contabeis 1

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LISTAS DE FIGURAS Figura 1: Tabela de livros contábeis versus legislação......................................... 20 Figura 2: O tempo que o escritório está no mercado............................................ 40 Figura 3: Número de clientes dos escritórios........................................................ 41 Figura 4: Número de clientes dos escritórios por tempo de mercado................... 42 Figura 5: Alertar os clientes da importância de entregar os documentos contábeis em dia, e se eles entregam essa documentação em dia....................... 43 Figura 6: Sobre a dificuldade de receber alguns documentos específicos........... 44 Figura 7: OS serviços contábeis mais contratados nesses escritórios................. 45 Figura 8: Os clientes solicitam os livros contábeis para acompanhamento.......... 46 Figura 9: O interesse dos clientes em receber os demonstrativos contábeis....... 47 Figura 10: Quais informações interessam os clientes desses escritórios............. 48 Figura 11: Os clientes solicitam a entrega das demonstrações contábeis quando os escritórios atrasam a entrega das mesmas.......................................... 49 Figura 12: Os clientes solicitam consultorias........................................................ 49 Figura 13: Quais demonstrações os clientes solicitam consultorias..................... 50 Figura 14: Outras demonstrações que também é solicitada consultorias............. 51 Figura 15: Outras demonstrações contábeis solicitadas....................................... 52 Figura 16: Demonstrativos e relatórios contábeis mais solicitados....................... 53 Figura 17: Informações que os contadores consideram importante para a tomada de decisão................................................................................................. 54 Figura 18: O tempo que a empresa está no mercado........................................... 55 Figura 19: O administrador possuí experiência profissional anterior.................... 56 Figura 20: De quantos anos é a experiência profissional do administrador ......... 56 Figura 21: Tempo de mercado da empresa na qual seu administrador possui experiência profissional anterior............................................................................. 57 Figura 22: Mercado que atuam as micro-empresas pesquisadas........................ 58 Figura 23: Atividade das empresas do ramo comercial........................................ 59 Figura 24: Atividades das Empresas prestadoras de serviço............................... 59 Figura 25: Os clientes conhecem os documentos necessários para a escrituração contábil.............................................................................................. 60 Figura 26: Serviços contábeis contratados pelas micro-empresas pesquisadas.. 61 Figura 27: Informações que os administradores consideram importantes para auxiliar na tomada de decisão................................................................................ 62 2

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  • LISTAS DE FIGURAS

    Figura 1: Tabela de livros contbeis versus legislao......................................... 20Figura 2: O tempo que o escritrio est no mercado............................................ 40Figura 3: Nmero de clientes dos escritrios........................................................ 41Figura 4: Nmero de clientes dos escritrios por tempo de mercado................... 42Figura 5: Alertar os clientes da importncia de entregar os documentos contbeis em dia, e se eles entregam essa documentao em dia....................... 43

    Figura 6: Sobre a dificuldade de receber alguns documentos especficos........... 44Figura 7: OS servios contbeis mais contratados nesses escritrios................. 45Figura 8: Os clientes solicitam os livros contbeis para acompanhamento.......... 46Figura 9: O interesse dos clientes em receber os demonstrativos contbeis....... 47Figura 10: Quais informaes interessam os clientes desses escritrios............. 48Figura 11: Os clientes solicitam a entrega das demonstraes contbeis quando os escritrios atrasam a entrega das mesmas.......................................... 49

    Figura 12: Os clientes solicitam consultorias........................................................ 49Figura 13: Quais demonstraes os clientes solicitam consultorias..................... 50Figura 14: Outras demonstraes que tambm solicitada consultorias............. 51Figura 15: Outras demonstraes contbeis solicitadas....................................... 52Figura 16: Demonstrativos e relatrios contbeis mais solicitados....................... 53Figura 17: Informaes que os contadores consideram importante para a tomada de deciso................................................................................................. 54

    Figura 18: O tempo que a empresa est no mercado........................................... 55Figura 19: O administrador possu experincia profissional anterior.................... 56Figura 20: De quantos anos a experincia profissional do administrador ......... 56Figura 21: Tempo de mercado da empresa na qual seu administrador possui experincia profissional anterior............................................................................. 57

    Figura 22: Mercado que atuam as micro-empresas pesquisadas........................ 58Figura 23: Atividade das empresas do ramo comercial........................................ 59Figura 24: Atividades das Empresas prestadoras de servio............................... 59Figura 25: Os clientes conhecem os documentos necessrios para a escriturao contbil.............................................................................................. 60

    Figura 26: Servios contbeis contratados pelas micro-empresas pesquisadas.. 61Figura 27: Informaes que os administradores consideram importantes para auxiliar na tomada de deciso................................................................................ 62

    2

  • Figura 28: Recebimento dos demonstrativos contbeis....................................... 63Figura 29: Demonstrativos contbeis recebidos pelas micro-empresas............... 63Figura 30: Os demonstrativos recebidos pelas micro-empresas atendem as necessidades de informao dessas empresas.................................................... 64

    Figura 31: Utilizao das informaes contbeis para administrar a empresa.... 65Figura 32: O nvel de utilizao das informaes contbeis pelas micro-empresas................................................................................................................ 66

    Figura 33: Melhorias observadas aps a utilizao da informao contbil......... 67Figura 34: O contador oferece consultoria, e o cliente j solicitou consultoria..... 68Figura 35: Nmero de solicitao de consultorias pelos administradores............ 69Figura 36: Para quais demonstrativos o administrador solicitou consultoria........ 70Figura 37: O contador oferece demonstrativos contbeis diversificados.............. 71Figura 38: Quantos administradores solicitam demonstrativos diferenciados...... 72Figura 39: Os administradores solicitam demonstrativos diferenciados............... 73

    3

  • SUMRIO

    LISTAS DE FIGURAS............................................................................................ 021 INTRODUO.................................................................................................... 06

    1.1 TEMA E PROBLEMA................................................................................... 071.2 OBJETIVOS................................................................................................ 08

    1.2.1 Objetivo Geral..................................................................................... 081.2.2 Objetivos Especficos.......................................................................... 08

    1.3 JUSTIFICATIVA.......................................................................................... 081.4 METODOLOGIA.......................................................................................... 091.5 LIMITAO................................................................................................. 121.6 ORGANIZAO.......................................................................................... 12

    2 FUNDAMENTAO TERICA....................................................................... 142.1 ESCRITURAO CONTBIL..................................................................... 142.2 A OBRIGATORIEDADA DA ESCRITURAO CONTBIL........................ 172.3 SURGIMENTO DA ESCRITURAO CONTBIL...................................... 212.4 LIVROS CONTBEIS.................................................................................. 22

    2.4.1 Livro Dirio.......................................................................................... 232.4.2 Livro Razo......................................................................................... 242.4.3 Livro Caixa.......................................................................................... 25

    2.5 DEMONSTRAES CONTBEIS............................................................. 262.5.1 Balano Patrimonial........................................................................... 27

    2.5.1.1 Ativo............................................................................................ 282.5.1.2 Passivo....................................................................................... 282.5.1.3 Patrimnio Lquido...................................................................... 29

    2.5.2 Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE)............................... 292.5.3 Demonstrao dos Lucros ou Prejuzos Acumulados (DLPA)............ 302.5.4 Demonstraes das Mutaes do Patrimnio Lquido (DMPL).......... 302.5.5 Demonstraes das Origens e Aplicaes de Recursos (DOAR)...... 312.5.6 Demonstraes do Fluxo de Caixa (DFC).......................................... 322.5.7 Demonstraes do Valor Adicionado (DVA)....................................... 32

    2.6 ANLISE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS..................................... 322.7 A UTILIDADE DA CONTABILIADE GERENCIAL....................................... 35

    2.7.1 A Funo do Contador Gerencial....................................................... 38

    4

  • 3 ANLISE DOS DADOS DA PESQUISA........................................................... 403.1 ANLISE DA PESQUISA DOS ESCRITRIOS.......................................... 403.2 ANLISE DA PESQUISA DAS MICRO-EMPRESAS.................................. 55

    4 CONCLUSES E SUGESTES....................................................................... 744.1 QUANTO A QUESTO PROBLEMA.......................................................... 744.2 QUANTO AOS OBJETIVOS....................................................................... 754.3 SUGESTES PARA FUTUROS TRABALHOS.......................................... 76

    REFERNCIAS...................................................................................................... 77APNDICE A Questionrio Aplicado nos Escritrios.......................................... 81APNDICE B Questionrio Aplicado nas Micro-Empresas................................. 83APNDICE C Tabulao dos Dados do Questionrio dos Escritrios Contbeis da Cidade de Florianpolis.................................................................... 86APNDICE D Tabulao dos Dados do Questionrio das Micro-Empresas da cidade de Florianpolis........................................................................................... 89

    5

  • 1 INTRODUO

    Para uma tomada de deciso necessrio que as empresas possuam um

    sistema contbil ou ferramentas para fornecer informaes precisas, onde estes

    devem oferecer um controle total e eficaz, proporcionando administrao todas as

    informaes referentes a resultados obtidos e a situao financeira e patrimonial da

    mesma. No mbito das empresas, o administrador carece de conhecimentos

    necessrios para utilizar um sistema contbil, porm o contador que presta servios

    para essa empresa possui os conhecimentos e ferramentas necessrias para

    fornecer essas informaes indispensveis.

    Entretanto algumas empresas j se beneficiam das ferramentas da

    contabilidade gerencial, seja atravs do controle interno ou de servio terceirizado, o

    que lhe proporciona uma vantagem comercial, e atravs dessas informaes

    possvel identificar desperdcios.

    H diversos conceitos para o papel da contabilidade gerencial, de acordo com

    Pinheiro (2005), a contabilidade gerencial uma gesto de custos e receitas que se

    preocupa em apurar resultados. uma ferramenta interligada ao modelo de gesto

    da empresa, interagindo com a contabilidade de custos e financeira. Alm de

    permitir aos gestores ter o conhecimento se a entidade tem ou no capacidade de

    competitividade. Para as micro-empresas, que no tm a possibilidade de

    implementar um sistema prprio, o servio terceirizado oferece tantos benefcios e

    resultados positivos quanto um controle interno, basta apenas o contador que presta

    o servio ter disponveis todas as informaes contbeis e financeiras da empresa.

    A maioria das empresas no possuem nenhum sistema contbil e utilizam a

    contabilidade apenas para se manterem em dia com o fisco, no empregando as

    demonstraes contbeis para a tomada de deciso.

