matéria de dip

27
Direito Internacional Público Marcelly Doutrinas recomendadas: Francisco Rezec Celso de Albuquerque Melo Hildelbrando Accioly Valério de Oliveira Mazioli (Unespiano) Alberto do Amaral Junior AULA DO DIA 21/03/2012 Conceito: “Conjunto de princípios e regras jurídicas (costumeiras e convencionais) que disciplinam e regem a atuação e a conduta da sociedade internacional (formada pelos Estados, pelas organizações internacionais intergovernamentais e também pelos indivíduos), visando alcançar as metas comuns da humanidade e, em última análise, a paz, a segurança, e a estabilidade das relações internacionais”. (Valério de Oliveira Mazioli) Hobbes diz que o homem no seu estado de natureza, regulava- se pela lei do mais forte, afirmava que o homem se quiser encontrar equilíbrio nas suas relações precisa abrir mão de uma parte de sua liberdade e entregar essa parcela a um ente superior que regule as relações em sociedade. Rousseau afirma que os homens por convenção, criavam normas para dar estabilidade à sociedade, delegando poder a um este superior também. Montesquieu divisão dos três poderes A sociedade estabelece normas jurídicas para convivência por convenção. Elas são obrigatórias, atribuem direitos e obrigações, sanções para aqueles que lhe vão contra, estabelece a previsibilidade de condutas (segurança jurídica), permitem o alcance de objetivos comuns. O Estado é formado por povo, território e poder soberano. Há a hierarquia das normas: Por muito tempo somente os Estados eram sujeitos do direito internacional, no entanto começaram a surgir no âmbito internacional pessoas de direitos que passaram a ter representatividade. Na sociedade internacional há: • A universalidade, pois diferente do estado quem tem o povo território e soberania, não há hierarquia no plano internacional.

Upload: rafaelcassoni

Post on 24-Jul-2015

139 views

Category:

Documents


7 download

TRANSCRIPT

Direito Internacional PúblicoMarcellyDoutrinas recomendadas:Francisco RezecCelso de Albuquerque MeloHildelbrando AcciolyValério de Oliveira Mazioli (Unespiano)Alberto do Amaral JuniorAULA DO DIA 21/03/2012 Conceito: “Conjunto de princípios e regras jurídicas (costumeiras e convencionais) que disciplinam e regem a atuação e a conduta da sociedade internacional (formada pelos Estados, pelas organizações internacionais intergovernamentais e também pelos indivíduos), visando alcançar as metas comuns da humanidade e, em última análise, a paz, a segurança, e a estabilidade das relações internacionais”. (Valério de Oliveira Mazioli)Hobbes diz que o homem no seu estado de natureza, regulava-se pela lei do mais forte, afirmava que o homem se quiser encontrar equilíbrio nas suas relações precisa abrir mão de uma parte de sua liberdade e entregar essa parcela a um ente superior que regule as relações em sociedade.Rousseau afirma que os homens por convenção, criavam normas para dar estabilidade à sociedade, delegando poder a um este superior também.Montesquieu divisão dos três poderesA sociedade estabelece normas jurídicas para convivência por convenção. Elas são obrigatórias, atribuem direitos e obrigações, sanções para aqueles que lhe vão contra, estabelece a previsibilidade de condutas (segurança jurídica), permitem o alcance de objetivos comuns.O Estado é formado por povo, território e poder soberano.Há a hierarquia das normas:Por muito tempo somente os Estados eram sujeitos do direito internacional, no entanto começaram a surgir no âmbito internacional pessoas de direitos que passaram a ter representatividade.Na sociedade internacional há:• A universalidade, pois diferente do estado quem tem o povo território e soberania, não há hierarquia no plano internacional.• A sociedade é também paritária, pois nenhum Estado tem o poder legal para obrigar nenhum outro a fazer nada, é uma relação horizontal, de coordenação.• Há também o consenso, pois como não há relação de mando, os Estados decidem como agirão no cenário internacional se houver interesse mediante acordos.• A sociedade internacional é aberta, pois diferente do processo de entrada num país estrangeiro que exige naturalização, é livre a participação no cenário internacional de organizações.• Há a ausência de organização institucional supranacional, ou seja, a ordem jurídica é descentralizada, não havendo um único órgão ou país que seja responsável por fazer as leis.• O direito produzido na sociedade internacional é originário, porque diferente da ordem interna, não há hierarquia na ordem de leis.• O sistema de sanções é imperfeito, pois não há quem julgue. Existe uma sanção, mas não há uma polícia internacional. Nos tratados há as consequências no caso de não cumprimento das metas, mas a maioria dos estados procura agir com base na boa

vontade afim de manter a diplomacia e evitar futuros embargos econômicos e outras consequências maléficas à boa convivência internacional. Ex: Tratado de Kyoto – os países desenvolvidos têm uma meta para cumprir na redução de CO2, para quem não cumprir haverá uma meta maior para o próximo prazo.Interesses recíprocos: Quando os estados fazem um tratado, teoricamente todos estão interessados em sua matéria.Integração: inserir-se na sociedade internacional, para que sejam reconhecidos.Há o jogo de influência entre os estados.O objetivo é que seja mantida a estabilidade e segurança entre os entes internacionais.Tudo que for referente ao Estado e as relações entre Estados será matéria do Direito Internacional Público. No direito internacional privado, se estudará a norma a ser aplicada no caso de conflito de particulares, regulamentação contida na LICC.DIREITO INTERNO x DIREITO INTERNACIONALDireito Internacional: É o que diz respeito ao direito que é aplicado a sociedade internacional ou de regimes de Direito entre países (privado)No direito interno temos todas as estruturas que dividirão as normas, órgãos encarregados da interpretação e aplicação destas, no internacional não teremos isso, não havendo centralização do poder.Considerando que os estados são soberanos e tal condição deve ser respeitada, portanto, a intenção do direito Internacional Público é:• Manutenção da ordem internacional• Estabelecimento de regras de cooperação e coexistênciao Respeitando a igualdade soberana entre os Estadoso Tratados: reciprocidade de obrigações• Previsibilidade dos comportamentos dos EstadosJUS GENTIUM – durante muito tempo foi essa a denominação para o Direito Internacional. Este surgiu inicialmente para falar das relações entre Estados, até o surgimento, no séc XX das organizações internacionais.Em 1648 houve o Tratado denominado de Paz de Vestefália que pôs fim à Guerra dos 30 anos. O estado moderno estava em fase de formação, havendo resquícios do feudalismo e onde a noção de território era mitigada. Nessa fase a Igreja era mais poderosa que o próprio rei, e essa guerra, que era um conflito religioso incialmente, tornou-se uma briga por território, influência religiosa das demais igrejas e jogo de poder.A paz de Vestefália foi criada pelo jurista Hugo Grotius. Foi a primeira vez a se falar do princípio da igualdade entre os Estados.Em 1815 esse princípio foi novamente ressaltado, no Congresso de Viena, após as invasões napoleônicas.AULA DO DIA 28/03/2012 PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS NORTEADORES DAS RELAÇÕES INTERNACIONAISEstado de Direito: a partir do momento que houver uma constituição, regulando os três poderes e os direitos fundamentais dos indivíduos, há o Estado de Direito.Estado Democrático de Direito: liberdade de participação política. Possui o Chefe de Estado.República Federativa do Brasil: pessoa jurídica de direito internacional. Possui o Chefe de Governo.União: pessoa jurídica de direito interno.

