liÇÕes - convenção batista...

84

Upload: duongduong

Post on 09-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos
Page 2: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos
Page 3: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

LIÇÕESdata

data

data

data

data

data

data

data

data

data

data

data

data

SUMÁRIO

AtualidadeEducador Religioso: formado ou informado? Eis a questão!

15

Saúde EmocionalNas horas de dor só Deus tem o consolo certo

20

Apoio MinisterialSer batista

23

Apresentação26

28 Uma Abordagem de Isaías

32 A Nação Pecadora

36 A Missão de Profeta

40 “Tal Pai, Tal Filho”: Nem Sempre

44 A Teologia de Isaías (I)

48 A Teologia de Isaías (II): A exclusividade de Deus

52 A Idolatria

56 Rótulo e Conteúdo

60 Bondade Divina: Apelo, Oportunidade, Perdão

64 Deus Tem a Palavra Final (Arrogância e Abatimento de Um Rei)

68 Messianismo (I)

72 O Messianismo (II) - O Messias Redentor

76 Messianismo (III) - O Reino Messiânico

12

Palavras do redatorO estudo da palavra de Deus

06

Primeiras PalavrasComo podemos ter comunhão verdadeira com os irmãos

Page 4: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

2

Parabenizo a todos que contribuem com as edições desta revista,buscando trazer exemplos de vida aos pés de Deus, assim como a revista que estudamos, trazendo vários exemplos de fé, humildade, amor ao próximo, entrega, arrependimento, missão, honestidade, como os exemplos de Zacarias e sua mulher, Isabel, que foram justos e obedientes ao Senhor e irrepreensíveis, principalmente.

Este último adjetivo nos faz refletir sobre a importância de sermos crentes valorosos e sobre a responsabilidade que temos com as pessoas que ainda não conhecem a este Deus Libertador.

A revista encerra nos trazendo também o exemplo de Timóteo, que foi alcançado por Cristo Jesus graças aos apelos de Paulo. Um crente que, mesmo cheio de dores, humilhado, tinha a persistência de pregar a Palavra de Deus.

O exemplo de Timóteo serve para os nossos adolescentes refletirem.

Mesmo com a sua saúde frágil e ser ainda muito jovem, Timóteo optou pelo caminho da salvação. Outro exemplo neste mesmo estudo é a importância de sua mãe e de sua avó em moldar o seu caráter, trazendo-nos a reflexão de quão importantes somos para uma vida espiritual saudável de nossos jovens, e que Jesus Cristo seja de domingo a domingo “O Leão

da tribo de Judá” em suas vidas, em nossas vidas!

Marly Rocha LimaAluna da EBD

Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ

Pastor Alberto Lino dos Santos

Quero parabenizar o pastor Geraldo Geremias pela inspiração recebida de Deus ao escrever sobre assuntos de grande relevância e edificação espiritual. Os estudos do segundo trimestre “Vidas que marcaram seu tempo” me proporcionaram crescer em vários aspectos da minha vida. A minha ideologia de vida é ensinar o que eu vivencio e pude, por intermédio das lições, aprender e refletir para que pudesse ensinar melhor aos meus alunos na EBD. Ensinar ao próximo é uma sublime missão e tendo um material tão gratificante fica mais prazeroso. Aprendemos muito, eu e meus alunos. Que nós possamos, como os nossos irmãos de outrora, marcar o nosso tempo também. Deus os abençoe.

Sonia Maria Lima 1ª IB em Mantiqueira – Xerém,

Duque de Caxias – RJ

QUERIDOS IRMÃOS, É com alegria que seguimos

caminhando e crescendo nos caminhos do Senhor.

Page 5: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

3

Pensando no tema deste trimestre (Vidas que marcaram o seu tempo) no início realizamos uma campanha com os cartões (em anexo) incentivando os alunos a entregá-los e convidar os que ainda não eram matriculados.

E agora, já no fim do trimestre, os jovens, entusiasmados com o tema e com a EBD, cobraram da liderança uma camisa. É isso mesmo, uma camisa para a EBD. E assim eles foram atendidos com a camisa (em anexo).

Agradecemos pelo empenho, direção e compromisso do corpo que integra a Revista Palavra Vida, da Convenção Batista Fluminense. E isso já era de se esperar, pois somos servos do Senhor, somos batistas!

Forte abraço! Fábio Rosa,

professor de EBD e líder dos jovens – 1ª IB da Japuíba, Angra dos Reis – RJ,

secretário da JUBACOV (Juventude Batista da Costa Verde)

Em nome dos alunos da classe de jovens da Igreja Batista de Parque Indiano, queremos agradecer a toda a equipe pela confecção da revista Palavra e Vida e em especial ao pastor Geraldo Geremias, pelas lições abençoadas do 2º trimestre de 2011.

Atenciosamente,Celso Macário e

Paulo Fernando Lopes Ribeiro,professores da EBD da Igreja Batista

de Parque Indiano em Rio Bonito – RJ

Gente, estamos vibrando com as últimas lições da revista Palavra e Vida, todos nós aqui da Comunidade da Tapera (Campos dos Goytacases –RJ).

Sugerimos, entretanto, aos irmãos que, se possível, sintetizassem mais as lições. Penso que isso ajudaria muita gente a exaurir melhor o conteúdo estudado.

Que Deus nos abençoe no progresso pedagógico e bíblico, aqui no campo fluminense!

Pr. Daniel Rocha (Batistas em Tapera) – Campos dos Goytacazes – RJ

Amados irmãos, Quero parabenizar e ao mesmo

tempo agradecer-lhes pelos recursos didáticos da revista Palavra e Vida disponibilizados no site da Convenção. Tem sido de grande ajuda a nós, professores da EBD, pois muitos de nós não têm formação acadêmica e temos o desejo de sermos úteis no Reino por intermédio deste Departamento em nossas igrejas, que é a base de todo crescimento cristão (o conhecimento pelo estudo da Palavra).

O Senhor seja com todos da Convenção, por terem se disponibilizado a ser um canal abençoador em nossas vidas.

Fraternalmente em Cristo,Nilda Felizardo de Moraes,

2ª professora da Classe de Senhoras –1ª IB de Edson Passos, Mesquita – RJ

Page 6: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

4

[email protected]

Escreva para nossa redação.

Mande suas sugestões, críticas e observações.

Prezados Irmãos em Cristo Jesus,A minha conversão e batismo se

deram numa igreja batista. Depois de alguns anos, eu e minha família saímos, por motivo de mudança, e fui para outra denominação, em que permaneci como membro por pouco tempo, porque lá não havia EBD, e eu sentia muita falta. O estudo em classe é muito importante para a vida de um crente em Jesus Cristo. Não só porque nesta escola se aprende muito sobre a Bíblia e os apóstolos mas porque podemos estar mais em comunhão com os irmãos. Então voltei para a igreja batista. O pastor Alberto Ferreira Paes é uma bênção como também as revistas. Que Deus continue abençoando a todos que estão envolvidos neste trabalho maravilhoso.

Luiz Fernando de Almeida2ª IB em Arsenal, São Gonçalo – RJ

Prezados irmãos,Fiquei feliz ao poder aprender mais

sobre missões com o pastor Hudson Galdino da Silva. Lições excelentes sobre esse oportuno e apaixonante tema. Muito aprendemos em nossa classe da EBD. A última lição então... muito boa. Gostaria de destacar o

texto do 2º ponto na pág. 77 a partir do segundo parágrafo.

Parabéns, pastor, e obrigado por essa e outras jóias das lições.

Abraços, Ed Martins de Oliveira – 2º professor

classe Edificados na Palavra,1ª IB São João de Meriti – RJ

“A igreja, o código civil e o batismo de crianças”

Encaminho, com alegria, a gentilíssima mensagem eletrônica que recebi de um adolescente que acessou nossa singela contribuição na revista Palavra e Vida, 2T2011, sob o tema em epígrafe.

Fraternalmente, Gilberto Garcia,

Consultoria de Soluções Jurídicas

“Venho agradecer pelo artigo escrito na revista Palavra e Vida, que tirou a dúvida da minha família em relação aos direitos de um menor de idade nas igrejas. Oro a Deus pra abençoar a sua vida e de todos que fazem essa obra maravilhosa.

“Muito obrigado, Daniel.”

Page 7: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos
Page 8: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

6

Comunhão, relacionamentos profundos e saudáveis, unidade, constituem-se em grandes

desafios para os crentes dentro do contexto da igreja local. Sabemos que, por mais que desejemos, na comunhão uns com os outros, acabam acontecendo coisas que a prejudicam, fazendo com que haja tristeza na vida e nas famílias da igreja, entre líderes e liderados, pastores e ovelhas.

João, o apóstolo amado, como um bom pastor, ao escrever sua Primeira Carta, tem uma mensagem para ser comunicada de maneira incisiva e clara, e por isso define bem os seus objetivos: Ele desejava levar os crentes a uma alegria completa (1João 1.4); levar os crentes a viverem uma vida de santidade (1João 2.1); levar os crentes a viverem com a certeza

de sua salvação e segurança eterna apontando para várias afirmações nessa direção (1João 5.12). Em resumo, como afirma o saudoso teólogo John Stott, alegria, santidade e certeza eram os objetivos que João queria que fossem alcançados na vida dos crentes. Tinha também um propósito embutido no texto, que era o de prevenir os crentes contra os falsos crentes, ainda que não desejasse produzir um tratado teológico. No entanto, todos estes objetivos visavam levar os crentes a viverem uma verdadeira comunhão em seus relacionamentos.

Para João, comunhão e relacionamento não é um tema qualquer, mas um tema presente em sua carta, a ponto de encontrarmos

Primei

Como podemos ter comunhão verdadeira com os irmãos

Page 9: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

7

34 vezes a palavra amor e os seus correlatos: amar, amarmos, amou, ama e amado e 3 vezes a palavra comunhão. Isto mostra a relevância do desafio que é vivermos uma verdadeira comunhão e relacionamentos profundos e saudáveis.

Seria muito bom se todos os nossos relacionamentos fossem sem quaisquer rusgas, sem quaisquer conflitos quer no contexto da família, entre amigos, no exercício de nossas atividades profissionais ou envolvimentos religiosos. Mas o fato é que os conflitos estão presentes, e são reais, tornando a comunhão um grande desafio para todos nós.

Antes de tratar da solução para os conflitos visando à comunhão verdadeira dentro do contexto da igreja local, creio que devemos questionar qual é a origem dos conflitos nesses relacionamentos. Arrisco-me em apontar para algumas possibilidades:

Os conflitos têm origem na maneira excessivamente idealista de se ver a igreja. Por muito tempo se construiu esta ideia de que a igreja é lugar de santos, de pessoas boas e puras. A igreja é o resultado da soma de seus membros, ou seja, o que eu sou e você é, isto é a igreja. Então a igreja é composta de salvos, mas ainda pecadores. É bom que se diga que a igreja não é tudo que gostaríamos que ela fosse, mas é muitas vezes melhor com ela do que sem ela, mesmo composta

por pessoas imperfeitas. Um dos maiores desafios é a desconstrução da ideia de que a igreja é formada por gente perfeita. Recomendo a leitura do livro: Proibida a entrada de pessoas perfeitas, de John Burke. João pensa do mesmo modo quando diz: “Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós” (1João 1.8).

Essa ideia romântica e não bíblica de perfeição resulta em um comportamento extremo, que é o legalismo. O legalismo faz surgir os “fariseus” na igreja. Aqueles que estabelecem uma regra que se torna possível para eles cumprirem, e quem as desrespeita cai em desgraça. O legalismo deixa pouco ou nenhum espaço para o perdão, para a graça e para a misericórdia, que são essenciais para relacionamentos saudáveis no contexto da igreja.

Os conflitos têm origem na supervalorização de opiniões pessoais. De modo nenhum estou pondo em questão as nossas convicções doutrinárias ou de princípios bíblicos. Afinal, uma de nossas máximas como crentes batistas é: A Bíblia é a Palavra de Deus. Porém quando há uma supervalorização de opiniões pessoais e de algumas ações práticas em detrimento de outras que possam ser boas e abençoadoras na vida da igreja, isso resulta em conflitos. Gosto muito de uma orientação que aprendi e de que faço uso: no que é

Page 10: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

8

essencial nós concordamos; no que não é essencial toleramos o irmão; e em tudo mostramos o amor. A razão desta máxima é muito simples, pois tudo tem o mesmo objetivo: agradar mais a Deus.

Os conflitos têm origem na realidade da diversidade presente na vida da igreja – A igreja é formada por pessoas muito diferentes umas das outras. As diferenças se mostram em termos de realidades culturais, econômicas, espirituais e de compromisso entre vários outros fatores. Nenhuma instituição humana pode ser comparada com a igreja. Ela não faz discriminação de etnia, de cor, de idade, de nacionalidade. Aquilo que para muitas instituições é um grande problema ou desafio, na verdade é o diferencial da igreja. Quando alguém deseja que a igreja seja do seu jeito, valorize o que ela valoriza, goste do que ela gosta, desprestigiando a diversidade, o que esta pessoa está desejando é uma igreja para si mesma. Algo nada altruísta, pelo contrário, muito egoísta. Ser crente é ser altruísta. A igreja por sua natureza deve ser altruísta, uma vez que é a única instituição criada que não existe para si mesma.

Os conflitos têm origem na falta de direção – Quando falta um conhecimento claro da missão da igreja, da visão da igreja, de modo que a grande maioria da membresia

não sabe explicar bem por que a igreja existe, ou onde devemos ou queremos chegar como igreja, ocorrem vários conflitos. Todos querendo ajudar, tomam várias iniciativas, propõem várias atividades no calendário da igreja, mas o resultado é cansaço e conflito. A igreja não pode ser uma embarcação sem rumo e sem direção. Os propósitos da igreja são claramente vistos na Palavra de Deus, mas a visão, o que a igreja se propõe realizar no seu dia a dia é algo dinâmico e deve ser construído pela igreja local. Quando definimos bem a missão da igreja, e sobretudo a visão da igreja, assim como de qualquer instituição, bem como dos ministérios dentro da igreja, temos um eliminador de conflitos ou um instrumento na solução de muitos conflitos.

Os conflitos têm origem na forma como a igreja está estruturada – As estruturas podem ajudar ou atrapalhar a realização do trabalho da igreja ou de qualquer outra instituição no seu dia a dia. Quando uma decisão precisa ser estudada por uns, avaliadas por outros, confirmadas por outros e ratificada por outros, há um desgaste, há um desânimo no processo, tornando muito lento o caminhar da igreja ou da instituição. Acredito que é preciso buscar uma estrutura que seja mais leve tanto no contexto da igreja como da denominação. Creio que precisamos de estruturas funcionais, que deem maior horizontalidade e

Page 11: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

9

dinâmica no processo de decisão. Geralmente os conflitos que estão relacionados à estruturação da igreja estão relacionados com exercício de poder. O ideal é que a estrutura adotada seja dinâmica e que contribua para que cada crente saiba o seu valor, empregue o seu dom, e cumpra o seu ministério.

Os conflitos têm origem na realidade espiritual que faz parte da vida de uma igreja – Há uma luta espiritual intensa para que a igreja não dê certo. Paulo nos diz que há uma “guerra santa” sendo travada todos os dias na vida de cada crente e no “lugar celestial”. Por ser espiritual, o diabo faz surgir o ciúme, a inveja, a contenda, a competitividade que fazem com que a igreja não avance, não caminhe por estar vivendo dissensões e divisões. Faz parte da estratégia de Satanás impedir de todas as formas o avanço do reino de Deus. Quando os conflitos são de natureza espiritual precisamos avaliar a realidade da conversão, do temor a Deus, da importância de vivermos como crentes cheios do Espírito Santo.

Se existem os conflitos, que destroem a verdadeira comunhão na vida da igreja, cabe-nos apontar para uma solução bíblica para eles visando ao mesmo objetivo que João: relacionamentos comprometidos e saudáveis uns com os outros.

Perguntemos a nós mesmos: como podemos ter comunhão verdadeira

com os nossos irmãos em Cristo dentro do contexto da igreja?

A partir da leitura e estudo da carta de 1João, afirmo que é preciso levar todos a terem absoluta certeza de salvação em Cristo Jesus. Infelizmente a presença de pessoas na membresia de uma igreja que ainda não são convertidas é uma realidade que precisa ser combatida. Algumas expressões de João são muito fortes para afirmar a certeza da salvação, em contraste com aqueles que estavam confundindo a igreja e os crentes com seus ensinos. Ele tem expressões favoritas, como: “sabemos que o temos conhecido” (cf. 2.3; 5.20); sabemos “que estamos nele” e “que permanecemos nele”, e “ele em nós” (cf. 2.5; 4.13; e 3.14); sabemos “que somos de Deus” (cf. 5.19; 3.19); sabemos “que já passamos da morte para a vida” e que, portanto, “temos a vida eterna” (cf. 3.14; 5.13). Quando alguém não desfruta da certeza de que nasceu de novo em Cristo Jesus, a comunhão não aconteceu com o Pai nem com o Filho.

Infelizmente, algumas situações favorecem a existência de pessoas na igreja que de fato não são convertidas. Quando uma pessoa não é convertida ela está plenamente na carne e a carne só produz pecados, como dissensões, inveja, ciúme, gritaria, sensualidade, etc. Sem uma conversão genuína a Cristo, fica muito difícil se estabelecer algum tipo de diálogo que produza vida e harmonia.

A fonte da comunhão entre as pessoas é a comunhão que se tem

Page 12: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

10

com Cristo Jesus, que é Deus, mas se fez carne a ponto de João tê-lo ouvido, visto e mais do que isso “apalpado”, como quer dizer o grego, “examinado de perto”. Em outras palavras, o propósito do evangelho não é tão somente a salvação, é muito mais do que isso: é comunhão, é intimidade de alguém com Deus e Cristo, que resulta na comunhão com os irmãos. Comunhão é palavra especificamente cristã, e indica aquela participação comum na graça de Deus, a salvação de Cristo, e o Espírito no ser interior. A verdadeira conversão resulta em verdadeira comunhão.

Em segundo lugar, creio que a comunhão verdadeira ocorre na vida dos crentes e no contexto da igreja quando vivemos constantemente de forma que agrade a Deus. Depois de afirmar que a sua mensagem veio de Deus, não é uma invenção, mas algo que receberam diretamente de Deus, como registra, “Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva alguma” (1João 1.5), João faz várias definições de Deus e agora ele afirma: Deus é luz. Faz parte da natureza de Deus se autorrevelar, assim como é próprio da luz brilhar. Conquanto a grandeza de Deus seja incomparável, Ele tem prazer em se dar a conhecer. Se Deus é luz, o que pressupõe perfeição moral absoluta, a pretensão dos hereges em ter com Ele comunhão é descartada, visto que vivem indiferentes à pureza e à santidade que um crente deve buscar e

viver a cada dia. Veja como se expressa João: “Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (1João 1.6).

O pecado, a imoralidade, a cobiça, a inveja, a dissensão não combinam com a santidade de Deus. Mas, ao contrário, revelam quem está longe dele. A ênfase em 1João é o pecado deliberado, é ter prazer no pecado. É conviver com o pecado e em pecado como se pecado não fosse. Pecado e comunhão não combinam porque o pecado tem em si mesmo toda a motivação de desamor. Quem vive pecando mente, e mente contra o outro; quem vive pecando adultera e isto contra o outro; quem vive pecando rouba ou engana o outro; quem vive pecando destrói a si mesmo. Por isso que Jesus resumiu os dez mandamentos em dois, que são de fato três: Amarás ao Senhor teu Deus, e ao teu próximo como a ti mesmo.

Andar na luz é andar perto de Jesus, é fazer coisas que agradam ao Pai, é agir de uma forma em que não haja medo, susto. Moralmente, luz é pureza; intelectualmente, luz é verdade.

Se alguém almeja uma comunhão com Deus precisa entender que a sua conduta precisa sofrer transformações a cada dia. Quando andamos na luz, o sangue de Jesus nos purifica, e o nosso pecado é perdoado. Diz a Bíblia: “Feliz é aquele cuja transgressão é perdoada, cujo pecado é coberto” (Salmo 32.1).

Page 13: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

11

Em terceiro lugar, creio que a comunhão verdadeira ocorre na vida dos crentes e no contexto da igreja quando demonstramos o amor a Deus e aos irmãos de forma prática. Escreve João: “Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado” (1João 2.5). Não há nenhuma dúvida de que comunhão com Deus e com os irmãos só pode ocorrer na vida daqueles que têm uma disposição clara de amar a Deus e aos irmãos de forma prática. Amar a Deus sem desejo de obedecer é o mesmo que não amar a Deus. “Quem afirma estar na luz mas odeia seu irmão, continua nas trevas. Quem ama seu irmão permanece na luz, e nele não há causa de tropeço. Mas quem odeia seu irmão está nas trevas e anda nas trevas; não sabe para onde vai, porque as trevas o cegaram” (1João 2.9-11). A genuína comunhão com o Pai se confirma na genuína comunhão com o irmão. Afirma João: “Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo – a cobiça da carne, a cobiça olhos e a ostentação dos bens – não provêm do Pai, mas do mundo” (1João 2.15,16). Gente que se diz crente e dá mais valor ou prioridade a tudo menos ao culto a Deus, a comunhão com Deus, vive uma

verdadeira contradição. Comunhão verdadeira com Deus não combina com comunhão plena com as coisas deste mundo: cobiça da carne, cobiça dos olhos, ostentação de bens, etc. (1João 3.14-20). O amor sempre será visto por atitudes. Alguém pode doar sem amar, mas ninguém pode amar sem doar.

