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Curitiba, quinta-feira, 20 de maio de 2010 - Ano XII - Número 562 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected] DIÁRIO d o B R A S I L Voltaram ao trabalho hoje os metalúrgicos da Vol- vo, Volks-Audi e Renault. Após cinco dias de paralisa- ção, os trabalhadores da Renault aprovaram a pro- posta empresa de Participa- ção dos Lucros e Resultados (PLR). O pagamento da primei- ra parcela R$ 4,75 mil será feito ainda no mês de maio, e a segunda parcela em fe- vereiro de 2011. Durante o período de greve deixaram de ser fabricados 2,18 mil veículos na empresa. Já na Volvo, 2,8 mil fun- cionários retornaram ao tra- balho. A empresa ofereceu o valor R$ 9 mil da Partici- pação dos Lucros para cada funcionário. Durante as 24 horas de paralisação, deixaram de ser produzidos 80 caminhões e quatro ôni- bus. A Volkswagen-Audi atendeu as reivindicações dos metalúrgicos, e a pri- meira parcela da PLR será paga este mês. O pagamen- to da segunda parcela será decidido no próximo semes- tre. A Volks-Audi deixou de fabricar nesse período de greve 800 veículos por dia. Continuam em greve os trabalhadores da New Holland, Bosch e Brafer. Pág. 3 Greves terminam em três montadoras da RMC Aline Reis O Intercom Sul 2010 chegou ao fim ontem, com a premiação do Expocom. Alunos e alunas de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Universidade Positivo tiveram seus trabalhos premiados e poderão apresentá-los na edição nacional do evento, que acontece em setembro em Caxias do Sul. Páginas 3 e 8 Estudantes de Jornalismo e Publicidade da UP são premiados na Expocom Sul

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JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO

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Page 1: LONA 562 - 20/05/2010

Curitiba, quinta-feira, 20 de maio de 2010 - Ano XII - Número 562Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

Voltaram ao trabalhohoje os metalúrgicos da Vol-vo, Volks-Audi e Renault.Após cinco dias de paralisa-ção, os trabalhadores daRenault aprovaram a pro-posta empresa de Participa-ção dos Lucros e Resultados(PLR).

O pagamento da primei-ra parcela R$ 4,75 mil seráfeito ainda no mês de maio,e a segunda parcela em fe-vereiro de 2011. Durante operíodo de greve deixaramde ser fabricados 2,18 milveículos na empresa.

Já na Volvo, 2,8 mil fun-cionários retornaram ao tra-balho. A empresa ofereceuo valor R$ 9 mil da Partici-pação dos Lucros paracada funcionário. Duranteas 24 horas de paralisação,deixaram de ser produzidos80 caminhões e quatro ôni-bus.

A Volkswagen-Audiatendeu as reivindicaçõesdos metalúrgicos, e a pri-meira parcela da PLR serápaga este mês. O pagamen-to da segunda parcela serádecidido no próximo semes-tre. A Volks-Audi deixoude fabricar nesse períodode greve 800 veículos pordia. Continuam em greveos trabalhadores da NewHolland, Bosch e Brafer.

Pág. 3

Greves terminam em trêsmontadoras da RMC

Aline Reis

O Intercom Sul 2010 chegou ao fim ontem, com a premiação do Expocom. Alunos e alunas de Jornalismo ePublicidade e Propaganda da Universidade Positivo tiveram seus trabalhos premiados e poderão apresentá-losna edição nacional do evento, que acontece em setembro em Caxias do Sul.

Páginas 3 e 8

Estudantes de Jornalismo e Publicidade da UP são premiados na Expocom Sul

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Curitiba, quinta-feira, 20 de maio de 20102

Espaço

do Leitor

Reitor: José Pio Martins. Vice-Rei-tor: Arno Antonio Gnoatto; Pró-Reitor de Graduação: Renato Ca-sagrande ; Pró-Reitor de Planeja-mento e Avaliação Institucional:Cosme Damião Massi; Pró-Reitorde Pós-Graduação e Pesquisa ePró-Reitor de Extensão: BrunoFernandes; Pró-Reitor de Adminis-tração: Arno Antonio Gnoatto; Co-ordenador do Curso de Jornalis-mo: Carlos Alexandre Gruber deCastro; Professores-orientadores:Ana Paula Mira e Marcelo Lima;Editores-chefes : Aline Reis([email protected]), Daniel Cas-tro ([email protected]) e Di-ego Henrique da Silva([email protected]).

“Formar jornalistas com abrangen-tes conhecimentos gerais e humanís-ticos, capacitação técnica, espíritocriativo e empreendedor, sólidosprincípios éticos e responsabilidadesocial que contribuam com seu tra-balho para o enriquecimento cultu-ral, social, político e econômico dasociedade”.

O LONA é o jornal-laboratóriodiário do Curso de Jornalismo daUniversidade Positivo – UPRedação LONA: (41) 3317-3044Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300– Conectora 5. Campo Comprido.Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone(41) 3317-3000

Expediente

Missão do cursode Jornalismo

Opinião

Fernando Mad

Do grego, hetero - “diferente”, e phobia, palavra que podeser entendida como aversão (ou mesmo como medo). Do pon-to de vista sociocultural é algo próximo do racismo, do etno-centrismo e da xenofobia. Preconceito, por sua vez, é bem maisóbvio, é um “pré-conceito”. Eventualmente esse preconceitogera discriminação. É como o leitor que antipatiza com o autorpelo título antes de conhecer o conteúdo do texto. Ok, exemploesdrúxulo.

