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    Copyright 2005 CICCOPN / Teleformar. Proibida a reproduo total ou parcial sem

    autorizao prvia por escrito. http://e-cursos.ciccopn.pt

    Segurana, Higiene e Sade do Trabalho

    da Construo Civil

    Manual do Formando

    Os Acidentes de Trabalho no Sector da Construo Civil e Obras Pblicas

    Enquadramento da Segurana, Higiene e Sade do Trabalho

    Equipamentos de Proteco Colectiva

    Equipamentos de Proteco Individual

    Sinalizao de Segurana e Sade do Trabalho

    Riscos e Medidas Preventivas nos Trabalhos de Demolio

    Riscos e Medidas Preventivas nos Trabalhos de Escavao

    Riscos e Medidas Preventivas nos Trabalhos em Altura

    Riscos e Medidas Preventivas na Utilizao de Equipamentos de Trabalho

    Segurana e Sade do Trabalho nos Estaleiros Temporrios ou Mveis

    Noes de Higiene do Trabalho

    Noes de Ergonomia

    Noes de Sade Ocupacional

    Procedimentos de EmergnciaAvaliao final

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    2

    ndice

    Manual do Formando

    Captulo 1 .................................................................................................................................. 6

    1. Objectivos Especficos .......................................................................................................... 6

    2. Introduo.............................................................................................................................. 7

    3. Caractersticas do sector da construo civil e obras pblicas............................................. 8

    4. Noo de acidente............................................................................................................... 10

    5. Estatsticas da sinistralidade ............................................................................................... 12

    6. Causas e factores causais dos acidentes ........................................................................... 15

    7. Consequncias dos acidentes de trabalho ......................................................................... 178. Custos dos acidentes .......................................................................................................... 18

    9. ndices de sinistralidade ...................................................................................................... 19

    10. Registos da anlise estatstica dos valores da sinistralidade ........................................... 34

    Bibliografia ............................................................................................................................... 37

    Captulo 2 ................................................................................................................................ 38

    1. Objectivos Especficos ........................................................................................................ 38

    2. Contexto histrico................................................................................................................ 39

    3. Enquadramento da segurana e sade do trabalho........................................................... 45

    4. Organizao e funcionamento dos servios de segurana, higiene e sade do trabalho.. 52

    5. Relatrio anual da actividade dos servios de SHST ......................................................... 57

    Bibliografia ............................................................................................................................... 58

    Captulo 3 ................................................................................................................................ 59

    1. Objectivos Especficos ........................................................................................................ 59

    2. Equipamentos de proteco colectiva................................................................................. 60

    3. Proteco colectiva contra quedas em altura ..................................................................... 62

    4. Proteco colectiva nos trabalhos de escavao ............................................................... 68

    5. Delimitao fsica do estaleiro (vedao)............................................................................ 69

    6. Proteco colectiva contra perfurao por vares de ao.................................................. 71

    Bibliografia e Legislao aplicvel........................................................................................... 72

    Captulo 4 ................................................................................................................................ 73

    1. Objectivos Especficos ........................................................................................................ 73

    2. Equipamentos de proteco individual................................................................................ 74

    3. Proteco da cabea........................................................................................................... 76

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    3

    4. Proteco dos ouvidos ........................................................................................................ 78

    5. Proteco dos olhos e da face ............................................................................................ 80

    6. Proteco das vias respiratrias ......................................................................................... 84

    7. Proteco das mos e dos membros superiores ................................................................ 87

    8. Proteco dos ps e dos membros inferiores..................................................................... 90

    9. Proteco do corpo ............................................................................................................. 91

    10. Proteco ergonmica para joelhos e dorso..................................................................... 92

    11. Proteco contra quedas................................................................................................... 94

    Bibliografia ............................................................................................................................... 95

    Captulo 5 ................................................................................................................................ 96

    1. Objectivos Especficos ........................................................................................................ 96

    2. Introduo............................................................................................................................ 973. Sinalizao de segurana e sade do trabalho .................................................................. 98

    4. Sinalizao de trabalhos na via pblica ou na sua proximidade....................................... 111

    Bibliografia ............................................................................................................................. 118

    Captulo 6 .............................................................................................................................. 119

    1. Objectivos Especficos ...................................................................................................... 119

    2. Introduo.......................................................................................................................... 120

    3. Plano de demolio........................................................................................................... 121

    4. A execuo da demolio ................................................................................................. 123

    5. Riscos e meios de preveno nos trabalhos de demolio .............................................. 137

    Captulo 7 .............................................................................................................................. 139

    1. Objectivos Especficos ...................................................................................................... 139

    2. Introduo.......................................................................................................................... 140

    3. Trabalhos de desmatao, desenraizamento e escavao de taludes............................ 141

    4. Trabalhos de escavao a cu aberto .............................................................................. 143

    5. Equipamentos de proteco individual.............................................................................. 155Bibliografia ............................................................................................................................. 156

    Captulo 8 .............................................................................................................................. 157

    1. Objectivos Especficos ...................................................................................................... 157

    2. Utilizao de proteces colectivas................................................................................... 158

    3. Utilizao de equipamentos de proteco individual ........................................................ 167

    4. Estruturas de apoio aos trabalhos em altura..................................................................... 168

    Bibliografia ............................................................................................................................. 181

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    4

    Captulo 9 .............................................................................................................................. 182

    1. Objectivos Especficos ...................................................................................................... 182

    2. Introduo.......................................................................................................................... 183

    3. Conceito de equipamento de trabalho .............................................................................. 184

    4. Obrigaes gerais dos empregadores .............................................................................. 185

    5. Classificao dos equipamentos de trabalho.................................................................... 187

    Bibliografia ............................................................................................................................. 205

    Captulo 10 ............................................................................................................................ 206

    1. Objectivos Especficos ...................................................................................................... 206

    2. Introduo.......................................................................................................................... 207

    3. Definio de estaleiros temporrios ou mveis................................................................. 208

    4. Princpios de aco ........................................................................................................... 2095. mbito de actuao........................................................................................................... 210

    6. Sistema de coordenao de segurana............................................................................ 211

    7. Instrumentos de coordenao........................................................................................... 214

    8. Responsabilidades dos diversos intervenientes ............................................................... 216

    9. Factores fundamentais na implantao e organizao de estaleiros ............................... 219

    10. Outras disposies.......................................................................................................... 247

    Bibliografia ............................................................................................................................. 248

    Captulo 11 ............................................................................................................................ 249

    1. Objectivos Especficos ...................................................................................................... 249

    2. Fundamentos da higiene do trabalho................................................................................ 250

    3. Agentes qumicos.............................................................................................................. 253

    4. Rudo ................................................................................................................................. 260

    5. Vibraes........................................................................................................................... 266

    6. Ambiente trmico............................................................................................................... 271

    7. Agentes biolgicos............................................................................................................. 274

    Bibliografia ............................................................................................................................. 279

    Captulo 12 ............................................................................................................................ 280

    1. Objectivos Especficos ...................................................................................................... 280

    2. Noes de ergonomia ....................................................................................................... 281

    3. Antropometria .................................................................................................................... 291

    4. Biomecnica ocupacional.................................................................................................. 301

    5. Estudo do posto de trabalho.............................................................................................. 305

    Referncias bibliogrficas ..................................................................................................... 317

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    Captulo 13 ............................................................................................................................ 318

    1. Objectivos Especficos ...................................................................................................... 318

    2. Introduo.......................................................................................................................... 319

    3. As doenas profissionais na construo civil .................................................................... 320

    4. A alimentao do trabalhador............................................................................................ 350

    5. O lcool.............................................................................................................................. 353

    Bibliografia ............................................................................................................................. 361

    Captulo 14 ............................................................................................................................ 362

    1. Objectivos Especficos ...................................................................................................... 362

    2. Introduo.......................................................................................................................... 363

    3. Planos e procedimentos de emergncia........................................................................... 364

    4. Qumica do fogo ................................................................................................................ 3795. Mtodos de extino ......................................................................................................... 381

    6. Classes de fogo e agentes extintores ............................................................................... 382

    7. Equipamentos de combate................................................................................................ 386

    8. Meios de evacuao.......................................................................................................... 399

    9. Equipamento de proteco indivual a utilizar pelas equipas de 1 interveno ............... 401

    10. Entidades e organismos responsveis pela proteco civil............................................ 406

    Bibliografia ............................................................................................................................. 407

    Captulo 15 ............................................................................................................................ 408

    1. Objectivos Especficos ...................................................................................................... 408

    Ficha de Avaliao ................................................................................................................ 409

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    Captulo 1

    1. Objectivos Especficos

    Os Acidentes de Trabalho na Construo Civil e Obras Pblicas

    Reconhecer as caractersticas especficas do sector da construo civil

    e obras pblicas.

