mÉdicos, doentes e hospitais: a construção de uma … · de que as recomendações médicas...

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MÉDICOS, DOENTES E HOSPITAIS: a construção de uma memória da criação dos espaços hospitalares em Teresina entre 1889 e 1920 MÁRCIA CASTELO BRANCO SANTANA A prática de caridade para com o pobre teve como principal iniciativa as entidades religiosas que ajudavam os doentes, bêbados, loucos, aleijados e mendigos. Essas ações começaram a disseminar a ideia de medicalização nesses espaços, bem como o louco passou a ser alvo de uma prática de internamento. Essa relação entre caridade, Santa Casa de Misericórdia (hospital) e criação dos asilos de alienados encontra seus mecanismos de atuação em todo o território brasileiro. Assim, refletiremos sobre tais questões, objetivando desenvolver uma análise do processo de medicalização dos doentes no Piauí durante o processo de implantação das primeiras instituições hospitalares em Teresina no espaço conhecido como Campo de Marte. Ao percorrermos a trajetória de uma política de construção dos hospitais para tratar dos diferentes doentes observamos como foi realizado toda uma campanha nos jornais locais e, em textos de médicos, no sentido que fossem viabilizadas essas ações. Assim, a figura dos médicos, enquanto facultativos das duas instituições, tornaram-se fundamentais para tal objetivo, pois em torno de seus nomes constituiu-se uma memória de luta pela construção desses espaços. PALAVRAS-CHAVE: Hospital. Doenças. Médico. Memória. Jornal. No Piauí, a assistência aos doentes esteve ligada também à ordem da Misericórdia. Inicialmente, os pobres da Província eram tratados no incipiente Hospital de Caridade que foi fundado em 1835. No entanto, colocou-se posteriormente a necessidade de que tal estabelecimento ficasse a cargo de uma irmandade da misericórdia. Tal fato não se deu de imediato, tendo em vista que, antes de acontecer isso, esse mesmo hospital foi transferido para a nova sede da província que viria a ser Teresina. Apenas 25 anos depois, em dezembro de 1860, diante da péssima condição do edifício em que estava instalado o hospital, o presidente, Dr. Manoel Antônio Duarte de Azevedo, fundaria a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, e em agosto de 1861, na administração do Dr. Gayoso, o Hospital de Caridade seria substituído pela Santa Casa de Misericórdia (FREITAS, 1988). Como núcleo gerador dos primeiros hospitais de caridade, as irmandades religiosas cuidaram primeiramente dos pobres, um papel que era mais caritativo do que hospitalar e só no século XIX veio a assistência aos loucos. Razão por que, quando se fala de assistência aos alienados, relacionam-se esses papéis às Santas Casas de Misericórdia. Nesse sentido, encontramos os primeiros asilos para alienados, anexo a uma Santa Casa ou sob sua UESPI/UFPE, Doutoranda em História, apoio FAPEPI.

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MÉDICOS, DOENTES E HOSPITAIS: a construção de uma memória da criação dos espaços

hospitalares em Teresina entre 1889 e 1920

MÁRCIA CASTELO BRANCO SANTANA

A prática de caridade para com o pobre teve como principal iniciativa as entidades religiosas que

ajudavam os doentes, bêbados, loucos, aleijados e mendigos. Essas ações começaram a disseminar a

ideia de medicalização nesses espaços, bem como o louco passou a ser alvo de uma prática de

internamento. Essa relação entre caridade, Santa Casa de Misericórdia (hospital) e criação dos asilos

de alienados encontra seus mecanismos de atuação em todo o território brasileiro. Assim, refletiremos

sobre tais questões, objetivando desenvolver uma análise do processo de medicalização dos doentes no

Piauí durante o processo de implantação das primeiras instituições hospitalares em Teresina no espaço

conhecido como Campo de Marte. Ao percorrermos a trajetória de uma política de construção dos

hospitais para tratar dos diferentes doentes observamos como foi realizado toda uma campanha nos

jornais locais e, em textos de médicos, no sentido que fossem viabilizadas essas ações. Assim, a figura

dos médicos, enquanto facultativos das duas instituições, tornaram-se fundamentais para tal objetivo,

pois em torno de seus nomes constituiu-se uma memória de luta pela construção desses espaços.

PALAVRAS-CHAVE: Hospital. Doenças. Médico. Memória. Jornal.

No Piauí, a assistência aos doentes esteve ligada também à ordem da Misericórdia.

