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Antes do Baile Verde Lygia Fagundes Telles

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Antes do Baile Verde

Lygia Fagundes Telles

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1. Os Objetos

Narrativa em terceira pessoa

Casal discute assunto aparentemente sem relevância

mexe em objetos enfia um colar

Miguel Lorena

Desequilibrado

É tratado como criança

Quer biscoitos

Lembranças de infância

“bolhas de sabão”

“comia pasta de dente”

Revela atitude maternal:

“Cuidado querido, você vai

quebrar os dentes”

“Porque você não ficou

comportadinho?”

(é paciente com Miguel,mas

não dá verdadeira atenção)

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Miguel Lorena

Para ele, as coisas

têm importância:

peso de papel, cinzeiro

adaga...

“Para que serve uma

adaga fora do peito?”

Para ela, as coisas

são bugigangas

O que ambos sentem em relação aos objetos

são a metáfora do que um sente pelo outro.

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Final fuga de Miguel ruptura

Miguel vai comprar biscoitos e pega dinheiro na bolsa dela, que

nota a falta da adaga e grita por ele.

Ele, no elevador, evita o espelho.

O porteiro afasta-se com exagerada gentileza.

“Ele parou, olhou o homem. Apressou o passo na direção da rua.”

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2. Verde Lagarto Amarelo

Narrativa em primeira pessoa Rodolfo

“ficava imóvel, um

lagarto no vão do

muro”: aspecto

assustador, mas

inofensivo

mancha “a camisa de

amarelo, com uma

borda esverdinhada,

suor de bicho

venenoso, malsão”

a camisa “era uma

pele enrugada

aderindo à minha

com o meu cheiro,

com minha cor”

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Rodolfo Eduardo

Irmão mais velho

Feio e gordo

Come demais

Sua demais

Não teve o amor da mãe

Encerrado em si

Escritor solitário

Bonito e perfeito

Casado e futuro pai

Talentoso

Teve o amor da mãe

Ama e protege o irmão

Conquistou tudo o que quis

Final

Surpresa: também é escritor

Antecipação: “Onde está seu irmão?”

“Não sei, não sou pajem dele.”

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3. Apenas um Saxofone

Narrativa em primeira pessoa

Mulher (44 anos) – Louisiana

Rememora o passado com um saxofonista

Verdadeiro amor perdido pela ganância

Preocupação com bens materiais

Tem um “velho” que lhe dá muito dinheiro

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Ela não fora batizada

Ele a “batiza” (no mar)

Louisiana – nome pelo qual ele a chamava

Ela nasce e vive ao conhecê-lo

Ela começa a fazer muitas exigências

“Se você me ama mesmo...”

“...saia e se mate imediatamente”

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4. Helga

Narrativa em primeira pessoa

Paulo Silva / Paul Karsten

Pai “brasileiro”

(não conheceu)

Mãe de origem

alemã (interior SC)

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Paul

Passava férias na Alemanha em albergues para jovens (1935)

Envolve-se com a juventude hitlerista – II Guerra

Não pode voltar ao Brasil

Vive de contrabando de alimentos e souvenirs nazistas

Conhece Helga e seu pai, o farmacêutico Wolf

Linda e

com uma

perna

mecânica

Tinha um plano para

enriquecer

contrabandeando penicilina.

Faltava capital inicial.

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Paul casa-se com Helga e foge com sua perna

mecânica

Paul enriquece e retorna para o Brasil como Paulo Silva, mas

com “pouca fé e imaginação amortecida”

Como forma de reparar o crime do jovem Paul, Paulo torna-se

um “cidadão exemplar”

“insipidez da virtude” como forma de

“punição” para Paul e seus camaradas

Artefato valioso.Serviu

como capital para o

negócio com a penicilina.

