manual de logistica final - comunidade da construção · estes registros somados às observações...
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COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO
PROGRAMA DE MELHORIAS PARA ALVENARIA DE VEDAÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO
GRUPO DE TRABALHO (GT) - LOGÍSTICA
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ÍNDICE LISTA DE FIGURAS.................................................................................................3
HISTÓRICO .............................................................................................................5
1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................6
2. ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS ......................................................................8
2.1 . ESPECIFICAÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO SIMPLES PARA EFEITO DE
AQUISIÇÃO ............................................................................................................ 8
2.2 ....ESPECIFICAÇÃO DE ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA PARA EFEITO DE
AQUISIÇÃO ............................................................................................................ 8
3. INFORMAÇÕES MÍNIMAS NECESSÁRIAS NO PROJETO PARA
ELABORAÇÃO DO PEDIDO DE COMPRA...........................................................10
3.1 ESPECIFICAÇÃO DOS MATERIAIS NO PROJETO....................................... 10
3.2 ELABORAÇÃO DO PEDIDO DE COMPRA DOS MATERIAIS ........................ 11
4. SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES DE MATERIAIS....................13
5. CONTROLE DA QUALIDADE NO RECEBIMENTO DE MATERIAIS .................14
5.1 RECEBIMENTO E VERIFICAÇÃO DOS MATERIAIS EM OBRA .................... 14
5.2 VERIFICAÇÃO DOS MATERIAIS EM OBRA .................................................. 18
5.3 ENSAIOS DE LABORATÓRIO PREVISTOS EM NORMA................................26
5.4 CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO...........................................................................26
6. ARMAZENAMENTO ..........................................................................................29
6.1 ARMAZENAMENTO DE BLOCOS DE CONCRETO ....................................... 29
6.2 ARMAZENAMENTO DE ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA.......................... 29
7. PLANEJAMENTO LOGÍSTICO ..........................................................................30
7.1 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO ESTRATÉGICO............................................. 33
7.2 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO GERENCIAL ................................................. 34
7.3 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO DE PRODUÇÃO ............................................ 60
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA........................................................................65
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 – ETAPAS ANALISADAS NO MANUAL..............................................................6
FIGURA 02 – ESPECIFICAÇÃO PARA COMPRA ................................................................8
FIGURA 03 – SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES ............................................13
FIGURA 04 – CONTROLE DA QUALIDADE DO RECEBIMENTO ..........................................14
FIGURA 05 – FOTOS DE FRATURA EM BLOCO DE CONCRETO .........................................19
FIGURA 06 – FOTOS DE BLOCOS DEFEITUOSOS ...........................................................19
FIGURA 07 – EXEMPLOS DE INSPEÇÃO DE MEDIDAS DE BLOCOS DE CONCRETO ..............24
FIGURA 08 – EXEMPLOS DE INSPEÇÃO DE MEDIDAS DE BLOCOS DE CONCRETO ..............25
FIGURA 09 – ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DO MATERIAL ......................................29
FIGURA 10 – NÍVEIS ESTRATÉGICOS LOGÍSTICOS.........................................................31
FIGURA 11 – PLANEJAMENTO LOGÍSTICO GERENCIAL ...................................................35
FIGURA 12 - DIMENSIONAMENTO DA INFRA-ESTRUTURA DO CANTEIRO ..........................36
FIGURA 13 – CAMINHÃO ABASTECENDO SILO DE ARGAMASSA EM OBRA .........................38
FIGURA 14 – CRONOGRAMA E DIMENSIONAMENTO DOS TRANSPORTES HORIZONTAIS E
VERTICAIS ................................................................................................................41
FIGURA 15 – TRANSPORTE MANUAL DE BLOCOS DE CONCRETO ....................................43
FIGURA 16 – TRANSPORTE MANUAL DE BLOCOS DE CONCRETO ....................................44
FIGURA 19 – TRANSPORTE DE CAMINHÃO DE BLOCOS DE CONCRETO ............................48
FIGURA 20 – TIPOS DE ARGAMASSA PARA ALVENARIA SEM FUNÇÃO ESTRUTURAL ..........52
FIGURA 21 – FLUXOGRAMA DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE ARGAMASSA NO
CANTEIRO ................................................................................................................53
FIGURA 22 – FLUXOGRAMA DOS PROCESSOS DA ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA............56
FIGURA 23 – SILOS DE ARGAMASSA NA OBRA..............................................................57
FIGURA 24 – TIPOS DE PREPARO DAS MISTURAS DE ARGAMASSA PARA ALVENARIA SEM
FUNÇÃO ESTRUTURAL ...............................................................................................59
FIGURA 25 – UTILIZAÇÃO EM OBRA ............................................................................60
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FIGURA 26 – PLANEJAMENTO LOGÍSTICO OPERACIONAL DA ALVENARIA SEM FUNÇÃO
ESTRUTURAL NO CANTEIRO........................................................................................61
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HISTÓRICO
Este relatório foi digitado e ilustrado por membros dos grupos de trabalho. Não
tem uma formatação final e não foi revisado gramaticalmente. Pedimos a todos
os leitores que colaborem com o aperfeiçoamento deste material, enviando suas
sugestões, críticas e colaborações (especialmente nas ilustrações) ao
coordenador e relator deste trabalho. Antecipadamente nos desculpamos e
agradecemos.
Este relatório é a conclusão dos trabalhos do grupo de logística, que faz parte do
programa elaborado pela Comunidade da Construção de Campinas, com base
nas respostas da pesquisa realizada com 25 construtoras da cidade. Baseado
nestas respostas, foi detectada uma grande preocupação com a aquisição,
recebimento e movimentação dos materiais utilizados em obra. Assim, foram
estudadas as melhores práticas construtivas utilizadas nestas atividades.
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1. INTRODUÇÃO
Para garantir a qualidade na aquisição e recebimento de materiais, deve-se
considerar o envolvimento dos diversos departamentos da empresa relacionados
com essa atividade: departamentos de projetos e de compras e a obra. A
qualidade na aquisição e recebimento visa integrar as seguintes etapas (SOUZA;
MEKBEKIAN, 1996):
• especificação técnica para compra dos produtos;
• seleção e avaliação de fornecedores de materiais;
• controle no recebimento dos materiais em obra;
• controle no armazenamento e transporte dos materiais.
Especificação para Compra
Seleção e Avaliação de Fornecedores
AQUISIÇÃO
Controle eRegistro da
Qualidade doRecebimento
Armazenamentode Materiais
Utilização do Material em Obra
PROJETOS LOGÍSTICA
Figura 01 – Etapas analisadas no manual
A figura 01 ilustra as etapas principais analisadas para a elaboração deste
manual.
Ao fazer as especificações técnicas para a compra do produto, as mesmas
devem ser claras, com requisitos bem definidos e documentados, garantindo que
o pessoal de compras tenha uma comunicação eficiente com os fornecedores
para reduzir eventuais desentendimentos. Especificações de materiais
detalhadas permitem uma cotação de preço objetiva entre vários fornecedores,
que resulta na escolha de fornecedores qualificados e capacitados. A escolha
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dos fornecedores deve estar baseada em preço, prazo de entrega e
conformidade dos produtos às normas relativas ao produto especificado.
Durante a aquisição de materiais, as informações referentes à especificação e
ao controle de recebimento dos materiais em obra devem ser documentadas e
disponíveis em formulários simples e de manuseio fácil. Estes documentos irão
compor o acervo técnico da empresa, auxiliando na tomada de decisões em
escritório e na obra (SOUZA; MEKBEKIAN, 1995).
O material já adquirido e entregue na obra, obrigatoriamente deve passar pelo
controle de recebimento, que fará os registros da conformidade do produto.