    Reconhecer a noo de acidente de trabalho.

    Analisar as estatsticas da sinistralidade.

    Identificar os factores causais dos acidentes de trabalho.

    Identificar as consequncias dos acidentes de trabalho para a organizao, para o

    indivduo e a famlia e para a sociedade.

    Interpretar os ndices de sinistralidade.

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    2. Introduo

    frequncia dos acidentes de trabalho entre ns preocupante. do conhecimento

    geral que, no obstante a tendncia decrescente que se tem verificado, a sua

    ocorrncia assume propores que levam obrigatoriamente a uma reflexo.

    S com um estudo aprofundado da realidade portuguesa podero estabelecer-se

    recomendaes e prioridades de actuao tendentes a combater (eliminar) ou reduzir, de

    forma significativa, a dimenso deveras preocupante do fenmeno actualmente.

    Exemplo da evacuao de um acidentado no estaleiro

    A

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    3. Caractersticas do sector da construo civil

    e obras pblicas

    m Portugal, o sector da Construo Civil e Obras Pblicas de primordial

    importncia para o Emprego e para a Economia do pas.

    Em termos econmicos, em 1996 representava 7% do PIB e entre 8% e 12% do emprego na

    dcada de 90.

    A interaco e a dependncia de outras actividades que a este sector esto intrinsecamente

    ligadas fazem dele o segundo em importncia.

    Em termos da populao que emprega, constitui o sector de maior dimenso depois do

    sector dos Servios.

    Em 2003, encontravam-se inscritas no IMOPPI 43.584 empresas do Sector da Construo

    Civil e Obras Pblicas.

    Tomando por base os dados fornecidos pelo DE-MTS, a esmagadora maioria das empresas

    do sector (mais de 90%) emprega menos de 50 trabalhadores, representando, no seu

    conjunto, pouco mais de 50% do volume total de emprego. No outro extremo, apenas cerca

    de 0,1% das empresas emprega 500 ou mais trabalhadores, correspondendo a perto de 13%

    do total do emprego do sector.

    Segundo o INE, entre 2000 e 2003 este Sector de actividade empregou, em mdia, cerca de

    596.050 trabalhadores.

    A construo, apesar da sua diversidade, genericamente considerada uma actividade de

    mo-de-obra intensiva, com baixos nveis de qualificao e baixos salrios.

    Em termos de qualificao, a estrutura do emprego extremamente deficiente,

    representando o pessoal no qualificado aproximadamente 30% do total e o somatrio dos

    quadros mdios e superiores menos de 3% do total.

    E

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    Na dcada de 90, a faixa etria dos trabalhadores, em mdia, encontrava-se distribuda do

    seguinte modo:

    32% com menos de 25 anos; 30% situavam-se entre 25 e 34 anos de idade;

    46% tinham entre 25 e 44 anos de idade.

    Neste sector, a abundncia de situaes clandestinas tanto a nvel de empresas como, em

    grande escala, ao dos trabalhadores favorece a precariedade das condies de trabalho.

    Muitos so arrebanhados pelos subempreiteiros, sem qualquer vnculo, para trabalharem

    hora ou a metro, margem de todos os preceitos legais.

    O Sector da Construo Civil e Obras Pblicas caracteriza-se pela diversidade de obras

    (edifcios, estradas, pontes e viadutos, barragens, abastecimento de gua, redes de esgotos,

    redes de gs, etc.), nomadismo dos estaleiros, com a constante utilizao de instalaes

    provisrias, grande percentagem de emprego eventual, com recrutamento informal de mo-

    de-obra nacional e estrangeira de rpida renovao e de trabalho distante do ambiente

    familiar, com constantes transferncias de locais.

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    4. Noo de acidente

    conceito de acidente de trabalho encontra-se definido na Lei n. 99/2003, de 27 de

    Agosto, que aprova o Cdigo de Trabalho, da seguinte forma:

    Entende-se por local de trabalho todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou onde

    deva dirigir-se em virtude do seu trabalho e em que esteja, directa ou indirectamente, sujeito

    ao controlo do empregador.

    Entende-se portempo de trabalho, alm do perodo normal de laborao, o que preceder o

    seu incio, em actos de preparao ou com ele relacionados, e o que se lhe seguir, em actos

    tambm com ele relacionados, e ainda as interrupes normais ou forosas de trabalho.

    Considera-se tambm acidente de trabalho o ocorrido:

    a) No trajecto de ida para o local de trabalho ou de regresso deste, nos termosdefinidos em legislao especial;

    b) Na execuo de servios espontaneamente prestados e de que possa resultar

    proveito econmico para o empregador;

    c) No local de trabalho, quando no exerccio do direito de reunio ou de actividade de

    representante dos trabalhadores, nos termos previstos no Cdigo de Trabalho;

    d) No local de trabalho, quando em frequncia de curso de formao profissional ou,

    fora do local de trabalho, quando exista autorizao expressa do empregador para

    tal frequncia;

    e) Em actividade de procura de emprego durante o crdito de horas para tal

    concedido por lei aos trabalhadores com processo de cessao de contrato de

    trabalho em curso;

    f) Fora do local ou do tempo de trabalho, quando verificado na execuo de servios

    determinados pelo empregador ou por este consentidos.

    O acidente de trabalho o sinistro, entendido como acontecimento sbito eimprevisto, sofrido pelo trabalhador que se verifique no local e no tempo de

    trabalho.

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    Considera-se dano a leso corporal, perturbao funcional ou doena que determine

    reduo na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte do trabalhador resultante directa

    ou indirectamente de acidente de trabalho.

    Se a leso corporal, perturbao ou doena for reconhecida a seguir a um acidente,

    presume-se consequncia deste.

    Se a leso corporal, perturbao ou doena no for reconhecida a seguir a um acidente,

    compete ao sinistrado ou aos beneficirios legais provar que foi consequncia dele.

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    5. Estatsticas da sinistralidade

    Decreto-Lei n. 441/91, de 14 de Novembro, estabeleceu os princpios destinados

    a promover a segurana, higiene e sade no trabalho. De entre esses princpios

    destaca-se o da atribuio ao Estado, pelo n. 1 do seu artigo 20., da obrigao de

    assegurar a publicao regular e a divulgao de estatsticas sobre acidentes de trabalho e

    doenas profissionais. Por sua vez, o Decreto-Lei n. 362/93, de 15 de Outubro, confere

    informao estatstica o objectivo de permitir a caracterizao dos acidentes de trabalho e

    das doenas profissionais, de forma a contribuir para os estudos epidemiolgicos e

    possibilitar a adopo de metodologias e critrios apropriados concepo de programas e

    medidas de preveno de mbito nacional e sectorial, bem como o controlo peridico dos

    resultados obtidos.

    A partir de 1989, a publicao regular das estatsticas de acidentes de trabalho tem sido feita

    pelo Departamento de Estatsticas do Ministrio do Emprego e Segurana Social e tem por

    base os mapas de acidentes de trabalho fornecidos pelas companhias de seguros ou as

    comunicaes das entidades patronais, com reconhecida capacidade econmica para

    assumirem, directamente, a responsabilidade pelos riscos de acidente de trabalho inerentes

    sua actividade.

    Atravs dos dados mais recentes publicados pela IGT, a Construo continua a ser o sector

    que regista o maior nmero de acidentes mortais. No entanto, a sinistralidade tem vindo a

    baixar, o que digno de registo.

