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MARINHA DO BRASIL DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO TERMODINÂMICA (TER-I) 1ª edição Belém-PA 2010

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termodinamica apostila

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MARINHA DO BRASIL

DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS

ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO

TERMODINÂMICA

(TER-I)

1ª edição

Belém-PA

2010

2

© 2010 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas

Autor: Paulo Vitor Zigmantas

Revisão Pedagógica: Erika Ferreira Pinheiro Guimarães Suzana

Revisão Gramatical: Esmaelino Neves de Farias

Digitação/Diagramação: Roberto Ramos Smith

Designer Gráfico: Fernando David de Oliveira

Coordenação Geral: CF Maurício Cezar Josino de Castro e Souza

____________ exemplares

Diretoria de Portos e Costas

Rua Teófilo Otoni, no 4 – Centro

Rio de Janeiro, RJ

20090-070

http://www.dpc.mar.mil.br

[email protected]

Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto no 1825, de 20 de dezembro de 1907

IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL

3

SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 6 1 DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS ................................................................................... 8 1.1Sistema Termodinâmico .............................................................................................. 8 1.2 Fases, estado e propriedades de uma substância ................................................... 10 1.3 Propriedade específica de uma substância .............................................................. 11 1.4 Pressão .................................................................................................................... 11 1.5 Temperatura ............................................................................................................. 17 1.6 O gás perfeito ........................................................................................................... 21 1.7 Exercícios resolvidos ................................................................................................ 33 2 PRIMEIRO E SEGUNDO PRINCÍPIO DA TERMODINÂMICA ................................... 43 2.1 Primeiro e segundo princípio da termodinâmica ...................................................... 43 2.2 Principais formas de energia nos sistemas termodinâmicos .................................... 43 2.3 Entalpia. Uma propriedade termodinâmica combinada ............................................ 46 2.4 Primeira lei da termodinâmica .................................................................................. 46 2.5 Exercícios resolvidos ................................................................................................ 54 2.6 A Segunda lei da termodinâmica .............................................................................. 63 3 PROCESSOS TERMODINÂMICOS ........................................................................... 80 3.1 Processos termodinâmicos de sistemas fechados ................................................... 80 3.2 Processos termodinâmicos em volume de controle ................................................. 87 3.3 Exercícios resolvidos ................................................................................................ 88 4 CICLOS DAS MÁQUINAS DE COMBUSTÃO INTERNA ......................................... 112 4.1Ciclos teóricos das máquinas térmicas ................................................................... 112 4.2 O ciclo de Carnot .................................................................................................... 113 4.3 O ciclo Otto ............................................................................................................. 117 4.4 Motores diesel ........................................................................................................ 122 4.5 O ciclo Diesel ......................................................................................................... 124 4.6 O ciclo misto ou Sabathé........................................................................................ 128 4.7 Comparação entre os ciclos Otto, Diesel e Sabathé .............................................. 132 4.8 Comparação entre os ciclos teórico e real de um motor Diesel ............................. 133 4.9 Os ciclos das turbinas a gás ................................................................................... 136 4.10 Moderno sistema de propulsão para navios ......................................................... 149 4.11 As Turbinas a gás na propulsão naval ................................................................. 150 5 PROPRIEDADES DAS SUBSTÂNCIAS PURAS ..................................................... 152 5.1 Substância pura ..................................................................................................... 152 5.2 Processos de mudança de fase para as substâncias puras................................... 152 5.3Tabelas de propriedades termodinâmicas............................................................... 161 5.4- Exercícios resolvidos............................................................................................. 166

4

6 PROCESSOS TERMODINÂMICOS COM VAPORES ............................................. 179 6.1 Processos termodinâmicos com vapores em sistemas fechados .......................... 179 6.2 Processos com vapores aplicados a volume de controle ....................................... 191 7 CICLO DE RANKINE ................................................................................................ 215 7.1 O ciclo de Rankine ideal ......................................................................................... 215 7.2 O ciclo Rankine com reaquecimento ...................................................................... 222 7.3 Ciclo de Rankine Regenerativo .............................................................................. 228 7.4 Afastamento dos ciclos reais de vapor em relação ao teórico de Rankine ............ 247 8 ANÁLISE TERMODINÂMICA DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR ......................... 250 8.1 Tipos de propagação de calor ................................................................................ 250 8.2 Transmissão do calor por condução através de paredes planas ........................... 250 8.3 Transmissão do calor por condução através de paredes simples cilíndricas ......... 253 8.4 Transmissão do calor por condução através de esferas ocas ................................ 254 8.5 Convecção ............................................................................................................. 255 8.6 Transmissão de calor por condução em paredes planas compostas em série ...... 258 8.7 Transmissão de calor por condução em paredes cilíndricas compostas em série . 260 8.8 Transmissão de calor por condução e convecção em paredes planas compostas em série ............................................................................................................................. 261 8.10 Exercícios resolvidos ............................................................................................ 263 9 TROCADORES DE CALOR ..................................................................................... 273 9.1 Definição de aparelhos trocadores de calor ........................................................... 273 9.2 Tipos de trocadores de calor .................................................................................. 273 9.3 Diferença média logaritma de temperatura ............................................................ 277 9.4 Coeficiente global de transmissão do calor ............................................................ 282 9.5 Exercícios resolvidos .............................................................................................. 283 10 COMPRESSORES .................................................................................................. 307 10.1 Finalidade do compressor .................................................................................... 307 10.2 Compressores de ar alternativos .......................................................................... 307 10.3 Análise termodinâmica do compressor alternativo de um estágio de compressão ..................................................................................................................................... 312 10.4 Compressão por estágios ..................................................................................... 326 10.5 Exercícios resolvidos ............................................................................................ 330 11 CICLOS DAS MÁQUINAS DE REFRIGERAÇÃO .................................................. 346 11.1 Finalidade da refrigeração a bordo dos navios ..................................................... 346 11.2 Principais sistemas de refrigeração utilizados ...................................................... 346 11.3 Sistema de compressão por vapor ....................................................................... 346 11.4 Exercícios resolvidos ............................................................................................ 354

5

12 BALANÇO TÉRMICO ............................................................................................. 360 12.1 Finalidade do balanço térmico .............................................................................. 360 12.2 Balanço térmico de motores diesel ...................................................................... 360 12.3 Balanço térmico dos resfriadores de ar de dois estágios de arrefecimento dos MCPS de 2T ................................................................................................................. 367 12.4 Balanço térmico de caldeiras navais auxiliares com óleo combustível ................ 368 12.5 Balanço térmico de turbinas a vapor de um estágio ............................................. 373 12.6 Balanço térmico de instalação de vapor ............................................................... 374 12.7 Balanço térmico de instalação de refrigeração ..................................................... 376 12.8 Balanço térmico de purificadores de óleo combustível e lubrificante ................... 380 12.9 Superfície de aquecimento dos aquecedores dos purificadores .......................... 381 12.10 Ventilação da praça de máquinas ...................................................................... 381 12.11 Potência de bombas e ventiladores da praça de máquinas ............................... 384 12.12 Consumo de vapor para aquecimento de tanques ............................................. 384 12.13 Exercícios resolvidos .......................................................................................... 387 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 419 APÊNDICE ................................................................................................................... 421

6

INTRODUÇÃO Parte da física, a termodinâmica é uma ciência que trata da energia e suas

transformações, possuindo um amplo campo de aplicações que vai desde os

organismos microscópios até aplicações domésticas, veículos de transporte e sistemas

de geração de potência.

Este volume está constituído de doze unidades, todas direcionadas para a

formação básica e fundamental do segundo oficial de máquinas da Marinha Mercante

Brasileira, mostrando os princípios básicos fundamentais para a aplicação nas

máquinas navais como compressores, bombas, motores de combustão interna,

caldeiras e turbinas a gás.

O objetivo deste volume é apresentar e executar a variedade de aplicações da

termodinâmica em exemplos da vida cotidiana de bordo, e mostrar ao futuro oficial de

máquinas como a termodinâmica é empregada na prática usual das máquinas dos

navios.

Na unidade 1, iremos estudar as definições fundamentais empregadas na

termodinâmica. Na 2, é feita a dedução matemática do primeiro e segundo princípios da

termodinâmica com a resolução de exercícios envolvendo aplicações cotidianas de

bordo.

Na 3, são estudados os processos termodinâmicos usuais em sistemas abertos e

fechados, e, na unidade 4, o estudo termodinâmico dos motores dos ciclos Otto, Diesel,

Sabathé e Brayton.

Na 5, é realizado o estudo das propriedades dos vapores e, na 6, é realizada a

análise termodinâmica de processos com vapores de sistemas fechados e do volume

de controle, enfatizando as máquinas de bordo.

Na 7, iremos estudar o ciclo básico de Rankine e suas variedades como o ciclo

de reaquecimento e regenerativo, enfatizando as instalações de vapor.

Na 8, é realizada a análise termodinâmica da transmissão de calor por condução

e convecção mostrando algumas aplicações de interesse prático a bordo dos navios,

como as paredes planas e cilíndricas.

7

Na 9, são estudados os aparelhos trocadores de calor como aquecedores,

resfriadores caldeiras e grupos destilatórios, aplicando a primeira lei a estes

equipamentos.

Na décima, é realizada a análise termodinâmica dos compressores de ar,

incluindo-se a determinação do trabalho e da potência de compressão dos referidos

equipamentos.

Na de número 11, é realizado o estudo térmico do ciclo básico de refrigeração de

Carnot e de compressão por vapor, enfatizando os novos refrigerantes 134a, 407C e

410 A que estão de acordo com o protocolo de Montreal.

Na última, décima segunda, será estudado o balanço térmico aplicado ao

volume de controle, enfatizando as máquinas de bordo como motores diesel, geradores

de energia elétrica, caldeiras, instalação de turbinas a vapor, instalação de refrigeração

com aplicação do diagrama pressão entalpia, ventilação da praça de máquinas e

tanques de óleo combustível.

Foi feito um esforço considerável para que este volume seja facilmente entendido

tanto pelos alunos quanto pelos professores, ambos em busca de um desempenho

científico cada vez melhor para operar profissionalmente em um mundo cada vez mais

complexo.

Paulo Vitor de Matos Zigmantas

Mestre em Ciências Térmicas e Fluidos

Encarregado da Divisão de Ensino de Máquinas do CIABA.

8

1 DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS

1.1Sistema Termodinâmico

Um sistema termodinâmico pode ser definido como uma região para a qual se

deseja estudar as interações de massa, calor, trabalho e energia que se processa nesta

região, sendo delimitado por uma superfície denominada superfície de controle.

O sistema Termodinâmico pode ser aberto ou fechado.

No Sistema fechado, não há fluxo de massa através das fronteiras que definem

o sistema, ao passo que no sistema aberto, existem fluxos de massa atravessando

esta fronteira, e o sistema pode ser denominado de volume de controle.

As figuras 1.1 e 1.2 ilustram um sistema termodinâmico fechado e aberto.

Observe-se os fluxos de massa no sistema aberto, bem como o calor e o trabalho como

fenômenos de fronteira na figura 1.3

.

Figura 1.1 - O motor é o sistema termodinâmico fechado

9

Figura 1.2 - O cilindro do motor de combustão interna é o sistema termodinâmico aberto

para o cálculo do fluxo de calor pelas paredes do cilindro

Figura 1.3 - Trabalho e calor como fenômenos de fronteira no volume de controle

10

Quando através da fronteira de um sistema não ocorrem transferências de

massa, calor, trabalho e energia o sistema é dito isolado.

1.2 Fases, estado e propriedades de uma substância

As Fases de uma substância termodinâmica comumente utilizadas para a

maioria das aplicações industriais são a fase sólida, líquida e gasosa (gás ou vapor).

Desta forma, podemos definir fase como a quantidade de matéria totalmente

homogênea como sólido, líquido ou vapor. Se uma substância estiver presente em mais

de uma fase, elas estarão separadas por uma superfície de separação, denominada de

contorno das fases.

. Em cada fase a substância pode existir a várias pressões e

temperaturas ou, usando a terminologia da termodinâmica, em vários estados. O

estado pode ser identificado ou descrito por certas propriedades macroscópicas

observáveis; entre as quais a temperatura, pressão, e o volume, etc. A propriedade de

uma substância num dado estado tem somente um valor definido e essa propriedade

tem sempre o mesmo valor para um dado estado, independente da forma pela qual a

substância chegou a ele. Assim, uma propriedade termodinâmica pode ser definida

como uma grandeza que depende do estado do sistema e não depende da forma pelo

qual o sistema chegou ao estado considerado. Analogamente, o estado é especificado

ou descrito pelas propriedades. As Propriedades Termodinâmicas podem ser

classificadas em duas classes gerais, asa quais são respectivamente as intensivas e

as extensivas.

Uma propriedade termodinâmica é dita extensiva quando depende do tamanho

(extensão) do sistema ou do volume de controle. Desta forma, se subdividirmos um

sistema em várias partes (reais ou imaginárias) e se o valor de uma dada propriedade

for igual à soma das propriedades das partes, esta extensiva. Assim, O Volume, e a

Massa de um sistema termodinâmico são propriedades extensivas,

11

Uma propriedade termodinâmica é dita Intensiva, quando a mesma não

depende do tamanho do sistema. Assim, a Temperatura e a pressão são propriedades

intensivas.

1.3 Propriedade específica de uma substância

A propriedade específica de uma dada substância é determinada dividindo-se

uma propriedade extensiva pela massa da respectiva substância contida no sistema.

Uma propriedade específica é também uma propriedade intensiva do sistema. Como

exemplo de propriedade específica, temos o volume específico υ , obtido pela equação

(1.1)

mV

v = (1.1)

Onde:

=V Volume do sistema (Litros, m3, etc).

=m Massa (Kg, g, etc)

1.4 Pressão

A Pressão P é definida como sendo a relação entre uma força F e a área A onde

está sendo aplicada, sendo F perpendicular à área, conforme a equação (1.2).

A Fig. 1.4 ilustra o conceito de pressão.

A

FP = (1.2)

Figura 1.4-Pressão de uma superfície sólida

12

A pressão pode ser expressa em N/m2 (Pa), KN/m2 (Kpa), MN/m2 (Mpa), Kgf/cm2,

Kgf/m2, bar ou PSI.

As seguintes conversões são bastante utilizadas:

1bar= 100 Kpa

1bar= 14,7 PSI

1bar= 105 PA

1bar= 760 mmhg

1ata= 1, 033 Kgf/cm2

1ata= 1bar

No caso da figura 1.4, a pressão seria de 10Kgf/cm2

1.4.1 Pressão absoluta e efetiva.

A pressão pode ser absoluta, ou efetiva, sendo a efetiva medida por um

manômetro para pressões acima da atmosférica ou vacuometro, para pressões abaixo

da atmosfera conforme é ilustrado na figura 1.5. A pressão medida acima da atmosfera

ou manométrica tem inúmeras aplicações a bordo dos navios, como por exemplo, nos

sistemas de água de baixa e alta temperatura dos MCPS. As pressões negativas são

utilizadas, por exemplo, em evacuação de sistemas de refrigeração para verificação da

estanqueidade do sistema e grupos destilatórios navais, no controle da água destilada

produzida.

Figura 1.5 - Diagrama esquemático das pressões absoluta e efetiva

13

Do diagrama da figura 1.5, as equações (1.3) e (1.4) podem ser obtidas para as

pressões absolutas positivas e negativas (Pabs+ e Pabs-), em função das pressões

atmosférica (Pat), manométricas e vacuométricas (Pm e Pv)

PatPmPabs +=+ (1.3)

PvPatPabs −=− (1.4)

1.4.2 Teorema de Stevin

O teorema de Stevin relaciona as pressões estáticas exercidas por um fluido

em repouso com a altura da coluna do mesmo em um determinado recipiente, conforme

é ilustrado na figura 1.6.

Seu enunciado diz:

“A diferença de pressão entre dois pontos e de um fluido em repouso é igual ao

produto do peso específico do fluido pela diferença de altura entre os dois pontos”. A

equação (1.5) ilustra o teorema de Stevin

)haµ.g.(hbPaPb −=− (1.5)

Onde:

Pb = Pressão do líquido no ponto b, Pa

Pa = Pressão do líquido no ponto a, Pa

µ = Massa específica do fluido, Kg/m3

g = aceleração da gravidade, m/s2

ha = Altura do ponto a, m

hb = Altura do ponto b, m

14

Figura 1.6 - Líquido em repouso para o enunciado do Teorema de Stevin

O teorema de Stevin é bastante utilizado em leitura de pressões de tubos em U,

conforme as figuras 1.7, 1.8, e 1.9.

Figura 1.7 - Manômetro em U de mesma secção reta

15

Figura 1.8 - Manômetro diferencial de coluna reta

Figura 1.9 - Manômetro diferencial de coluna inclinada

16

Para o manômetro de tubo em U, a diferença de pressão P∆ conforme o

teorema de Stevin é expressa pela equação (1.6):

µ.g.h∆P = , (Pa) (1.6)

Para o manômetro diferencial de coluna reta, a diferença de pressão (P1-P2)

será determinada em função da relação de áreas das secções transversais dos tubos,

)SASB

( pela equação (1.7);

)SASB

(1µ.g.hP2P1 2 +=− (1.7)

Para o manômetro de coluna inclinada, a diferença de pressão (P1 –P2) será

determinada pela equação (1.8):

)SASB

µ.g.L(senαP2P1 +=− (1.8)

A medida da pressão é bastante utilizada na medição do consumo de ar dos

motores de combustão interna de navios, conforme é ilustrado na figura 1.10.

Figura 1.10 - Medição de consumo de ar dos motores de combustão principal

dos navios

O consumo de ar ou fluxo de massa m que adentra o motor é determinado pela

equação (1.9):

17

P∆= .µ2.A.cd.m , (Kg/s) (1.9)

Onde:

m = fluxo de massa do ar, Kg/s

A = Área do orifício calibrado, m2

µ = massa especifica do ar, Kg/m3

∆P = µ.g.h , diferença de Pressão através da placa de orifício, Pa

cd = Coeficiente da placa de orifício.

1.5 Temperatura

Geralmente, a temperatura é um conceito intuitivo baseado nas sensações de

"quente" e "frio" proveniente do tato. Em vista da segunda lei da termodinâmica, a

temperatura está relacionada com o calor que na ausência de outros efeitos, flui

espontaneamente do corpo de temperatura mais alta para o de temperatura mais baixa

1.5.1 Escalas de temperatura.

As escalas usuais de temperatura praticamente utilizadas internacionalmente são

respectivamente a Escala KELVIN (K) e RANKINE (°R) e escala Celsius (°C) e

Fahrenheit (°F). A Fig 1.11 mostra as quatro escalas de temperatura e a relação entre

elas.

Considerando uma relação linear de temperaturas, a relação entre elas é

expressa pela equação (1.10):

9

492R

5

273K

9

32F

5

C −=

−=

−= (1.10)

18

Figura 1.11 - Escalas de temperaturas usuais

1.5.2 Medição de temperatura a bordo dos navios

A bordo dos navios, comumente são usados para a medição da temperatura, os

seguintes instrumentos:

a) Termômetro de vidro comum.

b) Termopar.

c) Pt 100.

d) Termistores.

O termômetro de vidro comum baseia-se no princípio da dilatação volumétrica de

um líquido no seu interior, bastante sensível as variações da temperatura. A figura 1.12,

ilustra um termômetro típico de vidro.

Figura 1.12 - Termômetro de vidro comum

19

Um termopar é constituído por dois fios elétricos de diferentes materiais que são

ligados um ao outro numa extremidade (ponto de medição). As duas extremidades

abertas formam o ponto de compensação ou referência. O termopar pode ser

prolongado com o auxílio de uma extensão ou de um cabo de compensação. As

extensões ou os cabos de compensação podem ser ligados a um aparelho indicador, p.

ex. a um galvanômetro ou um aparelho de medição eletrônica. A figura 1.13 ilustra um

termopar típico de bordo.

Figura 1.13 - Termopares.

A medição da temperatura com termômetros de resistência se fundamenta na

propriedade de todos os condutores e semicondutores alterarem a sua resistência

elétrica em função da temperatura. Esta característica é mais ou menos pronunciada

nos diferentes materiais. Esta alteração da resistência elétrica em função da

temperatura (dr/dt) é designada por coeficiente de temperatura.

O seu valor não permanece constante ao longo da amplitude de temperatura de

interesse; ele próprio é uma função da temperatura. Da relação entre resistência e

temperatura resulta um polinômio matemático de elevada ordem. A figura 1.14 ilustra

um Pt 100 típico de bordo.

20

Figura 1.14- PT 100

Termistores são geralmente fabricados com óxidos cerâmicos em formato de

disco com dois terminais de cobre estanhado, apresentando o coeficiente de

temperatura negativa (NTC). A resistência ôhmica decresce com o aumento da

temperatura em função da corrente elétrica que circula pelo mesmo. É especialmente

dedicado á proteção de fontes de alimentação, protegendo os componentes contra

picos de corrente no instante em que a fonte é alimentada. Também é aplicável em

proteção de fontes chaveadas, fusíveis de proteção na partida dos motores e no

aumento da vida útil de lâmpadas incandescentes. A figura 1.15 ilustra um termistor

típico de bordo

.

Figura 1.15 - PT 100

21

A resistência R do termistor varia com a temperatura segundo a equação (1.11)

1/T0)]p(T) R0exp[β0exR −= , onde: (1.11)

R = Resistência ôhmica do resistor na temperatura T, ohms.

R0 = Resistência ôhmica do resistor na temperatura T0, ohms.

β = Constante do material do termistor.

1.6 O gás perfeito

Um gás é considerado perfeito quando as seguintes hipóteses são estabelecidas:

a) As moléculas são bastante espaçadas e se comportam como massas pontuais.

b) Os campos de força intermoleculares praticamente não exercem influência nos

processos de colisão das moléculas.

c) O volume ocupado pelas moléculas é bem pequeno face ao volume total ocupado

pelo gás, devido ao grande espaçamento molecular.

1.6.1 Lei de Boyle

Robert Boyle e Mariotte, mantendo a temperatura constante, verificaram que

quando a pressão é dobrada, o volume é dividido por 2 e assim sucessivamente. Da

mesma forma, quando a pressão é dividida por dois, o volume é o dobro. O gráfico da

figura 1.16 mostra os resultados obtidos, sendo expresso pela equação (1.12).

Figura 1.16 - Lei de Boyle para os gases perfeitos

22

CP.V = (1.12)

P= Pressão do gás, Pa V= Volume do gás, m3 1.6.2 Lei de Gay-Lussac

Gay-Lussac concluiu que todos os gases se expandem igualmente. Assim, cada

gás, quando aquecido de 273 a 373K a pressão constante ,expandia

aproximadamente 37% do volume que tinha a 273K. Analogamente, se aquecidos a

volume constante entre as mesmas duas temperaturas, as pressões variavam também

de 37% (aproximadamente) dos valores a 273K. Assim, o aumento de volume e de

pressão entre os dois limites de temperatura era uniforme, tanto quanto ele podia medir.

Plotando-se tal informação obtemos o gráfico da figura 1.17, sendo o mesmo

expresso pela equação (1.13).

Figura 1.17- Lei de Gay-Lussac para os gases perfeitos para a pressão constante

23

CT

V= (1.13)

V= Volume do gás, m3

T= Temperatura do gás, K Da mesma forma, mantendo-se o volume constante, teremos que:

CT

P= . (1.14)

1.6.3 Equação geral dos gases perfeitos.

Combinando as leis de Boyle e Gay-Lussac, obtemos a equação (1.15),

conhecida como equação geral dos gases perfeitos. n.Ru.TP.V = (1.15)

Sendo:

P = Pressão do gás, Pa

V = Volume do gás, m3

n = número de mols do gás

Ru = Constante universal dos gases perfeitos

T = Temperatura do gás, K

O número de mols n é expresso pela equação (1.16).

Mm

n = (1.16)

Sendo m e M a massa e M o mol do gás em Kg.

Realizando diversos experimentos, com diversos gases, em diferentes condições

de temperatura, pressão e volumes e colocando os resultados em gráficos como o da

figura 1.18 (TvP_

versus P), observamos que todas as linhas de temperatura constante

24

convergem para um único ponto no limite que a pressão vai a zero. Esse valor é

definido como a constante universal dos gases, Ru, e tem o valor numérico de 8, 31441

kJ/kmol. K.

Figura 1.18 - Determinação da constante universal dos gases perfeitos

Substituindo a equação (1.16) na equação (1.15), obtemos a equação (1.17).

m.Ra.TP.V = (1.17)

Sendo Ra. = M

Ru (1.18)

A tabela I. 1 ilustra O valor de M e Ra para alguns gases.

Tabela I. 1. Valor de Ra para alguns gases considerados perfeitos

Substância Fórmula Química Mol (Kg) Constante do gás (Kj/Kg. K).

Ar 21%O2 e 71% N2 28,97 0, 287

Amônia NH3 17,03 0, 4482

Dióxido de carbono CO2 44,01 0, 1896

Nitrogênio N2 28, 013 0, 2968

25

Fonte: Termodinâmica, Cengel, 5 a.ed (McGraw Hill, 2006, pag 676, tabela A-1)

Para um gás perfeito que muda de um estado inicial P1, V1, T1 para o estado

P2, V2, T2, mantendo a massa constante, deduz-se da equação (1.15) que:

T2P2.V2

T1P1.V1

= (1.19)

Considerando uma transformação isobárica (P1=P2), temos que:

T2V2

T1V1

= (1.20)

Se a transformação for isotérmica (T2=T1), então:

P2.V2P1.V1 = (1.21)

Se a transformação for isovolumétrica, então:

T2P2

T1P1

= (1.22)

1.6.4 Gases reais.

Os gases se desviam significativamente do comportamento de gás perfeito

próximos a região de saturação e do ponto crítico (Ponto onde o qual os estados de

líquido saturado e vapor saturado são idênticos). Uma das formas de se tratar com

gases reais é através do fator de compressibilidade Z definido pelas equações (1.23) e

(1.24).

Ru.TP.v

Z = , (1.23)

Sendo v o volume específico (m3/Kg) do gás real

26

viv

Z = , sendo vi o volume específico (m3/Kg) do gás ideal (1.24)

O valor de Z pode ser obtido por gráficos de diagramas generalizados de

compressibilidade encontrados em qualquer literatura especializada, onde se precisa da

pressão crítica Pcr e da temperatura crítica Tcr, para a obtenção da pressão reduzida

Pr e temperatura reduzida Tr.

Pcr

PPr = (1.25)

TcrT

Tr = (1.26)

De posse desses valores, entra-se em um gráfico similar ao da figura (1.19).

Figura 1.19 - Diagrama esquemático do cálculo do fator de compressibilidade

As seguintes observações podem ser feitas a partir do diagrama generalizado de

compressibilidade:

1) Nas pressões muito baixas (Pr<<1), os gases se comportam como ideais

independente da temperatura.

2) Nas temperaturas altas (Tr>2), o comportamento do gás ideal pode ser admitido

independente da pressão, exceto quando Pr>>1.

3) O desvio do comportamento de gás ideal é maior na vizinhança do ponto crítico.

27

Gás e vapor são freqüentemente usados como sinônimos. Em faixas de

interesses práticos, alguns gases como o ar, nitrogênio, hidrogênio, hélio, e o dióxido de

carbono podem ser tratados como gases ideais com erros menores que 1%%. Gases

densos como a água na fase de vapor, e os vapores refrigerantes dos refrigeradores e

condicionadores de ar não devem ser tratados como gases ideais, sendo recomendado

o uso de tabelas de propriedades termodinâmicas ou Softwares Especializados.

A fase vapor de uma substância é normalmente chamada de gás quando este

está acima da temperatura crítica. Desta forma, podemos dizer que vapor é um gás

que não está longe do estado de condensação. Uma equação bastante usada para os

gases reais é a equação de Beattie-Bridgeman (1.27):

=

_

v

a-1A0A

=

_

v

b-1BoB (1.27)

2_

_

3_2_

v

AB)v(

.Tv

c1

v

Ru.TP −+

−=

Sendo:

P = Pressão do gás, Pa

T = Temperatura do gás, K

Ru = Constante universal dos gases perfeitos.

v_

= Volume específico do gás, m3/kmol

Ao, Bo, a, b, c são constantes e tabeladas na tabela II. 1 para alguns gases.

Tabela II. 1. Constantes para a equação de estado de Beattie-Bridgeman.

Substância Ao a Bo b c

Ar 131, 8411 0, 01931 0, 0461 -0,

001101

4,34x104

Argônio 130, 7802 0, 02328 0, 03931 0, 000000 5,99x104

28

Dióxido de carbono 507, 2836 0, 07132 0, 10476 0, 07235 6,60x105

Nitrogênio 136, 2315 0, 02517 0, 05046 -0, 00691 4,2x104

Oxigênio 151, 0857 0, 02562 0, 04624 0, 004208 4,8x104

Hidrogênio 20, 0117 -0, 00506 0, 02096 -0, 04359 504

Fonte: Termodinâmica, Cengel, 5 a ed (McGraw Hill, 2006, pag 118, tabela 3.4)

1.6.5 Calor e trabalho

O calor é definido como a forma de energia transferida entre dois sistemas ou

entre um sistema e sua vizinhança em virtude da diferença de temperatura. Assim, não

pode existir qualquer transferência de calor entre dois sistemas a mesma

temperatura, e que espontaneamente, o calor flui do meio de maior temperatura para o

de menor temperatura, conforme é ilustrado na figura 1.20.

Figura 1.20 - Calor como forma de transferência de energia

Observe que quanto maior a diferença de temperatura, maior será a

transferência de calor.

No sistema Internacional de unidades (SI), o calor é expresso em Joules (J) ou

Kilojoules (Kj), sendo simbolizado geralmente pela letra Q.

29

A taxa de transferência de calor .

Q é expressa pela equação (1.28), sendo t1 e t2

os instantes de tempo considerados nesta transferência.

dtQQt2

t1

.

∫= (1.28)

Se a taxa .

Q permanecer constante durante o processo, então a equação (1.28)

será expressa pela equação (1.29).

.dtQQ.

= (1.29)

t1t2dt −=

O trabalho W, assim como o calor é uma transferência de energia associada a

uma força que age ao longo de uma distância, e assim, a sua unidade de medida no SI

é o Joule (J) ou o Kilojoule (kJ). A taxa de transferência de trabalho .

W em um

determinado intervalo de tempo dt é denominada de Potência.

.dtWWt2

t1

.

∫= (1.30)

1.6.6 Trabalho de fronteira móvel

Uma forma de trabalho freqüentemente encontrada na prática está associada a

uma expansão ou compressão de um gás em um arranjo pistão cilindro.

Neste processo, parte da fronteira se move para cima ou para baixo e assim, a

fronteira móvel executará trabalho de compressão (diminuição do volume) ou expansão

(aumento de volume).

O trabalho da fronteira móvel pode ser determinado considerando um processo

quase estático, ou seja, o sistema permanece aproximadamente em equilíbrio durante

todo o tempo. A figura 1.21 ilustra um processo quase estático de fronteira móvel.

30

Figura 1.21 - Trabalho quase estático de fronteira móvel

Na figura 1.21, o gás na pressão P sujeito a ação da força F, faz com que a

fronteira móvel se desloque de ds. O trabalho elementar deste deslocamento é

F.dsδW = . Sendo a variação infinitesimal do volume dv, teremos que A.dsdv = , onde

A é a área da secção transversal do cilindro (Área da base). Assim, Adv

ds = e

A

dvF.δW = . Sendo a pressão

A

FP = , o trabalho elementar do sistema gasoso será

expresso por P.dvδW = . Integrando esta equação obteremos o trabalho do gás através

da equação (1.31).

∫=V2

V1

P.dvW (1.31)

A equação (1.30) pode ser representada graficamente através de um diagrama

PXV, conforme é ilustrado na figura 1.22

31

Figura 1.22 - Representação gráfica do trabalho quase estático de fronteira móvel

Uma nova consideração do diagrama P x V, Fig. 1.23 conduz a outra conclusão

importante. É possível ir do estado 1 ao estado 2 por caminhos quase-estáticos

diferentes.

Figura1. 23 - Trabalho como uma função d a trajetória

Já que a área sob a curva representa o trabalho para cada processo, é evidente

que o trabalho envolvido em cada trajetória é uma função não somente dos estados

iniciais e finais do processo, mas também, da trajetória que se percorre ao ir de um

estado a outro.

32

Assim, o trabalho é chamado de função de linha, ou em linguagem matemática,

δW é uma diferencial inexata.

Calor e trabalho são transferência de energia entre um sistema e sua vizinhança,

existindo muitas semelhanças entre eles, as quais as mais importantes são:

a) Ambos são reconhecidos na fronteira do sistema, ou seja, são fenômenos de

fronteira.

b) Sistemas possuem energia, mas não calor e trabalho.

c) Ambos estão associados a um processo e não a um estado.

d) Ambos são função da trajetória, e assim, as suas magnitudes dependem do caminho

percorrido.

E) Por serem função da trajetória, possuem diferenciais inexatas designadas pelos

símbolos δQ e Wδ , não podendo ser representados por dQ e dW.

1.6.7 Convenção de sinal para calor e trabalho.

Sendo o calor e o trabalho fenômenos de fronteira, convencionou-se que:

Quando o sistema recebe calor, Q>0.

Quando o sistema cede calor, Q<0.

Quando o sistema fornece W, W>0.

Quando o sistema recebe W, W<0.

33

1.7 Exercícios resolvidos

1.7.1 Determinar a massa de ar existente em uma sala de 4mx5mx6m a 100 kPa e

25ºC.

Solução: O volume da sala é de V=4.5.6=120m3.

A temperatura é T=25+273=298K

Da tabelaI, o valor da constante do ar é de 0.287 Kj/Kg. K

Utilizando a equação geral dos gases perfeitos, teremos respectivamente:

R.T

P.Vm = =

0,287.298100.120

=140,3 kg.

1.7.2 Um tanque A de 1m3 contendo ar a 25ºC e 500 kPa é conectado por uma válvula

inicialmente fechada a um tanque B contendo 4 kg de ar a 60ºC e 200 kPa. A válvula é

então aberta e o sistema atinge o equilíbrio com o meio ambiente que o cerca a 20ºC.

Determine a pressão final do ar.

Solução:

Dados: VA=1m3 mB1= 4 kg PA1= 500kPa PB1= 200kPa

TA1= 25+273=298K TB1 = 60+273= 313K

Utilizando a equação geral dos gases perfeitos, teremos que antes da abertura

da válvula (estado1):

5,84Kg0,287.298

500.1Rar.TAPA.VA

mA1 ===

3m 1,91200

34.0,287.33PB1

1mB1.Rar.TBVB ===

34

Após a abertura da válvula (estado2):

M2= mA1 +mB1 = 9,84kg

V2= VA +VB = 2,91m3

T2= 20+273= 293K

2,845bar284,5kPa2,91

.2939,84.0,287V2

M2.Rar.T2P2 ====

1.7.3 Um tanque de aço indilatável contém 40 kg dióxido de carbono (44 kg/mol) na

temperatura de 27ºC e pressão de 12 bar.

a) Determinar a pressão interna quando o tanque é aquecido a 100ºC.

b) Calcule o volume do Tanque.

Solução:

Dados:

Pressão inicial= P1= 12 bar=1200kPa

Temperatura inicial =T1= 27+273=300K

Temperatura final=T2 = 100+273= 373K

Volume inicial= V1

Volume final = V2

Pressão Final = P2

Massa de CO2 = m=40 kg

Como o recipiente é indilatável, V1=V2 (Transformação isovolumétrica).

a) Aplicando a equação (1.19) para as transformações gasosas dos gases

perfeitos teremos que T2P2

T1P1

=

Resolvendo para P2:

14,9bar300

12.373P2 ==

b) A constante Ra do CO2 pode ser determinada pela equação (1.18):

g.K0,1889Kj/K44

8,31441MRu

Ra ===

35

Aplicando a equação dos gases perfeitos para o estado 1, obtemos o valor de

V=V1=V2.

31,89m1200

30040.0,1889.P1

m.Ra.T1V ===

1.7.4 Três gases A, B, C cujos volumes, pressões, temperaturas, e número de mols são

respectivamente Va, Vb, Vc, Pa, Pb, Pc, Ta, Tb, Tc, na, nb, nc são misturados em um

recipiente até que a temperatura, a pressão, o volume e o número de mols sejam

respectivamente P, V, T e n. Determine:

a) O número de mols de cada gás.

b) O número de mols da mistura

c) A fração molar “X” de cada gás

d) A pressão parcial “p” de cada gás.

Solução:

a) Para cada gás, pela equação dos gases perfeitos, teremos que:

Ru.Ta

Pa.Vana = ,

Ru.Tb

Pb.Vbnb = ,

Ru.Tc

Pc.Vcnc =

b) Ru.T

P.V

Ru.Tc

Pc.Vc

Ru.Tb

Pb.Vb

Ru.Ta

Pa.Vancnbnan =++=++= .

c) A fração volumétrica ou molar dos gases será: n

naXa = ,

n

nbXb = ,

n

ncXc = .

d) As pressões parciais pa, pb, pc de cada gás são as pressões que os gases

ocupariam se estivessem sozinhos na pressão, volume e temperatura da mistura

(Lei de Dalton).

V

na.Ru.Tpa = ,

V

nb.Ru.Tpb = ,

V

nc.Ru.Tpc =

É lógico que a pressão total P é a soma das pressões parciais.

P=pa+pb+pc (Lei de Dalton)

Observe que quando a temperatura dos gases é igual à temperatura da

mistura, as pressões parciais serão expressas por X.Pp = , sendo X a fração

molar de cada gás e P a pressão total da mistura.

36

1.7.5 Determine o volume específico, a densidade do vapor de água a P=140bar e T=

673K, e o erro cometido considerando o vapor como gás ideal e real, sabendo-se que

para este estado o volume especifico do vapor obtido das tabelas especializadas é de

0.0173 m3/Kg. Considere o gráfico de Lee Kessler (figura 1.24) para o gás real.

São dados:

Massa molar “M” da água= 18Kg/MoL.

Temperatura crítica “Tc” da água = 647.3 K

Pressão crítica “Pc” da água = 220,9 bar.

Figura 1.24- Fator generalizado de compressibilidade

Fonte: Advanced Thermodinamics Engineering, Ishar K.Puri(Crc Press, 2002)

Solução:

Pela equação dos gases perfeitos, teremos que:

T= 673

37

P= 140bar = 14000kPa

====18.14000

.673 8,31441M.PRu.T

PRa.T

vágua 0.0222 m3/Kg

Utilizando o fator de compressibilidade

Do gráfico, Z=0.79

água

_

Z.vvr = = 0.0175 m3/Kg.

O erro “E” percentual cometido será:

a) Pela equação dos gases perfeitos.

% 28.1000.0173

0.01750.0222E =

−=

38

b) Pelo fator de compressibilidade.

% 1,1 .1000.0173

0.01730.0175E =

−=

1.7.6 Um tanque de 3.27m3 contem 100 kg de nitrogênio (28, 013 kg/kmol) a 175 K.

Determine a pressão do tanque usando a equação dos gases perfeitos e a equação

(1.27) de Beattie-Bridgeman. Compare com o valor real de 1505 kPa, medido

experimentalmente,

Solução:

Dados:

V=3.27m3

m=100Kg

T= 175K

O volume específico molar será:

v_

= 100

33,27.28,01m

V.M= = 0, 916 m3/kmol

Da t abela II, obtemos as seguintes constantes para o nitrogênio:

Ao = 136, 2315

a = 0, 02617

Bo = 0, 05046

b = -0, 00691

c = 4,2x104

Aplicando a equação de Beattie-Bridgeman, teremos:

=

_

v

a-1A0A =136, 2315

0,9160,02617

-1 =132,339

=

_

v

b-1BoB =

_

0,916

0,00691--10,05046 =0, 0584

2_

_

3_2_

v

AB)v(

.Tv

c1

v

Ru.TP −+

−=

39

1504kPaP

0,961132,9

0,05084).(0,9160,916.175

4,2.101

0,916

8,314.175P

23

4

2

=

−+

−=

1001505

15051504Erro .

−= = 0.064 %.

O erro é desprezível.

1.7.7 Transdutores de pressão são normalmente utilizados para medir a pressão

gerando sinais analógicos que em geral se encontram na faixa de 4 a 20 mA, em

resposta a pressão aplicada. O sistema mostrado na figura 1.22 é utilizado para calibrar

o transdutor.

Figura 1.22 - Calibração de transdutores de pressão

Mediu-se a corrente I do transdutor em função da coluna ∆h e os dados são

tabelados.

40

TabelaIII. 1-Dados para o problema

∆h (mm) 28,0 181,5 297,8 413,1 765,9 1027 1149 1362

I (mA) 4,21 5,78 6,97 8,15 11,76 14,43 15,68 17,86

a) Calcule a pressão manométrica do ar para cada valor da coluna de mercúrio.

b) Verifique se a curva de calibração é praticamente linear.

Solução:

a) A densidade do mercúrio é de 13,55. 103 Kg/m3 e a aceleração da gravidade de

9.81m/s2.

Pela lei de Stevin:

1000

h.13.55.9.81∆P

(kPa)1000

µ.g.∆h∆P

∆=

=

Substituindo os valores de ∆h em metros, obtemos para ∆P os seguintes valores:

∆P (kPa) 3,73 24,14 39,61 54,95 101,9 136,6 152,8 181,2

I(mA) 4,21 5,78 6,97 8,15 11,76 14,43 15,68 17,86

b) Plotando ∆P versus I obtemos a curva:

41

1.8.8 A temperatura da atmosfera em K pode ser aproximada pela equação

β.zTT o −= , sendo To a temperatura ao nível do mar (288.15K), β =0.0065K/m e z a

latitude acima do nível do mar. Considerando que a aceleração g da gravidade

permanence constante com a altitude, obtenha a expressão da pressão P em função da

altitude z.

Solução:

O teorema de Stevin na forma diferencial é expresso por:

µ.g.dhdP −= , onde o sinal de menos indica que a pressão P diminui à medida que

a altitude aumenta

Da equação dos gases perfeitos, a densidade µ é dada por:

β.z)Ru.(TP

Ru.TP

µo −

== . Assim, teremos que:

βz)Ru(TP.g.dz

dP0 −

−= . Separando as variáveis, teremos que:

∫∫ −−=

z

zo o

P

Ru.(Tg.dz

PdP

o)z

Poβ

. Integrando esta expressão obtemos a seguinte equação:

−=

o

o

T

β.zTln

Ru.βg

PoP

ln . Resolvendo esta equação, obtemos a seguinte expressão

para o valor de P;

β.Ru

g

Toβ.z

1Po.P

−=

1.8.9 A análise seca dos gases de combustão de um motor Diesel marítimo apresentou

a seguinte composição volumétrica (fração molar), CO2 8,85%%, CO 1,2%, O2 6,8 % e

N2 83,15 %. Sendo a pressão do coletor de descarga de 3,5bar, determine:

a) A composição mássica dos gases de combustão.

b) A pressão parcial de cada gás.

42

Solução:

A composição mássica de um gás em função da sua composição volumétrica é

expressa pela equação .100

Xi%.Mi

Xi%.Mimi%

n

i

∑= , sendo i o componente gasoso na

mistura e X e M as frações molares e o mol de cada gás.

A pressão parcial e determinada pela equação p=X.P

Assim, organizamos a seguinte tabela e obtemos para os gases os seguintes

valores da fração mássica e da pressão parcial:

Tabela IV. 1. Cálculo da fração mássica e pressão parcial de mistura de gases.

Substân

cia

Xi% Xi%. Mi .100

Xi%.Mi

Xi%.Mimi%

n

i

∑=

Pi=Xi. P

CO2 8.85 8,85.44=389,4 .100

2968,8389,4

= =13,12 0,0885.3,5 =0,310bar

CO 1,2 1,2. 28=33,6 .100

2968,833,6

= = 1,13 0, 012.3,5 = 0, 042bar

O2 6.8 6,8. 32=217,6 .100

2968,8217,6

= =7,33 0, 068.3,5 =0, 238 bar

N2 83,15 83,15.28=2328,2 .100

2968,82328,2

= =78,42 0,8315.3,5 =2,910bar

∑n

i

Xi%.Mi

2968,8 =∑

n

i

p 3.5 (Ok)

43

2 PRIMEIRO E SEGUNDO PRINCÍPIO DA TERMODINÂMICA

2.1 Primeiro e segundo princípio da termodinâmica

O primeiro e o segundo princípio da termodinâmica são comumente chamados

de primeira e segunda lei da termodinâmica sendo que a primeira lei estabelece a

relação existente entre calor, trabalho e energia, enquanto a segunda lei impõe as

limitações para que o processo termodinâmico ocorra.

A Energia pode ser armazenada dentro dos sistemas em várias formas

macroscópicas, podendo também ser transferida entre os sistemas e também

transformada de uma forma para outra. A energia pode ser transferida por meio de calor

e trabalho, sendo que a quantidade total de energia permanece constante para todas as

transformações e transferências.

2.2 Principais formas de energia nos sistemas termodinâmicos

As principais formas de energia dos sistemas termodinâmicos são a energia

cinética, a potencial gravitacional, a energia de fluxo e a energia interna do sistema.

2.2.1 Energia cinética

A energia cinética Ec de um sistema em movimento é dada pela equação (2.1),

sendo Ec a energia cinética em joules e m e V a massa e a velocidade do fluido em Kg

e m/s.

2m.V

Ec2

= (2.1)

44

2.2.2 Energia potencial gravitacional

A energia potencial Ep gravitacional aparece quando o sistema está a uma

determinada altura z de um determinado referencial é expressa pela equação (2.2),

sendo m a massa do fluido em kg, g a aceleração da gravidade em m/s2 e z a altura (m)

do sistema em relação a um determinado referencial.

m.g.zEp = (2.2)

2.2.3 Energia interna

Podemos dizer que a energia interna de um sistema são todas as outras formas

de energia excluindo a cinética e a potencial. Esta energia está relacionada à estrutura

e ao grau de atividade molecular, podendo ser vista como a soma das energias

potencial e cinética das moléculas. Esta energia depende basicamente da temperatura,

estando associada às forças de ligação entre as moléculas, sendo estas forças mais

fortes nos sólidos que nos líquidos e mais fracas nos gases.

Conseqüentemente, a energia interna dos gases é maior que a dos líquidos e

sólidos. Assim, a energia Interna associada à fase de um sistema é chamada de

latente. Lembramos que na maioria das aplicações práticas, o processo de mudança

de fase ocorre sem mudança na composição química da substância.

Joule em 1843 demonstrou experimentalmente que para um gás ideal a energia

interna é somente função da temperatura, ou seja, f(T)U = .

Na forma diferencial a variação de energia interna “du” de uma substância nas

fases sólida, líquida ou gasosa é expressa pela equação (2.3), já que nos líquidos e

sólidos o calor específico a volume constante cv é praticamente igual ao calor específico

a pressão constante cp.

.dTm.cdu v= (2.3)

Integrando esta expressão:

45

∫=−=T2

T1v12 .dTcm.UU∆U (2.4)

Se o calor específico não varia com a temperatura (constante) a energia interna

é avaliada pela equação (2.5), sendo U∆ em joules (J) ou kilojoules (kJ), m a massa do

sistema em Kg, cv o calor específico da substância em J/Kg. K ou kJ/Kg. K e T2 e T1 as

temperaturas dos estados 1 e 2 em K ou ºC (a diferença de temperatura é a mesma nas

duas escalas).

)Tm.cv.(T∆U 12 −= (2.5)

Ressaltamos que as equações (2.4) e (2.5) são válidas para qualquer gás ideal

e não depende do processo pelo qual a transformação é realizada.

2.2.4 Energia de fluxo de um fluido em escoamento

A energia de fluxo (Wf) ou trabalho de fluxo de um fluido em escoamento é

considerada quando um fluido de massa m a uma determinada pressão p em Pa ou

kPa adentra ou sai de fluido uma fronteira de um volume de controle com volume

específico v (m3/Kg). Esta energia é expressa pela equação (2.6).

m.P.vWf = , J ou kJ (2.6)

2.2.5 Energia total do sistema

A energia total do sistema E sua respectiva variação ∆E são calculadas pelas

equações (2.7) e (2.8).

UEpEcE +++= (2.7)

∆U∆Ep∆Ec∆E ++= (2.8)

A energia específica no sistema internacional de unidades é expressa por mE

e =

sendo medida em kJ/Kg.

46

2.2.6 Energia total de um fluido em escoamento

A energia total de um fluido em movimento é expressa pela equação (2.9), sendo

a soma das energias cinéticas, potencial, interna e do trabalho de fluxo.

E= Ec+Ep +U+Wf (2.9)

2.3 Entalpia. Uma propriedade termodinâmica combinada

A entalpia de uma substância é a soma da energia de fluxo com a energia

interna sendo o seu valor expresso pelas equações (2.10) e (2.11).

P.vuh += (2.10)

P.VUH += (2.11)

Sendo h, u, P e v a entalpia específica e a energia interna específica em kJ/Kg, a

pressão em kPa e o volume específico em m3/Kg.

H, U, P e V são a entalpia total e a energia total em kJ, a pressão P em kPa e o

volume em m3.

2.4 Primeira lei da termodinâmica

A primeira lei da termodinâmica diz respeito às interações entre calor e trabalho

na fronteira do sistema termodinâmico com a sua respectiva variação de energia.

Esta lei se expressa matematicamente através da equação (2.12)

sistemase ∆EEE =− (2.12)

Sendo Ee e Es as energias que atravessam a fronteira do sistema na forma de

calor, trabalho e das massas que adentram e saem do sistema. sistema∆E é a variação

da energia total armazenada pelo sistema (interna, potencial, cinética etc).

47

2.4.1Conservação de massa para V.C.

A figura 2.1 ilustra um volume de controle onde entram e saem às massas me e

ms com o volume de controle variando a massa de mvc(t) no tempo t para mvc (t+dt) no

tempo t+dt.

Figura 2.1 - Conservação da massa de um volume de controle

Para o tempo (t) a massa do sistema é mt= mvc(t) + me

A massa do vol. controle ⇒ mvc(t)

No tempo (t+∆ t) massa do sistema é mt+dt = mvc (t+dt) + ms

Pela conservação da massa, teremos que:

mvc(t) + me = mvc(t+dt) + ms

mvc (t+dt) - mvc (t) = me – ms, e dividindo por dt, teremos que:

dt

ms

dt

me

dt

mvc(t)dt)(tvcm−=

−+, tomando os limites quando 0→dt :

( )

sistema) do saída na massa de (fluxo .

msdtms

sistema) do entrada na massa de (fluxo .

medtme

vcmdtd

dt

(t)vcmdttvcm0dtlim

=

=

=

−+→

vcmdtd

= em& - sm& (2.13)

Havendo várias entradas e várias saídas do volume de controle, o balanço dos

fluxos instantâneos assume o formato de somatório.

48

∑∑==

−=n

is

n

1evc smem∆m && (2.14)

Chamando de ρ a massa especifica do fluido no interior do sistema (Kg/m3)

então ∫=V

vc ρ.dVdtd

mdtd

sendo os fluxos de massa na entrada e na saída do volume

de controle expressos por dAρVmA

n∫=& , onde Vn é a componente normal a superfície A

de entrada e saída dos fluxos de massa do sistema.

Assim, o balanço da massa do sistema será expresso pela equação (2.15):

S

∑ ∫∫ ∑ ∫

=

S An

eV e An dAVρdAVρdVρ

dtd

(2.15)

Para o caso de um fluxo unidimensional com os fluxos de massa em& e sm&

adentrando e saindo do sistema com as velocidades Ve e Vs normais as áreas de

entrada e saida de fluxo Ae e As , a equação (2.14) será escrita da seguinte forma :

∑∑ −=se

vcvs

As.Vs

ve

Ae.Vem

dt

d, sendo ve e vs os volumes específicos dos fluxos de

massa que adentram e saem do volume de controle.

Para processos em regime permanente, 0mdtd

vc = , e assim, ∑∑==

=n

1s

n

1e

smem && .

Se o regime for permanente e o fluxo unidimensional então em& = sm& .

Expressando estes fluxos de massa pela equação da continuidade teremos as

equações (2.16), sendo eρ , sρ , ev , sv as massas específicas e os volumes específicos

do fluido.

se

se

vVs.As

vVe.Ae

.Vs.Asρ.Ve.Aeρ

=

=

(2.16)

49

2.4.2 Primeira lei da termodinâmica para um volume de controle

Para um volume de controle qualquer como o ilustrado na figura 2.2, vamos

aplicar o princípio da conservação da energia de acordo com a equação (2.12).

Sejam ee e es as energias totais específicas associadas às massas me e ms que

adentram e saem do volume de controle da figura 2.2, com entradas e saídas de calor e

trabalho Qe, We, Qs, Ws cruzando as suas fronteiras. O calor líquido Qvc e o trabalho

líquido Wvc do volume de controle são expressos pela diferença entre Qe e Qs, e We e

Ws. A energia total armazenada no volume de controle varia de VC(t)E no instante t para

dt)VC(tE + no instante t+dt.

Figura 2.2 - Volume de controle para a aplicação da primeira lei

As energias especifícas ee e es são expressas como a soma das suas energias

interna, cinética, potencial, e de fluxo conforme as equações:

eeeee wepecue +++= (2.17)

sssss wepecue +++= (2.18)

we = Pe.ve, energia específica de fluxo, sendo Pe e ve a pressão e o volume específico

da massa que adentra o volume de controle.

ws = Ps.vs, energia específica de fluxo, sendo Ps e vs a pressão e o volume específico

da massa que sai do volume de controle.

ece = energia cinética específica da massa que adentra o volume de controle.

epe = energia potencial da massa que adentra o volume de controle.

ecs = energia cinética específica da massa que sai do volume de controle.

50

eps = energia potencial da massa que sai do volume de controle

ue = energia interna específica da massa que entra no volume de controle.

us = energia interna específica da massa que sai do volume de controle.