Lembro-me de uma campanha que perguntava: “Onde vocêguarda seu racismo?”. A pergunta estende-se facilmente a todotipo de preconceito. E nada disso é novo. Mas o que me deixareflexivo ultimamente é uma corrente fervorosa contra a discri-minação, que não percebe o quão mais preconceituoso é se com-parada aos seus desafetos. Preconceito com preconceituosospode?

O sujeito do País de Cima, criado desde pequeno sem vozativa e doutrinado a defender seu pedaço de chão contra os‘’terríveis moradores’’ do País de Baixo, que são feios e comemcriancinhas. Quando cresce, ele vai morar sozinho no País doOutro Lado, que é mais desenvolvido intelectualmente. No pri-meiro caso de demonstração de seu preconceito contra o paísrival ele será bombardeado por ofensas e sermões. Afinal, to-dos os moradores do País do Outro Lado têm um conhecimen-to bem bacana e um senso de justiça apuradíssimo. Absurdomesmo esse preconceito do cidadão do país de Baixo. Ou erade Cima? Ah, são parecidos.

Outro ponto recorrente é a necessidade da corrente “não”preconceituosa ser uma necessidade extrema de demonstrar oorgulho por “não” ser preconceituosa. Orgulho necessita dis-so? Bom, quem sou eu para querer conceituar orgulho, né? Mas,o pensador Lisounenko diz que orgulho é uma confirmaçãonatural dos sentimentos, conquistas e alegrias; não algo neces-sário de auto-afirmação. Eu concordo com ele.

Enfim. Eu não posso participar dessa onda. Meus genes, mi-nha criação, minha cultura e meu credo impedem que eu sejauma pessoa 100% sem preconceitos. Mas não vou utilizar doclichê básico: “Aquele que não tem qualquer tipo de preconcei-to que atire a primeira pedra”. Eu sei que seriam muitas.

Heterofobia

Humberto FrassonLucas Kotovicz

Brasil, Turquia e Irã assinaram na segunda-feira um polê-mico acordo que prevê a troca de combustíveis nucleares entreTurquia e Irã para fins médicos. Basicamente, o Irã enviaria 1200quilos de urânio levemente enriquecido para a Turquia e, apósum ano, a Turquia deveria mandar 120 quilos de urânio alta-mente enriquecido para o Irã. Tudo para fins médicos.

É claro que um acordo de tais proporções deixou os EstadosUnidos e países aliados com um ninho de pulgas atrás da ore-lha. Obviamente, eles temem que o Irã use esta considerávelquantidade de urânio para fins militares.

E o Brasil, onde entra em todo esse rolo? O Brasil é apenasum intermediário do acordo que, agora, não possui lado certo.Se o Irã romper o acordo e usar esse material para fins bélicos,o Brasil entrará na lista suja dos Estados Unidos como um dospaíses que “apoiaram” o armamento do Irã. Os efeitos colate-rais seriam péssimos para o Brasil, afinal, estaríamos nos tor-nando inimigos de quem ainda somos dependentes. Este é olado que a maioria teme, e com razão.

O outro é o lado em que o Brasil acredita veemente: “Nósacreditamos que o Irã, com todas as tradições de berço da civili-zação oriental, tem direito a uma credibilidade”. A afirmação éde José Alencar, vice-presidente da república. Mas caso as pre-visões mais pessimistas se realizem e o Irã resolver explodirtudo, o país berço da população pode ser aquele que iniciará oseu fim.

Está claro que o Brasil quer consagrar-se o país do diálogo eda paz. É isso que queremos mostrar ao mundo: acreditamosem um mundo melhor, sem guerras e sem vilões. Mas, para isso,é mesmo necessário nos envolvermos até o talo com um paísque apresenta um histórico desfavorável quanto a guerras e ar-mamento nuclear?

A questão não é desmoralizar o presidente Lula, mas anali-sar as consequências do ato. Mexer em um barril de pólvora quenão é nosso pode levar para os ares todo um histórico de “boavizinhança” com os demais países.

Recentemente já vimos um caso parecido de intervenção como chapeleiro maluco de Honduras, Manuel Zelaya. Nós intervi-mos em uma disputa na qual deveríamos no máximo dar umaopinião. Tudo bem, não fomos prejudicados (muito menos fa-vorecidos), mas acabamos levando a fama de “intrometido”.

Resta a nós, reles eleitores brasileiros, sentarmos em nossaspoltronas e ver quem abrigaremos em nosso lar quando o pró-ximo “marido” for expulso de casa.

Remandocontra a maré

A questão não é desmoralizar opresidente Lula, mas analisar asconsequências do ato. Mexer em umbarril de pólvora que não é nossopode levar para os ares todo umhistórico de “boa vizinhança” com osdemais países.

Eu só quero criticar as pes-soas que criticam as criticas noespaço de críticas. Criticado!Fernando Mad, estudante dejornalismo, via twitter.