    O

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    Nas tabelas e grficos seguintes apresentamos uma representao comparativa dos

    acidentes mortais ao longo dos ltimos 4 anos.

    * Informao reportada a 20 de Dezembro de 2004.

    Fonte: Inspeco Geral do Trabalho (IGT)

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    Na tabela seguinte apresentamos as causas mais frequentes dos acidentes de trabalho

    mortais.

    QuedasANOS

    Altura NvelSoterramento Esmagamento Electrocusso

    Outras

    causas

    Causas

    desconhecidasTotais

    1990 66 1 17 48 17 2 4 155

    1991 77 1 12 31 15 4 5 145

    1992 62 - 23 34 15 9 1 144

    1993 37 - 10 26 9 2 4 88

    1994 52 3 21 28 8 6 - 118

    1995 49 2 15 23 14 9 - 112

    1996 70 1 13 23 19 11 5 142

    1997 83 3 17 33 16 6 6 164

    1998 74 1 16 36 13 12 4 1561999 87 - 17 25 9 9 5 152

    2000 70 2 9 26 9 11 5 132

    2001 73 1 19 36 19 6 2 156

    2002 57 - 6 25 11 4 - 103

    Totais 857 15 195 394 174 91 41 1767

    Fonte: IGT

    Nota: No inclui os acidentes in itinere.

    Como podemos verificar, as principais causas de morte por acidente de trabalho no sector da

    Construo Civil e Obras Pblicas so as quedas em altura, esmagamento, soterramento e

    electrocusso.

    Perante este cenrio pouco animador, no restam dvidas de que o acidente uma

    realidade cada vez mais presente no mundo do trabalho e cabe a todos os intervenientes no

    processo construtivo contribuir para a diminuio da sua frequncia e gravidade, atravs de

    uma preveno eficaz. O esprito de preveno e uma aco sistemtica de segurana sofactores bsicos para evitar o acidente de trabalho.

    A anlise e controlo dos riscos contraria a ideia, por vezes to em voga, de que o acidente

    fruto de qualquer fatalidade ou azar. Sempre que um acidente acontece, podemos saber

    porque se deu, como se deu o com qu. Conhecendo as suas causas reais possvel tirar

    concluses objectivas que, de futuro, podero ajudar a controlar os riscos evitando outro

    acidente.

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    6. Causas e factores causais dos acidentes

    6.1. Introduo

    acidente de trabalho no uma fatalidade, pois tem causas bem identificveis e

    previsveis. No resulta de uma causa, mas de um conjunto de factores que

    convergem para a sua ocorrncia.

    O processo laboral envolve um todo dinmico de sistemas e subsistemas com funes

    interdependentes (materiais, pessoais, tcnicas e ambientais), que se desenvolve com um

    objectivo, desde uma situao inicial a outra final.

    Este processo, previsto e controlado, sucede-se no tempo, atravs de diversas situaes

    normais e por mltiplas vias possveis.

    Num momento, um acontecimento no pretendido cria uma situao anmala que,

    constituindo um estado inicial indesejado, se desenvolve por vias normais at determinar

    uma sequncia ou um processo de leses conducentes ao estado final lesivo.

    Tanto o estado inicial indesejado (o acidente) como o estado final lesivo explicam-se pela

    interaco de um conjunto de factos causais, cada um deles considerado como efeito ou

    consequncia de outros anteriores.

    6.2. Classificao dos factores causais

    Os factores causais podem ser classificados em trs grupos: humanos, materiais e

    fortuitos.

    Os factores causais humanos so constitudos por aquelas aces ou omisses das

    pessoas que, originando situaes de risco, do lugar apario de acidentes e respectivas

    consequncias. Estes factores, tambm conhecidos por falhas humanas, imputveis ao(s)

    sinistrado(s) ou a terceiros, so devidos a deficincias:

    fisiolgicas: fadiga, etc.;

    psicolgicas: imprudncia, distraco, negligncia, fadiga psicolgica, etc.;

    O

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    profissionais: ignorncia, inaptido, inexperincia, etc.;

    outras: doenas, alcoolismo, droga, etc..

    As condies materiais que originam, causam e explicam situaes potenciais de risco e deperigo, de que resultem acidentes e as respectivas consequncias, constituem os factores

    causais materiais. Estes, tambm conhecidos por falhas tcnicas, so motivados por

    anomalias de:

    mquinas ou ferramentas: inadequadas, no protegidas, defeituosas;

    sinalizao: inexistente ou desapropriada;

    arrumao ou armazenagem: m arrumao do local de trabalho e/ou

    acondicionamento defeituoso;

    higiene e salubridade: arejamento insuficiente, m iluminao, rudo excessivo,

    temperatura, humidade, sujidade, poeiras, etc..

    Os factores fortuitos devem-se a situaes imprevisveis resultantes de:

    aces adversas de fenmenos atmosfricos incontrolveis;

    aces de animais, vegetais e minerais;

    outras aces.

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    7. Consequncias dos acidentes de trabalho

    s consequncias dos acidentes so as manifestaes externas que permitem o

    seu reconhecimento. Se no as houvesse, os acidentes passariam a maior parte

    das vezes despercebidos. Podem ser apreciadas no plano material e humano:

    No plano material, as consequncias dos acidentes de trabalho so as mais

    diversas, estando directamente ligadas a factores econmicos, tais como: a perda de

    parte do vencimento pelo sinistrado; o eventual decrscimo do rendimento aquando

    do seu retorno ao posto de trabalho; o valor do tempo perdido pelos colegas para o

    socorrer; o menor rendimento do operrio que o substitui; o valor dos danos

    causados nas instalaes, material de trabalho, equipamentos, ferramentas,produtos, etc..

    No plano humano, as consequncias de um acidente podem ser muito nefastas.

    Para alm dos sofrimentos fsico e moral sentidos pelo acidentado, surgem

    preocupaes de vria ndole, nomeadamente quanto aos problemas de

    readaptao fsica e reabilitao profissional, indispensveis sua insero numa

    nova actividade que possa ser desempenhada com as faculdades no

    comprometidas no acidente.

    A

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    8. Custos dos acidentes

    ificilmente se pode avaliar o custo de um acidente. Poderemos, no entanto, afirmar

    que, independentemente do sofrimento da vtima e dos seus familiares, qualquer

    acidente conduz a um dfice econmico altamente significativo.

    Os custos podem-se agrupar em directos e indirectos. Os primeiros, representados pelos

    prmios pagos s entidades seguradoras, poder-se-o tambm designar por custos

    segurados e os segundos porcustos no segurados.

    Salrios

    Indemnizaes

    Assistncia mdica

    Custos Directos ou Segurados(Cd)

    Pagamento do prmio de seguro

    Tempo perdido pelo sinistrado

    Perdas de eficcia e rendimento dotrabalhador quando retorna ao servio

    Perdas do tipo comercial por no podersatisfazer os prazos de entrega estabelecidos

    Deteriorao da imagem da empresa

    Perdas por reparaoPerdas por produtos defeituosos

    Custos Indirectos ou

    No Segurados

    (Ci)

    Perdas ocorridas no parque de mquinas

    D

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    9. ndices de sinistralidade

    clculo dos ndices de sinistralidade de uma empresa fundamental para o

    controlo dos acidentes de trabalho. Com base nestes ndices podem-se

    estabelecer prioridades quanto s aces de controlo.

    A anlise estatstica da sinistralidade realizada mensalmente a partir dos seguintes

    elementos:

    N de trabalhadores;

    N de acidentes (com baixa, incluindo mortais, e sem baixa);

    N de dias perdidos por acidentes de trabalho; N de horas de exposio ao risco ou n de horas de trabalho.

    Com estes elementos, calculam-se os ndices de sinistralidade.

    9.1. ndice de frequncia

    O ndice de frequncia indica quantos acidentes com baixa, incluindo os mortais, ocorrem emcada milho de horas homem de trabalho realizadas e representado pela expresso:

    If=T

    N6

    10

    N= N de acidentes de trabalho com baixa, incluindo os mortais.

    T= N de horas de exposio ao risco.

