logística verde artigo para leitura

Upload: livia-rodrigues

Post on 08-Jul-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    1/19

     

    A LOGÍSTICA REVERSA ALIADA À

    LOGÍSTICA VERDE EM UMAINDÚSTRIA DO VESTUÁRIO NAREGIÃO SUDOESTE DO PARANÁ.

    RITA DE CÁSSIA FONSECA(unicentro)

    rozangela venancio nunes

    (  fic)

    elaine wantroba gaertner

    ( unicentro)

    renato si lveir a

    ( unicentro)

    Resumo  O presente artigo tem como objetivo mostrar como a logística reversa

    combinada com a logística verde pode contribuir para a

    competitividade em uma indústria do ramo do vestuário. Pressões

    legais, ambientais e sociais pela preservação do meiio ambiente estão

    cada vez mais rígidas, fazendo com que as empresas busquem

    alternativas para cumprir estas determinações e ainda assim

    transformar estes desafios em fonte de competitividade. Para mostrar

    como a logística reversa aliada à verde pode contribuir para o

    cumprimento destes requisitos, desenvolveu-se uma pesquisa

    bibliográfica sobre o assunto e um levantamento de dados em uma

    empresa do ramo do vestuário no Sudoeste do Paraná, onde se

    observou que atitudes gerenciadas nos âmbitos da logística reversa e

    verde, puderam contribuir com a competitividade da empresa,

    reduzindo custos, adicionando valor à imagem corporativa edemonstrando sua responsabilidade social junto à sociedade.

     Palavras-chaves: Logística reversa. Logística verde. Competitividade

    20, 21 e 22 de junho de 2013 

    ISSN 1984-9354

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    2/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    2

    1. INTRODUÇÃO 

    O atual ambiente empresarial tem exigido das empresas velocidade cada vez mais

    rápida de resposta de suas atividades. Em um ambiente em que a cada dia cresce o número de

    variedades de mercadorias e produtos, clientes tornando-se mais exigentes na prestação de

    serviços, ambientes empresariais globalizados e em constante mudança, fazem-se necessário

    analisar toda a cadeia de suprimentos como alternativa para suprir estas respostas em tempo

    hábil. Nesse contexto, a logística apresenta-se como função empresarial estratégica para

    reforçar o desempenho das empresas.

    Logística, segundo Ballou (1993), é a área da administração que estuda como

     prover melhor nível de serviços de distribuição aos consumidores e clientes, através de

     planejamento, organização e controle das atividades de movimentação e armazenagem para

    facilitar o fluxo dos produtos.

    A logística reversa é o processo de planejamento, implementação e controle de

    eficiência e custo efetivo do fluxo de matérias-primas, estoques em processo, produtos

    acabados e informações correspondentes do ponto de consumo ao ponto de origem com o

     propósito de recapturar o valor ou destinar a apropriada disposição (LEITE 2009 apud

    ROGERS, TIBBEN-LEMBKE, 1999).

    A legislação que trata questões relacionadas a controle de resíduos está

    intrinsecamente relacionada com os impactos destes no meio ambiente. A área da logística

    que visa minimizar os impactos da logística no meio ambiente é a chamada logística verde,

    que intersecciona-se com a logística reversa, sob os aspectos de reuso, reciclagem, produção,

    entre outros.

    Fatores como conscientização ecológica dos consumidores, pressões legais,

    desenvolvimento sustentável e ciclo de vida útil dos produtos cada vez mais reduzidos são

    exemplos de como se faz necessário desenvolver a logística reversa e a gestão ambiental nas

    empresas que, mesmo adicionando-se custos em algumas situações, podem transformar em

    vantagem competitiva.

    A logística reversa agregada à logística verde ainda exige grandes desafios das

    empresas para que os resíduos, produtos, embalagens, entre outros subprodutos gerados ‘ pela

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    3/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    3

    logística direta, tenham seus corretos destinos, descartes, sejam reaproveitados, retornando ao

    fluxo produtivo ou tenham sua geração reduzida na origem.

    Diante deste cenário, tem-se uma problemática de pesquisa: como os desafios

    enfrentados pelas empresas para gerir seu fluxo reverso de materiais com intuito de reduzir os

    impactos ambientais podem representar fonte de competitividade no mercado? Com a

    escassez de matéria-prima cada vez mais discutida no âmbito global, avanços em sistemas de

     produção e tecnologia, questões ambientais e legais, como o projeto de lei que instituiu a

    Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionado em agosto de 2010,

    responsabilizando todos os produtores e fabricantes pelo produto, mesmo após o fim de sua

    vida útil, fica cada vez mais explícita a necessidade do processo da logística reversa e gestão

    ambiental nas empresas.

