lavagem de capitias – l 9613

Download Lavagem de Capitias – l 9613

If you can't read please download the document

Upload: 111gggg

Post on 11-Aug-2015

76 views

Category:

Documents


14 download

TRANSCRIPT

A LEI 9.613/98 - LAVAGEM DE CAPITIAS

Professor: Renato Brasileiro. Bibliografia Legislao Criminal Especial v.6, ed. RT. Comentada pelo professor Renato Brasileiro. Introduo A lei de lavagem de capitais (lei 9.613/98), embora sendo de 1998 ficou por muito tempo sem ser utilizadas (norma sem efetividade), porm hoje j vem sendo vista e utilizada em maior nvel, inclusive na rea federal.Art. 1 Ocultar ou dissimular crime material, pois demanda a produo do resultado ocultao ou dissimulao - a natureza, origem, localizao, disposio, movimentao ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime: I - de trfico ilcito de substncias entorpecentes ou drogas afins; II - de terrorismo; II de terrorismo e seu financiamento; (Redao dada pela Lei n 10.701, de 9.7.2003) III - de contrabando ou trfico de armas, munies ou material destinado sua produo; IV - de extorso mediante seqestro; V - contra a Administrao Pblica, inclusive a exigncia, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condio ou preo para a prtica ou omisso de atos administrativos; VI - contra o sistema financeiro nacional; VII - praticado por organizao criminosa. VIII praticado por particular contra a administrao pblica estrangeira (arts. 337-B, 337-C e 337-D do Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Cdigo Penal). (Inciso includo pela Lei n 10.467, de 11.6.2002) Pena: recluso de trs a dez anos e multa. 1 Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular (crime formal o agente age com esse objetivo,mas este resultado no precisa ocorrer) a utilizao de bens, direitos ou valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo: ex: tentativa de dissimular a origem de dinheiro do trfico de drogas I - os converte em ativos lcitos; II - os adquire, recebe, troca, negocia, d ou recebe em garantia, guarda, tem em depsito, movimenta ou transfere; III - importa ou exporta bens com valores no correspondentes aos verdadeiros. 2 Incorre, ainda, na mesma pena quem: I - utiliza, na atividade econmica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabe serem provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo; II - participa de grupo, associao ou escritrio tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundria dirigida prtica de crimes previstos nesta Lei. 3 A tentativa punida nos termos do pargrafo nico do art. 14 do Cdigo Penal. 4 A pena ser aumentada de um a dois teros, nos casos previstos nos incisos I a VI do caput deste artigo, se o crime for cometido de forma habitual ou por intermdio de organizao criminosa. 5 A pena ser reduzida de um a dois teros e comear a ser cumprida em regime aberto, podendo o juiz deixar de aplic-la ou substitu-la por pena restritiva de direitos, se o autor, co-autor ou partcipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam apurao das infraes penais e de sua autoria ou localizao dos bens, direitos ou valores objeto do crime.

I. Histrico A origem da lei est relacionada a Conveno das Naes Unidas contra o trfico de drogas de 1988 (20/12/1988 Viena), os Estados signatrios chegaram a concluso que no h como combater o trfico de drogas sem combater sua movimentao - ratificada pelo decreto n.

154/1991 II. Origem O nome tem origem no direito americano como Money laundering. Para justificar a origens de valores ilcitos os agentes criminosos utilizavam lavanderias. Expresso branqueamento de capitais, expresso no utilizada no Brasil.

III. Conceito Lavagem de capital consiste no processo por meio do qual bens, direitos ou valores, provenientes direta ou indiretamente de um dos crimes antecedentes listados no artigo 1, so integrados ao sistema financeiro com a aparncia de serem obtidos de forma lcita. No necessrio grande quantia para que se possa falar em capitais. STF: entendeu ser crime de lavagem o deposito de R$ 5.000 da Mfia dos Fiscais na conta de cunhado.

Evoluo - Geraes das Leis Nas leis de primeira gerao o nico crime antecedente era o delito de trfico de drogas, com a segunda gerao surgiram novos crimes, pois houve ampliao dos crimes antecedentes. nossa legislao de segunda gerao rol taxativo.

As leis de terceira gerao Qualquer crime grave pode figurar como antecedente da lavagem de capitais; j o que o corre na Espanha e Argentina; existe um projeto lei que visa suprimir o rol dos cries antecedentes e tornar nossa lei uma lei de terceira gerao. O rol taxativo na prtica exige grande esforo para conseguir ligar a lavagem com a organizao, por isso tendo um rol aberto a lei teria maior efetividade.

Fases da Lavagem 1 Fase Colocao - Placement A primeira fase da lavagem de capitais chamada de colocao ou placement, pois ocorre a introduo do dinheiro ilcito no sistema financeiro. Na colocao, o dinheiro ilcito est muito prximo de sua origem, por isso mais fcil agir neste momento. Smurfing consiste em tcnica de fracionamento de grande quantia em pequenos valores. Visa enganar o COAF (rgo criado pelo ministrio da justia e trabalha com movimentaes suspeitas, uma vez que em

movimentaes suspeitas a instituio financeira deve comunicar o COAF para futuras apuraes.

2 Fase Dissimulao Laxering Nesta fase realizada uma srie de negcios ou movimentaes financeiras de modo a encobrir a origem ilcita dos valores. O dinheiro parado leva um maior risco da identificao de sua ilicitude.

3 Integrao Integration Agora com a aparncia lcita, os bens so formalmente incorporados ao sistema econmico, seja por investimentos no mercado mobilirio ou imobilirio, seja no refinanciamento de atividades ilcitas. Para o STF no necessria a ocorrncia das trs fase para que o crime esteja consumado. RHC 80816

EMENTA: Lavagem de dinheiro: L. 9.613/98: caracterizao. O depsito de cheques de terceiro recebidos pelo agente, como produto de concusso, em contas-correntes de pessoas jurdicas, s quais contava ele ter acesso, basta a caracterizar a figura de "lavagem de capitais" mediante ocultao da origem, da localizao e da propriedade dos valores respectivos (L. 9.613, art. 1, caput): o tipo no reclama nem xito definitivo da ocultao, visado pelo agente, nem o vulto e a complexidade dos exemplos de requintada "engenharia financeira" transnacional, com os quais se ocupa a literatura.

MPF Qual bem jurdico tutelado pela lei 9.613/98 ? No h consenso na doutrina quanto esta pergunta. A primeira corrente entende que o bem tutelado seria a administrao da justia, sob o argumento que o crime de favorecimento real artigo 349 assemelhase ao crime de lavagem (crimes contra a administrao da justia); para outra parte da doutrina seria o mesmo bem jurdico tutelado pelo crime antecedente, na lei brasileira esta corrente se mostra invivel, pois os crimes antecedentes tem natureza distinta. Prevalece o entendimento que o bem jurdico tutelado a ordem econmico financeira, sendo assim possvel a aplicao do princpio da insignificncia.CAPTULO DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAO DA JUSTIA Favorecimento real Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptao, auxlio destinado a tornar seguro o proveito do crime: Pena - deteno, de um a seis meses, e multa. III

Requisitos para configurao da insignificncia da conduta segundo o STF:

Alm do valor preciso observar outros requisitos: Mnima ofensividade da conduta Ausncia de periculosidade social da ao Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento Inexpressividade da leso jurdica provocada Obs: discute-se se a reincidncia impossibilitaria a configurao do princpio.