Inicialmente, os pobres da Província eram tratados no incipiente Hospital de Caridade que foi

fundado em 1835. No entanto, colocou-se posteriormente a necessidade de que tal

estabelecimento ficasse a cargo de uma irmandade da misericórdia. Tal fato não se deu de

imediato, tendo em vista que, antes de acontecer isso, esse mesmo hospital foi transferido para

a nova sede da província que viria a ser Teresina. Apenas 25 anos depois, em dezembro de

1860, diante da péssima condição do edifício em que estava instalado o hospital, o presidente,

Dr. Manoel Antônio Duarte de Azevedo, fundaria a Irmandade da Santa Casa de

Misericórdia, e em agosto de 1861, na administração do Dr. Gayoso, o Hospital de Caridade

seria substituído pela Santa Casa de Misericórdia (FREITAS, 1988).

Como núcleo gerador dos primeiros hospitais de caridade, as irmandades religiosas

cuidaram primeiramente dos pobres, um papel que era mais caritativo do que hospitalar e só

no século XIX veio a assistência aos loucos. Razão por que, quando se fala de assistência aos

alienados, relacionam-se esses papéis às Santas Casas de Misericórdia. Nesse sentido,

encontramos os primeiros asilos para alienados, anexo a uma Santa Casa ou sob sua

UESPI/UFPE, Doutoranda em História, apoio FAPEPI.

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administração, que, por sua vez “[...] estavam sob a jurisdição dos respectivos governos

provinciais e a eles prestavam contas do funcionamento dos ‘estabelecimentos pios’ que lhes

pertenciam e de suas atividades filantrópicas [...]” (ODA; DALGALARRONDO, 2005: 985).

É notório também que a prática de caridade para com o pobre teve como principal

iniciativa as entidades leigas. Formadas por brancos advindos de uma elite local, esses grupos

prestavam ajuda a doentes, bêbados, loucos, aleijados e mendigos. A ação desses grupos

aumentava à medida que os espaços urbanos nascentes cresciam, pois, além do papel de ajuda

que desempenhavam, funcionavam junto ao Estado como outro mecanismo de vigilância à

desordem de uma vagabundagem cada vez mais proeminente no mundo da cidade. Por outro

lado, essas benfeitorias traziam prestígio e privilégios a seus membros, pois significava

circular entre a elite e obter alguns valores financeiros que tais entidades possuíam. Segundo

Lilia Ferreira Lobo (LOBO, 2008), no Brasil uma das ordens mais destacada seria as

Misericórdias, que se espalharam não só pelo vasto Império português e seus domínios, como

também por quase todas as regiões do Brasil.

Essa relação entre caridade, Santa Casa de Misericórdia e criação dos asilos de

alienados encontra seus mecanismos de atuação em todo o território brasileiro. Ao fundar os

hospitais e realizarem o tratamento dos doentes pobres, as Santas Casas passaram também a

abrigar em seus espaços os doentes mentais que chegavam a sua porta. A solicitação de seus

serviços tornou-se cada vez mais proeminente, com o crescimento da pobreza nas cidades,

que passava a ser objeto de desconfiança e de controle, já que a pobreza em si não era o que

se temia, mas as transgressões que acompanhavam esse grupo.

Nesse mesmo patamar de discussão, Lília Ferreira Lobo reafirma três pontos que

perpassaram essas instituições no século XIX: criação de estabelecimentos especializados

como os hospícios para loucos, o caráter médico que os hospitais receberam e, para nós em

particular, um terceiro ponto que foi a “[...] as separações institucionais [que] ocorreram

também nos saberes especialmente o médico-psiquiátrico das apropriações classificatórias das

alienações [...]” (LOBO, 2008: 261). São esses três fatores que começaram a disseminar não

só uma atenção aos doentes de maneira diferente, como o louco também passaria a ser alvo de

uma prática de internamento nos asilos, mesmo que esse tipo de internação fosse mais de

assistencialismo do que de tratamento médico.

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Em relação a Santa Casa de Misericórdia de Teresina nota-se também que a presença

médica no hospital ocorria de forma muito limitada, visto que o médico era funcionário

pertencente ao partido público, conforme coloca o relatório de 1878 do Dr. Sancho Pimentel

(FREITAS, 1998). Soma-se na esfera da Santa Casa uma gama de fatores que permitiria

manter seu papel muito mais caritativo do que completamente médico. Somente na última

década do Império, definiram-se melhor não só os serviços do hospital como a especificação

do pessoal do serviço médico e suas atribuições. Definia-se melhor também quem poderia ser

o facultativo clínico para ser admitido na Santa Casa. É desse período outro grande ponto a

ser observado no decreto provincial nº 25 de 22 de abril de 1890, em que se regulamentam essas

questões acima, que foi o aparecimento, no seu artigo 40, da primeira menção aos doentes

alienados.

