãe sabe ler e escrever? 9000 0 1 0,27Sua casa tem água encanada? 6738 0 1 0,35A rua da sua casa é calçada? 6748 0 1 0,50Sua casa tem: Televisão 6517 0 1 0,23Vídeo-cassete 6505 0 1 0,50Geladeira 6515 0 1 0,23Freezer 6472 0 1 0,47Máquina de lavar 6519 0 1 0,48Aspirador de pó 6501 0 1 0,33Telefone 6473 0 1 0,48Celular 6506 0 1 0,49Computador 6525 0 1 0,30Carro 6718 0 1 0,48Bens Duráveis 6814 -2,09 2,11 0,06 0,83Pais conhecem o professor? 6828 0 1 0,44Pais conhecem o diretor? 6828 0 1 0,42

PROFESSOR

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xviii

Proporção de professores em cada escola que possui ensino superior 6734 0 100 74,62 35,51Maioria (50% ou mais) dos professores da escola possui ensino superior: 9043 0 1 0,50Proporção de professores por escola que participou de atividade de formação continuada: 6789 0 100 68,16 35,02Tempo médio de trabalho como professor, por escola 6811 1 23,66 12,78 5,08Proporção de professores por escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona 6811 0 100 43,19 35,58Maioria (50% ou mais) dos professores da escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona: 9176 0 1 0,50

DIRETOR Possui curso superior? 7761 0 1 0,24Possui pós-graduação? 7584 0 1 0,50Participou de atividade de formação continuada? 7843 0 1 0,46Tempo (número de anos) trabalhados na área de educação 6314 5 42 19,37 6,87Tempo (número de anos) trabalhados como diretor 6314 0 33 5,95 5,38

ESCOLA Condições das instalações físicas básicas e especiais 6828 -1,84 1,19 -0,03 0,80Serviços disponíveis 6828 -0,59 1,51 0,05 0,60Segurança na escola 6828 -1,75 1,1 0,00 0,64

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000

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xix

Tabela Y5.4 - Descritiva Geral das variáveis de características dos alunos, escolas, diretores e professores – Grupo Condicionado - PORTUGUÊS

N Mínimo Máximo Média Desvio- Padrão

ALUNO Nota no teste em novembro de 1999 6708 0 100 53,52 19,01Nota no teste em novembro de 2000 6809 0 100 57,63 19,47Sexo 6692 0 1 0,50Raça 6230 0 4 1,03Faz lição de casa? 9138 0 1 0,34Trabalha? 6565 0 1 0,38Tempo gasto entre a casa e a escola: 6827 0 2 0,53Tipo de transporte utilizado para ir para a escola 6827 0 4 0,99Número de vezes que repetiu? 6827 0 4 0,93Tipo de escola em que já estudou? 9048 0 1 0,48Leu história em quadrinhos? 9089 0 1 0,39Leu jornais e revistas? 6827 0 1 0,42Leu algum livro? 6343 0 1 0,27Número de livros em casa: 3663 0 2 0,80Sabe usar computador? 6827 0 1 0,49Usa computador na escola? 4850 0 1 0,42

FAMÍLIA Estado 6827 11 52 15,93Mora com o pai? 6701 0 1 0,46Mora com a mãe? 6724 0 1 0,29Com quem mora (independente dos outros parentes)? 6827 0 3 0,94Seu pai sabe ler e escrever? 8716 0 1 0,25Sua mãe sabe ler e escrever? 9000 0 1 0,27Sua casa tem água encanada? 6738 0 1 0,35A rua da sua casa é calçada? 6748 0 1 0,50Sua casa tem: Televisão 6517 0 1 0,23Vídeo-cassete 6505 0 1 0,50Geladeira 6515 0 1 0,23Freezer 6472 0 1 0,47Máquina de lavar 6519 0 1 0,48Aspirador de pó 6501 0 1 0,33Telefone 6473 0 1 0,48Celular 6506 0 1 0,49Computador 6525 0 1 0,30Carro 6718 0 1 0,48Bens Duráveis 6814 -2,09 2,11 0,06 0,83Pais conhecem o professor? 6827 0 1 0,44Pais conhecem o diretor? 6827 0 1 0,42

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xx

PROFESSOR Proporção de professores em cada escola que possui ensino superior 6733 0 100 74,62 35,51Maioria (50% ou mais) dos professores da escola possui ensino superior: 9043 0 1 0,50Proporção de professores por escola que participou de atividade de formação continuada: 9176 0 1 0,50Tempo médio de trabalho como professor, por escola 6810 1 23,66 12,78 5,08Proporção de professores por escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona 6810 0 100 43,20 35,57Maioria (50% ou mais) dos professores da escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona: 6810 0 1 0,50

DIRETOR Possui curso superior? 7761 0 1 0,24Possui pós-graduação? 7584 0 1 0,50Participou de atividade de formação continuada? 7584 0 1 0,50Tempo (número de anos) trabalhados na área de educação 6313 5 42 19,37 6,87Tempo (número de anos) trabalhados como diretor 6313 0 33 5,95 5,38

ESCOLA Condições das instalações físicas básicas e especiais 6827 -1,84 1,19 -0,03 0,80Serviços disponíveis 6827 -0,59 1,51 0,05 0,60Segurança na escola 6827 -1,75 1,10 0,00 0,64

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000

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xxi

Grupo Independente Z5

Tabela Z5.1 - Variáveis de características dos alunos 5ª série – Alunos amostrados em novembro de 2000.

5ª série em novembro de 2000 Matemática Português

N % N %

ALUNO: Feminino 7603 49,08 7603 49,12 Masculino 7560 48,81 7570 48,91

Sexo

Missing 327 2,11 304 1,96 Não 2903 18,74 2879 18,60 Sim 12587 81,26 12598 81,40

Faz lição de casa?

Missing 0 0,00 0 0,00 Não 11923 76,97 11933 77,10 Sim 2852 18,41 2850 18,41

Trabalha?

Missing 715 4,62 694 4,48 Menos de 1/2 hora 11949 77,14 11953 77,23 Entre 1/2 e 1 hora 1819 11,74 1823 11,78 Mais de 1 hora 1011 6,53 1013 6,55

Tempo gasto entre a casa e a escola:

Missing 711 4,59 688 4,45 A pé 10431 67,34 10438 67,44 Ônibus 2317 14,96 2319 14,98 Bicicleta 1221 7,88 1220 7,88 Transporte escolar 220 1,42 220 1,42 Outros 579 3,74 579 3,74

Tipo de transporte utilizado para ir para a escola

Missing 722 4,66 701 4,53 Nunca 7089 45,77 7097 45,86 1 vez 4259 27,50 4258 27,51 2 vezes 2198 14,19 2202 14,23 3 vezes 987 6,37 984 6,36

Número de vezes que repetiu?

Mais de 3 vezes 258 1,67 259 1,67 Missing 699 4,51 677 4,37

Só pública 9666 62,40 9674 62,51 Pública e Privada 5071 32,74 5072 32,77

Tipo de escola em que já estudou?

Missing 753 4,86 731 4,72 Não 3888 25,10 3865 24,97 Sim 11602 74,90 11612 75,03

Leu história em quadrinhos?

Missing 0 0,00 0 0,00 Não 3542 22,87 3515 22,71 Sim 11948 77,13 11962 77,29

Leu jornais e revistas?

Missing 0 0,00 0 0,00 Não 1197 7,73 1196 7,73 Leu algum livro? Sim 13002 83,94 13011 84,07

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xxii

Missing 1291 8,33 1270 8,21 1 a 20 4608 29,75 4609 29,78 21 a 100 2074 13,39 2077 13,42 Mais de 100 1633 10,54 1631 10,54

Número de livros em casa:

Missing 7175 46,32 7160 46,26 Não 8846 57,11 8850 57,18 Sim 5916 38,19 5920 38,25

Sabe usar computador?

Missing 728 4,70 707 4,57 Não 8681 56,04 8694 56,17 Sim 2318 14,96 2315 14,96

Usa computador na escola?

Missing 4491 28,99 4468 28,87

Família: Mato Grosso do Sul 1748 11,28 1748 11,29 Roraima 3365 21,72 3368 21,76 Pará 3701 23,89 3694 23,87 Pernambuco 1392 8,99 1384 8,94 Sergipe 2330 15,04 2334 15,08

Estado

Goiás 2954 19,07 2949 19,05 Não 4883 31,52 4885 31,56 Sim 10282 66,38 10290 66,49

Mora com o pai?

Missing 325 2,10 302 1,95 Não 1728 11,16 1725 11,15 Sim 13484 87,05 13496 87,20

Mora com a mãe?

Missing 278 1,79 256 1,65 Só com a mãe 3911 25,25 3912 25,28 Só com o pai 709 4,58 706 4,56 Com o pai e a mãe 9573 61,80 9584 61,92

Com quem mora (independente dos outros parentes) ?

Outros e missing 1297 8,37 1275 8,24 Não 1155 7,46 1157 7,48 Sim 12324 79,56 12332 79,68

Seu pai sabe ler e escrever?

Missing 2011 12,98 1988 12,84 Não 1142 7,37 1141 7,37 Sim 12815 82,73 12826 82,87

Sua mãe sabe ler e escrever?

Missing 1533 9,90 1510 9,76 Não 2449 15,81 2452 15,84 Sim 12812 82,71 12818 82,82

Sua casa tem água encanada?

Missing 229 1,48 207 1,34 Não 7143 46,11 7149 46,19 Sim 8129 52,48 8131 52,54

A rua da sua casa é calçada?