Tanto uma denominação quanto a outra possuem a mesma estrutura, a diferença é a quem é vinculada a informação, nacional ou internacionalmente.Art 1 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. (ou seja, é a garantia do pluralismo político).SOBERANIA:• Plano Interno: soberano para fazer suas próprias leis, os representantes são eleitos pelo povo e somente quem é eleito pode governar.• Plano Externo: refere-se à ideia de que na sociedade internacional não há um Estado hierarquicamente superior, supranacional. Há o principio da igualdade entre estados, plano horizontal, de coordenação e não subordinação.Soberania é “o poder político supremo e independente, entendendo-se por poder supremo aquele que não está limitado por nenhum outro na ordem interna e por poder independente aquele que, na sociedade internacional, não tem de acatar regras que não sejam voluntariamente aceitas e está em pé de igualdade com os poderes supremos de outros povos.” (Marcelo Caetano).Art. 4: A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:I – independência nacional; (soberania interna)II – prevalência dos direitos humanos;III – autodeterminação dos povos; (ligado à soberania externa respeitar os demais povos)IV – não intervenção; (salvo se houver algo que justifique)V – igualdade entre os Estados; (sistema de coordenação)VI – defesa da paz;VII – solução pacífica dos conflitos; (não está abrindo mão do uso da força há a possibilidade do uso da força em caso de legitima defesa (ataque externo), tentativa de secessão (território querendo se tornar um novo estado) e casos previstos para o domínio da ONU).VIII – repúdio ao terrorismo (não há consenso na definição de terrorismo) e ao racismo (crime imprescritível).IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; (buscar pelo consenso, pelos acordos, transferência de tecnologia, incentivo ao desenvolvimento sustentável, etc.).X – concessão de asilo político (é um ato de soberania interna e não é permanente; é uma tradição na América Latina, está elencado na declaração universal dos direitos humanos de 1948, onde afirma que “toda pessoa vítima de perseguição tem o direito de procurar e gozar asilo em outros países”, excetuando os crimes comuns e atos contrários à ONU).O asilo político pode ser:• Forma diplomática: um indivíduo foge para a embaixada brasileira; é emitido um documento chamado “salvo conduto”, onde tal indivíduo será conduzido ao território brasileiro.• Forma territorial: ocorre ou após a emissão do salvo conduto, ou fugindo para o país e procurando as autoridades competentes que encaminhará ao ministério da justiça o pedido de asilo.O asilo politico pode ser iniciado e terminado em qualquer uma dessas formas.Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma

comunidade latino-americana de nações. (é um princípio de conteúdo programático que prevê o incentivo para que o Brasil busque proximidade com os países vizinhos).“Asilo politico consiste no colhimento de estrangeiro por parte de um Estado que não o seu, em virtude de perseguição por ele sofrida e praticada por seu próprio país ou por terceiro. As causas motivadoras dessa perseguição, ensejadora da concessão do asilo em regra são: dissidência política, livre manifestação de pensamento, ou ainda, crimes relacionados com a segurança do Estado, que não configurem delitos no direito penal comum.” (Alexandre de Morais).RELAÇÕES ENTRE O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E O DIREITO INTERNO ESTATALMonismo e Dualismo• Monismo: prega a não divisão entre direito internacional e direito interno, acontecendo tudo dentro de um mesmo ordenamento, ou seja, assim que é assinado um tratado, ele se incorpora ao ordenamento e o tratado;Internacionalista: é superior à lei nacional se houver conflito normativo;Nacionalista: se houver conflito, o tratado se encontrará abaixo das leis ordinárias;• Dualismo: afirmam que há dois ordenamentos, se o Brasil assina um tratado este fica dentro do ordenamento jurídico internacional e para entrar no ordenamento nacional, é preciso que seja feito o processo de incorporação e recepção, através de um ato formal;Extremado: para que o tratado seja incorporado pela legislação nacional, é preciso que passe pelo mesmo processo legislativo que uma lei e que seja convertido em lei;Mitigado: para que o tratado seja incorporado, basta um ato normativo (DECRETO - declaração do poder executivo) que promulgue a validade do tratado no Brasil.Trata dos conflitos de normas estatais. AULA DO DIA 11/04/2012 TRATADO: a regra é que tenha status de Lei Ordinária (federal)Cronologia do tratado

1. Assinatura (na teoria monista já passa a valer no ordenamento)2. Depois ele já será traduzido e trazido ao Brasil para que o Congresso Nacional analise.3. O tratado é ratificado4. Promulgado e publicado

...Passando a valer (vigência).Um tratado pode revogar uma lei ordinária e uma futura lei ordinária que trate de matéria diferente do tratado também pode revoga-lo. Os doutrinadores criticam tal posição pois afirmam que para que um tratado não surta mais efeito é necessário fazer a “denúncia”.