7. Acessoriedade da lavagem de capitais

O crime de lavagem de capitais um crime acessrio, ou seja, consiste em crime que depende de um crime antecedente artigo 1 - os crimes antecedentes funcionam como elementar da lavagem. O ideal que os dois crimes sejam julgados no mesmo processo, em virtude da conexo probatria ou instrumental, mas no significa dizer que os processos criminais no possam correr separadamente;portanto, os processos criminais pelos crimes de lavagem e crimes antecedentes so autnomos e independentes, sendo punvel a lavagem ainda que desconhecido ou isento de pena o autor de crime antecedente. Mesmo que em varas diferentes, o julgamento do crime pretrito no consiste em prejudicial , caso em relao ao crime pretrito o ru for absolvido ser cabvel HC bem como reviso criminal em relao ao processo crime da lavagem criminal.Art. 2 O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: I obedecem s disposies relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com recluso, da competncia do juiz singular; II - independem do processo e julgamento dos crimes antecedentes referidos no artigo anterior, ainda que praticados em outro pas; III - so da competncia da Justia Federal:* a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econmico-financeira, ou em detrimento de bens, servios ou interesses da Unio, ou de suas entidades autrquicas ou empresas pblicas; b) quando o crime antecedente for de competncia da Justia Federal. 1 A denncia ser instruda com indcios suficientes da existncia do crime antecedente, sendo punveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor daquele crime. 2 No processo por crime previsto nesta Lei, no se aplica o disposto no art. 366 do Cdigo de Processo Penal.

Obs: em relao ao crime antecedente tentado somente se este gerar lucros possvel se pensar no crime de lavagem de capital, porm vale lembrar que alguns desses crimes so crimes formais o que , em regra, inviabiliza a forma tentada.

No processo de lavagem o ru foi condenado. Caso ocorrer absolvio no processo referente ao crime antecedente, esta absolvio ir repercutir no processo criminal de lavagem de capitais ? A repercusso no processo de lavagem de capitais depende do fundamento da absolvio: Para que o delito de lavagem de capitais seja punvel a conduta antecedente deve ser tpica e ilcita (princpio da acessoriedade limitada). Portanto, caso o autor do crime antecedente seja absolvido com base na atipicidade ou em excludente da ilicitude no ser possvel a condenao por lavagem de capitais. Ver artigo LFG comentando pergunta de prova envolvendo o principio da acessoriedade limitada. A Teoria da Acessoriedade Limitada, consagrada pelo Cdigo Penal vigente (Artigo 28),exige que a conduta principal rena as qualidades da tipicidade e ilicitude.Emoo e paixo Art. 28 - No excluem a imputabilidade penal: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) I - a emoo ou a paixo; (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)Art. 386 (CPP). O juiz absolver o ru, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconhea: I - estar provada a inexistncia do fato; no h como o ru ser condenado se o fato pretrito no existiu. II - no haver prova da existncia do fato; no outro processo de lavagem possvel reunir provas suficientes, por isso no repercute no processo de lavagem. III - no constituir o fato infrao penal; sendo atpica a conduta ningum pode ser condenado pela lavagem de capitais teoria da acessoriedade limitada IV estar provado que o ru no concorreu para a infrao penal; (Redao dada pela Lei n 11.690, de 2008) possvel a prova na lavagem de capitais. V no existir prova de ter o ru concorrido para a infrao penal; (Redao dada pela Lei n 11.690, de 2008) VI existirem circunstncias que excluam o crime ou isentem o ru de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e 1o do art. 28, todos do Cdigo Penal), ou mesmo se houver fundada dvida sobre sua existncia; (Redao dada pela Lei n 11.690, de 2008) causas excludentes de ilicitude repercutem na lavagem de capitais, condutas licitas no podem justificar condenaes por lavagem de capitais.

Porm se o autor do crime antecedente foi absolvido por excludente da culpabilidade ou em virtude de causa extintiva da punibilidade nada impede a condenao pelo crime de lavagem de capitais. Exceo: Nas hipteses de abolitio criminis (ex: adultrio) e anistia cuidando-se de novatio legis ,que deixa de considerar o fato antecedente como crime, no ser possvel a condenao pelo crime de lavagem de capitais na prtica impensvel pensar em abolitio criminis nos crimes trazidos no rol da lei.VII no existir prova suficiente para a condenao. (Includo pela Lei n 11.690, de 2008) Pargrafo nico. Na sentena absolutria, o juiz: I - mandar, se for o caso, pr o ru em liberdade; II ordenar a cessao das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas; (Redao dada pela Lei n 11.690, de 2008) III - aplicar medida de segurana, se cabvel.

8. Sujeito Ativo do Delito

O crime de lavagem de capitais um crime comum, isto , consiste em crime que pode ser praticado por qualquer pessoa. O autor do crime antecedente tambm responde pelo crime de lavagem de capitais ? No Brasil, o autor do crime antecedente tambm pode responder pelo crime de lavagem de capitais. cachimbo sempre deixa a boca torta Obs: quando o dinheiro da atividade ilcita estocado no configura lavagem, pois para a configurao da lavagem de capitais preciso a prtica de condutas para esconder a origem ilcita do capital ocultar e dissimular - o simples ato de guardar consiste mero exaurimento da conduta anterior. O advogado pode responder pelo crime de lavagem de capitais ? Ex: Advogado particular procurado por pessoa que reponde por processo criminal e recebe R$ 50.000 mil reais declara os R$ 50.000 no IR no responde pelo crime, porm o dinheiro sujo pode ser objeto de medidas cautelares (seqestro/arresto/ apreenso de valores). Ex2: Advogado particular recebe R$ 500.000 transfere R$ 450.000 acessria para a prtica do crime responde pelo crime. Caso o advogado deliberadamente concorra para a prtica do delito responder normalmente pelo crime de lavagem de capitais (operao da PF monte den - descobriu fraude em escritrios de advocacias lavando capitais em lojas ofshoore no Uruguai). Da se conclui que no preciso que a pessoa participe do crime antecedente para responder crime de lavagem de capitais, desde que saiba da origem ilcita do dinheiro.

Sujeito Passivo

O Estado

9. Tipo Objetivo

Por ocultar se entende esconder a coisa procurando-se impedir ou dificultar o seu encontro. Por dissimular deve ser entendida como ocultao com fraude os dois verbos consistem em crime permanente,

ou seja, a sua consumao se prolonga no tempo.

Se os depsitos foram feitos de 1998 e mantidos at ento, aplica-se a lei de lavagem de capitais ? Ateno smula 711 STF a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigncia anterior cessao da continuidade ou a permanncia. ideia surgiu no TRF 3 /SP. Crime de ao mltipla, se praticado mais de um verbo da figura delituosa em um mesmo contexto, o agente responde por crime nico Princpio da Alternatividade *Qual a diferena entre o princpio da alternatividade e o princpio da alteralidade? O princpio da alternatividade se aplica aos crimes de contedo mltiplo (plurinuclear), cujos tipos penais contm vrias condutas tpicas. Nesses casos, se o agente realiza mais de um desses verbos, no mesmo contexto ftico, responder por um nico crime, posto que tais comportamentos criminosos devem ser compreendidos e analisados alternativamente. J o princpio da alteralidade determina que a ofensa ao bem jurdico deve necessariamente, atingir terceira pessoa. Entende-se que, a ofensa a bem jurdico prprio no crime.

