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Gostaria de solicitar ao amado redator, juntamente com a comissão da revista Palavra e Vida, que, nas próximas lições, frisasse um pouco mais da nossa história. Que é bastante relevante para nossa geração. Nós temos uma identidade! Precisamos sempre relembrar aos nossos irmãos, que o nosso Senhor Jesus Cristo chamou grandes homens para escrever a nossa história.

Obs.: Estamos vivendo as missões que esses irmãos começaram aqui no campo fluminense.

Evando Chagas de Almeida

Igreja Batista do Pq. São Silvestre

Graça e paz, amados irmãos!!!! “Durante a noite Paulo teve uma visão, na qual um homem da Macedônia estava em pé e lhe suplicava: „Passe à Macedônia e ajude-nos‟” (At 16.9).

Queridos, meu nome é Reilson Costa, sou pastor de uma pequena igreja do interior

do Espírito Santo (Igreja Batista em Floresta do Sul). Estamos neste ministério há 4 meses, para honra e glória do nosso Deus. Como disse, somos uma igreja pequena, com menos de 50 membros, numa localidade com cerca de 2000 moradores. Ao chegar aqui, conheci a revista Palavra e Vida, a qual estamos usando na nossa classe de adultos da EBD. Essas revistas foram-nos doadas alguns anos atrás por uma irmã do Rio de Janeiro. São revistas usadas, porém bem conservadas. Gostamos do material, por ver a seriedade e o cuidado com que foram escritas.

Como pastor, tenho uma preocupação grande com a nossa EBD, pois encontramos aqui alguns irmãos desmotivados com este departamento e com pouco conhecimento doutrinário. Queremos revitalizá-los, mas, para isso, precisamos de um material rico para nossa Escola Bíblica. Enfim, a finalidade deste e-mail é saber se, além da revista Palavra e vida, os irmãos também fornecem material para crianças e adolescentes. Pois temos o interesse em usá-las na nossa EBD. Se há, por

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favor, nos diga como podemos adquiri-las.

Fico no aguardo, certo de contar com o apoio desta Convenção.

Pr. Reilson Costa

Igreja Batista em Floresta do Sul - ES

Olá, Amados A Paz do Senhor Jesus !

Estive visitando o site de vocês e achei muito interessante o material da Revista Palavra e Vida. Estamos desenvolvendo um trabalho de restauração e motivação do Ministério de Louvor de nossa Igreja, e criamos uma classe de levitas para discipular, orientar e motivá-los quanto à responsabilidade, importância da Adoração e do chamado de Deus na vida deles.

Ao conhecer o conteúdo da revista Palavra e Vida, interessamo-nos pela edição do 1º Tri/2013 – Adoração e Adoradores. Desejamos trabalhar com eles o conteúdo desta revista. Vi que vocês disponibilizaram um link para downloads, contudo, gostaria de saber dos irmãos se poderiam disponibilizar alguns exemplares (aproximadamente vinte) impressos para que possamos adquirir e trabalharmos junto a este grupo em nossa Igreja?

Somos da Igreja Batista Nacional Monte Gerizim, Filiado a Convenção Batista Nacional, localizados em Salvador / Bahia. Nossa Igreja é presidida pelo Pastor Samuel Cerqueira Ramos.

Aguardamos retorno dos irmãos. Fraternalmente em Cristo,

Vicente Vale.

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Uma vitória

consistente

Vivemos em um mundo altamente competitivo, e apesar de nossa história ser marcada pela competição desde a mais tenra infância, não aprendemos a lidar com os fracassos, derrotas e infortúnios que chegam a nós através de pessoas, coisas, fatos e circunstâncias. De modo geral, já sofremos muito, mas ainda

corremos o risco de continuar a sofrer de modo reiterado e permanente através do ressentimento que os

insucessos podem nos proporcionar.

Um exemplo disso é o que acontece quando após provas e concursos encaramos reprovações, ou quando somos desprezados e rejeitados como pessoas. Precisamos lembrar que sempre existem vencedores, vencidos e também os derrotados, que são aqueles que foram vencidos sem lutar, sem dar o melhor de si.

Alguns encaram com maturidade e naturalidade a uma resposta negativa e não se sentem fracassados, pois continuam reconhecendo que nada pode ofuscar a glória de Deus. Porém, uma vez que nem todas as pessoas reagem da mesma forma, algumas sofrem muito! (Geralmente sentindo-se decepcionadas, rejeitadas ou traídas) Será que vale a pena? Alguns sofrem por conta de coisas que

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perdem, ou que não possuem, outros sofrem pelas fatalidades da vida, outros por causa de pessoas e muitos sofrem por causa de circunstâncias adversas.

Nem toda situação que gera sentimento de frustração e derrota é justificável, há circunstâncias e fatos que nos fazem sofrer, entretanto é imperativo reinterpretar a nossa própria história, por mais adversa que pareça, ou seja, precisamos mudar nossa atitude interior, pois nem sempre venceremos, nem sempre a vitória é o que objetivamente teremos.

Ninguém é bom em tudo e em todo o tempo. Eu não sou! Você também não! Há coisas nas quais preciso reconhecer: Eu sou bom! Porém em outras eu sou péssimo. Tal consciência deve levar-me à atitude de humildade, que não significa deixar de reconhecer meus pontos fortes, mas reconhecer minhas fraquezas e aprender a lidar com serenidade diante das derrotas.

Aliás, nem todas as vitórias e derrotas são realmente relevantes. Geralmente as vitórias mais significativas são aquelas que não podemos pagar por elas,

como a saúde, a integridade das pessoas que amamos, a paz interior, a paz nos relacionamentos e a paz com Deus.

Lembro-me da poesia do escritor lusitano Augusto Gil, que diz: “As vitórias desta vida lembram-me as águas do mar, cai lá ouro vai ao fundo, um cepo fica a boiar.”

Nossa sociedade tem invertido os valores da vida, sofremos em demasia por coisas injustificadas. Quando reinterpretamos nossos insucessos e os aceitamos, a despeito de os aprovar, estamos nos preparando para uma nova jornada de vitórias!!!

Meditar sobre esse tema com esperança e fé é algo de relevância destacada, pois temos Deus ao nosso lado! Se hoje fui vencido, amanhã a vitória me espera! Deus nos enche de confiança de que as coisas serão melhores: "Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança."(Jer. 29:11)

Se o nosso presente é sombrio, precisamos da esperança que brota das

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promessas de Deus, que nos garante um futuro de vitória, conforme exemplo do Apóstolo Paulo que em meio a uma grande e intensa crise, disse: “Posso todas as coisas através de Cristo que me fortalece” (Filipenses 4:13) “mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou”( Romanos 8:37)

Quando Paulo disse estas palavras, suas referências eram os grandes sofrimentos já experimentados e também os que viriam.

Não estamos isentos das dificuldades, o próprio Senhor Jesus Cristo disse: "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." (João 16 : 33).

Problemas fazem parte da experiência humana, não podemos desistir, “Você jamais será um derrotado, a não ser que desista.” Sempre será precoce a decisão de desistir! Siga em frente e não transfira o direito indelegável de ter fé!

Creia, pois a vitória virá, basta dar o seu melhor!!! “Deus é a minha fortaleza e a minha força, Ele perfeitamente desembaraça o meu caminho.” (2 Samuel 22:33).

Vitórias relevantes, expressivas e consistentes, é o que lhe desejo!

Não deixe de utilizar a armadura de Deus.

Amilton Vargas

Diretor Executivo da CBF

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NOVOS

PROPÓSITOS

PARA O

ANO NOVO

“... acabam-se os nossos anos como um breve pensamento.

Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos

coração sábio” Salmos 90.9b e 12

A passagem de ano é

uma oportunidade extraordinária para reflexão. É hora de retrospectiva, avaliação, de se fazer um balanço da vida para discernir os erros e acertos, derrotas e vitórias, com vistas a não se reincidir nos erros e avançar com vigor e propósitos novos para o enfrentamento dos desafios do ano novo.

Um grande desafio é, sem dúvida, a boa administração do tempo. O salmista percebeu isso e orou: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”. Na oportunidade

da passagem de ano, especialmente, devemos orar como o salmista, objetivando alcançar em Deus a indispensável sabedoria para remir o tempo. Em Eclesiastes 3.1 diz: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. Portanto, o que o seu tempo não abrangeu este ano, que no próximo possa ser prioridade.

Também é comum na virada do ano a renovação de propósitos. Estabelecem-se novos alvos, sonhos, prioridades. É uma oportunidade propícia para uma renovação de votos a Deus: dispor-se a trilhar o estreito caminho da

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santificação; disponibilizar-se mais para o serviço de Deus; lançar fora as mágoas, queixas; perdoar e viver intensamente o amor fraternal.

Quais são seus propósitos para este novo ano?

1 – O Primeiro propósito de um novo tempo: assumir um novo compromisso com Deus (1Pedro 3.2)

Um novo tempo nos aguarda em 2015! É tempo de idealizar, crescer e assumir um novo compromisso com Deus. Deus tem nos sustentado por todos esses anos, agora nos motiva a encarar um novo desafio.

2 – O segundo propósito para um novo tempo: Tenha sede de crescimento espiritual e pratique a santidade no seu cotidiano (1Coríntios 14.26 e 2Timóteo 2.21- 22)

Não é somente ir à igreja e ouvir belas mensagens e músicas que nos fará experimentar mais de Deus. É preciso assumir uma postura de busca intensa. É preciso que no nosso dia-a-dia vivamos o que aprendemos de Deus e pregamos ao mundo. Buscar com sede a Palavra de Deus e aplicá-la no viver diário.

3 – O terceiro propósito para um novo tempo: Comece hoje a testemunhar com as pessoas o que Deus fez na tua vida! (Mateus 28.19,20)

Dividir, compartilhar e guiar são verbos que precisam estar totalmente vinculados à salvação que recebemos por meio de Jesus. É tempo de falar do amor de Deus, fazer a diferença na vida de parentes, amigos e vizinhos. É tempo de proclamar a salvação em todos os lugares.

4 – O quarto propósito de um novo tempo: Seja Fiel ao Senhor (2Coríntios 9.7)

Existe muito mais por trás da camada do envelope do dízimo e do ato de ofertar do que possamos imaginar. Quando obedecemos ao Senhor, ofertando nossos dízimos, ofertas, nosso tempo, nossas vidas e nossos dons, estamos abrindo caminho em nossas vidas para um grande impacto da fidelidade do Senhor.

5 – O quinto propósito de um novo tempo: Celebre a comunhão, e assim nos manteremos sempre fortes! (Filemon 1.6)

Quando estamos unidos em um único objetivo

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aumentamos as nossas forças. Uma Igreja unida é o que agrada a Deus. Saiba receber os recém-chegados à nossa família e deixá-los à vontade. Saiba manter amizades e amar os irmãos de forma incansável. Saiba ajudar o próximo nos momentos de dor e angústia e saiba compartilhar a alegria de fazer parte de uma Igreja que cresce, exercendo o amor de Cristo.

6 – O sexto propósito de um novo tempo: Adore ao Senhor em espírito e em verdade! (João 4.23,24)

A adoração que Deus deseja é livre e espontânea, no entanto, é sempre verdadeira e somente para honrar o Santo dos santos. Temos agradado a Deus com o nosso louvor, e muito mais podemos fazer quando entendermos que a adoração precisa estar presente

em nossas vidas não somente dentro das paredes da Igreja, mas em todos os momentos que Deus nos concede.

A formulação de votos e propósitos, contudo, é insuficiente em si mesma para conduzir ao êxito. Há de haver determinação, luta, persistência e tomada de ação imediata!

Deus deseja realizar muito mais em sua vida, na sua família, na sua Igreja, portanto, faça um propósito para que em 2015, você e sua casa sirvam ao Senhor, com mais compromisso e disposição. Que muitas coisas nos serão acrescentadas.

Graça e Paz!

Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda, redator da revista.

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Graça Favor imerecido. É

Deus nos dando o que não merecemos. Ela nos basta, pois o seu poder se aperfeiçoa em nossa fraqueza (2Co 12.9,10).

Graça é aceitação. Reconciliação. Convivência amorosa e criativa. “Graça é Deus dando e fazendo tudo a quem nada merece” (Paranaguá).

Pela graça somos salvos por meio da fé (Ef 2.8). Graça é maravilhosa, esplendorosa e prestimosa. Dom de Deus.

Graça é alegria. Festa. Graça não convive com preconceitos. Ela traz o jeito amoroso de Deus agir. Ela é atributo natural de Deus.

A graça é operante, cativante e exuberante. Graça não carimba pecado de ninguém, mas age para que haja perdão. A graça de Deus em nós produz arrependimento e fé. E estes geram da parte de Deus a salvação. Ela traz amor, paz, harmonia, sintonia, mansidão, longanimidade, serviço, sinceridade e

testemunho fidedigno e poderoso.

A graça revela a sensibilidade e a dignidade de Deus. Acessibilidade a Deus, sempre em Cristo. É a resposta de Deus para o nosso jeito rebelde de ser.

Graça é tratamento de Deus para as nossas enfermidades. Ela nos amadurece, restaura relacionamentos e procedimentos. A graça revela a suficiência de Cristo em Sua encarnação, ministério, crucificação, morte, ressurreição e ascensão. Graça humilha. Abençoa. Aquinhoa.

Graça é motivadora, niveladora e restauradora. Ela vem do coração de Deus para o nosso coração. Sua linguagem é simples e eficaz.

Graça não julga, não perturba e nem ameaça. Ela me

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estimula à autorreflexão. Graça me torna dependente de um Pai que me ama com amor incomparável.

Como diz o autor sacro do hino Maravilhosa Graça: “Maravilhosa graça! Graça de Deus, sem par! Como poder cantá-la? Como hei de começar? Ela me dá certeza, e vivo com firmeza pela maravilhosa graça de Jesus”.

Essa graça me encanta e me faz cantar os maravilhosos feitos de Deus na História.

Vejo a graça de Deus de Gênesis ao Apocalipse. Graça por meio dos patriarcas, reis, sacerdotes, profetas e apóstolos.

Devemos agir com graça; trabalhar com graça. Todos os nossos negócios devem ser feitos mediante a graça de Deus. Em nossos casamentos e no relacionamento com os nossos filhos, devemos ter o imprimatur da graça do Senhor.

Graça não se explica, mas se vive e anuncia no poder do Espírito Santo. A graça de Deus salva o pecador, sara o ferido, restabelece relacionamentos e casamentos, espalhando o Evangelho de Cristo.

A graça de Deus revela o Seu amor, Sua bondade, Suas misericórdias, Seus demais atributos naturais e morais.

A graça é propriedade de Deus, exclusiva dEle, para se relacionar com o homem mau e perverso, maltrapilho e rebelde.

Viva a graça de Deus, mas, principalmente, o Deus da graça! Que o Espírito Santo nos ajude na compre-ensão desta verdade bíblica.

Oswaldo Luiz Gomes Jacob, pastor.

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Quero ser

como

criança

“E traziam-lhe também meninos, para que ele lhes tocasse; e os discípulos, vendo isto, repreendiam-nos. Mas Jesus, chamando-os para si, disse: Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como menino, não entrará nele”. (Lucas 18.15-17)

Sou professor do Ensino Fundamental. Trabalho com crianças há oito anos e, lendo esse texto, comecei a pensar em minha experiência como professor e entender melhor o que é se tornar como criança. Sei que muitas pessoas pensam que não podem aprender nada com as crianças, mas isso é um grande engano. As crianças podem nos ensinar muita coisa, basta observarmos o

comportamento delas. Vamos ver algumas coisas que elas podem nos ensinar?

As crianças amam verdadeiramente. De maneira geral, as crianças amam seu professor. É impressionante como o professor é importante para as crianças. Eu amo crianças e é muito bom quando chego à escola e as crianças vêm correndo para me beijar, me abraçar, conversar comigo... Sinto-me gratificado e muito feliz. Deveríamos aprender com elas. Deus, nosso “professor”, deve ser amado dessa forma. Temos que demonstrar esse amor a Deus, temos que honrá-lo, falar como Ele é importante para nossa vida e viver uma vida de constante culto ao Senhor.

As crianças não guardam rancor. É incrível! Já

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vi várias vezes crianças brigando, uma fala com a outra que está de mal, mas, dentro de pouco tempo, esquecem o que aconteceu e voltam a ser grandes amigas. Já “briguei” várias vezes com alunos e, mesmo não gostando na hora, logo estão me beijando e me abraçando de novo. É uma graça! As crianças são assim, não conseguem guardar rancor. É mais uma lição que devemos aprender com elas. Há crentes que guardam rancor durante anos e anos. Há crentes que não conseguem perdoar coisas pequeninas. Irmãos, temos que amadurecer. As crianças nos ensinam isso.

As crianças confiam plenamente. Outro fato interessante que tenho notado é que quando as crianças confiam, elas confiam mesmo! Elas não confiam em mim somente para ensinar português, matemática e as outras disciplinas, mas confiam para tudo. Quando se sentem ameaçadas, recorrem a mim. Quando têm dúvidas de assuntos variados, me perguntam, como se eu tivesse todas as respostas, e por aí vai. Para meus alunos, “esse cara sou eu”. Olhando para isso, aprendo o quanto devemos confiar em Deus. Devemos olhar para Deus como Aquele que tem todas as respostas, como Aquele que tem todo

poder, como Aquele que dirige a história da humanidade, como Aquele que é único, santo, imutável e merece toda nossa confiança. Tem sido assim?

