livro da disciplina estrutura e análise das demonstrações contabeis 2012

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ESTRUTURA E ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

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Page 1: Livro da Disciplina Estrutura e Análise das Demonstrações Contabeis 2012

ESTRUTURA E ANÁLISEDAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

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Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores a emissão de conceitos.

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora da ULBRA.

A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº .610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.

Conselho Editorial EADDóris Cristina Gedrat (coordenadora)Mara Lúcia MachadoAstomiro RomaisAndré Loureiro ChavesAndréa EickCátia Duizith

Setor de Processamento Técnico da Biblioteca Martinho Lutero - ULBRA/Canoas

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

I58e Imperatore, Simone Loureiro Brum Estrutura e análise das demonstrações contábeis. / Simone Loureiro Brum Imperatore – Canoas: Ed. ULBRA, 2012. 120p.

1. Contabilidade – fundamentos. 2. Administração fi nanceira – demonstrações contábeis. I. Título.

CDU 657

Editoração: Roseli MenzenSupervisão de Impressão Gráfi ca: Edison WolfGráfi ca da ULBRA

Dados técnicos do livroFontes: Palatino Linotype, Franklin Gothic Demi CondPapel: off set 90g (miolo) e supremo 240g (capa)Medidas: 15x22cm

ISBN 978-85-7528-458-2

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APRESENTAÇÃO

O objetivo da Administração Financeira é maximizar a riqueza dos acionistas. A função do administrador é gerenciar os recursos financeiros (investimentos e financiamentos) de forma a atingir tal objetivo. O contador, nesse contexto, fornece as Demonstrações Financeiras que subsidiam a tomada de decisão. A análise dessas Demonstrações Financeiras propicia a avaliação da evolução patrimonial e das decisões tomadas, daí a sua importância.

O presente livro aborda, uma a uma, as Demonstrações Financeiras e os elementos básicos para sua análise, de forma a contextualizar a leitura e a interpretação do desempenho empresarial.

Bons estudos!

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SOBRE O AUTOR

Simone Loureiro Brum Imperatore

É graduada em Ciências Contábeis, especialista em Controladoria pela Universidade Regional Integrada (URI-RS) com a temática “Sistemas de informação com foco no CRM” e mestra em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc-RS) com aprofundamento do tema “Lei de Responsabilidade Fiscal: estudo da execução orçamentária nos municípios da região metropolitana de Porto Alegre no período de 2000 a 2005”. Tem vasta experiência em qualificação e gestão pública e privada, e – além de ser docente na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) nos cursos de Ciências Contábeis, Administração, Gestão Pública, Gestão Financeira, Gestão de RH – é diretora de Consultoria em Projetos e Gestão Públicos e Privados (PGPP), instituição onde responde pelos programas de Planejamento Estratégico, Políticas e Estratégias Gerenciais e Desenvolvimento Regional.

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SUMÁRIO

1 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS/RELATÓRIOS CONTÁBEIS .........................................9

1.1 Processo decisório ..............................................................................................9

1.2 Conceito de relatório contábil/demonstração fi nanceira .....................................10

1.3 Complementação às Demonstrações Financeiras: Relatório da Diretoria,

Parecer de Auditoria e Notas Explicativas ...........................................................13

Atividades .............................................................................................................16

2 BALANÇO PATRIMONIAL ..........................................................................................19

2.1 O que é Balanço Patrimonial? ............................................................................19

2.2 Os grupos de contas do Balanço Patrimonial ......................................................20

2.3 Principais deduções do Ativo e do Patrimônio Líquido .........................................26

2.4 Decisões de investimento e fi nanciamento ..........................................................29

Atividades .............................................................................................................32

3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE OU DEREX) .............................37

3.1 Receitas ...........................................................................................................37

3.2 Despesas .........................................................................................................37

3.3 Despesa e custo ................................................................................................38

3.4 Estrutura básica da DRE ....................................................................................39

3.5 DRE inovada ou EBITDA ......................................................................................43

3.6 Reservas ...........................................................................................................44

Atividades .............................................................................................................46

4 DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA) ........................53

4.1 Conteúdo da demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados .........................53

4.2 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) ................................57

Atividades .............................................................................................................60

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5 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ......................................................................65

5.1 Principais transações que afetam o Caixa ...........................................................66

5.2 Estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa .....................................................67

5.3 Demonstração do Fluxo de Caixa: métodos direto e indireto .................................69

Atividades .............................................................................................................75

6 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO .................................................................79

6.1 Modelo de Demonstração do Valor Adicionado ....................................................80

6.2 Instruções de preenchimento da DVA ..................................................................82

Atividades .............................................................................................................85

7 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .........................................................91

7.1 Etapas do processo de Análise das Demonstrações Financeiras ...........................91

7.2 Exame e padronização das Demonstrações Financeiras .......................................93

7.3 Leitura e interpretação das demonstrações contábeis: análise vertical

e análise horizontal ...........................................................................................95

Atividades .............................................................................................................98

8 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ATRAVÉS DE INDICADORES ..............103

8.1 Conceito de índice ou quociente .......................................................................103

8.2 Índices econômico-fi nanceiros .........................................................................104

8.2 Índices de rotatividade ou atividade .................................................................107

Atividades ...........................................................................................................109

REFERÊNCIAS ...........................................................................................................113

GABARITO ................................................................................................................115

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1 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS/RELATÓRIOS CONTÁBEIS

Simone Loureiro Brum Imperatore

A introdução ao estudo das Demonstrações Financeiras dá-se a partir da compreensão da importância (e da abrangência) do processo decisório e do entendimento de como as Demonstrações Financeiras integram tal processo. Cabe salientar os relatórios obrigatórios para Sociedades Anônimas e Sociedades Limitadas.

1.1 Processo decisórioA nossa vida é uma sequência de decisões e escolhas. A cada instante, para vivermos, temos que tomar decisões em graus variados de importância. Algumas são essenciais (papel social, religião, opção profissional), outras são operacionais (o que vestir hoje, onde almoçar, por qual caminho ir à aula). Nessa dinâmica da vida, em muitos casos, temos respostas prontas para as situações, mas, via de regra, a vida sempre se apresenta com situações novas, para as quais temos que elaborar alternativas de ação e escolher entre elas.

Dentro de uma empresa, a situação não é diferente. Frequentemente, os gestores estão tomando decisões, todas elas importantes para a continuidade e o sucesso do negócio. Decisões como definir o preço de venda de um produto, contratar (ou não) um funcionário, financiar uma máquina ou pagá-la à vista, que quantidade de estoque manter de determinada mercadoria, como reduzir custos e produzir mais, entre outras, fazem parte da rotina dos administradores.

Para que possam tomar tais decisões, eles necessitam de dados, informações e subsídios que embasem essas escolhas e, é claro, minimizem os riscos. A Contabilidade é o instrumento que auxilia a administração em suas decisões.

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a Na prática, ela coleta todos os dados econômicos e financeiros, registrando-os e sintetizando-os em forma de relatórios (obrigatórios ou não obrigatórios).

1.2 Conceito de relatório contábil/demonstração financeiraMarion (2003, p.39) conceitua relatório contábil como a exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela Contabilidade. Seu objetivo é relatar às pessoas que se utilizam da Contabilidade (os usuários) os principais fatos registrados em determinado período.

Tais relatórios devem ser elaborados de acordo com as necessidades dos usuários, por exemplo: o relatório sobre o resultado anual de uma floricultura apresentará muito menos detalhes do que o de um banco, que normalmente tem muitos acionistas, grande volume de negócios, entre outros. Dentre os inúmeros relatórios (ou informes) contábeis, destacam-se aqueles que são obrigatórios de acordo com a legislação brasileira. Estes relatórios são conhecidos como Demonstrações Financeiras, ou, ainda, Demonstrações Contábeis. As Demonstrações Financeiras obrigatórias para as S.A.a (sociedades anônimas), segundo a Lei nº 6.404/76, alterada pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09, são as seguintes:

a) Balanço Patrimonial (BP);

b) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);

c) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);

d) Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)b;

e) Demonstração do Valor Adicionado (DVA) (obrigatória para as S.A. de capital aberto).

a Equiparam-se às S.A. (e, consequentemente, seguem a mesma legislação) as chamadas sociedades de grande porte as quais apresentam ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões.

b A Companhia Fechada com patrimônio líquido superior a R$ 2 milhões será obrigada à elaboração e publicação da Demonstração do Fluxo de Caixa.

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aAtenção:

O Balanço Patrimonial (BP) representa a fotografia da empresa em determinado período (seus bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido). Apresenta as aplicações dos recursos da entidade (Ativo) e como estas aplicações estão sendo financiadas (Passivo e Patrimônio Líquido);A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE ou DEREX), como o próprio nome já diz, evidencia a formação do resultado da empresa (lucro ou prejuízo). Esta demonstração evidencia, de forma ordenada, todas as receitas auferidas e as despesas incorridas pela entidade durante determinado período, ou seja, o resultado gerado no período;A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) visa apresentar, de forma clara, o resultado líquido do período (lucro ou prejuízo), a sua distribuição (no caso de lucro) e a movimentação ocorrida no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados. Para as Cias. Abertas (S. A.), conforme normatização da Comissão de Valores Mobiliários, deverá ser publicada a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), evidenciando a movimentação de todas as contas do Patrimônio Líquido (não somente do Lucro Líquido do Exercício). Dentre as alterações mais comuns no Patrimônio Líquido das entidades estão os aumentos de capital social, a apuração e destinação dos lucros;A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC): indica a origem de todo o dinheiro que ENTROU no caixa ou equivalentes de caixa (bancos e aplicações financeiras disponíveis em 90 dias), bem com a aplicação de todo o dinheiro que SAIU em determinado período e, ainda, o resultado do fluxo financeiro. A DFC propicia ao gerente financeiro a elaboração de melhor planejamento financeiro, sabendo-se o momento certo de buscar recursos para cobrir a insuficiência de fundos, bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso de dinheiro, proporcionando maior rentabilidade à empresa. Também serve a outros usuários, apresentando a forma como gerou caixa e como utilizou os recursos e valores equivalentes ao caixa. A empresa, quando utiliza essa demonstração com as demais, supre de forma completa os usuários e, principalmente, os habilita à avaliação das mudanças de ativos líquidos de uma empresa e sua estrutura financeira, que podem ser explicadas nas questões de liquidez e solvência;A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) desenvolve conceitos puramente econômicos, evidenciando quanto de valor a empresa agrega durante seu processo produtivo, ampliando os horizontes de seus usuários. As entidades poderão utilizar-se da DVA para identificar, analisar e comunicar o montante de recursos adicionais gerados para a economia (local, regional, nacional, setorial, etc.), bem como para relacionar quais as fontes e quais as aplicações dessa riqueza, ou seja, para quem ela foi distribuída. Segundo alguns autores, a DVA vem sendo considerada um dos melhores critérios para indicar a medida da eficácia da gestão empresarial. Tudo isso dentro da concepção de que a missão moderna na empresa representa um papel econômico e social.

Importante:

Tais demonstrações contábeis, assinadas pelo administrador e pelo contador, devem ser publicadas em dois jornais: no Diário Oficial e em um jornal de grande circulação

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a na localidade onde é sediada a empresa. Tal publicação deve ser feita no prazo de até cinco dias antes da Assembleia Geral de Acionistas, o que deve ocorrer dentro dos quatro meses subsequentes à data de encerramento do exercício.

Ressalte-se que as chamadas Sociedades Limitadas seguem legislação específica (Lei nº 10.406/2002 – Novo Código Civil), devendo apresentar à Receita Federal (não estão obrigadas à publicação em jornais de grande circulação e diário oficial) as seguintes demonstrações ou relatórios contábeis:

a) Balanço Patrimonial;

b) Balanço Econômico (equivale à Demonstração do Resultado do Exercício e Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados).

Vamos entender um pouco mais sobre esses dois tipos societários antes de prosseguirmos: a Sociedade Anônima (ou companhia) se caracteriza por ter seu capital dividido em partes iguais chamadas ações (os proprietários, geralmente em grande número, são denominados de acionistas) e tem a responsabilidade de seus sócios ou acionistas limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Deverá publicar as Demonstrações Financeiras no Diário Oficial e em outro jornal de grande circulação editado na localidade onde se situa a empresac. Porém, apesar da legislação definir a periodicidade anual para a publicação das demonstrações, para atender às necessidades gerenciais, a Contabilidade deverá apresentar relatórios contábeis com períodos mais curtos (semanal, quinzenal, mensal...).

A Sociedade Limitada (nova designação dada à antiga sociedade por quotas de responsabilidade limitada) constitui a forma mais usual de sociedade comercial e caracteriza-se por seu capital dividido em quotas (os proprietários, geralmente em pequeno número, são denominados sócios ou quotistas). Não precisa publicar as Demonstrações Financeiras em jornal, mas deverão ser apresentadas junto ao Imposto de Renda, através do preenchimento da Declaração do Imposto de Renda ou para atender ao novo Código Civil.

Algumas características da sociedade limitada são:

a) atividades reguladas por um contrato social;

b) seu capital social divide-se em cotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio;

c No caso de instituições financeiras ou correlatas (seguradoras, financeiras, previdência privada, etc.), a publicação é semestral, para as demais empresas que negociam papéis na Bolsa de Valores, a obrigatoriedade de publicação é anual.

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ac) é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em ato separado;

d) algumas deliberações devem ser tomadas pelos sócios, em reunião ou assembleia.

Resumindo:

RELATÓRIOS CONTÁBEIS OBRIGATÓRIOS:Sociedade Anônima (Lei nº 11.638/07): Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado de Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (quando de capital aberto) ou Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração do Fluxo de Caixa (S.A. abertas e fechadas – estas últimas, com Patrimônio Líquido superior a R$ 2 milhões) e Demonstração do Valor Adicionado (somente para as Cias. Abertas).Sociedades Limitadas (Lei nº 10.406/2002 – Novo Código Civil): Balanço Patrimonial e Balanço do Resultado Econômico (equivale ao DRE e à Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados).

É importante ressaltar que o exercício social ou período contábil terá duração de um ano, não havendo necessidade de coincidir com o ano civil (de 1º de janeiro a 31 de dezembro), embora, na maioria das vezes, isso aconteça. Para fins de Imposto de Renda considera-se ano civil = exercício social.

1.3 Complementação às Demonstrações Financeiras: Relatório da Diretoria, Parecer de Auditoria e Notas ExplicativasQuando da publicação das Demonstrações Financeiras, as Sociedades Anônimas deverão informar aos usuários desses relatórios dados adicionais. O Relatório da Diretoria (logo após a identificação da empresa) dará ênfase às informações de caráter não financeiro. Saliente-se que esse relatório não tem uma estrutura padronizada, mas, normalmente, contempla a análise corporativa (estratégia corporativa, fatores externos à empresa que afetam seu desempenho, resultados de investimentos significativos, políticas de responsabilidade social desenvolvidas pela entidade, programas de pesquisa e desenvolvimento e projeções quanto ao futuro da entidade); análise setorial (comparação entre o desempenho da entidade com outras que atuam no mesmo segmento econômico); análise financeira (comentários sobre o desempenho e a situação econômico-financeira da entidade); análise de risco (questões relativas à diversificação e à concentração dos negócios da empresa entre ramos de atividade, clientes, fornecedores, ativos e regiões geográficas); práticas de governança corporativa, entre outros.

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a Além do Relatório da Diretoria, temos as Notas Explicativas ou notas de rodapé, que são complementos às demonstrações (sem serem demonstrações), destacadas após as referidas demonstrações (abaixo). A publicação de Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras está prevista no § 5º do artigo 176 da Lei nº 6.404/1976, visando fornecer as informações necessárias para esclarecimento da situação patrimonial, ou seja, de determinada conta, saldo ou transação, ou de valores relativos aos resultados do exercício, ou para menção de fatos que podem alterar futuramente tal situação patrimonial, critérios de cálculos na obtenção de itens que afetam o lucro; obrigações de longo prazo (credores, taxa de juros, garantias), ajustes de exercícios anteriores, entre outros.

O Parecer da Auditoria ou Parecer dos Auditores Independentes complementa as Demonstrações Financeiras, sendo quesito obrigatório para as demonstrações das S.A., instituições financeiras e de outros casos específicos. Trata-se de parecer de auditor externo informando se as referidas demonstrações representam adequadamente a situação patrimonial e financeira da empresa, se foram levantadas de acordo com os Princípios Fundamentais da Contabilidade e se há uniformidade em relação ao exercício anterior.

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aExemplo: RELATÓRIOS CONTÁBEIS OBRIGATÓRIOS

Relatório da Diretoria ___________________________________________________

Em $ milhares

Assinatura dos Diretores Parecer dos Auditores

Assinatura do Contador – nº registro CRC

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a Ponto finalNo capítulo 1, estudamos as Demonstrações Contábeis e entendemos o quanto elas são importantes para a tomada de decisão. Verificamos que, segundo a Lei nº 11.638/2007, temos como demonstrações obrigatórias para as S.A. o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL (ou Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados – DLPA), a Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração do Valor Adicionado. Já para as Sociedades Limitadas as demonstrações obrigatórias são o Balanço Patrimonial e o Balanço Econômico (DRE + DLPA).

Diferenciamos dois tipos societários: Sociedades Anônimas e Sociedades Limitadas, e verificamos que o tratamento das Demonstrações Contábeis varia de acordo com o tipo de constituição da sociedade empresarial. Além disso, vimos a complementação das Demonstrações Contábeis obrigatórias e seus requisitos e modelo para publicação. Nos capítulos seguintes, estudaremos, em detalhes, uma a uma das demonstrações contábeis, sua estrutura e importância para a gestão.

Atividades1) De acordo com o tipo de sociedade por ações, é obrigatória a demonstração:

( ) Das Origens e Aplicações de Recursos para as Cias. de grande porte.

( ) Do Valor Adicionado para as Cias. Abertas.

( ) Dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, no caso das Cias. Fechadas, apenas se seu Patrimônio Líquido for superior a R$ 2 milhões.

( ) Do Fluxo de Caixa, apenas para as Cias. Abertas.

( ) Nenhuma das alternativas está correta.

2) Atribua letra V para assertivas verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta:

De acordo com o art. 176 da Lei nº 6.404/76, alterada pela Lei nº 11.638/07, entre as Demonstrações Financeiras que a Cia. de Capital Aberto deverá elaborar ao fi nal de cada exercício social, estão:

( ) Balanço Patrimonial, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.

( ) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, Demonstração do Resultado do Exercício.

( ) Demonstração do Fluxo de Caixa, Demonstração do Valor Adicionado.

a) V, V, V

b) V, F, V

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a c) V, V, F

d) F, V, V

e) F, V, F

3) A Lei nº 11.638/07, ao modifi car alguns artigos da Lei nº 6.404/76, introduziu a obrigatoriedade da elaboração de duas demonstrações contábeis adicionais pelas Cias. Abertas:

a) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados e Demonstração do Valor Adicionado.

b) Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

c) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

d) Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração do Fluxo de Caixa.

e) Demonstração de Dividendo Obrigatório e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

4) Em relação às demonstrações contábeis é correto afi rmar:

a) A Demonstração das Mutações Patrimoniais mostra a variação da posição fi nanceira da entidade no curto prazo.

b) A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados pode ser substituída, com vantagens, pela Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

c) No Balanço Patrimonial, constituem contas redutoras de Patrimônio Líquido: prejuízos acumulados, ações em tesouraria, capital social a integralizar, ajustes de avaliação patrimonial.

d) O cálculo do valor dos dividendos a pagar por ação é evidenciado na Demonstração do Resultado do Exercício.

e) No Balanço Patrimonial, as contas do Ativo são apresentadas em grau crescente de liquidez, e as do Passivo em grau crescente de exigibilidade.

5) Em relação às demonstrações contábeis, considere as seguintes afi rmativas:

I. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, de acordo com a Lei nº 6.404/76, é de apresentação obrigatória para todas as sociedades anônimas.

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a II. No Balanço Patrimonial está evidenciado o capital de terceiros de uma entidade (e seu consequente grau de endividamento).

III. Na Demonstração/Conta de Lucros/Prejuízos acumulados é evidenciada a distribuição do Resultado do Exercício.

IV. A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos evidencia as causas que geram a variação das disponibilidades.

V. A apresentação do Balanço Social é obrigatória apenas para todas as S.A.

Está correto o que se afi rma:

a) I e II

b) II e III

c) III e IV

d) IV e I

e) V e II

6) Elabore um quadro comparativo entre as Leis nº 6.404/76 e nº 11.638/07 acerca das demonstrações obrigatórias para as sociedades por ações (abertas e fechadas):

Sintetize com suas palavras o que evidencia cada uma das demonstrações contábeis:

a) Balanço Patrimonial.

b) Demonstração do Resultado do Exercício.

c) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.

d) Demonstração do Fluxo de Caixa.

e) Demonstração do Valor Adicionado.

7) Cite e explique os relatórios que complementam as Demonstrações Financeiras:

a) Relatório da Diretoria.

b) Notas Explicativas.

c) Parecer de Auditoria.

d) Diferencie e caracterize as Sociedades Anônimas e as Sociedades Limitadas.

8) Qual a importância das Demonstrações Financeiras para o administrador? Contextualize sua resposta.

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2 BALANÇO PATRIMONIAL

Simone Loureiro Brum Imperatore

O termo “Balanço Patrimonial” nos remonta a uma balança de dois pratos, onde sempre encontramos a igualdade (ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO). A balança ainda remete à ideia de mensuração do peso. Só que no caso do Balanço Patrimonial não se mede o peso, mas o patrimônio. O termo patrimonial, por sua vez, tem origem no patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos e obrigações. Juntando as duas partes, obtém-se o Balanço Patrimonial, equilíbrio do patrimônio, igualdade patrimonial. Em sentido amplo, o balanço evidencia a posição contábil, financeira e econômica de uma entidade em determinada data, representando uma posição estática (posição ou situação do patrimônio em determinada data).