Uma vida com Deus é uma vida de comunhão – Não há comunhão com os outros sem comunhão com Deus. Uma vida sem Deus é uma vida vazia, frustrante e que frustra os outros e a Deus nos seus planos e propósitos para nossas vidas.

Cuidemos para que todos os membros das nossas igrejas tenham certeza de salvação em Cristo Jesus – Cuidemos para que em nossas igrejas preguemos o evangelho, que leva as pessoas à conversão e não a adesão à igreja. Cuidemos para que nossos filhos não somente sejam criados na igreja mas tenham uma experiência de salvação em Cristo Jesus.

Que o nosso viver seja cuidadoso e compartilhado. Se há luz a realidade do pecado é revelada, mas se há pecado há perdão e graça para nos redirecionar.

Que o nosso amor a Deus seja traduzido por obediência a Deus. Que o nosso amor ao irmão seja traduzido por respeito, cuidado, ação intencional de abençoar.

José Maria de Souza – pastor, diretor executivo da CBF

Page 14: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

12

O estudo da palavra de DeusNo segundo domingo de

dezembro comemoramos o Dia da Bíblia. É sempre um bom

momento para refletirmos sobre o Estudo da Palavra de Deus.

O apóstolo Paulo diz: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Tm 3.16,17).

A Bíblia é fonte constante de fé, conduta, inspiração, da qual bebemos diariamente.

O salmista perguntou: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho?”. E ele respondeu a sua própria pergunta: “Observando-o segundo a tua palavra”, e acrescentou: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Salmo 119.9,11).

Devemos nos aproximar das Escrituras com a oração do salmista: “Abre os meus olhos para que eu

possa ver as verdades maravilhosas da tua lei” (Salmo 119.18 – BLH).

A relação do aluno com a Bíblia envolve ouvir, ler, estudar, memorizar e meditar no que Deus fala por intermédio de sua Palavra, aplicando a mensagem bíblica à própria vida.

A Palavra de Deus muda nossas vidas. Lembre-se, Deus nos deu sua Palavra para “o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça; a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.16,17). Estas coisas estão acontecendo em nossas vidas? Deixe o estudo da Bíblia se tornar central em sua vida.

A revista Palavra e Vida tem sido uma ferramenta importantíssima para

Page 15: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

13

a Escola Bíblica Dominical, levando o aluno ao estudo da Palavra de Deus. Todas as lições são escritas com base na Palavra de Deus, colocando os textos básicos, como também as referências para serem pesquisadas, dando base bíblica para todos os argumentos dos escritores.

A revista Palavra e Vida nasceu com este objetivo: contribuir para o conhecimento bíblico e doutrinário dos alunos de nossa igrejas.

Queremos melhorar. Portanto pedimos a sua ajuda escolhendo um dos temas abaixo e enviando a sua opinião para os email’s: [email protected] ou convençã[email protected], para elaborarmos o próximo currículo. ( ) Apocalipse ( ) Culto Cristão ( ) Espírito Santo ( ) Eclesiologia = estudo da igreja( ) Dons Espirituais ( ) Oração ( ) História dos Batistas/Cristianismo ( ) Santificação

( ) Seitas e Heresias ( ) Liderança ( ) Família ( ) Anjos ( ) Doutrinas Bíblicas ( ) Mordomia ( ) Personagens Bíblicos – Qual ou Quais?_____________________________( ) Livros do Antigo Testamento – Qual ou Quais?_____________________________ ( ) Livros do Novo Testamento – Qual ou Quais?_____________________________( ) Outro _____________________________

A sua participação vai ser muito importante para continuarmos sendo bênçãos na vida dos alunos da Escola Bíblica Dominical estudando a Palavra de Deus.

Pr. Marcos Zumpichiatte MirandaCoordenador de Educação Religiosa

Redator da Revista

Page 16: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos
Page 17: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

15

Educador Religioso: formado ou informado? Eis a questão!

Em 2006 fui escolhida pela Igreja Batista Memorial em São João de Meriti para iniciar e coordenar

o seu Departamento de Educação Religiosa. Como não sou formada em Educação Religiosa, mas em Teologia, com especialização em ministério pastoral, senti necessidade de especializar-me em Educação Religiosa para poder realizar a minha função com propriedade, então, fui fazer pós-graduação em Educação Religiosa no CIEM.

Iniciei as atividades do Departamento de Educação Religiosa da igreja escolhendo líderes para

compor uma equipe. Busquei entre os membros da igreja pessoas que se enquadrassem no Projeto de Perfil e Atribuições dos Educadores Religiosos produzido pela AERBB por ocasião da Assembléia da Convenção Fluminense em julho de 1999. Encontrei somente uma pessoa. Paralelo a isto, eu estava sendo impactada pelo conteúdo ministrado na pós-graduação, o que me levou à conscientização da grande importância da formação acadêmica do educador religioso.

A carência de obreiros formados e a minha conscientização da importância dessa formação me fizeram pensar:

Page 18: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

16

O educador religioso precisa de formação ou informação? Percebi que essa resposta deveria ser dada pelas nossas igrejas, já que são elas que enviam vocacionados para a sua preparação ministerial.

Busquei embasamento bibliográfico na Coordenação de DER da CBB para saber qual é a formação dos obreiros que são escolhidos para coordenar o Departamento de Educação Religiosa das nossas igrejas batistas fluminenses. Tive acesso ao resultado de uma pesquisa realizada pela Comissão de Educação Religiosa do Conselho Geral da Convenção Batista Brasileira no período de julho de 2005 a maio de 2006, que foi bem esclarecedor.

Segundo a referida pesquisa, 74,82% da coordenação da Educação Religiosa das igrejas filiadas à Convenção Batista Fluminense é atribuída a diretores/coordenadores, pastores e outros e somente 25,18% é atribuída ao ministro de Educação Religiosa.

Parti, então, para a prática das igrejas no envio do vocacionado para a formação. Solicitei um relatório à Secretária Acadêmica do CIEM, onde constasse o número de matrículas naquela Instituição no período de 1994 a 2008.

Recebi um relatório que me deixou perplexa. Em 1994 o CIEM recebeu 97 novos alunos e em 2008 somente foram registradas 8 matrículas. Esse resultado despertou em mim o desejo

de pesquisar os motivos que levaram a essa evasão.

Para o levantamento das hipóteses para o projeto de pesquisa fiz algumas entrevistas fechadas com pastores, educadores e líderes ligados à denominação desde 1965, em que se respondeu à seguinte pergunta: Qual o motivo que o(a) Senhor(a) acha que fez com que a busca pelo curso de formação em Educação Religiosa diminuísse ao longo dos últimos quinze anos? O motivo apresentado em 100% das respostas foi: Falta da Organização Mensageiras do Rei nas Igrejas.

O resultado me levou novamente a buscar embasamento bibliográfico para tal hipótese e encontrei no documento “Diretrizes para o Plano Diretor da Educação Religiosa Batista no Brasil” os seguintes dados: As Igrejas Batistas no Brasil estão divididas em sua forma de organização em: 42,84% em Departamentos, 54,13% em Ministérios e 3,03% em outras formas e a Organização Mensageiras do Rei está presente somente em 6,96% destas igrejas.

A explicação para essa hipótese seria a de que, com a extinção dessa organização em algumas igrejas, as meninas deixaram de ser incentivadas e motivadas a buscarem a formação em Educação Religiosa.

Não sei se ao concluir a minha pesquisa essa hipótese será confirmada. No entanto, sei,

Page 19: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

17

comprovadamente, que as igrejas não estão enviando pessoas vocacionadas para a formação em Educação Religiosa e, o que é pior, as nossas igrejas não estão sentindo a gravidade dessa situação, pois estão procurando suprir a carência de educadores formados por obreiros informados, como comprova a pesquisa da Comissão de Educação Religiosa do Conselho Geral da CBB, já citada acima.

Nossos líderes, provavelmente, não sabem que os obreiros estão buscando as diversas instituições teológicas para formarem-se sem nenhuma base bíblica, sem nenhum comprometimento com o estudo da Palavra, sem terem lido a Bíblia toda pelo menos uma vez. Isto é, sem terem sido ensinados, sem terem passado por um discipulado eficiente. E, infelizmente, em alguns casos, são esses obreiros que estão assumindo a nossa Educação Religiosa.

Essa realidade nos mostra, de forma bem clara, que a igreja, que é o órgão responsável pelo envio de vocacionados para a formação, precisa ser levada novamente (porque um dia já o foi), a perceber a importância da formação da pessoa que será escolhida por ela para coordenar o seu Departamento/Ministério de Educação Religiosa. Essa conscientização caberá aos educadores formados e, agora, informados desta triste realidade.

Os educadores devem se envolver na conscientização das igrejas e

seus líderes de que aquele que for escolhido para coordenar a Educação Religiosa deve ter uma formação acadêmica adequada à função que vai exercer.

Uma das atribuições gerais da função do educador nos mostra claramente a importância da formação específica. O educador é responsável pelo programa educacional da igreja e deve orientar o planejamento, a realização e a avaliação desse programa, sendo necessário, para tanto, um vasto conhecimento pedagógico e andragógico.

As atribuições específicas dessa função também nos reportam à necessidade de formação, como exemplo, a atribuição de supervisionar a atuação dos professores e líderes. Supervisionar é, acima de qualquer definição, dar condições para que, quando não se atinge um objetivo proposto, se consiga encontrar um novo caminho para atingi-lo. Para se encontrar um caminho é necessário conhecê-lo, ou, no mínimo, ter conhecimento de como se consegue encontrá-lo. E isso a formação acadêmica propicia.

O mercado de trabalho nos ensina que os profissionais mais disputados pelas grandes empresas são os que possuem a melhor formação possível e se “autossustentam” em suas atividades. É a “Gestão da Sustentabilidade”. Os profissionais

Page 20: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

18

que as empresas procuram não são mais aqueles que sabem apertar botões, são aqueles que sabem que botão apertam, como apertam, quando apertam e, principalmente, por que apertam. São aqueles que conhecem todas as minúcias do trabalho e criam soluções, conhecem o “pulo do gato”.

Se no mercado secular a formação é tão importante, mais ainda deveria ser no “mercado religioso”. A mercadoria comercializada no meio secular são bens e serviços e a “mercadoria” que circula no “mercado religioso” são vidas extremamente valiosas, que para Deus não têm preço. Vidas que precisam ser ensinadas à luz da Bíblia, vidas que precisam conhecer Deus e Seu Filho Jesus Cristo. Vidas que precisam de salvação, que precisam aprender a praticar o verdadeiro evangelho e que, para isso, precisam de discipuladores preparados e conscientes.

As nossas igrejas devem, urgentemente, voltar aos tempos passados, quando, em cada igreja batista, havia uma “iberista”, uma moça que estava se preparando para assumir a educação religiosa da igreja. Recebendo no IBER (hoje CIEM) a preparação bíblica e pedagógica para conduzir com eficiência e eficácia a sua vocação.

Sabemos que as nossas igrejas não precisam de educadores que reproduzam manuais, precisam de

educadores que reproduzam o que aprenderam de Jesus e com Jesus. Que conheçam a Bíblia e saibam aplicá-la no dia a dia em suas próprias vidas, que sejam instrumentos usados por Deus na obra de transformação do homem, obra esta que o Espírito Santo veio implementar.

Somente os motivos acima já seriam suficientes para provar a necessidade da formação do educador. No entanto, existe outro motivo, ainda mais relevante, para a necessidade da formação das pessoas que assumem a coordenação da educação religiosa em nossas igrejas. A educação em nossas igrejas é educação cristã. Educação cristã é aquela que envolve o indivíduo como um todo. Os valores cristãos estão deteriorados, o conhecimento bíblico está sendo deixado em segundo plano, a ética e a moral estão maculadas. Mudar essa realidade é urgente. Cabe à educação religiosa exercer o seu papel de agente de transformação embasada no seu fundamento e relevância.

Lucimery de Santana Oliveira **Consultora contábil; pós-graduada

em Educação Religiosa (Centro Integrado de Educação e Missões);

Bacharel em Teologia e pós-graduada em Teologia

Contemporânea (Faculdade Teológica da Pavuna).

[email protected]@live.estacio.br.

Page 21: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos
Page 22: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

20

Nas horas de dor só Deus tem o consolo certoSejamos instrumentos dóceis a serem usados pelo Senhor

Entendendo de antemão que só Deus pode mexer no lugar onde mora a angústia, no âmago

daquele que vive o problema, quando muitos se incomodam com os que responsabilizam Deus por suas crises, respondem os críticos: – blasfêmia.

Aqui está uma ligeira análise do texto do Salmo 103.14, que diz: “Deus conhece a nossa estrutura e lembra-se que somos pó”. Deus nos fez assim! Tentando harmonizar tais diferenças proponho uma aplicação do termo “pó”.

Creio que uma das maiores experiências da dor seja a morte de um ente querido. Dependendo da personalidade e das circunstâncias, outras perdas podem ser tão fortes quanto a morte. Neste momento os amigos que os cercam ficam sem saber o que dizer e como aconselhar e ser o apoio para o que sofre. Boa parte das vezes usam termos que são clichês, ditos culturais sem a devida reflexão daquilo que a tradição e/ou a cultura, ligadas à religião “ensinam”: “Não chore!”; “O crente não pode

Page 23: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

21

chorar”. No caso do falecido ser crente, se diz: “Ele já está com Deus, um lugar muito melhor que o nosso”; “crente quando morre fica com o semblante bonito”. Dependendo da religião que o “conselheiro” professa poderá dizer: “Onde ele estiver vai ficar triste ao ver você assim, chorando”. Ou seja: cada consolo vem de acordo com o que o conselheiro pensa e crê.

Quando cursei o Mestrado minha dissertação foi sobre “A morte interrompendo a rotina da vida”. Minha defesa foi contrária aos consolos usados acima: o próprio Jesus chorou no falecimento de Lázaro e, ao acompanhar outras situações semelhantes, não reprimiu tais sentimentos e suas manifestações. Trago o entendimento do pó aplicado a nós, que fomos feitos do pó e ao pó tornaremos. Assim quero comparar nosso entendimento e comportamento de esperança e Fé no Senhor com os estados do pó que veremos.

São três os estados do pó em seus vários estados:

O pó, um incômodo sobre os móveis e outros lugares

Ali ele é absolutamente vulnerável. Ao ser espanado vai para outro lugar.

Na hora daquela dor a razão é dominada pela emoção, que fala mais alto e ocupa um lugar de expressão livre, sem controle ético, capaz de

blasfemar contra os fatos e o próprio Deus. Ele conhece a nossa estrutura. Também como o pó, ficamos instáveis.

O pó como segundo estágio torna-se lama

Sendo mais incômodo que o pó citado acima, ao ser retirado com um pano molhado e torcido no balde, o pó torna-se uma lama. Ainda assim, pó molhado. Como na ilustração, o que vive uma dor perde o próprio controle emocional; a razão é esquecida. É hora de negar o fato vivido. Como a lama, por inclinação, deseja ir para o ralo. O que está sofrendo deseja sair de cena, até morrer; perde, ainda que por algum tempo, o prazer de viver.

O pó quando consegue erguer-seNo terceiro estagio o pó é

restaurado pelo calor do sol, que o faz resistente, ganha forma e pode, pelo apoio experimentado, tornar-se firme. Como o pó em que a própria experiência do fogo, ateado ao barro, transforma-o em um tijolo, telha, etc. Neste estado possibilita a reflexão, a racionalização e, por último, aprende a conviver com aquela angústia. Daí ser possível reconhecer o Deus que o acompanhou em todo o processo. Ou seja: da vulnerabilidade do primeiro estágio do pó a uma consequente firmeza de fé, emoção e espiritualidade.

Page 24: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

22

Neste estágio o que sofreu já pode ser amparo (tijolo) de outro que está sofrendo, como lama; não se colocando como vitorioso exemplo, mas como um ombro amigo, para ouvir, sem criticar ou recomendar, cumprindo o que nos ensina Isaías 50.4: “O Senhor Deus deu-me a língua de um discípulo para que eu saiba reconfortar pela palavra o que está abatido. Cada manhã ele desperta meus ouvidos para que escute como discípulo”.

Com essa ilustração defendo que o olhar de Deus sobre nosso sofrimento é mais misericordioso do que nós, humanos, quando nos oferecemos para apoiar o que sofre, e aproveitamos para recomendar um bom texto bíblico, bastante adequado à situação e, por vezes, oferecemos um tom de reprovação ao sentimento daquele que, descontrolado pelas circunstâncias, se vê confrontado negativamente em sua fé.

O que aprendo com esta ilustração?

Se você é o que está sofrendo as dores aqui referidas, lembre-se que o Deus que é o Senhor conhece a sua estrutura física, emocional e social. Assim sendo entende o seu descontrole, não se afastando do que sofre e o procura como lenitivo.

Se você é quem assiste ao que sofre, talvez seja melhor oferecer o

ombro físico para ele. Não use de muitas palavras, não sugira alguma ação ou expressão de sentimento. Não é por muito falar que você será ouvido.

Disponha-se a falar usando palavras com tons suaves, que não despertem o choro convulsivo, alterando o ritmo respiratório (respirar pela boca), que produzirá superoxigenação no cérebro e muita dor de cabeça, ou, em alguns, perdendo a lucidez e necessitando de atendimento médico. O estágio final será a condição demonstrada de saber conviver com a perda; não o esquecer-se de quem ou do que se foi.

Nos dias seguintes busque um contato pessoal ou telefônico, ofereça-se para alguma atividade que o fará sentir-se apoiado em seu dia a dia.

Mostre isso com discrição e simplicidade sem invadir seu espaço de decisões.

O tempo de restauração emocional, social, cognitivo e espiritual depende da personalidade e do temperamento. Jesus tem o melhor consolo que o que sofre precisa.

Deus o abençoe

Pr. Alfredo Neves BrumPsicólogo, pós graduado pela Santa

Casa de Misericórdia, Rio de Janeiro – RJ [email protected]

Page 25: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

23

Ser batista

Nestes tempos de tanta confusão, falta de identidade denominacional, precisamos

definir os termos (como dizia o professor Purim). O que é ser batista? Antes de tudo, é ser cristão, nascido de novo, regenerado em Cristo Jesus pela obra poderosa do Espírito Santo por causa do amor de Deus, o Pai. É ser nova criatura (2Coríntios 5.17). Cuidar muito bem da vida pessoal, sendo um leitor assíduo da Palavra de Deus e ter uma vida intensa de oração. Primar pelo culto no lar. Compartilhar a sua fé em Cristo, agindo como sal da terra e luz do mundo (Mateus 5.13-16). Ser membro de uma igreja batista comprometido com o evangelho integral. Servir ao Senhor com alegria e singeleza de coração, procurando ser um dizimista fiel e um investidor criativo na obra missionária. Ser um membro de família amoroso, ativo, eficiente e aglutinador. Um cidadão que ama

o seu país e está comprometido com a liberdade de expressão, com a justiça social. Lutar com as armas sociais para emprego e renda. Lutar contra toda a forma de segregação racial, preconceitos. Pregar contra a imoralidade, a corrupção, a violência, o crime organizado, o tráfico de drogas, o trabalho e a prostituição infantil, a pedofilia, o aborto, o estupro e toda a sorte de erro.

Ser batista é pregar a separação entre Igreja e Estado – a não clericalização do Estado e a não secularização da igreja. É saber votar nas pessoas certas, para os lugares certos pelas razões certas. Pregar contra a pobreza. Eliminar o analfabetismo. Trabalhar pela educação integral e pela inclusão

Page 26: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

24

dos jovens carentes na universidade. Buscar uma melhor qualidade de vida administrando de forma competente o meio ambiente, implantando a coleta seletiva do lixo, o uso inteligente da água e a não poluição de córregos, rios, nascentes e mares. Promover a educação ambiental. Trabalhar para o benefício dos mais pobres para que todos tenham acesso a água potável, energia, esgoto, inclusão digital e todos os benefícios dos mais abastados. Apreciei muito a oração de Brennan Manning: “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, oramos que a nossa experiência de fé corresponda às declarações de crença que fazemos a teu respeito. Concede-nos a coragem de orar. Unge-nos com o espírito de compaixão para que possamos ser o que em tua paixão foste, no nosso tempo; para que sejamos pobres com os pobres, choremos com os que choram, entremos na luta da nossa geração por justiça social, tratando os outros como gostaríamos de ser tratados. Oramos pela coragem de arriscar tudo em ti, de estarmos contigo em tua fidelidade a tua missão, nossa missão. Para isto vim ao mundo, para dizer: Eis-me aqui, Senhor, venho fazer tua vontade” (Manning, Assinatura de Jesus, Textus, 43,44).

Ser batista é amar a obra missionária, valorizar a denominação (participando ativamente dos encontros denominacionais), participar dos movimentos missionários,

de trabalhos voluntários e ajuda substancial aos mais carentes. Fazer da igreja um hospital para pecadores e não um museu para santos. Orar e trabalhar para que a igreja seja uma comunidade do perdão e da festa, koinonia pura, a comunidade do amor, do perdão, da aceitação em plena alegria. Planejar em oração cultos inclusivos, cultos espirituais, nos quais as pessoas se arrependam, creiam e obedeçam de todo o coração. É ver os campos que estão brancos para a ceifa, buscando os perdidos, os párias da sociedade. Permitir ser um membro comprometido com a ética do reino de Deus.