Estes registros somados às observações levantadas pelo pessoal da obra em
relação ao prazo de entrega e o desempenho do material durante a execução,
fornecerão subsídios para a melhoria contínua de todas as etapas. Portanto, as
etapas envolvidas na aquisição e recebimento de materiais devem ser avaliadas
periodicamente.
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2. ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS
Neste item são apresentadas considerações para a especificação de materiais
na compra com fornecedores (figura 02).
Especificação para Compra
Seleção e Avaliação de Fornecedores
AQUISIÇÃO
Controle eRegistro da
Qualidade doRecebimento
Armazenamentode Materiais
Utilização do Material em Obra
PROJETOS LOGÍSTICA
Figura 02 – Especificação para compra
2.1 ESPECIFICAÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO SIMPLES PARA EFEITO DE AQUISIÇÃO
Os blocos de concreto simples para alvenaria de vedação devem cumprir as
disposições da norma NBR 7173 – “Blocos vazados de concreto simples para
alvenaria sem função estrutural – Especificação”.
2.2 ESPECIFICAÇÃO DE ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA PARA EFEITO DE AQUISIÇÃO
As argamassas industrializadas para assentamento de blocos de concreto
devem atender às disposições da norma NBR 13281 – “Argamassa
industrializada para assentamento de paredes e revestimentos de paredes e
tetos – Especificação”.
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Dica: No caso do material não ter certificado de conformidade, o comprador
deverá verificar se o mesmo segue os ensaios mínimos previstos pela norma
NBR. No caso da empresa fornecer o certificado de conformidade do material
(emitido por órgão credenciado e acreditado), este deve ser renovado pela
empresa fornecedora a cada quatro meses, a fim de assegurar a qualidade dos
produtos e manter os dados do fornecedor atualizados no cadastro da empresa.
Dica: Para se proceder à qualificação dos fornecedores, antes da primeira
compra, deve-se exigir do fabricante o certificado de ensaio comprovando a
conformidade do produto aos requisitos da norma.
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3. INFORMAÇÕES MÍNIMAS NECESSÁRIAS NO PROJETO PARA
ELABORAÇÃO DO PEDIDO DE COMPRA
Neste item são apresentadas considerações para a elaboração do pedido de
compra dos materiais.
3.1 ESPECIFICAÇÃO DOS MATERIAIS NO PROJETO 3.1.1 BLOCOS DE CONCRETO
Na especificação deverão constar as seguintes informações:
• Todas as dimensões nominais do bloco;
• Tipo do bloco (canaleta, jota, etc.);
• Resistência característica à compressão do bloco (MPa);
• Solicitação do laudo de ensaio do lote (quando fornecedor não certificado);
• Local de entrega;
• Forma de entrega (pallets, etc.);
• Programação de entrega;
• Norma técnica pertinente (NBR 7173 – blocos de vedação).
Uma vez de posse da especificação, o pessoal de compras deverá elaborar o
pedido de compra, que será encaminhado para o fornecedor de blocos.
Dica: Especialistas da área recomendam que o valor para a resistência
característica à compressão deve estar em torno de 3,5 MPa.
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3.1.2 ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA De acordo com a classe da argamassa, as especificações devem incluir:
• Resistência à Compressão (MPa);
• Teor de ar incorporado (%);
• Retenção de água (%).
3.2 ELABORAÇÃO DO PEDIDO DE COMPRA DOS MATERIAIS 3.2.1 PEDIDO DE COMPRA PARA BLOCOS DE CONCRETO
No pedido de compra deverão constar as seguintes informações:
• Dimensões nominais dos blocos (por tipo, conforme projeto de alvenaria – ver
Manual do Grupo de Trabalho - Projeto de Alvenaria de Concreto);
• Observação de que “os blocos deverão atender aos requisitos previstos na
NBR 7173”;
• Resistência à Compressão (MPa) prevista;
• Quantidade de blocos;
• Preço Unitário;
• Preço Total;
• Endereço de entrega;
• Data e horário de entrega;
• Forma de entrega ( pallets, embalagens, etc);
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• Se a descarga está ou não incluída no fornecimento. Em caso afirmativo, o
pedido deve ter um aviso esclarecendo que os blocos quebrados no ato da
descarga deverão ser repostos pelo fornecedor.
• Aviso esclarecendo que os blocos serão ensaiados de acordo com os
critérios previstos no item 6.1.1 deste manual.
Dica: Se possível, no pedido deverá constar o nome do responsável pelo
recebimento e pelas inspeções visuais na data prevista.
3.2.2 PEDIDO DE COMPRA PARA ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA Neste pedido de compra deverão constar as seguintes informações:
• Quantidade de argamassa a ser entregue;
• Classe da Argamassa ( Segundo a NBR 13281);
• Preço unitário;
• Preço Total;
• Endereço de entrega;
• Data e horário de entrega;
• Forma de entrega (sacos, silos, etc).
Dica: A argamassa deverá ser ensaiada em obra quanto às suas condições
visuais, destacando que os lotes considerados inadequados para o recebimento
serão devolvidos ao fornecedor para reposição ou desconto no pagamento. Esta
cláusula deverá constar em contrato de compra do material.
Dica: Verificar se a descarga está ou não incluída no fornecimento.
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4. SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES DE MATERIAIS
Neste item são apresentadas considerações para a seleção e avaliação de
fornecedores de materiais (figura 03).
Especificação para Compra
Seleção e Avaliação de Fornecedores
AQUISIÇÃO
Controle eRegistro da
Qualidade doRecebimento
Armazenamentode Materiais
Utilização do Material em Obra
PROJETOS LOGÍSTICA
Figura 03 – Seleção e avaliação de fornecedores
A avaliação de fornecedores durante o recebimento de materiais deve ser
realizada para certificar a qualidade do fornecimento e garantir a manutenção do
histórico dos fornecedores. Esta avaliação se inicia com uma seleção prévia (se
for o primeiro fornecimento de blocos ou argamassa) e uma avaliação do
fornecimento ao longo dos contratos realizados.
Dica: Sugere-se também que o comprador visite as instalações do fornecedor
para fazer uma avaliação da capacidade de produção do mesmo e da qualidade
dos materiais produzidos. Os meios e os critérios para tal verificação deverão ser
estabelecidos no pedido de compra e/ou no contrato de fornecimento.
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5. CONTROLE DA QUALIDADE NO RECEBIMENTO DE MATERIAIS
Neste item são apresentadas considerações para o controle da qualidade dos
materiais em obra (figura 04).
Especificação para Compra
Seleção e Avaliação de Fornecedores
AQUISIÇÃO
Controle eRegistro da
Qualidade doRecebimento
Armazenamentode Materiais
Utilização do Material em Obra
PROJETOS LOGÍSTICA
Figura 04 – Controle da qualidade do recebimento
5.1 RECEBIMENTO E VERIFICAÇÃO DOS MATERIAIS EM OBRA 5.1.1 RECEBIMENTO EM OBRA
Deve-se considerar os seguintes aspectos no recebimento dos materiais em
obra:
• No caso dos blocos de concreto, na nota fiscal (NF) deve constar a
resistência à compressão prevista, bem como a data de fabricação dos
lotes, objeto da entrega;
• Para a argamassa industrializada, na NF deve constar a classe da
argamassa segundo NBR 13281, bem como a data de fabricação e a
validade dos lotes objeto da entrega;
• A inspeção e recebimento dos blocos e/ou da argamassa cabe à pessoa
designada para a verificação do cumprimento das especificações descritas
no pedido de compra.
