lona 711 - 10/05/2012

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[email protected] @jornallona lona.up.com.br O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Ano XIII - Número 711 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, 9 de maio de 2012 Prazo para fazer o título de eleitor termina hoje no Paraná Hoje é o último dia para quem não fez o título de eleitor ou precisa recadastrar o documento. A Central de Atendimento ao Eleitor trabalha das 9h às 18h nessa quarta-feira Pág. 3 Agência Brasil Comportamento Segurança e conforto dos condomínios fechados atraem famílias Pág. 4 Lei de Acesso Dia 16 de maio entrará em vigor a Lei de Acesso a Infor- mação Paulo Bernardo Minis- tro das Comunicações conta sobre a Lei Pág. 5 Política Derosso se desfilia do PSDB e não poderá concorrer as eleições desse ano Pág. 4 Opinião A situação está compli- cada em âmbito nacional e internacional Pág. 2

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Page 1: LONA 711 - 10/05/2012

Curitiba, quarta-feira, 9 de maio de 2012

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lona.up.com.br

O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Ano XIII - Número 711Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade Positivo

Curitiba, 9 de maio de 2012

Prazo para fazer otítulo de eleitor termina

hoje no Paraná

Hoje é o último dia para quem não fez o título de eleitor ou precisa recadastrar o documento. A Central de Atendimento ao Eleitor trabalha das 9h às 18h nessa quarta-feira

Pág. 3

Agência Brasil

Comportamento

Segurança e conforto dos condomínios fechados

atraem famílias

Pág. 4

Lei de Acesso

Dia 16 de maio entrará em vigor a Lei de Acesso a Infor-mação Paulo Bernardo Minis-tro das Comunicações conta

sobre a Lei

Pág. 5

Política

Derosso se desfilia do PSDB e não poderá concorrer as

eleições desse ano

Pág. 4

Opinião

A situação está compli-cada em âmbito nacional

e internacional

Pág. 2

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Curitiba, quarta-feira, 9 de maio de 2012

Dois casos de corrupção em destaque no noticiá-rio desta semana são elementares no entendimento do momento social do Brasil e do Paraná, símbolos de uma mudança no comportamento político e nas ferra-mentas de fiscalização, incluindo as midiáticas.

Acuado pela lei da Ficha Limpa e por seus obscu-ros vínculos com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o senador goiano Demóstenes Torres (ex-DEM, atual-mente sem partido) tenta a todo custo evitar sua asfi-xia política e a sua natural cassação.

Não tão natural assim. Em 186 anos de história, o Senado cassou apenas uma vez os direitos políticos de um de seus pares: foi o empresário Luiz Estevão (PMDB-DF), em 2000, cassado pelos colegas por que-bra de decoro. Sua ficha corrida envolve desvio de verba pública em obras do TRT, negócios sombrios com futebol e mais duas prisões. O escândalo atual foi devassado primeiramente pela revista Veja e agora pauta todos os veículos de comunicação.

Na seara local, o vereador João Cláudio Derosso, ex-presidente da Câmara de Curitiba, onde ficou por 15 anos, pediu nesta segunda-feira a desfiliação do PSDB, já profundamente desgastado com o protecio-nismo que fez a Derosso, que, é bom lembrar, pode levar muita gente junto no barco à deriva. Ele é acu-sado de irregularidades nos contratos de publicidade do Legislativo Municipal – o que levou o Ministério Público a entrar com uma ação de improbidade ad-ministrativa. E não estamos falando de pouco dinhei-ro. A desfiliação é um desdobramento dos escândalos publicados pela primeira vez em junho de 2011, na Gazeta do Povo.

Os exemplos podem ser interpretados como um processo de amadurecimento das instituições públi-cas, mais propensas a investigar e punir aqueles que fazem mal uso do dinheiro público. Também podemos entender que a imprensa cumpre seu papel de porta-voz social ao transparecer os corruptos, ao cobrar ex-plicações, ao exigir que os personagens públicos ajam em benefício da população e não legislem em causa própria ou influenciado por interesses escusos.