STJ: Por mais que parea cotidiano, a bola da vez do estupro 12.015/09 o coito anal + conjuno carnal em julgados do STJ considerado dois crimes sendo que no pode ser considerado apenas um crime, o que defendido pela doutrina turma com maior nmero de mulheres. Ateno : CESPE UNB em prova recente entenderam ser crime nico. O crime de lavagem de capitais um crime material crime cujo o resultado est dentro do tipo penal ou formal / consumao antecipado crime cujo o resultado no precisa ocorrer para estar consumado - ? O caput do artigo 1 exige o resultado ocultao ou dissimulao, portanto configura crime material (h doutrinadores que entendem se tratar de crime formal minoritrio -); j, os Pargrafos 1 e 2 do artigo 1 so crimes formais.

10. Tipo Subjetivo Questo relacionada ao elemento subjetivo do agente. No Brasil, o crime de lavagem de capitais se pune apenas a ttulo de dolo (direto ou eventual a depender da situao) na Europa se pune a titulo culposo como no Brasil o crime culposo depende de expressa tipificao e no h esta previso, somente a ttulo de dolo ser possvel a configurao do crime de lavagem de capitais.

Exerccio para fixar crimes apenas com dolo direto:Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito prprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-f, a adquira, receba ou oculte: (Redao dada pela Lei n 9.426, de 1996) Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa. Art. 339. Dar causa instaurao de investigao policial, de processo judicial, instaurao de investigao administrativa, inqurito civil ou ao de improbidade administrativa contra algum, imputando-lhe crime de que o sabe inocente:

O crime tambm punido a ttulo de dolo eventual no artigo 1 caput bem como em seu 1; j, na hiptese do artigo 1, 2 o delito s punido a ttulo de dolo direto.Art. 1 Ocultar ou dissimular crime material, pois demanda a produo do resultado ocultao ou dissimulao - a natureza, origem, localizao, disposio, movimentao ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime: 2 Incorre, ainda, na mesma pena quem: I - utiliza, na atividade econmica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabe serem provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo; II - participa de grupo, associao ou escritrio tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundria dirigida prtica de crimes previstos nesta Lei.

Obs: para que o agente responda pelo crime, o dolo deve abranger a conscincia que os valores ocultados so provenientes de um dos crimes antecedentes previstos na lei brasileira. Este o grande problema da legislao brasileira. ex: em Foz do Iguau uma pessoa foi presa no aeroporto com R$ 500.000 (caso a pessoa for pega saindo do pas estaria configurado o crime de evaso de divisas), alm da ocultao do dinheiro tambm preciso provar o conhecimento da origem ilcita do dinheiro, o que em regra dificulta a comprovao da configurao do crime de lavagem de capital. Para sanar esta situao foi criada a teoria da cegueira deliberada. Criado nos EUA com o nome de Ostrich Instructions teoria das instrues da avestruz

Teoria da Cegueira Deliberada

Caso o agente tinha conscincia da elevada possibilidade de que os bens direitos ou valores eram provenientes de um dos crimes antecedentes e agiu de modo indiferente a esse conhecimento reponde pelo delito de lavagem de capitais a ttulo de dolo eventual. Ex: Furto no Banco Central do Cera 160 milhes - venda de carros no sbado no valor de R$ 980.000 pagos em notas dentro de sacos de nylon, os empresrio foram condenados em primeira instncia utilizando-se para tanto a teoria da cegueira deliberada, porm absolvidos em segunda instancia (TRF 5), pois o crime foi praticado na sexta e s foi noticiada na segunda e que o dolo eventual no caberia na figura tipificada, pois

exige o dolo direto.

Objeto Material

Bem jurdico (ex: crimes contra o patrimnio) objeto material (coisa alheia mvel coisa ou pessoa que recai a conduta a delituosa). Como objeto material do crime de lavagens temos bens, direitos ou valores provenientes direta ou indiretamente dos crimes antecedentes. Produto direto: producta sceleris j foi questo de concurso. Consiste o produto imediato do crime, ou seja, o objeto furtado, o dinheiro obtido com a venda da droga. Produto indireto: fructus sceleris Trata-se do proveito obtido pelo agente como resultado da utilizao econmica do produto direto do delito. Ex: trfico de drogas dinheiro obtido (produto direto) compra de imvel (produto indireto).

12. Crimes Antecedentes Artigo 1 - segunda gerao rol taxativo de delitos Crtica: trfico de animais , crimes contra a ordem tributria, contravenes penais so condutas que deveriam constar do rol, na medida em que movimentam grandes vultos ilcitos no Brasil. O crime de prevaricao pode ser crime antecedente da lavagem ?Prevaricao Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofcio, ou pratic-lo contra disposio expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal no da dinheiro impossibilidade de lavagem, pois no h o que lavar. Pena - deteno, de trs meses a um ano, e multa. I - de trfico ilcito de substncias entorpecentes ou drogas afins; II - de terrorismo; II de terrorismo e seu financiamento; (Redao dada pela Lei n 10.701, de 9.7.2003) III - de contrabando ou trfico de armas, munies ou material destinado sua produo; IV - de extorso mediante seqestro; V - contra a Administrao Pblica, inclusive a exigncia, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condio ou preo para a prtica ou omisso de atos administrativos; VI - contra o sistema financeiro nacional; VII - praticado por organizao criminosa. VIII praticado por particular contra a administrao pblica estrangeira (arts. 337-B, 337-C e 337-D do Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Cdigo Penal).

Obs: mesmo que o crime antecedente conste no artigo 1 da lei de lavagem de capitais, s se pode falar em lavagem se desse delito resultar a obteno de bens, direitos e valores.

12.1 Trfico de DrogaI - de trfico ilcito de substncias entorpecentes ou drogas afins;

Examinador: Doutor onde est tipificado o crime de trfico de drogas ? A legislao especial no traz o nome do delito na cabea do artigo como faz a o Cdigo Penal, v.g, artigo 121 homicdio. A maioria da doutrina e da jurisprudncia, principalmente os tribunais superiores, entendiam que o trfico de drogas estava previsto nos artigos 12 e 13 da lei 6.368/76 importar, remeter, preparar, vender / maquinismo destinado produo de drogas o artigo 14, que trazia a associao de drogas e o crime de porte tipificado no artigo 16 (usurio) no eram vistos como trfico de drogas. O artigo 44 da nova lei de drogas (11.343/06).Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e 1o, e 34 a 37 desta Lei so inafianveis e insuscetveis de sursis, graa, indulto, anistia e liberdade provisria, vedada a converso de suas penas em restritivas de direitos. Pargrafo nico. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se o livramento condicional aps o cumprimento de dois teros da pena, vedada sua concesso ao reincidente especfico.

A partir da interpretao do artigo 44 possvel extrair o que seria trfico para o legislador, pois o crimes de trfico, tortura e terrorismo segundo a Constituio Federal so insuscetveis de fiana, sursi, graa e anistia. Como o artigo 35, antigo artigo 14 da lei 63.68/76, tipifica a associao para trfico) entende-se que no configura crime precedente trazido no rol dos crimes de lavagem de dinheiro. A associao pode ser crime antecedente para a lavagem ? Por mais que se queira que a associao ser chamada de trfico de drogas certo que da associao no resulta dinheiro para ser lavado, mas sim com a venda das drogas.