Como p.vuh += , as energias específicas das massas me e ms que adentra e

sai do volume de controle serão expressas por:

e

2e

ee g.z2

Vhe ++= (2.19)

s

s

s zgV

h .es ++=2

2

(2.20)

Sendo Ve, Vs, ze, zs, he, hs, as velocidades, as entalpias específicas e a alturas de

entrada em relação um determinado referencial das massas me e ms que adentra e sai

do volume de controle. A energia total das massas me e ms serão expressas pelas

equações (2.21) e (2.22).

g.ze)2

Vme.(hme.eEm

2e

eee ++== (2.21)

zs.g)2

Vms.(hsms.esEm

2s

s ++== (2.22)

Aplicando a equação geral da conservação da energia (2.12), teremos que:

sistemase ∆EEE =− (2.12)

eeee WQEmE ++=

ssss WQEmE ++=

t tempo no sistema do Energia (t)EE vct =

dtt tempo no sistema do Energia dt)(tEE vcdt)(t ++=+

(t)dt)(tsistema EE∆E −= + (2.23)

Substituindo na equação (2.12) teremos que:

51

( ) ( )

( ) ( )

( ) ( )dt

gz2

Vhm

dt

gz2

Vhm

dt

W

dt

Qlim

dt

tEdttElim

: odt quando limites os tomandoedt por membros os ambos dividindo

gz2

Vhmgz

2

VhmWQtEdttE

)W(Q)W(Qgze2

VhmtEgz

2

VhmdttE

s

2

ssse

2

eee

vcvc0dt

vcvcodt

s

2

ssse

2

eeevcvcvcvc

ssee

2

eeevcs

2

sssvc

++

++

+−=−+

++−

+++−=−+

+−+=

+++−

++++

→→

( ) ( )

WdtW

limQdt

Qlim

Edtd

∆ttEdttE

im

0dtvc

odt

vcvcvc

0dt

&& ==

=−+

→→

,

++=

++

++=

++

s

2s

ss

s

2s

ss

0dt

e

2e

ee

e

2e

ee

odt

gz2

Vhm

dt

gz2

Vhm

lim

gz2

Vhm

dt

gz2

Vhm

lim

&

&

Assim a equação para o balanço de energia para um V.C é agora expressa pela

equação (2.24) em função dos fluxos de massa como taxa de variação de calor (fluxo

de calor), taxa de variação de trabalho (potência), e taxa de variação de energia

++−

+++−= gzs

2V

hmgze2

VhmWQ

dtdE 2

sss

2e

eevcvcvc &&&& (2.24)

Para várias entradas e saídas a equação (2.24) será um somatório de energia

sendo expressa pela equação (2.25):

52

∑∑ ++−+++−= gzs)2

V(hmgze)

2

V(hmWQ

dt

dE 2s

ss

2e

eevcvcvc &&&&

(2.25)

2.4.2.1 Equação da energia para um volume de controle em regime permanente

No caso de regime permanente, teremos que:

0dt

dEvc = (2.26)

∑ ∑ +++=+++ gzs)2

V(hmWgze)

2V

(hmQ2s

ssvc

2e

eevc&&&& (2.27)

Na prática, existem muitas situações como, por exemplo, caldeiras, turbinas,

bombas e trocadores de calor em que podem ser desprezados os termos de variação

de energia cinética e energia potencial.

Assim, nestas situações, a equação (2.27) será expressa pela equação (2.28):

∑ ∑+=+ ssvceevc hmWhmQ &&&& (2.28)

2.4.2.2 Equação da energia para um volume de controle em escoamento uniforme

No escoamento uniforme, as propriedades de um fluido em qualquer entrada e

saída do volume de controle podem não variar com o tempo e com a posição da secção

transversal da entrada ou da saída. Se variarem, são feitas médias e elas são

tratadas como constantes durante todo o processo.

As propriedades iniciais e finais do volume de controle podem ser determinadas

a partir do conhecimento dos estados inicial e final, os quais são completamente

especificados por duas propriedades termodinâmicas intensivas e independentes.

Para um volume de controle uniforme, a equação da conservação da energia

será expressa pela equação (2.29).

53

=− vcvc WQ )e

g.Z2

2eV

e(h)s

g.Z2

2sV

s.(hsm ++∑−++∑ + (t)Edt)(tE vcvc −+ (2.29)

Para maior simplicidade 2vc Edt)(tE =+ e 1vc E(t)E =

22

22

22 .g.Zm2

VUE ++=

11

21

11 .g.Zm2

VUE ++=

Sendo m1, m2, V1, V2, U1, U2 as massas, velocidades, e energia interna do volume

de controle nos instantes inicial e final do processo.

Z1 e Z2 são as alturas iniciais e finais do volume de controle em relação a um

determinado referencial.

Para o caso típico de enchimentos de reservatórios que não se locomovem, por

um processo de escoamento uniforme pode ser utilizado, e desprezando as variações

de energia cinética e potencial das massas de entrada e saída do volume de controle, a

equação a equação (2.29) é simplificada resultando a equação (2.30).

12eessvcvc UU.hm.hmWQ −+−=− ∑∑ (2.30)

2.4.2.3 A equação da energia para um sistema fechado

Para um sistema fechado, não havendo entrada nem saída de massa a equação

geral da energia se reduz a equação (2.31).

sistsist12 WQEE −=− (2.31)

Na forma de taxa de variação de energia, calor e trabalho (potência) a equação

(2.31) se reduz a equação (2.32):

.

sist

.

sistsist WQ

dt

dE−= (2.32)

54

2.5 Exercícios resolvidos

2.5.1 Considere 1 kg de vapor de água contida no interior do conjunto cilindro pistão. O

vapor a 5bar e 240ºC (U1= 2707, 6 kJ/kg) sofre uma expansão até atingir 1,5bar e 200ºC

(U2=2656,2kJ/kg) sendo transferida 80 kJ de calor para o vapor. Uma hélice colocada

no interior do conjunto através de um eixo para homogeneizar o vapor, fornece18, 5 kJ

de energia na forma de trabalho para o sistema. Se O conjunto cilindro pistão está em

repouso, determine a quantidade de trabalho transferido para o pistão durante o

processo de expansão.

Solução:

Identificando o sistema, observamos que no mesmo não existe entrada nem saída de

massa, portanto o sistema é fechado.

Pela equação (2.31):

sistsist12 WQEE −=−

trabalho) realiza pistão (o kJ 149,9Wp

Wp 98,551,4-

Wp)18,5(-802707,6-2656,2

:doSubstituin

WpWpistão

trabalho) recebe osistema poisativo,18.5kJ(negW

calor) recebe sistema o pois(positivo, 80kJQ

kJ 2707,62707,61m.uUE

2656,2kJ 1.2656,2m.uUE

1kgmmm

hélice

sist

111

222

21

+=

+=

+−=

=

−=

=

====

====

===

.

55

O trabalho do pistão poderia ser calculado através da equação ∫P.dV , porém,

não é possível utilizar tal equação uma vez que não se conhece a função P= f(volume),

mas tão somente, os estados iniciais e finais.

2.5.2 Em uma indústria alimentícia necessita-se de ar quente na saída do secador para

desidratação de alimentos, à temperatura de 60o C e velocidade de 10 m/s conforme é

ilustrado na figura.

Para tal fim, é utilizado um aquecedor elétrico de ar, cuja seção transversal de saída é

de 30 cm2. O ar entra no aquecedor à temperatura de 20o C e na pressão absoluta de

1,0 bar com velocidade desprezível. A diferença específica de entalpia para os gases

perfeitos deverá ser estimada pela equação )T(Tchh espares −=− . Considerando o

escoamento doar isobárico, determine a potência elétrica do aquecedor em kW. São

dados:

Calor específico do ar a pressão constante cpar = 1, 006 kJ/kg. K

Constante do ar Rar = 0, 287kJ/kg. K

Solução:

Identificando o sistema, observamos que existem entrada e saída de massa, e

assim o problema será tratado como um volume de controle em regime

permanente pela equação (2.30).

56

( )

( )

( ) ( )

o)aqueciment seu o para potência esta recebe ar (okW1,257W

2x100010

2x10000

400,0314WW

kgkJ

4020601,006.TeTchh

skg

0,031430x10100,9561

1m

ar do massa de Fluxo

kgm

0,9561100

273,15600,287P

TRv

) Vdo saída na ltransversa secção da (áream30.10A

kPa 001bar 1P

:saída na ar do específico volume O

Av

Vm

2

V-

2

Vh.(hmW

hmhm

hmhm

)adiabático 0(sistemaQ

0Ve

0zsze

mmm

gzs)2

V(hmWgze)

2

V(hmQ

el

22

elvc

sarpes

4

3

s

sars

C24

s

s

ss

s

2s

2e

sevc

sss

eee

vc

s

.

e

.

e s

2s

ssvc

2e

eevc

−=

−+−==

=−=−=−

==

=+

==

=

==

=

+−=

=

=

=

=

==

==

+++=+++

−•

∑ ∑

&

&&

&

&

&

&

&&&&

)

.

.

s

e

O fator 1000 aparece para converter W para kw nos termos de energia cinética.

57

2.5.3 Em um navio, utiliza-se um trocador de calor do tipo misturador que utiliza água

quente para a lavanderia. O fluxo de massa de saída de água quente é de 1000 kg/h e

sua temperatura é de 50º C à pressão de 100 kPa. Para esta finalidade, utiliza-se um

misturador que utiliza vapor d’água a 1,0 Mpa e 300º C e água fria a 100 kPa e 25º C. O

vapor e a água fria são misturados, obtendo-se em sua saída a água quente desejada.

Determinar as vazões (kg/h) da água fria e do vapor que alimentam o misturador.

São dados:

Entalpia da água líquida a 100 kPa, 25o C = 104,89kgkJ

Entalpia do vapor d água a 1,0 Mpa e 300o C = 3051,15 kgkJ

Entalpia da água líquida a 50o C e 100 kPa = 209,33kgkJ

Solução: Pelo princípio da conservação da massa para o volume de controle misturador:

∑∑

=−

••

VCse

dtdm

mm sendo (1): vapor; (2): água fria e (3): água quente, tem-se:

321 mmm•••

=+

Primeira Lei da Termodinâmica para o V.C.em regime permanente:

∑∑

+++=

+++•

gzs2

VhmWgze

2V

hmQ2s

ss.

vc

2

ee

.

e

.

vc

58

Considerando-se misturador termicamente isolado e sem variações de energia

cinética e potencial, regime permanente, tem-se:

332211 hmhmhm•••

=+

1m3m2m•

−•

=•

( ) ( )

21

2331

233211332123113321311

hhhh

mm

hhmhhmhmhmhmhmhmhmmhm

−=

⇒−=−⇒=−+⇒=

−+

••

••••••••••

(3)

h2: água líquida a 100 kPa, 25o C

h2 = 104,89kgkJ

h1: vapor d água a 1,0 Mpa e 300o C (vapor superaquecido).

h1 = 3051,15 kgkJ

h3: água líquida a 50o C e 100 kPa:

h3 = 209,33kgkJ

Substituindo:

hkg

35,45m104,893051,15

104,89209,331000m 11 =

−=

••

(vapor)

hkg

964,55m35,451000m 22 =−=••

(água fria)

59

2.5.4 Uma caldeira auxiliar de um navio necessita de 40 toneladas por hora de vapor

dágua saturado a 2 MPa e 85oC com título de 95%. Água líquida a 2 MPa e 85 oC deve

ser bombeada na mesma vazão mássica de vapor para alimentar a caldeira. Calcule o

consumo de óleo combustível de poder calorífico de 42971 kJ/Kg para uma eficiência

da caldeira de 89%.

São dados:

Entalpia da água a 2 MPa e 85ºC = 356 kJ/kg

Entalpia do vapor saturado a 2 MPa =2798,3 kJ/Kg

Entalpia da água líquida a 2 MPa = 908,47 kJ/kg

Solução:

Considerando o regime permanente para o vc:

( )esVCseVC hhmQhmhmQ −=⇒=+•••••

skg

11,1s

kg360040000

ht

40m ===•

A entalpia de entrada (he) é tomada como a da água de alimentação a 2 MPa e 85ºC= 356 kJ/Kg A entalpia de saída é calculada pela equação:

l)vls hx.(hhh −+=

60

ton/dia 58,832451,6kg/hKg/s 0,681mcomb

1mcomb.4297

26060,580,89

mcomb.Pf

: por expressa é caldeira da eficiênciaA

kW 5826060)356,811,1.(2703Q

:vaporserá pelo recebido calor O

kJ/Kg 82703)47908,30,95.(279847908h

0,95porTítulodovax

kJ/Kg 32798 2MPa a adovaporsatur do Entalpiah

kJ/Kg 479082MPa a líquida água da Entalpiah

.

.

.

VCcal

VC

s

v

l

===

=

=

=−=

=−+=

==

==

==

,

,,,

,

,

2.5.5 Considere uma bomba de óleo lubrificante de um navio mercante com uma

diferença de pressão entre a descarga e a aspiração da bomba de 2,72 bar. A massa

específica do óleo lubrificante é de 850Kg/m3 sendo o diâmetro da canalização de

descarga (d2) na saída da bomba de 1polegada (0, 0254m). A vazão mássica de

bombeamento é de 1,43 Kg/s sendo desprezível a variação de energia potencial. Se o

óleo lubrificante é aspirado à baixa velocidade, calcule a potência de bombeamento e a

fornecida pelo motor elétrico se a eficiência mecânica do conjunto for de 60%.

61

Solução:

1kW de próxima mais comercial apotência ter deverá motor O

trabalho) recebe sistema o (0,77kW 0,6

WmotorW

beamento)balhodebom0,46kW(tra2.10003,32

0,321.43W

2.1000V

)h(hmW

)hhhh,VV0,VV0,Qpotencial( energia de variações

as odesprezand e permanente regime em lei primeira da equação a Aplicando

0,32kJ/kg850272

µ

PP)P.(Pνhh

3,32m/s,0254850.3,14.0

4.1,43

µ.π.d

m4.V

massa) da oconservaçã da (equação4

.Vµ.π.dm

ecifico)(volumeesp µ

ssa)(fluxodema 1,43kg/sm

272kPa2,72barPP

850Kg/m telubrifican óleo do específica massaµ

.

vc.

2.

vc

22

21

..

vc

.

2s1,e2s1evc

1212l12

222

.

2

22

2.

l

.

12

3

−==

=

−−=

−−=

======

===−=−

===

=

=

=

==−

==

.

2.5.6 Um tanque rígido de 2m3 inicialmente contém ar a 100kPa e 22ºC. O tanque é

conectado a uma linha de alimentação por uma válvula. O ar escoa na linha a 600kPa e

22ºC. A válvula é aberta e o ar entra no tanque até que a pressão do mesmo atinja a

pressão da linha quando então a válvula é fechada. Um termômetro colocado no tanque

indica que a temperatura do ar no estado final é de 77ºC. Determine a massa de ar que

entrou no tanque e a quantidade de calor transferida.

62

São dados:

Entalpia do ar a 22ºC e 600 kPa= 295,17kJ/Kg

Energia interna do ar a 22ºC e 100kPa= 210,49 kJ/Kg

Energia interna do ar a 77ºC e 600kPa= 250,02 kJ/Kg

Solução:

Considerando um volume de controle em regime uniforme, o balanço de massa e

energia pode ser expresso pela equação (2.22):

12eessvcvc UU.hm.hmWQ −+−=− ∑∑

final) estado no tanque no ar do massa ( 11,946Kg0,287.350

600.2TR

VPm

inicial) estado no tanque no ar do massa ( 2,362Kg0,287.295

100.2TR

VPm

ema)indodosistxodemasasa0(nãoháfluhm

2ar

222

1ar

111

ss

===

===

=∑

Princípio da conservação da massa:

controle) de volume o adentra que (massa 9,584Kgmmm 12e =−=

g295,17kJ/Khe = (Entalpia do ar a 22ºC e 600kPa)

g250,02kJ/Ku

g210,49kJ/Ku

2

1

=

=

63

ambiente meio o para tanque do otransferid (calor 339,34kJQ

uniforme) o(Escoament 497,172986,74179,584.295,UUhmQ

desloca) se não fronteira0(A W

2986,74kJ,0211,946.250.umU

497,17kJ492,362.210,.umU

vc

12eevc

vc

222

111

)−=

−+−=−+−=

=

===

===

2.6 A Segunda lei da termodinâmica

A primeira lei da termodinâmica exige que a energia seja conservada durante um

processo termodinâmico. Porém, sabemos pela experiência do cotidiano que

processos ocorrem em uma determinada direção, ou seja, a primeira lei não faz

restrições à direção de um processo não garantindo que o referido processo possa

ocorrer. Esta inadequação da primeira lei que não identifica se um processo

termodinâmico pode ou não ocorrer, é remediada pela introdução de outro princípio

geral, conhecido usualmente como a “Segunda Lei da Termodinâmica”. A primeira

lei diz respeito à quantidade de energia e suas transformações em outras

modalidades sem levar em conta a qualidade do processo. A segunda lei oferece os

meios necessários para determinar a qualidade bem como o nível de degradação da

energia. Neste trabalho, enfatizaremos a segunda lei na aplicação das máquinas

térmicas, refrigeradores e bombas de calor.

2.6.1 A máquina térmica

Um dos primeiros cientistas que idealizou a máquina térmica foi o engenheiro

francês Sadi Carnot (1796 -1832). Ele supôs uma máquina ideal sem atrito e

reversível. Entende-se por processo reversível, um processo que pode ser revertido

sem deixar danos ao meio ambiente ou em outras palavras, o sistema e o meio

ambiente retornam ao estado inicial no final do processo inverso. Se tal processo

pudesse ser realmente realizado, ele seria caracterizado por um estado contínuo de

equilíbrio e iria ocorrer a uma taxa tão lenta que necessitaria um tempo infinito.

64

Um motor real sempre envolve ao menos certa quantidade de irreversibilidade,

ou seja, no processo irreversível o sistema e todas as suas partes que compõem a

sua vizinhança não podem ser restabelecidos aos seus estados iniciais e finais após

o processo ter ocorrido. A figura 2.3 ilustra o modelo básico de qualquer máquina

térmica reversível ou não.

Figura 2.3- Representação esquemática de uma máquina térmica.

2.6.2 A máquina térmica invertida ou refrigerador

Na máquina térmica, o calor flui espontaneamente da fonte quente para a fonte

fria, ou seja, do meio de temperatura mais alta para o meio de temperatura mais baixa.

Porém, é possível a transferência de calor de um meio de temperatura mais

baixa para outro de temperatura mais alta através do recebimento de trabalho do

meio externo conforme é ilustrado na figura 2.4. Este dispositivo térmico é chamado de

máquina térmica invertida ou refrigerador. Os refrigeradores como as máquinas

térmicas são dispositivos cíclicos, sendo o fluido de trabalho chamado de

refrigerante. No caso dos refrigeradores domésticos, a fonte fria se encontra no

compartimento do congelador, onde o calor do compartimento é removido pelo

65

refrigerante. O condensador é o componente responsável pela dissipação do calor e

se encontra posicionado na trazeira do refrigerador. Em locais de clima frio, o

refrigerador serve de bomba de calor, a qual mantém a temperatura do recinto

removendo o calor de uma fonte à baixa temperatura (ar externo de inverno) e

fornecendo calor a uma temperatura necessária ao conforto térmico das pessoas que

estão no recinto a ser aquecido.

Figura 2.4- A máquina invertida de Carnot.

2.6.3 A desigualdade de Clausius

A desigualdade de Clausius estabelece que para um ciclo termodinâmico a

integral cíclica 0TδQ

∫ , sendo δQ e T a quantidade de calor transferida na fronteira

do sistema na temperatura absoluta T. Segundo Clausius, esta integral indica a

natureza do ciclo executado pelo sistema como possível e reversível, possível e

irreversível, ou impossível conforme as equações (2.33), (2.34), (2.35).

0TδQ

=∫ , ciclo reversível (2.33)

66

∫ < 0TδQ

, ciclo irreversível (2.34)

0TδQ

>∫ , o ciclo é impossível (2.35)

Para a produção de trabalho na máquina térmica são necessários dois

reservatórios térmicos para a transferência de calor, e assim, essa limitação da

segunda lei é conhecida como o teorema de Kelvin-Planck:

“É impossível um dispositivo que opere segundo um ciclo, receber calor de um

único reservatório e produzir uma quantidade líquida de trabalho.

Em outras palavras nenhuma máquina térmica teórica ou real pode ter

eficiência igual ou maior que 100%.

Para os refrigeradores e bombas de calor, a limitação dac segunda lei é

conhecida como o teorema de Clausius:

“È impossível construir um dispositivo que funcione em um ciclo e não produza

qualquer outro efeito que não seja a transferência de calor de um corpo com

temperatura mais baixa para um corpo com temperatura mais alta”.

2.6.4 Equações das máquinas térmicas

De acordo com a figura 2.3, a máquina térmica fornece o calor hq da fonte

quente na temperatura hT , produzindo o trabalho w e rejeitando o calor cq para a

fonte fria na temperatura .cT

Assim, teremos as seguintes equações para o trabalho e a eficiência da máquina

térmica:

ch qqw −= (2.36)

h

c

h

ch

h qq

1q

qqqw

η −=−

== (2.37)

No caso de máquinas térmicas reais ou irreversíveis, de acordo com a

desigualdade de Clausius:

67

0T

q

T

q

c

c

h

h <− (2.38)

Para as máquinas térmicas teóricas ou reversíveis, de acordo com a

desigualdade de Clausius:

c

c

h

h

c

c

h

h

Tq

Tq

e 0Tq

Tq

==− (2.39)

Substituindo a equação (2.39) na equação (2. 37) teremos para a eficiência da

máquina térmica reversível ou máquina de Carnot a equação (2.40):

h

crev T

T1η −= (2.40)

Comparando a máquina térmica reversível com a irreversível que operam com

as mesmas temperaturas hT ec

T podemos enunciar os seguintes corolários conhecidos

como corolários de Carnot.

“A eficiência de uma máquina térmica irreversível é sempre menor do que a da

máquina térmica reversível”.

“Todas as máquinas térmicas reversíveis que operam entre os mesmos

reservatórios térmicos têm a mesma eficiência.

2.6.5 Equações dos refrigeradores e bombas de calor

Para o refrigerador conforme ilustrado na figura 2.4, o refrigerador ou bomba de

calor retira o calor cq da fonte fria à temperatura cT através da entrada de trabalho

externo w e transfere o calor hq para o reservatório de temperatura mais alta hT .

Para o refrigerador e bomba de calor podemos escrever as seguintes equações

ch qqw −= (2.41)

68

1qq

1qq

qwq

β

c

hch

cc

=−

== (2.42)

h

cch

hh'

qq

1

1qq

qwq

β−

=−

== (2.43)

'β e β são os coeficientes de eficácia do refrigerador e da bomba de calor.

No caso de refrigeradores e bombas de calor reais ou irreversíveis, pela

desigualdade de Clausius teremos a equação (2.44):

0T

q

Tq

c

c

h

h <+− (2.44)

Considerando o refrigerador ou bomba de calor reversível (refrigerador de

Carnot) aplicando a desigualdade de Clausius, obtemos a equação (2.45).

c

c

h

h

c

c

h

h

Tq

Tq

e 0Tq

Tq

==+− (2.45)

Substituindo a equação (2.45) nas equações (2.34) e (2.35), as eficácias revβ e

'revβ teóricas do refrigerador e bomba de calor de Carnot serão expressas pelas

equações (2.46) e (2.47).

1TT

c

hrev

= (2.46)

h

C

'rev

TT

1

= (2.47)

Comparando os refrigeradores e bombas de calor reversíveis com os

irreversíveis que operam com as mesmas temperaturas hT e c

T podemos enunciar os

seguintes corolários conhecidos como corolários de Carnot para refrigeradores e

bombas de calor.

69

“A eficácia de um refrigerador ou bomba de calor irreversível é sempre menor do

que o do refrigerador ou bomba de calor reversível”.

“Todos os refrigeradores ou bombas de calor reversíveis que operam entre os

mesmos reservatórios térmicos têm a mesma eficácia”.

2.6.6 A entropia A desigualdade de Clausius para o ciclo reversíve na forma diferencial é

expressa pela equação (2.48).

intrevTδQ

dS

= (kJ/K) (2.48)

Clausius percebeu que havia descoberto uma nova propriedade e chamou essa

propriedade de entropia. Atualmente a entropia é definida como uma função

termodinâmica de estado associada à organização energética de um sistema.

A entropia S de um sistema é uma propriedade extensiva, também chamada de

entropia total. A entropia s por unidade de massa específica (kJ/Kg. K) é uma

propriedade intensiva.

A variação de entropia de um sistema durante um processo é então obtida

através da integração da equação (2.48).

(kJ/K) TδQ

SS∆S2

1 intrev12 ∫

=−= (2.49)

(kJ/Kg.K) m∆S

ss∆s 12 =−= (2.50)

Para um processo isotérmico reversível na temperatura T com o calor Q

cruzando as fronteiras do sistema:

)ST(SQ TQ

SS∆S

12

12

−=

=−= (2.51)

Para um sistema fechado qualquer:

70

δTδQ

SS2

112 +

=− ∫ (2.52

O termo δ é conhecido como geração de entropia e a integral ∫

2

1TδQ

é a

transferência de entropia. Quando 0=δ não existem irreversibilidades no interior do

sistema sendo o mesmo possível e reversível. Se δ >0, o sistema é possível e

irreversível.

Se δ <0 o processo não é possível.

Por outro lado, a variação de entropia do sistema, 12 SS − , pode ser positiva,

negativa ou nula.

Se a transferência de calor acontece em diversas partes da fronteira do sistema:

δTQ

SS 12 +=− ∑ (2.53)

Na forma diferencial:

δTQ

dTdS

+=∑ (2.54)

Para um volume de controle:

vcs

.

e

.

evc δ.sm.sm

TQ

dtdS

+−+= ∑∑∑ (2.55)

Considerando o regime permanente:

vcs

.

e

.

e δ.sm.smTQ

+−+ ∑∑∑ =0 (2.56)

2.6.7 As Relações Tds

As seguintes relações são usualmente empregadas na termodinâmica:

vdPPdvdudh ++= (2.57)

PdvduTds += (2.58)

vdPdhTds −= (2.59)

∆v∆u∆h += P, para substâncias incompressíveis (2.60)

71

Nos sólidos, o termo v∆Pé desprezível e assim, considerando um calor

específico médio, a variação de entalpia é obtida pela equação (2.61)

∆Tc∆u∆h med== (2.61)

Nos líquidos, são encontrados comumente dois casos especiais:

1. Processos a pressão constante como em aquecedores e resfriadores de bordo:

∆Tc∆u∆h med== (2.62)

2. Processos a temperatura constante como em bombas:

∆Pv∆h l= ,vl é o volume específico do líquido,praticamente constante. (2.63)

Para um líquido comprimido (líquido que se encontra em temperatura inferior a

de saturação para uma determinada pressão) a sua entalpia Tp,h é expressa em função

da entalpia hl, T, do volume específicovl, T, e da pressão Psat do líquido no estado

saturado pela equação (2.64).

sat)Tl,Tl,PT, P(Pvhh −+= (2.64)

A entropia de sólidos e líquidos pode ser determinada pela integração da

equação (2.65)

∫=−

+=

+=

2T

1T12 T

dTc(T)ss

TPdv

Tdu

dS

PdvduTdS

1

2med12 T

Tlncss =− (2.65)

Para os gases ideais a entalpia específica é expressa pela equação (2.58):

(T)dTchh∆h2

1

T

Tp12 ∫=−= (2.66)

Considerando cp constante:

72

)T(Tchh∆h 1212 p−=−= (2.67)

A constante do gás Rgás pode ser calculada pela equação (2.60):

vpgás ccR −= (2.68)

O coeficiente de Poisson K será expresso pela equação (2.61):

v

p

c

ck = (2.69)

A entropia dos gases ideais será determinada pela integração das equações

(2.58) e (2.59).

1

2gás

2T

1Tv12 v

vlnR

TdT

(T)css +=− ∫ (2.70)

1

2gás

2T

1Tp12 P

PlnR

TdT

(T)css −=− ∫ (2.71)

Considerando os calores específicos constantes:

1

2gás

1

2v12 v

vlnR

TT

lncss +=− (2.72)

1

2gás

1

2p12 P

PlnR

TT

lncss −=− (2.73)

2.6.8 Exercícios resolvidos da Segunda lei e relações Tds.

2.6.8.1 Em uma máquina térmica, o calor adicionado é de 3150 kJ a 440ºC e é rejeitado

para o meio ambiente a 20ºC. Verifique se esta máquina pode rejeitar 1294 kJ para o

meio ambiente, e em caso afirmativo calcule o trabalho, a eficiência térmica real e a

eficiência da máquina de Carnot.

73

Solução:

Pela desigualdade de Clausius:

0T

q

Tq

c

c

h

h ≤−

04,41184,4118

0293)(20

1294273)(440

3150

=−

≤+

−+

Assim, a máquina é reversível ou de Carnot A eficiência e o trabalho da máquina:

(ok) 58%273)(440273(20

1TT

1855,4kJ12943150qqW

58%31501294

1qq

1q

qqqw

η

h

crev

ch

h

c

h

ch

h

=+

+−=−=

=−=−=

=−=−=−

==

2.6.8.2 Um motor diesel consome 28 l/h e fornece 60 kW de potência.

Se o combustível tiver um poder calorífico de 44000 kJ/kg e uma densidade de 0,8 kg/l,

calcule o calor rejeitado e as eficiências térmicas do motor e a eficiência de Carnot para

uma temperatura de combustão de 1850ºC e uma temperatura ambiente de 25ºC.

Solução:

21%273,78

60qw

η

273,78kW3600

985600985600kJ/h22,4.44000.Pfmq

22,4Kg/h0,8.28m

h

combh

comb

===

=====

==

85%273)(1850

293)(251

T

T1n

213,6860273,78wqq

h

ccarnot

hl

=+

+−=−=

=−=−=

74

2.6.8.3 Calcular a quantidade utilizável e a não utilizável da energia na fornalha de uma

caldeira, sabendo que a temperatura da fornalha e do meio ambiente são 1350ºC e

27ºC. O consumo de combustível da caldeira cujo poder calorífico é de 44000kJ/Kg é

de 35 ton/dia.

Solução:

kW 180400,41.44000.Pfmq

0,41Kg/s24.360035000

m

combh

comb

===

==

A energia utilizável é calculada através da equação:

14705kW2731350

273))(2727318040(1350E

T

T(TqE

u

h

0)hhu

=+

+−+=

−=

A energia não utilizável é a diferença entre o calor da fonte quente e a energia

utilizável.

3335kW1470518040EqávelEnãoutiliz uh =−=−=

Alternativamente:

3335kW2731350

18040273).(27

Tq

.Tqh

hoc =

++==

2.6.8.4 Um ar condicionado dissipa 5,1kW para o ambiente quando é acionado por um

compressor de 1,5kW. Calcule a capacidade de refrigeração e o coeficiente de eficácia

Solução:

2,41,53,6

wq

β

ão)refrigeraç de cidade3,6kW(capawqq

o)acionament de (potência1,5kW w

ipado)(calordiss5,1kW q

l

hl

h

===

=−=

=

=

75

2.6.8.5 Uma central de ar condicionado marítimo resfria 14000 kg/h de ar externo a 35

ºC para 15 ºC . Este ar é insuflado nos recintos do navio mantendo o mesmo a 20 ºC.

Considerando um refrigerador de Carnot, estime a potência mínima necessária do

compressor acionado a correias de rendimento de 35%, o calor rejeitado para a fonte

quente a 45ºC (condensador) e o coeficiente de eficácia.

Solução:

O calor retirado do ar na fonte fria (capacidade de refrigeração) pode ser estimado

pela aplicação da primeira lei ao ar na serpentina de refrigeração:

83kW15).1,006.(353600

14000T.(T.cm)h.(hmQ s)epararsearL

.

=−=−=−=

O coeficiente de eficácia para o refrigerador de Carnot é determinado pela

equação (2.38)

72111

273)(20273)(451

1TT

c

hrev ,=

−+

+=

=

A potência mínima de compressão é determinada pela equação w

.

L=

76

kW 3200,357,08

motorW

kW087W

W

837211

min

min

.

min

,

.

,

==

=

=

O calor dissipado no condensador é a soma da capacidade de refrigeração com a

potência de compressão.

kW 089008783WQQ.

LL

..

h ,, =+=+=

2.6.8.6 Uma sala de máquinas deverá estar com a temperatura regulada em 20ºC nas

condições de inverno com a temperatura a –10ºC. A taxa de calor necessária para

manter a temperatura da sala em 20ºC é de 25 kW. Determine a potência mínima da

bomba de calor.

Solução: O coeficiente de eficácia da bomba de calor será:

7739263293

293TT

TTT

TT

1

1WQ

β

K 26327310T

K 29327320T

CH

H'rev

CH

H

h

Cin

H'rev

L

H

,=−

==

=

==

=+−=

=+=

77

A potência mínima de compressão da bomba de calor é agora determinada:

kW 2,59,773

25

β

QW

'rev

Hmin ===

2.6.8.7 Gás oxigênio é comprimido do estado de 25ºC e 0,8m3/Kg para o estado de

287ºC e 0,1m3/Kg. A constante do oxigênio é de 0, 2598kJ/Kg. K e o seu calor

específico a volume constante é de 0, 690 kJ/Kg.K. Calcule a variação de entropia do

oxigênio.

Solução:

K .0,105kJ/kgss

0,80,1

0,2598ln298)(25273)(287

0,690.lnss

vv

lnRTT

lncss

12

12

1

2gás

1

2v12

−=−

++

+=−

+=−

2.6.7.7 Um tanque isolado e rígido de 1,5m3 contém 2,7Kg de CO2 a 100kPa. Uma roda

de pás realiza trabalho sobre o sistema até que a pressão do tanque se eleve a 150

kPa. A constante e o calor específico a pressão constante do CO2 são respectivamente

0, 1889 kJ/kg. K e 0, 846 kJ/kg. K, determine a variação de entropia total do CO2.

Solução:

kJ/K 0,71822,7.0,266)sm.(sSS

K .0,266kJ/kg100150

0,657lnTT

lncvv

lnRTT

lncss

100150

PP

TT

,VComoV

TVP

TVP

/kgm 55502,7

51vv

K0,657kJ/Kg0,18890,846c

Rcc

m 1,5VV

2,7Kgm

1212

1

2v

1

2CO

1

2v12

1

2

1

212

1

11

2

22

312

v

COpv

321

2

2

==−=−

===+=−

===

=

===

=−=

−=

==

=

,,

78

2.6.7.8 Um motor elétrico de um navio operando em regime permanente recebe uma

corrente de 10 A com uma voltagem de 220volts. O eixo do motor gira a 1000rpm com

um torque medido de 16N. m para a carga solicitada. O módulo da taxa de

transferência de calor a partir do motor é estimada pela equação )Th.A.(TQ 0s

.−= ,

sendo h=100 W/m2 K, A=0, 195m2 (Área de transferência de calor da superfície) e T0

=293 K (temperatura ambiente). Estimar a temperatura da superfície do motor e a taxa

de geração de entropia do processo.

Solução:

Fluxo de calor transferido:

293)(T100.0,195.Th.A.(TQ s0s

.

vc −=−= )

Equação da primeira lei para sistema fechado:

C46º319K29319,5526

Ts

293)(T100.0,195.Th.A.(T526

processo) do otransferid calor para negativo sinal -526W(Q

(-526)-Q0

)permanente regime ( 0dt

dE

ei)(primeiral WQdt

dE

526W0,526kW2,21,674W

recebido) alho2,2kW(trab2200W220.10U.IW

fornecido) abalho1,674kW(tr1674W601000 2π

16.60

N 2πTorque.W

s0s

.

.

vc

.

vc

sist

vc

.

vcsist

vc

elec

.

eixo

==+=

−=−=

=

=

=

−=

−=−=−=

−=−=−==

+====

)

79

ok) positiva, entropia de (geração 1,648kJ/Kδ e δ,319526

0

δTQ

dTdS

=+−

=

+=∑

2.6.8.10 Para um gás perfeito sofrendo um processo isoentrópico, deduza as relações

entre as temperaturas, pressões e volumes no estado inicial e final do processo.

Solução:

1

2gás

1

2v12 v

vlnR

TT

lncss +=−

1

2gás

1

2p12 P

PlnR

TT

lncss −=−

Processo isoentrópico:

p

gás

c

R

1

2

1

2

1

2

p

gás

1

2

12

PP

TT

PP

lnc

R

TT

ln

ss

=

=

=

v

pk

1k

1

2

1

2

c

c

1

2

1

2

c

ck sendo

PP

TT

PP

TT p

vc-p

=

=

=

80

3 PROCESSOS TERMODINÂMICOS

3.1 Processos termodinâmicos de sistemas fechados

Os processos termodinâmicos aplicados a sistemas fechados nada mais são que

a aplicação da primeira lei e da segunda lei da termodinâmica quando os referidos

sistemas sofrem transformações de estado, sendo os mais usuais os processos

isobárico, isométrico, isotérmico, adiabático e politrópico.

Considerando os gases ideais, os líquidos incompressíveis e substâncias

sólidas, a variação de energia interna ∆u é determinada pela equação (3.1), já vista no

capitulo II e aqui repetida para melhor compreensão:

∫=−=T2

T1v12 .dTcuu∆u (3.1)

Considerando o calor específico constante com a temperatura:

)T.(Tc.dTcuu∆u 1

T2

T12vv12 −==−= ∫ (3,2)

De maneira semelhante, a entalpia específica é determinada pelas seguintes

considerações já vistas no capítulo II:

a) para gases ideais em “todos os processos” e líquidos incompressíveis em processo

isobárico:

dT.c∆h2

1

T

Tp∫= (3.3)

Considerando o calor específico constante:

)T.(TcdT.chh∆h 12p

T

Tp12

2

1

−==−= ∫ .(3.4)

81

b) para líquidos incompressíveis em processo isotérmico:

)P.(Pv∆h 12l −= , sendo lv o volume especifico do líquido (3.5)

c) para sólidos, a variação de entalpia e da energia interna tem o mesmo valor e são

calculadas pela equação (3.6):

)T.(TC∆h 12med −= (3.6)

Lembrar que para líquidos incompressíveis e sólidos, medpv ccc ==

3.1.1 Processo isobárico

No processo isobárico, a pressão permanece constante ao longo da

transformação com diminuição do volume (compressão) ou aumento do volume

(expansão), conforme é ilustrado nas figuras 3.1(a) e 3.1(b).

Figura 3.1 (a) - Compressão isobárica Figura 3.1 (b) - Expansão isobárica

Para este processo:

)VP.(VP.dVW2

1

V

V12∫ −== (3.7)

Considerando o calor específico constante e aplicando a primeira lei

desprezando as variações de energia cinética e potencial, obtemos a equação (3.8):

82

)VP.(V)T.(Tm.cW∆uQ 1212v −+−=+= (3.8)

Para os gases ideais utilizamos a equação (3.9).

)T)m.(Tcc(cQ

)T).m.(Tc(RQ

)T((TmR)T.(Tm.cQ

12vvp

12vgás

12gás12v

−+−=

−+=

−+−=

)hm.(h)T.(Tm.cQ 1212p −=−= (3.9)

3.1.2 Processo isométrico

No processo isométrico, o volume permanece constante ao longo da

transformação com o aumento ou diminuição da pressão, conforme é ilustrado nas

figuras 3.2(a) e 3.2(b).

Figura 3.2(a) - Aumento da pressão Figura3.2(b) - Diminuição da pressão

Para este processo:

varia. nao volume o pois 0,)VP.(VP.dVW2

1

V

V12 =−== ∫ (3.10)

Considerando o calor específico constante e aplicando a primeira lei

desprezando as variações de energia cinética e potencial obtemos a equação (3.11).

)T.(Tm.cW∆uQ 12v −=+= (3.11)

83

3.1.3 Processo isotérmico

No processo isotérmico, a temperatura permanece constante ao longo da

transformação com o aumento ou diminuição da pressão, conforme é ilustrado nas

figuras 3.3(a) e 3.3(b)

Figura 3.3 (a)- Compressão isotérmica Figura 3.3(b)- Expansão isotérmica

Para este processo:

∫=2

1

V

V

P.dVW (3.12)

Considerando o gás ideal o trabalho W e o calor terão a mesma magnitude

visto que a variação da energia interna é zero, sendo os mesmos expressos pela

equação (3.13):

2211

gás

.VP.VPV

.Tm.RP

=

=

2

1gás

1

2gás

V

Vgás

V

V PP

.T.lnm.RVV

.T.lnm.RV

dV.Tm.RP.dVQW

2

1

2

1

===== ∫∫ (3.13)

84

3.1.4 Processo isoentrópico

O processo isoentrópico é comumente utilizado nas aplicações dos ciclos

teóricos das máquinas de combustão interna e turbinas a gás e bombas, sendo o

mesmo regido pela equação ConstantePVK = , conforme é ilustrado nas figuras 3.4(a)

e 3.4(b).

Figura 3.4(a) - Compressão isoentrópica Figura 3.4(b) - Expansão isoentrópica

Para os gases perfeitos, considerando um processo isoentrópico, deduzimos a

seguinte relação entre as pressões e as temperaturas dos estados 1 e 2.

v

pk

1k

1

2

1

2

c

ck sendo

PP

TT

=

=

,

Utilizando a equação KPV e a equação geral dos gases perfeitos 2

22

1

11

T.VP

TVP

=

podemos obter mais duas relações comumente utilizadas no processo isoentrópico. K

2

1

1

2

VV

PP

=

1K

2

1

1

2

VV

TT

=

85

Considerando o processo adiabático (Q=0), desprezando as variações de

energia cinética e potencial e aplicando a primeira lei obtemos a seguinte relação entre

o trabalho e a energia interna:

)T.(Tm.c)U(UW 21v12 −=−−= (3.14)

Par os gases perfeitos em processo adiabático e isoentrópico, esta equação

é equivalente a expressão do trabalho determinado pela equação geral ∫=2

1

V

V

P.dVW

conforme é demonstrado a seguir.

(3.15) equação a W"" para obtemos ,VP ou VP por C doSubstituin

)V(Vk1

CVdV

CP.dVW

VC

P

P.dVW

k22

K11

k11

k12

V

VK

V

V

K

V

V

2

1

2

1

2

1

−−−

−===

=

=

∫∫

1k.VP.VP

k1.VP.VP

W 22111122

−=

−= (3.15)

c.q.d )T.(Tm.cW

)c(c

)T).(Tc.(cm.c

1c

c

)T(TmR

1k

)T(TmR

1k.VP.VP

W

12v

vp

12vpv

v

p

21gás21gás2211

−=

−−

−=

−=

−=

3.1.5 Processo politrópico

O processo politrópico e definido pela equação nP.V = Constante, onde o

expoente n pode assumir qualquer valor no intervalo ( )+∞∞− , . O processo politrópico

pode ser utilizado como uma aproximação dos processos de compressão e expansão

nos motores de combustão interna e compressores industriais.

O trabalho da fronteira móvel de um sistema fechado pode ser avaliado de modo

semelhante ao processo adiabático reversível, trocando-se o k pelo n sendo o mesmo

expresso pela equação (3.16).

86

1n.VP.VP

n1.VP.VP

W 22111122

−=

−= (3.16)

Aplicando a primeira lei, e considerando constantes o calor específico cv e cp, o

calor que cruza as fronteiras do sistema pode ser determinado pela equação (3.17).

n1.VP.VP

)T.(Tm.cQ 112212v

−+−= (3.17)

Para os gases perfeitos, da equação (3.17) pode-se deduzir a equação (3.18)

para a determinação do calor do processo politrópico utilizando a equação geral

)T.(Tm.RP.V 12gás −= .

−−=

−+−=

−+−=

−+−=

−+−=

n1

n.cc)Tm.(TQ

n1

ccc)Tm.(TQ

n1

Rc)Tm.(TQ

n1

)T(Tm.R)T.(Tm.cQ

n1.VP.VP

)T.(Tm.cQ

vp12

vpv12

gásv12

12gás12v

112212v

apolitrópic da específico calor ,n1n.k.

cc sendo),T(Tm..cQ

n1nk

).cTm.(TQ

n1n.ck.c

)Tm.(TQ

vn12n

v12

vv12

−=−=

−−=

−−=

.apolitrópic da específico calor ,n1n.k.

cc sendo),T(Tm..cQ vn12n

−=−= (3.18)

87

O valor do expoente n pode assumir valores no intervalo ( ).,+∞∞− dependendo

do processo. Os valores usuais são listados na tabela 3.1

Tabela 3. 1 Valores do expoente n

Processo Expoente

n

Isobárico 0

isométrico ∞

Isotérmico e gás ideal 1

Adiabático e gás ideal

v

p

c

ck =

Fonte: Termodinâmica, Cengel, 5 a.ed (McGraw Hill, 2006)

3.2 Processos termodinâmicos em volume de controle

Os processos termodinâmicos que ocorrem em volume de controle são

resolvidos utilizando-se as equações da conservação da massa e da primeira e

segunda lei da termodinâmica, sendo de grande aplicação o regime permanente,

conforme visto no capítulo II deste trabalho e aqui repetidas para melhor fixação do

assunto.

∑ ∑ +++=+++ gzs)2

V(hmWgze)

2V

(hmQ2s

ssvc

2e

eevc&&&&

∑∑

∑ ∑

==

=

+=+

n

1s

n

1e

ssvceevc

smem

hmWhmQ

&&

&&&&

)ST(SQ 12 −= (processo isotérmico reversível)

δTδQ

SS2

112 +

=− ∫

88

δTQ

SS 12 +=− ∑

0δ.sm.smTQ

vcs

.

e

.

e =+−+ ∑∑∑

Quando 0=δ não existem irreversibilidades no interior do sistema sendo o

mesmo reversível. Se δ >0, o sistema é possível. existindo irreversibilidades no

sistema. Se δ <0 o processo é impossível

Por outro lado, a variação de entropia do sistema 12 SS − pode ser positiva,

negativa ou nula.

3.3 Exercícios resolvidos

3.3.1 Determine a variação da entalpia específica, em kJ/kg para o vapor de água

quando este sofre um processo desde o estado 1 onde T1 = 400 K e P1 = 0,1 MPa até

o estado 2 onde T2 = 900 K e P2 = 0,5 MPa, por meio de:

a) Integração usando o modelo de gás ideal, com o calor específico dado pela tabela

3.II. e 432

gás

p εTδTγTβTαR

c++++= na faixa de temperatura de 300 K a 1000 K

89

Fonte: K.Wark, Thermodinamics, 4th Ed.Mcgraw-Hill, New York, 1983.

b) Tabelas de propriedades sendo dados:

- Entalpia do vapor a T1 = 400 K e P1 = 0,1 MPa = 2730.5 kJ/Kg

- Entalpia do vapor a T2 = 900 K e P1 = 0,5 MPa = 3762,2 kJ/Kg

c) Determine o erro percentual.

Solução:

a) É utilizada a equação do calor especifico variando com a temperatura.

dT)εTδTγTβT(αRdT.RdT.chh2

1

2

1

2

1

T

T

432gás

T

Tgás

T

Tp12 ∫∫∫ ++++===−

( ) )T(T5ε

)T(T4δ

)T(T3γ

)TT2β

.Tα(TMol

Rhh 5

15

24

14

23

13

22

12

212u

12 −+−+−+−+−=−

12 hh − =

)400(9005.100,807

)400(9004.102,964

)400(9003.104,152

)400(9002.101,108

400)(4,07(90018,028,314

5512

449

336

223

−+−−

−+−−−

1025kJ/kghh 12 =−

90

b) Pelas tabelas de vapor:

kJ/Kg 1031.7hh

2730,53762,2hh

12

12

=−

−=−

c) erro percentual.

0.64%.1001031,7

10251031.7Erro% =

−=

3.3.2 Um cilindro de aço contém 1,5Kg de ar a 300K e 150kPa. O cilindro é aquecido a

volume constante até a temperatura de 1000K e em seguida sofre um processo

isobárico, quando atinge a temperatura de 1500 K. Determine O trabalho, a variação da

energia interna e o calor do processo.

São Dados: Calor específico do ar a volume constante: 0 776 kJ/kg. K

Constante do ar: 0, 287kJ/kg. K

Solução:

O cilindro é considerado um sistema fechado, sem variação de energia cinética e potencial.

O gás dentro do cilindro é considerado ideal e sofre dois processos:

1___2: Volume constante: V1=V2

2___3 Pressão constante: P2=P3

Estado 1: V1 = m.Rgás. T1/P1 = 1,5. 0,287.300/150 = 0,861 m3 Estado 2: V2 = V1 => P2 = P1 (T2/T1) = 150.1000/300 = 500 kPa Estado 3: P3 = P2 => V3 = V2 (T3/T2) = 0, 861×1500/1000 = 1, 2915 m3 O trabalho é a soma dos dois processos:

91

1W3 = 1W2 +2W3 =0+2W3 = P3 (V3 – V2)

1W3 = 1W2 +2W3 = 500(1,2915 - 0.861) = 215.3 kJ

A energia interna é a soma da energia interna dos dois processos:

kJ 1396,8300)(15001,5.0,776.∆U

)T(Tmc∆U

)T(Tmc)T(Tmc∆U∆U∆U

31

13v31

23v12v322131

=−=

−=

−+−=+=

O calor do processo é calculado pela primeira lei:

kJ 1612,11396,8215,3W∆UQQQ 3131322131 =+=+=+=

3.3.3 Um cilindro de aço contém 3kg de ar a 20ºC e 300 kPa. O cilindro é aquecido a

pressão constante até a temperatura de 600K. Determine O trabalho, a variação da

energia interna e o calor do processo considerando o ar como gás perfeito.

São Dados:

Calor específico do ar a volume constante: 0,733 kJ/Kg.K

Constante do ar: 0, 287kJ/Kg. K

Solução:

Estado 1: P1=300kPa e T1=293K

V1 = m.Rar. T1 / P1 = 3.0.287.293 / 300 = 0,841 m3

Estado 2: P2=P1= P=300 kPa

V2 = m.Rar. T2 / P2 = 3.0.287.600 / 300 = 1,722 m3

O trabalho é calculado para um processo isobárico:

1W2 = P (V2 - V1) = 300 (1, 722 – 0, 841) = 264,3 kJ

Variação da energia interna:

kJ 675,093293)-003.0,733.(6)T(Tmc∆U 12v21 ==−=

O calor do processo:

kJ 939,4264,3675,093W∆UQ 21221 =+=+=1

Alternativamente:

92

kJ 939,4293)-03.1,02.(60Q

kJ/Kg.K 1,020,2870,733Rcc

)T.(Tm.cQ

21

arvp

12p21

==

=+=+=

−=

3.3.4 Um tanque rígido de forma esférica e praticamente indilatável de um navio

químico tem diâmetro de 10metros e transporta propano (C3H8) a -30ºC na condição de

mistura bifásica com título de 10% (percentagem em massa de vapor), onde a sua

pressão tem o valor de 1, 677bar obtida das tabelas de carga do navio. O tanque é

projetado para permitir o disparo da sua válvula de segurança quando a sua

temperatura se elevar para -20ºC, quando o propano está na fase de vapor

superaquecido. Determine a massa de propano dentro do tanque, a pressão de

disparo da válvula de segurança e o calor transferido no processo considerando as

fases vapor do propano como gás perfeito. São Dados:

Calor específico do propano na fase vapor a volume constante: 1, 4909 kJ/kg. K

Constante do propano: 0, 1855 kJ/Kg.K

Energia interna do propano ( Lh ) na fase líquida a -30ºC = 22,6 kJ/kg

Volume específico do propano na fase líquida ( Lv ) a -30ºC = 1, 763.10-3 m3/kg

Solução:

93

O volume do tanque considerado de forma esférica é calculado pela equação:

333

523,3m3

/2)4.3,14.(102D

34π

V ==

=

Como o tanque é considerado indilátavel, V = V1 = V2.

Estado 1: P1= 1, 677bar = 167,7 kPa e T1 =-30+273= 243 K

Estado 2: T2= -20ºC+273 = 253 K e P2 a determinar.

O volume específico do vapor de propano no estado1 será determinado

considerando o propano como gás perfeito.

/kg0,268m167,77

0,1855.243P

.TRv 3

1

1propv ===

O volume específico no estado1 é determinado pelas propriedades das misturas

bifásicas.

/kg0,0283867m0,001763)-0,1.(0,2680,001763)vx(vvv 3LvL1 =+=−+=

Massa de propano

bar 16,8kPa 1680523,3

,1885.25318435,14.0V

.T.RmP

ido)superaquec (propano tanque no segurança de válvula da disparo de Pressão

kg 16591,626140,9.18435,m

kg 1843,514140,1.18435,m

kg 18435,140,028386

523,3vV

m

2

2propanopropano2

L

v

1propano

1

1

====

==

==

===

A energia interna específica do propano na fase vapor no estado1 é determinada

considerando o propano um gás perfeito, g362,28kJ/k1,4909.243.Tcu 1vv ===

A energia interna específica do propano no estado1 é agora determinada pelas

propriedades das misturas bifásicas. g56,568kJ/k22,6)80,1.(362,222,6)ux(uuu LvL1 =−+=−+=

Como o processo é isométrico, o trabalho do processo é nulo ( 0W21 = ).

94

A variação da energia interna é agora calculada:

kJ 5906576,49UUQ

kJ 6953692,411047115,92-4664090,42UU

kJ.253 4909 ,18435,14.1.T.cmU

kJ1047115,9268k18435,14.5.umU

1221

12

2vpropano2

1propano1

=−=

==−

===

===

3.3.5 Um tanque rígido praticamente indilatável de 250 L contém metano a 500K e

1500kPa. O tanque é bruscamente resfriado para 300k. Considerando o metano um

gás perfeito, determine o calor transferido no processo.

São dados:

Calor específico do metano a volume constante: 1, 736kJ/kg.K

Constante do metano: 0, 5183kJ/kg.K

Solução:

Estado1: P1 = 1500 kPa, T1= 500 K e V1=0,25 m3

m = P1V1 /RgasT1 = 1500. 0,250/0,5183 .500 = 1,447 kg

Estado 2: P2 = P1 T2 / Τ1 = 1500.300 / 500 = 900 kPa

Aplicando a primeira lei:

sistema) do otransferid (calor 347kJ500).(3001,47.1,736Q

)T.(Tm.cQ

21

12v21

−=−=

−=

3.3.6 Um conjunto pistão cilindro contém 0,1kg de ar a 300 K e 100 kPa.

O ar é então comprimido lentamente em um processo isotérmico até a pressão final de

250 kPa. Calcule o trabalho e o calor trocados no processo.