    9.2. ndice de incidncia

    O ndice de incidncia indica o n de acidentes com baixa, incluindo os mortais, por cada mil

    trabalhadores e calcula-se atravs da expresso:

    Ii =NT

    N3

    10

    N= N de acidentes de trabalho com baixa.

    NT = N mdio de trabalhadores

    O

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    9.3. ndice de gravidade

    O ndice de gravidade indica o n de dias perdidos por acidente de trabalho por cada mil

    horas homem de trabalho realizadas, calculando-se atravs da expresso:

    Ig =T

    Dp3

    10

    Dp = N de dias perdidos por acidente de trabalho.

    T= N de horas de exposio em risco.

    Segundo uma resoluo da 6a Conferncia Internacional dos Estaticistas do Trabalho, um

    acidente mortal equivale perda de 7.500 dias de trabalho.

    9.4. ndice de avaliao da gravidade

    Por vezes utiliza-se o ndice de avaliao da gravidade (ndice combinado), representado

    pela seguinte expresso:

    Iag=3

    10f

    g

    I

    I

    Ig= ndice de gravidade;

    If= ndice de frequncia.

    Este ndice indica o nmero de dias (teis) perdidos, em mdia, por acidente.

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    9.5. Parmetros aferidores da normalidade

    Os valores de referncia dos ndices de sinistralidade aferidores da normalidade, segundo

    classificao da OIT, so:

    ndice de Frequncia ndice de gravidadeClassificaosegundo a O.I.T. Valores referncia Valores referncia

    Muito Bom < 20 < 0,5

    Bom 20 a 40 0,1 a 1

    Mdio 40 a 60 1 a 2

    Mau 60 a 100 > 2

    (De notar que estes valores so tidos como referncia na maioria dos pases europeus,

    segundo orientao da Organizao Internacional do Trabalho (OIT), no entanto podem

    variar por sector de actividade).

    9.6. Relatrios de sinistralidade

    Periodicamente (mensal e anualmente) devem ser organizados relatrios de sinistralidade

    que permitam analisar o ponto da situao no que respeita gravidade e frequncia dos

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    acidentes de trabalho. de realar a convenincia da sistematizao na elaborao e

    composio dos dados referentes sinistralidade, com vista a uma correcta anlise e

    posterior adopo de medidas correctivas das situaes anmalas eventualmente

    detectadas.

    Apresentam-se em seguida modelos de impressos de compilao de dados, bem como um

    modelo de relatrio anual sobre sinistralidade, que podero ser adoptados.

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    RELATRIO MENSAL

    Ms. /Ano.

    Data / /

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    RESUMO DOS REGISTOS MENSAL E ANUAL ACUMULADO

    N de trab.Acidentes

    c/ BaixaDias Perdidos

    Horas deExp. ao Risco

    ndiceFrequncia

    ndiceGravidade

    ndiceIncidnciaLocais de

    Trabalho

    MensalAnualMdio

    Mensal Anual Mensal Anual Mensal Anual Mensal Anual Mensal Anual Mensal Anual

    Obra

    Obra

    ObraObra

    Obra

    Obra

    Obra

    Obra

    Obra

    Obra

    Obra

    Obra

    Obra

    Obra

    Obra

    Obra

    Obra

    EstaleiroCentral

    ndice de Frequncia

    ndice de Gravidade

    ndice de Incidncia

    Mensal Anual

    Ms. /Ano.

    Data / /

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    CARACTERIZAO DA SINISTRALIDADEASPECTOS GERAIS

    MENSAL ANUAL ACUMULADO

    ACIDENTES DE TRABALHOSEM BAIXACOM BAIXAMORTAIS

    DIAS PERDIDOSHORAS DE EXPOSIO AO RISCO

    MENSAL ANUAL MDION DE TRABALHADORESNDICE DE FREQUNCIANDICE DE GRAVIDADENDICE DE INCIDNCIADURAO DE INCAPACIDADE

    CARACTERIZAO DA SINISTRALIDADECAUSAS DOS ACIDENTES

    MENSAL ANUAL ACUMULADO

    CAUSAS HUMANAS

    PRPRIO

    TERCEIROS

    FISIOLGICA

    PSICOLGICA

    PROFISSIONAL

    OUTRA

    CAUSAS MATERIAISMQUINA/FERRAMENTASINALIZAOARRUMAO/ARMAZENAGEMHIGIENEMATERIAL DEFEITUOSOOUTRAS

    CAUSAS FORTUITASFENMENO ATMOSFRICOANIMAL/VEGETAL/MINERALOUTRAS

    TOTAL

    Ms . /Ano

    Data //

    Ms . /Ano

    Data //

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    CARACTERIZAO DA SINISTRALIDADETIPOS DE ACIDENTES

    MENSAL ANUAL ACUMULADO

    ABRASO

    ATINGIDO POR OBJECTOS

    CHOQUE COM OBJECTOS

    CONTACTO COM SUBSTNCIAS CORROSIVAS

    CONTACTO COM ELECTRICIDADE

    CONTACTO COM FRIO OU CALOR

    ENTALADO

    EXPLOSO

    HIPER-ESFORO

    INTOXICAO OU ASFIXIA

    PENETRAO DE OBJECTOS

    QUEDA A NVEL DIFERENTE

    QUEDA AO MESMO NVEL

    VIAO

    MLTIPLO

    OUTRO TIPO

    Ms . /Ano

    Data //

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    REPARTIO DOS ACIDENTES MENSAIS POR OBRA

    ACIDENTES MORTAIS E ACIDENTES COM BAIXA MDICA

    TIPOS DE ACIDENTESN DEACIDENT

    OUTROSACIDENTES

    LOCAISDE

    TRABALHO

    ABRASO

    ATINGIDO

    POR

    OBJECTOS

    CHOQUE

    COM

    OBJECTOS

    CONTACT

    OC

    OM

    SUBST.C

    ORROSIVAS

    CONTACT

    OC

    OME

    LECT

    CONTACT

    OC

    OM

    FRIOO

    U

    CALOR

    ENTALADO

    EXPLOSO

    HIPER-ES

    FORO

    INTOXICA

    OO

    U

    ASFIXIA

    PENETRAOD

    E

    OBJECTOS

    QUEDAA

    NVEL

    DIFERENT

    E

    QUEDAAOM

    ESMO

    NVEL

    VIAO

    MLTIPLO

    OUTROT

    IPO

    MORTAIS

    TOTAL

    SEMBAIXA

    MDICA

    OBRAOBRAOBRAOBRAOBRAOBRAOBRAOBRAOBRAOBRAOBRAOBRA

    OBRAESTALEIROCENTRAL

    Ms . /Ano

    Data //

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    CARACTERIZAO DA SINISTRALIDADETIPOS DE ACIDENTES

    Ms . /Ano

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    CARACTERIZAO DA SINISTRALIDADEPARTES DO CORPO ATINGIDAS

    Mensal Anual Acumulado

    Cabea

    Olhos

    Pescoo

    Tronco

    Membros Superiores

    Mos

    Membros Inferiores

    Ps

    Mltipla

    Sistmica

    Total

    Ms . /Ano

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    CARACTERIZAO DA SINISTRALIDADEPARTES DO CORPO ATINGIDAS

    Ms . /Ano

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    ACIDENTES COM BAIXA

    Ms . /Ano

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    DURAO MDIA DA INCAPACIDADE

    Ms . /Ano

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    NDICES DE SINISTRALIDADE

    Ms . /Ano

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    10. Registos da anlise estatstica dos valores

    da sinistralidade

    10.1. Prembulo

    oi analisada a sinistralidade nos seus aspectos gerais, bem como a determinao

    dos acidentes por nveis etrios, dias de semana, horas do dia, tipo de acidente,

    localizao da leso. Foi tambm analisada a incapacidade atravs da sua durao

    mdia em dias.

    Para a globalidade da obra, os valores encontrados para os ndices de sinistralidade

    permitem concluir que foram ultrapassados os parmetros aferidores da normalidade e so

    consequncia do nmero de acidentes registados ao longo do ano e do acidente mortal

    ocorrido no ms de

    10.2. Aspectos Gerais

    Acidentes de trabalho........................................................................................................