    A contabilidade gerencial traz inmeros benefcios para as empresas que

    utilizam suas ferramentas. Por exemplo: os relatrios gerados pela contabilidade

    gerencial abrangem diversos nveis hierrquicos e especficos que funcionam como

    ferramentas indispensveis aos usurios, sejam elas para planejar e controlar as

    operaes de rotina da empresa, quanto para tomar decises no rotineiras. Tais

    ferramentas influenciam no processo de planejamento estratgico e no oramento

    da empresa.

    6

  • Cada empresa desenvolve a contabilidade gerencial de acordo com as suas

    necessidades, podendo assim ser uma informao para toda a entidade ou para

    partes dela, alm de realizar controles especficos como de custos de produo para

    a formao do preo de venda, entre outros.

    1.1 TEMA E PROBLEMA

    As empresas que no utilizam as ferramentas contbeis podem no ter idia de

    qual o seu lucro no final de um perodo. Os nicos dados contbeis que as

    empresas tm conhecimento o total da sua folha de pagamento, os impostos

    pagos e os honorrios do seu contador. Este fato ocorre devido ao modo

    simplificado de contabilidade que o fisco permite para as micro-empresas, e tambm

    atualmente a principal preocupao que os empresrios tm de atender o fisco,

    esquecendo assim da necessidade de conhecer o que acontece dentro da sua

    empresa.

    To importante quanto conhecer a receita, custo e despesas da empresa

    dentro de um perodo, conhecer cada processo (atividade) que acontece na

    empresa e assim identificar desperdcios (financeiros, fsicos, tempo), algo que ser

    for eliminado pode ter como resultado economia diversificada, ou aumento da

    receita. As empresas que utilizam a escriturao contbil se beneficiam de ter

    informaes importantes, relevantes e em tempo hbil, facilitando assim a tomada

    de deciso, seja ela de grande escala como um investimento ou aplicao

    financeira, ou at mesmo diminuir ou aumentar a produo.

    Para isso existem diversas ferramentas contbeis simples e prticas, que tm

    como objetivo nortear as decises a serem tomadas dentro da empresa. Atravs da

    anlise das informaes de competncias anteriores possvel, entre outros,

    conhecer o perodo em que cada produto gera mais receita, ou com uma pesquisa

    com clientes possvel identificar quanto cada veculo de propaganda gera de

    receita e fazer um confronto com o seu custo, concluindo assim qual o mais

    lucrativo.

    Para aprofundar nesse tema, surge a seguinte questo de pesquisa:

    De que maneira as informaes geradas a partir da escriturao contbil

    norteiam a tomada de deciso nas micro-empresas da cidade de Florianpolis?

    7

  • 1.2 OBJETIVOS

    1.2 .1 Objetivo Geral

    Demonstrar a importncia e os benefcios da utilizao das informaes

    oriundas da escriturao contbil proporciona as micro-empresas de Florianpolis.

    1.2.2 Objetivos Especficos

    Conhecer o nvel de utilizao da escriturao contbil como ferramenta

    para tomada de deciso nas micro-empresas.

    Demonstrar a eficcia da escriturao contbil em empresas de variados

    ramos de atividade, na cidade de Florianpolis, utilizando com exemplo o

    tipo de servio contbil contratado pelas micro-empresa da cidade.

    Demonstrar a possibilidade de essas empresas contratarem um servio

    de escriturao contbil completo e no apenas servio fiscal,

    compensando seu nus pelos benefcios gerados pelas informaes

    adquiridas e resultados obtidos.

    Verificar os resultados que so repassados para as micro-empresas e

    como essas informaes so teis no dia-a-dia, confirmando assim a

    importncia da utilizao da escriturao contbil, alm da eficcia da

    contabilidade gerencial.

    1.3 JUSTIFICATIVA

    As empresas que mais frequentemente no utilizam a escriturao contbil so

    as micros e pequenas, pois os empresrios acreditam no ser necessrio, invivel,

    desconhecem os benefcios gerados por essa ferramenta ou no acreditam que a

    relao custo-benefcio ser positiva. A meta desse trabalho demonstrar que a

    contabilidade gerencial, atravs da escriturao contbil, importante e necessria

    para a sade econmico-financeira da empresa desse porte. A relao custo-

    benefcio, no mnimo, satisfatria, pois alm de conhecer todo o processo das

    8

  • atividades da empresa, possvel identificar e evitar desperdcios. Sendo assim,

    possvel afirmar que a empresa que utiliza as informaes gerenciais

    proporcionadas pela escriturao contbil s tem a ganhar com benefcios de

    diversos tipos, principalmente os econmicos.

    A contabilidade gerencial deve direcionar os negcios de qualquer empresa,

    independente do seu porte. Segundo Pinheiro (2005), utilizando-a tambm como

    um instrumento de anlise de desempenho e de monitoramento dos resultados

    auferidos, pois tal prtica proporcionar segurana nas operaes presentes e

    futuras.

    As informaes gerenciais geradas pela escriturao contbil ao longo do

    tempo, propiciam ao empresrio a possibilidade de prever com mais exatido

    receitas e custos. Isso significa que uma entidade que possui a sua a escriturao

    contbil em dia e organizada, tem sua disposio informaes para o

    planejamento de vendas baseados em dados passados. Exemplo, uma panificadora

    pode obter informaes sobre qual produto mais vendido em poca de natal, que

    pode ser algum doce especfico da confeitaria, ou os pes tpicos da data. Essas

    informaes possibilitam um fomento ainda maior das vendas desses produtos,

    atravs de atrativos para os clientes, proporcionando para a empresa um

    considervel aumento da receita alm do que j era previsto.

    1.4 METODOLOGIA

    Este trabalho estuda o perfil e a utilizao da escriturao contbil de uma

    amostra de trinta micro-empresas situadas em Florianpolis, escolhidas

    aleatoriamente em diversos ramos de atividade, ou seja, a caracterstica do servio

    de escriturao contbil em uma determinada populao e o fenmeno da utilizao

    desse servio.

    O trabalho est dividido em duas partes, utilizando dois procedimentos

    distintos, primeiramente o embasamento terico que desenvolvido com base em

    diversas obras da rea de contabilidade, alm de artigos e trabalhos acadmicos. A

    segunda etapa o estudo de caso, que foi elaborado atravs de um questionrio

    aplicado em dez escritrios de contabilidade da cidade de Florianpolis, tambm

    escolhidos aleatoriamente.

    9

  • Classificado com um trabalho, quanto aos objetivos, descritivo, pois segundo

    Gil (2002), o trabalho descritivo tem como objeto principal descrever as

    caractersticas de determinada populao, fenmeno, ou estabelecer relaes entre

    variveis, utilizando tcnica de padronizao de coletas de dados como

    questionrios, que objetivasse estudar as caractersticas de um grupo.

    Neste contexto descrever, de acordo com Beuren e Longaray (2003), significa

    comparar, identificar etc, procurando observar os fatos, para registr-los, analis-los,

    classific-los e interpret-los. Rudio (2002) conceitua como sendo o fato de narrar o

    que acontece, onde os objetivos so os mesmos apontados por Beuren e Longaray

    (2003).

    O procedimento utilizado foi um estudo de multi caso, o qual conceituado por

    Gil (2002) como um aprofundamento no estudo de um ou poucos objetos de

    pesquisa, para ampliar o conhecimento. Ideal para a pesquisa de um fenmeno

    atual, podendo ser utilizado estudo de pessoas, empresas, rgos pblicos ou

    pases. O objetivo do estudo de caso descrito por Rudio (2002, p.72) como [...]

    realizar uma indagao em profundidade para se examinar o ciclo de sua vida ou

    algum aspecto particular desta [...], onde o objeto de pesquisa pode ser um

    indivduo, grupos ou comunidades, famlias etc.

    O estudo de caso deste trabalho desenvolvido atravs de um questionrio,

    que de acordo com Gil (1999, apud Beuren 2003, p. 130), definido como uma

    tcnica de investigao composta por um nmero mais ou menos elevado de

    questes apresentadas por escrito s pessoas, tendo como objetivo o conhecimento

    de suas opinies, crenas, sentimentos, interesses, expectativas, situaes

    vivenciadas. Um questionrio bem elaborado e aplicado proporciona diversas

    informaes relativas ao pesquisado, onde possvel traar perfis, conhecer carter

    e caractersticas e chegar a uma concluso.

    As entrevistas foram realizadas de forma presencial nos 10 escritrios

    contbeis e nas 30 micro-empresas de Florianpolis.

    Primeiramente utilizou-se questionrios. O primeiro foi aplicado dentro dos

    escritrios contbeis com o objetivo de traar as caractersticas das micro-empresas

    clientes desses escritrios contbeis, como por exemplo: se encaminham todos os

    documentos em tempo hbil para o contador, quais so os servios contbeis

    contratados por essas empresas (escriturao, anlise de demonstraes, relatrios

    gerenciais), quais informaes demonstram mais interesse, etc.

    10

  • O segundo questionrio foi aplicado a trinta micro-empresas situadas na cidade

    de Florianpolis, em diversos ramos de atividade, escolhidas aleatoriamente, tem

    como principal foco conhecer a utilizao da informao contbil gerada pela

    escriturao contbil na tomada de deciso, e o servio contbil contratado por

    essas micro-empresas, como por exemplo: se o contador entrega mensalmente a

    demonstrao do resultado e o balancete mensal, se as demonstraes so

    analisadas pelo contador, e se o administrador da micro-empresa utiliza as

    informaes que esto contidas nas demonstraes contbeis para nortear a sua

    tomada de deciso.

    A coleta desses dados est sendo realizada de maneira padronizada,

    possibilitando o registro, a anlise, a classificao e a interpretao das

    informaes, com o intuito de conhecer o servio contbil que as micro-empresas

    contratam, se a escriturao contbil utilizada para amparar e direcionar as

    tomadas de decises, e que tipo de informaes essas empresas solicitam.

    Utilizou-se uma abordagem qualitativa fundamentada em informaes

    quantitativas para o desenvolvimento do estudo de caso. A abordagem qualitativa

    caracterizada por Vieira e Zouain (2005) por no utilizar instrumentos estatsticos

    para analisar dados. Enfatizando, segundo Beuren e Longaray (2003), as

    caractersticas que no so observadas por um estudo quantitativo. O estudo

    quantitativo, segundo os mesmos autores, caracterizado pela utilizao de

    ferramentas estatsticas, tanto para a coleta como para o tratamento dos dados.

    O conceito de dados qualitativos definido por Pereira (2001, p.21):

    [...] a representao simblica atribuda manifestao de um evento qualitativo [...] dado qualitativo uma forma de quantificao do evento qualitativo que normatiza e confere um carter objetivo sua observao.