Muito boa a coluna de moda“Ankle boots”, escrita por Alin-ne Rodrigues no dia 17/5. Alémde tratar do tema com afinida-de, a autora mostra tendênciasvariáveis para todos os gostos.

Sidney da Silva, estudantede jornalismo, via email.

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Metalúrgicos de trêsempresas voltam ao trabalhoCariem de Lucena

Foram encerradas na ma-nhã de ontem as greves nasempresas Volvo, Volks-Audi eRenault. Após cinco dias deparalisação, os trabalhadoresda Renault aprovaram a pro-posta empresa de Participaçãodos Lucros e Resultados(PLR).

O pagamento da primeiraparcela R$ 4,75 mil será feitoainda no mês de maio, e a se-gunda parcela em fevereiro de2011. Durante o período degreve deixaram de ser fabrica-dos cerca de 2,18 mil veículos.

Os 2,8 mil funcionários daVolvo também retornaram aotrabalho. A empresa ofereceu ovalor R$ 9 mil da Participaçãodos Lucros para cada funcio-nário, valor que será pago nodia 28 de maio. A assessoriade imprensa da fábrica infor-mou que durante as 24 horasde paralisação deixaram deser produzidos 80 caminhõese quatro ônibus.

A Volkswagen-Audi aten-deu as reivindicações dos me-talúrgicos, e a primeira parce-la da PLR será paga este mês.O pagamento da segunda par-cela será decidido no próximosemestre. A Volks-Audi deixoude fabricar nesse período degreve 800 veículos por dia.

Diferente das outras monta-doras, na New Holland a gre-ve continua. Empresa e funci-onários não entraram em acor-do e manterão a greve.

Na manhã de terça-feira, os3,5 mil funcionários da Boschhaviam encerrado a greve, de-cidiram voltar à paralisação.

De acordo com o Sindicatodos Metalúrgicos, os trabalha-dores optaram por fazer umanova votação e como a Boschnão apresentou uma nova pro-posta, os funcionários, decidi-ram continuar a greve. Umanova assembleia aconteceránesta quinta-feira às 15h comos três turnos da fábrica.

O presidente do Sindicatodos Metalúrgicos da GrandeCuritiba, Sergio Butka, diz quea mobilização dos trabalhado-

res foi fundamental paraconquistar valores da Partici-pação dos Lucros e Resulta-dos maiores do que no anopassado.

Segundo as informaçõesdo sindicato, a Participaçãodos Lucros e Resultados au-mentou em relação a 2009.Na fábrica da Renault houveum aumento de 89,5%, naVolvo 65% e 27% na Vo-lkswagen-Audi.

Nilton de Oliveira - SMC

Movimento de grevistas em frente à fábrica de Renault em São José dos Pinhais

O presidente doSindicato dosMetalúrgicos dizque a mobilizaçãodos trabalhadoresfoi fundamentalpara conquistarvalores da PLR

Aline Reis, MariaCarolina Lippi e ThomasMayer, de NovoHamburgo (RS)

Na manhã de ontem fo-ram divulgados os vence-dores do Expocom, no XIIntercom Sul – Comunica-ção, Cultura e Juventude -em Novo Hamburgo (RS).O auditório da Feevale es-tava lotado de estudantesansiosos pelo resultado.

Antes, contudo, houve adivulgação do Intercom Sul2011, que será em Londri-na, na UEL. Os organiza-dores mostraram um vídeoinstitucional e lançaram acandidatura da Universi-dade.

A seguir, houve a premi-ação dos trabalhos em Re-lações Públicas; ProduçãoEditorial e Produção

Alunos da Universidade Positivo sãopremiados no Expocom Sul

Transdisciplinar em Comunica-ção; Cinema e Audiovisual; Jor-nalismo e Publicidade e Propa-ganda. Todos os projetos foramanalisados por uma banca de jú-ris online e outra presencial.

Da Universidade Positivo, fo-ram premiados trabalhos de Jor-nalismo e Publicidade e Propa-ganda. Diego Henrique da Silvaganhou na categoria Jornal-Mu-ral com o “Teia na Parede” e foiclassificado na categoria Jornal-Mural avulso com “Personalida-de”; Raphael Costa na categoriaProjeto Laboratorial de Telejorna-lismo com “TelaUn”; ThomasMayer Rieger foi premiado na ca-tegoria Produção Multimídia em“O Olhar”; a jornalista Luísa Ba-rwinski, formada neste ano, ga-nhou prêmio na categoria Blogcom “Paliteiro”, e o jornalistaHendryo Anderson André, for-mado neste ano, na categoria Li-vro-reportagem, com “Preto no

Branco – Olhar sobre as açõesafirmativas de inclusão do ne-gro na UFPR”. Na Publicidadee Propaganda, o aluno LeandroCardoso foi o primeiro na cate-goria anúncio impresso, com otrabalho “Escolha um filme, a

Vídeo 1 tem”.Houve um problema na di-

vulgação de algumas categori-as e isso causou alguns trans-tornos aos alunos, que aguarda-vam o resultado. Os trabalhosse encerraram às 10h30.