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EditorialOpinião

Crônica de duas mortes anunciadas

Oscar Cidri

Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadê-mica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Consentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientadores: Ana Pau-la Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editoras-chefes: Renata Silva Pinto, Suelen Lorianny e Vitória Peluso | Editorial: Daniel Zanella

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jorna-lismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Com-prido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.

Tanto no Brasil quanto no Velho Mundo, a temperatura está subindo. Aqui, o julgamento do mensalão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e agora também a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cachoeira deixam a agenda política nacional cheia por um bom tempo.

No Paraná duas das maiores cidades, Curitiba e Londrina, também enfrentam forte tensão política: as Câmaras Municipais operam sob gra-ves denúncias de corrupção. Aqui na capital, inclusive, a única coisa que permite este clima de “normalidade” é a total apatia e desinteresse polí-tico de grande parte da sociedade. Tantas notas fiscais, tantas assinaturas comprovando que, um terço dos vereadores, está com “as mãos sujas” refestelando-se no dinheiro público, e nós aqui, com cara de pateta, de nádegas, ou outra expressão facial que melhor represente nossa inação.

Assim como “denúncia de corrupção” já caiu na fossa do banal - pou-cos ainda reagem com uma manchete dessas-, CPI também, todo mundo já sabe, de antemão, que vai acabar em pizza. Ora, se nossa indignação se esvai na mesma velocidade que novas denúncias e escândalos surgem e as notícias parecem não nos dizerem respeito, podemos concluir que a guerra já está vencida e nossa rendição assinada: vitória da corporação dos político-partidários contra o conjunto da sociedade.

Enquanto isso, o povo grego, que foi às ruas contra as medidas de aus-teridade, nesse último domingo foi às urnas para eleger legisladores das extremas direita e esquerda; assim como os franceses – que no mesmo dia colocaram o socialista François Hollande na presidencial. Em ambos os países, a esperança é uma só: que os governos não sacrifiquem o povo em nome da “estabilidade econômica”, que, exclusivamente, atende os interesses do grande capital especulativo internacional.

O caldeirão está fervendo

Expediente

Parece realElisa Schneider

No filme “O Ilusionista”, o misterioso mágico Herr Eisenhein causa pavor na plateia ao trazer para o palco um homem já falecido. O fantasma foi visto e ouvido; o mágico acabou preso, é claro. Na ficção de Neil Burger, ressuscitar pessoas em pleno século XIX só era possível por meio de um jogo de espelhos muito bem arquitetado. Hoje pode custar até 400 mil dólares, render uma publicidade incrível e especulações mil.

O milagre tecnológico fez o rapper Tupack Shakur, morto há mais de 16 anos, cantar em parceria com Snoop Dog nos palcos do Coachella Festival, na Califórnia. O holograma interativo levou a plateia ao delírio com interações que pareciam reais. Mas o que cheira sucesso e inovação para uns, para outros não passa de charlatanice.

O que significa assistir a um show assim?Significa que vai ter muita gente se aproveitando e usando o recurso

para levar mais pessoas às apresentações. E isso pode dar certo. Apesar de todos saberem que tudo aquilo não passa de uma montagem com re-cortes de momentos do artista, toda cor e emoção do espetáculo serão sentidos, porque é isso que faz a plateia vibrar; a magia de ver um artista querido novamente. Seria bom se os produtores tivessem o bom senso de manter o aspecto de novidade sem perder a classe. Porque dificilmente os fãs de Elvis Presley irão querer assistir o astro cantando e dançando com Justin Bieber.

A interação entre vivos e mortos promete render muito ainda. E quem sabe, num futuro não muito distante, poderemos sentir a vibração de Jimi Hendrix e Kurt Cobain da poltrona da sala de estar. Parece real.

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Curitiba, quarta-feira, 9 de maio de 2012 3

Hoje é o último dia para fazertítulo de eleitor do Paraná

Termina hoje o pra-zo para quem ainda não fez o título eleitoral e tem mais de 18 anos. De acor-do com o TRE-PR (Tri-bunal Regional Eleitoral), este também é o último dia para quem não fez o alistamento, transferência e revisão eleitoral. A Cen-tral de Atendimento ao Eleitor funcionará das 9h às 18 h desta quarta-feira, para atender os eleitores que ainda não fizeram seu título.