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Dica: Sugere-se providenciar infra-estrutura para recebimento dos materiais
(planejamento do canteiro, rampas, local adequado para carregamento e
descarregamento – ver item 7.2.2 deste manual). O descarregamento pode ser
realizado com grua, carrinho hidráulico ou outra forma conveniente, dependendo
do tipo da material, ou seja, blocos, argamassa em sacos, ou silos, etc.
5.1.2 FORMAÇÃO DE LOTES/ AMOSTRAGEM
5.1.2.1 Blocos de Concreto
Para efeito de formação de lotes de blocos de concreto, deve-se levar em conta
o tipo de inspeção/ensaio que será realizado, ou seja:
a) Lote para inspeção visual (ver item 5.2.1) – Nesse caso, o lote é o próprio
caminhão recebido (aproximadamente 1000 blocos);
b) Lote para verificação das dimensões e ensaios laboratoriais (ver itens 5.2.1.3
e 5.3.1), levando-se em conta as seguintes condições:
• Para lotes de até 10.000 blocos a amostra mínima (a) será de 10
blocos (a = 10 blocos).
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• Para lotes maiores que 10.000 blocos, a amostra mínima (a) deverá
ser calculada segundo a fórmula a seguir:
a = 10 + a1 , sendo: a1 = N / 10.000
a1 = parte inteira do quociente
N = número de blocos do lote
Dica: Especialistas recomendam que o lote definido deve ser igual a
capacidade de produção por turno e por máquina do fabricante, respeitando-se
o teto máximo de 10.000 blocos.
5.1.2.2 Argamassa Industrializada
a) Argamassa em Sacos
O tamanho do lote deve ser acordado entre fabricante e cliente e deve ser
objeto de contrato. Na falta desse acordo, pode ser considerado um lote a
quantidade de argamassa, de cada tipo e fabricante, de mesma data de
fabricação.
Uma vez estabelecido o tamanho, a amostragem deve ser feita para cada lote.
Essa amostragem é feita, com uma amostra mínima de 50Kg, dividida em duas
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partes aproximadamente iguais, identificadas e acondicionadas
hermeticamente, para não perder as características.
Um dos exemplares é usado para realização dos ensaios previstos em norma e
o outro deve ser reservado para eventual comprovação de resultados.
b) Argamassa dosada em obra, pré massa de caçamba e/ou central dosadora
O tamanho do lote deve ser de no máximo 200 toneladas para cada classe de
argamassa. A amostra consiste na quantidade de argamassa preparada com
um saco de cimento, quantificando os outros componentes em função do traço
escolhido para a aplicação pretendida.
DICA: Deve ser reservada igual porção de materiais componentes da
argamassa como testemunho para ensaios comprobatórios. Alternativamente,
podem ser registradas todas as informações sobre os materiais empregados na
preparação da argamassa, incluindo marca, tipo, procedência, lote de
fabricação e outras informações de interesse, que possibilitem a realização de
ensaios comprobatórios, caso necessários, com os mesmos materiais dosados
na mesma proporção.
DICA: Deve ser informado ao laboratório responsável pela realização dos
ensaios de argamassa: a composição e sua porcentagem dos materiais
componentes, a dosagem de água, bem como a forma de mistura utilizada.
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5.2 VERIFICAÇÃO DOS MATERIAIS EM OBRA 5.2.1 INSPEÇÃO VISUAL E VERIFICAÇÃO DOS MATERIAIS
5.2.1.1 BLOCOS DE CONCRETO Antes da descarga do caminhão, recomenda-se realizar uma inspeção visual do
lote sendo recebido. Essa inspeção tem por objetivo detectar a presença de
defeitos (ver exemplos de defeitos nas figura 05 e figura 06 a seguir), os quais
podem fornecer uma rápida e eficiente conclusão a respeito da qualidade do lote
a ser descarregado.
Deve ser verificada a presença dos seguintes aspectos:
• Peças quebradas;
• Arestas vivas sem a presença de trincas;
• Fraturas;
• Superfícies e arestas irregulares;
• Deformações;
• Falta de homogeneidade.
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Figura 05 – Foto de fratura em bloco de concreto
Figura 06 – Foto de blocos defeituosos
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Uma vez realizada a avaliação do lote (um caminhão = aproximadamente 1.000
blocos) segundo esse critério, caso sejam identificados 10 (dez) ou mais blocos
com quaisquer dos defeitos acima, recomenda-se rejeitar o lote.
IMPORTANTE: Esse critério deve ser objeto de negociação prévia com o
fornecedor e constar no contrato/pedido de fornecimento.
OBS.: Ver fluxograma para a realização de inspeções e ensaios para blocos sugerido no Anexo I.
Dica: No caso de blocos aparentes (que não receberão revestimento), a
inspeção também deverá contemplar a presença de pequenas lascas ou
imperfeições na face que ficará exposta.
Dica: A quebra de muitas peças no ato da descarga pode denotar blocos com
cura deficiente ou resistência mecânica insuficiente.
5.2.1.2 ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA (SACOS) As argamassas fornecidas em sacos devem ter impressas, de forma bem
visível, as seguintes informações, além das eventuais disposições legais
vigentes:
• nome do fabricante;
• designação normalizada do produto;
• massa líquida de produto contida na embalagem;
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• indicação do tipo de argamassa (por exemplo: assentamento; múltiplo uso,
revestimento interno ou externo, assentamento estrutural);
• composição qualitativa e quantitativa de água a ser incorporada ao produto,
expressa em litros;
• data de fabricação e validade do produto;
• tempo de mistura e maturação, conforme NBR 13276;
• informações sobre o armazenamento do produto;
• tempo de utilização do produto.
Além das informações mencionadas anteriormente, deve também ser realizada
uma inspeção visual para checar as condições dos sacos, avaliando-se o estado
de conservação dos mesmos (Por exemplo: alteração da embalagem, rasgos,
violação, mudança de cor, pontos de umidade, argamassa com coloração
amarelada e argamassa empedrada).
Dica: A argamassa recebida em sacos deve ser vistoriada e dependendo do
que foi acordado e constante do contrato, poderá ser recusada pelo cliente, caso
o caminhão do fornecedor não tenha uma lona protetora.
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5.2.1.3 VERIFICAÇÃO DAS DIMENSÕES PARA BLOCOS DE CONCRETO
Uma vez aceito o lote de blocos através da inspeção visual (ver item 5.2.1.1), os
blocos deverão ser avaliados segundo às suas dimensões (ver figura 07 e figura
08 a seguir).
Para efeito dessa avaliação durante o recebimento, seguem na tabela 01 as
dimensões reais dos blocos de concreto, de acordo com a norma NBR 7173.
Tabela 01 – Dimensões reais
Designação Largura Altura Comprimento
19 19 39
19 19 29
19 19 19
19 19 9
(Blocos de 20 cm
nominais)
M-20
19 9 19
14 19 39
14 19 34
14 19 29
(Blocos de 15 cm
nominais)
M-15 14 19 19
9 19 39
9 19 29
9 19 19
9 19 14
9 19 9
(Blocos de 10 cm
nominais)
M-10
9 9 19
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• Todos os blocos da amostra terão verificadas as dimensões, que devem
atender à tabela com tolerância de 3 mm para mais e 2 mm para menos (+ 3
mm e - 2 mm).
• Quanto à espessura das paredes dos blocos, o lote será aceito caso a
inspeção na amostra de dez unidades encontre, no máximo, uma unidade
defeituosa, considerando a espessura mínima de 15 mm e uma tolerância de
3 mm para mais e 2 mm para menos (+ 3 mm/ - 2 mm).
• Deve-se ainda verificar o esquadro dos blocos.
OBS.: Ver detalhes de exemplo da verificação na figura 07 e figura 08.