12.2 O terrorismo e seu financiamentoII de terrorismo e seu financiamento; (Redao dada pela Lei n 10.701, de 9.7.2003)

Existe no Brasil o crime de terrorismo ? Existem duas correntes. Uma primeira corrente, minoritria, defendida por Antnio Scarantes Fernandes, sustenta que o crime estaria tipificado no artigo 20 da lei 7170/83, uma vez que traz a expresso atos de terrorismo. Para o professor no se trata da melhor interpretao, pois

a expresso atos de terrorismo consiste em elemento normativo o que elemento normativo ? questo Procurador da Repblica -. Elemento Normativo um elemento comumente utilizados pelo legislador constante do tipo penal, cuja compreenso demanda um juzo de valor. No possvel viver sem eles, mas sua utilizao exagerada acaba por violar o princpio da legalidade no aspecto da taxatividade do mandado de certeza, ou seja, os tipos penais no podem ser muito amplos,abertos,indeterminados, pois dificulta a compreenso do tipo penal. ex: artigo 233 do ECA 8069/90 (revogado pela lei de tortura, mas durante 7 anos esteve em pleno vigor). a tortura o que que tortura ? gera uma zona cinzenta. Foi aceito, pois tinha sujeito ativo, passivo, objeto material. Ex: antigo elemento normativo da mulher honesta a pessoa precisa valorar, interpretar o que seria mulher honesta para a possibilitar a aplicao da lei. A constitucionalidade do artigo 233 foi levada ao STF que entendeu que o conceito de tortura poderia ser extrado de tratados internacionais dos quais o Brasil fosse signatrio ( HC70389 - acordo relacionado) lembrar de fazer paralelo com aula de penal na qual o STF no admitiu a utilizao de tratados para incriminar pessoas. A corrente majoritria, sustentada pelo professor Alberto Silva Franco, LFG, entendem que no ordenamento brasileiro no h tipificao do crime de terrorismo. E se o delito de terrorismo for praticado no exterior caracterizaria o crime de lavagem ? Ex: pessoa pratica atentado no Iraque e vem para o Brasil fazer a lavagem. Para a doutrina deve ser respeitado o princpio da dupla incriminao portanto, partindo do pressuposto que no Brasil no h crime de terrorismo (doutrina majoritria) no poderia ser incriminado no pas.

12.3 Contrabando ou Trfico de ArmasIII - de contrabando ou trfico de armas, munies ou material destinado sua produo;

Artigos 17, 18 da lei 10.826/03. H doutrinadores que acrescentam o artigo 12 da 7.170 (Lei de Segurana Nacional).

Comrcio ilegal de arma de fogo Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depsito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito prprio ou alheio, no exerccio de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessrio ou munio, sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar: Pena recluso, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Pargrafo nico. Equipara-se atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestao de servios, fabricao ou comrcio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residncia . Trfico internacional de arma de fogo Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou sada do territrio nacional, a qualquer ttulo, de arma de fogo, acessrio ou munio, sem autorizao da autoridade competente: Pena recluso de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. L. 7170 Art. 12 - Importar ou introduzir, no territrio nacional, por qualquer forma, sem autorizao da autoridade federal competente, armamento ou material militar privativo das Foras Armadas. Pena: recluso, de 3 a 10 anos. Pargrafo nico - Na mesma pena incorre quem, sem autorizao legal, fabrica, vende, transporta, recebe, oculta, mantm em depsito ou distribui o armamento ou material militar de que trata este artigo.

12.4 Extorso mediante seqestroIV - de extorso mediante seqestro;

Extorso mediante seqestro Art. 159 - Seqestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condio ou preo do resgate: Vide Lei n 8.072, de 25.7.90 Extorso mediante seqestro Art. 244. Extorquir ou tentar extorquir para si ou para outrem, mediante seqestro de pessoa, indevida vantagem econmica: Pena - recluso, de seis a quinze anos. Formas qualificadas 1 Se o seqestro dura mais de vinte e quatro horas, ou se o seqestrado menor de dezesseis ou maior de sessenta anos, ou se o crime cometido por mais de duas pessoas, a pena de recluso de oito a vinte anos. 2 Se pessoa seqestrada, em razo de maus tratos ou da natureza do seqestro, resulta grave sofrimento fsico ou moral, a pena de recluso aumentada de um tro. 3 Se o agente vem a empregar violncia contra a pessoa seqestrada, aplicam-se, correspondentemente, as disposies do art. 242, 2, ns. V e VI ,e 3.

12.5 Crimes contra a administrao pblicaV - contra a Administrao Pblica, inclusive a exigncia, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condio ou preo para a prtica ou omisso de

atos administrativos crime de concusso redundncia -

Cdigo Penal artigos 312 / 359-H Lei 8.666/93 Decreto Lei 201/67 crimes praticados por prefeitos e vereadores. Dentro deste crimes antecedentes no esto englobados os atos de improbidade administrativa - Enriquecimento ilcito ;Prejuzo ao errio ; Violao dos princpios Juiz Federal da 4 Regio (SC , PN, RS) todo crime funcional tambm ato de improbidade administrativa ? todo ato de improbidade administrativa crime funcional ? So trs espcies de atos de improbidade , so eles: enriquecimento ilcito (artigo 9) ; atos que causam prejuzo ao errio (artigo 10) ; atos de improbidade que atentem contra os princpios da administrao pblica. Portanto, todo crime funcional tambm caracteriza ato de improbidade administrativa, pois haver no mnimo leso aos princpios da administrao pblica; mas, nem todo ato de improbidade configura crime funcional. Artigo 11, II. Parecido com a prevaricao, mas no tem a figura do sentimento pessoal. Est ligado a desdia haver improbidade, mas no configurar crime funcional.

12.6 Crimes contra o sistema financeiro nacionalVI - contra o sistema financeiro nacional;

Lei 7.492/86 e lei 6.385/76

12.7 Crimes praticados por organizao criminosaVII - praticado por organizao criminosa.

preciso entender que para haver crime da lei 9613 o CRIME (NO CONTRAVENO) antecedente dever ser praticado por organizao criminosa. A lei 9034, que trata das organizaes criminosa, nada disciplinou em relao ao que seria seu conceito. O artigo 1 distinguiu organizao criminosa, quadrilha ou bando

Quadrilha ou Bando / plurisubjetivo / associao permanente

A quadrilha ou bando est prevista no artigo 288 do CPP. Consiste na associao estvel e permanente de mais de trs pessoas com o fim de praticar uma srie indeterminada de crimes. O delito consuma-se independentemente das prtica dos delitos que os indivduos se associaram.Quadrilha ou bando Art. 288 - Associarem-se mais de trs pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: Pena - recluso, de um a trs anos. (Vide Lei 8.072, de 25.7.1990) Pargrafo nico - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando armado. Concurso material Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ao ou omisso, pratica dois ou mais crimes, idnticos ou no, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicao cumulativa de penas de recluso e de deteno, executa-se primeiro aquela. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) 1 - Na hiptese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, no suspensa, por um dos crimes, para os demais ser incabvel a substituio de que trata o art. 44 deste Cdigo. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) 2 - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprir simultaneamente as que forem compatveis entre si e sucessivamente as demais. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) Art. 157 - Subtrair coisa mvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaa ou violncia a pessoa, ou depois de hav-la, por qualquer meio, reduzido impossibilidade de resistncia: Pena - recluso, de quatro a dez anos, e multa. 1 - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtrada a coisa, emprega violncia contra pessoa ou grave ameaa, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a deteno da coisa para si ou para terceiro. 2 - A pena aumenta-se de um tero at metade: I - se a violncia ou ameaa exercida com emprego de arma; II - se h o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vtima est em servio de transporte de valores e o agente conhece tal circunstncia. IV - se a subtrao for de veculo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; (Includo pela Lei n 9.426, de 1996) V - se o agente mantm a vtima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Includo pela Lei n 9.426, de 1996)

STF: No h bis in idem na cumulao do artigo 157, 2, com o artigo 288, uma vez que tratam de crimes diferentes/independente artigo 69. Vale ressaltar, que quadrilha ou bando no se confunde com associaes criminosas. Associao Criminosa

Lei 11343/06

Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou no, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e 1o, e 34 desta Lei: Pena - recluso, de 3 (trs) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. Pargrafo nico. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prtica reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Lei de Segurana Nacional

Art. 16 - Integrar ou manter associao, partido, comit, entidade de classe ou grupamento que tenha por objetivo a mudana do regime vigente ou do Estado de Direito, por meios violentos ou com o emprego de grave ameaa. Pena: recluso, de 1 a 5 anos. Art. 24 - Constituir, integrar ou manter organizao ilegal de tipo militar, de qualquer forma ou natureza armada ou no, com ou sem fardamento, com finalidade combativa. Pena: recluso, de 2 a 8 anos.