No Piauí, a atuação dos médicos, seria sentida com força a partir da presença em

atendimentos privados, nas enfermarias militares, onde se atendiam os presos e soldados e no

Hospital de Caridade. Sua formação vinculava-se, também, às faculdades do Rio de Janeiro e

da Bahia, e seu retorno era bastante prestigiado pela sociedade. Muitos dos médicos tiveram

um papel relevante na sua profissão como ganharam destaque na área política e das letras. A

documentação nos aponta que podiam ser identificados atuando como clínicos, como

legisladores, jornalistas e literários, não se restringindo apenas ao papel social de médicos.1

Nesse ponto, podemos citar como exemplo os médicos Simplício de Sousa Mendes, durante o

século XIX, e Areolino Antônio de Abreu que teve destaque maior na área política no século

XX.

Simplício de Sousa Mendes formou-se em medicina na Bahia em dezembro de 1845.

Ao retornar para o Piauí, atuaria como professor no Liceu e depois como Diretor da Instrução

Pública. Posteriormente foi médico do Partido Público. Entre os cargos políticos, assumiu o

de deputado provincial, em várias legislaturas, e em 1861 o de Deputado Geral pelo Piauí.

Monsenhor Chaves, em relação à biografia do médico, destaca que ele “estava sempre a

serviço da comunidade, principalmente dos pobres, de quem nada recebia pelo seu trabalho”

1 Identificamos ofício dos médicos solicitando licença dos cargos que ocupavam para assumirem a vaga de

deputado, bem como nos jornais consultados visualizamos várias notas sobre outras atividades exercidas pelos

médicos em Teresina como a de jornalista.

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(CHAVES, 1998: 515). Já Areolino Antônio de Abreu se destacaria como vice-governador do

Piauí e um dos principais articuladores na fundação de um espaço para recolher os doentes

mentais em Teresina em 1907, que foi o asilo para alienados. Como médico, teve sua

formação ligada à Faculdade da Bahia, defendendo sua tese em 1887. Além desses cargos,

ainda foi professor e jornalista, sendo sempre elogiado na imprensa local como grande orador

e articulador político. Como médico lhe atribuíam a condição de sempre exercer uma “clínica

illustrada e generosa” e dar continuidade aos trabalhos de “Simplício Mendes e Arêao

Leão”(DR. AREOLINO DE ABREU, 1909: 2). Mais tarde se destacaria na luta pela fundação

do Asilo para Alienados em Teresina.

Com um número razoável de facultativos, Teresina não se caracterizava, portanto,

como uma cidade em que o saber médico, e mesmo sua atuação, fosse algo raro na segunda

metade do século XIX e início do XX. Isso porque a presença médica na capital se fazia

visível em vários espaços de atuação e principalmente nos momentos de epidemias que

ocorreram no Estado, e o governo nomeava as comissões médicas que agiam ativamente em

seu controle.

Desse modo, médicos como Constantino Luiz da Silva, Portella Parentes, Beijamim

Baptista, Mario Rocha, Vaz da Silveira, entre outros, atuavam nesses setores e colocavam os

anúncios para informar à população o local, a data e horário em que consultavam. Esses eram

anúncios das consultas particulares realizadas por esses médicos, como identificamos no

publicado por Constantino Luiz no jornal local Liga e Progresso: “O Dr. Constantino Luiz da

Silva Moura, se acha residindo na Rua da Palma, casa n. 6, onde pode ser procurado a

qualquer hora do dia ou da noite para o exercício da sua profissão médica. Presta-se

igualmente a chamado fora da cidade” (LIGA E PROGRESSO, 1865: 05). Em anos

posteriores, encontramos outros anúncios dessa prestação de serviço com a inclusão de um

horário para atender os pobres ou especificando os tipos de doenças que eram possíveis ser

tratadas pelo médico:

Dr. M. Affonso Ferreira - Médico

Consultas grátis aos pobres das 2 às 4 horas da tarde

Na Pharmacia Collect (DR. M. AFFONSO FERREIRA, 1907: 03).

Dr. Vaz da Silveira: Especialidade: operações e moléstias nervosas

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Consultas: Segunda, quartas e sabbados, das duas as cinco horas da tarde

Residência e Consultório: Rua Senador Pacheco (Rua Bella) n. 39 (DR. VAZ DA

SILVEIRA, 1911: 04).