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Figura 07 – Exemplos de inspeção de medidas de blocos de concreto
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Figura 08 – Exemplos de inspeção de medidas de blocos de concreto
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5.3 ENSAIOS DE LABORATÓRIO PREVISTOS EM NORMA
5.3.1 BLOCOS DE CONCRETO Segundo a NBR 7173, nos blocos de concreto da amostra selecionada segundo os
critérios mencionados no item 5.1.2.1, deverão ser realizados os seguintes ensaios:
• Resistência à Compressão
• Absorção de Água
5.3.2 ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA
Segundo a NBR 13281, para a argamassa industrializada deverão ser realizados os
seguintes ensaios:
• Resistência à compressão (NBR 13279)
• Retenção de água (NBR 13277)
• Densidade de massa no estado fresco (Teor de ar incorporado – NBR 13278)
Dica: A Norma NBR 13281 recomenda também os seguintes ensaios:
• densidade de massa aparente no estado endurecido (NBR 13280);
• resistência à tração na flexão (NBR 13279);
• resistência potencial de aderência à tração (Projeto de Norma 18:400.04-007);
• coeficiente de capilaridade (Projeto de Norma 18:400.04-009).
5.4 CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO
5.4.1 BLOCOS DE CONCRETO
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Segundo a NBR 7173, os blocos de concreto deverão atingir os seguintes valores
para serem aceitos:
• Resistência à compressão - Mínimo = 2,0 MPa
Dica: Embora a norma NBR 7173 recomende uma resistência à compressão de no
mínimo 2,0 MPa (média de 2,5 MPa) para blocos de vedação, especialistas
recomendam que o bloco apresente no mínimo 3,5 MPa.
• Absorção de água - máxima = 10%
Dica: Analogamente ao exposto na dica anterior, especialistas recomendam que a
absorção seja no máximo 7%.
Dica: Caso os blocos sejam destinados à alvenaria não exposta às intempéries ou
não venham a ter contato com umidade, não serão necessários os ensaios de
absorção.
Dica: Os ensaios mencionados (resistência e absorção) são feitos normalmente
depois que os blocos já foram aplicados na obra. Dessa forma, tais ensaios servem
muito mais para avaliação do lote e do fornecedor do que para aceitação ou rejeição
do lote.
5.4.2 Argamassa Industrializada
Para o requisito resistência à compressão, a norma NBR 13281 divide as
argamassas industrializadas em classes de P1 a P6. Analogamente, para os
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requisitos de retenção de água e teor de ar incorporado, a norma classifica as
argamassas de U1 a U6 e D1 a D6, respectivamente.
Neste sentido, cada classe de argamassa deverá atender aos três requisitos
mencionados previstos em norma.
Apenas para efeito de referência, mencionamos a seguir os valores recomendados
por especialistas para cada um destes requisitos:
• resistência à compressão entre 1,5 e 3,0 MPa (Classe P2);
• retenção de água entre 80% e 94% (Classes U3 e U4);
• massa específica 1.400 a 2.000 Kg/m3 (Classes D3 e D4).
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6. ARMAZENAMENTO
Neste item são apresentadas considerações para o bom armazenamento dos
materiais (Figura 09).
Especificação para Compra
Seleção e Avaliação de Fornecedores
AQUISIÇÃO
Controle eRegistro da
Qualidade doRecebimento
Armazenamentode Materiais
Utilização do Material em Obra
PROJETOS LOGÍSTICA
Figura 09 – Armazenamento e transporte do material
6.1 ARMAZENAMENTO DE BLOCOS DE CONCRETO
Os blocos deverão ser armazenados cobertos, protegidos da chuva em pilhas
não superiores a 1,5 metro de altura (ou 7 blocos de altura), e de preferência,
próximos ao local de transporte vertical ou de uso. No caso de armazenamento
em lajes, verificar a resistência da mesma para evitar a concentração das cargas
em pontos localizados. Deve-se armazenar os blocos em terreno plano sobre um
lastro de brita ou piso cimentado. Atentar para não misturar blocos diferentes na
mesma pilha e identificar as diferentes pilhas com placas para facilitar a
visualização na obra. Recomenda-se ainda que a data de entrega e o local de
estocagem sejam planejados com antecedência, de forma a evitar a pré-
estocagem em calçadas públicas, interferência com outros serviços da obra ou a
necessidade de transporte horizontal interno.
6.2 ARMAZENAMENTO DE ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA
O armazenamento da argamassa deve ser feito em local previamente planejado,
isento de umidade e deterioração. O armazenamento dos sacos deve respeitar
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distâncias mínimas: do chão, da parede e do teto. O empilhamento dos sacos
deve obedecer à seguinte recomendação: no caso de argamassa em sacos, o
local deve permitir a utilização contínua dos sacos entregues a mais tempo, em
detrimento da entrega dos mais novos (FIFO)1.
7. PLANEJAMENTO LOGÍSTICO
O planejamento logístico de uma obra envolve o manuseio de equipamentos e
materiais na obra. É importante, definir uma estratégia para a racionalização de
recursos materiais e humanos nesta etapa do planejamento (SILVA, 1999). O
planejamento logístico, pode ser definido em três níveis: estratégico, gerencial e
operacional (SILVA; CARDOSO, 1998).
“O planejamento logístico deve dispor o material, mão-de-obra e equipamento certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas.” Na Figura 10, podemos observar a hierarquia entre os níveis citados:
1 FIFO – First In, First Out (Primeiro que entra, é o primeiro que sai)
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Nível Estratégico
Nível Gerencial
Nível Operacional Pla
neja
men
to
Figura 10 – Níveis estratégicos logísticos
Também é importante definir regras para o controle de estoque e uma avaliação
constante dos materiais armazenados em obra, sempre verificando a viabilidade
de se manter estoques, para “o caso de uma necessidade”.
É importante planejar o uso de equipamentos, otimizando ao máximo seu uso.
Ao se elaborar um projeto de canteiro, deve-se contemplar o estudo técnico e
econômico para a movimentação de materiais e considerar o dimensionamento
de equipamentos críticos para as diversas etapas da obra.
IMPORTANTE:
A prevenção e os cuidados com a contaminação do meio ambiente, inclusive na
construção civil, também devem ser uma preocupação do planejamento
estratégico. Este assunto tem sido objeto de preocupação constante não só dos
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governantes e entidades do terceiro setor mas também de empresários
conscientes e preocupados com o impacto ambiental de seus empreendimentos.
Ao mesmo tempo, há também um foco na redução de custos e desperdícios e
também na otimização dos canteiros de obras e no reaproveitamento de
resíduos de materiais e matérias primas.
A gestão de resíduos na construção civil, sejam restos de materiais danificados
como blocos, argamassa, madeira, plásticos e outros tantos é não só uma
demonstração de cidadania e respeito ao meio ambiente mas também uma
forma de reduzir custos e otimizar os recursos empregados nas obras.
Essa é uma questão estratégica e que deve ser discutida e avaliada com o
devido cuidado na fase do planejamento estratégico da obra, de modo a adequar
o canteiro de obras e suas atividades a essa visão.
Há várias publicações acerca desse tema como é o caso do Manual “Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil – A Experiência do Sinduscon-SP” resultado do “Programa de Gestão Ambiental de Resíduos de Canteiros de Obras” e que reflete as diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de
resíduos na construção civil, criando responsabilidades para a cadeia gerador /
transportador / receptor / municípios, da Resolução nº 307 do CONAMA, de
Julho de 2002.
33
7.1 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO ESTRATÉGICO
Para a realização do planejamento estratégico é necessário reunir todas as
informações e documentos relacionados ao empreendimento, definindo:
• Quem vai fazer ?
• Como fazer ?
• Onde fazer ?
• O que fazer ?
• Porquê fazer ?
• Quando fazer ?