    Este estudo tem como objetivo identificar os principais desafios de uma indústria

    do setor têxtil na gestão de seu fluxo logístico reverso aliado à redução de impactos

    ambientais, através da logística verde e como estes podem transformar-se em fonte de

    competitividade. Nesse contexto, os objetivos específicos vinculados ao objetivo geral são: 

      Definir logística reversa e identificar os seus tipos; 

      Definir logística verde e como esta se intersecciona com a logística reversa; 

     

    Conceituar competitividade e inseri-la no contexto da gestão logística e 

      Identificar por meio de um levantamento de dados como a logística reversa aliada à

    logística verde, controlados por um sistema de gestão ambiental (SGA) pode servir de

    fonte de competitividade; 

    Diante destes desafios, este artigo mostra, por meio de um levantamento de dados

    em uma empresa, que a logística reversa aliada à logística verde, com seu forte apelo à

    sustentabilidade, pode ser uma importante fonte de competitividade quer seja por sua imagem

     perante a sociedade no tocante aos aspectos ambientais, quer seja pela gestão do ciclo de vidaútil e nos custos dos produtos.

     No que se refere aos aspectos metodológicos aplicados para a realização da

     pesquisa, configura-se como pesquisa descritiva qualitativa, no que se refere aos fins, bem

    como uma pesquisa bibliográfica e de campo, referente aos meios.

    É uma pesquisa configurada como bibliográfica porque em seu referencial teórico

    foi realizado um estudo sobre os conceitos de competitividade, de logística empresarial direta,

    reversa e de logística verde. Trata-se de pesquisa exploratória porque foi realizado um

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    4/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    4

    levantamento de dados em uma indústria do segmento do vestuário, localizada no Sudoeste do

    Paraná.

     Na coleta de dados, utilizou-se uma entrevista não estruturada com os gestores da

    empresa relacionados à produção, almoxarifado e logística. Os dados obtidos foram

    interpretados e tratados qualitativamente, fundamentados no referencial teórico desenvolvido

    nesse estudo.

    Esse artigo divide-se em quatro partes. Na primeira consta o referencial teórico,

    apresentando a conceituação e o estudo sobre logística, logística reversa e seus tipos, bem

    como a conceituação de logística verde e sua intersecção com a logística reversa. Na segunda

     parte, encontram-se os desafios impostos à gestão dos fluxos reversos e dos aspectos

    ambientais. A terceira parte apresenta um levantamento de dados de uma empresa do

    segmento têxtil, que através da implantação de um SGA (sistema de gestão ambiental), gere

    sua logística reversa de pós-consumo e reduz impactos ambientais no processo produtivo,

    agregando benefícios financeiros, como redução de custos para a organização. Na quarta e

    última parte são feitas as considerações finais e conclusão da pesquisa.

    2 REFERENCIAL TEÓRICO

    O referencial teórico do presente artigo busca conceituar os temas que

    fundamentarão a pesquisa, demonstrando a importância da logística reversa e verde para a

    competitividade das organizações.

    2.1 Logística

    Para atuar no atual ambiente competitivo, as empresas têm cada vez mais buscado

    aumentar seus ganhos e manterem-se no mercado. Para isso, usam alternativas que visemagregar mais valor aos produtos, aperfeiçoar as atividades operacionais, reduzir despesas,

    otimizar processos, fidelizar clientes e torná-los satisfeitos com suas aquisições. Nesse

    contexto, a logística apresenta-se como área da administração que pode contribuir com estes

    objetivos.

    Segundo Ching (2006), logística pode ser definida como o planejamento, a

    operação e o controle eficiente e eficaz do fluxo de mercadorias e serviços, desde a produção

    até a entrega ao cliente, de forma a racionalizar e integrar toda a cadeia de distribuição, a fimde garantir vantagem competitiva e satisfação do cliente.