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5. O Moço do Saxofone

Narrativa em primeira pessoa

Caminhoneiro

Passa alguns dias numa estranha pensão

Conversa com um engolidor de giletes

Presença constante de anões

Som insuportavelmente triste de um sax

A mulher do moço do sax

“engana ele até com o periquito’’

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Caminhoneiro

Marca um encontro com a mulher e entra no quarto errado

Ao deparar-se com o moço do sax, questiona-o:

“Você não faz nada?”

“- Eu toco saxofone.”

Vai então ao quarto da mulher e o moço começa a tocar...

O Caminhoneiro: “Fiquei broxa na hora.” E foi embora.

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6. Antes do Baile Verde

Narrativa em terceira pessoa

Noite de Carnaval Tatisa (jovem patroa) e Lu (empregada)

dão os últimos detalhes à fantasia de Tatisa

Tatisa vai ao “Baile Verde” e não quer decepcionar o namorado

Lu tem pressa, pois combinou encontrar o namorado, Raimundo

Da rua, ouve-se o barulho do Carnaval

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Em contraste com a rua, o ambiente do quarto é sufocante

Ambas transpiram muito e Tatisa bebe uísque

sentimento de culpa / egoísmo

O pai de Tatisa está muito doente: não deve passar desta noite

O hospital não podia ficar com ele e Tatisa e Lu “têm compromisso”

Tatisa tenta “comprar” Lu para ficar com o pai, mas sem sucesso

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Final:

“Brandamente a empregada desprendeu-se

da mão da jovem. Foi descendo a escada na

ponta dos pés. Abriu a porta da rua.

(...)

E apoiando-se no corrimão, colada a ele,

desceu precipitadamente. Quando bateu a porta

atrás de si, rolaram pela escada algumas

lantejoulas verdes na mesma direção, como se

quisessem alcançá-la.”

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7. A Caçada

Primeiro dia: um homem entra e observa com muita curiosidade a cena da caçada. Percebe a tapeçaria mais nítida, mas a dona da loja não.

Loja de antigüidades Tapeçaria Caçada

Cena

caçador com arco

segundo caçador

caça (não aparece)

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Segundo dia: o homem reconhece a cena,

mas sempre detestara

caçadas...

Quem é ele? O pintor?

O primeiro caçador?

O caçador que observa?

O artesão?

De repente, vê-se dentro da cena.

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Abriu a boca. E lembrou-se.

Gritou e mergulhou numa

touceira. Ouviu o assobio da seta

varando a folhagem, a dor!

“Não...” – gemeu de joelhos.

Tentou ainda agarrar-se à

tapeçaria. E rolou encolhido, as

mãos apertando o coração.

Será a caça?

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8. A Chave

Tom (59)

está cansado, não quer

sair para mais um evento

social

enquanto avalia a atual

esposa, relembra a vida

tranqüila com a primeira,

Francisca

Magô (28)

animal jovem

“cretina, sonsa, exibicionista”

“cabelos demais, dentes

demais, gestos demais, tudo

em excesso”

possível relação com

Fernando, o “Freddy”

tinha juventude

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Tomás (no primeiro casamento)

Insistia com Francisca para ser mais atual, lutar para

manter a juventude

Francisca “olhara-o quase como uma mãe olha para o

filho antes de lhe entregar a chave da porta.”

“Na rua, sentira-se (Tomás) um adolescente apertando a

chave no bolso. ‘Sou livre!’ ” E conheceu Magô...

No final, após deixar Magô sair sozinha, deita-se e sonha

voltar para o colo de Francisca (“Posso?”): “Devolveu-lhe

a chave.”

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9. Meia-Noite em Ponto em Xangai

Narrativa em terceira pessoa / Local: quarto do hotel

Cantora lírica (soprano)

Após o show, conversa com seu empresário bajulador (Stevenson)

Ele insiste em considerá-la uma estrela máxima

Ela, enquanto tenta negar através de uma falsa modéstia,

revela-se vaidosa, arrogante e preconceituosa ao tratar o

camareiro do hotel (Wang) com desprezo, mostrando maior

consideração pelo seu cachorro pequinês

“...esse chinês não existe”

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Final

O silêncio agora era tão compacto que os

ruídos da rua já não conseguiam penetrá-lo. O

cachorro rosnou mais uma vez, lambendo a

pata.