Missing 218 1,41 197 1,27 Sua casa tem:

Não 918 5,93 920 5,94 Sim 13846 89,39 13854 89,51

Televisão

Missing 726 4,69 703 4,54 Vídeo-cassete Não 8269 53,38 8273 53,45

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xxiii

Sim 6443 41,59 6448 41,66 Missing 778 5,02 756 4,88 Não 1067 6,89 1068 6,90 Sim 13670 88,25 13679 88,38

Geladeira

Missing 753 4,86 730 4,72 Não 10025 64,72 10033 64,83 Sim 4620 29,83 4620 29,85

Freezer

Missing 845 5,46 824 5,32 Não 5783 37,33 5789 37,40 Sim 8971 57,91 8975 57,99

Máquina de lavar

Missing 736 4,75 713 4,61 Não 12941 83,54 12950 83,67 Sim 1765 11,39 1763 11,39

Aspirador de pó

Missing 784 5,06 764 4,94 Não 5727 36,97 5733 37,04 Sim 8918 57,57 8921 57,64

Telefone

Missing 845 5,46 823 5,32 Não 9054 58,45 9065 58,57 Sim 5674 36,63 5670 36,64

Celular

Missing 762 4,92 742 4,79 Não 13360 86,25 13365 86,35 Sim 1371 8,85 1375 8,88

Computador

Missing 759 4,90 737 4,76 Não 9978 64,42 9983 64,50 Sim 5207 33,62 5212 33,68

Carro

Missing 305 1,97 282 1,82 Válido 15438 99,66 15447 99,81 Bens Duráveis Missing 52 0,34 30 0,19 Não 2697 17,41 2699 17,44 Sim 10544 68,07 10554 68,19

Pais conhecem o professor?

Missing 2249 14,52 2224 14,37 Não 4387 28,32 4363 28,19 Sim 11103 71,68 11114 71,81

Pais conhecem o diretor?

Missing 0 0,00 0 0,00

Total 15490 Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000

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xxiv

Tabela Z5.2 - Variáveis de características das escolas, seus diretores e professores, 5ª série – Amostrados em novembro de 2000

5ª série em novembro de 2000 Matemática Português N % N %

PROFESSOR Válido 15316 98,90 15303 98,90 Proporção de professores em cada

escola que possui ensino superior Missing 174 1,10 174 1,10 Não 3318 21,42 3319 21,44 Sim 11998 77,46 11984 77,43

Maioria (50% ou mais) dos professores da escola possui ensino superior: Missing 174 1,12 174 1,12

Válido 15395 99,40 15382 99,40 Proporção de professores por escola que participou de atividade de formação continuada:

Missing 95 0,60 95 0,60 Válido 15431 99,60 15418 99,60 Tempo médio de trabalho como

professor, por escola Missing 59 0,40 59 0,40

Válido 15431 99,60 15418 99,60 Proporção de professores por escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona

Missing 59 0,40 59 0,40

Não 7648 49,37 7643 49,38

Sim 7842 50,63 7834 50,62

Maioria (50% ou mais) dos professores da escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona:

Missing 0 0,00 0 0,00 DIRETOR

Não 2620 16,91 2616 16,90 Sim 12870 83,09 12861 83,10

Possui curso superior?

Missing 0 0,00 0 0,00 Não 5794 37,40 5791 37,42 Sim 7228 46,66 7226 46,69

Possui pós-graduação?

Missing 2468 15,93 2460 15,89 Não 3931 25,38 3926 25,37 Sim 9817 63,38 9810 63,38

Participou de atividade de formação continuada?

Missing 1742 11,25 1741 11,25 Válido 14064 90,80 14051 90,80 Tempo (número de anos)

trabalhados na área de educação Missing 1426 9,20 1426 9,20 Válido 14064 90,80 14051 90,80 Tempo (número de anos)

trabalhados como diretor Missing 1426 9,20 1426 9,20 ESCOLA

Válido 15490 100,00 15477 100,00 Condições das instalações físicas básicas e especiais Missing 0 0,00 0 0,00

Válido 15490 100,00 15477 100,00 Serviços disponíveis Missing 0 0,00 0 0,00 Válido 15490 100,00 15477 100,00 Segurança na escola Missing 0 0,00 0 0,00

Total 15490 Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000

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xxv

Tabela Z5.3 - Descritiva Geral das variáveis de características dos alunos, escolas, diretores e professores – Grupo Independente - MATEMÁTICA

N Mínimo Máximo Média Desvio- Padrão

ALUNO Nota no teste em novembro 15484 0 100 55,41 17,00Sexo 15163 0 1 0,50Faz lição de casa? 15490 0 1 0,39Trabalha? 14775 0 1 0,39Tempo gasto entre a casa e a escola: 14779 0 2 0,57Tipo de transporte utilizado para ir para a escola 14768 0 4 0,98Número de vezes que repetiu? 14791 0 4 1,01Tipo de escola em que já estudou? 14737 0 1 0,47Leu história em quadrinhos? 15490 0 1 0,43Leu jornais e revistas? 15490 0 1 0,42Leu algum livro? 14199 0 1 0,28Número de livros em casa: 8315 0 2 0,79Sabe usar computador? 14762 0 1 0,49Usa computador na escola? 10999 0 1 0,41

FAMÍLIA Estado 15490 11 52 15,68Mora com o pai? 15165 0 1 0,47Mora com a mãe? 15212 0 1 0,32Com quem mora (independente dos outros parentes)? 15490 0 3 0,96Seu pai sabe ler e escrever? 13479 0 1 0,27Sua mãe sabe ler e escrever? 13957 0 1 0,27Sua casa tem água encanada? 15261 0 1 0,37A rua da sua casa é calçada? 15272 0 1 0,50Sua casa tem: Televisão 14764 0 1 0,24Vídeo-cassete 14712 0 1 0,50Geladeira 14737 0 1 0,26Freezer 14645 0 1 0,46Máquina de lavar 14754 0 1 0,49Aspirador de pó 14706 0 1 0,32Telefone 14645 0 1 0,49Celular 14728 0 1 0,49Computador 14731 0 1 0,29Carro 15185 0 1 0,47Bens Duráveis 15438 -2,09 2,11 0,00 0,84Pais conhecem o professor? 13241 0 1 0,40Pais conhecem o diretor? 15490 0 1 0,45

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xxvi

PROFESSOR Proporção de professores em cada escola que possui ensino superior 15316 0 100 72,64 36,13Maioria (50% ou mais) dos professores da escola possui ensino superior: 15316 0 1 0,41Proporção de professores por escola que participou de atividade de formação continuada: 15395 0 100 65,88 35,14Tempo médio de trabalho como professor, por escola 15431 1 23,67 12,94 4,94Proporção de professores por escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona 15431 0 100 40,87 34,50Maioria (50% ou mais) dos professores da escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona: 15490 0 1 0,50

DIRETOR Possui curso superior? 15490 0 1 0,37Possui pós-graduação? 13022 0 1 0,49Participou de atividade de formação continuada? 13748 0 1 0,45Tempo (número de anos) trabalhados na área de educação 14064 5 42 19,27 6,93Tempo (número de anos) trabalhados como diretor 14064 0 33 5,84 5,33

ESCOLA Condições das instalações físicas básicas e especiais 15490 -1,84 1,19 -0,09 0,81Serviços disponíveis 15490 -0,59 1,51 -0,01 0,58Segurança na escola 15490 -1,75 1,10 -0,02 0,63

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000

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xxvii

Tabela Z5.4 - Descritiva Geral das variáveis de características dos alunos, escolas, diretores e professores – Grupo Independente - PORTUGUÊS

N Mínimo Máximo Média Desvio- Padrão

ALUNO Nota no teste em novembro 15459 0 100 57,72 18,88Sexo 15173 0 1 0,50Faz lição de casa? 15477 0 1 0,39Trabalha? 14783 0 1 0,39Tempo gasto entre a casa e a escola: 14789 0 2 0,57Tipo de transporte utilizado para ir para a escola 14776 0 4 0,98Número de vezes que repetiu? 14800 0 4 1,01Tipo de escola em que já estudou? 14746 0 1 0,47Leu história em quadrinhos? 15477 0 1 0,43Leu jornais e revistas? 15477 0 1 0,42Leu algum livro? 14207 0 1 0,28Número de livros em casa: 8317 0 2 0,79Sabe usar computador? 14770 0 1 208,51Usa computador na escola? 11009 0 1 0,41

FAMÍLIA Estado 15477 11 52 15,69Mora com o pai? 15175 0 1 0,47Mora com a mãe? 15221 0 1 0,32Com quem mora (independente dos outros parentes)? 15477 0 3 0,96Seu pai sabe ler e escrever? 13489 0 1 0,28Sua mãe sabe ler e escrever? 13967 0 1 0,27Sua casa tem água encanada? 15270 0 1 0,37A rua da sua casa é calçada? 15280 0 1 0,50Sua casa tem: Televisão 14774 0 1 0,24Vídeo-cassete 14721 0 1 0,50Geladeira 14747 0 1 0,26Freezer 14653 0 1 0,46Máquina de lavar 14764 0 1 0,49Aspirador de pó 14713 0 1 0,32Telefone 14654 0 1 0,49Celular 14735 0 1 0,49Computador 14740 0 1 0,29Carro 15195 0 1 0,47Bens Duráveis 15447 -2,09 2,11 0,00 0,84Pais conhecem o professor? 13253 0 1 0,40Pais conhecem o diretor? 15477 0 1 0,45

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xxviii

PROFESSOR Proporção de professores em cada escola que possui ensino superior 15303 0 100 72,61 36,14Maioria (50% ou mais) dos professores da escola possui ensino superior: 15303 0 1 0,41Proporção de professores por escola que participou de atividade de formação continuada: 15382 0 100 65,90 35,13Tempo médio de trabalho como professor, por escola 15418 1 23,67 12,94 4,94Proporção de professores por escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona 15418 0 100 40,87 34,50Maioria (50% ou mais) dos professores da escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona: 15477 0 1 0,50

DIRETOR Possui curso superior? 15477 0 1 0,37Possui pós-graduação? 13017 0 1 0,49Participou de atividade de formação continuada? 13736 0 1 0,45Tempo (número de anos) trabalhados na área de educação 14051 5 42 19,26 6,92Tempo (número de anos) trabalhados como diretor 14051 0 33 5,85 5,33

ESCOLA Condições das instalações físicas básicas e especiais 15477 -1,84 1,19 -0,09 0,81Serviços disponíveis 15477 -0,59 1,51 -0,01 0,58Segurança na escola 15477 -1,75 1,10 -0,02 0,63

Fonte: Avaliação de Desempenho Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP – 1999/2000

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xxix

ANEXO 2.3

Quadro Comparativo - Variáveis independentes e sua forma de entrada na composição dos modelos Grupos Condicionado e Independente – 5ª série/2000