A eleitora Eva Cristina Dias, que transferiu seu título de Curitiba, para o Município de Campo Ma-gro, Região Metropolita-na, conta que encontrou

TRE anuncia que chega ao final o prazo de cadastramento e recadastramento do título de eleitor no Paraná. Os eleitores que estão irregulares devem comparecer à Central de Atendimento de 9h às 18 h de hojeAmanda Bacilla bastante gente buscando o

TRE para realizar o cadas-tramento. “O movimento era intenso, algumas pesso-as me falaram que o movi-mento ficou assim a semana inteira”, conta. Além disso, Eva diz que o processo para o cadastramento ou reca-dastramento demora de 10 a 15 minutos.

Segundo o TRE-PR, quem não participou do recadastramento biométri-co, que terminou no dia 1 de janeiro de 2012, já está com o título cancelado. Será cobrada uma multa de R$ 3,52 para realizar o ca-dastramento até hoje, quem passar desse prazo só pode-rá requerer a nova via após eleições de outubro desse ano, com multa de R$ 3,51 por turno, mais a multa do cancelamento do título. O

TRE ainda avisa que quem não fizer ou recadastrar o título não pode tirar passa-porte, inscrever-se em con-cursos públicos e realizar matrículas em faculdades e universidades públicas, além de outras consequên-cias.

Quem completa 18 anos até outubro deve requerer o seu título de eleitor, ou lhe será cobrada a multa por não participação nas elei-ções. Além dele, o jovem com 18 anos completos que ainda não tem o título também deve comparecer a Central de Atendimento ao Eleitor.

O jovem Maurício Jan-drey completou 18 anos esse ano e fez o seu titulo de eleitor no ano passado. “Fui no mês de junho, che-guei lá e tinham 3 pessoas

na minha frente, peguei a senha e fiquei esperando minha vez”, disse. Ele ain-da conta que em menos de 15 minutos o seu processo de cadastramento já estava pronto. “Ainda bem que fui antes, porque tenho um amigo que fez semana pas-sada e me disse que estava cheio”, contou Jandrey ali-viado.

De acordo com o TRE-PR, para solicitar o serviço, basta comparecer ao Fórum ou Cartório Eleitoral do município com os seguin-tes documentos:

- Documento oficial de identidade (com foto e fi-liação); - Comprovante de resi-dência em nome do eleitor ou de familiar (recente, se alistamento, de três meses

atrás, em caso de transfe-rência); - Título antigo (se tiver, em caso de transferência ou re-visão). Obs: Para homens - alis-tamento (primeiro título): é necessário apresentar o comprovante de alistamen-to militar.

Serviço:A Central de Atendi-

mento ao Eleitor de Curi-tiba fica localizada na Rua João Parolin, nº 55, no Pra-do Velho, e funcionará das 9h às 18h. Lembrando que o mesmo prazo vale tam-bém para os eleitores com dificuldade de locomoção para solicitarem transfe-rência para seções de fácil acesso, bem como para os eleitores idosos e com difi-culdade de locomoção.

Termina hoje a conferência que fala dos direitos da criança e do adolescente

Hoje termina a VIII Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. O evento tem como objetivo am-pliar os debates sobre o tema central: mobilizan-do, implementando, e monitorando a politica e o plano decenal de Direi-tos Humanos de crianças

e adolescentes no estado do Paraná. A Conferência teve trabalhos em grupos para discutir e debater possíveis projetos para os estados, e nesta quarta-feira, 9, acontece plenária final para referendo das propostas apresentadas.

Às 16h acontece o en-cerramento do evento, que contou com a presen-ça de conselheiros tutela-res, assistentes sociais, e profissionais da área.

Amanda Bacilla

Derosso pede desligamento e não disputa a próxima eleição

Na última segunda-

feira, 7, o ex-presidente

da Câmara Municipal

de Curitiba, João Clau-

dio Derosso, pediu des-

ligamento do seu par-

tido atual PSDB-PR.

Devido a acusações de

desvio de verbas, o ve-

Amanda Bacilla reador decidiu por não

esperar a reunião dos

componentes da Execu-

tiva estadual que pode-

ria afastá-lo do partido.