Além desse anúncio, o dr. Vaz da Silveira publicou outro texto informando que, sob

sua direção, tinha um consultório médico na “Pharmacia Nova” onde o atendimento aos

pobres era gratuito (CONSULTÓRIO MÉDICO, 1911: 04). O que parece ter sido uma prática

entre os médicos, que tinham tanto uma clientela que pagava pelas consultas, como

destinavam alguns horários para atender de forma gratuita à população carente de recursos

financeiros. As especialidades a que cada um estava habilitado a cuidar também já

começavam a fazer partes dos anúncios, conforme expressou o médico Vaz da Silveira no

anúncio de seu atendimento. Assim, os anúncios publicados na impressa local nos permitem

uma boa visualização desse fato tão presente na vida dos médicos da capital no qual

anunciavam o local, os dias e horários de atendimentos. Por outro lado, o médico passa a ser

uma peça fundamental como divulgador e portador do conhecimento para a cura das doenças,

no combate às causas das epidemias e o articulador de meios preventivos para promoção da

saúde da população. A partir desses pontos era visível que a ação médica era relevante na

organização e administração da cidade e do bom funcionamento dos hospitais. A concepção

de que as recomendações médicas deveriam ser incorporadas para redução das moléstias

transmissíveis no seio de uma população, que se caracterizava cada vez mais como urbana,

ganhou voz mais proeminente entre as falas das autoridades que buscavam nas explicações

médicas o apoio para disseminar essas ideias.

Uma dessas iniciativas foi expressa pelo presidente da Província em sua mensagem

em 1874 ao falar do estado sanitário de Teresina. Focalizando as febres paludosas como uma

doença, que desde 1868, não possuía caráter epidêmico, e no ano de 1874 dava sinais de que

poderia voltar a ser, o governo agiria da seguinte forma:

Para estudar as causas de tão terrível moléstia e indicar os meios de melhorar as

condições hygiênicas da capital, nomeei uma comissão de profissionais composta

dos Drs. Simplício de Souza Mendes, Raimundo Arêao Leão, Joaquim Antônio da

Cruz, Constantino Luiz da Silva Moura e Antônio Hermenegildo de Castro (PIAUÍ,

1874: 16).

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Conforme trecho da mensagem, nota-se a preocupação do gestor em constituir uma

cidade limpa dos fatores disseminadores do surto da doença entre a população. É importante

ressaltar que a tomada de medidas baseadas nas recomendações médicas relativas à questão

da higiene nas cidades passou a ser um pensamento que aparecia cada vez mais forte entre as

autoridades do Piauí, pois buscavam seguir os conselhos e empregar meios de atingir o estado

de salubridade elencado pelas várias falas da medicina.

Nesse contexto, em junho de 1884, o médico do Partido Público de Teresina oficiava

ao então presidente da província do Piauí, Emígdio Adolpho Victorio da Costa, uma série de

medidas que deveriam ser tomadas pelo governo “a bem da salubridade pública” da capital.

Segundo o médico, o estado sanitário de Teresina apresentava-se bem distante do que era

considerado lisonjeiro e desejável para uma capital. A correspondência, bem longa, trazia

alusão a vários itens que precisavam ser modificados, pela população e pelo poder público,

para que a cidade alcance costumes civilizados, bem como os visitantes não tivessem uma má

impressão quando chegassem à capital (PALÁCIO DO GOVERNO DO PIAUÍ, 1884: 02).

Para o médico, as medidas eram necessárias em virtude do “adiantado estado de

civilização” em que se encontrava a sociedade e da qual Teresina, como capital, deveria estar

no mesmo patamar. Nesse ponto, o médico Raimundo Arêa Leão, elencou 5 (PALÁCIO DO

GOVERNO DO PIAUÍ 1884: 02) medidas que manteriam a cidade dentro dos preceitos

higiênicos recomendados e que resumidamente, eram:

1 Limpeza da cidade com a retirada de lixo das ruas, praças e largos;

2 Cessar a criação de porcos em quintais da décima urbana, bem como expor ao sol

couros secos e salgados;

3 Um médico da Câmara municipal deveria fiscalizar todos os dias o abatimento das

rezes destinadas ao consumo público;

4 Remoção de todos os açougues existentes na cidade em quartos mal arejados e

imundos para a casa do mercado público onde seriam usadas as medidas higiênicas na venda

da carne;

5 Proibição dos enterramentos em catacumbas.

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Não resta dúvida de que as diretrizes postas pelos médicos, no que concerne à

higiene pública, constituía-se a partir de uma medicina social encaminhada dentro de uma

nova concepção em que se pensava as questões de doença e saúde. O médico, como portador

desse conhecimento, adquirido nas faculdades de medicina, apregoava essa luta e procurava

cada vez mais colocar em prática tais questões. Nesse sentido, ocupar os cargos de médico do

Partido Público e atuar junto às autoridades traduz em bom termo estratégias usadas por

muitos deles para conseguir a promoção de uma nova visão da medicina.