2889 art 2 associao para o genocdio

Organizaes Criminosas A doutrina divergente. Uma primeira corrente sustenta que o conceito de organizao criminosa pode ser retirado do artigo 2 da Conveno de Palermo: consiste no grupo estruturado de trs ou mais pessoas existente ha algum tempo e atuando concertadamente com o propsito de cometer uma ou mais infraes graves enunciadas na presente Conveno, com inteno de obter direta ou indiretamente um benefcio econmico ou outro benefcio material TRF 4 Fernando Capez Por outro lado, uma segunda corrente sustenta que no Brasil no h conceituao legal de organizaes criminosas. Para os defensores desta tese trazer conceitos (definir crime) a partir de uma Conveno Internacional no possvel no Brasil por ferir a legalidade e uma de suas garantias a Lex populi. Por garantia da Lex populi entende-se que somente o Congresso Nacional pode dispor sobre crimes e penas Lus Flvio Gomes, Alberto Silva Franco. No artigo 233 existia sujeito ativo, passivo, elementos do crime e pena prevista, mas havia um elemento normativo que seria necessrio

utilizar tratados para sua compreenso , porm este mesmo raciocnio no pode ser feito na lei de organizaes, na medida em que no h sujeito, tipo objetivo, ou seja, ser trazer todo um tipo penal e uma pena de uma Conveno Internacional. Tramita no STF o HC 96007

Projeto Lei 7223 : Organizao preenchimento de trs caractersticas: I. Hierarquia estrutural II. Planejamento Empresarial

criminosa conceituada com o

III. Uso de meios tecnolgicos avanados IV. Recrutamento de pessoas V. Diviso Funcional das atividades VI. Conexo estrutural ou funcional com o Poder Pblico. VII. VIII. Oferta de prestaes Sociais Diviso territorial das atividades ilcitas

IX. Alto poder de intimidao X. . XI. Conexo local , regional , nacional internacional com outra organizao criminosa.

12.8 Crimes Praticados por Particular Contra a Administrao Pblica Estrangeira

a lei 10467/02 no s inseriu esses crimes no Cdigo Pena (337-b-;c ;d) como tambm com ocrime antecedente na lei de lavagem de capital.

Corrupo ativa em transao comercial internacional Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a funcionrio pblico estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determin-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofcio relacionado transao comercial internacional: (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002) Pena - recluso, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002) Pargrafo nico. A pena aumentada de 1/3 (um tero), se, em razo da vantagem ou promessa, o funcionrio pblico estrangeiro retarda ou omite o ato de ofcio, ou o pratica infringindo dever funcional. (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002) Trfico de influncia em transao comercial internacional(Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002)

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionrio pblico estrangeiro no exerccio de suas funes, relacionado a transao comercial internacional: (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002) Pena - recluso, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002) Pargrafo nico. A pena aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem tambm destinada a funcionrio estrangeiro. (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002) Funcionrio pblico estrangeiro (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002) Art. 337-D. Considera-se funcionrio pblico estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remunerao, exerce cargo, emprego ou funo pblica em entidades estatais ou em representaes diplomticas de pas estrangeiro. (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002) Pargrafo nico. Equipara-se a funcionrio pblico estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou funo em empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder Pblico de pas estrangeiro ou em organizaes pblicas internacionais. (Includo pela Lei n 10467, de 11.6.2002)

4 Quando criaram o crime antecedente em tela no colocaram essa causa de aumento para o inciso VIII, portanto s se aplica quando o crime for do inciso I at VI.

13. tentativa como crime plurisubsistente a lavagem de capitais admite a tentativa.Legislao especial (Includa pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) Art. 12 - As regras gerais deste Cdigo aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta no dispuser de modo diverso. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

O legislador foi redundante, pois o CP j disciplinava neste sentido.

14. Habitualidade Criminosa O artigo 1 4 traz causa de aumento de 1/3 a 2/3 se o crime antecedente estiver previsto no I a VI quando este crime for feito de maneira habitual ou organizao criminosa Qual a diferena entre habitualidade criminosa/criminoso habitual e crime habitual? A habitualidade criminosa uma caracterstica do agente, que faz do crime seu estilo de vida ; crime habitual aquele delito onde um ato isolado no tipifica a conduta delituosa, p.ex. exerccio ilegal da medicina.Exerccio ilegal da medicina, arte dentria ou farmacutica Art. 282 - Exercer, ainda que a ttulo gratuito, a profisso de mdico, dentista ou farmacutico, sem autorizao legal ou excedendo-lhe os limites: Pena - deteno, de seis meses a dois anos. Pargrafo nico - Se o crime praticado com o fim de lucro, aplica-se tambm multa.

15. Delao premiada

15.1 Origem e Conceito O primeiro exemplo da histria: Jesus; Tiradentes, Calabar (entrega de brasileiros para os holandeses). Surgiu com maior forca na Inglaterra conhecida como testemunha da coroa (crown witness). Delao premiada a possibilidade concedida ao participante ou coautor de fato delituoso de receber determinado benefcio mediante a prestao de informaes s autoridades. Alguns doutrinadores chama a delao premiada de chamamento de corru. necessrio que o delator seja correu, pois se apontar o fato criminoso a outrem tentando se esquivar no ser considerada delao premiada. Sob uma outra tica , a colaborao premiada seria o gnero do qual a delao seria espcie. Para LFG s haveria delao com a entrega de comparsas, porem h casos em que h colaborao sem apontar comparsas, v.g , bens, direitos, valores provenientes da lavagem. No a posio que prevalece. Outros doutrinadores sob luz da tica e moral, acreditam que a delao estimule uma conduta anti tica, na medida em que estimula um comportamento imoral, por caracterizar uma suposta traio posio acadmica. Alm de ser um comportamento vlido, a delao premiada no viola o direito da vedao de proibio de prova, pois ningum obrigado a delatar, trata-se de comportamento que parte do prprio sujeito.

8072, artigo 8 , Pargrafo nico. Se torna invivel pelo custo benefcio. Artigo 159 do Cdigo Penal visa possibilitar que o criminoso facilite a libertao da vitima.

Lei 7492/86 (crimes contra o sistema financeiro nacional) artigo 25,2. 8137/90 (crimes contra a ordem tributaria, econmica relaes de consumo) artigo 16, nico. Lei 9034/95 artigo 6 o legislador passa colocar a delao premiada em muitas legislaes , desmonstrando uma tendncia legislativa.