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    5/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    5

    A logística, na concepção de Leite (2009), é a disponibilização de bens e serviços

    gerados na quantidade certa, no local, nos tempos e com a qualidade almejada por seus

    consumidores. Faz-se necessária cada vez mais nas empresas pela capacidade que dá a estas

    de destacarem-se no mercado, através da avaliação do ciclo de vida de seus produtos,

    otimização dos processos e consequente aumento de competitividade. Esse artigo foca em

    duas subáreas da logística, que são: a logística de pós-consumo e a logística verde, que se

    relacionam e fazem destas fontes de competitividade para as organizações, principalmente

    através da redução de custos.

    2.1.1 Logística reversa

    Logística reversa é uma subárea da logística que faz o planejamento, a operação e

    o controle dos fluxos e informações referentes ao retorno dos bens de pós-venda e pós-

    consumo ao ciclo produtivo ou de negócios, por meios dos canais reversos de distribuição,

    agregando valores nas esferas econômicos, imagem corporativa, ambiental entre outros

    (LEITE, 2009).

    Figura 1 –  Fluxo logístico reverso.

    Fonte: Leite (2009).

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    6/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    6

    Através da figura 1, pode-se observar o fluxo logístico reverso, iniciado através da

    coleta de materiais, sua seleção e expedição e em seguida podendo ocorrer seu retorno para o

    ciclo de negócios ou ser descartado. No ciclo de negócios, pode ser reprocessado, reciclado,

    recondicionado ou revendido, dependendo de suas especificações. Para Leite (2009), a

    logística reversa pode ser classificada como de pós-consumo e pós-venda.

    2.1.1.1 Logística reversa de pós-consumo

    De acordo com Leite (2009), caracteriza-se como a parte da logística reversa

    responsável por equacionar o fluxo físico e de informações referentes aos bens de pós-

    consumo, que retornam ao ciclo produtivo ou de negócios através de canais reversos. Entre

    estes bens encontram-se as mercadorias no fim de suas vidas úteis ou utilizadas, porém, com

    condições de reutilização e os resíduos industriais. Tem como principal objetivo agregar valor

    a produtos com tempo de vida útil vencido ou ainda possua condições de reuso, desmanche ou

    reciclagem, até tornar-se inservível e ter sua destinação final. A figura 2 demonstra o fluxo

    reverso de pós-consumo.

    Figura 2 –  Fluxo logístico reverso de pós-consumo.

    Fonte: Leite (2009).

    Observa-se, na figura 2, o fluxo logístico reverso de pós-consumo, onde após o

     produto seguir seu fluxo logístico direto composto iniciado pela matéria-prima (compra),

    fabricações, destinação, varejistas e finalmente o consumidor, este poderá retornar, refazendo

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    7/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    7

    um fluxo que vai desde sua coleta pós-consumo, até chegar novamente ao fluxo logístico

    direto ou em mercados secundários, onde poderá ser reaproveitado.

    2.1.1.2 Logística reversa de pós-venda

    Denomina-se pós-venda a área da logística reversa responsável por

    operacionalizar os fluxos reversos de bens de pós-venda novos, com pouco ou nenhum uso

    que, por diversos motivos retornam através dos canais reversos de distribuição para os fluxos

    logísticos diretos. Tem como objetivo agregar valor a mercadorias devolvidas por estarem em

    garantia e apresentarem defeito ou por motivos comerciais, erros na operação, avarias, entre

    outros (LEITE, 2009).

    Figura 3 –  Fluxo logístico reverso de pós-venda.

    Fonte: Leite (2009).

    A figura 3 mostra o fluxo reverso de pós-venda, em que, após seguir de fluxologístico direto iniciando-se pela matéria-prima (compra), fabricações, destinação, varejistas e

    finalmente o consumidor, o produto este poderá retornar, refazendo um fluxo reverso, que vai

    desde sua coleta pós-venda, até chegar novamente no fluxo logístico direto ou em mercados

    secundários, onde poderá ser revendido.

    2.2 Logística verde

    A logística verde é a área da logística que busca compreender e minimizar os

    impactos da logística no meio ambiente. Atividades da logística verde incluem redução do uso

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    8/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    8

    de materiais, redução do consumo de energia nas atividades logísticas, certificação ISO 14000

    e medição do impacto ambiental de algumas modalidades de transportes (LEITE, 2009 apud  

    ROGERS & TIBBEN-LEMBKE, 1998).

