matéria direito tributário

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Caderno Direito Tributário INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DO SISTEMA TRIBUTÁRIO 1) Integração: direito tributário é direito de superposição, ou seja, aproveita-se de institutos e conceitos já disciplinados por outros setores jurídicos, atuando, então, sobre fenômenos já disciplinados pelo direito. A outorga de competência tributária advém de instituto presente no Direito Civil. a. Relação sujeito passivo x ativo: é relação obrigacional, de acordo com o CC. Esta mesma classificação é utilizada pelo Direito Tributário. 2) Interpretação: há duas formas de interpretação – civilista e econômica. No CTN brasileiro, prevalece a interpretação civilista. a. Civilista: privilegia a forma e o conceito do instituto, buscando-os em outros ramos do direito, que deram a sua origem. Não se dá importância para o conteúdo econômico. i. Exceção: legislador tributário pode definir efeitos tributários específicos para esses institutos, conceitos e formas utilizados. 1. Inalterabilidade da competência tributária: Quando a CF se utilizar desses conceitos, institutos e formas para determinação da competência tributária, o legislador tributário não poderá determinar efeitos diversos dos que encontram-se previstos, vez que lei infraconstitucional não pode alterar os efeitos de lei constitucional. b. Econômica: privilegia o conteúdo econômico, desprezando a forma e o conceito do instituto. 3) Interpretação do CTN a. Art. 111, CTN: trabalha-se, no direito tributário, com normas impositivas, que determinam quando o tributo poderá ser recolhido. i. Exceção: hipóteses de desoneração, suspensão e exclusão do crédito tributário. b. In dubio pro contribuinte (Art. 112, CTN): aplicado somente para as infrações tributárias. Assim, as aplicações de penalidades serão interpretadas de forma favorável ao acusado. 4) Obrigações tributárias (art. 113, CTN): há 02 tipos de obrigações tributárias, que se diferenciam quanto a natureza da obrigação, que no D. Tributário é ex-legis/heterônoma. Importante lembrar que no direito tributário não há a lógica do direito civil de que a obrigação acessória segue a principal, podendo, então, haver obrigação acessória sem principal. Também há a possibilidade de uma obrigação acessória gerar uma obrigação principal, quando houver o descumprimento da primeira, acarretando na criação de uma obrigação de entrega de dinheiro (principal). a. Principal: obrigação de entregar dinheiro aos cofres públicos, seja tributo, juros ou correção monetária; b. Acessória: qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Há uma obrigação, mas esta não possui conteúdo pecuniário. Ex: obrigação de declarar. FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 1

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Caderno Direito TributrioINTERPRETAO E INTEGRAO DO SISTEMA TRIBUTRIO1) Integrao: direito tributrio direito de superposio, ou seja, aproveita-se de institutos e conceitos j disciplinados por outros setores jurdicos, atuando, ento, sobre fenmenos j disciplinados pelo direito. A outorga de competncia tributria advm de instituto presente no Direito Civil.a. Relao sujeito passivo x ativo: relao obrigacional, de acordo com o CC. Esta mesma classificao utilizada pelo Direito Tributrio.

2) Interpretao: h duas formas de interpretao civilista e econmica. No CTN brasileiro, prevalece a interpretao civilista.a. Civilista: privilegia a forma e o conceito do instituto, buscando-os em outros ramos do direito, que deram a sua origem. No se d importncia para o contedo econmico.i. Exceo: legislador tributrio pode definir efeitos tributrios especficos para esses institutos, conceitos e formas utilizados.1. Inalterabilidade da competncia tributria: Quando a CF se utilizar desses conceitos, institutos e formas para determinao da competncia tributria, o legislador tributrio no poder determinar efeitos diversos dos que l encontram-se previstos, vez que lei infraconstitucional no pode alterar os efeitos de lei constitucional.b. Econmica: privilegia o contedo econmico, desprezando a forma e o conceito do instituto.

3) Interpretao do CTNa. Art. 111, CTN: trabalha-se, no direito tributrio, com normas impositivas, que determinam quando o tributo poder ser recolhido.i. Exceo: hipteses de desonerao, suspenso e excluso do crdito tributrio.b. In dubio pro contribuinte (Art. 112, CTN): aplicado somente para as infraes tributrias. Assim, as aplicaes de penalidades sero interpretadas de forma favorvel ao acusado.

4) Obrigaes tributrias (art. 113, CTN): h 02 tipos de obrigaes tributrias, que se diferenciam quanto a natureza da obrigao, que no D. Tributrio ex-legis/heternoma. Importante lembrar que no direito tributrio no h a lgica do direito civil de que a obrigao acessria segue a principal, podendo, ento, haver obrigao acessria sem principal. Tambm h a possibilidade de uma obrigao acessria gerar uma obrigao principal, quando houver o descumprimento da primeira, acarretando na criao de uma obrigao de entrega de dinheiro (principal).a. Principal: obrigao de entregar dinheiro aos cofres pblicos, seja tributo, juros ou correo monetria;b. Acessria: qualquer situao que, na forma da legislao aplicvel, impe a prtica ou a absteno de ato que no configure obrigao principal. H uma obrigao, mas esta no possui contedo pecunirio. Ex: obrigao de declarar.FATO GERADOR DA OBRIGAO TRIBUTRIA1) Fato gerador: pressuposto de fato, cuja ocorrncia necessria ao nascimento da obrigao.a. Art. 114, CTN: Fato gerador da obrigao principal a situao definida em lei como necessria e suficiente sua ocorrncia.b. Art. 115, CTN: Fato gerador da obrigao acessria qualquer situao que, na forma da legislao aplicvel, impe a prtica ou a absteno de ato que no configure obrigao principal.

2) CTN e o fato gerador: CTN possui 03 tipos de fato geradora. Fato gerador instantneo: a ocorrncia se esgota em uma unidade de tempo e a cada nova ocorrncia, origina-se uma nova obrigao tributria.b. Fato gerador continuado: situaes duradouras, que se renovam no tempo, no possuindo definio temporal exata. Ex: IPTU.c. Fato gerador complexivo (peridico): para sua configurao exige-se a verificao de determinados fatos, ocorridos durante certo perodo.

3) Hipteses de ocorrncia do fato gerador (art. 116): Salvo disposio de lei em contrrio, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos. a. Tratando-se de situao de fato: desde o momento em que se verifiquem as circunstncias materiais necessrias a que produza os efeitos que normalmente lhe so prprios;b. Tratando-se da situao jurdica: desde o momento em que esteja definitivamente constituda, nos termos de direito aplicvel.i. Art. 117, CTN: salvo disposio de lei em contrrio, os atos ou negcios jurdicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:1. Sendo suspensiva a condio: desde o momento de seu implemento;2. Sendo resolutria a condio: desde o momento da prtica do ato ou da celebrao do negcio. Polmica em relao ao art. 116, caput, CTN Evaso: burlar (evitar ou diminuir) a incidncia de determinado tributo por meio de ato ilcito. Prtica combatida pelo CTN. Se os atos forem praticados aps o fato gerador Eliso: burlar a incidncia de determinado tributo por meio de ato lcito. Eliso artificiosa: no se realiza ato, separadamente, ilcito, mas, se analisados em conjunto, configura abuso da lei. Art. 116, p. nico mecanismo de combate: A autoridade administrativa poder desconsiderar atos ou negcios jurdicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrncia do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigao tributria, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinria.

4) Interpretao da definio legal do fato gerador (art. 118, CTN): A definio legal do fato gerador interpretada abstraindo- se:a. Da validade jurdica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;b. Dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.SUJEIO ATIVA1) Art. 119 do CTN: Sujeito ativo da obrigao a pessoa jurdica de direito pblico titular da competncia para exigir o seu cumprimento.a. Obs: no abarca somente pessoas jurdicas de direito pblico, abarcando, por exemplo, sindicatos, que so entidades de direito privado.

2) Sujeio ativa (capacidade ativa) x competncia tributria: titularidade da competncia tributria atribuio para instituir legislativamente o tributo. Normalmente, competncia tributria e sujeio ativa esto atreladas ao mesmo sujeito, porm, nada impede que a competncia tributria seja exercitada por um ente e a sujeio ativa por outro.a. Quem pode ser competente: qualquer ente federativo.b. Quem pode ser sujeito ativo: quem tem a capacidade para exigir o cumprimento da obrigao tributria.

3) Desmembramento (art. 120, CTN): Salvo disposio de lei em contrrio, a pessoa jurdica de direito pblico, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislao tributria aplicar at que entre em vigor a sua prpria. Ou seja, ocorrendo desmembramento de um municpio ou estado, ao novo ente criado caber a sub-rogao da parte referente regio que agora lhe compete.SUJEIO PASSIVA1) Sujeito passivo da obrigao principal (art. 121, CTN): Sujeito passivo da obrigao principal a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniria.a. Contribuinte e responsvel (art. 121, p. nico, CTN): O sujeito passivo da obrigao principal diz-se:i. Contribuinte: quando tenha relao pessoal e direta com a situao que constitua o respectivo fato gerador;ii. Responsvel: quando, sem revestir a condio de contribuinte, sua obrigao decorra de disposio expressa de lei.

2) Sujeito passivo da obrigao acessria (art. 122, CTN): pode no o ser de qualquer obrigao principal. a pessoa obrigada s prestaes que constituam o seu objeto.

3) Inoponibilidade das convenes particulares Fazenda Pblica (art. 123, CTN): Salvo disposies de lei em contrrio, as convenes particulares, relativas responsabilidade pelo pagamento de tributos, no podem ser opostas Fazenda Pblica, para modificar a definio legal do sujeito passivo das obrigaes tributrias correspondentes.a. Questo da legitimidade do locatrio para impugnar o lanamento do IPTU relativo ao imvel locado.

4) Solidariedade (art. 124, CTN): So solidariamente obrigadasa. As pessoas que tenham interesse comum na situao que constitua o fato gerador da obrigao principal;b. As pessoas expressamente designadas por lei.i. Os incisos I e II devem ser interpretados em conjunto: a solidariedade deve estar prevista na lei e os devedores solidrios devem ter interesse comum na situao que constitua fato gerador da obrigao.1. Por bvio, a solidariedade no comporta benefcio de ordem.