As crianças são inocentes. Sei que alguns dirão que elas já não são tão inocentes como eram tempos atrás. Tudo bem, mas ainda são inocentes, guardadas as devidas proporções e quanto menor for a idade, é claro. As crianças não têm a maldade dos adultos, isso é fato. Elas, às vezes, passam por problemas que nós não passaríamos, porque são inocentes, porque não pensam que as ações trazem reações ou consequências.

As crianças tomam certas atitudes com a maior naturalidade, por causa da inocência, quando os adultos analisariam e não fariam a mesma coisa, tudo isso por causa da maldade, da famosa mente poluída. Como exemplo, posso citar a quantidade enorme de beijos que recebo de minhas alunas e minhas ex-alunas. Confesso que elas exageram, mas isso me faz bem.

O problema é que alguns pais entendem que professor (homem) não pode dar aula para meninas e não ficam nada felizes quando veem aquelas crianças voando no meu pescoço para me beijar. As

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crianças fazem isso naturalmente, mas os pais, com seus pensamentos maldosos de adultos, pensam besteira. O que quero dizer com isso? Quero dizer que precisamos dessa inocência. E estou falando de nós, o “povo de Deus”. É triste ver irmãos sendo julgados e condenados por causa da maldade de membros da igreja do nosso tempo. Se eu abraço uma moça, significa que tenho caso com ela? Se empresto algo a alguém, significa que tenho interesse de receber algo em troca? Se converso com uma mulher de vida duvidosa, significa que estou marcando um programa com ela? Muitos diriam sim como resposta a essas perguntas e demonstrariam que a inocência anda longe do pensamento de muitos cristãos.

Poderia perguntar muitas outras coisas, mas prefiro parar por aqui. É lamentável essa maldade que

existe no meio cristão. Isso é uma ofensa ao nome de Jesus.

Como diz David Quinlan em uma de suas canções: “Quero ser como criança...”. Sim, irmãos. Eu quero. Mas esse querer tem que me transformar, tem que me levar a buscar isso. Eu quero amar como as crianças amam, quero não guardar rancor como elas não guardam, quero confiar em Deus como elas confiam nos adultos e quero ser inocente como elas são.

O Reino de Deus é das crianças. Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele. Você quer entrar nesse Reino? Então viva como uma criança e você chegará lá. Deus nos abençoe!

Wanderson Miranda de

Almeida, membro da Igreja Batista Betel de Italva – RJ.

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DIETA PARA A SAÚDE

ESPIRITUAL Há alguns meses fui

procurado por um jovem muito querido. Ele é uma pessoa dedicada em tudo aquilo que faz, é amigo com quem se pode contar e muito assíduo nas atividades da igreja. Sempre que há um desafio, lá está ele bem disposto a atuar. Em cada atividade dos jovens, lá está ele. É um incansável companheiro das horas de muito trabalho. Quando o vejo andando pelos corredores da Igreja, está sempre agitado e com um ar de disposto. Fisicamente, ele é muito frágil, mas muito firme no falar e bem alegre em sua forma de se comunicar. Um companheirão! O único problema aos seus olhos e aos nossos é que ele é magro de dar dó.

E enquanto conversávamos, falou-me sobre

aquele seu estado e como isso o incomodava! O me causou

estranheza foi a

informação de que mesmo sendo magro, tinha pouca fome e não sentia necessidade de se alimentar. Acrescentou que estava se sentindo muito fraco ultimamente... Fiz algumas perguntas sobre seus antecedentes familiares, a saúde física de seu pai, sua mãe e de seus irmãos. Todos desfrutavam de muita saúde e não havia alteração de peso em seus na família. Ele me mostrou seus exames laboratoriais e notei que ele portava uma leve anemia. Ele não estava bem. Pediu-me orientação e pude então ajudá-lo, encaminhando-o a um clínico geral, um endocrinologista e nutricionista que puderam então ajudá-lo com um tratamento muito eficaz. Atualmente ele está com

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uns quilos a mais e se sente muito melhor fisicamente.

Depois de alguns meses voltamos a conversar e então pude perguntar sobre a continuidade de seu tratamento e se as orientações médias estavam sendo seguidas fielmente. Foi então que ele então disse-me algo que não posso esquecer: “Pastor, eu estava magro porque estava me alimentando mal e sempre comendo fora de hora e alimentos errados. A minha desnutrição estava relacionada a erros alimentares, mesmo comendo bem todos os dias...”. Entendi. Ele se alimentava de elementos que não traziam as proteínas necessárias ao corpo. Em resumo: ele comia muito mal!

Então fiquei pensando que na vida cristã também é assim. Pessoas se encontram com Jesus, se alimentam inicialmente de bons nutrientes, mas depois vão se descuidando e terminam com a vida espiritual minguada, fina, desnutrida. Mal podem se colocar em pé. Estão sempre em crise e com dificuldades com a sua nutrição espiritual. Essas pessoas, com muita frequência, estão sempre reclamando da vida, murmurando contra alguma coisa. Invariavelmente pedem: “Ore por mim porque estou precisando tanto...”. São vidas secas. Com poucos nutrientes espirituais. Uma vida pequena. Insossa, sem sabor. E não é isto que Deus quer. Ele deseja que sejamos pessoas sadias espiritualmente,

bem nutridas na fé para que produzam muitos frutos no Reino de Deus. O problema dessas pessoas é que elas não tomam a decisão de procurar as pessoas corretas para serem ajudadas nesse estado de desnutrição.

Não sei se com você está

acontecendo isso. Se estiver, então você precisa urgentemente de uma dieta para a sua saúde espiritual. Você precisa do vigor que somente o Espírito Santo pode lhe dar .

Caso você tome a decisão de ter uma melhor saúde espiritual, uma vida mais nutrida pelo Espírito Santo, eu quero lhe mostrar sete motivos para você começar, ainda hoje e com muita urgência, a sua dieta para a nutrição espiritual. 1. Não adie. Cada semana que você prorroga para tomar a decisão, é uma semana perdida! Busque ajuda para você poder ter uma saudável nutrição já na primeira semana. Ou seja, cada semana que você adia a sua decisão significa que você deixou de se nutrir espiritualmente.

2. Faça as contas: Quanto de saúde espiritual você poderia ter conquistado desde que fez sua avaliação de desnutrição? Ao constatar que estava com a sua saúde espiritual debilitada e não tomou a decisão de se tratar, o enfraquecimento espiritual se apoderou de sua vida, impedindo de caminhar na direção do Senhor.

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3. Adote já o programa de dieta para o crescimento espiritual. Cristãos que agiram assim, já no primeiro ano, alcançaram um gratificante equilíbrio. Portanto, a sua meta deve ser eliminar tudo aquilo que está impedindo você de ter mais saúde espiritual. Talvez, retirar-se mais cedo da internet, saindo daquelas páginas que tanto ocupam o tempo e a mente. Dedicar-se a um programa de leitura bíblica é uma dieta básica para o desenvolvimento.

4. Procure ter como referencial a estatura de Cristo. Isso significa mais saúde e bem-estar. Essa é uma meta saudável espiritualmente e significa desfrutar de uma vida mais saudável. E quando vivemos uma vida cristã plena, os nossos objetivos são focados no Reino de Deus. E ao buscarmos esse Reino em primeiro lugar, as demais coisas vão sendo acrescentadas a nossa vida.

5. Aproxime-se de um pequeno grupo. Associando-se a um grupo de amigos que pensa da mesma maneira que você passa ter à sua disposição uma metodologia de crescimento baseada na Dieta de ingestão espiritual. O líder espiritual desse grupo poderá ser o seu orientador sobre como crescer na graça e conhecimento da Palavra de Deus. É gente que realmente entende desse tipo de nutrição porque estão sempre “online” com Deus.

6. Dê um basta aos alimentos sem nutrientes! Com a dieta do crescimento espiritual você passa a ingerir aqueles bons alimentos que o Espírito Santo lhe oferece, isto é: substanciais doses contidas na Palavra de Deus. Assim, você aprende a se nutrir corretamente e com isso pode se tornar uma pessoa espiritualmente mais saudável. Chega de viver na magreza! Deus bondosamente coloca a sua disposição o Seu grande Livro com milhares de maravilhosas receitas para você se manter na dieta, alimentando-se muito bem!

7. Você vai aprender a se cuidar e levar um novo estilo de vida. Você vai recuperar sua autoestima, se sentir bem e ter confiança em você mesmo.

Agora a decisão está com você. E ao tomar a decisão correta, você terá vida plena, vida abundante e feliz. Afinal, a Palavra de Deus é fonte da dieta para a saúde espiritual.

Noélio Nascimento Duarte. Teólogo, Fonoaudiólogo, Neurolinguísta, Escritor, Poeta e Cronista. Professor de Comunicação e Motivação do Programa

de Pós-Graduação – MBA – da Universidade Católica de Petrópolis e do

Instituto de Neolinguística Aplicada do Rio de Janeiro – INAP. Membro Titular e Capelão da Academia Evangélica de Letras do Brasil – AELB. Autor de três dezenas de livros e de duas centenas

de artigos publicados. Pastor da Primeira Igreja Batista em Caramujo –

Niterói, RJ.

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A armadura de Deus

Aquilles foi um

personagem criado pelo escritor grego Homero, registrado em sua magnífica obra Ilíada. Aquele herói se preparou para a famosa batalha de Tróia. Para isso teve o cuidado de preparar uma armadura feita de ferro, tendo a sua cabeça protegida por um capacete resistente que deixava apenas seus olhos, nariz e boca à mostra; seu

tronco era protegido por uma couraça de ferro que tinha duas partes: a proteção do peito e as das costas; os braços eram protegidos por escudos de ferro resistente e de forma circular; as suas pernas eram envolvidas por botas feitas de escamas de ferro para dar-lhe mobilidade e seus pés era protegidos na sua parte anterior deixando apenas

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a parte do calcanhar descoberta.

Depois de tomar todos os cuidados, Aquilles partiu para a guerra. Foi um combate mortal. Ele estava bem preparado e liderava um batalhão vitorioso. O combate cerrado durou muitos dias. E todos já estavam comemorando a vitória, quando um flecheiro do exército inimigo obsevando aquele líder, descobriu que seu calcanhar estava a descoberto. E cuidadosamente, preparou uma flecha envenenada, mirando a única área do corpo descoberto do poderoso líder. E atirou! A flecha acertou o alvo e Aquilles faleceu em pleno campo de batalha.

À semelhança de Aquilles nós também estamos empenhados numa luta séria, grave e mortal, “mas a nossa luta é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”(Ef. 6.12. E mais do que nunca precisamos da única armadura que nos protege: a armadura de Deus. Ela nos protege e preserva-nos. Não podemos dispensá-la, jamais!

Nas treze lições seguintes, estudaremos as instruções de Paulo, contidas em Efésios 6: 10-20, onde encontraremos as 13 peças que

compõem essa armadura. Precisamos ser adestrados de forma correta e estratégica, para usá-las. Estamos em guerra!

A luta começou há séculos. O inimigo nos analisa minuciosamente. Ele conhece o nosso „calcanhar de Aquilles‟ e já lançou as setas envenenadas. Ele pretende nos atingir! Precisamos estar revestidos, preparados, tomando toda a „armadura de Deus‟. Através de Cristo, nós podemos vencer!

Quem escreveu?

Noélio Nascimento Duarte. Teólogo,

Fonoaudiólogo, Neurolinguísta, Escritor, Poeta e Cronista. Professor de Comunicação e

Motivação do Programa de Pós-Graduação – MBA – da Universidade Católica de Petrópolis e do Instituto de Neolinguística Aplicada do Rio de

Janeiro – INAP. Membro Titular e Capelão da Academia Evangélica de Letras do Brasil –

AELB. Autor de três dezenas de livros e de duas centenas de artigos publicados. Pastor da

Primeira Igreja Batista em Caramujo – Niterói, RJ.

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A armadura de Deus e o cinturão da verdade

feso era uma cidade famosa da Lídia, na Ásia Menor, e capital da Ásia

proconsular. Era célebre por causa do templo de Diana (At 19.27) e do seu grande teatro. Em sua segunda viagem missionária, Paulo visitou essa cidade, deixando ali Áquila e Priscila para continuarem a obra do Senhor (At 18.19). Também na sua terceira viagem ele passou por lá (At 19.1), e Demétrio levantou grande alvoroço contra ele, porque lucrava muito com o culto a Diana (At 19.22-41). A Bíblia nos informa que Paulo fixou residência nessa cidade por mais de dois anos (At 19.8,10).

O apóstolo Paulo, ao escrever a carta aos cristãos da cidade de Éfeso, objetivava

defender a fé daqueles irmãos que viviam naquela cidade pagã e corrompida. Por ser uma capital importante, era uma cidade nobre, culta, politizada e profundamente idólatra. Ali, cultuava-se a deusa Diana (At 19.27), cuja influência dominava a Ásia e Europa. Era uma comunidade poderosa! Vida cristã é luta, desafio e tribulação

Não estamos isentos de perseguições e lutas espirituais. O Senhor Jesus afirmou: “No mundo, passais por aflições; ” (Jo 16.33) e o apóstolo Paulo comentou: “as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para a

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destruição de fortalezas” (2Co 10.4). Mas não estamos sozinhos nessa luta. O Senhor Deus disse: “Não temas, porque Eu Sou contigo; não te assombres, porque Eu Sou teu Deus; Eu te esforço e te ajudo e te sustento com a destra da minha justiça” (Is 41.10). No “dia mau” (Ef. 6.13) precisamos descansar e não temer. E quando a batalha fica difícil, Deus, com Sua graça, nos socorre de em nossas necessidades: com anjos (Sl 34.7) e palavras encorajadoras (Js 1.9). Estamos numa batalha espiritual, sem limites. É o confronto da luz com as trevas.

Quem ama a Cristo se opõe diretamente a Satanás! E precisamos de preparação para esse confronto, essa guerra diária. O Senhor deseja que os nossos pensamentos sejam transformados e equipados. Não existe arma mais poderosa que a verdade revelada por Deus. ELE coloca à nossa disposição uma ARMADURA poderosa e resistente. 1. A armadura de Deus é

para a nossa proteção

Trata-se de uma armadura que também disponibiliza armas para a nossa luta. E bem antes de recomendar o

uso da armadura, Paulo ensina que precisamos “nos fortalecer nos Senhor e na força do Seu poder” (v. 10). Em todo tempo , Deus tem sido a fonte de Poder e resistência na luta contra qualquer tipo de o mal. E o nosso inimigo, Satanás, não teme qualquer arma, exceto a Palavra de Deus. Jesus deu um cabal exemplo disso no episódio da tentação no deserto (Mt 4.1-11). O próprio Deus é a nossa proteção contra o inimigo (Sl 18.2). Ele é o nosso refúgio completo. No episódio da vida de Jó, Satanás não conseguiu atingir a vida do patriarca porque ele tinha um ”muro espiritual” (Jó 1.10). Isso significa que a glória da presença invisível de Deus ao nosso redor impede que demônios nos toquem (I Jo. 5.18)).

Portanto, a ARMADURA DE DEUS não é constituída de elementos cósmicos, místicos ou invisíveis, capazes de cortar, esfacelar ou destruir demônios. A armadura (figura de linguagem) ilustra o compromisso que devemos ter com os valores absolutos do Reino de Deus – Ser sal e luz (Mt 5.13,14)

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2. A armadura de Deus começa com o cinturão da verdade (v. 14) Os soldados romanos

usavam um cinturão de couro, resistente, para a proteção da sua cintura. Ali também se prendia a túnica e havia lugar para fixar a espada. Portanto, toda a armadura dependia desse cinturão para se manter ajustada e firme. Era o referencial de proteção e sustentação.

O diabo é habilidoso na arte de enganar. A Bíblia se refere a ele como “o enganador” (Ap 12.9). Ele mesmo usa seus seguidores para espalhar o engano (2Jo 1.7). Mas de posse da verdade inabalável registrada na Palavra de Deus, não precisamos temer. A verdade é o alicerce que dá sustentação e resistência. Mas o que é a verdade? Jesus afirmou: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8.32), e mais adiante reafirmou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6). Ele é a verdade de Deus, revelada e confirmada pelo Espírito Santo e aplicada ao nosso coração.

3. A armadura de Deus

visa nossa defesa

completa e a preservação da verdade É certo que nessa luta

desigual, o inimigo lançará setas e “dardos inflamados” contra nós: todo tipo de mentira, engano, fábulas, heresias, acusações, intrigas, falsidade, e tudo o mais que puder, porque tem a intenção de nos destruir, enganar, entristecer, desanimar e tirar o nosso foco da sublime pessoa do Senhor Jesus.