     Na figura 4, observa-se que apesar de não estarem diretamente ligadas em sua

    totalidade, a logística reversa e a logística verde interseccionam-se sob os aspectos

    reciclagem, remanufatura e reuso de materiais, tais como embalagens, entre outros.

    Figura 4 –  Logística reversa x logística verde

    Fonte: Donato (2008). 

    A figura 5 mostra como através de atitudes de logística reversa de pós-venda e

     pós-consumo é possível agregar valor à organização devido aos benefícios proporcionados,

    tais como competitividade, melhoria da imagem corporativa e redução de custos.

    Figura 5  –   Benefícios da logística reversa de pós-venda e pós-consumo (versão

    adaptada)

    Fonte: Lambert (1999). 

    Segundo a revista eletrônica Planeta (ed. 462, março/2011), um dos principaisdiferenciais do Brasil encontra-se na sustentabilidade do setor têxtil, o que o posiciona entre

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    9/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    9

    os quatro maiores produtores de tecido "denim" (jeans) do mundo. De acordo com a

    conceituação da logística reversa e a sua associação com a logística verde, conclui-se que a

    mesma contribui para que este diferencial continue a ser alcançado e possa cada vez mais

    tornar-se uma fonte de competitividade para as organizações. Torna-se assim conveniente

    com os objetivos deste estudo discutir conceitos de competitividade e como o fator

    sustentabilidade pode contribuir com ela.

    2.3 Competitividade à luz da sustentabilidade

    A sustentabilidade, palavra atualmente em moda, implica em atender as

    necessidades da geração atual sem comprometer as gerações futuras; a cada dia que passa

    constata-se a capacidade que esta tem de agregar valor às organizações, através de ações

    sociais e ambientais que valorizam a imagem da empresa perante o mercado, gerando a

    vantagem competitiva sustentável. Vantagem competitiva esta que implica na possibilidade de

    agregar valor para aquilo que os clientes estão consumindo, de forma a satisfazê-los e entregá-

    los o que estão dispostos a pagar.

    Segundo Porter (1990), existe dois tipos básicos de vantagem competitiva:

    liderança no custo e na diferenciação.

      Liderança no custo: com esta estratégia, busca-se atingir o maior número de

    segmentos de mercado. Apenas pela sua participação em diversos segmentos já

    representa por si só vantagem competitiva de custos. Normalmente, empresas que

    optam por este modelo de baixo custo produzem produtos mais básicos buscando

    sua competitividade através do ganho em escala.

      Diferenciação: neste modelo de estratégia, a empresa deve apresentar-se única em

    seu modo de satisfazer às necessidades dos clientes, agregando valor às

    características que mais possam ser valorizadas pelos consumidores. Esta

    unicidade permite que a empresa seja recompensada pelo seu preço-prêmio. Se o

     preço-prêmio for maior que os custos para conseguir esta singularidade, então a

    organização terá sucesso.

    Por meio do exposto, cabe ressaltar também que o fato de a empresa buscar ser

    competitiva pela diferenciação, não a faz ignorar os seus custos, cabendo à mesma obter

    redução de custos nas áreas não envolvidas em sua diferenciação.

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    10/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    10

    2.3.1 A sustentabilidade como fonte de competitividade

    O impacto das atividades organizacionais tem implicado em maiores pressões

    sócio-ambientais por parte de governantes e consumidores, que fazem as empresas buscarem

    meios de atenderem às exigências de mercado e da sociedade. A sensibilidade dos

    consumidores em relação a questões ambientais e sociais tem aumentado cada vez mais o

    consumo consciente. Com isso, cada vez mais aumenta a significância da sustentabilidade

    entre as empresas e os consumidores. Nesse sentido, a logística verde age em conjunto com a

    logística reversa, juntamente com outras áreas organizacionais, para minimizar os impactos ao

    meio ambiente.

    Um forte fator que faz das empresas obrigadas a criar mecanismos de utilizar de

    maneira eficiente suas matérias-primas, recursos hídricos e energéticos, materiais secundárias

    entre outros, é a legislação ambiental. Descumprir questões legais pode levar à degradação da

    imagem corporativa, além de poder gerar multas altíssimas. Visto que a legislação se aplica a

    todos, inovar e tornar-se diferente em seus produtos e serviços agregará valor e

    competitividade.

    Reduzir a geração de resíduos e o desperdício de recursos, tais como os

    energéticos e hídricos, implica em que a empresa busque aumentar sua produtividade e

    diminuir seus custos. Valoriza também a imagem corporativa diante do mercado consumidor

    consciente.