    Mortais...............................................................................................................................

    Com baixa.........................................................................................................................

    Sem baixa.........................................................................................................................

    Nmero de trabalhadores..................................................................................................

    Horas de exposio ao risco.............................................................................................

    Dias de incapacidade........................................................................................................

    ndice de frequncia..........................................................................................................

    ndice de gravidade...........................................................................................................ndice de incidncia...........................................................................................................

    F

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    10.3. Anlise dos acidentes

    10.3.1. Anlise por nveis etrios:

    N.o %

    Menos de 20 anos -

    De 20 a 24 anos -

    De 25 a 29 anos -

    De 30 a 34 anos -

    De 35 a 39 anos -

    De 40 a 44 anos -

    De 45 a 49 anos -

    De 50 a 54 anos -

    De 55 a 59 anos -

    Com 60 ou mais anos -

    10.3.2. Acidentes por dias de semana:

    N.o %Segunda-feira ............. -

    Tera-feira ............. -

    Quarta-feira ............. -

    Quinta-feira ............. -

    Sexta-feira ............. -

    Sbado ............. -

    Domingo ............. -

    10.3.3. Acidentes por horas do dia:

    N.o %

    Das 8 s 10 horas ......... -

    Das 10 s 12 horas ......... -

    Das 12 s 14 horas ......... -

    Das 14 s 16 horas ......... -

    Das 16 s 18 horas ......... -

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    Das 18 s 20 horas ......... -

    10.3.4. Tipos de acidente:

    N.o %

    Atingido por objectos ............... -

    Choque com objectos ............... -

    Contacto com

    Substncias corrosivas

    ...............-

    Contacto com electricidade ............... -

    Contacto com frio ou calor ............... -

    Entalado ............... -

    Exploso ............... -

    Hiper-esforo ............... -

    Intoxicao ou asfixia ............... -

    Penetrao de objectos ............... -

    Queda a nvel diferente ............... -

    Queda ao mesmo nvel ............... -

    Viao ............... -

    Mltiplos ............... -

    Outros ............... -

    10.3.5. Localizao da leso:

    N.o %

    Cabea ............... -

    Olhos ............... -

    Pescoo ............... -Tronco ............... -

    Membros Superiores ............... -

    Mos ............... -

    Membros inferiores ............... -

    Ps ............... -

    Mltipla ............... -

    Sistmica ............... -

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    Bibliografia

    Manual de Segurana, CICCOPN

    Decreto-Lei n. 362/93, de 15 de Outubro

    Portaria n. 137/94, de 8 de Maro

    Lei n. 99/2003, de 27 de Agosto

    Pginas da Internet para consulta

    www.detefp.pt

    www.idict.gov.ptwww.europe.osha.eu.int

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    Captulo 2

    1. Objectivos Especficos

    Enquadramento da Segurana, Higiene e Sade do Trabalho

    Compreender o contexto histrico da evoluo da segurana, higiene e sade no

    trabalho.

    Identificar as obrigaes do empregador, do trabalhador e do Estado relativamente

    segurana, higiene e sade do trabalho. Identificar as modalidades e as actividades dos servios de segurana, higiene e

    sade do trabalho.

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    2. Contexto histrico

    2.1. Introduo

    problema da subordinao do Homem mquina, que, no fundo, revela a

    supremacia dos valores materiais sobre os espirituais, um problema antigo.

    Cada vez mais, a organizao cientfica do trabalho, resultante da crescente industrializao,

    coloca de um lado a mquina, a oficina e os materiais e do outro o Homem. Nesta

    associao Homem-Mquina, o primeiro foi olhado como factor de produo em funo

    desta.

    2.2. A evoluo da segurana, higiene e sade do trabalho

    Em meados do sculo XVIII desencadeou-se na Inglaterra uma srie de inventos que vieram

    transformar por completo o modo de produo Industrial, acabando por modificar toda a

    estrutura social. A indstria passou a ser a actividade econmica fundamental. Esta

    transformao, sendo em grande parte tecnolgica, imprimiu uma fonte dinmica sociedade inglesa, fenmeno que rapidamente se propagou por todo o mundo civilizado.

    Em 1769, J. Watt constri e instala a primeira mquina a vapor, aplicando-a pouco depois a

    fins industriais (1775).

    Com esta inveno (utilizao de vapor nas mquinas), iniciaram-se grandes transformaes

    nas oficinas, que vieram a converter-se em fbricas.

    O

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    Claire-Eliane Engel, ao referir-se transio do sculo XVIII para o sculo XIX, faz ressaltar

    a total ausncia de legislao social. Ela menciona que:

    As fbricas empregavam uma vasta populao de mulheres e crianas, mal pagas,trabalhando demasiado tempo, nas piores cond ies fsicas e morais .

    Vivia-se, assim, em plena Revoluo industrial, que entraria numa nova fase (2) a partir de

    1860.

    Da calma produo do artesanato, com os operrios organizados em corporaes de ofcio

    regidas por estatutos, onde todos se conheciam, em que o aprendiz, para passar a arteso

    ou a mestre, tinha de produzir uma obra-prima perfeita perante os jurados e os sndicos, que

    eram as autoridades da corporao, passou-se rapidamente para o regime da produo feita

    atravs de mquinas, dentro de grandes fbricas.

    Com a concentrao de indstrias e fuso das pequenas oficinas, alimentadas pelo

    fenmeno da competio, grandes contingentes de operrios passam a trabalhar juntos, com

    jornadas dirias de doze ou treze horas em condies ambientais perigosas e insalubres,

    susceptveis de originarem acidentes e doenas em larga escala.

    Em 1802, o governo ingls promulga uma lei com o fim de proteger a sade dos

    trabalhadores nas indstrias txteis. A fiscalizao do seu cumprimento era feita,

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    voluntariamente, pelos pastores protestantes e juzes locais. Outras leis, dispersas, foram

    aos poucos elaboradas medida que os problemas se iam agravando.

    No despontar do sculo XX, o engenheiro americano Frederick Taylor desenvolveu achamada Escola de Administrao Cientfica, preocupada em aumentar a eficincia da

    indstria atravs, inicialmente, da racionalizao do trabalho do operrio. Predominava a

    ateno dada ao mtodo de trabalho, aos movimentos necessrios execuo de uma

    tarefa e ao tempo padro determinado para a sua execuo. Esse cuidado analtico e

    detalhado permitia a especializao do operrio e o reajustamento de movimentos,

    operaes, tarefas, cargos, etc., constituindo, assim, a chamada Organizao Racional do

    Trabalho.

    Taylor e os seus seguidores verificaram que a eficincia no dependia somente do mtodo

    de trabalho e do incentivo salarial, mas tambm do bem-estar fsico do trabalhador, pelo que

    seria necessrio estabelecer regras que diminussem a fadiga.

    Com a Administrao Cientfica, as condies de trabalho passaram a ser consideradas

    elementos importantes no aumento da eficincia. O conforto do operrio e a melhoria do seu

    ambiente fsico (iluminao, ventilao, eliminao do rudo, etc.) passaram a ser tidos em

    conta, no porque as pessoas o merecessem, mas por serem essenciais obteno da

    eficincia do trabalhador. De um modo geral, a abordagem dos engenheiros americanos s

    tcnicas mecanicistas passou a representar o mximo de desumanizao no trabalho

    industrial.

    Em 1916 surgiu em Frana, espalhando-se rapidamente pela Europa, a chamada Teoria

    Clssica da Administrao, que teve como mentor o engenheiro Henry Fayol. Na sua

    publicao Administrao Industrial e Geral, Fayol considera a funo de segurana,

    relacionada com a proteco e preservao dos bens e das pessoas, uma das seis funes

    essenciais numa empresa.

    Nas primeiras dcadas desse sculo surgiu nos Estados Unidos a Teoria das Relaes

    Humanas, desenvolvida pelo socilogo Elton Mayo.