BASES Nome da Variável Ym5 / Yp5 Zm5 / Zp5

ALUNO

NOTAM9 NOTAP9 Nota do teste anterior - -

ASEXO Sexo: Omitida = masculino Omitida = masculino Omitida = branco - Mulato - Negro - Amarelo -

ARACA Raça:

Indígena - Omitida = não faz Omitida = não faz e missing Faz lição

ALICAO Lição de casa:

Missing ATRAB Trabalha: Trabalha Omitida = não Trabalha Omitida = não

Omitida = menos de ½ hora e missing Omitida = menos de ½ hora

Entre ½ hora e 1 hora Entre ½ hora e 1 hora Mais de 1 hora Mais de 1 hora

ATEMPO Tempo gasto entre a casa e a escola:

Missing Omitida = a pé e missing Omitida = a pé Ônibus Ônibus Bicicleta Bicicleta Transporte escolar Transporte escolar Outros Outros

ATRAN Tipo de transporte utilizado para ir para a escola:

Missing Omitida = nunca repetiu e missing Omitida = nunca repetiu 1 vez 1 vez

ANREP Número de vezes que repetiu o ano:

2 vezes 2 vezes

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xxx

3 vezes 3 vezes Mais de 3 vezes Mais de 3 vezes

Missing Omitida = somente escola pública Omitida = somente escola pública Pública e particular Pública e particular

ATESC Tipo de escola que já estudou:

Missing Missing Omitida = não leu Omitida = não leu e missing Leu

ALEUHQ Leu história em quadrinhos:

Missing ALEUJR Leu jornais e revistas: Omitida = não leu e missing Omitida = não leu e missing

Omitida = não sabe e missing Omitida = não sabe Sabe usar

ASABPC Sabe usar computador:

Missing FAMÍLIA

Omitida = Mato Grosso do Sul Omitida = Mato Grosso do Sul Roraima Roraima Pará Pará Pernambuco Pernambuco Sergipe Sergipe

IDESTADO Estado (Unidade da Federação):

Goiás Goiás Omitida = só com a mãe Omitida = só com a mãe Mora só com o pai Mora só com o pai Mora com o pai e a mãe Mora com o pai e a mãe

QMORA Com quem mora:

Outros arranjos e Missing Outros arranjos e Missing Omitida = não e missing Omitida = não Sim

APLER Pai sabe ler e escrever:

Missing AMLER Mãe sabe ler e escrever: Omitida = não e missing Omitida = não e missing AAGUA Água encanada na residência: Omitida = não possui Omitida = não possui ARUA Rua calçada na residência: Omitida = não possui Omitida = não possui BDA99 BDA00

Posse de bens duráveis: Contínua Contínua

Omitida = não conhecem e missing Omitida = não conhecem Conhecem

ACPROF Pais conhecem o professor:

Missing

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xxxi

ACDIR Pais conhecem o diretor: Omitida = não conhecem e missing Omitida = não conhecem e missing PROFESSOR

PESCOL Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior:

Omitida = menos de 50% e missing Omitida = menos de 50% e missing

PACONT Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona

Omitida = menos de 50% e missing Omitida = menos de 50% e missing

DIRETOR Omitida = não Omitida = não e missing Sim

DESCOL Escolaridade – Diretor possui ensino superior:

Missing DCPOS Escolaridade – Diretor possui curso de pós-

graduação: Omitida = não e missing Omitida = não e missing

Omitida = não Omitida = não Sim Sim

DATIFC Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada:

Missing Missing ESCOLA

CIFBEM00 CIFBEP00 Condições das instalações físicas básicas e especiais: Contínua Contínua

SDISM00 SDISP00 Serviços disponíveis: Contínua Contínua

SESCM00 SESCP00 Segurança na escola: Contínua Contínua

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xxxii

ANEXO 2.4 – Modelos para o rendimento escolar estimados por

Mínimos Quadrados Ordinários

Distribuição dos modelos por tabelas no ANEXO 4.3

Método de mínimos quadrados ordinários

Composição dos modelos

Grupo:

Variável resposta

do modelo

Nome da

tabela Aluno Aluno e Família

Escola, diretor e Professor

Aluno e Família Escola, diretor e Professor

Aluno e Família Escola, diretor e Professor

Nota anterior

Ym5 Tabela 1 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4 Modelo 5 Condicionado Yp5 Tabela 2 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4 Modelo 5

Zm5 Tabela 3 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4 - Independente Zp5 Tabela 4 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4 -

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xxxiii

Tabela 1 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância das Regressões por Mínimos Quadrados Ordinários

Variável dependente: Rendimento de Matemática ( 5mY ) , 5ª série / 2000

Grupo Condicionado: Alunos que estavam presentes em novembro de 1999 e novembro de 2000

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4 Modelo 5

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

EFEITO INDIVÍDUO (ALUNO e FAMÍLIA) ALUNO

Nota do teste anterior – Matemática de novembro de 1999 0,58* 0,01

Fatores Estruturais Sexo (omitida = masculino) -3,12* 0,44 -2,88* 0,43 -2,80* 0,43 -0,96* 0,34 Raça (omitida = branco)

Mulato 0,26 0,47 1,07** 0,47 1,10** 0,47 0,40 0,37 Negro -3,08* 0,76 -2,08* 0,75 -1,93* 0,74 0,15 0,59 Amarelo 0,87 1,06 1,35 1,04 1,38 1,04 0,35 0,82 Indígena -2,31** 1,09 -1,59 1,07 -1,60 1,07 -0,28 0,84

Fatores de Fluxo Processo Corrente Lição de casa (omitida = não faz)

Faz lição 6,84* 0,66 5,86* 0,65 5,82* 0,65 2,51* 0,51 Missing 2,92 2,57 3,07 2,55 3,15 2,54 1,21 2,01

Trabalha (omitida = não) -1,06* 0,58 -1,58* 0,57 -1,39* 0,57 -0,66 0,45 Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora e missing)

Entre ½ hora e 1 hora -0,68 0,71 -0,51 0,69 -0,68 0,69 0,18 0,54 Mais de 1 hora -7,54* 0,95 -7,01* 0,94 -6,85* 0,94 -2,65* 0,74

Tipo de transporte utilizado para ir para a

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xxxiv

escola (omitida = a pé e missing) Ônibus 3,97* 0,67 2,93* 0,66 2,43* 0,66 0,73 0,52 Bicicleta -0,91 0,84 -0,61 0,83 -0,50 0,83 -0,41 0,65 Transporte escolar 1,26 1,95 -0,16 1,95 -0,36 1,95 -1,04 1,53 Outros 3,47* 1,05 1,95* 1,06 1,75* 1,05 0,50 0,83

Leu história em quadrinhos (omitida = não leu)

Leu 3,01* 0,61 3,00* 0,60 2,99* 0,60 1,53* 0,47 Missing 3,08* 1,09 3,27* 1,31 3,13** 1,31 0,85 1,03

Leu jornais e revistas (omitida = não leu e missing) 3,47* 0,61 3,87* 0,60 3,87* 0,60 0,76 0,47

Sabe usar computador ? (omitida = não sabe e missing) 0,40 0,44 0,47 0,45 0,56 0,45 0,32 0,35

Trajetória Passada Número de vezes que repetiu o ano (omitida = nunca repetiu e missing)

1 vez -5,42* 0,51 -4,82* 0,50 -4,80* 0,50 -1,62* 0,40 2 vezes -6,94* 0,71 -5,83* 0,71 -5,73* 0,71 -1,78* 0,56 3 vezes -6,43* 1,01 -5,56* 0,99 -5,50* 0,99 -1,88** 0,78 Mais de 3 vezes -7,76* 1,92 -6,20* 1,92 -6,27* 1,92 -1,61 1,51

Tipo de escola que já estudou (omitida = somente escola pública)

Pública e particular 0,95** 0,46 2,03* 0,47 1,99* 0,47 0,15 0,37 Missing -5,70** 2,41 -4,62** 2,38 -4,58** 2,37 -4,65* 1,86

FAMÍLIA Estado (omitida = Mato Grosso do Sul)

Roraima -5,18* 0,83 -4,75* 0,94 -1,29 0,74 Pará -5,82* 0,68 -5,60* 0,73 -3,00* 0,57 Pernambuco -9,69* 0,69 -9,61* 0,78 -3,56* 0,62 Sergipe -4,75* 0,92 -4,72* 1,02 -2,20* 0,80 Goiás 1,58** 0,68 0,92 0,83 -0,08 0,65

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xxxv

Com quem mora: (omitida = só com a mãe)

Mora só com o pai -1,14 1,13 -0,85 1,13 1,00 0,89 Mora com o pai e a mãe -1,03** 0,50 -0,93 0,50 -0,08 0,39 Outros arranjos e Missing 0,89 0,97 1,02 0,97 0,87 0,76

Pai sabe ler e escrever (omitida = não e missing) 0,08 0,68 -0,04 0,68 -0,26 0,53

Mãe sabe ler e escrever (omitida = não e missing) 2,37* 0,77 2,28* 0,77 1,03 0,60

Água encanada na residência (omitida = não possui) 2,36* 0,63 2,41* 0,63 0,95 0,49

Rua calçada na residência (omitida = não possui) 0,58 0,45 0,56 0,45 0,46 0,35

Posse de bens duráveis -1,11* 0,29 -1,25* 0,29 -0,43 0,23 Pais conhecem o professor (omitida = não conhecem e missing) -1,21** 0,57 -1,28** 0,57 -0,02 0,45

Pais conhecem o diretor (omitida = não conhecem e missing) -2,22* 0,60 -2,20* 0,60 -1,01** 0,48

EFEITO ESCOLA (PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA) PROFESSOR

Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior (omitida = menos de 50% e missing)

-3,19* 0,51 -0,82 0,59 0,03 0,46

Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona (omitida = menos de 50% e missing)

3,53* 0,44 2,07* 0,45 1,05* 0,36

DIRETOR Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não)

Sim -1,89 1,05 0,03 1,15 0,51 0,90

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xxxvi

Missing 1,19 1,38 1,34 1,51 1,60 1,19 Escolaridade – Diretor possui curso de pós-graduação (omitida = não e missing) 1,41* 0,44 1,03** 0,45 0,48 0,36

Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada (omitida = não)

Sim -3,00* 0,51 -2,64* 0,52 -1,18* 0,41 Missing -4,44* 1,05 -2,82* 1,09 -1,14 0,86

ESCOLA Condições das instalações físicas básicas e especiais 1,88* 0,27 0,70** 0,30 0,15 0,23

Serviços disponíveis 0,54 0,37 -1,07* 0,42 -0,19 0,33 Segurança na escola 0,04 0,34 0,00 0,36 0,18 0,28

Constante 49,03 51,33 59,65 52,33 21,09 R2 0,33 0,41 0,18 0,42 0,70 N 5.876 5.775 6.821 5.775 5.732 N Total 6828 Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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xxxvii

Tabela 2 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância das Regressões por Mínimos Quadrados Ordinários

Variável dependente: Rendimento de Português ( 5pY ) , 5ª série / 2000

Grupo Condicionado: Alunos que estavam presentes em novembro de 1999 e novembro de 2000

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4 Modelo 5

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

EFEITO INDIVÍDUO (ALUNO e FAMÍLIA)

ALUNO Nota do teste anterior – Português de novembro de 1999 0,62* 0,01

Fatores Estruturais Sexo (omitida = masculino) 6,23* 0,49 6,34* 0,48 6,44* 0,48 3,46* 0,39 Raça (omitida = branco)

Mulato 0,62 0,53 1,25** 0,52 1,27** 0,52 0,23 0,41 Negro -3,74* 0,85 -2,97* 0,83 -2,89* 0,83 -1,44** 0,66 Amarelo 0,80 1,19 1,28 1,17 1,20 1,16 0,27 0,92 Indígena -2,18 1,21 -1,39 1,20 -1,43 1,20 -0,42 0,95

Fatores de Fluxo Processo Corrente

Lição de casa (omitida = não faz) Faz lição 8,82* 0,74 7,93* 0,72 7,76* 0,72 3,65* 0,58 Missing 6,92** 2,87 6,80** 2,85 6,77** 2,84 2,38 2,26

Trabalha (omitida = não) -2,80* 0,64 -3,13* 0,63 -2,98* 0,63 -0,97** 0,50 Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora e missing)

Entre ½ hora e 1 hora -1,19 0,79 -1,02 0,77 -1,17 0,77 -0,69 0,61 Mais de 1 hora -6,10* 1,06 -5,20* 1,05 -5,16* 1,05 -1,84** 0,84

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xxxviii

Tipo de transporte utilizado para ir para a escola (omitida = a pé e missing)

Ônibus 2,92* 0,75 2,23* 0,73 1,99* 0,74 0,12 0,59 Bicicleta -1,27 0,93 -0,94 0,93 -0,85 0,93 -0,57 0,73 Transporte escolar -1,72 2,18 -3,14 2,18 -3,51 2,18 -3,00 1,74 Outros 3,86* 1,17 3,50* 1,18 3,51* 1,18 1,61 0,94

Leu história em quadrinhos (omitida = não leu)

Leu 3,31* 0,68 3,52* 0,67 3,55* 0,67 1,87* 0,53 Missing 4,22* 1,22 4,07* 1,46 4,01* 1,46 1,29 1,16

Leu jornais e revistas (omitida = não leu e missing) 3,24* 0,68 3,86* 0,67 3,83* 0,67 1,00 0,53

Sabe usar computador ? (omitida = não sabe e missing) -1,26* 0,49 -0,49 0,50 -0,41 0,50 -0,50 0,40

Trajetória Passada Número de vezes que repetiu o ano (omitida = nunca repetiu e missing)

1 vez -6,19* 0,57 -5,77* 0,56 -5,67* 0,56 -1,61* 0,45 2 vezes -6,98* 0,80 -6,39* 0,79 -6,18* 0,79 -2,05* 0,63 3 vezes -6,89* 1,13 -6,37* 1,11 -6,38* 1,10 -2,27* 0,88 Mais de 3 vezes -7,72* 2,16 -6,83* 2,16 -6,57* 2,16 -3,88** 1,72

Tipo de escola que já estudou (omitida = somente escola pública)

Pública e particular 1,00** 0,51 2,81* 0,52 2,71* 0,52 0,90** 0,41 Missing -1,74 2,68 -1,04 2,66 -1,19 2,65 0,43 2,11

FAMÍLIA Estado (omitida = Mato Grosso do Sul)

Roraima -4,47* 0,93 -2,66* 1,05 0,15 0,84 Pará -4,98* 0,76 -4,58* 0,82 -2,50* 0,65 Pernambuco -11,5* 0,78 -10,7* 0,88 -5,28* 0,70 Sergipe -3,68* 1,03 -2,86* 1,14 -0,40 0,92 Goiás -0,55 0,76 -1,06 0,93 -0,21 0,74

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xxxix

Com quem mora: (omitida = só com a mãe)

Mora só com o pai -0,91 1,27 -0,66 1,27 1,24 1,00 Mora com o pai e a mãe -0,43 0,56 -0,36 0,55 0,73 0,44 Outros arranjos e Missing -0,12 1,08 0,04 1,08 -0,06 0,86

Pai sabe ler e escrever (omitida = não e missing) -0,09 0,76 -0,20 0,76 -0,58 0,60

Mãe sabe ler e escrever (omitida = não e missing) 2,18* 0,86 2,15* 0,86 0,91 0,68

Água encanada na residência (omitida = não possui) 3,54* 0,70 3,57* 0,70 2,35* 0,56

Rua calçada na residência (omitida = não possui) 0,60 0,50 0,72 0,50 -0,04 0,40

Posse de bens duráveis -3,05* 0,33 -3,17* 0,33 -1,69* 0,26 Pais conhecem o professor (omitida = não conhecem e missing) -1,69* 0,64 -1,76* 0,64 -0,25 0,51

Pais conhecem o diretor (omitida = não conhecem e missing) -2,06* 0,68 -2,09* 0,67 -0,95 0,54

EFEITO ESCOLA (PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA) PROFESSOR

Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior (omitida = menos de 50% e missing)

-3,59* 0,58 -1,56** 0,66 0,04 0,52

Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona (omitida = menos de 50% e missing)

1,56* 0,50 0,24 0,51 -0,93** 0,40

DIRETOR Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não)

Sim -2,33** 1,20 0,25 1,28 2,14** 1,01

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xl

Missing -0,67 1,57 0,69 1,69 2,81** 1,33 Escolaridade – Diretor possui curso de pós-graduação (omitida = não e missing) 1,60* 0,50 1,25* 0,51 0,16 0,40

Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada (omitida = não)

Sim -0,96 0,58 -0,86 0,58 -0,30 0,46 Missing -3,10* 1,19 -2,17 1,22 -0,85 0,96

ESCOLA Condições das instalações físicas básicas e especiais 2,30* 0,30 1,70* 0,33 1,11* 0,26

Serviços disponíveis 1,62* 0,42 -0,01 0,47 0,79** 0,37 Segurança na escola -0,52 0,38 -0,22 0,41 -0,11 0,32

Constante 45,42 46,65 61,79 47,34 16,69 R2 0,37 0,44 0,16 0,45 0,71 N 5.871 5.770 6.808 5.770 5.675 N Total 6827 Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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xli

Tabela 3 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância das Regressões por Mínimos Quadrados Ordinários

Variável dependente: Rendimento de Matemática ( 5mY ) , 5ª série / 2000

Grupo Independente: Alunos que estavam presentes em novembro de 2000

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

Coefic. (1)

Erro-Padrão

EFEITO INDIVÍDUO (ALUNO e FAMÍLIA) ALUNO Fatores Estruturais

Sexo (omitida = masculino) -3,81* 0,28 -3,54* 0,28 -3,54* 0,28 Fatores de Fluxo

Processo Corrente Lição de casa (omitida = não faz e missing) 4,73* 0,38 3,70* 0,38 3,62* 0,38 Trabalha (omitida = não) -1,33* 0,35 -1,71* 0,35 -1,63* 0,35 Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora)

Entre ½ hora e 1 hora -1,01** 0,43 -0,87** 0,42 -0,90** 0,42 Mais de 1 hora -7,03* 0,56 -6,24* 0,56 -6,15* 0,55 Missing -7,42* 1,52 -7,01* 1,50 -6,81* 1,50

Tipo de transporte utilizado para ir para a escola (omitida = a pé)

Ônibus 2,95* 0,40 2,18* 0,39 2,14* 0,39 Bicicleta -0,66 0,50 -0,68 0,50 -0,60 0,50 Transporte escolar 2,81* 1,13 1,29 1,13 1,63 1,13 Outros 3,29* 0,72 2,15* 0,72 2,17* 0,72 Missing 6,58* 1,42 5,78* 1,41 5,77* 1,41

Leu história em quadrinhos (omitida = não leu e Missing) 2,58* 0,35 2,86* 0,35 2,89* 0,35

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xlii

Leu jornais e revistas (omitida = não leu e Missing) 2,68* 0,36 3,29* 0,38 3,30* 0,38

Sabe usar computador? (omitida = não sabe) Sim 0,22 0,28 -0,01 0,29 0,04 0,29 Missing 1,84 1,43 2,49 1,41 2,41 1,41

Trajetória Passada Número de vezes que repetiu o ano (omitida = nunca repetiu)

1 vez -4,38* 0,32 -3,66* 0,32 -3,66* 0,32 2 vezes -5,21* 0,41 -4,31* 0,41 -4,27* 0,41 3 vezes -4,07* 0,57 -3,41* 0,56 -3,38* 0,56 Mais de 3 vezes -3,56* 1,06 -2,91* 1,04 -2,90* 1,04 Missing -7,17* 1,57 -6,85* 1,58 -6,86* 1,58

Tipo de escola que já estudou (omitida = somente escola pública)

Pública e particular 2,00 0,29 2,68 0,30 2,63* 0,30 Missing -2,79** 1,29 -2,59** 1,28 -2,61** 1,28

FAMÍLIA Estado (omitida = Mato Grosso do Sul)