Pegar c Na lei 9613 traz alem da diminuio da pena e regime inicial aberto o que melhor tendo em vista que a priso conjunta com seus comparsas pode colocar em risco a sua vida. 2. substituio da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. Nestes casos trazem maior vantagens para o meliante. 3. perdo judicial. O perdo judicial tem natureza jurdica de causa extintiva da punibilidade (artigo 107 CP). lei 8.884/94. Esta lei a lei que trata do CADI e outras disposies delao tanto no mbito penal como em um acordo de natureza administrativa. Artigo 35- B tambm chamado de acordo de lenincia, ou acordo de brandura ou doura termos adotados por Damsio, nada mais que uma delao premiada La lei 8884/94. Artigo 35-C no haver denncia. Vale lembrar que a delao premiada dever ocasionar um benefcio real.

Lei 11343/06 Artigo 41

15.3 Lei de Proteo s Testemunhas l. 9.807 A delao premiada sofre um impulso muito importante com o advento da lei de proteo as testemunhas, pois a lei no foi feita para uma determinada espcie de crime, mas sim abrange todos os delitos. Artigo 13 e 14

De acordo com a doutrina (no so muitos os doutrinadores que falam sobre isso), esses incisos (artigo 13) devero estar presentes cumulativamente, caso seja possvel no caso concreto.

Alm de benefcios relacionados com pena, a lei em seu artigo 15 traz medidas de proteo aos delatores. O artigo 7 ; artigo 9 traz alguma medidas que podem ser tomadas pelo juiz, a modo de beneficiar o delator. A lei maravilhosa, mas na pratica isso acaba no sendo aplicado.

Testemunhas annimas . testemunha annima aquela cuja identidade verdadeira no divulgada aoacusado e a seu defensor tcnico . A lei de proteo as testemunhas vai possibilitar a proteo tanto da testemunha como dos criminosos (artigo 7, IV). O provimento n. 32/00 da Corregedoria de SP prev que nos casos de crime em que haja ameaa ou risco possvel a proteo dos dados da testemunha, mas que estes podero ser revelados para o advogado da outra parte, pois o principio da ampla defesa passa por esta testemunha. STF HC 90321 principio da convivncia pblica.

15.4 Natureza Jurdica da Delao Premiada

a delao pode ser analisada sob a tica do direito penal ou processual penal. Alguns doutrinadores apenas analisam sob a tica de um desses ramos do direito, esquecendo que pode ser analisada sob os dois pontos de vista. Sob a tica do direito penal, a delao premiada pode funcionar como: 1.causa de diminuio de pena, uma 2. causa de substituio da pena por restritiva de direitos, 3.uma causa de fixao de regime inicial aberto, 4. Uma causa extintiva da punibilidade ; sob a tica do direito processual penal, a delao premiada funciona como meio de obteno de prova, pois atravs da delao premiada o criminoso ir colaborar na identificao dos coautores, localizao da vitima e de demais objetos inerentes ao crime, nos casos da lei 8884/94 , artigo 35-C poder ser tambm uma causa impeditiva do oferecimento de denncia. Obs: a delao premiada um beneficio de carter pessoal, isto , somente o delator ser beneficiado.

15.5 Momento Oportuno para a delao premiada

O melhor momento para se fazer a delao premiada na fase investigatria, pois a fase que est mais prxima da consumao ou tentativa do crime, mas nada impede que durante o processo judicial haja a delao premiada. A doutrinadores, como Damsio, que entendem que a delao premiada pode ser feita at mesmo apos o trnsito em julgado da sentena condenatria. Para o professor trata-se de hiptese de difcil realizao prxima. ex: crimes de seqestros prolongados (anos) apos cumprimento de parte da pena o criminoso resolve colaborar, desde que sejam realmente relevantes a participao do criminoso, este poder se

beneficiar com a delao premiada. Parte da doutrina entende que se a delao ocorrer apos o transito em julgado ser cabvel reviso criminal, o ideal que se trata como incidente da execuo (pedido para o juiz da execuo), pois a reviso criminal est relacionada a erro.

15.6 Acordo de Delao Premiada criao doutrinria

Trata-se de acordo sigiloso celebrado entre o MP e o acusado, na presena de seu defensor a ser submetido a homologao do juiz que no poder de deixar observ-lo por ocasio da sentena, caso o delator tenha cumprido as obrigaes estabelecidas. No cabe ao delegado, uma vez que no o titular da ao penal. Ex: parecido com um contrato: ele vai ter que levar: a vtima, a res furtiva, seus comparsas x benefcios.

Este acordo dever ser sigiloso HC 90688

15.7 Valor Probatrio da delao premiada e necessidade de observncia do contraditrio para a jurisprudncia uma delao premiada considerada no pode fundamentar uma condenao. isoladamente

Havendo necessidade de oitiva de delator no processo, ser obrigatrio a observncia do contraditrio e ampla defesa. Permitindo-se que o advogado do correu delatado possa fazer reperguntas ao delator STF HC 94016 ; 83875;

16. Aspectos processuais

Art. 2 O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: I obedecem s disposies relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com recluso, da competncia do juiz singular;

Antigamente, at o ano de 2008 o procedimento do CPP era estabelecido de acordo com a natureza da pena (reclusa ou deteno ) por isso o inciso I dizia que o crime de lavagens de capitais seguiria o rito seguido pelos crimes punidos com recluso. A partir das modificaes de 2008 no h mais que se falar em procedimentos dos crimes de deteno ou recluso , mas o que h o procedimento comum: ordinrio, sumario,

sumarssimo.

O procedimento comum ordinrio ser observado nos crimes com pena mxima, igual ou superior a 4 anos, sendo necessrio analise das causas de aumento ou diminuio de pena para deduo da pena mxima ser atingida. O procedimento sumrio ser observado nos crimes cuja pena mxima inferior a 4 anos e superior a 2 anos. Hiptese de difcil constatao ex: homicdio culposo. O procedimento comum sumarssimo o procedimento do JECRIM, ser observado nas infraes de menor potencial ofensivo, ou seja, todas as contravenes penais mais os crimes que no tenham a pena mxima superior a 02 anos, cumulada ou no com multa e submetidos ou no a procedimento especial.Artigo 1: Pena: recluso de trs a dez anos e multa.

Tendo em vista que a pena prevista na lavagem de capital de recluso de trs a dez anos, conclui-se que o procedimento ser o comum ordinrio.III - so da competncia da Justia Federal: a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econmicofinanceira, ou em detrimento de bens, servios ou interesses da Unio, ou de suas entidades autrquicas ou empresas pblicas; b) quando o crime antecedente for de competncia da Justia Federal. 1 A denncia ser instruda com indcios suficientes da existncia do crime antecedente, sendo punveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor daquele crime. 2 No processo por crime previsto nesta Lei, no se aplica o disposto no art. 366 do Cdigo de Processo Penal.