    A pesquisa qualitativa, segundo Pereira (2001, p.21), se [...] ocupa da

    investigao de eventos qualitativos mas com referenciais tericos menos restritivos

    e com maior oportunidade de manifestao para a subjetividade do pesquisador.

    Os dados qualitativos devem ser representados de acordo com o autor, em grficos

    e esquemas, ao invs de serem utilizados apenas modos narrativos.

    Ambas as abordagens foram utilizadas, pois o intuito dos dados quantitativos

    so apresentar informaes estatsticas, por exemplo, o percentual de empresas

    que utilizam as informaes geradas pela escriturao contbil para subsidiar a

    11

  • tomada de deciso, e a abordagem qualitativa apresenta a anlise dos dados e as

    informaes em relao ao perfil dos administradores das empresas que utilizam a

    escriturao contbil para a tomada de deciso.

    Para facilitar a anlise dos dados podem ser adotados alguns mtodos, por

    exemplo, o mtodo dedutivo e o indutivo. De acordo com Gil (2002), o mtodo

    dedutivo parte do geral para o particular, e as premissas so verdadeiras, e o

    mtodo indutivo o oposto, parte do particular para o geral. Neste trabalho foi

    utilizado, para facilitar a anlise, o mtodo dedutivo.

    Ao serem aplicados as duas abordagens (qualitativa e quantitativa) no

    procedimento de anlise e interpretao dos dados adquiridos, obtive-se o resultado

    da pesquisa, que possibilitou conhecer o tipo de informao contbil que essas

    micro-empresas utilizam, que tipo de servio contbil contratado por essas

    empresas, entre outras concluses.

    1.5 LIMITAO

    O trabalho est limitado pesquisa que visa demonstrar a importncia e os

    benefcios da utilizao da escriturao contbil nas micro-empresas em diversos

    ramos de atividade da cidade de Florianpolis.

    Foram pesquisados em trinta micro-empresas de Florianpolis, escolhidas

    aleatoriamente em diversos ramos de atividade.

    O trabalho foca conhecer a utilizao da ferramenta escriturao contbil por

    essas micro-empresas pesquisadas, os benefcios gerados pela anlise das

    demonstraes contbeis entregues pelo contador, comprovando assim a

    importncia da escriturao contbil dentro dessas empresas de Florianpolis.

    1.6 ORGANIZAO

    O trabalho est dividido em trs captulos, sendo que o primeiro trata da

    introduo ao tema, o tema e problema, objetivo geral e os especficos que se

    pretende alcanar com este trabalho, a justificativa da escolha do tema, a

    metodologia aplicada, a limitao do trabalho e a organizao.

    12

  • No segundo captulo desenvolvido o embasamento terico do assunto que

    est sendo trabalhado.

    O terceiro captulo o resultado da pesquisa que foi aplicada nos escritrios

    contbeis da cidade de Florianpolis e nas micro-empresas dos setores comerciais,

    de servios e industriais. Nesse captulo esto expostos todos os dados obtidos por

    esses escritrios e empresas, e foi traado o perfil da contabilidade utilizada nas

    micro-empresas usurios do servio terceirizado de contabilidade.

    No quarto captulo encontra-se a concluso da pesquisa realizada, e sugestes

    para o desenvolvimento de futuros trabalhos na rea.

    O captulo seguinte apresenta as referncias bibliogrficas, seguidos pelos

    Apndices.

    13

  • 2

    FUNDAMENTAO TERICA

    As ferramentas oferecidas pela contabilidade evoluram ao longo dos anos,

    inclusive a contabilidade gerencial. Programas com mais recursos fornecem hoje

    relatrios mais detalhados e especficos e, principalmente, para segmentos

    diversificados de atividades dentro da mesma empresa.

    Para as micro-empresas obterem essas informaes contbeis afim utilizarem

    com suporte na tomada de deciso consideravelmente mais fcil, contando com a

    possibilidade de que a contabilidade, que faz a apurao dos impostos, tambm

    pode fornecer as informaes gerenciais necessrias para um bom gerenciamento.

    Logo, necessrio que todas as informaes contbeis, econmicas e financeiras

    da empresa sejam disponibilizadas ao contador que presta servio para a empresa.

    A partir da escriturao contbil dos livros dessa empresa o micro-empresrio possui

    informaes que proporcionaram uma tomada de deciso mais segura, aumentando

    as chances de sucesso da empresa.

    2.1 ESCRITURAO CONTBIL

    A escriturao contbil conforme CRCSC (2006), de responsabilidade

    exclusiva de contadores ou tcnicos em contabilidade, que estejam inscritos no

    Conselho Regional de Contabilidade e em situao regular.

    O conceito de escriturao contbil bem claro e definido pelos autores do

    assunto, porm cada autor coloca algumas caractersticas a mais que o outro.

    Escriturao Contbil, segundo Moura (2002, p. 76), [...] uma tcnica contbil que

    consiste no registro, em livros prprios, de todos os fatos administrativos resultantes

    da gesto do patrimnio da entidade. A escriturao contbil so os lanamentos

    14

  • contbeis de todas as movimentaes da empresa, escriturados nos Livros

    Contbeis, que basicamente so o Dirio e o Razo.

    Fatos administrativos, conforme Moura (2002), so todos os fatos que alteram

    o patrimnio, sendo assim, objeto de contabilizao, porm nem todos os fatos

    administrativos alteram o Patrimnio Lquido (Situao Lquida).

    Toda empresa e entidade em geral necessita de um sistema de escriturao

    contbil, como afirma IOB (2003, n. 44), e esse sistema deve ser uniforme para

    todos seus atos e fatos administrativos, utilizando um processo manual, mecanizado

    ou eletrnico.

    Para registrar qualquer tipo de fato administrativo h quatro modalidades de

    lanamentos, como descreve IOB (2003, n. 40):

    1 frmula: considerada simples, onde o lanamento requer uma conta devedora e outra credora. Exemplo: a realizao de uma venda com recebimento a prazo.

    D Duplicatas a Receber

    C Receita com Vendas

    2 frmula: considerada com dificuldade intermediria, onde necessrio utilizar uma conta devedora para duas ou mais contas credoras. Exemplo: o recebimento de

    uma duplicata com a cobrana de juros

    D Caixa/Bancos

    C Duplicatas a Receber

    C Receita Financeira

    3 frmula: considerada tambm com dificuldade intermediria, onde necessrio duas ou mais contas devedoras para uma conta credora Exemplo: a realizao de

    uma venda com parte do recebimento vista e outra parte a prazo.

    D Caixa ou Bancos

    D Duplicatas a Receber

    C Receita com Vendas

    4 frmula: considerada mais complexa, onde necessrio utilizar duas ou mais contas devedoras para duas ou mais contas credoras. Exemplo: o pagamento de

    uma duplicata, parte com cheque e parte em dinheiro, incidindo cobrana de juros.

    D Despesa Financeira

    D Duplicatas a Pagar

    15

  • C Caixa

    C Bancos

    A Escriturao Contbil deve ser executada seguindo algumas formalidades

    expressa na Resoluo 563/83, a NBC T 2, subitem 2.1.2, sendo essas

    formalidades:a) em idioma e moeda corrente nacional;b) em forma contbil;c) em ordem cronolgica de dia, ms e ano;d) com ausncia de espaos em brancos, entrelinhas, borres, rasuras, emendas ou transportes para as margens;e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos e a prtica de atos administrativos.

    Todo lanamento contbil deve seguir essas regras para ser considerado

    vlido.

    Em relao aos histricos dos lanamentos contbeis, IOB (2003, n. 44)

    refora que a terminologia deve expressar exatamente o significado das transaes,

    sendo aceito a utilizao de cdigos e abreviaturas desde que sejam permanentes e

    uniformes.

    As empresas podem adotar como processo de escriturao dos Livros Dirios

    e Razo, de acordo com NBC T 2, subitem 2.5:

    2.1.5.1 Observado o disposto no caput, admite-se:a) a escriturao do Dirio por meio de partidas mensais;b) a escriturao resumida ou sinttica do Dirio, com valores totais que no excedam a operaes de um ms, desde que haja escriturao analtica lanada em registros auxiliares.2.1.5.2 Quando o Dirio e o Razo forem feitos por processo que utilize fichas ou folhas soltas, dever ser adotado o registro de Balancetes Dirios e Balanos.2.1.5.3 No caso de a Entidade adotar para sua escriturao contbil o processo eletrnico, os formulrios contnuos, numerados mecnica ou tipograficamente, sero destacados e encadernados em forma de livros.

    A empresa deve utilizar o processo de escriturao contbil que melhor atender

    suas necessidades e expectativas, entretanto, no pode ficar por fazer ou atrasar a

    escriturao, pois corre o risco de ser penalizada.

    Entre as vantagens da utilizao da escriturao contbil ressaltado por

    Domingos (2007) [...] a melhoria na qualidade das informaes, essenciais para o

    processo decisrio e a conduo de negcios. Alm disso, a prestao de contas e

    os controles internos da empresa se tornaro mais eficientes, a escriturao

    16

  • contbil proporciona ao administrador um controle interno de informaes essenciais

    para conduzir as atividades da empresa.

    A escriturao contbil no apenas uma excelente ferramenta gerencial como

    afirma Domingos (2007), tambm uma base confivel para auditorias,

    acompanhamento de resultados operacional, elaborao de oramentos.

    2.2 A OBRIGATORIEDADE DA ESCRITURAO CONTBIL

    O inciso 1 do art. 10 do Cdigo Comercial afirma que todos os comerciantes

    so obrigados a seguir uma ordem uniforme de contabilidade e escriturao, e a ter

    os livros para esse fim necessrios. A legislao comercial exige que as empresas mantenham a sua escriturao em ordem e livros em dia.

    Toda empresa independente, de seu porte ou natureza, como afirma CRCSC (2006, p.

    7), [...] tem de manter a escriturao contbil completa, no Livro-Dirio, para controlar o

    seu patrimnio e gerenciar adequadamente os seus negcios. [...]. A escriturao contbil

    obrigatria e necessria para toda e qualquer empresa, para administrar de maneira

    adequada a empresa.

    Toda empresa obrigada a manter Escriturao Contbil em dia e encerrar

    anualmente o seu Balano Patrimonial.