Nunca estaremos aptos para a luta se não ajustarmos o “cinturão da verdade”. Jesus declarou em sua oração sacerdotal: “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (Jo 17.17). Jesus está tão somente afirmando que sem o cinturão da verdade – a Palavra de Deus – não poderemos vencer essa luta. E a melhor forma de conhecermos a verdade revelada, por completo, é ler, memorizar e estudar essa Palavra continuamente (1Tm 4.13,15).

A verdade deve fazer parte do nosso caráter (Ef 4.25). Jesus nos exortou dizendo: “seja, porém, o vosso falar: sim, sim; Não, não. Porque o passa disto é de precedência diabólica” (Mt 5.37). Há cristãos que

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inventam histórias, contam meias verdades, mentirinhas inofensivas, afirmações inverídicas, a fim de justificar, impressionar e impor suas posições. Mas isso é mentir! Ao priorizarmos a Palavra de Deus e a oração em nossa vida, o Espírito Santo nos revelará sempre a verdade. Então, se a Palavra é a verdade, ela precisa ser autoridade máxima em nosso casamento, na relação com os filhos, nas nossas negociações e nas muitas atividades de nossa vida. É a verdade que derrota o inimigo!

Quando Paulo se utiliza da expressão “cingindo-vos” (v. 14), ele traduz ali a ideia de ação pessoal deliberada. E Deus espera que a escolhamos. A expressão: “usem o cinturão da verdade” é o desafio para que tenhamos atitudes corretas e verdadeiras. PARA PENSAR E AGIR 1. A nossa proteção contra o

mal está somente em Deus e precisamos ter real dependência dele. Tiago usa a expressão: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus” (Tg 4.7). Essa dependência fica em evidência quando

usamos cada peça de Sua armadura.

2. Quando vestimos o “cinturão da verdade”? A. No exercício permanente da fé; B. Na firmeza e prática da Palavra. C. No exercício da verdade e relacionamento com Deus e com os meus irmãos.

3. A nossa relação com Deus é medida por meio de nossa relação com a Sua Palavra. E se a Palavra é a verdade, ela se torna nosso cinturão.

4. Nós já temos o cinturão da verdade, mas ainda não tomamos posse dele. E ter esse cinturão é rejeitar a mentira e praticar a verdade diariamente.

5. Precisamos pedir perdão a Deus pelas mentiras que proferimos e assumirmos com Ele o compromisso de usar a verdade com frequência.

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA

Segunda-feira: Rm 13.11-14 Terça-feira: 2Co 4.7-15

Quarta-feira: 2Co 10.1-7 Quinta-feira: Ef 5.1-8

Sexta-feira: Ef 5.11-21 Sábado: Cl 3.12-17 Domingo: Cl 4.2-6

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A couraça da justiça

amuel foi um profeta íntegro e totalmente leal ao Senhor. Quando o seu

ministério estava findando, convocou o povo e fez um dos mais desafiadores discursos que temos lido em toda a Bíblia. Quero parafrasear a sua fala: “Irmãos, se alguém pode me acusar de alguma coisa diante de Deus, que fale. E eu vou restituir tudo!” (1Sm 12.3). Não houve sequer uma voz que se levantasse para fazer qualquer tipo de reivindicação!

O inimigo anda nos observando, passo a passo, procurando brechas por onde

possa entrar em nossa vida. Ele deseja ansiosamente descobrir uma, apenas uma brecha moral para nos atormentar com suas acusações. O apóstolo Pedro nos adverte: “Sede sóbrios e vigilantes porque o diabo, vosso adversário, anda ao nosso redor, como um leão que ruge, procurando alguém para tragar” (1Pe 5.8). E o Apóstolo João afirmou que ele é “acusador de nossos irmãos e os acusa dia e noite diante do nosso Deus” (Ap.12.10).

A couraça da justiça é uma eficiente proteção para nós, nesse tempo de intensas

S

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batalhas espirituais. E se a vestirmos diariamente, o inimigo não terá força moral para nos acusar. Por isso, todos os dias, precisamos nos abrir diante do Senhor, dizendo: “Perdoa, sim, as nossas dívidas” (Mt 6.12). A vigilância constante é uma necessidade diária. Precisamos ter cuidado com palavras, atitudes e ações.

1. A couraça da justiça

fornece proteção O Apóstolo Paulo

destaca no texto sobre a Armadura de Deus, a segunda peça: A “couraça da justiça”. Ele disse: “Vestindo a couraça da justiça” (v.14). Couraça é revestimento e proteção. Como Paulo era também um estrategista militar (At 22.1-11), sabia muito bem equipar os soldados que o acompanhavam nas perseguições. Era prática militar da época, os soldados usarem um colete de couro ou metal que os envolvia do pescoço até a região da virilha, a fim de proteger-lhes os órgãos vitais. Atualmente, a polícia usa o seu equivalente, que é o “colete à prova de balas”. É muito interessante também notar que no reino animal, os mais indefesos usam uma couraça. Ex.: a tartaruga, o tatu, o caracol, etc. É possível que esses exemplos tenham inspirado os fabricantes de

automóveis para criarem a blindagem de carros.

A palavra justiça, segundo nos informa o dicionário Aurélio, e em conformidade com o Direito, é “a virtude de dar a cada um aquilo que é seu”. Com o seu raciocínio brilhante, Paulo associou a figura da couraça com a prática da justiça, a fim de equipar o cristão na sua luta contras as “hostes espirituais da maldade” (v.12), isto é, o diabo e seus anjos.

Temos proteção espiritual a cada momento . Pela fé em Cristo somos perdoados, declarados justos e inculpáveis por Deus (Rm 1.16). Essa “couraça” nos protege moralmente. E, quem pratica a justiça, está protegido pela lei que foi criada para coibir e remir o transgressor.

2. A couraça da justiça é

Jesus, nossa maior proteção.

A justiça é um dos

atributos de Deus e integra o seu caráter santo. Deus é íntegro. Ele é correto em todas as suas ações. O salmista nos ajuda a ver isso quando diz: “A Sua destra está cheia de justiça” (Sl 48.10); “Justo é o Senhor em todos os Seus caminhos” (Sl 145.17) e o profeta Jeremias declarou: “Será este o seu nome, com que será chamado: Senhor, Justiça nossa” (Jr 23.6).

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Assim, sem a justiça de Deus, estamos legalmente perdidos. A nossa justiça não ajuda, porque a Bíblia se refere a ela como “trapos de imundícia” (Is 64.6).

É comum ouvirmos alguns cristãos afirmarem suas dúvidas a respeito do amor e cuidado de Deus, dizendo: “Sou fiel a Deus em tudo... E por que Ele permite tantas provações em minha vida? Eu não entendo Deus, pastor, não entendo!”. A isso podemos dar o nome de autojustiça.

Quando abrimos o nosso coração a Jesus, recebendo-o como Senhor, Deus nos aceita como Seus filhos, perdoa todos os nossos pecados confessados e nos concede vida abundante (1Jo 1.9 e Jo 10.10). Isso só acontece porque Deus “credita” em nós a justiça de Cristo, conforme nos ensina o apóstolo Paulo: “Por amor de Cristo perdi todas as coisas e as considero refugo para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé” (Fl 3.8-9). É pelos méritos de Jesus que somos absolvidos de toda a condenação (Rm 8.1). O sangue de Cristo é a nossa maior proteção e, quando declaramos isso, estamos vestindo integralmente a couraça da justiça.

Essa proteção espiritual nos dá segurança, confiança e coragem para enfrentar as acusações infundadas, falsas e caluniadoras do diabo. Cristo, através do seu precioso sangue, nos purifica de toda a injustiça e essa verdade produz em nós uma profunda paz de consciência.

3. A couraça da justiça é a

marca do cristão Quem usa a couraça da

justiça, pratica a justiça! Assim, a nossa vida deve ser fundamentada na verdade revelada de Deus em Cristo, justiça nossa. O cinturão da verdade auxilia a prática da justiça. E toda verdade evidenciada leva ao exercício daquilo que é justo. Portanto, quem não tem nada a temer, não precisa se esconder, age de forma transparente e presta contas quer seja ao governo, aos seus superiores, à sociedade, etc.

Estamos protegidos das setas satânicas, quando agimos de maneira correta e íntegra em nossas negociações e tratamos nossos semelhantes com justiça e amor. Deus abomina o suborno e a perversão do direito de quem quer que seja (Dt 16.19). Se vivermos de maneira íntegra, honesta, justa e correta estaremos reproduzindo o caráter de Cristo.

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O diabo é injusto, maligno, perverso, mentiroso e totalmente dominado pelas trevas. Uma das formas de derrotá-lo é praticando a justiça. Portanto, se Deus nos justificou em Cristo, Ele espera de nós o respeito pelo direito alheio, agindo corretamente e sendo justos com nossos semelhantes: comprar e pagar, pegar emprestado e devolver, pedir perdão e perdoar, não fazer acepção de pessoas, etc.

Ser justo não é ser perfeito, mas procurar viver de maneira correta e em obediência ao Senhor. Deus promete em Sua Palavra bênçãos sem limites aos justos: “florescer como a palmeira e crescer como o cedro do Líbano, dar frutos na velhice, serem cheios de seiva e verdor, para anunciar o que é reto... Porque em Deus não há injustiça” (Sl 92.12-15). E o Senhor Jesus acrescenta; “Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai” (Mt 13.43). Deus abençoa os justos de forma grandiosa!

PARA PENSAR E AGIR

1. Deus nos aconselha a usarmos continuamente a couraça da Justiça. Primeiro pela experiência da salvação, pelo sangue de Seu Filho Jesus. Segundo, pela prática

constante do que é certo e honroso. Só assim podemos afirmar que o “Reino de Deus chegou até nós” (Lucas 10.9; 11.20.

2. Precisamos reivindicar sempre o poder purificador do Sangue do Senhor Jesus, que nos limpa de todo o pecado e injustiça.

3. Declaremos a nossa total dependência do Espírito Santo para que possamos viver intensamente a Palavra de Deus.

4. Corrijamos nossos atos, vigiemos nossas palavras e sejamos justos, conforme nos exorta o Apóstolo João: “Se sabeis que Ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele. Aquele que pratica a justiça é justo, assim como Ele é justo” (1Jo 2.29; 3.7).

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA

Segunda-feira: 1Ts 5.4-11 Terça-feira: Sl 11.1-7

Quarta-feira: Sl 24.1-10 Quinta-feira: Is 11.1-10 Sexta-feira: Rm 3.21-31

Sabado: Gl 2.16-21 Domingo: Ap 22.8-17

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Calçando os pés...

ocê já teve a desagradável experiência de andar descalço em terreno

arenoso ou rochoso por muitos quilômetros? Como seus pés ficaram depois dessa sofrida caminhada? É possível que tenham adquirido bolhas e ferimentos.

O Apóstolo Paulo se utiliza de uma metáfora muito contextualizada à poeirenta e arenosa Palestina de sua época. Era uma região árida, seca, pedregosa e muito quente. Naquele contexto, sabe-se que os escravos andavam descalços. Portanto, ele está se utilizando dessa imagem para dar um significado bastante relevante a nossos pés, que nos suportam, equilibram e nos conduzem. Portanto, precisam ser bem protegidos.Com os pés calçados e protegidos, andamos de forma mais rápida porque “convém que façamos as obras

daquele que nos enviou enquanto é dia, porque a noite vem quando ninguém poderá mais trabalhar” (Jo 9.4).

Estamos vivendo uma luta espiritual contra as “hostes espirituais da maldade” (v.12) e Deus nos equipa com armas celestiais. Ele também nos ordena a vigiar e orar no espírito, “em todo tempo” (v.18), vigiando as ações dos nossos inimigos. Eles usam o mundo e os maus impulsos de nossa natureza para fazer-nos andar por caminhos tortuosos, para nos fazer tropeçar e cair. Desejam que desistamos da nossa fé.

Mas, o Espírito Santo, nosso poderoso guia, deseja nos encher do Seu poder (v.10), para que “andemos por fé” (2Co 5.7), em obediência à Palavra de Deus. Essa é a única indicação para vivermos em triunfo, de uma a outra vitória, sem segurança completa e em

V

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nome do Senhor, aquele que é a nossa Paz.

1. Deus nos oferece “sapatos espirituais”, porque não é possível vencer com “pés descalços”

Depois de estarmos

cercados com a verdade de Deus (cinturão) e vestirmos a justiça de Cristo (couraça), agora devemos calçar nossos pés com o “evangelho da Paz” (v.15). Essa terceira peça da ARMADURA DE DEUS deve nos proteger durante a nossa caminhada, porque o terreno é hostil. Nós caminhamos diariamente em “meio a lobos” (Mt 10.16) e o caminho é pedregoso e deserto, além de ser íngreme e cheio de ciladas e maquinações diabólicas. Há armadilhas e ciladas por todo caminho (v.11).

Mas o que é um calçado? Segundo o Dicionário Aurélio, “é uma peça do vestuário que serve para cobrir ou resguardar os pés”. E tem ainda uma função adicional: dar firmeza no andar. Podemos citar, como exemplo, os soldados romanos. Eles usavam sandálias com cravos no solado para não escorregar no momento da batalha. Portanto, sem o calçado é impossível “pisar em serpentes e escorpiões” (Lc 10.19), e, principalmente, entrar na batalha espiritual e ser vitorioso

(Rm 16.20). Há muitos espinhos e pedras pontiagudas pela estrada da vida cristã (problemas e perturbações de todo tipo) e isso pode causar danos aos nossos pés, trazendo-nos dor extrema, além de nos fazer parar a caminhada ou cair em desespero.

O “calçado da preparação do Evangelho” nos previne de tropeços e quedas, pois reforçam nossa autoridade sobre as “hostes espirituais da maldade”. Somente pessoas calçadas podem conduzir e utilizar o precioso Nome do Senhor Jesus (Marcos 16.17). Nós precisamos, sim, calçar mais vezes o “evangelho da Paz”, pois somente assim estaremos prontos para ir onde Deus quiser nos enviar.

Não é possível obtermos vitórias nas batalhas do dia a dia sem primeiro compreendermos claramente o que é o Evangelho de Cristo. O apóstolo Paulo nos ajuda a entender isso, quando faz referência à ressurreição de Cristo em 1Coríntios 15. Esse entendimento nos dá paz interior e entusiasmo para comunicarmos a retumbante vitória de Cristo a todas as pessoas. 2. Deus nos oferece “sapatos espirituais”, porque precisamos estar prontos para a BATALHA DA FÉ

Essa terceira peça da armadura de Deus traz a ideia

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de prontidão (preparação). Devemos e precisamos estar preparados para guerrear na luta por Cristo , combatendo tudo o que se opõe a fé, combatendo o bom combate (2Tm 4.7). Devemos também rejeitar palavras e atitudes que criam o caos entre as pessoas. Assim, calçados, podemos ser chamados de pacificadores (Mt 5.9).

É útil lembrar que os soldados romanos também usavam sandálias de couro, amarradas no tornozelo. Isso lhes dava agilidade nas marchas de longa distância. Em tempos de guerra, os soldados dormiam com as sandálias amarradas, pois a não prontidão podia lhes custar a vida. O estado de alerta é fundamental tanto para a defesa como para o ataque.

A palavra PREPARAÇÃO possui também o sentido de “conhecimento mais aprofundado”: princípios, promessas, avisos, ataques e defesas. Isso produz firmeza, estabilidade e segurança nos momentos de tempestades e dificuldades da vida. O mundo está cheio de desespero, guerras, violências e atrocidades. O ser humano está em busca de quem lhes conduza à Paz. E foi por meio de sua morte e ressurreição que Jesus conquistou essa Paz verdadeira. Ele disse: “Deixo-vos a Paz, a minha Paz vos

dou...” (Jo 14.27). Essa Paz é gratuita e só vem através do Evangelho. Paulo escreveu: “Sendo justificados pela fé, temos Paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1).

O Apóstolo Pedro nos aconselha: “Estai sempre PREPARADOS para responder com mansidão e temor...” (1Pe 3.15). Isso significa que precisamos adquirir suficiente conhecimento (intelectual e prático) dos ensinos bíblicos, para confessarmos a nossa fé em Cristo, evangelizando aqueles que estão ao nosso derredor. Precisamos estar CALÇADOS com a preparação do Evangelho. Não dá para enfrentarmos o inimigo usando apenas as fracas “sandálias havaianas”, até porque as suas “tiras” podem se arrebentar e então estaremos vulneráveis aos ataques do inimigo...

3. Deus nos oferece “sapatos espirituais”, porque a Paz de Cristo nos permite avançar na caminhada cristã

O Evangelho produz Paz verdadeira e nos reconcilia com Deus. Vemos isto com muita clareza em Romanos 5.1. É esse poderoso Evangelho que retira a inimizade criada pelo pecado (Is 59.2). Vivendo em Paz com Deus, estamos bem firmados emocionalmente e PREPARADOS para enfrentar o inimigo e seus desafios. Esse

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“Calçado da Paz” nos permite andar em estado de equilíbrio, tranquilidade emocional e segurança nos passos, sem os quais se torna impossível vencer as situações de perigo. As ciladas já foram postas. E não é qualquer cilada, mas as “ASTUTAS CILADAS”, que são estratégias inteligentes, esquemas bem feitos... O inimigo não entra em campo para perder. Tenhamos sempre em mente que o Evangelho de Cristo inclui a Paz de Deus e não apenas “paz com Deus” (Rm 5.1).