7.1.1 ELABORAÇÃO DE CRONOGRAMA DA OBRA
A elaboração do cronograma da obra é fundamental para o planejamento de
todas as suas atividades e durações. É importante identificar as atividades
críticas para a definição da seqüência de atividades e a duração para o
dimensionamento das equipes e equipamentos.
7.1.2 ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO DA OBRA
O orçamento da obra corresponde ao direcionamento do custo da obra e visa o
lucro do empreendimento.
7.1.3 ELABORAÇÃO DO PROJETO DE CANTEIRO
34
É necessário se estudar e projetar o canteiro, analisando todas as etapas
produtivas que serão executadas na obra. Pode-se comparar o canteiro a uma
fábrica de obras (SOUZA, 2000).
A elaboração do projeto de canteiro é fundamentada no cronograma e no
orçamento da obra. Nesta fase, os engenheiros deverão se reunir e levantar
todos os pontos favoráveis e desfavoráveis para a locação da Infra-estrutura
básica. Sua missão é dotar a obra de uma infra-estrutura básica para execução
das atividades.
Dica: Um bom planejamento sempre deve ser aprimorado ao longo do
empreendimento.
7.2 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO GERENCIAL O Planejamento logístico gerencial deve ser discutido entre os gestores do
projeto e da obra, a fim de estabelecerem metas e objetivos conjuntos como:
qualidade mínima exigida na entrega de materiais, qualidade mínima de serviços
executados, prazo de entrega e custo previsto para a execução. Normalmente,
estes itens serão elaborados pelo gerente de obra e uma equipe. Os itens
contemplados foram apresentados na Figura 11 e serão descritos no texto a
seguir:
35
COORDENAÇÃO DAS EQUIPES DE TRABALHO
DIMENSIONAMENTO DA INFRA-ESTRUTURA
PLANEJAMENTO LOGÍSTICO GERENCIAL
PROJETO DE LIGAÇÕES HIDRÁULICA E ELÉTRICAS
PROVISÓRIAS NO CANTEIRO
CRONOMAGRAMA E DIMENSIONAMENTO DOS
TRANSPORTES HORIZONTAIS E VERTICAIS
PLANEJAMENTO DA LOCAÇÃO DAS CENTRAIS DE PRODUÇÃO
INFRA ESTRUTURA PARA O PREPARO DOS MATERIAIS
NOS CENTROS DE PRODUÇÃO
Figura 11 – Planejamento logístico gerencial
7.2.1 COORDENAÇÃO DAS EQUIPES DE TRABALHO A necessidade de atender o cronograma é determinante para o
dimensionamento das equipes. A mobilização, desmobilização,
reaproveitamento de equipes e tempo de aprendizado, são etapas que devem
ser dimensionadas e previstas no cronograma de trabalho.
7.2.2 DIMENSIONAMENTO DA INFRA-ESTRUTURA
A Infra-estrutura deve ser dimensionada em função das equipes da obra,
atividades e prazos a serem executados, área disponível, vias de acessos para a
obra, disponibilidade de recursos financeiros, etc. No dimensionamento deve-se
prever um estudo de viabilidade de alocação dos recursos planejados. O
dimensionamento da infra-estrutura deve contemplar elementos como:
36
• estoques
• escritório
• vestiário
• refeitório
• área de lazer
• ambulatório
• almoxarifados
• centrais de produção
Na Figura 12, foram levantados seis tópicos fundamentais para garantir um
dimensionamento satisfatório da infra-estrutura de canteiro:
LOCALIZAÇÃO DO ALMOXARIFADO
LOCALIZAÇÃO DO ALOJAMENTO, ESCRITÓRIO E VESTUÁRIO
DIMENSIONAMENTO DA INFRA-ESTRUTURA DO CANTEIRO
ACOMODAÇÃO DO MATERIAL EM OBRA
ACOMODAÇÃO DO EQUIPAMENTO EM OBRA
LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO
DESENVOLVIMENTO DE RELACIONAMENTO COM
FORNECEDORES
Figura 12 - Dimensionamento da infra-estrutura do canteiro
37
7.2.2.1 LOCALIZAÇÃO DO ALMOXARIFADO Deve-se levar em conta:
• A proximidade do almoxarifado em relação ao local de recebimento, para
facilitar o descarregamento de materiais;
• A proximidade do almoxarifado em relação ao ponto de distribuição. O ponto
de distribuição é o ponto escolhido para a locação de um equipamento
importante que fará a movimentação dos materiais na obra ( elevador, grua,
ponte rolante, etc.)
• É importante ressaltar que as distâncias sejam encurtadas e distribuídas
racionalmente pela obra.
Nota: Em grandes obras, convém realizar estudos de viabilidade para verificar se
existe a necessidade de locar dois almoxarifados ou mais na mesma obra.
7.2.2.2 LOCALIZAÇÃO DO ALOJAMENTO, ESCRITÓRIO E VESTIÁRIO Estas dependências devem ser dimensionadas considerando a quantidade de
funcionários na obra. As dependências devem atender às necessidades da
equipe (banheiros masculino e feminino quando necessário, refeitório em local
arejado e escritório de fácil acesso). O alojamento, escritório e vestiário, se
possível, devem ficar agrupados para evitar dispersão de pessoal na obra.
38
7.2.2.3 ACOMODAÇÃO DO MATERIAL EM OBRA
É necessário prever em projeto a acomodação do material próximo ao acesso
para a descarga. Quando necessária a colocação de materiais com cargas
excessivas sobre lajes ou estruturas, esta informação deve ser transmitida para
o engenheiro projetista, que irá prever o reforço necessário na estrutura. Os
materiais também deverão ser protegidos das intempéries.
7.2.2.4 ACOMODAÇÃO DO EQUIPAMENTO EM OBRA Para todo o equipamento utilizado em obra, deve ser planejada a sua entrada e
saída, para evitar prejuízos em sua locação e retirada. Sempre que possível
prever em projeto a acomodação de equipamentos próximos ao acesso para a
descarga de materiais. Por exemplo: Os silos de argamassa (ver figura 13), em
média, ocupam cerca de 3,00m x 3,00m e pesam aproximadamente cerca de 30
toneladas. Normalmente é recomendado que equipamentos deste porte, sejam
locados próximos aos centros de distribuição (elevador, grua, ponte rolante, etc).
Figura 13 – Caminhão abastecendo silo de argamassa em obra
39
7.2.2.5 LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO
Deve-se localizar o equipamento responsável pela movimentação horizontal e
vertical dos materiais na obra, de forma que possa atender o maior número de
necessidades de movimentação possível.
Um bom planejamento do tempo de utilização do ponto de distribuição deve ser
realizado. Por exemplo, em uma obra que existe um elevador locado no centro
da mesma, pode-se definir sua utilização diurna para a elevação de blocos de
concreto para os andares que estiverem com a alvenaria em execução e, definir
um terceiro turno de trabalho para utilizar o elevador para tranporte de
argamassa ensacada para os andares, que serão executados no dia seguinte.
No caso da obra ter argamassa em silo, pode-se utilizar o elevador no turno
noturno para elevação de blocos de concreto e, no período diurno, determinar
sua utilização somente para a elevação de argamassa industrializada. Esta
sugestão deve ser analisada a partir da viabilidade econômica e espacial da
obra.
No caso de uma obra que tenha argamassa em silos, é fundamental que estes
estejam locados perto dos pontos de distribuição, de preferência, guinchos e
gruas, conforme já citado.