Pacto de San Jose da Costa Rica (1992)

No art. 5º, LXVIII há a permissão para prisão civil para pensão alimentícia e depositário infiel. O tratado citado, só permitia prisão para pensão alimentícia.Após 2004, uma emenda constitucional ditou que: tratados de Direitos Humanos podem vir a ser exceção. Nestes casos, se for aprovado em 2 turnos nas 2 casas, com quórum qualificado de 3/5 (do total de membros), terá “status” de emenda constitucional.Entretanto, isso valeu somente a partir de 2004, e para fatos anteriores a essa data abriu-se exceção para dois casos:

- pacto de San Jose- Pacto CivilComo prisão do depositário infiel é dada por lei ordinária e o pacto entrou no ordenamento como emenda constitucional, então essa prisão não é mais utilizada.ATUALIDADES: Convenção 158-OIT è tratado questionado pois a CF dá direito ao empregador de livre demissão, enquanto a convenção impõe dificuldades.O único tratado a assumir caráter de emenda foi a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência. Assinado em 2007, ratificado em 2008 e promulgado em 2009.SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO- possuem capacidade para fazer tratados- direito de legação (enviar e receber representantes) (jus legationis)

Estados – povo, território, governo (Possuem capacidade plena, podendo fazer tratados sobre qualquer assunto)

Coletividades estatais – organizações internacionais (OIT, OMS, OMC). Possuem capacidade parcial (tratados só sobre seus respectivos assuntos).

Santa Sé – tratado de Latrão. Possui capacidade plena mas geralmente só utiliza direito de legação. O papa é chefe da Igreja e do Estado do Vaticano.

Pessoa humana – possui capacidade limitada (Direitos Humanos - TPI) – pena doutrina, quando é vítima, autora, ré da ação do Direito Internacional Público (mas não tem capacidade de tratado e direito de legação).

Coletividades não-estatais:

- Grupos beligerantes: Sociedade da Nicarágua “status” temporário de Sujeito de Direito Público. Necessitam de reconhecimento por parte dos entes internacionais.- Insurgentes: situação parecida com o anterior, mas com poder menor.- Libertação Nacional: (OLP – Organização Libertadora da Palestina) tem o objetivo de criar um novo Estado.- Cruz vermelha: objetivos humanitários- Ordem Soberana de Malta: também possui objetivos humanitários (muito tradicional, criada em 1092)Todos os acima podem celebrar tratados e têm legação.

Pessoas não-formais: empresas transnacionais; grandes ONG’s e a mídia internacional.

 FONTES DO DIREITO INTERNACIONALFontes formais: normas em si mesmas. Regulamentam um determinado assunto.Fontes materiais: conteúdo, objeto, situação abstrata que motivou a criação das normas. Fontes Clássicas à art. 38 da CIJ (Corte Internacional de Justiça)- primárias: tratados, costumes, princípios gerais do Direito Internacional;- secundárias: jurisprudência, doutrina, equidade.Novas Fontes:- analogia, atos unilaterais de Estados, decisões de organizações internacionais dos Estados.Tratados: escritos, liberdade para aderência, fruto de acordo;

Costumes: (direito consuetudinário) consuetudo et servanda (costume deve ser observado). Costume é uma prática respeitada e reiterada (elemento objetivo), aceita como sendo de Direito (elemento subjetivo).Ex.: LEX MERCATORIA – antigamente as regras de comércio no Mediterrâneo eram consuetudinárias, sendo codificadas posteriormente.Para o costume ser decisivo em uma relação jurídica internacional ele precisa ser provado, podendo ser universais, regionais ou locais.Os principais princípios gerais do direito internacional estão elencados no preâmbulo do Tratado de Viena.As fontes primárias são as normas, as auxiliares são realmente um auxílio, ajudando na interpretação dos fatos.A jurisprudência de que fala o tratado é a internacional. Doutrina, idem.Equidade: resolução do caso com base no que se julgar justo.Entende-se que não há hierarquia nas fontes, usando-se a mais adequada ao caso concreto. Entretanto, não se pode negar que o tratado é a fonte mais importante (segura – ainda que não seja hierarquicamente superior).NOVAS FONTES:- analogia: comparação (casos semelhantes). Ex: caso de hidrelétrica em fronteira.Atos unilaterais dos Estados: reconhecimento, renúncia, declaração, denúncia, protesto, ratificação, proposta de negociação.Podem ser: expressos ou tácitos (entende-se através do comportamento).- decisões de organizações internacionais também passaram a ser consideradas fontes.Obs.: Soft law e jus cogens são antagônicasSoft law à “lei suave” – conteúdo programático, plano de ações. Tem cara de tratado, mas é soft law. Tem cara de intenção mas não estabelece norma (obrigação). Ex.: Agenda 21.Jus Cogens ou Hard Law à “direito cogente”, “lei dura”. Lei que não pode ser mudada. Ex.: Tratados de Direitos Humanos. Sempre devem ser observados em tratados, que não podem contrariá-los.Tratados

1. Histórico2. Conceito3. Terminologia4. Formato/estrutura5. Classificação6. Capacidade para celebrar tratado7. Processo de formação8. Condições de realidade9. Vícios no consentimento10. Reservas11. Modificação12. Observância e aplicação13. Interpretação14. Efeitos sobre terceiros15. Extinção de tratados

CONCEITO: “Tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica.