2.1 O que é Balanço Patrimonial?O Balanço Patrimonial apresenta os Ativos (bens e direitos) e Passivos (exigibilidades e obrigações) e o Patrimônio Líquido, que é resultante da diferença entre o total de ativos e passivos. O Balanço Patrimonial é uma das peças extraídas dos livros contábeis, que faz parte do conjunto das Demonstrações Financeiras e é elaborado segundo os princípios contábeis geralmente aceitos.

Segundo Matarazzo (2008, p.41)

O Balanço Patrimonial é a demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa – Ativo –, assim como as obrigações – Passivo Exigível – em determinada data. A diferença entre Ativo e Passivo é chamada Patrimônio Líquido e representa o capital investido pelos proprietários da empresa, quer através de recursos trazidos de fora da empresa, quer gerados por esta em suas operações e retidos internamente.

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a Assim, temos a chamada Equação Patrimonial Básica, conforme apresentado a seguir.

ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Assaf Neto (2002, p.58) menciona que o balanço apresenta a posição patrimonial e financeira de uma empresa em dado momento. A informação que esse demonstrativo fornece é totalmente estática e, muito provavelmente, sua estrutura se apresentará relativamente diferente algum tempo após seu encerramento.

É a principal demonstração contábil usada por bancos, governo, fornecedores, sindicatos, sócios, acionistas. Reflete a posição financeira em determinado momento, normalmente no final do ano (exercício social) ou de um período prefixado. É como se tirássemos uma foto da empresa e víssemos de uma só vez todos os bens, valores a receber (direitos) e valores a pagar (obrigações) em determinada data.

Iudícibus e Marion (2006, p.19) explicam a expressão Balanço Patrimonial:

O termo balanço decorre do equilíbrio ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO, ou da igualdade APLICAÇÕES = ORIGENS DOS RECURSOS. Parte da ideia de uma balança de dois pratos, onde sempre encontramos a igualdade. Só que, em vez de denominarmos de balança (como a Balança Comercial) denominamos no masculino: Balanço. A expressão patrimonial origina-se do patrimônio global da empresa, ou seja, o conjunto de bens, direitos e obrigações. Daí origina-se a expressão Patrimônio Líquido, a riqueza líquida da empresa num processo de continuidade, a Situação Líquida. Compondo as duas expressões, teremos a expressão Balanço Patrimonial, o equilíbrio do patrimônio, a igualdade patrimonial.

2.2 Os grupos de contas do Balanço PatrimonialO Balanço Patrimonial é uma demonstração simples e fácil de ser entendida, pois visa mostrar a situação econômico-financeira da empresa para leigos, sendo constituído de duas colunas, conforme convenção da Lei nº 6.404/76, que regulamenta as Sociedades por Ações:

a) A coluna do lado direito chama-se PASSIVO (obrigações e Patrimônio Líquido);

b) A coluna do lado esquerdo chama-se ATIVO (bens e direitos).

Para facilitar a leitura, análise e interpretação do Balanço, Ativo e Passivo dividem-se em grupos de contas que apresentam as contas de mesmas características (prazo e grau de liquidez). Duas regras básicas orientam a distribuição de contas no Balanço Patrimonial:

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aa) Prazo (vencimento): em Contabilidade, CURTO PRAZO significa, normalmente, o período de até um ano, e LONGO PRAZO, o período superior a um ano. Assim, na data de elaboração do Balanço, 31/12/20XX, por exemplo, todas as contas a receber até 31/12/20X1 (um ano da elaboração do balanço) serão agrupadas num mesmo título do Ativo (Ativo Circulante), assim como todas as contas a pagar até o fi nal do ano seguinte (31/12/20X1) serão agrupadas num mesmo título no Passivo (Passivo Circulante). O mesmo ocorre com as contas de LONGO PRAZO que são classifi cadas em Ativo Não Circulante, no subgrupo Realizável a Longo Prazo (direitos realizáveis num período superior a um ano) e no Passivo Não Circulante (obrigações vencíveis num período superior a um ano).

b) Grau de LIQUIDEZ: liquidez vem do verbo liquidar, pagar os compromissos, assim, os itens mais rapidamente conversíveis em dinheiro são classifi cados em primeiro plano. Assim, temos caixa, bancos, duplicatas a receber, mercadorias em estoque, etc.

A seguir, vamos conhecer os grupos de contas do Balanço Patrimonial.

2.2.1 AtivoNo ativo, as contas devem ser dispostas em ordem decrescente de realização, ou seja, de acordo com a facilidade de conversão em dinheiro. Assim, os itens patrimoniais cuja velocidade de conversão em dinheiro é maior (caixa, bancos, contas a receber, mercadorias) são classificados em primeiro plano. Os de menor liquidez (valores a receber no longo prazo, máquinas e equipamentos, veículos, terrenos, etc.) aparecem num segundo plano, de acordo com a velocidade (ou potencialidade de conversão em dinheiro).

Os elementos registrados estão estruturados nos seguintes subgrupos (de acordo com o parágrafo 1º do artigo 178 da Lei nº 6.404/76 alterado pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09):

a) Ativo Circulante;

b) Ativo Não Circulante: compreende Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível.

IMPORTANTE: Para ser Ativo, é preciso preencher quatro requisitos:

a) ser classifi cado em bens e ou direitos;

b) ser de propriedade da empresa;

c) avaliável monetariamente (R$);

d) representar benefícios presentes ou futuros.

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a Ativo CirculanteO Ativo Circulante engloba contas que constantemente estão em giro, em movimento (daí a expressão circulante). Constitui o capital de giro da empresa, onde estão dispostas as contas Caixa, Bancos e outros itens que serão transformados em dinheiro, consumidos ou vendidos a curto prazo, ou seja, dentro de um ano (contas a receber, bens de consumo, investimentos temporários, mercadorias para revenda, etc.).

De acordo com a Lei nº 6.404/76, o Ativo Circulante subdivide-se em:

a) Disponível: refere-se às contas onde são registrados os valores que representam o dinheiro em caixa, os saldos disponíveis em contas de movimento bancário, os saldos de contas relativas aos ativos imediatamente liquidáveis;

b) Direitos (créditos) Realizáveis no Exercício Seguinte: saldos relativos a aplicações em valores mobiliários, operações no mercado aberto; contas a receber, com vencimentos para o exercício seguinte, tais como: contas ou duplicatas a receber por vendas mercantis (inclusive cheques pré-datados); adiantamentos a empregados, adiantamentos a diretores/sócios, impostos a recuperar/restituir, e outros;

c) Estoques: incluem três contas:

• estoque de mercadorias, matérias-primas, embalagens e materiais secundários empregados em processo de produção, materiais de consumo e produtos em trânsito, subprodutos e resíduos;

• estoque de imóveis prontos para a venda ou em construção com prazo de entrega até 12 meses (no caso de construtora);

• estoque de materiais em poder de terceiros para benefi ciamento.

d) Despesas Apropriáveis no Exercício Seguinte (ou Despesas Antecipadas): registram-se neste subgrupo os valores das despesas pagas antecipadamente, ou, em outras palavras, cujo prazo de vigência é futuro, devendo ser contabilizadas mensalmente de acordo com o período a que se refere: Prêmios de Seguros a Apropriar ou a Vencer; Despesas Financeiras a Apropriar ou a Vencer; Aluguéis a Apropriar ou a Vencer.

O termo “a Apropriar” (ou a Vencer) refere-se à aplicação do Princípio da Competência, no qual se deve reconhecer e classificar as contas de resultado (receitas e despesas) no período a que se referem, independentemente do seu efetivo recebimento (receitas) ou pagamento (despesas). Assim, se pago o aluguel da empresa antecipado, com vigência para 18 meses, preciso registrar o valor pago antecipadamente como despesa apropriável e, mês a mês, fazer o “reconhecimento” da despesa no mês correto (aluguel de janeiro de 2010 contabilizado no mês de janeiro de 2010 e assim sucessivamente).

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aAtivo Não CirculanteEste grupo compõe-se de subgrupos, a saber: Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível, conforme veremos a seguir.

a) Realizável a Longo PrazoNeste subgrupo são registrados os direitos realizáveis após o encerramento do Exercício Seguinte (mais de 360 dias após o encerramento do Balanço Patrimonial): Duplicatas a Receber, Adiantamentos ou Empréstimos a Fornecedores ou a Sociedade Coligada ou Controlada, Adiantamentos ou Empréstimos a Diretoresd. Também são registradas as despesas apropriáveis após o encerramento do Exercício Seguinte referentes a encargos financeiros exigíveis após o exercício seguinte ao do encerramento do Balanço.

b) InvestimentosEm que podem ser registrados: • as participações permanentes em outras sociedades;• os empreendimentos relativos ao plantio de fl orestas destinados à proteção do

solo ou à preservação do meio ambiente, sem que se destinem à manutenção da atividade da empresa;

• as importâncias aplicadas na aquisição de imóveis, desde que não sejam para revenda ou destinadas à manutenção das atividades da empresa (ex.: imóveis para aluguel);

• as aplicações em ouro, quando não constarem do objeto social da pessoa jurídica.

c) ImobilizadoRegistram-se nesse subgrupo os bens e os direitos que tenham por objeto bens destinados para a manutenção das atividades da empresa ou exercidos com essa finalidade. Exemplos: máquinas, equipamentos, construções, veículos, móveis e utensílios, etc.

d) Intangível

Registram-se neste grupo os direitos correspondentes à propriedade industrial e comercial da empresa, as patentes de invenção, as marcas, fórmulas e processos de fabricação, valor do ponto comercial e outros de idêntica natureza.

d No caso de adiantamentos/empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (do mesmo grupo empresarial) e ou adiantamentos/empréstimos a sócios/diretores, a legislação societária obrigada à sua contabilização no longo prazo, independentemente de seu prazo contratual. A máxima é: “negócios em família”, a contabilização é sempre no longo prazo!

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a 2.2.2 PassivoEm ordem de exigibilidade (vencimento), as contas do Passivo são estruturadas nos seguintes grupos:

a) Passivo CirculanteSão registradas as obrigações da empresa que serão pagas no prazo de um ano (curto prazo). As principais contas do Passivo Circulante são:

• Fornecedores: origina-se das operações de compra a prazo, no mercado nacional ou no exterior, de matérias-primas destinadas ao processo produtivo, mercadorias com a fi nalidade de revenda ou outros materiais ou insumos;

• Tributos a Pagar/Recolher: compreende as obrigações relativas a impostos, taxas e contribuições;

• Salários e Encargos Sociais: compõe-se das obrigações da empresa para com seus empregados e aos agentes arrecadadores de contribuições sociais, bem como as obrigações conhecidas como previsíveis e calculáveis na data do balanço;

• Empréstimos e Financiamentos de Instituições Financeiras: compreende os recursos obtidos pela empresa junto a instituições fi nanceiras do País com a fi nalidade de fi nanciar imobilizações ou o próprio giro do negócio;

• Além das contas descritas acima, podemos encontrar muitas outras contas no Passivo Circulante, tais como: adiantamentos, contas a pagar, dividendos, gratifi cações e participações, empréstimos em moeda estrangeira, etc.

b) Passivo Não CirculanteRegistram-se as contas que representam as obrigações vencíveis após o prazo de um ano (encerramento do exercício seguinte). Classificam-se neste grupo as seguintes contas:

• Financiamentos;

• Parcelamentos de Débitos Fiscais e Sociais;

• Créditos de Empresas Coligadas e Controladas; etc.

Em sentido restrito, poderíamos considerar como PASSIVO apenas o Passivo Exigível (Circulante e Não Circulante). Em sentido amplo, porém, esse termo é utilizado como o total das exigibilidades (dívidas com terceiros) e dos recursos próprios (Patrimônio Líquido), a saber.

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ac) Patrimônio Líquido Conforme já estudamos, o Patrimônio Líquido é a diferença entre o Ativo e o Passivo. Representa os investimentos dos proprietários (Capital Social), mais os lucros reinvestidos (reservas). Deve apresentar o capital social, as reservas de capital, os ajustes de avaliação patrimonial, as reservas de lucros, as ações ou quotas em tesouraria, os prejuízos acumulados. Saliente-se que no capítulo 3 estudaremos mais detalhadamente as reservas.

Para sua melhor compreensão, apresentamos a seguir um resumo dos Grupos e Subgrupos do Balanço Patrimonial:

Quadro 1 – Grupos do Balanço Patrimonial.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTESão contas que estão constantemente em giro – movimento –, sendo que a conversão em dinheiro ocorrerá, no máximo, no próprio exercício social.

CIRCULANTESão obrigações exigíveis que serão liquidadas nos próximos 360 dias após o levantamento do Balanço Patrimonial.

NÃO CIRCULANTEa) Realizável a Longo Prazo:São bens e direitos que se transformarão em dinheiro um ano após o levantamento do BP.b) Investimentos: São as inversões financeiras de caráter permanente que geram rendimentos e que não são necessárias à manutenção da atividade fundamental da empresa.c) Imobilizado:São itens de natureza permanente que serão utilizados para a manutenção da atividade básica da empresa.d) Intangível:Bens e direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da empresa ou exercidos com essa finalidade.

NÃO CIRCULANTEExigível a Longo PrazoSão as obrigações (dívidas de longo prazo) que serão liquidadas com prazo superior a um ano após o levantamento do Balanço Patrimonial.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO São os recursos dos proprietários aplicados na empresa. Tais recursos significam o Capital mais o seu rendimento (lucros) e reservas.

Fonte: elaborado pela autora.

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a Cabe salientar a importância de compreender o que encontramos em cada grupo patrimonial para facilitar a compreensão do Balanço Patrimonial.

2.3 Principais deduções do Ativo e do Patrimônio LíquidoA seguir, são apresentadas as principais deduções (contas redutoras ou de ajuste) relacionadas ao Ativo Circulante, ao Ativo Não Circulante e ao Patrimônio Líquido.

2.3.1 Deduções do Ativo CirculanteNo item Duplicatas a Receber (ou Contas a Receber/CLIENTES), encontram-se duas deduções:

a) a parcela estimada pela empresa que não será recebida (inadimplência), com o título Provisão para Devedores Duvidosos (o cálculo é feito de acordo com a média considerada incobrável em exercícios anteriores);

b) parcela das duplicatas a receber negociadas com as instituições fi nanceiras (antecipação de recebíveis), com o título de Duplicatas Descontadas;

c) na conta Estoques, se o valor de mercado deste item for menor que o valor do custo de aquisição ou produção, deverá ser deduzida a provisão para ajustá-lo ao valor de mercado (conservadorismo).

2.3.2 Deduções do Ativo Não CirculanteNo grupo Investimentos, encontram-se como deduções as Provisões para Perdas, com o objetivo de cobrir as perdas prováveis na realização financeira, quando comprovadas (tais perdas) como permanentes.

No Imobilizado, como dedução do valor bruto, encontram-se as contas Depreciação, Amortização e Exaustão. A perda de valor dos bens do Ativo Não Circulante em virtude da ação do tempo, uso, da evolução técnica (obsolescência), ou exaustão, será registrada periodicamente nas contas de:

a) Depreciação Acumulada: corresponde à perda do valor dos bens que têm por objeto bens físicos (tangíveis) sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou por obsolescência técnica. A taxa anual de depreciação é determinada em função da vida útil do bem, isto é, do prazo durante o qual se possa esperar a utilização econômica dele na produção. A Secretaria da Receita Federal estabelece e publica as taxas de depreciação conforme o prazo de vida útil admissível para cada item do Ativo Imobilizado;

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ab) Amortização Acumulada: quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos de propriedade industrial ou comercial, marcas, patentes, benfeitorias em imóveis de terceiros e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada. A taxa anual de amortização é fixada considerando-se: o número de anos restantes da existência do direito amortizável e a legislação do Imposto de Renda (prazos mínimos e máximos);

c) Exaustão Acumulada: corresponde à perda do valor decorrente da exploração de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou fl orestais, ou bens aplicados nessa exploração. As mineradoras poderão considerar como custo ou despesa, em cada exercício, o valor correspondente à percentagem extraída de minério no período sobre o custo de aquisição ou prospecção dos recursos minerais explorados. O valor da quota de exaustão fl orestal em cada exercício é apurado através da identifi cação do percentual entre o volume de recursos fl orestais explorados em relação ao volume da fl oresta no início do período-base.

2.3.3 Deduções do Patrimônio LíquidoO Patrimônio Líquido pode ser reduzido:

a) quando há prejuízo no exercício, evidenciado pela conta Prejuízos Acumulados;

b) quando houver capital ainda não realizado, o Patrimônio Líquido demonstrará o montante do valor subscrito pelos sócios e, por dedução, o valor ainda pendente de realização em dinheiro ou outros bens e direitos na conta Capital Social a Integralizar;

c) também será demonstrado por dedução o valor empregado nas aquisições de ações ou quotas do capital social da própria sociedade na conta Ações em Tesouraria;

d) outra conta redutora de Patrimônio Líquido é Ajustes de Avaliação Patrimonial, em que se contabilizam os ajustes negativos (diminuições) de avaliações de Ativos a preço de mercado.

Na sequência, apresentamos a estrutura do Balanço Patrimonial segundo a Lei nº 6.404/76, alterada pelas Leis nº 11.638/2007 e nº 11.941/09.

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a Quadro 2 – Estrutura básica do balanço patrimonial.

ATIVOCIRCULANTEDISPONIBILIDADESCaixaBancos Conta-CorrenteAplicações de Liquidez Imediata

CRÉDITOSClientes(-) Provisão para Devedores Duvidosos(-) Duplicatas DescontadasTítulos a ReceberBancos Conta VinculadaAdiantamentos a TerceirosAdiantamentos a FuncionáriosImpostos a RecuperarESTOQUESMercadorias para RevendaMatérias-primasMateriais de EmbalagemMateriais de LimpezaDESPESAS ANTECIPADASPrêmios de seguros a apropriarEncargos financeiros a apropriarAluguéis a apropriar

NÃO CIRCULANTEREALIZÁVEL A LONGO PRAZOClientesBancos conta VinculadaTítulos a ReceberCréditos de AcionistasCréditos de DiretoresCréditos de Coligadas e ControladasAdiantamentos a TerceirosImpostos a RecuperarInvestimentosParticipação em sociedades (controladas e coligadas)Participações em outras empresasImóveis não de uso – de rendaDireito de Exploração de Recursos Naturais (minerais e vegetais)(-) exaustão acumuladaImobilizadoTerrenosInstalaçõesMáquinas, aparelhos e equipamentosMóveis e UtensíliosVeículosFerramentas(-) depreciação acumuladaObras em andamentoIntangívelMarcas, direitos e patentes industriais(-) amortização acumulada

PASSIVOCIRCULANTEEmpréstimosFornecedoresObrigações fiscais e sociaisAdiantamento de clientesUtilidades e serviços a pagarGratificações a empregados, diretores, administradoresSalários, férias e 13º salário a pagarTítulos a PagarDebêntures a Pagar

NÃO CIRCULANTEEXIGÍVEL A LONGO PRAZOEmpréstimos e financiamentosTítulos a Pagar

PATRIMÔNIO LÍQUIDOCapital Social(-) Capital social a integralizar(-) Ações em tesouraria(- +) Ajustes de avaliação patrimonial(-) Prejuízos acumulados Reservas

Fonte: Lei nº 6.404/76, alterada pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09.

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aObservada a estrutura básica do Balanço Patrimonial conforme a legislação vigente, cabe ressaltar a importância dessa demonstração na gestão da empresa, tendo em vista que apresenta, de forma sucinta, as origens (Passivo e Patrimônio Líquido) e as aplicações (Ativo) de recursos, de onde temos os subsídios para as decisões de investimento e financiamento.

2.4 Decisões de investimento e financiamentoEntende-se por investimento toda a aplicação de capital em algum ativo (bens e direitos) tangível ou intangível, para obter determinado retorno no futuro. Um investimento pode ser a criação de uma nova empresa, ou pode ser um projeto em uma empresa já existente, por exemplo.

No setor industrial, o projeto de investimento mais clássico é a aquisição de novas linhas de produção. Mas também são importantes os projetos de reposição de equipamentos, reforma de linhas de produção antigas, projetos para automação industrial, projetos para adoção de novas tecnologias e projetos linha verde, objetivando reduzir os impactos ambientais dos processos produtivos.

No setor agroindustrial, os projetos envolvem aplicações de recursos na aquisição de maquinário agrícola, na construção de silos e armazéns, no melhoramento genético e do solo, no aumento da produtividade, na formação de cooperativas, no processamento de produtos in natura, agregando valor na informatização do controle da produção e nos canais de comercialização.

Já no setor de serviços, os projetos de investimento referem-se desde a reforma de instalações até campanhas publicitárias. Os gastos com automação comercial e sistemas de informações gerenciais também são projetos de investimento, na medida em que podem aumentar ou diminuir o valor da empresa no longo prazo.

No segmento comercial, os projetos centram-se nos investimentos em marketing, diferenciais mercadológicos, TI, dentre outros.

O Quadro 3 ilustra as principais questões que devem ser respondidas antes de se tomar uma decisão de investimento na empresa, utilizando-se da estrutura do Ativo. Sabe-se que esta estrutura se altera em função do ramo de negócios da empresa e de suas características específicas, no entanto, em quaisquer ramos, as questões respondidas são semelhantes para qualquer empresa.

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a Quadro 3 – Decisão de Investimento.