Roraima -4,69* 0,60 -4,35* 0,60 Pará -6,04* 0,51 -6,14* 0,49 Pernambuco -8,24* 0,51 -8,55* 0,51 Sergipe -3,54* 0,64 -3,83* 0,64 Goiás 1,32* 0,51 0,95 0,53

Com quem mora: (omitida = só com a mãe)

Mora só com o pai -0,78 0,75 -0,70 0,68 Mora com o pai e a mãe -1,22* 0,35 -1,19* 0,32 Outros arranjos e Missing -0,57 0,62 -0,50 0,56

Pai sabe ler e escrever (omitida = não) Sim 1,75* 0,58 1,68* 0,52 Missing 1,54** 0,75 1,47** 0,68

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xliii

Mãe sabe ler e escrever (omitida = não e 1,35* 0,50 1,32* 0,45 Água encanada na residência (omitida = não possui) 2,30* 0,42 2,35* 0,39

Rua calçada na residência (omitida = não possui) 0,32 0,31 0,27 0,29

Posse de bens duráveis -0,96* 0,20 -1,02* 0,18 Pais conhecem o professor (omitida = não conhecem)

Conhecem -0,53 0,42 -0,63 0,38 Missing 1,97* 0,60 1,90* 0,54

Pais conhecem o diretor (omitida = não conhecem e missing) -2,00* 0,39 -2,02* 0,35

EFEITO ESCOLA (PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA) PROFESSOR

Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior (omitida = menos de 50% e missing)

-2,47* 0,37 0,38 0,38

Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona (omitida = menos de 50% e missing)

2,32* 0,32 1,20* 0,29

DIRETOR Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não e missing) -1,78* 0,52 -0,36 0,46

Escolaridade – Diretor possui curso de pós-graduação (omitida = não e missing) 1,19* 0,32 0,64** 0,29

Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada (omitida = não)

Sim -1,28* 0,38 -1,06* 0,33 Missing -1,43** 0,66 -0,64 0,60

ESCOLA

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xliv

Condições das instalações físicas básicas e especiais 1,35* 0,20 0,49* 0,19

Serviços disponíveis 0,37 0,28 -1,08* 0,26 Segurança na escola -0,36 0,25 -0,17 0,23

Constante 51,47 52,58 58,16 52,75 R2 0,29 0,37 0,13 0,37 N 14.507 14.247 15.483 14.247 N Total 15490 Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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xlv

Tabela 4 - Coeficientes, Erros Padrão e Significância das Regressões por Mínimos Quadrados Ordinários

Variável dependente: Rendimento de Português ( 5pY ) , 5ª série / 2000

Grupo Independente: Alunos que estavam presentes em novembro de 2000

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4

Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão

EFEITO INDIVÍDUO (ALUNO e FAMÍLIA)

ALUNO

Fatores Estruturais Sexo (omitida = masculino) 5,50* 0,31 5,61* 0,31 5,62* 0,30

Fatores de Fluxo Processo Corrente Lição de casa (omitida = não faz e missing) 6,37* 0,42 5,50* 0,42 5,43* 0,42 Trabalha (omitida = não) -3,06* 0,38 -3,33* 0,38 -3,28* 0,38 Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora)

Entre ½ hora e 1 hora -0,67 0,47 -0,56 0,47 -0,50 0,47 Mais de 1 hora -6,02* 0,62 -5,22* 0,61 -5,12* 0,61 Missing -3,91** 1,69 -3,64** 1,67 -3,56** 1,66

Tipo de transporte utilizado para ir para a escola (omitida = a pé)

Ônibus 2,11* 0,43 1,63* 0,43 1,70* 0,43 Bicicleta -0,75 0,55 -0,78 0,55 -0,76 0,55 Transporte escolar 2,16 1,24 1,04 1,25 1,27 1,25 Outros 2,54* 0,79 2,59* 0,79 2,75* 0,79 Missing 6,73* 1,56 6,39* 1,56 6,46* 1,56

Leu história em quadrinhos (omitida = não leu e 2,82* 0,38 3,25* 0,39 3,27* 0,39

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xlvi

Missing) Leu jornais e revistas (omitida = não leu e Missing) 2,38* 0,40 3,25* 0,41 3,25* 0,41

Sabe usar computador ? (omitida = não sabe) Sabe usar -1,36* 0,31 -0,79* 0,32 -0,67** 0,32 Missing 0,46 1,56 0,89 1,55 0,77 1,55

Trajetória Passada Número de vezes que repetiu o ano (omitida = nunca repetiu)

1 vez -5,19* 0,35 -4,70* 0,35 -4,64* 0,35 2 vezes -5,73* 0,45 -5,16* 0,45 -5,04* 0,45 3 vezes -4,09* 0,62 -3,77* 0,62 -3,68* 0,62 Mais de 3 vezes -4,84* 1,16 -4,50* 1,15 -4,40* 1,15 Missing -6,24* 1,73 -6,61* 1,75 -6,59* 1,74

Tipo de escola que já estudou (omitida = somente escola pública)

Pública e particular 1,49* 0,32 2,73* 0,33 2,64* 0,33 Missing -1,54 1,42 -1,13 1,42 -1,20 1,42

FAMÍLIA Estado (omitida = Mato Grosso do Sul)

Roraima -3,58* 0,60 -2,53* 0,66 Pará -5,06* 0,51 -5,12* 0,54 Pernambuco -9,27* 0,51 -9,52* 0,56 Sergipe -2,94* 0,64 -3,15* 0,70 Goiás -0,29 0,51 -1,00* 0,58

Com quem mora: (omitida = só com a mãe)

Mora só com o pai -1,13 0,75 -1,05 0,75 Mora com o pai e a mãe -1,16* 0,35 -1,15* 0,35 Outros arranjos e Missing 0,02 0,62 0,07 0,62

Pai sabe ler e escrever (omitida = não) Sim 1,43* 0,58 1,28** 0,58

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xlvii

Missing 1,60** 0,75 1,42 0,75 Mãe sabe ler e escrever (omitida = não e 1,36* 0,50 1,35* 0,50 Água encanada na residência (omitida = não possui) 2,96* 0,42 2,94* 0,42

Rua calçada na residência (omitida = não possui) -0,08 0,31 0,07 0,32

Posse de bens duráveis -2,49* 0,20 -2,57* 0,20 Pais conhecem o professor (omitida = não conhecem)

Conhecem -0,92** 0,42 -1,03* 0,42 Missing 1,69* 0,60 1,60* 0,60

Pais conhecem o diretor (omitida = não conhecem e missing) -2,14* 0,39 -2,14* 0,39

EFEITO ESCOLA (PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA) PROFESSOR

Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior (omitida = menos de 50% e missing)

-2,50* 0,37 -0,39 0,41

Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona (omitida = menos de 50% e missing)

0,87* 0,32 -0,19 0,32

DIRETOR Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não e missing) -2,05* 0,52 -0,90 0,51

Escolaridade – Diretor possui curso de pós-graduação (omitida = não e missing) 1,48* 0,32 1,17* 0,32

Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada (omitida = não)

Sim 0,58 0,38 0,45 0,37 Missing -1,11* 0,66 -1,05 0,66

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xlviii

ESCOLA Condições das instalações físicas básicas e especiais 1,40* 0,20 0,94* 0,21

Serviços disponíveis 0,63** 0,28 -0,69** 0,29 Segurança na escola -0,65* 0,25 -0,41 0,25

Constante 49,25 49,91 60,10 50,62 R2 0,33 0,39 0,11 0,39 N 14.510 14.251 15.458 14.251 N Total 15477 Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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xlix

ANEXO 2.5 – Teste para a inclusão do valor adicionado nos modelos para as variáveis

independentes de Alunos e Família

Estrutura de construção dos modelos lineares considerando o valor agregado para o modelo de INDIVÍDUO (Aluno e Família) e

modelo COMPLETO (Aluno, Família, Professor, Diretor e Escola)

Grupo Condicionado – 5ª série / 2000:

Variável dependente 5Y - Nota de matemática – Tabela A

Nota anteriorAluno Modelo 1

FamíliaModelo 2 Modelo 3

Professor Diretor

Variáveis

independentes

Escola

Modelo 4 Modelo 5 Modelo 6

Variável dependente 5pY - Nota de português – Tabela B

Nota anteriorAluno Modelo 1

FamíliaModelo 2 Modelo 3

Professor Diretor

Variáveis

independentes

Escola Modelo 4

Modelo 5 Modelo 6

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l

Tabela A - Coeficientes, Erros Padrão e Significância das Regressões por Mínimos Quadrados Ordinários

Variável dependente: Rendimento de Matemática ( 5mY ) , 5ª série / 2000

Grupo Condicionado: Alunos que estavam presentes em novembro de 1999 e novembro de 2000

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4 Modelo 5 Modelo 6 Coefic.

(1) Erro-

padrãoCoefic.

(1) Erro-

padrãoCoefic.

(1) Erro-

padrãoCoefic.

(1) Erro-

padrãoCoefic.

(1) Erro-

padrãoCoefic.