    A Abordagem Humanstica ocorre graas evoluo das cincias sociais, nomeadamente

    a Psicologia do Trabalho que estava voltada para a anlise do trabalho (seleco de pessoal,

    orientao profissional, mtodos de aprendizagem e de trabalho, fisiologia do trabalho e

    estudo dos acidentes e da fadiga) e para a adaptao do trabalhador ao trabalho

    (predominncia dos aspectos individuais e sociais do trabalho sobre os produtivos).

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    Em 1929 a Organizao Internacional do Trabalho (O.I.T) j prope a existncia do

    Controlador de Segurana.

    Em 1972/73 o Bureau Internacional do Trabalho prope a criao de um Servio deSegurana, sendo o Engenheiro da Segurana considerado como uma das profisses

    tipo nas classificaes internacionais.

    Em 1975 aprovado pela Comunidade Econmica Europeia o regulamento n 1365/75

    respeitante criao de uma Fundao Europeia para melhoramento das condies de vida

    e de trabalho.

    A partir de 1976 o Conselho da Europa, preocupado com a organizao da segurana,

    recomenda a todos os governos membros a criao de servios de segurana; alguns pases

    tornam mesmo obrigatria a sua existncia (ustria, Blgica, Repblica Federal da

    Alemanha), enquanto outros se limitam a aconselhar a sua criao.

    Em 1989 foi aprovada a Directiva do Conselho (89/391/CEE) relativa aplicao de medidas

    destinadas a promover a melhoria da segurana e da sade dos trabalhadores no trabalho.

    O ano de 1992 foi declarado pela Comunidade Europeia Ano Europeu da Segurana,

    Higiene e Sade no local de trabalho.

    Neste mesmo ano a Comunidade Europeia aprovou a Directiva 92/57/CEE, relativa s

    prescries mnimas de segurana e sade aplicveis aos estaleiros temporrios ou mveis.

    Trata-se da primeira Directiva a abordar, de forma sistemtica, as questes de segurana ao

    nvel de um sector de actividade. Exprime, de forma clara, as preocupaes inerentes ao

    peso econmico do sector, forte competitividade que a se verifica e elevada expresso

    dos custos da sinistralidade laboral.

    Posteriormente, foram aprovadas Directivas relativas, nomeadamente: segurana e sadepara a utilizao pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho; s substncias perigosas

    (classificao, embalagem, rotulagem, preveno de acidentes graves, valores limite de

    exposio, etc.); s regras das mquinas e dos componentes de segurana colocados no

    mercado isoladamente.

    Em 1994 foi instituda a Agncia Europeia para a Segurana e a Sade no Trabalho, a fim de

    promover a melhoria, nomeadamente, das condies de trabalho, para proteger a segurana

    e a sade dos trabalhadores. Tem a sua sede em Bilbau (http://agency.osha.eu.int) e em

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    cada pas tem um ponto focal, estando o portugus situado no IDICT, em Lisboa

    (http://europe.osha.eu.int/index.php?lang=pt).

    A Semana Europeia para a Segurana e Sade no Trabalho tem sido a actividade anualmais importante da Agncia Europeia.

    Em Portugal, nos meados do sculo XIX, o esprito da dignificao do Homem, conquista das

    revolues liberais de ento, e o desejo de liberdade no desenvolvimento das indstrias,

    tiveram eco nas estruturas nacionais, que comearam a sentir as convulses do mundo

    preocupado com problemas econmicos, sociais, polticos e religiosos, mas ainda sem um

    movimento organizado.

    Em 1980, em plena crise, o movimento operrio apresenta, no seu congresso, um caderno

    reivindicativo que vai fortalecer a sua posio ao alcanar-lhe o direito de associao, a

    proteco no trabalho das mulheres e crianas, a vigilncia sanitria das condies de

    trabalho, os Tribunais e a Bolsa do trabalho, constituindo, assim, um quadro legal de

    actuao autnoma.

    A 6 de Junho de 1895 surge a primeira lei especfica sobre higiene e segurana do trabalho

    que incidia sobre o sector da construo civil.

    Em 1916 a Repblica Portuguesa cria o Ministrio do Trabalho e Previdncia Social que

    integra a Direco Geral do Trabalho, com variados servios, nomeadamente o Laboratrio

    de Higiene Profissional; Higiene, Salubridade e Segurana nos Locais de Trabalho;

    Desastres de Trabalho.

    Em 1925 a Confederao Geral do Trabalho organizou um Conselho Tcnico de

    Salubridade Profissional, a fim de orientar a aco na defesa da sade no trabalho.

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    Em 1958, em virtude da preocupao do governo com o elevado ndice de acidentes de

    trabalho e de doenas profissionais na Construo Civil, foi aprovado o Regulamento de

    Segurana no Trabalho da Construo Civil (decreto n 41821). De salientar que este

    regulamento, apesar de desactualizado em alguns aspectos, ainda se mantm em vigor.

    Como consequncia do crescendo da aco da segurana na Europa, inscrita na

    Assembleia da Repblica em 1977 uma proposta de lei visando a criao do servio de

    segurana nas empresas e estabelecimentos industriais.

    Na sequncia da entrada na C.E.E., em 1985, Portugal tem vindo a acompanhar toda a

    evoluo verificada a nvel europeu, transpondo para o direito interno vrias directivas

    comunitrias.

    Em Novembro de 1991, depois de devidamente apreciada em sede do Conselho

    Permanente da Concertao Social, foi aprovada por unanimidade a Lei Quadro de

    Segurana, Higiene e Sade no Trabalho (Decreto-Lei n 441/91), que transpe a directiva

    comunitria 89/391/CEE. Este decreto contm os princpios que visam promover a

    Segurana, Higiene e Sade do trabalho, consagrando que todos os trabalhadores tm

    direito prestao de trabalho em condies de segurana, higiene e de proteco da

    sade.

    Aps a aprovao deste diploma legal, tm sido transpostas para o direito interno portugus

    um conjunto de Directivas Comunitrias relacionadas com a Segurana, Higiene e Sade do

    Trabalho.

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    3. Enquadramento da segurana e sade do

    trabalho

    Decreto-Lei n 441/91, de 14 de Novembro (posteriormente alterado pelo Decreto-

    Lei n 133/99, de 21 de Abril), constitui o diploma que estabelece o enquadramento

    geral da segurana e sade do trabalho e integra os princpios definidos pela

    Conveno n 155 da OIT e pela Directiva n 98/391/CEE.

    Tal enquadramento desenvolve-se em torno de um conjunto de definies, cujo suporte

    assenta nos seguintes pontos:

    Todas as situaes de trabalho esto abrangidas pelo regime da segurana e sade

    do trabalho.

    A segurana e sade desenvolvem-se desde a concepo dos componentes do

    trabalho at execuo dos trabalhos.

    A segurana e sade do trabalho so geridas no contexto de um Sistema Nacional

    de Preveno de Riscos Profissionais.

    O Estado tem um papel determinante na preveno.

    A empresa o espao natural do desenvolvimento efectivo da preveno.

    Os trabalhadores so actores da preveno.

    3.1. Princpios gerais de preveno

    Os princpios gerais de preveno, por fora do seu enquadramento na Directiva-Quadro,

    funcionam como uma matriz de referncia da metodologia da preveno que consta do

    contedo normativo do Decreto-Lei n 441/91.

    De seguida passamos a enumerar os referidos princpios.

    3.1.1. Eliminar os perigos

    O perigo, enquanto potencial de dano inerente aos componentes de trabalho, deve ser

    objecto de anlise sistemtica tendo em vista a sua deteco e eliminao.

    O

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    Esta primeira atitude preventiva deve ter lugar no s na fase de laborao, mas tambm na

    fase de concepo e projecto. Ora, toda esta aco s possvel num quadro de

    competncias de gesto desenvolvidas e de integrao da preveno nos momentos

    decisivos do projecto e do planeamento.

    3.1.2. Avaliar os riscos

    O risco resulta de um perigo no eliminado que vai persistir na situao de trabalho,

    contando com a interaco de um ou vrios trabalhadores. Avaliar os riscos significa

    desenvolver todo um processo que visa obter dos riscos o conhecimento necessrio

    definio de uma estratgia preventiva (origem do risco, natureza do risco, consequncia do

    risco, trabalhadores expostos ao risco, etc.).