    O Novo Cdigo Civil, Lei 10.406/2002 tambm exige a Escriturao Contbil

    completa. O art. 1.179 da referida lei, dispe que todo empresrio e sociedade

    empresria dever utilizar um sistema contbil, podendo ser este mecanizado ou

    no, utilizando a escriturao uniforme dos livros como base, e em concordncia

    com a respectiva documentao, e anualmente levantar o balano patrimonial e o

    resultado econmico do exerccio, reforando a obrigatoriedade dos registros dirios

    de todas as atividades da empresa.

    O art. 195 do Cdigo Tributrio Nacional Lei 5.172/66 diz que:

    Para os efeitos da legislao tributria, no tm aplicao quaisquer disposies legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigao destes de exibi-los.

    17

  • Porm, a Lei Complementar 123/06, do 2do art. 26, conhecida como Lei do

    Simples Nacional ou Super Simples, determina que as micro e pequenas empresas

    mantenham, no mnimo, a escriturao do Livro Caixa com toda sua movimentao

    financeira e bancria, e o inciso II deste mesmo artigo dispe sobre manuteno em

    boa ordem e guarda de todos os documentos que serviram de base para a

    escriturao desses dois livros enquanto no prescrever o prazo de fiscalizao.

    Entretanto, o art. 27 da mesma lei complementar, refora que as micro e

    pequenas empresas optantes pelo Simples podem [...] adotar contabilidade

    simplificada para os registros e controles das operaes realizadas, conforme

    regulamentao do Comit Gestor, ou seja, poder adotar a Escriturao Contbil

    completa e no apenas o Livro Dirio.

    A Lei do Simples Nacional impe como obrigao mnima para as Micro-

    Empresas a escriturao dos Livros Caixa com toda a movimentao, e manuteno

    de todos os documentos, mas no impede a Escriturao Contbil completa, o que

    sugerido no art. 27 da lei.

    A Lei 8.541/92, do Lucro Presumido, determina em seu art. 18 que toda pessoa

    jurdica que optar pelo lucro presumido deve:

    I - escriturar os recebimentos e pagamentos ocorridos em cada ms, em Livro-Caixa, exceto se mantiver escriturao contbil nos termos da legislao comercial;II - escriturar, ao trmino do ano-calendrio, o Livro Registro de Inventrio de seus estoques, exigido pelo art. 2, da Lei n 154, de 25 de novembro de 1947;III - apresentar, at o ltimo dia til do ms de abril do ano-calendrio seguinte ou no ms subseqente ao de encerramento da atividade, Declarao Simplificada de Rendimentos e Informaes, em modelo prprio aprovado pela Secretaria da Receita Federal;IV - manter em boa guarda e ordem, enquanto no decorrido o prazo decadencial e no prescritas eventuais aes que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escriturao obrigatrios, por legislao fiscal especfica, bem como os documentos e demais papis que serviram de base para apurar os valores indicados na Declarao Anual Simplificada de Rendimentos e Informaes.

    A Lei do Lucro Presumido exige, como mnimo de Escriturao Contbil o

    Livro- Caixa, Livro de Registro de Inventrios dos estoques e a guarda e boa ordem

    de todos os livros de escriturao, exigidos por legislao fiscal especfica para cada

    empresa.

    18

  • A Lei das Sociedades Annimas (Lei 6.404/76), no seu art. 177 tambm refora

    a obrigatoriedade da escriturao contbil dentro dos critrios da legislao

    comercial e seguindo os princpios contbeis geralmente aceitos.

    Segundo Silva (2002), todas as empresas, independentemente de seu porte ou

    natureza jurdica, precisam manter a sua escriturao contbil completa e em dia,

    incluindo o Livro Dirio.

    O Cdigo do Processo Civil, em seu art. 379, dispe que os livros comerciais, que

    preencham os requisitos exigidos por lei, provam tambm a favor do seu autor no

    litgio entre comerciantes, sendo assim, pode-se concluir que hoje em dia manter a

    escriturao contbil uma necessidade de qualquer empresrio.

    O site Portal de Contabilidade (2007) cita como outras vantagens para manter

    a escriturao contbil em dia:

    Maior controle financeiro e econmico empresa; Documentao imprescindvel caso seja necessrio uma recuperao

    judicial, de acordo com a Lei 11.101/05; Possibilitar a compensao de prejuzos fiscais acumulados, pois

    uma base confivel de apurao de lucro tributvel; Facilidade para conseguir as linhas de crdito; Prova a scios que se retiram da sociedade a verdadeira situao

    patrimonial, para fins de apurao de obrigaes ou venda de participao;

    A diminuio da carga tributria com a distribuio de lucros; Em caso de percia contbil, podem ser utilizadas como provas

    verdicas.

    A manuteno da escrita contbil, como afirma IOB (2006, n. 06), alm de ser

    uma exigncia da legislao comercial e tambm exigido pela lei da falncia (Lei

    11.101/05), onde a escriturao completa traz vantagens no caso de litgio, pois

    mantm a situao da empresa regular quando necessrio recuperao judicial, e

    at em caso de falncia, alm de todas as vantagens que as informaes contbeis

    proporcionam administrativa e gerencialmente.

    A Escriturao Contbil uma ferramenta indispensvel gesto de qualquer

    entidade.

    Sem a escriturao contbil, no possvel elaborar as demonstraes

    contbeis, conforme CRCSC (2006, p. 9), que completa: [...] qualquer

    demonstrao contbil elaborada sem que a empresa possua contabilidade formal

    demonstrao falsa, sendo o profissional envolvido passvel de punio pelos

    19

  • Conselhos Regionais de Contabilidade e pela Justia. De maneira alguma a

    empresa pode manter escriturao contbil que no esteja baseada em

    documentaes que comprovem as movimentaes.

    O Ofcio-Circular n 45, de 18-05-1981, emitido pelo Conselho Federal de

    Contabilidade, como afirma CRCSC (2006), aprovou o parecer que deve ser

    autuado por infrao ao Cdigo de tica Profissional do Contabilista, a todo

    profissional que induzir seus clientes a optarem pelo regime de Lucro Presumido,

    com a finalidade de no serem obrigados a efetuar a escriturao contbil

    determinada no Cdigo Civil brasileiro.

    A figura 1 demonstra, de forma resumida, por quais legislaes exigido os

    diversos livros contbeis.

    20

  • Figura 1: Tabela de livros contbeis versus legislaoFonte: Adaptado de Moura (2002).

    Tanto Estados como Municpios atravs de leis prprias, podero determinar a

    obrigatoriedade da adoo e escriturao de um ou mais livros contbeis, no mbito

    de sua atuao. Os exemplos citados a cima so apenas os mais comuns.

    O livro Dirio do ponto de vista legal, o mais importante, conforme afirma

    Moura (2002), pois nele so registrados todos os eventos que ocorrem no dia-a-dia

    das Entidades, e o Razo o mais importante sob o ponto de vista contbil, pois ele

    permite controlar separadamente cada conta. O controle individualizado permite

    conhecer o saldo de cada conta e elaborar as demonstraes contbeis.

    21

  • Atualmente existe dois mtodos de escriturao contbil, o mtodo das

    Partidas Simples e o mtodo das Partidas Dobradas.

    O Mtodo das Partidas Simples incompleto e deficiente segundo Moura

    (2002), pois consiste no registro de operaes controlando apenas um nico

    elemento, como exemplo o autor Moura (2002) cita o Livro Caixa, onde os eventos

    so registrados apenas visando controlar o dinheiro, ao se preocupando com a

    contrapartida desse lanamento, o que originou essa entrada ou sada de caixa.

    O Mtodo das Partidas Dobradas foi apresentado pelo frade Luca Pacioli em

    10 de novembro de 1494, na cidade de Veneza, na Itlia, conforme afirma Moura

    (2002). O princpio fundamental do mtodo, de acordo com Moura (2002), que no

    h dbito sem um crdito do mesmo valor. Esse mtodo, como afirma o autor,

    permite controlar todos os componentes do patrimnio, e as variaes no

    patrimnio lquido que podem resultar em Lucro ou Prejuzo. Conforme afirma Moura

    (2002), atravs desse mtodo as operaes so lanadas primeiramente no Livro

    Dirio, e depois so lanadas no Livro Razo.

    2.3 SURGIMENTO DA ESCRITURAO CONTBEIS

    At o momento no h indcios que comprovem a origem da contabilidade,

    entretanto, de acordo com S (2000, p.9):

    Provas arqueolgicas denunciam registros em grutas, ossos e outros materiais, contendo manifestaes da inteligncia humana na percepo de meios patrimoniais, qualitativa e quantitativamente, ou seja, constituindo a conta primitiva.

    A partir dessa afirmao entende-se que o homem primitivo de alguma maneira

    preocupava-se em obter meios para controlar a administrar o seu patrimnio.

    A escriturao contbil de acordo com S (2002), era ensinada nas escolas de

    matemtica, o que o autor acredita ter influenciado principalmente na equao

    dbito = crdito, ou seja, a partida dobrada, o que alimentou a lgica do registro,

    apesar de no existir prova efetiva. Como afirmar S (2002), a partida dobrada

    sugere o registro de um nico fenmeno sob dois aspectos contbeis, onde o dbito

    o efeito e o crdito a causa, obrigatoriamente correlatos.

    22

  • Entretanto, S (2002) afirma, que os registros simples no eram mais

    suficientes. A razo para a evoluo dos registros duplos da contabilidade foi

    conseqncia da complexidade e da quantidade dos registros contbeis que,

    derivados de diversas e complicadas transaes empresariais, conforme S (2002,

    p.27), [...] provocada pela evoluo socioeconmica, somada da qualidade das

    escribas e matemticos que se dedicavam aos registros contbeis, a partir de ento a contabilidade evoluiu seus registros de lanamentos simples para duplos para

    suprir uma necessidade devido a transaes mais complexas.

    Devido evoluo das atividades comerciais os registros duplos, dbito =

    crdito, no eram mais suficientes para registrar algumas operaes da empresa.

    At o sculo XVI o objetivo principal da contabilidade era produzir informaes

    para o proprietrio da empresa. De acordo com S (2002, p. 29), as preocupaes

    dos contadores da idade antiga foram guardar memria dos acontecimentos,

    disciplinar tais memrias em demonstrativos, analisar por meio de outros registros e

    tudo informar. Por muito tempo, segundo S (2002, p.29), a contabilidade significou

    escrita, manuteno de livros de escriturao de contas, apresentao de saldos

    de contas e dados sobre acontecimentos havidos nos negcios e at com os

    empresrios, e essa era a viso que o mercado tinha do contador no sculo XVI.O

    objetivo da contabilidade era guardar todas as movimentaes da empresa com

    intuito de informar o proprietrio o lucro obtido pela empresa em um servio

    prestado, em um determinado perodo, ou empreitada comercial, essa a razo

    para o esteretipo de que o contador um guarda-livros.