Alunos acompanham anúncio da premiação de ontem

Aline Reis

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Velhos casarões, ruas de pa-ralelepípedos, fachadas do co-meço do século XX. Uma loja deesquina vende móveis antigos,fabricados com madeiras nobres,como o carvalho. Na rua estrei-ta, lojas de artigos para sapatos,casas de umbanda e um motelconvivem democraticamente.Você imagina um centro históri-co preservado de uma grande ci-dade? Não, estamos na Rua Ri-achuelo, no centro de Curitiba.

O que se vê na Riachuelo do

século XXI é o comércio mais an-tigo do mundo, o árabe. A maio-ria das lojas é de propriedade defamílias vindas do Oriente Mé-dio. Os produtos vendidos sãomóveis, usados ou novos, gela-deiras, fogões, roupas e outrosartefatos pouco comuns. Nascalçadas, máquinas trabalhamescavando e realojando o ema-ranhado de fios de luz, telefonee os canos de água e de gás, quefazem funcionar uma cidademoderna.

Drogas,crime e prostituição

Basta caminhar pela rua, emplena luz do dia, para perceberos garotos com olhar longínquo,bonés virados para trás e rou-pas sujas. O crack é usado livre-mente sob o olhar assustadodas pessoas que passam pelolocal. Outra presença marcantena Riachuelo é a das prostitu-tas. Quando cai a noite elas co-meçam a surgir. Desconfiadas,alegres, cheirando a álcool, elas

se acomodam nas esquinas, exi-bindo seus atributos. Certamen-te, este não é um cenário de umaregião histórica e preservada deuma cidade. Mas um projeto daPrefeitura de Curitiba prometemudar essa realidade.

RevitalizaçãoIniciada no ano passado, a

obra de revitalização da RuaRiachuelo foi paralisada duran-te o Natal para não prejudicaro comércio na região, e retoma-

da no início deste ano. Segun-do o administrador da RegionalMatriz da prefeitura de Curiti-ba, Omar Akel, a primeira faseda obra foi usada para se des-cobrir exatamente o que haviano subsolo da região, que é umadas áreas mais antigas da cida-de. “As equipes contratadaspela prefeitura já fizeram osajustes necessários no projeto evão tocar as obras sem proble-mas”, explica. As empresasprestadoras de serviços de co-

Marcos Paulo de AssisWellington Mengatto

A nova

Riachuelo

Projeto daPrefeitura vairevitalizar umadas ruas maistradicionais deCuritiba e criarcentro cultural

Davi Ivanowiski

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Curitiba, quinta-feira, 20 de maio de 2010 5

municação já instalaram e re-formaram as redes de cabossubterrâneos, o que vai permi-tir despoluição visual na RuaRiachuelo.

Novas calçadas de lajotas deconcreto na cor vermelha já fo-ram colocadas, e as equipes detrabalho aplicarão o mesmo pa-drão no restante da via. A se-gunda fase da obra prevê tam-bém uma nova iluminação pú-blica e a sinalização turística.Está prevista também uma novacobertura asfáltica. O projeto derevitalização visa a integraçãodas ruas Riachuelo, São Fran-cisco e Barão do Serro Azul,Praça Generoso Marques, PraçaTiradentes e o Largo da Ordem.O investimento total chega a R$860 mil.

Comerciantesaprovam a reforma

A modernização da Riachu-elo vai trazer benefícios para apopulação e para os comerci-antes. Segundo o vice-presiden-te da Associação dos Comerci-antes e Moradores da Rua Ria-chuelo, Chaim Jarer, a expecta-tiva é que o movimento aumen-te depois da revitalização. “Ocomércio vai aumentar porquevai haver mais pessoas passan-do pela rua. Alguns hotéis e ba-res de terceira classe não exis-

tem mais porque a prefeituraestá tirando. A polícia e a Saú-de Pública estão atuando emconjunto sobre a rua”, ressaltaChaim. Segundo ele, algumasmudanças já podem ser nota-das. “A segurança melhorou100%. A polícia e os guardasmunicipais estão sempre pas-sando, está melhorando bastan-te”, diz.

Uma dificuldade apontadapor Chaim são os prédios aban-donados, que acabam abrigan-do moradores de rua e impedin-do a construção de novos imó-veis. “Alguns prédios estãoabandonados há quase 20anos. Esses proprietários nãonos ajudam a modernizar ocentro histórico. Histórico é his-tórico, velho é velho.”, reclama.

Um novo espaço decinema para a cidade

O projeto de revitalizaçãoda Rua Riachuelo inclui, agora,um espaço para os amantes docinema. Os extintos Cine Luz eCine Ritz serão realocados noantigo prédio do Exército Brasi-leiro, na esquina da Riachuelocom a Rua Carlos Cavalcanti.O terreno já abrigou a Impres-sora Paranaense, de proprieda-de do Barão do Cerro Azul. Novelho casarão funcionava umquartel do Exército. A Fundação

Cultural de Curitiba (FCC) her-dou o prédio da Prefeitura Mu-nicipal. Havia uma disputacom a Guarda Municipal, quetem um quartel atrás do imó-vel, e pretendia expandir suasede.