A obediência à Palavra de Deus é fundamental para mantermos a “Paz com Deus”, caso contrário, nos tornaremos desprotegidos. No exemplo do Rei Saul, ele foi abandonado por Deus por conta de sua teimosia e desobediência (1Sm 15.22,23). Sim, Cristo é a nossa Paz! (Ef 2.14). Sobre Ele fundamentamos a nossa vitória nas lutas espirituais. Ele precisa viver em nós por Sua Palavra (Gl 2.20).

4. Deus nos oferece “sapatos espirituais”, porque os pés são a base da nossa caminhada

Os pés são a base para nosso andar pela vida. Se estivermos bem calçados, estaremos prontos para avançar em direção à conquista daquilo que Deus colocou diante de nós. E para espalharmos a Paz

de Cristo, precisamos dos “sapatos do Evangelho”. Claro que o inimigo quer desestabilizar nossos passos! Para isso, ele lança setas diariamente, através das más notícias, problemas familiares, maus pensamentos... Ele fará de tudo para tirar a nossa paz. E, sem paz, seremos presas fáceis.

PARA PENSAR E AGIR 1. Como o inimigo tenta

preencher a falta de paz? 2. Como o mundo tenta

vencer a ausência da paz? As drogas lícitas e ilícitas fazem parte desse esquema satânico?

3. Calçando as sandálias da PREPARAÇÃO DO EVANGELHO DA PAZ, firmados na Palavra do Senhor, seremos mais que vencedores (Rm 8.37)

4. Como está o seu calçado? Preparado? Há uma luta intensa nos esperando e precisamos estar calçados... Pés descalços podem ser feridos...

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA

Segunda-feira: Mt 9.35-38

Terça-feira: Mc 6.7-13 Quarta-feira: Sl 121.1-8 Quinta-feira: Sl 66.1-9 Sexta-feira: Is 52.7-15 Sábado: Rm 10.8-15

Domingo: 1Co 15.20-28

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O escudo da fé

escudo é um dos componentes da armadura dos soldados

nas antigas guerras. Sua função era a de proteger exatamente as áreas mais nobres do corpo dos soldados: a cabeça e o coração. Portanto, um elemento vital da armadura. Sem ele, o soldado era impedido de ir à luta, guerra ou batalha. Os soldados, no contexto das antigas guerras, poderiam ser muito bem adestrados com espadas, lanças ou flechas, mas sem o escudo, não teriam chance de sobrevivência.

Cada exército tinha seus escudos padronizados,

podendo variar nas formas: quadrados, ovais, retangulares, em formato de conchas, etc. Mas havia algo em comum entre todos esses tipos: precisavam ser construídos de ferro, estanho ou outro material resistente. Por vezes, eram mais leves que uma espada de guerra ou a ponta de ferro de uma lança. Deveriam ser resistentes aos grandes impactos das espadas, lanças ou flechas. Sem escudo, o soldado se tornava vulnerável.

É fato: Nós, cristãos, estamos diante de uma guerra

O

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invisível, mortal e renhida1

(v.12). Nosso inimigo é o diabo e seus anjos maus. Eles são cruéis. Não dão trégua. Não dormem e jamais descansam! É evidente que se o diabo pudesse destruir todos os cristãos genuínos de uma só vez, ele faria. O apóstolo Pedro nos advertiu sobre isso quando disse: “Sede sóbrios, vigiai! Porque o diabo, vosso adversário anda em derredor. bramando como um leão, buscando a quem possa tragar” (1Pe 5.8). Ele, de forma deliberada, destruiu os filhos de Jó (Jó 1.18,19). Ele é inimigo de Deus e dos filhos de Deus. Entretanto, sua ação é controlada por Deus (Jó 1.8-12).

É nessa batalha imensa e intensa que Deus nos oferece o ESCUDO DA FÉ. Esse escudo se resume na FÉ em Deus e em Suas PROMESSAS. Ao utilizarmos esse escudo, Deus neutraliza qualquer malignidade disseminada pelo diabo e seus anjos. O texto de Efésios 6.16, por si só é uma solene advertência: “Coloque nos braços o escudo da fé”!

1. O ESCUDO DA FÉ

permite uma proteção completa

1 RENHIDA, conforme o Dicionário

Aurélio, “tenazmente disputada”.

Estamos falando de uma arma de defesa e ela precisa ser colocada à frente. É exatamente isso que fazemos quando exercemos a FÉ e a confiança na Pessoa de Deus e na sua poderosa Palavra.

A expressão “embraçando sempre”, em tradução literal, quer dizer: Em todas as coisas tomando o escudo da fé. Isso equivale dizer que acima, ou antes de tudo, para sermos vitoriosos, precisamos reconhecer nossa total dependência de Deus. Em Hebreus 11.6, lemos: “Ora, sem fé é impossível agradar-Lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele exista”. Essa atitude funciona como um “escudo espiritual”. O Apóstolo Paulo declara que com o ESCUDO DA FÉ, podemos eliminar, neutralizar TODOS os dardos inflamados do maligno. Com este escudo, Deus nos cerca e nos protege.

Mas o que são dardos inflamados? São setas envenenadas! A todo instante o inimigo está lançando em nossa direção esses dardos, essas setas contaminadas para nos enfraquecer, destruir e abandonar a nossa fé. Eis alguns tipos de dardos inflamados: pensamentos perturbados, incredulidade, cobiça, irritação, tentação em todas as áreas, tristeza sem razão, medo, rebeldia,

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sensualidade, maledicência, mentiras... E outras mais: heresias, divisão na igreja, deturpação doutrinária, etc.

2. O ESCUDO DA FÉ é

inseparável na batalha espiritual

A fé, descrita no texto

de Hebreus 11.6, é um escudo que empunhamos para nos defender dos constantes ataques. Essa fé nos é dada no momento em que cremos em Jesus Cristo, para nos perdoar e salvar, conforme nos ensina o Apóstolo Paulo em Efésios 2.8 e o Apóstolo Pedro em 1Pedro 1.8,9. Na medida em que crescemos espiritualmente, essa fé se desenvolve e é fortalecida. Ela não está em nós mesmos ou em nossas capacidades, mas em Deus. Ele, sim, é o objeto da nossa fé! Portanto, devemos crer no Seu amor e bondade para cada um de nós. Deus deseja essencialmente o nosso bem.

Precisamos diariamente crer que Ele ama a todos com um amor sem igual conforme registrou o apóstolo João (1Jo 4.10). Devemos crer na Sua fidelidade e capacidade plena. As Suas promessas não mudam nem com o tempo e nem com a cultura. Tiago nos afirma que nEle “não há mudança e nem sombra de variação” (Tg 1.17). Portanto, o Deus em quem nós cremos é fiel, capaz e poderoso

para “fazer infinitamente mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” (Ef 3.20).

Numa análise mais criteriosa, é Deus quem nos protege contra as ardilosas ações e ciladas do diabo. Deus é o nosso escudo. É essa a essência da Sua Palavra. Salomão escreveu: “Toda Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele “ (Pv 30.5). E Davi confirmou: “A Palavra do Senhor é provada; é um escudo para todos os que nEle confiam” (Sl 18.30).

3. O ESCUDO DA FÉ precisa

ser usado e empunhado todos os dias!

A Bíblia descreve o

diabo como um “leão que ruge” (1Pe 5.8) e seus rugidos se materializam em nossa vida nas acusações falsas, dúvidas nos sentimentos, mentiras apresentadas e tudo aquilo que nos amedronta, causando confusão mental e opressão espiritual.

Mas o que nos diz a Bíblia sobre momentos como esse? Está escrito que precisamos “resistir firmes na fé...” (1Pe 5.9). É a nossa comunhão com Deus que cria resistência espiritual contra o diabo e isto o leva à fuga da nossa presença (Tg 4.7). Mas, também, o crescimento no

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conhecimento das verdades bíblicas e da nossa posição em Cristo (Ef 2.5,6), desenvolve a nossa fé para enfrentarmos o nosso adversário sem temer ou tremer. Precisamos ousar mais! Precisamos de poder e ousadia espiritual para exercermos autoridade sobre o diabo e suas hostes infernais. Mas só conseguiremos isso através da consagração pessoal e da busca sincera da presença de Deus. O salmista nos desafia: “buscai ao Senhor e a Sua força; buscai a sua face continuamente” (Sl 105.4).

Precisamos subjugar nossa vontade ao compromisso de ouvir Deus através da leitura da Sua Palavra e da oração diária, pois somente assim conseguiremos “olhar firmemente para Jesus, autor e consumador da fé” (Hb 12.2), a fim de neutralizar as flechas incendiárias do diabo. Está escrito: “O cristão deve viver pela fé” (Rm 1.17). Isso, porque “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6).

A vitória só estará garantida se a nossa fé estiver alicerçada somente em Cristo Jesus. Precisamos crer que entre nós e o diabo está a presença do Senhor Jesus e que essa presença forma um “escudo invisível de proteção contínua e eterna”.

No território espiritual não venceremos sem fé em Cristo, porque “andamos por fé

e não por vista” (2Co 5.7). Por meio de Cristo nos movemos, nos mantemos firmes na presença de Deus, damos bom testemunho (Atos 17:28; Hb. 11.2) e derrotamos o mundo e o diabo (1Jo 5.4,5). Por isso, precisamos fortalecer a nossa fé e fazemos isso por meio de um compromisso real com a “fonte da fé”, a Palavra de Deus (Rm 10.17). PARA PENSAR E AGIR

1. Como você define uma

batalha espiritual? 2. Em que situações o

“Escudo da fé” deve ser empunhado?

3. Que tipos de “setas envenenadas” você consegue nomear e como elas afetam o cristão?

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA

Segunda-feira: Hb 11.1-7 Terça-feira: Hb 11.8-17

Quarta-feira: Hb 11.18-31 Quinta-feira: Hb 11.32-40

Sexta-feira: Lc 7.1-10 Sábado: Tg 2.14-26 Domingo: Ef 4.1-16

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O capacete da salvação

ão é novidade que desde a criação do ser humano o diabo e seus anjos têm

intentado e procurado atingi-lo e nocauteá-lo. Essa grande luta começou no Jardim do Éden. E, A partir de então, tornou-se cada vez mais renhida

2 e

intensa. A área mais nobre do

corpo humano é, sem dúvidas, a cabeça, porque ali reside o centro das decisões físicas, relacionais, morais, éticas, comportamentais, culturais e, principalmente, espirituais. Por isso mesmo é muito visada. Pés, mãos, braços, ouvidos, olhos, coração e pulmões são estruturas muito nobres, mas a mente humana supera a todas. Dia e noite ela é monitorada e intensamente atacada. O objetivo do inimigo em atingi-la é produzir confusão mental, perturbação, opressão, a fim de

2 RENHIDA, conforme o Dicionário

Aurélio, “tenazmente disputada”.

desestruturar, desequilibrar e derrotar a vida por completa. Jesus nos alertou: “O ladrão não vem senão para matar, roubar e destruir...” (Jo 10.10).

Segundo informações veiculadas pelas indústrias farmacêuticas, em dez anos houve um exagerado aumento nas vendas de medicação psicotrópica, os chamados “tarjas pretas”, superando em muito todos os demais tipos de medicamentos. Isso ocorre porque há milhões de pessoas que estão perturbadas mentalmente. São pessoas dependentes de drogas lícitas e ilícitas, sexo sem limites, pessoas totalmente afetadas e viciadas em internet. São olhos, ouvidos, sentimentos e pensamentos corrompidos.

Em recente declaração em rede nacional, o ministro da saúde declarou: “O crack é uma epidemia e já perdemos o controle; não temos vagas em nossas instituições; não temos médicos especialistas e

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contamos com voluntários nessa luta. As instituições evangélicas são nossas parceiras nesta guerra sem limites...”.

Na guerra contra as “forças espirituais do mal, nas regiões celestes, apenas Jesus é capaz de vencer e, por sua vitória, garante que “todo aquele que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Porém, mesmo sendo salvos, precisamos ter a nossa mente protegida dos “dardos inflamados do maligno” (Ef 6.16). Esses dardos são lançados todos os dias em nossa direção. Jesus nos adverte: “Vigiai... Bem aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes” (Ap 16.15).

“Tomai o capacete da salvação...” (v.17). Por que esse elemento da armadura é tão essencial?

1. A mente é um contínuo campo de batalha

Paulo afirmou: “Receio, tenho medo, que assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, assim também seja de alguma forma corrompida a vossa mente e se apartem da simplicidade que há em Cristo”. (2Co 11.3). Os ataques do inimigo são direcionados à nossa mente e a Bíblia afirma que Satanás é o corruptor que tem como ferramenta principal a mentira. Ele também usa

“ventos de doutrinas”, heresias, consumismo, materialismo e outros meios, a fim de que pessoas se afastem da verdade, desprezem os valores absolutos, aceitem subornos, vendam seus corpos e até a própria alma. Ele é sedutor e oferece riquezas transitórias e terrenas.

Lemos em revistas e jornais, ouvimos em rádios e TVs que o número de pessoas ansiosas tem aumentado. Há inquietação por toda parte. O medo do futuro é algo que amedronta vidas e traz perturbação mental. Há milhões de vidas afetadas por lembranças do passado e tudo isso gera tensão, fobias e doenças psicossomáticas. Estando perturbadas, essas pessoas vivenciam insatisfação no trabalho, casamentos são afetados, agressões físicas ou verbais são constatadas nas famílias. Pessoas insatisfeitas tornam-se tensas, agressivas e vulneráveis.

Jesus Cristo, ao se apresentar como vencedor por sua obra redentora, prova que apenas Ele é capaz de quebrar as algemas diabólicas que aprisionam mentes e vidas. Ele desfaz todo tipo de cativeiro representado pelas neuroses, fobias, obsessões e insanidades. Jesus devolve a alegria, o brilho, a sensatez e “torna a despertar, desprendendo-se dos laços do

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diabo, em que a vontade deles estão presos” (2Tm 2.26). Jesus oferece, novamente, o “perfeito juízo e paz interior” (Mc 5.15).

2. A mente precisa do “capacete da salvação” para sua proteção

Há uma lei de trânsito que obriga todos os motociclistas a usarem o capacete. Isso acontece para prevenir traumatismos cranianos e lesões fatais no cérebro. Na antiga Roma, os soldados também eram obrigados a usar um tipo de capacete construído de metal e muito resistente, conhecido como “elmos”. O que representa o “capacete da salvação”? Ora, se a mente (a cabeça) é a parte mais visada pelo maligno, Deus nos oferece uma eficaz proteção! Essa importante peça da armadura de Deus, o CAPACETE DA SALVAÇÃO, previne-nos da contaminação do mal. A PALAVRA DE DEUS é o nosso eficiente capacete defensor.

Um dos piores golpes que o diabo lança contra todos os cristãos verdadeiros, vem através dos pensamentos, onde ele instila dúvidas, medo e culpa. Por vezes, o cristão ouve: “Cuidado, porque você pode perder a salvação!” ou “Você está vendo como Deus lhe abandonou?” e ainda: “Você não consegue viver uma vida cristã digna porque é infiel...”. Em momentos como esse,

Jesus vem em nosso socorro e nos oferece o “CAPACETE DA SALVAÇÃO” de Sua bendita Palavra. Em João 6.37-39, Ele afirma que não nos lança fora quando o buscamos e não nos deixar perdidos.

Além de proteger, o CAPACETE também é um símbolo da vitória. Quando os soldados romanos vinham da batalha em que eram vencedores, entravam nas cidades com seus capacetes levantados, como se estivessem mostrando um troféu. Jesus, quando derrotou o diabo, vencendo a morte, levantou em suas mãos a coroa da vida. O Apóstolo Paulo afirma que através de Cristo, nós também “somos mais que vencedores” (Rm 8.37) e Ele nos “conduz em triunfo”(2Co 2.14).

3. O CAPACETE DA SALVAÇÃO nos dá a certeza da vitória

O Apóstolo Paulo disse: “Mas nós que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por CAPACETE a esperança da salvação” (1Ts 5.8). Quem é salvo, tem esperança e fé e esses sãos os elementos básicos para a conquista diária. A nossa salvação está em desenvolvimento e a cada dia Deus nos permite “desenvolvê-la com temor e tremor... ” (Fp 2.12).

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Deus mede o nosso caráter, nossa mentalidade, nossas palavras, desejos e vontade, para que reproduzamos atitudes e comportamentos alinhados sempre com a Sua vontade. Para que isso ocorra, precisamos estar comprometidos com o processo da renovação da nossa mente, mediante a Leitura Bíblica e obediência à Palavra de Deus (Rm 12.2). Quem é salvo, não pode pensar como o mundo pensa, porque nós possuímos “a mente de Cristo” (1Co 2.16) para que possamos raciocinar em sintonia com o pensamento de Deus.