17. Autonomia do ProcessoII - independem do processo e julgamento dos crimes antecedentes referidos no artigo anterior, ainda que praticados em outro pas;

Para os tribunais superiores os processos criminais pelo delito de lavagem de capitais e pelo delito antecedente no precisam, obrigatoriamente, transitarem juntos, o que no entanto no impede a reunio dos processos em virtude da conexo probatria a depender do caso concreto. STJ trafico internacional (sendo julgado em outro pais) e processo de lavagem correndo no Brasil. Pegar julgado

18. Competncia Criminal

Prevalece que o bem jurdico tutelado ordem econmico financeira. Portanto quem ir julgar este delito (artigo 109, VI, CF) , em regra, a justia estadual e alguns casos a justia federal. Artigo 26 7492 MPF crimes contra a ordem econmico financeira Justia Federal Lei 1521/51 rimes contra a economia popular. Smula 498 Estadual -

Justia

Lei 8176/91 lei que trata adulterao de combustvel lei omissa (artigo 109, VI) justia estadual. Pouco importando o fato da ANP praticar fiscalizao. Crimes contra ordem econmica tambm esto previstos na lei 8137 (crimes contra a ordem tributaria , relaes de consumo e ordem econmica ,v.g, formao de cartel. Quanto aos crimes contra a ordem tributria, a competncia vai depender da natureza do tributo , vejamos: IR (justia federal), IPVA (justia estadual). Formaes de cartis em regra so julgados pela justia estadual. Porm, se o delito tiver a possibilidade de abranger vrios estados da federao. Fornecimento de servios essenciais, p.ex. gs , combustveis (competncia federal). Lei 9613 crimes de lavagem de capitais: em regra, a competncia para julgar os crimes da justia estadual, porm , cuidado, a exceo acaba abrangendo grande parte das hipteses, so elas: quando houver leso em detrimento de bens, servios e interesses da Unio , suas autarquias ou empresas pblicas ; quando o crime antecedente for de competncia da justia federal. STJ: CC 32861 ; CC 96678

19. Justa Causa Duplicada

Tradicionalmente a partir dos ensinamentos do professor Afrnio Silva Jardim, as condies da ao no processo penal consistem em: possibilidade jurdica do pedido, interesse de agir, legitimidade para agir e a justa causa. Justa causa existncia de lastro probatrio mnimo quanto a autoria e materialidade do delito, uma vez que a mera instaurao de um processo j vai produzir efeitos deletrios contra ela, por isso no se pode admitir a instaurao de um processo sem um mnimo deu m lastro probatrio (justa causa). Justa Causa Duplicada, construo de Luis Flvio Gomes, consiste em alem de justa causa contra o crime de lavagem tambm necessrio lastro probatrio quanto a prtica do crime antecedente.

1 A denncia ser instruda com indcios suficientes da existncia do crime antecedente, sendo punveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor daquele crime.

Palavra Indicio est sendo utilizada como prova semiplena, isto , uma prova de menor valor persuasivo, no preciso ter certeza das origens dos valores quanto aos crimes antecedentes, bastando indcios para que se posso oferecer a denncia.

20. Aplicao do artigo 366 do CPP na lei 9613/08 j caiu

Est relacionado ao direito de ampla defesa

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redao dada pela Lei n 9.271, de 17.4.1996)

A doutrina chama de norma processual mista, porque na verdade o que se tem no artigo 366 um dispositivo que acarreta na suspenso do processo (processual) mais a suspenso da prescrio (material). Por ter natureza mista mais grave, prevaleceu nos tribunais superior o entendimento de que o artigo 366 do CPP s seria aplicados aos crimes ocorridos posteriormente a sua entrada em vigor 9271/96, por ser mais grave a norma que manda suspender a prescrio.

Por quanto tempo o processo poder permanecer suspenso ? O artigo 366 omisso, at 2008 tentaram aprovar uma mudana para que constasse no artigo os prazos, mas foi vetado. Admite-se como tempo de suspenso do processo, o tempo de prescrio da pretenso punitiva em abstrato, aps o que a prescrio voltaria a correr novamente posio do STJ/UNB Smula 415 STJ Para o STF o processo e a prescrio podem permanecer suspensos por prazo indeterminado. RE 460.971

O dispositivo teria criado uma priso preventiva obrigatria ?

Com fulcro no devido processo legal, a priso preventiva est condicionada a presena dos pressupostos do artigo 312 e 313 sendo vedada a priso preventiva obrigatria.

Produo Antecipada de provas urgentes mais provvel de cair, discusso recente nas hipteses do artigo 366. O MP que ouvir a testemunha o mais rpido possvel para que aproveite a memria fresca, pois o decurso do tempo pode levar o esquecimento dos fatos; porm os tribunais no entendem nesse sentido. Para o STJ o simples argumento de que testemunhas costumam se esquecer rapidamente dos fatos delituosos no suficiente por si s para autorizar a produo antecipada da prova, cuja realizao deve ser feita nos termo do artigo 225 do CPP.

Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instruo criminal j no exista, o juiz poder, de ofcio ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

Smula 445 STJ. 2 No processo por crime previsto nesta Lei, no se aplica o disposto no art. 366 do Cdigo de Processo Penal.

Parte da doutrina entende que o Pargrafo 2 viola a ampla defesa portanto seria inconstitucional, existem doutrinadores tambm que sustentam que a lei de lavagem de capitais dotada de uma antinomia normativa. Antinomia normativa consiste em dispositivos conflitantes constantes de uma mesma lei. Artigo 2, 2 x artigo 4, 3, ora se temos dois dispositivos conflitantes a doutrina como base no princpio do indbio pro ru, que tambm um princpio interpretativo, ser aplicado o dispositivo mais benfico ao ru.

21. Liberdade Provisria

Liberdade provisria uma medida de contracautela que funciona como substitutivo da priso em flagrante, ficando o agente em liberdade sob o cumprimento de certas condies. Primeiro passo analisar se realmente o sujeito estava em situao de flagrante, em um segundo momento preciso observar as formalidades do APF, uma vez que qualquer vico na priso em flagrante ser objeto de relaxamento da priso (priso ilegal) e no de liberdade provisria.

No havendo ilegalidade da priso, o caminho correto para se escolher liberdade provisria, porm existem leis que vedam a liberdade provisria, so elas:

Artigo 31 7492/86 Crimes contra o sistema financeiro nacional Racismo previsto na lei 7716/89 por contra da prpria Constituio tratase de crime inafianvel, portanto se entende que no cabe liberdade provisria com fiana. Ao de grupos armados lei 7170/83 Crimes hediondos e equiparados Na redao original 8072/90 crimes hediondos e equiparados so insuscetveis de (artigo 2, II): liberdade provisria com fiana e liberdade provisria com ou sem fiana, porm vale lembrar a lei foi alterada em 2007, por conta da lei 11464/07 admitindo a liberdade provisria sem fiana do artigo 310, pargrafo nico do CPP a Constituio Federal veda a fiana nos crimes hediondos e equiparados, caber ao juiz fazer o juzo de possibilidade/ necessidade desta medida.

Na lei de tortura tambm h previso de vedao de liberdade provisria no artigo 1, 6 da lei 9455/97 Crime de lavagem de capitais no cabe liberdade provisria, o professor critica entendendo que deveria ser aceito liberdade provisria com fiana, as com fianas de alto preo como feito nos EUA, na medida em que o lugar onde mais se di o bolso do crime. Artigo 3 da lei 9613/98. No estatuo do desarmamento nos artigos 14 e 15 pargrafo nico e 21 da lei 10826/03 prev a vedao de liberdade provisria, porm o STF na ADI 3112 entendeu que os trs dispositivos eram inconstitucionais, pois ao legislador ordinrio no seria dado vedar a liberdade provisria de forma absoluta devendo esta ficar ao crivo do juiz.

O artigo 44 da lei 13434/06 sustenta que em relao ao trafico de drogas no cabe liberdade provisria com ou sem fiana

possvel que o legislador ordinrio vede peremptoriamente a concesso de liberdade provisria a concesso de liberdade provisria ?

possvel a vedao da liberdade provisria com fulcro no artigo 5, LXVI da CF. Por outro lado, segundo Eugenio Pachelli, Alberto Silva Franco e LFG, a permanncia de algum na priso em virtude de flagrante delito preciso que haja os pressupostos da priso preventiva.