Ser batista é cantar um cântico novo. Celebrar a morte, ressurreição e a volta do Senhor pela prática da ceia do Senhor e também nos cultos que enfatizam toda a obra suficiente de Cristo. Como é bom ser batista, comprometido com os princípios da Palavra de Deus! Ela é o nosso manual de fé e prática. Povo batista – transformado para transformar. Povo batista – um povo amoroso, acolhedor, visionário, trabalhador, zeloso, hospitaleiro e comprometido com a dignidade do homem, imagem e semelhança do Senhor. Ser batista é amar os perdidos, levando-lhes a Palavra do Senhor para que se convertam. Ser coerente como Cristo foi em toda a sua vida.

Oswaldo Luiz Gomes Jacob, pastor

Page 27: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos
Page 28: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

Estudos no Profeta Isaías – Apresentação

26

O profeta Isaías ocupa lugar especial no conjunto da Revelação dada no Antigo

Testamento. Sua mensagem é extensa e abrangente, integrando um período de mais de cinquenta anos da história do reino do Sul: Judá e Benjamim (1Reis 12.16-24).

O seu ministério profético ocorreu durante quatro reinados: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (Is 1.1). Isaías é chamado pelos estudiosos do Antigo Testamento de “príncipe dos profetas”. Isto resulta de seu caráter majestoso, sua visão teológica e do conteúdo messiânico de sua mensagem. Seu nome, que também identifica o seu livro, significa “o Senhor (YHWH – ver lição 01, glossário, item 01) é a salvação”.

Seu ministério e mensagem se inserem num contexto histórico revelador do trabalho de Deus no processo da História, tendo o objetivo de consumar seu “propósito eterno”, feito em Cristo Jesus (Ef 1.4; 3.8-11), e

manifestar o Reino em plenitude na consumação dos tempos, em Cristo Jesus (Ef 1.9,10).

Procuraremos desenvolver os estudos buscando entender a mensagem do profeta para o seu momento histórico e, tanto quanto possível, seu significado e aplicação para nós em nosso próprio contexto histórico, e que esperança contém para o futuro que Deus nos preparou, segundo seu “propósito eterno”.

Evitaremos recorrer a termos bíblicos originais (hebraico e grego), fornecendo uma tradução fiel, recorrendo a um glossário ou notas explicativas no fim de cada estudo.

Não nos prenderemos apenas aos capítulos 40-55 e ao tema geral, “Cânticos do Servo”, mas buscaremos recorrer ao livro completo, destacando o que consideramos de maior relevância para o nosso contexto, especialmente o “messianismo” * que marca a mensagem de Isaías.

Page 29: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

27

Quem escreveu?Francisco Niccodemos Sanches, natural de Itaocara

(RJ), pastor da Quarta Igrteja Batista em Pádua (RJ) desde 07/09/2005. Bacharelado em Teologia, STBSB; Licenciatura plena em Filosofia, UEG (atual UERJ); Mestre em Filosofia, UGF. Missionário aposentado da JMM (Portugal e Sul da África). Foi professor e supervisor pedagógico da Secretaria de Educação do Município do Rio de Janeiro; professor e coordenador de Ensino Médio da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro; foi professor: do STBSB; do Seminário Batista de Niterói

(Campus de Pádua: graduação e pós-graduação); das Universidades Gama Filho e Estácio de Sá. Atualmente é professor: da FABERJ (Campos), Faculdades Fênix de Ciências Humanas e Sociais do Brasil (S. Gonçalo e Vitória); SETEBI (Itaperuna); STBSB (Convênio com a JMM para Treinamento Transcultural). É Missiólogo e membro do C.D. da CBF. É casado com a educadora Olívia de Almeida Drummond Sanches.

E-mail: [email protected]

Page 30: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

28

Data do Estudo

Licao

Isaías é o conteúdo da Revelação de Deus ao Seu povo, num momento do desenrolar da história humana,

que envolve a descendência de Abraão, na qual todos os povos da terra serão abençoados (Gn 12.3; 22.18; 26.4; 28.14), etc.

Séculos já passaram. Deus, entretanto, na Sua fidelidade, retidão, perseverança, prossegue no Seu trabalho, para consumar Seu propósito eterno, estabelecido antes da fundação do mundo. Nada o deterá (Gn 18.14; Jó 42.1,2).

Nesta perspectiva da história em desenvolvimento (linearidade e teleologia)* procuremos entender o significado da mensagem de Isaías para o povo de Deus e os povos circundantes de seus dias e, também,

LicaoData do Estudo

Uma Abordagem de Isaías

Texto Bíblico: Is 1.1; 6.1-131

que significado sua mensagem tem para o povo de Deus (Sua igreja) e os povos de nosso momento histórico. Fora desta perspectiva, apenas mera informação, seria perda de tempo, recursos, etc.

Consideremos alguns aspectos básicos concernentes ao profeta e sua mensagem que, certamente, nos ajudarão a entender, em sequência, todos os estudos do trimestre.

1- O Ambiente (envolvente e histórico) do profeta e de sua mensagem.

Deixaremos fora de qualquer abordagem todas as questões críticas, por serem de natureza acadêmica. Consideraremos a unidade de autoria

Page 31: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

29

e conteúdo, concentrando-nos no significado e relevância da mensagem para o mundo de então e de agora.

1.1- O tempo (data aproximada) do ministério de Isaías.

Isaías ministrou durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (Is 1.1), mas há possibilidades de que tenha ministrado durante os primeiros anos de Manassés. Foi um longo ministério de uns 60 anos, ou mais.

Uzias reinou durante 52 anos (2Cr 26.1-23); Jotão, durante 16 (2Cr 27.1-9); Acaz reinou por 16 (2Cr 28.1-27); Ezequias reinou por 29 (2Cr 29.1 a 32.33).

A vocação do profeta ocorreu no ano da morte do rei Uzias (Is 6.1-13). Não há qualquer informação de tempo, o texto apenas diz: “nos dias de” (Is 1.1).

Há algumas tradições judaicas que afirmam ter Isaías ministrado, também, nos primeiros anos de Manassés (2Cr 33.1-20), e que o profeta foi martirizado por ele. Há estudiosos que sustentam tais tradições e afirmam que a referência de Hebreus 11.37 “serrados ao meio”, tem a ver com o martírio de Isaías por Manassés.

Considerando os anos de reinado de Jotão (16), Acaz (16) e Ezequias (29), obtemos um período de 61 anos. Se considerarmos os períodos de Uzias e Manassés, podemos concluir que Isaías ministrou durante 60 a 70 anos. Podemos pensar com segurança dois

eventos que nos ajudam quanto ao seu tempo: a morte de Uzias, em 740 a.C. (Is 1.1; 6.1) e a morte de Senaqueribe em 681 a.C. (Is 37.36-38), considerando (740 menos 681 = 59).

Isaías escreveu os capítulos 1-39, durante os reinados de Uzias, Jotão e Acaz, segundo alguns eruditos, e os capítulos 40-66 durante seus últimos anos de ministério, nos primeiros anos do reinado de Manassés, sob perseguição, donde resultou a mensagem do “servo sofredor” (Is 52.13 a 53.12). Mas o argumento é questionável, à luz de suas projeções proféticas no Novo Testamento (A questão será considerada em estudo posterior).

1.2- A Envolvente PolíticaO cenário político nos dias de Isaías

se caracterizava por uma grande ascensão do poderio e domínio da Assíria. Tiglate-Pileser dirige suas campanhas e conquistas para o Ocidente, invadindo Israel (reino do Norte) e a Transjordânia entre 745 e 734 a.C.

Sargon e Salmanasar sitiaram e destruíram Samária entre 724 e 722 a.C. Senaqueribe invadiu Judá e boa parte da Palestina Ocidental entre 714 e 701, quando tentou conquistar Jerusalém (Is 36 e 37), sendo derrotado, seu exército destruído e ele mesmo assassinado por seus filhos em Nínive.

Internamente, a situação era muito difícil. No reino do Norte a opressão, a

Page 32: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

30

decadência espiritual se manifestavam em toda a extensão (profetas Amós, Oseias, Miqueias).

Judá, por sua vez, entrara em declínio sob a atitude idolátrica de Acaz (2Cr 28.1-4 e 16-27), desagradando a Deus, trazendo resultados negativos para o reino do Sul.

1.3- A envolvente espiritualO ambiente espiritual dos dias de

Isaías era também de dificuldades acentuadas. Em Deuteronômio 27.11 a 33.29, Moisés recapitula as ordenanças de Deus para seu povo, deixando claro que as relações entre as parte se expressariam à base de mutualidade, e na condicionalidade do seu cumprimento por parte do povo, A condicionalidade destaca-se pela repetição da partícula “SE”. Uma leitura atenta e cuidadosa dessa porção bíblica ajudará no entendimento das conseqências tristes (destruição) para Israel e Judá.

Os capítulos 01, 58, 59 de Isaías, bem assim as ações de Acaz e Manassés e de alguns outros reis, revelam o triste cenário espiritual enfrentado por Isaías. Vale, ainda, considerar o reinado de Acaz, conforme Isaías 7.1-9.

1.4- O Propósito (Objetivo) da mensagem de Isaías.

Certamente a sua mensagem tem como objetivo primordial conscientizar o povo de Deus acerca da bondade

deste por aquele. Já afirmamos e enfatizaremos que o propósito eterno de Deus se centraliza na consumação de Seu Reino, preparado na eternidade para o ser humano, Sua Imagem e Semelhança.

Sua mensagem objetiva mostrar que em meio às situações históricas daqueles dias, Deus permanecia o Senhor de Israel. O Deus único, cujos atributos são relembrados na profecia – que tem autoridade, domínio, poder para realizar progressivamente no processo da história o seu propósito eterno, feito no Redentor (o Messias), que virá em forma humana, e fará a obra de libertação plena, histórica, no tempo determinado –

está trabalhando progressivamente, até que chegue a “plenitude dos tempos” quando sua ação alcançará sua realização plena (Ef 1.9,10).

Aplicações:1- Deus ama o seu povo1.1- Por isso lhe dá mensageiros

para instruí-lo e mantê-lo na verdade.1.2- Ajuda-o por intermédio da

mensagem a mantê-lo no ânimo da esperança (glória) futura, que lhe trará plenitude de satisfação.

1.3- Por meio da mensagem aponta o erro (pecado), oferecendo a oportunidade para retornar mediante o arrependimento, à alegria da comunhão com Ele.

1.4- Pela mensagem mostra que não abandona seu povo nas situações

Page 33: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

Segunda

Leitu

ras

Diár

ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

31

difíceis. Ao contrário, sua bondade contínua segue o fiel de “geração em geração”, da criação à consumação.

Glossário e notas explicativas:(YHWH): Tetragrama usado nos

livros na área da teologia, para referir-se à palavra falada ou escrita “Jeová” (também grafada como “Iavé” ou “Javé”), derivada de um verbo hebraico que em português se expressa como verbo “ser” (existir), cujo sentido básico é “ser em si e por si”. Aquela realidade totalmente independente, isto é, não tem causa nem necessidade extrínseca. Ao contrário, é causa, meio e finalidade de todas as coisas.

Messianismo: Ensino, Discurso, Doutrina, etc., acerca de um tempo futuro quando a presente situação problemática da humanidade cessará e um novo tempo (época) a sucederá. Essa concepção era característica do povo judeu, denominada no estudo da história da revelação de Deus ao seu povo como “Esperança Messiânica”.

A palavra da qual se deriva a expressão no Antigo Testamento, em nosso idioma, é Messias e no Novo Testamento é Cristo. Ambas foram aportuguesadas, e o seu significado é “Ungido”, isto é, aquele a quem Deus escolheu, credenciou e enviou ao mundo, para redimi-lo.

Veremos nos estudos posteriores que o “Messias” é o Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus.

História: Linearidade e Teleologia: Linearidade é a concepção filosófica de que a história não é repetida, movendo-se como que em círculos. Ao contrário, os acontecimentos tiveram um começo e se dirigem para um fim estabelecido. Teleologia é a concepção filosófica de que os fatos (acontecimentos) na História não são casuais, mas estão inseridos no conceito de um “propósito”, ou se dirigem para uma consumação prevista. Dentro de uma visão da Teologia da História, esta é a expressão do trabalho de Deus, tendo em vista o seu propósito eterno, na pessoa do Filho, dentro da esfera de sua soberania.

Há, entretanto, duas posições: a determinista: tudo foi estabelecido por Deus desde a eternidade, e não há como mudar os acontecimentos. Há a posição não determinista, que considera o livre-arbítrio humano. O Homem atua fazendo a história e Deus na Sua soberania dirige-a, julgando as ações (os atos do homem) retribuindo com reta justiça.

2Cr 26.1-232Cr 27.1-92Cr 28.1-272Cr 29Mq 1.1,2; 6.1-8;Os 5.1-15; Am 5.1-17Is 1.1; 6.1-13

Page 34: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

32

Data do Estudo

Licao

A atitude de rebeldia do povo israelita é antiga (Êx 5.20-23). Mesmo após a libertação da

opressão egípcia, tendo visto todas as ações poderosas do Senhor a seu favor, muitas e repetidas vezes houve murmurações e queixas (Êx 15.23,24; 16.1-3; 17.1-4; 32.1-8).

A história desse povo é marcada por uma sucessão de manifestações rebeldes desde o começo até aqueles dias. Parece-nos difícil entender que o povo escolhido, guiado, sustentado, amparado, conhecendo os atos redentores do Senhor, recebendo Sua Lei, sendo instruído nos preceitos do Senhor, chegasse a um tal estágio espiritual como o descrito pelo profeta Isaías .

1- Expressões contundentes descrevem a condição espiritual do povo:

Criei filhos e os engrandeci, mas eles se rebelaram contra mim. Deus fala como Pai a filhos ingratos e maus (Is 1.2);

Os animais conhecem seus donos, mas o meu povo não tem entendimento (Is 1.3);

Nação pecadora, ao invés de nação santa; povo carregado de pecado, ao invés de carregado de piedade; descendência de malfeitores ao invés de benfeitores; praticantes de corrupção ao invés de praticantes de santificação (1.4).

O Senhor toma o céu e a terra como testemunhas de seu lamento, no começo do verso 2.

Texto Bíblico: Is 1.1-172

A Nação Pecadora

Page 35: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

33

Certamente que a disciplina havia sido aplicada, sem qualquer resultado (Is 1.5 – veja-se Am 4.6-12).

O verso 6 descreve, simbolicamente, a situação espiritual do povo como a de um corpo enfermo em estado deplorável.

O país e a cidade de Jerusalém estão assolados (Is 1.7-10). Provavelmente este foi o resultado da invasão de Judá por Senaqueribe.

O culto formal (ritualista) é rejeitado por Deus por ser-lhe desagradável (1.11-15; 59.1-4).

Esta situação e aquelas de Acaz (2Rs 16.1-20; 2Cr 28.1-27), as situações descritas nos capítulos 56.1-12; 57.1-21; 58.1-14 e 59.1-21 demonstram que tal rebeldia prolongou-se por muitas décadas durante o ministério de Isaías e a sua mensagem não produziu os resultados esperados.

É conveniente lembrar que, depois de Isaías, o profeta Jeremias continuou a pregar em Jerusalém, enfrentando também rebeldia, cujo resultado foi a destruição de Jerusalém e Judá, por Nabucodonosor (Jr 52.1-34; 2Rs 25.1-21; 2Cr 36.11-21).

2- Resultados (consequências) da rebeldia contra Deus.

Ao despedir-se de Israel, antes que este atravessasse o Jordão, Moisés lembra-lhe as ordenanças de Deus, falando das bênçãos e maldições como expressões da

justa retribuição de Deus em sua reta justiça, conforme a obediência ou desobediência à sua lei, por seu povo (Dt 27.1-26; 28.1,2 ; 28.15). Deus, soberanamente*, concede ao homem o direito de escolha, apontando-lhe os resultados. Chamamos a isso de “condicionalidade relacional” expressa por “Se…Então”*.

Se Israel houvesse obedecido, teria recebido a justa recompensa: a Bênção. Não teria havido a rachadura com Roboão e as nações vizinhas teriam convivido com Israel, e não teriam causado dano a povo do Senhor.

Os versos 11 a 15 mostram o povo misturando pecado e culto, ofendendo a Deus, como se Sua santidade fosse algo irrelevante: “De que me serve a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Estou farto de… ( v.11 ); “… vindes só pisar os meus átrios”? (v.12); “não as ouvirei…” (v.15).

Há uma expressão de angústia da parte do Senhor por causa da insensibilidade do povo, que lhe presta um culto leviano, como: “Parai de trazer ofertas vãs… não posso suportar a iniquidade associada ao ajuntamento solene” (v.13). “As vossas… a minha alma as aborrece; já me são pesadas, estou cansado de as sofrer” (v.14) “quando estendeis as vossas mãos…; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não ouvirei”.

Page 36: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

34

Pensavam que os ritos Lhe agradassem, enquanto no coração a maldade reinava. A situação descrita no capítulo 59.1-21 é semelhante, o que demonstra a pertinácia da rebeldia. Deus reconhece tal hipocrisia e a condena (Is 29.13; Ez 33.31; Mt 15.7,8,9; Mc 7.6,7). O mensageiro entrega o recado divino, porém é ignorado. A situação era semelhante nos dias de Jeremias (Jr 1.4-9; 5.1-13; 26.1-15).

O culto formalista é enganoso ao adorador (falso adorador), ofensivo a Deus, refletindo mera expressão externa, sem a sua verdadeira natureza, sem o verdadeiro significado (Jó 4.22,23,24). O perigo permanece em nosso contexto atual.

3- A Oferta de Oportunidade e Perdão (Is 1.16-18)

Quando estudamos a Bíblia inteira e acompanhamos o desenrolar em processo contínuo do trabalho de Deus na história, Sua Revelação progressiva, podemos perceber a “Boa Vontade do Senhor” (Is 53.10). Bondade, paciência, perseverança, longanimidade, amor ilimitado, como expressão de seu caráter Santo.

Uma avaliação de Isaías, Jeremias e Ezequiel nos deixa em perplexidade ante à maneira como o nosso Deus trata o seu povo (Êx 34.6,7; Dt 4.31; 2Cr 30.9; Sl 145.8,9,17; Jo 3.16; Rm 5.8).

Numa situação como as descritas em Isaías, Deus manifesta sua misericórdia e convida ao arrependimento, oferecendo perdão e restauração: “Lavai-vos… purificai-vos; cessai de fazer o mal” (Is 1.16); “Aprendei a fazer o bem; buscai a justiça; acabai com a opressão” (1.17); “Vinde... arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como escarlata… como o carmesim, eles se tornarão… como a neve… como a lã” (1.18). “Se quiserdes e me ouvirdes…” (1.19). O propósito do Senhor é a restauração (Ez 18.23,32).

Ainda que o povo vivesse no pecado, na rebeldia, na desobediência, o Deus amoroso, bondoso, imutável (Ml 3.6) apela ao arrependimento e jamais fecha a porta à oportunidade (voltaremos ao assunto em lição posterior).

Aplicações1. Deus se revelou ao seu povo, deu-

lhe leis, preceitos e estatutos, a fim de fazê-lo bem-sucedido (Mq 6.8; Sl 1.2,3; Tg 1.22-25).

2. As ordenanças dadas pelo Senhor são adequadas, apropriadas à pessoa humana como imagem e semelhança do Criador, para viver como tal. O pecado subjacente à humanidade inteira manifesta-se em rebeldia e desobediência a Deus (Is 59.1-4 e 12-15).

3. O culto aparente, ritualista é enganoso ao adorador e

Page 37: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

Segunda

Leitu

ras

Diár

ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

35

ofensivo a Deus. Esta expressão é contundentemente condenada nos capítulos 1.11-15; 29.13-15; 59.1-18.

4. A mensagem do profeta, nos seus dias e no seu contexto, ajusta-se, aplica-se adequadamente ao nosso contexto. É necessário distinguir mera religiosidade, mera formalidade, mero ritualismo, de autêntica espiritualidade, verdadeira, legítima adoração. Jesus nos adverte fortemente sobre isto (Mt 15.6-9; Jo 4.21-24).

Glossário e Notas Explicativas: • Deus soberanamente concede

direito de escolha: Há correntes no pensamento

teológico que afirmam o determinismo, negando o livre-arbítrio humano, isto é, direito de escolha. Porém a Bíblia mostra claramente o contrário. Precisamos entender que soberania não significa “tirania”. O conceito de soberano e soberania refere-se ao direito natural, intrínseco que Deus possui para atuar ilimitadamente sobre o universo na sua totalidade. O homem é imagem e semelhança do Criador, habilitado a relacionar-se com Ele, atuar sobre a criação; é ser moral, responsável por sua ação. Por isso, Deus lhe deu leis, ordenanças, etc. A retribuição justa é aplicada de acordo com as “expressões de vida” de cada indivíduo. Agir moralmente é dever

(deontologicamente = dever moral) no uso de sua liberdade pessoal. Sem liberdade de ação não há como estabelecer responsabilidade moral.

Deus retribui a cada um conforme este conceito (Dt 24.16; Ez 18.4,20; Mt 16.27; Rm 2.1-11; 2Co 5.10; 1Pe 1.17; Ap 2.23; 20.12; etc.).

• Se… então Ação e resultados compatíveis. Cada

ação nossa produz-nos resultados adequados, compatíveis com ela. Chama-se a isso “condicionalidade da ação ao seu resultado correspondente”. Isto acontece em muitos aspectos da vida; por exemplo, na física, na química, etc. Paulo o expressa numa relação causa-efeito: “o que homem semear, isso ceifará” (Gl 6.7,8,9). Ora, a Bíblia mostra que há uma clara condicionalidade relacional entre o homem e Deus (Dt 28.1,2,15; 2Cr 7.13,14; Is 1.19,20).