5) Efeitos da solidariedade (art. 125, CTN): Salvo disposio de lei em contrrio, so os seguintes os efeitos da solidariedadea. O pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;b. A iseno ou remisso de crdito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;c. A interrupo da prescrio, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.i. Dispositivos supletivos: a legislao dos entes federativos pode dispor de forma diversa.

6) Capacidade tributria passiva (art. 126, CTN): A capacidade tributria passiva independea. Da capacidade civil das pessoas naturais;b. De achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privao ou limitao do exerccio de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administrao direta de seus bens ou negcios;c. De estar a pessoa jurdica regularmente constituda, bastando que configure uma unidade econmica ou profissional.

7) Domiclio tributrio (art. 127, CTN): Na falta de eleio, pelo contribuinte ou responsvel, de domiclio tributrio, na forma da legislao aplicvel, considera-se como tal:a. Pessoas naturais: a sua residncia habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;b. Pessoas jurdicas de direito privado ou s firmas individuais: o lugar da sua sede, ou, em relao aos atos ou fatos que derem origem obrigao, o de cada estabelecimento;c. Pessoas jurdicas de direito pblico: qualquer de suas reparties no territrio da entidade tributante. 1: Quando no couber a aplicao das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se- como domiclio tributrio do contribuinte ou responsvel o lugar da situao dos bens ou da ocorrncia dos atos ou fatos que deram origem obrigao. 2: A autoridade administrativa pode recusar o domiclio eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadao ou a fiscalizao do tributo, aplicando-se ento a regra do pargrafo anterior.

8) Tipos de sujeio passivaa. Direta: a obrigao j nasce tendo o obrigado na condio de sujeito passivo (v.g., contribuinte).b. Indireta: a obrigao nasce em relao ao obrigado original e, por fora da ocorrncia de fato previsto em lei, h a transferncia da responsabilidade a outrem i. Responsabilidade dos sucessores (art. 129 do CTN): O disposto nesta Seo aplica-se por igual aos crditos tributrios definitivamente constitudos ou em curso de constituio data dos atos nela referidos, e aos constitudos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigaes tributrias surgidas at a referida data.c. Substituto legal tributrio (art. 128 do CTN): a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crdito tributrio a 3 pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigao, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em carter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigao.i. Requisitos1. Substituio prevista em lei;2. Atribuio expressa;3. Substituto vinculado ao fato gerador da obrigao (para que possa ser reembolsado do valor pago).ii. Substituio progressiva/fato gerador presumido (art. 150, 7 da CF/88)1. Sujeio passiva direta ou indireta?: De acordo com a melhor tcnica, seria caso de sujeio passiva direta, pois a obrigao j nasce em relao ao substituto (a substituio se d na lei).

9) Responsabilidade no CTN arts. 129 a 138: dos sucessores; de terceiros e por infraesa. Responsabilidade dos sucessores:i. Atos/fatos que geram a transferncia da condio de sujeito passivo da obrigao tributria.ii. As disposies se aplicam s obrigaes surgidas at a ocorrncia destes atos o que importa verificar a data de ocorrncia do fato gerador (art. 129 do CTN).iii. Arts. 130, 131, 132 e 133 do CTN: referncia a tributos (restrio)!1. Art. 130: responsabilidade do adquirente;2. Art. 130: adquirente, remitente, sucessor, cnjuge e esplio;3. Art. 132: sucesso de pessoas jurdicas;4. Art. 133: aquisio de fundo de comrcio.b. Responsabilidade de terceiros:i. Art. 134: responsabilidade subsidiria, nos casos de impossibilidade de exigncia do cumprimento da obrigao principal do contribuinte.1. Atos em que intervierem ou omisses de que forem responsveis.2. Dever de cuidado dos responsveis;3. Aplicao restrita s penalidades de carter moratrio (pargrafo nico do art. 134).

10) Art. 135, CTN: So pessoalmente responsveis pelos crditos correspondentes a obrigaes tributrias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infrao de lei, contrato social ou estatutos:i. As pessoas referidas no artigo anterior;ii. Os mandatrios, prepostos e empregados;iii. Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurdicas de direito privado.

11) Responsabilidade por infraesa. Classificaoi. Infraes quanto ao descumprimento das obrigaes1. Substanciais: descumprimento de obrigaes principais2. Formais: descumprimento de obrigaes acessrias;ii. Infraes quanto a existncia de culpa1. Objetivas: no se investiga a existncia de culpa, ignorando qualquer subjetividade.2. Subjetivas: investiga-se a existncia de culpa.b. Art. 136 do CTN: Salvo disposio de lei em contrrio, a responsabilidade por infraes da legislao tributria independe da inteno do agente ou do responsvel e da efetividade, natureza e extenso dos efeitos do ato.i. Regra geral: as infraes tributrias so objetivas;c. Art. 137: A responsabilidade pessoal ao agente:i. Quanto s infraes conceituadas por lei como crimes ou contravenes, salvo quando praticadas no exerccio regular de administrao, mandato, funo, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;ii. Quanto s infraes em cuja definio o dolo especfico do agente seja elementar;iii. Quanto s infraes que decorram direta e exclusivamente de dolo especfico:1. Das pessoas referidas no Art. 134, contra aquelas por quem respondem;2. Dos mandatrios, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores;3. Dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurdicas de direito privado, contra estas.

12) Denncia espontnea/excluso da responsabilidade por infraes (art. 138 do CTN): A responsabilidade excluda pela denncia espontnea da infrao, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depsito da importncia arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apurao.a. Caractersticasi. estmulo ao cumprimento, ainda que a destempo, das obrigaes tributrias;ii. Espontaneidade (art. 138, p. nico): a denncia deve ser apresentada antes do incio de procedimento de fiscalizao (TIAF);iii. Excluso das multas moratrias: sero excludas caso no haja ao fiscal e o responsvel pague o tributo.iv. Obrigaes acessrias (v.g., declarao de acerto de IR): se um sujeito no entrega a declarao no prazo, automaticamente a ele computada uma multa. Se um sujeito no entrega a declarao e no houve declarao fiscal e ele acertar a obrigao, no se considera isso como uma denncia espontnea, mas sim uma obrigao acessria que gera uma penalidade.CRDITO TRIBUTRIO1) Conceito: O CTN trata do crdito tributrio como se este fosse uma nova fase da obrigao tributria.i. No h obrigao sem crdito.ii. Relao obrigacional: sujeitos ativo, passivo e objeto (direito e respectivo dever).b. Para Paulo de Barros: o direito subjetivo de que portador o sujeito ativo de uma obrigao tributria e que lhe permite exigir o objeto prestacional, representado por uma importncia em dinheiro.

2) Art. 140 do CTN: As circunstncias que modificam o crdito tributrio, sua extenso ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilgios a ele atribudos, ou que excluem sua exigibilidade no afetam a obrigao tributria que lhe deu origem. a. Incoerncias: crdito como realidade distinta e independente da obrigao tributria.

3) Indisponibilidade do crdito tributrio (art. 141, CTN): O crdito tributrio regularmente constitudo somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluda, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais no podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivao ou as respectivas garantias. LANAMENTO1) Art. 142 do CTN: Compete privativamente autoridade administrativa constituir o crdito tributrio pelo lanamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrncia do fato gerador da obrigao correspondente, determinar a matria tributvel, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicao da penalidade cabvel.a. Atividade administrativa plenamente vinculada (art. 3 e pargrafo nico do art. 142, ambos do CTN): no tem cabimento falar em direito de lanar (poder-dever).b. Ato de aplicao da lei, geral e abstrata, ao caso concreto.

2) Moeda estrangeira/converso (art. 143, CTN): Salvo disposio de lei em contrrio, quando o valor tributrio esteja expresso em moeda estrangeira, no lanamento far-se- a sua converso em moeda nacional ao cmbio do dia da ocorrncia do fato gerador da obrigao.

3) Lei aplicvel ao lanamento (art. 144, CTN): O lanamento reporta-se data da ocorrncia do fato gerador da obrigao e rege-se pela lei ento vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.a. 1: Aplica-se ao lanamento a legislao que, posteriormente ocorrncia do fato gerador da obrigao, tenha institudo novos critrios de apurao ou processos de fiscalizao, ampliado os poderes de investigao das autoridades administrativas, ou outorgado ao crdito maiores garantias ou privilgios, exceto, neste ltimo caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributria a terceiros.b. 2: O disposto neste artigo no se aplica aos impostos lanados por perodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.

4) Reviso do lanamento (art. 145, CTN): O lanamento regularmente notificado ao sujeito passivo s pode ser alterado em virtude de:a. Impugnao do sujeito passivo;b. Recurso de ofcio;c. Iniciativa de ofcio da autoridade administrativa, nos casos previstos no art. 149.5) Proteo da boa-f (art. 146, CTN): A modificao introduzida, de ofcio ou em consequncia de deciso administrativa ou judicial, nos critrios jurdicos adotados pela autoridade administrativa no exerccio do lanamento somente pode ser efetivada, em relao a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente sua introduo.