    Segundo a ABIT, em 2009 no Brasil foram produzidas 226,7 milhões de calças

     jeans. O ciclo de vida do tecido utilizado na fabricação destas calças, denominado “denim”,

    tem alto impacto para o meio ambiente. Segundo a revista eletrônica Planeta (ed. 462,

    março/2011), os maiores produtores do tecido tipo "denim" juntos, Brasil, Turquia, Índia e

    China, podiam produzir 3,4 bilhões de metros lineares de tecido/ano, equivalendo a 1,5 bilhões de calças/ano (dados de março/2011).

    Essa produção consumiria, se produzida em cor de tonalidade média, 5,2 trilhões

    de litros de água ou 11 horas ininterruptas da vazão média do rio Amazonas no mar (133.000

    m3/segundo), de acordo com a Agência Nacional de Águas. A matéria-prima principal do

    tecido, o algodão, consome 25% dos agrotóxicos produzidos no mundo. Materiais altamente

     poluentes, como a amônia e a soda cáustica são utilizados para gerar um aspecto desgastado

    no tecido. Por todos estes motivos, a indústria têxtil é considerada fortemente poluidora.

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    11/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    11

    Conclui-se que ações socioambientais e de valorização da imagem corporativa,

    atender ao consumidor ambientalmente consciente, buscar a redução de desperdícios e da

    geração de resíduos, cumprir os requisitos legais, podem ser encarados pelas indústrias do

    segmento têxtil através da logística reversa e verde fonte de competitividade a luz da

    sustentabilidade. No tópico seguinte, serão vistos os desafios impostos pela logística reversa

    que devem ser transformados para agregarem competitividade.

    2.4 Desafios da logística reversa para contribuir com a redução dos impactos ambientais

    e colaborar com a competitividade empresarial

    A logística reversa apresenta-se como fonte de competitividade para as empresas,

     pois aliada à logística verde pode atingir redução de custos e melhoria da imagem corporativa.

    Ainda distante de atingir o grau de maturidade da logística direta, em algumas situações pode

    ser vista pelas empresas apenas como um centro de despesa.

    A seguir, seguem alguns desafios que devem ser superados pelas empresas para

    que a logística reversa possa evoluir cada vez mais e agregar valor à organização, pela

    melhoria da imagem corporativa, bem como para seu produto através da redução de custos:

     

    Atender aos requisitos legais;

      Reduzir custos e desperdícios;

      Desenvolver o conceito de responsabilidade ambiental;

      Gerar redes de distribuição reversa competitivas;

      Atingir um nível de serviço diferenciado;

      Integrar logística e marketing e

      Conceber produtos visando reduzir impactos ao meio ambiente e facilitando o

    ciclo reverso do pós-consumo.

    2.4.1 Atender aos requisitos legais

    Cumprir a legislação imposta para a aplicação logística reversa e meio ambiente é

    uma fonte bastante desafiadora, visto que a constituição permite que a União, estados e seus

    municípios tenham competência concorrente para que possam legislar sobre o meio ambiente.

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    12/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    12

    Segundo Leite (2009, p. 35), antecipar-se a adequação à legislação pode

    representar redução de custos, devido aos malefícios que pode trazer para a imagem

    corporativa pelo seu descumprimento e também pelo alto valor das multas cobradas pela

    infração das leis ambientais.

    2.4.2 Reduzir custos e desperdícios

    A redução de desperdícios de matérias-primas, a redução da geração de resíduos,

    a redução do consumo de água e energia são alternativas para a redução de custos, porém,

    requerem toda uma revisão dos processos produtivos e administrativos, bem como com um

    alto grau de educação ecológica e envolvimento por partes dos funcionários, para que este

    desafio possa contribuir para a competitividade empresarial.

    Para Lacerda (2002), a logística reversa traz retornos consideráveis para as

    organizações. A reutilização de embalagens e o reaproveitamento de materiais estimulam

    iniciativas e esforços que contribuem no desenvolvimento e melhoria da logística reversa.

    2.4.3 Desenvolver o conceito de responsabilidade ambiental

    Empresas que querem manter-se competitivas devem apresentar o conceito de

    responsabilidade ambiental, pois demonstra que em sua cultura há esta preocupação com a

    sociedade e o meio ambiente. Para Leite (2009), produtos menos agressivos ao meio

    ambiente, bem como produtos reutilizáveis e de mais fácil aderência ao ciclo reverso podem

    agregar competitividade através da ética empresarial e da imagem corporativa. Adequar-se a

    este conceito é mais um desafio.