São dados:

Constante do ar: 0, 287 kJ/kg. K

95

Solução:

Estado1: P1 = 100 kPa e T1 = 300 K

Estado: P2 = 250 kPa e T2 = 300 K

1W2 = ∫ PdV = dVV

.Tm.R2

1

V

V

ar∫ = m. .TR ar ln 1

2

VV

= m arR T ln 2

1

PP

1W2= 0,1.0,287 .300 ln (100 / 250 ) = -7.89 kJ

Desde que T1=T2, U2-U1 = 0.

Aplicando a primeira lei: 1Q2 = U2-U1 +1W2 = = -7.89 kJ

O processo é representado nos diagramas PxV e TxS

3.3.7 Um conjunto pistão cilindro contém inicialmente 0,07 m3 de nitrogênio a 130kPa e

120ºC.

O nitrogênio é então expandido lentamente em um processo adiabático e isoentrópico

até a pressão final de 100kPa kPa. Calcule o trabalho e o calor trocados no processo.

São dados:

Calor específico do nitrogênio a volume constante: 0, 747 kJ/kg. K

Constante do nitrogênio: 0, 287 kJ/kg. K

96

Solução:

1,390,7471,034

c

ck

kJ/Kg.K 1,0340,2870,747Rcc

v

p

arvp

===

=+=+=

Estado1: P1= 130 kPa, V1= 0,07m3, T1= 393K

m = P1 V1/RarT1 = 130.0,07/0, 287.393 = 0, 078 kg

Das relações do processo isoentrópico:

k

2

112 V

VPP

=

365,11K130100

393PP

TT

m 0,0845100130

0,07.PP

.VV

1,39

0,39k

1k

1

212

31,39

1k

1

2

112

=

=

=

=

=

=

Sendo nulo o calor transferido (processo adiabático):

kJ 1,623365,14)7.(3930.078.0.74)T.(Tm.c)U(UW 21v1221 =−=−=−−=

Alternativamente:

1,66kJ1,391

130.0,07100.0,0845k1

VPVPW 1122

21 =−

−=

−=

3.3.7Um conjunto pistão cilindro contém inicialmente 0,1m3 de argônio a 140kPa e

10ºC.

O argônio é então comprimido lentamente segundo um processo politrópico até a

pressão e temperatura de 700 kPa e 280ºC. Considerando o argônio um gás perfeito,

calcule a variação de energia interna, o trabalho e o calor transferidos no processo

97

São dados:

Calor específico do argônio a volume constante: 0,3122 kJ/kg.K

Calor específico do argônio a pressão constante: 0, 5203 kJ/kg. K

Constante do argônio: 0, 2081kJ/kg. K

Expoente da adiabática (k) = 1, 667

Solução:

Estado1: P1= 140 kPa, V1= 0,1m3, T1= 283K

Estado2: P2= 700 kPa, T2= 553K

m = P1.V1/(Rarg .T1) = 140 .0,1/(0,2081.283) = 0.2377 kg

V2 = V1. P1. T2 /P2. T1 = 0,1.140.553/700.283 = 0.0391 m3

Das relações do processo politrópico:

n

2

112 V

VPP

=

1,714

0,03910,1

ln

700140

ln

VV

ln

PP

ln

n

2

1

1

2

=

=

=

A variação de energia interna, o trabalho e o calor são agora determinados.

kJ 20,036283)122.(5530,2377.0,3)T.(Tm.cUU 21v12 =−=−=−

kJ 18,731,7141

140.0,1700.0,0391n1

VPVPW 1122

21 −=−

−=

−=

1,31kJ18,7320,036WUUQ 211221 =−=+−=

3.3.8 Considere o sistema mostrado na figura.

98

O volume inicial do ar no interior do conjunto êmbolo-cilindro é de 0,04 m3, sendo a sua

pressão e temperatura de 100 kpa e 27ºC, a qual equilibra a pressão atmosférica e o

peso do êmbolo. A mola toca o êmbolo, mas não exerce qualquer força sobre o mesmo.

O sistema ( ar) é então aquecido até que o volume do sistema seja o dobro do volume

inicial coma a pressão final do sistema de 4bar e, durante o processo a força de mola

é proporcional ao deslocamento do êmbolo a partir da posição inicial. Pede-se:

a) Mostrar o processo em um diagrama, P – v.

b) Considerando o ar como sistema, calcular o trabalho, a variação de energia interna e

o calor do processo.

c) A variação de entropia do gás.

São dados:

Calor específico do ar a pressão constante = 1,02 kJ/kg. K

Constante do ar = 0,287 kJ/kg. K

Solução:

O êmbolo é sujeito ao seguinte esquema de Pressões:

Do equilíbrio a pressão do gás (P) é a soma da pressão atmosférica com as

pressões do peso do embolo (Pemb) e da mola (Pmola).

P=Patm + Pemb + Pmola

No início do processo Pmola = 0 ( A mola não exerce força sobre o êmbolo).

Patm + Pemb = P1= 100 kPa

Para uma posição x qualquer do sistema, desprezando as variações e energia

cinética e potencial do êmbolo e considerando um processo quase estático:

P= Patm + Pemb + Pmola = A

)xk(x100 1−

+ , pois a força da mola é proporcional ao

deslocamento, sendo A a área da secção transversal do êmbolo.

A variação de volume é )xA(xVV∆V 11 −=−=

99

Para um deslocamento x, 21

221

A

kV

AkV

100A

)Vk(V100P −+=

−+=

Fazendo a = 2A

k, aVaV100aVaV100P 11 +−=−+=

Observamos que Pé uma função linear do volume.

P= aV+b, sendo b=100- aV1

a) Diagrama PxV

b) A massa e a temperatura final do ar podem ser determinadas pela equação

geral dos gases perfeitos.

2423K60,287.0,04

400.0,08mR

VPT

0,046kg0,287.300100.0,04

TRVP

m

ar

222

1ar

11

===

===

O trabalho é a área do diagrama PxV.

kJ 102

100).0,04(400W21 =

+=

A energia interna e o calor são agora determinados.

kJ 5881WUUQ

kJ 5871300)230,287).(24-20,046.(1,0)T.(Tm.cUU

211221

12v12

,

,

=+−=

=−=−=−

c) Variação de entropia do gás.

kJ/K 0797073310460)sm(sSS

kJ/kg.K 7331100400

ln28703002423

ln021PP

lnRTT

lncss

1212

1

2gás

1

2p12

,,.,

,,,

==−=−

=−=−=−

100

3.3.9 Ar é expandido em uma turbina conforme é ilustrado na figura.

A velocidade do ar na entrada é desprezível face à velocidade de saída na turbina cuja

potência é de 3200 kW. Considerando o regime permanente e desprezando as

variações de energia potencial e o calor do processo, determine o fluxo de massa .

m do

ar e a área da secção transversal de saída no ponto 2.

São Dados:

Calor específico do ar a volume constante: 0, 776 kJ/Kg. K

Calor específico do ar a pressão constante: 1, 063 kJ/Kg. K

Constante do ar: 0, 287kJ/Kg. K

Solução:

Aplicando a primeira lei para o volume de controle:

Kg/s

1000.2100

)2

Vh(h

Wm

)2

Vh(hmW

zs)-g(ze)2

Vh(hmW

,mmm

0zs)g(ze , 0Q

gzs)2

V(hmWgze)

2

V(hmQ

kJ/Kg 425,2500)-01,0663.(90)T(Tchh

3200kWW , 100m/sV, 0V

221

21

vc.

22

21

.

vc

22

21

.

vc

.

se

vc

2s

ssvc

2e

eevc

2121

vc21

61,7

2,425

3200=

=

−−

=

−−=

+−−=

==

=−=

+++=+++

==−=−

===

∑ ∑

∑ ∑

&

&

&

&&

&

&&&&

&

p

101

Pela equação da continuidade: 2

22

2ar

.

2

.

22 m 1090

1001005002870617

.VP.T.Rm

Vmv

A ,.

.,.,====

3.3.10 Ar é expandido em dois estágios através de um conjunto de duas turbinas

conforme ilustrado na figura.

Entre as turbinas existe um trocador de calor arrefecido a ar, cuja finalidade é aumentar

a temperatura do ar que sai da descarga da primeira turbina para a admissão na

segunda. Despreze as variações de energia cinética e potencial e o calor que cruza as

fronteiras dos sistemas. Considerando o regime permanente, determine o fluxo de

massa .

m admitido nas turbinas, a temperatura do ar 3T na saída do trocador de calor e

a potência de saída.

t2W da segunda turbina em kW.

São Dados:

Calor específico do ar a volume constante: 0, 776 kJ/kg. K

Calor específico do ar a pressão constante: 1, 063 kJ/kg. K

Constante do ar: 0, 287 kJ/kg. K

102

Solução:

Para a primeira turbina:

)h(hmW

mmm smem

WW0,QhmWhmQ

21

.

t1

..

21

.n

1s

n

1e

t1vcvcssvceevc

−=

===

==+=+

∑∑

∑ ∑

==

&

&&

&&&&&&&

,

,

kg/s 36319318

10000)h(h

Wm

kJ/kg 9318110014000631)T(Tc)h(h

21

t1.

21p21

,,

,).(,

==−

=

=−=−=−

&

Para o trocador de calor:

66

.

33

.

55

.

2

.

2

se

resf

..

65

.

.

4

.

3

..

21

.

hmhmhmhm

shmehm

Kg/s 20601200mmm

mmmmm

+=+

=

====

====

∑∑ &&

/

K 565122711001,063135,59

Tc

135,59T

5913531,36

)1280148020.1,063.()T(Tc

m

)T(Tcm

m

hhmhh

2p

3

23p

.

65presf

.

.65resf

.

23

,

,

)(

=+=+=

=−

==−

−=

−=−

Para a segunda turbina.

kW 68252W

980)-3.(1227,5631,36.1,06)T(Tcm)h(hmW

Kg/s 3631mmm smem

WW0,QhmWhmQ

t2

43p

.

43

.

t2

..

43

.n

1s

n

1e

t2vcvcssvceevc

,

,,

,

=

=−=−=

====

==+=+

∑∑

∑ ∑

==

&

&

&&

&&&&&&&

103

3.3.11 Ar é comprimido em um compressor conforme ilustrado na figura.

O processo de compressão do ar no interior do compressor é adiabático e isoentrópico.

Determine a Temperatura e o diâmetro da secção transversal da canalização de saída

do ar do compressor, e a potencia mínima necessária para o seu acionamento.

Considere regime permanente e despreze a variação de energia potencial e a

velocidade do ar na entrada do compressor.

São Dados:

Calor específico do ar a volume constante: 0, 776 kJ/kg. K

Calor específico do ar a pressão constante: 1, 063 kJ/kg. K

Constante do ar: 0, 287kJ/Kg. K

Solução:

A compressão é adiabática e isoentrópica em regime permanente.

Pela segunda lei:

0δ.sm.smTQ

vcs

.

e

.

e =+−+ ∑∑∑

)reversível (processo 0δAssimss ,mmo),(adiabátic 0TQ

vc21 2

.

1

.

====∑ ,. ,

A igualdade de entropia no processo adiabático para os gases perfeitos implica

na relação:

1,370,7761,063

c

ck

PP

TT

v

p

k

1k

1

2

1

2

===

=

104

Substituindo os valores:

671KT

112

273)(70T

PP

TT

2

1,37

0,37

2

k

1k

1

2

1

2

=

=

+

=

O fluxo de massa é calculado pela equação da continuidade:

1,31m3,14

4.1,353,144.A

d

m 1,351200

.6718,46.0,287

P

TRm

Vvm

A

8,46Kg/s0,287.3438,33.100

TRPQ

vQ

m

kPa 1200Pm/s, 700 V343K,T, kPa 100P

/sm 8,33/minm 500Q

22

2.

2

2ar

.

2

2

.

2

1ar

.

1

.

1

..

2211

3.

3

===

====

====

====

==

A potência é calculada pela primeira lei:

kW 5022,32.1000700

58,46(348,6W

kJ/kg 348,65671)1,063.(343)Tcp(Thh

)2

Vh(hmW

2

2121

22

21

.

vc

−=+−=

−=−=−=−

−−=

&

&

O sinal negativo indica que o compressor precisa receber a potência de 5022,3

kW para o seu acionamento.

105

3.3.12 Define-se a eficiência isoentrópica tison de uma turbina como sendo a relação

entre a potência real.

irrevW e a potência .

revW de uma turbina ideal em processo

adiabático e reversível para o mesmo estado de entrada do fluido de trabalho na turbina

O diagrama hxs mostra os processos termodinâmicos real e teórico.

Gás argônio entra em uma turbina a 800ºC e 1500kPa com uma vazão de 80 kg /min e

sai a 200 kPa. Sendo a potência real produzida pela turbina de 370 kW, determine a

eficiência isoentrópica da turbina.

São dados:

Calor específico a pressão constante do argônio: 0, 5203 kJ/kg. K

Expoente adiabático do argônio: 1, 667.

106

Solução:

21

2a1.

rev

.

irrevtiso hh

hh

W

Wn

−==

Desprezando as variações de energia cinética e potencial e aplicando a primeira

lei:

479K1500200

273).(800T,PP

T

T

:adeterminad agora é o argôni do saida de teórica atemperaturA

)T(Tm.c)hm(hW

1,667

0,667

2s

k

1k

1

2

1

2s

2s1p2s1

.

rev

=

+=

=

−=−=

412,1kW479)073.0,5203.(16080

W

:será reversível teórica potênciaA

rev =−=

A eficiência isoentrópica será 89,8%412,1379

W

Wn

.

rev

.

irrevtiso === .

A temperatura real de saída do ar pode ser estimada pela eficiência isoentrópica

da turbina.

539,6K479)0,898(10731073)T0,898(TTT

)T(Tc

)T(Tc0,898

hh

hh

W

Wn

2s112a

2s1p

2a1p

2s1

2a1.

rev

.

irrevtiso

=−−=−−=

−=

−==

3.3.13 Define-se a eficiência isoentrópica tison de um compressor como sendo a

relação entre a potência reversível.

revW considerando o processo adiabático e

isoentrópico, e a potência real .

irrevW para o mesmo estado de entrada do fluido de

trabalho no compressor.

107

12a

12s.

C

.

revciso hh

hh

W

Wn

−==

O diagrama hxs mostra os processos termodinâmicos real e teórico.

Ar entra em um compressor de eficiência isoentrópica 84% a 100 kPa e 17ºC com uma

vazão de 2,4 m3/s e sai a 257ºC. Desprezando as variações de energia cinética e

potencial, determine a pressão de descarga e a potência necessária ao acionamento do

compressor.

São dados:

Constante do ar: 0, 287 kJ/kg. K

Calor específico a pressão constante: 1, 005 kJ/kg. K

108

Solução:

Da definição de eficiência isoentrópica:

694,56kW530).(2902,88.1,005)T(T2,88.c)h(hmW

lei. primeira pela calculada é compressor do real potênciaA

491,6K290)0,84(530290)T0,84(TTT

)T(Tc

)T(Tc0,84

2,88Kg/s0,287.290100.2,4

TRQP

m

/s2,4mQ , 530KT, kPa 100P, 290KT

hh

h1h

W

Wn

2a1p2a1

..

C

12a12s

12ap

12sp

1ar

.

11.

31

.

2a11

12a

2s.

C

.

revciso

−=−=−=−=

=−+=−+=

−=

===

====

−==

Para um processo adiabático e reversível:

k

1k

1

2

1

2s

P

P

T

T−

=

A pressão e descarga é agora determinada:

kPa 634,23290

491,6100.

TT

PP0,4

1,41k

k

1

2s12 =

=

=

3.3.14 Define-se a eficiência isoentrópica isobn de um bocal como sendo a relação

entre a energia cinética específicas real e teórica na saída do bocal considerando um

processo adiabático e isoentrópico para o mesmo estado e entrada do fluido no bocal.

22s

22a

bisoV

Vn =

109

O diagrama hxs mostra os processos termodinâmicos real e teórico.

Ar a 260 kPa e 747ºC entra em um bocal de eficiência isoentrópica de 92% a 80 m/s e

saia na pressão de 85 kPa. Desprezando o calor do processo e as variações de energia

potencial, determine a temperatura de descarga do ar na saída do bocal.

São dados:

Calor específico a pressão constante do ar:1,006 kJ/kg.K

Constante do ar:0,287 kJ/kg. K

Expoente da adiabática:1,4

Solução:

Estado1: P1 = 260 kPa, T1 = 1020 K, V1= 80 m/s

Estado2: P2 = 85 kPa

A temperatura teórica na saída do bocal é determinada pela relação do processo

isoentrópico.

110

K 741,6826085

1020T,PP

TT 1,4

0,4

2s

k

1k

1

2

1

2s =

=

=

As velocidades teóricas e real de saída do ar no bocal são determinadas pela

primeira lei e a eficiência isoentrópica.

( )

K 741,41,006280,31

1020c

280,35TT

kJ/kg 280,312.1000

753802.1000

VVhh

)2.1000

V(hm)

2.1000V

(hm

m/s 7220,92.753VnV

m/s 75380,98)2.1000(279V)h2.1000(hV

K 279,98741,68)01,006.(102)T(Tchh

)2.1000

V(hm)

2.1000V

(hm

P12a

2222a

21

12a

22a

2a

.21

1

.

222sisob2a

2212s12s

2s1p2s1

22s

2s

.21

1

.

=−=−=

−=−

=−

=−

+=+

===

=+=+−=

=−=−=−

+=+

3.3.15 Um recipiente rígido e indilatável contém 2 kg de nitrogênio ( 28 kg/kmol). Um

resistor é colocado no tanque para aumentar a temperatura do nitrogênio quando

percorrido por corrente de 10A na tensão de 12 volts.

A perda de calor pelo isolamento térmico do tanque é de 20 W. Calcule o tempo

necessário para o nitrogênio se elevar de 40,3ºC. Desprezar as variações de energia

potencial.

São dados:

Calor específico a pressão constante do nitrogênio: 1, 041 kJ/kg. K

Constante universal dos gases perfeitos: 8, 314 kJ/kg. K

Expoente da adiabática: 1,4

111

Solução:

A potência do “sistema gás” é a soma algébrica da potência elétrica do resistor

(Energia entrando no sistema) com o trabalho do gás que é nulo por ser o tanque

indilatável.

kJDt 0,02)t(t020dtQQ

kJDt 0,12)t120(t.dtPotW

kW -0,12 W12012.10UIPot

12

t2

t1

..

vc

12

t2

tiVCvc

VC

−=−−==

−=−−==

=−=−=−=

,

.

Aplicando a primeira lei para o sistema fechado:

600s0,1

).40,328

8,3142.(1,041

0,1

)DTM

Rm(c

0,1DTmc

Dt

0,1Dt.DTm.c

Dt 0,12Dt 0,02UU

WQEE

Up

v

v

12

vcvc12

=−

=−

==

=

+−=−

−=−

112

4 CICLOS DAS MÁQUINAS DE COMBUSTÃO INTERNA

4.1Ciclos teóricos das máquinas térmicas

Todas as máquinas térmicas atuais para a produção de potência tem um ciclo

termodinâmico teórico do seu funcionamento. O primeiro ciclo teórico de uma máquina

térmica foi idealizado pelo francês Nicholas Leonard Sadi Carnot (1796-1832), sendo

esta a máquina reversível de maior rendimento térmico possível. Assim, nenhuma

outra máquina que opere entre os mesmos limites de temperatura tem rendimento

térmico maior do que a de Carnot.

Quando o vapor é utilizado como fluido de trabalho, o ciclo teórico de referência

é o de Rankine. No caso dos motores de combustão interna e das turbinas a gás é

importante o estudo dos ciclos ideais destas máquinas devido ao seu uso universal nos

motores de automóveis, trens, navios, aviões, tratores e etc.

Neste capítulo faremos o estudo dos ciclos teóricos de Carnot, dos motores de

combustão interna e das turbina a gás considerando basicamente o ar como fluido de

trabalho, sendo que para os motores de combustão interna analisaremos os ciclos Otto,

Diesel e Sabathé.

Para as turbina a gás analisaremos os Ciclos de Brayton sem e com

regeneração. A fim de uma melhor compreensão e fixação do assunto, serão resolvidos

exercícios logo após o término do desenvolvimento matemático de cada ciclo. Os

calores específicos do fluido de trabalho do ciclo serão considerados constantes.

113

4.2 O ciclo de Carnot

O ciclo de Carnot é composto basicamente por duas isotérmicas e duas

adiabáticas conforme é ilustrado na figura 4.1 nos diagrama PxV e Txs

Figura 4.1- Ciclo de Carnot nos diagramas Pxv e Txs

A figura 4.2 ilustra o funcionamento do ciclo.

Figura 4.2 - Funcionamento do ciclo de Carnot

114

Analisam-se agora as relações entre calor, trabalho e outras variáveis para cada

trecho do ciclo. No processo 1 → 2 (isotérmico) o calor fornecido QH e o trabalho 21W

são expressos pela equação:

==

2

1Hgás21H P

PlnTmRWQ (4.1)

No processo 2 →3 (adiabático), Q = 0, o trabalho é expresso pela equação:

)T(TmcW 32v32 −= (4.2)

No processo 3 → 4 (isotérmico) o calor cedido e o trabalho são calculados de

forma similar ao processo 1 → 2 pela equação:

==

4

3Lgás43L P

PlnTmRWQ (4.3)

No processo 4→1 (adiabático), Q = 0, o trabalho é determinado pela equação:

)T(TmcW 14v14 −= (4.4)

São válidas para este ciclo as seguintes relações do processo isoentrópico:

k

3

223

k

4

114

k

1k

1

4

H

L

1

4k

1k

3

2

L

H

3

2

VV

PP ,VV

PP

PP

TT

TT

,PP

TT

TT

=

=

=

==

=

==

−−

−−

1

4

1

1

2

3

kk

V

V

V

V

(4.5)

115

Como T1=T2 = TH e T3=T4 = TL conclui-se que 4

1

3

2

V

V

V

V== ,

PP

PP

3

4

2

1 (4.6)

Dividindo-se a equação (4.1) pela equação (4.3) obtemos a equação da

desigualdade de Clausius como era de se esperar.

L

H

L

H

T

T

Q

Q= (4.7)

O trabalho realizado pelo ciclo é a soma do trabalho de cada processo:

1432 WWW +++= 4321 WW (4.8)

Pela primeira lei, como a variação de energia interna do ciclo é nula, o trabalho

do ciclo é a soma algébrica dos calores do ciclo.

LH QQW += (4.9)

A eficiência do ciclo é a relação entre o trabalho realizado e o calor fornecido,

que pode ser dada em função das temperaturas com uso da relação

H

L

H

L

H TT

1QQ

1QW

n −=−== (4.10)

A igualdade revela que o ciclo de Carnot é reversível e a sua eficiência não

depende da natureza do gás, mas somente das temperaturas das fontes fria e quente.

A máquina térmica de Carnot tem a máxima eficiência que uma máquina

térmica poderia ter na operação entre essas duas temperaturas.

116

4.2.1 Considere um ciclo de Carnot onde no início da expansão isotérmica a pressão, o

volume e a temperatura são respectivamente 20,7 bar, 0, 142m3 e 282 ºC. A relação de

expansão isotérmica é 2 e a relação de compressão isoentrópica é 5. Determinar a

temperatura da fonte fria, a pressão em todos os pontos do ciclo, o calor. o trabalho do

ciclo e a variação de entropia nos processos isotérmicos. Se a máquina executa

1000ciclos/minuto, calcule a potência da máquina em kW.

Solução:

V1 = 0,142 m3, P1 = 20,7bar = 2070 kPa, T1 = T2 = 565 K, V1/V2 = 5, V4/V1 = 5.

kJ/K 0,36- /TQ∆S kJ/K, 0,36203,67/565/TQSS ∆S

kW 160396,61.16,6 W/tciclo:será máquina da potência a 60/1000)s,(tciclo

:umciclo de tempo O 47,5%.565297

1TT

1 n ou 47,4%,203,6796,61

QW

n

ciclo; do entropia de variação e potência , térmica Eficiência

kJ 96,61107,06203,67QQQW

kJ 107,0621

7.297.ln1,812.0,28VV

lnTmRPP

lnTmRQQ

kJ 203,677.565.ln21,812.0,28VV

lnTmRPP

lnTmRQQ

: Ciclo do trabalho e Calor

Kg 1,8120,287.5652070.0,142

TRVP

m

: ciclo do Massa

0,71m5VV,1.42m5.0,2845.VV,0,284m2.0,1422VV

kPa 1090 bar 1,0951

10,4.VV

PP

kPa 104010,4bar2

20,7VV

PP 2,18bar,51

20,7VV

PP

C24º297K51

565.VV

TTT

: ciclo do astemperatur e volumes , Pressões

LL43LHH2121

H

L

H

LHciclo

3

4Lgás

4

3Lgás43L

1

2Hgás

2

1Hgás21H

1gás

11

314

323

312

1,4k

3

223

2

112

1,4k

4

114

0,41k

4

1134

=====−=

===

=−=−====

=−=+==

−=

=

=

==

==

=

==

===

========

==

=

=

===

==

=

=

==

=

==

117

4.3 O ciclo Otto

Em 1867, Nikolaus August Otto, um engenheiro Alemão, desenvolveu o ciclo

"Otto" de quatro tempos, que é largamente utilizado em transportes até nos dias de

hoje, sendo este ciclo o protótipo ideal da maioria dos motores de combustão interna de

pequeno porte. O esquema básico de um motor de combustão interna de 4 cursos

(comumente chamado de 4 tempos) é ilustrado na figura 4.3.

Figura 4.3 - Esquema básico do motor de combustão interna de 4 tempos

A válvula de admissão de ar abre no tempo preciso para permitir a entrada de ar

(misturada ao combustível) no cilindro. A válvula de escape abre no tempo preciso para

permitir a exaustão dos gases provenientes da combustão. A vela de ignição permite a

combustão pelo fornecimento da centelha nos motores a gasolina, álcool ou gás,

enquanto que nos motores diesel é suficiente a compressão do ar no cilindro, o que cria

a combustão e, portanto não precisa da vela para a combustão da mistura. A força da

combustão-expansão é transferida ao pistão, o qual desce e sobe em um movimento

periódico. A força do pistão é transferida através da biela para a árvore de manivelas e

118

daí para o volante do motor para a transmissão de potência do motor. A figura 4.4

ilustra os quatro tempos do motor.

Figura 4.4 - Funcionamento básico dos motores de combustão interna

No curso de admissão, a válvula de entrada de ar (admissão) nos motores diesel

ou mistura ar combustível nos motores de centelha é aberta e o pistão desce. Após o

pistão chegar ao ponto morto inferior, ele começa a se mover para cima. Quando isto

acontece, a válvula de admissão fecha. A válvula de escape/exaustão também está

fechada, de modo que o cilindro está selado. A mistura ou ar dentro do cilindro é

comprimida pelo pistão até que o mesmo atinge o ponto morto superior, aumentando a

temperatura e a pressão aos valores permitidos para o funcionamento sem avarias ao

cilindro. Neste instante, ocorre a combustão da mistura ar combustível no interior do

cilindro aumentando a pressão e a temperatura da mistura, forçando o pistão a descer

até o ponto morto inferior transmitindo a potência necessária para o volante do motor.

No ponto morto inferior a válvula de escape é aberta e o pistão sobe novamente

para a exaustão dos gases e o ciclo recomeça. O ciclo de Otto está mostrado nos

diagramas P-v e T-s da figura 4.5. O processo 1-2 é uma compressão isentrópica

adiabática e o pistão se move do ponto morto inferior para o ponto morto superior, ou

seja, o pistão recebe o trabalho “1W2”. No processo 2-3 ocorre a transferência de calor a

volume constante “Q23, ocorrendo à ignição da mistura ar-combustível com conseqüente

119

combustão instantânea. O processo 3-4 é uma expansão isentrópica adiabática, onde é

fornecido o trabalho 3W4 produzido pelos produtos da combustão. O ciclo se fecha no

processo 4-1, onde ocorre a rejeição de calor do ar “Q41” a volume constante enquanto

o pistão está no ponto morto inferior.

Figura 4.5 - O ciclo Otto ideal para os motores de centelha

Para este ciclo são válidas as seguintes relações do processo isoentrópico:

2

1

3

4

k

4

334k

3

1k

4

334

k1

2

112

1k1

1k

2

112

TT

TT

V

VPP ,

r

T

V

VTT,rP

V

VPP ,rT

V

VTT

=

==

==

==

=

− k

(4.11)

Por se tratar de um ciclo ideal e, portanto, o fluido de trabalho ser um gás perfeito

o calor 2Q3 fornecido é igual à variação da energia interna a volume constante durante o

processo 2-3. No processo 4-1 ocorre à rejeição de calor a volume constante.

)T(TmcUUQ 23v2323 −=−= (4.12)

)T(TmcUUQ 41v4114 −=−= (4.13)

120

O trabalho líquido do ciclo é a soma dos trabalhos algébricos dos processos 1-2

e 3-4 e é determinado pelas equações (4.14) ou (4.15).

k1

VPVP

k1VPVP

)T(Tmc)T(TmcWWW 3344112243v21v4321ciclo

−+

−=−+−=+= (4.14)

)T(Tmc)T(TmcQQW 41v23v1432ciclo −+−=+= (4.15)

A eficiência térmica é determinada pela equação (4.16).

( ) 1kc2

1

23

14

23v

14v23v

32

cicloOtto

r

11

T

T1

TT

TT1

)T(Tc

)T(Tc)T(Tc

Q

Wn

−−=−=

−−=

−−−== (4.16)

A figura 4.6 ilustra a variação da eficiência com a razão de compressão.

Figura 4.6 - Variação da eficiência térmica com a razão de compressão

4.3.1 Em um motor automotivo de 4 T de 4cilindros, ar é admitido a 41ºC e 0,9bar,

sendo a cilindrada total de 1L e a rotação de 5800rpm. A razão de compressão é de 9,5

e o calor fornecido durante a combustão é de 2600 kJ/kg por ciclo de funcionamento.

Determine as pressões, temperaturas, volumes, o trabalho do ciclo, a eficiência e a

potência teórica desenvolvida considerando para o motor o ciclo Otto.

121

São dados:

Calor específico do ar a volume constante = 0, 718 kJ/kg. K

Solução:

Para cada cilindro:

33

14

33

23

33

c21

333

c

2

2

c2

2

1

33

C11

m0,279.10VV,m0,029.10VV

m0,279.10VVV,m0,029.108,5

0,25.10

1r

VV

,V

VV

V

Vr

cilindro. do total volumee combustão de câmara da Volume

9,5r,m0,25.100,25L1/4VC,314ºT90kPa,0,9barP

−−

−−−

====

=+===−

=

+==

=======

119,72barkPa 11972772

43932104.

T

TPP

C4120º4393K7727180,00028.0,

0,728T

mc

QT),Tmcv(TQ

combustão da final no pressão e aTemperatur

kJ/ciclo 0,728282600.0,0002600mQ2600,m

Q

ciclo.por combustão da alCalor tot

0,00028kg0,287.314

090.0,279.1

TR

VPm

ciclo.por admitidaar de massa

21bar2104kPa90.9,5rPP

C745º772K314.9,5rTT

.compressão da final no pressão e aTemperatur

2

323

232

32332

3232

3

1ar

11

1,4k

12

0,41k

12

==

=

=

==+=+=−=

====

===

====

====

122

kW 1380210,728.4/0,.4/tWP

0,021s2.60/58002.60/Nt

cilindros) quatro osr (considera teóricaPotência

60%80,438/0,72Q/Wn

kJ/ciclo 0,4380,290,728QQWQciclo

térmica.eficiência e ciclo do trabalhoCalor,

lo0,29kJ/cic1785)718.(3140,00028.0,)T(TmcQ

gases. dos exaustão na rejeitadoCalor

5,12bar512kPa11972/9,5/rPP

C1512º1785K4393/9,5/rTT

gases. dos exaustaõ da início no pressão e aTemperatur

ciclociclo

ciclo

32ciclociclot

1432ciclo

41v14

1,4r

34

0,41r

34

===

===

===

=−=+==

−=−=−=

====

==== −

4.4 Motores diesel

O motor a diesel surgiu em 1892 com outro engenheiro alemão, Rudolph Diesel,

sendo projetado para ser mais pesado e mais potente do que os motores a gasolina e

utiliza óleo diesel, óleo pesado e modernamente o biodiesel como combustível. Quando

de quatro tempos, seu funcionamento é similar ao do motor de centelha, porém, o

combustível não é misturado ao ar durante a admissão e somente o ar é comprimido na

fase de compressão.

Modernamente, a taxa de compressão pode atingir a faixa de 12,8 a 22,5,

elevando a pressão e a temperatura no final da fase de compressão a valores

suficientes para espontaneamente iniciar a combustão do combustível injetado no final

da fase de compressão. A alta pressão na combustão força o pistão para baixo como

no motor de centelha.

Os motores diesel podem ser de dois tempos dependendo da potência

necessária e do tipo de aplicação a que se destina. Nas aplicações para a propulsão de

navios, geralmente utilizam-se motores diesel de dois tempos para potências superiores

a 8000 HP sendo os de quatro tempos comumente utilizados na indústria automotiva e

ferroviária, além de geração de energia elétrica como grupos diesel-geradores em

fábricas, hospitais, edifícios residenciais e navios. Os motores diesel marítimos de dois

123

tempos têm o seu funcionamento ilustrado na figura 4.7, onde se observa que a

admissão do ar é feita através da abertura da janela de lavagem por um turbo

compressor (não mostrado), sendo a exaustão dos gases feita pela janela de lavagem e

da válvula de escape.

Figura 4.7- Funcionamento dos motores Diesel de dois tempos

124

4.5 O ciclo Diesel

A figura 4.8 ilustra o ciclo Diesel a pressão constante nos diagramas PxV e Txs.

Figura 4.8- Ciclo diesel de pressão constante

Para este ciclo são válidas as seguintes relações do processo isoentrópico: k

4

334

1k

4

334

k1

2

112

1k1

1k

2

112 V

VPP ,

V

VTT,rP

V

VPP ,rT

V

VTT

=

==

==

=

− k

(4.17)

Por se tratar de um ciclo ideal e, portanto, o fluido de trabalho ser um gás

perfeito. Durante o processo 2-3 o calor 2Q3 fornecido é igual à variação da entalpia. No

processo 4-1 ocorre à rejeição de calor a volume constante.

)T(Tmc)hm(hQ 23p2323 −=−= (4.18)

)T(TmcUUQ 41v4114 −=−= (4.19)

O trabalho líquido do ciclo é a soma dos trabalhos algébricos dos processos 1-2

(Q=0), 3-4 (Q=0) e 2-3 e é determinado pelas equações:

125

)(

)()()(

2333441122

234321324321

11VVP

k

VPVP

k

VPVPW

VVPTTmcTTmcWWWW

ciclo

vvciclo

−+−

−+

−=

−+−+−=++=

(4.20)

(4.21)

A eficiência térmica é determinada pela equação:

−=

−−=

−−=

−−−== −

1TT

kT

1TT

T

1n

)Tk(TTT

1)T(Tc)T(Tc

1)T(Tc

)T(Tc)T(Tc

Q

Wn

2

32

1

41

Diesel

23

14

23p

14v

23p

14v23p

32

cicloDiesel

(4.22)

Para este ciclo podemos definir os seguintes termos técnicos:

“Relação de injeção” é a relação entre os volumes no final e no início da injeção.

2

3

2

3e T

TVV

r == (4.23)

Das relações dos processos isoentrópicos 2-3 e 3-4 e da definição da relação de

injeção é obtida a equação (4.24).

ke

k

2

3

1k

2

3

2

31k

1

22

1k

4

33

1

4 rV

V

V

V

V

V

V

VT

V

VT

T

T=

=

=

=

(4.24)

Substituindo na equação (4.21) e observando que k

2

1

r1

TT

= e 2

3

2

3

V

V

T

T= obtemos

a equação (4.25) para a eficiência térmica do ciclo Diesel.

1)(rkr

1r1n

e1k

ke

Diesel−

−−=

− (4.25)

)T(Tmc)T(TmcQQW 41v23v1432ciclo −+−=+=

126

4.5.1 Um grupo Diesel Gerador de 4T de um navio mercante tem rotação de 750 RPM e

relação de injeção de 2,3. A relação de compressão é de 14 e o ar é aspirado da praça

de máquinas a 35ºc e é alimentado para o motor por meio de um turbo alimentador a

1,4 bar absolutos. Cada cilindro do motor tem diâmetro de 185 mm e curso de 200 mm

e o motor possui seis cilindros em linha. Determine a eficiência térmica teórica, o

trabalho do ciclo, a potência teórica indicada do motor, o calor do ciclo e a pressão, o

volume e a temperatura em cada ponto do ciclo.

Solução:

,V

VVVV

r

m 0,02154

.0,20.185 3,144.curso.d π

Vc

(Vc) cilindro um de Cilindrada

).o(Vldocilindrvolumetota e )(V combustão de câmara da Volume

2,5r 14,r 0,2m,curso 0,185m,d308K,T140kPa,1,4barP

2

c2

2

1

322

12

e11

+==

===

=======

314

3e23

3c21

3c2

0,0231mVV,0,004m0,0016.2,3rVV

gases de escape do final no volume e injeção da final no Volume

m 0,0231VVV,m 0,001613

0,02151r

VV

=====

=+===−

=

kg 03600,287.308140.0,0231

TRVP

m

ciclo. por admitida ar de massa

bar 56kPa 5632140.14rPP

C612ºK 885308.14rTT

.compressão da final no pressão e aTemperatur

1ar

11

1,4k12

0,41k12

,===

====

==== −

O rendimento térmico teórico do ciclo Diesel.

% 57,751)(2,31,4.14

12,31

1)(rkr

1r1n

0,4

1,4

e1k

ke

Diesel =−

−−=

−−=

127

Temperatura e pressão após a combustão.

Temperatura e pressão dos gases de exaustão.

bar 4,83kPa 4830,02310,004

5632.V

VP

V

VPP

C715ºK 988308.2,3rTT1,4K

4

32

K

4

334

1,4ke14

=

=

=

=

====

Calor da combustão, calor rejeitado dos gases de exaustão e trabalho do ciclo.

57,8%41,6424,07

QW

n

térmica. eficiência da oVerificaçã

kJ/ciclo 24,0717,5741,64QQW

kJ/ciclo 17,57988)8.(3080,036.0,71)Tm.cv(TQ

kJ/ciclo 41,64885)6.(20350,036.1,00)T(Tm.cQ

32

cicloDieselt

1432ciclo

4114

23p32

===

=−=+=

−=−=−=

=−=−=

Potência do motor

811,8Kw.902.0,9IHPt.nBHPt

motor. do teórica efetiva Potência

902kW1624,07.6/0,/T.nWIHPt

domotor. teórica indicada Potência

0,16s120/750120/rpm(4T) T

ciclo do tempo do Cálculo

mecânico

ciclocilindrosciclo

ciclo

===

===

===

Pressão média efetiva teórica.

bar 101006kPa0,0215.6

811,8.0,16Vc.n

oBHPt.TciclVctotal

oBHPt.TciclPme

cilindros

=====

bar 56,32kPa 5632PP

C1762ºK 2035885.2,3rTT

23

e23

===

====

128

4.6 O ciclo misto ou Sabathé

As condicões reais de funcionamiento dos motores de combustão interna

apresentam diferenças notáveis em relação aos ciclos Otto e Diesel. Para os motores

diesel, o proceso de combustão se aproxima de uma transformação a pressão

constante somente no caso de motores excepcionalmente grandes e lentos. Podemos

afirmar que praticamente, nos motores de centella e diesel, parte da combustão se

verifica a volume constante e parte a pressão constante, principalmente quando a

combustão eficiente obriga a introdução muito antecipada do combustível sendo os

ciclos Otto e Diesel um caso particular do ciclo mixto. A figura 4.9 ilustra o ciclo

Sabathé nos planos PxV e Txs

Figura 4.9- Ciclo Sabathé nos planos PxV e Txs

Para este ciclo são válidas as seguintes relações do processo isoentrópico: k

5

445

1k

5

445

k1

2

112

1k1

1k

2

112 V

VPP ,

VV

TT,rPVV

PP ,rTVV

TT

=

==

==

=

− k

(4.26)

“Relação de injeção” é a relação entre os volumes no final e no início da injeção.

3

4

3

4e T

TVV

r == (4.27)

129

“Relação de pressão” é a relação entre a pressão máxima e a pressão no final da

compressão.

2

4

2

3p P

PP

Pr == (4.28)

As relações entre as temperaturas do ciclo são estabelecidas pelas equações:

ep1k

1e34

p1k

1p22

323

rrrTrTT

rrTrTP

PTT

==

=== (4.29)

k

ep1

k

3

4p15

1k

1

4

3

4

2

3

1k

2

11ep

1k1

1k

5

445

rrTVV

rTT

VV

VV

P

P

VV

TrrrTVV

TT

=

=

==

=

−−

(4.30)

Por se tratar de um ciclo ideal e, portanto, o fluido de trabalho ser um gás

perfeito, durante o processo 2-3 o calor 2Q3 fornecido é igual à variação da energia

interna e durante o processo 3-4 o calor 3Q4 fornecido é igual à variação de entalpia. No

processo 5-1 ocorre a rejeição de calor a volume constante.

)T(TmcQ 23v32 −= (4.31)

)T(TmcQ 34p43 −= (4.32)

)T(TmcQ 51v15 −= (4.33)

O trabalho líquido do ciclo é a soma dos trabalhos algébricos dos processos 1-2

(Q=0) e 4-5 (Q=0) e 3-4, sendo determinado pelas equações (4.34) ou (4.35).

)V(VPk1

VPVP

k1VPVP

WWWW 34344551122

544321ciclo −+−

−+

−=++= (4.34)

(4.35)

)T(Tmc)T(Tmc)T(TmcQQW 51v34p23v15432ciclo −+−+−=++= Q3

130

A eficiência térmica é determinada pelas equações:

)Tk(T)T(T

)T(T1n

)T(Tc)T(Tc

)T(Tc)T(Tc)T(Tc

QQ

Wn

3423

15sabathél

34p12v

15v34p12v

4332

ciclosabathél

−+−

−−=

−+−

−−−+−=

+=

1))(rkr1(rr

1rr1

1TT

T

Tk1

T

TT

1T

TT

1nepp

1k

pk

e

3

4

2

3

2

32

11

51

sabathél−+−

−−=

−+

−=−

(4.36)

4.6.1Um motor diesel de grande porte marítimo de dois tempos é utilizado para a

propulsão de um navio mercante. A rotação do motor é de 102 RPM e o diâmetro e o

curso do cilindro motor são 960 mm e 2490 mm. O motor possui 14 cilindros e o ar é

aspirado do turbo compressor para o interior do motor a 1,5 bar absolutos e 40ºC e a

relação de explosão é avaliada em 2,5. A razão de compressão e a razão de corte de

combustível são respectivamente 13 e 1,6. Determine a eficiência térmica teórica, o

trabalho do ciclo, a potência teórica indicada do motor, o calor do ciclo e a pressão, o

volume e a temperatura em cada ponto do ciclo.

Solução:

,V

VVVV

r

m 1,8014

.2,490.96 3,144.curso.d π

Vc

(Vc) cilindro um de Cilindrada

).o(Vldocilindrvolumetota e )(V combustão de câmara da Volume

2,5r 13,r m, 2,49curso m, 0,96d313K,T150kPa,1,5barP

2

c2

2

1

322

12

e11

+==

===

=======

315

3e2e34

54

3c21

3c2

1,952mVV,0,2416m0,151.1,6rVrVV

)(v gases de escape do final no volume e )(V injeção da final no Volume

m 1,952VVV,m 0,15112

1,8011r

VV

======

=+===−

=

131

kg/ciclo 3,260,287.313150.1,952

TRVP

m

ciclo. por admitida ar de Massa

bar 54,4kPa 5440150.13rPP

C600ºK 873313.13rTT

.compressão da final no pressão e aTemperatur

1ar

11

1,4k12

0,41k12

===

====

==== −

Temperatura intermediárias (T3) e temperatura máxima da combustão (T4).

C3219º3492K2182,5.1,6rTT

C1909,5º2182,5K873.2,5rTT

e34

p23

====

====

Pressão na combustão isobárica

136bar13600kPakPa5440.2,5rPPP p234 ======

Pressão e temperatura dos gases de escape

7,29bar729kPa1,9520,2416

13600V

PP

1513K1,9520,2416

3492.VV

TT

1,4k

545

0,41k

5

445

==

=

=

=

=

=

Calor da combustão e exaustão de gases, eficiência térmica e trabalho do ciclo.

61%42963063

4550QQ

Wn

lo4550kJ/cic280942963063QQQW

lo2809kJ/cic1513)-.(3133,26.0,718)T(TmcQ

lo4296kJ/cic2182)-.(34923,26.1,006)T(TmcQ

lo3063kJ/cic873).(21823,26.0,718)T(TmcQ

4332

ciclosabathé

154332ciclo

51v15

34p43

23v32

=+

=+

=

=−+=++=

−==−=

==−=

=−=−=

Verificação da eficiência

61%1))61,4.2,5(1,1(2,513

1.2,51,61

1))(rkr1(rr

1rr1n

0,4

1,4

epp1k

pk

esabathél =

−+−

−−=

−+−

−−=

132

Potência do motor

97169kW123064HP5144782.0,8IHPt.nBHPt

motor. do teórica efetiva Potência

144782HP107966kW594550.14/0,/TcicloWciclo.nIHPt

domotor. teórica indicada Potência

0,59s60/10260/rpm(2T) Tciclo

ciclo do tempo do Cálculo

mecânico

cilindros

====

====

===

O manual do fabricante indica uma potência de 108920 HP para o motor e o cálculo

teórico indica uma potência de 123064 HP (12% de erro). Isto se deve ao fato das

perdas térmicas não consideradas no ciclo teórico

4.7 Comparação entre os ciclos Otto, Diesel e Sabathé

A comparação entre os ciclos Otto, Diesel e Sabathé será feita neste trabalho

com uma condição bastante utilizada na prática que é a mesma temperatura e a

mesma pressão máxima conforme é ilustrado na figura 4.10, já que na prática, os

ciclos Diesel e Sabathé têm razão de compressão superior ao do ciclo Otto.

Figura 4.10 - Comparação prática entre os ciclos Otto e Diesel

Na condição de mesma pressão e temperatura máxima, o ponto 4 é comum aos

ciclos, e assim, todos cedem à mesma quantidade de calor de exaustão de gases

133

para o meio ambiente onde o motor está instalado (processo 4-5). Como a área do

diagrama Txs representa o calor do processo, o ciclo Diesel (1-a-4-5-1) recebe maior

quantidade de calor que os ciclos Sabathé (1-2-3-4-5-1) e Otto (1-b-4-5-b), o ciclo

Diesel tem maior trabalho por ciclo na condição de mesma temperatura e pressão

máxima, e assim, pode-se concluir que para estas condições a ordem crescente de

rendimentos térmicos é expressa pela desigualdade DieselsabathéOtto nnn << .

4.8 Comparação entre os ciclos teórico e real de um motor Diesel

A figura 4.11 ilustra um ciclo teórico e real de um motor Diesel de aspiração

natural (a admissão é feita em pressão abaixo da atmosférica). Observe que o ciclo

teórico é um ciclo Sabathé de acordo com o já exposto no item 4.6.

134

Figura 4.11 - Diferenças entre o ciclo real e teórico.

As diferenças mais acentuadas para uma análise em nível básico como é o

escopo deste trabalho são as seguintes:

Perdas de calor. São nulas no ciclo teórico e acentuadas no ciclo real, o que

diminui o trabalho do ciclo real. Como o cilindro é refrigerado para assegurar o bom

funcionamento do pistão, uma parte do calor se transmite as paredes do cilindro sendo

absorvido pelo fluido e refrigeração evitando assim o engripamento do cilindro. Assim,

as linhas e compressão e expansão não são adiabáticas e sim politrópicas, com n>k

135

para a expansão e n<k para a compressão. Assim, se produz uma perda de trabalho útil

correspondente a área A da figura. 4.11.

Combustão. No ciclo teórico, supõem-seque a combustão se realiza a pressão

constante no ciclo Diesel ou volume e pressão constante no Sabathé. No ciclo real, a

combustão não tem forma definida e nem inicia no PMS. Assim, avança-se a injeção

(Ponto I) quando o pistão está nas proximidades do PMS para que o valor da pressão

de combustão não seja inferior ao previsto. Isto ocasiona uma linha curva sobre a

linha teórica 2-3-4 de fornecimento de calor e, portanto perda de trabalho útil e

representado pela área B da figura 4.11

Tempo de abertura da válvula de escape. No ciclo teórico, a exaustão dos

gases ocorre instantaneamente no PMI. No ciclo real a válvula de escape abre no curso

de expansão dos gases antes do pistão atingir o PMI. O que permite o alívio da

temperatura do cilindro e a rápida descida da pressão dos gases até o valor da pressão

de início da expulsão dos gases (Ponto Ae). Isto provoca uma perda de trabalho útil

representada pela área C da figura 4.11.

Pressão e temperatura máxima do ciclo. As pressões e temperaturas máximas

do ciclo teórico são maiores que o do ciclo real. Devido ao fato que os gases da

combustão do ciclo real tem calores específicos maiores que os do ciclo teórico

(ciclo de ar) e são variáveis com a temperatura. Além disso, nos ciclos reais ocorrem

a dissociação química dos produtos e combustão como H2O, CO2, CO, que absorvem

calor da combustão contribuindo para a diminuição da temperatura máxima do ciclo.

No caso dos motores de aspiração natural, a admissão é realizada abaixo da pressão

atmosférica o que ocasiona uma perda de trabalho útil.

No caso dos motores super alimentados, a admissão é feita acima da pressão

atmosférica com o objetivo de aumentar a potência em relação ao de aspiração natural.

136

4.9 Os ciclos das turbinas a gás

A turbina a gás teve o seu crescimento na indústria desde o início do seu

desenvolvimento em 1930. As primeiras turbinas a gás fabricadas nas décadas de 1940

e 1950 baixa eficiência térmica (cerca de 17%) por causa da baixa eficiência do

conjunto compressor- turbina e da baixa temperatura na entrada da turbina do fluido de

trabalho em virtude das limitações metalúrgicas da época. Devido a isso e apesar de

sua versatilidade e capacidade em queimar vários tipos de combustível, o seu uso é

ainda limitado a algumas aplicações tecnológicas dentre as quais citamos a propulsão

de Fragatas (Velocidade acima de 30 nós), os turbo jatos, e geração de energia

elétrica. Com a finalidade de se aumentar a eficiência térmica, as temperaturas de

entrada na turbina aumentaram de 540ºC na década de 1940 para cerca de 1425 ºC

na atualidade. Com o advento dos computadores, as técnicas avançadas de projeto

permitem projetar de forma mais adequada o compressor e a turbina

Neste trabalho daremos ênfase ao ciclo Brayton com ou sem regeneração. A

figura 4.12 ilustra uma turbina a gás de fabricação da AAB.

Figura 4.12 - Turbina a gás de 25 MW (Fonte: AAB)

137

4.9.1Ciclo Brayton sem regeneração

O ciclo Brayton foi desenvolvido por volta de 1870 por George Brayton com a

finalidade de produção de potência através de uma máquina rotativa. O ciclo Brayton

pode ser do tipo aberto ou fechado conforme ilustra a figura 4.13.

Figura 4.13- Ciclo Brayton aberto e fechado

Os diagramas PxV e TxS para o ciclo fechado são mostrados na figura 4.14.

Figura 4.15 Diagrama PxV e Txs para o ciclo Brayton

138

O ciclo brayton teórico é constituído das seguintes fases:

1-2 Compressão isoentrópica;

2-3 Combustão a pressão constante;

3-4 Expansão isoentrópica em uma turbina; e

4-1 Rejeição e calor a volume constante.

O ciclo de uma turbina a gás real difere do ciclo Brayton ideal conforme é

ilustrado na figura 4.16.

Figura 4.16- Ciclo Brayton real para a turbina a gás.

Para este ciclo definimos as eficiências isoentrópicas do compressor e da turbina

pelas equações (4.37) e (4.38).

12a

12s

21

2s1C hh

hhWW

n−

== − (4.37)

4s3

43

4s3

43T hh

hhWW

n−

−== (4.38)

139

Quando estas eficiências são iguais a 100% o ciclo passa a ser teórico. Para

este ciclo são válidas as seguintes relações do processo isoentrópico:

olumesrelaçãodevr

PP ePquandoPTT

TT

,PP

TT,PP

TT

VV

PP ,VV

TT,rPVV

PP ,rTVV

TT

14s32s4s

3

1

2sk

1k

4s

334s

k1k

1

2s12s

k

4

334s

1k

4

334s

k1

2

112s

1k1

1k

2

112s

=

===

=

=

=

==

==

=

−−

− k

(4.39)

Por se tratar de um ciclo ideal e, portanto, o fluido de trabalho ser um gás

perfeito. Durante o processo 2-3 o calor 2Q3 fornecido é igual à variação da entalpia. No

processo 4-1 ocorre à rejeição de calor a pressão constante.

)T(Tmc)hm(hQ s23p2s32s3 −=−= (ciclo teórico) (4.40)

=23 Q )T(Tmc)hm(h a23p2a3 −=− (ciclo real) (4.41)

)T(Tmc)hm(hQ 4s1p4114s s−=−= (ciclo teórico) (4.42)

)T(Tmc)hm(hQ 4a1p4a114a−=−= (ciclo real) (4.43)

Trabalho do compressor (processo 1-2).

)T(Tm.c)hm(hW 2s1p2s12s1 −=−= (ciclo teórico) (4.44)

)T(Tm.c)hm(hW 2a1p2a12a1 −=−= (ciclo real) (4.45)

Trabalho da turbina (processo 2-3).

)T(Tm.c)hm(hW 4a3p4s34s3 −=−= (ciclo teórico) (4.46)

)T(Tm.c)hm(hW 4a3p4a34a3 −=−= (ciclo real) (4.47)

140

O trabalho líquido do ciclo é a soma dos trabalhos algébricos do compressor e da

turbina ou do calor líquido do ciclo.