    2.4 LIVROS CONTBEIS

    As entidades utilizam diversos livros, sendo os principais o Livro Dirio e o

    Razo. De acordo com Moura (2002), a quantidade e a espcie dos livros variam em

    funo do porte, ramo de atividade e forma jurdica da empresa.

    Quanto a sua utilidade, Moura (2002) classifica os livros como principais e

    auxiliares, e quanto sua natureza classifica-os como cronolgicos e sistemticos.

    23

  • Os livros so classificados de acordo com a sua utilidade e natureza.

    Classificados quanto a sua utilidade, conforme descreve o autor Moura (2002, p.79)

    h:

    Principais utilizados para o registro de todos os eventos do dia-a-dia da entidade, como ocorre com os livros Dirios e Razo.Auxiliares utilizados para o registro de eventos especficos, como os livros Caixa, Contas corrente, Registro de Duplicatas e Razo Auxiliar em UFIR, alm de todos os livros fiscais que podem servir de suporte para a escriturao do Dirio.

    Quanto natureza, Moura (2002, p.80) classifica os livros em:

    Cronolgicos - aqueles em que os registros so efetuados obedecendo rigorosa ordem cronolgica de dia, ms e ano. H livros cuja escriturao obedece uma ordem cronolgica rigorosa, como o livro Dirio; outros obedecem a uma ordem cronolgica secundria, como todos os demais livros que, embora sistemticos, tm seus eventos registrados por ordem de data.Sistemticos livros destinados ao registro de eventos da mesma natureza, como todos os livros de escriturao, com exceo do livro Dirio.

    Todos os livros contbeis apresentam as caractersticas citadas acima,

    seguindo as descries mencionadas por Moura (2002).

    2.4.1 Livro Dirio

    O Dirio um livro exigido por lei, portanto todas as empresas devem escritur-

    lo. Como explica Marion (1998), no Dirio so registrados todos os fatos contbeis

    em ordem cronolgica de dia ms e ano e devem ser encadernados com folhas

    numeradas, e os registros devero ser lanados diariamente, entretanto, o Dirio

    pode ser substitudo por fichas numericamente ordenadas. A adoo do Razo e do

    Dirio por fichas proporciona que escriturao de ambos os livros seja realizada com

    maior agilidade, esta combinao chamada de Dirio-Razo.

    A escriturao do Livro Dirio exigida pelo Novo Cdigo Civil. Lei 10.406/02,

    art. 1.180, rege que alm dos demais livros exigidos por lei, indispensvel o

    Dirio, que pode ser substitudo por fichas no caso de escriturao mecanizada ou

    eletrnica, e o art. 1.181 da mesma lei, obriga as empresas a autenticarem o Livro

    Dirio no rgo de registro competente.

    24

  • Em relao s exigncias legais, de acordo com Marion (1998, p.215), O

    atraso na escriturao do Dirio no poder ultrapassar 180 dias, sob pena de multa

    prevista pelo Imposto de Renda. Esta uma das razes para sempre realizar com

    freqncia a escriturao do Dirio.

    O art. 12 do Cdigo Comercial dispe sobre a manuteno dos lanamentos no

    livro Dirio, no qual devem ser lanadas individualmente e com clareza todas as

    operaes comerciais da empresa, como operaes de compras, vendas,

    pagamento de despesas.

    O Novo Cdigo Civil, Lei 10.406/02, em seu art. 1.184, dispe que no Dirio

    devero ser lanados de forma individual, clara, e discriminado o documento

    respectivo, todas as operaes referentes ao exerccio da empresa.De acordo com

    Marion (1998), no pode haver intervalos em branco entre os lanamentos, rasuras,

    emendas e etc. Apesar de atualmente no ser muito comum, o Livro Borrador j foi

    muito utilizado, sua finalidade prevenir erros, um livro para manuseio enquanto o

    Dirio a sua perfeita reproduo.

    O Regulamento do Imposto de Renda, Decreto 3000/99 em seu art. 258, 1 e

    2, dispe que admitida a escriturao resumida devendo ser transportado para o

    Dirio os totais mensais dos livros auxiliares desde que hajam referncias s

    pginas em que as operaes estejam lanadas nos livros auxiliares devidamente

    registrados.

    Todas as demonstraes contbeis sero transcritas atravs do Dirio, como

    afirma IOB (2003, n. 44).

    2.4.2 Livro Razo

    A utilizao do Razo, por muito tempo, de acordo com Marion (1998) foi

    facultativa, e atualmente como afirma o autor obrigatrio e indispensvel para

    qualquer tipo de empresa. O Razo segundo Marion (1998, p.212) consiste no

    agrupamento de valores em contas de mesma natureza e de forma racional. Ele

    proporciona o controle individual de cada conta e engloba todas as contas do

    Patrimnio e do Resultado.

    O Razo propicia o controle individual de cada conta e engloba todas as contas

    do Patrimnio e do Resultado.

    25

  • No incio o Razo s existia em forma de livros, como afirma Marion (1998).

    Cada pgina recebia o nome de uma conta, ou seja, uma pgina para Caixa, uma

    para Bancos-Conta Movimentos, outras para Duplicatas a Receber, e assim

    sucessivamente. Devido ao aspecto prtico da contabilidade mecanizada, as folhas

    avulsas aos poucos substituram os livros.

    A ficha razo denominada Razo Sinttico ou Razo Analtico. O que

    diferencia uma da outra a sua abrangncia. Segundo Marion (1998), Razo

    sinttico abrange a conta como um todo, por exemplo: Estoque. O Razo Analtico

    o desdobramento do Razo Sinttico para um controle mais eficiente, exemplo de

    conta analtica: Estoque de Mercadorias, Estoque de Produtos Acabados, Estoque

    de Matria-Prima.

    O Regulamento do Imposto de Renda, Decreto 3000/99, em seu art. 259 2

    refora que a escriturao do livro razo deve ser mantida em dia sob pena de

    arbitramento do lucro da pessoa jurdica (Lei 8.218/91 art. 14, pargrafo nico, e Lei

    8.383/91, art. 62).

    2.4.3 Livro Caixa

    O livro caixa deve ser escriturado periodicamente, de acordo com IOB (2006, n.

    06), diria ou mensalmente, devendo conter todos os registros de recebimentos e

    pagamentos ocorridos no dia/ms, o qual resultar no final do ms no saldo final do

    caixa e bancos.

    Deve ficar claro, conforme IOB (2006, n. 06), que como o livro caixa est

    limitado aos lanamentos de movimentao financeira, no pode ser utilizada a

    escriturao contbil resumida, a qual considerada inexistente no ponto de vista

    tcnico e legal.

    Esse ponto tambm reforado pela IOB (2006, n. 06), onde a legislao do

    Imposto de Renda obriga a pessoa jurdica optante pelo lucro presumido

    escriturao contbil do Livro Caixa, com toda sua movimentao financeira,

    incluindo a movimentao bancria, caso no mantenha a escriturao contbil de

    acordo com a legislao comercial. Devendo adotar tambm, a escriturao do livro

    de Registro de Inventrios e manter a boa ordem e guarda dos documentos

    enquanto no decorrer o prazo decadencial, que de cinco anos.

    26

  • 2.5 DEMONSTRAES CONTBEIS

    Existe inmeros relatrios contbeis, de acordo com Marion (1998), os

    relatrios que mais se destacam so os considerados obrigatrios pela legislao

    brasileira, conhecidos como demonstraes financeiras ou contbeis.

    As trs principais demonstraes contbeis so:

    Balano Patrimonial (BP); Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE); Demonstrao de Lucros e Prejuzos Acumulados (DLPA).

    Essas so as trs principais demonstraes obrigatrias por lei, segundo

    Marion (1998), e que sero vistas com mais detalhes um pouco mais frente.

    Existem outras demonstraes contbeis tambm conhecidas, porm no

    obrigatrias pela legislao brasileira, como apresenta Marion (1998):

    Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido (DMPL); Demonstrao dos Fluxos de Caixa (DFC); Demonstrao do Valor Adicionado (DVA).

    Como afirma Reis (2003) as demonstraes contbeis um conjunto de

    demonstrativos que esto previstos em lei, e que geralmente so elaborados no final

    de um exerccio social.

    As Demonstraes Contbeis permitem que os gestores tomem conhecimento

    da situao e estrutura patrimonial da empresa, pois renem informaes que so

    de suma importncia para administrao da empresa.

    Atravs da comparao das demonstraes contbeis da empresa com as

    suas concorrentes possvel concluir se a situao financeira e econmica da

    empresa favorvel ou no.

    Como foi citado anteriormente, h diversos relatrios contbeis, e estes so

    elaborados para suprir as necessidades dos usurios, e a combinao relatrios

    contbeis e anlise das demonstraes contbeis uma ferramenta de apoio para a

    administrao da empresa.

    2.5.1 Balano Patrimonial

    27

  • O Balano Patrimonial deve ser estruturadO de acordo com o disposto na Lei

    das Sociedades por Aes, segundo os princpios Fundamentais da Contabilidade e

    as Normas Brasileiras de Contabilidade. Composto por trs grandes grupos de

    contas, Ativo, Passivo e Patrimnio Lquido, onde cada grupo possui caractersticas

    semelhantes que facilita a leitura e anlise.

    De acordo com Marion (1998, p.46) o Balano Patrimonial [...] o mais

    importante relatrio gerado pela contabilidade. Atravs dele pode-se identificar a

    sade financeira e econmica da empresa no fim do ano ou em qualquer data

    prefixada. O balano patrimonial apresenta a situao das contas da entidade em

    um determinado perodo.

    O site Portal de Contabilidade (2007) define Balano Patrimonial como sendo

    uma [...] demonstrao contbil destinada a evidenciar, qualitativa e

    quantitativamente, numa determinada data, a posio patrimonial e financeira da

    Entidade, evidenciando o saldo de todas as contas da empresa.

    Sendo assim de fcil compreenso o quanto essa demonstrao contbil

    importante para avaliao do desempenho da empresa ao longo de um perodo,

    sendo necessrio apenas um balano de um perodo anterior para que possa ser

    realizado est anlise do desempenho da empresa.

    O Novo Cdigo Civil tambm dispe sobre o balano patrimonial, o art. 1.118

    dispe que o balano deve [...] exprimir, com fidelidade e clareza, a situao real da

    empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposies das leis

    especiais, indicar, distintamente, o ativo e o passivo. O balano patrimonial deve

    ser um demonstrativos que retrate fielmente a situao patrimonial da empresa em

    um determinado perodo.