De acordo com o site do

PSDB-PR, o pedido foi

feito através de uma carta

de próprio punho, que o

vereador escreveu na noi-

te dessa segunda-feira.

O vereador não pode-

rá disputar as eleições

desse ano, em outubro,

já que é preciso pelo

menos um ano de filia-

ção em um partido para

poder ocupar um cargo

público. Apesar da des-

filiação, Derosso conti-

nua como vereador até

o fim de seu manda-

to, 31 de dezembro de

2012.

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Curitiba, quarta-feira, 9 de maio de 2012 4 Comportamento

Condomínios fechados atraem famílias com crianças pequenas

Jessica Rossignol

Segurança e conforto são os critérios mais usados por pais na hora de comprar um imóvel em condomínio

Denise Gomel e seu filho mais velho, Vitor

Condomínios verticais e horizontais “são tendên-cias”, segundo o professor de arquitetura Armando Ito. Todo pai e toda mãe quer dar o melhor para seu filho, segurança e conforto estão em primei-ro lugar. Por serem locais fechados, com maior se-gurança e uma infraestru-tura preparada para famí-lias.

Famílias novas com crianças pequenas é o maior alvo dos empreen-

dimentos. “Ao preparar-mos uma infraestrutura consideramos a segurança e a recreação em primeiro lugar”, afirma o gerente regional da construto-ra Plaenge William Max Ribeiro. Para Ribeiro, as áreas de lazer são indis-pensáveis em um local fe-chado.

Denise Gomel mora em condomínio há três anos e escolheu mudar para dar um melhor conforto aos filhos. O pequeno Davi de 4 anos é o que mais aproveita a área de lazer, passeia todos os dias para brincar com os amigos no

Renata Martins

Condomínios verticais são os mais escolhidos na hora da compra

Lais Rawski “Crianças precisam

brincar com segurança na rua, sem ter que ficar em quintais gradeados.”

parquinho. Já os maiores Vitor, 13 anos e Elena 11 não aproveitam muito a área do condomínio “Eles ficam fora de casa pra-ticamente o dia todo, em atividades da escola, e nos fins de semana passam no computador”, acrescenta Denise.

Outro ponto destacado por Denise é a segurança, pois é o mais importante para criar os filhos em um local que eles possam ser li-vres sem precisar se preocu-par. Nenhuma mãe quer ver seu filho trancado em casa. “Crianças precisam brin-

car com segurança na rua, sem ter de ficar em quintais gradeados”, ressalta o pre-sidente do Instituto Parana-ense de Pesquisa e Desen-volvimento (Inpespar) Luiz Fernando Gottschild. Os fatores que mais atraem fa-mílias aos condomínios é a qualidade de vida, seguran-ça e infraestrutura de lazer.

Para o gerente da cons-trutora, um morador de con-domínio deve ter consciên-cia em aceitar preservar um patrimônio de forma coleti-va, sem exceções ou privi-légios de poucos, testando os limites além dos já es-

tabelecidos e olhar muito mais além de si mesmo. “Na realidade morar em condomínio exige um es-pírito diferenciado, é abrir mão da individualidade”, afirma Ribeiro. “O direito de usar e a obrigação de conservar são coletivos”, alega.

Mas nem tudo é um mar de rosas, as famílias que moram nesses lugares aca-bam ficando isoladas, “E como se fosse uma ilha, onde a vida se restringindo aos vizinhos”, acrescenta o professor de arquitetu-ra. Hoje o que mais se vê são portões com guaritas e não casas em redor das ruas com crianças andando li-vremente. Os condomínios acabam dando as costas para a sociedade, de um jei-to onde as cidades acabam não tendo casas para fora e sim muros cheios de câme-ras e vigias.

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Curitiba, quarta-feira, 9 de maio de 2012

No próximo dia 16 de maio entra em vigor a Lei de Aces-so à Informação, sancionada em novembro do ano passado pela presidente Dilma Roussef. Apesar de o acesso às informa-ções públicas estar garantido pela Constituição, a nova lei é necessária para regulamentar obrigações, procedimentos e prazos para a divulgação de da-dos pelas instituições públicas.