(1) Erro-

padrão

EFEITO INDIVÍDUO (ALUNO e FAMÍLIA)

ALUNO Nota do teste anterior – Matemática de novembro de 1999 0,59* 0,01 0,58* 0,01

Fatores Estruturais Processo Corrente Sexo (omitida = masculino) -3,12* 0,44 -2,88* 0,43 -0,97* 0,34 -2,80* 0,43 -0,96* 0,34 Raça (omitida = branco)

Mulato 0,26 0,47 1,07** 0,47 0,37 0,37 1,10** 0,47 0,40 0,37 Negro -3,08* 0,76 -2,08* 0,75 0,12 0,59 -1,93* 0,74 0,15 0,59 Amarelo 0,87 1,06 1,35 1,04 0,27 0,82 1,38 1,04 0,35 0,82 Indígena -2,31** 1,09 -1,59 1,07 -0,32 0,84 -1,60 1,07 -0,28 0,84

Fatores de Fluxo Lição de casa (omitida = não faz)

Faz lição 6,84* 0,66 5,86* 0,65 2,55* 0,51 5,82* 0,65 2,51* 0,51 Missing 2,92 2,57 3,07 2,55 1,21 2,01 3,15 2,54 1,21 2,01

Trabalha (omitida = não) -1,06 0,58 -1,58* 0,57 -0,76 0,44 -1,39* 0,57 -0,66 0,45 Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora e missing)

Entre ½ hora e 1 hora -0,68 0,71 -0,51 0,69 0,27 0,54 -0,68 0,69 0,18 0,54

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li

Mais de 1 hora -7,54* 0,95 -7,01* 0,94 -2,69* 0,74 -6,85* 0,94 -2,65* 0,74 Tipo de transporte utilizado para ir para a escola (omitida = a pé e missing)

Ônibus 3,97* 0,67 2,93* 0,66 0,94 0,52 2,43* 0,66 0,73 0,52 Bicicleta -0,91 0,84 -0,61 0,83 -0,45 0,65 -0,50 0,83 -0,41 0,65 Transporte escolar 1,26 1,95 -0,16 1,95 -0,95 1,52 -0,36 1,95 -1,04 1,53 Outros 3,47* 1,05 1,95 1,06 0,59 0,83 1,75 1,05 0,50 0,83

Leu história em quadrinhos (omitida = não leu)

Leu 3,01* 0,61 3,00* 0,60 1,53* 0,47 2,99* 0,60 1,53* 0,47 Missing 3,08* 1,09 3,27* 1,31 0,87 1,03 3,13** 1,31 0,85 1,03

Leu jornais e revistas (omitida = não leu e missing) 3,47* 0,61 3,87* 0,60 0,73 0,47 3,87* 0,60 0,76 0,47

Sabe usar computador ? (omitida = não sabe e missing) 0,40 0,44 0,47 0,45 0,37 0,35 0,56 0,45 0,32 0,35

Trajetória Passada Número de vezes que repetiu o ano (omitida = nunca repetiu e missing)

1 vez -5,42* 0,51 -4,82* 0,50 -1,62* 0,40 -4,80* 0,50 -1,62* 0,40 2 vezes -6,94* 0,71 -5,83* 0,71 -1,80* 0,56 -5,73* 0,71 -1,78* 0,56 3 vezes -6,43* 1,01 -5,56* 0,99 -1,89** 0,78 -5,50* 0,99 -1,88** 0,78 Mais de 3 vezes -7,76* 1,92 -6,20* 1,92 -1,50 1,51 -6,27* 1,92 -1,61 1,51

Tipo de escola que já estudou (omitida = somente escola pública)

Pública e particular 0,95** 0,46 2,03* 0,47 0,14 0,37 1,99* 0,47 0,15 0,37 Missing -5,70** 2,41 -4,62** 2,38 -4,66* 1,86 -4,58** 2,37 -4,65* 1,86

FAMÍLIA

Estado (omitida = Mato Grosso do Sul) Roraima -5,18* 0,83 -1,61* 0,65 -4,75* 0,94 -1,29 0,74 Pará -5,82* 0,68 -3,27* 0,54 -5,60* 0,73 -3,00* 0,57 Pernambuco -9,69* 0,69 -3,78* 0,55 -9,61* 0,78 -3,56* 0,62

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lii

Sergipe -4,75* 0,92 -2,53* 0,72 -4,72* 1,02 -2,20* 0,80 Goiás 1,58** 0,68 -0,32 0,54 0,92 0,83 -0,08 0,65

Com quem mora: (omitida = só com a mãe)

Mora só com o pai -1,14 1,13 0,87 0,89 -0,85 1,13 1,00 0,89 Mora com o pai e a mãe -1,03** 0,50 -0,14 0,39 -0,93 0,50 -0,08 0,39 Outros arranjos e Missing 0,89 0,97 0,84 0,76 1,02 0,97 0,87 0,76

Pai sabe ler e escrever (omitida = não e missing) 0,08 0,68 -0,22 0,53 -0,04 0,68 -0,26 0,53

Mãe sabe ler e escrever (omitida = não e missing) 2,37* 0,77 1,05 0,60 2,28* 0,77 1,03 0,60

Água encanada na residência (omitida = não possui) 2,36* 0,63 0,92 0,49 2,41* 0,63 0,95 0,49

Rua calçada na residência (omitida = não possui) 0,58 0,45 0,52 0,35 0,56 0,45 0,46 0,35

Posse de bens duráveis -1,11* 0,29 -0,36 0,23 -1,25* 0,29 -0,43 0,23 Pais conhecem o professor (omitida = não conhecem e missing) -1,21** 0,57 -0,01 0,45 -1,28** 0,57 -0,02 0,45

Pais conhecem o diretor (omitida = não conhecem e missing) -2,22* 0,60 -1,00** 0,47 -2,20* 0,60 -1,01** 0,48

EFEITO ESCOLA (PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA)

PROFESSOR

Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior (omitida = menos de 50% e missing)

-3,19* 0,51 -0,82 0,59 0,03 0,46

Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona (omitida = menos de 50% e missing)

3,53* 0,44 2,07* 0,45 1,05* 0,36

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liii

DIRETOR

Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não)

Sim -1,89 1,05 0,03 1,15 0,51 0,90 Missing 1,19 1,38 1,34 1,51 1,60 1,19

Escolaridade – Diretor possui curso de pós-graduação (omitida = não e missing)

1,41* 0,44 1,03** 0,45 0,48 0,36

Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada (omitida = não)

Sim -3,00* 0,51 -2,64* 0,52 -1,18* 0,41 Missing -4,44* 1,05 -2,82* 1,09 -1,14 0,86

ESCOLA

Condições das instalações físicas básicas e especiais 1,88* 0,27 0,70** 0,30 0,15 0,23

Serviços disponíveis 0,54 0,37 -1,07* 0,42 -0,19 0,33 Segurança na escola 0,04 0,34 0,00 0,36 0,18 0,28

Constante 49,03 51,33 21,61 59,65 52,33 21,09 R2 0,33 0,41 0,70 0,18 0,42 0,70 N 5.876 5.775 5.732 6.821 5.775 5.732 N Total 6828

Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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liv

Tabela B - Coeficientes, Erros Padrão e Significância das Regressões por Mínimos Quadrados Ordinários

Variável dependente: Rendimento de Português ( 5pY ) , 5ª série / 2000

Grupo Condicionado: Alunos que estavam presentes em novembro de 1999 e novembro de 2000

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4 Modelo 5 Modelo 6

Coefic.

(1) Erro-

padrãoCoefic.

(1) Erro-

padrãoCoefic.

(1) Erro-

padrãoCoefic.

(1) Erro-

padrãoCoefic.

(1) Erro-

padrãoCoefic.

(1) Erro-

padrão

EFEITO INDIVÍDUO (ALUNO e FAMÍLIA)

ALUNO Nota do teste anterior – Português de novembro de 1999 0,62* 0,01 0,62* 0,01

Fatores Estruturais Processo Corrente Sexo (omitida = masculino) 6,23* 0,49 6,34* 0,48 3,42* 0,39 6,44* 0,48 3,46* 0,39 Raça (omitida = branco)

Mulato 0,62 0,53 1,25** 0,52 0,17 0,41 1,27** 0,52 0,23 0,41 Negro -3,74* 0,85 -2,97* 0,83 -1,45** 0,66 -2,89* 0,83 -1,44** 0,66 Amarelo 0,80 1,19 1,28 1,17 0,22 0,92 1,20 1,16 0,27 0,92 Indígena -2,18 1,21 -1,39 1,20 -0,46 0,95 -1,43 1,20 -0,42 0,95

Fatores de Fluxo Lição de casa (omitida = não faz)

Faz lição 8,82* 0,74 7,93* 0,72 3,84* 0,58 7,76* 0,72 3,65* 0,58 Missing 6,92** 2,87 6,80** 2,85 2,46 2,26 6,77** 2,84 2,38 2,26

Trabalha (omitida = não) -2,80* 0,64 -3,13* 0,63 -1,02** 0,50 -2,98* 0,63 -0,97** 0,50 Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora e missing)

Entre ½ hora e 1 hora -1,19 0,79 -1,02 0,77 -0,57 0,61 -1,17 0,77 -0,69 0,61

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lv

Mais de 1 hora -6,10* 1,06 -5,20* 1,05 -1,84** 0,84 -5,16* 1,05 -1,84** 0,84 Tipo de transporte utilizado para ir para a escola (omitida = a pé e missing)

Ônibus 2,92* 0,75 2,23* 0,73 0,06 0,58 1,99* 0,74 0,12 0,59 Bicicleta -1,27 0,93 -0,94 0,93 -0,61 0,73 -0,85 0,93 -0,57 0,73 Transporte escolar -1,72 2,18 -3,14 2,18 -2,90 1,74 -3,51 2,18 -3,00 1,74 Outros 3,86* 1,17 3,50* 1,18 1,48 0,94 3,51* 1,18 1,61 0,94

Leu história em quadrinhos (omitida = não leu)

Leu 3,31* 0,68 3,52* 0,67 1,83* 0,54 3,55* 0,67 1,87* 0,53 Missing 4,22* 1,22 4,07* 1,46 1,11 1,16 4,01* 1,46 1,29 1,16

Leu jornais e revistas (omitida = não leu e missing) 3,24* 0,68 3,86* 0,67 1,02 0,53 3,83* 0,67 1,00 0,53

Sabe usar computador? (omitida = não sabe e missing) -1,26* 0,49 -0,49 0,50 -0,42 0,39 -0,41 0,50 -0,50 0,40

Trajetória Passada Número de vezes que repetiu o ano (omitida = nunca repetiu e missing)

1 vez -6,19* 0,57 -5,77* 0,56 -1,68* 0,45 -5,67* 0,56 -1,61* 0,45 2 vezes -6,98* 0,80 -6,39* 0,79 -2,15* 0,63 -6,18* 0,79 -2,05* 0,63 3 vezes -6,89* 1,13 -6,37* 1,11 -2,21* 0,88 -6,38* 1,10 -2,27* 0,88 Mais de 3 vezes -7,72* 2,16 -6,83* 2,16 -4,07** 1,72 -6,57* 2,16 -3,88** 1,72

Tipo de escola que já estudou (omitida = somente escola pública)

Pública e particular 1,00** 0,51 2,81* 0,52 0,98** 0,41 2,71* 0,52 0,90** 0,41 Missing -1,74 2,68 -1,04 2,66 0,63 2,11 -1,19 2,65 0,43 2,11