ATIVO Questões a serem respondidas

Ativo Circulante (até 360 dias)DisponibilidadesCréditosEstoquesDespesas AntecipadasAtivo Não Circulante (+ de 360 dias)Realizável a Longo PrazoInvestimentosImobilizadoIntangível

Onde estão aplicados os recursos financeiros?Quanto em ativos circulantes? Quanto em ativos não circulantes? Em quais?Qual a melhor composição dos ativos?Qual o risco do investimento?Qual o retorno do investimento?Quais as novas alternativas de investimentos?Como decidir em quais ativos investir?Como maximizar a rentabilidade dos investimentos existentes?O que deve ser descartado, reduzido ou eliminado por não acrescentar valor?

Fonte: adaptado de Lemes Júnior, Rigo, Cherobim. (2002, p.10)

No que se refere às decisões de financiamento, a composição de recursos da empresa é chamada de ESTRUTURA FINANCEIRA e pode ser verificada do lado direito do balanço: o PASSIVO. Tais decisões envolvem a escolha da estrutura de capital, a determinação do custo de capital e a captação de recursos. Remetem, portanto, à definição das fontes de financiamentos a serem utilizadas nas atividades da empresa e nos projetos de investimento. Os recursos financeiros advêm de duas fontes: capital próprio (Patrimônio Líquido) e de terceiros (obrigações, dívidas).

O capital próprio é formado por recursos dos proprietários e acionistas da empresa. Tais recursos são feitos no longo prazo, através da compra de ações, do investimento em cotas, do reinvestimento de lucros gerados, etc. O capital de terceiros entra na empresa por meio de empréstimos e financiamentos obtidos de instituições financeiras, além das dívidas da empresa com fornecedores (duplicatas a pagar), com funcionários (salários a pagar), com o governo (tributos a pagar/recolher), conforme evidenciado no Quadro 4.

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aQuadro 4 – Decisões de financiamento.

Passivo Questões a serem respondidas

Passivo Circulante (até 360 dias)FornecedoresEmpréstimos e FinanciamentosImpostos a PagarSalários a PagarEncargos a RecolherOutrosPassivo Não Circulante (+ 360 dias)FinanciamentosPatrimônio LíquidoCapital SocialReservasAjustes de Avaliação Patrimonial

• Qual a estrutura de capital?• De onde vêm os recursos?• Qual a participação de capital próprio? • Qual a participação de capitais de terceiros?• Qual o perfil do endividamento?• Qual o custo de capital? Como reduzi-lo?• Quais as fontes de financiamento utilizadas e

seus respectivos custos?• Quais deveriam ser substituídas ou

eliminadas?• Qual o risco financeiro?• Qual o sincronismo entre os vencimentos das

dívidas e a geração de meios de pagamento?

Fonte: adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim. (2002, p.12)

As questões pontuadas por Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002) nos remetem às primeiras “leituras” do Balanço Patrimonial, com vistas a compreender as informações contidas nesse relatório. Analistas, bancos, investidores, sindicatos, fornecedores, governo, buscam respostas a tais indagações com vistas a mensurar o risco e a liquidez das entidades, tópicos que estudaremos a seguir.

Ponto finalO Balanço Patrimonial é a demonstração financeira destinada a evidenciar, de forma qualitativa e quantitativa, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da entidade. No Balanço Patrimonial as contas deverão ser classificadas de acordo com os elementos do patrimônio que registrem, de forma a facilitar sua leitura e interpretação. Saliente-se que no Ativo (aplicações de recursos – bens e direitos) as contas estão organizadas em ordem dos prazos esperados de realização, enquanto que no Passivo (origem dos recursos) estão em ordem de exigibilidade (vencimento).

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a Atividades1) O Balanço Patrimonial serve como elemento de partida fundamental para o

conhecimento da situação fi nanceira e patrimonial da entidade. Em relação ao Balanço Patrimonial, é correto dizer:

a) O Passivo representa as aplicações dos recursos.

b) Os capitais de terceiros contemplam os bens e direitos da organização.

c) O Ativo representa as aplicações de recursos.

d) As obrigações vencíveis no curto prazo devem ser registradas no Ativo Circulante.

e) Apresenta a formação do resultado do exercício.

2) O Balanço Patrimonial é a fotografi a dos atos e fatos contábeis de uma entidade, expresso em valores monetários. É fi nalidade do Balanço Patrimonial:

a) Demonstrar o resultado do exercício.

b) Evidenciar as mutações do Patrimônio Líquido.

c) Detalhar a movimentação dos recursos fi nanceiros disponíveis.

d) Demonstrar a situação patrimonial e fi nanceira da empresa/organização, no encerramento do exercício social, e as mutações ocorridas durante o exercício.

e) Apresentar as mutações do Patrimônio Líquido.

3) Em relação ao Balanço Patrimonial, as Disponibilidades, os Direitos Realizáveis durante o exercício social seguinte ao do Balanço, bem como as aplicações de recursos em Despesas do Exercício Seguinte, serão classifi cados em:

a) Ativo Circulante.

b) Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo.

c) Ativo Não Circulante Imobilizado.

d) Ativo Não Circulante Investimentos.

e) Ativo Não Circulante Intangível.

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a4) As contas que representam bens destinados à manutenção das atividades da empresa, como: Móveis e Utensílios, Veículos, Instalações, Imóveis, Computadores e Periféricos, etc., são classifi cadas:

a) No Ativo Circulante.

b) No Passivo Exigível a Longo Prazo.

c) No Ativo Não Circulante Imobilizado.

d) No Ativo Não Circulante Intangível.

e) No Ativo Não Circulante Investimentos.

5) Os direitos realizáveis compreendem as contas representativas de direitos ou valores a receber que, embora não representem dinheiro disponível em determinada data, serão convertidos em dinheiro em maior ou menor prazo. As contas que representam direitos a receber no curto prazo são classifi cadas:

a) No Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo.

b) No Ativo Circulante.

c) No Passivo Circulante.

d) No Ativo Não Circulante Investimentos.

e) No Passivo Circulante.

6) As obrigações de longo prazo referem-se aos valores a pagar cuja liquidação ocorrerá em prazo superior ao seu ciclo operacional ou após o exercício social seguinte. As contas que representam obrigações de longo prazo devem ser classifi cadas:

a) No Passivo Circulante.

b) No Passivo Não Circulante.

c) No Patrimônio Líquido.

d) No Ativo Circulante.

e) No Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo.

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a 7) No Balanço Patrimonial, as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte deverão ser classifi cadas no:

a) Ativo Intangível.

b) Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo.

c) Ativo Circulante.

d) Ativo Não Circulante Imobilizado.

e) Patrimônio Líquido.

8) O Balanço Patrimonial da empresa Lizbela Confecções está assim constituído:

Ativo Circulante R$ 3.000.000

Ativo Não Circulante R$ 10.000.000

Passivo Circulante R$ 2.000.000

Passivo Não Circulante R$ 1.500.000

Patrimônio Líquido R$ 9.500.000

Com base nessas informações, pode-se afi rmar que:

a) O seu capital próprio é de R$ 13.000.000.

b) O capital de terceiros é de R$ 1.500.000.

c) O conjunto de bens e direitos disponíveis e realizáveis no curto prazo é de R$ 3.000.000.

d) As obrigações exigíveis no longo prazo totalizam R$ 2.000.000.

e) As aplicações de recursos totalizam R$ 10.000.000.

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a9) Aponte a alternativa em que não há correlação entre os termos agrupados:

a) Máquinas e equipamentos; veículos para entrega de mercadorias; imóvel da fábrica.

b) Caixa; Bancos conta Movimento; Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata.

c) Capital Social; Ajustes de avaliação patrimonial; Reservas de Lucro.

d) Duplicatas a Receber (até 6 meses); Estoques; Empréstimos a Sócios/Empresas Coligadas.

e) Salários a Pagar (mês seguinte), Impostos a Recolher (daqui a 30 dias); Fornecedores (curto prazo).

10) As aplicações efetuadas por empresas industriais em bens imóveis que se destinam à renda (para aluguel) devem ser classifi cadas como:

a) Ativo Não Circulante Imobilizado.

b) Ativo Não Circulante Intangível.

c) Ativo Não Circulante Investimentos.

d) Ativo Circulante.

e) Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo.

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3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADODO EXERCÍCIO (DRE OU DEREX)

Simone Loureiro Brum Imperatore

Antes de prosseguirmos com o estudo do DRE, torna-se necessário que você conheça as contas de resultado, quer sejam: as Receitas e Despesas (e custos). Elas aparecem durante o exercício social, encerrando-se (zerando) ao deste. Não fazem parte do Balanço Patrimonial como as contas patrimoniais (bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido), mas é por meio delas que sabemos se a empresa apresentou lucro ou prejuízo em suas atividades. Vejamos...

3.1 ReceitasSão valores que a empresa gera como fonte de recursos financeiros, para atender a seus gastos e manter as suas atividades, ou seja, decorrem da venda de bens (mercadorias) ou da prestação de serviços. Constituem INGRESSOS (entradas) de recursos para o patrimônio da entidade sob a forma de bens e direitos, correspondendo, em geral, a vendas de mercadorias ou prestação de serviços. Podem derivar, também, de remunerações sobre aplicações ou operações financeiras. A receita sempre aumenta o Patrimônio Líquido. Ex.: Vendas à Vista, Vendas a Prazo, Receitas de Prestação de Serviços, Aluguéis Ativos, Juros Ativos, Descontos Obtidos.

3.2 Despesas Segundo Marion (2006, p.78), despesa é todo o sacrifício, todo o esforço da empresa para obter receita. Cherman (2010, p.4) sintetiza: “São gastos consumidos, direta ou indiretamente, na obtenção de receitas”.

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a Em outras palavras, é o gasto relativo a bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para:

a) comercialização e distribuição dos produtos (despesa de vendas);

b) direção geral e área de apoio (despesa administrativas);

c) remuneração do capital de terceiros (despesa fi nanceira).

As despesas deverão ser registradas por ocasião do consumo dos bens ou serviços utilizados pela empresa para a manutenção, independentemente de seu efetivo pagamento. Constituem SAÍDAS de recursos e se refletem no Balanço Patrimonial através da redução do saldo de Caixa (ou Banco Conta-Corrente) quando é paga no ato (à vista), ou mediante o aumento de uma obrigação, quando é contraída no presente para ser paga no futuro (a prazo). Ex.: Água e Esgoto, Material de Expediente, Aluguéis Passivos, Juros Passivos, Café e Lanches, Luz, Descontos Concedidos, Salários, Despesas Bancárias, Encargos Sociais, Fretes, Prêmios de Seguros, Impostos, Telefone, etc.

Bem, se receitas e despesas são CONTAS DE RESULTADO, as contas que representam bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido (as quais você já conhece) são chamadas de CONTAS PATRIMONIAIS. Fica fácil de diferenciar:

Contas Patrimoniais Balanço Patrimonial (bens, direitos, obrigações e PL)

Contas de Resultado DRE (receitas, despesas e custos)

3.3 Despesa e custoPrecisamos diferenciar despesa e custo.

Quando a matéria-prima é adquirida (comprada), constitui um gasto, ou seja, um desembolso (saída de dinheiro, pagamento) para a aquisição de um bem, sendo “estocada” no Ativo. No instante em que essa matéria-prima entra em produção, a reconhecemos como CUSTO.

Portanto, todos os gastos no processo de industrialização, que contribuem com a transformação da matéria-prima (fabricação) em produto, entendemos como custos: mão de obra, energia elétrica, manutenção, desgaste de máquinas utilizadas para a produção (depreciação), embalagens, aluguel da fábrica, etc. Já os gastos referentes ao escritório e à administração são classificados em despesas.

Observe: o aluguel pode ser tratado como despesa ou custo. Tratando-se de aluguel referente ao prédio da fábrica, será considerado custo; tratando-se de aluguel referente ao prédio do escritório (administração) será considerado despesa. Este

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araciocínio é extensivo ao imposto predial, salários, materiais, depreciação (quando de bens da fábrica, custo; quando de bens do escritório, despesa).

Numa empresa comercial, o gasto da aquisição da mercadoria para revenda será tratado como custo; já numa empresa de prestação de serviços, a mão de obra aplicada nos serviços prestados mais o material utilizado nesses serviços serão considerados custos. Para ambas as atividades, todos os gastos na administração, assim como na indústria, serão tratados como despesas.

Pela Lei das Sociedades Anônimas, identificamos três tipos de despesas: de vendas, administrativas e financeiras. Vejamos alguns exemplos:a) Despesas com Vendas: salários do pessoal de vendas, marketing e pesquisa

de mercado, distribuição, comissões sobre vendas, propaganda e publicidade, despesas com garantia, promoções de bonifi cações, fretes, etc.;

b) Despesas Administrativas: salários do pessoal administrativo, encargos sociais, assistência médica, aluguéis, energia elétrica, condomínio, seguros, despesas de viagens, material de escritório, depreciação, impostos, remuneração da diretoria, etc.;

c) Despesas Financeiras: juros passivos, descontos concedidos, despesas bancárias, etc.;

Para não esquecer:

Custos: gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços: Gastos da FÁBRICA – custo dos produtos, custo das mercadorias vendidasDespesas: Gastos do escritório e administração – vendas, administrativas e financeiras para manutenção das atividades da empresa; promoção de vendas.

3.4 Estrutura básica da DREA DRE é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). Segundo Azevedo (2009, p.15), “[...] pretende demonstrar qual o lucro ou prejuízo do exercício publicado, bem como a sua estrutura de apuração, demonstrando o ‘caminho’ que o dinheiro percorre dentro de uma empresa até ser apurado o lucro”.

É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesase e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). Ao apresentar

e Atenção: a DRE obedece ao princípio de competência, ou seja, as receitas e despesas são contabilizadas no momento de sua ocorrência, independentemente de seu recebimento ou pagamento.

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a o resultado, a DRE evidencia a riqueza gerada pela entidade em determinado período (exercício), sabendo-se que esta riqueza pertence, ao final das contas, aos acionistas/sócios da entidade.

RECEITA(-) DESPESA

= Lucro ou prejuízo

A DRE pode ser simples para micro e pequenas empresas que não requeiram dados pormenorizados para a tomada de decisão, como é o caso de bares, farmácias, mercearias, etc. Deve evidenciar o total de despesa deduzido da receita, apurando-se, assim, o lucro, sem destacar os principais grupos de despesas.

A DRE completa, exigida por lei, fornece maiores detalhes para a tomada de decisão: grupos de despesas, vários tipos de lucro, destaque dos impostos, etc. Assim:

DRE (simples) DRE (completa)

RECEITA RECEITA(-) DESPESA ( - ) DEDUÇÕESLucro ou prejuízo ( - ) CUSTOS ( - ) DESPESAS ( - ) ___________ Lucro ou prejuízo

Importante:

A DRE é elaborada a partir da conta Lucros e Perdas (ou Lucros ou Prejuízos Acumulados). Ela é uma demonstração financeira imprescindível para a elaboração do Balanço Patrimonial (deve, inclusive, preceder o levantamento deste). Normalmente, o resultado do exercício das empresas é apurado no final do ano civil. Sua finalidade é melhor evidenciar o ganho, tendo em vista as necessidades de informações do usuário externo, bem como fornecer os dados essenciais à análise da formação do resultado do exercício. Como já vimos, para se apurar o resultado do exercício de uma empresa, basta confrontar o total de despesas com o total das receitas ocorridas em um determinado período.

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aQuadro 5 – Estrutura da demonstração do resultado do exercício.

ESTRUTURA BÁSICA DA DREEmpresa Z

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOSPeríodo de 01/01 a 31/12/XX

RECEITA BRUTA ( - ) Tributos Incidentes sobre Vendas ( - ) Devoluções e Abatimentos ( - ) Descontos Incondicionais = RECEITA LÍQUIDA

( - ) Custo das Mercadorias Vendidas (se comércio)ou ( - ) Custo dos Produtos Vendidos (se indústria)ou ( - ) Custo dos Serviços Prestados (se empresas de serviços) = RESULTADO BRUTO

( - ) Despesas Operacionais - Vendas - Administrativas - Financeiras Líquidas (despesas - receitas financeiras) = RESULTADO OPERACIONAL

( + ) e/ou ( - ) Outras Receitas e/ou Despesas Operacionais = RESULTADO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

( - ) Provisão para a Contribuição Social = RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA

( - ) Provisão para o Imposto de Renda = RESULTADO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA

( - ) Provisão para Participação de Debenturistas( - ) Provisão para Participação dos Empregados( - ) Provisão para Participação dos Administradores( - ) Provisão para Participação de Partes Beneficiárias = RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Lucro Líquido por ação

Fonte: adaptado de Azevedo, 2009.

Segundo Azevedo (2009, p.30), “A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) tem como finalidade, além de evidenciar o resultado do exercício – lucro ou prejuízo –, demonstrar a origem dos recursos próprios que são aplicados na empresa (receitas), assim como todos os gastos (custos e despesas) envolvidos na geração da riqueza da entidade”. Saliente-se que a DRE tem caráter econômico

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a (relacionado à riqueza da entidade) e não financeiro (relacionado a dinheiro). O mesmo autor exemplifica a aplicação das informações da DRE:

a) o gestor da entidade terá uma visão estratégica, determinando qual o melhor caminho a ser seguido pela organização para o aumento de sua lucratividade, podendo, para tanto, determinar a redução de custos e despesas (quais?), sem comprometer a qualidade dos produtos e serviços;

b) o acionista, por sua vez, visualiza as tendências fi nanceiras da entidade, se está aplicando de forma correta e coerente os recursos obtidos (despesas e custos);

c) o Governo (fi sco) observa se a empresa está apurando seus impostos com correção;

d) a concorrência (no caso de demonstrações publicadas) avalia o sistema de custeio/despesa da empresa;

e) os fornecedores, investidores e bancos avaliam o potencial de geração de lucros da entidade.

O Quadro 6 evidencia as principais questões que orientam a leitura e a interpretação da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE:

Quadro 6 – Análise da demonstração do resultado do exercício: questões a serem respondidas.

Receita Operacional( - ) Deduções da Receita Impostos incidentes sobre vendasDevoluçõesAbatimentos( = ) Receita Operacional Líquida( - ) Custos Operacionais( = ) Resultado Operacional Bruto( - ) Despesas OperacionaisAdministrativasComerciaisFinanceiras( = ) Resultado Operacional( +- ) Outras Receitas/Despesas Operacionais( = ) Lucro antes IR( - ) Imposto de Renda( = ) Lucro Líquido do ExercícioLucro Líquido por Ação

Quais os resultados obtidos? Como mantê-los ou melhorá-los?Qual o crescimento das vendas? E dos custos? E das despesas?Qual a participação percentual dos custos e das despesas em relação às receitas?Qual a margem líquida de venda?Quais os custos e despesas que podem ser reduzidos?As receitas obtidas são compatíveis com os investimentos?Os lucros têm atingido as metas estabelecidas? Como são quando comparados com os das melhores empresas do ramo?

Fonte: adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim, 2002, p.13.

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aAs questões apresentadas pelos autores nos remetem à análise da formação do resultado do exercício e sua comparação com o inicialmente planejado. Como se vê, a DRE fornece detalhes para a tomada de decisão: grupos de despesas, vários tipos de lucros, destaque dos impostos, evolução das devoluções e dos custos, etc.

3.5 DRE inovada ou EBITDAÉ comum observarmos, atualmente, relatórios contábeis com a expressão EBITDA.

EBITDA em inglês é identificado como Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization. Em português é chamado popularmente de Lajida – Lucro antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização.

De certa forma, EBITDA é o Lucro Operacional ajustado, quer seja, indica quanto dinheiro os ativos operacionais de uma companhia produzem. Portanto, o EBITDA representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas através de suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros e de impostos. Por isso, alguns profissionais chamam o EBITDA de fluxo de caixa operacional. Observe a comparação de uma DRE Tradicional e uma DRE Inovada com EBITDA de uma empresa comercial.

Quadro 7 – Comparação DRE tradicional e inovada.f

DRE TRADICIONAL DRE INOVADA

Receita 1.600.000( - ) CMV (800.000)Lucro Bruto 800.000( - ) Despesas Operacionais Vendas (200.000)Administrativasf (350.000)Financeiras (50.000)Lucro Operacional 200.000( - ) IR Renda e Contr Social (48.000)Lucro Líquido 152.000

Receita 1.600.000( - )CMV (800.000)Lucro Bruto 800.000( - ) Desp Vendas (200.000)( - ) Desp Administrativas (290.000)EBITDA 310.000( - ) Depreciação (60.000)( - ) Desp Financeiras (50.000)Lucro Operacional 200.000( - ) IR e Contr Social (48.000)Lucro Líquido 152.000

Fonte: adaptado de Marion, 2006.

Segundo Marion (2006, p.106), “EBITDA abrange todos os componentes operacionais (despesa e receita financeira não são operacionais) e os componentes com potencial de afetar o caixa (depreciação não afeta o caixa), evidenciando a capacidade da empresa em gerar recursos considerando seu negócio”.

f Incluída depreciação

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a O EBITDA representa o potencial de geração operacional de caixa que o ativo operacional de uma empresa é capaz de produzir, antes de considerar o custo de qualquer capital tomado emprestado (despesas financeiras). Não corresponde ao efetivo fluxo de caixa físico já ocorrido no período porque parte das vendas pode não estar recebida e parte das despesas pode não estar paga. Assim que recebidas todas as receitas e pagas todas as despesas, esse é o valor de caixa produzido pelos ativos, antes de computadas as receitas e as despesas financeiras (juros), impostos (sobre o lucro), a depreciação, a amortização e a exaustão.

Desta forma, consiste o EBITDA num poderoso indicador de desempenho financeiro, posto que reflete o potencial de geração de recursos decorrentes eminentemente das operações da empresa. Note que é excluída do cômputo toda e qualquer despesa escritural, ainda que operacional, a exemplo da depreciação, posto que não representa saída de recursos (desembolso). Sua aplicação tem sido exaustiva no campo de avaliação de empresas, o que ressalta a importância da Contabilidade, ainda que histórica, na fixação de referência de valor.