    2.4.4 Gerar redes de distribuição reversa competitivas

    Empresas que têm desenvolvido seu “ supply chain” reverso têm conseguido uma

    maior valorização da imagem corporativa e consequente valorização mercadológica.

    Desenvolver estes canais implica anteciparem-se às regulamentações impostas e participar de

    todo o ciclo direto e reverso dos produtos, a fim de evitar impactos ambientais negativos.

    Para Leite (2009, pp. 42 e 43), a gestão de fatores econômicos para a reintegraçãode mercadorias aumentando o retorno financeiro, fatores tecnológicos que permitam o reuso

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    13/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    13

    das mercadorias e fatores logísticos relacionados a transportes são desafios impostos para a

    geração das redes reversas.

    2.4.5 Atingir um nível de serviço diferenciado

    Para Porter (1990), a fidelização do cliente é um dos objetivos empresariais que

     podem trazer um maior retorno para o negócio. Obter diferenciação através de serviços de

    logística reversa é um desafio imposto, que pode agregar valor ao produto e

    consequentemente obter a fidelização almejada. Fornecer assistência técnica pode reduzir mão

    de obra técnica do cliente, fazendo-o reduzir custos.

    Para Porter (1990), diferenciar-se no mercado é uma das maneiras de agregar

    competitividade aos negócios. O marketing de relacionamento em conjunto com o sistema

    logístico reverso ou verde, pode ser mais uma alternativa para contribuir com a diferenciação

    dos serviços de pós-venda e pós-consumo na cadeia logística, consolidando uma vantagem

    competitiva sustentável. Trabalhar esta integração caracteriza-se mais um desafio a ser

    vencido.

    2.4.6 Conceber produtos visando reduzir impactos ao meio ambiente e facilitando o ciclo

    reverso do pós-consumo

    Desenvolver produtos que possam reduzir custos para o cliente implica em ser mais

    competitivo (PORTER, 1990). Portanto, outro desafio é desenvolver produtos que mantenham

    sua funcionalidade original, porém, possam ter suas partes e componentes reutilizáveis ou

    retornados ao ciclo produtivo e de negócios.

    Diante de todos os desafios abordados neste estudo, pode-se concluir que énecessário muito investimento em pesquisa, educação ambiental, conscientização dos

    colaboradores, entre outros, para que a logística reversa e preservação do meio ambiente

    tornem a empresa mais competitiva, ou pela imagem corporativa ou pelo retorno financeiro

    que a mesma poderá ter. Trabalhando todos esses desafios vê-se que a logística reversa gera

    oportunidades competitivas para o negócio e que, portanto, deve ser evoluída nas

    organizações.

    2.5 Logística reversa e meio ambiente como fonte de competitividade

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    14/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    14

    A logística reversa em conjunto com a logística verde tem sido cada vez mais

    adotada como estratégia pelas organizações pelas oportunidades de ganhos e competitividade

    que gera através da logística reversa de pós-consumo, pós-venda, redução de desperdícios,

    entre outros. Segundo Leite (2009), alguns objetivos estratégicos que agregam

    competitividade na adoção da logística reversa de pós-consumo (quadro 1) e pós-venda

    (quadro 2) são:

    Estratégia de

    competitividade

    Atividade de logística

    reversa

    Ganhos de competitividade

    Reaproveitamento de

    componentes

      Montagem de rede

    logística reversa

      Coleta e suprimento

    de produtos de

    retorno à linha de

    desmanche

      Distribuição dos

     produtos ou

    componentes

    remanufaturados nos

    mercados

    secundários;

      Apoio ao processo

    industrial

      Competitividade de

    custos operacionais

     pelas economias na

    confecção de produto;

      Competitividade de

    imagem corporativa;

    Reaproveitamento de

    materiais constituintes

      Montagem da rede

    logística reversa

      Coletas e suprimento

    de produtos de

    retorno à linha de

    desmanche

      Distribuição das

    matérias-primas

    secundárias nos

      Competitividade de

    custos operacionais

     pelas economias na

    confecção de produto

      Competitividade de

    imagem corporativa

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    15/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    15

    mercados secundários

    Adequação fiscal   Adequação da cadeia

    reversa às condições

     

      Competitividade de

    custos

    Demonstração de

    responsabilidade empresarial

      Montagem e operação

    da rede logística

    reversa

      Competitividade de

    imagem corporativa

    Quadro 1  –   Ganhos de competitividade com atitudes de logística reversa de pós-

    consumo

    Fonte: Leite (2009).