4a32a1cicloreal

4s32s1teóricociclo

WWW

WWW

+=

+= (4.48)

A eficiência térmica é determinada pela equação (4.49).

32

cicloreal ciclo

32

cicloteóricol ciclo

Q

Wn

QW

n

=

=

(4.49)

A eficiência do ciclo Brayton teórico após as devidas substituições pode ser

determinada pela equação:

1

2

P

Pr s

P =

−=−1)/k(k

p

Braytonr

11n

(4.50)

4.9.2 O ciclo Brayton com regeneração.

Nos motores de turbina a gás, a temperatura do gás de exaustão que sai da

turbina quase sempre é consideravelmente mais alta que a temperatura do ar que sai

do compressor. Desta forma, o ar a alta pressão que sai do compressor pode ser

aquecido pelos gases quentes da exaustão em um trocador de calor de correntes

opostas, conhecido como regenerador ou recuperador. A figura 4.17 ilustra um ciclo

Brayton com regeneração.

141

Figura 4.17- O ciclo Brayton com regeneração.

O diagrama Txs para o ciclo Brayton com regeneração é mostrado na figura 4.18.

Figura 4.18- Diagrama Txs para o ciclo Brayton com regenerador.

A temperatura mais alta que ocorre no regenerador é T4, a temperatura dos

gases e exaustão que saem da turbina e entram no regenerador. Sob nenhuma

condição o ar será aquecido no regenerador a um valor acima desta temperatura,

deixando o mesmo a uma temperatura mais baixa T5. Supondo o regenerador bem

isolado e desprezando todas as variações e energia cinética e potencial, as

transferências específicas de calor real e máxima dos gases de exaustão para o ar

podem ser expressas pelas equações:

142

25rregenerado hhq −= (4.51)

2425rmaxregenerado hhhhq ,, −=−= (4.52)

A efetividade do regenerador é determinada pela equação:

24

25

24

25

rmaxregenerado

rregenerado

TTTT

hhhh

q

−=

−== (4.53)

Um regenerador de efetividade mais alta economiza uma quantidade maior de

combustível, porém, o equipamento será maior e custará mais caro. Na prática, a

maioria dos regeneradores têm efetividade menor que 85%.

4.9.3 Um ciclo Brayton teórico fechado de uma turbina a gás funciona com os seguintes

dados:

Pressão e temperatura na entrada do compressor de ar: 20ºC e 1bar abs.

Relação de compressão do compressor: 6.

Temperatura de entrada dos gases antes da turbina: 600ºC

Calor específico do ar a pressão constante: 1, 006 kJ/kg. K

Expoente da adiabática: 1,38

Fluxo de ar: 76 kg/s

A massa de combustível é desprezível face à do ar.

Determine a pressão e a temperatura em cada ponto do ciclo, a potência do

compressor, a potência da turbina, o calor fornecido na câmara de combustão, o calor

rejeitado dos gases e o rendimento do ciclo.

Solução:

Pressão e temperatura na descarga do compressor:

P1=1bar=100kPa, T1=293 K, P2/P1=6, k=1, 38, .

m = 76 kg/s, cp= 1,006 kJ/Kg. K

C206º479K293.6rTPP

TT 1,380,38

k

1-k

1

k

1-k

1

212s ====

=

143

kPa 600bar 61.6rPVV

PP P1

k

2

112s ====

=

Pressão e temperatura na saída da câmara de combustão (isobárica):

K 873C600ºT

kPa 600bar 6PP

3

2s3

==

===

Pressão e temperatura na saída da turbina:

Cº260K533600100

873.P

PTT

kPa 001bar 1PP

1,38

0,38k

1k

3

434

14

==

=

=

===−

Potência teórica do compressor:

14220kW- 479)-29376.1,006.()T(Tcm)h(hmW 2s1p

.

2s1

.

2s1 ==−=−=

Potência teórica da turbina:

kW 25995 533)-87376.1,006.()T(Tcm)h(hmW 43p

.

43

.

43 ==−=−=

Calor fornecido na câmara de combustão:

=2s3 Q kW 30124479)87376.1,006.()T(Tcm)h(hm s23p

.

2s3

.

=−=−=−

Calor rejeitado nos gases.

kW 18349533)29376.1,006.()T(Tcm)h(hmQ 4s1p

.

41

.

14s s−=−=−=−=

Potência líquida da instalação:

kW 117751834930124QQP

oukW 117751422025995WWP

14s2s3L

2s14s3L

=−=+=

=−=+=

Rendimento do ciclo:

39%3012411775

QP

n32

L ===

144

4.9.4 Uma turbina a gás real sem regeneração funciona com os seguintes dados:

Pressão e temperatura na entrada do compressor: 1bar abs e 20ºC

Rendimento isoentrópico do compressor: 82%

Rendimento mecânico do compressor: 96%

Relação de pressão do compressor: 6.

Rendimento da câmara de combustão: 95%

Fator de perda de pressão 0,025P

PP

2

32 =−

=

Temperatura dos gases de entrada na turbina: 760ºC

Rendimento isoentrópico da turbina: 88%

Rendimento mecânico da turbina: 97%

Poder calorífico do combustível 42000 kJ/kg

Consumo de combustível: 1 kg/s

Calor específico do ar a pressão constante: 1, 006 kJ/kg. K

Expoente da adiabática: 1,38

Determine a pressão e a temperatura em cada ponto do ciclo, a potência do

compressor, a potência da turbina, o calor utilizado na câmara de combustão, o

rendimento do ciclo e a relação de pressão que produz a máxima potência.

Solução:

P1=1bar=100kPa, T1=293 K, P2/P1=6, k=1, 38, cp= 1,006 kJ/kg. K

Pressão e temperatura na descarga do compressor:

C206º479K293.6rTPP

TT 1,380,38

k

1-k

1

k

1-k

1

212s ====

=

kPa 600bar 61.6rPVV

PPP P1

k

2

1122s ====

==

C247º519K2930,82

293479T

nTT

T

TT

TT

hh

hh

W

Wn

1Ciso

12s2a

12a

12s

12a

12s

21

2s1Ciso

==+−

=+−

=

−=

−== −

145

Pressão e temperatura na saída da câmara de combustão:

0,025P

PP

2

32 =−

, kPa 585bar 5,856.0,9750,025)(1PP 23 ===−=

K 1033C760ºT3 ==

Pressão e temperatura na saída da turbina:

C410ºK 683 635)0,88.(10331033)T(TnTT

TT

TT

hh

hh

W

Wn

Cº363K 635585100

1033.P

PTT

kPa 1001barPPP

4s3isoT34

4s3

43

4s3

43

4s3

43Tiso

1,380,38

k1k

3

4s34s

14s4

==−−=−−=

−=

−==

==

=

=

====−

.

Cálculo do fluxo de massa do ar pelo balanço térmico da câmara de combustão:

Aplicando a primeira lei a câmara de combustão:

kg/s 75519)1,006(1033

)1,006.1033,951.(42000.0m

)T(Tc

)Tcn(hm

hh

)hn(hmm

)hm(mmhnhm

.

23p

3pcccombcomb

23

3cccombcomb

3comb2

.

cccombcomb

=−

−=

−=

−=

+=+

146

Potência da Turbina:

kW25957683).0,9710331).1,006.((75).nh.(h)mm(W mt43

.

comb

.

43 =−+=−+=

Potência do compressor:

kW 17738519)/0,9629375.1,006.()/nhm(hW mc2121 −=−=−=

Potência líquida do conjunto.

kW 82191773825957WWP 2143L =−=+=

Calor utilizado na câmara de combustão

kW 39900951.42000.0,nhmQ cccombcomb32 ===

Eficiência do ciclo:

21%399008219

QP

n32

LBrayton ===

A relação de pressão que produz a máxima potência na prática é obtida pela

equação:

5,5.0,82.0,88293

1033nn

TT

r2.0,38

1,381)2(k

k

Tc1

3PmaxPot =

=

=

147

4.9.5 Um ciclo Brayton com regeneração que usa ar como fluido de trabalho, tem

relação de pressão igual a 7 e as temperaturas mínima e máxima do ciclo são de 310K

e 1150K. As eficiências isoentrópicas do compressor e turbina são respectivamente

75% e 82% e o ar é aspirado com a pressão de 1bar abs. Se a efetividade do

regenerador for de 65%, determine a temperatura do ar na saída da turbina, o trabalho

específico produzido (kJ/kg) e a eficiência térmica do ciclo.

São dados:

Calor específico do ar a pressão constante: 1, 006 kj/kg. K

Expoente da politrópica: 1,38

Solução:

P1=1bar=100kPa, T1=293 K, P2/P1=6, k=1, 38, m= 1Kg, cp= 1,006 kJ/Kg. K

Pressão e temperatura na descarga do compressor:

Cº229K502293.7rTPP

TT 1,380,38

k

1-k

1

k

1-k

1

212s ====

=

kPa 007bar 71.7rPVV

PPP P1

k

2

1122s ====

==

Cº299K5722930,75

293502T

nTT

T

TT

TT

hh

hh

W

Wn

1Ciso

12s2

12

12s

12a

12s

21

2s1Ciso

==+−

=+−

=

−=

−== −

148

Temperatura e pressão na saída da câmara de combustão:

P3 = P2s = P2 = 7bar = 700 kPa

T3 = 1150 K= 877ºC

Temperatura e pressão do ar na saída da turbina:

Cº486K 759 673)0,82.(11501150)T(TnTT

TT

TT

hh

hh

W

Wn

Cº400K 673700100

1150.P

PTT

kPa 1001barPPP

4s3Tiso34

4s3

43

4s3

43

4s3

43Tiso

1,38

0,38k

1k

3

4s34s

14s4

==−−=−−=

−=

−==

==

=

=

====−

.

Temperatura e pressão do ponto 5 (Entrada da câmara de combustão:

C421º694K572)-0,65.(759572 )Tε(TTT

TT

TT

hh

hh

q

2425

24

25

24

25

rmaxregenerado

rregenerado

==+=−+=

−=

−==

Calor utilizado na câmara de combustão:

kJ 502694)1501.1,006.(1)T(Tmc)hm(hQ 53p5353 =−=−=−=

Trabalho fornecido ao compressor:

kJ 281572)-931.1,006.(2)T(Tm.c)hm(hW 21p2121 −==−=−=

Trabalho fornecido pela turbina :

kJ 393759)-1501.1,006.(1)T(Tm.c)hm(hW 43p4343 ==−=−=

Trabalho do ciclo:

112kJ281393WWW 4321ciclo =−=+=

Rendimento do ciclo:

22,31%502112

Q

Wn

53

ciclociclo ===

149

4.10 Moderno sistema de propulsão para navios

A Mitsubishi Heavy Industries do Japão construiu dois navios equipados com um

novo sistema de propulsão híbrida denominada Azipod. O sistema consiste na

construção das hélices de propulsão e do sistema de direção das mesmas em um único

módulo-suporte, totalmente móvel. Este é um conceito inovador na construção naval,

sendo a primeira vez que esta tecnologia está disponível a navios comerciais de alta

tonelagem.

Diferentemente do sistema de posicionamento dinâmico, este sistema é aplicado

diretamente a propulsão e não somente a manobra, e consta de um sistema em que as

duas hélices estão no mesmo eixo de simetria porém em direções opostas.

Tecnicamente chamado CRP ("contra-rotating pod"), o equipamento consiste

em uma única unidade instalada de forma contra-rotativa, semelhante ao utilizado em

alguns aviões, reduzindo a resistência devido ao arrasto e aumentando a eficiência em

relação aos mecanismos manobráveis tradicionais, em razão da incorporação do efeito

de contra-rotação, alem de minimizar os efeitos de torque rotacional.

Os navios de 17.000 toneladas, 224,5 metros de comprimento e 26 de largura

poderão atingir velocidade de até 31,5 nós. Além da economia de combustível,

incorporando motores híbrido diesel elétricos, o sistema de direcionamento Azipod dará

ao navio uma extraordinária capacidade de manobra, graças à geração de empuxo em

todas as direções. O sistema Azipod é instalado fora do casco do navio, podendo ser

movimentado livremente em 360º, Como um sistema DP, com um ganho paralelo em

termos de conforto, uma vez que há melhor isolamento acústico. A figura 4.19 ilustra

um sistema de propulsão Azipod.

150

Figura 4.19 - Sistema de propulsão Azipod

Fonte: Mitsubishi Heavy Industries

4.11 As Turbinas a gás na propulsão naval

A propulsão por turbina é a adoção de um motor a jato acoplado num eixo

propulsor naval, girando um hélice. Os britânicos começaram a trabalhar em turbinas a

gás na segunda metade da década de 1940 e lançaram a primeira embarcação do

mundo assim movida em 1953, o HMS Grey Goose.

Na década seguinte já se projetavam navios de grande porte, movidos

exclusivamente por turbina a gás. Quase todas as turbinas a gás utilizadas em navios

são "marinizadas” (adaptadas para uso embarcado) a partir de motores aeronáuticos, a

Olympus TM-3B, por exemplo, é derivada do motor Olympus 593 que equipava o jato

anglo-francês Concorde.

Com o objetivo de atender solicitações específicas, algumas alterações são

efetuadas. Uma das mais importantes é a mudança da câmara de combustão. Por

utilizar óleo diesel ao invés de querosene de aviação, as câmaras de combustão das

turbinas navais apresentam um projeto próprio.

151

Em certos casos, o material das palhetas do compressor é diferente (feitas de

aço nos motores navais e de alumínio nos aviões) e a introdução de um compressor de

baixa pressão é necessária. O uso de turbinas a gás também implica em outra

mudança importante: ”Como elas não podem sofrer reversão, os navios equipados

somente com esse tipo de propulsão devem possuir câmbio de reversão ou hélice de

passo variável” (um pouco menos eficiente que os hélices de passo fixo).

Uma das características principais do desempenho desse propulsor e a boa

relação peso/potência. Por essa razão, as turbinas a gás, atendem tanto a

embarcações pequenas como hovercrafts e aerobarcos (relação de 100HP por

tonelada), escoltas (relação entre 10 e 15 HP por tonelada) e até navios-aeródromos

(relação de 5 HP por tonelada). A grande aceleração inicial (uma fragata Kortenaer

acelera de 0 a 30 nós em cerca de 75 segundos) também é um atrativo. Porém, este

ótimo desempenho tem um custo. O consumo específico de combustível é

relativamente alto. Por este motivo algumas marinhas decidiram adotar turbinas a gás

somente para velocidades altas (acima de 18 nós), utilizando outro tipo de propulsor (p.

e. motor diesel) para velocidades baixas. Desta idéia surgiram os sistemas combinados

de motor diesel e turbina a gás, CODOG.

A introdução das turbinas a gás permitiu uma redução do espaço ocupado

quando comparadas com as instalações das casas de máquinas das turbinas a vapor e

suas caldeiras. Houve também uma economia em peso. De certa forma, isto trouxe

problemas iniciais inesperados para os projetistas navais da época em que foram

introduzidas, pois as pesadas instalações antigas garantiam o equilíbrio dos navios,

principalmente quando as grandes antenas de radar traziam peso cada vez maior para

as partes mais alta se atualmente, o custo de aquisição e de manutenção apresenta

tendência de queda e o mercado internacional apresentará nos próximos anos novos

modelos construídos exclusivamente para aplicações navais o que pode viabilizar o uso

em embarcações comerciais, já que atualmente os grandes usuários são as Marinhas

de Guerra.

152

5 PROPRIEDADES DAS SUBSTÂNCIAS PURAS

5.1 Substância pura

Uma substãncia que possue a mesma composição química em toda a sua

extensão é denominada de substância pura. Assim, a água, o oxigênio, o R- 134 a, o

R-22, e o dióxido de carbono são exemplos de substâncias puras. Uma combinação de

diversos elementos ou compostos químicos podem ser substâncias puras desde que a

mistura seja homogênea.

Desta forma, o ar não poluído sendo uma mistura de vários gases é considerado

uma substãncia pura porque tem uma composição uniforme. Uma mistura de uma ou

mais fases de uma substância pura é ainda considerada pura desde que a composição

química de todas as fases seja igual. As figuras 5.1(a) e (b) ilustram uma mistura

bifásica líquido – vapor de água e ar consideradas como substâncias puras.

Figura 5.1- Substância bifásica considerada como substância pura

5.2 Processos de mudança de fase para as substâncias puras

Existem inúmeras situações práticas a bordo dos navios em que duas fases de

uma substância pura existem em equilíbrio. Nas caldeiras auxiliares ou de propulsão, a

água existe como uma mistura de líquido e vapor (vapor úmido) e nas máquinas

153

frigoríficas ou de ar condicionado o refrigerante passa de vapor para líquido no

condensador e de mistura de líquido e vapor para vapor no evaporador.

Na prática do cotidiano, todas as substâncias puras exibem o mesmo

comportamento e assim, podemos evidenciar as seguintes fases de uma substância

pura de bastante aplicação no dia a dia.

Define-se “pressão e temperatura de saturação” de uma substância pura, a

pressão e a temperatura em que a substância começa a “mudar de fase”. Assim, a

água líquida começa a se transformar em vapor a 100ºC na pressão ambiente de

1bar, sofrendo variação neste valor se a pressão a qual a substãncia está submetida.

variar. “Estes valores são determinados “por” equações matemáticas bastante

complexas e tabeladas para melhor utilização”. No apêndice I, são colocadas as

tabelas de propriedades de algumas substâncias puras de interesse prático e que

serão usadas neste capítulo.

As fases de uma substãncia puras comumente utilizadas são as seguintes:

a) Líquido comprimido ou subresfriado e líquido saturado;

b) Vapor úmido ou saturado úmido;

c) Vapor seco ou saturado; e

d) Vapor superaquecido.

Estas fases não dependem da forma e do volume do recipiente que as contém

e nem da respectiva massa da substância.

5.2.1 Líquido comprimido e líquido saturado

Define-se líquido comprimido ou subresfriado como a substância na fase

líquida que se encontra em uma temperatura abaixo da de saturação para uma

determinada pressão. O líquido saturado é a substância na fase líquida que se

encontra na pressão e temperatura de saturação. Para ilustrar o que foi dito, considere

a figura 5.2 a) e 5.2 b), onde temos água líquida a 40ºC e 100ºC na pressão de uma

atmosfera.

154

Figura 5.2 - Substância pura: a) líquido comprimido e b) líquido saturado

A 100ºc, a pressão de saturação da água é de 1atmosfera, e assim, enquanto a

temperatura da água for inferior a 100ºC para a pressão de 1atmosfera, a água não

muda para vapor, permanecendo na fase de líquido comprimido ou subresfriado.

Quando a temperatura da água atinge 100ºC e mantida a pressão de

1atmosfera, a água está pronta para iniciar a evaporaração sendo denominada neste

instante de líquido saturado.

5.2.2 Vapor úmido ou saturado úmido

Quando o líquido inicia a evaporação, e mantida a pressão e a temperatura de

saturação, a substância fica como uma mistura bifásica líquido-vapor até que todo o

líquido se evapore. Define-se o vapor úmido como a mistura bifásica líquido-vapor

na pressão e temperatura de saturação. A figura 5.3 ilustra o conceito de mistura

bifásica.

Figura 5.3 - Substância pura na fase líquido vapor (vapor úmido)

155

Na fase de vapor úmido as propriedades da substância são determinadas pelas

equações (5.1) a (5.7).

Define-se título do vapor x relação entre a massa de vapor mv e a massa total m

presente no recipiente.

vL

vv

mmm

mm

x+

== (5.1)

O termo 1-x é denominado taxa de umidade.

Da definição de volume específico, os volumes de líquido VL e vapor Vv podem

ser determinados.

vvv

LLL

v,mV

.vmV

=

= (5.2)

O volume V do recipiente é a soma dos volumes de líquido e vapor.

vL VVV += (5.3)

O volume específico vu do vapor úmido é agora determinado em função dos

volumes específicos das fases líquida vL e vapor vv.

vLu

vvL

vL

vL

L

vL

vvLL.u

vL

vLu

xvx)v(1v

vmm

mv

mmm

mmvmvm

v

mm

VV

mV

v

+−=

++

+=

+

+=

+

+==

)vx(vvv LvLu −+= (5.4)

A análise para o volume específico pode ser estendida para a entalpia, à energia

interna e a entropia específica da substância na fase de vapor úmido.

)LvLu hx(hhh −+= (5.5)

)sx(sss LvLu −+= (5.6)

)ux(uuu LvLu −+= (5.7)

Lembrar que a entalpia e a energia interna podem ser relacionadas pela equação

geral pvuh +=

156

Nos navios, as caldeiras serão tanto mais eficientes quanto maior for o título do

vapor na sua saída e assim, as caldeiras navais geralmente são dotadas de

separadores de vapor no tubulão superior. As caldeiras auxiliares e de propulsão de

navios, deverão sempre conter mistura bifásica no tubulão superior. Em nenhuma

condição de funcionamento as caldeiras poderão trabalhar com água baixa ou alta no

seu interior. A água baixa provoca a queima dos tubos geradores da caldeira e a água

alta produz arraste de água pelas tubulações de vapor provocando avarias nos

equipamentos que utilizam o vapor. Qualquer que seja o tipo de caldeira utilizada no

navio, o Chefe de Máquinas deverá obedecer rigorosamente os procedimentos

operacionais estabelecido para a caldeira. O título tem significado apenas para as

misturas saturadas, não se aplicando para líquidos (x=0) e nem para vapor

superaquecido.

5.2.3 Vapor seco ou saturado e superaquecido

Define-se vapor seco ou saturado como a substância na fase vapor que se

encontra na pressão e temperatura de saturação. Quando o estado de vapor seco é

atingido, o título X da substância é igual a um (1). A figura 5.4 a) e b) ilustra a

passagem da mistura bifásica para vapor seco ou saturado.

Figura 5.4 - Vapor seco ou saturado de uma substância

157

Após a conclusão da mudança de fase, a substância se encontra agora na fase

de vapor saturado ou seco, e qualquer adição de calor para o vapor resulta em um

aumento tanto da temperatura como do volume específico.

Segundo Yunus (Termodinâmica, 5 Ed 2006, McGraw Hill, pg. 93), define-se

vapor superaquecido de uma substância como o vapor que não está pronto para se

condensar. Na prática da vida de bordo, o vapor superaquecido é definido como a

substância na fase vapor na temperatura acima da de saturação para a respectiva

pressão de saturação da substância. Para ilustrar o que foi dito, as figuras 5.5 (a) e (b)

ilustram o vapor seco e o superaquecido para a água na pressão de saturação de

uma atmosfera.

Figura 5.5 - Vapor seco (a) e superaquecido (b) de uma substância pura

158

5.2.4 Diagrama de fases de uma substância pura

A figura 5.6 ilustra as fases e os estados de pressão e temperatura de uma

substância pura mostrando o líquido comprimido ou subresfriado (Lsr), o líquido

saturado (Ls), o vapor úmido (Vu), o vapor seco ou saturado (Vs) e o vapor

superaquecido (Vsa) para a água na pressão e temperatura de saturação de 1bar e

100ºC. Qualquer substância que se comporte como a água terá comportamento

semelhante.

Figura 5.6 - Diagrama de fases para a água e substâncias de igual comportamento

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed,2006, McGrawHill)

Considerando várias pressões e temperaturas de saturação, obtemos um

diagrama geral temperatura versus volume específico ou pressão versus volume

específico para uma substância pura, o qual pode ser generalizado para temperatura

159

versus entropia, entalpia e energia interna. Na figura 5.7 e 5.8 são ilustrados os

diagramas T x v e P x v.

Figura 5.7 - Diagrama Txv de uma substância pura.

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed,2006, McGrawHill)

Figura 5.8 - Diagrama Px v de uma substância pura

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed,2006, McGrawHill)

160

Os estados de líquido saturado podem ser ligados por uma linha denominada de

linha de líquido saturado, e os estados de vapor saturado por outra linha denominada

de vapor saturado. O encontro destas duas linhas é denominado de ponto crítico.

A temperatura crítica Tc de uma substância pura corresponde à temperatura

máxima na qual as fases líquidas e vapor podem coexistir em equilíbrio. A pressão e

o volume neste ponto são denominados pressão crítica e volume específico

crítico respectivamente. Esses dados são tabelados para várias substâncias puras em

e se encontram em qualquer literatura especializada sobre o assunto. Para o caso da

água, reproduzimos a figura 5.9, retirada do livro termodinâmica, Cengel, 5 ed

McGrawHill pg 97 alguns valores típicos das propriedades termodinâmicas mostrando o

valor do ponto crítico.

Figura 5.9 - Ponto crítico para a água.

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed,2006, McGrawHill)

Neste trabalho, não utilizaremos as curvas tridimensionais e nem a fase sólida

das substâncias por não serem de uso cotidiano a bordo dos navios. Porém,

161

utilizaremos as tabelas termodinâmicas de algumas substâncias como à água, o R-22 e

o R134 a, bastantes utilizados atualmente nos navios.

5.3Tabelas de propriedades termodinâmicas

As tabelas termodinâmicas ou “tábuas de propriedades” são tabelas retiradas

de literatura cientifica especializada em propriedades termodinâmicas dos fluidos. Neste

livro, faremos o uso das tabelas do livro Termodinâmica, Yunus, Çengel, 5 ed

McGrawHill as quais se encontram no apêndice I. As principais propriedades tabeladas

são as temperaturas de saturação T(ºC), a pressão de saturação P(bar, kPa, MPa), os

volumes específicos vL e vv (m3/kg), as energias internas uL e uv (kJ/kg), as entalpias

hL e hv (kJ/kg) e as entropias sL e sv (kJ/kg. K) do líquido e vapor saturado. A título

de ilustração mostramos nas tabelas 5.1 e 5.2 um trecho de uma tabela típica de

propriedades para a água e o R-134 a.

162

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed,2006, McGrawHill)

163

Fonte: Yunus,Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

5.3.1 Estados de referência e valores de referência

Os valores da energia interna, da entalpia e entropia não podem ser medidos

diretamente, e por isso são determinados a partir de propriedades mensuráveis usando

as relações entre as propriedades termodinâmicas. Porém, estas relações fornecem

variações, e não valores absolutos. Torna-se então necessário a escolha de um valor

de referência conveniente e atribuir o valor zero para uma ou mais propriedades

naquele estado. Assim, a maioria das tabelas termodinâmicas atribui para a água o

estado de líquido saturado a 0,01ºC sendo atribuídos o valor zero para a energia interna

e a entropia neste estado. Para o refrigerante R-134 a, o estado de líquido saturado a -

40ºC é tomado como estado de referência, sendo atribuído o valor zero para a entalpia

e a entropia neste estado. Devido a isto, algumas propriedades podem ter valores

164

negativos, e às vezes, tabelas diferentes apresentam valores diferentes para algumas

propriedades no mesmo estado, sendo isto atribuído a valores de referência diferentes.

Na termodinâmica, estamos interessados nas variações das propriedades e assim, o

estado de referência não tem influência sobre os cálculos desde que não se altere

a tabela em uso. Ressaltamos ainda que estas tabelas são elaboradas a partir de

equações matemáticas bastante complexas que não fazem parte deste trabalho.

Para a substância na fase de vapor superaquecido, são tabeladas a

temperatura T (ºC), a pressão P (bar, kPa, MPa), o volume específico v (m3/kg), a

energia interna u (kJ/kg), a entalpia h (kJ/kg) e a entropia s (kJ/kg. K). A título de

ilustração, ilustramos nas tabelas 5.3 e 5.4 as propriedades termodinâmicas da água e

do R-134 a na fase de vapor superaquecido.

165

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed,2006, McGrawHill)

Fonte:Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed,2006, McGrawHill)

166

5.4- Exercícios resolvidos

5.4.1 Utilizando as tabelas 5.1 e 5.2, determine as propriedades da água saturada na

pressão de 10 kPa e do R-134 a na temperatura de -10ºC.

Solução:

Consultando a tabela 5.1 para a água saturada, obtemos:

vL= 0,001 m3/kg, vv=14,67 m3/kg , Tsat= 45,81ºC , uL= 191,79 kJ/kg , uv = 2437,2

kJ/kg, hL= 191,81 kJ/kg, hv = 2583,9 kJ/kg, sL=0,6492 kJ/ kg. K, sV = 8,1488 kJ/kg. K.

Consultando a tabela 5.2 para o R-134 a, obtemos para Tsat= -10ºC:

vL= 0,0007535 m3/kg, vv=0,099516 m3/kg , Psat= 200,74 kPa , uL= 38,4 kJ/kg , uv =

224,54 kJ/kg, hL= 38,55 kJ/kg, hv = 244,51 kJ/kg, sL=0,15504 kJ/ kg. K, sV = 0,93766

kJ/ kg. K.

5.4.2 Utilizando a tabelas 5.3 determine as propriedades do vapor dágua superaquecido

na pressão de 10 MPa e temperatura de 600 ºC.

Solução:

A 10 MPa de pressão, a temperatura de saturação é de 311ºC (valor entre

parênteses). Assim, a 10 MPa e 600ºC, o vapor dágua está superaquecido (600ºC >

311ºC). Na tabela 5.3, obtemos as seguintes propriedades termodinâmicas:

v= 0,038378 m3/kg, u= 3242kJ/kg , h= 3625,8 kJ/kg, s= 6,9045kJ/ kg. K

5.4.3 Utilizando a tabela 5.4 determine as propriedades do R-134 a na pressão de 0,28

MPa e 0ºC.

Solução:

A 0,28 MPa de pressão, a temperatura de saturação é de -1,25ºC (valor entre

parênteses). Assim, a 0,28 MPa e 0ºC, o R-134 a está superaquecido (0ºC > -

1,25ºC). Na tabela 5.4, obtemos as seguintes propriedades termodinâmicas:

v= 0,07282 m3/kg, u= 230,44 kJ/kg , h= 250,83 kJ/kg, s= 0,9362 kJ/kg. K

167

5.4.4 Vapor dágua com título de 45% é armazenado em um tubulão cilíndrico de 1 m de

diâmetro por 6 m de comprimento a 35 bar de pressão. Determine a temperatura , os

volumes e as massas de vapor e água no tubulão.

São dados:

Tabela de vapor dágua saturado.

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed ,2006, McGrawHill)

Solução:

168

O vapor armazenado no tubulão de vapor é uma mistura bifásica de título de 45%

a 35 bar (3500kPa). Na tabela fornecida não temos este valor, sendo necessário

uma “interpolação linear sem perda da precisão dos cálculos”.

Para o problema em questão, interpolaremos os volumes específicos e a

temperatura de saturação que é a temperatura no interior do tubulão de vapor.

Pressão (kPa) Volume específico

do líquido (m3/kg)

Volume específico

do vapor (m3/kg)

Tsat (ºC)

3347 0,001229 0,059707 240

3500 vL vv T

3651,2 0,001240 0,054656 245

240T240245

0,059707v0,0597070,054656

0,001229v0,0012290,001240

3347350033473651,2

vL −

−=

−=

−=

Resolvendo, obtemos respectivamente:

C242ºT

/kgm 0,05716v

/kgm 0,001234v3

v

3L

=

=

=

Das propriedades do vapor úmido:

/kg0,0264m0,001234)7160,45.(0,050,001234)vx(vvv 3LvL =−+=−+=

O volume total V do tubulão é o volume de um cilindro.

322

4,71m.64

3,14.1.L

4π.d

V ===

A massa total de água saturada é calculada pelo volume específico do vapor.

178,4kg0,0264

4,71vV

m ===

Da definição de título, calculamos as massas e volumes da água saturada no

tubulão.

169

3vv

3LLL

v

v

v

m 4,5871680,28.0,05vmVv

m 0,120123497,66.0,00vmV

kg 97,6680,28178,4mmml

kg 80,280,45.178,4x.mmmm

x

===

===

=−=−=

===

=

5.4.5 Determine a entalpia do vapor dágua superaquecido a 4 MPa e 510 ºC.

Dados: Tabela de vapor dágua superaquecido.

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed,2006, McGrawHill)

Como o valor não consta na tabela, é necessário interpolação.

kJ/Kg 3468,89h3446h

34463674,9500510500600

=

−=

Temperatura

(ºC)

Entalpia (kJ/Kg) Pressão (Mpa)

500 3446 4

510 h 4

600 3674,9 4

170

5.4.6 Vapor dágua inicialmente a 4,0 MPa e 300 ºC (estado 1) está contido em um

cilindro. A água é então resfriada a volume constante até a sua temperatura atingir

200 ºC (estado 2) sendo em seguida comprimida isotermicamente até que a sua

pressão seja 25 bar (estado 3).

a) Determine o volume específico nos estados 1, 2 e 3, em m3 / kg e o título no estado 2

se o estado 2 for de vapor úmido.

b) Esquematize os processos em um diagrama T- v e P- v.

São dados: Tabela de vapor dágua saturado, superaquecido e líquido comprimido.

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed,2006, McGrawHill)

171

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed,2006, McGrawHill)

172

Solução:

a) O estado inicial é P= 4MPa e T= 300 ºC. Da tabela de vapor superaquecido, para

a água na pressão de 4MPa (40bar), a temperatura de saturação é de

250,35ºC(aproximadamente250,4ºC). Assim a água a 4MPa e 300ºC está

superaquecida. Da tabela de vapor superaquecido, temos v1 = 0, 05887 m3/kg.

Para determinarmos o estado 2 temos o volume específico que é igual ao volume

específico do estado 1, v2 = 0, 05887 m3 /kg e a temperatura de 200 ºC. Da tabela

de vapor saturado, para a temperatura de 200 ºC, a pressão de saturação é de

1554 kPa (15,54 bar). O volume específico do líquido saturado vale; v2L = 0, 001157

m3/kg e do vapor saturado seco, v2v = 0, 12721 m3/kg. Como o volume específico

do estado 2 está entre o volume específico do líquido e do vapor saturado, então

concluímos que o estado 2 é de “vapor úmido”. Nos dois diagramas, o processo

1- 2 é indicado através de uma linha vertical desde o estado 1 até o estado 2 cuja

temperatura é de 200 ºC e a pressão é de 15,54 bar, na região de vapor úmido.

O estado 3 cuja pressão é de 25 bar, a temperatura é a mesma do estado 2,

200ºC. Como a pressão de 25 bar é maior que a pressão de saturação

correspondente a 200ºC, podemos facilmente inferir do diagrama T x v que o

estado 3 é de líquido comprimido. O volume dos estados 1 e 2 são iguais, e seu

valor lido da tabela de vapor superaquecido, é 0, 05887 m3/kg. O volume

específico do estado 3 deve ser obtido em uma tabela de líquido comprimido,

cujo valor v3 é obtido por interpolação. Como o valor não consta na tabela, é

necessário interpolação na tabela de água líquida comprimida.

Temperatura

(ºC)

Volume específico

(m3/Kg)

Pressão (Mpa)

200 0,0011390 20

200 v3 25

200 0,0011304 30

173

/Kgm 0,0011347v

0,0011390v0,00113900,0011304

20252030

33

3

=

−=

O título do ponto 2 é obtido pela relação matemática do vapor úmido.

45,78%.x

0,001157)(0,12721x0,0011570,5887

)v(vxvv

2

2

L2v22L22

=

−+=

−+=

b) Diagramas T x v e P x v

5.4.7 Um navio dispõe de um tubulão cilíndrico provido de válvulas de comunicação que

utiliza vapor d’água superaquecido a 2,0 MPa e 300ºC. Inicialmente ,a água no seu

interior está a 100 kPa, e as válvulas de comunicação permanecem fechadas até que

se atinjam as condições de operação (2 MPa e 300ºC). Nessas condições, determine o

título da água no estado inicial . Considere o tubulão indilatável.

174

São dados: Tabela de vapor dágua superaquecido e saturado.

Fonte: Yunus, Çengel (termodinâmica, 5 ed,2006 McGrawHill)

Fonte: Yunus,Çengel (termodinâmica, 5 ed ,2006, McGrawHill)

175

Solução:

Como o volume e a massa são constantes, tem-se v1 = v2 = v = constante

No estado final, tem-se: P2 = 2,0 MPa e T2 = 300o C. Da Tabela do vapor

superaquecido, v2 = 0,12551 m3/kg. Voltando, então ao estado inicial, com o

mesmo volume específico e com P1 = 100 kPa, obtem-se, da Tabela de água

saturada vL = 0,001043m3/Kg e vV = 1,6941 m3/Kg. Trata-se, portanto de vapor

úmido (o volume específico está no intervalo de saturação) e o título se aplica.

% 7,3x

0,0010431,69410,0010430.12551

vv

vvx

1

Lv

L11

=

−=

−= −

b) Diagrama Txv

176

5.4.7 O diagrama de Mollier é um ábaco empregado para a determinação gráfica das

propriedades termodinâmicas das substâncias puras. Para a água, tem o seguinte

aspecto:

Diagrama simplifiocado de Mollier

Fonte:Borgnakke,Sonntag (termodinâmica, 7 ed, 2009, Ed Blucher)

177

Vapor dágua entra em uma turbina através de uma válvula de garganta

(estrangulamento) que permite a entrada de vapor de 0 (fechada) a 100% (toda aberta).

O processo de estrangulamento é um processo isentálpico .As condições do

vapor de água na linha de alimentação são P1=10 bar e T1=300 ºC e o vapor deixa a

turbina com pressão P3 = 0,1bar. Considere a turbina uma máquina adiabática e

reversível (processo de expansão isentrópico). Utilizando o diagrama de Mollier, traçar

os processos em um diagrama h x S e obter os dados de h, s, x, e T, para:

a) Turbina operando a plena carga

b) Turbina operando em carga parcial com pressão saindo da válvula de

estrangulamento (V.R. P) na pressão P2 = 5,0 bar

Solução: Valores aproximados.

a) Para a turbina operando a plena carga, obtemos os seguintes valores para as

propriedades termodinâmicas:

h1= 3060 kJ/Kg

s1 = s3= 7,2 kJ/Kg. K

h3 = 2265 kJ/Kg

x3 = 87%

b ) Para a turbina operando com 50 % de carga, obtemos os seguintes valores para as

propriedades termodinâmicas:

h2 = 3060 kJ/Kg

s2 = s3= 7,2 kJ/Kg. K

h3 = 2360 kJ/Kg

x3 = 91 %

178

Diagrama simplifiocado de Mollier

Fonte:Borgnakke,Sonntag (termodinâmica, 7 ed, 2009, Ed Blucher)

179

6 PROCESSOS TERMODINÂMICOS COM VAPORES

6.1 Processos termodinâmicos com vapores em sistemas fechados

Os processos termodinâmicos com vapores em sistemas fechados são similares

aos processos termodinâmicos com gases, aplicando-se tanto a primeira como a

segunda lei, e as tabelas de propriedades termodinâmicas conforme já estudado no

capítulo V deste trabalho.

6.1.1Processo isobárico

Vapor dágua a 4 MPa e título de 95%, é aquecido à pressão constante até a

temperatura atingir 350 ºC. Se a massa de vapor dágua é de 200 kg, calcule a variação

de energia interna, o trabalho e o calor do processo.

São dados: Tabela de vapor dágua saturado e superaquecido.

Fonte: Yunus, Cengel (Termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

180

Fonte: Yunus, Cengel (Termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

Solução:

O estado 1(inicial) é de vapor úmido a 4MPa (4000kPa) e título de x1 = 0,95.

Da tabela de água saturada:

C250,35ºTT

/kgm 0,049779v, /Kgm 0,001252v

kJ/kg 2601,7ug,1082,4kJ/Ku

kJ/kg 2800,8hg,1087,4kJ/Kh

sat1

3v1

3L1

v1L1

v1L1

==

==

==

==

Como o vapor é úmido:

/kgm 0,047350,001252)7790,95(0,0490,001252v

)v(vxvv

2525,7351082,4)70,95(2601,1082,4u

)u(uxuu

kg2715,13kJ/1087,4)80,95(2800,1087,4h

)h(hxhh

31

L1v11L11

1

L1v11L11

1

L1v11L11

=−+=

−+=

=−+=

−+=

=−+=

−+=

O estado 2 é de vapor superaquecido, pois a temperatura T2 = 350 ºC é maior que

a de saturação para a pressão de 4 MPa (250,35ºC).

Da tabela de vapor superaquecido:

181

g/Km 0,06647v

kJ/Kg 3093,3h

kJ/Kg 2827,4u

32

2

2

=

=

=

Aplicando a primeira lei:

a)Trabalho do processo:

15296J0,04735)0,066474000.200.(W

)vPm(v)VP(VW

21

121221

=−=

−=−=

b) Variação de energia interna

60333kJ2525,735)4200.(2827,∆U

)um(u∆U 12

=−=

−=

c) Calor do processo.

kJ 75629W∆UQ 2121 =+=

O processo é representado em um diagrama Tx v (mais comum)

182

6.1.2 Processo isométrico

Um recipiente de bordo de 0,5m3 contém refrigerante R-134 a inicialmente a 160

kPa e título de 40%. Calor é então transferido para o recipiente até que a pressão atinja

600 kPa. Calcule a massa de refrigerante contido no recipiente e a quantidade de calor

transferido.

São dados: Tabelas de R-134 a saturado e superaquecido.

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

183

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

Solução:

Inicialmente o R-134 a no recipiente se encontra como vapor úmido a 160 kPa e

título de 40 %.

Da tabela de R-134 a saturado:

P1= 160 kPa, vL1= 0, 0007437 m3/kg, vv1=0, 12348 m3/kg

uL1 = 31, 09 kJ/kg, L1v1 uu − =190, 27 kJ/kg

Das propriedades do vapor úmido:

/Kg0,04984m0,0007437)80,4(0,12340,0007437v

)v(vxvv

g107,19kJ/K)0,4(190,2731,09u

)u(uxuu

31

L1v11L11

1

L1v11L11

=−+=

−+=

=+=

−+=

No estado 2 o R-134 a é superaquecido, pois sendo o processo isométrico

(recipiente rígido), v2 = v1= /Kg0,04984m3 que é maior que 0,034295 /Kgm3

(correspondente ao volume de vapor saturado a 600 kPa (0,6 MPa).

As propriedades do estado 2 são obtidas da tabela de vapor superaquecido por

interpolação do volume específico.

184

Temperatura (ºC) Volume específico (m3/Kg) Energia interna (kJ/Kg)

110 0, 049458 319,91

T2 v2= 0,04984 u2

120 0, 054027 329,23

g320,68kJ/Ku

C110,83ºT319,91329,23

319,91u0,0494580,0540270,0494580,04984

110120110T

2

2

22

=

=

−=

−=

A massa de refrigerante é agora determinada.

10Kg0,04984

0,5vV

m1

134aR ===−

O calor transferido será:

2134,9kJ107,19)10.(320,68Q

)u(umQ

21

12134aR21

=−=

−= −

O processo é agora representado no diagrama Tx v

6.1.3 Processo isotérmico

Determinada quantidade de vapor dágua se encontra na pressão de 2bar

(200kPa) e na temperatura de 200ºC. O vapor é comprimido isotermicamente até que

seu volume específico atinja 0,1m3/Kg. Se o volume inicial do vapor for de 0,5 m3,

calcule a massa de vapor dágua, o calor transferido, a variação de energia interna e o

trabalho do processo.

185

São dados: Tabelas de vapor d água saturado e superaquecido

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

186

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill) Solução: A 200 kPa, a temperatura de saturação é de 120,21ºC. Como no estado inicial o

vapor dágua se encontra a 2bar (0,2Mpa) e 200ºC, o vapor dágua está

superaquecido. Assim, as propriedades termodinâmicas no estado inicial serão

determinadas pela tabela de vapor superaquecido.

K kJ/kg. 7,5081skJ/kg, 2870,7h kJ/kg, 2654,6u /kg,m 1,08049v 1113

1 ====

No estado 2, a temperatura é de 200ºC (processo isotérmico) e o volume

específico é de 0,1m3/Kg. Como este volume esta entre o de líquido (0,

001157m3/Kg) e o de vapor (0, 12721m3/Kg), o vapor é úmido e suas propriedades

termodinâmicas serão obtidas da tabela de água saturada.

187

Na tabela de água saturada, obtemos os seguintes valores para 200ºC:

kJ/kg.K 6,4302skJ/kg.K, 2,3305s 15,54bar),1554,9kPa(PP

/kg0,12721mv/kg,0,001157mvg,2594,2kJ/ku850kJ/kg,u

v2L2sat2

3v2

3L2v2L2

====

====

A energia interna e o título do vapor serão agora determinados pelas relações

matemáticas do vapor úmido.

K /kg.5,528266kJ2,3305)20,78(6,4302,3305s

)s(sxss

/kg2210,476kJu

850)20,78(2594,850u

)u(uxuu

78%x

0,001157)(0,12721x0,0011570,1

)v(vxvv

2

L2v22L22

2

2

L2v22L22

2

2

L2v22L22

=−+=

−+=

=

−+=

−+=

=

−+=

−+=

O volume final e a massa serão respectivamente:

322

1

1

0,0462m0,462.0,1mvV

0,462Kg1,08049

0,5vV

m

===

===

Variação de energia interna.

kJ 205) 2654,6,4760,462(2210UU

)um(uUU

12

1212

−=−=−

−=−

O calor será calculado considerando a segunda lei e um processo reversível.

kJ 4327,5081)-.(5,528266273).0,462(200Q

)sT.m.(s )S-T.(SQ

21

121221

−=+=

−==

O trabalho será determinado pela primeira lei.

kJ 227W

W205432

WUUQ

21

21

211221

−=

+−=−

+−=

188

O processo é representado no diagrama T x s:

6.1.4 Processo isoentrópico reversível

Vapor dágua é comprimido em um cilindro a partir do estado de vapor seco a

100 ºC para uma pressão final de 300 kPa (0,3 MPa) em um processo adiabático e

reversível e isoentrópico.

Se o volume inicial de vapor é de 0,5 m3, determine a massa de vapor comprimido, a

variação de energia interna e o trabalho do processo.

São dados: Tabela de vapor dágua saturado e superaquecido.

189

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

190

Solução:

No estado inicial, o vapor é seco e suas propriedades são obtidas das tabelas da

água saturada: /kgm 1,6720vv

101,42kPa,Pg.K,7,3542kJ/kss2506kJ/kg,uu3

V11

1v11v11

==

=====

No estado 2, O vapor sofre uma compressão isoentrópica reversível e adiabática

até a pressão de 300kPa. O vapor é então definido por P2 = 300 kPa e s2 = s1 =

7,3542 kj/kg. K (Segunda lei da termodinâmica). Como a entropia s2 = 7,3542 kj/kg.

K é maior que a entropia do vapor seco a 300 kPa (6,9917 kJ/kg. K), o vapor no

estado 2 é superaquecido. As propriedades do ponto 2 são obtidas por

interpolação na tabela de vapor superaquecido.

Temperatura (ºC) Entropia (kJ/Kg. K) Energia interna (kJ/Kg)

200 7,3132 2651

T2 s2 = 7,3542 u2

250 7,5180 2728

Kg2666,41kJ/u

C200,2ºT26512728

2651u7,31327,51807,31327,3542

200250200T

2

2

22

=

=

−=

−=

Cálculo da massa de vapor dágua.

Kg 0,2991,6720

0,5vV

m1

1vapor ===

Variação de energia interna.

47,96kJ2506)6,410,299.(266∆U

)u(um∆U 12vapor

=−=

−=

Trabalho do processo.

47,96kJW

W47,960

W∆UQ

21

21

2121

−=

+=

+=

191

O processo é representado no diagrama T x s:

6.2 Processos com vapores aplicados a volume de controle

Quando o fluido de trabalho de um volume de controle é uma substância na fase

vapor, aplicam-se tanto a primeira lei como a segunda lei similarmente aos processos

com gases, sendo que as propriedades da substancia são retiradas de tabelas

especializadas. Neste trabalho, daremos ênfase a equipamentos de bordo, como

bombas, caldeiras, turbinas, condensadores, compressores, aquecedores e

resfriadores.

6.2.1 Análise termodinâmica de um processo de bombeamento de água

Em um navio, água é aspirada na pressão de 1,5 bar e é bombeada

adiabaticamente para um tanque de 5 bar de pressão. As dimensões da tubulação são

mostradas na figura e a bomba tem vazão mássica de 3 kg/s conforme é ilustrado na

figura. A temperatura de bombeamento é de 20 ºC.

192

São dados: Tabela de água saturada.

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

Determine a potência recebida pela bomba.

Solução: Aplicando a primeira lei ao volume de controle em regime permanente:

−+

−+−=

=+++=+++

)zg(z2

VVhhmW

0Q ,W)gz2

V(hm)gz

2

V(hmQ

21

2

2

2

1

21

.

vc

vcvc2

2

2

2

.

1

2

1

1

.

vc

v =v1 = v2 (volume especifico da água liquida a 20ºC) = 0,001m3 /kg.

h1 = Entalpia da água líquida a 1,5 bar de pressão e 20ºC (líquido comprimido)

193

) trabalho recebe bomba (akW 1,22W

100049,8.

2.10006,11,5

84,4184,063.W

m/s 6,10,000493.0,001

Avm

(m/s)V

m/s 1,50,0019625

3.0,001Avm

(m/s)V

m 0,00049 4

3,14.0,0254

π.dA

m 0,00196254

3,14.0,054

π.dA

kJ/Kg 84,412,3392)0,001(50083,915h

) C20º e 5bar a comprimido (líquido )Pv(Phh

kJ/Kg 84,062,3392)0,001(15083,915h

)Pv(Phh

vc

22

vc

2

2

.

2

1

1

.

1

222

2

221

1

2

C20º asat 2C20º a L2

1

C20º asat 1C20º a L1

2

2

−=

−+

−+−=

===

===

===

===

=−+=

−+=

=−+=

−+=

6.2.2- Análise termodinâmica de um compressor de refrigeração

Freon -22 é admitido em um compressor de uma frigorífica de um navio na

pressão de 5bar e na temperatura de 5 ºC. A vazão volumétrica medida nestas

condições é de 0,8 m3/min e o freon é descarregado a 15,6 bar e 90ºC. O calor

transferido para o meio ambiente é aproximadamente 5% da potência de compressão e

os diâmetros das canalizações de sucção e descarga são 4cm e 2cm.

Determine a potência de compressão para estas condições e a eficiência isoentrópica.

São dados: Tabelas de R-22 superaquecido.

194

Fonte: Trevisan, manual temo técnico (1ed, 1980, editora IBEC)

Solução:

No estado 1, o vapor é superaquecido, pois a temperatura T1(10ºC) é maior que a

de saturação (0ºC) para a pressão de 5 bar. As propriedades do freon neste

estado são retiradas da tabela de freon -22 superaquecido.

Kcal/kg.K 1,18281sKcal/kg, 149,945h/kg,m 0,0484v 113

1 ===

O fluxo de massa do compressor é determinado pela equação da continuidade.

kg/s 0,275kg/min 16,520,0484

0,8v

VAm

1

11.

====

No estado 2 a temperatura T2 (90ºC) é maior que a temperatura de saturação

(40ºC) para a pressão de 15,63 bar. As propriedades do freon-22 neste estado

(superaquecido), são /kg.K1,1983KcalsKcal/kg, 162,248h/kg,0,02mv 223

2 === .

Para a determinação da eficiência isoentrópica do compressor, precisamos

determinar a entalpia teórica na descarga do compressor considerando um

195

processo isoentrópico 15,63bar.P e Kcal/kg.K, 1,18281ss 212iso === A entalpia

teórica de compressão é obtida por interpolação na tabela de vapor

superaquecido.

Entropia (Kcal/kg. K) Entalpia (Kcal/kg)

1,18068 156,119

s2iso = 1,18281 h2iso

1,18682 158,196

/kg156,83Kcalh156,119158,196

156,119h

1,180681,186821,180681,18281

2iso

2iso

=

−=

As velocidades V1 e V2 serão determinadas pelas equaçoes:

m/s 17,6),0202/(3,14.04.0,275.0,/AvmV

m/s 10,6).0,040484/(3,144.0,275.0,/AvmV

222

.

2

211

.

1

===

===

14kWW0,95

2.100017,610,6

678,19626,770,275

0,95

2VV

hhm

W

kJ/kg 678,19.4,18kJ/kg 162,248Kcal/kg 162,248h

kJ/kg 626,77kJ/kg 18149,945.4,l/kg149,945Kcah

zz,0,05WQ ,W)gz2

V(hm)gz

2V

(hmQ

vc

2222

21

21

.

vc

2

1

21vcvcvc2

22

2

.

1

21

1

.

vc

−=

−+−

=

−+−

=

===

===

==+++=+++

A eficiência isoentrópica do compressor é determinada pela equação:

56%149,945-162,248

149,945-156,83

hh

hhn

12

12iso

C ==−

== −

O processo é representado no diagrama Tx v e h xs

196

6.2.3 Análise termodinâmica de um condensador de vapor dágua

Um condensador de vapor localizado na praça de máquinas de um navio

mercante recebe 3800 kg/h de vapor úmido na pressão de 0,05 bar com título de 96%.

O vapor é totalmente condensado na mesma pressão.

a) Qual a quantidade de calor necessária para a condensação do vapor?

b) Água de refrigeração entra no condensador a 25 ºC e sai a 30 ºC. Qual deve ser a

vazão mássica de água necessária?

São Dados: Tabela de água saturada.

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

197

Solução:

Vapor úmido entra no condensador a 0,05 bar (5 kPa) com título de 96% e sai

como líquido saturado na mesma pressão.

As propriedades do vapor no estado 1 (vapor úmido) são determinadas pelas

relações matemáticas do vapor úmido.

2326kJ/kg137,75)70,96(2560,137,75)h(hxhh

0,96x kJ/kg, 2560,7h kJ/kg, 137,75h

L1v11L11

1v1L1

=−+=−+=

===

As propriedades do vapor no ponto 2 são de liquido saturado a 5 kPa.

kJ/kg 137,75 hh L22 == .

a) O calor da condensação é obtido considerando o vapor como volume de

controle.

2308kW2326)751,055(137.)h(hmQ

1,055kg/s3800/3600mm

12vaporcond

líquidovapor

−=−=−=

===

b) A vazão mássica de água de refrigeração é obtida aplicando-se a primeira lei ao

condensador desprezando-se as variações de energia cinética e potencial, e

considerando a troca de calor adiabática entre o vapor e a água de refrigeração.

Observe que não há trabalho no condensador.