O CAPACETE DA SALVAÇÃO é o protetor de nossa mente, ou seja, a memorização e a meditação da PALAVRA DE DEUS nos protege contra as constantes ciladas do diabo. Com a PALAVRA, podemos rejeitar pensamentos destruidores. Para que isso aconteça, basta tomarmos posse da PALAVRA do Senhor e o maligno fugirá de nós. O salmista Davi escreveu: “Guardei a Palavra na minha mente” (Sl 119.11). Além disso, através do CAPACETE DA SALVAÇÃO, que é a Palavra de Deus, temos acesso aos maravilhosos recursos de Deus que reforçam a nossa vitória contra o mal: 1. Somos filhos de Deus (1Jo 3.2; Rm 8.17); 2. Nunca mais estaremos sós

(Jo 14.16); 3. Pertencemos à família de Deus (Ef 2.19).

PARA PENSAR E AGIR 1. Todo cristão precisa usar o

CAPACETE DA SALVAÇÃO?

2. Professar que é cristão e não ter o CAPACETE DA SALVAÇÃO é ser alvo fácil do inimigo.

3. O CAPACETE DA SALVAÇÃO protege a nossa mente, mantendo-a sã e salva.

4. A mente somente é curada pelo Sangue de Cristo, mas para mantê-la saudável só é possível através do uso contínuo do CAPACETE DA SALVAÇÃO.

5. Cuidado com a sua cabeça! É um órgão vital, sede dos pensamentos. Use o CAPACETE DA SALVAÇÃO: Use a PALAVRA DE DEUS!

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA

Segunda-feira: At 4.10-20

Terça-feira: Sl 3.1-8 Quarta-feira: Tt 2.11-15 Quinta-feira: Sl 43.1-5 Sexta-feira: Hc 3.16-19

Sábado: Ap 7.9-17 Domingo: Sl 140.1-7

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A espada do Espírito

primeira arma de guerra que se conhece na história é a lança. Mas esta exigia

destreza para seu uso em guerra. Consistia em uma vara reta e a fixação de um objeto pontiagudo de osso ou de metal em sua extremidade. Contudo, era muito frágil e quebradiça. Além disso, exigia-se boa visão, força para o arremesso e mira acurada.

A segunda arma de guerra, de uso pessoal e mais utilizada, era o arco e flecha. Esta também exigia destreza para uso em guerra. Seu manejo era difícil, porque demandava muita habilidade e pontaria precisa. Um soldado que fosse portador de algum tipo de problema visual não poderia ser treinado com essa arma.

Foi então que a espada surgiu como alternativa de arma de guerra, na primitiva arte de lutar. Era também de uso pessoal e sua produção podia ser doméstica, adequando-a ao seu portador, facilitando-lhe o

manejo. Assim, se tornou muito popular em todas as guerras da antiguidade.

1. Estamos em guerra e a nossa luta é pessoal!

O exército que possuir

soldados treinados, disciplinados, equipados e alimentados, portadores de armas poderosas e fatais será vitorioso no embate. O Apóstolo Paulo nos adverte que estamos numa luta constante, desafiadora, perigosa: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, conta as potestades, contra os príncipes das trevas deste século e contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12). Estamos numa batalha espiritual contínua e sem tréguas. Precisamos lutar a todo instante. A luta já começou há séculos!

Entre todos os elementos da ARMADURA DE DEUS, a ESPADA DO ESPIRITO é única arma de ataque contra o diabo e seus

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anjos. Mas, então, surge a pergunta: De que adianta termos uma arma tão poderosa se não sabemos manejá-la? Ao lado da ESPADA DO ESPÍRITO precisa estar a oração no Espírito (v.18), pois é Ele quem irá nos ensinar a boa arte de manejar a Palavra da Verdade.

Quando empunhamos a ESPADA DO ESPÍRITO, a Palavra de Deus, o inimigo é colocado em fuga. Ele só recua diante do uso da Palavra. Qualquer outra arma usada contra ele se torna inócua e ineficaz.

2. A ESPADA DO ESPÍRITO

é uma potente arma de defesa

Essa peça da Armadura

de Deus, além de ferir, matar e destruir o inimigo serve também para a nossa constante defesa. Com ela em nossas mãos, nos defendemos dos golpes fulminantes e atormentadores das “heresias ou distorções de interpretação por espíritos enganadores” (1Tm 4.1).

Vale registrar que entre os romanos havia um tipo de espada mais curta (lâmina menor) que permitia mais agilidade nas lutas de corpo a corpo. E o Apóstolo Paulo nos afirma que a “nossa luta é pessoal”, é um corpo a corpo diário.

A ESPADA DO ESPÍRITO foi colocada em

último lugar, pelo fato de que não é possível empunhá-La sem antes estarmos preparados. Ela possui dois fios de corte (gumes). O escritor do livro de Hebreus a descreve como “mais penetrante do que a espada de dois gumes e penetra até a divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas e é apta para discernir pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). Uma descrição muito exata dessa arma que inclusive pode nos ferir, nos cortar. Precisamos de treinamento para essa luta desigual. Enfrentar o demônio e seus anjos, sem o devido preparo, é antecipar a derrota. Apenas pessoas com falta de sabedoria espiritual fazem isso.

A Palavra de Deus, como arma de ataque, é aquela que vem do Espírito Santo em momentos de confronto espiritual e traz à nossa memória e lábios palavras que produzem libertação, cura e força tal que transforma as circunstâncias.

3. A ESPADA DO ESPÍRITO

requer treinamento Depois de jejuar 40 dias

e 40 noites, Jesus, extremamente fragilizado, foi abordado pelo diabo. Após as propostas inconcebíveis feitas ao „Senhor dos Senhores‟, Jesus usou o poder da ESPADA DO ESPÍRITO, a Palavra de

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Deus, para vencer o tentador. A fuga do inimigo ocorreu quando as respostas vieram pela Palavra. No Evangelho de Mateus 4.1-11, podemos ver os três quadros da tentação 3 como Jesus usou magistralmente a ESPADA DO ESPÍRITO.

Primeiro quadro –

Satanás sabia que Jesus estava com fome. Ele disse: “Se tu és o Filho de Deus, transforma estas pedras em pão...” (v.3). Jesus contra-atacou, não com o Seu fantástico poder, mas com a ESPADA DO ESPÍRITO, a Palavra de Deus, dizendo: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (v.4), citando Deuteronômio 8.3.

Segundo quadro –

Satanás transportou Jesus para o topo do templo e com ousadia disse: “Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo porque está escrito que aos Seus anjos dará ordem a Teu respeito e tomar-te-ão nas mãos para que não tropeces em alguma pedra...” (v.6). Em sua defesa, usando a ESPADA DO ESPÍRITO, Jesus contra-atacou, dizendo: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor Teu Deus” (v.7), citando Deuteronômio 6.16.

Terceiro Quadro –

Satanás tenta o seu último

golpe e cartada final e “novamente transportou Jesus a um monte muito alto e mostrou-Lhe todos os reinos do mundo e a glória deles, dizendo: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares” (vv.8,9). Jesus encerrou aquela luta com o golpe certeiro da ESPADA DO ESPÍRITO, dizendo: “Vai-te Satanás porque está escrito: “Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele servirás”, citando Deuteronômio 10.20. Somente assim, derrotado, o diabo o deixou.

Prestem bem atenção ao conhecimento que o diabo tem da Bíblia e como a usou com critério e oportunismo! Ele é ousado e sabe muito da Bíblia! Mas, e quanto a nós? Ele não desistiu de Jesus e está “ao nosso derredor, buscando a quem possa tragar” (1Pe 5.8). Ele procura nos tentar geralmente em três áreas: 1. Desejos ou impulsos da carne (sexualidade); 2. Busca pelo poder, para deter o controle e se orgulhar disso; 3. Vontade de ter posses (1Jo 2.16). E nós somente seremos vitoriosos quando nos apegarmos ao que Deus diz em Sua Palavra e a declararmos contra o diabo, com perseverança.

4. A ESPADA DO ESPÍRITO

é uma arma pessoal de ataque

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Pode um soldado lutar sem armas? Há um episódio descrito em 1Samuel 13.22 em que os soldados do exército de Saul não puderam lutar porque não tinham espadas... Nos dias de hoje, o diabo está desarmando a muitos na Igreja, por meio da infidelidade à PALAVRA. A Leitura da Bíblia não está sendo prioridade. O tempo gasto em acessos ilimitados à internet e ao cultivo dos ídolos “gospels midiáticos”, tem afastado os cristãos do adestramento da ESPADA DO ESPÍRITO.

Deus tem colocado à nossa disposição essa poderosa ARMA DEFENSIVA. Mas precisamos de adestramento, treinamento pelo Espírito Santo, para manejá-la com total habilidade. Paulo, preocupado com a intensa luta do cristão, disse ao seu filho na fé, Timóteo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado como obreiro... Que maneja bem a Palavra da verdade”. (2 Tim. 2.15). Qual a nossa disponibilidade para esse treinamento essencial?

Devemos lembrar sempre que a ESPADA (Palavra de Deus) é do Espírito, ou seja, é Ele quem aplica ou infunde poder e unção sobre a palavra bíblica que proferimos contra o diabo e seus anjos. Por isso, precisamos estar subordinados a esse Espírito. Em Efésios 4.30 e 1Tessalonicenses 5.19, Paulo

nos afirma que precisamos estar subordinados ao Espírito. O nosso relacionamento precisa ser de máxima obediência e submissão. PARA PENSAR E AGIR 1. O nosso poder de luta é o

de uma espada afiada ou de um canivete cego?

2. Como usamos o nosso tempo no adestramento da ESPADA DO ESPÍRITO?

3. Enfrentar o inimigo com arma de brinquedo é correr risco de ser ridicularizado.

4. Depois de cairmos nas ciladas do inimigo, não é inteligente procurar nos armarmos espiritualmente. A prevenção é que produz força para luta.

5. Ter a ESPADA DO ESPÍRITO é ministrar a PALAVRA DE DEUS à nossa memória diariamente. Isso nos blinda contra as “hostes espirituais da maldade”.

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA

Segunda-feira: Sl 1.1-6 Terça-feira: Sl 119.9-16

Quarta-feira: Sl 119.65-72 Quinta-feira: Sl 119.105-112

Sexta-feira: Pv 3.13-26 Sábado: Jo 8.31-36;51 Domingo: Cl 3.12-17

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O reforço da oração

recisamos estar alertas, “vigiando em todo tempo”, porque estamos numa luta

sem trégua! Mas conforta-nos saber que não estamos sozinhos. Deus, além de estar conosco “todos os dias”, Ele também nos dá a defesa necessária: uma armadura completa, composta por: cinturão da verdade, couraça da Justiça, sapatos da disposição para pregar o evangelho, escudo da fé, capacete da salvação e espada do Espírito.

Entretanto, apenas força e coragem não são suficientes para obtermos a vitória na batalha espiritual. Necessitamos de treinamento, estratégia e proteção para usarmos as “armas de Deus”. Por isso, no final da lista de peças da ARMADURA DE DEUS, Paulo coloca a ORAÇÃO, ressaltando: “Orando em todo o tempo no Espírito”. Sim, porque o Espírito Santo é o nosso Comandante. Ele sabe o que devemos falar e fazer no momento em que a batalha se torna mais intensa,

isto é, “no dia mau” (v.13). É o Espírito que nos ensina como orar e nos capacita para compreender as Escrituras. Ele nos conforta e nos cura quando somos feridos.

A nossa submissão à Sua direção é imprescindível no processo de desenvolvimento da vida cristã, desde o dia da nossa conversão. O apóstolo Paulo ainda nos motiva, dizendo: “... Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2.12). E este desenvolvimento se relaciona diretamente com a oração. Podemos afirmar que a oração está para a BATALHA ESPIRITUAL, assim como o sangue está para o corpo. Ela nos dá vitalidade, ousadia, unção e poder de Deus para colocar em fuga todos os nossos inimigos. ARMADURA DE DEUS sem oração é estar armado, mas sem reforço.

1. A oração é fundamental para o sucesso na BATALHA ESPIRITUAL

Em Efésios 6.17, Paulo conclui a apresentação da última peça da ARMADURA DE

P

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DEUS (Espada) e, logo em seguida, declara que o bom desempenho na batalha contra o mal está diretamente relacionado ao uso da armadura, mas com ORAÇÃO (V.18). Precisamos lembrar todos os dias que a ORAÇÃO é a nossa declaração de dependência de Deus. Está muito claro que é o “Senhor quem luta em nosso lugar”, se confiarmos inteira e completamente nEle (1Cr 5.20-22). Quando Paulo menciona ”com toda oração e súplica”, ele está desafiando-nos a orar em todo o tempo: adorando, louvando, agradecendo, pedindo ou entregando algo nas mãos do Senhor. A nossa resistência está diretamente relacionada à dependência de Deus. Se pretendemos envergonhar, derrotar e expulsar o inimigo de nossas vidas, precisamos “orar sem cessar” (1Ts 5.17).

O Senhor Jesus, ao nos ensinar a orar, Ele estende o pedido à proteção de Deus: “E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal‟ (Mt 6.13). O Mestre está afirmando que há um mal espiritual e real que nos ameaça constantemente. Em João 17.15, Jesus intercedeu ao Pai em favor da Igreja e, mais uma vez, nos ensinou que orar não é apresentar uma lista de pedidos acompanhados de palavras de gratidão. A oração, em sua

essência, é um espaço ideal para aprofundarmos nossa relação com Deus. E, para isso, precisamos de uma hora tranquila e de privacidade. Jesus recomendou: “Entra no teu quarto e, fechada a porta...” (Mt 6.6). Os apóstolos também tinham um lugar tranquilo para orar (At 16.13 e 16).

Precisamos orar mais vezes! Pedro, quando estava afundando no Mar da Galiléia, clamou: “Salva-me, Senhor!” (Mt 14.30). Seja qual for a situação, o Senhor é o nosso socorro bem presente quando clamamos por Ele. Foi assim também com os insistentes Bartimeu (Mc 10.46-52) e a mulher cananeia (Mt 15.21-28). Na luta contra o mal, além da ARMADURA DE DEUS, precisamos do reforço da ORAÇÃO.

2. A oração é intermediada pelo Espírito Santo

Precisamos permitir que o Espírito Santo nos oriente no momento em que estivermos orando. Em Romanos 8.26, Paulo afirmou: “Não sabemos orar como convém...” Nós dependemos da Sua amorosa intervenção e direção para orarmos em harmonia com a vontade de Deus. O apóstolo também afirmou que somos o templo do Espírito Santo (1Co 6.19). Sim, no ato da conversão, ELE passa a habitar em nós e o seu alvo é nos tornar semelhantes a Cristo. ELE

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deseja criar em nós mais sensibilidade espiritual. Em Romanos 8.16, Paulo nos ensina que o Espírito Santo testifica algo em nossos corações: Somos filhos de Deus. Ele nos selou (2Cor. 1.22), nos deu sonhos (Joel 2.28; Atos 2.17) , e pensamentos controlados (2Cor. 10.5). ELE espera que sejamos um canal de Deus, veículos condutores da Sua Graça. O profeta Ezequiel escreveu que Deus procura intercessores (Ez. 22.30). A “oração no Espírito” é o momento mais íntimo da oração, quando glorificamos a Deus, nos emocionamos e sentimos a SUA presença.

3. A oração requer vigilância e perseverança

No versículo 18, Paulo ainda nos aconselha: “Orando em todo o tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”. Nesse texto, há duas expressões que se destacam: “vigilância” e “perseverança”. O Dicionário Aurélio define vigilância como: “Virtude que nos faz estar sempre em alerta, precavidos e acordados”. Em razão da imprevisibilidade dos ataques diabo, precisamos vigiar e orar. Perseverança significa constância, persistência e resistência. Somente é possível “orar em todo o tempo” se formos vigilantes e persistentes

em confiar no Senhor. Na oração, a perseverança é o pré-requisito para obtermos aquilo que desejamos das mãos do Senhor.

Há dois exemplos incontestáveis de perseverança relatados na Bíblia. O primeiro é a narrativa da batalha de Amaleque contra os israelitas, descrita em Êxodo 17.8-13. Ali, Moisés perseverou em interceder a Deus pelo exército de Israel. O ato de levantar as mãos era um “gesto bíblico da oração de fé e confiança. Moisés sentia mais o cansaço físico quando estava atentando às dificuldades da batalha do que quando em comunhão com Deus” (SHEDD, Russel. Notas. Bíblia SHEDD). Por conta de sua perseverança, os amalequitas foram vencidos. O segundo exemplo está registrado em Daniel 10.2,12 e 13. O texto relata que Daniel orou por três semanas e Deus deu a ele a resposta esclarecedora. A perseverança foi essencial. Ele sabia que havia barreiras espirituais nas esferas celestes.

Jesus nos ensinou em Mateus 6.33 que oração é prioridade: „Buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua justiça...”. E quando damos prioridade a Deus, ELE sempre supre as nossas necessidades. Em Atos 16.6-10, há um relato de como Deus nos orienta e nos dá a direção essencial. No

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Salmos 34.17, Davi escreveu: “Clamam os justos, e o Senhor os escuta e os livra”.