Yonissa Marmitt Wadi aborda que essa foi uma luta lenta, porém “[...] contínua por

parte dos defensores dessa nova medicina para alterar as relações e concepções vigentes no

país quanto a questões de doença e saúde” (WADI, 2002: 89). E que se mostrou também

como uma luta para projetar cada vez mais esse conhecimento na sociedade, mas apenas

possível de ser realizado por homens portadores desse conhecimento adquiridos nas

faculdades. Um conhecimento aplicado pelos médicos nas mudanças de costumes, em uma

intervenção nos mais diversos lugares públicos como hospitais, mercados, cadeias e

cemitérios, além de regular a atuação da venda de medicamentos e desenvolver estudos para o

controle das diversas doenças, das epidemias e endemias. Existia, pois, na cidade, a circulação

dessa medicina desenvolvida dentro dos preceitos modernos e preventivos. É evidente que

nem sempre suas ações vão ter o respaldo no seio da população, considerando que muitas

medidas ainda eram distantes da realidade de boa parte da população humilde de Teresina.

Porém, existia um movimento forte em direção a sua aplicação, traduzido nas

regulamentações formuladas pelos poderes públicos e no interior das instituições em que era

necessário a atuação dos médicos.

Fatores que motivariam, segundo Roberto Machado et al, “modificações importantes

no âmbito da medicina, que alargarão os limites de sua ação e presença na sociedade”

(MACHADO, 1978: 167). Daí para frente, a intervenção de um saber especializado do

médico cresceria como condição de medidas que levariam à constituição de uma saúde

pública e de práticas para obtenção de uma população saudável e de uma polícia médica,2 que

2 Para Machado et al, “A polícia médica passa a ser definida como o conjunto de teorias, políticas e práticas que

se aplicam à saúde e bem-estar da população, dizendo respeito a: procriação, bem-estar da mãe e da criança,

prevenção de acidentes, controle e prevenção de epidemias, organização de estatísticas, esclarecimento do povo

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no Brasil era uma novidade, pois, segundo Roberto Machado et al, essa já era uma ideia há

muito presente na Europa, em países como Alemanha e França.

Isso levaria cada vez mais a necessidade de expandir a presença médica, bem como

uma medicalização maior da população com a ampliação de formas de tratamento e de

espaços de atuação desse médico. A própria criação dos lazaretos, das enfermarias para

bexigosos na Santa Casa e de um espaço para cuidar dos loucos, muito além dos que

ocupavam nas celas da Cadeia Pública, significariam o olhar mais preciso desse profissional

na sociedade. Outras esferas de influência direta do médico ocorriam na elaboração dos

códigos de posturas da cidade, no que tange à fiscalização higiênica dos espaços como a

cadeia, estabelecimentos de caridade, profissão médica, fábricas e mercados.3

De qualquer forma, o médico passa a ser uma figura importante no hospital da Santa

Casa, galgando cada vez mais espaços, à medida que o hospital passava a ser visto como o

que melhor atendia à população do Piauí. A importância do médico da Santa Casa se fazia

perceber, através de algumas mensagens que os colocavam como profissionais competentes à

frente de seu cargo e que zelavam pelo bem dos pacientes em situações, muitas vezes,

adversas nas quais se achava o hospital, como bem expressa o relatório do presidente da

província Manoel Espínola Júnior, em 1870, relativo ao hospital ao médico que atendia os

enfermos pobres que chegavam à Santa Casa:

Para os enfermos pobres existem apenas na província dois hospitais, o da Santa

Casa de Misericórdia n’esta capital, que recebe o auxílio dos cofres públicos, e o de

Oeiras sustentado exclusivamente pelos mesmos. Acham-se o primeiro sôb os

cuidados do ilustrado médico Dr. Simplício de Sousa Mendes (PIAUÍ, 1870: 13).

Constava também dos relatórios dos provedores o bom desempenho dos médicos em

relação ao seu trabalho na instituição. Assim como as recomendações que estes realizavam

em termos de saúde, garantia de cuidados médicos, organização da profissão médica, combate ao

charlatanismo”. 1978, p. 167. 3 Em dezembro de 1886, o médico Dr. Raimundo de Arêa Leão, que exercia o cargo de Inspetor da Higiene

Pública do Piauí, oficia ao Presidente da Província cobrando que o mesmo providencie as medidas de higiene na

Casa de Detenção conforme o médico tinha solicitado no relatório feito sobre a instituição durante aquele ano.

As medidas que deveriam ser tomadas seguiam o que estava posto no Regulamento referente ao Decreto n. 9554

de 03 de fevereiro de 1886 que reorganizava o serviço sanitário do Império. (SECRETÁRIA DE SAÚDE. Ofício

de 06 de dezembro de 1866)

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para aquisição de material hospitalar e de medicamentos. Decorrente desses fatos,

compreende-se que o médico ampliava seu papel na instituição com ações cada vez mais

fortes de solicitações de medicamentos para os procedimentos médicos nos doentes, nas

solicitações da compra de equipamentos para melhor prover a sala de cirurgia do hospital e

mesmo, no que concerne aos procedimentos médicos que iam das visitas às cirurgias

conforme, relatório do provedor sobre este ponto:

Tem desempenhado cabalmente as suas funções o Dr. Raimundo de Arêa Leão,

Diretor do Hospital de Caridade, visitando com assiduidade as enfermarias,

receitando os doentes e fazendo as operações cirúrgicas necessárias, com

proficiência e zelo que todos lhes reconhecem (RELATÓRIO, 1899: 03).