Deus revelou-nos o que é bom (Mq 6.8), mostrando-nos como fazer boas escolhas, colhendo bons resultados, sabendo que Ele retribui adequadamente (Is 59.18).

Is 1.1-17Is 1.18-31Is 5.1-17 Is 5.18-30Is 29.1-16Is 59.1-21Is 7.1-9

Page 38: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

36

Em nosso tempo há muita confusão, muito equívoco acerca do que vem a ser o profeta e

qual a sua missão, ou tarefa. Vivemos num contexto de autointitulados “profetas, patriarcas, bispos, apóstolos, missionários”, etc. (como afirmou certo líder evangélico, só falta um aparecer autointitulando-se “vice-Deus”).

O profeta de Deus (ao contrário do falso profeta) é o mensageiro da parte de Deus, que ouve (recebe) a Palavra do Senhor e a transmite fielmente aos seus ouvintes.

Não é prognosticador nem adivinhador; é porta-voz de Deus.

Não há “novas revelações” (Hb 1.1)*. O propósito de Deus é tornar-se conhecido dos homens, manifestar-lhes sua vontade (boa, agradável, perfeita – Rm 12.2), fazer conhecido seu propósito eterno feito em Cristo Jesus (Ef 1.4-6; 1.9,10; 3. 8-11). Esta vontade reveladora consumou-se na pessoa de Seu Filho (Jo 5.37, 38,42,43; 12.44,45; 14.9,10; 6.40; Hb 1.1).

Deus acompanha a história, é soberano sobre ela e persevera no Seu propósito redentor (restaurador do homem) vocacionando, capacitando,

Data do Estudo

LicaoTexto Bíblico: Is 6.1-13

3

A Missão de Profeta

Page 39: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

37

credenciando e enviando seus mensageiros (profetas) a cada geração.

1- Deus Chama Pessoas para o Seu Serviço:

Podemos, pelo exame da Bíblia, elaborar uma extensa lista de pessoas que Deus chamou e encarregou de tarefas especiais nas suas gerações: Noé (Gn 6. 9 e 13-22); Abrão (Gn 12.1-3); Moisés (Êx 3.1-20); Josué (Js 1.1-9 ); Samuel, (1Sm 3.1-14); etc.

O escritor da carta aos Hebreus menciona uma longa lista de pessoas a quem Deus chamou e usou no Seu serviço. É suposto por alguns expositores da Bíblia que Hebreus 11.36,37 inclui o profeta Isaías, que teria ministrado nos primeiros anos de Manassés, em cujas mãos teria sido martirizado. Vale a pena considerar Isaías, seus contemporâneos, incluindo alguns sucessores.

1.1- Isaías: Isaías 6.1-13Nas lições 01 e 02 tivemos uma

visão panorâmica da geração de Isaías, tanto no reino do Sul quanto no reino do Norte. Nos dois reinos (Israel dividido) o nível moral e espiritual era decadente. Deus chama dois profetas no Sul e dois no Norte, incumbindo-os de entregar Sua mensagem.

Há duas referências às visões do profeta, anteriores à sua vocação (1.1; 2.1). O capítulo 6.1-13 descreve em termos vivos a cena. O Deus Santo é visto assentado num alto e

sublime trono (Is 57.15) cercado de seu séquito. Os serafins enunciando proclamações exaltadoras. Isaías contempla a glória, a santidade do Senhor e confronta-se e à sua geração com o fato: “homem de lábios impuros… povo de impuros lábios”. O profeta se sente abalado.

Um dos serafins toma uma brasa viva do altar, toca-lhe os lábios e declara tirada a sua iniquidade e perdoado o seu pecado. À voz do Senhor, dispôs-se a aceitar a incumbência, e é-lhe ordenado: “Vai e dize a este povo”. Sua missão era falar ao povo, levar a palavra do Senhor: repreensão pelos pecados e perdão e misericórdia, traduzidos na esperança da redenção que se seguiria à justa ação disciplinar.

Por mais de cinquenta anos o profeta desincumbiu-se da tarefa, com integridade, fidelidade, enfrentando a rebeldia do povo, das autoridades religiosas e, se foi mesmo martirizado pelo ímpio Manassés, com toda a certeza, o fato resultou de sua integridade. O verdadeiro profeta honra o Seu Senhor.

1.2- Miqueias: Foi contemporâneo de Isaías.

Seu nome significa; “Quem é igual a Jeová” (YHWH – vide lição 01, glossário, item 01). Sua profecia é dada a partir do ano 730 a.C, provavelmente, tendo ministrado nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias (Mq1.1).

Page 40: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

38

Embora ministrando às populações do interior (zona rural) de Judá, a situação moral e espiritual era muito semelhante à enfrentada por Isaías em Jerusalém.

A mensagem do profeta é dura, contundente na sua repreensão. Ela começa com a expressão: “A Palavra do Senhor que veio a Miqueias”. A “Palavra do Senhor” ou “Assim diz o Senhor” é a maneira característica para mostrar que a sua mensagem é “Recado enviado pelo Senhor”. O profeta é o porta-voz fiel do seu Deus.

A mensagem tem conteúdos de repreensão intensa (Mq 1.2-16; 2.1-3.12; 6.1; 7.20) com a declaração das tristes consequências, fruto da rebeldia, da oposição a Deus.

Miqueias demonstrou no seu ministério a postura de profeta de Jeová. Reconheceu sua vocação, correspondeu à expectativa do Senhor, proclamou fielmente Sua Palavra (Voltaremos ao profeta em lição posterior numa abordagem ao Messias).

Oseias e Amós:Foram contemporâneos de Isaías,

ministrando no reino do Norte. Oseias ministrou nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (Judá) e de Jeroboão, filho de Joás, em Israel (Os 1.1).

O livro começa com a clara indicação de que ele era profeta: “A Palavra do Senhor, que veio a Oseias…”. Os três primeiros capítulos,

por meio dos dois casamentos do profeta (uma prostituta: 1.2; e uma adúltera: 3.1), simbolizam a infidelidade de Israel e a paciência e a bondade de Deus (Os 2.14-23; 3.5).

A continuidade da profecia registra a pregação de Oseias, as repreensões por causa da infidelidade, a declaração da disciplina como resultado dessa infidelidade, terminando com um veemente apelo ao arrependimento e adoção de sabedoria (14.12). Essa volta, retorno para o Senhor, mediante o arrependimento é a maneira como a humanidade deve corrigir sua falta de conhecimento, que a torna infeliz e desesperada (Is 1.3; 5.13; Os 4.6).

Amós foi profeta no reino do Norte durante o reinado de Jeroboão, filho de Joás, e de Uzias, rei de Judá (Am 1.1). Era um homem do campo (Am 7.14,15). O seu nome significa “Fardos ou Carregador de Fardos”.

Sua mensagem é contundente e dura, condenando as injustiças e maldades de seus contemporâneos, inclusive a vida de luxo e exploração por parte da nobreza palaciana em Samária (Am 4.1-5). Parece que ele estava em nosso tempo. Usando a expressão característica do profeta corajoso e consciente: “Assim diz o Senhor” (Am 1.3; 6,9,11,13; 2.1,4,6; 3.1,11,12; 4.3,6,8,9,10,11, etc.). Toda a profecia de Amós demonstra sua convicção de chamada, de profeta do Senhor, ao qual serve conscientemente (Am 7.14,15 ). Amós foi um profeta autêntico.

Page 41: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

Segunda

Leitu

ras

Diár

ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

39

Conclusão: Deus ama Seu povo e lhe dá líderes

(profetas) para serem os porta-vozes de Seu Santo Propósito. Isaías o foi no seu tempo e contexto. Miqueias, Oseias, Amós, Jeremias e Ezequiel o foram também no seu contexto e seu tempo.

Ministraram com integridade, fidelidade, zelo. Honraram o Senhor, serviram o Seu povo.

Nosso tempo e contexto está sob a soberania de Deus. Ele é imutável. É sempre o mesmo. É amor (1Jo 4.8). Oremos pedindo profetas para o nosso tempo. Pedindo discernimento para não sucumbirmos ao pecado, às imitações, às novidades travestidas de adoração. Pedindo capacidade para discernir os verdadeiros profetas daqueles que mascaram a “PALAVRA” em proveito próprio.

Aplicações:1. O povo de Deus e a humanidade

(geração) atual precisam da “Palavra de Deus”. Esta é proclamada por seus mensageiros (profetas= pregadores).

2. É necessário que os mensageiros do momento e do nosso contexto retenham o caráter, o zelo, a integridade, a fidelidade dos profetas bíblicos, podendo dizer conscientemente: “Assim diz o Senhor”.

3. É necessário ao mensageiro (profeta) contextualizar

adequadamente a mensagem ao seu momento e ambiente, tornando-a compreensível (acessível) ao entendimento dos seus ouvintes, demonstrando sua relevância e sentido prático para a pessoa humana, como indivíduo e como raça.

Glossário e Notas ExplicativasHebreus 1.1. Deus, por todo o

processo da história, revelou-se progressivamente na direção de Seu propósito eterno, feito e consumado em termos redentivos na pessoa de Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. A Revelação final do Pai e de Seu propósito encontra-se registrada na Bíblia. A declaração de Hebreus 1.1 é que Jesus falou de maneira efetiva, falou de vez. Precisamos estudar as Escrituras com cuidado, usando os recursos científicos disponíveis para sua correta interpretação e exposição (exegese).

É claro que Deus nos fala hoje por intermédio de Sua Palavra. Mas quanto a qualquer acréscimo ou supressão, a própria Bíblia proíbe.

Is 2.1-22 Is 3.1-26Is 5.1-30 Mq 3.1-12 Am 3.1-12Os 12.1-14; Am 3.1-15Jr 1.1-9; Ez 3.1-27

Page 42: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

40

Data do Estudo

Licao

Após a divisão do reino em dois outros (1Rs 12.16-24), há o registro na história do povo de Deus tanto no Norte (Israel) quanto no Sul

(Judá) de uma sucessão de reis, acerca dos quais é dito: “E fez o que era reto” ou “e fez o que era mau aos olhos do Senhor” (Jeová).

Um fato chama a atenção: como pode um bom rei (que era reto) gerar um filho que vinha a ser mau rei; ou mau rei (que era ímpio) gerar um filho que vinha a ser um bom rei?

Isaías, como já vimos, ministrou por mais de cinquenta anos sob o governo de quatro reis em sucessão direta (Is 1.1) e, se estava vivo nos primeiros anos de Manassés, teve de conviver com cinco administrações: reis bons e maus, considerando, ainda, a rebeldia e pecados do povo a quem ministrava.

O profeta passou por essa longa experiência e cumpriu sua missão com imparcialidade, com integridade, com fidelidade. Não bajulou nem se acovardou perante os reis, quer bons, quer maus. Permaneceu na sua integridade.

A abordagem aqui feita tem o objetivo primordial de avaliar o problema e descobrir as lições que aí encontramos e como exercermos o encargo de mensageiros (profetas) do Senhor em nosso tempo e contexto, mantendo a consciência capaz de poder falar como o profeta de então:

Texto Bíblico: Isaías 7.1-9; 17-254

“Tal Pai, Tal Filho”: Nem Sempre

Page 43: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

41

“Assim diz o Senhor”, para conduzir Seu povo “nas veredas da Justiça” (Sl 23.3b e Mq 6.8).

1- Os Reis Sob os Quais Isaías Serviu1- Uzias: Filho de Amazias, rei

que começou bem, mas deixou-se corromper (2Cr 25.1,2; 14.15; 27,28). Como filho sucede seu pai (2Cr 26.1-5), mantendo uma postura digna.

A leitura de todo o capítulo 26 de 2Crônicas nos informa melhor. Entretanto, ao tornar-se poderoso (importante), deixou-se levar pelo orgulho, agiu como sacerdote, pecando contra Deus.

Repreendido pelo sacerdote Azarias, não se humilha, sendo punido com lepra, tendo de isolar-se pelo resto da vida. Jotão fazia o trabalho do rei, sucedendo-o após a morte (2Cr 26.16-23).

Uzias fez coisas boas, mas cometeu erros também.

Não há um registro explícito de seu relacionamento com o profeta Isaías, mas pelo conteúdo de Isaías 1.1 e 6.1, deduz-se que Isaías, vivendo em Jerusalém, provavelmente de linhagem real, tenha tido boa aproximação com o rei Uzias. Sua mensagem nos capítulos primeiro e sexto mostra que o profeta tem de denunciar a decadência vivenciada naquele contexto.

Que influência teria Uzias exercido sobre Jotão, que conheceu a transgressão do pai e teve de

substituí-lo no cargo de rei, resultado de sua transgressão?

2- Jotão: Começou reinar ainda

jovem (25 anos) e por 16 anos ocupou o trono, falecendo aos 41 anos (2Rs 15.32-38; 2Cr 27.1-9).

As duas referências (2Rs 15.34 e 2Cr 27.2) descrevem-no como um rei que fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme seu pai fizera. 2Crônicas 27.2 acrescenta: “Todavia não invadiu o santuário do Senhor. Mas o povo se corrompia”. O verso 6, afirma: “Assim Jotão se tornou poderoso, porque dirigiu os seus caminhos na presença do Senhor seu Deus”.

3- Acaz: Foi um homem ímpio, o perfeito

contraste do pai. Começou a reinar com vinte anos e faleceu aos trinta e seis. As descrições feitas a seu respeito em 2Reis e 2Crônicas são chocantes, como referências a um descendente do rei Davi. 2Reis 16.1-4 descreve as ações de “culto” por Acaz, como se fosse um pagão de elevada perversidade. Os versos 10-20 desse capítulo descrevem uma mistura de paganismo e judaismo, apoiado pelo sacerdote Urias, que deveria repreendê-lo e omite-se, cooperando na sua depravação espiritual. Não há espaço para abordar tudo. É melhor ler os textos completos de 2Reis 16.1-20; 2Crônicas 28.1-27; Isaías 7.1-9 e 17-25. Em 2Crônicas 28.3 e 2Reis

Page 44: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

42

16.3, está escrito que Acaz sacrificava (queimava) os próprios filhos.

No capítulo 7 de Isaías, Deus fala pessoalmente ao profeta acerca das perversidades do rei, procurando acalmá-lo quanto ao perigo da aliança de Israel com a Síria (7.4-7). Acaz, entretanto, ao invés de confiar no Senhor, na mensagem de seu profeta, vai buscar aliança com Tiglate-Pileser, da Assíria, usando como pagamento ouro e outros materiais preciosos do próprio Templo (2RS 16.6-8; 2Cr 28.16-21). A sua perversidade é destacada em termos vivos em 2Crônicas 28.22-25.

Parece que nenhuma influência do caráter de Jotão operou em Acaz. Agiu como se nunca tivesse recebido qualquer formação espiritual.

No conjunto de textos citados, o de Isaías capítulo 7 deixa patente que o profeta esteve com o rei e lhe transmitiu a mensagem enviada pelo Senhor. Penso que o profeta com toda a integridade cumpriu sua tarefa. Se as coisas continuarem a evoluir como estão evoluindo presentemente, os mensageiros fiéis (profetas autênticos) do Senhor devem estar preparados para sofrer por causa da verdade, pois “acazes” estão ocupando cada vez mais posição de autoridade, agindo sem escrúpulo moral e espiritual. Estão provocando o Senhor, insultando seu povo, institucionalizando a perversidade. Vale pensar no conteúdo do Salmo 11, especialmente o do verso 3, cuja

melhor tradução é: “Quando os fundamentos estão sendo destruídos, o que pode fazer o justo”? Profetas e povo do Senhor: estamos prontos?

4-Ezequias: Duas observações iniciais:

Conteúdo registrado no livro do profeta Isaías sobre Ezequias será abordado de outro ângulo.

Os conteúdos de 2Reis e 2Crônicas são longos. Faremos destaques, apenas, para inseri-los nos objetivos desta lição. Por favor, leia-os e se enriqueça: 2Reis 18.1-12; 2Crônicas 29.1 a 31.21.

Ezequias: Começou a reinar aos vinte e cinco anos em Jerusalém. Reinou vinte e nove anos, falecendo aos cinquenta e quatro. Foi contemporâneo de Isaías (Is 1.1) e tudo indica que eram amigos (Is 37.1-7).

O governo de Ezequias expressa um caráter íntegro, piedoso:

a. Fez o que era reto aos olhos do Senhor (2Cr 29 .2)

b. No primeiro ano reabriu as portas do Templo (2Cr 29.3 – Acaz as fechara)

c. Trouxe de volta os sacerdotes e levitas (2Cr 29.4)

d. Promoveu a purificação do Templo (2Cr 29.19)

e. Restabeleeceu o culto (2Cr 29.2-30)

f. Restabeleceu as contribuições para a manutenção do culto (2Cr 31 a 36)

Page 45: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

Segunda

Leitu

ras

Diár

ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

43

2Rs 12.16-242Cr 26.1-232Cr 27.1- 92Rs 16.1-202Cr 28.1-27 2Cr 29.12- 30 Is 7.1-9; 17-25

g. Restaurou a celebração da Páscoa (2Cr 30.1-27)

h. Aboliu a idolatria (2Cr 31.1)i. Estabeleceu as turmas de

sacerdotes e elaborou leis acerca das ofertas e dos dízimos (2Cr 31.2-21)

Estas palavras de reconhecimento a Ezequias podem ser lidas em 2Crônicas 31.20,21: “Assim fez Ezequias em todo o Judá; e fez o que era bom, e reto, e fiel perante o Senhor, seu Deus. E toda a obra que empreendeu no serviço da casa de Deus, e de acordo com a lei e os mandamentos, para buscar a seu Deus, ele a fez de todo o seu coração e foi bem-sucedido”.

É quase inacreditável que uma pessoa tão especial, um rei tão piedoso, tão amigo de seu povo, tão fiel a seu Deus, tenha sido gerado pelo ímpio e perverso rei Acaz.

Igualmente é quase inacreditável que o perverso rei Manassés tenha sido gerado pelo piedoso Ezequias.

Isaías deve ter tido um tempo de refrigério e alegria, servindo ao Senhor sob uma administração tão abençoada.

Duas conclusões:Tal pai, tal filho: nem sempre.

Isto nos adverte que devemos ter o maior empenho possível na formação de nossos filhos. Orientação firme, segura, e exemplo impactante de vida.

Assim como o profeta Isaías enfrentou momentos diferentes com muitas diferentes experiências,

precisamos hoje da capacitação que vem do Senhor, para profetizar dignamente, honrando o Senhor e servindo o seu povo (Cl 1.9,10).

Aplicações:Na história da revelação de Deus,

Ele trabalha a favor do homem individual e coletivamente, usando seres humanos. A Bíblia é o registro desta realidade.

Deus continua operando em nosso tempo, para alcançar o seu propósito eterno feito em Cristo Jesus. A consumação desse propósito é chamada de “Consumação dos séculos” em Mateus 28.20. Para alcançá-lo Ele comissiona pessoas para atuar na proclamação da mensagem de Salvação.

É necessário efetuar essa gloriosa tarefa com integridade. Entregar a mensagem tal qual nos foi dada. É necessário ser fiel ao Salvador e à mensagem (proclamar a verdade).

Isaías na sua ministração enfrentou diferentes situações, porém mantendo-se imparcial no desempenho de sua missão. Ele se torna exemplo e estímulo para nós.

Page 46: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

44

Data do Estudo

LicaoData do Estudo

Licao

dificuldade. Ele sempre respondeu recorrendo às Escrituras (Mt 19.1-6; 22.29-33; Lc 10.25-28; Jo 5.39; etc).

Ora, o profeta Isaías pregou, entregou, proclamou a “Palavra do Senhor”, a “Palavra de Deus”. Quem é o Senhor? Quem é Deus? Como Isaías descreveu, explicou Deus para seus ouvintes ou leitores? A essa descrição, a essa explicação, denominamos de a “Teologia de Isaías”.

A palavra usada centenas de vezes pelo profeta para referir-se a Deus é Senhor (Jeová – ver lição 01, glossário, item 01). Mas emprega vários títulos para referir-se a Deus, ao descrever as ações do Senhor para com o Seu povo.

Introdução

Para nosso entendimento, deixemos de lado as discussões acadêmicas, os termos difíceis, os enunciados

complicados, e pensemos com simplicidade. Consideremos Teologia como tudo que tem sido pensado, dito, escrito a respeito de Deus.

Para nosso propósito, consideremos Teologia como aquilo que a Bíblia diz acerca de Deus. Se queremos, verdadeiramente, ter um conhecimento (entendimento) acerca de Deus devemos buscá-lo na Bíblia.

Durante o seu ministério, o Senhor Jesus Cristo foi confrontado com perguntas, com questões difíceis. Muitas vezes queriam pô-lo em

Texto Bíblico: Is 40.12-315

A Teologia de Isaías (I)

Page 47: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

45

Isaías, ao recorrer a esses títulos, o faz à luz da Revelação dada ao povo, desde o Gênesis até o seu momento. Usa a história anterior como base de sua comunicação.

1- A Incomparável Grandeza do Senhor

1.1- Expressa na CriaçãoA Versão Revisada, da Imprensa

Bíblica Brasileira (JUERP, 1988), melhor versão bíblica que temos em nosso idioma, intitula o texto de Isaías 40.12-31 como acima. Titulo apropriado.

Se os eruditos estão certos (40.1-11) o texto refere-se à restauração futura de Israel do cativeiro babilônico. Então, os restantes versos encorajam os receptores da mensagem a confiar no Senhor, cuja grandeza é descrita.

Os versos 12,13 e 14 apresentam três questões a serem consideradas:

1- Quem operou no universo medindo águas, os céus, o pó da terra, pesando os montes em balanças? 2- Quem guiou o Espírito do Senhor e lhe deu entendimento? 3- Quem foi seu conselheiro?