Devemos vestir cada peça da ARMADURA DE DEUS sob intensa oração. Precisamos continuar firmes em nosso clamor pessoal. A BATALHA ESPIRITUAL não tem trégua e nem descanso. Paulo nos conclama: “Orai sem cessar” (1Ts 5.17). Em todo o Novo Testamento, Deus nos convoca para orarmos com perseverança e sem esmorecer: Romanos 12.12, Filipenses 4.6 e Colossenses 4.2. Através da parábola do amigo importuno (Lc 11.5-13) Jesus ensinou e motivou seus discípulos a orar insistentemente. O homem natural deseja contar seus problemas uns para com os outros, mas Deus quer que os levemos à ELE, em fervente e perseverante oração. Esse é o segredo da vitória sobre o diabo e as “hostes espirituais da maldade” (v.12).

4. A oração nos encoraja a seguirmos em frente, confiantes em Deus.

Como um pai protege o filho indefeso, assim Deus guarda e livra do mal os Seus filhos. Mas, à medida que avançamos na vida cristã, essa proteção deve ser buscada com intensidade, através da intimidade com Deus. Em Jeremias 29.13, o Senhor falou ao profeta: “Buscar-me-eis e me

achareis quando me buscardes de todo o vosso coração”. Portanto, para termos sucesso na BATALHA ESPIRITUAL, o segredo é nos revestirmos do Senhor Jesus a cada dia. Paulo nos exorta: “Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante a suas concupiscências” (Rm 13.14).

Orar em todo o tempo ou sem cessar se torna um hábito de vida quando se pratica continuamente. E um hábito é implantado em nossa mente quando praticamos algo por, mais ou menos, dois meses.

PARA PENSAR E AGIR 1. Qual o significado da

oração em sua vida? 2. Em que circunstâncias

você tem orado? 3. O que significa para você

“orar sem cessar”? 4. Como você interpreta a

orientação de Jesus: “Entra no teu quarto e fecha a porta” (Mt 6.6)?

5. Por que a oração é fundamental para o crescimento espiritual?

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA

Segunda-feira: 2Cr 7.11-18 Terça-feira: Sl 25.1-12 Quarta-feira: Sl 37.1-15 Quinta-feira: Sl 51.1-11 Sexta-feira: Mt 6.5-15

Sábado: Mt 7.7-14 Domingo: Jo 17.12-23

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A vigilância com perseverança

a intensa BATALHA ESPIRITUAL, precisamos urgentemente estar

vigiando com toda a perseverança. Esse alerta feito por Paulo implica em prestarmos atenção constantemente, sem descuidamos um só instante do foco.

Um trabalhador estava desempregado e saiu em busca de uma colocação no mercado. Como não tinha qualificação profissional, conseguiu uma vaga na construção civil. Ele foi designado para ser vigia em um grande prédio que estava sendo construído num bairro nobre da cidade. O seu horário de trabalho era das 18h às 06h. Chegando ao local, o responsável deu-lhe as instruções específicas e bem claras: “O senhor será o responsável por vigiar, à noite, constantemente, todo esse material de construção que está estocado aqui”.

Foi-lhe dado vestimenta própria de vigilante e os equipamentos necessários para que ele executasse com seriedade a sua função. Deram-lhe, também, um telefone celular para solicitar ajuda de emergência. O trabalho não era difícil, mas exigia-se uma vigilância constante contra os ladrões de materiais de construção que atacavam aquela região. Ele novamente foi alertado e avisado: “Tome cuidado e vigie. Não descuide!”

O problema é que aquele trabalhador nunca havia atuado como vigia. Tinha experiências em outras áreas: balconista, entregador, ajudante de obras, auxiliar de motorista... Mas, vigia noturno, não! Tudo era muito novo para ele. Nos primeiros dez dias de trabalho, tudo correu bem, sem nenhuma intercorrência. Desde que assumiu aquele trabalho, a obra não sofreu nenhuma ameaça. Nem sequer um evento que

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gerasse preocupação para ele. Mas ele fazia por onde: sempre que assumia seu posto, pegava uma lanterna e vasculhava todas as áreas. Ah! Que trabalho bom!

Quando estava no vigésimo dia de trabalho, ele pensou: “Bem, até agora não aconteceu nada, o lugar é tranquilo, a obra não sofre ameaças, não houve um único incidente... Então, em vez de ficar acordado a noite toda, eu vou fazer a vigilância até a meia-noite e depois, vou tirar um cochilo. Claro que não vai haver problemas!”. E assim procedeu.

Mas, no dia seguinte, às 06h, foi acordado aos gritos pelo responsável da obra: “Acorda, rapaz, veja o que aconteceu!” Quando aquele trabalhador olhou ao redor, ladrões haviam entrado na obra e levado todo o material de construção e ainda as ferramentas. E ele ouviu solenemente: “Você está despedido por justa causa!”. Despedido antes de completar o primeiro mês de trabalho... 1. A vigilância é uma

condição para a vitória. Jesus nos exorta e

alerta com a parábola da figueira: “Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam,

bebiam, casavam e davam-se em casamento, até no dia em que Noé entrou na arca... Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá” (Mt 24.32-44). Na sequência do mesmo capítulo, o Senhor Jesus, ao narrar a parábola do bom servo e do mau, finaliza dizendo: “Se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu senhor demora-se, e passar a espancar os seus companheiros e a comer e beber com ébrios, virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera e em hora que não sabe...” (v. 45-51).

Desejo aqui destacar a expressão “vigiai”, repetida enfaticamente por Jesus: Mt 24.42; 25.13; 26.38 e 26.41. E em Apocalipse 16.15, lemos: “Bem aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha”. 2. A vigilância deve ser

associada à perseverança. Paulo afirma: ”Vigiando

com toda perseverança” (v.18). Vigiar é estar alerta, tal como um soldado em batalha precisa manter-se vigilante, para não

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ser apanhado de surpresa. Sem a vigilância, o soldado pode ser subitamente atingido e derrotado. Por isso, o apóstolo nos adverte, dando um tom de gravidade ao confronto: “Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6.12). Estamos envolvidos em uma luta desigual (“hostes espirituais do mal”) e o soldado espiritual vigia, aguardando a oportunidade de usar com eficiência “toda a ARMADURA DE DEUS”, reforçada com a oração.

O lutador cristão não pode baixar a guarda. Ele precisa conservar o espírito de alerta, com total vigilância, conforme o alerta do Senhor Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). E, novamente Paulo, um experiente estrategista militar, alerta: “Perseverai na oração, vigiando”. (Cl 4.2). 3. A vigilância sem a

perseverança é falha O apóstolo Paulo está

afirmando que precisamos ser constantes, ter paciência e insistir em vigiar. E Jesus nos ajuda a entender a seriedade

desse assunto, quando narra a parábola do juiz injusto e a viúva. Em seu relato, o Mestre aborda a temática da insistência usando como imagem aquela pobre mulher que insistia, pedindo: “Julga a minha causa contra o meu adversário... Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los?” (Lc 18.1-8).

A batalha é contínua, constituída de uma série de intermináveis conflitos. Nenhuma vitória ou término de guerra são esperados enquanto o cristão não for libertado do corpo, mediante a morte. A perseverança é força propulsora para a oração. 4. Em que precisamos vigiar

com perseverança? 4.1. Vigilância contra o

materialismo e o hedonismo. Os valores do Reino foram invertidos: em vez de Deus em primeiro lugar, busca-se coisas em primeiro lugar. Paulo adverte seu filho na fé, Timóteo: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis” (2 Tm 3.1). O amor, por ser um dom, muda o ser humano de forma integral. Atualmente, a subversão e a corrupção já não causam vergonha e nem mal-estar.

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4.2. Vigilância contra as errôneas interpretações da Bíblia. Nos arraiais evangélicos, prega-se a prosperidade, a vida material abastecida e a conquista do sucesso. Prega-se o sono eterno da alma. Prega-se que a busca pelo prazer é algo inerente ao ser humano. Há uma orquestrada rejeição ao arrebatamento da igreja. Jesus afirmou que “haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo...” (Lc 21.26). Paulo escreveu: “Quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram...” (2Ts 1.10). E em 1Tessalonicenses 4.16-17, o apóstolo trata desta questão com clareza.

4.3. Rejeição a Deus e à Sua Palavra. Há uma intensa propagação da teologia antropocêntrica, onde o homem é deus e deve ser cultuado. Uma teologia em que Deus foi banido de seu conteúdo. A palavra da cruz não é anunciada. Os pecados já não são condenados. O arrependimento não é proclamado. A Bíblia é aceita como um livro, mas não como Palavra de Deus.

5. A vigilância com perseverança é a condição para sermos salvos

O Senhor Jesus afirmou que: “E por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”” (Mt 24.12,13). Não podemos desanimar e nem desviar a nossa atenção do foco que é o próprio Jesus. Precisamos, sim, manter uma estreita relação com Deus e com a Sua palavra. A persistência nos aproxima de Deus e nos leva a alcançar resultados poderosos em nossa vida. PARA PENSAR E AGIR 1. O que você entende por

oração persistente? 2. Como podemos vigiar com

persistência? 3. Por que precisamos vigiar

em todo tempo? 4. Quais as implicações da

não-vigilância?

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA

Segunda-feira: Mt. 24.42-51 Terça-feira: Mt. 25.1-13

Quarta-feira: Mt. 26. 36-41 Quinta-feira: Mc. 13.28-37

Sexta-feira: Cl. 4.2-6 Sábado: 1Ts. 5:4-10

Domingo: Lc. 21.29-36

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A oração de súplica

ração e súplica têm o mesmo significado na Bíblia? Ao escrever o texto

“A ARMADURA DE DEUS”, o Apóstolo Paulo sugere que há diferenças. ORAÇÃO, segundo sua observação, é aquele momento íntimo com Deus, uma conversa bem pessoal e livre. É um momento singular e uma relação intensamente forte. Jesus afirmou: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto” (Mt 6.6). A oração é aquele momento quando estamos a sós com Deus, em que podemos nos relacionar com Ele, adorando-O, louvando-O, compartilhando nossas preocupações e anseios da alma. A oração pode ser de forma calma. A oração é uma conversa entre amigos que se gostam e se valorizam. No conceito paulino, SÚPLICA traz uma ideia mais forte, onde amigos, criatura e Criador, conversam intensamente sobre um tema específico. É uma

oração insistente. Na súplica, rogamos, imploramos ou pode haver até pequenos gemidos. Súplica é tentar alcançar algo que está além do nosso alcance.

É assim que, em certos momentos, precisamos entrar na presença do Pai. Sabemos, no entanto, que o mérito não está em nós mesmos, mas na intercessão através de Cristo. A súplica é um clamor do coração aflito, buscando, sobretudo, a vontade de Deus, como fez Cristo Jesus..

Pessoas entram para a história de maneiras diferentes:

Aristóteles entrou para a história, porque escreveu sobre filosofia; Alexandre, o Grande, por suas famosas conquistas; Nero, por sua crueldade, incendiando Roma; Napoleão, por ser um arrojado estrategista militar; Cristóvão Colombo, por suas viagens marítimas; Pedro Álvares Cabral por ser o navegador que descobriu o

O

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Brasil; Henry Ford, por ter criado e fabricado o automóvel em série; Gutemberg, por ter inventado a imprensa... A lista dos conquistadores, heróis, personalidades e gênios é grande. Fizeram jus por seus grandes feitos.

Mas Ana entrou para a história, por causa de uma ORAÇÃO DE SÚPLICA. O livro de 1Samuel 1.9-18, registra uma das mais belas cenas da Bíblia. Ali, Ana, diante de Deus, orava baixinho, ao ponto do sacerdote Eli pensar que ela estava embriagada, mas no coração clamava ao Deus Pai com a força de quem já não podia, mas acreditava nAquele que é capaz de realizar o impossível. Naquele momento, Ana estava fazendo uma oração de súplica, uma oração eficaz. Havia uma intensa batalha espiritual. Ana foi a mãe do profeta Samuel, uma vida inspiradora e reverenciada por todo Israel.

Quais são as características de uma ORAÇÃO DE SÚPLICA? O texto de 1Samuel 1.9-18, nos mostra três características básicas:

1. A ORAÇÃO DE SÚPLICA é uma oração de dependência. “E ela orou ao Senhor” (v.10). Apenas para relembrarmos, Ana era uma mulher estéril, isto é, não podia

ter filhos. E na cultura Judaica, toda mulher estéril era desprezada e abandonada. Pela Lei do concubinato, o marido de uma mulher estéril poderia ter uma concubina, ou seja, uma mulher que fosse fértil para, dessa forma, permitir a perpetuação do povo judeu. O problema é que a concubina do seu marido lançava o seu sucesso no rosto de Ana (1Sm 1.7). Para uma mulher estéril, além de humilhante, isso provocava muito sofrimento. E Ana sofria. Nesse contexto, Ana focou o Senhor como sendo seu último recurso, única esperança.

Na história bíblica, lemos relatos de outras duas mulheres que passaram pela mesma crise de Ana: Sara e Raquel. Essas mulheres resolveram o problema do jeito que elas idealizaram, com suas escravas. Mas Ana teve uma inédita atitude: ela entregou a Deus o seu problema. Ela se tornou dependente de Deus. Por vezes, nós, diante de circunstâncias adversas, buscamos a solução à nossa maneira: agimos, fazemos e somente depois, oramos.

Em Êxodo 32.25-28, encontramos Moisés buscando resolver uma questão espiritual com uma solução carnal. Por causa de sua atitude, três mil vidas foram ceifadas. Moisés não soube esperar pelo Senhor. Ana teve a paciência de esperar no Senhor. E o Apóstolo Tiago

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nos exorta: “Se algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera (lança em rosto), e se-lhe-á concecida.dada. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando..” (Tg 1.5, 6).

2. A ORAÇÃO DE SÚPLICA é uma oração bem específica: “Um filho varão...” (v.11). Ana expôs o anseio do seu coração: Ela desejava um filho, um menino. Deus se alegra quando seus filhos abrem o coração para pedir-Lhe algo específico e detalhado. Ela teve fé suficiente para descrever o seu pedido. Alguns servos de Deus no passado tiveram atitude semelhante à de Ana. Quando Deus apareceu a Salomão e o deixou livre para fazer o seu pedido, ele foi bem específico: desejo sabedoria para governar! (1Re 3.5-9). O cego Bartimeu, foi colocado frente a frente com Jesus, que lhe perguntou: “Que queres que eu te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista” (Mc 10.51).

Deus sabe de tudo aquilo que precisamos, muito antes da oração se tornar em voz audível. Entretanto, Ele deseja que peçamos, dizendo aquilo que esperamos. Portanto, precisamos ser claros em nossas orações, acrescentando, porém, que o que deve prevalecer é a vontade de Deus.

Em Marcos 14.36, lemos: “Não seja o que eu quero, e sim o que tu queres”. Por vezes, oramos de maneira vaga e isso reflete uma forma de duvidar de Deus.

Precisamos estar sempre abertos às surpresas de Deus. Ana pediu apenas um filho a Deus, mas Ele lhe deu seis (1Sm 2.21). Em Efésios 3.20, lemos: “Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós”.

3. A ORAÇÃO DE SÚPLICA é uma oração de comprometimento: “Ao Senhor o darei” (v.11). Além de orar com dependência, ser bem específica, ela tomou uma atitude muito importante: fez um voto. Ela prometeu que o seu filho, produto de sua fé, seria consagrado ao Senhor como profeta. Que compromisso ousado! E se ela tivesse apenas aquele filho? É preciso lembrar que na cultura judaica as pessoas, quando se tornavam idosas e já não podiam trabalhar, os seus filhos as sustentavam. Ana abriu mão da companhia de seu filho desejado dedicando-o ao Senhor. E como a sua velhice seria garantida? Essa não era uma questão que constava na agenda de Ana. O Senhor se alegra quando confiamos e

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dependemos dele. Agindo assim, ele derrama a Sua Graça de forma generosa. É possível que pela cabeça de Ana tenha passado a seguinte pergunta: “Por que eu desejo um filho: para minha satisfação ou para engrandecimento do Nome do Senhor?”

Samuel se tornou o maior profeta de Israel. Ele alegrou o coração de Ana, enriqueceu o Reino de Deus e ainda nos deixou dois livros! Em 1Samuel 3.20, lemos: “Todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado como profeta do Senhor”. Um profeta respeitado, sério e honrado.

Quando você estiver orando, pergunte: Estou disposto a entregar aquilo que estou pedindo ao Senhor (carro, casa, emprego, bens, família, etc) para a glória do Seu Nome?

4. A ORAÇÃO DE SÚPLICA é uma oração que Deus ouve: “... E o Senhor se lembrou dela” (v.19). Que lindo resultado a oração de súplica produz! Até então, nada mudara ao redor de Ana. O seu marido, pouco sensível, com comportamento indócil, continuava dividindo a casa com outra mulher queixosa. Mas o texto nos informa que o “seu semblante já não era triste” (v.18). Isso aconteceu porque algo havia mudando no seu interior.

Aprendamos com Ana a fazermos a nossa oração de súplica com dependência, especificação e comprometimento, sabendo que esta é uma oração que Deus ouve. Precisamos crer na resposta do Senhor, descansar no Seu poder. E, como resultado, haverá em nosso interior, uma paz incomparável. Antes que algo tenha mudado, encontraremos alívio. As nossas preocupações precisam ser transferidas para o lugar certo: as mãos do Criador.