198

kg/h 406621100,98121,39

137,75)3800(2326hh

)hm(hm

kJ/Kg 137,75h

kJ/Kg 2326h

Kg/h 3800mmm

kJ/Kg 121,39Ca30ºhh

kJ/Kg 100.98Ca25ºhh

hmhmhmhm

hmhm

Whmhm Q

34

21H2o

2

1

Líquidovapor

L4

L3

4H202Líquido3H2o1vapor

ssee

vcsseevc

=−

−=

−=

=

=

===

==

==

+=+

=

+=+

∑ ∑∑ ∑

Diagramas Txv e PXv para o processo de condensação do vapor:

6.2.4 Análise termodinâmica de uma turbina a vapor

Vapor adentra em uma turbina de propulsão de um navio a 60 bar e 500 ºC com

uma vazão medida pelo sensor volumétrico de vapor de 50 m3/min. O vapor é

descarregado para o condensador na pressão de 0,05 bar com título de 94% e

velocidade de 400m/s. Nestas condições de funcionamento, vapor é sangrado para um

aquecedor de água de alimentação na pressão de 5 bar, velocidade de 25m/s e

temperatura de250 ºC, com uma vazão mássica de 18% da vazão mássica de entrada

de vapor conforme é ilustrado no diagrama pictórico de bordo.

199

Determine:

a) O rendimento isoentrópico da turbina considerando desprezíveis as variações de

energia cinética e potencial e com a sangria no ponto 2 fechada sem alteração nos

estados de pressão e temperatura nos pontos 1 e 3. Verifique se o processo é

irreversível.

b) As áreas das secções transversais das canalizações nos pontos 2 e 3 e a potência

de saída da turbina.

São dados: Tabela de vapor dágua saturado e superaquecido.

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

200

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

Solução:

As propriedades termodinâmicas dos pontos 1 e 2 são retiradas da tabela de

vapor dágua superaquecido.

Ponto1: Vapor superaquecido a 60 bar (6 MPa) e 500ºC.

Ponto 2: Vapor superaquecido a 5bar e 250 ºC.

kJ/kg.K 8,3568s kJ/kg, 2976,2h /kg,m 4,8206v 223

2 ===

Ponto 3: Vapor úmido a 5 kPa e título de 0,94.

g.K8,3938kJ/ks kJ/kg.K, 0,4762s

kJ/kg 2560,7hkJ/kg, 137,75h /kg,m 28,185v /kg,m 0,001v

v3L3

v3L33

3v3

L3

==

====

kJ/kg.K 6,8826s kJ/kg, 1 3423,h /kg,m 0,05667v 113

1 ===

201

Das relações matemáticas do vapor úmido.

kJ/kg.K 7,91870,4762)80,94(8,3930,4762)s(sxss

kJ/kg 2277,57137,75)70,94(2560,137,75)h(hxhh

/kgm 26,490,001)50,94(28,180,001)v(vxvv

L3v33L33

L3v33L33

3L3v33L33

=−+=−+=

=−+=−+=

=−+=−+=

Para o cálculo da eficiência isoentrópica da turbina, as entropias na entrada e

saída da turbine são iguais.

s3iso = s1 = 6, 8826 kJ/kg.K

kJ/kg 1962,6137,75)70,81(2560,137,75)h(hxhh

81%x

0,4762)(8,3938x0,4762 6,8826

)s(sxss

L3v33isoL33iso

3iso

3iso

L3v33isoL33iso

=−+=+=

=

−+=

−+=

Os fluxos de massa são agora determinados.

12,06Kg/s2,6514,71mmm

2,65Kg/s0,18mm

14,71Kg/s52938Kg/hin882,31Kg/m0,05667

50

v

VAm

213

12

1

11

1

=−=−=

==

=====

a) Rendimento isoentrópico da turbina.

78%1962,63423,12277.573423,1

hh

hhn

3iso1

31ciso =

−=

−=

Verificação do processo.

A verificação do processo é feita aplicando a segunda lei para um volume de

controle (regime permanente).

elirreversív e possível é processo o 0, δ como kJ/K, 16,39δ

0δ8712,06.7,9182,65.8,3562614,71.6,88

0δsmsmsm0

) adiabático oconsiderad ( 0 Q

0δ.sm.smTQ

vcvc

vc

vc332211

vcs

.

e

.

e

>=

=+−−

=+−−+

=

=+−+ ∑∑∑

202

b) Secções transversais nos pontos 2 e 3 e potência da turbina.

kW 14060W

2.1000400

2277,5712,062.1000

252976,22,65

2.100060

3423,114,71W

)2

V(hm)

2V

(hm)2

V(hm

W)gz2

V(hm)gz

2V

(hmQ

0,7986m400

912,06.26,4V

vmA

0,511m25

62,65.4,820V

vmA

vc

222

vc

23

33

22

22

21

11vc

vcS

2S

SSe

2e

eevc

2

3

333

2

2

222

=

+−

+−

+=

+−+−+=

+++=+++

===

===

∑∑

W

O processo é representado nos diagramas P x v

6.2.5- Análise termodinâmica de uma central de ar condicionado de bordo.

Uma mistura de ar na vazão mássica de 12000 Kg/h é insuflado na pressão

ambiente de 1,033 bar no evaporador de uma central de ar condicionado a 25 ºC (Bs1)

umidade relativa (Ur1) de 70 % e sai a 15 ºC (Bs2) e umidade relativa (Ur2) de 95%. O

evaporador é percorrido internamente por R-134 a, entrando no mesmo a 3,6 bar com

título de 5% e saindo a 10 ºC na mesma pressão para a aspiração do compressor.

Considere que as entalpias do ar no SI são determinadas pela equação

203

2500)w(1,86Bs1,004Bshar ++= , sendo Bs a temperatura do ar em ºC e w a taxa de

umidade de vapor dágua no ar em kg água/kg ar e calculada pela equação

satamb

sat

UrPP

0,622UrPw

−= , onde Ur é aumidade relativa do ar e Psat a pressão de saturação para

a temperatura do ar em ºC.

a) Determine a carga térmica de refrigeração pelo lado do ar.

b) Determine a vazão mássica de R-134 a através do evaporador.

São dados: Tabela de água saturada e tabela de R-134 a saturado e superaquecido.

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

204

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

Solução:

As entalpias do ar de acordo com o diagrama pictórico , são calculadas pelas

equações fornecidas no problema.

arágua1R1

1R11

21R2R1S2S1

/kg0,0136kg0,7.3,16103,3

3,160,622.0,7.PsatUPamb

Psat0,622Uw

110kPa1,033barPamb

1,7057kPaPsat3,16kPa,Psat0,95,U0,7,UC,15ºBC,25ºB

=−

=−

=

==

======

205

40,02kJ/kg2500)6.150,0099(1,81,004.152500)(1,86Bw1,004Bh

59,6kJ/kg2500)6.250,0136(1,81,004.252500)(1,86Bw1,004Bh

/kg0,0099kg70,95.1,705103,3

.1,70570,622.0,95PsatUPamb

Psat0,622Uw

S22S22

S11S11

arágua2R2

2R22

=++=++=

=++=++=

=−

=−

=

A entalpia do R=134 na entrada do evaporador é determinada pela tabela de R-134

a saturado na pressão de 360 kPa (3,6bar) e x3=5%.

69,42kJ/kg59,72)0,05(253,859,72)h(hxhh

0,05xg,253,81kJ/Kh,59,72kJ/Kgh

L3v33L33

3v3L3

=−+=−+=

===

A entalpia do R-134 a 360 kPa e 10ºC é determinado na tabela do R-134 a

superaquecido por interpolação.

Temperatura (ºC) Pressão (MPa) Entalpia (kJ/Kg)

10 0,32 258,69

10 0,36 h4

10 0,4 256,58

kJ/kg 257,64h258,69256,58

258,69h0,320,40,320,36

4

4

=

−=

a) A carga térmica pelo lado do ar é calculada pela primeira lei.

( ) 64kW40,259.63600

12000)hmar(hQ 21ar =−=−=

b) A vazão mássica de R-134 a é calculada pela primeira lei com Qar = QR-134a

1224kg/h0,34Kg/sm

69,42)(257,64m64

)h(hmQQ

134aR

134aR

34134aR134aRar

==

−=

−==

−−

6.2.6 Análise termodinâmica de uma caldeira auxiliar

Uma caldeira auxiliar de um navio produz 10 toneladas por hora de vapor d água

a 25 bar e 400oC. A água de alimentação entra na caldeira a 25 bar e 60ºC. Determinar

o consumo de combustível da caldeira se óleo pesado de poder calorífico 10280

206

Kcal/Kg é introduzido nos bicos queimadores da caldeira para o seu funcionamento

com uma eficiência de 89 %.

São dados: Tabela de vapor dágua saturado e superaquecido.

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

207

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

Solução:

Para o V.C. em questão:

Ponto1: Líquido comprimido a 25 bar (250 kPa) e 60ºC

kJ/kg 251,4219,947)500,001017(2251,18h

)P(Pvhh

1

C60º asat 1C60º a LC60º a L11

=−+=

−+=

Ponto 2: Vapor superaquecido a 25 bar (2,5 MPa) e 400 ºC.

kJ/kg 13240h2 ,=

Primeira Lei da Termodinâmica para o V.C. composto pelo fluido no interior da caldeira:

( )esVCseVC hhmQhmhmQ −=⇒=+•••••

kg42970,4kJ/kJ/Kg 10280.4,18Kcal/Kg 10280Ps

kg2,78

skg

360010000

ht

10m

f ===

===•

( )

ton/dia 18,74781,2kg/h0,217kg/s8942970,4.0,

8308,5nP

Qm

nPmQ

kW 8308,5251,42-3240,12,78Q

calf

VCcomb

calfcombVC

VC

=====

=

==

208

6.2.7 Análise termodinâmica de uma planta de vapor

O ciclo termodinâmico de um navio de propulsão de um navio de propulsão a

vapor é composto por caldeira, que transfere calor ao vapor d água; turbina a vapor,

onde o fluido se expande e transfere energia mecânica ao eixo acoplado as hélices,

condensador, que transfere energia térmica do vapor à água de condensação, visando

sua condensação e bomba que eleva a pressão do condensado, permitindo transferi-lo

ao gerador de vapor, completando então o ciclo. A turbina deve produzir 14000 kW de

potência em seu eixo. Os estados termodinâmicos indicados de (1) a (4) referem-se ao

ciclo de vapor d água, sendo que os estados das saídas dos equipamentos equivalem

também à entrada dos equipamentos seguintes. Assim, o estado (2) corresponde à

saída do gerador de vapor que também equivale à entrada da turbina.

Adotando-se a hipótese de regime permanente, desprezando-se as variações de

energia cinética e potencial e desprezando as perdas de calor pelas paredes dos

equipamentos e tubulações, pede-se:

a) o fluxo mássico de vapor (kg/h);

209

b) a temperatura na entrada do gerador de vapor (oC);

c) O calor rejeitado do vapor no condensador;

d) A vazão mássica de água de resfriamento do condensador;

e) O calor fornecido ao gerador de vapor;e

f) A eficiência térmica do ciclo.

As seguintes propriedades são conhecidas:

P1 =25,0 bar;

P2 = 25,0 bar;T2 = 500oC;

P3 = 0, 0959 bar; x3 = 90%;

P4 = 0, 0959 bar; x4 =0;

P5 = 4 bar; T5 = 30º C; e

P6 = 4 bar; T6 = 45º C.

Utilize as tabelas termodinâmicas do apêndice 1

Solução:

Propriedades termodinâmicas dos pontos.

Ponto 2: Vapor superaquecido a 20bar e 500ºC

Ponto3: Vapor úmido a 0,0959 bar (45ºC e 9,59 kPa) e título 90%.

Ponto 4: Líquido saturado a 0,0959 bar.

Ponto 1: Líquido comprimido a 25 bar

Ponto 5: Líquido comprimido a 4 bar e 30ºC

Ponto 6 : Líquido comprimido a 4 bar e 40ºC

Das tabelas termodinâmicas:

kJ/Kg 167,97,3851)0,001(400167,53)P(Pvhh

kJ/Kg 126,144,2461)0,001(400125,74)P(Pvhh

kJ/Kg. 188,4hh

kJ/Kg 042343188,44)(2582,490188,44)h(hxhh

kJ/kg 2582,4hkJ/kg, 188,44h kJ/kg, 3462,8h

Csat40º6CL40ºCL40º6

Csat30º5CL30ºCL30º5

L34

L3v33L33

v3L32

=−+=−+=

=−+=−+=

==

=−+=−+=

===

,.,

a) O fluxo de massa é determinado aplicando a primeira lei a turbina.

210

kg/h 45000kg/s 5120423433462,8

14000hh

Wm

mmmmm,Whmhm

32

vcvapor

vapor4132vc3322

==−

=−

=

====+=

,,

b) A temperatura na entrada da caldeira é determinada aplicando a primeira lei à

bomba.

kJ/Kg 191512

125314188512m

Whmh

Whmhm

kW 12531492512492mW

kJ/kg 2,499,59)-00-0,001.(25)P(PvmW

1

bomba441

bomba1144

vaporbomba

41Lvapor

bomba

=−−

=−

=

+=

=−=−=

−==−−=

,

),(,.,

,,.,,.

A temperatura do ponto 1 é determinada através de interpolação da tabela de

água saturada na entalpia de 191 kJ/Kg

Temperatura (ºC) Entalpia (kJ/Kg)

45 188,43

T1 h1 = 191

50 209,33

C45,61ºT188,43209,33

188,43191455045T

1

1

=

−=

c) O calor rejeitado do vapor no condensador é determinado aplicando a primeira

lei à condensação do vapor.

kW 269334)02343.(188,4512)h(hmQ

hmmhQ

34vaporcond

433cond

−=−=−=

=+

,,

d) A vazão mássica de água de resfriamento no condensador é determinada

aplicando a primeira lei ao condensador.

211

kg/s645126,14167,9

188,4)0412,5(2343,hh

)h(hmm

hmhmhmhm

água) pela recebido ao igual é vapor pelo cedido calor (o 0Q

hmhmQ

56

43vaporag

446ag5ag33

vc

sseevc

=−

−=

−=

+=+

=

=+ ∑∑

e) O calor da caldeira é determinado aplicando a primeira lei ao gerador de vapor.

kW 540897)191(3462,8512)h(hmQ 12vaporger ,., =−=−=

f) A eficiência térmica do ciclo é determinada pela relação:

% 3440897,5

1253114000Q

WWn

ger

bombaTurbinaciclo =

−=

+=

,

6.2.8 Análise termodinâmica de um grupo destilatório

Grupos destilatórios são equipamentos navais para a produção de água

destilada a partir da evaporação da água do mar. Em um navio, água do mar de

resfriamento entra no aquecedor do destilador com vazão mássica de 120000 kg/h a 15

ºC e sai a 30 ºC para a câmara de evaporação onde a temperatura se mantém a 25ºC

na respectiva pressão de saturação. Parte da água que não evapora retorna ao mar na

forma de salmoura e o vapor é então condensado a 25ºC para a produção do destilado

necessário, com água do mar entrando no condensador do destilador a 15ºC e saindo a

20ºC. O diagrama pictórico do navio ilustra o funcionamento. Desprezando as energias

cinéticas e potencial, determine as vazões mássicas de destilado e de água de

resfriamento do condensador de destilado se a mistura formada na câmara de

evaporação é perfeitamente separada no separador de vapor (demister) nas fases

vapor (seco) e água que é devolvida ao mar na forma de salmoura.

212

Dados:

Tabela da água saturada.

Fonte: Yunus, Cengel (termodinâmica, 5 ed, 2006, McGrawHill)

213

Solução:

Ponto 2: Água líquida a 30ºC.

Ponto b: Vapor seco a 25 ºC

Ponto c: Água destilada a 25ºC.

Ponto d: Água do mar (salmoura descarregada) a 25ºC

Ponto 4: Água do mar a 15ºC

Ponto5: Água do mar a 20ºC

Da tabela de vapor dágua saturado:

kJ/Kg 83,915h

kJ/Kg 62,982h

kJ/Kg 104,83hd

kJ/Kg 104,83h

kJ/Kg 2546,5h

kJ/Kg 125,74h

5

4

c

b

2

=

=

=

=

=

=

O destilado produzido é determinado aplicando ao condensador do destilador e

ao grupo destilatório a primeira lei e a equação da conservação da massa.

∑∑∑∑

=+

=

sseevc

se

hmhmQ

mm

Conservação da massa na câmara de evaporação:

db2 mmm +=

Primeira lei e conservação da massa no condensador de destilado:

aguamar54

destbc

55cc44bb

mmm

mmm

hmhmhmhm

==

==

+=+

214

Substituindo:

0,0086104,832546,562,98283,915

m

m

.83,915m.104,83m62,982m.2546,5m

mm120000

aguamar

dest

aguamardestaguamardest

ddest

=−

−=

+=+

+=

Primeira lei aplicada ao grupo destilatório.

ia24,56Ton/d1023Kg/h9750,0086.118m

:doSubstituin

h118975Kgg/m

.104,83m

.83,915m).104,83m(120000.62,82m,74120000.125

hmhmhmhmhm

dest

aguamar

dest

aguamardestaguamar

cdest5aguamardd4aguamar22

===

=

+

+−=+

++=+

215

7 CICLO DE RANKINE

7.1 O ciclo de Rankine ideal O ciclo de Rankine ideal é constituído de gerador de vapor, turbina, condensador

e bomba de fluido na fase líquida. Pode utilizar como fluido de trabalho a água (mais

usual) ou outro dependendo da aplicação. O vapor d’água geralmente é utilizado em

centrais termoelétricas para a geração de energia elétrica ou navios com ou sem

propulsão de vapor (somente com turbos geradores). No Brasil, a propulsão a vapor

está em desuso e este ciclo quando empregado é utilizado somente para a geração de

energia elétrica na forma de turbos geradores. Atualmente, é bastante utilizado em

sistemas mistos de cogeração (com turbinas a gás).

O ciclo ideal de Rankine é composto dos seguintes processos:

Processo 1-2: compressão isoentrópica na bomba;

Processo 2-3: Adição de calor a pressão constante no gerador de vapor;

Processo 3-4: Expansão isoentrópica na turbina;

Processo 4-1: Rejeição de calor a pressão constante no condensador;

A análise do ciclo é feita através da primeira e da segunda lei da termodinâmica,

sendo que neste trabalho a primeira e a segunda lei são utilizadas em regime

permanente desprezando as variações de energia cinética e potencial. As figuras 7.1 e

7.2 ilustram o ciclo de Rankine ideal e o diagrama temperatura entropia.

216

Figura 7.1- Ciclo de Rankine ideal

Figura 7.2- Diagrama temperatura entropia para o ciclo Rankine ideal

7.1.1 Em um ciclo de Rankine ideal a caldeira produz 62000 kg/h de vapor a 60 bar e

350 º C. O vapor é condensado a 10 kPa saindo do condensador na forma de líquido

saturado. Determine o calor fornecido pelo gerador de vapor, a potência retirada da

turbina, o calor rejeitado no condensador, a potência absorvida na bomba e a eficiência

térmica do ciclo. Considere o ciclo ilustrado na figura 7.1.

São dados: Tabela de vapor d’água saturado e superaquecido.

217

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 Ed, editora McGraw Hill, 2006

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 Ed, editora McGraw Hill, 2006 Solução: De acordo com o enunciado, o ciclo a ser analisado é o ilustrado na figura 7.1.

Propriedades termodinâmicas dos pontos do ciclo: Ponto 3: Vapor d’água superaquecido a 60 bar (6 MPa) e 350º C

.K6,335kJ/kgs3043kJ/kg,h 33 ==

218

Ponto 4; Vapor d’água a 10 kPa e s4 = s3 = 6, 335

kJ/kg 2006191,81),90,758(2583191,81)h(hxhh

75,8%0,758x

0,6483)(8,1502x0,64926,335

)s(sxss

g2583,9kJ/khg,191,81kJ/Kh

.K8,1488J/kgsg.K,0,6492kJ/ks

L4v44L44

4

4

4L4v44L4

4v4L

4v4L

=−+=−+=

==

−+=

−+=

==

==

Ponto 1: Água saturada a 10 kPa.

kJ/kg 191,81h1 =

Ponto 2: Líquido comprimido a 60 bar e s2 = s1 0, 6492 kJ/kg. K

Este ponto é determinado utilizando a relação termodinâmica vdPTdhds += .

kJ/kg 197,810)0,001(6000191,81hh

)P(Pvhh

dPvdh

22s

12L12s

P2

P1L

h2

h1

=−+==

−+=

∫=∫

Análise termodinâmica do ciclo pela primeira lei (energia):

4321vapor mmmmm ====

kg/s 17,223600

62000mvapor ==

Calor adicionado no gerador de vapor:

kW 48993197,88)17,22(3043)h(hmQ 23vaporger =−=−=

Potência fornecida pela turbina.

kW 178572006)17,22(3043)h(hmW 43vaporturb =−=−=

Calor rejeitado no condensador:

kW 311362006)8817,22(197,)h(hmQ 41vaporcond −=−=−=

Potência de bombeamento:

kW 104197,88)8117,22(191,)h(hmW 2s1vaporiso bomba −=−=−=

Eficiência térmica do ciclo:

219

36%48993

10417857Q

WWnt

ger

bombaisoturbciclo =

−=

+=

Diagrama Temperatura entropia.

7.1.2 Considere uma caldeira auxiliar de um navio que opera segundo um ciclo básico

de Rankine para a geração de energia elétrica em que o vapor é produzido a 25 bar e

400 ºC. A turbina do turbo gerador produz 420 kW e tem uma eficiência isoentrópica de

82 %. O vapor é condensado a 20 kPa e a água sai do condensador como líquido

saturado na mesma pressão sendo bombeado para a caldeira por uma bomba d’água

de eficiência isoentrópica de 70%. A água do mar de resfriamento do condensador

entra a 24 ºC e sai a 33 ºC. Determine a vazão mássica de vapor produzido, o calor

rejeitado no condensador, a potência da bomba, a eficiência térmica do ciclo e a vazão

mássica de água do mar no condensador.

São dados: Tabela de vapor d’água saturado e superaquecido

220

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill, 2006

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill, 2006

221

Solução:

Propriedades termodinâmicas dos pontos do ciclo: Ponto3: Vapor d’água superaquecido a 25 bar (2,5 MPa) e 400 º C.

.K7,017kJ/kgskJ/kg, 3240h 33 ==

Ponto 4s; Vapor d’água a 20 kPa e s4s = s3 = 7, 017 kJ/kg. K

kJ/kg 2645,172514,6)0,82(32403240)h(hnhh

turbina. da caisoentrópi Eficiência :4 Ponto

kJ/kg 2514,6251,42),90,96.(2608251,4)h(hxhh

96%0,96x

0,832)(7,9073x0,8327,017

)s(sxss

kJ/kg 2608,9hg,251,42kJ/kh

kJ/kg.K 7,9073s.K,0,832kJ/kgs

4s3t34

L4v44sL44s

4s

4s

4L4v4s4Ls4

4v4L

4v4L

=−−=−−=

=−+=−+=

==

−+=

−+=

==

==

Ponto 1: Água saturada a 20 kPa.

kJ/Kg 251,42h1 =

Ponto 2s: Líquido comprimido a 25 bar e s2s = s1 =0, 832 kJ/kg. K

kJ/kg 253,920)0,001(2500251,42 )P-(Pvhh 12L2s12s =−+=+=

Ponto 2: Entalpia real através da eficiência isoentrópica da bomba

222

kJ/kg 254,960,7251,42253

251,42 n

hhhh

isobomba

12s12 =

−+=

−+=

Análise termodinâmica do ciclo através da primeira lei:

Vazão mássica de vapor aplicando à primeira lei a turbina.

kg/h 25200,7Kgs2645,173240

420hh

Wturbm

43vapor ==

−=

−=

Calor rejeitado no condensador:

1676kW2645,17)0,7(251,42)h(hmQcond 41vapor −=−=−=

Potência da bomba:

2,5kW254,96)0,7(251,42)h(hmWbomba 21vapor −=−=−=

Calor fornecido para a produção de vapor na caldeira:

( ) 2089,5kW254,96)0,7(3240hhmQger 23vapor =−=−=

Eficiência do ciclo:

20%2089,5

2,5420Qger

WbombaWturbnciclo =

−=

+=

Vazão mássica de água do mar de resfriamento no condensador:

162000Kg/H45,6Kg/s100,98137,75

1676hh

)h(hmm

hmhmhmhm

hmhm

C24ºC33º

14vaporáguamar

1vapor33águamar4vapor24águamar

ssee

==−

=−

−=

+=+

∑=∑

7.2 O ciclo Rankine com reaquecimento

O ciclo de Rankine com reaquecimento tem a finalidade de aumentar a eficiência

térmica do ciclo e o título do vapor na descarga da turbina de baixa pressão. As figuras

7.3 e 7.4 ilustram o ciclo básico ideal de Rankine com reaquecimento e o respectivo

diagrama temperatura entropia.

223

Figura 7.3- Ciclo básico de Rankine com reaquecimento

Figura 7.4- Diagrama temperatura entropia com reaquecimento

A análise termodinâmica do ciclo é feita aplicando-se a primeira lei aos

componentes do ciclo, observando que o vapor produzido na caldeira entra na turbina

de alta pressão e volta para um aquecedor isobárico no interior da caldeira seguindo

para a turbina de baixa pressão e saindo para o condensador, onde é condensado pela

transferência de calor para o fluido circulante no seu interior. Em seguida, o

condensado é bombeado através de uma bomba para a caldeira e um novo ciclo

recomeça. A segunda lei é aplicada nos pontos 1 e 2, 3 e 4 e nos pontos 5 e 6, onde o

224

vapor sofre expansão isoentrópica nas turbinas de alta e baixa pressão e compressão

isoentrópica na bomba de condensado.

7.2.1 Considere um ciclo básico de Rankine para propulsão de navios que opera com

reaquecimento conforme ilustrado na figura 7.3. O vapor é produzido a 60 bar e 550 ºC

com vazão mássica de 62000 Kg/h e condensado a 4 kPa, saindo do condensador

como água saturada na mesma pressão. Á água que sai do condensador é bombeada

isoentropicamente para a caldeira, e o vapor produzido, após sofrer expansão

isoentrópica na turbina de alta pressão, é direcionado para um aquecedor isobárico no

interior da caldeira, onde sai a 500 ºC para em seguida entrar na turbina de baixa

pressão onde se expande isoentropicamente saindo da mesma como vapor úmido com

título de 94% em direção ao condensador. A água do mar de resfriamento do

condensador entra a 24 ºC e saia 33 ºC Determine a vazão mássica de vapor

produzido, o calor rejeitado no condensador, a potência da bomba, a eficiência térmica

do ciclo e vazão mássica de água do mar de resfriamanto no condensador.

São dados: Tabela de vapor d’água saturado e superaquecido

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 Ed, editora McGraw Hill, 2006

225

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill, 2006

Solução:

Propriedades termodinâmicas dos pontos do ciclo:

Ponto1: Vapor d’água superaquecido a 60 bar (6 MPa) e 550 º C:

kJ/kg.K 7,0308skJ/kg, 3541,3h 11 ==

Ponto 4: Vapor d’água úmido a 4 kPa e x4 = 0,94

kJ/kg 2407,76121,39)70,94(2553,121,39)h(hxhh

kJ/kg.K 80,4224)-40,94(8,4730,4224 )s(sxss

, kJ/kg 2553,7h

kJ/kg 21,39h kJ/kg.K, 8,4734skJ/kg.K, 0,4224s

4L4v44L4

4L4v444

4v

4L4v4L

=−+=−+=

=+=−+=

=

=== 1

226

Ponto 3: Vapor dágua superaquecido a 500 º C e s3 =s4 =8 kJ/kg. K

Este ponto é determinado pelo diagrama de Mollier ou pelas tabelas de vapor

superaquecido.

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill, 2006

kJ/kg 3483,4h

(0,6Mpa) C500º e 6barP

3

3

=

=

Ponto 2: Vapor superaquecido P2 = P3 = 6 bar e s2 = s1 = 7, 0308 kJ/kg. K

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill, 2006

A entalpia deste ponto é obtida por interpolação.

Pressão (MPa) Temperatura (º C) Entalpia (kJ/kg) Entropia (kJ/kg. K)

6 200 2850,6 6, 9683

6 T2 h2 7, 0308

6 250 2957,6 7, 1833

227

kJ/kg 2881,7h

C214,53ºT6,96837,18336,96837,0308

2850,6-2957,62850,6h

200250200T

2

2

22

=

=

−=

−=

Ponto 5: Água líquida saturada a 4 kPa

kJ/kg 121,39hh 4L5 ==

Ponto 6: Líquido comprimido a 60 bar e s6 = s5 = s4L= 0, 4224 kJ/kg. K

kJ/kg 127,44)0,001(6000121,39)P(Pvhh 56L556 =−+=−+=

Análise termodinâmica do ciclo através da primeira lei:

Vazão mássica de vapor:

kg/s 17,2262000kg/hmmmmmmm 654321vapor ========

Calor utilizado para a geração e aquecimento do vapor:

kW 69243Q

2881,7)3483,4121,391,317,22.(354)hhh.(hmQ

ger

2361vaporger

=

−+−=−+−=

Calor rejeitado no condensador:

kW 39371) 2407,763917,22(121,)h(hmQ 45vaporcond −=−=−=

Vazão mássica de água do mar de resfriamento no condensador:

kg/h 612000kg/s 1070100,98137,75

39371hh

)h(hmm

hmhmhmhm

hmhm

2433

54vaporáguamar

5vapor33águamar4vapor24águamar

ssee

==−

=−

−=

+=+

∑=∑

Potência produzida pelas turbinas de alta e baixa pressão:

HP) 40053 (kW 298802407,76)3483,42881,7,317,22(3541W

)hhh(hmW

Turb

4321vaporTurb

=−+−=

−+−=

Potência da bomba de condensado:

kW 105121,39)417,22(127,)h(hmW 56vaporbomba =−=−=

Eficiência térmica do ciclo:

% 4369243

10529880Q

WWn

ger

bombaTurbciclo =

−=

+=

228

7.3 Ciclo de Rankine Regenerativo

Comumente, para se aumentar a eficiência térmica de instalações de potência a

vapor, utiliza-se o princípio básico do aquecimento regenerativo da água de

alimentação da caldeira. Estes aquecedores podem ser do tipo aberto (contato direto ou

mistura entre os fluidos no aquecedor) ou fechado (contato indireto ou sem mistura

entre os fluidos no aquecedor) As Figuras 7.5, 7.6 e7. 7 ilustram os ciclos básicos

regenerativos de Rankine com aquecedor aberto (mistura), fechado (sem mistura) e

misto (com aquecedor aberto e fechado). Ressaltamos que o número de aquecedores

abertos ou fechados depende do tipo de instalação de potência a vapor.

Figura 7.5 - Ciclo de Rankine regenerativo com um aquecedor aberto

Figura 7.6 - Ciclo de Rankine regenerativo com um aquecedor fechado

229

Figura 7.7 - Ciclo de Rankine regenerativo com um aquecedor fechado e um aberto

7.3.1 Um ciclo básico de Rankine com aquecedor aberto de água de alimentação é

utilizado a bordo de um navio para geração de energia elétrica através de um turbo

gerador cuja potência de saída das turbinas é de 800 kW. O vapor é gerado a 35 bar e

400 º C. O vapor é condensado a 15 kPa (0,15 bar) sendo efetuada uma sangria das

turbinas a 4,5 bar para o aquecedor de água de alimentação. Determinar a vazão

mássica de vapor, o calor fornecido a caldeira, o calor rejeitado no condensador, a

vazão mássica de água do mar de resfriamento, a potência da bomba e a eficiência

térmica do ciclo.

São dados: Tabela de vapor d’água saturado e superaquecido.

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill, 2006

230

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill 2006

Solução:

Conforme a figura 7.5 e considerando os dados do problema, o ciclo de Rankine

Regenerativo para este exemplo tem o seguinte aspecto:

Propriedades termodinâmicas dos pontos do ciclo:

Ponto1: Vapor d’água superaquecido a 35 bar (3,5 MPa) e 400 º C.

g.K6,8428kJ/ksg,3223,2kJ/kh 11 ==

Ponto 2: Vapor d’água úmido a 4,5 bar (450 kPa) e s2 = s1 =6, 8428 kJ/ Kg. K

kJ/kg 2737623,14),40,997(2743623,14)h(hxhh

99.7%x1,8205),-(6,8561x1,82056,8428

)s(sxss

kJ/kg 2743,4h

kJ/kg 623,14 h kJ/kg.K, 6,8561sg.K,1,8205kJ/ks

L22v22L2

22

2L2v22L2

2v

2L2v2L

=−+=−+=

=+=

−+=

=

===

231

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill, 2006

Ponto 3: Vapor úmido a 15 kPa e s3 = s1 = 6, 8428 kJ/Kg. K

kJ/kg 2195 225,94)30,83(2598,225,94)h(hxhh

83%x0,7549),-(8,007x0,75496,8428

)s(sxss

, kJ/kg 2598,3h

kJ/kg 225,94 h kJ/kg.K, 8,007sg.K,0,7549kJ/ks

L33v33L3

33

3L3v33L3

3v

3L3v3L

=−+=−+=

=+=

−+=

=

===

Ponto 4: Água saturada a 0,15 bar (15 kPa).

kJ/kg 225,94hh 4L4 ==

Ponto 5: Água líquida comprimida a 4,5 bar (450 kPa) e s5 = s4 = 0, 7549 kJ/kg. K

kJ/kg 226,3815)500,001014(4225,94)P(Pvhh 45l445 =−+=−+=

Ponto 6: Água líquida saturada a 4,5 bar (450 kPa)

kJ/kg 623,14hh L66 ==

Ponto 7: Água líquida comprimida a 35 bar (3,5 MPa) e s7 = s6 = 1, 8205 kJ/Kg. K

kJ/kg 626,45450)5000,001088(3623,14)P(Pvhh 67l667 =−+=−+=

Análise termodinâmica do ciclo através da primeira lei:

A fração mássica y de vapor sangrado da turbina para o aquecedor é

determinada aplicando a primeira lei ao aquecedor aberto

232

0,16226,382737226,38623,14

hhhh

y

hyhy)h(1

hmhm

52

56

625

ssee

=−

−=

−=

=+−

=∑∑

A fração mássica y é 16% da massa de vapor produzida na caldeira.

Determinação da vazão mássica de vapor produzida na caldeira.

Aplicando a primeira lei nas Turbinas:

kg/h 3060kg/s 0,85941,48

800941,48W

m

kJ/kg 941,482195)0,84(273727373223,2)hy)(h(1hhmW

Turbvapor

3221vapor

Turb

====

=−+−=−−+−=

Calor fornecido ao gerador de vapor (caldeira):

kW 2207,24750,85.2596,.2605,75mQ

kJ/kg 2596,75626,453223,2hhm

Q

vaporger

71vapor

ger

===

=−=−=

Calor rejeitado no condensador:

kW 14060,85.16541654.mQ

kJ/kg 16542195)40,84(225,9)hy)(h(1mQ

vaporcond

34vapor

cond

−==−=

−=−=−−=

Vazão mássica de água do mar de resfriamento no condensador:

4C33ºáguadomar24águamar

ssee

y)h(1hmy)h3(1hm

:produzido vapor de kg Por

hmhm

−+=−+

∑=∑

233

kg/h 136800kg/s 380,85.45m

:Total

/kgkg 45 100,98137,75

1654hh

)hy)(h-(1m

águamar

vapormar água2433

43águamar

===

=−

=−

−=

Potência da bomba de condensado:

0,34kW 0,40,85.0,4.mW

kJ/kg 0,4226,38)40,84(225,9)hy)(h(1mW

vaporbomba1

54vapor

bomba

−=−=−=

−=−=−−=

Potência da bomba d’água de alimentação da caldeira:

Kw 2,83,310,85.3,31..mW

kJ/kg 3,31626,45623,14hh m

W

vaporbomba2

76vapor

bomba2

−=−=−=

−=−=−=

Eficiência térmica do ciclo:

% 36 2207,24

2,80,34800Q

WWWn

ger

bomba2bomba1Turbciclo =

−−=

++=

Se o poder calorífico do óleo combustível dos queimadores da caldeira fosse

42971 kJ/ kg (10280 Kcal/kg) com uma eficiência térmica do gerador de vapor de

89%, o consumo de combustível pode ser estimado:

ton/dia 4,92kg/h 205,2kg/s 0,0570,89.42971

2207,24Pfn

Qm

cald

gercomb =====

7.3.2 Considere que no ciclo básico de Rankine com aquecedor aberto de água de

alimentação, o mesmo é substituído no navio para geração de energia elétrica por outro

fechado, mantendo a potência de saída das turbinas em 800 kW, com o vapor gerado a

35 bar e 400 º C e condensação a 15 kPa (0,15 bar), sendo mantida a sangria das

turbinas a 4,5 bar para o aquecedor de água de alimentação. A água que deixa o

aquecedor é considerada saturada a 170 º C Determinar a vazão mássica de vapor, o

calor fornecido a caldeira, o calor rejeitado no condensador, a vazão mássica de água

do mar de resfriamento, a potência da bomba e a eficiência térmica do ciclo.

São dados: Tabela de vapor d’água saturado e superaquecido.

234

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill, 2006

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill; 2006

Solução:

Conforme a figura 7.6 e considerando os dados do problema, o ciclo de Rankine

Regenerativo para este exemplo tem o seguinte aspecto:

235

Ponto1: Vapor d’água superaquecido a 35 bar (3,5 MPa) e 400 º C

g.K6,8428kJ/ksg,3223,2kJ/kh 11 ==

Ponto 2: Vapor d’água úmido a 4,5 bar (450 kPa) e s2 = s1 =6, 8428 kJ/kg. K

kJ/kg 2737623,14),40,997(2743623,14)h(hxhh

99.7%x1,8205),-(6,8561x1,82056,8428

)s(sxss

, kJ/kg 2743,4h

kJ/kg 623,14 h kJ/kg.K, 6,8561sg.K,1,8205kJ/ks

L22v22L2

22

2L2v22L2

2v

2L2v2L

=−+=−+=

=+=

−+=

=

===

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill, 2006

Ponto 3: Vapor úmido a 15 kPa e s3 = s1 = 6, 8428 kJ/kg. K

kJ/kg 2195 225,94)30,83(2598,225,94)h(hxhh

83%x0,7549),-(8,007x0,75496,8428

)s(sxss

, kJ/kg 2598,3h

kJ/kg 225,94 h kJ/kg.K, 8,007sg.K,0,7549kJ/ks

L33v33L3

33

3L3v33L3

3v

3L3v3L

=−+=−+=

=+=

−+=

=

===

Ponto 4: Água saturada a 0,15 bar (15 kPa).

kJ/kg 225,94hh 4L4 ==

Ponto 5: Água líquida comprimida a 35 bar (3,5MPa) e s5 = s4 = 0, 7549 kJ/kg. K

kJ/kg 229,5 15)5000,001014(3225,94)P(Pvhh 45l445 =−+=−+=

Ponto 6: Água líquida saturada a 170 º C.

236

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill 2006

kJ/kg 719,08hh CL170º6 ==

Ponto 7: Água saturada a 4,5 bar (450 kPa)

kJ/kg 623,14hh L77 ==

Ponto 8: Vapor úmido a 15 kPa.

A entalpia do ponto 8 é determinada aplicando a primeira lei ao purgador e

considerando o processo como adiabático e desprezando as variações de energia

cinética e potencial.

kJ/kg 623,14hh

yhyh

hmhm

78

87

ssee

==

=

∑=∑

Análise termodinâmica do ciclo através da primeira lei:

A fração mássica y de vapor sangrado da turbina para o aquecedor é

determinada aplicando a primeira lei ao aquecedor fechado

237

230146232737

229,508719hhhh

y

yhhyhh

hmhm

72

56

7625

ssee

,,

,=

−=

−=

+=+

=∑∑

A fração mássica y é 23% da massa de vapor produzida na caldeira.

Determinação da vazão mássica de vapor produzida na caldeira.

Aplicando a primeira lei nas Turbinas:

kg/h 3168kg/s 0,88 903,54

800903,54W

m

kJ/kg 903,542195)0,77(273727373223,2)hy)(h(1hhm

W

Turbvapor

3221vapor

Turb

====

=−+−=−−+−=

Calor fornecido ao gerador de vapor (caldeira):

kW 2203,6120,88.2504,Q

kJ/kg 2504,12719,083223,2hhm

Q

ger

61vapor

ger

==

=−=−=

Calor rejeitado no condensador:

kW 1334,115160,88.Q

kJ/kg 15162195)40,77(225,9)hy)(h(1m

Q

cond

34vapor

cond

−=−=

−=−=−−=

Vazão mássica de água do mar de resfriamento no condensador.

238

kg/h 130824kg/s 36,3441,3.0,88m

:Total

/kgkg 41,3 100,98137,75

1516hh

)hy)(h-(1m

y)h(1hmy)h3(1hm

:produzido vapor de kg Por

hmhm

águamar

vaporáguamarC24ºC33º

43águamar

4Cº33águadomarC24ºáguamar

ssee

===

=−

=−

−=

−+=−+

∑=∑

Potência da bomba de condensado:

kW 3,23,60,88.3,6.mW

kJ/kg 3,6229,5)(225,94)h(hm

W

vaporbomba

54vapor

bomba

=−=−=

−=−=−=

Eficiência térmica do ciclo:

36%2203,6

3,2800Q

WWn

ger

bombaTurbciclo =

−=

+=

Se o poder calorífico do óleo combustível dos queimadores da caldeira fosse

42971 kJ/ Kg (10280 Kcal/Kg) com uma eficiência térmica do gerador de vapor de

89%, o consumo de combustível pode ser estimado:

ton/dia 4,92 kg/h 205,20,057kg/s0,89.42971

2203,6Pfn

Qm

cald

gercomb =====

7.3.3 Considere um ciclo básico de Rankine Regenerativo com dois aquecedores de

água de alimentação sendo um aberto e o outro fechado. Vapor d’água é produzido a

80 bar e 500 º C entrando no primeiro estágio da turbina e se expandindo até uma

pressão de 20 bar, sendo feita um sangria para o aquecedor fechado. O restante se

expande através do segundo estágio até a pressão de 3 bar onde é feita nova sangria

com destino ao aquecedor aberto que opera a 3 bar. O vapor restante se expande

através do terceiro estágio da turbina na pressão do condensador de 0, 075 bar. A água

de alimentação sai do aquecedor fechado a 205 º C e 80bar. O condensado do

segundo estágio a 20bar sai como água saturada e é purgado para o aquecedor aberto.

A saída do aquecedor aberto é de água saturada a 3bar que vai para a aspiração da

bomba d’água de alimentação, sendo o condensado extraído do condensador das

239

turbinas na pressão do condensador e bombeado para o aquecedor aberto por meio da

bomba de condensado. Considere todas as expansões do vapor da turbina e o

bombeamento de água como sendo isoentropicas. Para uma vazão mássica de vapor

produzido de 340000 Kg/h, determine o calor fornecido à caldeira, a potência das

turbinas, o calor rejeitado no condensador e a vazão de água de resfriamento, a

potência das bombas d’água de condensado e alimentação, a eficiência térmica do

ciclo e o consumo de óleo combustível de poder calorífico de 42971 kJ/kg em toneladas

por dia, considerando que a caldeira tem uma eficiência térmica de 89%.

São dados: Tabela de água saturada e vapor d’água superaquecido.

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill, 2006

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill, 2006

Solução:

Conforme a figura 7.6 e considerando os dados do problema, o ciclo de Rankine

Regenerativo para este exemplo tem o seguinte aspecto:

240

Ponto1: Vapor d’água superaquecido a 80 bar (8 MPa) e 500 º C

kJ/kg.K 6,7266skJ/kg, 3399,5h 11 ==

Ponto 2: Vapor d’água a 20bar (2 MPa) e s2 = s1 =6, 7266 kJ/kg. K

Este vapor é superaquecido, pois a 20 bar (2000 kPa) a entropia do vapor

saturado seco (6, 3390 kJ/kg. K) é menor que 6, 7266 kJ/kg. K

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill, 2006

A entalpia deste ponto é obtida por interpolação.

Entalpia (kJ/kg) Entropia (kJ/kg. K)

2903,3 6, 5475

h2 6, 7266

3024,2 6, 7684

241

kJ/kg 3001,9h6,54756,76846,54756,7276

2903,33024,22903,3h

2

2

=

−=

Ponto 3: Vapor úmido a 3bar (300 kPa) e s3 = s1 = 6, 7266

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGraw Hill, 2006

kJ/kg 72 2616,561,43)90,95(2724,561,43)h(hxhh

0,95x 1,6717),(6,9917x1,67176,7266

)s(sxss

kJ/kg 2724,9h kJ/kg, 561,43h kJ/kg.K, 6,9917s kJ/kg.K, 1,6717s

L3v33l33

33

L3v33L33

v3L3v3L3

=−+=−+=

=−+=

−+=

====

Ponto 4: Vapor úmido a 0, 075 bar (7,5 kPa) e s4 = s1 = 6, 7266 kJ/kg. K

kJ/kg 2093168,75)0,80(2574168,75)h(hxhh

0,80x 0,5763),(8,2501x0,57636,7266

)s(sxss

kJ/kg 2574h kJ/kg, 168,75h kJ/kg.K, 8,2501s kJ/kg.K, 0,5763s

L4v44l44

33

L4v434L44

v4L4v4L4

=−+=−+=

=−+=

−+=

====

Ponto 5: Água saturada a 0, 075 bar (7,5 kPa)

kJ/kg 168,75hh L7,5kPa5 ==

Ponto 6: Líquido comprimido a 3 bar e s6 = s5

kJ/kg 169,17,5)-0,001(300168,75)P-(Pvhh 56L7,5kPa56 =+=+=

Ponto 7: Líquido saturado na pressão de 3 bar (300 kPa)

kJ/kg 561,43hh L300kPa7 ==

Ponto 8: Líquido comprimido na pressão de 80 bar (8 MPa) e s8 = s7

kJ/kg 569,13300)0,001(8000561,43)P(Pvhh 78L300kPa78 =−+=−+=

242

Ponto 9: Líquido comprimido a 80 bar e Cº 205 .

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 Ed, editora McGraw Hill, 2006

kJ/kg 882h

1724,3)0000,001164(8874,87)P(Pvhh

9

Csat205º9CL205ºCL205º9

=

−+=−+=

Ponto 10: Líquido saturado a 20 bar.

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 Ed, editora McGraw Hill, 2006

kJ/kg 908,47h10 =

Ponto 11: Processo de estrangulamento no purgador.

kJ/kg 908,47hh 1011 ==

Análise termodinâmica do ciclo através da primeira lei:

Vazão mássica de vapor produzido:

kg/s 94,5Kg/h 340000mvapor ==

A fração mássica y’ de vapor sangrado da turbina para o aquecedor é

determinada aplicando a primeira lei ao aquecedor fechado.

243

0,15908,473001,9

569,13882hhhh

y'

hy'hhhy'

hmhm

102

89

91082

ssee

=−

−=

−=

+=+

∑=∑

Vazão recebida pelo aquecedor fechado na primeira sangria:

kg/h 51048kg/s 14,180,15.94,5my'm vaporvapor2 ====

A fração mássica y’’ de vapor sangrado da turbina para o aquecedor é

determinada aplicando a primeira lei ao aquecedor aberto.

0,114169,12616,72

169,1561,43908,47)0,15(169,1hh

hh)h(hy'y'

hhy')h'y'y'(1h'y'

hmhm

63

67116

71163

ssee

=−

−+−=

−+−=

=+−−+

∑=∑

244

Vazão recebida pelo aquecedor aberto na segunda sangria:

kg/h 38772kg/s 10,770,114.94,5m'y'm vaporvapor3 ====

Potência fornecida pelas turbinas:

kW 10494251110,5.94,W

kJ/kg 1110,5mW

2093),720,736(26162616,72)90,85(3001,3001,93399,5m

W

)h)(h'y'y'(1)hy)(h(1hhmW

Turb

vapor

Turb

vapor

Turb

433221vapor

Turb

==

==

−+−+−=

−−−+−−+−=

Potência recebida pelas bombas:

Bomba de condensado:

24,57kW0,26.94,5W

0,26kJ/kg169,1)750,736(168,)h)(h'y'y'(1m

W

bomba1

65vapor

bomba1

−=−=

−=−=−−−=

Bomba d’água de alimentação:

756kW8.94,5W

8kJ/kg569,13561,43hhm

W

bomba1

87vapor

bomba2

−=−=

−=−=−=

245

Calor fornecido ao gerador de vapor (caldeira):

kW 237903,852517,5.94,Q

kJ/kg 2517,58823399,5hhm

Q

ger

91vapor

ger

==

=−=−=

Calor rejeitado no condensador:

kW 1338121416.94,5Q

kJ/kg 14162093)750,736(168,)h)(h'y'-y'(1m

Q

cond

45vapor

cond

−=−=

−=−=−−=

246

Vazão mássica de água do mar de resfriamento no condensador:

vaporaguamar2433

54amentoáguaresfri

5C33ºamentoáguaresfri4C24ºamentoáguaresfri

ssee

/kgkg 3639,2 100,98137,75

133812hh

)h)(h'y'-y'-(1m

)h'y'-y'(1hm)h'y'-y'(1hm

:produzido vapor de Kg Por

hmhm

=−

=−

−=

−+=−+

∑=∑

kg/h 1238055840 kg/s 343904,4 53639,2.94,m

:Total

amentoáguaresfri ===

Eficiência térmica do ciclo:

%7438237903

7567524104942Q

WWn

ger

bombaTurbciclo ,

,

,=

−−=

+=

Consumo de combustível em Toneladas por dia.

Ton/dia 537,522392Kg/h6,22Kg/s0,89.42971237903,8

Pfn

Qm

cald

gercomb =====

Este exemplo mostra a desvantagem do uso de caldeiras de alta pressão para a

produção de potência, devido ao alto consumo de combustível requerido. Nos antigos

navios VLCCS da Fronape como o Cairu, José Bonifácio, Felipe Camarão e Barão de

Mauá, as caldeiras quando em regime de viagem com as turbinas produzindo 36000 a

40000 SHP (Shaft Horse Power) nos hélices, consumiam as duas caldeiras cerca de 90

a 130 ton/dia de óleo combustível de poder calorífico 10280 Kcal /kg com baixo

rendimento térmico (cerca de 30 a 35 %) no seu ciclo de vapor. Devido a isto, apesar da

grande capacidade de carga dos navios, os mesmos foram substituídos por navios

menores com propulsão a motor com menor consumo de combustível em relação aos

VLCCS. Os navios de propulsão a vapor apesar do grande consumo de combustível

possuíam uma praça de máquinas com um layout bem estruturado, que permitia aos

tripulantes de máquinas (oficiais e guarnição) a operação segura e manutenção

adequada dos equipamentos.

247

7.4 Afastamento dos ciclos reais de vapor em relação ao teórico de Rankine

No ciclo de Rankine Real, isto é, em um ciclo com perdas irreversíveis, existem

as perdas associadas ao fluxo de vapor através das palhetas e bocais da turbina,

devidas ao atrito entre o fluído e as paredes, o fluído com o próprio fluído, e outras

perdas hidrodinâmicas. As perdas existentes devido ao processo de expansão na

turbina fazem com que haja um acréscimo da entropia do fluído no processo. Caso o

vapor na saída da turbina for úmido (x < 1), a temperatura real no final da expansão é a

mesma se o processo for isoentrópico, porém uma quantidade menor de trabalho é

produzida.

A figura 7.8 ilustra as irreversibilidades na turbina durante a expansão do vapor,

Figura 7.8 - Ciclo real de Rankine com irreversibilidades na turbina.

A eficiência isoentrópica da turbina é determinada pela seguinte equação:

2S1

2R1isoturb hh

hhn

−= (7.1)

A eficiência isoentrópica das turbinas de vapor se situa entre 0,85 e 0,90.

No Processo real de bombeamento, ocorrem perdas irreversíveis com o

conseqüente aumento do trabalho de compressão conforme é ilustrado na figura 7.9

248

Figura 7.9 - Ciclo real de Rankine com irreversibilidades na bomba.

A eficiência isoentrópica da bomba é determinada pela seguinte equação:

34R

34Sisobomba hh

hhn

−= (7.2)

Os valores de eficiência da bomba variam entre 0,8 e 0,90. .

Outras considerações importantes que levam ao afastamento dos ciclos reais de

vapor em relação aos ideais são:

O líquido comprimido é subresfriado;

Ocorre perda de calor entre a saída da caldeira e a entrada da turbina, sendo

necessário isolamento térmico de boa qualidade para evitar que estas perdas

provoquem acidentes de trabalho e aumento do consumo de combustível; e

Existe Perda de carga (pressão) dentro das canalizações, caldeira, turbinas, bombas,

aquecedores e condensador devido ao atrito.

A figura 7.10 ilustra os principais pontos onde existe afastamento do ciclo ideal

de vapor em relação ao real.

249

Figura 7.10 - Ciclo real de Rankine com as principais perdas de pressão.

250

8 ANÁLISE TERMODINÂMICA DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR

8.1 Tipos de propagação de calor

A propagação do calor nos equipamentos de bordo pode ocorrer de três

maneiras as quais são respectivamente a condução, convecção e irradiação. Em geral,

estas formas não ocorrem isoladamente, podendo na maioria das vezes ocorrerem de

forma combinada. Neste trabalho, daremos ênfase a condução e a convecção por

serem os tipos de propagação mais usuais a bordo.

8.2 Transmissão do calor por condução através de paredes planas

O calor se propaga por condução através das moléculas da substância que

compõem o corpo, se transmitindo ao longo do corpo.

Para paredes planas, é válida a Lei de Fourier, onde o calor se propaga ao

longo da espessura L da parede devido à diferença de temperatura∆T entre as

extremidades da parede. A figura 8.1 ilustra a propagação do calor por condução.

Figura 8.1- Propagação do calor por condução em parede plana

251

Consideremos a transferência de calor por condução através de uma parede

plana submetida a uma diferença de temperatura T1-T2. Haverá propagação do calor

por condução perpendicularmente a área A da parede ao longo da espessura x.