Desde que o decreto foi as-sinado, os órgãos tiveram seis meses disponíveis para plane-jamento e adaptação. A ideia, pelo menos no papel, é que em nove dias todas as informações sejam divulgadas e estejam disponíveis para consulta em websites. O cidadão também passa a ter o direito de solicitar informação sem justificar seu pedido e precisa ser respondido pela entidade em até 20 dias – prazo prorrogável por mais 10 dias mediante explicação do órgão.

Na última sexta-feira (04/05), o Ministro das Co-municações, Paulo Bernardo, esteve em Curitiba e deu uma palestra sobre a Lei de Acesso. No fim do evento, esclareceu dúvidas recorrentes referentes à mudança.

Pergunta: O que pode aconte-cer com o órgão que não pres-tar contas no prazo, de maneira indevida ou com dados falsos?

Ministro Paulo Bernardo: Não prestar informação no prazo vai ser considerado um desleixo, mas é claro que isso tem uma sanção menor, uma advertência, ou, se for mui-to reincidente, talvez a pessoa seja exonerada do cargo. Mas prestar com informação falsa é caso de polícia, porque é crime.

Pergunta: Tem como saber so-bre a veracidade dos dados do portal da transparência?

Ministro Paulo Bernardo: Podemos ter 100% de confian-

Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, esclarece dúvidas sobre a Lei de Acesso à InformaçãoJéssica CarvalhoSuelen Lorianny

Produção integrada da Rede Teia

ça no portal, porque ele não é alimentado manualmente. Os dados são incluídos automa-ticamente por um sistema que roda no Banco do Brasil. Ou seja, o banco recebe as ordens de pagamento (passagens ou diárias de funcionários públi-cos, por exemplo) e o sistema repassa para o portal.

Pergunta: De que forma o go-verno irá acompanhar a eficá-cia da lei?

Ministro Paulo Bernardo: Nós temos uma comissão capi-taneada pela Controladoria Ge-ral da União que vai verificar se os mandamentos da lei estão sendo atendidos - isso no âmbi-to do governo federal. Mas nós também vamos fazer seminá-rios com estados, municípios, sociedade civil e congressos com pessoas que têm represen-tatividade para verificar o anda-mento. Com certeza a principio teremos muitas dificuldades, mas a ideia é se adaptar.

Pergunta: O que a promulga-ção dessa lei muda na vida do brasileiro, que muitas vezes é leigo no assunto?

Ministro Paulo Bernardo: Talvez dizer que vai mudar seja um exagero, mas à medida que essa lei vai sendo difundida, vai reforçando um critério democrático que é o se-guinte: você é o patrão, você que paga a conta, então tem direito de sa-ber o que está aconte-cendo, o gestor público não está fazendo favor nenhum à população. Acho que a percepção disso promove uma mudança cultural mui-to grande e o cidadão tem discernimento para perceber isso e usar essa ferramenta rapidamen-te. Claro, tudo no come-ço tende ao exagero. A pessoa vai pedir todas as informações que ela sempre sonhou em pe-dir, e aí o governo vai demorar a conseguir obter aquelas informa-ções. Mas acho que a tendência é isso virar uma prática recorrente.

Suelen Lorianny

Informações disponibilizadas publicamenteA Lei de Acesso a Informação constitui que órgãos e entidades públicas devem divulgar, independentemente de solicitações, as informações de interesse geral ou coletivo, salvo aquelas cuja confidencialidade esteja prevista no texto legal.

Isto deverá ser feito através de todos os meios disponíveis e obrigatoriamente em sites da internet. Entre as informações a serem disponibilizadas, deverão constar, no mínimo:

- Registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das unidades e horários de atendimento ao público;- Registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros;- Registros das despesas;- Informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados;- Dados gerais para acompanhamento de programas, ações, projetos e obras;- Respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.

Com o acesso prévio à informação, o cidadão não precisa acionar os órgãos e entidades públicas, gerando benefícios tanto para ele, quanto economia de tempo e recursos para a administração. Os municípios com população de até 10.000 habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet.

Para saber mais sobre as informações públicas é só acessar:www.transparencia.gov.br

www.portaldatransparencia.gov.br

Paulo Bernardo esteve em Curitiba e explicou o funcionamento da Lei de Acesso à Informação