3.6 ReservasReservas são valores recebidos dos sócios ou de terceiros que não correspondem a aumento de capital e que não passaram pelas contas de resultado como receita. Podem ser, ainda, lucros retidos com finalidade específica. As reservas não constituem valores em dinheiro, são percentuais predefinidos pela legislação e pelo estatuto da empresa, e, sendo assim, não podem ser distribuídas aos acionistas ou partes interessadas como lucros ou dividendos, pois não têm características de exigíveis. Podem ser:

a) Reservas de Capital;

b) Reservas de Lucros.

3.6.1 Reservas de capitalA reserva de capital é aquela que não se origina do resultado do exercício (lucro), portanto, não transita pela DRE. Originam-se de fatos financeiros e contábeis ocorridos na empresa, dentre os quais destacam-se:

a) ágio na emissão das ações: deriva do aumento do capital da empresa, por meio da emissão e venda de novas ações com lucro; esse excedente é chamado de ágio e será classifi cado na conta de Reservas de Capital;

b) doações e subvenções para investimentos: são doações e subvenções recebidas pela empresa, vindas da iniciativa pública ou privada, aumentando a sua riqueza.

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aDestinação das Reservas de Capital:

a) absorver prejuízos;

b) incorporação ao Capital;

c) resgate de partes benefi ciárias;

d) pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada.

3.6.2 Reservas de lucrosAs reservas de lucros subdividem-se em:

a) Reserva Legal;

b) Reservas Estatutárias;

c) Reserva para Contingências;

d) Reserva Orçamentária;

e) Reserva de Lucros a Realizar.

A reserva legal é constituída por valor igual a 5% do lucro líquido do exercício e não excederá a 20% do capital social. Tem por fim assegurar a integridade do Capital Social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar capital (Lei das S.A.).

As reservas estatutárias, por sua vez, são aquelas previstas nos estatutos da empresa e possuem regras claras que indicam a sua finalidade e fixam os critérios que determinam a parcela anual dos lucros líquidos a serem destinados à sua constituição. O estatuto também determina o limite máximo da reserva.

A Assembleia geral poderá, ainda, destinar parte do Lucro Líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. A constituição de tal reserva busca evitar uma situação de desequilíbrio financeiro caso se distribuíssem os dividendos em um exercício, face à probabilidade de redução de lucros ou mesmo ocorrência de prejuízo em exercício futuro, em virtude de fatos extraordinários previsíveis. Como exemplo, temos: suspensão temporária da produção, falta de suprimento de matéria-prima, passivos ambientais, processos tributários, eventos climáticos previstos, etc. Sua constituição é opcional, devendo ser indicadas a causa da perda prevista e a justificativa de sua constituição. Referida reserva deixará de ser constituída e será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição.

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a A Reserva Orçamentária, também conhecida como Reserva de Lucros para Expansão, tem a finalidade de garantir o investimento em expansão da empresa quando previsto no orçamento de capital, devendo ser aprovada em assembleia geral. Referido orçamento deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicação de capital e poderá ter a duração de até cinco exercícios, salvo exceções.

Por último, no exercício em que os Lucros a Realizar ultrapassarem o total deduzido dos valores destinados às reservas legal, estatutária, contingências e orçamentária, a assembleia geral poderá destinar o excesso à constituição de Reserva de Lucros a Realizar. Pela Lei nº 10.303/01 fica assegurado o cálculo da Reserva de Lucros a Realizar apenas para pagamento de dividendo obrigatório.

Ponto finalA DRE é apresentada como um resumo ordenado dos componentes que provocam alterações no Patrimônio Líquido das entidades (receitas, despesas e custos). Além de fornecer as informações para a apuração do resultado, a DRE possibilita uma visão gerencial da entidade e, com uma análise mais apurada, avalia-se o desempenho da entidade e a eficiência dos gestores em obter (ou não) resultados positivos. Configura-se num importante instrumento de orientação para a gestão e, junto ao Balanço Patrimonial constitui as demonstrações mais importantes das entidades (e nas quais vamos dedicar especial atenção nos processos de análise e interpretação).

Sugestão de leitura complementar: CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis.

Atividades1) Sobre a Demonstração do Resultado do Exercício, é correto afi rmar:

I. Compara receitas com despesas do período, apurando seu resultado.

II. Indica acréscimos e decréscimos gerados no Patrimônio Líquido, originários das operações da empresa.

III. É um relatório contábil que evidencia a situação econômica da entidade.

a) Todas as alternativas estão corretas.

b) Nenhuma alternativa está correta.

c) As alternativas I e II estão corretas.

d) Apenas a alternativa I está correta.

e) Apenas a alternativa II está correta.

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a2) A Demonstração do Resultado do Exercício é a apresentação, em forma resumida, das operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o resultado líquido do período. Relativamente a esse assunto, julgue os itens a seguir, assinalando a resposta correta:

a) Na determinação do resultado do exercício, serão computadas apenas as receitas e os rendimentos efetivamente realizados em moeda, no período, assim como custos, despesas, encargos e perdas pagos, correspondentes às receitas e rendimentos.

b) A Receita Líquida de Vendas corresponde à receita Bruta de Vendas menos deduções e abatimentos sobre vendas.

c) As despesas fi nanceiras, gerais, administrativas e com vendas devem ser demonstradas após a apuração do resultado operacional.

d) O Lucro Bruto é igual à Receita Bruta de Vendas ou Serviços mais impostos.

e) Regime contábil aplicado à DRE é o de Caixa.

3) Na Demonstração do Resultado do Exercício, a informação contábil que permite saber se uma empresa está obtendo lucro ou prejuízo com as atividades diretamente relacionadas com o objetivo de seu negócio chama-se Resultado:

a) Bruto.

b) Líquido.

c) Operacional.

d) Do exercício após o IR.

e) Nenhuma das alternativas está correta.

4) No encerramento de uma empresa comercial, apuraram-se, entre outros, os saldos a seguir:

Faturamento R$ 700.000

Devoluções de vendas R$ 35.000

Descontos comerciais (abatimentos) sobre vendas R$ 15.000

Impostos incidentes sobre vendas R$ 167.900

Descontos financeiros sobre vendas R$ 25.000

Comissões sobre vendas R$ 30.750

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a Com base nesses dados, é correto afi rmar que a receita líquida de vendas, nos termos da legislação comercial e tributária, é de:

a) R$ 522.750.

b) R$ 532.100.

c) R$ 426.350.

d) R$ 482.100.

e) R$ 457.100.

5) A Cia. Esperança apresenta os seguintes valores em relação a resultado do exercício:

COFINS R$ 180

Custo da Mercadoria Vendida R$ 2.800

Despesas Financeiras R$ 600

ICMS sobre Vendas R$ 720

PIS sobre Faturamento R$ 60

Receita Operacional Bruta R$ 6.000

Salários e Ordenados R$ 1.000

Com base nos dados apresentados, pode-se afirmar que a empresa apresenta:

a) Receita Líquida de Vendas de R$ 5.280.

b) Receita Líquida de Vendas de R$ 2.240.

c) Lucro Operacional Bruto de R$ 5.040.

d) Lucro Operacional Líquido de R$ 2.240.

e) Lucro Operacional Líquido de R$ 640.

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a6) A Cia. Sucesso apresentou os seguintes resultados no exercício anterior:

Vendas 526.000

Outras Receitas Operacionais R$ 48.000

Despesa de Aluguel R$ 13.000

Despesas Financeira R$ 22.000

Dividendos pagos R$ 57.000

Despesas de salários R$ 42.000

Imposto de Renda e Contribuição Social provisionados R$ 80.000

Impostos Incidentes sobre vendas R$ 50.000

Despesa de Depreciação R$ 32.000

CMV R$ 213.000

De acordo com a estrutura prevista na legislação brasileira, o resultado operacional líquido e o resultado líquido apurados foram de:

a) R$ 263.000 e R$ 176.000.

b) R$ 154.000 e R$ 202.000.

c) R$ 476.000 e R$ 176.000.

d) R$ 202.000 e R$ 176.000.

e) Nenhuma das alternativas está correta.

7) Ao encerrar o exercício de 20XX, a Cia. Alegria apurou os seguintes saldos:

Contas Saldos

Capital Social 200.000

Estoque de Mercadorias 256.000

Clientes 140.000

Caixa 70.000

Fornecedores 250.000

Participações em outras Empresas 50.000

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Móveis e Utensílios 310.000

Depreciação 60.000

Duplicatas Descontadas 90.000

Depreciação Acumulada 180.000

Prejuízos Acumulados 32.000

Salários a Pagar 18.000

Provisão para devedores duvidosos 2.000

Capital a Realizar 40.000

ICMS a Recolher 65.000

Reserva Legal 6.000

Ações em Tesouraria 30.000

Prêmios de Seguros 17.000

Duplicatas a Pagar 100.000

IR a Recolher 15.000

Elaborando o Balanço Patrimonial com os dados apresentados, vamos encontrar um:

a) Ativo Total de R$ 478.000.

b) Passivo e Patrimônio Líquido de R$ 560.000.

c) Passivo Circulante de R$ 354.000.

d) Patrimônio Líquido de R$ 104.000.

e) Nenhuma das respostas está correta.

8) (Adaptado de ESAF/SEFAZ/2009) Em relação à Demonstração do Resultado do Exercício, assinale a alternativa correta:

a) Após apurado o resultado do exercício e calculadas as provisões para contribuição social e Imposto de Renda, deverão ser calculadas e contabilizadas as participações contratuais e estatutárias nos lucros e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados.

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ab) As despesas do mês, que foram pagas antecipadamente, estão registradas em contas de Ativo Não Circulante Investimentos.

c) Outras despesas operacionais são aquelas decorrentes de transações não incluídas nas atividades principais ou acessórias da empresa, como, por exemplo, o montante obtido com a venda do imobilizado.

d) Lucro Bruto é a diferença entre a receita líquida de vendas de bens ou serviços e as despesas operacionais.

e) Todas as alternativas estão corretas.

9) A empresa Facilite Ltda. Apurou, ao fi nal do exercício 20XX, os seguintes saldos:

Receita Bruta de Vendas R$ 700.000

Deduções de Vendas R$ 58.000

Custo das Mercadorias Vendidas R$ 400.000

Despesas Operacionais R$ 32.000

Provisão de Imposto de Renda e CSLL R$ 10.000

Do resultado apurado, 10% será provisionado para pagamento de participação estatutária de administradores

Com base nessas informações, pode-se dizer que o lucro após o IR e CSLL e a participação estatutária dos administradores (em R$) será de, respectivamente:

a) R$ 232.000 e R$ 23.200.

b) R$ 200.000 e R$ 18.000.

c) R$ 210.000 e R$ 21.000.

d) R$ 200.000 e R$ 20.000.

e) R$ 242.000 e R$ 24.200.

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a 10) A Lei nº 6.404/76 e as alterações pertinentes estabelecem que na Demonstração do Resultado do Exercício seja evidenciada a lucratividade absoluta, indicando o montante, em reais ou fração, do lucro obtido por ação do capital social. A empresa Facilita tem seu capital social constituído de 600 mil ações e apresentou os seguintes dados em relação ao exercício 20XX:

Reserva Legal R$ 30.000

Reservas Estatutárias R$ 45.000

Participações Estatutárias R$ 18.000

Provisão IR e CSLL R$ 40.000

Receita Líquida de Vendas R$ 225.000

Lucro Operacional Bruto R$ 145.000

Lucro Operacional Líquido R$ 106.000

Outras Receitas Operacionais R$ 24.000

Capital Social R$ 800.000

Neste caso, baseado nas informações fornecidas, podemos dizer que o lucro por ação do capital social a ser indicado na última linha da DRE foi de:

a) R$ 0,15 por ação.

b) R$ 0,12 por ação.

c) R$ 0,11 por ação.

d) R$ 0,09 por ação.

e) R$ 0,08 por ação.

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4 DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROSOU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA)

Simone Loureiro Brum Imperatore

Além das demonstrações contábeis mais conhecidas, Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício, a Contabilidade produz outras demonstrações, que são derivadas dessas, e que oferecem importantes “detalhes” das operações das entidades. A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados analisa o fluxo do lucro ajustado ao do Patrimônio Líquido, por meio das destinações para as reservas e suas reversões, até a evidenciação dos dividendos a serem distribuídos aos acionistas. Segundo Iudícibus e Marion (2006), a DLPA constitui o elo de integração entre a Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço Patrimonial, tendo por finalidade evidenciar, num determinado período, o lucro no período, sua distribuição e a movimentação ocorrida no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados.

4.1 Conteúdo da demonstração dos Lucros ou Prejuízos AcumuladosDe acordo com a legislação vigente, citado por Sá (2009), a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discrimina:

a) o saldo inicial (lucro/prejuízo) do exercício;

b) os ajustes que tenham ocorrido no exercício que se demonstrag;

c) reservas revertidas;

g Os ajustes dos exercícios anteriores são apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.

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a d) o lucro líquido do exercício que se demonstra e que se acresce à situação anterior (a + b);

e) o destino que foi dado ao resultado referido (a + b + c), ou seja, o que se transferiu para reservas, o que se distribuiu como dividendos, o que se incorporou ao capital, mostrando como se chega ao saldo fi nal.

Segundo a legislação do Imposto de Renda (art. 274 do RIR/99), a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados é obrigatória para as limitadas e outras sociedades. Já para as companhias abertas, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM estabelece a obrigatoriedade da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (a qual estudaremos ainda neste capítulo).

4.1.1 Ajustes de exercícios anterioresA legislação vigente estabelece que, observado o Princípio da Competência de Exercíciosh, o Lucro Líquido do Exercício não deve ser influenciado por valores oriundos de outros exercícios. Desta forma, temos a evidenciação do Resultado Líquido realmente obtido com as operações num determinado exercício.

A referida legislação dispõe que ajustes de exercícios anteriores são considerados apenas os decorrentes dos efeitos da mudança do critério contábil ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes. Os erros a serem retificados são aqueles caracterizados por não serem cometidos para lesar o patrimônio da empresa ou os cofres públicos, são erros corriqueiros, como: inversão de números, contabilização para maior ou para menor de alguma provisão (IR, CSLL, férias, etc.).

Tais ajustes devem ser contabilizados diretamente na conta de lucros acumulados de forma a aumentá-los ou diminuí-los. Critérios contábeis, por sua vez, só podem ser alterados quando tal alteração gera uma qualificação na informação contábil. Saliente-se que a legislação dispõe que as Demonstrações Financeiras do exercício em que houver tais ajustes deverão indicá-los em Notas Explicativas e ressaltar tal efeito.

4.1.2 Reversão de reservasA reversão de reservas representa as parcelas do Lucro Líquido de exercícios anteriores que foram destinadas à constituição de reservas e que agora estão sendo reconduzidas, em sua totalidade ou em parte, para manutenção dos saldos do

h Receitas e despesas são contabilizadas no período de sua ocorrência, independentemente de seu recebimento/pagamento.

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aPatrimônio Líquido. As reversões de reservas são importantes porque algumas delas alteram o montante que servirá de base para a apuração do dividendo obrigatório. É o caso, por exemplo, da reserva de contingênciai.

4.1.3 Lucro ou prejuízo do exercícioÉ o resultado líquido apurado na DRE do exercício financeiro findo, após as deduções das participações dos lucros (de debenturistas, empregados, administradores e partes beneficiárias), e será posto à disposição dos sócios/acionistas para sua destinação, que deverá ser escriturada na Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.

4.1.4 Destinação do exercícioNas sociedades limitadas não há dispositivo legal que as obrigue à distribuição de seus lucros, já para as sociedades anônimas, a obrigatoriedade de distribuição de lucros vem da Lei nº 6.404/76. Consiste na destinação do resultado ajustado do exercício, e será feita pela direção da empresa em consonância com a decisão da Assembleia Geral, com o objetivo de constituição ou aumento das Reservas, até a distribuição dos dividendos aos acionistas.

Tendo sido apurado prejuízo no exercício, mesmo após a reversão das reservas, este deverá ser lançado diretamente na conta Prejuízos Acumulados (retificando o Patrimônio Líquido).

O Quadro 8 apresenta a estrutura da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados:

i É importante diferenciar reserva de provisão. No caso das provisões, o fato gerador já ocorreu, por exemplo, uma ação trabalhista por parte de um ex-empregado, com perda provável (e mensurável) e credor. No caso de Reserva para Contingência ainda não ocorreu o fato gerador da perda, mas há uma probabilidade de que venha acontecer no futuro.

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a Quadro 8 – Modelo da demonstração do resultado do exercício.

Fonte: Azevedo, 2009, p.144.

Como se vê, a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados evidencia o destino que se dá ao lucro. Saliente-se que uma parte é distribuída aos donos da empresa (sócios/acionistas) em dinheiro, remunerando o capital investido (dividendos). Outra parcela visa ao reinvestimento na empresa, no sentido de fortalecer o capital próprio, conhecida como lucro retido, que irá ser incorporada ao Patrimônio Líquido da entidade através da constituição de reservas ou aumento de capital social.

Com a instituição dos dividendos obrigatórios e, também da faculdade de destacar parcelas do lucro do período para formação de reservas de lucros a realizar e da reserva para contingências, essa demonstração assume maior importância porque reflete os acréscimos e decréscimos que influenciam a base dos dividendos devidos.

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aTratando-se de Sociedade Anônima de Capital Aberto, a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados deverá ser substituída pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, a qual estudaremos a seguir.

4.2 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)Segundo Perez Jr. e Begalli (2002, p.176), “O Patrimônio Líquido de uma empresa representa a riqueza real da entidade e pode ser interpretado como sendo ativos líquidos pertencentes aos proprietários, ou seja, bens mais direitos menos obrigações, e constituem direito comum desses mesmos proprietários. Corresponde ao chamado capital próprio, ou seja, proveniente dos proprietários e dos lucros provenientes das atividades da empresa”.

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido evidencia as mudanças, qualitativas e quantitativas, ocorridas no Patrimônio Líquido da entidade em determinado período. Ao contrário da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, que fornece a movimentação de apenas uma das contas do Patrimônio Líquido (Lucros ou Prejuízos Acumulados), a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido evidencia as movimentações de TODAS as contas do Patrimônio Líquido. Assim, todo acréscimo e toda diminuição do Patrimônio Líquido são evidenciados por essa demonstração, bem como a formação e utilização das reservas (portanto, a empresa que optar publicar a DMPL, não precisa elaborar a DLPA).

Referida demonstração contábil fornece a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido, fazendo indicação da origem e do valor de cada acréscimo ou diminuição no Patrimônio Líquido durante o exercício. Trata-se, portanto, de uma informação que complementa os dados constantes no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício.

4.2.1 Estrutura da Demonstração das Mutações do Patrimônio LíquidoDe acordo com a legislação vigente, a DMPL deverá discriminar, em confronto com os saldos já existentes:

a) os saldos do início do período;

b) os ajustes de exercícios anteriores;

c) aumento de capital, discriminando sua natureza;

d) as reversões de reservas;

e) o resultado líquido do exercício (atual);

f) a proposta de destinação do lucro do período;

g) o saldo fi nal do período.

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a Saliente-se que as contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações por inúmeros motivos, tais como:

a) Itens que afetam o patrimônio total: acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício; redução por dividendos; acréscimo por ajuste de avaliação de ativos; acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos; acréscimo por subscrição e integralização de capital; acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal; acréscimo pelo valor da alienação de partes benefi ciárias e bônus de subscrição; acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures; redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda; acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores;

b) Itens que não afetam o total do patrimônio: aumento de capital com utilização de lucros e reservas; reversões de reservas patrimoniais para aumento de capital e ou compensação de Prejuízos.

O Quadro 9 apresenta a estrutura detalhada da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

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aQuadro 9: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

Fonte: Azevedo, 2009, p.150.

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a Como se vê, a técnica de elaboração dessa demonstração é simples:

a) Indica-se uma coluna para cada conta do Patrimônio Líquido (preferencialmente indicando o grupo de reservas a que pertence). No caso da conta Capital Social, pode-se detalhá-la apresentando o valor do capital subscrito, a realizar e realizado, ou subtrair-se o saldo da conta Capital a Realizar (constante do Balanço Patrimonial) da conta Capital Social, indicando-se a conta Capital Realizado (saldo líquido);

b) nas linhas horizontais indicam-se as movimentações das contas do mesmo modo como se fez com a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados;

c) A seguir faz-se as adições e/subtrações de acordo com as movimentações ocorridas.

Ponto finalNeste capítulo apresentamos a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Observa-se a necessidade de elaboração da DMPL para uma análise mais detalhada da movimentação das contas do Patrimônio Líquido, que evidenciam variações para maior ou para menor, bem como as transferências de valores entre elas. Saliente-se que a DLPA está contida na DMPL e, portanto, sendo elaborada esta última, desobriga-se a entidade da elaboração da DLPA.

Como Leituras complementares sugere-se: Leis nº 6.404/76 e nº 11.638/07; RIR/99 – Regulamento do Imposto de Renda e Instrução CVM 59/1986.

Atividades1) Sobre a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, é INCORRETO

afi rmar:

a) A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é facultativa e, de acordo com o artigo 186, parágrafo 2º, da Lei das S.A., a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) poderá ser incluída nesta demonstração.

b) A DMPL é uma demonstração mais completa e abrangente, já que evidencia a movimentação de todas as contas do Patrimônio Líquido durante o exercício social, inclusive a formação e a utilização das reservas não derivadas do lucro.

c) A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é relativamente simples, pois basta representar, de forma sumária e

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acoordenada, a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido, isto é, Capital, Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Ações em Tesouraria e Lucros ou Prejuízos Acumulados.

d) Tem por fi nalidade indicar, a princípio, as origens dos recursos das operações, sendo que, após apurar-se o Imposto de Renda e a parcela da depreciação, obtém-se o resultado líquido.

e) De acordo com a legislação vigente, a DMPL deverá discriminar, em confronto com os saldos já existentes: os saldos do início do período, os ajustes de exercícios anteriores, os aumentos de capital, as reversões de reservas, o resultado líquido atual, a proposta de destinação do lucro, o saldo ao fi nal do período.