40
7.2.2.6 DESENVOLVIMENTO DE RELACIONAMENTO COM FORNECEDORES O fornecedor e o comprador devem desenvolver uma relação de parceria, ou
seja, os prazos de entrega devem ser definidos claramente pelas partes
envolvidas e os fornecedores devem seguir a forma de entrega, prazo e
qualidade do material a ser adquirido conforme estipulado no pedido e no
contrato. O fornecedor e o comprador devem garantir um fluxo de informação
ágil para que seja possível prever com antecedência eventuais variações na
produção de ambos (FONTANINI; PICCHI, 2005).
No caso do fornecedor não conseguir fazer entregas menores e mais freqüentes,
este deve discutir sua posição junto ao comprador, de forma a acertarem um
carregamento e um prazo de entrega vantajoso para ambos e estabelecer uma
relação de confiança que será reforçada a cada compra e entrega realizada (ver
item 4 deste manual).
A previsão de consumo de materiais deve ser realizada com antecedência e em
conjunto pelos compradores e fornecedores, para que ambos possam elaborar
seu planejamento. Com a previsão de consumo, a obra define os prazos que
necessita o material e com a mesma previsão o fornecedor consegue acionar a
fábrica para a produção, conseguindo suavizar momentos de extrema demanda
(Fontanini, Picchi, 2005a). Quanto mais competente for essa relação, menor será
o estoque.
41
7.2.3 PROJETO DE LIGAÇÕES HIDRÁULICAS E ELÉTRICAS PROVISÓRIAS NO CANTEIRO
A previsão de ligações hidráulicas e elétricas provisórias no canteiro deve ser
realizada para garantir o funcionamento de todos os equipamentos e máquinas
locadas.
7.2.4 CRONOMAGRAMA E DIMENSIONAMENTO DOS TRANSPORTES HORIZONTAIS E VERTICAIS O cronograma de dimensionamento dos transportes horizontais e verticais, deve
ser elaborado, considerando vários fatores, como a Figura 14 ilustra:
ENTREGA DE MATERIAIS
PLANEJAMENTO DA CIRCULAÇÃO NA OBRA
CRONOMAGRAMA E DIMENSIONAMENTO DOS TRANSPORTES HORIZONTAIS EVERTICAIS
PLANEJAMENTO DO ACESSO AO CANTEIRO
PLANEJAMENTO DA MOBILIZAÇÃO E
DESMOBILIZAÇÃO
Figura 14 – Cronograma e dimensionamento dos transportes horizontais e verticais
42
Este cronograma deve conter ainda o dimensionamento de horas e
disponibilidade dos seguintes equipamentos:
• Horizontais: caminhões, caminhonete, gerica, carrinho de mão, carrinho de
bloco, carrinho porta pallet, carrinho hidráulico;
• Verticais: grua, mini-grua, elevadores, guinchos, caminhão Munck, pá
carregadeira.
Os elevadores devem ser adaptados para os seguintes materiais: argamassa,
aço, bloco e concreto.
Neste dimensionamento deve estar previsto também o tempo de
descarregamento dos materiais.
DESCARREGAMENTO DE BLOCOS
No pedido de compra deve estar especificada a forma que será realizado o
descarregamento, data, horário e a pessoa responsável pelo descarregamento
(ver item 3.1).
Descarregamento com Grua:
• Prever tempo de descarregamento e distribuição;
• Prever plataforma de descarga móvel e garfo.
43
Descarregamento sem Grua
Este descarregamento pode ser realizado com carrinhos, como ilustrado nas
figuras 15 e 16, a seguir:
Figura 15 – Transporte manual de blocos de concreto
44
Figura 16 – Transporte manual de blocos de concreto
• Empilhamento
O empilhamento deve ser realizado nos locais indicados no planejamento de
canteiro (Figura 17).
45
Figura 17 – Empilhamento de blocos de concreto
O empilhamento deve seguir os procedimentos estabelecidos pela norma para
melhor conservação do material durante seu uso em obra (Figura 18).
46
Figura 18 – Armazenamento de blocos de concreto
• Caso se utilize o carrinho, deverá ser composta uma pilha vertical para o
mesmo poder encaixar sua base. O descarregamento pode ser realizado
47
nivelando o caminhão com o andar que receberá os blocos. Poderá também
ser construída uma rampa para acesso dos blocos ao andar.
• O fabricante deve ser informado sobre a forma que serão descarregados os
blocos de concreto na obra de seu cliente.
7.2.4.1 ENTREGA DE MATERIAIS Deve-se sempre que possível, programar as entregas de materiais minimizando
estoques desnecessários em obra, os quais ocasionam desperdício, vencimento
da validade e deteriorização do material, além da perda do capital aplicado.
Entretanto, para evitar o estoque em obra, é necessário que se elabore um
cronograma preciso e nivelado, de forma a cadenciar as atividades da obra para
que possa fluir de maneira uniforme, respeitando prazo, custo e qualidade.
Verificada a disponibilidade do fornecedor, é recomendável, que a obra compre o
material em pequenos lotes, se possível apenas o que vai ser utilizado em um
período definido, evitando também desta maneira estoques desnecessários.
Os materiais devem ser entregues de acordo com as especificações de
compras. Se previamente acordado com os fornecedores, os materiais poderão
ser entregues “palletizados” ou em “kits” de forma a facilitar seu manuseio na
obra. No caso de blocos de concreto, o carregamento poderá ser embalado em
pallets com o número de unidades já definido para a atividade que se destina
(Figura 19).
48
Figura 19 – Transporte de blocos de concreto por caminhão
Seguem algumas dicas para facilitar a movimentação em canteiro.
Dica: Antes de iniciar a obra e para facilitar o seu planejamento, é importante
que o responsável defina todos os materiais e equipamentos que farão parte da
construção.é igualmente importante definir a ligação de pontos de água e
energia (de acordo com a necessidade dos equipamentos que serão locados na
obra).
Dica: Sugere-se que se descreva todas as atividades da obra em um
cronograma macro e, a partir deste, possam ser feitos cronogramas mais
detalhados para cada atividade.
49
Dica: O engenheiro pode considerar a locação de equipamentos e o
recebimento de materiais críticos (materiais cujo atraso impacta diretamente o
prazo da obra) como atividades a serem executadas.
7.2.4.2 PLANEJAMENTO DA CIRCULAÇÃO NA OBRA:
• A circulação de equipamentos, materiais e caminhões (quando necessário)
deve estar prevista no projeto de canteiro.
• Sugere-se elaborar um esboço do canteiro de obra, locando todas as
dependências necessárias (almoxarifado, escritório, vestiário, entradas, etc)
com as rotas mais prováveis a serem realizadas e com as distâncias
necessárias para o trânsito de todos os elementos. Por exemplo: No caso da
obra locar o silo de argamassa em um lugar de difícil acesso, é necessário
prever uma rota para a carreta conseguir fazer o abastecimento ou troca do
silo.
• A circulação principal e secundária, se possível, deve ser sinalizada e
organizada de acordo com as normas de segurança do canteiro.
• A circulação deve garantir o fluxo contínuo de materiais, mão-de-obra e
equipamentos.
• Se possível, após definir as rotas que serão destinadas para o tráfego de
materiais e mão-de-obra, submeter à avaliação de um profissional da área de
segurança para avaliar os riscos envolvidos na solução sugerida.
50
• Em obras abastecidas por silos, deve ser previsto um acesso suficiente para
suportar o trânsito de caminhão Munck ou graneleiro, uma vez que deve
haver o reabastecimento ou a troca dos silos.
• No caso da inviabilidade de circulação de caminhões Munck e carreta na
obra, o ponto de distribuição de argamassa pode ser locado próximo do
acesso para descarga, pois desta forma, o silo pode ser abastecido por
mangote. Deve se observar a distância mínima do mangote para a carreta.