A mulher foi-se encolhendo, agarrada aos

braços da poltrona. Cravou o olhar esgazeado

no retângulo negro do céu. Encolheu-se mais

ainda, cruzando os braços. Limpou as mãos

pegajosas no brocado da bata. Susteve a

respiração.

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10. A Janela

Narrativa em terceira pessoa

Um homem vai a um prostíbulo para ver a janela de um quarto

Talvez sua ex-casa “meu filho

morreu neste

quarto”

Lembrança do filho

Cuidava de uma roseira

que já não há

Parece perdido e a prostituta

que o acompanha fica com

pena, mas acaba avisando o

hospício e o homem é levado

numa camisa de força

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Maria Camila espera a estagiária para o chá

e observa o jardim de sua casa

Uma borboleta suga violentamente uma rosa

“Chega a ser obsceno”

“Deve ser uma borboleta jovem”

efemeridade

beleza

como a vida

como o amor

“O que é que eu faço agora?”

“Augusto, Augusto, me diga depressa

o que é que eu faço! Me diga!”

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12. O Jardim Selvagem

Narrativa em primeira pessoa

Ducha (menina)

Tia Pombinha

Preocupada com o casamento do Tio Ed (irmão mais novo)

“tinha a mania de ver mistério em tudo”

“os sonhos de Tia Pombinha eram todos horríveis”

“não é nada bom sonhar com dentes”

antecipação dos acontecimentos

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Tio Ed (mais de 30)

Criado por Tia Pombinha

Casa-se escondido

Vai morar na chácara

Gasta muito dinheiro

Parece estar com medo

Suicida-se com um tiro

Daniela (mais de 30)

“é assim como um jardim selvagem”

toma banho de cachoeira

luva na mão direita

tiro no cachorro doente

“ninguém sabe quem ela é”

Casamento estranho

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Ducha – criança: não é confiável como narradora

Estaria ficando igual à tia que via mistério em tudo?

Única testemunha dos fatos (mas sem presenciá-los)

Junta as peças do quebra-cabeças: conclusão

Ed foi assassinado

por Daniela

Ed era rico (estava doente)

Casamento de 4 meses

Luva (premeditação)

Daniela era estranha

Vale lembrar que é

apenas uma

suspeita de Ducha

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13. Natal na Barca Narrativa em primeira pessoa

Tema: fé

Cenário: “em redor tudo era silêncio e treva”; a barca era “desconfortável, tosca”.

Personagens: quatro passageiros

a narradora (parece estar vivendo um momento de crise)

um velho bêbado

uma mulher com um filho de quase um ano

muito doente

teve um filho que morreu

com quatro anos, depois

foi abandonada pelo marido

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A resignação e a calma da mulher comovem a narradora

A narradora percebe que o filho da mulher está morto e

apressa-se na despedida (quer fugir dali)

A descrição da mulher lembra a Virgem Maria

Contrariando a sugestão da narradora, a criança abre os

olhos

A mulher despede-se, desejando bom Natal à narradora

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14. A Ceia

Narrativa em terceira pessoa

Eduardo e Alice (ex-amantes) encontram-se para um jantar

Insistência de Alice

Pouco à vontade,

pois irá se casar com

Olívia

Fizera fiasco no

último encontro

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Alice escolhe o canto mais escuro e apaga a luz da mesa

Na saída, ele esquece o isqueiro e ela o leva embora

“detesto isqueiros”

“a luz deste isqueiro

mostra tudo”

Bebe e se altera: “Quem diria,

hem? Nossa última ceia. Não

falta nem o pão nem o vinho.

Depois, você me beijará na face

esquerda.”

Alice fica com o

isqueiro para “mostrar

tudo” à Olívia?