Segundo a coordenadora decinema e vídeo da FundaçãoCultural, Solange Stecz, alémdas duas salas de exibição, olocal abrigará outras ativida-des ligadas ao cinema. “Have-rá espaço para cursos, salas deedição, será um pólo culturalde cinema”, afirma Solange. Nomomento, está em andamentoa parte jurídica da obra. “O lo-cal já passou oficialmente paraa Fundação Cultural. O proje-to arquitetônico está sendo fei-to pelo Instituto de Pesquisa ePlanejamento Urbano de Curi-tiba (Ippuc), em parceria com aárea de arquitetura e engenha-ria da Fundação Cultural”, in-formou Stecz.

Ainda não foi definida adata de inauguração. “A libera-ção das verbas para a obra jáestá tramitando na prefeitura, edeve entrar no orçamento de2011. Temos que fazer a licitaçãopara a obra, para o mobiliário epara o equipamento, e isso de-manda tempo. Nossa previsão éque até meados de 2011 tudoisso esteja pronto”, explica.

Em Paranaguá, no litoral do Estado, o Planode Mobilidade do Centro Histórico de Parana-guá, elaborado pelo Iphan, Instituto do Patrimô-nio Histórico e Artístico Nacional, propõe a res-trição da circulação de veículos no centro histó-rico da cidade. A região, localizada na margemesquerda do Rio Itiberê, na Rua da Praia, pos-sui casarões típicos da colonização portuguesado fim do século XIX, começo do século XX. Aliestá a primeira igreja construída na região suldo país. A igreja de São Benedito foi erguida porescravos e negros devotos entre 1600 e 1650. Aárea tombada pelo Patrimônio Histórico aindaabriga a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, edi-ficada em 1578 e marco central do povoado e daVila de Paranaguá.

Paranaguá

Os extintos Cine Luz e Cine Ritz serão realocados no antigo prédio do ExércitoBrasileiro, na esquina da Riachuelo com a Rua Carlos Cavalcanti

Em 1972 o então prefeito de Curitiba, JaimeLerner, lançou um projeto para transformar aRua XV de Novembro, no centro da cidade, emuma área exclusiva para pedestres. Os comerci-antes da região foram pegos de surpresa e o casofoi parar na justiça. Hoje, a Rua XV tem um doscomércios de rua mais movimentados do país etransformou-se num cartão postal do Estado.

Ecos dopassado

Divulgação

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Curitiba, quinta-feira, 20 de maio de 20106

Sabe aquela velha história de que homem se ar-ruma em um minuto e a mulher demora horas?Consequência do machismo. Antes que me joguempedras, explico.

O machismo, além de pregar a máxima de queos homens são superiores às mulheres, tambémexige do homem uma conduta especifica: a do ho-mem macho. Ainda criança, o menino é educadopara não demonstrar emoções, engolir o choro enegar o medo. O pai quase nunca demonstra cari-nho ao filho e pouco a pouco a criança vai apren-dendo a esconder sentimentos. Os pais justificama falta de modos e peraltice no fato de a criançaser um menino e não o corrigem. Na adolescência,incentivam o rapaz a ser namorador e desaprovamqualquer demonstração de vaidade.

A criança cresce com as influências da socie-dade machista em que vivemos. Cria-se um idealde que homem que é homem não admite fraqueza,

“Proposta de Emenda à Constituição Estadual: fica proibi-da a cessão, disposição funcional, requisição, celebração de con-vênio ou termo de cooperação ou ainda a prestação de servi-ços por servidores públicos, policiais civis e militares a outrospoderes, Órgãos da Administração Pública Estadual, inclusi-ve o Ministério Público, ainda que na condição de lotação emquadro diverso, excetuados os casos de requisição judicial.”

Isso é um resumo da proposta de emenda à ConstituiçãoEstadual, mais conhecida como “PEC”, que tramitou na As-sembleia Legislativa do Paraná na quarta-feira, dia 12, e quetem possibilidades de ir a plenário para votação. Alguns di-zem que foi uma retaliação à invasão que o Ministério Públicorealizou à Assembleia, junto ao Grupo de Atuação Especializa-da ao Crime Organizado (GAECO). O Ministério Público levouembora uma Kombi cheia de documentos para análise, alémde algumas prisões. Agora, após a invasão, começou a rodaressa “PEC” na mão dos jornalistas e deputados.

O grande problema é que nas cópias que estavam circulan-

Olhosabertos

Homem que éhomem não chora

Henrique Bonacin FilhoEscreve quinzenalmente, às quintas-feiras,sobre polí[email protected]

Priscila SchipEscreve quinzenalmente sobre questões de gênero,sempre às [email protected]

Política

Dilvugação

Gênero

Cria-se um ideal de quehomem que é homem nãoadmite fraqueza, é durão, falagrosso, tem muitas mulheres enunca se apaixona. Essaconstrução do homem machoé meramente cultural

Por um lado, o Poder Legislativo terque ser invadido por militares para quepreste contas do que está realmenteacontecendo na casa já é um absurdo.Por outro, o Legislativo começar umaação absurda para tentar afrontar eminimizar o poder de atuação da justiçaparanaense é pior ainda.