O propósito do profeta, com certeza, é animar os exilados, chamando-lhes a atenção para as obras poderosas e sábias de Deus: A grandeza, a beleza, a magnitude do universo é o reflexo da grandeza, da magnitude, do poder do Criador: Deus (Sl 8.1-9; Sl 19.1- 6; Jó 38.1-41). Gosto

dos questionamentos levantados na Bíblia. O universo me fascina. Tenho o privilégio de morar no campo (roça) bem onde foi a sede da fazenda de nossa família. Como é inspirador apreciar os crepúsculos matutino e vespertino, cujos quadros só o artista divino é capaz de elaborar.

Como é encantador em ambiente sem poluição, contemplar à noite a multidão das estrelas a tremeluzir, e o Cruzeiro do Sul acima da serra, a cintilar sobre a floresta. Certa noite o pastor Fausto Vasconcelos hospedou-se conosco aqui. Chegamos tarde de uma reunião. Como foi difícil convencê-lo a interromper seu interesse, sua deslumbrância do espetáculo celeste e ir dormir!

Hoje, a Astrofísica nos faz perder o fôlego com as suas descobertas da grandeza, da complexidade, ordem, distâncias intergaláticas, dimensões de astros, etc. O Deus (Senhor) Criador e mantenedor de todas estas coisas (Is 40.21,26 ). É o criador de Israel, que o ama, que o disciplina, mas não o abandona (Dt 4.30,31). O Deus que construiu tão maravilhosa morada, nunca o abandonará, pois essas maravilhosas dádivas revelam o valor que Ele atribui a Sua criatura.

Israel pode animar-se, descansar na sabedoria, na justiça, no poder, na fidelidade do Senhor (e nós também). Ele o libertará, o restaurará, o trará de volta para a terra que deu em possessão perpétua ao seu povo (Gn 13.14,15; 26.1-6; 28.12-15).

Page 48: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

46

1.2- Expressa na Sua incomparabilidade

A Bíblia não se preocupa em provar a existência de Deus. Ele é realidade tão manifesta, que só não O reconhece quem não quer, ou tem seu entendimento entenebrecido pelo pecado. Quando estudamos a Antropologia geral e Cultural, descobrimos que todos os povos têm uma ideia de Deus (sobrenatural). Paulo afirma que Deus é manifesto por meio da criação (Rm 1.18-21; At 14.17; Sl 8.1-9; Sl 19.1-6).

Durante os quinze anos de trabalho missionário na África tivemos oportunidade de conviver com dezenas de etnias em oito países. Juntamente com o pastor Evenos Nunes, atuamos em aldeias no interior. Foi impressionante perceber a religiosidade dessas etnias, sem ter qualquer livro ou escritos de Revelação.

Assim, a Bíblia descreve Deus por intermédio de suas ações, que traduzem seu “SER”, isto é, sua natureza. Igualmente, a mesma Bíblia não busca provar a existência do Diabo. Ela descreve suas ações, igualmente reveladoras de sua malignidade.

Ao registrar a Revelação do “SER” de Deus, a Bíblia não tem como recorrer a qualquer outra realidade, figura, ilustração, ou padrão de comparação. Deus não tem similares no conjunto da realidade total do universo.

Duas vezes o próprio Senhor pergunta aos destinatários da mensagem enviada por meio do profeta: 1: “A quem, pois, podeis assemelhar a Deus? ou que figura podeis comparar a Ele?” (v.18); “A quem, pois, me comparareis, para que eu lhe seja semelhante? Diz o Santo”. Não há como usar qualquer materialização, ou qualquer parábola para descrever ou explicar Deus. Não há definições de Deus (cf. Mt 11.27). Deus é manifesto por seus atos. Não gastemos tempo, energias mentais, etc., tentando explicar Deus. Leiamos

Sua Palavra e percebamos no seu conteúdo e significado QUEM É DEUS.

1.3- Expressa por Sua ação soberana

Após fazer as perguntas referidas nos itens anteriores (1.1; 1.2; 1.3) o profeta apresenta algumas orientações ou respostas que ajudariam seus receptores a terem melhor entendimento, percepção de Deus (conhecimento em forma de conceitos).

Deus é soberano sobre as nações. Estas não vieram a existir por si mesmas. São realidades limitadas, pequenas. São finitas e sujeitas a muitas variações. São constituídas de pessoas (gerações que surgem e desaparecem – vv.15,23).

O Senhor é ilimitado, transcende a tudo (v. 22). O seu domínio vai além de qualquer pretensa avaliação humana. É imutável, eterno. Só o Filho

Page 49: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

Segunda

Leitu

ras

Diár

ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

47

Jó 5.1-27Jó 38.1-41Sl 8.1-9Sl 19.1-6Sl 25.1-22Is 25.1-12Is 40.12-31

o conhece plenamente, por ser divino (de mesma natureza que o Pai (cf. Mt 11.27).

O Senhor é soberano sobre o universo (criação ou natureza). O Deus em quem Israel deve esperar e crer é aquele que opera no universo, nas coisas físicas, nos astros, e estes o atendem. Ele os criou, os sustenta e os controla (Is 38.8; 2Rs 20.8-11; Js 10.12-14; Hb 1.3).

O Senhor conhece todas as coisas. Nada está encoberto a Ele (40. 27; Hb 4.13). Ainda que o povo pensasse diferente, a realidade é que o Senhor o acompanhava, lhe fazia justiça (Is 41.10).

O Senhor fortalece, restaura, revigora. Ele trará Israel ao seu lugar, o acompanhará e o protegerá. Israel precisa ter confiança (fé). Precisa esperar no Senhor e experimentar toda a grandeza incomparável do Senhor. A mensagem é integralmente válida para o povo de Deus hoje. Somos o seu povo e Ele é o nosso Deus. Amém.

Aplicações1. O conhecimento de Deus no

conteúdo de Isaías é manifesto à base da Revelação dada anteriormente. O profeta recorre à experiência do povo de Deus, acumulada gradativamente na sua história. Nós hoje estamos em muito melhores condições do que os contemporâneos de Isaías, pois

temos o conhecimento efetivado na pessoa, vida, obras e ensinos de Jesus.

2. Os ensinos dados por Deus ao seu povo por intermédio de Isaías em forma profética para os tempos posteriores, em boa parte, já se cumpriram, atestando a fidelidade do Senhor.

As profecias acerca da manifestação do Messias e de suas obras já se cumpriram na vinda de Jesus (Lc 24.44,45).

3. O conhecimento necessário à salvação, que há exclusivamente no Senhor Jesus Cristo, não decorre de conhecimentos acadêmicos, mas do que está nas Escrituras (Jo 5.39; Rm 10.13-17). Esta afirmação não é rejeição do conhecimento acadêmico (sistemático) acerca de Deus, pois eu mesmo por longos anos tenho sido professor de teologia e disciplinas correlatas. O que quero dizer é que precisamos conhecer as Escrituras e nos firmarmos nelas, não nos deixando levar pelo fascínio do saber meramente humano.

Page 50: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

48

Data do Estudo

Licao

Introdução:

Na lição anterior vimos Isaías demonstrando a incomparável grandeza de Deus, revelada

nas Suas ações e na glória da criação. Nesta lição buscaremos compreender a mensagem do profeta demonstrando que o Deus de Israel é Deus único (Dt 6.5; Is 42.8; Jo 17.3; 1Co 8.4-6).

Uma observação importante. Para assimilar o sentido da mensagem de Isaías neste estudo, é necessário ler atentamente os capítulos 41 e 43 e mais as referências paralelas recomendadas, considerando que é o próprio Deus quem fala. Há passagens em que o pronome da primeira pessoa

do singular ocorre explicitamente por meio de “Eu /Me/ Mim” ou pelo uso do possessivo correspondente “Meus”, “Minhas” e das flexões verbais correspondentes. Ocorre umas poucas vezes na 3ª pessoa (singular e plural), sempre de modo enfático. Vejamos:1. Me, Mim: 41.1; 43.10,11,20,21,22,2

3,24,25,26,27.2. Meus, Minhas: 41.8;

43.1,6,7,10,12,13,20,21. 3. Eu: 41.4,10,13,14,17;

43.1,2,3,4,5,11,12,13,15,25. 4. Flexões verbais (1ª pes.sing. e pl.):

41.4,8,9,15,18,19,43.6,7,14,19,28.5. Flexões verbais na 3ª pessoa:

41.2,3,4,16,21,22; 43.17,26.

Texto Bíblico: Isaías 41.1-7; 43.10-136

A Teologia de Isaías (II): A exclusividade de Deus

Page 51: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

49

1- Deus revela-se a Israel, afirmando-se único: Isaías 41.1-7.

A Bíblia começa apontando Deus como Criador: “No princípio criou DEUS os céus e a terra” (Gn 1.1). Termina falando do Deus encarnado, Jesus Cristo, como o Salvador: “A graça do Senhor Jesus seja convosco” (Ap 22.21).

Entre estes dois extremos há um longo registro de Deus e de Sua Revelação no processo da história. Da criação à consumação, as ações de Deus o mostram como único, exclusivo. Ainda que o pecado e a ignorância (falta do conhecimento necessário) tenham levado os pagãos à ilusão de deuses imaginários (não existem deuses). Os tais nunca existiram, nunca se manifestaram, nunca realizaram atos que demonstrassem sua existência, seus atributos, ou coisa semelhante.

O capítulo 41 começa com uma expressão contundente: “Calai-vos diante de mim… cheguem-se, e então falem; cheguemo-nos juntos a juízo”. Seguem-se perguntas que não têm respostas: “Quem suscitou do Oriente...”; “Quem faz que as nações…”. “Ele os entrega à sua espada…”; “Ele os persegue…”. A resposta é óbvia : o Senhor. Não há concorrentes ou competidores. A profecia, certamente, refere-se a Ciro, filho de Cambises. Há evidências de que era relacionado à nobreza da Média, que ficava ao Norte de

Babilônia enquanto a Pérsia ficava ao Oriente.

Ciro conquistou as nações ao Norte e a Leste. Agora prepara-se para conquistar a Babilônia, vindo no primeiro ano de seu reinado a decretar a libertação dos israelitas (2 Cr 36.22,23).

Em Isaías 45.1-7, 150 anos antes do nascimento de Ciro, o Senhor dá essas palavras ao profeta e declara ser o Deus único (5,6) e criador de todas as coisas. O Senhor é o soberano sobre a história. Nenhum suposto “deus” responde.

No verso 4, outra pergunta é lançada, cuja melhor tradução entre algumas versões circulantes e adotada por A. R. Crabtree é (A Profecia de Isaías, vol. II. Casa Publicadora Batista,Rio de Janeiro,RJ-Brasil, 1967): “Quem consegue executar eventos tão maravilhosos, chamando as gerações dos homens desde o princípio da história humana?” Novamente, a resposta é obvia: O Senhor. Deus criou todas as coisas, o homem com sua natureza peculiar, capacitando-o e ordenando-lhe multiplicar-se e encher a terra (Gn 1.26-28; At 17.24-26; Is 37.16; 46.4; 48.12).

2- O Deus único cuida do seu povo. Isaías 41.8-20.

Deus dirige-se a Israel como seu povo especial. Nestes versos (8-13) Deus lhe fala, dizendo ser seu servo, seu escolhido de entre todos os povos da terra, para ser povo santo ao Senhor, nação sacerdotal

Page 52: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

50

(Êx 19.5,6; Lv 20.26; Is 62.12; 1Pe 2.5,9).

Como resultado de sua fidelidade, Deus não o deixará, nunca o abandonará, nunca renunciará seu propósito expresso na eleição (chamada) de Israel, que remonta a Abrãao (Gn 12.1-3).

Esse propósito é relembrado nas mensagens de Jeremias (Jr 30.10,11; 46.27,28) e de Ezequiel (Ez 28.25,26; 34.11-15; 37.24-28).

O Senhor dirige-se ao seu povo, dizendo: “Israel, servo meu”, para designar a posição que ocupa entre as nações. A palavra “servo” genericamente significa escravo, prestador forçado de serviços a seu amo. Mas aqui como “Servo do Senhor” (Jeová), Israel é honrado como o servo do rei, um nobre que ocupa uma posição honrosa entre as nações.

Israel é chamado “descendência de Abraão, meu amigo”, cuja melhor tradução é: “Abraão a quem eu amo”. Esse propósito expresso na chamada de Israel acompanha todo o registro da Revelação de Deus no Antigo Testamento.

3- O Deus único faz Israel vitorioso sobre os seus inimigos (41.11,12; 14-16).

Israel (povo de Deus) está exilado, triste numa terra pagã, sendo atormentado e oprimido (Sl 137.1-

9). Enfraquecido, desarmado, empobrecido, sem poder para guerrear e vencer seus dominadores. O Senhor é onisciente, sabe dessa condição como sabia dos sofrimentos durante a opressão egípcia (Êx 3.6-11). Deus operou poderosamente contra Faraó; operou muitas vezes nos dias dos Juízes. Agora chegou o momento de favorecer seu povo operando contra a Babilônia. “Envergonhados e confundidos serão todos os que se irritam contra ti… perecerão” (11). “Quanto aos que pelejam contigo buscá-los-ás, mas não os acharás. E os que guerreiam contigo… perecerão…” (12). No meu entender, a profecia é dada 150 anos antes da libertação.

Não há dificuldade para o Senhor falar de qualquer fato em qualquer tempo (Is 45.11; 46.10).

Antes que a opressão chegasse, a libertação já estava preparada.

Ciro, o persa, no comando de seu exército, marcha vitoriosamente, derrotando os reis inimigos do povo de Deus. Ele não sabia que estava operando sob a soberania de Deus, para que o eterno propósito elaborado antes da fundação do mundo (Ef 4.9,10) se cumprisse. Israel era, no seu tempo, a geração na qual esse propósito se desenvolvia (Is 4.6; 9.10).

Ciro é convocado por Deus para efetuar a libertação de Israel (Is 45.1-5). Deus opera sábia e soberanamente; disciplina o povo por causa do pecado; detesta a rebeldia,

Page 53: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

Segunda

Leitu

ras

Diár

ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

51

Sl 137.1- 9Is 41.1-19 2Cr 36.11-23Jr 31.1-14Is 45.1-13Is 43.1-28Sl 126.1-6

porém ama o rebelde. Israel estava no cativeiro por isso, mas o Senhor o ama e o restaura.

Israel era fraco, impotente. Mas Deus o faz forte, vitorioso e livre (41.15,16). Sua fraqueza é mudada em fortaleza; sua opressão em liberdade; sua derrota em vitória; sua tristeza em alegria; seus lamentos em louvor; suas lágrimas em sorrisos (Sl 126.1-6).

Que gozo, que bênção, que paz, que gloriosa esperança para nós, Israel deste tempo. Somos o povo de Deus nesta geração. Ele é o mesmo: “O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó”. O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 20.17,18). Aleluia! Amém!

(Complete sua alegria com a mensagem do hino 14 do Cantor Cristão).

Aplicações:1- Precisamos saber

conscientemente que o Deus único dos dias de Isaías é o nosso mesmo Deus. Ele trabalha na história em suas sucessivas gerações, até consumar seu propósito eterno feito no Seu Filho. Ele nos trata hoje da mesma maneira como tratou seu povo nas gerações passadas, como aquela contemporânea do profeta Isaías:

1.1- Se lhe obedecermos Ele nos abençoará. Se formos rebeldes, nos corrigirá (disciplinará), mas preservará sua bondade, pois detesta a rebeldia, mas ama o rebelde (Rm 5.5-8).

1.2- Precisamos estar conscientes e atentos aos meios que Deus usa para nos falar hoje. Como no passado enviou mensageiros para entregar Sua Mensagem, assim o faz em nosso tempo e nosso contexto. Devemos, com humildade, ouvir os recados de Deus, tendo o cuidado muito especial de verificar se estão fundamentados na Bíblia (At 17.10,11).

1.3- Devemos entender que nós, hoje, como nas gerações passadas, enfrentamos oposição e inimigos, por sermos o povo de Deus. Lembremo-nos que o Senhor sabe disso e está conosco. Ele proverá os meios para nos amparar, guardar e preservar (Dt 4.31; Mt 28.20; Is 41.10,13; 43.1,2,13). Releia os hinos 34 (Plena Graça) e 313 (Proteção Divina) do Cantor Cristão.

1.4- Atentemos para o fato que cada geração do povo de Deus tem seu papel no momento e contexto, e projeta influências e consequências no seu ambiente, momento e para as gerações sucedentes. Devemos buscar discernir qual a nossa responsabilidade, nossas expressões de vida como pessoa e como igreja, em conformidade com o propósito de Deus (Cl 1.9,10; 2Pe 1.2-11).

Page 54: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

52

Data do Estudo

Licao

atitudes são considerados na Bíblia uma idolatria (Ef 5.5; Cl 3.5) e outras que consideraremos mais na parte final de nossa abordagem.

1-O tratamento bíblico da idolatria (Êx 20.1-5; Dt 5.7-10)

O povo do Senhor (Jeová) acabara de ser libertado da escravidão egípcia. Vivera lá 430 anos e convivera com o paganismo e a idolatria de seus opressores.

Estava sendo conduzido para a terra de Canaã, habitada por nações idólatras e devassas (Lv 18.1; 19.37) a presciência divina leva-o a advertir os Israelitas a se absterem de todas as perversidades dos cananeus, incluindo seus cultos detestáveis, ofensivos ao Senhor.

Introdução:

Após apresentar o Senhor Deus incomparável e único; após mostrar que o Senhor é o Deus

vivente, cujas obras O atestam, o texto contrasta-o com os ídolos mortos, insensíveis, impotentes, obras de mãos humanas, expressão de engano, de ignorância, resultado absurdo da falta de raciocínio, de reflexão.

Idolatria genericamente quer dizer culto, adoração, devoção que se presta, que se oferece a objetos materiais: estátuas, árvores, animais e uma série de outras representações de supostas divindades.

Há expressões de afeição, apego a coisas que alguém aprecia, coloca-a em lugar de Deus, ou preferencializa-as em relação ao Senhor, que são consideradas como ídolos, e tais

Texto Bíblico: Isaías 44.1-207

A Idolatria

Page 55: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

53

Os acontecimentos envolvidos no processo de libertação de Israel do Egito, sua peregrinação de quarenta anos no deserto, a conquista das nações cananitas são todos manifestações sobrenaturais operadas por Jeová, jamais representados por qualquer forma ou objeto.

Ainda que possa parecer repetitivo, todo esse conteúdo histórico é a Revelação do trabalho de Deus no processo da história, para alcançar (consumar) seu propósito eterno. Por isso, Deus instrui seu povo, para preservá-lo na verdade, abençoá-lo, protegendo-o do engano, da mentira, cujo pai e autor é o Diabo (Jo 8.44).

2- Israel desobedeceu a Deus, corrompeu-se (Is 44.1-20)

Considerando os ensinos dados por Deus por intermédio de Moisés, Josué, e os profetas que o sucederam, cai certa perplexidade sobre os leitores da Bíblia. Isaías parece sentir-se perplexo. As suas palavras satirizantes da idolatria de seus contemporâneos nos dois reinos (Israel e Judá) revelam esse seu estado de perplexidade.

Nos versos 1-8 o profeta relembra as ações do Senhor que fizeram Israel vir a existir, a ser o seu povo (44.1,2): “Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, ó Israel a quem escolhi. Assim, diz o Senhor, que te criou, te formou, te ajudará (continuará ajudar-te): Não temas...”.

Seguem-se as promessas renovadas e novas perguntas para trazer a

lembrança as coisas passadas e o futuro promissor que lhe tem preparado (44.3-8; Jr 29.11-13).

Ao fazer tais declarações Deus reitera que ele, somente Ele, é Deus. As suas obras nos dias passados hão que ser lembradas como atestado de que Israel é a testemunha que Jeová pode apresentar diante dos povos como aquela nação criada, preservada, conduzida, pelo Deus vivente, contraste perfeito aos ídolos inanimados, mudos, incapazes; falsos deuses que não podem falar, operar. São inúteis, simplesmente imaginários (44.6-8). É como se o Senhor perguntasse: Israel, meu povo; depois de tudo que tenho feito; depois de toda a manifestação de minha bondade, de meu poder, de minhas maravilhas nas gerações passadas e até hoje, como tu podes tomar essas coisas enganosas como teus deuses? É mesmo difícil entender! Fico perplexo.

3- A Insensatez da Idolatria (Is 44. 9-20)

É bom lembrar que o profeta está ministrando ao povo do Senhor. É gente que recebeu os ensinos, as leis, a instrução por meio de pessoas (servos) chamados e encarregados de proclamar a verdade. Não é a um povo pagão que o profeta ministra. A mensagem, os ensinos recebidos são precedidos da expressão: ”Assim diz o Senhor”. Ações poderosas confirmaram a autenticidade da mensagem.

Page 56: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

54

Neste grupo de enunciados o profeta mostra a inutilidade do ídolo e a falta de entendimento, de discernimento de um povo que parece ter perdido sua nacionalidade:

3.1- Os artífices são insensatos; suas obras são de nenhum préstimo, isto é, nada valem (9,10);

3.2- Os fabricantes de deuses são apenas seres humanos: ferreiros, carpinteiros que trabalham com madeira (pau) e transformam isso numa estátua de aparência humana. Eles mesmos, os fabricantes de ídolos, se cansam, desfalecem (11-13);

3.3- Essa matéria-prima serve como lenha, e parte é transformada numa estátua, à qual se prostra e adora; diz a tal objeto: livra-me, pois tu és o meu deus (14-17);

3.4- Nada sabem, nada entendem esses artífices (44.18); nada sabem, nada entendem os que carregam ídolos em procissão (45.20). São deuses inúteis, não podem salvar;

3.5- Eles (os idólatras) não refletem, não param para pensar, para perguntar se isso tem sentido (lógica). Não é apenas uma árvore transformada em um objeto? (40.19);

3.6-Tais objetos de culto são uma abominação, uma mentira, um engano. Tal culto é abominação ao Senhor (40.20; 41.24; 66.13; Jr 4.1; 6.15; 13.27; 16.18; cf. Is 1.13; Hb 2.19; etc.).