Cirurgias essas que aumentaram seu número no final do século XIX e início do XX,

passando a exigir um número maior de médicos na Santa Casa para realiza-las, não só pela

quantidade que eram realizadas, mas também pela complexidade dos procedimentos. Para

essa complementação, o hospital contaria posteriormente com mais quatro médicos em suas

dependências, além, é claro, dos dois que passaram a fazer parte, desde a divisão feita nos

serviços médicos da Santa Casa em duas secções (PIAUÍ, 1898). Quando o Asilo de

Alienados foi fundado e passou a funcionar, verificamos que a presença de um médico

destinado apenas a essa instituição passaria também a fazer parte dos quadros da Santa Casa.

Esse médico atuaria como diretor e clínico do Asilo (PIUAI, 1907).

O relatório de 1899 trazia também a informação de que o hospital da Santa Casa

possuía duas enfermarias separadas para homens e mulheres e uma enfermaria especial para

os praças do corpo militar de polícia (RELATÓRIO, 1899: 07). A divisão simples por sexos

parece ter sido utilizada desde a fundação do hospital, não se modificando ao longo de sua

existência. O que podemos perceber é que houve, apenas em alguns momentos, a criação de

alguns espaços de isolamento, quando ocorriam doenças contagiosas ou epidemias que

necessitavam de uma assistência mais cuidadosa aos doentes. O cuidado com os doentes da

enfermaria masculina tinha como responsável um enfermeiro; do mesmo modo, na enfermaria

feminina, atuava uma enfermeira. Os dois funcionários seguiam as ordens médicas em termos

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de assistência ao doente e as ordens administrativas partiam do provedor e demais membros

da Santa Casa, tais como Secretário, Tesoureiro e Escrivão.

Ao analisarmos o funcionamento da Santa Casa, observamos que sua estrutura não

foi pensada para amparar os ditos loucos, mas enfermos que apresentavam moléstias das mais

diferentes ordens e que eram recolhidos a suas enfermarias para serem tratados. Por ser o

único hospital na cidade, passou posteriormente a recolher em suas enfermarias os loucos que

eram encaminhados às suas dependências, porém não há de forma constante, na

documentação do século XIX da Santa Casa, especificações sobre esses casos, na medida em

que não havia também uma especialização para esse tratamento nos muros do hospital. Com a

criação do Asilo de Alienados e sua administração repassadas aos cuidados da Santa Casa, é

que começaremos a observar o registro dos doentes mentais na instituição hospitalar com

maior ênfase.

Observamos que essas medidas passavam a ser incorporadas em várias falas da

classe dirigente de Teresina, tais como a dos governantes e autoridades médicas e policiais de

acordo com alguns relatórios já destacados neste trabalho. Além dessas pessoas, Maria

Mafalda B. Araújo coloca que, no início do século XX, a imprensa passaria a fazer uma

campanha no sentido da “necessidade de criação dos Asilos de Loucos e de

Mendicidade”(ARAÚJO, 2010: 134). A partir da consulta do jornal Diário do Piauí, do ano

de 1912, a historiadora problematiza que os artigos e crônicas refletem o interesse da

fundação de tais instituições no Piauí. O argumento principal destacado nos artigos articulava-

se ao sentimento de compaixão que se deveria ter para com os indigentes, bem como a

distribuição de forma adequada das esmolas que se davam para esses pobres, a fim de que

esses não desviassem para outros fins, como o álcool. Por fim, os articulistas colocavam que

os Asilos trariam muitos benefícios à cidade, visto que não só impediria que indigentes,

inválidos e loucos vivessem perambulando pela rua pedindo esmolas, como resultaria em

ações de investimento no progresso da cidade.

Outro ponto enfatizado pela autora faz referência ao destaque que os articulistas

envolvidos, no movimento, atribuíam ao médico. Visto como uma peça importante no êxito

do movimento, na medida em que estes teriam a responsabilidade de realizar os exames

principais para identificação dos que estavam em condição de ir para essas instituições;

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aqueles que não fossem classificados como doentes, seriam mandados para o xadrez. Diante,

esses argumentos, compreende-se que estariam presentes na fala dos jornalistas as ideias

circulantes na época de que era imperante a criação de espaços de ordenamentos para os

indivíduos considerados fora das normas e a partir do que já era discutido pela medicina.