FAMÍLIA

Estado (omitida = Mato Grosso do Sul) Roraima -4,47* 0,93 -1,76** 0,73 -2,66* 1,05 0,15 0,84 Pará -4,98* 0,76 -3,13* 0,60 -4,58* 0,82 -2,50* 0,65 Pernambuco -11,5* 0,78 -6,25* 0,62 -10,7* 0,88 -5,28* 0,70

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lvi

Sergipe -3,68* 1,03 -1,80** 0,83 -2,86* 1,14 -0,40 0,92 Goiás -0,55 0,76 -1,26** 0,60 -1,06 0,93 -0,21 0,74

Com quem mora: (omitida = só com a mãe)

Mora só com o pai -0,91 1,27 1,20 1,00 -0,66 1,27 1,24 1,00 Mora com o pai e a mãe -0,43 0,56 0,70 0,44 -0,36 0,55 0,73 0,44 Outros arranjos e Missing -0,12 1,08 -0,09 0,86 0,04 1,08 -0,06 0,86

Pai sabe ler e escrever (omitida = não e missing) -0,09 0,76 -0,60 0,60 -0,20 0,76 -0,58 0,60

Mãe sabe ler e escrever (omitida = não e missing) 2,18* 0,86 0,87 0,68 2,15* 0,86 0,91 0,68

Água encanada na residência (omitida = não possui) 3,54* 0,70 2,25* 0,56 3,57* 0,70 2,35* 0,56

Rua calçada na residência (omitida = não possui) 0,60 0,50 -0,11 0,39 0,72 0,50 -0,04 0,40

Posse de bens duráveis -3,05* 0,33 -1,63* 0,26 -3,17* 0,33 -1,69* 0,26 Pais conhecem o professor (omitida = não conhecem e missing) -1,69* 0,64 -0,30 0,51 -1,76* 0,64 -0,25 0,51

Pais conhecem o diretor (omitida = não conhecem e missing) -2,06* 0,68 -0,91 0,54 -2,09* 0,67 -0,95 0,54

EFEITO ESCOLA (PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA)

PROFESSOR

Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior (omitida = menos de 50% e missing)

-3,59* 0,58 -1,56** 0,66 0,04 0,52

Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona (omitida = menos de 50% e missing)

1,56* 0,50 0,24 0,51 -0,93** 0,40

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lvii

DIRETOR

Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não)

Sim -2,33** 1,20 0,25 1,28 2,14** 1,01 Missing -0,67 1,57 0,69 1,69 2,81** 1,33

Escolaridade – Diretor possui curso de pós-graduação (omitida = não e missing)

1,60* 0,50 1,25* 0,51 0,16 0,40

Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada (omitida = não)

Sim -0,96 0,58 -0,86 0,58 -0,30 0,46 Missing -3,10* 1,19 -2,17 1,22 -0,85 0,96

ESCOLA

Condições das instalações físicas básicas e especiais 2,30* 0,30 1,70* 0,33 1,11* 0,26

Serviços disponíveis 1,62* 0,42 -0,01 0,47 0,79** 0,37 Segurança na escola -0,52 0,38 -0,22 0,41 -0,11 0,32

Constante 45,42 46,65 19,04 61,79 47,34 16,69 R2 0,37 0,44 0,71 0,16 0,45 0,71 N 5.871 5.770 5.675 6.808 5.770 5.675 N Total 6827

Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – CEDEPLAR/INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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lviii

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lix

ANEXO 2.6

Tabela COMPLETA para a comparação do efeito valor adicionado - Coeficientes, Erros Padrão e Significância das Regressões

por Mínimos Quadrados Ordinários - Matemática e Português

Grupo Condicionado: Alunos que estavam presentes em novembro de 1999 e novembro de 2000, 5ª série / 2000

Grupo Condicionado Matemática Português

Modelo 4 Modelo 5 Modelo 4 Modelo 5 Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão

EFEITO INDIVÍDUO (ALUNO E FAMÍLIA)

ALUNO Nota do teste anterior – Matemática ou Português de novembro de 1999 0,58* 0,01 0,62* 0,01

Fatores Estruturais Sexo (omitida = masculino) -2,80* 0,43 -0,96* 0,34 6,44* 0,48 3,46* 0,39 Raça (omitida = branco)

Mulato 1,10** 0,47 0,40 0,37 1,27** 0,52 0,23 0,41 Negro -1,93* 0,74 0,15 0,59 -2,89* 0,83 -1,44** 0,66 Amarelo 1,38 1,04 0,35 0,82 1,20 1,16 0,27 0,92 Indígena -1,60 1,07 -0,28 0,84 -1,43 1,20 -0,42 0,95

Fatores de Fluxo Processo Corrente Lição de casa (omitida = não faz)

Faz lição 5,82* 0,65 2,51* 0,51 7,76* 0,72 3,65* 0,58 Missing 3,15 2,54 1,21 2,01 6,77** 2,84 2,38 2,26

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lx

Trabalha (omitida = não) -1,39* 0,57 -0,66 0,45 -2,98* 0,63 -0,97** 0,50 Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora e missing)

Entre ½ hora e 1 hora -0,68 0,69 0,18 0,54 -1,17 0,77 -0,69 0,61 Mais de 1 hora -6,85* 0,94 -2,65* 0,74 -5,16* 1,05 -1,84** 0,84

Tipo de transporte utilizado para ir para a escola (omitida = a pé e missing)

Ônibus 2,43* 0,66 0,73 0,52 1,99* 0,74 0,12 0,59 Bicicleta -0,50 0,83 -0,41 0,65 -0,85 0,93 -0,57 0,73 Transporte escolar -0,36 1,95 -1,04 1,53 -3,51 2,18 -3,00 1,74 Outros 1,75 1,05 0,50 0,83 3,51* 1,18 1,61 0,94

Leu história em quadrinhos (omitida = não leu) Leu 2,99* 0,60 1,53* 0,47 3,55* 0,67 1,87* 0,53 Missing 3,13** 1,31 0,85 1,03 4,01* 1,46 1,29 1,16

Leu jornais e revistas (omitida = não leu e missing) 3,87* 0,60 0,76 0,47 3,83* 0,67 1,00 0,53 Trajetória Passada Número de vezes que repetiu o ano (omitida = nunca repetiu e missing)

1 vez -4,80* 0,50 -1,62* 0,40 -5,67* 0,56 -1,61* 0,45 2 vezes -5,73* 0,71 -1,78* 0,56 -6,18* 0,79 -2,05* 0,63 3 vezes -5,50* 0,99 -1,88** 0,78 -6,38* 1,10 -2,27* 0,88 Mais de 3 vezes -6,27* 1,92 -1,61 1,51 -6,57* 2,16 -3,88** 1,72

Tipo de escola que já estudou (omitida = somente escola pública)

Pública e particular 1,99 0,47 0,15 0,37 2,71* 0,52 0,90** 0,41 Missing -4,58** 2,37 -4,65 1,86 -1,19 2,65 0,43 2,11

Sabe usar computador? (omitida = não sabe e missing) 0,56 0,45 0,32 0,35 -0,41 0,50 -0,50 0,40

FAMÍLIA

Estado (omitida = Mato Grosso do Sul) Roraima -4,75* 0,94 -1,29 0,74 -2,66* 1,05 0,15 0,84 Pará -5,60* 0,73 -3,00* 0,57 -4,58* 0,82 -2,50* 0,65

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lxi

Pernambuco -9,61* 0,78 -3,56* 0,62 -10,7* 0,88 -5,28* 0,70 Sergipe -4,72* 1,02 -2,20* 0,80 -2,86* 1,14 -0,40 0,92 Goiás 0,92 0,83 -0,08 0,65 -1,06 0,93 -0,21 0,74

Com quem mora: (omitida = só com a mãe)

Mora só com o pai -0,85 1,13 1,00 0,89 -0,66 1,27 1,24 1,00 Mora com o pai e a mãe -0,93 0,50 -0,08 0,39 -0,36 0,55 0,73* 0,44 Outros arranjos e Missing 1,02 0,97 0,87 0,76 0,04 1,08 -0,06 0,86

Pai sabe ler e escrever (omitida = não e missing) -0,04 0,68 -0,26 0,53 -0,20 0,76 -0,58 0,60 Mãe sabe ler e escrever (omitida = não e missing) 2,28* 0,77 1,03 0,60 2,15* 0,86 0,91 0,68 Água encanada na residência (omitida = não possui) 2,41* 0,63 0,95 0,49 3,57* 0,70 2,35* 0,56 Rua calçada na residência (omitida = não possui) 0,56 0,45 0,46 0,35 0,72 0,50 -0,04 0,40 Posse de bens duráveis -1,25* 0,29 -0,43 0,23 -3,17* 0,33 -1,69* 0,26 Pais conhecem o professor (omitida = não conhecem e missing) -1,28** 0,57 -0,02 0,45 -1,76* 0,64 -0,25 0,51

Pais conhecem o diretor (omitida = não conhecem e missing) -2,20* 0,60 -1,01** 0,48 -2,09* 0,67 -0,95 0,54

EFEITO ESCOLA (PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA)

PROFESSOR Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior (omitida = menos de 50% e missing)

-0,82 0,59 0,03 0,46 -1,56** 0,66 0,04 0,52

Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona (omitida = menos de 50% e missing)

2,07* 0,45 1,05* 0,36 0,24 0,51 -0,93** 0,40

DIRETOR

Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não)

Sim 0,03 1,15 0,51 0,90 0,25 1,28 2,14** 1,01

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lxii

Missing 1,34 1,51 1,60 1,19 0,69 1,69 2,81** 1,33 Escolaridade – Diretor possui curso de pós-graduação (omitida = não e missing) 1,03** 0,45 0,48 0,36 1,25* 0,51 0,16 0,40

Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada (omitida = não)

Sim -2,64* 0,52 -1,18* 0,41 -0,86 0,58 -0,30 0,46 Missing -2,82* 1,09 -1,14 0,86 -2,17* 1,22 -0,85 0,96

ESCOLA

Condições das instalações físicas básicas e especiais 0,70** 0,30 0,15 0,23 1,70* 0,33 1,11* 0,26 Serviços disponíveis -1,07* 0,42 -0,19 0,33 -0,01 0,47 0,79** 0,37 Segurança na escola 0,00 0,36 0,18 0,28 -0,22 0,41 -0,11 0,32

Constante 52,33 21,09 47,34 16,69 R2 0,42 0,70 0,45 0,71 N 5.775 5.732 5.770 5.675 N Total 6828 6827 Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;

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lxiii

ANEXO 2.7

Tabela COMPLETA para a comparação do efeito heterogeneidade - Coeficientes, Erros Padrão e Significância das Regressões por Mínimos Quadrados Ordinários - Matemática e Português

Grupo Condicionado: Alunos que estavam presentes em novembro de 1999 e novembro de 2000, 5ª série / 2000 e

Grupo Independente: Alunos que estavam presentes em novembro de 2000, 5ª série / 2000

Grupo Condicionado Grupo Independente Matemática Português Matemática Português

Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4 Modelo 4 Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão Coefic.