7.2.4.3 PLANEJAMENTO DO ACESSO AO CANTEIRO O acesso ao canteiro deve estar previsto no projeto original e levar em conta
todos os aspectos já mencionados acerca da localização dos vários pontos
importantes. Além disso, obra deve providenciar junto ao órgão municipal, o
rebaixamento da calçada no local determinado para recebimento de material,
permitindo um acesso facilitado para o descarregamento.
7.2.4.4 PLANEJAMENTO DA MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO O planejamento da mobilização e desmobilização deve ser baseado em outros
fatores da obra, tais como: estoques, armazéns, etc. Este item deve estar
previsto no cronograma geral da obra. As atividades de mobilização e
desmobilização devem estar ligadas ao porte do empreendimento.
Neste item, todos os elementos devem estar de acordo com a Norma NR-18.
51
7.2.5 PLANEJAMENTO DA LOCAÇÃO DAS CENTRAIS DE PRODUÇÃO
O Planejamento da localização das centrais de produção é fundamental para a
definição do posicionamento das centrais de argamassa, e se for o caso, da
central de blocos.
As centrais devem estar localizadas próximas dos pontos de distribuição.
7.2.6 INFRA-ESTRUTURA PARA O PREPARO DOS MATERIAIS NOS CENTROS DE PRODUÇÃO
7.2.6.1 INFRA-ESTRUTURA PARA BLOCOS DE CONCRETO
Deve-se destinar um local próximo ao acesso da obra, minimizando alocação
recursos para transporte, descarga, etc. O local escolhido deve ficar próximo ao
ponto de distribuição de materiais para os diversos andares e outras localidades
da obra.
7.2.6.2. INFRA-ESTRUTURA PARA A ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA
Para a mistura da argamassa industrializada, destacaram-se prós e contras da
utilização de cada tipo. É importante observar que existe uma tendência mundial
em se utilizar argamassas industrializadas, uma vez que a sua utilização
favorece o controle da qualidade e de resíduos, além de otimizar a mão de obra,
dentre outras vantagens.
52
Antes de definir a infra-estrutura para a argamassa é importante a escolha do
tipo de argamassa que será empregada, considerando suas características e
necessidades para o preparo em obra (figura 20):
Argamassa feita em obra
Argamassa Semi-Industrializada
Argamassa Industrializada
Argamassa em Silos
Argamassa em sacos
ARGAMASSA PARA ALVENARIA SEM FUNÇÃO ESTRUTURAL
Figura 20 – Tipos de argamassa para alvenaria sem função estrutural
(1) Argamassa feita em obra - argamassa com adição de cal, areia e cimento Mostramos a seguir um fluxograma básico de processos de fabricação de
argamassa no canteiro (figura 21).
53
Recebimento daareia
Recebimentoda cal
Areia / Peneiramento
Cal
Medição e mistura dapré - massa
Descanso da pré-massa
Recebimento docimento
Cimento
Medição e misturado cimento
Aplicação daargamassa
Transporte
Operação
Armazenagem
Inspeção
Fluxograma dos Processos de Fabricação de Argamassa no CanteiroFluxograma dos Processos de Fabricação de Argamassa no Canteiro
Legenda
Figura 21 – Fluxograma dos processos de fabricação de argamassa no canteiro
Prós
• Aparentemente o custo da argamassa feita em obra é menor se comparado
com os outros tipos de argamassa utilizados.
Dica: Isso pode ocorrer, quando se avalia somente os materiais, sem considerar
as perdas no processo e a mão de obra.
54
Contras
• O uso maciço deste tipo de argamassa, nem sempre leva em consideração
os cuidados que deve haver com os materiais adicionados (cal, areia e
cimento);
• Deve-se garantir a qualidade da cal, da areia e do cimento utilizado na
preparação da argamassa, através da verificação da conformidade de seus
fornecedores.
• Em geral, não se pode garantir a completa hidratação da cal para a
argamassa feita em obra, o que resulta em uma hidratação posterior, que
ocorre através da absorção da umidade contida na areia;
• Existe dificuldade de controle do volume de cada um dos materiais
adicionados à mistura;
• Há uma redução no volume da argamassa produzida no canteiro após a
adição de água para a mistura, devido a três fatores:
(1) Teor de inchamento da areia (+ 30%)
(2) Falta de controle granulométrico da areia
(3) Incorporação de ar ( 9%)
• A argamassa produzida no canteiro envolve um número bem maior de
processos do que a argamassa industrializada (ver fluxograma da figura 20);
• Requer maior movimentação dos materiais e mão-de-obra em canteiro e
maior área de armazenagem;
• Resulta em maior perda dos materiais;
• Necessita maior quantidade de controles.
(2) Argamassa semi-industrializada / pré-massa
55
Entende-se como argamassa semi-industrializada aquela onde se recebe os
aglomerantes (cimento, cal e aditivos) e se adiciona os agregados finos em obra
(areia, pó de pedra, saibro).
Por sua vez, entende-se por pré-massa aquela em que se recebe os agregados,
cal e aditivos, havendo a necessidade de adicionar o cimento em obra.
Prós
• O custo é aparentemente menor do que a argamassa em silos e tem uma
qualidade e confiabilidade semelhante a esta última;
• Tem mão de obra reduzida em relação à argamassa feita em obra;
Contras
• Necessita de uma preocupação constante no controle da qualidade da areia
a ser fornecida, sem o que pode-se comprometer a resistência da
argamassa;
• Deve-se exigir do fornecedor um controle da dosagem dos aglomerantes e
aditivos, para uma homogeneização mais uniforme;
• No caso da pré-massa, deve haver preocupação com o controle de volume
fornecido, o controle na dosagem do cimento e com o tempo de utilização;
(3) Argamassa industrializada
Entende-se como argamassa industrializada aquela que já vem pronta,
necessitando apenas da adição de água em canteiro.
56
Mostramos a seguir um fluxograma básico de processos de utilização de
argamassa industrializada em canteiro (Figura 22).
Recebimento da argamassaindustrializada em silos comticket da balança e já com olocal de armazenagem
Preparo da argamassa nopróprio silo através domisturador acoplado
Aplicação da argamassa
Fluxograma dos Processos da Argamassa IndustrializadaFluxograma dos Processos da Argamassa Industrializada
Transporte
Operação
Armazenagem
Inspeção
Legenda
Figura 22 – Fluxograma dos Processos da argamassa industrializada
A argamassa industrializada pode ser fornecida em sacos ou em silos.
Destacamos a seguir prós e contras para os dois casos.
57
! Argamassa industrializada em silos
Figura 23 – Silos de argamassa na obra
Prós
• Garantia dos fornecedores;
• Elimina a perda de mistura;
• Argamassa é mais uniforme, homogênea e terá o mesmo traço durante a
obra toda;
• Diminuição e melhor controle dos custos de mão-de-obra e material;
• Redução do estoque de matéria-prima;
• Menor obstrução de canteiro;
• Menor número de processos envolvidos (ver fluxogramas anteriormente
apresentados);
• Não há perda de volume devido ao adensamento da argamassa;
Contras
• Cuidados com a descaracterização que às vezes ocorre por defeito no silo;
58
• Reserva de espaço físico para a alocação de silos;
• Necessidade de disponibilidade de ponto de energia trifásico;
! Argamassa industrializada em sacos
Prós
• Garantia dos fornecedores;
• Pode-se transportar os sacos em qualquer horário, para a distribuição nos
pavimentos;
• A mistura desta argamassa também pode ser feita no andar;
• Não há perda de volume devido ao adensamento da argamassa;
Contras
• Maior vulnerabilidade às intempéries nos casos em que a embalagem é de
papel;
• Faz-se necessário o uso de betoneira ou misturador;
• Ocupa maior área de estocagem do que argamassa em silo;
Após a escolha da argamassa que será utilizada, seguem as recomendações
para a utilização dos três tipos de equipamentos para o preparo das misturas
(Figura 24):
59
BETONEIRA ENXADA MISTURADORES
CONTÍNUO BATELADA
TIPOS DE PREPARO DAS MISTURAS DE ARGAMASSA
Figura 24 – Tipos de preparo das misturas de argamassa para alvenaria sem função
estrutural
b) Betoneira – Utiliza-se para argamassa com areia e argamassa ensacada.