é durão, fala grosso, tem muitas mulheres e nun-ca se apaixona. Essa construção do homem ma-cho é meramente cultural, trata-se de uma másca-ra de força que tenta promover a superioridade,mas que causa dores aos que decidem não usá-la. É como se passassem a ser menos homens pornão se adequarem ao padrão.

Esses homens que choram, que admitem sen-timentos, que abraçam seus filhos, que falam man-so e que são vaidosos sofrem tanto preconceitopelo machismo quanto a mulher. Porque emborao machismo busque a superioridade masculina,ele acaba estabelecendo limites negativos ao pró-prio homem. O movimento feminista percebe essalimitação e busca uma educação igualitária entremeninos e meninas. Essa educação parte do pres-suposto de que, se crianças de ambos os sexos fo-ram educadas de forma comum e cresceram comos mesmos valores, poderemos alcançar uma so-ciedade ideal em questão de gênero.

Arrisco em dizer que é a luta feminista que vaiigualar o tempo que o homem leva para se arru-mar ao da mulher. A partir do momento que a vai-dade seja vista como uma característica humanae não específica de um gênero, o homem terá op-ções de vestimenta suficientes para demorar aficar pronto. Por ora, o homem demora menospara se arrumar por falta de opção. Mas esse ésó um exemplo bobo de que a desigualdade ain-da é gritante.

Antonio Lacerda/Efe

Opine! | Discordou dos nossos colunistas? Gostou? Criti-que ou elogie pelo [email protected]

do não aparecia o autor da proposta, muito menos as 18 assi-naturas necessárias para que ela vá para plenário. Durante odia, muitos deputados foram entrevistados e nenhum tinha co-nhecimento prévio dessa “PEC”, ou sequer a havia assinado,o que já soa estranho aos nossos ouvidos. Sem dúvida, ninguémquer colocar a cara a tapa, mas essa proposta fere os direitosdos cidadãos e as atuações da Justiça, por exemplo, nos man-dados de prisão. Caso a emenda seja aprovada, por exemplo,quando houver mandados de prisão para traficantes, o pesso-al da Justiça não vai ter apoio da polícia para poder atuar.

Tristes em toda essa história são os absurdos envolvi-dos, isso após as denúncias que a Gazeta do Povo e a RPC-TV começaram a realizar. Por um lado, o Poder Legislativoter que ser invadido por militares para que preste contasdo que está realmente acontecendo na Casa já é um absur-do. Por outro, o Legislativo começar uma ação absurda paratentar afrontar e minimizar o poder de atuação da Justiçaparanaense é pior ainda. Se as coisas continuarem dessaforma, os poderes que regem nosso país vão começar a sedigladiar, e nós, cidadãos (para quem eles trabalham), va-mos ser os últimos com quem eles irão se preocupar. Aon-de vamos chegar? Espero que essa proposta fique apenasem mero engano.

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Curitiba, quinta-feira, 20 de maio de 2010 7

Desrespeitode pombo

Penso em ter um filho. O diaem que meus cabelos estiveremrareando e meus joelhos cansa-dos de tantas esquinas querereiser pai. Não um pai qualquer,abrupto, um acaso perante a ve-locidade do mundo. Quererei serum pai livre das tribulações co-tidianas, além dos grilhõesmundanos, integral, um com-pêndio lírico de bem e mal a ser-viço da eternidade.

Penso em ter um filho epenso em senti-lo em cada res-piração, acordar com ele diantedos choros primeiros da ma-drugada, observá-lo no seioalvo da mãe, balançando navalsa ancestral, enamorá-lo nasmanhãs de paz e esplendor – as

Daniel Zanella casas que têm filhos vicejamcom seus próprios sóis – seralgo mais do que um nome euma data no alvorecer da vida.

De fato, gostaria mesmo é deter uma filha. Creio que educaruma menina é algo capaz designificar o existir. Gostaria delhe dar o nome de Sofia. Sofia.É o nome mais poético que co-nheço. So-fia. Um nome de con-tornos singelos, distanciadodas injúrias, calúnias e difama-ções da vida, um nome que ecoauma certa beleza mítica de so-prar e aprender.

Na minha sala de aula temuma Sofia. É uma moça de volu-mosos cabelos negros, uma ca-choeira tropical, intensa, linda.Ontem ela estava a usar um

Página Literária

Sofia

Imagem: Divulgação

Uma das brincadeiras maissimples e divertidas da minhainfância foi, sem dúvida, correratrás de pombos. Seja na praça,na escola ou no estádio, a sen-sação de ver os pombos voandoassustados para um local segu-ro é para qualquer garoto, antesde tudo, uma afirmação de po-der, de autoridade, em um mo-mento da vida onde esses senti-mentos são praticamente nulos.

Pois bem, relutei em aceitaros fatos, busquei enquanto pude- com uma réstia de esperança -encontrar um bando de pombosque se assustassem com a pre-sença humana. Em vão. Algo de

Fernando Emmendoerferde Castro muito errado aconteceu, hoje em

dia os pombos fazem poucocaso da presença humana, nãoentram em frenesi com uma pi-sada mais forte e não deixam olocal onde estão enquanto hou-ver milho ou pipoca por ali. Agota d’água aconteceu ontem: eucaminhava pela Praça Rui Bar-bosa, quando avistei um pombona descendente, vindo em minhadireção. Logo temi ser transfor-mado em alvo das necessidadesbiológicas do animal, mas essemedo passou quando vi que elejá voava baixo. O que houve foique a criatura, por algum moti-vo que eu ignoro totalmente, re-solveu pousar no meu pé es-querdo. Lá veio ela, acionou o

reverso, abriu o trem de pouso eem uma rasante só não conse-guiu seu objetivo porque eu, mui-to habilmente, percebi sua ines-crupulosa intenção.