     No quadro 1, observam-se alguns exemplos de ganhos de competitividade que

    atividades de logística reversa de pós-consumo podem proporcionar para a empresa, de forma

    a atender objetivos estratégicos. Nota-se que atitudes, como o reaproveitamento de

    componentes ou materiais constituintes e antecipar-se à adequação fiscal, podem reduzir

    custos e, no primeiro caso, ainda contribuir para a imagem corporativa. Demonstram também

    que a responsabilidade social agrega competitividade através do reforço da imagem

    corporativa. Abaixo se seguem as estratégias para o alcance de competitividade da logística

    reversa de pós-venda.

    Estratégia de

    competitividade

    Atividade de logística

    reversa

    Ganhos de Competitividade

    Flexibilização estratégica de

    retorno dos produtos

      Retirada e destinação

    de produtos com

     baixo giro

      Garantia de destino

    dos produtos

    retornados

      Competitividade pela:

      Fidelização do cliente;

      Imagem /corporativa e

      Imagem de prática de

    responsabilidade social

    Recaptura otimizada do

    valor do produto retornado

      Busca e destinação

     para:

      Venda como novo;

     

    Venda no mercado

      Competitividade de

    custos

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    16/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    16

    secundário;

    Busca de valor na prestação

    de serviços de pós venda

      Rede logística reversa

    de alta responsividade

      Competitividade se

    serviços, custos e

    imagem corporativa

    Estratégia de busca de

    feedback de qualidade

      Rastreamento dos

    motivos de retorno,

    apoio ao projeto do

     produto e apoio ao

     projeto do processo

      Competitividade de

    custos e da imagem da

    marca

    Estratégia de antecipação à

    legislação

      Montagem da rede

    reversa com tempo e

     baixo risco de erros

      Competitividade de

    custos e da imagem

    corporativa

    Quadro 2 –  Ganhos de competitividade com atitudes de logística reversa de pós-venda

    Fonte: Leite (2009).

     No quadro 2, observam-se as atitudes de logística reversa de pós-venda, que

    contribuem para os objetivos estratégicos agregando competitividade. É possível observar

    como as estratégias de flexibilizar política de retorno, buscar recapturar valor dos produtos

    retornados, melhoria nos serviços de pós-venda e antecipar-se à legislação impactam em

    ganhos de competitividade para a empresa, quer pela competitividade de custos, imagem

    corporativa, quer pela fidelização do cliente. Para Donato (2008), alguns objetivos

    competitivos da logística verde são:

    Estratégia de

    competitividade

    Atividade de logística verde Ganhos de competitividade

    Atingir padrões

    internacionais de qualidade

    ambiental

      Implantação de

     programas de gestão

    ambiental baseados

    em normas de

    qualidade

    internacionais como a

    ISO 14.000

    Competitividade pela:

      Imagem /corporativa e

      Prática de

    responsabilidade social

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    17/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    17

    Antecipação à legislação   Adequar os processos

     produtivos e o correto

    descarte dos resíduos

    à legislação

      Competitividade de

    custos

    Reduzir impactos

    ambientais

      Buscar por produtos

    menos poluentes

      Reduzir o consumo de

    combustíveis fósseis

      Competitividade de

    imagem corporativa

      Competitividade de

    custos

    Demonstração de

    responsabilidade

    empresarial

      Adequação dos

     processos para

     produção

    ecologicamente

    correta e obtenção de

    selos de qualidade

      Competitividade de

    imagem corporativa

      Prática de

    responsabilidade

    social;

    Estabelecer princípios de

    sustentabilidade ambiental

      Adotar princípios de

     produção limpa

      Promover a educação

    ambiental

      Competitividade de

    imagem corporativa

    Quadro 3 –  Ganhos de competitividade com atitudes de logística verde

    Fonte: Adaptado de Donato, (2008).