“acordo” demonstra consentimento“por escrito”: a convenção de Viena até aceita o tratado verbal, mas o usual é o escrito por questões de organização e segurança jurídica.“entre Estados” inclui-se as organizações internacionais, Santa Sé, insurgentes, beligerantes, etc...“regido pelo Direito Internacional”: regras de Direito Internacional“instrumento único ou conexos”: tratado principal, anexos e apêndices“qualquer que seja sua denominação”: pode chamar tratado, pacto, convenção, etc. AULA DO DIA 18/04/2012 HISTÓRICOTratados são celebrados há muito tempo1280 a.C à Tratado de Habesh (primeira referência histórica)TERMINOLOGIAEx.: tratado, pacto, convenção, carta, estatuto, memorando, convenção, quadra...Certos atos não são tratados:- gentlemen’s agrément: assinado por chefes de Estado (e não o Estado), sendo um acordo que tem vigência durante os governos. Mais usado no Common Law.- Acordo por troca de notas (notas diplomáticas)- Acordo executivo (presidente): situações em que vai resolver questões administrativas (no Brasil). Resolve por notas diplomáticas (interpretação de cláusula em tratado bilateral). É feito direto com assinatura do presidente, sem precisar passar pelo CN. No Brasil, só é utilizado para questões mais simples, falando sobre tratado pré-existente. É herança de separação dos EUA (treaties x agreement). Lá pode ter mais cara de tratado. AULA DO DIA 25/04/2012 Concordata são todos os tratados celebrados pela santa sé.Agrément não precisa passar pelo senado americano, somente o presidente já resolve a situação. ESTRUTURA- Titulo – preambulo – consideranda (assunto/motivação)- Articulado (artigos)- Fecho (local/data)- Assinatura- Selo do lacre (símbolo das armas)Conteúdo:- objeto – conteúdo- institucionalidade- questões financeiras- cláusulas processuais- entrada em vigor (vacatio legis)- duração- emendas- solução de controvérsias- término- reservasCLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS

5.1- com relação ao numero de partes   - bilateral ou multilaretal5.2- com relação ao processo de incorporação  - unifásico – geralmente são países de regime monista, ou  no caso de acordos executivos.  - bifásico ou multifásico5.3 - com relação à execução   -tempo:                    - transitória                    - permanente   - estrutura da execução:        - mutalizáveis ou mutáveis: com a ausência de um país no tratado não prejudica sua aplicação      - imutalizáveis ou imutáveis: não aceita violação por um dos membros5.4 – Quanto à natureza jurídica- tratado – lei – conteúdo normativo geral- tratado – contrato – direitos e obrigações5.5 – Com relação a adesão posterior- fechada: não admite futura aderência- aberta: podendo ser limitada ou ilimitada(qualquer um pode entrar); condicionado ou incondicionado (não precisa de pré-requisito); (ex.: exigir governo legítimo).AULA DO DIA 02/05/2012 CAPACIDADE PARA CELEBRAR TRATADOSCapacidade é diferente de competência. Capacidade é a possibilidade de celebrar tratados, enquanto que a competência é quem, dentro do “capaz” pode assinar o tratado (ex.: presidente). Quando falo em capacidade, me refiro aos entes do Direito Internacional Público.Obs.: Estados federados e municípios (paradiplomacia institucionalizada). Apesar de o Brasil não admitir que seus estados e municípios celebrem tratados, são permitidas medidas de cooperação (art.23 CF) e operações externas de natureza financeira (art. 52, CF). FORMAÇÃO E INCORPORAÇÃO DE TRATADOSIncorporação de tratados: No Brasil, temos a teoria dualista mitigada.- negociação: pode haver aprovação do texto por consenso (total), 2/3 e até outros, mas geralmente ocorrem estes dois primeiros.- assinatura: plenipotenciáriosCompetência para assinar tratados: art. 7 da CVDT. Competência privativa (cabe delegação, art. 84, VIII) x Competência exclusiva (recebe delegação – quando o presidente não pode estar presente para assinar e delega). Quem recebe essa delegação é plenipotenciário.- referendo do CN – art. 49, I.Faz um juízo de constitucionalidade, legalidade, mérito (se compensa ou não para o país a assinatura do tratado).Trâmites: tratado sobre Direitos Humanos: passa 2 vezes em cada casa do CN com aprovação de maioria absoluta qualificada. Em casos que não são assunto de direitos humanos, passa uma única vez pelas casas do congresso nacional com aprovação de maioria absoluta qualificada (2/3).

- Se aprovado neste processo, ocorre a publicação como Decreto Legislativo no Diário Oficia da União (DOU)- ratificação: entra em vigor no Direito Internacional- promulgação: decreto presidencial ou do executivo (entra em vigor no território nacional – segundo entendimento do STF)REGRA GERAL: Tem status de Lei Ordinária, com a exceção para os tratados de DH que entra como emenda constitucional.Art. 98 dá supralegalidade para tratado na área tributária.- registro do tratado no Secretariado das Nações Unidas.Importância do registro: dá publicidade, mais segurança jurídica e possibilidade de usar órgãos da ONU.Depositário: será eleito um depositário para guardar os documentos do tratados (originais), geralmente é a ONU. CONDIÇÕES DE VALIDADE DO TRATADOCapacidade das partes; habilitação dos agentes signatários (plenipotenciário); acordo de vontades sem defeito (consentimento); objeto lícito e possível (deve ser normal e não ir contra o jus cogens – ordem pública). VÍCIOS DO CONSENTIMENTOIrregular consentimento da parte- ilícito do poder executivo. Ex.: presidente promulgar sem o referendo- contrariedade à norma constitucional. É mais fácil denunciar pois pode alegar vício.- erro: art. 48- dolo: art. 49- coação: art. 51, 52- corrupção: art. 50AULA DO DIA 09/05/2012 10. RESERVA, art. 19 da Convenção de VienaA definição do que é reserva está no artigo 1, alínea d:d)“reserva” significa uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou denominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação a esse Estado; Depois do referendo pelo congresso o tratado é promulgado e ratificado por meio de um decreto presidencial.É possível fazer a reserva que é quando o tratado será válido no país (terá força de lei ordinária), mas aqueles artigos aos quais o país fez a reserva não serão aplicados.

Não é cabível em tratados bilaterais; Os limites da reserva são estabelecidos no próprio tratado. Procedimento: por escrito Efeito: estado reservante se desonera do cumprimento do artigo reservado.