Os fatos estão aí só não vêquem não quer: os pombos nãotêm mais medo de nós. Ousa-dos. Acredito que não exista umestudo social ou biológico sobreo assunto, portanto me senti àvontade para elaborar teorias.Em pesquisa realizada no “paidos burros virtual” – o Google -descobri que os pombos que vi-vem em ambientes urbanos têmum tempo de vida estimado en-tre três e cinco anos apenas.Logo, os pombos que hoje riemde nós não são os mesmos que

um dia espantamos enquantosaboreavam sua refeição. Descar-tada então a hipótese de vingan-ça, sobra a teoria de evoluçãodas espécies de Darwin. A sele-ção natural extinguiu os repre-sentantes medrosos dos pombose hoje quando um pombo nascejá vem ao mundo desprovido dequalquer restrição quanto a nós,humanos.

Fica o alerta, os pombos es-tão cada dia mais perigosos. Seminha teoria estiver correta, logologo os exemplares com ponta-ria torta serão extintos tambéme aí só será possível caminharpelas praças, escolas e estádioscom um guarda-chuva. O tiroserá sempre fatal!

aparelho de correção dentáriaque deve ter um nome simples,um nome que faria desnecessá-ria as explicações, mas desco-nheço a simplificação.

Nunca conversei com a mi-nha companheira sobre meusanseios paternos. Agora é umaestação de viagens. Logo é a suapartida. Ficará um ano fora decasa – e a casa ficará à espera deseu breve retorno.

Minha companheira dashoras mais longas e das leitu-ras no chão do mar, todo diaouço esse nome: Sofia. Mas, nãose preocupe, meus olhos não ar-dem por mais ninguém, só porvocê. É que toda vez que ouçoesse nome sou acometido deuma força bruta que me traz ao

centro da terra e me faz imagi-nar tempos futuros.

Porque gosto de contar histó-rias, de narrar os primeiros pas-sos e um dia serei pai, sim, talvezum bom pai, você vai ver. (E você,minha querida Sofia, a quem jáquero bem antes mesmo de exis-tir, um dia você também saberá daimensidão dos caminhos e da dorde ver partir temporariamentequem a gente mais ama).

Enfim... É hora de dormir, So-fia. Estamos sempre de chegadaou de partida, minha filha. Eutenho literatura aqui, literaturaque é de uma substância pró-pria e diferente dessas agruras evísceras que digo. O que é agru-ra e o que é víscera? Bem, querque te conte uma história feliz?

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Curitiba, quinta-feira, 20 de maio de 20108

MenuRodrigo Cintra

Um dos melhores guitarristas do mundo, o americano JohnnyWinter, se apresenta em Curitiba neste domingo. No show, eletocará os grandes sucesso da carreira acompanhado do irmão,Edgar Winter, e pelos músicos Paul Nelson, Scott Sprau e VitoLuizzi.

Onde: Teatro Guaíra (R. XV de Novembro, 971, Centro).Quando: Domingo, às 20h.Quanto: R$ 120 a R$ 200.

A lenda do blues

A Cinemateca de Curitiba exibe a partir de amanhã o docu-mentário “Carrascos – Artistas do Ringue”, do diretor Túlio Vi-aro. Sem a pretensão de fazer um resgate histórico, o filme mos-tra a vida de ex-lutadores de luta livre e tele-catch paranaensese de São Paulo.

Onde: Cinemateca de Curitiba (R. Carlos Cavalcanti, 1174,São Francisco).

Quando: Sexta a domingo, às 20h30.Quanto: Gratuito

Carrascos

Amor, abandono, sacrifício, escolha, dualidade, desejo etranscendência são os temas levantados pela peça “Marias eMadalena”, em cartaz no Teatro Cleon Jacques. Baseado no con-to de mesmo nome, da escritora Marguerite Yourcenar, e em ver-sões diversas sobre a história de Maria Madalena, o espetáculodiscute as várias faces do feminino e a visão da mulher sobre simesma.

Onde: Teatro Cleon Jacques (Parque São Lourenço, snº, São

Lourenço).Quando: Quarta a sábado, às 20; domingo, às 19h.Preço: R$ 10

Sobre mulheres

Divulgação

Thomas Mayer Rieger, deNovo Hamburgo (RS)

O jornalismo televisivo é oreferencial informativo da mai-or parcela da população brasi-leira, o que é comprovado pelosdados do IBGE: 98% das pesso-as do país possuem pelo menosuma televisão em sua residên-cia. Poucos sabem, entretanto,que conseguir uma vaga nessaárea jornalística é cada vez maisdifícil, e que o trabalho é tudo,menos fácil.