    A Lei Sociedades por Aes (Lei 6.404/76) em seu art. 178 determina que no

    balano patrimonial todas as contas sejam [...] classificadas segundo os elementos

    do patrimnio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a

    anlise da situao financeira da companhia. As contas do balano patrimonial so

    organizadas seguindo sua ordem de liquidao.

    2.5.1.1 Ativo

    28

  • o conjunto de bens e direitos da empresa, est subdividido em trs grandes

    grupos, o Ativo Circulante, o Realizvel a Longo Prazo e o Permanente. Disposto

    conforme estabelecido no 1 do art. 178 da Lei das Sociedades por Aes, onde

    todas as contas sero disposta em ordem descrente de liquidez.

    No ativo circulante as contas mais comuns conforme o Site Portal de

    Contabilidade (2007), so as contas caixa, contas bancrias, aplicaes financeiras

    (de resgate imediato), duplicatas a receber, estoques, entre outras. Dispostas em

    ordem de liquidez, ou seja, as contas que esto em constante giro e seu saldo

    dever ser convertido em dinheiro at o trmino do exerccio financeiro seguinte.

    No Realizvel Longo Prazo conforme afirma o Site Portal de Contabilidade

    (2007), encontramos principalmente contas de natureza do Ativo Circulante, porm

    com resgate aps o trmino do exerccio financeiro seguinte.

    O Ativo Permanente de acordo com o Site Portal de Contabilidade (2007),

    engloba todas as contas referentes a bens e diretos da empresa que no se

    destinam a venda, no caso dos bens sua vida til longa, ou seja, maior que 12

    meses, e ele est subdividido em mais trs grupos, os Investimentos, o Imobilizado

    e o Diferido.

    2.5.1.2 Passivo

    O Passivo tambm est subdivido em grupos, o Passivo Circulante e o Exigvel

    a Longo Prazo.

    O Passivo Circulante conforme o Site Portal de Contabilidade (2007),

    compreende as obrigaes exigveis da empresa com terceiros que devero ser

    liquidas at o trmino do exerccio financeiro, podendo ser obrigaes trabalhistas,

    com o governo, fornecedores, bancos e at mesmo com os acionistas, como

    dividendos ou emprstimos a pagar.

    O Exigvel Longo Prazo so as obrigaes da empresa com terceiros,

    segundo o Site Portal de Contabilidade (2007), porm sua exigibilidade de liquidao

    aps o trmino do exerccio financeiro seguinte.

    2.5.1.3 Patrimnio Lquido

    So os recursos aplicados na empresa por seus proprietrios, conforme o Site

    Portal de Contabilidade (2007), esses recursos significam o capital investido mais

    29

  • seus resultados. Seu valor a diferena entre Ativo Passivo, desta maneira o valor

    do patrimnio pode ser positivo, negativo ou nulo.O resultado positivo aumenta o

    valor do patrimnio, e o resultado negativo consequentemente reduz o valor

    patrimonial da empresa. No Patrimnio Liquido encontramos as contas: Capital

    Social, Reserva de Capital, Reservas de Reavaliao, Reservas de Lucros,

    Lucros/Prejuzos Acumulados.

    2.5.2 Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE)

    Demonstrao do Resultado do Exerccio - DRE conceituada por Iudcibus et

    al. (2003), como a apresentao de forma resumida das operaes realizadas pela

    empresa em determinado perodo, demonstrada em um modelo que destaca o

    resultado lquido do perodo.

    Consiste na evidenciar o resultado lquido da empresa em determinado

    perodo, confrontando as receitas, custos e despesas totais da empresa, de acordo

    com o regime da competncia, que segundo o Site Portal de Contabilidade (2007),

    o reconhecimento da receita e despesa do perodo independente do recebimento ou

    liquidao.

    O art. 187 da Lei das Sociedades por Aes estabelece a ordem de

    apresentao das receitas, custos e despesas, e o 1 do mesmo artigo traz

    expresso o princpio para o reconhecimento dessas receitas, custos e despesas:

    1 Na determinao do resultado do exerccio sero computados:a) as receitas e os rendimentos ganhos no perodo, independentemente da sua realizao em moeda; eb) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.

    Toda empresa deve elaborar sua DRE seguindo esses padres e princpios

    para o reconhecimento das receitas, custos e despesas.

    O objetivo da DRE segundo Reis (2003) apresentar o resultado e os fatores

    que levaram a ele.

    2.5.3 Demonstrao dos Lucros e Prejuzos Acumulados (DLPA)

    30

  • Objetiva demonstrar a movimentao ocorrida na conta de lucros e prejuzos

    acumulados, referente ao saldo ainda no distribudo aos scios ou acionistas,

    demonstrando os eventos que modificaram o seu saldo. Alm da informao

    complementar de dividendo por ao de capital realizado.

    As pessoas jurdicas tributadas com base no lucro real so obrigadas pelo art.

    274 do RIR/99 a elaborarem a DLPA.

    A NBC T 3.4 aprovada pela Resoluo n. 686/90, define a DLPA como o

    demonstrativo contbil que torna evidente todas as alteraes sofridas nos

    resultados acumulados da entidade em um determinado perodo.

    A Demonstrao dos Lucros e Prejuzos Acumulados, de acordo com IOB

    (2006, n. 34, p.5), deve discriminar:

    a) o saldo do incio do perodo e os ajustes de exerccios anteriores;b) as reverses de reservas e lucro lquido do exerccio;c) as transferncias para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do perodo.

    Devendo indicar quando for o caso, o total do dividendo por ao do capital

    social.

    2.5.4 Demonstraes das Mutaes do Patrimnio Lquido (DMPL)

    A Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido, de acordo com Iudcibus

    et al. (2003), fornece toda de movimentao que ocorreu durante o exerccio nas

    contas que compe o Patrimnio Lquido. Indicando o fluxo de uma conta para outra,

    e as origens de cada acrscimo ou diminuio do Patrimnio Lquido.

    No obrigada por lei, entretanto, como afirma Reis (2003), sua apresentao

    dispensa a empresa de elaborar a DLPA, pois a DMPL evidencia todas as

    informaes demonstradas na DLPA.

    Porm Iudcibus et al. (2003), confirma que a DMPL no uma demonstrao

    obrigada pela Lei das Sociedades por Aes, mas ressalta que sua publicao

    exigida pela Comisso de Valores Mobilirios (CVM).

    A DMPL conceituada com mais detalhes por Moura (2002, p. 341):

    [...] mostra as variaes ocorridas nas Contas do Patrimnio Lquido, evidenciando os saldos iniciais, os ajustes de exerccios anteriores, os

    31

  • aumentos do Capital, as Reverses de Reservas, o Lucro Lquido do Exerccio e sua destinao, alm dos saldos finais das respectivas contas que compem o Patrimnio Lquido da empresa.

    Atravs da DMPL possvel verificar todas as modificaes sofridas pelo

    Patrimnio Lquido ao longo de um determinado perodo.

    2.5.5 Demonstraes das Origens e Aplicaes de Recursos (DOAR)

    O objetivo da Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos (DOAR)

    demonstrar todas as operaes que resultaram em variaes no Capital Circulante

    Lquido (CCL) da empresa.

    De acordo com Viceconti e Neves (2000) a DOAR evidencia as movimentaes

    financeiras ocorridas na empresa no curto prazo, resultantes como afirma Viceconti

    e Neves (2000, p.224), a) ingressos de novos recursos, alm dos gerados pelas

    prprias operaes; e b) pela formo como estes recursos foram aplicados.

    A DOAR apresenta informaes relacionadas as origens de recursos, como os

    financiamentos, e as aplicaes de recursos durante o perodo, os quais afetam o

    capital circulante lquido.

    O objetivo da DOAR segundo Marion (2001), demonstrar as operaes

    ocorridas no saldo das contas de disponibilidades (caixa e equivalentes a caixa),

    atravs do fluxo de recebimentos e pagamentos.

    A DOAR conceituada por Moura (2002) como o demonstrativo que evidncia

    a situao do Capital Circulante Lquido no incio e fim do exerccio, demonstrando

    todas as modificaes que ocorreram na posio financeira da companhia,

    resultantes da poltica financeira adotada pela empresa ou diretoria.

    Origens de Recursos como explica Iudcibus et al. (2003), significam um

    aumento nos financiamentos exigveis a longo prazo, ou a transferncia de

    investimento do longo para o curto prazo.

    Aplicaes de Recursos de acordo com Iudcibus et al. (2003), representam os

    acrscimos nos investimentos de longo prazo, ou a transferncia de financiamentos

    do longo para o curto prazo.

    32

  • 2.5.6 Demonstraes do Fluxo de Caixa (DFC)

    De acordo com Iudcibus et al. (2003), a Demonstrao de Fluxo de Caixa

    (DFC), tem a finalidade de fornecer a empresa informaes importantes sobre os

    recebimentos e pagamentos em dinheiro, que ocorreram em determinado perodo.

    Evidencia todas as entradas e desembolsos financeiros da empresa em

    determinado perodo.

    A DFC assim como a DOAR visa identificar as movimentaes financeiras da

    empresa, segundo Viceconti e Neves (2000), entretanto a DOAR como afirma os

    autores, representa apenas o saldo das contas do Disponvel.

    Conforme Marion (2001), a DFC demonstra as alteraes ocorridas durante o

    exerccio na conta caixa e equivalentes, sendo separada por fluxo das operaes,

    financiamentos e investimentos, podendo ser elaborada da forma direta ou indireta.

    A forma direta a partir da movimentao da conta caixa e equivalente, e a forma

    indireta com base no Lucro/Prejuzo do Exerccio.

    2.5.7 Demonstrao do Valor Adicionado (DVA)

    A DVA definida por Viceconti e Neves (2000) como a representao da

    riqueza gerada por uma empresa em um determinado perodo.

    O conceito dado por Marion (2001, p.66) uma demonstrao que [...]

    evidenciar os componentes geradores do valor adicionado a sua distribuio entre

    empregados, financiadores, acionistas, governos e outros, bem como a parcela

    retida para reinvestimento.

    A DVA procura demonstrar quem esto sendo direcionados o valor que

    adicionado companhia.

    2.6 ANLISE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS

    Os autores Viceconti e Neves (2000, p.393), conceituam a anlise das

    demonstraes contbeis como um estudo da situao patrimonial da entidade,

    atravs da decomposio, comparao e interpretao do contedo das

    demonstraes contbeis, visando obter informaes analticas e precisas sobre a

    33

  • situao geral da empresa. uma tcnica contbil para decomposio,

    comparao e interpretao das demonstraes contbeis.