6) Tipos de lanamentoa. Declarao (art. 147, CTN): O lanamento efetuado com base na declarao do sujeito passivo ou de 3, quando um ou outro, na forma da legislao tributria, presta autoridade administrativa informaes sobre matria de fato, indispensveis sua efetivao.i. 1: A retificao da declarao por iniciativa do prprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, s admissvel mediante comprovao do erro em que se funde, e antes de notificado o lanamento.ii. 2: Os erros contidos na declarao e apurveis pelo seu exame sero retificados de ofcio pela autoridade administrativa a que competir a reviso daquela.b. Arbitramento (art. 148, CTN): Quando o clculo do tributo tenha por base, ou tome em considerao, o valor ou o preo de bens, direitos, servios ou atos jurdicos, a autoridade lanadora, mediante processo regular, arbitrar aquele valor ou preo, sempre que sejam omissos ou no meream f as declaraes ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestao, avaliao contraditria, administrativa ou judicial.c. De ofcio (art. 149, CTN): O lanamento efetuado e revisto de ofcio pela autoridade administrativa nos casos previstos em lei.d. Por homologao (art. 150, CTN): O lanamento por homologao, que ocorre quanto aos tributos cuja legislao atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prvio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.i. Incoerncia do nome pagamento com efeito extintivo protelado pagamento sob condio suspensiva de sua ulterior homologao.ii. Lana-se quando no se pode homologar e homologa-se quando no se pode lanar!iii. Instituto que trabalha, tambm, em nome do princpio da praticidade.SUSPENSO DA EXIGIBILIDADE DO CRDITO TRIBUTRIO1) Conceito (art. 151, CTN): Suspendem a exigibilidade do crdito tributrio:a. Moratria (arts. 152 a 155 do CTN): situaes de calamidade pblica, dilatao no prazo para o cumprimento da obrigao tributria.b. Depsito: faculdade do sujeito passivo.c. Reclamaes e recursos: tributo cujo pagamento independe de atuao de autoridade administrativa.d. Liminar em mandado de segurana.e. Antecipao de tutela.f. Parcelamento. O disposto neste artigo no dispensa o cumprimento das obrigaes acessrias dependentes da obrigao principal cujo crdito seja suspenso, ou dela consequentes.

2) Certido negativa de dbito: demonstra a inexistncia de dbitos tributrios em relao a um determinado crdito. Se o contribuinte possuir obrigao tributria pendente, mas suspensa, ele ter direito a uma certido positiva com efeitos de negativa.a. Art. 205, CTN: A lei poder exigir que a prova da quitao de determinado tributo, quando exigvel, seja feita por certido negativa, expedida vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informaes necessrias identificao de sua pessoa, domiclio fiscal e ramo de negcio ou atividade e indique o perodo a que se refere o pedido.i. P. nico: A certido negativa ser sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e ser fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartio.b. Art. 206, CTN: Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certido de que conste a existncia de crditos no vencidos, em curso de cobrana executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.EXTINO DO CRDITO TRIBUTRIO1) Pagamento: a regra que as obrigaes tributrias nascem com o fato gerador e se extinguem com o pagamento do crdito tributrio.a. Juros de mora (art. 161, CTN): O crdito no integralmente pago no vencimento acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuzo da imposio das penalidades cabveis e da aplicao de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributria.b. Imputao do pagamento (art. 163, CTN): direito da administrao tributria. Ocorrer quando o contribuinte possuir vrios dbitos e paga somente um deles. Assim, a administrao imputa o pagamento a outro tributo qualquer, deixando o outro em aberto. Possui uma ordem a ser seguida e a imputao do pagamento s vlida com a concordncia do sujeito passivo, mediante intimao.c. Consignao em pagamento (art. 164, CTN): depsito em juzo do valor referente ao tributo cobrado para posterior discusso da titularidade ativa, ou seja, de quem deve receber o tributo, em caso de conflito.d. Compensao (arts. 170 e 170-A, CTN)i. Art. 170, CTN: A lei pode, nas condies e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulao em cada caso atribuir autoridade administrativa, autorizar a compensao de crditos tributrios com crditos lquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pblica.ii. Art. 170-A: vedada a compensao mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestao judicial pelo sujeito passivo, antes do trnsito em julgado da respectiva deciso judicial.e. Transao (art. 171, CTN): A lei pode facultar, nas condies que estabelea, aos sujeitos ativo e passivo da obrigao tributria celebrar transao que, mediante concesses mtuas, importe em determinao de litgio e consequente extino de crdito tributrio.i. Necessita de autorizao judicial;f. Remisso do crdito (art. 172, CTN): o perdo concedido por parte do Estado, extinguindo-se, assim, o crdito, perdoando o sujeito da obrigao tributria.PRESCRIO E DECADNCIA1) Diferena: ambos tm o condo de extinguir o crdito tributrio. Matria deve ser disciplinada via lei complementar. A decadncia fulmina o crdito em razo da inercia em relao realizao do lanamento. A prescrio fulmina o crdito em razo da inrcia de ajuizamento da ao de cobrana. At o lanamento, fala-se em decadncia; aps o lanamento, prescrio.

2) Decadncia (art. 173, CTN): O direito de a Fazenda Pblica constituir o crdito tributrio extingue-se aps 5 (cinco) anos, contados:a. Do primeiro dia do exerccio seguinte quele em que o lanamento poderia ter sido efetuado;b. P. nico: O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituio do crdito tributrio pela notificao, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatria indispensvel ao lanamento.

3) Prescrio (art. 174, CTN): A ao para a cobrana do crdito tributrio prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data da sua constituio definitiva.a. P. nico: A prescrio se interrompei. Pelo despacho do juiz que ordenar a citao em execuo fiscal;ii. Pelo protesto judicial;iii. Por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;iv. Por qualquer ato inequvoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do dbito pelo devedor. Prescrio direta: se conta para ajuizamento da acao executiva (05 anos, contados a partir da definitividade do lanamento); Prescrio intercorrente: ocorre durante o procedimento executivo.

4) Restituio do indbito (art. 168, CTN): O direito de pleitear a restituio extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados:a. Nas hipteses dos incisos I e II do artigo 165, da data da extino do crdito tributrio;b. Na hiptese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a deciso administrativa ou passar em julgado a deciso judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a deciso condenatria.EXCLUSO DO CRDITO1) Caractersticas gerais: A excluso do crdito tributrio no dispensa o cumprimento das obrigaes acessrias, dependentes da obrigao principal cujo crdito seja excludo, ou dela consequente.2) Iseno (arts. 176 a 179, CTN): por meio de lei, anistiam-se os contribuintes das penalidades.3) Anistia (arts. 180 a 182, CTN)IMPOSTOS SOBRE A PROPRIEDADE1) Impostos em espcie: Propriedade, transmisso de bens e direitos, renda, consumo e aduaneiros.a. Todo imposto tem como fato gerador um comportamento do contribuinte, revelador de capacidade econmica. Tratam-se de tributos no-vinculados atuao estatal. i. Regra geral: o produto da arrecadao dos impostos se destina ao financiamento difuso da mquina estatal (recursos definidores de polticas pblicas). 1. Atualmente: essa regra vem sendo dilapidada, com a criao de hipteses de afetao arrecadao proveniente de impostos. Materializam o princpio da capacidade contributiva.b. Competncia para instituio dos impostos sobre a propriedade: impostos so tributos de competncia partilhada entre Unio, Estados, Municpios e Distrito Federal.i. Conceito de propriedade (art. 1.228, CC): O proprietrio tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reav-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

2) Impostos sobre a propriedade: Incidem sobre a existncia de um direito (direito de propriedade, fato que se prolonga no tempo, indefinidamente), o que torna necessria a utilizao da periodicidade. Tratam-se de impostos peridicos.a. Base de clculo comum: independentente do imposto, o valor venda da propriedade sobre o qual incide o imposto. i. Valor venal: valor de compra e venda que o bem alcana em condies de livre mercado.b. Tcnicas de apurao da base de clculo: Existem diferentes tcnicas de apurao da base de clculo. i. IPTU: utiliza-se a planta genrica de valores. Entendia -se que ela no era possvel a progressividade do IPTU, at que a EC 29 autorizou. ii. ITR: sempre teve autorizao constitucional para adotar progresso de alquotas.

3) Princpio da praticidade: quando a aplicao da lei tributria impraticvel, utiliza-se, em nome da praticidade, uma tcnica de simplificao. impossvel aferir o valor venal de cada bem para fazer incidir sobre ele o imposto, logo, aplica -se a tcnica de simplificao (planta de valores genricos ou tabela definida com valores presumidos; ITR o valor declarado pelo contribuinte).

4) Impostos reais vs. impostos pessoais: a. Impostos reais: so aqueles em que na definio da matriz de incidncia, no se leva em conta caractersticas do sujeito passivo. i. Impostos reais so compatveis com a capacidade econmica do contribuinte? A princpio, entendia-se que no, logo, o estabelecimento de alquotas progressivas era vedado pela STF (haja vista que a alquota progressiva uma forma de pessoalizar do valor tributado).b. Impostos pessoais: em sua regra de incidncia, consideram caractersticas do sujeito passivo.IPTU (art. 156, I, CF/88)1) Competncias (art. 156, I, CF/88): Compete aos Municpios instituir impostos sobrea. Propriedade predial e territorial urbana;i. Diferente do ITR, que incide apenas sobre a propriedade territorial rural.1. Determinao competncia IPTU vs. ITR: ser feita por Lei Complementar.2) Fato gerador (art. 32): O imposto, de competncia dos Municpios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domnio til ou a posse de bem imvel por natureza ou por acesso fsica, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Municpio.a. 1: Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mnimo da existncia de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construdos ou mantidos pelo Poder Pblico.i. I: meio-fio ou calamento, com canalizao de guas pluviais; ii. II: abastecimento de gua; iii. III: sistema de esgotos sanitrios; iv. IV: rede de iluminao pblica, com ou sem posteamento para distribuio domiciliar; v. V: escola primria ou posto de sade a uma distncia mxima de 3 (trs) quilmetros do imvel considerado.b. 2: A lei municipal pode considerar urbanas as reas urbanizveis, ou de expanso urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos rgos competentes, destinados habitao, indstria ou ao comrcio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do pargrafo anterior.

3) Conceito de imvel urbano: O critrio adotado pelo legislador complementar o da localizao mitigada. Em regra, imvel urbano aquele localizado na zona urbana (CTN). Porm, se o imvel urbano desenvolver atividades agro econmicas, ele ser considerado rural, para fins de tributao.a. Municpio no tem liberdade plena para definir o que zona urbana e o que zona rural, devendo obedecer s regras do Art. 32 do CTN. A zona urbana deve possuir pelo menos dois melhoramentos daqueles citados nos incisos, caso contrrio, para fins tributrios, a zona no ser urbana.