O fluxo de calor .

q . que atravessa a parede é expressa pela lei de Fourier:

dxdT

k.A.q −=& (8.1)

Sendo:

q& = Fluxo de calor em W

K = coeficiente de condutibilidade térmica em W/m. K

A= Área da parede perpendicular a transmissão do calor em m2

dxdT

= Gradiente de temperatura ao longo da espessura x em K/m

Integrando, obtemos a equação (8.2):

∫ ∫−=L

0

T

T

2

1

dTk.A.dx.q&

( )21 TTk.A..Lq −=&

( )L

TTk.A.q 21 −

=& (8.2)

O coeficiente de condutibilidade térmica indica quanto um corpo é ou não um

bom condutor de calor. Os isolantes térmicos terão baixos coeficientes de

condutibilidade térmica e os bons condutores de calor altos coeficientes de

condutibilidade térmica.

8.2.1 Resistência térmica de condução em paredes simples e planas.

A equação (8.2) que fornece o fluxo de calor através de uma parede plana pode

ser expressa pela seguinte equação:

252

k.AL∆T

q =& (8.3)

O termo (L / k.A) é equivalente a uma resistência térmica (R) que a parede

oferece a passagem do fluxo de calor.

Assim, o fluxo de calor através da parede pode ser expresso da seguinte forma:

Rt∆T

q =& (8.4)

Onde: Rt = Resistência térmica de condução do calor (K/W)

Substituíndo na equação 8.4 o símbolo do diferencial de temperatura ∆∆∆∆T pelo

potencial elétrico ∆∆∆∆U, e o símbolo da resistência térmica Rt pelo da resistência elétrica

Re, obtemos a equação (8.5) (lei de Ohm) para a intensidade de corrente elétrica i:

Re∆U

i = (8.5)

Devido a esta analogia, é comum a representação de uma parede plana

semelhante a usada em circuitos elétricos para representarmos a resistência térmica de

uma parede ou associações de paredes. Desta forma, uma parede plana de

resistência Rt, submetida a um diferencial de temperatura ∆∆∆∆T sendo atravessada por

um fluxo de calor q& , pode ser representada pela figura 8.2.

Figura 8,2- Analogia elétrica para a resistência térmica

253

8.3 Transmissão do calor por condução através de paredes simples cilíndricas

Seja um cilindro oco de comprimento L submetido à uma diferença de

temperatura entre a superfície interna e a superfície externa, conforme ilustrado na

figura 8.3.

Figura 8.3- Cilindro oco com fluxo de calor radial

Se a temperatura da superfície interna for constante e igual a T1, enquanto que a

temperatura da superfície externa se mantém constante e igual a T2, haverá uma

transferência de calor q& por condução no regime permanente.

O fluxo de calor que atravessa a parede cilíndrica poder ser obtido através da

equação de Fourier em função do drdT

radial direção na atemperatur de gradiente , ou

seja:

drdT

k.A.q −=& (8.6)

A área lateral de um cilindroé expressa pela equação (8.7):

L r π 2A = (8.7)

Fazendo a separação de variáveis e integrando entre T1 em r1 e T2 em r2,

obtemos a seguinte equação:

254

drdT

L r π k.2q.

−=

∫−=∫ 2

1

2

1

TT

rr

.

.dTL. k.2.π.r

drq

−=

1

2

21

rr

ln

)TL.(T k.2.π.q& (8.8)

Por analogia com a equação (8.4), a resistência térmica da parede cilindrica é

determinada pela equação (8.9).

L k.2.π.

rrln

Rt 1

2

= (K/W) (8.9).

8.4 Transmissão do calor por condução através de esferas ocas

Uma das utilizações mais freqüentes de configurações esféricas é na

armazenagem de fluidos em baixa temperatura. Devido a uma maior relação

volume/superfície da esfera, os fluxos de calor são então minimizados. A figura 8.4

ilustra uma superfície esférica para a análise da transmissão de calor por condução.

Analisemos a transferência de calor em um reservatório esférico de raio r

conforme ilustrado na figura 8.4,

Figura 8.4- Condução de calor em reservatórios esféricos.

255

O fluxo de calor que atravessa a parede esférica poder ser expresso pela

seguinte equação:

drdT

r k.4.π.q 2.

−= (8.10)

Fazendo a separação de variáveis e integrando entre T1 em r1 e T2 em r2,

obtemos a equação (8.11).

−=

21

21

r1

r1

)T(T 4.k.π.q& (8.11)

A resistência térmica do reservatório esférico é então obtida pela equação:

4.k.π

r1

r1

Rt 21

= (K/W) (8.12)

8.5 Convecção

O fluxo de calor transferido por convecção entre uma superfície e um fluido,

pode ser calculado pela equação de Newton:

DT h.A.q =& (8.13)

onde, .

q = fluxo de calor transferido por convecção (W);

A = área de transferência de calor (m2);

DT = diferença de temperatura entre a superfície ( ST ) e a do fluido em um local

bastante afastado da superfície ( ∞T ) (oC). A figura 8.5 ilustra o perfil de temperatura

quando >ST ∞T .

h = coeficiente de película (W/m2. K).

256

Figura 8.5. - Perfil de temperatura na convecção.

O coeficiente de película é, na realidade, uma função complexa do escoamento

do fluido, das propriedades físicas do meio fluido e da geometria do sistema. Seu valor

numérico não é, em geral, uniforme sobre a superfície. Por isto utiliza-se um valor

médio para a superfície.

8.5.1 Camada limite

Quando um fluido escoa ao longo de uma superfície, seja o escoamento em

regime laminar ou turbulento, ocorre a desaceleração das partículas na vizinhança da

superfície em virtude das forças viscosas. Define-se camada limite a quantidade de

fluido contida na região de variação acentuada de velocidade conforme é ilustrado na

figura denominada 8.6.

Figura 8.6 - Camada limite

257

Para que ocorra a transferência de calor por convecção através do fluido é

necessário um gradiente de temperatura (camada limite térmica) em uma região de

baixa velocidade.

Figura8. 7- Camada limite térmica

Na camada limite térmica tem-se, portanto elevados gradientes de temperatura e

pode-se dizer que o estudo da convecção se resume ao estudo da condução através

da mesma Assim, a camada limite térmica será considerada como uma "parede"

hipotética de espessura tδ e condutividade térmica kt.

Igualando os fluxos de calor de condução e convecção teremos a equação

(8.14).

( ) ( )∞∞ −=− TTh.A.TTδ

.Akss

t

t

tk

h = (8.14)

A equação 8.14 mostra que a elevação do coeficiente de película é responsável

pelo aumento da transferência de calor por convecção (diminuição de tδ ou aumento

de tk ) e pela conseqüente sensação de alívio do calor.

258

O coeficiente de película depende de diversos fatores como a viscosidade, tipo

de fluido etc. Dentre as diversas expressões utilizadas para a determinação de h, são

utilizadas com frequencia a equação (8.15), para escoamento de fluidos no interior de

tubulações de diâmetro interno (D).

kh.D

=Nu (8.15)

(W/m.K) térmica idadecondutibil de eCoeficient k

nal)(adimensionusselt de Número Nu

aquecendo fluidop/ 0,4n

esfriando fluidop/ 0,3nonde,

.Pr0,023.ReNu n0,8

=

=

=

=

=

µ

D.V.ρRe = (número de Reynolds, adimensional). (8.16)

k

.µpcPr = (número de Prandtl, adimensional). (8.17)

V= Velocidade de escoamento do fluido, m/s

ρ = Massa específica do fluido, kg/m3.

µ= Viscosidade dinâmica do fluido. (kg/m. s)

A resistência térmica de convecção é determinada pela equação (8.18).

h.A1

R = (W/K) (8.18)

8.6 Transmissão de calor por condução em paredes planas compostas em série

As paredes compostas são tratadas por associação série ou paralelo ou mista,

similarmente aos circuitos elétricos. A figura 8.8 ilustra uma associação em série de

paredes planas. Neste trabalho trataremos somente deste tipo de associação por ser o

tipo mais comum empregado a bordo dos navios.

259

Figura 8.8 - Paredes planas compostas

O fluxo de calor que atravessa a parede composta pode ser obtido em cada

umadas paredes planas individualmente:

);T.(TL

.Akq

);T.(TL.Ak

q

);T.(TL.Ak

q

433

33

322

22

211

11

−=

−=

−=

&

&

&

Resolvendo para q& :

11

121 .Ak

.Lq)TT

&=−

22

232 .Ak

.Lq)T(T

&=−

33

343 .Ak

.Lq)T(T

&=−

Somando membro a membro obtemos a equação (8.19).

33

3

22

2

11

141 .Ak

.Lq.Ak.Lq

.Ak.Lq

TT&&&

++=−

321

41

RRRTT

q++

−=& (8.19)

260

Generalizando, obtemos a equação (8.20).

( )nRRRRR onde,

R

∆Tq 21

n

1iit

t

total +⋅⋅⋅++=∑===

& (8.20)

Esta equação pode ser escrita na forma da equação (8.21).

∆TU.Aq .=& (8.21)

U (W/m2. K) é o coeficiente global de transmissão do calor e ∆T a diferença de

temperatura entre a associação das placas. Comparando as equações (8.20) e (8.21) e

considerando a mesma área de paredes, obtemos para U a equação (8.22).

=

=

n

1i i

i

KL1

U (8.22)

8.7 Transmissão de calor por condução em paredes cilíndricas compostas em série

A figura 8.9 ilustra uma parede cilíndrica composta de raios r1, r2, r3, e r4.

Figura 8.9 - Parede cilíndrica composta

261

O fluxo de calor é expresso pela equação (8.23).

( ) ( ) ( )

3

34

2

23

1

12

41

k L.2.π.

rrln

k L. 2.π.

rrln

k L. 2.π.

rrlnTT

q++

−=& (8.23)

Expressando o coeficiente global pela area externa da superfície, obtemos a

equação (8.24).

UAe = ( ) ( ) ( )

3

34

2

23

1

12

k L.2.π.

rrln

k L. 2.π.

rrln

k L. 2.π.rrln

1

++

(W /K) (8.24)

Generalizando para n paredes cilíndricas:

==

L k. 2.π.)/Dln(D

1.AU.AU

ieiiee (8.25)

8.8 Transmissão de calor por condução e convecção em paredes planas compostas em série

A figura 8.10 ilustra um modelo típico de transmissão de calor por condução e

convecção combinados em uma parede plana.

Figura 8.10 - Transmissão combinada por condução e convecção em parede plana

262

Aplicando o conceito de resistência térmica obtemos a equação (8.26).

( )

tRtotal∆T

q3R2R1R

4T1T

.A2h1

k.AL

.A1h1

4T1Tq =⇒

++

−=

++

−= && (8,26)

Generalizando para n paredes planas em série de mesma área de transmissão

do calor, o coeficiente global de transmissão do calor será expresso pela equação

(8.27).

2h1n

1i ikiL

1h1

U1

+=

+

=

(8.27)

8.9 Transmissão de calor por condução e convecção em paredes cilíndricas

compostas em série

A figura 8.11 ilustra uma parede cilíndrica com fluido com temperatura interna Ti

e coeficiente de película hi escoando ao longo de um tubo de comprimento L circundado

por um fluido com temperatura externa Te e coeficiente de película he.

Figura 8.11 - Transmissão combinada por condução e convecção em parede cilíndrica.

263

Se Ti > Te o fluxo de calor será expresso pela equação (8.28), de acordo com a

associação em série das resistências térmicas.

( ) ( ) ( )

ee3

34

2

23

1

12

ii.

ei

.Ah1

k L.2.π.

rrln

k L. 2.π.

rrln

k L. 2.π.rrln

Ah1

TTq

++++

−=& (8.28)

Generalizando, o coeficiente global de calor será expresso pela equação (8.29).

∑ ++

==

ee

ie

ii

iiee

Ah1

L k. 2.π.

)/Dln(D

Ah1

1.AU.AU (8.29)

8.10 Exercícios resolvidos

8.10.1 Um aparelho de ar condicionado foi colocado em uma sala de 15 m de

comprimento, 6 m de largura e 3 m de altura. A sala deve ser mantida a 22 oC e as

paredes são feitas de tijolos com condutividade térmica de 0,16W/m. K com 25 cm de

espessura. As áreas das janelas são desprezíveis e a face externa das paredes está na

temperatura de 40 oC. Desprezando a troca de calor pelo piso e pelo teto, que estão

bem isolados, pede-se o calor transmitido por condução.

264

Solução:

Área total das paredes da sala.

( ) ( ) 2m 1263152362A =××+××=

Fluxo de calor por condução pelas paredes:

( ) ( ) W14512240.0,25

0,16.126TT.

Lk.A

q 21 =−=−=&

8.10.2 Uma parede plana é constituída de uma camada de tijolo refratário (k = 1,39 W/

m.K) 0,20 m de espessura e outra camada de tijolo isolante (k = 0,17 W/m. K) de 0,13

m de espessura. A temperatura da superfície interna do refratário é de 2000 oC e a

temperatura da superfície externa do isolante é 130 oC. Desprezando a resistência

térmica das juntas de argamassa, calcule:

a) o fluxo de calor por m2 de parede;

b) a temperatura da interface refratário/isolante.

c) O coeficiente global de transmissão do calor por condução.

Solução:

265

C130T C2000T

K W/m.0,17k m0,13L

:isolante Parede

m.K W/ 1,39k m 0,20L

: refratário de Parede

o3

o1

22

11

==

==

==

a) Para a área unitária da parede (A=A1=A2=1 m2):

( ) 2

2

2

1

1

31

isoref

31

t

total W/m2057

10,170,13

11,390,20

1302000

.AkL

.AkL

TTRRTT

R

∆Tq =

×+

×

−=

+

−=

+

−==&

b) Cálculo da temperatura T2:

( )211

1

1

1

21

ref

21 TT.L.Ak

.AkL

TTR

TTq −=

−=

−=&

( )

C1704ºT

T20000,20

1,39.12057

2

2

=

−×=

c) Coeficiente global de transmissão de calor:

C.º2 W/m1,1U

n

1i ikiL

U

0,170,13

1,390,20

1

KL

KL

1

1

2

2

1

1

===

=

=

++

8.10.3 Um tubo de aço (k=38,1 W/m. K) de ½ pol de espessura e 10 pol de diâmetro

externo é utilizado para conduzir ar aquecido. O tubo é isolado com 2 camadas de

materiais isolantes: a primeira de isolante de alta temperatura (k=0, 088 W/m. K) com

espessura de 1" e a segunda com isolante à base de magnésia (k=0,055 W/m.K)

também com espessura de 1". Sabendo que estando a temperatura da superfície

interna do tubo a 520 ºC, e a temperatura da superfície externa do segundo isolante fica

em 38 ºC determine:

266

a) O fluxo de calor por unidade de comprimento do tubo

b) Determine a temperatura da interface entre os dois isolantes

c) A resistência térmica do tubo.

d) O coeficiente global de transmissão do calor

Solução:

T1= 520 ºC r1= 5" - 1/2" = 4,5" =0, 1143 m T4= 38 ºC r2 = 5" =0, 127 m r3 = 5" + 1" = 6" = 0, 1524 m k1= 3,8 W/m. K r4 = 6" + 1" = 7" = 0, 1778 m k2= 0, 0088 W/m. K k3= 0, 0055 W/m. K

L= 1m

a) Fluxo de calor pelo tubo:

( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) W621,13

0,055 2.π.67ln

0,088 2.π.56ln

.38,1 2.π4,55ln

38520q

k 2.π.

rrln

k 2.π.

rrln

k 2.π.rrln

TTq

3

34

2

23

1

12

41

=

++

−=

=

++

−=

&

&

LLL ...

b) Temperatura entre os dois isolantes:

( ) ( )

C309ºT

0,0551π267ln32T

621,13

2.π.π.LrrlnTT

q

3

3

3

34

43

=

×××

−=

−=&

267

c) Resistência térmica do tubo:

( ) ( ) ( )K/W 0,776

0,055 2.π.67ln

0,088 2.π.56ln

.38,1 2.π4,55ln

Rt =++=

d) O coeficiente global de transmissão do calor:

( ) ( ) ( ) W/K1,288

0,7761

0,055 2.π.67ln

0,088 2.π.56ln

.38,1 2.π4,55ln

1.AU.AU

Ah1

L k. 2.π.)/Dln(D

Ah1

1.AU.AU

iiee

ee

ie

ii

iiee

==

++

==

∑ ++

==

Baseado na área lateral externa:

.K W/m1,15778.12.3,14.0,1

1,288Lr 2π

1,288A

1,288U

W/K1,288.AU

2

4ee

ee

====

=

Baseado na área lateral interna:

.K W/m1,794143.12.3,14.0,1 1,288

L r 2π 1,288

A 1,288

U

W/K1,288.AU

2

1ii

ii

====

=

8.10.4 Em uma estufa de alta temperatura os gases atingem 700 oC. A parede da

estufa é de aço, tem 5 mm de espessura e fica em um espaço fechado em que há risco

de incêndio, sendo necessário limitar a temperatura da superfície em 35 oC. Dois

materiais serão usados para isolamento térmico sendo um isolante de alta temperatura,

aplicado sobre o aço e, depois, magnésia para a proteção externa contra queimaduras.

A temperatura entre as superfícies dos isolantes é 290 oC. Determine a espessura em

cm de cada material isolante.

.São dados:

Temperatura ambiente: 25 oC

Coeficiente de película interno: 570 W/m2. oC

Coeficiente de película externo: 23,3 W/m2. oC

268

Condutividade térmica do aço: 43,3 W/m2. oC

Condutividade térmica do isolante de alta temperatura: 0 104 W/m2. oC

Condutividade térmica do isolante externo: 0 078 W/m2. oC

Solução:

C700º 1T =

Co 25 = 6T Co 35 = 5T Co 290 = 4T

C W/m.º0,078 = mk

C W/m.º0,104 = isok

C W/m.º43,3 = ak

Co.2mW 23,3 = eh

Co.2mW 570 = ih

2m 1 = A

Fluxo de calor que atravessa a parede plana composta:

W233

123,31

2535

.Ah1

TT

R

TTq

e

65conve

65 =

×

−=

−=

−=&

Espessura do isolante de magnésia:

8,5cm0,085mL

10,078L

35290

.AkL

TT

R

TT233q m

m

m

m

54condm

54 ==⇒

×

−=

−=

−==&

Espessura do isolante de alta temperatura:

C699,52 T

14901

T700

.Ah1

TT

R

TT233q o

22

i

21convi

21 =⇒

×

−=

−=

−==&

cm 16m 0,16L

10,0894L

290699,52

.AkL

TT

R

TT233q

iso

iso

iso

iso

43condiso

43

==

×

−=

−=

−==&

269

8.10.5 Um chip de silício de resistência térmica 0, 001K/W e uma base de alumínio de 6

mm de espessura (k = 238 W/m. K) são separados por uma cola de epoxy de

resistência térmica 0,9 x 10-4 K/W. A face superior do chip e a face inferior da base de

alumínio estão expostas ao ar na temperatura de 298 K e com coeficiente de película

de 100 W/m2. K. O chip dissipa calor na razão de 104 W por m2 de superfície (inferior e

superior) sendo a resistência térmica do ship considerada para a face superior, com sua

temperatura mantida abaixo de 358 K (desprezar a transferência de calor pelas áreas

laterais). Verifique se a temperatura do chip ficará abaixo da máxima temperatura

permitida e determine qual deveria ser a resistência da cola para que o limite de

temperatura do chip seja ultrapassado em 1 K.

Solução:

270

O calor do ship é dissipado para as faces superior e inferior.

( )

( )

++

+

+

−=

++

+

+

−=

++

−+

+

−=

′′+′=

1001

2380,006

0,0009

1

0,001100

11

.298T10

h.A1

.AkL

R

1

Rh.A

11

.TTq

h.A1

.AkL

R

TT

Rh.A

1

TTq

chip4

Alcolaship

archip

Alcola

archiparchip

qqq

&

&

&&&

ship

C79ºK352Tchip ==

A temperatura está abaixo do limite de segurança.

Para a determinação da nova resistência térmica da cola, o limite de temperatura

do chip será:

K3591358Tchip =+=′

( )

( )

( )

K/W3,69.10R

0,01R1

90,9.29835910

1001

2380,006

R

1

0,001100

11

.29835910

h.A1

.AkL

R

1

Rh.A

11

.TT10

h.A1

.AkL

R

TT

Rh.A

1TT

q

3cola

cola

4

cola

4

Alcolaship

archip4

Alcola

archiparchip

−=

++−=

++

+

+

−=

++

+

+

−=

++

−+

+

−=

ship

&

271

8.10.6 Um recipiente esférico é usado para armazenar nitrogênio líquido a 77 K (ponto

de ebulição). O recipiente tem 0,5m de diâmetro interno e é isolado com uma camada

de pó de sílica (k = 0, 0018 W/m. K). A isolação tem 28 mm de espessura e sua

superfície externa está exposta ao ar a 313 K. O coeficiente de película externo é 20

W/m2. K. O calor latente de vaporização e a densidade do nitrogênio são 2x105 J/Kg e

804 Kg/m3, respectivamente. Desprezando as resistências térmicas da película interna

e das paredes metálicas do recipiente, calcular:

a) Fluxo de calor transferido para o nitrogênio

b) Taxa de evaporação do nitrogênio em litros/dia (existe um respiro para a saída dos

gases)

Solução:

a) Fluxo de calor transferido para o nitrogênio:

( )

temos ,0Re0R : oDesprezand

RRRR

TT

R

∆Tq

convN

condaço

convN

condaço

condSi

convar

Nar

t

total.

2

2

2

≈≈

+++

−==

272

W13,2q

0,2781

0,251

0,00181

4.3,141

0,27820.4.3,14.1

77313q

r1

r1

k1

π41

rπ4h1

TTq

.

2

.

21Si21ar

Nar.

2

=

−+

−=

×+

×××

−=

b) Taxa de evaporação do nitrogênio em litros/dia:

skg6,6.10KgJ102sJ13,2

Hq

mH .mq 55

Lv

..

vL

..−=

×==⇒=

diakg5,7diah

24hs

3600s

Kg106,6m 5

.

=×××= −

litros/dia 7V

diam 0,0071mKg804diaKg5,7

ρ

mV

.

33

..

=

===

273

9 TROCADORES DE CALOR

9.1 Definição de aparelhos trocadores de calor

Define-se trocador de calor entre dois fluidos a diferentes temperaturas e

separados por uma parede sólida, os equipamentos usados para realizar esta troca

térmica. Estes aparelhos são usados em navios como condensadores, caldeiras,

aquecedores de óleo combustível, resfriadores de água de circulação e óleo

lubrificante e grupo destilatorio. Para que um trocador de calor seja usado para a

finalidade que se destina, o mesmo é projetado em três fases principais:

a) Análise térmica;

b) O projeto mecânico preliminar; e

c) Fabricação e testes dos equipamentos.

No presente trabalho, trataremos somente da análise térmica que está diretamente

ligada a termodinâmica, para a determinação da área de troca de calor necessária,

em função das condições de escoamento e temperaturas dos fluidos. O projeto

mecânico dimensiona os materiais a serem empregados. tensões, pressão máxima de

operação, ajustes, corrosão, etc. Finalmente, o projeto de fabricação e testes do

equipamento visa a construção do equipamento com baixo custo e qualidade,

satisfazendo as condições de operação e funcionamento para o qual o equipamento

foi projetado, onde após a fase de testes, o trocador de calor será utilizado no

processo a que se destina.

9.2 Tipos de trocadores de calor

Os tipos mais importantes de trocadores de calor empregados em diversos

processos industriais são os de duplo tubo, e os multitubulares. Os multitubularers

podem ser do tipo Shell and tube e os trocadores de calor compactos aletados ou

os de placas. As figuras 9.1 a 9.3 ilustram os referidos trocadores de calor

274

Figura 9.1 - Trocador de calor duplo tubo

Figura 9.2 - Trocador de calor Shell and tube

275

Figura 9.3 - Trocador de calor Compacto

Os trocadores de calor de tubo duplo são formados por dois tubos concêntricos,

conforme é ilustrado na figura 9.1. Um fluido passa por dentro do tubo interno e o outro

no espaço entre as superfícies externa do tubo interno e interna do tubo maior. A área

de troca de calor é a área superficial externa do tubo interno. A desvantagem

principal de sua utilização é a pequena área de transmissão do calor.

Os trocadores de calor do tipo Shell and tube são formados por um feixe de

tubos paralelos e contidos em um tubulão cilíndrico denominado Shell ou casco,

conforme ilustrado na figura 9.2. Um dos fluidos (fluido dos tubos) escoa pelo interior

dos tubos, enquanto que o outro (fluido do casco) escoa por fora dos tubos e dentro

do casco. Os defletores (ou chicanas), mostrados na figura9. 2 são empregados para

aumentar o coeficiente de película do fluido do casco devido ao aumento da

turbulência e da velocidade de escoamento deste fluido.

Estes trocadores de calor oferecem uma grande área de troca de calor,

facilidade de manutenção e baixo custo de fabricação, o que os torna bastante

utilizados em processos industriais. Dependendo da forma construtiva, eles podem ser

classificados de acordo com o número de passagens nos tubos e no casco, conforme

é ilustrado nas figuras 9.4 e 9.5. Assim, por exemplo, um trocador Shell and tube 1-2,

significa que o mesmo apresenta uma passagem no casco e duas no tubo, 2-4, duas

passagens nos tubos e duas no casco etc,

276

Figura 9.4 - Trocador de calor Shell and tube 1-2.

Figura 9.5 - Trocador de calor Shell and tube 2-4

A figura 9.6 mostra a forma e a disposição dos tubos no feixe tubular.

Figura 9.6 - Disposição dos tubos no interior do casco.

A disposição destes tubos depende da aplicação e dos fatores de incrustração

desejados para o trocador de calor.

277

9.3 Diferença média logaritma de temperatura

A diferença média logarítma de temperatura é comumente denominada

temperatura média da transmissão do calor e pode ser determinada pelas temperaturas

dos fluidos quente e frio. Para a ilustração deste cálculo, consideraremos um trocador

de calor de passes simples em contra corrente conforme ilustrado na figura 9.7.

Figura 9.7 - Diferença média logarítma de um trocador de calor de passes simples.

Adotaremos a seguinte nomenclatura j

kg/sfrio,cadofluidoVazãomássim

kg/s quente,cadofluidoVazãomássim

Cº frio fluido do saída de aTemperaturT

Cºfrio, fluido do entrada de aTemperaturT

Cº, entedofluidoqu saída de aTemperaturT

Cºente,dofluidoqu entrada de aTemperaturT

c

.

h

.

cout

cin

hout

hin

=

=

=

=

=

=

Consideremos um diferencial de área superficial no tubo interno dA . O fluxo de

calor transmitido nesta área diferencial é dado pela equação (9.1).

278

)TU.dA.(TQδ ch

.

−= (9.1)

Porém:

hPhh

..

cPcc

..

.dT.cmQδ

.dT.cmQδ

−=

= (9.2)

Igualando e integrando na seção dA, obtemos a equação (9.3).

hincinh

cc

h

cch

cincchinhh

Pcc

.

c

Phh

.

h

TTCC

TCC

1TT

)T(TC)T(TC-

W/K, iodofluidofr capacidade de taxa.cmC

W/Kquente, fluido do dedecapacida taxa.cmC

++

+−=−

−=−

=

=

,

,

(9.3)

Substituindo a equação (9,3) na equação (9.1), obtemos a equação (9.4).

chincin

h

cc

h

c

c

CUdA

TTCC

TCC

1

dT=

++

+−

(9.4)

Integrando de A=0 a A = Atotal, obtemos a equação (9.5).

UAC1

C1

TTCC

TCC

1

TTCC

TCC

1

lnhc

hincinh

cc

h

c

hincinh

cc

h

c

+=

++

+−

++

+−

in

out

(9.5)

Simplificando:

[ ]

1cinhin

2couthout

cinhincouthoutcinhin

couthout

cincout

hinhout

h

c

hccinhin

cinhinch

c

DTT-T

DTTT

qUA

)T(T)T(TT-T

)T(Tln

TT

TT

C

C

UAC1

C1

T-T

T-T(TC

C1

ln

=

=−

−−−=

−=

+=

+−

+ )coutin

T

279

) DT DT ln(DTDT

UAq12

12

/

−= (9.6)

Se o trocador de calor fosse de correntes opostas (ver figura 9.8):

1couthin

2cinhout

DTT-T

DTTT

=

=−

Figura 9.8 - Trocador de calor de correntes opostas.

9.3.1Correção da diferença média logarítma para trocadores de calor de passes

múltiplos

Neste caso as temperaturas das extremidades nos passes intermediários são

desconhecidas. Assim, a diferença média logarítma (MLDT) deve ser calculada para um

trocador de calor de passes simples em contra corrente e corrigida por um fator de

correção (Fc).

cinhin1

couthout2

12

12cm

T-TDT

TTDT

) DT/ DT ln(DTDT

FDT

=

−=

−=

(9.7)

O fator de correção é obtido de gráficos ou equações matemáticas complexas

encontradas em literaturas especializadas sobre o assunto. Neste trabalho, optamos

pelos gráficos, por serem de fácil utilização, onde os mesmos são ilustrados nas figuras

9.9 a 9.12 para os casos didáticos mais comuns.

280

Figura 9.9 - Trocador de calor do tipo 1-2

Fonte: Yunus, Cengel. Heat and mass transfer, McGraw-Hill, 5ed, 2009

Figura 9.10 - Trocador de calor do tipo 2-4

Fonte: Yunus, Cengel. Heat and mass transfer, McGraw-Hill, 5ed, 2009

281

Figura 9.11- Trocador de calor de fluxos cruzados sem mistura

Fonte: Yunus, Cengel. Heat and mass transfer, McGraw-Hill, 5ed, 2009

Figura 9.12 - Trocador de calor de fluxos cruzados com mistura

Fonte: Yunus, Cengel. Heat and mass transfer, McGraw-Hill, 5ed, 2009

282

9.4 Coeficiente global de transmissão do calor

O coeficiente global de transmissão do calo U baseado na área superficial

externa de transmissão de calor é avaliado pelas seguintes equações:

Tubos internos com aletas interna e externa com fatores de incrustação:

eee

de

i

e

t

te

tii

tedi

tiii

te

R

d

dln

Lk π 2

A

AR

Ahη

A1

U++++

= (9.8)

Tubos internos sem aletas com fatores de incrustação:

ede

i

e

t

e

i

edi

tii

te

h1

Rdd

lnk 2

dddR

AhA

1U

++++

= (9.9)

Tubos lisos sem fatores de incrustação:

ei

e

t

te

i

e

h1

dd

lnLk π 2

Adh

d1

U+++

=

i

(9.10)

Ate = área de troca de calor da superfície externa dos tubos, m2

Ati = área da superfície de troca de calor interna dos tubos, m2

Rdi = resistência térmica devido às incrustrações internas, m2K/W

Rde = resistência térmica devido às incrustrações externas, m2K/W

he= coeficiente de película externo, W/m2K

hi= coeficiente de película interno, W/m2 K

de = diâmetro externo do tubo cilíndrico, m

di = diâmetro interno do tubo cilíndrico, m

ne = eficiência da superfície aletada externa.

ni= eficiência da superfície aletada interna aos tubos interiores.

Kt= condutância térmica dos tubos interiores, W/m K

Tubos lisos de paredes finas:

dediei

RRh1

h1

1U

+++

= (9.11)

283

O valor da eficiência da superfície aletada depende da geometria das aletas e

pode ser determinada pela equação (9.12).

)η)(1/A(A1η aletatubo aletaf −−= + (9.12)

Af = área de transferência de calor das aletas, m2

Aaleta + tubo = área das aletas mais a área superficial do tubo, m2

naleta = eficiência da aleta, calculada ou fornecida pelo fabricante.

Segundo Schmidt (Ciências térmicas, 2 ed, editora Blücher, 1996 São Paulo) os

seguintes valores das resistências de incrustração são comumente utilizados:

Água do mar abaixo de 50ºC---------------------------------------------- 0, 0001 m2 K / W

Óleo combustível e lubrificante ---------------------------------------------0, 0009 m2 K / W

Líquidos refrigerantes----------------------------------------------------------0, 0002 m2 K / W

Água potável abaixo de 50 ºC------------------------------------------------0, 0001 m2 K / W

Vapor d’água ---------------------------------------------------------------------0, 00009 m2 K / W

9.5 Exercícios resolvidos

9.5.1 Em um trocador de calor de passe simples (1-1) o fluido quente entra a 90 oC e

sai a 60 oC e o fluido frio entra a 25 oC e sai a 45 oC, qual a MLDT para:

a) correntes paralelas

b) correntes opostas

Solução:

a) correntes paralelas:

284

( )

C59,5ºMLDT

1565

ln

1565

∆T∆T

ln

∆T∆TMLDT

C152545∆T

C652590∆T

min

max

minmax

omin

omax

=

−=

−=⇒

=−=

=−=

b) correntes opostas:

( )

Cº 39,8MLDT

3545

ln

3545

∆T∆T

ln

∆T∆TMLDT

C352560∆T

C454590∆T

min

max

minmax

omin

omax

=

−=

−=⇒

=−=

=−=

9.5.2 Em um trocador de calor do tipo 1-6(uma passagem no casco e 6 passagens no

tubo) óleo entra pelos tubos internos a 120 oC e sai a 40 oC. Água entra no casco a 15

ºC e sai a 45 ºC. Qual será a o MLDT para este trocador?

Solução:

0,38120404515

ttTT

R

0,761201512040

tTtt

P

12

21

11

12

=−

−=

−=

=−

−=

−=

285

O fator de correção obtido do gráfico do trocador 1-6 para a MLDT é de

0,69. Considerando um trocador de calor como se fosse de correntes opostas:

( )

C31,7º0,69.45,91MLDT.FMLDT

Cº 45,51MLDT

2575

ln

2575

∆T

∆Tln

∆T∆TMLDT

C251540∆T

C7545120∆T

ccorr

min

max

minmax

omin

omax

===

=

−=

−=⇒

=−=

=−=

9.5.3 O aquecimento de um óleo leve de 20oC até 120oC está sendo feito usando um

trocador multitubular tipo TC-1.8 Vapor dágua a 133 oC está sendo usado para

aquecimento, condensando no interior do casco. Determine a LMDT corrigida do

aquecedor.

286

Solução:

020-120133133

ttTT

R

0,892013320120

tTtt

P

12

21

11

12

=−

=−

−=

=−

−=

−=

Quando R for iguala zero, não existe fator de correção.

( )

Cº 46,2MLDT

13113

ln

13113

∆T

∆Tln

∆T∆TMLDT

C13120133∆T

C11320133∆T

min

max

minmax

omin

omax

=

−=

−=⇒

=−=

=−=

9.5.4 O aquecedor de óleo lubrificante do MCP de um navio é um trocador de calor do

tipo 1-2, cujo diâmetro do casco é de 387,35 mm o que permite 76 tubos de aço

carbono (k=76 W/mK) de 25,4 mm de diâmetro externo dispostos em passo quadrado

de 31,75 mm. O óleo entra pelo casco a 85 ºC e sai a 135 ºC. O vapor entra pelos tubos

internos na forma de vapor saturado a 164,2ºC e sai como líquido saturado, onde o

manual do navio informa um calor latente de condensação de 2064,1 kJ/kg. A vazão

mássica de óleo é de 3105 kg/h.

287

Determine:

a) O calor recebido pelo óleo.

b) A vazão mássica de vapor de aquecimento.

c) O coeficiente de filme externo sabendo que na faixa de 50 a 80 ºC a viscosidade, o

calor específico e a condutividade térmica do óleo são respectivamente 0, 0836 kg/ms,

2035 J/kgK e 0,141 W/mK.

d) O coeficiente de transmissão de calor Limpo.

e) O coeficiente de transmissão de calor devido à presença de incrustrações.

f) A diferença média logarítma de temperatura.

g) A área superficial dos tubos internos.

h) O comprimento dos tubos.

Os tubos internos são todos sem aletas do tipo BWG 13 (espessura da parede de 2,4

mm) e para o coeficiente de película do lado do vapor é utilizado o valor prático de 8517

W/m2. K.

Para o coeficiente de película do óleo (fluido que escoa no casco), a equação de

Donohue deverá ser utilizada:

H

D

DkNu

h =

288

)( casco ao interiores tubos nos quadrado passod π

/4)d π4.(PD

DI.C.B

m.PG

Prandtl) de número (k

µcP

Reynolds) de número (µ

GDR

(Pr))0,25(RNu

e

2e

2T

H

T

pr

He

0,330,6eD

−=

=

=

=

=

m= Vazão mássica, kg/s

G = vazão mássica, kg /s.m2

µ= viscosidade absoluta do fluido, N.s/m2

K= Coeficiente de condutibilidade térmica do fluido, W/m. K

DH = Diâmetro Hidráulico do casco.

de = Diâmetro externo dos tubos interiores ao casco, m

PT = Passo entre os centros dos tubos, m (ver figura 9.6)

B= Espaçamento entre as chicanas, m

C= PT-de, m

DI= Diâmetro interno do casco, m

Solução:

Dados

N=76 tubos

de= 0, 0254m

Di=0, 38735 m

PT=0, 03175 m

B=0, 25 m

c= 0, 03175-0 - 0254=0, 00635

Tin oleo = 40 ºC

Tout oleo = 75 ºC

Tvapor= 164 ºC

289

Cº W/m0,141k

K 2035J/Kgc

Kg/m.s 0,0836µ

óleo

Póleo

óleo

=

=

=

a) Cálculo do calor recebido pelo óleo:

kW 61,43161431W3600

40)(753105.2035.Q

)T(TcmQ

óleo

inóleooutóleopóleoóleoóleo

==−

=

−=

b) Vazão mássica de vapor:

104,4Kg/hkg/s 0,0292064,161,431

m

.2064,1m61,431

.HmQQ

vapor

vapor

latentevaporvaporóleo

===

=

==

c) Coeficiente de filme externo:

1206,560,141

50,0836.203k

µcPr

260,0836

5186,51.0,02µ

G.DRe

.skg/m 86,51 .0,128735.0,006353600.0,387

753105.0,031 DI.C.B

m.PG

0,0251m43,14.0,025

43,14.0,0254.0,03175d π

/4)d π4.(PD

p

H

2T

22

e

2e

2T

H

===

===

===

=−

=−

=

K200W/m0,0251

135,63.0,14D

.kNh

35,63N

.1206,560,25.26Pr0,25.ReN

1206,560,141

50,0836.203k

µcPr

2

H

Ude

Ud

0,330,60,330,6Ud

p

===

=

==

===

d) Coeficiente de transmissão do calor para tubos limpos:

m 0,02062.0,0024-0,0254a2.espessurdd

h1

d

dln

k 2

d

dh

d1

U

ei

ei

e

t

e

ii

e

==−=

+++

=

290

K W/m158U

85171

0,02060,0254

ln76 2

0,0254200.0,0206

0,02541

U

2limpo

limpo

=

++

=

e) Coeficiente de transmissão de calor devido à incrustrações:

K W/m136U

0,00090,00009158

11

RRU

11

U

2sujo

didelimpo

sujo

=

++

=

++

=

f) Diferença média logarítma de temperatura:

( )

C105ºMLDT

89124

ln

89124

∆T

∆Tln

∆T∆TMLDT

C8975164∆T

C12440164∆T

min

max

minmax

omin

omax

=

−=

−=⇒

=−=

=−=

g) Área superficial dos tubos internos necessária a transmissão do calor:

2

sujo

óleo 4,3m136.10561431

MLDTUQ

A ===

h) Comprimento dos tubos.

m 0,714.763,14.0,025

4,3.N3,14.d

AL

tubose

===

291

9.5.5 Grupos destilatórios são utilizados a bordo dos navios para a produção de água

destilada para alimentação das caldeiras ou outras utilidades navais.

Água do mar na vazão mássica de 7,56 kg/s entra nos condensadores em serie do

primeiro e do segundo estágio e vai a um aquecedor de vapor, onde adentra o

destilador a 76 ºC conforme ilustrado no diagrama pictórico do navio. O vapor do

aquecedor entra a 92 ºC e se condensa retornando a bomba de condensado do navio.

No destilador é feito um vácuo e a água do mar aquecida vaporiza nos vaporizadores

em dois estágios fornecendo água destilada a 48,3 ºC.

Considere que para o destilador em questão os seguintes dados práticos são

conhecidos:

Condensador com 6 passes de água nos tubos internos e vapor no casco:

Tubos de 5/8 pol de diâmetro externo, tipo latão naval cobre níquel 90-10, 18 BWG

(espessura de parede de 0, 049 pol) com água entrando na velocidade de 1,67 m/s.

Coeficiente global de transmissão do calor fornecido pelo fabricante de 3429,5 W/m2K

Fatores de incrustração de 0, 00011m2K/W.

Aquecedor de água do mar com 6 passes de água no casco e vapor no casco:

Tubos de ¾ pol de diâmetro externo, 18 BWG 90-10 com água entrando a 1,83 m/s.

292

Coeficiente global de transmissão do calor fornecido pelo fabricante de 3707,7W/m2K

Fatores de incrustração de 0, 0002m2K/W.

O Calor específico da água do mar de 4019,53 J/Kg K

O Calor latente do vapor a 62 ºC é de 2358,7 kJ/Kg

O calor latente do vapor a 48,3 ºC é de 2382,7 kJ/Kg

O calor latente do vapor a 92 º é de 2283,2 kJ /Kg

Determine:

a) O calor recebido pela água do mar nos condensadores.

b) A produção de destilado.

c) O calor recebido pela água do mar no aquecedor de vapor

d) A massa de vapor que se condensa.

e) os coeficientes corrigidos de transmissão de calor do condensador e do evaporador.

f) As diferenças médias logarítmas de temperatura do condensador e do aquecedor,

desprezando a correção devido aos passes.

g) A área de troca de calor, número e comprimento dos tubos internos do condensador.

h) A área de troca de calor, número e comprimento dos tubos internos do aquecedor

Solução:

a) Calor recebido pela água do mar nos condensadores:

kW 417,83 W41783030)53.(43,757,56.4019,Q

417,83kW W41783043.75)53.(57,57,56.4019,Q

)T.(T.cmQ

cond2

cond1

inoutpáguadomaráguadomaráguadomar

==−=

==−=

−=

b) Produção de destilado:

O calor recebido pela água nos condensadores é o fornecido pelo vapor:

ton/dia 30,41Kg/s 0,352mmm

0,175Kg/s 2382,7417,83

LvaporQ

Kg/s 0,1772358,7417,83

Lvapor

Qm

destilado2destilado1destilado

cond2

cond1destilado1

==+=

===

===

293

c) Calor recebido pela água do mar no aquecedor:

kW 562,13 W562139,357,5)53.(767,56.4019,Q

)T.(T.cmQ

águadomar

inoutpáguadomaráguadomaráguadomar

==−=

−=

d) Massa de vapor condensada no aquecedor de água do mar:

ton/dia 21,25kg/s 0,2462283,2562,13

Lvapor

Qm águadomar

vapor ====

e) Coeficientes corrigidos de transmissão de calor do condensador e do

evaporador:

Condensador:

K W/m21280,0002

3707,71

1

RRdU

11

U

K W/m24900,00011

3429,51

1

RRdU

11

U

2

dielimpo

aquecedor

2

dielimpo

cond

=

+

=

++

=

=

+

=

++

=

f) Diferenças médias logarítmas de temperatura do condensador e aquecedor.

Condensador:

Será considerado o condensador do primeiro estágio, pois o calor de ambos são

iguais e assim, serão padronizados.

294

( )

C9,82ºMLDT

4,518,25

ln

4,518,25

∆T∆T

ln

∆T∆TMLDT

C4,557,562∆T

C18,2543,7562∆T

min

max

minmax

omin

omax

=

−=

−=⇒

=−=

=−=

Aquecedor:

( )

C24ºMLDT

1634,5

ln

1634,5

∆T

∆Tln

∆T∆TMLDT

C167692∆T

C34,557,592∆T

min

max

minmax

omin

omax

=

−=

−=⇒

=−=

=−=

g) Área de troca de calor, número e comprimento dos tubos internos do

condensador:

1,73m875.33.63,14.0,015

17,087.N.N3,14.d

AL

:tubos dos oCompriment

externo diâmetro de pol 5/8 18 BWG tubos 33N

Adotado

32,6tubos33,14.0,0131000.1,67.

4.7,56

.3,14.d.Vρ

4.mN

0,0133m0,527pol2.0,0490,6252.espdd

17,087m2490.9,82

417830MLDTU

QA

passestubosetubo

tubos

22iáguaágua

águatubos

ei

2

cond

cond

===

=

===

==−=−=

===

:

295

h) Área de troca de calor, número e comprimento dos tubos internos do

aquecedor:

0,016583m0,652pol2.0,0490,752.espdd

11m2128.24562139,3

MLDTU

QA

ei

2

aquecedor

aquecedor

==−=−=

===

m 1,6105.19.63,14.0,019

11.N.N3,14.D

AL

:tubos dos oCompriment

externo diâmetro de pol 3/4 18 BWG tubos 19N

Adotado

tubos 195833,14.0,0161000.1,83.

4.7,56

.3,14.d.Vρ

4.mN

passestubosetubo

tubos

22iáguaágua

águatubos

===

=

===

:

9.5.6 Um resfriador de água doce de um MCP de um navio tem as seguintes cara

cterísticas:

296

Trocador de calor do tipo 1-2

Diâmetro interno do casco de 6, 075 pol (0, 154 m)

36 tubos internos de latão naval de 3/8 pol de diâmetro externo (0, 009525m), 20 BWG

(0, 0077m de diâmetro interno) com duas passagens no casco (18 tubos por passagem)

de 1,11 m de comprimento.

Passo dos tubos internos para o casco de 6, 075 pol de 17/32 pol (0 0135 m).

Espaçamento entre os defletores (chicanas) de 2,25 pol (0 057 m).

Área de troca de calor baseada no diâmetro externo dos tubos interiores de 2,23 m2.

Vazão mássica da água do casco 3,59Kg/s.

Vazão mássica da água do mar 2,32Kg/s.

Temperatura de entrada da água doce no casco de 85 ºC.

Temperatura de entrada da água do mar no interior dos tubos de 30 ºC.

Fator de incrustraçao dos tubos de 0, 0001m2K/W

De posses dos dados fornecidos, determine:

a) Os coeficientes de Filme interno e externo.

b) O coeficiente global de transmissão do calor.

c) A temperatura de saída da água doce no casco.

Para a água doce no casco, considerar a equação de Donohue:

H

D

DkNu

h =

rado)(passoquad hidráulico diâmetro ,d π

/4)d π4.(PD

DI.C.Bm.P

G

Prandtl) de número (k

µcP

Reynolds) de número (µ

GDR

usselt)(NúmerodeN(Pr))0,25(RNu

e

2e

2T

H

T

pr

He

0,330,6eD

−=

=

=

=

=

Para os tubos, considerer a equação de Sieder e Tate.

i

D

dkNu

h =

297

0,45µ

µ de ovalor Considerar

.3,14.dN

N4.m

G

Prandtl) de número (k

µcP

Reynolds) de número (µ

GdR

usselt)(NúmerodeNµ

µ.(Pr))0,027(RNu

0,14

parede

2i

passes

tubos

T

pr

ie

0,14

parede

0,330,6eD

=

=

=

=

=

O manual do navio fornece os seguintes valores para as propriedades físicas da

água:

Calor específico da água do mar de 4019,53 J/Kg. K

Viscosidade da água doce a 85 ºC de 0 333.10-3 Kg/m. s

Viscosidade da água do mar a 30 ºC de 0 798.10-3 Kg/m. s

Calor específico da água doce de 4178 J/Kg. K

Coeficiente de condutibilidade térmica da água do mar de 0, 615 W/m. K.

Coeficiente de condutibilidade térmica da água doce de 0, 673 W/m. K.

Coeficiente de condutibilidade térmica do latão naval de 122W/mK

Solução:

a) Coeficientes de Filme interno e externo:

Lado do casco (água doce).

583540,333.101388.0,014

µ

G.DRe

.sKg/m 1388 0,0570,009525).-1350,154.(0,0

53,59.0,013 DI.C.B

m.PG

0,014m5253,14.0,009

5253,14.0,0094.0,0135D

3-H

2T

22

H

===

===

=−

=

298

K11080W/m0,014

75229,81.0,6D

.kNh

229,81N

.2,0840,25.(5835Pr0,25.ReN

2,080,673

.41780,333.10k

µcPr

2

H

Ude

Ud

0,330,60,330,6Ud

-3p

===

=

==

===

)

Tubos internos:

K5535W/m0,0077

69,3.0,615d

.kNh

69,3N

.0,45.5,2120)0,023.(267.0,45Pr0,023.ReN

5,210,615

.4019,530,798.10k

µcPr

267200,798.10

72769.0,007µ

G.dRe

2769Kg/ms77.3,14.0,00

236

4.2,32

d π. .N

N4.m

G

2

i

Udi

Ud

0,40,80,40,8Ud

3-p

3-i

2

22i

passes

tubos

===

=

==

===

===

===

b) Coeficiente global de troca de calor.

K W/m2280,74U

110801

0,00010,00770,0095

ln.121 2

0,00950,0077

950,00010,0075535.0,007

0,00951

U

h1

Rd

dln

k 2

d

d

dR

dh

d1

U

2

t

ede

i

e

t

e

i

edi

ii

e

=

++++

=

++++

=

c) Temperatura de saída da água doce no casco e tubos interiores:

Em virtude de não conhecermos as temperaturas de saída dos fluidos,

adotaremos o método da efetividade (método NUT).

O NUT é definido pela seguinte equação:

299

.frios e quentes fluidos dos térmicas scapacidade das valor menor OC

CUA

NUT

min

min

=

=

maxmin /CCc =

Para trocadores de calor casco e tubos (um passe nos tubos, 2, 4,... passes nos tubos)

a eficiência é determinada preferencialmente através de gráficos similar ao mostrado

abaixo e encontrado em qualquer livro texto sobre o assunto

Fonte: Yunus, Cengel. Heat and mass transfer, McGraw-Hill, 5ed, 2009

A eficiência é definida como a quantidade de calor trocada no casco ou tubo dividida

pela quantidade máxima de calor trocado:

in) frioin quentemin

fluidofrio

in) frioin quentemin

tefluidoquen

fluidofriotefluidoquen

T(TCQ

T(TC

QQ

−=

−=

=

Segundo o procedimento descrito acima teremos que:

0,6219325/14999/CCc

9325532,32.4019,cmC

K14999,02W/3,59.4178.cmC

maxmin

ptubotubotubo

pcascocascoascoc

===

===

===

0,549325

232280,74.2,CUA

NUTmin

===

300

Entrando com este valor no gráfico do trocador encontramos para a efetividade o

valor de 0,47

0,47ε =

C55ºT

C68,92ºT

30)9325(85

30)9325(T

30)9325(85

T14999.(850,47

)T(TC

T(Tcm

)T(TC

T(Tcm0,47

T(TCQ

T(TC

) calor de trocas das igualdade ( QQ

tubo

cascoout

tubooutcascoout

in frioin quentemin

tuboin)tubooutptubotubo

in frioin quentemin

cascoout)cascoinpcascocasco

in) frioin quentemin

fluidofrio

in) frioin quentemin

tefluidoquen

fluidofriotefluidoquen

=

=

−=

−=

−=

−=

−=

−=

=

)

9.5.7 Óleo combustível Bunker C na vazão mássica de 16 ton/dia adentra um

aquecedor de óleo combustível de uma caldeira auxiliar de um navio sendo aquecido

de 38ºC a 110ºC onde atinje a viscosidade de 600 SSF (Saybolt segundos furol,

referência prática naval de viscosidade de óleos pesados) por meio de vapor saturado

seco a 148 ºC. Para esta viscosidade o manual do navio informa um coeficiente global

301

de transmissão do calor de 230 W/m2K. O óleo circula pelo interior dos tubos em 6

passagens com vazão mássica por tubo de 0, 032 Kg/s.

Determine:

a) A LMDT do trocador.

b) Área de transmissão de calor e o comprimento dos tubos internos do aquecedor cujo

diâmetro externo é de 5/8 pol (0, 015875m), tipo latão naval cobre níquel 90-10, 18

BWG (espessura de parede de 0, 049 pol).

c) A vazão mássica de vapor se o calor latente de condensação é de 2148 kJ/kg. K.

Solução:

a) LMDT do trocador

Como o vapor circula no casco, o fator R é zero e não haverá fator de correção

para a LMDT.

( )

C67ºMLDT

38110

ln

38110

∆T∆T

ln

∆T∆TMLDT

C38 110148∆T

C11038148∆T

min

max

minmax

omin

omax

=

−=

−=⇒

=−=

=−=

b) Área e Comprimento dos tubos.

22tubos0,0340,18.4

m

.NmN

NNm

m

1,69mA230.67

38)-6(1100,18.2009,U.LMDT

T(Tcm

U.LMDT

QA

SSF) 600 C, (Bunker .K2009,6J/kgc

kg/s 0,1824.360016.1000

dia16Ton

m

tubo por óleo

passesóleotubos

passes

tubos

óleotubo por óleo

2

óleoin)óleooutpóleoóleoóleo

póleo

óleo

===

=

=

===

=

===

Será adotado 24 tubos, que fornece 6 tubos por passagem em 4 passagens de

tubos no total

302

m 1,41875.243,14.0,015

1,69.N3,14.d

AL

tubosetubos ===

c) Vazão mássica de vapor:

ton/dia 11kg/s 0,0122148

26H

Qm

kW 2626044.4W38)-6(1100,18.2009,T(TcmQQ

Lvapor

vaporvapor

óleoin)óleooutpóleoóleovaporóleo

,====

===== −

9.5.8 Um grupo destilatório que funciona com água doce de resfriamento de um motor

Diesel marítimo produz 20 ton /dia de água destilada para utilização a bordo do navio. A

água proveniente do motor que adentra o evaporador do destilador tem temperatura de

75ºC e sai a 50 º, aquecendo a água do mar que adentra a câmara de evaporação do

destilador Parte da água do mar que adentra o destilador evapora e vai a um

condensador de destilado, onde é condensado por água do mar que adentra o mesmo

a 30 saindo a 40 ºC para a câmara de evaporação, com o destilado saindo a 45 ºC.

a) Faça um esquema termodinâmico do processo de produção da água destilada

b) Determine a massa de água do mar de alimentação e a massa de salmoura

descarregada de volta ao mar.

c) Determine a massa de água doce de resfriamento que adentra o evaporador

d) Qual a pressão vacuométrica no destilador?