O uso deste equipamento não garante a mesma qualidade da mistura feita
com o misturador. Ao se utilizar este equipamento, deve-se localizar
próximo ao ponto de distribuição, de água e energia.
a) Enxada – Não é recomendado pois a mistura pode ficar heterogênea.
c) Misturadores - Devido à melhor qualidade da mistura, recomenda-se
sempre que possível, utilizar este equipamento para preparo de
argamassa em obra;
• Contínuo – prever ponto de água móvel (tambor) e energia.
• Batelada - prever ponto de água e energia. Previsão do tempo de
mistura (definido pelo fornecedor).
Dica: Deve-se prever também local para armazenamento de areia, cimento e
cal (baias).
60
7.3 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO DE PRODUÇÃO
O planejamento logístico da produção será elaborado a nível operacional e nesta
etapa, serão descritas todas as atividades necessárias para a execução da
alvenaria de vedação (Figura 25).
Especificação para Compra
Seleção e Avaliação de Fornecedores
AQUISIÇÃO
Controle eRegistro da
Qualidade doRecebimento
Armazenamentode Materiais
Utilização do Material em Obra
PROJETOS LOGÍSTICA
Figura 25 – Utilização em obra
Seguem na Figura 26, as atividades principais para a execução da alvenaria sem
função estrutural no canteiro de uma edificação genérica.
61
Figura 26 – Planejamento logístico operacional da alvenaria sem função estrutural no
canteiro
7.3.1 REQUISITOS MÍNIMOS São requisitos mínimos:
• projeto de alvenaria;
• local limpo (sem entulho ou restos de materiais);
• estrutura completa, pronta e limpa (sem escoras, formas, incrustações,
pregos, arames, etc.);
62
• verificação dos materiais a serem utilizados;
• preparação de gabaritos.
7.3.2 MARCAÇÃO DA ALVENARIA A marcação deve respeitar rigorosamente as especificações de projeto. O
projeto deve conter também cotas e medidas acumuladas, ângulos e esquadro
da construção em relação aos eixos principais. A primeira fiada deve ser
detalhada de forma a absorver qualquer tipo de desnível da estrutura de apoio
da alvenaria. Utiliza-se as seguintes ferramentas para a marcação: linha, régua,
régua americana, esquadro, trenas, etc.
7. 3. 3 EXECUÇÃO DA ALVENARIA
A execução deve seguir todas as recomendações do projeto, tais como:
reforços necessários em vãos, vergas e contra vergas, elementos de fixação
(contramarcos, grapas, chumabadores e outros).
Na execução utilizam-se os seguintes equipamentos :
• Para produção : colher de pedreiro (comercial, meia cana), bisnaga de
pano, escantilhão, caixote, andaime, lona plástica, etc.
• Para verificação de esquadrias, vãos e prumos: gabaritos, escantilhão,
níveis, etc.
• Para transportes de argamassa e blocos: carrinhos, gericas , caixas, etc.
7. 3. 3. 1 EXECUÇÃO DE REFORÇOS
63
Todas as singularidades em painéis de alvenaria, como aberturas, vãos e
elementos fixados, devem ser analisadas sob os critérios rigorosos de projeto e
execução, a fim de evitar patologias posteriores.
7. 3. 3. 2 EXECUÇÃO DE VÃOS COM AUXÍLIO DE GABARITOS
Para executar os vãos de portas, janelas, balcões, passa-pratos, monta-cargas
e demais tipos de esquadrias e aberturas em geral, utiliza-se gabaritos. Os
gabaritos são estruturas auxiliares, pré-moldadas ou moldadas in-loco, que têm
a finalidade de otimizar a execução dos vãos e aberturas, assim como garantir
homogeneidade e precisão nas dimensões dos mesmos, ganhando-se tempo e
qualidade na execução dos painéis de alvenaria. Os gabaritos podem ser de
diversos materiais como perfis metálicos, perfis de alumínio, réguas de
alumínio, concreto pré-moldado, etc.
7. 3. 4 ENCUNHAMENTO DA ALVENARIA
Outro ponto de suma importância na execução de uma alvenaria de vedação é
o encunhamento, ou seja a interface de ligação entre a alvenaria e a estrutura.
Devemos evitar a transmissão de esforços da estrutura para a alvenaria, pois
sua função não é estrutural, apenas de vedação. Deve-se verificar as
orientações de projeto quanto:
• ao tipo de encunhamento: argamassa pobre(baixo consumo de cimento);
espuma expansiva;
• a forma e seqüência de execução;
64
• prazos de execução em relação aos prazos de cura e carregamento da
estrutura executada acima da alvenaria.
7. 3. 5 CHECAGEM DA ALVENARIA PRODUZIDA
Deve-se verificar se foram atendidos os itens de projeto, quanto a esquadros,
prumos, vãos, aberturas, elementos de fixação e demais detalhes.
Deve-se realizar a checagem das condições gerais da alvenaria (limpeza e
conformidade) para liberação da execução de etapas posteriores.
A checagem não deve ser feita apenas no final do serviço, mas principalmente
durante a execução.
65
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – Blocos vazados de concreto
simples para alvenaria sem função estrutural – Especificação. NBR 7173. Rio de Janeiro. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – Argamassa para assentamento de
paredes e revestimentos de paredes e tetos – Especificação. NBR 13281. Rio de Janeiro. 1995.
FONTANINI, P.S.P; PICCHI, F. A. Lean Thinking no fluxo de suprimentos – macro
mapeamento e cooperação entre fornecedores. In: VIII Simpósio de Administração de produção, logística e Operações Internacionais, FGV, 2005, São Paulo, SP. Anais... São Paulo: FGV-EAESP, 2005.
FONTANINI, P.S.P; PICCHI, F. Logística na construção civil. In: XII Simpósio da Engenharia
de produção, UNESP, 2005, Bauru, SP. Anais... Bauru: UNESP, 2005a. NR 18 – Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e emprego, 1995. SILVA, F. B., CARDOSO, F.F. A importância da logística na organização dos sistemas de
produção de edifícios. In: VII Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído - Qualidade no Processo Construtivo, Florianópolis, SC. Anais... Florianópolis: ANTAC, 1998.
SILVA, F.B. Conceitos e Diretrizes para a organização logística em empresas
construtotras de edifícios. 1999. Dissertação de mestrado - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 1999.
SOUZA, U. E. L. Projeto e implantação do canteiro. São Paulo: Editora: O Nome da Rosa,
SP, 2000) SOUZA, R.; MEKBEKIAN, G. Sistema de gestão da qualidade para empresas
construtoras. São Paulo: Editora Pini, 1995. SOUZA, R.; MEKBEKIAN, G. Qualidade na aquisição de materiais e execução de obras.
São Paulo: Editora Pini, 1996.
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ANEXO I
Inspeção visual da carga do caminhão
~1000 blocos
Na obra
Se a inspeção apresentar
mais que 10 blocos
defeituosos
Devolver acarga
Não atende a NBR 7173
Verificaçãodimensionalde 10 blocos(até 10.000 blocos)
Na obra
Atende a NBR 7173Se a inspeção apresentar
menos que 10 blocos
defeituosos
Aceita acarga
Devolve a carga
Lotes deaté 10.000blocos
No laboratório
Ensaios de Laboratório- Absorção
- Resistência