RESP 772504 STF HC 94404 Artigo 44 A grande discusso est na lei 11.343/06, uma vez que veda a liberdade com e sem fiana, a mesma fundamentao utilizada para os crimes hediondos foi utilizada na seara da lei 113434. No STF h julgados no permitindo liberdade provisrias ( HC 93302 - HC 97883 1 turma) HC 97256 o STF declarou a inconstitucionalidade da vedao da converso de pena restritiva de direitos para o trfico , ora como se entender prender algum que poder receber medida menos gravosa no final ? seria tratar gripe com quimioterapia. HC 92687 est afetado ao plenrio ir se discutir de maneira final.

22. Recurso em Liberdade Artigo 3

No artigo 9 da lei de organizaes criminosos o legislador mais categrico vedando de modo absoluto o recurso em liberdade. Durante muitos anos vigorou a smula 9 do STJ, a partir do momento que se da maior ateno a Conveno Americana de Direitos Humanos foi possvel assegurar o acusado ao duplo grau de jurisdio, o pacto de San Jose de costa rica assegura a todos o direito de recurso independentemente do recolhimento priso. 8 , H pacto HC 88420

Foi editada a smula 347 do STJ

Pargrafo nico. O juiz decidir, fundamentadamente, sobre a manuteno ou, se for o caso, imposio de priso preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuzo do conhecimento da apelao que vier a ser interposta. (Includo pela Lei n 11.719, de 2008).

Ainda que esteja dentro do CPP deve ser considerado vlido para as lei, acabou revogando tacitamente o artigo 3 da lei 9613 como tambm o artigo da lei 9034.

23. Recuperao de ativos e medidas cautelares

um dos principais objetivos da lavagem de capitais o combate da movimentao das organizaes criminosas pelos seguintes motivos: confisco de bens e valores promove a asfixia econmica da organizao criminosa. A ineficincia no cumprimento de pena privativas de liberdade Capacidade de controle das organizaes criminosas do interior dos presdios Rpida substituio dos administradores das organizaes criminosas

Medida Cautelares Para sua decretao a medida est submetida ao periculum in mora e o fumus comissi delicit,, sendo que devero ser concedidas inaudita altera pars.

Apreenso Consiste em medida cautelar com objetivo de prender coisas, objetos ou documentos de interesse para ao processo(artigo 240 CPP_ artigo 4 lei 9613) podendo atingir quaisquer objetos e instrumentos relacionados ao crime de lavagem.

Seqestro

Consiste em medida cautelar de natureza patrimonial fundada no interesse pblico antecipativa do perdimento de bens como efeito da condenao, no caso de bens que sejam produto de crime ou adquiridos pelo agente com a prtica do delito. O seqestro recai sobre o bem litigioso (produto da infrao).

Art. 91 - So efeitos da condenao: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) I - tornar certa a obrigao de indenizar o dano causado pelo crime; (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) II - a perda em favor da Unio, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-f: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienao, uso, porte ou deteno constitua fato ilcito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prtica do fato criminoso.

Artigo 125 e 126 De acordo com o Cdigo de Processo Penal uma vez decretado o processo a ao penal deve ter incio no prazo de 60 dias. Na lei de lavagem de capitais o prazo de 120 dias. A doutrina e jurisprudncia entendem que trata-se de prazo de natureza relativa, ou seja, a depender da complexidade do prazo seria possvel a dilatao do prazo.

Arresto Trata-se de medida cautelar de natureza patrimonial fundada no interesse privado, que tem por finalidade assegurar a reparao civil do dano causado pelo delito, portanto pode recair sobre qualquer bem do acusado, moveis ou imveis, desde que suficientes para garantir a futura recomposio patrimonial (artigo 136)

Art. 136. O arresto do imvel poder ser decretado de incio, revogando-se, porm, se no prazo de 15 (quinze) dias no for promovido o processo de inscrio da hipoteca legal. (Redao dada pela Lei n 11.435, de 2006).

De acordo com o artigo 4 da lei 9613 somente podemm ser indisponibilizados, bens diretos, ou valores sob os quais recaem suspeitas de vinculao com a lavagem de capitais , sendo invivel que essas medidas recaiam sobre patrimnio diverso- (Eugenio Pachelli) inqurito 2248 - portanto para alguns no cabvel arresto na lei de lavagem.

25. Inverso do nus da prova

Em um primeiro momento caso eu queira a apreenso ou o seqestro de bens, direito ou valores que sejam produto da lavagem de capitais preciso do fumum comissi delict bem como periculum in mora artigo 4. Em um segundo processo com o processo em andamento, o nus da prova quanto a licitude dos valores do acusado, caso tenha interesse na restituio; j no momento da sentena condenatria o nus quanto a demonstrao da ilicitude dos bens volta a recair sobre o Ministrio Pblico. Caso no seja demonstrada a origem ilcita dos bens, estes devero ser restitudos ao acusado. Para Gustavo Badar nas medidas cautelares de natureza patrimonial no seria aplicado o principio da no culpabilidade, pois so medidas trazidas da seara civil, sendo perfeitamente possvel a inverso

do nus da prova.

25. Alienao Antecipada

Caso no haja interesse na utilizao no aparato policial ser feito a alienao antecipada. Alienao antecipada consiste na venda antecipada de bens considerados instrumentos da infrao penal ou daqueles que constituam proveito auferido pelo agente pela pratica do delito, desde que haja risco de perda do valor econmico (ex: helicptero parado, bens parados no tempo), ressalvada a hiptese em que a Unio indique bens que devam permanecer sob a custdia da autoridade policial. Lei11.343 Na h previso legal de alienao antecipada na lei de lavagem, ressalvada a hiptese em que o crime antecedente seja o trfico de drogas

Art. 5 Quando as circunstncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Ministrio Pblico, nomear pessoa qualificada para a administrao dos bens, direitos ou valores apreendidos ou seqestrados, mediante termo de compromisso.

H projeto tramitando no Congresso Nacional para inserir a alienao antecipada na lei de lavagem de capitais.

Ao civil de perdimento ou confisco Trata-se de ao civil de perdimento ou confisco possibilitando a formao de um titulo executivo judicial, ante o trnsito em julgado da sentena condenatria, da qual resulta benefcios: Permite a possibilidade de recuperao de ativos em casos de decises declaratrias extintivas da punibilidade e absolutrias que no faam coisa julgada no civil. Pode-se alcanar uma sentena civil condenatria antes da sentena no processo penal, que costuma ser mais lento.

Essas ao no esta prevista na lei de lavagem, a importncia de relatar aqui que ela recomendada nos organismos internacionais, talvez o Brasil crie por esta tendncia.

Ao Controlada Consiste no retardamento da ao policial ou judicial para que se de no momento mais oportuno sob o ponto de vista da colheita probatria.

Obs: Na lei das organizaes criminosas a ao controlada no depende de autorizao judicial (Alberto Silva Franco ao controlada descontrolada) Artigo 2, II da lei 9.034/95 Lei 11.343/06 , artigo 53.

Quando tiver relacionada: priso flagrante prorrogado / retardado / diferido. Artigo 4, 4 da lei de lavagem 9613/98 - ao contrario das leis anteriores, na lei de lavagem a priso de flagrante continua sendo obrigatria, somente sendo possvel o retardamento da priso preventiva ou temporria e da apreenso e seqestro.

28. Efeitos da Condenao

Alm dos efeitos previstos no CP a condenao pela prtica de lavagem tambm importa em perda e favor da Unio de bens direitos e valores objetos do delito. Trata-se de efeito genrico da condenao, bastando trnsito em julgado artigo 192 do CP -

Artigo 7 da Lei 9613/98