    A anlise de balanos segundo Neto (2002), tem como objetivo evidenciar a

    posio econmico-financeira da empresa, verificando os motivos que levaram a

    esse resultado, utilizando como base as informaes contbeis contidas nas

    demonstraes geradas pela empresa.

    O objetivo da anlise das demonstraes contbeis segundo Viceconti e Neves

    (2000) fornecer informaes numricas e de mais de um perodo, para auxiliar os

    acionistas, administradores, fornecedores em geral, clientes e demais interessado

    em conhecer a situao da empresa, na sua tomada de deciso.

    A anlise de balano conceituado por Moura (2002), como a interpretao

    dos dados fornecidos pelas demonstraes contbeis, com o intuito de tornar essas

    informaes teis para os diferentes usurios da contabilidade.

    Atravs das Demonstraes Contbeis de uma empresa, podem ser

    levantadas informaes sobre a sua situao financeira e econmica, como

    exemplificar NETO (2002, p.48):

    [...] um analista pode obter concluses sobre a atratividade de investir em aes de determinada companhia, se um crdito solicitado merece ser ou no ser atendido; se a capacidade de pagamento (liquidez) encontra-se numa situao de equilbrio ou insolvncia; se a atividade operacional da empresa oferece uma rentabilidade que satisfaz as expectativas dos proprietrios de capital; e assim por diante.

    Usurios externos utilizam as informaes geradas atravs da anlise das

    demonstraes para tomarem suas decises de aplicar ou no seus recursos em

    uma determinada entidade, seja por meio de financiamentos, investimentos, ou

    vendas prazo para a empresa.

    O autor Neto (2002) afirma que atravs da anlise das demonstraes

    possvel extrair informaes sobre as situaes passadas da empresa, atual e

    projetar o futuro da mesma.

    O analista preocupa-se conforme descreve Neto (2002, p.49) em:

    [...] centra-se nas demonstraes contbeis da sociedade, das quais extrai suas concluses a respeito de sua situao econmico-financeira, e toma (ou influncia) decises com relao a conceder ou no o crdito, investir em seu capital acionrio, alterar determinada poltica financeira, avaliar se a empresa est sendo bem administrada, identificar sua capacidade de solvncia (estimar se ir falir ou no), avaliar se uma empresa lucrativa e

    34

  • se tem condies de saldar suas dvidas com recursos gerados internamente etc.

    Atravs da anlise das demonstraes contbeis possvel avaliar o

    desempenho da empresa ao longo do perodo.

    Para o analista concluir e tomar suas decises, Neto (2002), afirma que a

    anlise das demonstraes totalmente dependente da quantidade e qualidade das

    informaes, elas devem ser confiveis, criteriosamente lanadas com base nos

    princpios contbeis, e a quantidade de informao a disposio analista refletir no

    resultado da anlise.

    O intuito da anlise das demonstraes contbeis atender os diferentes

    usurios, com objetivos e necessidades de informaes diversificadas, mas todos

    com alguma relao com a empresa.

    Os usurios mais importantes da anlise das demonstraes conforme Neto

    (2002) so os acionistas, administradores, clientes, concorrentes, fornecedores,

    governo e intermedirios financeiros.

    Todo usurio possui interesses diferentes, Neto (2002) cita alguns exemplos de

    interesses desses usurios.

    Fornecedores: conhecer a capacidade de pagamento da empresa para decidir se seguro vender a prazo para a empresa;

    Intermedirios financeiros: conhecer a atual situao econmico-financeira da entidade, no curto e longo prazo, para tomar decises

    referente a concesso de financiamento solicitado pela entidade;

    Acionistas: verificar a capacidade da empresa em gerar lucros, se ir proporcionar retorno sobre o capital investido;

    Concorrentes: extremamente importante a empresa conhecer como est se comportando o mercado em que atua, e a situao de seus

    concorrentes, comparando com o desempenho da sua empresa;

    Governo: conhecer a situao financeira de diversos ramos e setores do mercado, como forma de subsidiar ou criar polticas econmicas para

    alavancar o mercado em crise;

    Administradores: utilizam como ferramenta para o acompanhamento e avaliao das diversas decises tomadas pela entidade. Atravs dela

    35

  • possvel mensurar os resultados obtidos com as polticas adotadas pela

    empresa, como polticas de investimentos e financiamentos.

    Segundo Neto (2002, p. 54), a anlise de balanos proporciona a empresa

    obter informaes como:

    [...] conhecer o retorno dos investimentos totais, a rentabilidade do capital prprio, a rotao dos ativos, o volume das dvidas em relao ao capital dos proprietrios etc. Da mesma forma, por meio de demonstraes projetadas, possvel desenvolver-se a uma avaliao sobre o desempenho futuro da empresa, sua capacidade esperada de gerar lucros, posio prevista de caixa, crescimento das vendas e custos etc.

    As informaes geradas atravs anlise das demonstraes contbeis

    proporciona a empresa o privilgio de mensurar, avaliar e nortear novas decises e

    polticas, podendo ser aplicado para planejamentos futuros, como oramentos,

    polticas econmicas, financeiras, investimentos a longo prazo, entre outras

    decises.

    2.7 A UTILIDADE DA CONTABILIDADE GERENCIAL

    O objetivo da contabilidade em seus primrdios era informar ao proprietrio o

    lucro obtido pela empresa em um servio prestado, em um determinado perodo, ou

    empreitada comercial, por exemplo.

    No capitalismo moderno, de acordo com Crepaldi (1998), somente esses dados

    no so suficientes, h vrios outros usurios interessados em informaes

    contbeis de caractersticas distintas, por exemplo, os credores desejam conhecer o

    grau de endividamento da empresas e a possibilidade de pagamento dos seus

    compromissos, os sindicatos necessitam das informaes que evidenciam a

    capacidade de pagamento de salrios, j os gerentes das empresas precisam de

    informaes confiveis para apoi-los no processo de tomada de deciso.

    De acordo com Crepaldi (1998, p.18):

    [...] o papel da contabilidade torna-se ainda mais importante nas complexas economias modernas. Uma vez que os recursos so escassos, temos de escolher entre as melhores alternativas, e para identific-las so necessrios dados contbeis.

    36

  • O conceito utilizado pelo autor deve ser considerado em todos os ramos de

    atividades, independente do tamanho ou faturamento da empresa, pois sempre ir

    haver concorrncia. Visando otimizar o desempenho da empresa, as informaes a

    disposio do administrador ou empresrio, necessitam ser precisas e oportunas.

    O principal objetivo da contabilidade gerencial, segundo o autor Crepadi (1998,

    p.18), [...] fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os

    auxiliem em suas funes gerenciais. A utilizao da contabilidade gerencial

    propicia a identificao desperdcios atravs de um sistema de informao que seja

    adequado as necessidades da entidade, tornando possvel obter um controle de

    insumo.

    A funo inicial da contabilidade de custo era fornecer dados para a avaliao

    dos estoques e apurao dos resultados, porm nas ltimas dcadas Crepaldi

    (1998), afirma que ela passou a ter outras funes mais importantes, principalmente

    para a contabilidade gerencial, como informaes para formao de preos dos

    produtos ou servios, e auxilio no controle e tomada de decises atravs dos dados

    dos custos. Em empresas pequenas esse controle interno fundamental, devido ao

    fato de que em muitos ramos de atividade h concorrncia acirrada a alguns metros

    de distncia, onde o preo elevado de um produto visando cobrir os custos altos e

    mal controlados pode significar a falncia da empresa.

    A funo da contabilidade de custos definida por Crepaldi (1998, p.19) como:

    [...] fornecer informaes para o estabelecimento de padres, oramentos ou previses e, a seguir, acompanhar o efetivamente acontecido com os valores previstos. Este tipo de custeamento chamado Custeio-Padro; tem um papel muito importante no sentido de detectar ineficincias ou desperdcios nas atividades produtivas.

    Uma micro-empresa que utiliza a escriturao contbil completa poder

    aproveitar os dados histricos para fazer previses, oramentos e estabelecer

    padres para os seus custos com produo, podendo assim identificar desperdcios

    e elimin-los.

    Atualmente a contabilidade administrativa segundo Crepadi (1998), est

    voltada e orientada para o futuro, apesar de ter como base a contabilidade

    financeira, sendo essa a principal diferena entre elas. Iudcibus (1987), completa

    essa afirmao afirmando que a contabilidade gerencial se aproveita de diversos

    37

  • conceitos da administrao, principalmente da financeira, campo no qual est

    situada toda a contabilidade empresarial.

    A contabilidade financeira a base de toda a escriturao contbil, o livro caixa

    um dos principais documentos para fornecer essas informaes, outro documento

    importante para uma escriturao contbil eficiente so os extratos bancrios.

    A no escriturao contbil impede a entidade de elaborar os seus

    Demonstrativos Contbeis, pois estes tm como base todos os fatos administrativos

    ocorridos na empresa em determinado perodo, movimentao que dever ser

    lanada nos seus respectivos livros de escriturao, dirio, razes, entre outros.

    De acordo com Iudcibus (1987), a contabilidade gerencial utiliza tcnicas e

    procedimentos contbeis conhecidos na contabilidade financeira, custos, e de

    anlise financeira e de balanos, porm so empregados em perspectivas

    diferentes, de modo que auxilie os tomadores de deciso.

    A contabilidade gerencial est voltada para a administrao da empresa,

    procurando fornecer informaes oportunas, efetiva e vlida para o processo

    decisrio, conforme afirma Iudcibus (1987). O autor completa que as informaes

    contbeis o ltimo passo da contabilidade financeira, devendo ser utilizada como

    ponto de partida para a contabilidade gerencial, e os maiores interessados so os

    usurios externos.

    Toda deciso empresarial dever ser baseada em informaes precisas e

    confiveis, para no pr em risco o patrimnio da empresa.

    Atravs da emprego dos dados da contabilidade de custos como ferramenta

    para a tomada de deciso, segundo Crepaldi (1998, p.19) possvel o administrador

    avaliar as conseqncias como:

    1. Se a capacidade de produo da fbrica insuficiente para atender todos os pedidos dos clientes, qual produto ou linha de produto deve ser cortado?2. Como fixar o preo de venda de um produto?3. Deve-se continuar comprando matrias-primas de terceiros ou interessa fabric-los na empresa?