Idéia de traição

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15. Venha ver o pôr-do-sol

Narrativa em terceira pessoa ex-namorados encontram-se

Ricardo convida Raquel

ver “o pôr-do-sol mais lindo do mundo”

lugar ermo – cemitério abandonado

passeio “de graça e muito decente” e “até romântico”

Ficou “mais

pobre ainda”

Envolvida com um

homem “riquíssimo”,

“ciumentíssimo”

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Caminham longamente pelo cemitério

Ricardo confidencia uma paixão juvenil

uma prima falecida aos 15 anos

conduz Raquel ao mausoléu “da família”: mostra

a foto da prima

Raquel percebe que a “prima” nasceu em 1800

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Caminham longamente pelo cemitério

Ricardo confidencia uma paixão juvenil

uma prima falecida aos 15 anos

conduz Raquel ao mausoléu “da família”: mostra a foto da prima

Raquel percebe que a “prima” nasceu em 1800

Raquel ouve o estrondo da porta de ferro

“fechadura nova em folha”

“Nenhum ouvido humano escutaria aquele chamado”

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16. Eu era mudo e só

Narrativa em primeira pessoa

Manuel

Oprimido pelo casamento

“Asas foram cortadas”

Jacó – não crê no casamento

Fernanda

Esposa exemplar

“Parece um postal”

Gisela – pensa como a mãe

“Era o círculo eterno sem

começo nem fim”

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Transforma sua vida em um “belíssimo postal”

símbolo de uma situação superficial, estática

tenta libertar-se do postal

“Posso levá-lo comigo” ou

“Posso também rasgá-lo em pedacinhos”

Mas

“Eu também estou dentro do postal”

Eu era mudo e só na rocha de granito (citação de Manuel)

...and now she lays in the valley where the wild flowers nod

(citação de Fernanda)

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17. As Pérolas Muito doente, Tomás observa sua esposa, Lavínia,

vestir-se para ir a um jantar, no qual estará presente

Roberto, um antigo rival. Enquanto isso, imagina como será

o encontro dos dois.

O casal ainda se ama, mas ambos sabem que ele está

condenado, encerrado em sua doença e seus pensamentos:

“Lavínia, não me abandone já, deixe ao menos eu partir

primeiro! (...) eu ainda estou vivo, ouviram bem? Vivo!”

Tomás, então, esconde o colar de pérolas (falsas) para

que nem tudo esteja perfeito para a esposa, mas, quando

Lavínia parte, ele a chama e entrega o colar.

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18. O Menino

A personagem central é a mãe, conforme o menino a vê:

“Era linda, linda, linda!”

“Em todo o bairro não havia uma moça linda assim.”

“Quando crescesse haveria de se casar com uma moça igual.”

“Nenhum de vocês tem uma mãe linda assim!” (Aos amigos)

Ela tinha “cabelos muito louros e curtos, (...) formando uma

coroa de caracóis sobre a testa.”

poderosa, adorada...

Rainha

“rainha do lar” (1949)

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O Menino e a Mãe vão juntos ao cinema.

O Menino

Está radiante.

Ora quer ser criança, ora homem.

Quer ser o “cavalheiro da mãe”.

Embora conheça a mãe muito bem, não entende sua atitude no cinema.

A Mãe

É jovem e bonita.

Dissimula bem.

Finge nada saber do

filme, mas explica ao

menino.

Usa o menino como

álibi para encontrar o

amante.

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Cinema espaço da ficção revela a verdade ao menino

Ao sair do cinema, o Menino mal conversa com a Mãe, alegando dor de dente.

Chega em casa e vê o pai, que lê o jornal, sob uma luz fraca: “A lâmpada maior queimou, liguei essa por enquanto.”

Não quer enxergar a realidade?

O Menino e o pai: “O menino encarou-o demoradamente. Aquele era o pai. Os cabelos grisalhos. Óculos pesados. O rosto feio e bom.”

Observa-se o aprendizado / amadurecimento do menino, que nada revela ao pai (máscara social) e percebe que a mãe não é perfeita.