A formação nessa área foi otema da palestra do XI IntercomSul de Novo Hamburgo, “O Te-lejornalismo e a Formação Pro-fissional”, que contou com aparticipação de Marcel SoutoMaior, diretor do programa Pro-fissão Repórter, da Rede Globo,Caio Cavechini, repórter do pro-grama e de Manoel Soares, re-pórter da Rede Brasil Sul (RBS)e diretor executivo da CentralÚnica das Favelas do Rio Gran-de do Sul, a CUFA-RS.

Quem abriu a palestra foiSoares, que falou sobre sua re-lação próxima com as comuni-dades pobres do Rio Grande doSul e sua função como repórterna rede RBS. Logo no começo,ele relacionou o jornalismo co-munitário ao avião de papel:ambos são fáceis de fazer.

Soares também falou sobre oComunidade JA, um bloco inse-rido no Jornal do Almoço daRBS com temas voltados às ne-cessidades e anseios das popu-lações gaúchas menos abasta-das. Além disso, o repórter exi-biu algumas matérias que fez,como “A Menina da Ilha”, so-bre uma família que perdeu suacasa por causa das chuvas.

Marcel Souto Maior come-çou sua participação no eventofalando sobre os dois critérios

Telejornalismo e mercado de trabalhosão discutidos no Intercom Sul

que ele e o apresentador do pro-grama, o jornalista Caco Barce-llos, procuram naqueles quequerem entrar na equipe. Emprimeiro lugar, eles conferem osolhos da pessoa. “Brilho noolho é fundamental”, disse.

Em seguida analisam o de-sejo do candidato, e avisam quecaso percebam que a pessoaestá mais interessada em ga-nhar fama, ela não será seleci-onada. Segundo ele, o Profis-são Repórter é resultado daconjugação de dois fatores: aexperiência e a credibilidadede Caco Barcellos associadasao entusiasmo e garra dos jo-vens jornalistas que integram aequipe do programa.

Souto Maior explicou que oProfissão intercala temas pesa-dos, como o consumo de crack,com leves, como pessoas vendoo mar pela primeira vez, porqueo Brasil é muito rico e diversifi-cado, e que retratar essa diver-sidade é fundamental.

O jornalista também contoualgo que os telespectadores nãoficam sabendo: os repórteres daequipe não se esquecem dospersonagens retratados no pro-grama. Eles mantêm contato fre-quente e buscam saber comoanda a vida dessas pessoas,mesmo depois de o programater ido ar.

O Profissão Repórter, segun-do o diretor, mostra a dificulda-de dos jornalistas jovens e aju-da a mostrar aos telespectado-res que eles são feitos de carnee osso. Uma das maiores preo-cupações da equipe do Profis-são é humanizar as pessoasque participam do programa.Os telespectadores devem seidentificar com aqueles queaparecem na televisão e perce-ber que, apesar de tudo, eles sãogente como a gente. “O jornalis-

mo precisa cada vez mais sur-preender e emocionar. Aqueleque expuser um olhar novoacerca de um tema que já foicontado várias vezes tem gran-des chances de conseguir umemprego”.

Por último houve a partici-pação do repórter Caio Cavechi-ni, que explicou como funcionao processo produtivo do progra-ma da Rede Globo e contou quenão existe qualquer tipo de tex-to pré-preparado para os repór-teres. “A imagem e o som quemostramos são mais importan-tes que qualquer tipo de texto.E as imagens têm que ser natu-rais, captar o momento”.

Um tema mencionado pelospalestrantes foi a relação dauniversidade com o mercado detrabalho na área jornalística. “Auniversidade é o lugar de expe-rimentar e não repetir vícios dojornalismo. Os universitáriosnão precisam seguir fórmulasbatidas”, disse Cavechini. Sou-to Maior complementou com aideia da novidade: “A universi-dade é pilha nova, é sanguenovo. É disso que precisamosno jornalismo”.

Para o estudante de jorna-lismo Antonio Carlos Senko-vski, a palestra teve um aspec-to mais ilustrativo. “Ela serviupara mostrar uma coisa quefoge um pouco do padrão. Foiválido, mostraram uma formadiferente de fazer jornalismo”.

A também estudante MariaCarolina Lippi achou que fal-taram algumas discussões noevento. “Eles poderiam ter ex-plorado mais o lado da parti-cipação da universidade naformação. O próprio repórterCaio Cavechini não falou qualé a importância da formaçãoque ele tem com a sua partici-pação no programa”.

Daniel Castro

Hoje à noite, a Universidade Positivo recebe o filósofo e ex-ministro da Educação da França, LucFerry, para uma palestra. O evento acontece no Teatro Positivo - Grande Auditório, às 20h30, e tratada busca por uma vida boa e virtuosa. Ferry foi mentor do polêmico projeto que proibiu o uso desímbolos religiosos pelos estudantes nas escolas públicas francesas. Segundo o Reitor da UP, JoséPio Martins, as diferenças entre os conhecimentos religiosos e filosóficos são bem definidas pelo fran-cês. “Para Ferry, existe outro caminho para a busca da salvação: a filosofia, que propõe ser uma dou-trina de salvação por si mesmo, sem a ajuda de Deus”.

Luc Ferry dá palestra no Teatro Positivo