As considerações do profeta chegam a ser satirizantes, ridicularizantes, por ser um

contrassenso. Como pode uma pessoa chegar a tal ponto de insensatez? Como pode descer a tal nível de embrutecimento (Rm 1.18-25; Ef 4.17-19). E que dizer do nosso tempo, em que o desenvolvimento tecnológico e científico nos tiram o fôlego, ainda contemplamos com perplexidade comunidades que adoram animais, e os que se dizem materialistas, negando a Deus, ridicularizando tudo o que se relaciona com Sua Revelação?

4- A Idolatria e o Novo testamento (1Co 10.14-22)

O Deus revelado no Antigo Testamento: o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó (Êx 3.6) é o mesmo Deus e Pai do Senhor Jesus Cristo (Jo 20.17). A Ele Jesus se refere que é necessário que o adoremos adequadamente (Jo 4.22-24).

O evangelho ao ultrapassar os limites do estreito nacionalismo judaico e penetrar o mundo gentílico, deparou-se com um contexto de idolatria e depravação, considerado naturais pelos povos que o habitavam (mundo Greco-romano).

As pregações apostólicas registradas nos Atos e as cartas tratam com toda a clareza e veemência a questão. Muito especialmente o apóstolo Paulo trata do assunto.

No texto acima e em outros correlatos ele ensina, guiado pelo Espírito Santo, alicerçado nos Escritos

Page 57: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

Segunda

Leitu

ras

Diár

ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

55

Jr 10.1-25Sl 115.1-18Is 44.1-8Is 44.9-20Is 46.1-13Rm 1.18-321Co 10.14-22

do Antigo Testamento, que o ídolo é uma nulidade, um engano demoníaco. O culto prestado ao ídolo é prestado aos demônios (1Co 10.19,20).

Ainda, fica clara para nossa advertência a necessidade de completa separação de coisas impróprias nas nossas celebrações. Nosso culto ao Senhor, nossas expressões de vida excluem todo e qualquer vínculo com aquilo que se relaciona a Satanás(1Co 10.21-22).

Outra manifestação perigosa da idolatria é a cauterização da consciência moral. Paulo reconhece que a depravação do mundo gentílico é fruto de suas crenças e práticas idólatras (Rm 1.18-32; Ef 4.17-19).

Aplicações:1. Precisamos nos lembrar que,

como povo de Deus no tempo e contexto atuais, corremos o mesmo perigo de Israel de então de desobedecermos a lei do Senhor (Sua Palavra Revelada), introduzindo práticas estranhas nos nossos cultos, como se fossem aceitáveis pelo Senhor (Is 1.12,13). A idolatria no passado entrou progressivamente até se tornar uma forma corrompida de culto. Hoje há muita coisa estranha penetrando os fundamentos da pureza bíblico-doutrinária em nossos ambientes evangélicos. Os líderes, principalmente os pastores, precisam estar atentos

aos “bezerros de ouro “ e ao “fogo estranho”, impedindo-os de se enraizarem entre nós.

2. Há necessidade do ensino fiel e corajoso da pureza escriturística, entregando “oráculos de Deus” (1Pe 4.11; Ml 2.1-7); Isaías foi mensageiro fiel. Combateu o pecado, ensinou a verdade, não receou o povo nem os reis. Se nos seus dias fosse feita uma lei considerando o combate à idolatria “crime hediondo e inafiançável” ele teria cumprido sua missão como a cumpriu: “importa obedecer antes a Deus do que aos homens”. “Quando os fundamentos estão sendo destruídos, o que pode (deve) fazer o justo” (Sl11. 3)?

3. Precisamos buscar na Palavra de Deus e na oração a capacitação para discernir o que é verdade e erro. O que é de Deus e o que é do mundo. Precisamos ser “luz do mundo”, brilhar no mundo escuro das trevas malignas. Impedir firmemente que as coisas do mundo tenebroso do pecado penetrem os “átrios do Senhor”, travestidas de coisas santas (Jo17. 14-19; 2Co11.3,14,15).

Page 58: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

56

Data do Estudo

Licao

sentimentos. Havia dicotomia entre culto e ação.

1- Denúncia ordenada por Deus: Isaías 58.1,2.

“Clama em alta voz... como de trombeta... anuncia ao meu povo... sua transcrição... os seus pecados”. Há muita coisa importante aqui: Deus ordena ao profeta denunciar transgressão e pecados aos que vinham ao culto.

Era o seu povo (meu povo). Gente que havia sido escolhida; recebera leis, mandamentos e tinha sacerdotes, levitas, profetas, etc., cuidando dela, assistindo-a, ensinando-a.

Quando consideramos, assim, um alerta ressoa em nossa percepção: estava havendo falha na ministração

Introdução

É comum ouvir-se de quando em vez: “Cuidado! As aparências enganam”, “nem tudo que reluz

é ouro”; “por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”. Estes ditos populares têm seu lugar nas ações humanas. Falam do caráter de pessoas que se revela na sua vida prática.

O Mestre dos mestres ensina: “pelos frutos se conhece a árvore”. O capítulo em estudo nos fala exatamente disto. O culto que era prestado tinha aparência de piedade, porém sua motivação era outra. Havia uma espécie de “culto-barganha”. Havia o propósito de alcançar favores ao invés de adoração por amor, por temor piedoso. Os “adoradores” aparentavam piedade, fidelidade, mas seu viver não traduzia tais

Texto Bíblico: Isaías 58.1-148

Rótulo e Conteúdo

Page 59: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

57

ao povo? Que fora feito das reformas de Joás (2Cr 24.1-14); de Ezequias (2Cr 29.1-30); de Josias (2Cr 34.1-35. 19), etc. O registro de 2Crônicas 34. 8-21 dá a entender que houve negligência, pois o Livro da Lei estava abandonado e foi encontrado (v.14). Esse fato produziu o avivamento do reinado de Josias.

Ou o povo não levava em conta os ensinos que lhes eram ministrados? Parece que as duas ocorrências tiveram lugar. Nos nossos dias também... Deus se está agradando das ministrações e cultos que marcam nosso contexto? Os líderes precisam ser zelosos, fiéis na sua ministração. O povo de Deus precisa obedecer à Palavra assim ministrada e praticá-la.

O conteúdo do verso 2 deixa claro que o povo não vivia em justiça (como se fosse um povo que praticasse a justiça); o povo havia se desviado da Palavra de Deus (isso não aconteceria se não tivesse abandonado a ordenança do seu Deus).

Que proveito havia na prática de ritos e viver de maneira ímpia, injusta?

2- Queixas contra Deus: Isaías 58.3.Esse povo além de prestar um

culto egoísta, ainda se queixava do Senhor, atribuindo-lhe indiferença, desinteresse, ou, quem sabe, incapacidade para operar a retribuição esperada. As perguntas (queixas) dirigidas a Deus chegam a ser afrontosas:

• Por que temos jejuado e não atentas para isso?

• Por que temos afligido as nossas almas e não o sabes?O Povo Israelita costumava celebrar

fatos, eventos de sua história, para expressar seu reconhecimento a Deus. Lembravam a libertação do cativeiro egípcio, por meio da Páscoa; a peregrinação de quarenta anos no deserto, por meio da festa dos Tabernáculos; a doação da Lei no Sinai, por meio do Pentecoste; e outras, como a festa das expiações, conforme Lv 16.29-34; 23. 1-44; Nm 29.7, etc. Problemas surgentes na vida do povo levavam-no, também, a jejuns, ao oferecimento de holocaustos, etc. (Jz 20.26; Jr 36.5-10, etc).

Aqui não há uma especificação relativa a festas ou emergências. Parece-nos que se refere à rotina de atividades religiosas como nos capítulos 1 e 59. O povo tinha suas necessidades. Recorria à ajuda de Deus, usando como meio de movê-lo o jejum, o assentar-se sobre saco de cinzas, como expressão de humilhação, aflição, etc., mas apenas ritualidade. Nada fluía de um coração devoto e sincero. O verdadeiro temor, quebrantamento, etc. estava ausente (Sl 51.17). É impossível enganar a Deus (Sl 139. 1-16; Hb 4.13)

Não há no texto qualquer condenação ao Jejum. Jesus o praticou; Paulo o praticava; a igreja em Antioquia (na Síria – At 13) o praticava. A repreensão é dirigida

Page 60: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

58

ao superficialismo, ao ritualismo, à hipocrisia que estava ocorrendo. Deus aceita o culto verdadeiro, alegra-se nele, porém abomina, rejeita a hipocrisia, o “culto-barganha”.*

3- A resposta e a rejeição às queixas: Isaías 58.3b,4,5.

É maravilhoso o nosso Deus. Ele ouve as queixas daquela gente e, pacientemente, mostra o erro, classifica-o como transgressão e pecado, e corrige bondosamente. Duas respostas revelam a rejeição da motivação imprópria dessa busca de Deus. Quatro perguntas revelam que não foi essa prática que o Senhor pediu. Com simplicidade o Senhor conduz o povo à consciência de seu erro (pecado e transgressão), mostrando-lhe a seguir a adequada forma de vida que deveria ter.

– No dia em que jejuais prosseguis nas vossas empresas (na busca de vossos interesses) e exigis que se façam todos os vossos trabalhos. Certamente faziam seus jejuns, ofereciam seus sacrifícios no sábado, mas impunham aos seus servos a realização de tarefas pesadas visando ao aumento de suas riquezas, praticando a opressão.

– Jejuais e fazeis contendas, tendes desentendimentos (rixas) pessoais. Agredis (feris com punho iníquo) uns aos outros, etc. É difícil admitir que uma comunidade se disponha a cultuar o Senhor, agindo com tais motivações erradas, com tais atitudes.

O resultado é a rejeição dessa postura: “Jejuando vós assim como hoje, a vossa voz não se fará ouvir no alto” (no céu)... A questão não é indiferença ou incapacidade da parte de Deus (3a), mas atitude equivocada, motivação pecaminosa por parte dos “adoradores” (Is 59.1,2; 1.11-17; Gn 4.3-7; Tg 4.1-3, etc.). Deus, por sua própria natureza (justiça, santidade, verdade...) não pode aceitar tal adoração distorcida, equivocada, egoísta – “culto-barganha”. O culto verdadeiro, sincero, devotado, Deus aceita (Is 57.15; Gn 4.7; Jr 29.11-14). Porventura poderá o Senhor aceitar e retribuir todas as manifestações de cultos e adoração de nossos contextos atuais sob a alegação de contextualização? É necessário entender o que é a contextualização verdadeira e a contextualização clientelista*.

4- Perguntas reveladoras do erro dos “adoradores”: Isaías 58.5.

Há muitas perguntas que o próprio Deus faz, cujo propósito é tornar a pessoa consciente de sua situação pessoal. O Senhor conhece todas as coisas de maneira completa, absoluta (Gn 3.9,11,13; 4.9,10). No texto acima, Deus procura conscientizar o povo de que Ele não escolheria, não pediria, não aceitaria tal prática errada, distorcida, imprópria.• Seria esse o Jejum que escolhi? É

como se o Senhor quisesse lhes

Page 61: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

Segunda

Leitu

ras

Diár

ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

59

Tg 4.1-6Gn 4.1-7Dt 15.1-11Ml 1.1-14Jr 34.8-22Sl 96.1-13Is 58.1-14

fazer pensar, refletir se Ele (Jeová) seria capaz de tal contradição (Zc 7.5-8).

• O dia em que o homem aflija sua alma? Qual o resultado de afligir-se, impor-se desconforto, penitenciar-ser fisicamente, flagelar-se como muita gente ainda hoje o faz?

• Consiste em inclinar a cabeça como o junco emurchecido pelo calor? Sentar-se sobre saco de cinzas? Que proveito em efetuar todo esse ritual e continuar com a maldade aninhada na alma, continuar na prática da iniquidade?

• Chamarias tu a isso Jejum e dia aceitável ao Senhor? As respostas a todo esse questionamento que o Senhor levanta é um categórico não. Jeová é o Deus da verdade, da justiça, da sinceridade, nunca das expressões exteriores, ritualistas, travestidas de adoração.

Aplicações1. O povo de Israel (nos dois reinos)

era descendência de Abraão, Isaque e Jacó. Foi formado para ser fiel e servir ao Senhor. Recebeu leis, preceitos, mandamentos e líderes para o apascentar (reis) e para os guiar espiritualmente (sacerdotes e profetas). Mas desviou-se, como estamos vendo na lição de hoje. Precisamos ficar atentos, como povo de Deus em nosso tempo e contexto, evitando cairmos nos mesmos erros.

2. Hoje, como então, Deus chama, prepara e envia líderes para cuidar do seu povo. É necessário que atendamos os ensinos que recebemos, tendo cuidado de discernir se realmente são alicerçados na Palavra de Deus.

3. Precisamos nos conscientizar do que é culto, como adoração ao Senhor, tanto no devocional, pessoal, como no familiar e no coletivo. Há diferença marcante entre “show” de entretenimento travestido de culto e culto genuíno, preparado e desenvolvido com o propósito de honrar, exaltar, glorificar ao Senhor, num espírito de verdadeiro respeito, de reverência à Trindade Santa.

4. Precisamos estar precavidos com tanta pregação “novidadeira” nos veículos de comunicação de massa apresentando outro Cristo que não é aquele do evangelho. Este é o Filho de Deus, que veio buscar e salvar os perdidos; que requer renúncia, arrependimento, vida nova; santidade e serviço. Aquele outro (o da mídia) é falsificado por seus apresentadores atuando apenas para o contexto terreno e material.

Page 62: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

60

Data do Estudo

Licao

Introdução

Nas abordagens feitas até aqui, no livro do profeta Isaías, dois destaques se manifestam:

Deus como criador de todas as coisas segundo seu grande propósito eterno: dar ao homem o reino preparado para ele (Mt 25. 34). A História humana é a expressão desse trabalho de Deus, para consumar tal propósito.

O homem, para quem Deus preparou o Reino, e a favor de quem Ele opera na sucessão de eventos, para alcançar tal objetivo.

Ao considerar este assunto é necessário levar em conta um dado imprescindível, isto é, o pecado como fato da experiência humana. Pensemos em pecado como tudo aquilo que se opõe a Deus, sem buscar descrevê-lo aqui (1Jo 3.8).

O trabalho de Deus no processo da história é restaurar o homem, para ter relações adequadas com Ele (2Co 5.14-21; Cl 2.13-15; Lc 19.10). Assim, as situações registradas na profecia de Isaías, com o Senhor de um lado e Israel do outro, retratam essa atividade divina, para salvar (restaurar) seu povo para lhe dar o Reino e para nele cumprir a esperança messiânica, trazer no descendente (Gn 3.15; 12.3; 18.18; 22.18; 26.4; 28.14,15, etc.) a bênção (a salvação) a toda a humanidade (a todas as famílias da terra).

Ora, Israel (descendência de Abraão – Is 41.8), sob o pecado, não correspondia às expectativas divinas: pecava, desobedecia, resvalava. Mas o Senhor não desiste; ao contrário, persiste no seu propósito. Ao invés de destruir sua gente rebelde, busca sua restauração, por meio de

9Texto Bíblico: Isaías 55.1-13.

Bondade Divina: Apelo, Oportunidade, Perdão

Page 63: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

61

Sua Justiça Perfeita, apelando, dando oportunidade para o arrependimento e, mediante este, oferece perdão e restauração. Vejamos:

1-Um Apelo (convite) para se satisfazerem gratuitamente - Isaias 55.1,2

Aqui, outra vez, se os eruditos estão certos, o texto está relacionado ao capítulo quarenta (40.1-11) e o convite é dirigido aos retornados da Babilônia. Nestes estudos estamos considerando o livro como uma unidade. Assim, entendemos, à luz da gramática, que o convite é dirigido a todos (tanto aos que retornaram como a aos que ficaram, e aos residentes que não foram para o cativeiro – Ne 1.1- 3; Ed 1.1- 4).

1.1- O convite é: “Ó vós todos os que tendes sede, vinde às àguas…”. Cada israelita é convidado a vir às águas. Os anos de cativeiro na Babilônia, longe de sua terra, os fizeram sedentos, famintos de Deus (Sl 137.1- 9).Todos os israelitas que recebessem a boa mensagem do profeta podiam atendê-la, dependendo de sua disposição pessoal.

Não temos um registro dos resultados do ministério completo do profeta Ezequiel entre os exilados, mas o conteúdo dos capítulos 2.1; 3.27 nos mostra Deus falando ao profeta de que o seu povo é casa rebelde (3.7-11). Quantos desses voltaram não é possível saber. Mas o convite lhes é dirigido também.

“Vinde às águas”. Aqui não há sentido literal. A sede é, certamente, espiritual. Talvez uma referência ao capítulo 12.1-6, especialmente o verso 3: “Portanto, com alegria tirareis águas das fontes da salvação”. A alma sedenta só encontra satisfação na fonte genuína (Jo 4.13,14; 6.35; 7.37,38).

1.2- O Convite é uma oferta graciosa: “e os que não tendes dinheiro… sem dinheiro e sem preço vinho e leite”. Deus socorre, salva, restaura graciosamente. Suas dádivas fluem de seu ser como fruto intrínseco de sua bondade. Ele dá sempre. Vinho e leite faziam parte da dieta Israelita. Eram componentes (arroz e feijão) sempre presentes nas suas mesas. No emprego aqui feito, tornam-se símbolos da graciosidade divina, de seus favores aos famintos espirituais (Jo 6.35).

2- É necessário ouvir, atender o apelo (convite) do Senhor - Isaias 55.3-5

Não é apenas ouvir auditivamente, captar o som da voz, mas apropriar-se da oferta traduzida nas palavras: “Inclinai os vossos ouvidos e vinde a mim…. e a vossa alma viverá…”.

O ensino bíblico de que nosso Deus é o Deus galardoador é abundante (Tg 1.16,17).

Entretanto, sem submissão a Ele é impossível tal acontecer. Deus é perfeito em todos os sentidos (Sl 145.9,17). Adequação à verdade,

Page 64: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

62

ao correto e justo é condição para que as bênçãos fluam como que naturalmente.

Tal declaração inclui as bênçãos prometidas e recebidas por Davi e a que se cumpriu na manifestação histórica do Jesus de Nazaré a quem Deus fez Senhor e Cristo (2Sm 7.8-17; Sl 132.1-18; Ez 34.11-24).

3- É necessário Buscar ao Senhor Isaias 55.6,7

O termo aqui usado refere-se a uma atitude diligente; buscar intensamente, zelosamente, de coração, sinceramente. Na lição anterior aprendemos que Deus não aceita ser buscado interesseiramente, egoisticamente. Deus não é “pronto-socorro”.

Paulo em Colossenses 3.1,2 nos fala de buscar as coisas lá do alto e pensar nelas, usando um presente contínuo e um modo intenso de fazê-lo A motivação é tão preciosa e importa que deve ser como a nossa respiração.

3.1- Deve ser uma busca sincera, reverente, com o ser integral (Jr 29.12,13; 24.7).

Há o perigo de atitudes levianas, que o Senhor reprova, rejeita. Cada busca de Deus deve ter motivação santa, pura, respeitosa, humilde (Sl 51.17).

3.2 Buscar ao Senhor para ter vida: Amós foi contemporâneo de Isaías, ministrando no reino do Norte. Profeta franco, contundente, ensina a busca

ao Senhor para viver: “Assim diz o Senhor: ... Buscai-me e vivei” (5.4,6).

“Buscai o bem e não o mal para que vivais”… e assim, o Senhor, o Deus dos exércitos estará convosco…” (5.14,15).

4- Aproveitar a oportunidade (busca urgente) – Isaias 55.6

Deus ama, Deus chama, Deus dá oportunidade. É necessário reconhecê-la e agarrar-se a ela. O ser humano é, muitas vezes, negligente com respeito aos apelos, ofertas, oportunidades, deixando para depois.

Israel (Norte e Sul) estava vivendo em desobediência. Era urgente sua conversão, seu retorno para o Senhor. Este, compassivamente, apela ao arrependimento, dá-lhe oportunidade; “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto”. A Bíblia está repleta de exemplos do desprezo de oportunidades, e suas consequências: Esaú (Gn 25.30-34; 27.34- 36; Hb 12.16,17); Faraó teve dez oportunidades e desprezou-as, sendo destruído (Êx 14.26-31); Saul rejeitou a oportunidade de confirmar o reino e o perdeu (1Sm 15.26-29; 2Sm 31.3-6). Cumpriu-se neles o que está em Provérbios 1.23-33; 29.1).

O não aproveitamento da oferta de Deus, o desprezo da oportunidade e da mensagem de arrependimento e de perdão custou caro a Jerusalém e Judá (2Cr 36.15-21).