4) CF/88, CTN e o IPTU: Constituio apenas autoriza a tributao da propriedade. Contudo, o CTN admite a tributao no s da propriedade, mas tambm a tributao do domnio til e da posse de bem imvel.a. Incompatibilidade CTN vs. CF: no h incompatibilidade, pois possvel compatibilizar. Quando se tributa a enfiteuse, por exemplo, tributa-se o que mais se aproxima da propriedade (haja vista que esta se encontra fragmentada); quando se tributa a posse, tributa-se o que mais se aproxima da propriedade, que a posse com animus domini ou ad usucapionem.b. IPTU vs. ITR: O IPTU incide sobre o terreno e os imveis que esto nele. Diferente do ITR, que incide apenas sobre a terra nua.

5) Base de clculo (art. 33, CTN): A base do clculo do imposto o valor venal do imvel.a. P. nico: Na determinao da base de clculo, no se considera o valor dos bens mveis mantidos, em carter permanente ou temporrio, no imvel, para efeito de sua utilizao, explorao, aformoseamento ou comodidade.

6) Base de clculo do IPTU: aplicao do valor venal do imvel na determinao do valor do IPTU impossvel, por ser invivel. Assim, utiliza-se uma tcnica de simplificao dos mapas de valores genricos. No se considera o valor dos bens mveis mantidos no imvel sobre o qual o imposto ir incidir.a. Planta de valores genricos: divide-se a cidade em zonas homogneas, definem-se critrios para avaliar o imvel de acordo com a zona homognea em que ele se encontra e chega -se ao valor presumido do imvel, sobre o qual ir incidir o imposto.i. Instituio da planta: STF entende que a planta de valores deve ser definida em lei, baseado no art. 97, inciso IV do CTN.ii. Atualizao da planta de valores: pode ser feita mediante decreto.b. Princpio da anterioridade: a fixao da base de clculo do IPTU uma exceo da espera nonagesimal. Sujeita-se apenas anterioridade de exerccio.

7) Contribuinte (art. 34, CTN): contribuinte do imposto o proprietrio do imvel, o titular do seu domnio til, ou o seu possuidor a qualquer ttulo.a. Contribuinte do IPTU: CTN determina que o contribuinte do IPTU pode ser o proprietrio do imvel, o titular do seu domnio til ou o seu possuidor a qualquer ttulo. i. A qualquer ttulo1. Locatrio: possuidor, mas no pode ser considerado como contribuinte do IPTU, segundo o STF. Porm, devem ser analisadas duas situaes:a. Na maioria das situaes, o Municpio no teria interesse em nomear o locatrio como contribuinte do IPTU, haja vista que a principal garantia do adimplemento da obrigao tributria o imvel, que pertence ao proprietrio, e no ao locatrio.b. Se o proprietrio do imvel for ente imune, e este estiver locando o imvel para um particular, a sim o municpio teria interesse em nomear o locatrio como contribuinte e isso seria possvel, haja vista que o a qualquer ttulo presente no art. 34 torna essa interpretao possvel. Locatrio tem obrigao pessoal e direta com o fato gerador (propriedade). i. STJ entende que o locatrio no parte legtima para questionar IPTU lanado em nome da propriedade, pois no participa da relao jurdica tributria de direito material. 2. Locador: clusulas contratuais que atribuem ao locatrio a obrigao de recolher o IPTU so vlidas, apenas no so oponveis administrao tributria.

8) Alquota do IPTU: definio das alquotas feita pelo ente competente (municpio) para instituir o tributo. Constituio apenas delimita alguns parmetros. Dentre esses temas, o mais polmico o da diferenciao das alquotas do IPTU.a. Art. 156: Compete aos Municpios instituir impostos sobrei. 1: Sem prejuzo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, 4, inciso II, o imposto previsto no inciso I poder: 1. I - ser progressivo em razo do valor do imvel;2. II - ter alquotas diferentes de acordo com a localizao e o uso do imvel.b. Art. 182: A poltica de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Pblico municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.i. 4: facultado ao Poder Pblico municipal, mediante lei especfica para rea includa no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietrio do solo urbano no edificado, subutilizado ou no utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:1. II: imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

9) Diferenciao das alquotas do IPTUa. Progressividade fiscal: diferenciao da alquota de acordo com a base de clculob. Progressividade extrafiscal: diferenciao da alquota no tempo de acordo com a destinao do imvel, carter sancionatrio.c. Diferenciao dependendo do uso ou localizao do imvel.i. Progressividade extrafiscal, ou progressividade sano: Utiliza-se a progressividade no tempo para forar o contribuinte a dar destinao social adequada ao imvel, sob pena de fazer incidir sobre ele uma progressividade extrafiscal penalizatria, at o mximo de quinze por cento. A cada ano, utiliza-se uma alquota maior.ii. Progressividade fiscal: diferenciao quanto a base de clculo e quanto a utilizao e localizao do imvel.d. Diferenciao quanto utilizao: se residencial, comercial ou industrial, o municpio pode fazer incidir sobre o imvel alquotas diferenciadas (pode ser extrafiscal). Igualmente, estabelecer alquotas diferentes para cada regio;

10) Progressividade do IPTU: Antigamente, a redao da CF/88 s previa a progressividade extrafiscal. Contudo, municpios comearam a instituir a progressividade fiscal, diferenciando a alquota quanto a base de clculo, localizao e utilizao. Contribuintes se defenderam alegando que o IPTU era um imposto real, que deveria incidir apenas sobre as caractersticas do imvel, abstraindo-se das caractersticas do contribuinte (progressividade uma forma de implementar a capacidade econmica, incompatvel com os impostos reais; e CR admitiu a utilizao do extrafiscal, e no do fiscal).a. STF: Inicialmente, acatou integralmente a tese do contribuinte, de que o IPTU um imposto real, incompatvel com qualquer tipo de pessoalizao, como a progressividade fiscal.i. Smula 668 do STF: apenas a progressividade extrafiscal deveria ser admitida.1. EC n 29: Posteriormente smula 668, a EC 29 constitucionalizou a progressividade fiscal do IPTU, agindo o congresso como censor da jurisprudncia do STF. Antes de 2000, era inconstitucional Municpio adotar progressividade fiscal no IPTU.a. Inconstitucionalidade da EC/29: STF rejeitou integralmente a tese de que a EC/29 fere o direito individual do contribuinte de no se sujeitar progressividade, no que tangem os impostos reais, alegando que a EC 29 constitucional. i. RE 153.771: analisando a fundo a diviso entre impostos reais e pessoais, criticando essa separao. Sempre que possvel, os impostos devem ser pessoais (art. 145, 1 da CR).

11) IPTU de BH (Lei 5.641 de 1989): Alquotas foram modificadas, com novo mapa de valores genricas na Lei 9.795 de 2009. Alquotas progressivas e diferenciadas de acordo com o uso do imvel, se ele residencial ou comercial.a. Aplica-se a progressividade composta no municpio de BH, em relao ao IPTU. Deve-se decompor a base de clculo de acordo com as faixas de alquotas.b. Procedimento: Em BH, o momento de ocorrncia o fato gerador do IPTU o dia 1 de janeiro; o contribuinte o proprietrio, titular do domnio til ou o possuidor (apenas possuidor, e no o possuidor a qualquer ttulo); base de clculo o valor venal; lanamento de ofcio, e de acordo com a situao do imvel na data de ocorrncia do fato gerador.ITR (art. 153, CF/88)1) Competncia (art. 153): Compete Unio instituir impostos sobre:i. VI: propriedade territorial rural;b. 4 O imposto previsto no inciso VI do caput: i. I: ser progressivo e ter suas alquotas fixadas de forma a desestimular a manuteno de propriedades improdutivas; ii. II: no incidir sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietrio que no possua outro imvel; iii. III: ser fiscalizado e cobrado pelos Municpios que assim optarem, na forma da lei, desde que no implique reduo do imposto ou qualquer outra forma de renncia fiscal.

2) Progressividade do ITR: Desde a redao original da Constituio, estava prevista a progressividade do ITR, de forma a desestimular a manuteno de propriedades improdutivas (diferenciao da alquota quanto ao grau de utilizao da terra (quanto mais, menor) e quanto a rea do imvel (quanto maior, maior).a. Finalidade tipicamente extrafiscal.IPVA1) Contextualizao: em MG corresponde 7% da arrecadao total do estado. No entanto, deste montante arrecadado, reparte-se 50% aos Municpios. imposto prtico e eficiente, porque o CTB determina que, para que o proprietrio de um veculo automotor possa trafegar com liberdade na rua, este deve possuir o CRV, que no emitido sem o devido pagamento do IPVA. Assim, a inadimplncia em relao ao pagamento do IPVA funciona, ento, como medida restritiva imposta ao contribuinte devedor.

2) Competncia (art. 155, III, CF/88): Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobrea. Propriedade de veculos automotores.i. STF: abrange apenas os veculos de circulao terrestre, no abrangendo aeronaves e embarcaes, no se sujeitando estes ltimos incidncia do IPVA.

3) A CF/88 e o IPVA: alm da determinao da competncia para a instituio e cobrana do IPVA, a CF/88 possui, ainda, alguns dispositivos relativos ao IPVAa. Fixao da base de clculo (art. 150, 1): no se sujeita regra da espera nonagesimal, sujeitando-se somente anterioridade em relao ao exerccio de ocorrncia dos fatos geradores.b. Alquotas mnimas (art. 155, 6, I): fixao compete ao Senado Federal. Existe essa necessidade de fixar um mnimo para as alquotas a fim de evitar que ocorra uma guerra fiscal entre os Estados, j que estes possuem liberdade para determinar o valor do IPVA dentro de seu territrio.c. Diferenciao de alquotas: pode-se diferenciar as alquotas referentes ao IPVA em razo do tipo do veculo ou de sua utilizao.d. IPVA e repartio de receitas (art. 158, III): Apesar de ser um imposto de competncia estaduali. Pertencem aos Municpios1. 50% do produto da arrecadao do imposto do Estado sobre a propriedade de veculos automotores licenciados em seus territrios;ii. Art. 60, II, ADCT: 20% do produto da arrecadao do IPVA deve ser aplicado no FUNDEB (Fundo de Desenvolvimento da Educao Bsica). Salienta-se que sero retirados 10% da receita do estado e tambm 10% dos 50% destinados ao municpio, totalizando, assim, 20%.