    3.1.3. Combater os riscos na origem

    Este princpio tambm um princpio de gesto, porque desloca a preveno dos riscos em

    si para o nvel dos seus factores, visando conferir preveno a qualidade de eficcia e

    estado na origem do conceito de preveno integrada. Ou seja, o risco deve ser,

    preferencialmente, combatido no plano dos factores de trabalho que lhe do origem, como

    forma de o seu controlo atingir a mxima eficcia possvel.

    3.1.4. Adaptar o trabalho ao Homem

    Este princpio visa potenciar tambm o conceito de preveno integrada, indicando que todos

    os factores do trabalho devem ser, tanto quanto possvel, concebidos e organizados em

    funo das caractersticas das pessoas que o executam (concepo e organizao produtiva

    dos locais e postos de trabalho, das ferramentas e equipamentos, dos mtodos e processosde trabalho, dos ritmos de trabalho e tempos de trabalho, etc.).

    3.1.5. Atender ao estado de evoluo da tcnica

    Este princpio manda atender permanente evoluo tecnolgica, de que decorrem novos

    riscos, mas tambm novas solues preventivas integradas nos componentes de trabalho

    (mquinas mais seguras, produtos no txicos, etc.) e novos mtodos mais eficazes para

    avaliar e controlar riscos.

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    3.1.6. Substituir o que perigoso pelo que isento de perigo ou menos perigoso

    Aplica-se aqui o que j se referiu no ponto anterior, ou seja, a evoluo tecnolgica resolve

    algumas situaes de perigo (eliminando-o ou reduzindo-o), devendo isso mesmo serpotenciado na melhoria dos factores de trabalho. Este princpio estabelece, implicitamente,

    como linha de conduta o princpio da melhoria contnua neste processo, ou seja, deve ser

    conhecida toda a fonte de perigo existente na empresa e permanentemente processar-se a

    procura de melhores solues, na medida do possvel.

    3.1.7. Planificar a preveno

    Este princpio pressupe que as medidas de preveno s produzem efeito duradouro e

    eficaz quando se articulam coerentemente entre si (medidas tcnicas sobre os componentes

    materiais do trabalho articuladas com medidas de organizao do trabalho e com medidas

    sobre as competncias dos trabalhadores) com a lgica da produo e com a poltica de

    gesto da empresa.

    3.1.8. Dar prioridade proteco colectiva em relao proteco individual

    Este princpio faz a transposio da preveno para a proteco. Esta ltima s dever ter

    lugar quando a preveno estiver esgotada e no tiver produzido resultados suficientes de

    controlo do risco.

    3.1.9. Formar e informar

    Este princpio assume uma natureza especial, na medida em que tais abordagens devem

    estar presentes na aplicao de qualquer um dos outros princpios. Com efeito, a formao ea informao constituem, a partir da Directiva-Quadro, a abordagem preventiva central, na

    medida em que dela depende o desenvolvimento de competncias para a participao

    generalizada de todos os trabalhadores na preveno. Por isso, considera-se que tais

    abordagens assumem a natureza de medidas activas de preveno.

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    3.2. Obrigaes do empregador

    As obrigaes do empregador constantes do Decreto-Lei n 441/91 sofreram alteraes com

    a aprovao do Cdigo do Trabalho, atravs da Lei n 99/2003, de 27 de Agosto. Assim:

    O empregador obrigado a assegurar aos trabalhadores condies de segurana, higiene e

    sade em todos os aspectos relacionados com o trabalho.

    Este deve aplicar as medidas necessrias, tendo em conta os seguintes princpios de

    preveno:

    Proceder, na concepo das instalaes, dos locais e processos de trabalho,

    identificao dos riscos previsveis, combatendo-os na origem, anulando-os ou

    limitando os seus efeitos, por forma a garantir um nvel eficaz de proteco;

    Integrar no conjunto das actividades da empresa, estabelecimento ou servio, e a

    todos os nveis, a avaliao dos riscos para a segurana e sade dos trabalhadores,

    com a adopo de convenientes medidas de preveno;

    Assegurar que as exposies aos agentes qumicos, fsicos e biolgicos nos locais

    de trabalho no constituam risco para a sade dos trabalhadores;

    Planificar a preveno na empresa, estabelecimento ou servio num sistema

    coerente que tenha em conta a componente tcnica, a organizao do trabalho, asrelaes sociais e os factores materiais inerentes ao trabalho;

    Ter em conta, na organizao dos meios, no s os trabalhadores, mas tambm

    terceiros susceptveis de serem abrangidos pelos riscos da realizao dos trabalhos,

    quer nas instalaes, quer no exterior;

    Dar prioridade proteco colectiva em relao s medidas de proteco individual;

    Organizar o trabalho, procurando, designadamente, eliminar os efeitos nocivos do

    trabalho montono e do trabalho cadenciado sobre a sade dos trabalhadores;

    Assegurar a vigilncia adequada da sade dos trabalhadores em funo dos riscos a

    que se encontram expostos no local de trabalho;

    Estabelecer, em matria de primeiros socorros, de combate a incndios e de

    evacuao de trabalhadores, as medidas que devem ser adoptadas e a identificao

    dos trabalhadores responsveis pela sua aplicao, bem como assegurar os

    contactos necessrios com as entidades exteriores competentes para realizar

    aquelas operaes e as de emergncia mdica;

    Permitir unicamente a trabalhadores com aptido e formao adequadas, e apenas

    quando necessrio e durante o tempo necessrio, o acesso a zonas de risco grave;

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    Adoptar medidas e dar instrues que permitam aos trabalhadores, em caso de

    perigo grave e iminente que no possa ser evitado, cessar a sua actividade ou

    afastar-se imediatamente do local de trabalho, sem que possam retomar a actividade

    enquanto persistir esse perigo, salvo em casos excepcionais e desde queassegurada a proteco adequada;

    Substituir o que perigoso pelo que isento de perigo ou menos perigoso;

    Dar instrues adequadas aos trabalhadores;

    Ter em considerao se os trabalhadores tm conhecimentos e aptides em

    matrias de segurana e sade no trabalho que lhes permitam exercer com

    segurana as tarefas de que esto incumbidos.

    Cabe ao empregador mobilizar os meios necessrios, nomeadamente nos domnios da

    preveno tcnica, da formao e da informao, e os servios adequados, internos ou

    exteriores empresa, estabelecimento ou servio, bem como o equipamento de proteco

    que se torne necessrio utilizar, tendo em conta, em qualquer caso, a evoluo da tcnica.

    Quando vrias empresas, estabelecimentos ou servios desenvolvam, simultaneamente,

    actividades com os respectivos trabalhadores no mesmo local de trabalho, devem os

    empregadores, tendo em conta a natureza das actividades que cada um desenvolve,

    cooperar no sentido da proteco da segurana e da sade, sendo as obrigaes

    asseguradas pelas seguintes entidades:

    A empresa utilizadora, no caso de trabalhadores em regime de trabalho temporrio

    ou de cedncia de mo-de-obra;

    A empresa em cujas instalaes os trabalhadores prestam servio;

    Nos restantes casos, a empresa adjudicatria da obra ou servio, para o que deve

    assegurar a coordenao dos demais empregadores atravs da organizao das

    actividades de segurana, higiene e sade no trabalho, sem prejuzo das obrigaes

    de cada empregador relativamente aos respectivos trabalhadores.

    Alm do j referido anteriormente, o empregador deve, na empresa, estabelecimento ou

    servio, observar as prescries legais e as estabelecidas em instrumentos de

    regulamentao colectiva de trabalho, assim como as directrizes das entidades competentes

    respeitantes segurana, higiene e sade no trabalho.