(1) Erro-

Padrão EFEITO INDIVÍDUO (ALUNO e

FAMÍLIA) EFEITO INDIVÍDUO (ALUNO e

FAMÍLIA)ALUNO ALUNO

Fatores Estruturais Fatores Estruturais Sexo (omitida = masculino) -2,80* 0,43 6,44* 0,48 Sexo (omitida = masculino) -3,5 0,30 5,62* 0,30 Raça (omitida = branco) -

Mulato 1,10** 0,47 1,27** 0,52 - Negro -1,93* 0,74 -2,89* 0,83 - Amarelo 1,38 1,04 1,20 1,16 - Indígena -1,60 1,07 -1,43 1,20

Fatores de Fluxo Fatores de Fluxo Processo Corrente Processo Corrente Lição de casa (omitida = não faz) Lição de casa (omitida = não faz e 3,62* 0,42 5,43* 0,42

Faz lição 5,82* 0,65 7,76* 0,72 Missing 3,15 2,54 6,77** 2,84

Trabalha (omitida = não) -1,39* 0,57 -2,98* 0,63 Trabalha (omitida = não) -1,63* 0,38 -3,28* 0,38

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lxiv

Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora e missing)

Tempo gasto entre a casa e a escola (omitida = menos de ½ hora)

Entre ½ hora e 1 hora -0,68 0,69 -1,17 0,77 Entre ½ hora e 1 hora -0,90** 0,47 -0,50 0,47 Mais de 1 hora -6,85* 0,94 -5,16* 1,05 Mais de 1 hora -6,15* 0,61 -5,12* 0,61

Missing -6,81* 1,66 -3,56** 1,66 Tipo de transporte utilizado para ir para a escola (omitida = a pé e missing)

Tipo de transporte utilizado para ir para a escola (omitida = a pé)

Ônibus 2,43* 0,66 1,99* 0,74 Ônibus 2,14* 0,43 1,70* 0,43 Bicicleta -0,50 0,83 -0,85 0,93 Bicicleta -0,60 0,55 -0,76 0,55 Transporte escolar -0,36 1,95 -3,51 2,18 Transporte escolar 1,63 1,25 1,27 1,25 Outros 1,75 1,05 3,51* 1,18 Outros 2,17* 0,79 2,75* 0,79

Missing 5,77* 1,56 6,46* 1,56 Leu história em quadrinhos (omitida = não leu) Leu história em quadrinhos

(omitida = não leu e Missing) 2,89* 0,35 3,27* 0,39

Leu 2,99* 0,60 3,55* 0,67 Missing 3,13** 1,31 4,01* 1,46

Leu jornais e revistas (omitida = não leu e missing) 3,87* 0,60 3,83* 0,67 Leu jornais e revistas (omitida =

não leu e Missing) 3,30* 0,38 3,25* 0,41

Trajetória Passada Trajetória Passada Número de vezes que repetiu o ano (omitida = nunca repetiu e missing) Número de vezes que repetiu o ano

(omitida = nunca repetiu)

1 vez -4,80* 0,50 -5,67* 0,56 1 vez -3,66* 0,32 -4,64* 0,35 2 vezes -5,73* 0,71 -6,18* 0,79 2 vezes -4,27* 0,41 -5,04* 0,45 3 vezes -5,50* 0,99 -6,38* 1,10 3 vezes -3,38* 0,56 -3,68* 0,62 Mais de 3 vezes -6,27* 1,92 -6,57* 2,16 Mais de 3 vezes -2,90* 1,04 -4,40* 1,15

Missing -6,86* 1,58 -6,59* 1,74 Tipo de escola que já estudou (omitida = somente escola pública) Tipo de escola que já estudou

(omitida = somente escola pública)

Pública e particular 1,99* 0,47 2,71* 0,52 Pública e particular 2,63* 0,30 2,64* 0,33 Missing -4,58** 2,37 -1,19 2,65 Missing -2,61** 1,28 -1,20 1,42

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lxv

Sabe usar computador ? (omitida = não sabe e missing) 0,56 0,45 -0,41 0,50 Sabe usar computador ? (omitida =

não sabe)

Sabe usar 0,04 0,29 -0,67** 0,32 Missing 2,41 1,41 0,77 1,55

FAMÍLIA FAMÍLIA

Estado (omitida = Mato Grosso do Sul) Estado (omitida = Mato Grosso do

Sul)

Roraima -4,75* 0,94 -2,66* 1,05 Roraima -4,35* 0,60 -2,53* 0,66 Pará -5,60* 0,73 -4,58* 0,82 Pará -6,14* 0,49 -5,12* 0,54 Pernambuco -9,61* 0,78 -10,7* 0,88 Pernambuco -8,55* 0,51 -9,52* 0,56 Sergipe -4,72* 1,02 -2,86* 1,14 Sergipe -3,83* 0,64 -3,15* 0,70 Goiás 0,92 0,83 -1,06 0,93 Goiás 0,95 0,53 -1,00 0,58

Com quem mora: (omitida = só com a mãe)

Com quem mora: (omitida = só

com a mãe)

Mora só com o pai -0,85 1,13 -0,66 1,27 Mora só com o pai -0,70 0,68 -1,05 0,75 Mora com o pai e a mãe -0,93 0,50 -0,36 0,55 Mora com o pai e a mãe -1,19* 0,32 -1,15* 0,35 Outros arranjos e Missing 1,02 0,97 0,04 1,08 Outros arranjos e Missing -0,50 0,56 0,07 0,62

Pai sabe ler e escrever (omitida = não e missing) -0,04 0,68 -0,20 0,76 Pai sabe ler e escrever (omitida =

não)

Sim 1,68* 0,52 1,28** 0,58 Missing 1,47** 0,68 1,42 0,75 Mãe sabe ler e escrever (omitida = não e missing) 2,28* 0,77 2,15* 0,86 Mãe sabe ler e escrever

(omitida = não e missing) 1,32* 0,45 1,35* 0,50

Água encanada na residência (omitida = não possui) 2,41* 0,63 3,57* 0,70 Água encanada na residência

(omitida = não possui) 2,35* 0,39 2,94* 0,42

Rua calçada na residência (omitida = não possui) 0,56 0,45 0,72 0,50 Rua calçada na residência (omitida

= não possui) 0,27 0,29 0,07 0,32

Posse de bens duráveis -1,25* 0,29 -3,17* 0,33 Posse de bens duráveis -1,02* 0,18 -2,57* 0,20 Pais conhecem o professor (omitida = não conhecem e missing) -1,28** 0,57 -1,76* 0,64 Pais conhecem o professor

(omitida = não conhecem)

Conhecem -0,63 0,38 -1,03* 0,42

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lxvi

Missing 1,90* 0,54 1,60* 0,60 Pais conhecem o diretor (omitida = não conhecem e missing) -2,20* 0,60 -2,09* 0,67 Pais conhecem o diretor (omitida =

não conhecem e missing) -2,02* 0,35 -2,14* 0,39

FEITO ESCOLA (PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA)

FEITO ESCOLA (PROFESSOR, DIRETOR E ESCOLA)

PROFESSOR PROFESSOR

Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior (omitida = menos de 50% e missing)

-0,82 0,59 -1,56** 0,66

Escolaridade – Proporção de professores na escola que possui ensino superior (omitida = menos de 50% e missing)

0,38 0,38 -0,39 0,41

Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona (omitida = menos de 50% e missing)

2,07* 0,45 0,24 0,51

Capacitação do professor - Proporção de professores na escola que participou de atividade de formação continuada sobre conteúdas da disciplina que leciona (omitida = menos de 50% e missing)

1,20* 0,29 -0,19 0,32

DIRETOR DIRETOR

Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não)

Escolaridade – Diretor possui ensino superior (omitida = não e missing)

-0,36 0,46 -0,90 0,51

Sim 0,03 1,15 0,25 1,28 Missing 1,34 1,51 0,69 1,69

Escolaridade – Diretor possui curso de pós-graduação (omitida = não e missing)

1,03** 0,45 1,25* 0,51 Escolaridade – Diretor possui curso de pós-graduação (omitida = não e missing)

0,64** 0,29 1,17* 0,32

Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada (omitida = não)

Capacitação do diretor - Participou de atividade de formação continuada (omitida = não)

Sim -2,64* 0,52 -0,86 0,58 Sim -1,06* 0,33 0,45 0,37

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lxvii

Missing -2,82* 1,09 -2,17 1,22 Missing -0,64 0,60 -1,05 0,66

ESCOLA ESCOLA

Condições das instalações físicas básicas e especiais 0,70** 0,30 1,70* 0,33 Condições das instalações físicas

básicas e especiais 0,49* 0,19 0,94* 0,21

Serviços disponíveis -1,07* 0,42 -0,01 0,47 Serviços disponíveis -1,08* 0,26 -0,69** 0,29 Segurança na escola 0,00 0,36 -0,22 0,41 Segurança na escola -0,17 0,23 -0,41 0,25

Constante 52,33 47,34 Constante 52,75 50,62 R2 0,42 0,45 R2 0,37 0,39 N 5.775 5.770 N 14.247 14.251 N Total 6828 6827 N Total 15490 15447 Fonte: Avaliação de Desempenho: Fatores Associados – INEP 1999/2000 Notas: (1) *Significativo a 1%; **Significativo a 5%;