12) Lei Complementar e IPVAa. A funo da LC em matria de impostos (art. 146, III, a, CF/88): Cabe lei complementar estabelecer normas gerais em matria de legislao tributria, especialmente sobre definio de tributos e de suas espcies, bem como, em relao aos impostos discriminados nesta Constituio, a dos respectivos fatos geradores, bases de clculo e contribuintes;b. Inexistncia de LC de normas gerais sobre o IPVA: a instituio do IPVA foi criada atravs de uma emenda constitucional datada de 1985, porm, no houve lei complementar posterior legislando sobre a matria.i. STF (2796456): ainda que diante da ausncia de lei complementar que verse sobre o IPVA, os estados podem exercitar sua competncia plena. Verifica-se a aplicao de duas regras constitucionais, sendo a primeira em relao competncia concorrente entre Unio e estados, entendendo que a Unio competente para editar a LC e, conforme o art. 155, III, CF/88, os estados, competentes para instituir o IPVA. Assim sendo, determina o art. 24, 3, que, no mbito da competncia concorrente, inexistindo lei de normas gerais expedidas pela Unio, os estados exercem sua competncia plena. A segunda, tambm se baseou no art. 34, 3 do ADCT, que estabelece que para a implementao do sistema tributrio previsto na Constituio, os estados, DF e municpios podem editar suas respectivas leis.

13) IPVA no Estado de Minas Gerais (Lei 14.937/03)a. Fato Gerador: O IPVA incide, anualmente, sobre a propriedade de veculo automotor de qualquer espcie, sujeito a registro, matrcula ou licenciamento no Estado.i. Exceo (p. nico): O IPVA incide tambm sobre a propriedade de veculo automotor dispensado de registro, matrcula ou licenciamento no rgo prprio, desde que seu proprietrio seja domiciliado no Estado.ii. Momento de ocorrncia do fato gerador (art. 2)1. Veculo novo: aquisio do veculo automotor.a. Conceito de veculo novo (art. 2, 1): veculo sem uso, at a sua sada promovida por revendedor ou diretamente do fabricante ao consumidor final.2. Veculo importado: momento de desembarao aduaneiro.3. Veculo usado: dia 1 de janeiro de cada exerccio.b. Periodicidade: anual.

c. Iseno (art. 3)i. Veculos de propriedade de portadores de deficincia fsica (art. 3, III)ii. Txi (art. 3, V)iii. Veculo roubado, furtado ou extorquido (art. 3, VIII): no perodo entre a data da ocorrncia do fato e a data de sua devoluo ao proprietrio1. 1: fica o proprietrio do veculo desobrigado das penalidades referentes a infraes cometidas durante o perodo estabelecido no referido dispositivo.2. 6: os valores j pagos sero restitudos ao contribuinte, nos termos do regulamento, proporcionalmente ao perodo entre a data do furto ou roubo do veculo e a data de sua devoluo ao proprietrio.a. Regulamento do IPVA: devoluo aps o trmino do exerccio;iv. Veculo usado utilizado como mercadoria (art. 3, XIII).d. Veculo de propriedade da instituio financeira, ento, o contribuinte a instituio financeira, tornando arrendatrios e devedores fiducirios solidariamente responsveis pelo IPVA.Contribuinte (art. 4): proprietrioi. Responsabilidade solidria (arts. 5 e 6)1. Devedor fiducirio;2. Arrendatrio;3. Adquirente, em relao a IPVA vencido e no-pagoa. Exceo: leilo pblico.e. Base de clculo (art. 7):i. Valor venal: valor que o bem alcana em uma compra e venda em condies de livre mercado;1. Veculo usado: utilizao do princpio da praticidade. Assim, os estados elegem alguns critrios a serem observados para a definio do valor venal e publicam-se tabelas genricas que levam em conta estes critrios.2. Veculo novo: valor estampado no documento fiscal de aquisio do veculo. Em geral, as legislaes estaduais preveem a possibilidade de cobrana proporcional do IPVA em relao ao dia de aquisio do veculo novo, vez que, em teoria, assim como o com o veculo usado, o fato gerador do IPVA ocorre no dia 1 de janeiro de cada exerccio.3. Veculo importado: valor estampado no documento de desembarao aduaneiro. Em geral, as legislaes estaduais preveem a possibilidade de cobrana proporcional do IPVA em relao ao dia de desembarao aduaneiro do veculo importado.f. Lanamento: de ofcio, uma vez que os rgos de trnsito estaduais j possuem todos os elementos necessrios para a feitura do lanamento do crdito tributrio.ITCD E INTER VIVOS (ITBI)1) Origem comum: antigo ITBI, que incidia sobre todas as transmisses envolvendo bens imveis, existente antes da CF/88 e a que se referem os arts. 35 a 42 do CTN.a. Atualmente: no h, no sistema tributrio nacional atual, lei complementar de normas gerais que disciplinem especificamente sobre o ITCD e o inter vivos.b. Progressividade x ITCD e inter vivos: por serem considerados impostos reais, surgiram problemas em relao aplicao da tcnica da progressividade, vez que esta mtodo de implementao da capacidade contributiva, incompatvel com a ideia dos impostos reais, que no devem levar em considerao as caractersticas pessoais do contribuinte do imposto. Assim, no h mais a hiptese de progressividade em relao ao ITCD e ao inter vivos.i. Tendncia atual: STF voltou atrs e reconheceu a possibilidade da cobrana progressiva dos ditos impostos reais, abarcando, ento, o ITCD e inter vivos.

2) Fato gerador do ITCD (O Imposto sobre Transmisso Causa Mortis e Doao de Quaisquer Bens ou Direitos)a. Momento de ocorrncia do fato geradori. Transmisses causa mortis/droit de saisine (art. 1.784, CC): Aberta a sucesso, a herana transmite-se, desde logo, aos herdeiros legtimos e testamentrios. Assim, o momento de ocorrncia do fato gerador do ITCD causa mortis ocorrer no exato momento do bito do autor da herana;ii. Transmisses de bens mveis, por doao: ocorrer no exato momento da tradio da coisa.iii. Transmisses de bens imveis, por doao: ser o momento da tradio, caracterizado pelo registro do ato na matrcula do bem imvel.

3) Competncia para instituio do ITCDa. Art. 155, I, CF/88: Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobrei. Transmisso causa mortis e doao, de quaisquer bens ou direitos;1. So transmisses gratuitas, que no contemplam obrigaes bilaterais.a. Tambm incidiro sobre a renncia translativa/translatcia e excesso de meao.b. Competncias para instituio a serem reguladas por LC (art. 155, 1, III): ter a competncia para sua instituio regulada por lei complementari. Se o doador tiver domiclio ou residncia no exterior;ii. Se o de cujus possua bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventrio processado no exterior; Problema: esta LC no existe. No caso de MG, se o doador estiver domiciliado no exterior e o donatrio em MG, julga-se o EMG competente para tributar esta transferncia.c. Competncia para fixao de alquotas mximas (art. 155, 1, IV): Senado Federal.i. Valor da alquota mxima (resoluo n. 9/92): 8% sobre o valor dos bens ou direitos transferidos.

4) Caractersticas geraisa. Hiptese de incidncia: acrscimos patrimoniais, ou seja, ganhos de capital, decorrentes de doaes e transmisses por herana;b. Contribuinte: em regra, o contribuinte da obrigao tributria referente ao ITCD ser o beneficirio (herdeiro/legatrio/donatrio).i. Exceo: ser o contribuinte o doador quando o donatrio estiver domiciliado fora do EMG e se tratar de doao de bem mvel, ttulo ou crdito.c. Objeto de incidncia do ITCD: todo e qualquer bem e direito, abarcando bens mveis, imveis, tangveis, intangveis, etc.d. Base de clculo: valor venal, ou seja, valor mximo de compra e venda que um determinado bem alcanaria em condies de livre mercado.e. Forma de lanamento: no EMG feito por homologao, cabendo ao contribuinte a atribuio do valor referente ao ITCD, ficando, posteriormente, sujeito a uma avaliao tributria pela administrao pblica.

5) CF/88 e o ITCDa. Definio de elementos de conexo (art. 155, 1): visam ligar o Estado competncia para tributar certas transferncias.i. Bens imveis e respectivos direitos (art. 155, 1, I): relativamente a bens imveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situao do bem, ou ao Distrito Federal;ii. Bens mveis, ttulos e crditos (art. 155, 1, II): relativamente a bens mveis, ttulos e crditos, compete ao Estado onde se processar o inventrio ou arrolamento, ou tiver domiclio o doador, ou ao Distrito Federal; ou seja, ser o estado de domiclio do doador.1. Transmisso por doao de bem mvel, ttulo e crdito: Estado competente para a instituio do imposto ser o Estado do domiclio do doador.2. Transmisso por herana de bem mvel, ttulo e crdito: Estado competente para a instituio do imposto ser o Estado onde se processa o inventrio ou arrolamento.

6) O ITCD e a Lei Complementar: a rigor, no h LC especfica tratando o ITCD. Assim, utiliza-se dos dispositivos os arts. 35 a 42 do CTN, que, na verdade, referem-se ao antigo ITBI. Isto posto, por ausncia de LC especfica, no h expressa previso de seu fato gerador, base de clculo e contribuinte.a. Art. 35, p. nico, CTN: Nas transmisses causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatrios. Ou seja, para cada herdeiro/legatrio, haver um fato gerador distinto, gerando uma obrigao tributria distinta.INTER VIVOS1) Competncia mltipla (art. 156, II, CF/88): Compete aos Municpios instituir impostos sobrea. Transmisso inter vivos, a qualquer ttulo, por ato oneroso, de bens imveis, por natureza ou acesso fsica, e de direitos reais sobre imveis, exceto os de garantia, bem como cesso de direitos a sua aquisio;i. Direitos reais de garantia sobre imveis: hipoteca e anticrese. A legislao municipal pode determinar a incidncia do inter vivos sobre a celebrao de promessa de compra e venda de bem imvel, sem clusula de arrependimento e levada a registro, por transmitir direito real aquisio de imvel.b. Municpio competente para a exigncia do imposto (art. 156, 2, II): compete ao Municpio da situao do bem.