Page 65: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

Segunda

Leitu

ras

Diár

ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

63

Ez 36.16-38Jr 46.27-28Jr 33 .1-26 Am 5.1-17Os 14.1-9Is 12.1-6 Is 55.1-13

O Escritor de Hebreus lembra aos seus contemporâneos a atitude de seus antepassados no deserto, advertindo-os desse perigo (Hb 3.7-19).• “… Buscai… Invocai… enquanto

se pode achar… enquanto está perto…”. Deus se prontifica a ouvir, atender, salvar. Os resultados negativos são consequência da insensatez humana. A falha é sempre humana, pois o Senhor está chamando e esperando para ouvir, abençoar, socorrer, salvar:

• “Busquei ao Senhor, e ele… me respondeu,… livrou” (Sl 34.4);

• “Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu, e o livrou de... suas angústias” (Sl 34.6);

• “Perto está o Senhor… e salva os contritos de espírito” (Sl 34. 18);

• “Perto está o Senhor de todos os que o invocam… em verdade” (Sl 145.18);

• “Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei…” (Jr 33.3), etc.Sim, Deus é bom, é justo, compassivo,

amoroso. Mas a oportunidade precisa ser levada em consideração muito especial. Que pena que tantos israelitas a desprezaram, e Deus mesmo o lamenta: “Ah! Se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos!”.

Então seria a tua paz como um rio, e a tua justiça como as ondas do mar” (48.18).

O povo de Deus, hoje, deve ficar alerta à voz e às oportunidades de Deus. Todos os povos da terra também (Ef 5.15,16).

Aplicações:1. É bom lembrar que os profetas

Isaías e seus contemporâneos (nos dois reinos), e também seus colegas posteriores, Jeremias e Ezequiel, pregavam concordemente a mensagem do Senhor, condenando o pecado, apontando a correção e seus frutos. Coerentes com a Revelação histórica anterior. Assim, nós, profetas atuais, devemos praticar essa mesma coerência, convictos de sermos servos do Senhor. A mensagem é DELE.

Nós lhe prestaremos conta. “Sede unânimes entre vós” (Rm 12.16 a).

2. Lembremo-nos que o fato de sermos povo de Deus não nos torna imunes às “ciladas do Diabo” e possibilidade de fraquezas, pecados, etc.(1Jo 2.1,2; Ef 6.11).Deus nos ajuda, mas precisamos lutar para não cairmos nos pecados apontados nestes estudos,os quais ofendem, entristecem a Deus, e nos causam prejuízos, tiram a alegria (Sl 32.1-7; 51.12).

Page 66: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

64

LicaoData do Estudo

Licao

Há discussões por parte de estudiosos acerca dessas datas. Segundo eles Ezequias subiu ao trono em 724 a.C. e Senaqueribe invadiu Judá em 701 a.C. Assim, Ezequias estaria no 23º/24º ano de seu reinado e não no décimo quarto. Fiquemos com os relatos bíblicos (Is 36.1,2 e 2Rs 18.13), pois o que nos interessa é o fato em si, o que o Senhor fez, o que significou para seu povo então, e que aplicação tem para nós hoje.

Avaliemos os acontecimentos e busquemos neles lições para nosso tempo e nosso contexto.

1- Senaqueribe invade Judá - Isaias 36.1; 2Cronicas 32.1; 2Reis 18.13-16

A Assíria era, então, a grande potência regional. Israel dividido e enfraquecido já vira o irmão do Norte cair (queda de Samária) sob esse

Introdução:

Na lição 04, no item 4, fizemos um resumo (esboço) de Ezequias e seu reinado. Seu

pai, o rei Acaz, foi ímpio, idólatra, corrompendo o culto (2Cr 28.1-3).

Ezequias, seu filho, foi seu oposto. Andou nos caminhos de Deus, promoveu reformas, esforçou-se por restaurar o culto verdadeiro, trazendo o povo de volta ao Senhor (2Cr 29.1 a 31.21; 2RS 18.1-12).

Judá prosperou com Ezequias no seu reinado de vinte e nove anos (2Cr 29.1,2).

Tudo indica que o profeta Isaías já era bem conhecido do povo e que tinha bom relacionamento com o rei Ezequias (Is 37.1-5). Há possibilidade de que Isaías fosse da linhagem real e conselheiro de Ezequias. Nesse tempo Ezequias já estava no seu 14º ano de governo (Is 36.1; 2Rs 18.13).

Texto Bíblico: Isaías 36.1 a 37.3810

Deus Tem a Palavra Final (Arrogância e Abatimento de Um Rei)

Page 67: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

65

poderio. Tendo conquistado o norte da Palestina, animava-se agora em conquistar o Sul.

O texto de Is 36.1 diz que Senaqueribe subiu contra todas as cidades fortificadas de Judá e as tomou. Registros de História Antiga dizem que foram conquistadas quarenta e seis cidades. 2Crônicas 32.1 diz que Senaqueribe, entrando em Judá, acampou-se contra as cidades fortes, a fim de apoderar-se delas. 2Reis 18.13 diz que Senaqueribe subiu contra todas as cidades fortificadas de e as tomou.

Porém há um dado em 2Reis 18.14-16, que deixa vir à tona algo interessante. Parece ter havido um acordo entre Ezequias e Senaqueribe. O texto diz que Ezequias enviou mensageiros a Senaqueribe, a Laquis pedindo sua retirada e propondo-se pagar o que ele lhe impusesse. Está narrado que lhe foi efetuado o pagamento de 300 talentos de prata (13,2 ton) e 30 talentos de ouro (1470 Kg).

Ezequias deve ter percebido que Senaqueribe queria conquistar a capital, Jerusalém, e levar seus habitantes para outras regiões, como era seu costume. O pagamento que lhe foi imposto seria um acordo para preservar Jerusalém. Tal acordo não foi respeitado.

2- Embaixadores de Senaqueribe ameaçam e amedrontam Jerusalém.

Senaqueribe queria conquistar a fortaleza de Jerusalém, o que daria

domínio sobre toda a Palestina. De Laquis envia Tartã, Rabe-Sáris e Rabsaqué (títulos de oficiais assírios), príncipes, com um grande exército a Ezequias (2Rs 18.17). Ora, o rei da Assíria enviou de Laquis Rabsaqué a Jerusalém, com um grande exército (Is 36.2). Senaqueribe era homem experiente na tática bélica.Deveria saber que Jerusalém estava isolada, sem possibilidade de ajuda ou socorro. Seria uma conquista fácil, rápida. Não resistiria a um cerco prolongado.

Rabsaqué se dirige a três oficiais de Ezequias entregando a mensagem ameaçadora do rei, seu senhor, requerendo uma capitulação sem luta. Uma síntese do ultimato: Isaías 36• Que confiança é essa em que te

estribas? (4c);• Teu conselho para a guerra são

apenas vãs palavras (5a);• Eis que confias no Egito, aquele

bordão de cana quebrada… assim é faraó para com os que confiam nele (6);

• Mas se me disseres: no Senhor, nosso Deus, confiamos… (7).

Rabsaqué fala aos três oficiais de Ezequias, sendo ouvido também pelo povo, que assentado sobre o muro o escuta. Suas palavras têm o propósito de amedrontar e criar pânico.

Ele conhece a fragilidade militar de Ezequias e, ironicamente, oferece dois mil cavalos, se tiverem soldados para montá-los.

O retorno à possibilidade de ajuda por parte do Egito (36. 6,9) faz pensar

Page 68: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

66

que havia algum acordo com faraó, descoberto por Senaqueribe, daí o desejo de aproveitar a oportunidade, entes que Jerusalém recebesse socorro. É uma possibilidade.• Como poderás repelir um só

príncipe dos menores servos de meu senhor…?

• Por ventura subi eu agora sem o Senhor…? (que terrível absurdo)!

Ora, se Jeová é o guardador de seu povo, de seu servo fiel, Ezequias, como enviaria um Ímpio para destruí-lo?

3- Um pedido não atendido. Ameaças intensificadas - Isaias 36.11-21

Os três oficiais de Ezequias pedem a Rabsaqué que fale em aramaico (siríaco), uma vez que podiam entender bem aquele idioma (Is 36.11). Com certeza esses oficiais tinham consciência da fraqueza militar de Jerusalém e o povo assentado sobre o muro também sabia disso. Isso poderia gerar pânico no povo e até produzir alguma revolta ou sublevação. Rabsaqué parece ter percebido a preocupação daqueles oficiais e resolveu aproveitar a ocasião. Intensifica as ameaças, dirigindo-se ao povo em nome de Senaqueribe, bradando em judaico:• Demonstra a intenção de sitiar a

cidade, impedindo abastecimento subsistencial: alimento e água: “comerão o próprio excremento e beberão a própria urina” (12);

• Ouvi as palavras do grande rei da Assíria (13):

• Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar (14);

• Nem vos faça confiar no Senhor, dizendo: infalivelmente nos livrará o Senhor... (15);

• Não deis ouvidos a Ezequias; assim vos diz o rei da Assíria: fazei as pazes comigo e saí a mim, e … (16);

• Guardai-vos, para que não vos engane Ezequias, dizendo: o Senhor nos livrará (18a);

• Porventura os deuses das nações livraram, cada um, a sua terra das mãos do rei da Assíria? (18b; 37.18,19);

• Onde estão os deuses de Hamate, Arpade,… Sefarvaim? Porventura livraram Samária da minha mão? (19);

• Poderá o Senhor livrar a Jerusalém das minhas mãos?

Todas estas interrogações além de afrontosas são blasfemas. É muita arrogância e o preço que será pago mostrará a Senaqueribe e aos seus oficiais a diferença entre “deuses” e o Senhor.

4- Epílogo: Ezequias ora no Templo: Senaqueribe perde seu exército; volta para Nínive e seus próprios filhos o matam - Isaias 37.14-38• Ezequias estende as cartas perante

o Senhor (37.14);• E orou Ezequias ao Senhor,

dizendo: (Por favor, leia

Page 69: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

Segunda

Leitu

ras

Diár

ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

67

IS 36.1-22IS 37.1-13IS 37.14-20 IS 37.15 -35IS 37.36-38IS 38.1-8IS 38.9-22

cuidadosamente, refletindo no conteúdo das palavras de Ezequias) Isaías 37.16-20.

• Ezequias deve lembrar-se de outra oração feita no mesmo lugar por Salomão: 2Crônicas 6.12-38. Considere bem: 6.24,25,32,33. Compare bem, 6.32,33 com Isaías 37.20: “para que todos os povos da terra saibam.”. Jeová há que ser conhecido como o Deus único e verdadeiro por toda a raça humana.

• A Mensagem de Isaías a Ezequias: tua oração foi ouvida (37. 21). E os versos 22 a 35 descrevem a resposta de Jeová à blasfêmia de Senaqueribe.

• O anjo de Jeová aniquila o exército do arrogante rei da Assíria: 18.5000 combatentes são eliminados numa noite. O homem arrogante e seus príncipes, humilhados, envergonhados, retornam para casa. Ali os filhos de Senaqueribe o matam (Is 37.36-38). Jesus ensinou; quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado (Mt 23.12; Lc 14.11; 18.14) Compare Provérbios 15.33; 16.18; 11.2; 17.19; 18.12. Senaqueribe tinha muitos planos, tinha ótimo exército, bons oficiais, pensava poder fazer o que pretendia. Fez muitas conquistas. Afrontou Ezequias, escarneceu dele, da fraqueza militar de Judá, blasfemou de Deus, desafiando-O, comparando-O aos ídolos das nações. Ele passou, suas palavras

foram como palha. Permaneceu a Palavra do Senhor. Deus sempre teve, tem e terá a palavra final (Is 55.10,11; 40.8; 1Pe 11.25).

AplicaçõesNosso Deus é o mesmo. Sua Palavra

permanece para sempre porque Deus é eterno, imutável. Assim: 1. Face a desafios, ameaças, insultos,

provocações devemos evitar o revide com atrito, as reações impróprias. Ezequias e seus oficiais procederam com prudência: oração, confiança no Senhor, na sua justiça, no seu agir por nós (Sl 37.1-7).

2. Devemos orar e pedir que Deus nos dê líderes piedosos, que busquem ao Senhor na sua administração. Líderes que reconheçam, valorizem os servos (ministros) de Deus e os consultem para tomar decisões na administração pública. Como seria nosso país se tivéssemos presidentes como Ezequias, ministros como Daniel, governadores como José e homens de Deus como Isaías?

Page 70: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

68

LicaoData do Estudo

Licao

Introdução:

Messianismo é um termo elaborado a partir de uma palavra aramaica, cuja

representação hebraica se escreve em português “Messias”, que se traduzido significa “ungido”. A palavra grega “christós”, aportuguesada “Cristo”, é o correspondente ao termo hebraico. Messianismo, portanto, deriva de Messias.

O messianismo se refere ao conceito histórico da Revelação do propósito de Deus registrado no Antigo Testamento, projetado e efetivado no Novo Testamento na pessoa, vida, obras e ensinos do Senhor Jesus Cristo (o Messias).

O Antigo Testamento engloba a lei, os salmos, as profecias, etc. do que Jesus fala nos seus ensinos, autenticando-o como o Messias (Lc 24.44; Jo 4. 25,26; 5.39,46,47).

Os ensinos e profecias sobre o Messias permeiam todo o Antigo Testamento. Sem considerar a história como um processo, como atuação de Deus para realizar o seu propósito, será difícil entender o significado do Messias como aquele em quem tudo veio a existir (Jo 1.3,10; 1Co 8.6; Cl 1.15.16), e no qual Deus consuma seu “eterno propósito”, a plenitude do Seu Reino (Ef 1.9, 10), preparado para o homem (Mt 25. 34).

Lembramos, mais uma vez, que estamos deixando de lado questões acadêmicas, discussões, buscando os aspectos práticos que as lições tiveram no seu tempo e que podem ter para nós hoje.

1- O Messianismo entre os judeus - Gênesis 1.31; 3.17; 3.15

Deus criou todas as coisas. Tudo fez com propósito definido

Texto Bíblico: Isaías 7.10-14; 9.1-7; 11.1-1611

Messianismo (I)

Page 71: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

69

(Rm 11.36). Por isso, tudo Ele fez esplendidamente bem (Gn 1.31). Havia alegria n’Ele.

O Diabo, não sendo onisciente, não conhecendo o propósito de Deus, interveio, desconectando o homem da sua comunhão com Ele (queda no pecado). Sobrevém tristeza: “Maldita é a terra (solo, não planeta) por causa de ti” (Gn 3.17).

Deus repreende a serpente (Satanás) e lhe fala do Messias, descendente da mulher, que lhe esmagaria a cabeça (domínio – Gn 3.15).

Começa, então, o trabalho de Deus na história para remover a maldição, restaurar todas as coisas (At 3.21; 2Pe 3.13; Ap 21.1-22).

Entre os judeus havia a esperança de que o “descendente da mulher”, o filho de Davi seria manifesto num tempo apropriado, destruiria a mal e inauguraria “uma idade de ouro” para Israel, ao qual se submeteriam todas as nações, formando um império universal de paz, prosperidade, de realização plena (Is 2.1-4; Jr 31. 6-14; Mq 4.1-7).

Esta esperança da vinda do Messias e da plantação histórica do Seu Reino ultrapassou as fronteiras judaicas e permeou todo o Médio Oriente. Nas nações vizinhas muitos esperavam o nascimento do príncipe judeu que traria essa idade áurea para a humanidade. Os magos (sábios) vindos provavelmente do Planalto Persa a Jerusalém, em busca do recém-nascido “Rei dos Judeus” (Mt

2. 1,2), com toda a certeza, vieram nesta convicção.

O profeta Isaías se destaca nas profecias acerca do Messias, pregando e ensinando os israelitas num tempo difícil, lembrando-lhes que Jeová cumprirá Sua promessa, restaurará Israel e este será proclamador desta mensagem de esperança para todos os povos da terra.

2- O Messias nascerá de uma virgem - Isaías 7.14.

O prometido restaurador virá ao mundo de maneira sobrenatural. Deus, na criação, estabeleceu a maneira de reprodução. Requer sempre a união homem/mulher (macho/fêmea dentro de cada espécie). É o meio para encher o celeiro celestial.

O Messias é o ser ímpar – divindade/humanidade – numa unidade perfeita. Ao ajudar o rei Acaz nos seus momentos difíceis (vide lição 04) o profeta lhe oferece a oportunidade de pedir alguma manifestação especial da parte de Deus. Acaz recusa.

Isaías então lhe fala em termos proféticos que o Senhor fará algo muito maior a favor de Israel e da humanidade. Uma virgem conceberá (sem deixar de ser virgem, sem o conúbio conjugal) e partejará um filho, que será chamado EMANUEL. Aqui o profeta apenas refere o nome, pois Acaz é judeu e sabe o significado

Page 72: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

70

(Deus conosco). O rei precisava crer que Deus está com Israel como seu “pastor”, guardador, protetor. A cidade será preservada, como de fato foi, e a promessa do nascimento da criança é garantia do cuidado de Jeová com o seu povo. O nome do menino, Emanuel, e o seu significado atestam que Deus está presente.

No texto acima não há registro de que Acaz tenha aceitado o conselho de Isaías, tenha crido e alcançado sucesso. Os registros de 2Reis 16.1-20 e 2Crônicas 28.1-27 apontam para sujeição ao rei da Síria, e vandalizando o Templo (2Cr 28.24).

3-A profecia do nascimento se cumpre - Mateus 1.18-23; 2.1,2; Lucas 1.26-38; 2.4-15.

No seu trabalho para alcançar seu propósito (Jó 42.1,2), Deus fala a cada geração de seu povo. Socorre-a no seu presente, anima-a com a esperança do futuro, anunciando a glória que se há de manifestar. Isto é profecia.

Na sua fidelidade, perseverança, persistência, no tempo apropriado efetiva o que tem falado. Isto é cumprimento.

Ainda que Acaz pessoalmente não se tenha apropriado da alegria do anúncio do nascimento do Messias, certamente muitos se alegraram. A profecia foi repetida em outros termos (linguagem) a outros reis. Foi o

conforto levado àquelas gerações.No tempo próprio (Gl 4.4,5) Deus

alegrou os que esperavam a vinda do Messias.

Em Mateus 1.18, lê-se que Maria engravidou do Espírito Santo, ainda virgem. Compare com Lucas 1.26-38:• O anjo Gabriel visita uma jovem em

Nazaré (Lc 1.26);• Era uma jovem ainda virgem,

prometida em casamento (Lc 1.27);• Eis que conceberás e partejarás um

filho... Jesus (Lc 1.31);• Será chamado filho do Altíssimo…

Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai (Lc 1.32);

• Reinará sobre a casa de Jacó; seu reino não terá fim (Lc 1.33);

• Virá sobre ti o Espírito Santo... seu filho será chamado santo, filho de Deus (Lc 1.35);

• Para Deus não há impossíveis (Lc 1. 37). Uma avaliação atenta do texto de

Mateus e de Lucas nos mostra como Deus trabalha a nosso favor e como efetiva rigorosamente em ações suas palavras.

Voltando a Mateus:• Mateus 1.21… Jesus, porque Ele

salvará (tirará, apartará) o seu povo dos pecados deles;

O Messias veio buscar e salvar (tirar do pecado) e tirar o pecado deles (do mundo – João 1.29);

• Será chamado Emanuel=Deus conosco (Mt 1.23; Is 7.14).

Page 73: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

Segunda

Leitu

ras

Diár

ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

71

Is 2.1-5Is 4.1-6Mq 5.2-15Is 54.1-17Is 60.1-22Is 65.1-25Is 52.1-15

Estas considerações nos permitem concluir:

1- Deus trabalha no fluxo da história a favor do homem como indivíduo e como raça, com vistas ao seu propósito eterno feito em Cristo, antes da fundação do mundo (Ef 1.4), para nos dar o Seu Reino, preparado na eternidade (Is 41.14; Lc 12.32; Mt 25.34);

4- O Messias é descendente de Davi (O Filho de Davi) - Isaías 11.1- 3.

Deus, ao falar a primeira vez sobre a redenção em Gênesis 3.15, afirmou que o Redentor por vir ( já provido na eternidade (1Pe 1.9,10,19,20; 2Tm 1.8-10; Ap 13.8) nasceria de mulher , profecia que se cumpriu como vimos nos itens 2 e 3 acima e referida por Paulo como tendo-se cumprido num tempo apropriado (Gl 4.4,5 ).

Deus anunciou também, ao chamar Abrão, que nele seriam abençoados todos os povos da terra (Gn 12.3. Cf. ainda: Gn 22.18; 26.4; 28.14; Sl 72.17; Gn 49.8-10 1Cr 5.2. Mq 5.2; Mt 2.5,6).

Nunca será demais lembrar que Deus trabalha no desenvolvimento da história sempre conduzindo-a na direção projetada para consumar seu bendito propósito. Na lista de profecias acima, vemos isto e o texto de Mateus 2.5,6 o confirma: “Então brotará um rebento do tronco de Jessé (pai de Davi), e das suas raízes um renovo frutificará” (11.1), quando

uma floresta é devastada, dos tocos que ficam surgem brotos (feedback da natureza) que começam o processo de restauração.

Judá será levado em cativeiro, Jerusalém será devastada, queimada, o templo destruído (Jr 39.1-18; 2Rs 25.1-21). Mas não era o fim. Setenta anos depois vem a restauração. O toco brota. E brota porque a restauração de Israel é necessária ao cumprimento da esperança messiânica universal, a vinda em plenitude do Reino de Deus preparado antes da fundação do mundo para todos os povos (Gn 12.3; MT 25.34; At 1.9,10; 3.19-21: 17.30,31: 1Co 15.39; Is 25.6-9).