2) É evidenciado, ou são evidenciados, na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido:

a) Saldos iniciais, ajustes anteriores, aumentos de Capital, reversões de reservas, o lucro líquido e sua destinação e saldos fi nais das contas que compõem o Patrimônio Líquido.

b) A formação do resultado do exercício e sua destinação.

c) A situação patrimonial em um dado momento.

d) As origens e as aplicações dos recursos.

e) Todas as alternativas estão corretas.

3) Com base nas informações extraídas de uma Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, apure o saldo fi nal da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados:

Saldo credor do início do exercício R$ 100

Reversões de Reservas de Lucros de Exercícios Anteriores R$ 200

Lucro Líquido do Exercício R$ 1.000

Transferências para Reservas de Lucros R$ 300

Dividendos propostos R$ 150

Parcela de lucros incorporada ao capital R$ 100

Ajustes negativos de exercícios anteriores R$ 50

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a 4) Considere os dados relativos à Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados da Cia. Beta, levantada em 31/12/XX.

Saldo credor da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados no início do ano-calendário 20XX R$ R$ 123.450

Ajuste de exercícios anteriores R$ 12.350

Reversão de saldo das contas de Reservas de Lucros R$ 75.000;

Reversão de Reserva de Contingências R$124.050

Reversão de Reservas de Lucros a Realizar R$ 25.500

Parcela de lucros incorporada ao capital R$ 60.000

Lucro Líquido do Exercício 20X1 R$ 80.500

Distribuição do Lucro Líquido: Reserva Legal (R$ 4.025); Reserva Estatutária (R$ 8.050) e Dividendos (R$ 50,000 – 0,025 por ação)

Com base nos dados apresentados, o saldo da conta lucros ou prejuízos acumulados em 31/12/X1 será, em reais, de:

5) (Adaptada de TCE-ES/Esaf) Pelas disposições da Lei nº 6.404/76, sobre as Demonstrações Financeiras, podemos perceber que:

a) A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, quando devidamente elaborada, substitui a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

b) O Balanço Patrimonial deve apresentar, já devidamente contabilizada, a proposta dos órgãos da administração para distribuição do lucro líquido do exercício.

c) A Demonstração do Resultado do Exercício deve apresentar, expresso em reais, o valor dos dividendos distribuídos para cada uma das ações do capital social.

d) A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, a partir da Lei nº 11.638/07 substitui a Demonstração do Fluxo de Caixa.

e) Todas as alternativas estão corretas.

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a6) É transação evidenciada na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido:

a) Alienação de bens do Ativo Não Circulante.

b) Compra de bens do Ativo Imobilizado fi nanciada por empréstimo de longo prazo.

c) Constituição de reserva de reavaliação de bens imóveis;

d) Empréstimos efetuados a empresas coligadas ou controladas.

e) Aquisição de investimentos permanentes.

7) Considere os seguintes elementos, os quais foram extraídos da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados da Cia. Neves em 31/12/X2:

Lucros Acumulados (31/12/X1) 4.800

Reversão de reservas de contingências 1.600

Constituição de Reserva Legal 300

Lucro Líquido do Exercício 6.000

Dividendos a Pagar 1.800

Além do exposto, no exercício de X1 foi calculada a menor em R$ 400 (ajuste de exercícios anteriores). O ajuste foi feito no exercício de x2. Assim, com base nas informações anteriores, pode-se afi rmar que o saldo da conta Lucros Acumulados em 31/12/X2 foi de:

a) R$ 10.300

b) R$ 10.700

c) R$ 9.900

d) R$ 12.100

e) R$ 12.000

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a 8) (Adaptada de Petrobras/Fundação Cesgranrio). A Cia. Mafra, de capital fechado, está elaborando o seu primeiro balanço, em 31/12/2008, apresentando as seguintes informações:

Lucro Líquido apurado na DRE R$ 200.000

Constituição de Reserva Legal R$ 10.000

Dividendos nos termos do estatuto R$ 95.000

Constituição de Reserva Estatutária R$ 5.000

Reservas Estatutárias para Investimentos R$ 45.000

Na Demonstração das Mutações, o Patrimônio Líquido, o saldo transitório da conta de Lucros Acumulados em 31/12/2008, o qual integrará os dividendos propostos pela administração, em reais, foi de:

a) zero

b) 70.000

c) 95.000

d) 130.000

e) 185.000

9) A que destinações está sujeito o saldo da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados?

10) Conceitue reservas e diferencie reservas de capital de reservas de lucros.

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5 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

Simone Loureiro Brum Imperatore

A Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC tornou-se obrigatória para todas as S.A. de capital aberto com a sanção da Lei nº 11.638/07. A referida Lei obrigou, ainda, as companhias fechadas com Patrimônio Líquido superior a R$ 2 milhões a publicá-la. Seu objetivo é evidenciar a capacidade da entidade em gerar fluxos positivos de caixa (e equivalentes de caixa), a habilidade de pagar obrigações e dividendos, bem como suas necessidades de financiamento.

Segundo Iudícibus e Marion (2006), a DFC vem esclarecer situações controvertidas como o porquê de uma empresa ter um lucro considerável e estar com o caixa baixo, não conseguindo liquidar seus compromissos. A referida demonstração, salientam os autores, possibilita ao gerente financeiro a elaboração de melhor planejamento financeiro, onde se saberá o momento certo em que se contrairá empréstimos para cobrir a insuficiência de fundos, bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso de dinheiro.

O Pronunciamento Técnico CPC 03 salienta os benefícios da DFC:

A Demonstração do Fluxo de Caixa, quando usada em conjunto com as demais demonstrações contábeis, proporciona informações que habilitam os usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma entidade, sua estrutura financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para alterar os valores e prazos do fluxo de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e oportunidades. As informações sobre os fluxos de caixa são úteis para avaliar a capacidade de a entidade gerar recursos dessa natureza e possibilitam aos usuários desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente de futuros fluxos de caixa de diferentes entidades. A Demonstração do Fluxo de Caixa também melhora a comparabilidade dos relatórios de desempenho operacional para diferentes entidades porque reduz os efeitos decorrentes do uso de diferentes tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos.

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a Mister conceituarmos Caixa, Equivalentes de Caixa e Fluxos de Caixa para darmos prosseguimento ao nosso estudo:

a) Caixa: compreende o numerário em espécie e os depósitos bancários disponíveis;

b) Equivalentes de Caixa: são aplicações fi nanceiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignifi cante risco de mudança de valor;

c) Fluxos de Caixa: são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa.

Segundo Matarazzo (2008, p.364), os principais objetivos da Demonstração do Fluxo de Caixa são:

• avaliar as alternativas de investimento;

• avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa, com refl exos monetários;

• avaliar as situações, presente e futura, do caixa da empresa, posicionando-a para que não chegue a situações de iliquidez; e

• certificar que os excessos momentâneos de caixa estão devidamente aplicados.

5.1 Principais transações que afetam o CaixaA finalidade da Demonstração do Fluxo de Caixa é mostrar como se comportam as entradas e saídas de recursos financeiros da empresa em determinado período. O estudo cuidadoso dessa demonstração, além de propiciar a análise de tendências, serve de base para o planejamento do fluxo projetado. A seguir, relacionamos as principais transações que afetam o Caixa.

5.1.1 Transações que aumentam o Caixa (disponibilidades)a) Integralização do Capital pelos sócios ou acionistas: são investimentos

integralizados em dinheiro pelos sócios/acionistas (caso a integralização se dê com imóveis, por exemplo, não afetará o Caixa).

b) Empréstimos bancários e fi nanciamentos: são os recursos fi nanceiros oriundos das instituições fi nanceiras.

c) Venda de Itens do Ativo Não Circulante Imobilizado: embora não seja comum, a empresa pode vender itens do ativo fi xo, gerando uma entrada de caixa.

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ad) Vendas à Vista e Recebimento de Duplicatas a Receber (Clientes): esta constitui a principal fonte de recursos do Caixa.

e) Outras entradas: juros recebidos (ativos), dividendos recebidos de outras empresas, indenizações de seguros recebidas, etc.

5.1.2 Transações que diminuem o Caixa (disponível)a) Pagamentos de Dividendos a Acionistas: dividendos pagos representam

diminuições (desembolsos) do Caixa.

b) Pagamentos de Juros e Amortização da Dívida: o resgate das obrigações junto às instituições fi nanceiras bem como os encargos fi nanceiros (juros, correção monetária, taxas, tarifas, etc.) signifi cam saídas do Caixa.

c) Aquisição de item do Ativo Não Circulante: aquisições à vista de itens do imobilizado e de investimentos constituem saídas de Caixa.

d) Compra à Vista e Pagamentos a Fornecedores: saída de dinheiro referente à compra de matérias-primas e mercadorias para revenda.

e) Pagamento de Despesas/Custo, Contas a Pagar, Outros: desembolsos com despesas administrativas, com itens de custo e outros.

5.1.3 Transações que não afetam o Caixaa) Depreciação, Amortização e Exaustão: são reduções do Ativo que não afetam

o Caixa.

b) Provisão para Devedores Duvidosos: estimativa de possíveis perdas com clientes que não representa saída de recursos;

c) Ajustes de Avaliação de Ativos: a (re)avaliação dos ativos a valores de mercado não ocasiona aumento ou redução de Caixa;

d) Acréscimos (ou Diminuições) de Investimentos pelo Método de Equivalência Patrimonial: poderá haver aumentos ou diminuições em itens de investimentos sem signifi car vendas ou novas aquisições.

5.2 Estrutura da Demonstração do Fluxo de CaixaA Demonstração do Fluxo de Caixa deve apresentar os fluxos de caixa do período classificados por atividades operacionais, de investimento e de financiamento.

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a 5.2.1 Atividades operacionaisOs fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais são basicamente derivados das principais atividades geradoras de receita da entidade. Portanto, eles resultam das transações e de outros eventos que entram na apuração do lucro líquido ou prejuízo. Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades operacionais:

a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços;

b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas;

c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços;

d) pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados;

e) recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice;

f) pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que possam ser especifi camente identifi cados com as atividades de fi nanciamento ou de investimento;

g) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação imediata ou disponíveis para venda futura.

5.2.2 Atividades de investimentoA divulgação em separado do fluxo de caixa decorrentes das atividades de investimento é importante porque tais fluxos de caixa representam a extensão em que os dispêndios de recursos são feitos pela entidade com a finalidade de gerar resultados e fluxos de caixa no futuro. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento:

a) pagamentos de caixa para aquisição de Ativo Imobilizado, Intangível e outros ativos de longo prazo. Esses desembolsos incluem os custos de desenvolvimento ativados e ativos imobilizados de construção própria;

b) recebimentos de caixa resultantes da venda de Ativo Imobilizado, intangível e outros ativos de longo prazo;

c) pagamentos para aquisição de ações ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto desembolsos referentes a títulos considerados como equivalentes de caixa ou mantidos para negociação imediata ou venda futura);

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ad) recebimentos de caixa provenientes da venda de ações ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto recebimentos referentes aos títulos considerados como equivalentes de caixa e os mantidos para negociação);

e) adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto adiantamentos e empréstimos feitos por instituição fi nanceira); recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos a terceiros (exceto adiantamentos e empréstimos de uma instituição fi nanceira);

f) pagamentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os pagamentos forem classifi cados como atividades de fi nanciamento; e

g) recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentos forem classifi cados como atividades de fi nanciamento.

5.2.3 Atividades de financiamentoA divulgação separada do fluxo de caixa decorrentes das atividades de financiamento é importante por ser útil para prever as exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital à entidade. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento:

a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais;

b) pagamentos de caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade;

c) caixa recebido proveniente da emissão de debêntures, empréstimos, títulos e valores, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos;

d) amortização de empréstimos e fi nanciamentos, incluindo debêntures emitidas, hipotecas, mútuos e outros empréstimos de curto e longo prazos; e

e) pagamentos de caixa por arrendatário, para redução do passivo relativo a arrendamento mercantil fi nanceiro.

5.3 Demonstração do Fluxo de Caixa: métodos direto e indiretoA Demonstração do Fluxo de Caixa pode ser apresentada de duas formas: método direto e método indireto, conforme evidenciados na Figura 2.

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a Figura 2 – Método direto versus método indireto

Fonte: Sá, 1998, p.36.

5.3.1 Método diretoO método direto indica os recebimentos e os pagamentos oriundos das atividades operacionais da entidade, em vez do Lucro Líquido Ajustado. Demonstra, efetivamente, as movimentações dos recursos financeiros ocorridos no período. A opção para esse método deve apresentar, pelo menos, os seguintes tipos de pagamentos e recebimentos relacionados às operações:

• recebimentos de clientes;

• juros e dividendos recebidos;

• pagamentos de fornecedores e empregados;

• juros pagos;

• imposto de renda pago;

• outros recebimentos e pagamentos.

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aO modelo simplificado de Demonstração do Fluxo de Caixa, pelo método direto mostrado no Quadro 10, faz uma segregação dos tipos de atividades e foi baseado no modelo FAS 95:

Quadro 10 – Demonstração do Fluxo de Caixa: método direto.

Fonte: Azevedo, 2009, p.126.

A demonstração pelo método direto facilita ao usuário avaliar a solvência da empresa, pois evidencia toda a movimentação dos recursos financeiros, as origens dos recursos de caixa e onde eles foram aplicados.

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a 5.3.2 Método indiretoNo método indireto, parte-se do lucro líquido para, após os ajustes necessários, chegar-se ao valor das disponibilidades produzidas no período pelas operações registradas na Demonstração do Resultado do Exercício. Esses ajustes consistem em itens, tais como depreciação, amortização, exaustão e provisões que não modificam o Caixa da empresa.

O Quadro 11 apresenta o modelo genérico da Demonstração do Fluxo de Caixa pelo método indireto.

Quadro 11 – Fluxo de caixa método indireto.

Fonte: Azevedo, 2009, p.127.

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aNo método indireto, também conhecido como método da reconciliação, a DFC é elaborada a partir do resultado, ou seja, do lucro ou prejuízo líquido do exercício, de forma semelhante à antiga Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR. Porém, se a DFC tem como principal argumento ser de mais fácil compreensão do que a DOAR, não faz sentido manter-se o método de elaboração desta.

Saliente-se que a diferença entre os dois métodos refere-se apenas à forma de evidenciação do fluxo das atividades operacionais. Os fluxos das atividades de financiamento e das atividades de investimento são demonstrados de igual maneira nos dois métodos. No modelo direto, os fluxos operacionais são evidenciados pela análise direta das entradas e saídas de dinheiro em Caixa e Bancos, são evidenciados, portanto, todos os pagamentos e recebimentos feitos no período.

A DFC pelo método indireto apresenta no grupo das atividades operacionais primeiro o lucro líquido (proveniente da DRE), para, em seguida, adicionar os valores que não representam desembolsos de caixa que tenham sido deduzidos do lucro da DRE, ou seja, depreciação e amortização, provisão para devedores duvidosos, aumento ou diminuição referente a fornecedores, entre outros.

Ponto finalA Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) passou a ser um relatório obrigatório (em substituição à Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR) pela Contabilidade para todas as sociedades de capital aberto ou com Patrimônio Líquido Superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Esta obrigatoriedade vigora desde 01.01.2008, por força da Lei nº 11.638/2007 (referida lei seguiu a prática internacional – em especial os pronunciamentos Statement of Financial Accounting Standard (SFAS) nº 95 e International Accounting Standard (IAS) nº 7 – e as orientações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a qual já recomendava às companhias abertas brasileiras a elaboração da DFC). Esta demonstração torna-se mais um importante relatório para a tomada de decisões gerenciais. Essa demonstração tem a finalidade de fornecer informações sobre os recebimentos e pagamentos em um determinado período, que, utilizadas em conjunto com as informações das outras demonstrações, possibilitarão aos usuários avaliar a potencialidade da empresa de geração de caixa futuro, bem como a necessidade de financiamento a curto e a longo prazo.

Mister explicitar a diferença entre DOAR e DFC, sendo que a principal diferença é que a DOAR é elaborada com base no conceito de Capital circulante líquido, obedecendo ao regime de competência e a DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata, obedecendo ao regime de caixa.

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a De forma sucinta, a DOAR procura mostrar os fatores que afetam a folga financeira de curto prazo de uma empresa. A mudança na posição financeira é analisada por esta demonstração pela soma das fontes de recursos e dos seus usos. De outra forma, procura mostrar as alterações que ocorreram na posição financeira, permitindo avaliar aspectos relacionados com as decisões financeiras de investimento, de financiamento e de dividendos da empresa (identifica os fluxos financeiros que aumentaram ou reduziram o Capital Circulante Líquido, identificando suas origens e aplicações).

A DFC, por sua vez, é uma demonstração contábil que informa sobre os fluxos das transações e eventos que afetaram o Caixa da empresa ao longo de um determinado período, de forma organizada e estruturada por atividades, permitindo melhor compreensão da articulação entre as diversas Demonstrações Financeiras.

Além de ser um instrumento de trabalho para a empresa, a DFC é um importante instrumento de análise, pois fornece informações referentes à capacidade financeira da empresa de autofinanciamento das operações, de independência do sistema bancário no curto prazo, de gerar recursos para manter e expandir o nível de investimentos, e sobre as condições da empresa para amortizar suas dívidas de curto e longo prazo. O Quadro 12 apresenta as vantagens e limitações da DOAR e da DFC.

Quadro 12 – Vantagens e limitações da DOAR e da DFC.

Vantagens

DOAR DFC

Fornece informações que não constam em outras demonstrações.

Existe tendência mundial de adotar o fluxo de caixa em detrimento da DOAR, pela utilização de uma linguagem comum.

Possibilita melhor conhecimento da política de investimento e de financiamento da empresa.

Oferece maior facilidade de entendimento por visualizar melhor o fluxo dos recursos financeiros.

Destinada a mostrar a compatibilidade entre a posição financeira e a distribuição de lucros.

Utiliza um conceito mais concreto, crítico em qualquer empresa, necessário nos curtos-curtíssimos prazos.

É uma demonstração mais abrangente, por representar as mutações em toda a posição financeira.

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Limitações

DOAR DFC

Não é fundamentalmente financeiro, pois aceita ativos não monetários, como os estoques e as despesas antecipadas.

Não existe consenso sobre que conceito de caixa utilizar. Uns autores aconselham caixa e bancos; outros consideram também títulos de curto prazo. O conceito de equivalente foi proposto em diversas legislações de outros países.

É uma demonstração que resulta em dificuldades de entendimento aos usuários, principalmente por trabalhar com o conceito abstrato de capital de giro líquido ou folga financeira de curto prazo.

Existe tendência de utilização do fluxo de caixa pelo método indireto, apesar de esta metodologia não ser a mais recomendada.

Apresenta modificações internas do Capital Circulante Líquido de forma residual.

Apresenta volume de informação menor que a DOAR.

Depende da conceituação do circulante, o que pode prejudicar sua capacidade analítica.

Seu uso não tem sido pesquisado de forma científica, inclusive nos países de pesquisa contábil desenvolvida.

O resultado é afetado pelo método de avaliação de ativos não monetários.

Fonte: Gangoni, 1997, apud Borsato, Pimenta e Veiga, 2010.

Atividades1) Em relação à Demonstração do Fluxo de Caixa, é correto afi rmar que:

a) Consiste na demonstração fi nanceira que evidencia resumidamente o patrimônio da entidade, quantitativa e qualitativamente.

b) Evidencia a situação econômica da entidade.

c) Evidencia as variações de todas as contas do Patrimônio Líquido.

d) Permite o controle do elemento patrimonial mais líquido da entidade (caixa, bancos e aplicações fi nanceiras).

e) Foi substituída pela Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos com o advento da Lei nº 11.638/07.

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a 2) De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade e, conforme o Pronunciamento Técnico CPC 03, a entidade deve divulgar os fl uxos de caixa das atividades operacionais usando:

( ) O Método Indireto, segundo o qual as principais classes de recebimentos brutos e pagamentos brutos são divulgadas.

( ) O Método Direto, segundo o qual o lucro líquido ou o prejuízo é ajustado pelos efeitos de quaisquer deferimentos ou outras apropriações por competência sobre recebimentos ou pagamentos operacionais passados ou futuros.

( ) O Método Direto, segundo o qual o lucro líquido ou prejuízo é ajustado pelos efeitos de itens de receita ou despesa associados com fl uxos de caixa das atividades de investimento ou de fi nanciamento.

a) V,V,F

b) V,V,V

c) F,V,V

d) F,F,F

e) F,F,V

3) (Curso Cathedra/2008) De acordo com a Demonstração do Fluxo de Caixa, analise as afi rmativas a seguir:

I. A integralização do capital social da entidade, em dinheiro, corresponde a um fl uxo de caixa gerado pela atividade de fi nanciamento.

II. O pagamento de dividendos, em dinheiro, corresponde a um fl uxo de caixa gerado pela atividade de fi nanciamento.

III. O recebimento do dinheiro da venda do imobilizado corresponde a um fl uxo de caixa gerado pela atividade de investimento.

Assinale:

a) Somente a afi rmativa I está correta.

b) Somente a afi rmativa II está correta.

c) Somente a afi rmativa III está correta.

d) Afi rmativas I e III estão corretas.

e) Todas as afi rmativas estão corretas.

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a4) (Curso Cathedra/2008) De acordo com a Demonstração do Fluxo de Caixa, pelo método INDIRETO, analise as afi rmativas a seguir a respeito da apuração do fl uxo de caixa da Atividade Operacional:

I. É necessário somar ao Lucro Líquido do período o saldo da conta Depreciação Acumulada (conta retifi cadora do imobilizado).