2) Imunidade ao inter vivos (art. 155, 2, I): no incide sobre a transmisso de bens ou direitos incorporados ao patrimnio de pessoa jurdica em realizao de capital, nem sobre a transmisso de bens ou direitos decorrentes de fuso, incorporao, ciso ou extino de pessoa jurdica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locao de bens imveis ou arrendamento mercantil;a. Forma de definio da atividade preponderante (art. 37, CTN): pessoa jurdica adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou locao de propriedade imobiliria ou a cesso de direitos relativos sua aquisio. Para tanto, avalia-se os 02 anos anteriores e, em sendo impossvel essa avaliao, avalia-se os 02 anos posteriores.

3) Lei complementar e o inter vivos: no h LC de normas gerais sobre esse imposto. Assim, usa-se como parmetro os arts. 35 ao 42 do CTN, que eram aplicados ao antigo ITBI.a. Art. 35: O imposto, de competncia dos Estados, sobre a transmisso de bens imveis e de direitos a eles relativos tem como fato geradori. A transmisso, a qualquer ttulo, da propriedade ou do domnio til de bens imveis por natureza ou por acesso fsica, como definidos na lei civil;ii. A transmisso, a qualquer ttulo, de direitos reais sobre imveis, exceto os direitos reais de garantia; iii. A cesso de direitos relativos s transmisses referidas nos incisos I e II.1. P. nico: Nas transmisses causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatrios.b. Art. 36: Ressalvado o disposto no artigo seguinte, o imposto no incide sobre a transmisso dos bens ou direitos referidos no artigo anteriori. Quando efetuada para sua incorporao ao patrimnio de pessoa jurdica em pagamento de capital nela subscrito;ii. Quando decorrente da incorporao ou da fuso de uma pessoa jurdica por outra ou com outra.1. P. nico: O imposto no incide sobre a transmisso aos mesmos alienantes, dos bens e direitos adquiridos na forma do inciso I deste artigo, em decorrncia da sua desincorporao do patrimnio da pessoa jurdica a que foram conferidos.c. Art. 37: O disposto no artigo anterior no se aplica quando a pessoa jurdica adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou locao de propriedade imobiliria ou a cesso de direitos relativos sua aquisio.i. 1: Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo quando mais de 50% (cinqenta por cento) da receita operacional da pessoa jurdica adquirente, nos 2 (dois) anos anteriores e nos 2 (dois) anos subseqentes aquisio, decorrer de transaes mencionadas neste artigo.ii. 2: Se a pessoa jurdica adquirente iniciar suas atividades aps a aquisio, ou menos de 2 (dois) anos antes dela, apurar-se- a preponderncia referida no pargrafo anterior levando em conta os 3 (trs) primeiros anos seguintes data da aquisio.iii. 3: Verificada a preponderncia referida neste artigo, tornar-se- devido o imposto, nos termos da lei vigente data da aquisio, sobre o valor do bem ou direito nessa data.iv. 4: O disposto neste artigo no se aplica transmisso de bens ou direitos, quando realizada em conjunto com a da totalidade do patrimnio da pessoa jurdica alienante.d. Base de clculo (art. 38): A base de clculo do imposto o valor venal dos bens ou direitos transmitidos.e. Art. 39: A alquota do imposto no exceder os limites fixados em resoluo do Senado Federal, que distinguir, para efeito de aplicao de alquota mais baixa, as transmisses que atendam poltica nacional de habitao.f. Hiptese de deduo (art. 40): O montante do imposto dedutvel do devido Unio, a ttulo do imposto de que trata o artigo 43, sobre o provento decorrente da mesma transmisso.g. Art. 41: O imposto compete ao Estado da situao do imvel transmitido, ou sobre que versarem os direitos cedidos, mesmo que a mutao patrimonial decorra de sucesso aberta no estrangeiro.h. Contribuinte (art. 42): Contribuinte do imposto qualquer das partes na operao tributada, como dispuser a lei.

ICMS1. Linhas gerais: a CF/88 derroga competncia mltipla, sob um s nome, para instituir vrios tributos diversos.0. Art. 155, II, CF/88: Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre0. II: operaes relativas circulao de mercadorias e sobre prestaes de servios de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicao, ainda que as operaes e as prestaes se iniciem no exterior;0. Operaes de circulao de mercadorias;0. Prestaes de servios de transporte interestadual e intermunicipal: o transporte intramunicipal fica sujeito ao ISSQN.0. Prestao de servios de comunicao.0. Competncia para tributar as importaes (art. 155, 2, IX, CF/88)1. Sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa fsica ou jurdica, ainda que no seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o servio prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domiclio ou o estabelecimento do destinatrio da mercadoria, bem ou servio;1. Em alguns casos, considerada competncia autnoma, como no caso do leasing, por exemplo.0. Competncia para tributar as operaes relativas a energia eltrica (art. 155, 3, CF/88): exceo dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poder incidir sobre operaes relativas a energia eltrica, servios de telecomunicaes, derivados de petrleo, combustveis e minerais do Pas.

1. Operaes de circulao de mercadorias1. Hiptese de verificao: Para que haja a incidncia do ICMS, h a necessidade de que haja uma operao, que, necessariamente, seja de circulao, e, obrigatoriamente, deve ser de mercadorias.0. Art. 2, I, IV e V, LC. 87/96: O imposto incide sobre0. I: operaes relativas circulao de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentao e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;0. IV: fornecimento de mercadorias com prestao de servios no compreendidos na competncia tributria dos Municpios;0. V: fornecimento de mercadorias com prestao de servios sujeitos ao imposto sobre servios, de competncia dos Municpios, quando a lei complementar aplicvel expressamente o sujeitar incidncia do imposto estadual.0. ICMS sobre operaes de salvado (Smula Vinculante 32, STF): no h incidncia do ICMS nessas operaes que versem sobre o salvado.1. Conceito de mercadoria: bem destinado a circular economicamente.1. Consideraes tericas: para se perceber se haver ou no a incidncia do ICMS sobre a operao de circulao de determinada mercadoria, deve-se analisar a destinao desta mercadoria. Assim, s haver incidncia do ICMS se o bem estiver destinado a circular economicamente.0. Smula 541, STF: o imposto sobre vendas e consignaes no incide sobre a venda ocasional de veculos e equipamentos usados, que no se insere na atividade profissional do vendedor, e no realizada com o fim de lucro, sem carter, pois, de comercialidade.1. Conceito de mercadoria em MG (art. 222, I, RICMS/MG): qualquer bem mvel, novo ou usado, suscetvel de circulao econmica, inclusive semovente, energia eltrica, substncias minerais ou fsseis, petrleo e seus derivados, lubrificante, combustvel slido, liquido ou gasoso e bens importados por pessoa fsica ou jurdica para uso, consumo ou incorporao no ativo permanente.1. A incidncia do ICMS sobre bem intangvel/incorpreo: no se tem posio concreta j, mas STF indica que reconhecer a incidncia do ICMS sobre bem intangvel.1. Conceito de operaes de circulao2. Mera circulao fsica vs. necessidade de mudana na titularidade da mercadoria (Smula 166, STJ): No constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte. , portanto, necessria a transmisso da titularidade da mercadoria.0. Implicaes da compreenso da smula 166, STJ em relao no cumulatividade: no h muita repercusso prtica quanto cobrana, pois o crdito de um estabelecimento autnomo abate o dbito do outro estabelecimento, conforme o princpio da no-cumulatividade.0. Contradio (art. 12, I, LC 87/96): Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento1. I: da sada de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular;0. Esta incidncia do ICMS se d em decorrncia do reconhecimento da autonomia dos estabelecimentos.2. Autonomia dos estabelecimentos (arts. 11, 3, II, LC 87/96 e art. 24, LE 6.763/75): cada estabelecimento, ainda que de um mesmo titular, considerado um contribuinte autnomo. 1. Art. 11, 3, II, LC 87/960. 3: Para efeito desta Lei Complementar, estabelecimento o local, privado ou pblico, edificado ou no, prprio ou de 3, onde pessoas fsicas ou jurdicas exeram suas atividades em carter temporrio ou permanente, bem como onde se encontrem armazenadas mercadorias, observado, ainda, o seguinte0. II: autnomo cada estabelecimento do mesmo titular;1. Art. 24, LE 6.763/75: Considera-se autnomo cada estabelecimento produtor, extrator, gerador, inclusive de energia, industrial, comercial e importador ou prestador de servios de transporte e de comunicao do mesmo contribuinte.1. Caracterizao do fato gerador do ICMS sobre operaes (art. 2, 2, LC 87/96): A caracterizao do fato gerador independe da natureza jurdica da operao que o constitua, dependendo, to somente, da substncia desta operao.