A oração de súplica é uma oração intercessora por alguém ou por alguma situação. Precisa ser treinada, repetida e praticada e o “Deus de paz será convosco” (Fp 4.9).

PARA PENSAR E AGIR 1. O que se entende por

oração de súplica? 2. Por que ela não tem sido

praticada com frequência entre os cristãos?

3. Quais os efeitos da oração de súplica na vida dos cristãos?

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA

Segunda-feira: Sl 6.1-10 Terça-feira: Sl 22.1-6; 19-26 Quarta-feira: Sl 55.1-5; 17-23 Quinta-feira: Sl 119.169-176

Sexta-feira: Fp 4.1-9 Sábado: Lc 22.39-46

Domingo: Rm 8.26-39

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Ousadia na comunicação do Evangelho

stamos numa batalha incessante, intensa e desigual. São muitos os

desafios que enfrentamos todos os dias, através de muitas lutas: pela sobrevivência no trabalho diário; pela saúde, cuidando de nosso corpo, vigiando a alimentação e fazendo prevenções; pela educação de nossos filhos e de nós mesmos; pela melhoria profissional, procurando alcançar melhores espaços e mercados; pelo reconhecimento de nossas atividades culturais; pelo nosso fortalecimento moral, ético e espiritual; pelo testemunho cristão. E elas vão continuar. Não há tréguas à vista.

Paulo afirmou que diante de tantos desafios, uma coisa ele fazia: deixava para trás as coisas que não tinham importância e avançava para aquelas que eram significantes. Ele prosseguia para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3.14). Portanto, não podemos desanimar e nem parar. Somos convocados todos os dias a enfrentarmos os muitos desafios.

A palavra que representa nossa capacidade de lutar é CORAGEM. Não podemos ser medrosos e, para isso, Deus nos deu um “Espírito de coragem e poder” (2Tm 1.7),

E

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para enfrentarmos as lutas apresentadas.

1. A OUSADIA é outro nome dado à coragem

Com o avanço da

tecnologia, o passado vai ficando cada vez mais distante. Vivemos a era da alta tecnologia, que veio trazer mais conforto, comodidade e eficiência. Com a tecnologia ao nosso alcance e a um custo relativamente baixo, temos tudo a mão: computadores, câmeras, notebooks, celulares, tablets, iphones, ipads, etc. Essas facilidades também trouxeram mais opções de diversão e lazer sem sair de casa. Com a entrada do FaceBook, WhatsApp, Twitter, etc. na vida de muitos cristãos, houve uma desaceleração do crescimento qualitativo. Constatadamente houve uma generalizada acomodação espiritual.

Com tantos “brinquedos tecnológicos” em mãos, estamos nos acostumando a viver em silêncio, mas plenamente conectados. E diante de um mundo que nos desafia a todo instante, já estamos nos moldando às suas regras e isso nos leva a hábitos e costumes estranhos entre nós. Já não cultivamos mais o silencio interior.

O Apóstolo João disse que “o mundo inteiro jaz no maligno” (1Jo 5.19) e essa

malignidade tem afetado a mente e os corações dos cristãos ao redor do mundo. A Igreja do Senhor Jesus está silenciosa e acomadada. Falta-nos coragem e intrepidez na comunicação do evangelho.. Os cristãos da Igreja Primitiva tinham essas ferramentas como essenciais para a divulgação do Evangelho do Senhor Jesus. Por isso, a Igreja crescia e se fortalecia. Em Atos 4.31, lemos que “cheios do Espírito Santo e com intrepidez anunciavam a Palavra de Deus”. Salomão nos afirma que o “justo é intrépido como o leão” (Pv 28.1). Essa intrepidez foi-nos dada para a proclamação do Evangelho. Nossos irmãos do primeiro século tomaram posse dessa “força incomum”, relatada em Atos 1.8: “E recebereis poder... e sereis minhas testemunhas...”.

2. A ousadia e a intrepidez estavam presentes na Igreja de Jerusalém

A vida de nossos irmãos

daquela igreja não era acomodada e nem tranquila. Pelo contrário, a todo instante corriam o risco de terem suas casas invadidas e serem arrancados e levados para o sacrifício. Em Atos 26.10, Paulo afirmou que recebia autorização dos principais sacerdotes para jogar os santos na prisão. Ele também empregava a tortura física aos cristãos de Jerusalém.

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Em 1Coríntios 15.9, ele afirmou que perseguia a igreja de Deus. Os cristãos eram caçados por todas as partes. Atos 9.2, 22.5 e 26.9 narra as formas de violências praticadas contra cristãos. Paulo colocava pessoalmente os cristãos em prisões (At 9.2), açoitava-os ferozmente (At 22.19) e, por fim, matava os cristãos (At 26.10; 22.20).

Diante desse tétrico cenário, qual foi o comportamento daqueles cristãos da Igreja Primitiva? Quanto mais a perseguição aumentava, mais a igreja crescia. Vejamos algumas evidências disso: Atos 1.15: Havia uma assembleia de cento e vinte irmãos; Atos 2.4-5: homens de todas as nações ouviram a palavra; Atos 2.41: Cerca de três mil pessoas foram acrescentadas à igreja; Atos 2.47: O Senhor ia acrescentando pessoas diariamente e a Igreja crescia; Atos 4.4: O número de membros subiu para cinco mil pessoas; Atos 5.14: O número crescia cada vez mais; Atos 6.1,7: multiplicava-se o número dos discípulos; Atos 9.31: A igreja já estava espalhada por toda a Judéia, Galiléia e Samaria e crescia em número; Atos 16.5: As igrejas eram fortalecidas na fé e aumentavam em número; Atos 21.20: Agora o número já havia se transformado em dezenas de milhares... Quanta

coragem! Quanta Intrepidez! Quanto compromisso com o Reino de Deus!

É verdade que coragem ousadia e intrepidez, nunca faltaram a servos de Deus no passado e isso custou-lhes a própria vida. Em Hebreus 11.35-38, lemos que “alguns foram torturados, ... passaram pela prova de escárnio e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada... Homens dos quais o mundo não era digno”.

3. A ousadia e a intrepidez são ferramentas, e não armas

Atualmente, somos um

exército em campo de concentração, usufruindo da proteção, boa alimentação e aquartelados. Na prática, somos pelotões e destacamentos de soldados medrosos. Estamos parados e mudos diante da corrupção, erro, falso testemunho, comportamento antiético, apostasia, mundanismo pervertido que adentra as casas e até as igrejas são afetadas.

Precisamos de intrepidez e ousadia para: 1. Sairmos da rotina e fazermos proezas (Sl 60.12); 2. Seguirmos a Jesus e não tomarmos a forma do mundo (Rm 12.2); 3. Tornar conhecido o Evangelho da Redenção (At

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4:31; 9.27,29; 13.46; 14.3; 18.26; 19.8).

4. A ousadia e a intrepidez são conquistadas diariamente

A Bíblia nos oferece

preciosas indicações de como podemos conquistar essa coragem e intrepidez: 1. Através da oração (At 4.31; Ef 6.18,19); 2. Através da comunhão com Deus (At 4.13); 3. Através da firmeza e constância na Palavra (Sl 1.3); Através do compartilhamento das experiências obtidas (1Sm 17.37) e 5. Através da prática continuada da Palavra.(At. 2. 42-47)

5. Ousadia e intrepidez para fazer conhecido o mistério do Evangelho

Este é um tempo onde

aprendemos a falar sobre futebol, jogos olímpicos, campeonatos nacionais e internacionais, violência nos bairros, corrupção política, descaso com a saúde... Certamente, temos muitos temas e argumentos para discutirmos com amigos ou colegas. Os arquivos que dispomos nos permitem falar por muitas horas. Mas quando o assunto é Jesus, Sua Palavra, Seus ensinos e sua vida... Aí, em cinco minutos já não temos

mais argumentos. E nos calamos.

Mas Deus está convocando seus corajosos e intrépidos filhos para que saiam do silêncio, a fim de proclamar as virtudes daquele nos chamou das trevas para Sua maravilhosa Luz (1Pe 2.9). Precisamos aprender a “aproveitar as oportunidades” para falarmos do amor de Cristo, pois a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus (Rm 10.17).

PARA PENSAR E AGIR 1. Quais os impedimentos

para praticarmos a ousadia e a intrepidez no testemunho cristão?

2. A alta tecnologia tem afetado a vida dos cristãos, mas de que forma?

3. Como você se sente diante dos desafios de um mundo perdido?

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA

Segunda-feira – Mt 10.16-23

Terça-feira - Mt 18. 10-14 Quarta-feira – Mt 28. 1-10; 18-

20 Quinta-feira – Mt 6. 7- 13 Sexta-feira – Mc 13. 5-13

Sábado – At 2. 42-47 Domingo – Hb 13.1-9

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Embaixadores de Cristo

possível que o sonho de ser um embaixador já tenha povoado a sua

mente e coração. Imagine: Ser um embaixador! Ser embaixador é representar um País em outro País. Certamente, um cargo fascinante, importante e necessário. Essa função pública internacional requer que seu ocupante viaje bastante, não tenha residência fixa e nem pretensões de controlar o seu próprio roteiro... Os salários são bem atraentes, além de ser uma carreira profissional segura... Você já teve esse sonho?

Então desejo dar uma notícia maravilhosa e encantadora: Todos nós, que um dia aceitamos Jesus como nosso Senhor, Salvador e Rei, somos chamados a sermos seus embaixadores. Portanto,

somos, sim, embaixadores de Cristo, representantes do País Celestial aqui na terra. Grande privilégio, esse nosso! O que é ser embaixador e quais as implicações da função?

O Apóstolo Paulo estava preso, mas, mesmo encarcerado, ele era um autêntico embaixador de Cristo. Foi de dentro de uma fria prisão romana que ele escreveu as chamadas “cartas da prisão”. Ele mesmo afirmou: “Sou embaixador em cadeias... Orando em todo tempo no Espírito (Ef.6.18)... Para que, em Cristo, eu seja ousado para falar , como me cumpre fazê-lo” r” (Ef 6.,20).

Estamos em uma guerra oficial. O mundo está rebelado

É

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contra Deus. E Deus enviou seus embaixadores para conquistar a paz, ainda que pela guerra espiritual, “contra as hostes da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12).

Portanto, temos o grandioso privilégio de sermos embaixadores do céu, enviados a resgatar os pecadores perdidos e sem esperança neste mundo. Na condição de Embaixadores de Cristo, qual é a nossa missão? 1. Um embaixador tem em si o ministério da reconciliação (2Co 5.18).

Deus não apenas reconciliou o mundo consigo mesmo, mas, também comissionou mensageiros para proclamar essas boas novas. Quem ouvir a mensagem e se arrepender, experimentará a alegria da reconciliação com Deus. Antes, nós éramos inimigos de Deus; agora somos embaixadores de Cristo. Antes, estávamos perdidos; agora, buscamos os perdidos. A boa nova do Evangelho jamais virá através de anjos ou arcanjos. Em cada geração é transmitida por homens e mulheres que falam de uma experiência que eles próprios viveram. É Cristo falando pelo Espírito, através de nós, hoje!

2. Um embaixador prega a mensagem da reconciliação (2Co 5.20).

O embaixador exorta aos homens em nome de Cristo que se reconciliem com Deus. O ser humano não tem poder em si mesmo para reconciliar-se com Deus. A reconciliação é efetuada pela morte de Cristo. O apóstolo não chama os pecadores para mudar a si mesmos, porque ele já afirmou que Deus é quem faz essa reconciliação (2Co 5.18). 3. Um embaixador ostenta uma grandiosa responsabilidade (2Co 5.20).

Ele fala em nome do

seu governo e representa o seu País. Ele vive em terra estranha, pois trata-se de um cidadão que vive entre pessoas que falam um idioma diferente do seu, tem tradições e cultura bem diferentes das suas. Nós nascemos de cima, viemos do alto e fomos gerados por Deus e ofertados a nossos pais para nos criar. O céu não é apenas o nosso destino, mas é a nossa pátria de origem. A nossa pátria está nos céu. Vivemos em terra estranha.

O embaixador é aquela autoridade designada para falar em nome de seu governo. Ele não representa a si mesmo e nem fala em seu próprio nome. Ele apenas representa o seu País. E quando fala, a sua voz é

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a de sua Pátria. Ele transmite a mensagem, a decisão e cumpre as leis do seu País.

O embaixador também tem a honra de seu País em suas mãos e é julgado por meio dele. Quando as pessoas o escutam, dizem: “Essa é a maneira como o seu país pensa e age”. O embaixador quando age, não o faz apenas como agente, mas também como representante legítimo do seu soberano.

A honra de Cristo e da sua amada Igreja está nas mãos dos Embaixadores de Deus. 4. Um embaixador deve transmitir a mensagem que ouviu

O embaixador só deve e pode falar em nome de seu governo a mensagem que recebeu desse governo. Ele não cria a mensagem, mas apenas a transmite. O embaixador entrega a mensagem na condição de autoridade. Ele não pode falar como substituto do Rei, mas em nome dele.

Mudar a mensagem do

Evangelho para agradar a homens e auferir lucros, como fazem muitos, é um ato de rebelião contra Deus e conspiração contra a Sua Palavra.

O embaixador vai para onde o envia seu chefe. Ele não determina o lugar para onde quer ser enviado. Ele é apenas

um servo do seu País. Ele não é autônomo. Assim é um Embaixador de Cristo: apenas um servo da missão, e não um autônomo que dirige a sua própria agenda. Um embaixador não se naturaliza. Ele é sempre um estrangeiro em terra estranha. Ele não muda de cidadania, porque é um representante de sua nação.

Nós, na condição de Embaixadores de Cristo, não devemos nos apegar a este mundo e seus valores. Somos apenas embaixadores, estamos em trânsito. Nós não somos daqui e estamos apenas em uma missão muito especial: resgatar vidas para o Senhor Jesus. 5. Um embaixador tem uma mensagem solene

A mensagem que anunciamos é a maior, a mais importante, a mais urgente e vital que o ser humano pode ouvir: É a mensagem da reconciliação. O apostolo Paulo nos exorta que “fomos reconciliados com Deus mediante a morte de Seu Filho” (Rm 5.10). Agora, Ele apela ao mundo, por intermédio de Seus embaixadores, para que se reconciliem com Ele (2Co 5.20).

Mas, atenção! Um embaixador precisa estar muito bem sintonizado com seu líder, governador, autoridade máxima ou Rei. Ele precisa saber se

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expressar bem e conhecer profundamente as leis do seu País, a sua Constituição, pois ele não pode inventar leis, apenas cumpri-las.

Somos Embaixadores do Rei! E por isso precisamos ter em nosso sangue o DNA do sangue do Senhor Jesus. Precisamos parecer com o nosso Rei. Mais do que isto: Precisamos falar em Nome dele enquanto estivermos na terra a Seu serviço.

O Apóstolo Paulo afirmou: “Sou embaixador em cadeias” (Ef 6.20). Isso significa dizer que mesmo estando preso, algemado, com sua liberdade restringida e confiscada, ele não podia ficar calado. E foi de uma prisão que ele escreveu as cartas mais importantes do Novo Testamento. Foram escritas e enviadas para que vidas fossem orientadas, ajudadas, pastoreadas, exortadas e motivadas. Paulo estava preso apenas fisicamente, mas a sua inteligência, a sua voz e a sua comunicação estavam livres. E, graças a isso, muitas igrejas puderam ser pastoreadas de dentro de uma prisão.

O nosso Rei é Jesus Cristo. A nossa constituição é o Evangelho da Graça. A nossa missão: mudar a inimizade contra Deus para o amor a Deus. O Apóstolo João solenemente nos conforta, dizendo: “Nisto consiste o amor;

não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 4.10). Por isso, devemos ser sempre Embaixadores de Cristo! PARA PENSAR E AGIR 1. Sou embaixador, mas

represento que reino? 2. Se sou embaixador, qual a

minha missão de representação?

3. Se sou embaixador, conheço a constituição do meu País?

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA

Segunda-feira: Pv 13.9-17 Terça-feira: 1Co 1.17-25 Quarta-feira: At 8.4-17

Quinta-feira: 2Co 4.5-15 Sexta-feira: Fp 1.15-26

Sábado: 1Ts 2.4-13 Domingo: Is 6.1-11

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Coragem para falar

século XXI já está sendo chamado de “O Século da Liberdade de Expressão”.

É um tempo da divulgação veloz de todo e qualquer tipo de informação e em tempo real. Tudo o que acontece do outro lado do mundo, em segundos, já estamos sabendo, inclusive com imagens enviadas por celulares, através de programas e aplicativos. A liberdade de expressão é plena e total em todas as línguas, nas maiorias dos lugares do mundo. Até nas exceções, pelas restrições, pessoas encontram um canal para enviar suas informações.

Evangélicos, de todo o mundo, tiveram acesso pleno aos meios de comunicação, com mais liberdade a partir da década de 70. Nos EUA, os programas evangélicos eram retransmitidos por rádios e TVs abertas ou a cabo, pastores-evangelistas se tornaram famosos pela competente forma com a qual comunicavam o Evangelho. Graças a essa liberdade de expressão, o

Evangelho pode ser anunciado em toda a América Central, México, Ilhas do Caribe, América do Sul (todos os países) e posteriormente na Europa, Ásia, África e Oceania.