Nesse contexto, caminhava-se paulatinamente para formação de um novo espaço que

guardaria agora apenas os indivíduos loucos. Contudo, sua efetiva construção, em Teresina,

estaria mais visível no final do Império e primeiros anos da República. Até lá os alienados

ficaram dependendo das internações nas enfermarias de hospitais, que sobreviviam,

precariamente, com as poucas verbas, ou então nas celas da Cadeia. Tal contexto engendrou a

formulação, por parte de alguns notáveis de Teresina, da defesa da importância do

conhecimento da psiquiatria como imprescindível para o tratamento dos loucos, fortalecendo

naquele momento a criação de espaços, com o objetivo de tratar e curá-los: os asilos de

alienados.

Razão que conduziria as reivindicações por um local com melhores condições

higiênicas e que prestasse assistência dentro do que versavam os discursos médicos. Já

transparecia na mensagem do governador Raimundo Arthur de Vasconcelos, a importância

que a mudança de postura quanto a essas questões encaminharia para uma melhor definição

do melhoramento de várias instituições, bem como para a elaboração de um código sanitário

municipal que definiria as atribuições e responsabilidades sobre vários pontos do saneamento

do meio e da fiscalização das instituições:

A hygiene pública, tão descurada entre nós, é questão inadiável para o bem estar

das populações. Os benefícios resultantes de uma repartição convenientemente

instalada, embora com maior economia e simplicidade, são evidentes pela própria

natureza do seu destino. Demais, urge ser confeccionado o código sanitário

municipal, no qual fiquem completamente definidas as atribuições das Intendencias,

no qual se relaciona com o saneamento do meio em suas particularidades (PIAUÍ,

1898: 14).

A organização dessa repartição desembocaria em medidas e cobranças mais

enérgicas para o enquadramento de um hospital que viesse a atender de forma satisfatórias os

vários tipos de doenças que se manifestavam na população e, particularmente, os loucos, pois,

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segundo relatório do Inspetor de Higiene, não havia na Santa Casa enfermaria para “reclusão

dos monomaníacos”, devendo isso acontecer para que os alienados mentais viessem a

“receber um tratamento conveniente e regular”. Nesse ponto, alertava médico, no final do

relatório, que: “a terminação d’aquele edifício [Santa Casa], Exm. Sr. Além de ser uma

medida higiênica de alto alcance, é uma necessidade pública e tal ordem, que si impõe ao

espírito esclarecido de um administrador correcto e moralizado” (RELATÓRIO, 1899: 158).

A recomendação passaria a ser seguida para o hospital na medida em que Raimundo

Arthur de Vasconcelos, depois de 9 anos, afirmava à Assembleia:

Ocorre ainda comunicar-vos que, dando execução a vontade legislativa expedi

novos estatutos para a Santa Casa de Misericórdia. O desvelo que sempre

manifestei por essa instituição de caridade e o apelo que fiz a beneméritos cidadão,

que gentilmente corresponderam a minha confiança, hão de concorrer para eleva-la

em breve o grau de prosperidade a que deverá atingir para realizar mais

vantajosamente seus respeitáveis destinos.

Operada a reforma, já vae ella produzindo seus desejados fins: outro o aspecto,

outras as condições do hospital (PIAUÍ, 1898: 14).

Pelas mesmas fontes, analisou-se que esse pensamento foi levado adiante por outros

governadores nos primeiros anos do século XX, não só para Santa Casa como para pensar na

construção do Asilo para os alienados mentais na medida em que, segundo Álvaro Mendes, a

Santa Casa, que recolhia e dava tratamento aos desvalidos, deveria ter anexo um prédio para

receber os loucos e retirá-los da Casa de Detenção. Tal fala se constitui já no ano de 1905

quando o governador diminuiu a subvenção anual da Santa Casa para metade do que o Estado

concedia à instituição. O objetivo era começar o prédio anexo à Santa Casa para abrigar os

loucos (PIAUÍ, 1905: 11-12).

Essa ação contaria com verbas advindas, tanto de um grupo de médicos como do

Estado, que se empenharam para a concretização desse lugar. A urgência de que houvesse

uma mudança leva esses cidadãos a se mostrarem empenhados em ação filantrópica para a

configuração de outro espaço para os loucos, tendo sido, então, escolhido como local a

estação experimental Agrícola do Pirajá conhecido como Estadual-Pirajá e que pertencia ao

Ministério da Agricultura (MONTEIRO, 2015: 291). Porém percebe-se, seguindo as leituras

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de fontes hemerográficas, que esse lugar teria mudado para a praça de Marte, ou seja, nas

imediações do hospital da Santa Casa de Misericórdia.