1. Incidncia do ICMS sobre servios e comunicao: fruto da CF/88. 2. Servios submetidos incidncia do ICMS0. Transporte (art. 2, II, LC 87/96): interestadual e intermunicipal, por qualquer via, podendo ser transporte de pessoas, bens, mercadorias e valores.0. Exceo: transporte intramunicipal est sujeito ao ISSQN, no ao ICMS.0. Obs (ADIn 1600): transporte areo de passageiros e mercadorias no esto sujeitos incidncia do ICMS, pois era falho o sistema de partilha do imposto na LC. Reconheceu-se, assim, a inconstitucionalidade da cobrana.0. Comunicao1. Conceito doutrinrio: presta servio de comunicao aquele que fornece os meios para a transmisso e recepo de mensagens, aquele que d condies para que a relao comunicativa se realize.1. Conceito jurdico (art. 2, III, LC 87/96): prestao de servios de comunicao, por qualquer meio, inclusive a gerao, emisso, recepo, transmisso, retransmisso, repetio e a ampliao de comunicao de qualquer natureza.1. Imunidade ao ICMS (art. 155, 2, X, d): O ICMS no incidir0. D: nas prestaes de servio de comunicao nas modalidades de radiodifuso sonora e de sons e imagens de recepo livre e gratuita;

1. Contribuinte do ICSM (art. 4, LC 87/96): qualquer pessoa, fsica ou jurdica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operaes de circulao de mercadoria ou prestaes de servios de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicao, ainda que as operaes e as prestaes se iniciem no exterior.3. Critrios alternativos de caracterizao do contribuinte0. Que caracterize intuito comercialHabitualidade0. Volume1. Excees habitualidade e volume12. Importao de mercadorias e servios (EC 33/01 e Smula 660, STF): ainda que o indivduo no seja contribuinte habitual, caso realize uma operao de importao de mercadorias e servios, ser posto na categoria de contribuinte do ICMS, irrelevante a habitualidade ou o volume que caracterize intuito comercial.12. Adquirente de bens apreendidos ou abandonados;12. Adquirente de combustveis em operaes interestaduais, quando no destinados comercializao ou industrializao: imunidade

1. Apurao do ICMS: baseado no princpio da no-cumulatividade (art. 155, 2, I, CF/88 e art. 19, LC 87/96). Assim, compensa-se o que for devido em cada operao ou prestao com o montante cobrado nas anteriores.4. Sistema imposto x imposto: crditos do imposto das entradas com os dbitos dos impostos das sadas.4. Princpio da no cumulatividade: leis estaduais definiro um perodo de apurao do imposto (art. 24, LC 87/96), que geralmente mensal. Toma-se, ento, o conjunto de operaes realizadas pelo sujeito passivo no perodo de operao, abarcando as operaes que so consideradas fatos geradores do ICMS (operaes de sada do estabelecimento) e as que geram crdito (operaes de entrada no estabelecimento).1. Liquidao por compensao: no ICMS, as obrigaes sero liquidadas por compensao (com crditos) ou mediante pagamento em dinheiro, referente existncia de dbito de ICMS quando a relao entre as operaes de entrada e de sada do estabelecimento no gerarem crditos superiores ao dbito.0. Crditos maiores que dbitos (art. 24, III, LC 87/96): o saldo de crditos ser regulamentado pelo Estado. Via de regra, a diferena ser transportada para o perodo posterior. Porm, em certos ramos de atividade, como os exportadores, h a possibilidade de acumulao de crditos, que possuem o benefcio constitucional da no incidncia do imposto e da manuteno do crdito. Assim, a depender da legislao estadual, pode-se, entre outros, adquirir bens do ativo atravs da transferncia dos crditos.4. Autonomia dos estabelecimentos vs. apurao do ICMS (art. 25, LC 87/96): Apurao crditos/dbitos deve ser feita para cada um dos estabelecimentos, ainda que de um s titular.2. Exceo: regimes alternativos de apurao do ICMS. Pode ocorrer o recolhimento do imposto mercadoria por mercadoria.4. O direito de crdito no ICMS: a implementao na no-cumulatividade por um sistema de crditos e dbitos. H 02 sistemas.3. Sistema do crdito financeiro: creditamento amplo. Tudo aquilo que ingressa no estabelecimento, essencial e imprescindvel atividade, gera direito a crdito de imposto.3. Sistema do crdito fsico: creditamento restrito. Somente aquilo que se incorporar ao produto final ou que se consome no curso do processo de produo que incorrer na gerao de crdito.1. CF/88 e os sistemas de crdito: STF entende que a CF/88 no optou por nenhum deles (art. 155, 2, XII, c), deixando a cargo da legislao complementar a escolha do sistema de crdito.13. No-cumulatividade na CF/880. Art. 155, 2, I: 2 O imposto previsto no inciso II atender ao seguinte0. I: ser no cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operao relativa circulao de mercadorias ou prestao de servios com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;0. STF: por meio de LC, podem ser estabelecidas outras excees.Excees constitucionais ao direito de crdito/hipteses de iseno e no-incidncia (art. 155, 2, II): a iseno ou no-incidncia, salvo determinao em contrrio da legislao1. No implicar crdito para compensao com o montante devido nas operaes ou prestaes seguintes;1. Acarretar a anulao do crdito relativo s operaes anteriores;1. No-cumulatividade na LC 87/96 (arts. 18 e sgts)14. A LC 87/96 parece ter consagrado o sistema do crdito financeiro como o sistema utilizado para o ICMS.0. Art. 20, caput: Para a compensao a que se refere o artigo anterior, assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operaes de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simblica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento de servios de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicao.0. Exceo (art. 23): O direito de crdito, para efeito de compensao com dbito do imposto, reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual tenham sido prestados os servios, est condicionado idoneidade da documentao e, se for o caso, escriturao nos prazos e condies estabelecidos na legislao.0. P. nico: O direito de utilizar o crdito extingue-se depois de decorridos 05 anos contados da data de emisso do documento.4. Restries ao direito de crdito4. Ativo permanente (art. 20, 5 e art. 33, III, LC 87/96): pode-se creditar o ICMS relativo s aquisies de bens do ativo permanente. Porm, o crdito feito de forma fracionada, razo de 1/48 por ms.4. Uso e consumo (art. 33, I): somente daro direito de crdito as mercadorias destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento nele entradas a partir de 1o de janeiro de 20204. Energia eltrica (art. 33, II): somente dar direito a crdito a entrada de energia eltrica no estabelecimento2. Quando for objeto de operao de sada de energia eltrica;2. Quando consumida no processo de industrializao;2. Quando seu consumo resultar em operao de sada ou prestao para o exterior, na proporo destas sobre as sadas ou prestaes totais; e2. A partir de 1o de janeiro de 2020 nas demais hipteses: creditamento amplo. 4. Comunicao (art. 33, IV): somente dar direito a crdito o recebimento de servios de comunicao utilizados pelo estabelecimento3. Ao qual tenham sido prestados na execuo de servios da mesma natureza;3. Quando sua utilizao resultar em operao de sada ou prestao para o exterior, na proporo desta sobre as sadas ou prestaes totais; e3. a partir de 1o de janeiro de 2020 nas demais hipteses: creditamento amplo.4. Estorno de crdito (art. 21): O sujeito passivo dever efetuar o estorno do imposto de que se tiver creditado sempre que o servio tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento:4. For objeto de sada ou prestao de servio no tributada ou isenta, sendo esta circunstncia imprevisvel na data da entrada da mercadoria ou da utilizao do servio;4. For integrada ou consumida em processo de industrializao, quando a sada do produto resultante no for tributada ou estiver isenta do imposto;4. Vier a ser utilizada em fim alheio atividade do estabelecimento;4. Vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se.4. Situaes concretas5. Bens de uso e consumo x produtos intermedirios: se forem produtos que se consomem integralmente na industrializao, sero considerados produtos intermedirios, havendo a gerao do direito de crdito.5. Crdito de energia eltrica e operaes de telefonia: STJ se posicionou de forma a reconhecer o aproveitamento do crdito para estas operadoras de telefonia sob o fundamento de que se equiparariam industrias, sendo estas uma das possibilidades de reaproveitamento do crdito.4. Benefcios fiscais do ICMS (art. 155, 2, XIII, g e LC 24/75 recepcionada pelo art. 34 do ADCT): cabe lei complementar disciplinar a forma como os Estados podem conceder e revogar benefcios fiscais.6. mbito de aplicao: benefcios fiscais devem ser aprovados por convnios celebrados e retificados pelos Estados e pelo DF no mbito do CONFAZ.0. Concesso: deve ser aprovada pelo CONFAZ por meio de deciso unnime0. Revogao: qurum de 4/5;6. Benefcios concedidos unilateralmente: se forem concedidos somente pelos Estados/DF, revelia do CONFAZ, de plano devem ser declarados inconstitucionais.1. Consequncia (art. 8, LC 87/96): a concesso de benefcios fiscais revelia do CONFAZ pode gerar a nulidade do crdito do imposto atribudo ao estabelecimento adquirente.0. STF: considera ilegtima a atuao do Estado que estorna esse crdito;0. STJ: considera que a postura do Estado de estornar este crdito inconstitucional;

1. Substituio tributria (art. 6, LC 87.96)5. Operaes antecedentes (regressivas): h uma cadeia de circulao de mercadorias e o imposto ser recolhido na ltima etapa.5. Operaes concomitantes: operaes que se realizam em um mesmo momento. Atribui-se a responsabilidade pelo pagamento do imposto ao alienante da mercadoria.1. Apurao da base de clculo com relao s operaes antecedentes e concomitantes (art. 8, I, LC 87/96): em relao s operaes ou prestaes antecedentes ou concomitantes, o valor da operao ou prestao praticado pelo contribuinte substitudo;5. Operaes subsequentes (progressivas)2. Fato gerador presumido e base de clculo presumida: surgem problemas prticos, pois deve-se presumir a ocorrncia do fato gerador futuro e estimar um preo de venda futuro para que o ICMS seja recolhido em relao todas as etapas da cadeia de circulao.0. Problemas0. Inocorrncia do fato gerador presumido: A LC 87/96 elenca a forma de definio da base de clculo para fins de substituio progressiva, porm, a CF/88 diz que, diante da inocorrncia do fato gerador presumido, h o direito restituio preferencial e imediata da quantia paga.0. Ocorrncia de fato gerador em valor inferior ao estimado: entendimento atual a da ausncia de direito repetio do valor a mais recolhido.1. Fixao das alquotas6. Regra geral: so fixadas por leis estaduais. Porm, h parmetros determinados pela CF/88, quais sejam0. Seletividade (art. 155, 2, III, CF/88): o ICMS pode ser seletivo, em funo da essencialidade dos produtos.0. Operaes e prestaes interestaduais (art. 155, 2, IV): cabe ao Senado Federal fixar as alquotas incidentes essas operaes e prestaes interestaduais.0. Exportaes (art. 155, 2, X, a): h uma desonerao genrica em relao s exportaes, no havendo incidncia do ICMS nestas operaes.6. CF/88 e as alquotas do ICMS1. Senado Federal (art. 155, 2, V): tem competncia para fixar alquotas mnimas e mximas nas operaes internas a fim de resolver conflitos especficos entre Estados.1. Limite constitucional (art. 155, 2, VI): alquotas internas (dos Estados/DF) no podem ser inferiores s interestaduais, salvo deliberao em contrrio do CONFAZ.