São dados:

Entalpia da água do mar a 30ºC----------------------------------------------- 125,79 kJ/kg

Entalpia da água do mar a 40ºC----------------------------------------------- 167,57kJ/kg

Entalpia da água a 45ºC ----------------------------------------------------------188,45kJ/kg

Entalpia da água do mar a 50ºC----------------------------------------------- 209,33kJ/kg

Entalpia da água do mar a 75ºC------------------------------------------------ 313,93 kJ/kg

Entalpia do vapor a 45 ºC------------------------------------------------------- 2583,2 kJ/kg

303

Solução:

a) Esquema termodinâmico do processo de produção da água destilada.

b) Massa de água do mar de alimentação e massa de salmoura descarregada:

Balanço térmico aplicado ao condensador:

a1126Ton/di201146mmm

ton/dia 1146125,79)(167,57

188,45)20.(2583,2)h(h

)h(hmm

)h(hm)h(hm

QQ

destagmsalmoura

3040

condensadovapordestagm

3040agmcondensadovapordest

condvapor

=−=−=

=−

−=

−=

−=−

=

c) Massa de água doce de resfriamento que adentra o evaporador e a parcela da

massa de combustível do MCP de poder calorífico 42 970 kJ/Kg necessária para

aquecer a água do mar para a evaporação.

Primeira lei aplicada ao grupo destilatório:

304

5dest4salmoura2admotor3agm1admotor

ssee

hmhmhmhmhm

hmhm

++=+

∑ ∑=

ton/dia 683209,33)(313,93

71146.167,520.258351126.188,4m

)h(h

hmhmhmm

admotor

21

3agm5vapor4salmouraadmotor

=−

−+=

−+=

d) Pressão vacuométrica no destilador,

Esta pressão é obtida nas tabelas termodinâmicas para a temperatura de 45ºC.

Pvácuo absoluta=9,59 kPa=0, 0959 bar

Pvácuo manométrica=Patm-0, 0959==. 0, 9041 bar=68,7 mmHg.

9.5.9 Caldeiras de recuperação de gases de descarga são empregadas para a geração

de vapor saturado e superaquecido para as diversas utilidades nos navios Mercantes.

O vapor é gerado devido à passagem dos gases de descarga provenientes do MCP

que ao entrar em contato de modo indireto com a água dentro de um invólucro

cilíndrico, produz o vapor necessário ao navio. Em determinado navio de 115000 TPB e

21000 BHP, os seguintes dados foram obtidos da folha de prova de mar:

Temperatura dos gases de descarga antes do superaquecedor ------------------ 355 ºC.

Temperatura dos gases de descarga após o superaquecedor----------------------348 ºC

Temperatura dos gases de descarga antes do evaporador ---------------------------348 ºC

Temperatura dos gases de descarga após o evaporador-----------------------------253 ºC

Temperatura dos gases de descarga antes do economizador-----------------------253 ºC

Temperatura dos gases de descarga após o economizador-------------------------237 ºC

Temperatura da água ao adentrar o economizador------------------------------------108 ºC

Temperatura de evaporação ----------------------------------------------------------------188 ºC

Temperatura do vapor na saída do superaquecedor-----------------------------------270 ºC

Calor específico dos gases de descarga-------------------------------------------1,07 kJ/kg. K

Calor específico da água ---------------------------------------------------------------4,18 kJ/kg. K

Entalpia do vapor saturado a 188 ºC------------------------------------------------2780 kJ/kg. K

Entalpia do vapor superaquecido a 270 ºC-----------------------------------------2976 kJ/kg. K

305

Entalpia da água a 108 ºC---------------------------------------------------- -------451,44 kJ/kg. K

Entalpia da água a 188 ºC-------------------------------------------------------------785 kJ/kg. K

Vazão mássica dos gases de descarga-------------------------------------------162000 kg/h.

Determine os consumos de água de alimentação, vapor gerado e superaquecido da

caldeira de recuperação de gases para esta condição de operação do navio.

Solução:

a) Consumo de água de alimentação:

Primeira lei aplicada ao economizador.

kg/h 8293108)4,18.(188

237)7.(253162000.1,0108)(188c

237).(253cmm

108)(188cm237).(253cm

págua

pgásgáságua

páguaáguapgásgás

=−

−=

−=

−=−

b) Produção de vapor saturado:

kg/h 8254)785(2780

253)7.(348162000.1,0)h(h

)253.(348cmm

)(hm253).(348cm

L188v188

pgásgásvaporsat

188v188vaporsatpgásgás

=−

−=

−=

−=− Lh

306

c) Produção de vapor superaquecido:

kg/h 90612780)(2976

348)7.(355162000.1,0)h(h

348).(355cmm

)h(hm)348.(355cm

v188v270

pgásgásvaporsat

v188v270vaporsapgásgás

=−

−=

−=

−=−

307

10 COMPRESSORES

10.1 Finalidade do compressor

Compressores podem ser definidos na linguagem de bordo como máquinas

industriais destinadas essencialmente, a elevar a energia utilizável dos gases através

da elevação da sua pressão. Nos navios, é bastante utilizado o compressor

alternativo de ar para partida dos MCPS e MCAS e fornecimento de ar de controle

para a automação pneumática e eletropeneumática de bordo.

10.2 Compressores de ar alternativos

Os compressores de ar comprimido alternativos ou de pistão, são os mais usuais

empregados a bordo e assim, faremos um estudo termodinâmico básico deste

compressor, mostrando o seu funcionamento e alguns cálculos de interesse que podem

ser utilizados pelos oficiais de máquinas quando necessários.

As figuras 10.1 a 10.3 ilustram o princípio de funcionamento de um compressor

de ar alternativo de simples efeito (só existe uma face do pistão em contato com o ar).

Figura 10.1- Expansão do ar residual e início da admissão

308

Figura 10.2 - Fim da admissão e início da compressão

.

Figura 10.3 - Fim da compressão e descarga do ar admitido no compressor

No início da admissão (Figura 10.1), a válvula de sucção é aberta e a

descarga permanece fechada, com o pistão descendo em direção ao PMI forçando o ar

a entrar no cilindro. Observe que á válvula de sucção não abre no PMS, pois é

preciso a expansão do ar residual que ficou retido no cilindro devido à descarga

anterior. No final da admissão do ar a válvula de descarga é fechada e o ar é

comprimido até o PMS, onde então o pistão atinge o espaço nocivo ou volume da

câmara de combustão.

309

Nesse instante, abre-se a válvula de descarga e o ar é descarregado para o

reservatório de armazenamento para posterior utilização e um novo ciclo recomeça.

A biela transforma o movimento alternativo do pistão em rotativo na árvore de

manivelas ou girabrequim.

Nas figuras 10.4 a 10.7 é ilustrado o funcionamento de um compressor de duplo

efeito (duas faces do pistão em contato com o ar). Observe que em um ciclo de trabalho

(uma volta da árvore de manivelas), são realizadas duas admissões e duas

compressões do ar, produzindo assim maior potência que os de simples efeito.

Figura 10.4 - Admissão pela face superior e compressão na face inferior do

pistão

310

Figura 10.5 - Descarga do ar em contato coma face inferior do pistão

Figura 10.6 - Admissão pela face inferior e compressão na face superior do

pistão

311

Figura 10.7 - Descarga do ar em contato com a face superior do pistão

A compressão do ar pode teoricamente ser um processo isotérmico ou

adiabático e isoentrópico, sendo considerado na prática de bordo um processo

politrópico que se aproxima bastante do processo real de compressão. A compressão

adiabática é desejável a fim de se obter a maior energia disponível (exergia) no ar

após o processo de compressão. No caso de navios, o ar é armazenado em

reservatórios pressurizados para ser empregado posteriormente na partida dos MCPS e

MCAS e fornecimento do ar de controle para a automação do navio.

Durante o processo de armazenagem no reservatório de ar, há perda de calor

para a atmosfera e quando o gás for usado estará praticamente à temperatura

ambiente. Neste caso, a compressão isoentrópica com transmissão de calor do

compressor para o meio ambiente é mais vantajosa.

Os compressores de ar são muito importantes a bordo dos navios, e assim o

cuidado e a manutenção deste equipamento são indispensáveis para que o navio viaje

sem problemas por falta de ar de partida e ar de controle. Ao fazer a manutenção dos

compressores de ar, nunca deixe panos sujos estopas ou trapos em cima do

equipamento após colocar o mesmo em funcionamento novamente, pois isto pode

ocasionar INCÊNDIO no compartimento de compressores devido ao calor dissipado na

compressão.

312

10.3 Análise termodinâmica do compressor alternativo de um estágio de compressão

A análise termodinâmica do compressor alternativo basicamente é desenvolvida

através do ciclo ideal de compressão, onde são determinadas as eficiências

volumétricas, o trabalho e a potência do compressor, seguida de uma comparação com

o ciclo real de funcionamento.

10.3.1 Ciclo ideal de um estágio de compressão de um compressor alternativo

O ciclo teórico de um estágio de compressão para um compressor alternativo é

ilustrado na figura 10.8.

Figura 10.8 - Ciclo ideal de um estágio de compressão.

Para um compressor de ar, este ciclo é constituído dos seguintes processos

termodinâmicos:

Processo 4-1: Admissão isobárica e isotérmica do ar para o interior do cilindro.

Processo 1-2: Compressão isotérmica ou adiabática ou politrópica do ar até a pressão

de descarga teórica.

Processo 2-3: Descarga isobárica e isotérmica do ar para o reservatório de

armazenamento e posterior utilização do ar comprimido.

313

Os seguintes volumes serão considerados para a análise termodinâmica deste

ciclo:

V1 = Volume total do cilindro ou volume ocupado pelo ar no ar no final da admissão.

V2 = Volume do ar comprimido ao final da compressão.

V3 = Volume do espaço morto ou nocivo (Volume da câmara de compressão).

V4 = Volume do ar residual do espaço morto que se expande para iniciar a admissão.

10.3.2 Eficiência volumétrica teórica do compressor alternativo

Os compressores alternativos de ar comprimido utilizados a bordo dos navios

têm a eficiência volumétrica teórica (nvT) medida na admissão sendo definida como a

relação entre o volume de ar aspirado por ciclo (Vasp) e o volume útil ou deslocado

(Vútil). Estes volumes são calculados pelas equações (10.1) e (10.2), enquanto a

eficiência volumétrica teórica é calculada pela equação (10.3).

41asp VVV −= (10.1)

4.cursoπ.d

VVV2

31útil =−= (10.2)

31

41

útil

aspVT VV

VVV

Vn

−== (10.3)

Considerando para os processos 2-3 e 3-4 a lei ConstantePVn = , obtemos a seguinte

equação:

n

1

4

334

n44

n33

P

PVV

VPVP

=

=

(10.4)

O coeficiente de espaço nocivo (c) é definido pela seguinte equação:

útil

3

VV

c = (10.5)

Assim, conforme é ilustrado na figura 10.8, útilútil31 c).V(1VVV +=+= (10.6)

314

n

1

4

3útil4 P

Pc.VV

= (10.7)

Substituindo na equação (10.3) obtemos a equação (10.8) que expressa à

eficiência volumétrica teórica do compressor de ar alternativo.

−+=

−+

=−

−=

n

1

4

3VT

útil

n1

4

3útilútil

31

41VT

P

P1c1n

V

P

Pc.Vc).V(1

VVVV

n

−= 1-

PP

c1nn1

4

3VT (10.8)

Como P3 = Pd = Pressão de descarga e P4 = P1 = Pressão de admissão, a

eficiência volumétrica teórica é comumente determinada pela equação (10.9).

−= 1-

PP

c1nn

1

4

3VT (10.9)

10.3.3 Temperatura de descarga do compressor alternativo

A temperatura na descarga (Td) do compressor alternativo pode ser determinada

considerando a compressão adiabática e isoentrópica ou politrópica (Processo 1-2),

sendo assim determinada pela equação (10.10).

n

1n

1

2

1

d

PP

TT

= (10.10)

Se n=k(expoente da adiabática), o processo é adiabático e isoentrópico.

315

10.3.4 Trabalho e potência de compressão do ciclo ideal do compressor

Observando a figura 10.8 e considerando a compressão isoentrópica e

adiabática, o trabalho do ciclo ideal é determinado pela seguinte equação

1k

VPVP)V(VP

1kVPVP

)V(VPW 4433322

2211411adiabático

−+−−

−+−= (10.11)

Pela equação geral dos gases perfeitos o volume específico (v) do gás perfeito é

expresso pela equação (10.12).

P

TRv u= . (10.12)

Seja masp a massa de ar aspirada por ciclo de trabalho e m a massa de ar que

permanece nos espaços mortos durante a expansão no processo 3-4 conforme

ilustrado na figura 10.9. Assim, pela definição de volume específico:

)v v ,TT,P(PmvV

)vv,TT,P(PmvV

m)v(mV

m)v(mV

14414114

23323223

2asp2

1asp1

====

====

+=

+=

(10.13)

V1 – V4 = masp. v1

V2 – V3 = masp. v2

Figura 10.9 - Massa aspirada e expandida no compressor alternativo

316

Substituindo as equações (10.13) na equação (10.11) obtemos as equações

(10.14) e (10.15) que podem ser utilizadas para o cálculo do trabalho.

( )

−=

−=

−−

=

−−

−+=

−+−

−++=

k1k

1

211aspadiabático

1

2

1

211aspadiabático

2211aspadiabático

222211

11aspadiabático

11222asp2

2211asp1asp1adiabático

PP

11k

kvPmW

vv

PP

11k

kvPmW

vPvP1k

kmW

)vP1k

vPvPv(PmW

1kvPvP

mvmP1k

vPvPm)(mvmPW

Como este trabalho é negativo (compressão), “modulando”, obtemos as

equações (10.14) e (10.15) para o cálculo do trabalho na compressão adiabática e

isoentrópica.

−=

1PP

1kk

vPmWk

1k

1

211aspadiabático (J ou kJ) (10.14)

−=

1PP

1kk

VPWk

1k

1

2asp1adiabático (J ou kJ) (10.15)

Onde:

Vasp = masp. v1 = volume aspirado nas condicões da pressão e temperatura no

final da admissão.

Considerando a compressão e expansão do ar politrópica, basta trocar o k por

n (expoente da politrópica) nas equações (10.14) e (10.15) para obtermos as equações

(10.16) e (10.17) que determinam o trabalho na compressão politrópica.

317

−=

1PP

1nn

vPmWn

1n

1

211asppoitrópico (J ou kJ) (10.16)

−=

1PP

1nn

VPWn

1n

1

2asp1opolitrópic (J ou kJ) (10.17)

A potência do compressor é então determinada substituindo o volume de ar

aspirado por ciclo de trabalho (Vasp) pela vazão de ar aspirada (Vasp1) na rotação (N)

do compressor e nas condições da pressão e temperatura do ponto 1 do ciclo (final

da admissão).

−=

1P

P

1kk

VPPotk

1k

1

2asp11adiabátic (W ou kW) (10.18)

−=

1PP

1nn

VPPotn

1n

1

2asp11opolitrópic (W ou kW) (10.19)

Considerando a compressão isotérmica, o trabalho de compressão do ciclo

ideal é determinado pela equação (10.20).

4

333322

2

111411ISOTERM P

PlnVP)V(VP

PP

lnVP)V(VPW +−−+−= (10.20)

Porém, da definição de processo isotérmico:

4433

2211

vPvP

vPvP

=

= (10.21)

Substituindo as equações (10.13) na equação (10.20), obtemos a equação (8.22)

para o cálculo do trabalho na compressão isotérmica.

4

3332asp2

2

1111asp1ISOTERM P

PlnVPvmP

PP

lnVPvmPW +−+=

4

333

2

111ISOTERM P

PlnVP

PP

lnVPW +=

318

1

2asp111122ISOTERM

1

21132ISOTERM

1

211

1

232ISOTERM

1

232

2

111ISOTERM

PP

)lnmvP-)vPv(m(PW

PP

)lnVPV(PW

PP

lnVPPP

lnVPW

PP

lnVPPP

lnVPW

−=

−=

+=

/

2

1asp1

1

2asp11ISOTERM P

PlnVP

PP

lnmvPW =−= (J ou kJ) (10.22)

A potência da compressão isotérmica é determinada considerando na equação

(10.22) que Vasp1 é a vazão volumétrica aspirada determinada na rotação (N) e nas

condições de pressão e temperatura do ponto1 do ciclo (final da admissão).

2

1.

asp11isoterm PP

lnVPPot = (W ou kW) (10.23)

10.3.5 Ciclo real de um estágio de compressão de um compressor alternativo.

Os processos de expansão e compressão são idealmente isentrópicos, já

que não existe geração de irreversibilidade nem perda de calor durante a

compressão e a expansão do ar nos processos 1-2 e 3-4. Porém, na “prática”

isto não acontece devido à existência de calor e irreversibilidades geradas

durante os processos 1-2 e 3-4. A figura 10.10 ilustra um ciclo real típico de um

compressor alternativo com o sensor e analisador de gráfico.

Figura 10.10 - Diagrama real obtido em laboratório do compressor alternativo

Fonte: Rafael Hughes, IBP1893_06, 2006.

319

Na figura 10.11 ilustramos didaticamente um ciclo real típico de um compressor

de ar alternativo, onde observamos as diferenças entre as pressões reais de admissão

(Ps) e descarga (Pd) com as teóricas P1 e P2.

Figura 10.11 - Diagrama típico de um compressor de ar alternativo.

As seguintes diferenças básicas são identificadas:

a) A pressão de sucção é inferior a do meio ambiente;

b) A pressão de descarga é superior a do meio que recebe o ar comprimido;

c) As linhas de aspiração e descarga mostram as vibrações das válvulas de

admissão e descarga, o que provoca fugas de ar alterando a eficiência

volumétrica teórica do compressor;

d) A potência de compressão real é maior que a teórica;

e) O valor n do expoente da politrópica depende do resfriamento do compressor,

podendo ser adotado pela prática de bordo o valor para o ar de 1,39 se o

compressor é refrigerado por aletas ou 1,25 se é refrigerado a água, e

f) Se o compressor é testado em laboratório, o valor n do expoente da politrópica é

determinado pela equação (10.24), obtido a partir das relações politrópicas já

descritas nos capítulo III e IV.

=

ds

s

s

d

TP

PdTln

P

Pln

n (10.24)

320

Quando não for possível a medição direta da pressão real de descarga (Pd) e a

da pressão de sucção (Ps), as mesmas podem ser estimadas pelas equações (10.25) e

(10.26)

d2d ∆PPP += (10.25)

s1s ∆PPP −= (10.26)

Os valores de d∆P e s∆P devem ser fornecidos pelo fabricante ou consulta a

literatura especializada.

10.3.6 Determinação da Eficiência real do compressor alternativo.

A eficiência volumétrica real ou corrigida de um compressor alternativo tem a

sua determinação baseada na experiência do cotidiano. As seguintes equações para a

determinação da eficiência volumétrica real são comumente utilizadas no cotidiano de

desempenho de compressores.

útil

asprealvr V

Vn = (10.27)

Segundo Marques (Termodinâmica Técnica, 4 ed, editora Científica, 1965):

s

sn

1

s

dr PT

TP1

PP

c1nv

−= (10.28)

Segundo Silva (Compressores alternativos industriais, 1 ed, editora Interciência, 2009)

atm

sk1

s

d

d

ar P

Pf

P

P

Z

Zc0,97nv −

−= (10.29)

321

50/PP

f

oslubrificad não cilindros Para100

/PPf

oslubrificad cilindros Para

sd

sd

=

=

Nestas equações, P e T são a pressão e a temperatura ambiente do local onde

está instalado o compressor, sendo Za e Zd os fatores de compressibilidade que são

determinados por tabela ou equações experimentais (se situam geralmente entre 0,9 a

0, 99 para a maioria dos compressores alternativos). O fator f e s

s

PTTP

são utilizados para

levar em conta fugas através das vedações do pistão e das válvulas.

Para o gás natural, a equação (10.30) é comumente empregada para a

determinação do fator Z em função da pressão (Pg), da temperatura (Tg), e da

densidade relativa (γ ) do gás natural para processos que não exigem grande precisão.

( )

ar

gás

1,785γ53,825

Mol

Molγ

.0,0527.10.10T(K)

(kPa)P1

1Z

=

+

=

(GPSA, 2009) (10.30)

Na ausência de outra equação para determinado gás e não se necessitando de

precisão acurada para compressores de ar de navios, neste trabalho adotaremos esta

equação pela sua facilidade de utilização.

10.3.7 Determinação da temperatura real de descarga do compressor.

A temperatura real de descarga (Td) dos estágios do compressor de ar

alternativo é determinada através da definição de eficiência isoentrópica para o referido

compressor e da temperatura de descarga adiabática (Tds).

sd

sdsiso TT

TTn

−= (10.31)

322

Como k

1K

s

dsds P

PTT

= , substituindo esta equação na equação (8.31) obtemos a

equação (10.32).

−+

=

iso

iso

k

1k

s

d

sd n

1nPP

TT (10.32)

10.3.8 Determinação da potência real de acionamento do compressor

A figura 10.12 ilustra a transmissão de potência do acionador para o compressor. A

máquina de acionamento do compressor geralmente é um motor elétrico ou um motor

de combustão interna.

Figura 10.12 - Transmissão de potência do acionador para o compressor

O acionador fornece a potência necessária (Wac) para acionar o compressor.

Devido à transmissão (correias, acoplamento ou outro meio de transmissão de

potência), parte desta energia é perdida e o compressor recebe a potência de eixo

(Wreal), comumente denominada de BHP (Break Horse Power) para o seu

funcionamento. Parte desta energia é perdida devido aos atritos mecânicos nos

323

mancais, buchas, bielas etc, e o gás é aspirado e comprimido utilizando a potência de

compressão (Wcomp) também denominada de IHP (Indicated Horse Power).

Segundo Silva (Compressores alternativos industriais, 1 ed, editora interciência,

2009,) as potências de compressão, real, e de acionamento são determinadas pelas

seguintes equações:

Potência de compressão adiabática (Wk):

( )(WoukW)

2

ZZ

1).Mol(k

TT.R. mk.W

(WoukW) 2

ZZ1

P

P

1).Mol(k

.R.T mk.W

dssds

.

aspK

dsk

1k

s

dS

.

aspK

+

−=

+

−=

.

.

(10.33)

Potência de compressão ( Wcomp) ou indicada (IHP):

th

Kcomp n

WW = , sendo thn o rendimento termodinâmico da compressão. (10.34)

O rendimento termodinâmico pode ser determinado com exatidão através do

diagrama indicador (ciclo real) obtido em testes de fábrica. De posse do diagrama e

de acordo com a figura 10.11, o rendimento termodinâmico é determinado pela

equação (10.35) em função das áreas do referido diagrama.

AsAdAoAo

nth++

= (10.35)

O rendimento termodinâmico quando não informado pelo fabricante, geralmente

assume valores no intervalo de 75 a 88 %, e se o compressor trabalha com uma razão

de compressão otimizada, o seu valor geralmente é considerado como sendo de 83 %.

Potência real (Wreal) ou efetiva (BHP):

Esta potência é determinada através do rendimento mecânico (nm)

mth

Kreal

m

compreal

.nnW

W

n

WW

=

=

(10.36)

324

Potência necessária para acionar o motor do compressor (Wac):

Se o motor do compressor for elétrico, a potência de acionamento do referido

motor é determinada levando em consideração as perdas mecânicas da transmissão

(nt) e do motor (nel) pela equação (10.37).

mthelt

k

elt

realac .n.n.nn

W.nn

WW == (10.37)

Se o motor do compressor for de combustão interna, basta eliminar da equação

(10.37) o rendimento elétrico e substituir Wac por BHPmotor.

10.3.9 Determinação do volume de ar aspirado por ciclo e da vazão mássica do

compressor.

O volume de ar aspirado por ciclo (Vaspciclo e Vaspciclod) pode ser determinado pelas

equações (10.38) a (10.42).

Simples efeito:

)(m.VnV

)(m N(rpm)

/min)(mVV

3útilvcicloasp

33

aspaspciclo

=

=

(10.38)

Duplo efeito:

haste) da volume o odesprezand ( )(m.VnV

)(m 2.N(rpm)

/min)(mVV

3útilvciclodasp

33

aspaspciclod

=

= (10.39)

Considerando o volume da haste:

haste da lado do útil VolumeV

docilindroVolumeútilV

haste com e haste sem asvolumétric seficiêncian e n

)(mVn.VnV

2 útil

util1

v2v1

3útil2v2util1v1aspciclod

=

=

=

+=

(10.40)

A vazão mássica do compressor cilindro é obtida pelas equações (10.41) e (10.42).

Simples efeito.

325

.Nρ.V Vρ.m aspcicloasp

.

asp == (kg/s) (10.41)

Duplo efeito.

.Nρ.2.V Vρ.m aspciclodasp

.

aspd == (kg/s) (10.42)

s

s3

R.T

MolP T eP de condições nas ar do densidade )ρ(kg/m ==

A figura 10.13 ilustra um desenho em corte de um compressor de duplo efeito de

um cilindro, e a figura 10.14 um esquema típico para o cálculo do volume útil do cilindro

do lado da tampa e da haste

Figura 10.13 - Desenho em corte de um compressor de duplo efeito e um cilindro

326

Figura 10.14 - Esquema de um compressor de duplo efeito para o cálculo da cilindrada

4.cursoπ.d

VV

4.cursoπ.D

V

2

útil1útil2

2

útil1

−=

=

(10.43)

10.4 Compressão por estágios

A compressão por estágios faz-se necessária quando se desejam pressões

manométricas do ar comprimido acima de 7bar, sendo usual o seguinte critério prático

adotado a bordo dos navios para se definir se será necessário mais de um estágio de

compressão:

Para pressões manométricas de descarga até 7bar, um estágio de compressão.

Para pressões manométricas de descarga máxima de 35bar, dois estágios de

compressão;

Para pressões manométricas de descarga máxima de 85bar, três estágios de

compressão; e

Para pressões manométricas de descarga máxima acima de 85bar, quatro ou mais

estágios.

A compressão por estágio apresenta as seguintes vantagens:

a) Redução da potência recebida pelo compressor;

b) Redução na temperatura de descarga, o que diminui o risco de incêndio no

equipamento por alta temperatura; e

c) Maior rendimento volumétrico se comparado com o obtido na compressão de um

único estágio, com elevada razão de compressão.

As figuras 10.15 e 10.16 ilustram o esquema para uma compressão típica em

dois e três estágios.

327

Figura 10.15 - Compressor de pistão com dois estágios de compressão

Figura 10.16 - Compressor de pistão com três estágios de compressão

A potência de compressão é obtida através da soma das potências

individuais dos estágios.

A pressão intermediária de cada estágio será função do projeto dos cilindros,

sendo que na maioria dos casos práticos é mantido o mesmo curso em cada estágio

de compressão. As perdas de massa devido aos vazamentos de gás através das

válvulas de admissão e descarga são consideradas desprezíveis, e assim a vazão

massa de ar aspirada (ou a massa aspirada por ciclo) no primeiro estágio é a

mesma para todos os outros estágios.

328

10.4.1 Razão de compressão balanceada

Uma das maneiras de se determinar a potência do compressor é considerar que

a razão de compressão (relação de pressão) é a mesma em todos os estágios. Desta

forma podemos obter as pressões intermediárias desprezando as perdas de pressão no

resfriador intermediário e posterior através das seguintes equações:

Dois estágios de compressão (ver figura 10.15):

sd2

3

4

1

2

d5423s1

.PPP

PP

PP

rc

PPP ,PP ,PP

=

==

====

(10.44)

Três estágios de compressão (ver figura 10.16):

3 2sd2

3s

2d4

4

d

2

4

s

2

d765423s1

.PPP

.PPP

P

P

PP

PP

rc

PPP ,PP ,PP ,PP

=

=

===

=====

(10.45)

A potência de compressão será então determinada somando-se as potências

individuais através das equações (10.46) a (10.48).

Compressão politrópica ou adiabática em dois estágios sem considerar o fator de

compressibilidade:

)(

)(

kW ouW 1P

P

1kk

..V2.PPot

kW ouW 1P

P

1nn

..V2.PPot

2.k1k

s

dasp11a2adiabátic

2.n1n

s

dasp11ca2politrópi

−=

−=

(10.46)

329

Compressão politrópica ou adiabática em três estágios sem considerar o fator de

compressibilidade.

)(

)(

kW ouW 1P

P

1kk

..V3.PPot

kW ouW 1P

P

1nn

..V.P3Pot

3.k1k

s

dasp11a3adiabátic

3.n1n

s

dasp11ca3politrópi

−=

−=

(10.47)

Compressão adiabática considerando a não idealidade do gás com n estágios de

compressão:

Segundo Silva (Compressores alternativos industriais, 1 ed, editora interciência, 2009,):

( )

+

−=

+

−=

2

ZZ

1).Mol(k

TT.R. mk.nW

2

ZZ1

PP

1).Mol(k

.R.T m.k.nW

dssds

.

aspest.K

dsk

1k

s

2S

.

aspestK

.

.

(10.48)

Marques (Termodinâmica Técnica, 4 ed, editora científica, 1965) demonstra

usando o cálculo diferencial que quando se calcula a potência do compressor em

estágios com a razão de compressão balanceada, serão mínimos o trabalho e a

potência fornecidos ao compressor.

Como a massa de ar aspirada é constante, teremos que:

3asp32asp21asp1asp

.

asp ρVρVρVρVm ====

(10.49)

Onde asp1V , asp2V , asp3V , 1ρ , 2ρ , 3ρ são os volumes aspirados e as massas específicas

do ar no primeiro, segundo e terceiro estágio de compressão.

Ressaltamos que em alguns projetos, o compressor é desenhado de forma a

minimizar as forças que atuam na estrutura e partes móveis do equipamento, de

modo que as forças e momentos desbalanceados sejam os mínimos possíveis. Este

330

critério de escolha resulta quase sempre em razões de compressão diferentes daquelas

que seriam obtidas utilizando a razão balanceada de compressão.

Neste trabalho, salvo em contrário utilizaremos o critério da razão de

compressão balanceada.

10.5 Exercícios resolvidos

10.5.1Um compressor de ar lubrificado alternativo de simples efeito e simples estágio

têm quatro cilindros e aspira da atmosfera (descarga livre) 17m3/min na pressão

absoluta e temperatura ambiente de 20ºC e 1 bar. No final da aspiração a temperatura

e a pressão absoluta são respectivamente 32 ºC e 0,97 bar. A pressão absoluta de

descarga é de 7 bar na rotação de 610 rpm, sendo o coeficiente de espaço morto

(clearance ratio) de 5%.

Determine:

a) As eficiências volumétricas teórica e real.

b) A massa, o volume aspirado por ciclo de trabalho e o volume útil dos cilindros.

c) A potência de compressão politrópica de expoente 1,3.

d) Se os cilindros têm 73 cm de curso, determine o seu diâmetro.

e) Considerando o rendimento termodinâmico de 82,5 % e as eficiências mecânicas, de

transmissão e do motor elétrico de 85%, 60% (transmissão por correias) e de 90%,

determine o IHP, o BHP e a potência do motor elétrico do compressor. Utilize a

equação (10.33) para o cálculo da potência adiabática de compressão.

Considere a compressão politrópica de expoente 1,3 e o expoente da adiabática de

1,4.

331

Solução:

a) Eficiências volumétricas teórica e real:

Teórica:

%,, 8282010,97

70501n

1P

Pc1n

1,31

VT

n1

s

dVT

==

−=

−=

Real:

Segundo Marques:

s

sn1

s

dr PT

TP1

PP

c1nv

−=

77%0,77273)1.(32

273)0,97.(200,82nvr ==

+

+=

Segundo Silva:

atm

sk

1

s

d

d

ar P

Pf

PP

ZZ

c0,97nv −

−=

100

/PPf

:oslubrificad cilindros Para

sd=

332

( )

0,98.0,0527.10.10

491700

1

1Z

0,99.0,0527.10.10

30597

1

1Z

1ar Molar Mol

ar Molgás Mol

C218ºK 49197

700305.

P

PTTd

700kPa7barP

C305º27332T

97kPa0,97barP

.0,0527.10.10T(K)

(kPa)P1

1Z

1,785.153,825

d

1,785.153,825

a

1,3

11,3n

1n

s

ds

d

s

s

1,785γ53,825

=

+

=

=

+

=

===

==

=

=

==

=+=

==

+

=

−−

γ

atm

sk

1

s

d

d

ar

sd

PP

fPP

ZZ

c0,97nv

0,072100

700/97100

/PPf

−=

===

%,,, 70701

0,970720

97700

0,980,99

0500,97nv1,4

1

r ==−

−=

b) Massa e volume aspirado por ciclo:

Volume aspirado por ciclo:

s

ss

a

aa

TVP

TVP

=

333

Kg 0,033610

20,42N

mm

.Nm.NVρ.Vρm

kg/s 0,34Kg/min 20,420,287.290

100.17TR

VP.Vρm

m 0,0095 /40,038V

m 0,0380,7

0,027n

VV

Silva. segundo avolumétric eficiência a Adotaremos

:ciclo por aspirada Massa

ambiente condições nasm 0,02761017

N

VV

.NVV

admissão) da (final /sm 0,304/minm 18,24293.0,971.17.305

PT

TVPV

.

aspaspciclo

aspciclocicloaspaaa

.

asp

aar

aa.aa

.

asp

3cilindro por útil

3

vr

aspcicloútil

3aaspciclo

cicloaspa

33

sa

saas

===

===

=====

==

===

===

=

====

)(

c) Potência de compressão politrópica de expoente 1,3:

cv 100kW 57310,97

711,3

1,3304097Pot

1P

P

1nn

VPPot

1,3

11,3

opolitrópic

n

1n

1

2asp11opolitrópic

==

−=

−=

,,.

d) Determinação do diâmetro de cada cilindro:

pol 5m 0,1283.14.0,734.0,0095

d

m 0,00954.cursoπ.d

V 32

cilindro por útil

===

==

334

e) Potências indicada, efetiva e de acionamento:

kW 19890608508250

375.n.n.nn

Welétrico motor do Potência

kW 41107850

391nIHP

BHP

kW 3918250

375WIHP

kW 375W

2990980

10,97

71).28,97(1,4.8,31.305 1,4.0,33

W

2

ZZ1

P

P

ar 1).Mol(k

.R.T mk.W

etmth

K

m

K

K

1,411,4

K

dsk

1k

s

dS

.

aspK

===

===

===

=

+

−=

+

−=

....,.,

,

,,

.

,,

,

,

,,.

.

thn

10.5.2 Um compressor de duplo efeito e dois cilindros cada qual com curso e diâmetro

de 730 mm e 140 mm respectivamente aspira 17,69 m3/min na pressão absoluta de 1

bar e temperatura ambiente de 20ºC. A rotação do compressor é de 610 rpm e a

eficiência volumétrica do lado da tampa e da haste é de 70%.

Determine o diâmetro da haste de cada cilindro

Solução:

Como temos dois cilindros, para cada um teremos que:

335

0,7nn

m 0,01450,029/2V

Vn.VnV

m 0,01452.61017,69

2.NV

V

d.NVV

v2v1

3aspdciclod

útil2v2util1v1aspdciclod

3adaspciclo

cicloaspaap

==

==

+=

===

=

pol 3,4m 0,0863.14.0,734.0,0043

d

m 0,0043V

)V250.7(2.0,010.0145

)V0,7.(2V0,0145

VVV

Vn.Vn0.145

haste

3haste

haste

hasteúti1

hasteútil1útil2

útil2v2util1v1

===

=

−=

−=

−=

+=

10.5.3 Determine as dimensões do cilindro de um compressor de ar lubrificado

alternativo de duplo efeito e simples estágio refrigerado a água (n=1,25) cuja potência

politrópica de compressão é de 40 cv sendo a pressão no final da admisãode 1 bar

absoluto. A pressão de descarga é de 7 bar, o compressor é considerado teórico (sem

espaço morto) com rotação e velocidade média de 110 rpm e 160m/min. Considere 1cv

= 0, 736 kW

Solução:

−=

1n

1n

1

2asp11opolitrópic P

P1n

nVPPot

−=

117

11,251,25

.100.V40.0,7361,25

11,25

asp1

336

m 24303.14.0,7274.0,0335

d

m 72701102

160N2

Vcurso

2.curso.NV

m 033501

03350n

VV

)(m.VnV

m 0,0335 1102387

2.N(rpm)

/min)(mVV

0)c morto, espaçõ sem ( 1nn

/minm 7,38/sm 0,123V

m

m

3

v

aspciclodútil

3útilvciclodasp

33

asp1aspciclod

vrtv

33asp1

,

,..

,,

.

,

==

===

=

===

=

===

===

==

10.5.4 Um compressor de ar lubrificado alternativo de duplo efeito e simples estágio

funciona a 100 rpm. A temperatura e a pressão absoluta de aspiração são

respectivamente 17 ºC e 1 bar e nestas condições, o compressor aspira 1,4 m3/min. A

pressão absoluta de descarga é de 7 bar e o coeficiente de espaço morto (clearance

ratio) é de 8%. Determine:

a) A eficiência volumétrica teórica.

b) A massa, o volume aspirado por ciclo de trabalho e o volume útil dos cilindros

considerando a eficiência volumétrica teórica.

c) A potência de compressão politrópica e a temperatura real de descarga,

considerando uma eficiência isoentrópica de 85%.

d) O diâmetro e o curso dos cilindros se os mesmos são iguais.

e) O diagrama teórico por curso do pistão.

f) As potências de compressão adiabática e isotérmica.

Considere a compressão politrópica de expoente 1,3 e o expoente da adiabática de 1,4.

337

Solução:

a) Eficiência volumétrica teórica.

%,, 72720117

0801n

1P

Pc1n

1,31

VT

n1

s

dVT

==

−=

−=

b) Massa e volume de ar aspirada por ciclo, massa total no cilindro e volume útil

kg/s 0,028kg/min 1,6820,287.290100.1,4

TRVP

.Vρm

cilindro) 1 ( m 0,00972V

m 0,009720,72

0,007n

VV

teórica. avolumétric eficiência a Adotaremos

)(m.VnV

m 0,007 100241

2.N(rpm)

/min)(mVV

sar

ss.sS

.

asp

3cilindro por útil

3

vr

aspcicloútil

3útilvciclodasp

33

asp1aspciclod

=====

=

===

=

===.

,

c) Potência teórica de compressão.

cv 7,75 kW 5,71117

1)60.(1,31,3

100.1,4Pot

PP

1nn

VPPot

1,3

11,3

opolitrópic

n

1n

1

2asp11opolitrópic

==

−=

−=

1

338

Cº 270K 5430,85

185017

290T

n

1nP

P

TT

1,4

11,4

d

iso

iso

k1k

s

d

sd

==

−+

=

−+

=

,

d) Diâmetro e curso do cilindro

m 2310143

0097204cursod

m 0,009724.cursoπ.d

V

3

32

cilindro por útil

,,

,.===

==

e) Diagrama teórico por curso do pistão.

339

31,3

1n

1

2

112

314

31,31

n1

1

334

3útil31

3útil3

3 útil

m 0,002371

0,01046.PP

VV

m 0,00342

0,0140,010496VaspVV

ou 0,0034m17

0,000776.P

PVV

0,010496m721,08.0,009VVV

0,000776m720,08.0,009c.VV

m 0,00972V

=

=

=

=−=−=

=

=

=

==+=

===

=

f) Potências adiabáticas e isotérmicas.

kW 54471

ln601,4

100PP

lnVPPot

PP

lnVPPot

.

2

1.

asp11isoterm

2

1.

asp11isoterm

,. ===

=

KW 6,1117

1)(1,41,4

.601,4

100.Pot

PP

1kk

VPPot

1,4

11,4

adiabátic

k

1k

1

2asp11adiabátic

=

−=

−=

1

340

10.5.5 Determinar a razão entre os diâmetros dos cilindros de um compressor de ar de

dois estágios de um cilindro por estágio e simples efeito, se o mesmo aspira 1kg/min de

ar a 1 bar absoluto e 17ºC. A pressão de descarga é de 25 bar absoluto. Considere que

o compressor é de razão de compressão balanceada. Qual será a potência mínima de

compressão?

Considere que os cilindros tem cursos iguais e n=1,3.

Solução:

2,245dD

51

PP

/4πD

/4πdV

V

VPPV

c) ecoeficient mesmo e compressão de razão mesma ( nn

525.1.PPPP

TR

P.N.Vn

TRP

.N..Vn

TR

PV

TRP

V

ρVρVρVρVm

22

2

cicloútil1

útil2ciclo

útil2ciclo2cicloútil1

2v1v

1432

2ar

2útil2ciclo2v

arcicloútil11v

2ar

2asp2

arasp1

3asp32asp21asp1asp

.

asp

==

===

=

=

====

=

=

====

341

kW 5,3811

2511,3

1,3..0,287.290

601

2.Pot

1P

P

1nn

..T.R2.mPot

1PP

1nn

..V2.PPot

2..1,311,3

ca2politrópi

2.n

1n

s

d1arasp1ca2politrópi

2.n

1n

s

dasp11ca2politrópi

=

−=

−=

−=

10.5.6 Determinar os diâmetros dos cilindros de um compressor de ar de dois estágios

e simples efeito de 1 cilindro por estágio, a potência do motor elétrico de acionamento e

o calor a extrair nos resfriadores intermediários e nos cilindros de alta e baixa pressão

se o mesmo aspira 21kg/h de ar do meio ambiente a 1bar e 27ºC. A pressão absoluta

de descarga é de 13,3bar. Considere que o compressor é de razão de compressão

balanceada com rotação de 455 rpm sendo o espaço nocivo dos cilindros de 7%%. Os

cilindros são aletados, com o expoente da politrópica de 1,25. Considere que o

compressor é acionado diretamente pelo motor elétrico de rendimento mecânico total

de 80%. A pressão absoluta no final da admissão é de 0, 975bar e o curso dos cilindros

é de 3 pol. A temperatura no final da admissão (T1) será estimada pela seguinte

equação:

( )2

1/PPTT n

1n

21

1

+=

, sendo T a temperature ambiente e P1 e P2 as pressões absolutas de

admissão e intermediária de descarga do compressor.

342

Solução:

Razão de compressão balanceada:

3,70,975

3,6PP

r

3,613,3.0,975.PPPP

1

2p

1432

===

====

Temperatura no final da admissão:

( )

( )

C72º345K0,87300

0,88T

T

0,872

10,975/3,6TT

21/PP

TT

1

1,311,3

1

n1n

21

1

====

=+

=

+=

343

Eficiência volumétrica real dos cilindros:

0,74273)1.(72

0,975.3001

0,9753,6

0,071nv

PT

TP

P

Pc1nv

1,3

1

r

s

sn

1

s

dr

=+

−=

−= 1

Diâmetro do cilindro do primeiro estágio:

pol 3/4 4cm 12,123,14.0,076

4.0,000893,14.curso

4.VD

0,00089m0,74.455

0,301.Nn

V

.Nn

VV

/minm 0,301/hm 18,01100

0021.0,287.3P

T.RmV

ρ.Vm

útil1ciclo

3

vr

asp1

vr

asp1útil1ciclo

33

.

araspasp

asp

.

asp

====

====

====

=

Diâmetro do segundo estágio ( ver problema anterior)

pol 1/2 2cm 6,31,92312,1

1,923D

d

1,9233,7rdD

p

====

===

344

Potência do motor elétrico

carga) de capacidade (maior cv 3 orecomendad Motor

2,6cv1,88kW0,81,5

n

PotPmotor

1,5kW10,97513,3

11,31,3

..0,287.3453600

212.Pot

1P

P

1nn

..T.R2.mPot

1P

P

1nn

..V2.PPot

m

ca2politrópi

2..1,2511,25

ca2politrópi

2.n1n

s

d1araspca2politrópi

2.n1n

s

dasp11ca2politrópi

=

====

=

−=

−=

−=

Calor a extrair nos resfriadores intermediários:

O calor a ser extraído nos resfriadores intermediários é igual, pois sendo

constante a relação de pressão de cada estágio, serão iguais as temperaturas de

descarga. A temperatura de saída do ar em cada resfriador é constante e igual à

de admissão no primeiro estágio.

kW 0,62405)0.1,004.(303600

21)T(TcmQ

K 300TT

K 405TT

K 300TT

K 405300.3,7PP

TT

)T(TcmQ

23parasp

.

resfriador

15

24

13

1,30,3

n

1n

1

212

32parasp

.

resfriador

−=−=−=

==

==

==

==

=

−=

345

Calor a ser extraído no cilindro de baixa pressão:

kW 0,26405).0,43.(3003600

21)T(TcmQ

kJ/kg.K 0,431,4

1,004.

11,251,41,25

k

c.

1nkn

c

o)politrópic processo ( )T(TcmQ

12nasp

.

baixa

pn

12nasp

.

baixa

−=−−=−=

−=−

−=

−=

−=

Calor a ser extraído no cilindro de alta pressão:

kW 0,26405).0,43.(3003600

21)T(TcmQ

kJ/Kg.K 0,431,4

1,004.

11,251,41,25

k

c.

1nkn

c

o)politrópic (processo )T(TcmQ

34nasp

.

baixa

pn

34nasp

.

alta

−=−−=−=

−=−

−=

−=

−=

Diagrama de funcionamento por ciclo de trabalho:

346

11 CICLOS DAS MÁQUINAS DE REFRIGERAÇÃO

11.1 Finalidade da refrigeração a bordo dos navios

O processo de refrigeração a bordo dos navios tem por objetivo o abaixamento

da temperatura de um determinado compartimento até um valor préestabelecido e

devidamente normalizado para o armazenamento de víveres, conservação de

equipamentos ou o conforto térmico de tripulantes e passageiros.

Para navios as seguintes condições de armazenamento e conforto são

observadas;

Câmaras frigoríficas containeres e porões de carga:

Laticínios e legumes 2 a 10 ºC.

Antecâmara 8 a 10 ºC.

Produtos congelados -15 a -20ºC

Carne resfriada -2 a 4 ºC.

Ar condicionado para tripulantes e passageiros:

Temperatura dos recintos 22º C.

Umidade relativa 50 a 65 %.

11.2 Principais sistemas de refrigeração utilizados

Os principais sistemas de refrigeração utilizados são o de compressão por vapor,

compressão de ar, o de absorção, e o de ejetor de vapor. No presente trabalho,

daremos ênfase ao sistema de compressão por vapor por ser ainda o mais utilizado a

bordo dos navios.

11.3 Sistema de compressão por vapor

O sistema de compressão por vapor utiliza um fluido frigorífico que percorre um

ciclo termodinâmico podendo este ciclo ser o básico ou complexo, devido aos diversos

347

acessórios que poderão ser incluídos para o seu funcionamento. Em um curso básico

de termodinâmica, é consenso geral de diversos autores consagrados como Shapiro e

Sontag a análise termodinâmica do ciclo básico de refrigeração direta, por ser este ciclo

bastante simples e ideal para a aprendizagem inicial do assunto, ficando os ciclos mais

complexos para outras disciplinas que tratam especificamente do assunto. Desta forma,

trataremos no presente trabalho da análise termodinâmica do ciclo básico de

refrigeração

11.3.1 O processo de refrigeração

Para melhor compreensão do processo de refrigeração, considere a figura 11.1

onde temos um trocador de calor colocado no interior de um recinto que será

refrigerado de 30ºC até uma temperatura de -18ºC. Para tal finalidade, faz-se circular

no interior do trocador de calor (evaporador aletado), um fluido refrigerante cuja

temperatura é inferior a do recinto em 8 a 10ºC, ou seja, de -26 ºC a -28ºC.

Figura 11.1 - Processo de refrigeração direta em evaporador aletado de um navio

348

A refrigeração do recinto se processa então da seguinte maneira:

a) A temperatura do recinto é abaixada de 30ºC até o valor predeterminado de -18ºC

através da retirada de calor Q (carga térmica de refrigeração) do recinto devido à

diferença de temperatura entre o recinto e o fluido frigorífico.

b) O calor retirado do recinto passa ao fluido frigorífico no interior do trocador de

calor por convecção e condução, onde o referido fluido sofre evaporação, passando

de Vapor úmido (VU) para vapor seco (VS), e devido a isto, o trocador de calor é

denominado de evaporador.

Quando o fluido frigorífico não sofre evaporação no interior do trocador de calor

permanecendo na fase líquida, o trocador de calor é denominado de resfriador. È o

caso das salmouras frigoríficas nos sistemas indiretos de refrigeração.

11.3.2 O ciclo de Carnot invertido ou ciclo reversível de refrigeração

O bem conhecido ciclo de Carnot é um ciclo totalmente reversível que consiste

em dois processos isotérmicos reversíveis e dois processos isoentrópicos. É o ciclo que

oferece a maior eficiência para transferir o calor de um reservatório térmico a uma dada

temperatura TL para um reservatório térmico a uma temperatura mais alta TH. Esta

transferência de calor somente é possível à custa de trabalho.

O ciclo básico de refrigeração de Carnot opera entre duas temperaturas fixas,

Tc e Te (condensação e evaporação) conforme é ilustrado na figura 11.2, sendo um

ciclo completamente reversível entre estas duas temperaturas.

349

Figura 11.2 - Ciclo básico de refrigeração de Carnot

Para este ciclo, podemos escrever as seguintes equações:

Calor rejeitado no condensador:

)s.Tc.(sm)h(hmQ 43f43fH −=−= (11.1)

Calor absorvido no evaporador

)s.Te.(sm)h(hmQ 12f12fL −=−= (11.2)

Compressor:

)h(hmW 23f21 −= (11.3)

Turbina:

)h(hmW 14f14 −= (11.4)

Coeficiente de eficácia de Carnot:

350

LH

L

L

HCarnot op

L

HLH

LCarnot op

TTT

1TT

1C

1QQ

1QQ

QC

−=

=

=−

=

(11.5)

O ciclo de Carnot apresenta algumas limitações práticas. Os processos

isotérmicos1-2 e 3-4 são obtidos com relativa facilidade em evaporadores e

condensadores, pois ocorrem na região bifásica à pressão constante e, portanto, à

temperatura de saturação constante. No entanto a compressão úmida (processo 2-3)

não é facilmente obtida, e a expansão em turbina no processo 4-1 nem sempre é

economicamente viável. Executar o ciclo de Carnot fora da região de saturação

poderia resolver o problema de compressão e expansão úmida, porém seria difícil

obter os processos isotérmicos nessa região. O ciclo ideal de refrigeração por

compressão de vapor distingue-se, portanto, do ciclo de Carnot.

11.3.3 O ciclo básico ideal de refrigeração por compressão de vapor

O problema da compressão úmida é resolvido fazendo-se a compressão com o

fluido superaquecido, chamada de compressão seca. A turbina é normalmente

substituída por uma válvula de expansão ou um tubo capilar. O trabalho gerado pela

expansão em uma turbina seria pequeno se comparado com a potência gasta no

processo de compressão. O sacrifício do trabalho que seria gerado pela turbina se

justifica pelos custos menores de instalação e manutenção dos dispositivos de

expansão.

O ciclo básico de refrigeração de compressão por vapor é composto por

compressor, condensador, dispositivo de expansão e evaporador, porém não opera

ente duas temperaturas fixas (T2 > T3) como no ciclo básico de Carnot. As figura 11.3

e 11.4 ilustram o ciclo básico de refrigeração e os respectivos diagramas

termodinâmicos teóricos pressão-entalpia e temperatura entropia para o ciclo básico

de refrigeração direta.

351

Figura 11.3 - Ciclo básico de refrigeração direta ou de compressão por vapor

Figura 11.4 - Diagramas termodinâmicos teóricos Pxh e TXs temperatura entropia

Conforme é ilustrado na figura 11.3 o ciclo básico de refrigeração direta é

constituído dos seguintes processos termodinâmicos:

Processo 1-2: Compressão do fluido frigorífico adiabática e reversível desde o estado

de vapor saturado similar ao ciclo de Carnot até a pressão de condensação;

Processo 2-3: Rejeição reversível de calor do fluido frigorífico à pressão constante

diminuindo a temperatura do refrigerante na descarga do compressor até a temperatura

de condensação;

352

Processo 3-4: Expansão irreversível do fluido refrigerante à entalpia constante desde o

estado de líquido saturado até a pressão de evaporação. No ciclo básico de Carnot esta

expansão é reversível; e

Processo 4-1: Absorção de calor isotérmica e reversível, evaporando o fluido

refrigerante até o estado de vapor seco no ponto 1

Este ciclo é analisado aplicando-se a primeira e a segunda lei da termodinâmica

aos seus componentes.

Compressor:

)h(hmW 23f21 −=

(11.6)

Calor rejeitado no condensador:

)h(hmQ 43fH −= (11.7)

Calor absorvido no evaporador:

)h(hmQ 12fL −= (11.8)

Dispositivo de expansão:

14 hh = (11.9)

Coeficiente de eficácia do ciclo:

32

L

WQ

β = (11.10)

A equação 11.10 define o máximo coeficiente de desempenho para um ciclo

ideal de refrigeração por compressão de vapor, dadas as temperaturas de evaporação

e condensação e as pressões de trabalho. Este coeficiente de desempenho será menor

do que o coeficiente de desempenho do ciclo de Carnot, devido à expansão não-

isoentrópica e à compressão seca do fluido.

353

11.3.4 O ciclo real de compressão por vapor

A figura 11.5 ilustra um ciclo real de compressão por vapor onde se observa que

existem perdas de pressão nas linhas de descarga-líquido ( )∆Pd e sucção ( )∆Ps . Na

saída do condensador existe o subresfriamento do líquido condensado, garantindo que

somente líquido chegue ao dispositivo de expansão. Outra diferença é o processo de

compressão que no ciclo real não é isoentrópico (s2>s1), provocando elevadas

temperaturas de descarga ocasionando problemas relacionados aos óleos

lubrificantes, o que obriga em muitos sistemas navais a refrigeração do cabeçote. O

superaquecimento do fluido refrigerante na linha de aspiração é necessário para evitar

golpes de líquido com a consequente avaria nas placas de válvulas do compressor

Figura 11.5 - Ciclo real de compressão por vapor

354

11.4 Exercícios resolvidos

11.4.1 Um ciclo básico de refrigeração opera com R-134 a e tem as temperaturas de

condensação e evaporação de -10ºC e 28ºC. O fluxo de massa é de 5 Kg/min e o

refrigerante é aspirado como vapor seco. Determine:

a) As entalpias do refrigerante em cada ponto do ciclo.

b) O calor rejeitado na condensação do refrigerante.

c) O calor absorvido no evaporador.

d) A potência de compressão.

e) O coeficiente de eficácia do ciclo

f) A potência absorvida no eixo do compressor se o rendimento mecânico do sistema é

de 80%.