II. É necessário somar ao lucro ajustado do período o aumento do saldo da conta Estoques de Mercadorias.

III. É necessário somar ao lucro ajustado do período o aumento do saldo da conta Fornecedores a Pagar.

Assinale:

a) Somente a afi rmativa I está correta.

b) Somente a afi rmativa II está correta.

c) Somente a afi rmativa III está correta.

d) Afi rmativas I e III estão corretas.

e) Todas as afi rmativas estão corretas.

5) (FGV/TCM/PA/2008) De acordo com a Resolução CFC 1125/2008, avalie as afi rmativas a seguir:

I. A entidade pode escolher, livremente, se elaborará a DFC pelo método Direto ou Indireto.

II. Se escolher a DFC pelo método direto, é necessário evidenciar, adicionalmente, a conciliação entre o lucro líquido e o fl uxo de caixa líquido das atividades operacionais.

III. A entidade pode escolher, livremente, se evidenciará o pagamento de juros sobre o fi nanciamento como caixa consumido pela atividade operacional ou pela atividade de fi nanciamento.

Assinale:

a) Somente a afi rmativa I está correta.

b) Somente a afi rmativa II está correta.

c) Somente a afi rmativa III está correta.

d) Afi rmativas I e III estão corretas.

e) Todas as afi rmativas estão corretas.

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a 6) Com suas palavras, sintetize os benefícios da Demonstração do Fluxo de Caixa:

7) Relacione as principais transações que afetam o caixa da entidade:

8) A Demonstração do Fluxo de Caixa apresenta os fl uxos de caixa do período classifi cados por atividades operacionais, de investimento e de fi nanciamento. Exemplifi que-as:

9) Diferencie os métodos direto e indireto da Demonstração do Fluxo de Caixa:

10) Com a obrigatoriedade da Demonstração do Fluxo de Caixa imposta pela Lei nº 11.638/07, esta demonstração torna-se um importante relatório para a tomada de decisões gerenciais. Por quê?

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6 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

Simone Loureiro Brum Imperatore

A Lei nº 11.638/07 introduziu para todas as companhias abertas a obrigatoriedade da elaboração e divulgação da Demonstração do Valor Adicionado. Referida demonstração evidencia quanto de riqueza uma entidade produziu, ou seja, quanto ela adicionou aos seus fatores de produção e de que forma esta riqueza foi distribuída (entre empregados, governo, acionistas, financiadores de capital).

Segundo Marion (2009, p.58), “O Valor Adicionado é calculado subtraindo-se da Receita Operacional os custos dos recursos adquiridos de terceiros (compras de matérias-prima, mercadorias, embalagens, energia elétrica, terceirização da produção) utilizados no processo operacional. Esse primeiro valor calculado poderia ser chamado de Valor Adicionado Bruto”. O mesmo autor salienta que, na sequência, subtrai-se a depreciação, gerando o chamado Valor Adicionado Líquido.

Esse resultado corresponde à riqueza gerada, efetivamente, pela entidade. Outros acréscimos e reduções deveriam ser destacados: receita financeira, dividendos, outras despesas operacionais, etc. A esse resultado chamamos Valor Adicionado. Saliente-se que para os investidores e outros usuários essa demonstração proporciona o conhecimento de informações de natureza econômica e social e oferece a possibilidade de melhor avaliação das atividades da entidade dentro da sociedade na qual está inserida.

Segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2010), através do Pronunciamento Técnico CPC 09,

A DVA está fundamentada em conceitos macroeconômicos, buscando apresentar, eliminados os valores que representam dupla-contagem, a parcela de contribuição que a entidade tem na

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a formação do Produto Interno Bruto (PIB). Essa demonstração apresenta o quanto a entidade agrega de valor aos insumos adquiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos durante determinado período.

Em termos gerais, a DVA contempla as mesmas informações apresentadas da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), mas numa segregação diferente, voltada para uma magnitude mais social das entidades, principalmente no que se refere à distribuição da riqueza gerada. A demonstração apresenta separadamente a parcela que se destina à remuneração de cada público que contribuiu para sua formação:

• empregados/colaboradores: remuneração pela força de trabalho (incluindo encargos);

• fi nanciadores: remuneração pelos recursos emprestados;

• governo: remuneração pela estrutura social, política e econômica que gera condições de operações no meio ambiente (impostos, taxas e contribuições);

• acionistas: remuneração pelo capital investido na empresa (além dos juros sobre capital próprio e lucros retidos).

6.1 Modelo de Demonstração do Valor AdicionadoO Quadro 13 apresenta o modelo da Demonstração do Valor Adicionado apresentado pelo CRCRS).

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aQuadro 13 – Modelo da Demonstração do Valor Adicionado.

Fonte: CRCRS, 2009, p.51.

A participação dos trabalhadores no valor adicionado compreende todos os gastos com pessoal, em contrapartida ao trabalho realizado no período. Assim, deve conter os pagamentos feitos diretamente aos empregados, como, por exemplo, os salários, as contribuições de seguridade ou sociais, e quaisquer outras vantagens oferecidas por conta da participação na atividade produtiva da companhia.

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a Apesar de o governo não ser considerado um dos fatores diretos de produção, ele também participa na criação de riqueza para a entidade, pois apoia suas atividades produtivas por meio de investimentos em infraestrutura, incentivos fiscais e subvenções. Os tributos (impostos, taxas e contribuições) pagos ou devidos pela companhia representam, na riqueza gerada, a remuneração devida ao Estado por seu apoio para que a empresa tenha condições de realizar suas atividades em seu ambiente e para a manutenção da estrutura social organizada.

Contudo, somente os impostos associados ao lucro obtido e outros tributos que tenham relação direta com a atividade principal da empresa deveriam ser computados neste agrupamento, e, para uma melhor evidenciação, o ideal seria especificar os impostos conforme suas competências, segundo a unidade federativa que os originou, por exemplo, da União, do estado ou do município, ou, ainda, de um país estrangeiro – quando o pagamento do imposto é feito fora das fronteiras, pela qual a empresa realiza suas atividades.

A remuneração dos credores e financiadores, por sua vez, representa os pagamentos a terceiros, sob a forma de custo financeiro (juros), por conta das captações de capital externo destinadas à manutenção e aos investimentos. São excluídos deste agrupamento os gastos financeiros relativos a comissões ou outras despesas bancárias similares, por representarem despesas consideradas intermediárias.

Na rubrica remuneração dos sócios ou acionistas apresenta-se a parcela do lucro destinada àqueles que aplicaram os recursos próprios, reembolsados sob a forma de pagamento de dividendos ou juros sobre o capital próprio, por conta das capitalizações realizadas na entidade. Algumas empresas costumam apresentar, neste agrupamento, também os lucros retidos, por entenderem que a totalidade dos lucros da companhia pertence a seus acionistas.

Saliente-se que os reinvestimentos correspondem ao lucro retido pela empresa para sustentar seu autofinanciamento. Uma parte desta riqueza foi direcionada para a constituição das reservas, segundo a legislação societária e a deliberação da assembleia, e a outra parcela está embutida na depreciação calculada com base na estimativa de vida útil econômica dos ativos que a companhia está utilizando em suas atividades operacionais (na verdade, essa distribuição do valor adicionado tem por fim manter a capacidade física da empresa para realizar seu papel na geração de novas riquezas).

6.2 Instruções de preenchimento da DVAA seguir, relacionamos o passo a passo de preenchimento da Demonstração do Valor Adicionado.

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aConforme estabelece a NBC T 3.7, no grupo de receita bruta e outras receitas, devem ser apresentados os seguintes valores:

a) as vendas de mercadorias, produtos e serviços, incluindo os valores dos tributos incidentes sobre essas receitas, ou seja, o valor correspondente à receita bruta, deduzidas as devoluções, os abatimentos incondicionais e os cancelamentos;

b) as outras receitas decorrentes das atividades-fi m não constantes da letra “a” deste item;

c) os valores relativos à constituição (reversão) de provisão para créditos duvidosos;

d) os resultados não decorrentes das atividades-fi m, como: ganhos ou perdas na baixa de imobilizado, investimentos, etc.

No grupo de insumos adquiridos de terceiros, devem ser apresentados:

a) materiais consumidos incluídos no custo dos produtos, mercadorias e serviços vendidos;

b) demais custos dos produtos, mercadorias e serviços vendidos, exceto gastos com pessoal próprio e depreciações, amortizações e exaustões;

c) despesas operacionais incorridas com terceiros, tais como: materiais de consumo, telefone, água, serviços de terceiros, energia;

d) valores relativos a perdas de ativos, como perdas na realização de estoques ou investimentos, etc.;

e) nos valores constantes dos itens “a”, “b” e “c” anteriores devem ser considerados todos os tributos incluídos na aquisição, recuperáveis ou não.

Os valores retidos pela entidade são representados pela depreciação, amortização e exaustão registrados no período.

Os valores adicionados recebidos (dados) em transferência a outras entidades correspondem:

a) ao resultado positivo ou negativo de equivalência patrimonial;

b) aos valores registrados como dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo;

c) aos valores registrados como receitas financeiras, relativos a quaisquer operações com instituições fi nanceiras, entidades do grupo ou terceiros, exceto para entidades fi nanceiras; e

d) aos valores registrados como receitas de aluguéis ou royalties, quando se tratar de entidade que não tenha como objeto essa atividade.

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a No componente relativo à distribuição do valor adicionado, devem constar:

a) colaboradores – devem ser incluídos salários, férias, 13º salário, FGTS, seguro de acidentes de trabalho, assistência médica, alimentação, transporte, etc., apropriados ao custo do produto ou ao serviço vendido ou ao resultado do período, exceto os encargos com o INSS, SESI, SESC, SENAI, SENAT, SENAC, e outros assemelhados. Fazem parte desse conjunto, também, os valores representativos de comissões, gratifi cações, participações, planos privados de aposentadoria e pensão, seguro de vida e acidentes pessoais;

b) governo – devem ser incluídos impostos, taxas e contribuições, inclusive as contribuições devidas ao INSS, SESI, SESC, SENAI, SENAT, SENAC e outros assemelhados, Imposto de Renda, contribuição social, ISS, todos os demais tributos, taxas e contribuições. Os valores relativos ao ICMS, ao IPI, ao PIS, à COFINS e outros assemelhados, devem ser considerados aqueles devidos ou já recolhidos aos cofres públicos, representando a diferença entre os impostos incidentes sobre as vendas e os valores considerados dentro do item “Insumos adquiridos de terceiros”. Como os tributos são, normalmente, contabilizados no resultado como se devidos fossem, e os incentivos fi scais, quando reconhecidos em conta de reserva no Patrimônio Líquido, os tributos que não forem pagos em decorrência de incentivos fi scais devem ser apresentados na Demonstração do Valor Adicionado como item redutor do grupo de tributos;

c) agentes fi nanciadores – devem ser consideradas, neste componente, as despesas fi nanceiras relativas a quaisquer tipos de empréstimos e fi nanciamentos com instituições fi nanceiras, entidades do grupo ou outras e os aluguéis (incluindo os custos e despesas com leasing) pagos ou creditados a terceiros (exceto para entidades fi nanceiras que devem observar normatização específi ca);

d) acionistas – incluem os valores pagos ou creditados aos acionistas, a título de juros sobre o capital próprio ou dividendos. Os juros sobre o capital próprio, apropriados ou transferidos para contas de reservas no Patrimônio Líquido, devem constar do item “Lucros retidos”;

e) participação dos minoritários nos “Lucros retidos” – deve ser incluído neste componente, aplicáveis às demonstrações contábeis consolidadas, o valor da participação minoritária apurada no resultado do exercício, antes do resultado consolidado;

f) retenção de lucro – deve ser indicado neste componente o lucro do período destinado às reservas de lucros e eventuais parcelas ainda sem destinação específi ca.

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aPonto finalA Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é o informe contábil que evidencia, de forma sintética, os valores correspondentes à formação da riqueza gerada pela empresa em determinado período e sua respectiva distribuição. Saliente-se que a riqueza gerada pela empresa, medida no conceito de valor adicionado, é calculada a partir da diferença entre o valor de sua produção e o dos bens e serviços produzidos por terceiros utilizados no processo de produção da empresa.

Segundo Zanluca (2010),

A utilização do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da seguinte forma:

1) como índice de avaliação do desempenho na geração da riqueza, ao medir a eficiência da empresa na utilização dos fatores de produção, comparando o valor das saídas com o valor das entradas; e

2) como índice de avaliação do desempenho social na medida em que demonstra, na distribuição da riqueza gerada, a participação dos empregados, do governo, dos agentes financiadores e dos acionistas.

Atividades1) Em relação à Demonstração do Valor Adicionado, é CORRETO afi rmar que:

a) Seu objetivo é evidenciar tanto a geração do valor econômico agregado pelos produtos e serviços oferecidos pela empresa como a sua distribuição.

b) A Lei nº 11.638/07 dispensou as S.A. da publicação da Demonstração do Valor Adicionado.

c) Evidencia as modifi cações que deram origem às variações do Capital Circulante Líquido.

d) Evidencia a formação do lucro da entidade.

e) Evidencia o patrimônio e suas variações.

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a 2) Em relação à Demonstração do Valor Adicionado, é INCORRETO afi rmar que:

a) O valor adicionado demonstra a efetiva contribuição da empresa, dentro de uma visão global de desempenho, para a geração de riqueza da economia na qual está inserida, sendo resultado do esforço conjugado de todos os seus fatores de produção.

b) A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é o informe contábil que evidencia, de forma sintética, os valores correspondentes à formação da riqueza gerada pela empresa em determinado período e sua respectiva distribuição.

c) Constitui importante ferramenta gerencial do desempenho da entidade na geração de riqueza e no seu desempenho social, sendo sua publicação obrigatória para todas as empresas.

d) A Demonstração do Valor Adicionado, que também pode integrar o Balanço Social, constitui uma importante fonte de informações à medida que apresenta esse conjunto de elementos que permitem a análise do desempenho econômico da empresa, evidenciando a geração de riqueza, assim como dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza.

e) A DVA complementa as informações apresentadas pela DRE, voltada para uma magnitude mais social das entidades, principalmente no que se refere à distribuição da riqueza gerada.

3) De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade e conforme o Pronunciamento Técnico CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, constantes na Deliberação CVM 557/2008 e na Resolução CFC 1.138/2008, atribua letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta:

( ) Valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Inclui, também, o valo adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade.

( ) Valor adicionado recebido em transferência representa a riqueza que não tenha sido criada pela própria entidade, e sim por terceiros, e que a ela é transferida, como, por exemplo, dividendos, aluguel, royalties, etc. Precisa fi car destacado, inclusive para evitar dupla contagem em certas agregações.

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a( ) A segunda parte da DVA deve apresentar de forma detalhada como a riqueza obtida pela entidade foi distribuída. Um dos principais componentes dessa distribuição são os gastos com pessoal – valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de remuneração direta.

a) V,V,F

b) F,V,V

c) V,V,V

d) F,V,F

e) F,F,V

4) A legislação societária estabelece que:

I. As Demonstrações do Valor Adicionado e das Mutações do Patrimônio Líquido são obrigatórias para todas as sociedades anônimas, sejam abertas ou fechadas.

II. As demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas para o esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.

III. A apresentação da Demonstração do Fluxo de Caixa não é obrigatória para as Cias. Fechadas com Patrimônio Líquido, na data do balanço, inferior a dois milhões de reais.

Está correto o que se afi rma em:

a) I

b) I e II

c) I e III

d) II

e) II e III

5) Acerca da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), julgue as afi rmativas a seguir:

I. O valor dos insumos adquiridos de terceiros, tais como materiais, energia elétrica e água, deve ser apresentado na DVA pelo valor total (sem dedução de PIS, COFINS e outros tributos).

II. As despesas com funcionários fazem parte da distribuição do valor agregado, e o valor da receita, considerado para elaboração da DVA, deve ser idêntico ao do faturamento bruto divulgado na DRE.

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a III. O valor adicionado bruto é calculado subtraindo-se da receita operacional os custos dos recursos adquiridos de terceiros utilizados no processo operacional, e, na sequência, deduz-se a depreciação e obtém-se o valor adicionado líquido.

IV. A DVA contempla as mesmas informações apresentadas na DRE, voltada para o resultado econômico da entidade somente.

a) F,V,V,F

b) V,V,V,F

c) F,F,V,V

d) F,V,V,F

e) Todas as alternativas são verdadeiras.

6) Em relação à DVA é correto afi rmar:

a) A DVA deve ser consistente com a DRE e conciliada em registros auxiliares mantidos pela entidade.

b) No item relativo à distribuição do valor adicionado, devem constar apenas os valores pagos aos acionistas, a título de juros sobre capital próprio ou dividendos.

c) Como são demonstrações de publicação opcional, não estão sujeitas à revisão de auditoria, como aquelas que são de caráter obrigatório, mesmo que a entidade seja uma Cia. Aberta.

d) As informações contábeis contidas na DVA são de responsabilidade técnica do Conselho de Administração da empresa.

e) Nos valores dos materiais consumidos e incluído o custo dos produtos, devem ser considerados na aquisição apenas os tributos recuperáveis.

7) De acordo com a DVA, analise as afi rmativas a seguir:

I. A depreciação reconhecida no período corresponde a uma retenção do valor adicionado.

II. A remuneração paga (devida ou creditada) a autônomos corresponde a uma distribuição de valor para a sociedade.

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aIII. Os juros recebidos das aplicações fi nanceiras (receitas fi nanceiras na DRE) correspondem a um abatimento dos juros e aluguéis evidenciados na DVA como distribuição do valor adicionado a terceiros e a investidores.

a) Somente a afi rmativa I está correta.

b) Somente a afi rmativa II está correta.

c) Somente a afi rmativa III está correta.

d) As afi rmativas I e III estão corretas.

e) Todas as afi rmativas estão corretas.

8) Evidenciará quanto de riqueza a entidade produziu, ou seja, quanto ela adicionou aos seus fatores de produção e de que forma esta riqueza foi distribuída (entre empregados, fi nanciadores do capital, governo, acionistas):

a) Do Fluxo de Caixa.

b) Do Balanço Patrimonial.

c) De Resultado do Exercício.

d) Das Mutações do Patrimônio Líquido.

e) Do Valor Adicionado.

9) De que forma a DVA pode ser utilizada como ferramenta gerencial?

10) Qual a importância da DVA para os gestores e para a geração de valor para a empresa?

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7 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕESFINANCEIRAS

Simone Loureiro Brum Imperatore

A Análise das Demonstrações Financeiras é a técnica contábil que consiste na decomposição, comparação e avaliação das Demonstrações Financeiras. As demonstrações objeto de análise são Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (ou das Mutações do Patrimônio Líquido), Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado. Cabe ressaltar a ênfase da análise sobre o Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício, consideradas as duas demonstrações contábeis mais importantes.

A Análise das Demonstrações Financeiras não é exigida por lei, decorre da necessidade do detalhamento de informações acerca do patrimônio e suas variações; do processo de formação de resultados; da capacidade de pagamento da entidade. Os processos mais utilizados na Análise das Demonstrações Financeiras são:

a) Análise Vertical;

b) Análise Horizontal; e

c) Análise por Quocientes ou Indicadores.

Neste capítulo estudaremos as análises vertical e horizontal. Antes, porém, vejamos a etapas do processo de análise.

7.1 Etapas do processo de Análise das Demonstrações FinanceirasSegundo Matarazzo (2008), para o contador a preocupação básica são os registros das operações e a elaboração das Demonstrações Financeiras. O analista de

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a balanços preocupa-se com a transformação das Demonstrações Financeiras em informações:

• situação fi nanceira;

• situação econômica;

• desempenho;

• pontos fortes e fracos;

• tendências e perspectivas;

• avaliação de alternativas econômico-fi nanceiras futuras.

Saliente-se que a Análise das Demonstrações Financeiras é tão antiga quanto a própria Contabilidade, todavia, é no final do século XIX que observamos os banqueiros norte-americanos solicitando as demonstrações às empresas que desejavam contrair empréstimos. À época a demonstração comumente solicitada era o Balanço Patrimonial, daí a expressão “Análise de Balanços”, expressão tradicionalmente utilizada até nossos dias, apesar de, hoje, a análise ampliar-se a todas as demais demonstrações.

Iudícibus (2009, p.5) caracteriza a análise de balanços com a “arte de saber extrair relações úteis para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso”. O mesmo autor salienta (p.6):

Depreende-se que a análise de balanços tem valor somente na medida em que o analista:

• estabeleça uma tendência (uma série histórica) dentro da própria empresa;

• compare os índices e relacionamentos realmente obtidos com os mesmos índices e relacionamentos expressos em termos de metas;

• compare os índices e relacionamentos com os da concorrência, com outras empresas de amplitude nacional ou internacional.

Azevedo (2009, p.17) complementa:

A análise dos demonstrativos contábeis é o exame de laboratório da saúde econômica, financeira e patrimonial da sociedade. É um diagnóstico bem-estruturado da situação do patrimônio. É uma maneira de transformar os dados das peças contábeis em valores relativos, tornando-os mais fáceis de serem comparados com outras empresas ou mesmo com o mercado.

Sá (2009) apresenta algumas das aplicações (utilidades) da análise de balanços:

• concessão de créditos para se vender a prazo: serviços, mercadorias ou produtos;

• concessão de empréstimos;

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a• locação e arrendamento de bens;

• investimentos em outras empresas;.

• aplicação em título do mercado de capitais e bolsas de valores;

• controles internos administrativos;

• previsões e estudos de probabilidades de situações patrimoniais;

• procedimentos de auditoria;

• controle de preços;

• ampliação de linhas de produção, abertura de fi liais e frentes de serviços;

• cisão, fusão, incorporação e liquidação de empresas;

• perícias judiciais;

• pesquisas científi cas.