1. Operaes interestaduais: CF/88 usa predominantemente o princpio da origem para disciplinar o destino do produto da arrecadao do ICMS em operaes interestaduais. Porm, h certos casos em que ser usado o princpio do destino e at uma mescla de ambos. A tendncia mundial a adoo do princpio do destino.7. Princpio da origem: atribuio do imposto ao Estado de origem;7. Princpio do destino: atribuio do imposto ao Estado de destino.7. Combinao entre origem e destino: ocorre quando o destinatrio contribuinte do imposto. Ocorrer a partilha do imposto entre os Estados de origem e destinatrio. Assim, caber ao estado de origem a alquota interestadual e ao estado destinatrio o diferencial de alquotas interna-interestadual.

1. Importao8. Incidncia: haver incidncia do ICMS mesmo em importaes realizadas por pessoas fsicas ou jurdicas, contribuintes habituais ou no do imposto, qualquer que seja a sua finalidade.8. Destino do produto da arrecadao: o Estado que receber o produto da arrecadao do ICMS ser o estado em que se encontre o bem importado.

IMPOSTO DE RENDA1. Competncia (art. 153, inc. III, CF/88): Compete Unio instituir impostos sobre0. III: renda e proventos de qualquer natureza;

1. Renda1. Conceito de renda (art. 43, I, CTN): produto do capital, produto do trabalho ou produto da combinao de ambos.0. Renda x patrimnio0. Patrimnio: esttico. D a ideia do existir da propriedade; 0. Renda: dinmica. Versa sobre acrscimos de propriedade, inserido numa concepo temporal;0. A verificao da existncia de renda depende da comparao do patrimnio em dois momentos distintos1. Renda x receita0. Receita: focada apenas nos ingressos de capital;0. Renda: focada nos ingressos de capital e tambm considera os gatos necessrios para a obteno da receita, deduzindo-os.1. A impossibilidade de deduo da CSSL e do IRPJ de sua prpria base de clculo RE 582.525 art. 1 da Lei n. 9.316/96.16. Art. 1: O valor da contribuio social sobre o lucro lquido no poder ser deduzido para efeito de determinao do lucro real, nem de sua prpria base de clculo.1. Renda x transferncias de capital: o imposto de renda se preocupa com a tributao do acrscimo patrimonial no-proveniente das transferncias de capital (heranas e doaes);1. Fato gerador (art. 43, caput, CTN): acrscimo patrimonial 1. Art. 43, caput: O imposto, de competncia da Unio, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisio da disponibilidade econmica ou jurdica;1. Provento2. Conceito de provento (art. 43, II, CTN): acrscimos patrimoniais no compreendidos no conceito de renda (salvo aqueles gerados por transferncias de capital, heranas ou doaes). 0. Exemplo: aposentadoria, penso, prmio de loteria, do Big Brother...2. Fato gerador (art. 43, caput, CTN): acrscimo patrimonial 1. Art. 43, caput: O imposto, de competncia da Unio, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisio da disponibilidade econmica ou jurdica;

1. Imposto de renda no CTN3. A definio do fato gerador do IR (art. 43, CTN): em suma, compreende a aquisio da disponibilidade econmica ou jurdica0. Disponibilidade0. Jurdica: regime de competncia. Considera-se a configurao dos requisitos necessrios para a conformao da receita ou despesa;0. Econmica: regime de caixa. Considera-se o efetivo desembolso ou o efetivo recebimento.0. Aquisio1. Renda: acrscimo patrimonial decorrente do capital, trabalho, ou combinao de ambos;1. Proventos de qualquer natureza: acrscimo patrimonial que no decorre do capital, do trabalho ou da combinao de ambos (salvo o decorrente de herana ou doao).

1. Imposto de Renda e indenizaes4. Smulas STJ0. Smula 463: Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a ttulo de indenizao por horas extraordinrias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo;0. Incidncia do IR sobre verba decorrente de horas extraordinrias ocorre pois esta verba oriunda do trabalho do indivduo, caracterizando o fato gerador da obrigao.0. Smula 386: So isentas de imposto de renda as indenizaes de frias proporcionais e o respectivo adicional;1. No h incidncia do IR sobre as frias vendidas por serem estas verbas indenizatrias.0. Smula 215: A indenizao recebida pela adeso a programa de incentivo demisso voluntria no est sujeita incidncia do imposto de renda;2. No h incidncia do IR sobre as verbas de programas de demisso voluntrias por serem estas verbas indenizatrias.0. Smula 136: O pagamento de licena-prmio no gozada por necessidade do servio no est sujeito ao IR;3. Pagamento de frias premium no gozadas no esto sujeitas incidncia do IR.0. Smula 125: O pagamento de frias no gozadas por necessidade do servio no est sujeito incidncia do Imposto de Renda;4. Pagamento decorrente de frias no gozadas no se sujeitam incidncia IR;4. Incidncia do Imposto de Renda sobre verbas de carter indenizatrio: no h incidncia do IR em verbas de carter indenizatrio, vez que este imposto incide sobre acrscimos patrimoniais oriundos do trabalho, do capital ou da combinao de ambos, o que no o caso das verbas indenizatrias.1. Indenizaes por Dano Moral (RESP. 963.387/RS): A indenizao por dano estritamente moral no fato gerador do Imposto de Renda, pois limita-se a recompor o patrimnio imaterial da vtima, atingido pelo ato ilcito praticado. In casu, a negativa de incidncia do Imposto de Renda no se faz por fora de iseno, mas em decorrncia da ausncia de riqueza nova oriunda dos frutos do capital, do trabalho ou da combinao de ambos capaz de caracterizar acrscimo patrimonial.4. Desapropriaes: REsp. 1.116.460/SP deciso sob o regime dos recursos repetitivos.

1. Princpios do Imposto de Renda (art. 153, 2, I, CF/88): Compete Unio instituir impostos sobre5. 2: O imposto previsto no inciso III0. I: ser informado pelos critrios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;0. Generalidade: aspecto subjetivo. Todas as pessoas que auferem renda devem ser tributadas pelo IR;0. Universalidade: aspecto objetivo ou material. Todas as espcies de renda deve ser tributada;0. Progressividade: aplicao da pessoalidade no IR. Tcnica de variao da alquota na medida em que a base de clculo se altera.2. Doutrina: sempre sustentou que, inobstante a previso do Art. 153 da CF/88 acerca da generalidade e da universalidade, elas so conceitos aplicveis a todos os tributos. Contudo, parte da doutrina sempre defendeu que a progressividade s pode ser aplicada nos tributos em que a CF/88 expressamente afirma, sendo este um argumento juridicamente inconsistente.5. Princpio da no-surpresa: O imposto de renda no se sujeita ao princpio da espera nonagesimal. A razo que o imposto de renda cobrado anualmente.1. Smula 584, STF: Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exerccio financeiro em que deve ser apresentada a declarao.0. Estabelece que aplica-se a lei vigente no exerccio financeiro em que deve ser apresentada a declarao. Nem o poder executivo nem o legislativo adotam essa smula, pois eles respeitam a regra da anterioridade de exerccio.0. Concluso: a majorao de um imposto s aplicvel num dado exerccio se a respectiva lei for publicada no exerccio anterior. Por outro lado, em se tratando de minorao do imposto, a lei possui eficcia imediata.

1. Vedaes6. Art. 150, II, CF/88 (Respeito ao Princpio da Equivalncia): No se pode diferenciar o contribuinte quanto ao cargo ou profisso que ocupa, e nem de acordo com a definio dos rendimentos. Decorrncia ntida do princpio da igualdade. No se pode diferenciar o contribuinte quanto ao cargo ou profisso que ocupa, ou pena denominao da verba que ele recebe.0. Art. 150, II, CF/88: Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios0. I: instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situao equivalente, proibida qualquer distino em razo de ocupao profissional ou funo por eles exercida, independentemente da denominao jurdica dos rendimentos, ttulos ou direitos;6. Art. 151, II, CF/88: vedado Unio1. II: tributar a renda das obrigaes da dvida pblica dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, bem como a remunerao e os proventos dos respectivos agentes pblicos, em nveis superiores aos que fixar para suas obrigaes e para seus agentes;6. Art. 150, 1, CF/88: Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios2. 1: A vedao do inciso III, b, no se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedao do inciso III, c, no se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem fixao da base de clculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

1. Destinao da receita do IR7. Art. 157, I, CF/88: Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal0. I: o produto da arrecadao do imposto da Unio sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer ttulo, por eles, suas autarquias e pelas fundaes que institurem e mantiverem;7. Art. 158, I, CF/88: Pertencem aos Municpios1. I: o produto da arrecadao do imposto da Unio sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer ttulo, por eles, suas autarquias e pelas fundaes que institurem e mantiverem;1. Imposto de renda e repartio de receita: a maior parte do imposto de renda fica com os Estados e Municpios.17. Formas de partilha0. Direta: os prprios Estados e Municpios retm na fonte o IR de qualquer situao (servidores, autarquias, fundaes, etc), em virtude dos arts. 157 e 158 da CRFB (apenas o que a entidade retm na fonte);0. Smula 447, STJ: Os Estados e o Distrito Federal so partes legtimas na ao de restituio de imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores.0. Discusso em juzo das verbas pagas a ttulo de imposto de renda retido por Estado ou Municpio: Em tese, o interessado o Estado e Municpio, logo, eventual mandado de segurana ou ao repetitria deve ser endereada para a Justia Estadual, com o Estado ou Municpio no polo passivo.0. Indireta: os Estados e Municpios recebem mediante a formao de fundos. FPE, FPM e fundo para reduo da desigualdade regional.

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