11. MODIFICAÇÃOSão feitas por meio de emendas, são especificadas no art. 39 da CVDT.Os doutrinadores entendiam que só seria possível fazer uma emenda se todos os países concordassem e aderissem à emenda. Será um outro documento e deverá passar pela negociação, assinatura, análise do congresso, aprovação, ratificação pelo Brasil e por

meio de uma nova promulgação, o presidente mostra ao povo que aquela emenda faz parte do nosso ordenamento jurídico.Começou se a se impor que se 2/3 dos países aprovassem, esta valeria mas isso gerou divergências. Hoje se prega que somente aqueles que concordaram coma a emenda que lhe apliquem em seu ordenamento, porém isso deve ser especificado nas cláusulas do tratado.O problema surge quando A e B está no tratado mas somente, A aderiu à emenda. Neste caso a emenda será aplicada somente a quem concordou com a emenda, utilizando os termos do tratado geral.Sempre que se referir ao tratado haverá o decreto legislativo e o presidencial que são dois instrumentos para que este tratado adentre ao ordenamento. O mesmo ocorre com as emendas.12. OBSERVÂNCIA E APLICAÇÃO/ ENTRADA EM VIGOR

ENTRADA EM VIGOR DE UM TRATADO (ART. 24 DA CVDT)

A entrada pode ter uma forma e data prevista no tratado. Impondo, por exemplo, um número de ratificações para que entre em vigor. Na ausência de previsão, a entrada em vigor acontece após a formalização do consentimento. Internacionalmente ele entra em vigor após a ratificação e nacionalmente após a promulgação.

OBSERVÂNCIA DO TRATADO (art. 26 e 27)

- Pacta sunt servanda: Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa fé.- Boa fé- a parte não pode invocar direito interno para o não cumprimento do tratado, pois o país só assina um tratado se quiser e por isso é analisado pelo Congresso Nacional.

APLICAÇÃO: não terá irretroatividade TEMPO: pode estabelecer data ou eterno, valendo até quando restarem partes adeptas; ESPAÇO: o tratado é aplicável em todo o território nacional.

Exceções: tratados em territórios específicos, feito sobre alguma região, tendo como exemplo aquele que se destina à proteção da Amazônia.13. INTERPRETAÇÃO DOS TRATADOS - Regra Geral: art. 31 da CVDTArtigo 31Regra Geral de Interpretação1. Um tratado deve ser interpretado de boa fé segundo o sentido comum atribuível aos termos do tratado em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade.2. Para os fins de interpretação de um tratado, o contexto compreenderá, além do texto, seu preâmbulo e anexos:a)qualquer acordo relativo ao tratado e feito entre todas as partes em conexão com a conclusão do tratado;b)qualquer instrumento estabelecido por uma ou várias partes em conexão com a conclusão do tratado e aceito pelas outras partes como instrumento relativo ao tratado.3. Serão levados em consideração, juntamente com o contexto:

a)qualquer acordo posterior entre as partes relativo à interpretação do tratado ou à aplicação de suas disposições;b)qualquer prática seguida posteriormente na aplicação do tratado, pela qual se estabeleça o acordo das partes relativo à sua interpretação;c)quaisquer regras pertinentes de Direito Internacional aplicáveis às relações entre as partes. 4. Um termo será entendido em sentido especial se estiver estabelecido que essa era a intenção das partes.Devem ser considerados a boa fé, a pacta sunt servanda, e devem ser analisados o objetivo e a boa fé.O parágrafo primeiro trata dos princípios a serem utilizados; o segundo do contexto (que pode ser auxiliado pelo uso do preâmbulo onde está o objetivo de ser feito aquele tratado). Se isso não for suficiente para interpretar, pode surgir um acordo posterior que faça emendas ou que amplie o conteúdo do primeiro, então esse acordo posterior é analisado. Além desse acordo posterior pode ser utilizada a prática; ou quaisquer outras regras do direito internacional público (FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL).- PRINCÍPIO DO DIREITO ÚTIL: que esse tratado atinja o seu objetivo- PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE: para que não se onere mais uma parte que outra.Caso isso não seja suficiente há o artigo 32:Meios Suplementares de InterpretaçãoPode-se recorrer a meios suplementares de interpretação, inclusive aos trabalhos preparatórios do tratado e às circunstâncias de sua conclusão, a fim de confirmar o sentido resultante da aplicação do artigo 31 ou de determinar o sentido quando a interpretação, de conformidade com o artigo 31:a)deixa o sentido ambíguo ou obscuro; oub)conduz a um resultado que é manifestamente absurdo ou desarrazoado.Eles ocorrem quando as partes recorrem aos trabalhos preparatórios (projetos iniciais, análises das versões anteriores) e aos discursos feitos durante as conferências de negociações (manifestação dos países).A maioria dos tratados elegem versões autenticas em que os tratados estão sendo feitos14. EFEITOS SOBRE TERCEIROSEm regra geral os tratados terão efeitos somente sobre os contratantes- EFEITO DIFUSO: situação jurídica subjetiva. Ex.: definição de demarcação de territórios.- EFEITO DE FATO OU APARENTE: um fato gera repercussão sobre terceiro estado das consequências de um tratado. Ex: cláusula da nação favorecida. AULA DO DIA 16/05/2012 EXTINÇÃO DOS TRATADOSArt. 54 CVDT

De conformidade com as disposições do tratado --> quando o próprio tratado estabelece o que o faria ser extinto, seja pelo tempo, pela desistência de determinado numero de membros ou pela ocorrencia de algum fato específico.

 Da qualquer momento pela vontade das partes (denúncia)

Consentimento das partes --> REVOGAÇÃO

- Derrogação: revogação parcial- Ab-rogação: revogação total

Quando houver a expiração do tempo convencionado Quando ocorre a sua execução integral Por força de um tratado posterior

Por força de norma de ius cogens (normas que não podem ser contrariadas – direitos humanos, soberania, não intervenção)- normas de ius cogens preexistentes- normas de ius cogens posteriores

Condição resolutiva: situação que prevê o início ou o fim de um tratado Impossibilidade superveniente: baseada na teoria da imprevisão (“rebus sic standibus” –

as coisas devem permanecer como estão) Denúncia – quando um dos países sai; o que não impede que os demais continuem, no

entanto pode haver alguma cláusula que afirme que se um país sair o tratado não pode continuar sendo aplicado.