É perceptível que a classe médica já se fazia muito interessada pela construção desse

espaço ao entrar com a arrecadação da maior parte da verba. Esse interesse demonstra

também como a presença e o olhar médico passariam a aliar-se ao Estado na formação desse

espaço em um momento em que as ideias de higienização se faziam muito presentes. Nesse

sentido, o Asilo de Alienados seria o ambiente que estaria de acordo com a obediência às

normas do grupo de médicos, tendo em vista que as do prédio construído possuíam uma

“planta [que] obedece às modernas prescipções da hygiene e architetura hospitalar” (PIUAÍ,

1908: 06). De instalações sub-humanas, os loucos seriam abrigados no que de melhor a

medicina poderia oferecer em termos de assistência, em um espaço com novos padrões de

higiene. De desvalidos, indigentes e entregues à própria sorte em qualquer espaço, os loucos

passaram a ter um espaço com uma arquitetura hospitalar recomendada para melhor abrigá-

los. O Asilo de Alienados de Teresina constituiu-se nesse lugar carregado da simbologia de

que lá estariam o melhor tratamento e o melhor local para “reter os loucos” (PIAUÍ: 1913).

Assim, o acesso ao tratamento médico para os loucos foi algo que se deu aos poucos

na medida que a assistência predominava mais do que o saber médico. Este inclusive, só

ganhou contornos mais fortes nas terras piauiense à medida que as concepções de ciências, de

novas formas de cuidar e atuar sobre o doente se espalhavam junto com o desenvolvimento

tecnológico, criando um novo perfil de conduta clínica, tanto nos hospitais públicos como nos

filantrópicos e nos consultórios médicos. De acordo com André de Faria Pereira Neto, “o

conhecimento médico começou a se especializar, compartimentando-se segundo a área do

corpo ou o tratamento de doenças específicas”, (PEREIRA NETO, 2001: 29) exigindo um

trabalho médico que o autor chama de “parcelar, independente, solidário e coletivo”, logo,

com a intervenção de vários profissionais.

Referências Bibliográficas

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instituições para alienados no Brasil. História, Ciências, Saúde- Manguinhos, v. 12, n. 3, p.

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Editora da Universidade /UFRGS, 2002.

Fontes

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PIAUÍ. Governo 1873-1874 (Lins). Relatório do Exm. Sr. Presidente da Província do

Piauí, Dr. Adolpho Lamenha Lins, apresentou à Assembleia Legislativa do Piauí, em 03

de junho de 1874. Item Estado Sanitário.

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Raimundo Arthur de Vasconcelos, apresentou à Câmara Legislativa, em 01 de junho de

1898. Teresina: Typ. do Piauí.

PIAUÍ. Governo 1904-1907 (Mendes). Mensagem do Exm. Sr. Governador do Piauí,

Álvaro de Assis Osório Mendes, apresentada à Câmara Legislativa, em 01 de junho de

1905. Item Saúde Pública.

PIAUÍ. Governo 1908-1908 (Silva). Mensagem apresentada pelo Exm. Sr.

Desembargador José Lourenço e Silva, à Câmara Legislativa do Piauí, em 01 de junho de

1908.

PIAUÍ. Governo 1912-1916 (Rosa). Mensagem apresentada pelo Exm Sr. Governador,

Miguel de Paiva Rosa, à Câmara Legislativa, em 01 de junho de 1913.

RELATÓRIO apresentado ao Exm. Sr. Presidente da Província do Piauí, Sr. Raymundo

José Vieira da Silva, pelo Inspetor da Higiene Pública, Dr. Raimundo Arêa Leão, em 07

de maio de 1889. Item Santa Casa de Misericórdia.

RELATÓRIO apresentado ao Exm. Sr. Governador do Estado do Piauí, Dr. Raimundo

Arthur de Vasconcelos, pelo provedor da Santa Casa de Misericórdia de Teresina, José

Furtado de Mendonça, em 18 de maio de 1899. (Documentação da Santa Casa de

Misericórdia de Teresina. Arquivo Público do Piauí – “Casa Anísio Brito”).

Decretos e Ofícios

PIAUÍ. Decreto n. 71. Publica os estatutos da Santa Casa de Misericórdia de Teresina.

Palácio do Governo, em 17 de março de 1898.

PIAUÍ. Decreto n. 327. Regulamento do Asilo de Alienados. Palácio do Governo, em 15 de

janeiro de 1907.

Ofício de 06 de dezembro de 1886 do Inspetor de Higiene Pública do Piauí, Dr. Raimundo de

Arêa Leão, ao Presidente da Província, Exm. Sr. Dr. Antônio Jansen de Matos Ferreira

(Documentação da Secretária de Saúde- Arquivo Público do Piauí “Casa Anísio Brito”).

Jornais

CONSULTÓRIO MÉDICO. Monitor, Teresina, Ano IV, n. 240, 03 jan. 1911, p. 04

16

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PALÁCIO DO GOVERNO DO PIAUÍ. A imprensa, Teresina, Ano XIX, n. 824, 7 jun. 1884,

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