    Segundo Crepaldi (1998, p.20), o desafio da contabilidade gerencial

    propiciar informaes teis e relevantes (em tempo hbil) que facilitaro encontrar

    as respostas certas para questes fundamentais. A contabilidade gerencial deve ser

    utilizada como ferramenta indispensvel para elaborao de relatrios com

    informaes que ampare o tomador de deciso.Proporcionando informaes que

    38

  • devam orientar os administradores quanto na tomada de decises imediatas e assim

    como nas futuras, sendo essencial que os contadores sejam pro ativos ao

    fornecerem as informaes contbeis com dados relevantes, oportunos, e sobre

    questes amplas referente a assuntos empresarias, como afirma CREPALDI (1998).

    Cabe aos contadores desenvolverem relatrios diversificados que atendam as

    atividade da empresa com informaes que lhe so teis, mesmo que cada rea

    exija relatrios diferenciados, porm com informaes que as interessem.

    Segundo Moura (2002), a finalidade da contabilidade fornecer informaes

    econmicas e financeiras referentes entidade.

    Muitas entidades so obrigadas por lei a publicar anualmente algumas

    demonstraes contbeis, entretanto, elas podem elaborar relatrios no

    obrigatrios segundo Neto (2002), geralmente sua elaborao para uso interno,

    para auxiliar na tomada de deciso.

    Esses relatrios so de extrema importncia na anlise da situao da

    entidade, enriquecendo a concluso do analista com informaes mais completas e

    detalhadas sobre a mesma, o que ir colaborar para que a tomada de deciso seja

    precisa e eficaz, pois ir contar com relatrios gerenciais, e uma anlise da atual

    situao da empresa no momento.

    2.7.1 A Funo do Contador Gerencial

    Atualmente o contador acumula funes dentro de uma empresa, funes

    essas que influenciam na tomada de deciso.

    O autor Crepaldi (1998, p.19) em seu livro utiliza a definio do IFAC

    International Federation of Accounting (Federao Internacional de Contabilidade)

    para o contador gerencial como um profissional que:

    [...] identifica, mede, acumula, analisa, prepara, interpreta, e relata informaes (tanto financeiras quanto operacionais), para uso da administrao de uma empresa, nas funes de planejamento, avaliao e controle de suas atividades e para assegurar o uso apropriado e a responsabilidade abrangente de seus recursos.

    Para Iudcibus (1987, p.17) o bom contador gerencial deve saber [...]tratar,

    refinar e apresentar de maneira clara, resumida e operacional dados esparsos

    39

  • contidos nos registros da contabilidade financeira, de custos etc., deve saber utilizar

    informaes que no esto diretamente ligados rea contbil, para auxiliar no

    processo decisrio.

    O contador gerencial deve contribuir com a administrao da empresa

    conforme afirma Spnola et. al (2007) do seguinte modo:

    [...] informaes contbeis inteligentes, objetivando a qualidade de seus servios e o reconhecimento social por se estudioso de uma cincia protetora da sociedade, dentro deste contexto, h a relevncia em se destacar uma ferramenta organizacional denominada contabilidade gerencial e a interao do profissional contbil capacitado e preocupado em demonstrar para uma organizao seus conceitos adquiridos atravs do seu capital intelectual [...].

    O conhecimento cientifico do contador deve ser aproveitado para auxiliar na

    tomada de deciso da empresa, ele acompanhar administrao da entidade e

    atravs da sua experincia apresentar informaes que iro subsidiar as decises

    tomadas por eles.

    Ao descrever o contador gerencial, Iudcibus (1987, p.17), afirma que esse

    profissional dever ter formao ampla, dominando [...] objetivos ou resultados que

    podem ser alcanados com mtodos quantitativos., o contador gerencial necessita

    conhecer conceitos de micro economia, e principalmente observar as diferentes

    reaes dos administradores diante da forma e do contedo dos relatrios

    contbeis.

    A funo do contador gerencial passou a ser de acordo com Spnola et. al

    (2007), [...] identificar com novas ferramentas de trabalho, de analisar e interpretar

    os fenmenos econmicos e financeiros ocorridos no patrimnio das empresas,

    tornando-se fundamental em todo processo. O contador deve participar de toda a

    etapa de tomada de deciso da empresa.

    40

  • 3 ANLISE DOS DADOS DA PESQUISA

    O trabalho verificou o nvel de utilizao das informaes geradas atravs da

    escriturao contbil, dentro de trinta micro-empresas situadas na cidade de

    Florianpolis. Os benefcios propiciados a essas micro-empresas que utilizam esses

    dados para auxiliarem seus administradores no processo decisrio das entidades.

    No apndice deste trabalho, encontra-se o questionrio aplicado nos escritrios

    contbeis e micro-empresas, assim como a tabulao dos dados levantados nas

    entrevistas.

    A pesquisa foi realizada em dez escritrios de contabilidade da cidade de

    Florianpolis, com o intuito de verificar o perfil desses escritrios, e conhecer o

    servio de contabilidade oferecido s micro-empresas de Florianpolis.

    Um segundo questionrio foi aplicado a trinta micro-empresas da cidade de

    Florianpolis, visando verificar alguns pontos como, por exemplo, a relao com o

    escritrio contbil que lhe presta servio, o servio de contabilidade que so

    oferecidos a essas micro-empresas, e principalmente a utilizao dos dados

    fornecidos pela contabilidade para a administrao da empresa.

    3.1 ANLISE DA PESQUISA DOS ESCRITRIOS

    Quando um prestador de servio contbil est atuando o seu nome deve

    passar credibilidade ao servio oferecido, e com isto conquistar clientes fieis aos

    seus servios. Escritrios com poucos anos de atuao, procuram se estabelecerem

    no mercado buscando sempre conquistar novos clientes e consequentemente

    espao no concorrido mercado contbil.

    A figura 2 demonstra quanto tempo os escritrios pesquisados esto no

    mercado.

    41

  • Tempo de Atuao

    0% 20%

    30%0%

    50%

    0 a 11 meses 1 a 3 anos 4 a 6 anos

    7 a 9 anos Mais de 10 anos

    Figura 2: O tempo que o escritrio est no mercadoFonte: Dados da Pesquisa

    Como possvel verificar na figura acima, 50% dos escritrios esto h mais

    de 10 anos no mercado, 30% de 4 a 6 anos de atuao, e 20% tem de 1 a 3 anos

    de mercado.

    A figura 3 representa a quantidade de clientes que esses escritrios possuem.

    Todos os escritrios com mais de 60 clientes esto h mais de 10 anos no mercado.

    Nmero de Clientes

    0% 10%

    30%

    20%

    40%

    1 a 15 16 a 30 31 a 45 46 a 60 Mais de 60

    Figura 3: Nmero de clientes dos escritriosFonte: Dados da Pesquisa

    De acordo com a figura 3, 40% dos escritrios possuem mais de 60 clientes,

    sendo que 30% possuem de 31 a 45 clientes, 20% dos escritrios possui de 46 a 60

    42

  • clientes e apenas10 % possuem de 16 a 30 clientes , e nenhum dos escritrios

    possui apenas de 1 a 15 clientes.

    A figura 4 o cruzamento das informaes de quantos anos o escritrio est

    no mercado e quantos clientes ele possui.

    Figura 4: Nmero de clientes dos escritrios por tempo de mercado.Fonte: Dados da Pesquisa

    Como possvel verificar, a figura 4 demonstra que do total de escritrios com

    mais de 10 anos de mercado 80% possui mais de 60 clientes, dos escritrios que

    possuem 1 a 3 anos de atuao, 50% possuem de 46 a 60 clientes Entre os

    escritrios pesquisados com 4 a 6 anos de mercado, foi identificado escritrios com

    diversos nmeros de clientes, conforme demonstra a figura 4, sendo 33% dos

    escritrios com 16 a 30 clientes, 33% com 31 a 45 clientes, e tambm 33% com a 46

    a 60 clientes.

    Ao serem questionados se os contadores dos escritrios alertam seus clientes

    quanto a importncia de encaminhar todos os documentos em tempo hbil, e se os

    clientes costumam entregar essas documentaes para efetuarem a escriturao

    contbil, 90% afirmaram orientar seus clientes da importncia de encaminharem a

    documentao em dia, apenas 10% informaram que no alertam seus clientes.

    Entretanto, 30% afirmaram terem dificuldades para receber esses documentos,

    e 70% asseguraram que seus clientes apresentam a documentao em tempo hbil.

    43

    80%

    20%

    1

    Mais de 10 anos de Mercado

    Mais de 60 31 a 45

    33% 33% 33%

    1

    De 4 a 6 anos no Mercado

    16 a 30 31 a 45 46 a 60

    50% 50%

    1

    De 1 a 3 anos de Mercado

    31 a 45 46 a 60

  • Figura 5: Alertar os clientes da importncia de entregar os documentos contbeis em dia, e se eles entregam essa documentao em dia.Fonte: Dados da Pesquisa

    Esse percentual expressivo de 70% dos escritrios que afirmam no terem

    problemas com seus clientes quanto ao prazo de entrega dos documentos para a

    escriturao contbil, leva a crer que o trabalho de conscientizao est sendo

    realmente desenvolvido e constantemente realizado, gerando resultados positivos.

    Entretanto, 90% dos administradores das micro-empresas no se

    conscientizaram de quanto essencial encaminhar esses documentos em dia para

    que o contador cumpra os prazos previstos pelo fisco, ocorrendo o descumprimento

    dos prazos empresa estar sujeita as punies previstas na lei.

    Segundo a pesquisa, os contadores entrevistados apresentam dificuldades em

    receber de alguns documentos, conforme ilustrado na figura 6.

    44

    70%

    30%

    1

    Entrega da Documentao

    Sim No

    10%

    90%

    1

    Importncia de Entregar em Dia os Docts.

    No Sim

  • 30%

    90%

    10%

    1

    Dificuldade de Recebimento de Docts

    Comprovante de Pagtos de Gastos (NF, CF, Fat. etc)Ext. Bancrios, Cpias de Chq. Avisos Bancrios, etc.NF de Vendas, Prestao de Servios, e outros docts de outras receitas

    Figura 6: Sobre a dificuldade de receber alguns documentos especficosFonte: Dados da Pesquisa

    De acordo com a figura 6, 90% dos escritrios afirmaram terem dificuldades

    para receber os documentos, bancrios, como extratos, cpias de cheque, etc., 30%

    declararam terem dificuldades para receber de seus clientes os comprovantes de

    pagamentos de gastos e, apenas 10% dos escritrios apresentam problemas para

    receber inclusive as notas fiscais de vendas e prestao de servios, e outro