ESTADO  1. Elementos constitucionaisElementos: POVO + TERRITÓRIO + GOVERNO + FINALIDADE1.1   POVO (elemento humano)Povo: são os nacionais e naturalizados que estão permanentemente estabelecidos nesse território.População está ligada ao índice demográfico.Estado é o que rege a população .Nação está ligada ao elemento subjetivo de conexão entre os indivíduos. É necessário cuidado nesse conceito pois pode gerar um certo preconceito, visto que a maioria dos Estados não é homogêneo.1.2   TERRITÓRIO (elemento material)Fronteira onde os nacionais e naturalizados poderão se deslocar livremente sem necessidade de visto ou passaporte.Conceito geográfico: com relação à localização, é o território fixo e determinado;Conceito jurídico: solo, subsolo, rios, lagos, mares, golfos, baías, portos, faixa de mar territorial, plataforma submarina e o espaço aéreo.Embaixadas: tecnicamente não é uma extensão territorial do país, o que acontece nelas é a imunidade de jurisdição.1.3   GOVERNO (elemento político)Por meio do governo o poder é organizado. Esse governo precisa ser autônomo e independente, o que está ligado diretamente à ideia de soberania:Interna: liberdade para escolher sua forma de governo, legislação e seu poder judiciário.Externa: liberdade do estado para participar das relações internacionais, tendo o direito de ser reconhecido independente do seu poder econômico ou bélico.1.4   FINALIDADEO Estado tem duas finalidades:- objetiva: crescimento  - subjetiva: propiciar o bem para a população

1. Formação

- formação direta: se estabeleciam em territórios sem dono, reconhecida, muitas vezes, por meio de documentos da Igreja e tratados- emancipação: colônias que se libertam- desmembramento: um território maior que se divide- fusão

1. Reconhecimento de Estado e Governo

Conceito: Ato livre pelo qual um ou mais Estados reconhecem a existência, em um território determinado, de uma sociedade humana politicamente organizada de qualquer outro Estado existente e capaz de observar as prescrições do Direito Internacional.Formas de reconhecimento, explicam em que momento ocorre:TEORIA CONSTITUTIVA: o Estado, ainda que tenha todos os seus elementos constitutivos, só passará a existir se for reconhecido. O reconhecimento que cria o Estado, concedendo-lhe personalidade jurídica;TEORIA DECLARATÓRIA: para que um Estado seja Estado basta que tenha os elementos constitutivos. AULA DO DIA 23/05/2012                FORMAS DE RECONHECIMENTO:                - INDIVIDUAL OU COLETIVA: um país que reconhece ou um grupo;                - DE DIREITO OU DE FATO: direito é inequívoco e de fato é quando se deduz pelo comportamento e de forma provisória.                - EXPRESSO OU TÁCITO: expresso é por escrito e tácito que pode ter caráter definitivo.                - CONDICIONADO OU INCONDICIONADO: a doutrina vê tal assunto com cuidado pois pode servir de motivo para sanções desleais de países mais fortes.BELIGERÂNCIA E INSUGENCIAAmbos são movimentos armados que acontecem de forma armada dentro dos países, a diferença é que os insurgentes pleiteiam a separação de um Estado. Os beligerantes não tem objetivo separatista, mas de lutar contra o governo atual.Para que seja considerado beligerante ou insurgente precisa de reconhecimento internacional também.RECONHECIMENTO DE GOVERNOFala sobre um Estado reconhecer como legitimo ou não o governo de um outro Estado. Porém, dar a opinião sobre um governo de outro Estado influencia na soberania desse outro.  Há duas teorias:- TOBAR: Carlos Tobar dizia que não devemos reconhecer governantes que chegam ao governo por meio de golpes de Estado e sem o intuito de governar a população mas com a finalidade de vaidade ou ambição, auto-promoção e não o bem comum.- ESTRADA: Genaro Estada dizia que não cabe aos outros países reconhecerem ou não umoutro governo, e isso contraria o principio da igualdade e da não-intervenção.Hoje entende-se que deve haver uma harmonização de ambas as doutrinas: não cabe aos países reconhecerem ou não, porém, quando um país sofrer um golpe e esse governo não for legítimo, cabe aos demais Estados que cortem relações com este país, afim de pressionar a legitimação do sistema.

1. Classificação

1.1   Estados Simples ou Unitários: são aqueles que possuem um poder central, uniforme e sem repartição de competências. Se for simples e unitário será centralizado; se for dividido em províncias será descentralizado, essas representações dessas províncias, ainda que sejam divisões, elas não possuem autonomias como as unidades federativas do Brasil, ou seja, são províncias dependentes do poder central.1.2   Estados compostos: são uma reunião de Estados independentes ou membros federados, sob um mesmo governo. Podem ser compostos por:coordenação: agrupados em um plano de igualdade.

união pessoal – ocorre em países monárquicos em que os monarcas possuem parentesco; ex: União Ibérica – história de D. Sebastião;

união real – na soberania interna os países agirão separadamente, porém no plano externo agirão como união; ex.: Reino Unido de Brasil Portugal e Algarves;

união incorporada – formam um novo Estado; ex.: reino unido da grã Bretanha e Irlanda do Norte;

confederação de Estados – reunião de países autônomos e independentes criada por tratado que não terão um governo representativo, porém terão interesses comuns e um órgão central – DIETA – que é uma assembleia de plenipotenciários; ex.: 13 colônias,Rep. Helvética. CEI;

estados federados ou federações – associação permanente de membros federados que mantem sua autonomia, mas abdicam da soberania externa para um governo central; ex: Uniao federativa do Brasil;

associações sui generis – união especial sem tipologia definida; ex.: comunidade de nações) ou

subordinação:

vassalos – domínio de um estado sobre outro em relação de suserania e vassalagem; protetorados – Estado mais fraco protegido por outro Estado; clientes- cede algo a outro estado; territórios sob tutela – estão disciplinados nos art. 75 ao 85 da carta da ONU, esses

territórios são uma espécie de sistema que ocorria na liga das nações, era quando os estados eram colocados sob a tutela de um território mais rico, uma ex-colônia que seria tutelada até ter condições próprias de se tornar independente.  