Atualmente, todas as

cidades de médio e grande portes possuem emissoras que transmitem programas evangélicos. E de acordo com o último Levantamento do Netcraft

no mês de Junho, existem cerca de 172.338.726 sites em toda internet., sendo que o percentual de sites evangélicos está em torno de 40% desse total (Fonte: http://deskmundo.com)

As empresas brasileiras publicadoras de Bíblia (SBB, IBB, Vida Nova, Vida, Central Gospel, Alfalit, Geográfica, etc) vendem anualmente cerca de doze milhões de Bíblias por ano, somente no Brasil. Considerando as produções apenas de 1970 a 2010, um período de quarenta anos, já foram comercializadas cerca de

O

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trezentos e oitenta milhões de Bíblias. Considerando a publicação de Novos Testamentos e porções dos Evangelhos, alcançaram a fantástica marca de quatrocentos e oitenta milhões de exemplares! 1. O Brasil cresceu e, juntamente, o número de evangélicos

Com o crescimento das

cidades, houve também uma expansão progressiva do número de igrejas evangélicas de todas as vertentes doutrinárias. Há cidades grandes no Brasil com cerca de trezentas Igrejas evangélicas registradas. Em grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, etc, encontramos facilmente registros de cerca de cinco mil igrejas (estimativa). Esses dados retratam que a população evangélica encontra-se em vertiginoso crescimento. E essas informações preocupam, porque mostram dados que incomodam e notícias que afrontam, retrato de uma nova geração.

Entretanto, existem

outros dados que incomodam muito mais: em todas as capitais e cidades brasileiras de médio e grande porte, existem as chamadas “cracolândias”. Dados da Polícia Federal

indicam que estados brasileiros como Espírito Santo, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Goiás são líderes em mortes por assassinato, latrocínio, estupros, tráfico de drogas, prostituição, etc. Nos estados do nordeste brasileiro continua em ascensão o turismo sexual, onde crianças e adolescentes são e aliciadas diariamente

Vemos também em pleno crescimento seitas e religiões orientais que aqui no Brasil tem sido muito bem recebida. O Espiritismo cresce em ritmo acelerado em todas as regiões. Dados da Junta de Missões Nacionais indicam que apenas no Rio Grande do Sul existem cerca de dez mil centros espíritas. Além disso, mesquitas e templos budistas têm surgido com frequência nas grandes cidades. 2. O Brasil evangélico cresceu, mas também cresceu desordenadamente a violência nos lares e nas ruas

Por que tudo isso está

acontecendo em pleno século da “Liberdade de Expressão”? Por que a situação se agravou com tanta intensidade? Não existem milhares de programas evangélicos no rádio? Não é um fato que existem milhões de novas Bíblias anualmente em circulação? Não é realidade que existem jornais e articulistas evangélicos postando

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mensagens bíblicas? E por que a violência cresce e o mal avança? Como mudar esse cenário cruel, violento, perigoso e ameaçador? 3. O Apóstolo Paulo dá nome ao problema: Falta de CORAGEM e estratégias para comunicar o Evangelho Redentor do Senhor Jesus

“Para que, em Cristo, eu

seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo” (Ef 6.20). Podemos interpretar isso como sendo falta de compromisso com o evangelismo pessoal ou institucional e acomodação espiritual. Estamos nos intimidando diante do mal, da violência, do avanço da imoralidade e da descaracterização do discipulado cristão. Fomos contaminados pela síndrome da “timidez espiritual”. 4. O quadro pode ser revertido com conhecimento e prática da Palavra

Em Atos 6.8-15, vemos

um texto que relata a exposição corajosa do diácono Estêvão diante do sinédrio. Vemos ali sete princípios que alavancam a coragem para apresentamos a mensagem redentora do Senhor Jesus. Vejamos:

Primeiro Princípio: Fé

autêntica (v.8). Invariavelmente,

uma fé autêntica está associada ao falar com ousadia sobre o amor de Cristo. Cristãos que “sabem em quem tem crido” são corajosos e alegres portadores da mensagem redentora de Jesus. Eles conhecem o seu Senhor e nEle depositam a sua fé. A vida passa a ter outra dimensão.

Segundo princípio:

Instrução na Palavra (At 7.2-4; 6-8). Estêvão não estava diante de uma igreja amorosa e nem falando aos discípulos do Senhor. À sua frente estavam o Sumo-Sacerdote e as falsas testemunhas contra ele. O conhecimento bíblico verbalizado por ele foi o seu grande aliado na sua ousadia de falar sobre o glorioso ministério do Senhor Jesus.

Terceiro Princípio:

Conhecimento da História e dos acontecimentos (At 7.11-16). Estêvão não apenas conhecia a Palavras, mas era instruído nela. Ele a havia estudado com detalhes. O seu espantoso conhecimento da História de Israel, silenciou todo o Sinédrio. Falar com ousadia é basear-se não em autoconhecimento, mas, também, na história. A informação é uma grande aliada na ousadia de comunicar e impactar gerações.

Quarto Princípio:

Denunciar erros (At 7.39,52). No

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seu discurso não havia tentativa de ”maquiar a realidade”. Estêvão não estava “colocando panos quentes” na situação e não era complacente com toda farsa. Como autêntico filho de Deus, jamais poderia ser conivente com a cúpula religiosa reinante. Com ousadia precisamos ser anunciadores do Reino e denunciadores do pecado!

Quinto Princípio: Fiel

Testemunha (At 7.55-56). É muito fácil ser luz onde todos são luzes. É fácil sorrir quando todos estão alegres e felizes. Mas o Senhor Jesus nos convocou para um confronto, uma luta renhida (Mt 10.34) onde a perda da vida é uma possibilidade (Mt 10.39). Metaforicamente, Ele nos compara como “ovelhas no meio de lobos” (Lc 10.3) e nos convida a negar a nós mesmos, renunciar tudo e tomar a nossa cruz para segui-Lo. É preciso ter ousadia para ser esta testemunha!

Sexto Princípio: Lição

de perdão (At 7.60). Em toda Bíblia, só existem dois textos que apresentam os executados perdoando os executores: Atos 7.60 e Lucas 23.34. É notório que Estêvão aprendeu essa lição com Jesus! Evangelho é perdão, alegria, boas notícias e vida plena. Quando aprendemos a perdoar, prosseguimos na

corajosa missão de anunciar a vida que há em Jesus.

Sétimo Princípio: Ter

uma visão clara do céu (At 7.56). Paulo nos afirma que “a nossa Pátria está nos céus” (Fp 3.20). Estamos apenas de passagem por esta terra. E em nosso caminhar diário, rumo a esta Pátria, precisamos ter uma clara visão do lugar onde passaremos a eternidade. Quando assim fazemos, somos tomados de muita coragem para proclamar que somente Jesus é a porte de entrada para o céu. PARA PENSAR E AGIR

1. Quais os possíveis motivos

da omissão em testemunhar pessoalmente de Jesus?

2. Quais as maneiras práticas para obtermos coragem para a proclamação do Reino de Deus?

3. Como transformar a Igreja omissa em Igreja que promove o Cristo que é Justiça e Justificador?

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA

Segunda-feira – Dt 31.1-8 Terça-feira – Rm 15.1-7

Quarta-feira – 2Co 10.1-5 Quinta-feira – 1Ts 2.1-12 Sexta-feira – Fp 1.3-11 Sábado – Fp 3.12-21 Domingo – 1Jo 5.1-5

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Uma batalha intensa e sem

trégua

o mesmo instante em que recebemos a Jesus como Senhor e Salvador de

nossa vida, assumimos uma posição contrária ao império das trevas. Ainda que não se queira admitir, estamos em uma guerra ferrenha, sem tréguas e de vida ou morte. Tentar negar essa verdade é não se preparar devidamente para a realidade. Jesus disse que o diabo está totalmente inclinado a matar, roubar e destruir (Jo 10.10), e ele não vai hesitar em cumprir

aquilo que está em sua essência. Ele é homicida (João 8.44), carrega consigo a sentença de morte, vive da morte, porque transpira aquilo que lhe é próprio. Devemos então nos conscientizar de que a guerra é real e assim desejarmos nos lançar na busca dAquele que pode nos capacitar para derrotarmos o nosso inimigo.

Jesus nos afirmou que o Reino de Deus está dentro de nós (Lc 17.21). E, nesse Reino,

N

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toda a capacitação vem do Senhor (2Co 3.5) Se a nossa comunhão com Ele é verdadeira, isso toca o seu coração e traz sobre nós poder e autoridade, que também pode ser traduzida como revestimento. Isso quer dizer que não estamos vestidos de uma roupagem cristã ou uma aparência religiosa, mas que no Reino Espiritual somos reconhecidos tanto pelo Senhor, como pelos anjos e também pelos demônios. Temos uma marca, um selo, uma chancela que nos é outorgada pelo Deus Altíssimo, de que somos seus filhos e por isso recebemos dEle a armadura de Filhos do Rei. É nessa condição que deixamos de ser meras pessoas para sermos aliados do Senhor, fazemos parte do seu exército e de nossa própria vontade estamos pelejando as causas do nosso Pai.

Estarmos cônscios da guerra e da necessidade de capacitação para ela, faz-nos buscar ao Senhor para que sejamos cobertos pela Armadura de Deus. 1. O homem espiritual está diariamente sujeito às inteligentes ciladas do Diabo

O Apóstolo Paulo nos diz em sua carta aos Coríntios, que o homem espiritual discerne bem todas as coisas (1Co 2.15), isso quer dizer que, para todas as circunstâncias da vida o filho de Deus tem, no Espírito Santo,

uma fonte inesgotável de sabedoria e direção que o habilita a tomar decisões acertadas e a se desvencilhar de todas as artimanhas que Satanás possa articular. O filho de Deus, à mercê do Espírito Santo, tem visão ampla das situações, pois ele não anda por aquilo que determina sua intuição, nem tampouco o seu coração, mas por aquilo que o Espírito aviva em seu coração mediante a Palavra de Deus, posicionando-o tanto na defesa quanto no ataque. Ante a astúcia de Satanás, temos a sabedoria de Deus (1Co 2.6). Jesus Cristo venceu o inimigo sob a ação da Palavra. Nós venceremos o inimigo sob o mesmo princípio: revestidos da armadura do Espírito Santo, vivendo e proferindo a Palavra da verdade. 2. O homem espiritual precisa de preparação constante

À medida que caminhamos com Cristo aprendemos lições muito importantes, e a maior delas é que não somos capazes de coisa alguma (2Co 3.5). O Reino de Deus é movimentado por poder (1Co 4.20) e esse poder só está contido em uma fonte: o próprio Deus. Não há lugar nesse Reino para pessoas exaltadas, ou qualquer que se autonomeie capaz de prosperar ou direcionar as ações que carecem ser executadas para se

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alavancar os propósitos santos do Senhor. O Reino é de Deus, o poder é dEle, as escolhas também são dEle e os capacitados por Ele são os que executam a sua vontade.

Temos também de analisar a dinâmica antagônica dos princípios divinos e a dinâmica do mundo. Enquanto esta versa que quanto maior, melhor e quanto menor, pior; no Reino de Deus quanto menor, melhor (Jo 3.30; , e quanto maior, pior (Tg 4.6). Assim, temos diante de nós uma fundamentação bem sólida de que devemos nos humilhar diante da sua grandeza, reconhecer que nada somos e nada podemos fazer, e que Ele, sim, é tudo em todos (1Co 12.6; 15.28). 3. O homem espiritual também é um soldado

Esta é uma realidade que não podemos ignorar. Há um inimigo que investirá contra nós, os autênticos filhos de Deus e contra todos os seus. Somente há uma maneira de resistirmos e prevalecermos: utilizando-se da força e do poder que o Senhor coloca ao nosso dispor, através de Jesus Cristo. O aposto nos conclama que nos fortaleçamos no Senhor e no seu forte poder (Ef 6.10). Em 2Coríntios 11.3, Paulo também nos ensina que Satanás investe contra nós exatamente da mesma maneira como investiu contra Eva, na

intenção de controlar nossas mentes. 4. Vamos rever os principais componentes da armadura de Deus? 4.1. O cinto da verdade: A mentira sempre oferece brechas para Satanás, chamado por Jesus de “pai da mentira” (Jo 8.44). Em contrapartida, Jesus declarou: Eu Sou a Verdade (Jo 14.6). O Espírito Santo é o Espírito da verdade, e nos guia por ela (Jo 16.13). 4.2. A couraça da justiça: Deus é perfeitamente justo, e da nossa parte devemos ter fome e sede de Sua justiça (Mt 5.6). Isso significa estar debaixo da aprovação de Deus. A obediência é garantia de uma cobertura, uma couraça sobre nossas vidas. 4.3. O calçado para os pés: Seus pés têm que ter a formosura peculiar de quem se deixa conduzir pelo Senhor a anunciar suas Boas Novas. Isaías 52.7 é um texto chave para você entender acerca desta “beleza” que há nos pés de um ganhador de almas. Há um par de sandálias sobrenaturais para os pés daqueles que se preparam e anunciam o Evangelho. São os mesmos calçados que o farão correr com a velocidade da corça e saltar muralhas. 4.4. O escudo da fé: Efésios 6.16 explica que o escudo é para nos defender de dardos inflamados, que são flechas

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com fogo do inferno. Esse escudo serve para nos conservar fiéis – os dardos tentarão minar nossa fidelidade e nos fazer desistir da fé. De diversas formas esses dardos serão arremessados, principalmente por meio de palavras vindas de outras pessoas. Todo soldado deveria manter seu escudo ungido! O Espírito Santo em sua vida proverá o óleo para seu escudo 4.5. O capacete da salvação: Trata-se da sua identidade – a certeza que você precisa ter de quem é diante de Deus. Você precisa lembrar-se de que recebeu uma nova identidade através de Jesus Cristo, como Filho de Deus. Essa identidade lhe dará acesso às regiões celestiais e à fonte de poder e autoridade, em Jesus Cristo. 4.6. A espada do Espírito: Trata-se da Palavra de Deus, as Escrituras. Foi com ela que Jesus venceu Satanás nas tentações após Seu batismo (Mt 4.1-10). É preciso conhecer, aprender, praticar e saber manejar a Palavra. 4.7. O reforço da oração: Efésios 6.18 faz uma alusão toda especial à oração. O Espírito Santo nos ensina e conduz na oração. Tão importante é a oração que diversas vezes o Senhor Jesus se dirigiu aos Seus discípulos para ensinar-lhes como orar e para falar da necessidade de orar sempre.

Tomemos posse agora da armadura da ARMADURA DE DEUS. Tenhamos a consciência de que somos soldados e que o Senhor dos Exércitos é nossa garantia de vitória, porque Ele mesmo construiu, reforçou e disponibilizou uma inigualável e resistente armadura. Entretanto, essa ARMADURA torna-se mais eficiente quando há o reforço da oração. Portanto, peçamos ao Senhor, o fortalecimento e a proteção para essa luta sem igual e sem tréguas. PARA PENSAR E AGIR 1. Qual o conceito mais

apropriado para “dominadores deste mundo tenebroso?”

2. Descreva os elementos da Armadura de Deus, classificando-os em defesa e ataque.

3. O homem espiritual também é um soldado em guerra. Justifique.

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA

Segunda-feira – Sl 140.6-13 Terça-feira – Sl 144.1-10

Quarta-feira – Jd 3-6; 20-25 Quinta-feira – Êx 14.8-25 Sexta-feira – Is 41.8-20

Sábado – Tg 4.1-10 Domingo – Mt 28.18-20; Lc

24.44-49

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BIBLIOGRAFIA UTILIZADA NAS LIÇÕES

1. BARCLAY, William. El Nuevo testamento Comentado. Galatas y Efésios. Vol 10. Pags. 183-195. Buenos Aires, Editorial La Aurora: 1973.

2. SCHROEDER, A; L. Bonnet. Comentario Del Nuevo Testamento. Pags. 529-534. Buenos Aires, Casa Bautista de Publicaciones: 1974.

3. CHAMPLIN, Russell Norman. Vol. 4. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Pags. 634-650. Guaratinguetá, Sociedade Religiosa A Voz Bíblica: 1969.

4. PFEIFFER, Charles; HARRISON, Everett – Comentário Bíblico Moody. Vol 5. Romanos à Apocalipse. Pags 174 – 183. São Paulo, Editora Batista Regular: 2001.

5. PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso – Foco e Desenvolvimento no Novo Testamento. Pags. 339-353. São Paulo, Hagnos: 2008.

6. TOGNINI, Enéas; BENTES, João Marques. Janelas para o Novo Testamento. Págs. 195-2004. São Paulo, Hagnos: 2009.

7. LOPES, Hernandes Dias. Comentários Expositivos Hagnos. Pags. 183-255. São Paulo, Hagnos: 2011.

8. DUARTE, Noélio. A Equipe de Jesus vence com a Armadura de Deus. Rio de Janeiro, Edição do autor: 2014. 109p.

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