    O quadro 3 apresenta algumas estratégias de logística verde que agregam

    competitividade. Observa-se que atingir padrões internacionais de qualidade ambiental,

    antecipação à legislação, reduzir impactos ambientais, demonstração de responsabilidade

    empresarial e estabelecer princípios de sustentabilidade ambiental agregam competitividade

     pela imagem corporativa, refletindo-se também em práticas de responsabilidade social. A

    estratégia de antecipar-se à legislação e reduzir os impactos pode agregar competitividade de

    custos.

    Constata-se, portanto, que a logística verde e a logística reversa, embora

    apresentem funções e características diferentes, são complementares. Enquanto a logística

    verde busca a redução dos impactos ambientais, a logística reversa busca o retorno dos

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    18/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    18

    materiais após venda ou consumo ao ciclo produtivo ou ao de negócios. A relação entre estas

    é bastante estreita, podendo projetos de logística verde ser também considerados de logística

    reversa e vice-versa; porém, em conjunto, reforçam a competitividade da empresa.

    3 CONCLUSÃO

    Por meio deste estudo, pode-se observar que as empresas que têm desenvolvido

    seu “ supply chain” reverso têm conseguido uma maior valorização da imagem corporativa e

    consequente valorização mercadológica. Contudo, este processo possui vários desafios, dentre

    eles: atender os requisitos legais, reduzir os custos e desperdícios, desenvolver o conceito

    de responsabilidade ambiental, gerar redes de distribuição reversa competitivas, atingir um

    nível de serviço diferenciado, integrar logística e marketing , conceber produtos visando

    reduzir impactos ao meio ambiente e facilitar o ciclo reverso do pós-consumo.

    Assim, desenvolver estes canais implica antecipar-se às regulamentações impostas

    e participar de todo o ciclo direto e reverso dos produtos, a fim de evitar impactos ambientais

    negativos e ainda gerir os fluxos financeiros, materiais e de informações.

    O estudo evidencia os principais desafios de uma empresa, na gestão de seu fluxo

    logístico reverso, aliado à redução de impactos ambientais através da logística verde e como

    estes podem transformar-se em fonte de competitividade.

    Considerando as empresas do ramo do vestuário podem ser consideradas como

     poluidoras, viu-se que tratar dos fatores que impactam no meio ambiente é um fator

     principalmente legal. A aplicação da logística reversa e verde mostrou que é possível tornar

    este requisito uma fonte de competitividade se a empresa estruturar-se para este fim. Os

    ganhos para a empresa não são só financeiros e sim também de melhoria da imagem da

    marca, da prática de responsabilidade social, bastante exigido pelos consumidores que as

    querem ter, de preferência sem pagar mais por isso, tornando a redução de custos um fator primordial para a competitividade da empresa.

    Os principais fatores de ganhos de competitividade obtidos pela aplicação dos

     princípios de logística reversa aliada à logística verde são: competitividade de custos, reforço

    da imagem corporativa e prática de responsabilidade social.

    O trabalho evidenciou que apesar das dificuldades encontradas nas empresas para

    a prática da logística reversa aliada à logística verde, podem ser um forte fator de

    competitividade empresarial devido as suas inúmeras vantagens demonstradas no percursodeste estudo no âmbito econômico, ambiental e social.

  • 8/19/2019 Logística Verde Artigo Para Leitura

    19/19

     

    IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013 

    Cabe às empresas investirem cada vez mais em pesquisas que possam contribuir

     para consolidar ainda mais seus conceitos e diminuir as incertezas que giram em sua volta.

    REFERÊNCIAS

    BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais edistribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

    CHING, H. Y. Gestão de estoques na cadeia logística integrada: Supply Chain. 3ª ed. SãoPaulo: Atlas, 2006.

    DONATO, V. Logística verde: uma abordagem sócio-ambiental. Rio de Janeiro: EditoraCiência Moderna, 2008. 276 p.

    LACERDA, L. Logística reversa: uma visão sobre os conceitos básicos e as práticasoperacionais. Centro de Estudos em Logística, COPPEAD, UFRJ, 2002.

    LAMBERT, D. M.; STOCK, J. R. Administração estratégica da logística. São Paulo:Vantine, 1999. 912 p.

    LEITE, P. R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Prenctice Hall,2009.

    PORTER, M.E. Vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1990.

    TAVARES, M.; ARNT, R. Velha, azul, desbotada... e poluente. Revista eletrônica Planeta.n. 462. mar.2011.