AULA DO DIA 30/05/2012 Situações diferentes para dependência:Estados permanentemente neutros: santa Sé, Suíça, Áustria.Estados exíguos ou microestados: são aqueles estados muito pequenos. Ex. Liechtenstein, Mônaco, San Marino.Caso excepcional: Santa Sé1929 – Tratado de Latrão: por meio dele a Santa Sé foi reconhecida e ganhou um território próprio.Elementos constitutivos:- território: Estado da cidade do Vaticano- população: são os membros do clero e quem trabalha lá. Não há a nacionalidade do vaticano.- governo: papa (exerce o poder de chefe de estado e chefe de governo – responde tanto pelas questões internas quanto externas da Santa Sé).

- finalidade: cuidar dos interesses da Igreja Católica no mundo.Possui direito de legação. Seus diplomatas são chamados de núncios.A santa sé pode celebrar tratados de diversos assuntos, quando for relacionado à religião, só pode ser chamado de Concordata.Obs: Decreto 7107/2010 – concordata assinada pelo Brasil – foi movida uma ADIn (4439 STF) 

1. Extinção

a)      Anexação total: A anexa totalmente o território B. ex.: texasb)      Anexação parcial: modificaçãoc)       Fusão: junta-se A+ B = Cd)      Divisão ou desmembramento: C = A + B + D.

1. Sucessão

É a herança dos estados.Há duas teorias:- Sucessão automática: todos os direitos e obrigações que o Estado anterior tinha, continuam no novo Estado.- Tábula Rasa: os tratados assinados pelo estado extinto morreram com ele, assim como os demais efeitos.6.1 – Com relação aos tratadosNa divisão, o desmembramento pela Tábula Rasa, cada Estado novo precisa aderir, cada um, ao novo tratado. Na fusão, o Estado C também não herdou o tratado.  No caso da anexação total, todos os tratados do estado fundido foram extintos e os tratados do território incorporador foram passados para o incorporado.6.2 – Com relação à nacionalidadeNa fusão, a nacionalidade do território fundido some. Na anexação total também. Na anexação parcial os países optam pela melhor maneira:- o país anexador pode oferecer a opção por continuar com a nacionalidade A ou passar a ter a nacionalidade B;- pode ser feito um plebiscito, onde a decisão escolhida é aplicada a todos.6.3 – Com relação às obrigações financeirasEntende-se que a sucessão é automática, não sumindo com a extinção do país. Na anexação e fusão as dívidas são de AB, portanto. Na divisão os países podem optar por dividir a dívida de forma equitativa ou proporcional. Na anexação parcial pode haver a absorção da dívida de forma proporcional ao território incorporado. Devem ser incorporadas mesmo as dividas contraídas para lutar contra a indexação.Nada impede que o Estado declare “odious debt” à horror à dívida.6.4 – Com relação aos bens públicosIncorporam-se também.6.5 – Com relação à participação das organizações internacionaisVale a tábula rasa, cada estado devendo decidir o que quer participar e igualmente a organização. AULA DO DIA 06/06/20127- Órgãos das Relações Internacionais

.1- Chefe de Estado, .2– Ministro das Relações Exteriores, .3- Missões Diplomáticas *importante – OAB*, .4- Repartições Consulares. 1- Chefe de Estado=> Art. 84, inc. VII, CF.=> É representando a República Federativa do Brasil nas relações.- Prerrogativas e imunidades: - privilégios pessoais; - imunidade de jurisdição; - isenção de tributos.=> As prerrogativas e imunidades se estendem a toda a família. São pautadas no princípio da reciprocidade. É dada para que o representante possa representar seu país de forma bem feita sem precisar se preocupar com questões internas ou represálias do país para onde viajou.=> Privilégios pessoais: Cortesia. O presidente deve ser tratado com cortesia, com todas as regalias, homenagens, etc. durante sua passagem em outro país.=> Imunidade: civil e penal. A imunidade penal é absoluta => o presidente não responde por nada no outro país, só responderá no país de origem. Civil: a ação não pode ser ajuizada no outro país, a ação deve ser proposta no país do presidente. Poderá uma ação cível correr tendo o presidente como sujeito se a ação envolver bens imóveis, sendo o presidente herdeiro ou legatário. Portanto, a imunidade civil é relativa.=> Isenção de tributos: também relativa. O presidente não paga os tributos pessoais (como o Imposto de Renda), mas paga os indiretos (como o ICMS). *Competência privativa: pode ser relegada.*Competência exclusiva: não pode ser relegada. 2- Ministro das Relações Exteriores- Sinônimos: Ministros dos Negócios Estrangeiros, Secretários de Estados, Foreign Officer, Chanceler.- Função: .auxiliar o presidente na condução das relações exteriores do Brasil; .exerce a direção do Ministério das Relações Exteriores; .Chefe hierárquico dos diplomatas e cônsules; .Acompanha a negociação, a assinatura e a implementação de tratados internacionais.=> Quanto aos benefícios, por costume, utiliza-se dos mesmos benefícios dados aos presidentes aos chanceleres. * 3- Missões Diplomáticas:- Convenção de Viena Sobre Relações Diplomáticas (1961) -> tem tudo de teoria sobre a matéria.- Direito de Legação: Ativo – enviando representantes – acreditante x Passivo – recebendo – acreditado.- Composição: .Pessoal oficial ou corpo diplomático: chefe de missão, diplomatas, técnico e administrativo; .Pessoal não oficial: familiares e criados (subalternos). -> familiares não é festa, mas os do convívio normal.- Chefe da Missão: Decano (maior grau hierárquico, mais experiente); Embaixador (podendo este ser o que chegou no mais alto nível da diplomacia ou um político eminente considerado apto, ex.: Itamar Franco representou o Brasil como Embaixador).- Local da Missão: Prédio; Casa do Chefe da Missão.- Escolha dos Membros:- Concurso Público- CF, Art. 12, §3º - só brasileiros natos.