De posse das Demonstrações Financeiras, o analista irá decompô-las através do exame minucioso de cada uma das contas que compõem essas demonstrações, padronizando-as para facilitar o processo de análise. Na sequência, fará a análise vertical e horizontal, além do cálculo dos indicadores, interpretará as análises realizadas e elaborará um relatório apresentando suas conclusões.

7.2 Exame e padronização das Demonstrações FinanceirasA padronização das Demonstrações Financeiras para fins de análise é importante tendo em vista que as demonstrações publicadas pelas entidades contêm um número excessivo de contas. O processo de sintetização, portanto, facilita o trabalho do analista. As contas normalmente “ajustadas” são:

a) duplicadas descontadas (saldo a ser reclassificado para o Passivo Circulante);

b) despesas do Exercício Seguinte (ou despesas antecipadas) devem ser deduzidas do Patrimônio Líquido;

c) contas retificadoras (provisão para devedores duvidosos, depreciação, amortização, exaustão, prejuízos acumulados, capital a integralizar e ações em tesouraria) devem ajustar os saldos das contas principais, apresentando seus saldos líquidos;

d) contas do Ativo e Passivo Circulante devem ser reclassifi cadas em operacionais e fi nanceiras (dívidas onerosas);

e) extrai-se, ainda, o total do Ativo Circulante, do Ativo Não Circulante, do Passivo Circulante, do Passivo Não Circulante, do Patrimônio Líquido, das vendas líquidas, etc.

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a Na sequência, calcula-se e interpreta-se os indicadores (os quais estudaremos no capítulo 8), estudo que consiste na comparação entre grupos de elementos das Demonstrações Financeiras por meio de índices, objetivando o conhecimento da relação entre cada um dos grupos do conjunto.

Complementarmente, comparamos os indicadores da entidade com os chamados índices-padrão. O objetivo dos índices-padrão é servir de base de comparação entre empresas que operam no mesmo ramo de atividade. Desde 1974, a revista Exame tem contribuído sensivelmente com indicadores das 500 maiores empresas do Brasil, por meio da edição “Melhores e Maiores” publicada anualmente.

O processo de análise das Demonstrações Financeiras tem continuidade com as análises vertical e horizontal. A análise vertical consiste na determinação da porcentagem de cada conta ou grupo de contas em relação ao seu conjunto. A análise horizontal, por sua vez, é feita entre componentes do conjunto em vários exercícios (de 3 a 5, normalmente), objetivando a avaliação do desempenho de cada conta ou grupo de contas ao longo dos períodos analisados.

Finalmente, interpreta-se conjuntamente indicadores e análises vertical/horizontal, sintetizando-se as análises realizadas de forma sistêmica e apresentando as conclusões da análise em forma de relatórios. Para elaborar um relatório de análise da melhor maneira possível, alguns pontos devem ser considerados:

a) o relatório de análise deve ser elaborado em linguagem inteligível para leigos, ainda que alguns usuários possuam conhecimentos de contabilidade. Não devem apresentar dados como indicadores (ou coefi cientes), os quais devem ser traduzidos em informações;

b) os relatórios de análise podem conter muitas ou poucas informações, conforme a necessidade do usuário. Em geral, o relatório de análise deve apresentar informações de natureza econômico-financeira da empresa e sobre seu desempenho ao longo dos períodos analisados, bem como as tendências para o futuro. Devem ser esclarecidas as causas que proporcionaram o grau de endividamento, liquidez e rentabilidade encontrados, sejam eles positivos ou negativos;

c) relatório breve: este relatório envolve apenas os aspectos mais importantes da situação patrimonial, baseando-se na interpretação de quocientes econômicos e fi nanceiros, sendo preferido por bancos, clientes e fornecedores, além de outros usuários. Observe a seguir um modelo de relatório de análise:

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RELATÓRIOApós a análise e interpretação dos indicadores econômicos e financeiros calculados com base no Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa XX, levantados em 31 de dezembro de XX, apresentamos as seguintes informações:

Situação financeira:a) endividamento: a empresa apresenta grau de endividamento satisfatório, uma vez que seus quocientes de estrutura de capitais encontram-se abaixo dos índices-padrão de seu segmento. Isso pode ser comprovado pela preponderância de capitais próprios sobre os capitais de terceiros, pela boa margem existente entre as obrigações de longo prazo e as obrigações de curto prazo e pela não imobilização total dos capitais próprios, revelando liberdade financeira para a tomada de decisões;b) liquidez: em relação à solvência, a empresa encontra-se muito bem estruturada, apresentando solidez financeira que garante o cumprimento de seus compromissos de curto e de longo prazo.

Situação econômica:Rentabilidade: a empresa apresenta situação econômica satisfatória decorrente da boa rentabilidade apresentada.

Situação econômica e financeira:A empresa encontra-se muito bem estruturada sob o ponto de vista econômico e financeiro devido ao baixo grau de endividamento, ao alto grau de liquidez e ao grau de rentabilidade que permite o retorno do capital próprio investido em apenas 2,63 anos, constituindo negócio altamente positivo para aqueles que confiarem na empresa.

Ass.: ___________________________________ (fulano de tal, analista)Anexos ao Relatório de Análise:I- Índices econômico-financeiros;II- Balanço Patrimonial padronizado;III- DRE padronizada

7.3 Leitura e interpretação das demonstrações contábeis: análise vertical e análise horizontalNosso estudo preliminar fez um tour pelas Demonstrações Financeiras obrigatórias para Sociedades Anônimas e Sociedades Limitadas. Agora é o momento de “fazermos a leitura e a interpretação” dessas demonstrações contábeis. Todas as demonstrações contábeis podem ser analisadas, mas a ênfase é dada para o Balanço Patrimonial e o DRE, uma vez que através destas é evidenciada de forma objetiva

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a a situação econômico-financeira da empresa. Diante disso, nosso estudo se voltará às análises de Balanço e DRE.

Cabe salientar: a análise das demonstrações contábeis transforma DADOS em INFORMAÇÕES.

7.3.1 Análise horizontal

De acordo com Iudícibus (2009), a análise horizontal ressalta a variação obtida nos itens do Balanço e das Demonstrações de Resultado. Assaf Neto (2002) define esta análise como uma comparação de diferentes exercícios entre contas ou determinado grupo de contas. Pode ser entendida como uma análise temporal, exposta através de números – índices.

De acordo com Matarazzo (2003), a análise horizontal pode ser desenvolvida com a apresentação das variações de um ano-base para outro – sendo assim, será denominada análise horizontal encadeada – ou em relação ao ano anterior – sendo denominada análise horizontal anual. Em outras palavras, esta análise apresenta a evolução de uma conta ou um grupo específico, analisa e compara os resultados do exercício com os exercícios anteriores.

Uma vez padronizadas as Demonstrações Financeiras, a análise horizontal é facilmente realizada, estabelecendo o ano inicial da série analisada como índice básico 100 e expressando as cifras relativas aos anos posteriores, com relação ao índice básico 100. Basta fazer uma regra de três para encontrar os outros índices.

Por exemplo:

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008

Valores 358.300 425.000 501.000

Índices 100 119 140

Assim, comparando os índices de base 100, o item teve um crescimento de 19% em 2006 para 2007 e de 40% de 2006 para 2008. A análise horizontal, portanto, é quando comparamos valores ou índices de dois ou mais anos. Nossos olhos fixam um sentido horizontal, apreendendo a evolução ou involução de cada item analisado.

Importante:

Se os valores estiverem expressos em valores nominais, o crescimento (ou decréscimo) dos índices expressará porcentagens nominais. Se tais valores

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aestiverem corrigidos monetariamente, então o crescimento ou decréscimo dos itens expressará a evolução real da série analisadaj.

7.3.2 Análise verticalConforme Iudícibus (2009), a análise vertical avalia a estrutura de composição dos itens das demonstrações e a evolução destes nos exercícios. Basicamente, a análise vertical é realizada extraindo-se relações percentuais entre itens pertencentes à mesma Demonstração Financeira. Sua finalidade é dar uma ideia da representatividade de determinado item ou subgrupo de uma demonstração relativa a determinado total ou subtotal tomado como base.

Por exemplo, num Balanço Patrimonial, podemos querer verificar quanto o Ativo Circulante representa em relação ao Ativo Total. Basta dividir o valor do Ativo Circulante pelo Valor do Ativo Total, multiplicar o resultado por 100 e colocar o sinal de percentagem. Assim, consideremos:

Ativo Circulante R$ 101.000

Ativo Total R$ 659.000

Dividindo 101.000/659.000 = 0,1533

0,1533 X 100= 15,33%

Isso significa que o Ativo Circulante representa 15,33% do Ativo Total.

Ressalte-se que a análise vertical pode ser realizada para determinados subitens com relação ao total dos subitens. Por exemplo, poderemos ter o interesse de calcular a representatividade de cada componente principal do Ativo Circulante em relação ao total do Ativo Circulante. Assim, se os estoques estivessem representados por R$ 49.000, diríamos que eles representam cerca de 48,51% do Ativo Circulante (e cerca de 7,44% do Ativo Total). Vamos conferir estes cálculos?

A análise vertical é importante para todas as Demonstrações Financeiras, mas ganha realce especial na DRE, quando poderemos expressar os vários itens componentes da DRE em relação às vendas (brutas ou líquidas) e, dentro das despesas, representar cada uma delas com relação ao total de despesas, por exemplo.

A análise vertical é para um único ano. Nossos olhos fixam num sentido vertical (enquanto na análise horizontal observamos a variação em dois ou mais anos).

j O índice IPCA/IBGE foi instituído inicialmente com a finalidade de corrigir as Demonstrações Financeiras das companhias abertas, porém hoje se utiliza o IGPM ou índice aderente à atividade da empresa, por exemplo, as demonstrações de uma construtora podem ser atualizadas monetariamente pelo INCC – Índice Nacional da Construção Civil.

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a Ponto finalA análise horizontal é realizada a partir de um conjunto de balanços e demonstrações de resultados consecutivos. Para cada elemento desses demonstrativos são calculados números-índices, cuja base é correspondente ao valor mais antigo da série. Desse modo, vemos a evolução de cada elemento patrimonial e de resultados ao longo de diversos períodos sucessivos. Contudo, a análise horizontal nos mostra a evolução no tempo de cada elemento específico.

No balanço, a análise vertical fornece indicadores que facilitam a avaliação da estrutura do ativo (como os recursos estão sendo aplicados) e da suas fontes de financiamento. Esses indicadores correspondem às participações percentuais dos saldos das contas e dos grupos patrimoniais sobre o total do Ativo (ou do Passivo + Patrimônio Líquido). Na DRE, a análise vertical indica o percentual de cada um dos itens de formação do resultado em relação à receita líquida.

As análises estudadas prestam-se ao estudo de tendências da empresa e, associadas aos índices (que estudaremos no próximo capítulo), propiciam uma análise sistêmica da empresa.

Atividades1) São processos/técnicas de Análise das Demonstrações Contábeis:

a) Exame, padronização e elaboração de demonstrações contábeis.

b) Análise por quocientes, análise vertical e análise horizontal.

c) Comparação com padrões, elaboração de relatórios e apuração de resultados.

d) Análise horizontal/vertical e elaboração das Demonstrações Financeiras.

e) Escrituração, Demonstrações Financeiras, Análise das Demonstrações Financeiras, Auditoria e Perícia.

2) O processo de análise que consiste no estudo comparativo entre grupos de elementos das Demonstrações Financeiras por meio de índices, objetivando o conhecimento da relação existente entre cada um dos grupos do conjunto, denomina-se:

a) Exame de padronização.

b) Análise por quocientes.

c) Análise vertical.

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ad) Análise horizontal.

e) Nenhuma das alternativas está correta.

3) O processo de análise que consiste na determinação da porcentagem de cada conta ou grupo de contas em relação ao conjunto denomina-se:

a) Exame e Padronização.

b) Análise por quocientes.

c) Análise vertical.

d) Análise horizontal.

e) Índices-padrão.

4) O processo de análise que consiste na comparação entre componentes do conjunto em vários exercícios, através dos números-índices, objetivando a avaliação do desempenho de cada conta ou grupo de contas ao longo dos períodos analisados, denomina-se:

a) Exame e Padronização.

b) Análise por quocientes.

c) Análise vertical.

d) Análise horizontal.

e) Índices-padrão.

5) O processo de análise das Demonstrações Financeiras ou Contábeis que consiste na comparação entre quocientes, coefi cientes e números-índices com os índices-padrão denomina-se:

a) Análise por quocientes.

b) Análise vertical.

c) Análise horizontal.

d) Comparação com padrões.

e) Nenhuma das alternativas está correta.

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a 6) A infl ação é um sério problema que o analista de balanços enfrenta, ao comparar valores de um exercício para outro. A melhor maneira para se sanar este problema é:

a) Corrigir as Demonstrações Financeiras com base em indexadores ofi ciais e ou convertê-las em moeda constante (dólar, por exemplo).

b) Não efetuar qualquer correção, pois o impacto do efeito infl acionário no resultado da análise é mínimo.

c) Suprimir os pequenos saldos, porque não infl uenciam no resultado da análise; definir um percentual aleatório para correção das Demonstrações Financeiras.

d) Defi nir um percentual aleatório para correção das Demonstrações Financeiras.

e) Ignorar o efeito infl acionário.

7) Em relação à análise horizontal, é correto afi rmar:

a) Compara cada um dos elementos do conjunto em relação ao total do conjunto.

b) Evidencia a evolução dos itens das Demonstrações Financeiras ao longo dos tempos.

c) Ressalta a posição do capital próprio no conjunto patrimonial.

d) Evidencia o grau de endividamento da empresa.

e) Não tem importância no processo de análise das demonstrações contábeis.

8) Em relação à análise vertical, é correto afi rmar:

a) Compara cada um dos elementos do conjunto em relação ao total do conjunto.

b) Evidencia a evolução dos itens das Demonstrações Financeiras ao longo dos tempos.

c) Ressalta a posição do capital próprio no conjunto patrimonial.

d) Evidencia o grau de endividamento da empresa.

e) Não tem importância no processo de análise das demonstrações contábeis.

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a9) A principal fi nalidade da análise horizontal é:

a) Determinar a evolução dos elementos das demonstrações contábeis e caracterizar tendências.

b) Determinar a relação de uma conta com o todo de que faz parte.

c) Determinar os quocientes de liquidez, endividamento, rotatividade e rentabilidade.

d) Determinar índices-padrão de crescimento das contas do balanço.

e) Nenhuma das alternativas está correta.

10) (Adaptada de UFPA/Infraero/Contador 2004). A análise vertical do Passivo da Cia. Beta é apresentada a seguir:

Passivo Análise Vertical

Circulante

Fornecedores 28

Empréstimos Bancários 3

Outras Obrigações 13

Exigível a Longo Prazo

Financiamentos 16

Patrimônio Líquido

Capital Social 32

Reservas de Lucros 8

Total do Passivo 100

Considerando essas informações, NÃO é correto afi rmar que:

a) Os capitais próprios representam 40% do Passivo Total.

b) Os principais componentes dos capitais de terceiros é a conta Fornecedores, que representa 28% do Passivo Total.

c) Os empréstimos de curto prazo são pouco expressivos em relação ao total do endividamento.

d) Os capitais de terceiros representam 44% do Passivo Total.

e) 16% do Passivo Total referem-se a dívidas de longo prazo.

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8 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕESFINANCEIRAS ATRAVÉS DE INDICADORES

Simone Loureiro Brum Imperatore

A análise das demonstrações contábeis encontra seu ponto mais importante no cálculo e avaliação do significado dos quocientes (índices), relacionando, principalmente, itens e grupos do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. A seguir, estudaremos as formas de cálculo e o significado de cada um dos principais índices.

É sempre bom lembrar que é necessário que os índices financeiros sejam calculados após “ajustes” (reclassificação) das Demonstrações Financeiras procedida pelo analista.

Conforme Matarazzo (2003), é necessário efetuar a análise da situação financeira separadamente da situação econômica; no momento seguinte, juntam-se as conclusões dessas duas análises. Os índices da situação financeira são divididos em índices de estrutura de capitais e índices de liquidez e o da situação econômica é o índice de rentabilidade.

8.1 Conceito de índice ou quocienteSegundo Morante (2009, p.28), “Índice é uma relação entre duas grandezas, que expressa o resultado da divisão de valores que compõem o patrimônio, se considerarmos exclusivamente o objetivo deste trabalho”.

Iudícibus (2009, p.92) salienta: “O uso de quocientes tem como finalidade principal permitir ao analista extrair tendências e comparar os quocientes com os padrões estabelecidos. A finalidade da análise é, mais do que retratar o que aconteceu no passado, fornecer bases para inferir o que poderá acontecer no futuro”.

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a Matarazzo (2008, p.148) complementa: “Os índices servem de medida dos diversos aspectos econômicos e financeiros das empresas. Assim como um médico usa certos indicadores, como pressão e temperatura, para elaborar o quadro clínico do paciente, os índices financeiros permitem construir um quadro de avaliação da empresa”.

8.2 Índices econômico-financeirosPode-se subdividir a Análise das Demonstrações Financeiras em análise da situação financeira e análise da situação econômica. Inicialmente, analisa-se a situação financeira (estrutura e liquidez) e a situação econômica (rentabilidade); na sequência, juntam-se as duas avaliações.

O Quadro 14 apresenta o resumo dos índices de avaliação das Demonstrações Financeiras.

Quadro 14 – Índices de avaliação das demonstrações contábeis.

ÍNDICES DE AVALIAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Índices da análise financeira: estes índices verificam a capacidade de pagamento da empresa. Esta análise é feita somente através do Balanço Patrimonial. A palavra financeiro refere-se a dinheiro, apresenta a situação da conta caixa, as movimentações desta rubrica. Pode também apresentar o sentido amplo, analisando neste caso o Capital Circulante Líquido.

Índices de liquidez: os índices apresentados neste tópico são extraídos do relacionamento entre as contas do Balanço que apresentam uma situação estática de liquidez.

Quociente de liquidez imediata: apresenta a disponibilidade imediata de capital para a quitação das dívidas a curto prazo, evidencia as condições que a empresa possui para liquidar suas dívidas do curto prazo apenas com os recursos de suas disponibilidades.

Disponibilidades Passivo Circulante

Quociente de liquidez corrente: apresenta de quanto a empresa dispõe em reais imediatamente para serem convertidos em curto prazo em dinheiro, relacionando as dívidas de curto prazo. É a capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo.

Ativo Circulante Passivo Circulante

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ÍNDICES DE AVALIAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Quociente de liquidez seca: avalia conservadoramente a liquidez da empresa, considerando a alta rotatividade dos estoques. Este índice indica a capacidade de pagamento para saldar as obrigações de curto prazo, desconsiderando-se a realização de estoques.

Ativo Circulante – Estoque Passivo Circulante

Quociente de liquidez geral: este quociente avalia a saúde financeira, considerando a liquidez, de longo prazo da empresa, indica a capacidade que a empresa tem de pagar todos os seus compromissos, tanto os de curto prazo como os de longo prazo.

Ativo Circulante + Ativo Não Circulante Passivo Circulante + Passivo Não Circulante

Quocientes de endividamento: eles têm o objetivo de reproduzir a posição do capital próprio da empresa com relação ao capital de terceiros. É apresentado o grau de dependência da organização do capital de terceiros.

Quociente de participação de capitais de terceiros sobre os recursos totais: o índice representa a porcentagem que o endividamento está representado sobre o Passivo e o Patrimônio Líquido.

Exigível Total Exigível Total + PL

Quocientes de capitais de terceiros e capitais próprios: é outro índice que avalia a dependência de recursos de terceiros. Este índice é chamado de grau de endividamento e significa o percentual de capital de terceiros (recursos de terceiros) em relação aos capitais próprios (Patrimônio Líquido).

Exigível Total Patrimônio Líquido

Quociente de participação das dívidas de curto prazo sobre o endividamento total: representa a formação do endividamento total e apresenta a parcela que vence do curto prazo com relação ao endividamento total. A composição do endividamento é apresentada por este índice, que mostra o impacto das obrigações de curto prazo (circulante) em relação ao total de capitais de terceiros.

Passivo CirculanteExigível Total

Grau de imobilização do capital próprio: permite a visualização do quanto do Patrimônio Líquido está aplicado no ativo não circulante imobilizado. O cálculo é expresso em %.

Ativo Não Circulante Imobilizado Patrimônio Líquido( (

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ÍNDICES DE AVALIAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Grau de Imobilização de Recursos Permanentes: é utilizado para evidenciar quanto de recursos permanentes (não correntes ou não circulantes) foi investido no ativo não circulante.

Ativo Não Circulante – Realizável ao Longo PrazoPatrimônio Líquido

ÍNDICES DA ANÁLISE ECONÔMICA: a análise econômica apresenta a lucratividade da empresa. No sentido estático, refere-se ao Patrimônio Líquido, o lucro ou o prejuízo modifica o Patrimônio Líquido sem alterar a disponibilidade de dinheiro.

ÍNDICES DE RENTABILIDADE: nos índices de rentabilidade, o lucro é comparado com o Ativo e com o Patrimônio Líquido, mas para a análise evidenciar índices condizentes é necessário que os valores que correspondem ao lucro sejam coerentes aos valores do Ativo ou do Patrimônio Líquido. Quando for utilizado o lucro líquido no numerador, é imprescindível a utilização do ativo total no denominador, ou quando lucro operacional com ativo operacional.

Retorno sobre o ativo: o resultado deste índice mostra o tempo que levará para a empresa obter o retorno do investimento executado. A taxa de retorno sobre o ativo apresenta a lucratividade obtida pela empresa com a utilização dos investimentos do empreendimento, significa o tempo de retorno do investimento, levando em consideração que o faturamento, o lucro e o investimento permaneçam constantes.