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    3.3 Obrigaes do trabalhador

    De igual modo, as obrigaes do trabalhador foram alteradas pelo referido Cdigo do

    Trabalho, ficando com a seguinte redaco:

    Constituem obrigaes dos trabalhadores:

    Cumprir as prescries de segurana, higiene e sade no trabalho estabelecidas nas

    disposies legais e em instrumentos de regulamentao colectiva de trabalho, bem

    como as instrues determinadas com esse fim pelo empregador;

    Zelar pela prpria segurana e sade, bem como pela segurana e sade das outras

    pessoas que possam ser afectadas pelas suas aces ou omisses no trabalho;

    Utilizar correctamente, e segundo as instrues transmitidas pelo empregador,

    mquinas, aparelhos, instrumentos, substncias perigosas e outros equipamentos e

    meios postos sua disposio, designadamente os equipamentos de proteco

    colectiva e individual, bem como cumprir os procedimentos de trabalho

    estabelecidos;

    Cooperar, na empresa, estabelecimento ou servio, para a melhoria do sistema de

    segurana, higiene e sade no trabalho;

    Comunicar imediatamente ao superior hierrquico ou, no sendo possvel, aos

    trabalhadores que tenham sido designados para se ocuparem de todas ou algumasdas actividades de segurana, higiene e sade no trabalho, as avarias e deficincias

    por si detectadas que se lhe afigurem susceptveis de originar perigo grave e

    iminente, assim como qualquer defeito verificado nos sistemas de proteco;

    Em caso de perigo grave e iminente, no sendo possvel estabelecer contacto

    imediato com o superior hierrquico ou com os trabalhadores que desempenhem

    funes especficas nos domnios da segurana, higiene e sade no local de

    trabalho, adoptar as medidas e instrues estabelecidas para tal situao.

    Os trabalhadores no podem ser prejudicados por causa dos procedimentos adoptados na

    situao referida no ltimo ponto do nmero anterior, nomeadamente em virtude de, em caso

    de perigo grave e iminente que no possa ser evitado, se afastarem do seu posto de trabalho

    ou de uma rea perigosa, ou tomarem outras medidas para a sua prpria segurana ou a de

    terceiros.

    Se a conduta do trabalhador tiver contribudo para originar a situao de perigo, o disposto

    no nmero anterior no prejudica a sua responsabilidade, nos termos gerais.

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    As medidas e actividades relativas segurana, higiene e sade no trabalho no implicam

    encargos financeiros para os trabalhadores, sem prejuzo da responsabilidade disciplinar e

    civil emergente do incumprimento culposo das respectivas obrigaes.

    As obrigaes dos trabalhadores no domnio da segurana e sade nos locais de trabalho

    no excluem a responsabilidade do empregador pela segurana e a sade daqueles em

    todos os aspectos relacionados com o trabalho.

    3.4. Obrigaes do Estado

    Compete ao Estado definir as polticas, legislar, coordenar meios, criar infra-estruturas

    colectivas, gerir os recursos e fazer cumprir a lei.

    O Estado deve fomentar a Educao, formao e informao para a segurana, higiene e

    sade no trabalho; a Investigao e formao especializadas; assegurar a publicao e a

    divulgao de Estatsticas de acidentes de trabalho e doenas profissionais e a fiscalizao

    do cumprimento da legislao de segurana, higiene e sade no trabalho, competncia da

    Inspeco Geral do Trabalho.

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    4. Organizao e funcionamento dos servios

    de segurana, higiene e sade do trabalho

    empregador deve garantir a organizao e o funcionamento dos servios de

    segurana, higiene e sade do trabalho de acordo com o Decreto-Lei n 26/94, de

    1 de Fevereiro, alterado pela Lei n 7/95, de 29 de Maro, alterado e republicado

    atravs do Decreto-Lei n 109/2000, de 30 de Junho, alterado pela Lei n 35/2004, de 27 de

    Agosto.

    4.1. Modalidades

    Na organizao dos servios de segurana, higiene e sade no trabalho, o empregador pode

    adoptar uma das seguintes modalidades:

    servios internos

    servios inter-empresas

    servios externos

    4.1.1. Servios internos

    Os servios internos so criados pela prpria empresa, abrangem exclusivamente os

    trabalhadores que prestam servio nela, fazem parte da sua estrutura, e funcionam sob o seu

    enquadramento hierrquico. Segundo o regulamento do Cdigo do Trabalho, torna-se

    obrigatria a opo por esta modalidade nos seguintes casos:

    em empresa ou estabelecimento que desenvolva actividades de risco elevado, a queestejam expostos pelo menos 30 trabalhadores;

    em empresa com, pelo menos, 400 trabalhadores no mesmo estabelecimento ou no

    conjunto dos estabelecimentos distanciados at 50 km do de maior dimenso,

    qualquer que seja a actividade desenvolvida.

    O

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    4.1.2. Servios inter-empresas

    Os servios inter-empresas so criados por vrias empresas ou estabelecimentos para

    utilizao comum dos respectivos trabalhadores.

    O acordo que institui estes servios deve ser celebrado por escrito e aprovado pelo ISHST

    Instituto para a Segurana, Higiene e Sade no Trabalho.

    Esta modalidade no tem, entre ns, tradio significativa, evidenciando um problema por

    vezes difcil de ultrapassar ao nvel da indefinio do centro de responsabilidade do seu

    sistema de gesto (qual das empresas a responsvel?).

    4.1.3. Servios externos

    Consideram-se servios externos os contratados pelo empregador a outras entidades.

    Os servios externos tm as seguintes modalidades:

    Associativos prestados por associaes com personalidade jurdica sem fins

    lucrativos;

    Cooperativos prestados por cooperativas cujo objectivo estatutrio compreenda,

    exclusivamente, a actividade de segurana, higiene e sade no trabalho;

    Privados prestados por sociedades de cujo pacto social conste o exerccio de

    actividades de segurana, higiene e sade no trabalho, ou por pessoa individual com

    habilitao e formao legais adequadas;

    Convencionais prestados por qualquer entidade da administrao pblica central,

    regional ou local, instituto pblico ou instituio integrada no Servio Nacional de

    Sade.

    4.2. Actividades dos servios de segurana, higiene e sade do trabalho

    Os servios de segurana, higiene e sade no trabalho devem tomar as medidas

    necessrias para prevenir os riscos profissionais e promover a segurana e a sade dos

    trabalhadores.

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    Estes devem realizar as seguintes actividades:

    Informao tcnica, na fase de projecto e de execuo, sobre as medidas de

    preveno relativas s instalaes, locais, equipamentos e processos de trabalho; Identificao e avaliao dos riscos para a segurana e sade no local de trabalho e

    controlo peridico da exposio a agentes qumicos, fsicos e biolgicos;

    Planeamento da preveno, integrando, a todos os nveis e para o conjunto das

    actividades da empresa, a avaliao dos riscos e as respectivas medidas de

    preveno.

    Elaborao de um programa de preveno de riscos profissionais;

    Promoo e vigilncia da sade, bem como organizao e manuteno dos registos

    clnicos e outros elementos informativos relativos a cada trabalhador;

    Informao e formao sobre os riscos para a segurana e sade, bem como sobre

    as medidas de preveno e proteco;

    Organizao dos meios destinados preveno e proteco, colectiva e individual, e

    coordenao das medidas a adoptar em caso de perigo grave e iminente;

    Afixao de sinalizao de segurana nos locais de trabalho;

    Anlise dos acidentes de trabalho e das doenas profissionais;

    Recolha e organizao dos elementos estatsticos relativos segurana e sade na

    empresa;

    Coordenao de inspeces internas de segurana sobre o grau de controlo e sobrea observncia das normas e medidas de preveno nos locais de trabalho.

    Os servios de segurana, higiene e sade no trabalho devem ainda manter actualizados,

    para efeitos de consulta, os seguintes elementos:

    Resultados das avaliaes dos riscos relativas aos grupos de trabalhadores a eles

    expostos;

    Lista de acidentes de trabalho que tenham ocasionado ausncia por incapacidade

    para o trabalho;

    Relatrios sobre acidentes de trabalho que tenham ocasionado ausncia por

    incapacidade para o trabalho superior a trs dias;

    Lista das situaes de baixa por doena e do nmero de dias de ausncia ao

    trabalho, a ser remetida pelo servio de pessoal, e, no caso de doenas

    profissionais, a respectiva identificao;

    Lista das medidas propostas ou recomendaes formuladas pelos servios de

    segurana e sade no trabalho.

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