Outra vez aqui, a mim me parece que alguns eruditos e intérpretes se equivocam quanto a esta profecia. Ela teve seu lugar e aplicação para os dois reinos (Norte, Samária; e Sul, Jerusalém) mas também tem seu lugar e aplicação futura (para nós hoje e para todas as gerações por vir) até que o propósito eterno feito no “Messias”, “O Filho de Davi”, o Senhor Jesus Cristo apareça em plenitude (Dn 2 44; 7.13,14; Mq 4.6,7; 7.18-20; At 1.9,10).

Page 74: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

72

LicaoData do EstudoData do Estudo

Licao

Introdução

A manifestação histórica do Messias (sua encarnação – Jo 1.14; Fp 2.5-11) foi mais uma etapa do

trabalho de Deus na história para consumar o seu propósito.

As profecias do Antigo Testamento sempre apontam para novas operações de Deus no prosseguir de sua atuação no tempo: “eis que vêm os dias que…”.

A afirmação de Paulo em Gálatas 4.4,5; de Lucas 1.5; 2.1; 2.6; de Jesus, em João 5.25,28,29 mostram o fluir do tempo e os fatos acontecendo.

Ora, Deus, para alcançar seu propósito como revelado nas Escrituras, realizaria a obra expiatória do pecado, para reconciliar a raça humana consigo (2Co 5.18-21; Ef 2.13-19; Rm 5.8-11). O tempo apropriado para tal realização chegou. O Messias (o reconciliador, o Emanuel) estava no mundo (Jo 1.10; 1.26,27; Mc 1.14,15; Jo 1.40,41).

O Servo Sofredor veio para realizar essa Obra (Jo 1.29; Jo 6.50-55). A Obra expiatória na pessoa do Messias foi proposta antes da criação (Ef 1.4; 2Tm 1.8-10; 1Pe 1.10,11,19,20;

Texto Bíblico: Isaías 52.13; 53.1212

O Messianismo (II) - O Messias Redentor

Page 75: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

73

Ap 13.8 ). Era necessário que tudo se realizasse, para que o bendito propósito se efetivasse (Lc 24 44- 47).

1-O Messias Age com prudência - Isaías 52.13-15.

Nos três versos Jeová mesmo fala do seu servo. Fala de sua humilhação e exaltação.

Há uma espécie de contraste entre as duas experiências. O Servo age com prudência pela autoconsciência de que seus sofrimentos são vicários, trazem a salvação ao seu povo, expressão da boa vontade do Senhor. O que poderia ser interpretado como loucura por seus inimigos, perante Deus é descrito como prudência, sabedoria (1Co 1.18-24).

Mas Ele será exaltado e mui sublime. O sofrimento do Servo é degradante. Muitos pasmaram à vista dele. A aparência de sua desfiguração causava espanto. Seu sofrimento ultrapassou o que os próprios inimigos conheciam (Jo 18.1 a 19.37; 1Pe 1.10,11).

O próprio Cristo ensinou que quem se humilha será exaltado. Pedro diz no texto acima (1.10) os sofrimentos que viriam e a glória que os seguiria. Paulo, em Filipenses 2.5-11, descreve a humilhação de Cristo voluntariamente aceita por Ele (humilhou-se, servilizou-se)* resultando na sua exaltação; “…deu-lhe o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho…”.

2- O Messias, O Homem de Dores - Isaías 53. 1-3.

Segundo alguns eruditos (se eles estão certos) o servo descrito no capítulo cinquenta é considerado um mártir, porém, confiante no Senhor, esperando que ele o ajudaria, o recompensaria (50.7,8,9).

No texto anterior (52-13-15) Deus fala da humilhação e da exaltação de seu servo (agiu com prudência), sofreu para beneficiar outros.

Nestes versos há uma pergunta: “quem creu… e a quem foi revelado o braço do Senhor”?

A pergunta parece referir-s ao conteúdo anterior (52.13-15). O relato continua a falar do servo na sua aparência desfigurada, consequência dos sofrimentos que lhe são infringidos. Há alguns dias alguém me fez uma pergunta intrigante sobre a pessoa física de Jesus. Havia ouvido numa certa reunião de estudo bíblico (com base neste texto) que o homem Jesus era pequenino, magro, aparência desagradável, etc. Bem, o melhor é não perder tempo indo ouvir insípidas “tolices”. O texto é claro ao descrever a aparência desfigurada por causa de castigos aplicados a Jesus (releia novamente Jo 18.1;19.37 e paralelos).

“Era desprezado, rejeitado… um homem de dores… como um de quem os homens escondem o rosto…”. Jesus não era pessoa de aparência repulsiva. Os Evangelhos registram as pessoas se aproximando

Page 76: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

74

de Jesus, até disputando para se aproximar d’Ele. Os flagelos que lhe foram impostos desde que se entregou no jardim, até a cruz lhe causaram todo esse aspecto desfigurante.

3- O Messias é Nosso Substituto - Isaías 53. 3-6.

O profeta apresenta o Messias, o Redentor, o Servo Sofredor, o Homem de Dores, como nosso substituto.Neste conjunto de expressões há uma sequência contínua : “Ele e nós”. Ele agindo e nós recebendo as bênçãos. Vejamos em destaques:• Verdadeiramente Ele tomou sobre

Si as nossas enfermidades (53. 4a). Deve-se entender aqui o sentido moral também, e não apenas físico;

• E carregou com as nossas dores (53. 4b);

• E nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido... Os receptores da profecia consideravam o sofrimento como punição de pecados (os amigos de Jó);

• Mas Ele foi traspassado por causa das nossas transgressões (53. 5a);

• E esmagado (moído) por causa das nossas iniquidades (53. 5b);

• O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele (53.5c);

• E pelas suas pisaduras (feridas) fomos sarados;

• Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho (53.6a);

• Mas o Senhor fez cair sobre Ele as iniquidades de todos nós (53. 6b). A morte de Cristo foi uma obra

efetiva, substitutiva e universal (Jo 19.30; 2Co 5.14.15; 1Jo 2.2).

4- O Servo Aceitou Voluntariamente Seu Sofrimento - Isaías 53. 7-9.

Seria inaceitável pensar aqui do servo como sendo Israel. O servo é descrito como pessoa, como indivíduo.

A leitura do aprisionamento do Senhor Jesus, de seu julgamento, sua crucificação é a melhor interpretação e constatação de que este conteúdo se refere especificamente ao Senhor Jesus, o Messias Redentor (Mt 26.36-56; 57-68; 27.11-61).

Filipe interpreta este mesmo texto como se referindo a Jesus (At 8.29-35).

Estes versos encerram a narração das afrontas que o Messias sofre de seu próprio povo.

Todas as acusações são injustas, são falsas. Mansamente suporta toda a pressão, sofre sem queixas, sem ameaças... No auge do sofrimento intercede pelos seus inimigos (53.12; Lc 23.34; 1Pe 2. 22,23).

5- O Sofrimento do Messias Estava nos Planos do Senhor - Isaías 53.10.

O fato em referência não foi um acontecimento ocasional. Não foi uma solução de emergência. Os horrores,

Page 77: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

Segunda

Leitu

ras

Diár

ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

Is 42.1-13Is 45.14-25 Is 50.1-11Jr 8.4-22Ez 20.33-39. Ez 36.16-38IS 52.13-53.12

75

as dores, a moedura (esmagamento) do Servo compunha o conjunto dos recursos de Jeová para consumar seu propósito. Quando na sua presciência (onisciência absoluta) nos elegeu em Cristo, nos chamou (Ef 1.4; 1Pe 1.1,2; 5.10; 1Tm 6.12; 1Ts 2.12; 1Co 1.9) para sermos filhos e herdeiros (Rm 8.16,17), o Messias já era o Servo Sofredor (Ap 13.8), no propósito (nos planos) de Deus (Ef 3.10,11).

“Foi do agrado (da vontade) do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar…” (3.10).

O homem imagem e semelhança do Criador pecaria, não preencheria as expectativas de Deus quanto ao seu propósito. Lá estava o Messias (Is 42.1; Mt 3.17; 12.15-21; 17.5; Lc 3.22; 9.35). O Messias, conhecido na eternidade, manifestou-se na temporalidade, preencheu as expectativas de Jeová, foi moído, consumou sua obra, saiu da temporalidade entrou na eternidade, cheio de gozo, por ver o fruto do trabalho de sua alma, outorgando-nos, assim, o seu Reino Messiânico (glorioso, perfeito, eterno), o propósito eterno de Jeová.

Aplicações1. A mensagem dada nos dias

de Isaías sobre a esperança messiânica, isto é, que Deus no tempo próprio por intermédio dele restauraria Israel, cumpriu-se na Obra do Cristo. Hoje vivemos a Esperança da manifestação do

Reino em plenitude. Devemos vivê-la de maneira digna do Messias apontando a necessidade do arrependimento e conversão de nossos contemporâneos (At 3. 18-21).

2. Precisamos considerar com temor e quebrantamento a bondade de Deus, que nos amou sempre (desde a eternidade) concedendo-nos em Seu Filho a graça da salvação (2Tm 1.8-10). Sua fidelidade se mantém em todo o processo da história, em coerência perfeita, prosseguindo em seu objetivo geração após geração (Sl 100.5).

Glossário e notas explicativas• Servilizar-se = tornar-se servo

ou fazer-se servo (Fp 2.7). Em muitas construções gramaticais, especialmente quando trabalhamos na voz reflexiva, podemos recorrer à supressão de verbos auxiliares. Este é um caso característico:

• Veja como fica mais fácil e preciso. Jesus se fez ou fez-se servo. Usando o recurso, diz-se Jesus servilizou-se.

Page 78: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

76

LicaoData do Estudo

Introdução:

A Bíblia começa dizendo :“No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1), e termina

dizendo: “A graça do Senhor Jesus seja com todos” (Ap 22.21).

Entre estes dois extremos encontra-se o “script” do drama existencial humano; o registro histórico do homem, de suas ações, de suas expressões de vida, de seus erros e acertos; de seus empenhos na busca de realização plena – plenitude de contentamento.

O caminho percorrido é longo; muitas vezes marcado, assinalado por sangue, suor e lágrimas; por dores, suspiros e gemidos, etc.

Por quê?… Como?… Para Quê? Já lhe subiram à mente tais considerações? tais perguntas? Ou você é daqueles que vivem por viver? Seu “barquinho” desliza indiferente pelo “rio da vida” porque tem de ser assim?

Creio que tudo tem propósito, finalidade, dentro de um plano maravilhoso, bem elaborado com

Texto Bíblico: Daniel 7.9-14; 18.22,26,2713

Messianismo (III) - O Reino Messiânico

Page 79: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

77

sabedoria, com justiça, com amor, bem querer. “Deus é BOM”. (Sl 106.1).

3-O Reino Messiânico na Perspectiva Israelita.

O messianismo permeia todo o Antigo Testamento. Os Israelitas entendiam que Davi era um tipo do Messias e que seu reino era um tipo do Reino Messiânico. Entendiam que o Messias seria um descendente de Davi e que num momento da história esse reino seria restaurado como o “reino de Israel” (At 1.4; Is 1.26,27).

Jeremias falou desse tempo, profetizando acerca da restauração do cativeiro babilônico (Jr 30.8,9). Ezequiel igualmente profetiza nessa direção (Ez 34.22-24; 37.24-28; Os 3.5). Ainda hoje, os judeus que não se converteram continuam apegados a esta perspectiva, na esperança de que o “Messias” sairá de seu meio, será um descendente de Davi e Israel virá a ser o que dizem essas profecias.

Outras profecias de Isaías são igualmente tomadas como ainda não cumpridas, e terão sua consumação na manifestação do Messias, descendente de Davi, que virá (Is 45.14-25; 51.3,6,11-16; 54.1-6; 56.6-8; 60.1-22; 62.1-12; etc).

Israel teve sua missão histórica para anunciar a salvação entre seus contemporâneos (Is 49.6; 42.6; Sl 67.1-7; Sl 96.1-13); e para trazer ao mundo o Messias, o descendente de

Davi, o salvador da humanidade (Mq 5.2-4; Is 9.6; 40.10,11; Mt 2.1–6).

Nenhuma dúvida resta quanto à autenticidade do Messias, o Jesus de Nazaré. Os registros do Novo Testamento são abundantes. Sem desenvolver os textos, vejamos alguns (Mt 2.1,2,5,6; Mt 16.16; Mt 25.63,64. Mc 14.61,62; Lc 2.10,11; Lc 3.21,22; At 2.36; At 9.4,5,20,22; etc).

4- Jesus, o Messias, Consuma Sua Obra Redentora; João 19.30.

O relato de Isaías 52.13 a 53.12 encontra seus paralelos nos quatro Evangelhos.Recomendamos sua leitura cuidadosa. Em João, os acontecimentos estão registrados em 18.1 a 19.37, em Mateus, logo após a confissão de Pedro, Jesus adverte os discípulos de que a Missão do Cristo (Messias) requereria seu sofrimento, seu sacrifício, incluindo a morte (Mt 16.20, 21; 20.17,19; Lc 9.22; 24.46; Jo 1.29).

João registra em 19.30: “Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre, disse: está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.”

Os acontecimentos da cruz e todos os sofrimentos do Messias eram necessários à nossa salvação. Jesus fez a obra expiatória completa, perfeita. Todas as exigências da reta justiça de Deus em relação ao pecado estavam satisfeitas. João registra a declaração de Jesus com um verbo cujo sentido é realizar com perfeição (sem faltar coisa

Page 80: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

78

alguma) no particípio perfeito passivo. “Tem sido consumado” e permanece nessa condição eternamente.

O Reino é oferecido a todos os seres (indivíduos) humanos indistintamente. Deus requer arrependimento (mudança de entendimento), fé na pessoa e obra de Cristo. Vem o perdão, a justificação, o ingresso no Reino.

As profecias do Antigo Testamento se cumprem no Messias, no Novo Testamento. O Messias recebe o nome de Jesus (o Cristo). O Reino de Israel recebe o nome de Reino de Deus (Reino dos Céus). Judeus e gentios (nações, povos) têm acesso a ele por meio do Filho de Deus (Rm 5.1,2; Ef 2.13-18).

5- A Natureza do Reino Messiânico - Daniel 7.9,10,13,14,18,22.

Nos textos acima podemos destacar o que foi mostrado ao profeta Daniel:

Visão dos tronos e o ancião de dias se assenta num deles. A descrição é semelhante à de Apocalipse 1.10-14 e 20.4. A ideia aqui é de julgamento. A manifestação do Reino começa com o Ancião (Filho do homem), Jesus fala algo semelhante em Marcos 8.38, Mateus 16.27. Haverá julgamento, justa retribuição (2Co 5.10). Em Mateus 25.31-46, Jesus fala do Juízo Final. Os justos receberão o Reino (gozo eterno) e os injustos irão para um lugar preparado especificamente para o Diabo e seus anjos (demônios).

O Reino é universal e eterno: O ser “um como filho de homem “dirige-se ao ancião; é-lhe dado domínio, glória, um reino no qual todos os povos, nações e línguas o servem; domínio eterno, nunca terá fim (7.13,14). Portanto, Reino Justo, Eterno, Universal (Dn 2.44)

O Reino Pertence aos Santos: Dn 7.16,22,27. Os santos reinarão com domínio eterno (para todo o sempre – 7.18). Há julgamento e os santos entram na posse do Reino (7. 22). Todos os reinos servirão ao Altíssimo (Dn 7.27).

6- O Reino Caracterizado no Novo Testamento.

São muitas as descrições do Reino na Revelação da nova aliança. Destaquemos algumas, especialmente descrevendo-o como a renovação (restauração) de todas as coisas.• Jesus ensina que o Reino

se manifestará com seu reaparecimento, julgamento universal, justa retribuição a justos e ímpios, sendo encaminhados às suas heranças (Mt 16.27; Mc 8.38; Lc 9.26; MT 25.31-33,34. Vinde… “porque” 35-40); 41: apartai-vos” (porque: 42-45,46: vida eterna e castigo eterno.

• No Apocalipse encontramos as mais lindas, preciosas descrições do que são as experiências dos salvos, no Reino Messiânico (Céu). 7. 9-17- Multidão inumerável de

Page 81: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

Segunda

Leitu

ras

Diár

ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

Is 62.1-12Is 65.17-35Jr 31.31-49Ez 34.11-31Mt 25.31-46Ap 7.9-17Dn 2.36-44; 7.9-14,18,22,26,27

79

todos as nações, povos e línguas (universalidade); em pé diante do trono, em presença do cordeiro (Messias); verdadeira adoração (7.9-12 ); lavados no sangue do cordeiro, por isso… diante do trono (7.15); Nunca mais fome… sede, ... fadiga física (7.16); apascentados pelo cordeiro (Messias).

• Apocalipse 21.22 (novos céus: nova terra: Is 65.17; 66.22; 2Pe 3.13 ). As descrições de Apocalipse, vinte e um e vinte e dois, ficam como exercício para nossos queridos irmãos ler, esboçar, destacar, antegozar todas as delícias do Reino Messiânico, ajuntando-se por antecipação àqueles que lá estão, em genuína adoração. Quantos queridos nossos lá estão na

plenitude de gozo! Em 1976, ao partirmos para o

campo missionário, nosso coral e outros grupos musicais gravaram uma coletânia de hinos e nos ofereceram. Entre eles está: “Deus mesmo revelou novo céu e nova terra”. De quando em vez, aqui na minha biblioteca, enquanto “garimpo” a Bíblia e outros livros, ponho o CD para rodar, pensando naqueles que já cantam lá. Pegue seu cantor Cristão e cante aí o hino 497. Pense na sua mensagem. Deus o abençoe.

Aplicações:1. Deus nos agraciou com sua

bondade.Perseverou em nos salvar,

trabalhando no seu propósito eterno, feito no Messias antes da fundação do mundo. Manifestou-O no momento próprio, para realizar a obra de redenção. Continuou trabalhando e fez a mensagem messiânica (o Evangelho) chegar a nós. Louvemo-lo, sinceramente, por tudo isto. Sirvamo-lo com zelo, dedicação, com gratidão e amor. Olhemos para o Messias e servilizemo-nos por Ele, como Ele servilizou-se por nós (Fp 2.5-9).

2. Vivendo a expectativa da posse concreta de nossa herança (Rm 8.18-23), lembremos seu mandamento em Mateus 6.33. O Messias nos ama (Rm 5.8) e todos os seus ensinos e mandamentos objetivam nos abençoar.

3. Consideremos e valorizemos a obra redentora do Messias e igualmente a pessoa humana, apresentando-lhe a Salvação. O resumo da Lei e dos profetas é: “Amar adequadamente a Deus e ao próximo” (Dt 6. 4,5; Mt 22.37-40). Pratiquemos isto.

Sejamos missionários. Tornemos nossas igrejas missionárias (At 1.8).

Page 82: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos

www.batistafluminense.org

CONVENÇÃOBATISTAFLUMINENSE

Veja no novo site: sugestões didáticas

Revista da Convenção Batista FluminenseAno 8 - N.31 - Outubro/Novembro/Dezembro de 2011

Diretor Executivo: Pr. José Maria de Souza

Diretoria da Convenção Batista Fluminense:Presidente - Pr. Geraldo GeremiasPrimeiro Vice-Presidente – Pr. Nilson Gomes GodoySegundo Vice Presidente – Pr. Ceza Alencar Rodrigues DuarteTerceiro Vice-Presidente – Pr. José Laurindo FilhoPrimeira Secretária – Jane Célia da Silva RodriguesSegundo Secretário – Pr. Gerson JanuárioTerceiro Secretário – Pr. Juvenal Gomes da SilvaQuarto Secretário – Pr. Ozéas Dias Gomes da Silva

Diretor de Educação Religiosa: Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda

Redação: Pr. Marcos Zumpichiatte MirandaRevisão Bíblico-Doutrinária: Pr. Francisco Nicodemos Sanches Pr. Paulo Pancote

Revisão Geral: Adalberto de Souza

Produção Editorial: oliverartelucasDireção de Arte: Rogério de OliveiraProjeto Gráfico: Vitor CoelhoDiagramação: Andréa Menezes

Distribuição:Telecarga Express Transporte Rodoviário Ltda

Convenção Batista FluminenseRua Visconde de Morais, 231, Ingá, NiteróiTel.: (21) 2620-1515 E-mail: [email protected]

Esta revista foi elaborada pela Convenção Batista Fluminense, com o dízimo dos crentes batistas, com a participação de sua igreja no Plano Cooperativo e com a contribuição das Associações Regionais. A distribuição desta revista é gratuita.

Currículo 2012Primeiro Trimestre

Viva Bem (Livro de Provérbios)Pr. Josué Ebenézer de Sousa Soares

Segundo Trimestre

FamíliaPr. Antônio Regly

Terceiro Trimestre

Vida CristãPr. Lécio Dornas

Quarto Trimestre

Neemias e Esdras

Temos observado que muitas Igrejas não estão fazendo uso da Revista Palavra e Vida. Assim sendo, para os próximos trimestres, estamos enviando a ficha abaixo para ser preenchida e devolvida, nas datas assinaladas, a fim de que tenhamos condições de atender às Igrejas com a quantidade necessária de revistas para não corrermos o risco de gerar sobras desnecessárias que acarretam um custo bem elevado.

Igreja Batista:Associação:Pedido de literatura para os próximos trimestres

1º Trimestre de 2012 2º Trimestre de 2012Nº de Revistas: Nº de Revistas:Prazo para devolução do

Pedido:07 de Novembro de 2011

Prazo para devolução do Pedido:

13 de Fevereiro de 2012

Page 83: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos
Page 84: LIÇÕES - Convenção Batista Fluminensebatistafluminense.org.br/revista/palavraevida_4_ano_2011.pdf · Igreja Batista na Paulicéia – Duque de Caxias – RJ ... contra os falsos