Lucro Líquido Ativo Total

Retorno sobre o patrimônio líquido (TRPL): o índice resulta no tempo que os proprietários levaram para recuperar seus investimentos; ele evidencia a capacidade da geração de lucro do capital próprio.

Lucro Líquido Patrimônio Líquido

Margem de lucro sobre as vendas: compara o lucro com as vendas líquidas.

Lucro Líquido Vendas Líquidas

Retorno sobre o investimento: é considerado o mais importante quociente individual de toda a análise de balanços para a administração (também conhecido como ROA = Return On Asset).

Margem Líquida X Giro do Ativo Total

Fonte: adaptado de Marion, 2002.

Os índices de liquidez e endividamento englobam o relacionamento das contas do Balanço Patrimonial que refletem a situação estática de liquidez (saúde financeira) ou entre fontes diferenciadas de capital (estrutura de capitais). No grupo de

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aindicadores de rentabilidade, por sua vez, são apresentadas as fórmulas de cálculo da rentabilidade dos capitais que foram investidos na empresa.

8.2 Índices de rotatividade ou atividadeAlém dos quocientes de liquidez, rentabilidade e endividamento, temos os QUOCIENTES DE ROTATIVIDADE ou ATIVIDADE, conforme apresentados no Quadro 15.

Quadro 15 – Índices de rotatividade.

ÍNDICES DE ROTATIVIDADE: esses quocientes, que consideramos de grande relevância para a análise de crédito, expressam a velocidade com que determinados elementos patrimoniais se renovam durante certo período de tempo. Devido à sua natureza, tais quocientes usualmente apresentam seus resultados em dias, meses ou períodos, fracionários ou múltiplos de um ano. A importância de tais quocientes é representada pelo fato de expressarem relacionamentos dinâmicos, que acabam influenciando a posição de liquidez e rentabilidade da empresa.

Prazo médio de recebimento (PMR): indica a média de dias em que as contas (duplicatas, títulos) são recebidas pela empresa. Avalia o tempo entre o faturamento e o recebimento. É útil na avaliação das políticas de crédito e cobrança.

Prazo médio de estoques (PME): exprime o número de dias, em média, em que os estoques ficam armazenados na empresa antes de serem vendidos, ou, ainda, o número de dias em que os estoques são renovados (ou vendidos). Quanto menor o prazo, melhor.

Prazo médio de pagamento (PMP): indica a média de dias em que as contas (duplicatas, títulos) são pagas pela empresa. Avalia o tempo entra a compra e o pagamento. É útil na avaliação das políticas de crédito e cobrança.

Ciclo operacional (CO): indica o intervalo de tempo decorrido entre o momento em que a empresa adquire as matérias-primas ou mercadorias e o momento em que recebe o dinheiro relativo às vendas. Portanto, refere-se ao período (em média) em que os recursos estão investidos nas operações sem que tenham ocorrido as correspondentes entradas de caixa.

CO = PME + PMR

Clientes Receita Líquida( (

X 360

EstoquesCMV( (

X 360

Fornecedores Compras( (

X 360

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Ciclo financeiro (CF): representa, em termos médios, o tempo decorrido entre o instante do pagamento dos fornecedores pelas matérias-primas ou mercadorias adquiridas e o recebimento das vendas efetuadas. Em outras palavras, é o período em que a empresa necessita ou não de financiamento complementar do seu ciclo operacional. A apuração do ciclo financeiro evidencia qual o prazo em que a empresa financia seus clientes com recursos próprios ou de terceiros. Quanto maior for o ciclo financeiro, mais necessidade a empresa tem de obtenção de financiamento complementar para o giro de seus negócios. Se obtido de fontes onerosas, poderá provocar redução da rentabilidade e contribuir para eventual insolvência da empresa.

CF = (PME+PMR) - PMP

Necessidade de capital de giro (NCG):

Fonte: elaborado pela autora.

Os índices de rotatividade são de alta relevância para a análise de crédito, pois expressam a velocidade com que determinados elementos patrimoniais se renovam durante certo período de tempo. Devido à sua natureza, tais índices usualmente apresentam seus resultados em dias, meses ou períodos, fracionários ou múltiplos, de um ano. Segundo Iudícibus e Marion (2006, p.135), “A importância de tais quocientes é representada pelo fato de expressarem relacionamentos dinâmicos que acabam influenciando a posição de liquidez e rentabilidade, mais adiante”.

Importante salientar que não esgotamos os índices existentes, sequer a possibilidade de cálculo de outros tantos índices. Cada empresa, com suas peculiaridades, pode (e deve) escolher seus índices de forma a avaliar a eficiência e a eficácia da gestão em relação aos impactos patrimoniais e resultados obtidos.

Ponto finalA análise das demonstrações contábeis visa obter informações financeiras e econômicas, tendo como objetivo a tomada de decisão dentro de uma organização. Através das principais demonstrações, como o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, extraem-se índices para observar a situação de LIQUIDEZ, ENDIVIDAMENTO, RENTABILIDADE e ROTATIVIDADE da empresa. Saliente-se que a Análise das Demonstrações Financeiras consubstancia-se em um relevante instrumento de auxílio para a tomada de decisão, uma vez que o seu objetivo é transformar dados financeiros em informações de cunho gerencial. Com a conclusão de nosso livro-texto, o desafio agora é aplicarmos a teoria aos estudos de caso propostos na NETAULA. Mãos à obra!

CF (dias) x Receita Líquida360

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aAtividades1) Os quocientes de estrutura de capitais evidenciam:

a) O grau de solvência da empresa, ou seja, sua saúde fi nanceira.

b) O grau de endividamento da empresa.

c) A lucratividade da empresa em termos absolutos.

d) O tempo necessário para que os elementos do Ativo se renovem.

e) O desempenho comparativo da empresa em relação às médias do segmento em que atua.

2) Constituem índices de liquidez:

a) Margem líquida, giro do ativo, rentabilidade do Patrimônio Líquido.

b) Participação de capitais de terceiros, imobilização do Patrimônio Líquido e composição do endividamento.

c) Prazos médios de recebimento e pagamento.

d) Corrente, seca, geral, imediata.

e) Ciclo operacional e ciclo fi nanceiro.

3) Em relação à Análise das Demonstrações Financeiras, é CORRETO afi rmar:

a) Quando os investimentos efetuados pela entidade no seu Ativo são fi nanciados pelos capitais de terceiros em proporção maior que os capitais próprios, podemos dizer, em princípio, que a solvência da entidade é satisfatória.

b) Em nenhuma entidade o valor dos capitais de terceiros poderá ser superior ao valor dos capitais próprios.

c) Para se obter uma boa visão da situação econômica e fi nanceira da entidade, é aconselhável que a Análise das Demonstrações Financeiras seja realizada de forma global: análise horizontal, análise vertical e quocientes: estrutura de capitais, liquidez e rentabilidade.

d) Sempre que o quociente de liquidez geral é igual ou superior a 1 (um), pode-se afi rmar, em princípio, que a entidade não se encontra estruturada do ponto de vista fi nanceiro.

e) Os índices da análise econômica reproduzem a posição do capital próprio da empresa em relação ao capital de terceiros, apresentando o grau de dependência da entidade do capital de terceiros.

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a 4) Uma empresa que apresente grandes lucros:

a) Sempre terá plena condição de pagar suas contas em dia.

b) Poderá, em certas circunstâncias, ter difi culdade em pagar suas contas em dia.

c) Poderá, de acordo com a lei dos investimentos naturais, imobilizar recursos equivalentes a 1,5 vez o lucro do exercício.

d) Deverá manter certa quantia depositada em títulos de renda fi xa para enfrentar os anos de “vacas magras”.

e) Nenhuma das alternativas está correta.

5) A Empresa Binacional apresentava em seu Balanço Patrimonial projetado, antes do fi nal do ano, os seguintes valores no Circulante:

Ativo Circulante R$ 1.200.000

Passivo Circulante R$ 1.000.000

Liquidez Corrente: 1.200.000/1.000.000= 1,20

Todavia, o seu presidente não está contente com o índice de liquidez corrente de 1,20. Ele determinou ao contador que o índice deverá ser igual a 2,00.

a) É impossível modifi car esta situação, considerando-se que estamos próximos do fi nal do ano.

b) A única alternativa é o contador “fajutar” o Balanço Patrimonial.

c) A solução seria pagar R$ 400.000 da dívida de curto prazo.

d) Não é possível atingir este índice porque o Ativo Circulante é maior do que o Passivo Circulante.

e) Para melhorar o índice, deve-se aumentar o endividamento de curto prazo.

6) Uma empresa tem Ativo Circulante de $ 1.800.000 e Passivo Circulante de $ 700.000. Se fi zer uma aquisição extra de mercadorias, a prazo, na importância de $ 400.000, seu índice de liquidez corrente será de:a) 3,1b) 1,6c) 4,6d) 2,0e) 2,57

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a7) A empresa Orquídeas possui as seguintes informações extraídas de seu Balancete de Verifi cação em 20X1:

Grupos de Contas 01/01/20X1 31/12/20X1

Ativo Circulante R$ 24.000 R$ 18.000

Passivo Circulante R$ 12.000 R$ 6.000

Em relação ao índice de liquidez corrente da empresa no período analisado, é correto afi rmar que:

a) A empresa terminou o exercício de 20X1 com um crescimento positivo na liquidez corrente de R$ 2,00.

b) A empresa terminou o exercício de 20X1 com um crescimento positivo na liquidez corrente de R$ 3,00.

c) A empresa terminou o exercício de 20X1 com uma redução de 50% na liquidez corrente.

d) A empresa terminou o exercício de 20X1 com uma redução de R$ 6.000,00 na liquidez corrente.

e) A empresa terminou o exercício de 20X1 com um crescimento positivo na liquidez corrente de R$ 1,00.

A partir dos informações extraídas do Balanço Patrimonial da Cia. Catleya no exercício 20X1, responda às questões 8, 9 e 10.

Grupo Valor R$

Ativo Circulante 520.000

Ativo Não Circulante Realizável a LP 70.000

Ativo Não Circulante Imobilizado 200.000

Passivo Circulante 450.000

Passivo Não Circulante 120.000

Patrimônio Líquido 220.000

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a 8) O índice de imobilização do capital é de:

a) 1,16

b) 1,39

c) 0,72

d) 0,91

e) 1,04

9) O índice de liquidez geral é de:

a) 1,04

b) 1,68

c) 1,16

d) 1,31

e) 0,58

10) O Quociente de Capitais de Terceiros e Capitais Próprios é de:

a) 0,79

b) 0,55

c) 3,59

d) 2,59

e) 2,68

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REFERÊNCIAS

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CHERMAN, Bernardo. Contabilidade de custos. 2.ed. Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2009.

CPC. Pronunciamento Técnico CPC 03: Demonstração do Fluxo de Caixa. Disponível em: <htt p://www.cpc.org.br/pronunciamentosIndex.php>. Acesso em: 21 agosto 2010.

CPC. Pronunciamento Técnico CPC 09: Demonstração do Valor Adicionado. Disponível em: <htt p://www.cpc.org.br/pronunciamentosIndex.php>. Acesso em: 21 agosto 2010.

CPC. Pronunciamento Técnico CPC 26: Apresentação das Demonstrações Contábeis. Disponível em: <htt p://www.cpc.org.br/pronunciamentosIndex.php>. Acesso em: 21 agosto 2010.

CRCRS. Demonstração da Responsabilidade Social. Porto Alegre: RS, 2009.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de balanços. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2009.

______. MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2006.

KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade ambiental como sistema de informações. Disponível em: <htt p://www.gestiopolis.com/Canales4/fi n/amsistema.htm>.

LEMES Júnior, Antônio Barbosa; RIGO, Claúdio Miessa; CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo. Administração fi nanceira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Financeiras: Contabilidade empresarial. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2009.

______. Contabilidade básica. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2006.

MATARAZZO, Dante C. Análise fi nanceira de balanços: abordagem básica e gerencial. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2008.

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a MORANTE, Antônio Salvador. Análise das Demonstrações Financeiras. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MOREIRA, José Carlos. Orçamento empresarial: manual de elaboração. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2002.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Introdução à Contabilidade: uma abordagem para não contadores. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

PERES JR., José Hernandez; BEGALLI, Glauco Antônio. Elaboração das Demonstrações Financeiras. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2002.

RIBEIRO, Osni Moura. Estrutura e análise de balanços fácil. 7.ed., 4ª tiragem. São Paulo: Saraiva, 2002.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. 25.ed., 2ª tiragem. São Paulo: Saraiva, 2003.

SÁ, C. A. de. Gerenciamento do fl uxo de caixa. Apostila. São Paulo: Top Eventos, 1998.

SÁ, Antônio Lopes de. Moderna análise de balanços ao alcance de todos. 2.ed. Curitiba: Juruá, 2009.

SUZSTER, Natan; CARDOSO, Ricardo Lopes; SUZSTER, Fortunée Rechtman; SZUSTER, Fernanda Rechtman; SZUSTER, Flávia Rechtman. Contabilidade Geral: introdução à Contabilidade Societária. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2008.

ZANLUCA, Júlio Cesar. Demonstração do valor adicionado. Disponível em: <htt p://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/demonstracaodovalor.htm>. Acesso em: 21 agosto 2010.

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GABARITO

Capítulo 11) b; 2) b; 3) d; 4) c; 5) b.

6)

Lei nº 6.404/76 Lei nº 11.638/07

Cias. Abertas Cias. Abertas

Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial

Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração do Resultado do Exercício

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

Demonstração do Fluxo de Caixa

Demonstração do Valor Adicionado

Cias. Fechadas Cias. Fechadas

Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial

Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração do Resultado do Exercício

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados

Demonstração do Fluxo de Caixa (se o Patrimônio Líquido for superior a R$ 2 milhões)

IMPORTANTE: saliente-se que as SOCIEDADES DE GRANDE PORTE (cujo ativo total supera R$ 240 milhões ou receita bruta anual maior do que R$ 300 milhões) seguem a legislação das Cias. Abertas, independentemente do tipo societário.

7) Vide seção 1.2 de nosso livro-texto.

8) Vide seção 1.3 de nosso livro-texto.

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a 9)

Sociedades Limitadas

Capital Social dividido em ações Capital Social dividido em cotas

Proprietários denominados ACIONISTAS

Proprietários denominados COTISTAS ou sócios

Responsabilidade dos acionistas limitada ao preço de subscrição de ações

Responsabilidade dos acionistas limitada ao capital social integralizado

Obrigatoriedade de publicação das Demonstrações Financeiras no Diário Oficial e em jornal de grande circulação.

Não necessita publicar as Demonstrações Financeiras.

Forma mais usual de sociedade comercial.

10) Questão pessoal.

Capítulo 21) c; 2) d; 3) a; 4) c; 5) b; 6) b; 7) c; 8) c; 9) d; 10) c.

8)

Ativo Passivo

Ativo Circulante R$ 3.000.000 Passivo Circulante R$ 2.000.000

Ativo Não Circulante R$ 10.000.000 Passivo Não Circulante R$ 1.500.000

Patrimônio Líquido R$ 9.500.000

Total R$ 13.000.000 Total R$ 13.000.000

a) Capital próprio = Patrimônio Líquido = R$ R$ 9.500.000

b) Capital de terceiros = Total das Obrigações = R$ 2.000.000 = R$ 1.500.000 = R$ 3.500.000;

c) Obrigações de longo prazo = Passivo Não Circulante = R$ 1.500.000

d) Aplicações de recursos = Total do Ativo = R$ 13.000.000

9) As Contas Estoques e Duplicatas a Receber classifi cam-se no Ativo Circulante, enquanto a conta Empréstimos Sócios/Empresas Coligadas, por determinação legal, classifi ca-se no Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo, independentemente do prazo defi nido.

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aCapítulo 31) a; 2) b; 3) c.

4) d.Receita Bruta R$ 700.000Devoluções R$ (35.000)Abatimentos R$ (15.000)Impostos Sobre Vendas R$ (167.900)Receitas Líquidas R$ 482.100Descontos fi nanceiros são classifi cados como despesas operacionais fi nanceiras;Comissões sobre vendas são classifi cadas como despesas operacionais de vendas; ambas deduzem o resultado bruto.

5) e.Receita Bruta R$ 6.000PIS (R$ 60)COFINS (R$ 180)ICMS (R$ 720)Receita Líquida R$ 5.040CMV (R$ 2.800)Resultado Bruto R$ 2.240Despesas Operacionais Financeiras (R$ 600) Administrativas (R$ 1.000)Resultado Operacional Líquido R$ 640

6) d.Receita Bruta R$ 526.000Impostos Incidentes sobre Vendas (R$ 50.000)Receita Líquida R$ 476.000CMV (R$ 213.000)Resultado Bruto R$ 263.000Despesas Operacionais Financeiras (R$ 22.000) Administrativas (R$ 87.000)Resultado Operacional R$ 154.000Outras Receitas Operacionais R$ 48.000Resultado Operacional Líquido R$ 202.000IR e CSLL (R$ 26.000)Resultado Líquido R$ 176.000

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a 7) d.

Ativo Passivo

Circulante Circulante

Caixa R$ 70.000 Fornecedores R$ 250.000

Clientes R$ 140.000 Salários a Pagar R$ 18.000

(-) Prov. Devedores Duv. R$ 2.000 ICMS a Recolher R$ 65.000

(-) Duplicatas Descontadas R$ 90.000 IR a Recolher R$ 15.000

Estoque de Mercadorias R$ 154.000

Total Ativo Circulante R$ 272.000 Total Passivo Circulante R$ 348.000

Ativo Não Circulante Patrimônio Líquido

Investimentos R$ 50.000 Capital Social R$ 200.000

Imobilizado R$ 310.000 (-) Capital a Realizar R$ 40.000

(-) Depreciação Acumulada R$ 180.000 (-) Prejuízos Acumulados R$ 32.000

(-) Ações em Tesouraria R$ 30.000

Reserva Legal R$ 6.000

Total Ativo Não Circulante R$ 180.000 Total Patrimônio Líquido R$ 104.000

Total ATIVO R$ 452.000 Total PASSIVO R$ 452.000

8) a.

9)Receita Bruta R$ 700.000Deduções (R$ 58.000)Receita Líquida R$ 642.000CMV (R$ 400.000)Resultado Bruto R$ 242.000Despesas Operacionais (R$ 32.000)Resultado Operacional R$ 210.000Provisão IR e CSLL (R$ 10.000)Resultado após IR e CSLL R$ 200.000Participações Administradores R$ 20.000Lucro Líquido do Exercício R$ 180.000

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a10) b.Receita Líquida de Vendas R$ 225.000(-) CMV(=) Resultado Bruto R$ 145.000(+) Receitas Operacionais – Despesas Operacionais(=) Lucro Operacional Líquido R$ 106.000Resultado Não operacional R$ 24.000Lucro Antes IR R$ 130.000(-) Provisão IR R$ 40.000(=) Lucro após o IR R$ 90.000(-) Participações Estatutárias R$ 18.000Lucro Líquido do Exercício R$ 72.000Lucro por ação = R$ 72.000/600.000 = R$ 0,12 por ação

Capítulo 41) d; 2) a.

3)Saldo Credor do Início do Exercício R$ 100Reversões de Reservas de Lucros de Exercícios Anteriores R$ 200Ajustes Negativos de Exercícios Anteriores (R$ 50)Lucro Líquido do Exercício R$ 1.000Parcela de Lucro Incorporada ao Capital (R$ 100)Transferência para Reservas e Lucros (R$ 300)Dividendos Propostos (R$ 150)Lucros acumulados R$ 700

4) Saldo de Lucros ou Prejuízos Acumulados em 31/12/XX R$ 123.450Ajustes de Exercícios Anteriores R$ 12.350Reversão de Reservas de Contingências R$ 124.050Reversão de Reservas de Lucros a Realizar R$ 25.500Parcela de Lucros Incorporada ao Capital (R$ 60.000)Lucro Líquido do Exercício 20X1 R$ 80.500Distribuição do Lucro 20x1Reserva Legal (R$ 4.025)Reserva Estatutária (R$ 8.050)Dividendos (R$ 50.000)Saldo de Lucros ou Prejuízos Acumulados em 31/12/20X1 R$ 243.775

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a 5) b; 6) c.

7) c.Lucros Acumulados 31/12/X1 R$ 4.800(+) Reversão de Reservas de Contingências R$ 1.600(-) Constituição de Reserva Legal R$ 300(+) Lucro Líquido do Exercício R$ 6.000(-) Dividendos a Pagar R$ 1.800(-) Ajuste de Exercícios Anteriores R$ 400Lucros Acumulados 20X2 R$ 9.900

8) b.Distribuição Transitória do Lucro LíquidoLucro Líquido R$ 200.000(-) Reserva Legal R$ 10.000(-) Reserva Estatutária R$ 5.000(-) Reserva para Investimentos R$ 20.000(-) Dividendos (estatuto) R$ 95.000(=) Lucros Acumulados R$ 70.000

9) Distribuição de dividendos, reinvestimentos (formação de reservas e aumento de capital social).

10) Vide livro-texto itens 3.6; 3.6.1; 3.6.2.

Capítulo 51) d; 2) d; 3) e; 4) c; 5) d; 6) Vide seção 5 do livro-texto; 7) Seção 5.1 do livro-texto; 8) seção 5.2 do livro da disciplina; 9) seção 5.3; 10) questão aberta.

Capítulo 61) a; 2) c; 3) c; 4) e; 5) b; 6) a; 7) a; 8) e; 9) Vide seção 6.3; 10) resposta aberta.

Capítulo 71) b; 2) b; 3) c; 4) d; 5) d; 6) a; 7) b; 8) a; 9) a; 10) c.

Capítulo 81) b; 2) d; 3) c; 4) b; 5) c; 6) d; 7) e; 8) c; 9) a; 10) d.