- Carreira: 3º secretário, 2º secretário, 1º secretário, conselheiro, Ministro 2ª Classe, Ministro 1ª Classe.- Nomeação: Art. 84, inc. VII, CF e Art. 52, inc. IV, CF.=> País que envia deve enviar antes lista dos integrantes da missão ao país que a recebe. Este pode aceitar ou não, e não precisa explicar sua decisão.- Aprovação: Agrément ou Agreation (=> autoriza)- Aceitos: personas gratas. Não aceitos: personas non gratas.- Recebem passaporte diplomático.- Credencial (=> diz o que é, como diplomata do Brasil, por ex.).- Funções: .representar o Estado de origem; .incrementar relações bilaterais.- Imunidades e Prerrogativas: CVDR – arts. 22 ao 45.- Prerrogativas: inviolabilidades => ninguém entrará na missão (nem o papa) a não ser que o chefe da missão autorize. Além dessa, são praticadas as de cunho civil normal como inviolabilidade da correspondência, dos bens da missão, etc.- Imunidades de jurisdição: Penal absoluta e cível relativa, nos mesmos moldes das concedidas ao presidente. No caso da isenção fiscal, é relativa também, incidindo somente os impostos indiretos, não contando os pessoais e os de importação para as importações feitas para a missão. 4- Repartições Consulares- Cônsul: funcionário de carreira => concurso Rio Branco.(1)Diplomata x (2)Cônsul-(1)representa o país politicamente, embaixada x (2)função apolítica, consulado, presta auxílio (serviços como abrigo, ponte de comunicação com o país, passaporte, casamento, certidão de nascimento, etc.) aos nacionais e aos estrangeiros nos casos possíveis. Tem função notorial => só agem dentro de sua jurisdição, função específica, enquanto diplomatas agem de forma mais difusa.- Cônsules:.Missi => nacional; electi => estrangeiro.- Carreira: agente consular => vice-cônsul => cônsul geral.- Aprovação: .exequatur (=> autoriza, como o Agrément); .Carta Patente ou Provisão (=>diz o que é, como credencial).- Imunidades e Prerrogativas: Prerrogativas apenas as básicas, como proteção ao patrimônio e aos documentos, mas não as mesmas inviolabilidades da embaixada. Já as imunidades são apenas as com relação aos Atos de Ofício (ex.: corrupção na expedição de vistos).*Curiosidade:Renúncia da Imunidade Penal absoluta: deve ser feita pelo país Acreditante. Só pode ser feita por ele e deve ser expressa. Portanto, se o diplomata quiser responder, deve pedir ao país para que o país renuncie a imunidade para ele. Ex.: filho de diplomata polonês em que o pai pediu para que o filho respondesse no país em que matou o outro diplomata porque o crime foi entendido pelo pai como uma ofensa ao próprio país.AULA DO DIA 13/06/2012 

1. DOMÍNIO TERRESTRE DO ESTADO

Território é formado pela superfície, espaço aéreo e o subsolo, podendo ser contínuo ou descontínuo.

Conceito: “área geográfica sobre a qual o Estado exerce o seu domínio, ou seja, a sua soberania”.Limites são as linhas divisórias que separam os países.  Essas linhas ou limites, podem ser os naturais (artifínios) ou artificiais (intelectuais – EX. critério astronômico, baseando-se em paralelos e meridianos; critério matemático, baseando-se em linhas cartesianas). Fronteiras são também chamadas de zonas espaciais ou geográficas que ficam imediatamente próximas aos limites, o correto é falar-se em área de fronteira (LEI 6634/79 – limita uma faixa  de 150 km).Demarcação: será feita em linhas naturais ou artificiais.- Baseada em rios:1. totalmente no território de um dos países2. utilizado em condomínio, ambos os países são livres para usá-lo, sendo este a própria divisão3. ao meio do rio4. talvegue (talweg): nem todos os rios são navegáveis, esse critério é utilizado em caso de navegabilidade do rio, passando uma linha no meio no talweg, ou seja, no ponto mais profundo do rio.- Baseada em montanhas:1. montanhas ficam totalmente em um país, onde termina a cordilheira começa o outro país2. linha das cristas: pontos em cima dos cumes, onde os pontos mais altos são ligados em uma visão aérea, e essa linha é a divisão.3. divisão das águas ou partilha das águas (divortium aquarium) baseado nos locais que a chuva bate.FORMAS DE AQUISIÇÃO DE TERRITÓRIOS- OCUPAÇÃO: “res nullius” – terra de ninguém – é quando um território encontra outro que não é de ninguém;- ACESSÃO: acréscimo de superfície              - natural: aluvião e avulsão (modificação do fluxo de águas);              - artificial: polders e diques- CESSÃO- COMPRA- PERMUTA (troca) – ex. Acre (tratado de Petrópolis)- PRESCRIÇÃO AQUISITIVA – usucapião internacional (não é estabelecido um prazo, devendo ser analisada a situação caso a caso); ex. questão pirara – perda de parte de Roraima para a Guiana.- CONQUISTA E ANEXAÇÃO – invasão, sem a concordância da população. O uso da força só é autorizado pela ONU em caso de legítima defesa ou de luta pela independência.9. DIREITOS E DEVERES DOS PAÍSES

Direitos:

- à existência- à independência- à liberdade (soberania interna e externa)- á igualdade- à honra e respeito mútuo- à defesa e conservação

- ao comércio internacional

Deveres:

- morais (cooperação, ajuda a países mais pobres ou àqueles que sofreram ataques naturais)- jurídicos- não intervenção (principal) – que inclui não fazer o uso da força, procurar a solução pacífica...Restrições à soberania:- consensual – por meio de tratado- neutralidade permanente – deve ser feita por meio de tratado (santa sé, Suíça e Áustria). Se for uma manifestação feita não por tratado, é a neutralidade voluntária.- neutralização de território- imunidade de jurisdição- servidões internacionais- capitulações (não existe  mais) – eram situações que ocorriam conquistas e anexação que permitiam que a região anexada ficasse imune à jurisdição do anexador.- arrendamento internacional – “aluguel” (emenda “plat”)