São dados:

Tabela de R-134 a saturado e superaquecido.

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 ed, editora McGrawHill, 2006

355

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5ed, editora McGrawHill, 2006

Solução:

a) Entalpias do refrigerante em cada ponto do ciclo:

Ponto 1: Vapor saturado seco

kPa 200P

.K0,937kJ/kgs

g244,51kJ/kh

1

1

1

=

=

=

Ponto 2: Vapor superaquecido

.K0,937kJ/Kgss

0,7MPa727kPaPP

12

Csat28º2

==

===

T2 e h2 são obtidos por interpolação.

g270,27kJ/kh

C32ºT0,9310,9640,9310,937

268,45278,57268,45h

304030T

2

2

22

=

=

−=

−=

Ponto 3: Líquido aquecido a 28 ºC

kJ/kg 90,69h3 =

Ponto 4: Vapor úmido a -10 ºC

kJ/kg 90,69h4 =

356

b) Calor rejeitado na condensação:

( ) 14,96kW90,69270,27605

)hm.(hQ 32cond =−=−=

c) Calor absorvido no evaporador.

( ) kW 12,8190,69244,51605

)hm.(hQ 41evap =−=−=

d) Potência de compressão.

( )

kW 2,15QQW

oukW 2,15244,51270,27605

)hm.(hW

evapcondcomp

12comp

=−=

=−=−=

e) Coeficiente de eficácia do ciclo.

5,952,1512,81

W

comp

evap===

f) Potência absorvida no eixo do compressor se o rendimento mecânico do

sistema é de 80%.

kW 2,680,8

2,15n

WBHP

m

comp===

11.4.2 Um ciclo básico de refrigeração opera com R-134 a e tem as pressóes de

condensação e evaporação de 1,4 bar e 7 bar. A temperatura de aspiração é de -10 ºC

com o líquido entrando subresfriado na válvula de expansão a 24ºC.O fluxo de massa é

de 6 Kg/min e a eficiência isoentrópica do compressor é de 67%. Determine:

a) As entalpias do refrigerante em cada ponto do ciclo.

b) O calor rejeitado na condensação do refrigerante.

c) O calor absorvido no evaporador.

d) A potência de compressão.

e) O coeficiente de eficácia do ciclo.

f) A potência absorvida no eixo do compressor se o rendimento mecânico do sistema é

de 80%.

São dados: Tabela de R-134 a saqturado e superaquecido.

357

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006

Fonte: Yunus, Cengel. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill, 2006

Solução:

a) Entalpias do refrigerante em cada ponto do ciclo:

Ponto 1: Vapor superaquecido a -10 ºC e 1,4 bar

kJ/kg.K 0,972s

kJ/kg 246,36h

1

1

=

=

Ponto 2: Vapor superaquecido a 7 bar com eficiência isoentrópica de 67%

358

kJ/kg 298,270,67

246,36281,14246,36h

nhh

hh

kJ/kg 281,14h0,9640,9950,9640,972

278,57288,53

278.57h

kJ/kg.K 0,972ss

0,7MPaP

2

c

12s12

2s

2s

12s

2

=−

+=

−+=

=

−=

==

=

Ponto 3: Líquido subresfriaqdo a 7 bar e 24 ºC

kJ/Kg 85,26h3 =

Ponto 4 : Vapor úmido a 1,4 bar

kJ/kg 85,26hh 34 ==

b) Calor rejeitado na condensação:

( ) kW 21,30185,26298,27606

)hm.(hQ 32cond =−=−=

c) Calor absorvido no evaporador:

( ) kW 16,1185,26246,36606

)hm.(hQ 41evap =−=−=

d) Potência de compressão:

359

( )

kW 5,191QQW

oukW 5,191246,36298,27606

)hm.(hW

evapcondcomp

12comp

=−=

=−=−=

e) Coeficiente de eficácia do ciclo:

3,15,19116,11

W

comp

evap===

f) Potência absorvida no eixo do compressor se o rendimento mecânico do

sistema é de 80%:

6,5kW0,8

5,191n

WBHP

m

comp===

360

12 BALANÇO TÉRMICO

12.1 Finalidade do balanço térmico

O balanço térmico de uma instalação de vapor ou a motor de um navio de

guerra ou mercante tem por objetivo o estudo de diversos parâmetros termodinâmicos

como a determinação da eficiência térmica, a potência do equipamento e perdas

diversas envolvidas durante o decorrer do processo. Por ser um curso básico de

termodinâmica, no presente trabalho serão estudados o balanço térmico de motores

diesel, geradores de energia elétrica, caldeiras e turbinas a vapor e tanques de óleo

pesado dando ênfase as instalações navais.

12.2 Balanço térmico de motores diesel

O balanço térmico de motores Diesel consiste das seguintes etapas:

Determinação das potências total, indicada, efetiva e de atrito;

Determinação dos rendimentos térmicos e mecânico; e

Determinação das perdas devido aos gases de exaustão água de resfriamento e

radiação térmica (QLoss). Estas perdas são facilmente determinadas e computadas

usando a equação da primeira lei da termodinâmica. A Figura 12.1 ilustra o diagrama

de potências de um motor Diesel.

361

Figura 12.1 - Diagrama de potência de um motor Diesel

12.2.1 Potências total, indicadas, efetiva e de atrito do motor diesel

No diagrama de potências de um motor Diesel ilustrado na figura 12.1, o

combustível de fluxo de massa mcomb (kg/h) e poder calorífico Hcomb (kJ/kg) adentra o

motor produzindo a potência total PT. Devido às perdas na câmara de combustão PC, é

utilizada desta potência somente a parcela útil denominada de IHP (Indicated Horse

Power) para acionar o motor. Com o motor funcionando, ocorrem perdas por atritos

mecânicos denominada de FHP (Friction Horse Power) disponibilizando assim para o

motor a potência efetiva ou de eixo denominada de BHP. Em um curso básico de

termodinâmica como é o objetivo do presente Estas potências são determinadas pelas

equações (12.1) a (12.3) facilmente encontradas em qualquer literatura especializada

sobre o assunto. Nestas equações, Pmi, Pme, A, L, Ne n são respectivamente as

pressões médias indicada e efetiva (kPa), a área da seção transversal do cilindro (m2),

o curso do êmbolo (m), a rotação (rpm), e o número de cilindros.

combcombHmPT = (kW) (12.1)

362

x.60

.A.L.N.nPIHP mi= (kW) (12.2)

x.60

.A.L.N.nPBHP me= (kW) (12.3)

4T de Diesel motores para 2x

2T de Diesel motores para 1x

=

=

12.2.2 Consumos específicos e rendimentos térmicos e mecânicos dos motores

diesel

Os consumos específicos usuais de um motor Diesel marítimo mais importante

para aplicação a bordo dos navios são respectivamente o consumo específico indicado

de combustível (mi ou BSFCI), o efetivo (me ou BSFCE), e o de gases de descarga (mg

ou BSEF). Estes consumos são determinados pelas equações (12.4) a (12.6).

IHP

mBSFCI comb= (kg/kW. h) (12.4)

BHP

mBSFCE comb= (kg/kW.h) (12.5)

BHP

mBSEF gases

= (kg/kW.h) (12.6)

Os rendimentos térmicos usuais dos motores diesel marítimos são

respectivamente o térmico indicado (nti) e efetivo (nte) e o mecânico (nm) e são

determinados pelas equações (12.7) a (12.8).

PTIHP

nti = (12.7)

PTBHP

nte = (12.8)

IHPBHP

nm = (12.9)

363

12.2.3 Perdas térmicas pelos gases de exaustão e água de arrefecimento

As perdas térmicas (Q) pela água de arrefecimento e óleo lubrificante podem ser

determinadas pela equação (12.10), sendo m, c e T∆ o fluxo de massa dos gases ou

água de arrefecimento (Kg/h), o calor específico (kJ/Kg. K), e a diferença de

temperatura (ºC) entre o estado final e inicial dos gases ou água de arrefecimento.

T mcQ ∆= (kW) (12.10)

As perdas pelos gases de exaustão são determinadas pela equação (12.11).

273)(Tcpm273)(T cpmQ CarºararCº gasesgasesgasesgases +−+= (kW) (12.11)

12.2.4 Perdas térmicas devido à radiação

As perdas térmicas de radiação (QLoss) são determinadas aplicando a primeira

lei ao motor Diesel conforme ilustrado na figura 12.2 e determinadas pela equação

(12.12), onde todos os termos já estão definidos e conhecidos.

combargase

gaseságuaTOTALLOSS

gasesgaseságuaáguacombcombararLoss

vcsseevc

mmm

BHPQQPQ

BHPhmhmhmhmQ

WhmhmQ

+=

−−−=

++=+++

+∑=∑+

aguaoutáguahm (12.12)

Figura 12.2 - Perdas térmicas devido à radiação

364

Na literatura especializada salvo especificação em contrário são usuais os

valores tabelados na tabela 12.1 para a o calor específico do ar, gases de exaustão e

água de arrefecimento.

Tabela 12.1- Calor específico da água de arrefecimento, ar e gases de exaustão.

Substância Calor específico (kJ/kg. K)

Ar 1, 038

Água 4, 186

Gases de exaustão 1, 080

A entalpia da água, do ar e dos gases pode ser determinada pela equação

c.Th = , sendo c o calor específico (kJ/kg. K) e T a temperatura em K.

A entalpia do combustível é fornecida pelo folheto de recebimento de óleo do

motor com o nome de poder calorífico superior (kJ/kg).

Após determinadas às perdas, estas podem ser visualizadas em um diagrama de

balanço térmico similar a figura 12.3.

365

Figura 12.3 - Diagrama de balanço térmico de motor diesel marítimo

Fonte: International Sustanaible Energy balance, 2008

12.2.6 Determinação da potência do motor de acionamento de grupos diesel

geradores

A potência do gerador é determinada conhecendo-se a potência das fontes

consumidoras ou de acordo com a potencia do motor do acionamento. Quando se

conhece a potência das fontes consumidoras, calcula-se a potência aparente (S) pela

equação (12.13).

3U.I.S = (12.13)

Onde:

S - potencia aparente (VA ou kVA)

U - tensao de linha (V ou kV)

I - corrente de linha (A ou kA)

366

Nos catálogos a potencia aparente e dada em kVA, sendo válida para os fatores

de potencia entre 0.8 e 1.0.

A potência gerada (Pg) em função da potência aparente (S) é determinada pela

equação (12.14).

S.cosφPg = (kW) (12.14)

A Potência do motor de acionamento (Pm) é então determinada pela equação

(12.15).

gnPg

Pm = (12.15)

Onde:

Pg - potencia do gerador (kW)

Pn - potencia do motor acionante (kW)

η(g) - rendimento do gerador (%)

Para a potência do motor de acionamento em cv, multiplicar por 0.736 para obte-

la em kW.

Pm (KW) = Pm (cv) x 0, 736

De posse das potências aparente e gerada podemos determinar a potência

reativa (Q) em kVAr pela equação (12.16).

22 PgSQ −= (12.16)

Para o caso de turbo geradores navais a potência elétrica pode ser estimada

pelo procedimento prático de bordo, adotado pela maioria dos fabricantes de MCPS de

2 T como a SULZER (General technical data for RT marine diesel engines, 1986):

.MCPK.BHPPg = (12.17) Na ausência de informações precisas dos fabricantes, o coeficiente K é

geralmente adotado como 0,037 ou 0,041 dependendo das condições de

funcionamento do MCP e da produção de vapor da caldeira de recuperação de gases

(Exhaust Boiler).

O consumo de vapor para caldeiras de recuperação de 7 bar manométricos de

pressão de saturação é determinado pela equação prática de bordo:

120

.K(kW).fatorBHP(ton/h)m cargamotor

vapor = (12.18).

367

12.3 Balanço térmico dos resfriadores de ar de dois estágios de arrefecimento dos MCPS de 2T

Para o resfriador de ar de dois estágios do MCP de dois tempos com dois

resfriadores, o calor dissipado nos estágios de resfriamento e as respectivas vazões de

água de refrigeração podem ser estimadas pelas equações (12.19) a (12.22), que são

recomendadas pela Sulzer (General technical data for RT marine diesel engines, 1986)

de acordo com o esquema da figura 12.4

Figura 124- Resfriador de ar de dois estágios de arrefecimento

Potência térmica (Q1) dissipada no primeiro estágio:

( )arout1arin11 TT465BHP

Q −= (kW) (para os dois resfriadores) (12.19)

Vazão de água de refrigeração por resfriador do primeiro estágio (V1):

( )/h)(m

TT2.0,88.Q

V 3

win1wout1

11

−= (12.20)

368

Potência térmica (Qe) dissipada no Segundo estágio (dois resfriadores):

( )arout2arout1e TT465BHP

Q −= (kW) (12.21)

Vazão de água de refrigeração (Ve) por resfriador no Segundo estágio:

( )win2wout2

ee TT2.1,15.

QV

−= (12.22)

Os valores máximos e mínimos de V1 e Ve para os turbos alimentadores são

determinados pelos fabricantes, e assim, os valores calculados devem estar na faixa

dos fabricantes do MCP.

12.4 Balanço térmico de caldeiras navais auxiliares com óleo combustível

A figura 12.5 ilustra um diagrama típico de balanço térmico de uma caldeira naval

auxiliar de um navio, mostrando as diversas perdas térmicas que ocorrem no processo

de combustão do óleo combustível.

369

Figura 12.5 - Diagrama de balanço térmico para caldeiras navais auxiliares

12.4.1 Massa de ar, combustível e gases da caldeira

A massa de combustível (mcomb) é fornecida pelo fabricante, e a massa de ar é

determinada pela relação ar-combustível (AC) da caldeira, o que exige o conhecimento

da composição química do combustível. De forma geral a composição química do

óleo combustível naval fornece os percentuais em massa de carbono (C), hidrogênio

(H2), enxofre (S), oxigênio (O2), nitrogênio (N2) e água (mistura).

De posse desta composição, calculam-se a razão ar combustível estequiométrica

(ACest), o excesso de ar (EA) e a razão ar combustível real (AC) que podem ser

determinados segundo o Bureau of Energy Efficiency (Índia) pelas equações (12.23)

a (12.25).

370

{ }[ ]/1004,35S/8)O34,8(H11,6CAC 22est +−+= (12.23)

%O-21

%100.OEA(%)

egases

2gases= (12.24)

estAC100

EA(%)1AC

+= (12.25)

A massa de gases secos é constituída por CO2, SO2, N2 devido ao combustível

se existir na composição química do mesmo, N2 devido ao ar e O2 em excesso no ar.

O oxigênio em excesso nos gases de descarga é determinado pela equação

(12.26)

).0,23AC(ACO est2exc −= (kg) (12.26)

A massa de gases secos por kg de combustível é determinada por

estequiometria química somando-se as massas de CO2, SO2, N2, e O2.

(kg) ).0,23AC(ACOO

(kg 100

AC.77100

NN

(kg) 32

.64100S

SO

(kg) 12

.44100C

CO

est2exc2

2comb2

2

2

−==

+=

=

=

)

(12.27)

Podem também ser usados os procedimentos estequiométricos normais para a

determinação do excesso de ar.

A massa de gases total (mg) é a soma da massa de ar com a massa de

combustível.

371

12.4.2 Perdas Devido aos gases secos e a evaporação da água devido à presença

de hidrogênio no combustível

As perdas térmicas devido aos gases secos (Pgs) e hidrogênio (PH2) presente

no óleo combustível são determinadas pelas equações (12.28) e (12.29).

comb

argaspgasgs

H

)T(Tc100mPgs(%)

−= (12.28)

comb

argasPvaporLvapor2comb2 H

)T(Tc(H9.HPH

−+=(%) (12.29)

Onde:

mgs = massa de gases secos (kg) por kg de combustível.

cPgas = calor específico dos gases secos (kJ/kgK).

HLvapor = calor latente do vapor (kJ/kg).

Hcomb = poder calorífico do combustível (kJ/kg).

Tgas= Temperatura de saída dos gases na caldeira (ºC).

Tar = Temperatura de entrada do ar na caldeira (ºC).

H2comb= Composição percentual em massa do hidrogênio no combustível

12.4.3 Perda devido à mistura de água presente no combustível da caldeira

A perda (PM) devido à água misturada (M (%)) ao combustível entrando na

caldeira é determinada pela equação (12.30).

comb

argasPvaporLvapor

H

)T(TcM.(HPM

−+=(%) (12.30)

12.4.4 Perda devido à presença de água no ar (umidade)

A perda devido à umidade do ar (Parum) entrando na caldeira para a combustão

é determinada pela equação (12.31).

comb

argasPvaporáguaum H

)T(T.c100.AC.w(%)Par

−= (12.31)

372

wágua = taxa de umidade absoluta do ar em kgágua/kgar

12.4.5 Perda devido à radiação e convecção para o meio ambiente

Esta perda é determinada conhecendo a área da superfície lateral total da

caldeira (S), a temperatura da superfície (Ts), a temperatura ambiente (Ta) e a

velocidade do vento (Vm) pela equação (), onde S, Ts, Tar, e Vm são expressos em m2,

K e m/s.

68,968,9196,85Vm

.)T1,957.(T55,55

T

55.55

T0,548.Prc 1,25

as

4

a

4

s +−+

= (W/m

2)

combcomb

2

.mH).S/m100.Prc(kW

Prc(%) = (12.32)

12.4.6 Perda devido à queima incompleta de carbono

Nas caldeiras navais auxiliares, a perda devido à queima incompleta de carbono

pode ser tomada como sendo nula, devido à combustão obrigatoriamente se processar

com excesso de ar.

12.4.7 Eficiência térmica e consumo de vapor

A eficiência térmica (ntc) é determinada pelo método indireto (método das

perdas) através da equação (12.33). Obtida esta eficiência determina-se o consumo de

vapor produzido (mvapor) pela equação (12.34).

PrcParPMPHPgs100n um2tc −−−−−= (12.33)

águavapor

tccombcombvapor hh

nHm(kg/h)m

= (12.34)

Onde:

hvapor = entalpia do vapor gerado (kJ/kg)

373

hágua = entalpia da água de alimentação da caldeira (kJ/kg)

12.5 Balanço térmico de turbinas a vapor de um estágio

O balanço térmico de turbinas a vapor navais de um estágio como é o caso de

turbo geradores usuais consiste na determinação da potência produzida, da energia

transformável, da taxa de vapor e de seus rendimentos térmico, de máquina e

mecânico.

12.5.1 Potência produzida e energia transformável

A potência produzida (WT) e a energia transformável (Q) de uma turbina de

vapor de um estágio podem ser calculadas pelas equações (12.35) a (12.36).

)h(hmWT sevapor −= (12.35)

)h(hmQ lsevapor −= (12.36)

Onde:

he = entalpia de entrada do vapor na turbina (kJ/kg).

hs = entalpia de saída do vapor da turbina (kJ/kg).

hls = entalpia da água saturada na saída da turbina (kJ/kg).

12.5.2 Taxa de vapor

A taxa de vapor (Tv) é definida como a relação entre o fluxo de vapor (mvapor) e a

potência (P) associada a este fluxo sendo expressa pela equação (12.37).

Pm

TV = (kg/kW. s) (12.37)

374

12.5.3 Rendimentos da turbina de vapor

Os rendimentos de uma turbina a vapor são basicamente o térmico teórico (nt),

o térmico indicado (nti), o térmico efetivo (nte), de máquina interno ou isoentrópico

(nmi), de máquina no eixo ou efetivo (nme) o mecânico (nm). Estes rendimentos

podem ser calculados pela equação (12.38) a (12.43).

QWT

nt = (12.38)

QWTi

nti = (12.39)

QWTe

nte = (12.40)

WTWTi

nmi = (12.41)

WTWTe

nme = (12.42)

WTi

WTenm = (12.43)

12.6 Balanço térmico de instalação de vapor

As instalações de vapor navais são bastante complexas e assim, neste trabalho

nos limitaremos a um diagrama simplificado de uma instalação de propulsão a vapor

que apesar de ter pouca utilização no Brasil, permanece ainda em uso em muitos

navios existentes no mundo. A figura 12.6 ilustra uma instalação típica para a propulsão

de um navio mercante. Observe que são determinadas as pressões, as temperaturas e

as vazões nos diversos pontos do ciclo.

375

Figura 12.6 - Instalação típica de propulsão a vapor de 23882 kW.

Fonte: Birnie, Marine Steam Engines and Turbines, BUTTERWORTH’S, London, 1980

Na figura 12.6, a pressão (p), a temperatura (t) e as vazões (Q) de vapor e água

são expressas em bar, ºC e Kg/s. Observe que estes valores são para uma

determinada rotação do eixo propulsor e a que através do diagrama de MOLLIER

fornecido pelo Fabricante da Instalação, é possível determinar as entalpias e a potência

desenvolvida pelas turbinas em função das vazões sangradas dos estágios conforme

ilustrado na figura 12.7.

376

Figura 12.7- Diagrama de Mollier para a instalação de vapor de 23882 kW.

Fonte: Birnie, Marine Steam Engines and Turbines, BUTTERWORTH’S, London, 1980.

12.7 Balanço térmico de instalação de refrigeração

O balanço térmico de instalação de refrigeração naval é feito utilizando-se

basicamente o diagrama pressão entalpia conforme é ilustrado na figuras 12.8 a 12.10,

onde são utilizados os refrigerantes R-134 a, R-407C, R-410 A autorizados pelo

377

Protocolo de Montreal que não agridem a camada de ozônio da atmosfera terrestre

quando manuseados corretamente. A figura 12.11 ilustra os parâmetros necessários

para a realização do diagrama pressão entalpia.

Figura 12.8 - Diagrama pressão entalpia para o R-134a

Fonte: DUPONT, charter of refrigerant 134a, 2009

378

Figura 12.9 - Diagrama pressão entalpia para o R-407C

Fonte: DUPONT, charter of refrigerant 407 C, 2009

379

Figura 12.10 - Diagrama pressão entalpia para o R-410 A

Fonte: DUPONT, charter of refrigerant 410 A, 2009

Figura 12.11 - Parâmetros de entrada para o diagrama pressão entalpia

380

Se o fluxo de massa de refrigerante (mref) não for fornecido, o mesmo pode ser

determinado pela equação (12.44).

/kg)(m4.v

(rps)φ.Curso.n.N3,14.Dm

3esp

V2

ref = (kg/s) (12.44)

Sendo n, N (rps), D (m), Curso(m) e vesp (m3/Kg) o número de cilindros, o diâmetro das

camisas, o curso do embolo, a rotação e o volume específico nas condições de

aspiração (ponto 1).

De posse das entalpias fornecidas pelo diagrama determinam-se a potência de

compressão (Wcomp), o calor rejeitado na condensação (Qcond) e a capacidade de

refrigeração (Qevap) pelas equações (12.45) a (12.47).

)h(hmW 12refcomp −= (kW) (12.45)

)h(hmQ 32refcond −= (kW) (12.46)

)h(hmQ 41refevap −= (kW) (12.47)

12.8 Balanço térmico de purificadores de óleo combustível e lubrificante

O balanço térmico de purificadores de óleo combustível e lubrificante consiste na

determinação da vazão necessária da purificadora e da superfície de aquecimento dos

aquecedores destes fluidos antes dos mesmos adentrarem as purificadoras.

A vazão de óleo Diesel ou pesado de purificadoras é determinada pela equação

(12.48).

u.T.1000

.24MCR.cQ s= (l/h) (12.48)

Onde,

MCR = potência de eixo do motor principal ou gerador auxiliar (kW)

T= tempo de operação das purificadoras (horas).

cs = consumo específico do motor principal ou gerador (g/kW. h)

u= densidade do óleo em kg/l

381

Para purificadores de óleo lubrificante, a vazão de óleo é determinada pela

equação:

K.PQ =

Onde:

P = potencia do motor

k – fator dimensional (fornecido de tabelas do fabricante do motor).

O valor de K pode ser tomado entre 0,09 a 0,17l/h. kW ou 0,06 a 0,12 l/HP. h para

motores de cruzeta.

12.9 Superfície de aquecimento dos aquecedores dos purificadores

A superfície de aquecimento dos aquecedores a vapor adotados para o

aquecimento do óleo pesado do óleo diesel e óleo lubrificante para as purificadoras é

determinada pela equação (12.49)

)2

TT400.(T

)T(T µ. Q.S

12V

12

+−

−= (12.49)

Onde,

S = superfície de aquecimento (m2),

Q= fluxo do fluido (l/h),

u = massa específica do combustível (t/m3),

T1 = temperatura inicial do combustível (ºC),

T2 = temperatura final do combustível (ºC),

TV = a temperatura do vapor (ºC – no mínimo 25ºC maior que T2)

12.10 Ventilação da praça de máquinas

A ventilação da praça de máquinas de um navio torna-se necessária para

renovar o ar e permitir uma temperatura adequada ao trabalho dos tripulantes.

A vazão total dos ventiladores (Qvent) pode ser determinada pela equação

(12.50).

382

rppmvent .N.µVQ = (m3/h) (12.50)

Sendo:

Vpm = volume da praça de máquinas, calculado ou fornecido pelo estaleiro.

Up = permeabilidade da praça de máquinas, geralmente adotado como 0,85.

Nr = número de renovações por hora, geralmente adotado como 30.

Pelas regras da ABNT NB-268/75, a vazão de ar necessária (Qtotal) na praça de

máquinas pode ser calculada pela equação (12.51)

outrosvghtotal QQQQQ +++= (m3/s) (12.51)

Sendo:

Qh= vazão de ar necessária à combustão do motor principal em m3/s

Qg= vazão de ar necessária a combustão do motor gerador

Qv= vazão de ar necessária à dissipação do calor, em m3/s

outrosQ = outros equipamentos que precisam de ar de ventilação

Sendo:

ar

ardMCPh ρ

MPQ = (12.52)

ar

MCAardDGg ρ

.nMPQ = (12.53)

Onde:

PMCP = potência máxima contínua do MCP (kW)

PDG = potência máxima do motor diesel gerador (kW)

nMCA = número de motores diesel geradores

383

Mard = massa de ar necessária a motores diesel ou auxiliares, podendo ser tomada

como 0, 0023 kg de ar/kW para motores Diesel de 4T ou 0,003 kg de ar/kW para

motores Diesel de 2T

ρ= massa específica do ar a na temperatura da praça de máquinas, podendo ser

adotado o valor de 1,15 kg/m3

A vazão Qv é expressa pela equação (12.54).

)Q0,4(Q.DT.cρ

φφφφQ gh

Parar

dgegDGhv +−

+++= (12.54)

Onde:

Φh = calor emitido pelos MCPS (kW)

ΦDG = calor emitido pelos motores diesel geradores (kW)

Φg = calor emitido pelos geradores elétricos (kW)

Φdge = calor emitido pelos dutos de exaustão dos gases de descarga (kW)

ρar= massa específica do ar na temperatura da praça de máquinas (kg/m3)

cPar= Calor específico do ar (kJ/kg °C

DT = Aumento da temperatura média na praça de máquinas (°C)

Qh = vazão de ar necessária à combustão para os geradores (m3/s)

Φh, ΦDG, e Φg são obtidos pela equação (12.55) a (12.57) e Φdge pela equação (12.58).

MCPMCPh .FPφ = (kW) (12.55)

MCASMCADGDG .n.FPφ = (kW) (12.56)

MCA1DGg .FPφ = (kW) (12.57)

dgMCASdgMCASdgMCPm dgdg .LC.LCφ +=MCP

(kW) (12.58)

384

Onde:

FMCP = perda percentual por radiação dos MCPS (3%)

FMCA = perda percentual por radiação dos MCAS (4,5 %)

FMCA1 = perda percentual dos geradores elétricos (4%)

CdgMCPm = calor emitido por metro do duto de exaustão dos gases de descarga dos

MCPS podendo ser tomado como 0,2 kW/m

LdgMCPm = comprimento do duto de exaustão dos gases de descarga dos MCPS(m)

CdgMCAS = calor emitido por metro do duto de exaustão dos gases de descarga dos

MCAS podendo ser tomado como 0,2 kW/m

LdgMCAS = comprimento do duto de exaustão dos gases de descarga dos geradores(m) .

Esta vazão total neste trabalho será corrigida em 20 % para incluir a vazão de ar

das caldeiras e outros equipamentos.

12.11 Potência de bombas e ventiladores da praça de máquinas

A potência de bombas e ventiladores pode ser determinada pela equação

(12.59).

n3600.1000.ρ.g.Q.H

W vent oubombas = (kW) (12.59)

Sendo, ρ , g, Q, H e n a massa especifica do fluido (kg/m3), a aceleração da gravidade

(m2/s), a vazão (m3/h), e a eficiência da bomba (entre 0,35 a 0,70).

12.12 Consumo de vapor para aquecimento de tanques

O calor necessário para manter o produto no interior dos tanques principalmente

o óleo pesado que deve sempre estar a uma determinada temperatura para que seja

mantida a sua viscosidade no valor desejado pode se avaliado pela equação (12.60).

385

tm.c.DT

QTanque = (kW) (12.60)

Sendo:

c= calor específico do fluido (kJ/kgK)

DT= elevação da temperatura desejada (°C)

m= massa total do fluido no interior do tanque (kg)

A perda de calor pelas anteparas é obtida pela equação (12.61).

U.A.DTQant = ( W )

Sendo:

U= coeficiente global de transferência de calor (W/m2K)

A= área de troca de calor (m2)

DT= diferença de temperatura através das anteparas (ºC)

O calor total para o aquecimento dos tanques é dado pela soma do calor

necessário para aquecer o produto com o fluxo térmico que é perdido pelas anteparas

dos tanques sendo expresso pela equação (12.62).

antTanquetanque Total QQQ += (w ou kW) (12.62)

O consumo de vapor dos tanques é determinado pela equação (12.63)

LV

eTotaltanquvapor H

Qm = (kg/s) (12.63)

HLV e a variação da entalpia do vapor (kJ/kg).

O volume do tanque de armazenamento de óleo pesado (m3) é determinado pela

equação (12.64).

6ope

mcpcpmcasmca.mca.mcpssóleopesado

.10.ρf

)T(T.Q.cNBHPcN.BHP(A(cf1,1.V

+++=

) (12.64)

386

Sendo:

fs= fator de consumo específico=1,03

fe = fator de expansão=0,96.

cs = consumo específico do MCP (g/BHP. H ou g/kW. h)

BHP= potência máxima de serviço contínuo (HP ou kW)

A= autonomia do navio em horas

NMCA = Número de MCAs;

BHPMCA = potência do MCA (kW)

Csma = consumo específico dos MCAS (g/kW. h)

Np = número de portos;

cc = consumo de O.P. da caldeira auxiliar (pode-se considerar = 50 g / kgvapor)

Qp = capacidade da caldeira no porto (kgvapor / h)

Tcd = tempo de carga e descarga [horas] – (depende de perfil operacional)

Tman = tempo de manobra [horas] – (depende de perfil operacional)

opρ = Massa específica do óleo pesado em ton/m3

O volume do tanque de serviço de óleo pesado dos motores de propulsão ou

auxiliar é determinado pela equação (12.65).

6ope

ssOPSouOPD

.10.ρf

.BHP.T)(cf11V ,= (m

3) (12.65)

O tempo T é tomado como 24 horas para o tanque de serviço e 16 ou 24horas

para o tanque de sedimentação. O volume do tanque de borras é determinado pela

equação (12.66) segundo o MARPOL 73/78.

6op

smcpOPborras

.10ρ

.24.D.c0,01.BHPV = (m3

) (12.66)

D é um fator considerado como sendo 30 devido ao incinerador de borras.

A massa de qualquer tanque de óleo pesado para o cálculo do consumo de

vapor é então determinada pela equação (12.67).

OPOPOP .Vρm = (ton) (12.67)

387

12.13 Exercícios resolvidos

12.13.1Um motor diesel marítimo de 2T tem 10 cilindros de diâmetro de 840 mm e

curso de 2900mm com rotação de 78 rpm, sendo a pressão média indicada de 11,88

bar. O consumo específico do motor nesta rotação é de 170 g/kW. h e o rendimento

mecânico é de 80 %. A composição química do combustível em massa (óleo pesado) é

87 % de carbono, 9,7% de hidrogênio e 3,3 % de enxofre, sendo o poder calorífico de

43472 kj/kg. A análise do aparelho eletrônico de Orsat indica para os gases secos a

composição volumétrica de 7% para o gás carbônico (CO2), 10,5% para o oxigênio (O2)

82,5 % para o nitrogênio (N2). A água do mar entra a 30 ºC e sai a 74ºC, com uma

perda térmica de 10% pela camisa de cilindros com os gases de descarga saindo a 465

ºC. A temperatura ambiente da praça de máquinas é de 37 ºC. Determine:

a) A potência indicada do motor

b) A potência efetiva do motor

c) As perdas mecânicas por atrito

d) A massa de combustível e o consumo específico indicado

e) Os rendimentos térmicos efetivo e indicado do motor

f) O diagrama de balanço térmico do motor

São Dados:

Calor especifico da água de refrigeração das camisas: 4, 186 kJ/kg. K

Calor específico do ar: 1, 038 kJ/kg. K

Calor específico dos gases de descarga: 1, 080 kJ/kg. K

Obs: O dióxido de enxofre (SO2) já está considerado na percentagem de CO2 no

aparelho de Orsat. A composição do ar em massa é de 23% de oxigênio (O2) e 77% de

nitrogênio (N2).

388

Solução:

a) Potência indicada (IHP):

322

mi

mi

m 1,6064

.2,93,14.0,844.Curso3,14.D

A.L

kPa 118811,88barPx.60.A.L.N.nP

IHP

===

==

=

CV 3324724803kW60

.78.101188.1,606IHP

(2T) 1x

10n

78rpmN

===

=

=

=

b) Potência efetiva (BHP):

CV 2959022074kWkW 0,89.24803BHP

.IHPnBHP m

===

=

c) Perdas mecânicas por atrito.

FHP=IHP-BHP=2729 kW=3657 CV

d) Massa de combustível e consumo específico indicado:

De acordo com o dado fornecido no manual do navio, o consumo específico

efetivo (BSFCE) é de 170 g/kW. h

ton/dia 90 kg/h 3752,5803752580g/h170.22074m

l.combustíve de massa a calculamos dado este PorBHP

mBSFCE

comb

comb

====

=

Consumo específico indicado (BSFCI):

h151,3g/kW.24803

3752580IHP

mBSFCI comb ===

389

e) Rendimentos térmicos indicado e efetivo:

Para a determinação destes rendimentos é necessário determinar a potência

total:

kW 453143600

4723752,58.433600

HmP combcomb

TOTAL ===

Rendimento térmico efetivo:

48,7%4531422074

PTBHP

nte ===

Rendimento térmico indicado:

54,7%4531424803

PTIHP

nti ===

f) Diagrama de balanco térmico:

Para a elaboração do diagrama de balanco térmico é preciso à determinação das

massas de ar, combustível e gases queimados o que é feito através da

determinação da relação ar combustível real (AC).

Razão ar combustível estequiométrica

A Razão ar combustível estequiométrica é determinada pela reação química do

combustível com o ar na base molar. Considerando 100 kg de combustível:

2222222 YN0,103SOO4,85H7,25CO3,76xNxOS323,3

H2

9,7C

1287

+++→++++

Realizando o balanço de oxigênio.

comb

arest kg

kg 13,46

100.283,76.9,7789,778.32

AC

76536 y9,778,x

0,103.24,857,25.22x

=+

=

==

++=

,

A razão ar combustível real é determinada considerando a percentagem de ar

teóricoα .

390

22222222 ZOYN0,103SOO4,85H7,25CO3,76NO7789S323,3

H2

9,7C

1287

++++→++++ )(., α

36,765.α.α9,778.3,76Y

10,875Z

1,57

10,5%CO%O

7,25Z

2

2

==

=

===

Considerando o CO2 da análise de Orsat:

2,3α

36,765.α10,8757,257,25

0,07

=

++=

Considerando a equação química:

2,11α

28751021030854227727789

=

+++= .,.,,.,.., α

Adotaremos 2,3α =

31,12,3.13,46AC

α.ACAC est

==

=

Isto significa dizer que o combustível é queimado com 230% de ar teórico ou

130% de ar em excesso.

Massa de ar necessária a combustão:

ar/h kg 116705,238 58031,1.3752,m

AC.mm

ar

combar

==

=

Massa total de gases:

kg/h 120457,8183752,580116705,238m

mmm

gases

combargase

=+=

+=

Perdas devido à água de refrigeração:

391

kg/h 88560kg/s 24,630)4,186.(74

4531,4)T.(Tcp

Qm

4531,4kW0,1.453140,1.PQ

)T(TcpmQ

ináguaoutáguaágua

águaágua

TOTALágua

ináguaoutáguaáguaáguaágua

==−

=−

=

===

−=

Perdas devido aos gases de exaustão:

kW 16238Q3600

273)38.(37116705.1,0273)5.1,080.(46120457,818Q

3600

TcpmTcpmQ

hmhmQ

gases

gases

ararargasesgasesgasesgases

arargasesgasesgases

=

+−+=

−=

−=

Perdas devido à radiação térmica para o meio ambiente:

kW 2470,6Q

22074162384531,445314Q

BHPQQPQ

LOSS

Loss

gaseságuaTOTALLOSS

=

−−−=

−−−=

Diagrama percentual de perdas:

392

12.13.2 Em um navio deverá ser instalado um grupo diesel gerador de emergência para

atender um consumo elétrico de 200 kW de motores elétricos de quatro pólos de 220

Volts da categoria IP 54 com rendimento de eixo de 90%, cujo fator de potência é de

0,85, 80 kVA de iluminação de fator de potência de 0,7 e 190 kW de resistências

elétricas para aquecimento de consumidores preferenciais no navio. Determine a

potência mínima necessária para o motor diesel do gerador de emergência em kW

considerando um rendimento do gerador de 90 %.

Solução:

Potências necessárias da carga elétrica de motores:

kVAR 6813722224261P

kVA 4261850

2222cosφ

PP

kW 222290

200R

PP

2222reativa

sutilmotoreaparente

motor

motores eletricamotores util

,,,

,,

,

,,

=−=−=

===

===

utilap PP

Potências necessárias da carga elétrica de lâmpadas:

kVAR 13575680P

kVA 80P

kW 5680.0,7.cosφPP

2222reativa

aparente

aparentelâmpadas util

,=−=−=

=

===

utilap PP

Potências necessárias das resistências elétricas:

0P

kW 190P

kW 190P

reativa

aparente

asresistênci util

=

=

=

Potência aparente do gerador:

kVA 487213576813719056200P

P

2gerador ap

22gerador ap

=++++=

+= ∑∑),,()(

reativautil PP

393

Fator de potência do gerador:

0,91487

19056200P

Pcosφ

apgerador

útil=

++==

Potência mínima de acionamento do motor diesel do gerador:

kW 492,40,9

487.0,91R

cosφPP

gerador

apgeradormotor minima ===

12.13.3 Em um navio cujo MCP tem 29000 kW de potência efetiva máxima contínua,

deverá ser instalado um turbo gerador com caldeira de recuperação de gases gerando

vapor para o referido turbo a 7 bar de pressão. Estimar a potência elétrica do turbo

gerador e o consumo de vapor da caldeira de recuperação de gases para a máxima

potência contínua do motor principal.

Solução:

kW 1189290000410P

K.BHPPg

EL

MCP

==

=

.,

ton/h 99120

04129000.1.0,(ton/h)m

120

.K(kW).fatorBHP(ton/h)m

vapor

cargamotorvapor

,==

=

12.13.4 Um motor Diesel marítimo desenvolve uma potência efetiva potência máxima

contínua de 11 580 kW (MCR). O motor tem 2 turbos carregadores de ar de

alimentação que será resfriado em dois estágios de arrefecimento através de água que

passa pelo interior das colméias do resfriador. Sabe-se que a vazão de água de

arrefecimento é de 25,5 m3/h para o primeiro estágio e 128 m3/h para o segundo

estágio de arrefecimento.

394

Quando o motor funciona com 80% da MCR, o ar de alimentação do motor

proveniente do compressor da turbina de gases de exaustão entra no primeiro estágio a

136 ºC e sai do mesmo a 105 ºC. Uma válvula reguladora de fluxo regula a temperatura

de entrada de água no resfriador do primeiro estágio de modo a manter constante a

temperatura de saída do referido estágio em 90 ºC. A temperatura da água do mar que

adentra cada resfriador é considerada de 27 ºC e o ar é admitido no MCP a 35 ºC.

a) Faça um esquema prático de bordo considerando a válvula reguladora de fluxo

b) Transforme este diagrama prático em um diagrama termodinâmico

c) Determine a temperatura que á água deverá adentrar o resfriador do primeiro estágio

para manter constante a saída do fluxo de água em 90 ºC

d) Determine a temperatura de saída da água de arrefecimento do segundo estágio.

Solução:

a) Esquema típico de um resfriador de ar de dois estágios:

b) Diagrama termodinâmico equivalente:

395

c) Temperatura de entrada da água do primeiro estágio (Twin1):

Calor dissipado no primeiro estágio para os dois resfriadores de ar:

( )

( )

kW 6617Q

105136465

11580.0,8Q

TT465BHP

Q

1

1

arout1arin11

,=

−=

−=

( )

C79,34º25,5.2

0,88.617,690T

2.V0,88.Q

TT

TT2.

0,88.QV

win1

1

1wout1win1

win1wout1

11

=−=

−=

−=

d) Temperatura de saída da água de refrigeração (Twout2) do segundo estágio:

Calor (Qe) dissipado no Segundo estágio:

396

( )

( )

kW 1394,6Q

35105465

11580.0,8Q

TT465BHP

Q

e

e

arout2arout1e

=

−=

−=

( )

C31,73º272.1,15.128

1394,6T

T2.1,15.V

QT

TT2.1,15.

QV

wout2

win2e

ewout2

win2wout2

ee

=+=

+=

−=

12.13.5 Uma caldeira auxiliar de um navio gera 8000 Kg/h de vapor saturado na

pressão de 10 bar (180ºC) com água de alimentação entrando a 85ºC.O óleo

combustível de poder calorífico 42636 kJ/kg é recebido e aprovado para uso a bordo

após a conferência e análise pelo chefe de máquinas do navio tendo composição

percentual em massa de 84 % de carbono, 12 % de hidrogênio, 1,5% de enxofre, 1,5%

de oxigênio, 0,5 % de nitrogênio e 0,5 % de água misturada ao combustível. A análise

de Orsat de gases indicou a composição volumétrica percentual de 10,8 % de gás

carbônico, 7,4% de oxigênio e o restante de 81,8 % que se supõem ser nitrogênio. A

temperatura ambiente é de 30ºC e os gases saem da caldeira a 200ºC sendo a taxa de

umidade do ar e a área da superfície externa da caldeira de 0, 026 kgágua/kgar e 95m2.

Determine

a) A relação ar combustível estequiométrica da combustão

b) A relação ar combustível real da caldeira

c) As diversas perdas expressas em percentagens

d) A eficiência térmica e o consumo estimado de combustível da caldeira

e) A massa de ar necessária a combustão

f) A massa de gases que saem da caldeira

397

São dados:

Calor especifico dos gases secos = 0,96kJ/kg. K

Calor específico do vapor dágua = 1, 881kJ/kg. K

Calor latente de evaporação da água = 2441 kJ/kg

Velocidade do vento ao redor da superfície externa da caldeira= 3,8 m/s

Temperatura da superfície externa da caldeira= 85ºC

Entalpia do vapor saturado seco=2780 kJ/kg

Entalpia da água de alimentação=355kJ/kg

Solução:

a) Relação ar combustível estequiométrica.

Adotando a equação utilizada pelo Bureau of Energy Efficiency:

{ }[ ]{ }[ ]

combarest

est

22est

/kg13,92kgAC

/1004,35.1,5/8)5134,8(1211,6.84AC

/1004,35S/8)O34,8(H11,6CAC

=

+−+=

+−+=

,

Adotando a estequiometria:

Composição volumétrica do combustível:

0,0468mols1,5/32S

6mols12/2H

7mols84/12C

2

==

==

==

0,0277mols0,5/18OH

0,0178mols0,5/28N

0,0468mols1,5/32O

2

2

2

==

==

==

Reações parciais dos componentes do combustível:

10mols0,04680,046837OOO

0,0468SO0,0468O0,0468S

O6H3O6H

7CO7O7C

2comb2est2teórico

22

222

22

=−++=−=

→+

→+

→+

398

Reação estequiométrica da combustão:

comb

arest

2222222222

kg

kg7313

10037,6.2810.32

AC

37,618N0,0468SOO6,5H7CO37,6N10OOH180,5

N280,5

O321,5

S321,5

6H7C

,=+

=

+++→+++++++

Erro percentual= 1,38%.100AC

AC(AC

reação

reação)BUREAU=

Como este erro é desprezível adotaremos o recomendado pelo BUREAU:

ACest=13, 92 kgar/kgcomb

b) Relação ar combustível real da caldeira:

Utilizando a estequiometria e a análise de Orsat para os gases:

22222222222 YNZO0,0468SOO6,5H7CO)37,6Nα(10OOH180,5

N280,5

O321,5

S321,5

6H7C ++++→+++++++

795478850Z

685010,87,4

%CO%O

7Z

2

2

,.,

,

==

===

Efetuando o balanço de oxigênio:

1,5α

2795420468056142018

502

3251

=

+++=++ .,.,,,

.,

α

O excesso de ar é então de 50%.

Verificando pela equação recomendada pelo Bureau:

%O21-

%100.OEA(%)

2gases

2gases=

54,4%7,4-21

100.7,4EA(%) ==

Adotaremos o valor de 54%.

399

comb

ar

est

kg

kg 21,4913,92

10054,4

1AC

AC100

EA(%)1AC

=

+=

+=

Massa de gases secos por kg de combustível.

kg 1,741313,92).0,2-(21,49).0,23AC(ACOO

Kg 16,5523100

21,49.771000,5

100

AC.77100

NN

Kg 0,03 32

.641001,5

32

.64100S

SO

kg 3,08 12

.4410084

12

.44100C

CO

est2exc2

2comb2

2

2

==−==

=+=+=

===

===

comb

gasescombartotalgases

comb

secosgases

gasessecos

kg

kg22,49mmm

kg

kg 21,4m

=+=

=

c) Perdas térmicas em percentagem:

Perdas Devido aos gases secos.

%91842636

)30,96.(200100.21,4.0H

)T(Tc100mPgs(%)

comb

argaspgasgs,=

−=

−=

Perdas Devido à evaporação da água devido à presença de H2 no combustível.

%,,

(%)

(%)

99642636

)30(2008819.12(2441PH

H

)T(Tc(H9.HPH

2

comb

argasPvaporLvapor2comb2

=−+

=

−+=

400

Perda devido à mistura de água presente no combustível da caldeira:

% 0323042636

30)-(2008810,5.(2441PM

H

)T(TcM.(HPM

comb

argasPvaporLvapor

,,

(%)

(%)

=+

=

−+=

-

Perda devido à presença de água no ar (umidade):

% 41042636

)30(2000,026.1,88100.21,49.(%)Par

H

)T(T.c100.AC.w(%)Par

um

comb

argasPvaporáguaum

,=−

=

−=

Perda devido à radiação e convecção para o meio ambiente:

22

1,251,25as

444

a

4

s

1,25as

4

a

4

s

kW/m 4681W/m146844311293848395480Prc

44368,9

68,9196,85.3,868,9

68,9196,85Vm

1129330)-1,957(85)T1,957.(T

8483955,55

2733055,55

2738555,55

T

55,55

T

68,968,9196,85Vm

.)T1,957.(T55,55

T

55.55

T0,548.Prc

,,.,,.,

,

,

,

==+=

=+

=+

==−

=

+−

+=

+−+

=

%,33042636

95100.1,468.Prc(%) ==

d) Eficiência térmica e consumo de combustível:

%,,,,,, 38333041003230996918100n

PrcParPMPHPgs100n

tc

um2tc

=−−−−−=

−−−−−=

kg/h 546,23m355-2780

342636.0,83m8000

hh

nHm(kg/h)m

comb

comb

águavapor

tccombcombvapor

=

=

=−

401

e) Massa de ar necessária a combustão:

kg 11738,482321,49.546,AC.mm combar ===

f) Massa de gases:

kg/h 12284546,2311738,48mmm combargases =+=+=

12.13.6 A turbina de um turbo gerador naval recebe 5000 kg/h de vapor na pressão de

10 bar e 400 ºC.O vapor é descarregado na pressão de 0,05bar e o trabalho de efetivo

medido no eixo da turbina é de 1074 kW. Utilizando o diagrama de Mollier, determine:

a) O calor transformável

b) A potência teórica da turbina

c) O rendimento térmico teórico

d) A potência indicada se o rendimento interno de máquina for de 85%

e) Os rendimentos térmicos indicado e efetivo

f) O rendimento mecânico

g) As taxas de vapor teórica, indicada e efetiva

h) Se o rendimento elétrico do gerador for de 92%, determine a potência elétrica gerada

i) Faça um diagrama de potência simplificado do turbo gerador

São dados:

Entalpia da água a 0,05bar = 137,75 kJ/kg

402

Solução:

Diagrama de Mollier:

Diagrama simplifiocado de Mollier Fonte:Borgnakke,Sonntag (termodinâmica, 7 ed, 2009, Ed Blucher)

403

a) Calor transformável:

kW 4364,243600

137,75)5000.(3280Q

)h(hmQ lsevapor

=−

=

−=

b) Potência teórica ou produzida:

kW 1361WT3600

230032805000WT

)h(hmWT 2sevapor

=

−=

−=

).(

c) Rendimento térmico teórico:

%231244364

1361Q

WTnt ,

,===

d) Potência Indicada com rendimento interno de máquina de 85%:

kW 1156,85 WTi

0,85.1361nmi.WTWTi

hhhh

WTWTi

nmi2s1

21

=

==

−==

e) Rendimentos térmicos indicado e efetivo:

% 5126244364851156

QWTi

nti ,,

,===

% 624244364

1074Q

WTente ,

,===

f) O rendimento mecânico:

%,

93851156

1074WTiWTe

nm ===

404

g) Taxas de vapor teórica, indicada e efetiva:

kg/kW.h 65410745000

WTe

mT

kg/kW.h 324851156

5000WTi

mT

kg/kW.h ,151244364

5000WT

mT

vaporVefetiva

vaporVindicada

vaporVteórica

,

,,

,

===

===

===

h) Potência elétrica gerada para um rendimento de gerador de 92%:

kW 9880,92.1074WTenWWTe

Wn

geradorgerador

geradorgerador

===

=

.

i) Diagrama de potência simplificado do turbo gerador.

Rendimento térmico global combinado do turbo gerador.

% 22,64364,24

988Q

Wn gerador

geradorTg ===

405

12.13.7 Um navio de propulsão de vapor tem a sua planta de balanço térmico

simplificada com potência propulsiva de 23882 kW conforme ilustrado na figura.

Fonte: Birnie, Marine Steam Engines and Turbines, BUTTERWORTH’S, London, 1980

As vazões de vapor e água são expressas em kg/s e a pressão e temperatura em bar e

ºC. O tanque desarejador está 18 m acima da bomba dágua de alimentação e a bomba

dágua de circulação do condensador tem altura de elevação de 4,5m.

O manual do navio fornece ainda as seguintes informações:

Diagrama de Mollier com entalpias calculadas.

Vazão da água de circulação do condensador = 75kgágua/kgvapor condensado

406

Rendimento mecânico da bomba dágua de circulação = 60%

Pressão de descarga da bomba dágua de alimentação= 1,3. Pvapor superaquecido caldeira

Perda de pressão na linha de sucção do tanque desarejador = 0, 35 bar

Volume específico da água de alimentação a 139 ºC= 0, 00108 m3/kg

Entalpia do vapor superaquecido a 65 bar e 512 ºC = 3444, 8 kJ/kg

Entalpia do vapor saturado a 65 bar = 2777 kJ/kg

Entalpia da água saturada a 213 ºC= 911 kJ/kg

Pressão de saturação a 213 ºC= 20 bar

Diagrama de Mollier para a instalação de vapor de 23882 kW.

Fonte: Birnie, Marine Steam Engines and Turbines, BUTTERWORTH’S, London, 1980.

407

Considerando estes dados, faça o balanço térmico simplificado desta instalação.

Solução:

a) Potência indicada desenvolvida pelas turbinas:

Turbina de alta pressão:

kW 154603195890223198399724923152526WTAP =++= ,.,,.,,.,

Turbina de baixa pressão:

kW 111941263426619629371820WTBPI =+= ,.,,.,

WTotal=26654 kW

b) Potência da bomba dágua de circulação no condensador:

kW 107,21000.0,6

4,5..9,80665.75.19,42661000.n

.g.HmP

bomba

eleváguacircbomba ===

c) Potência da bomba dágua de alimentação da caldeira:

kW72890,8

3.0,00108480).26,92-(8450

n

.v).mP(PP

kPa 845084,5bar1,3.65P

caldeira) na dágua entrada a garantir para ior,(30¨%superP31P

bar 4,8480kPa0,35.100000,00108.10

9,80665.18351,3P

1000vg.H

PP

kPa 6500bar 65P

kPa 351,3bar 3,513P

/kgm 0,00108v

térmico) balanço de diagrama ver ( kg/s 92326m

bomba

esptaçãoáguaalimensucdescbombaA

desc

aquecidovaporsuperdesc

erdasesp.

suctanquesuc

aquecidovaporsuper

tanque

3esp

taçãoáguaalimen

,

.,

,

==−

=

===

=

==−+=−+=

==

==

=

=

408

d) Perdas de Potência em relação a desenvolvida pelas turbinas:

kW715687289210748062388226654P

PPPWWP

kW 806,40,93750

n

PP

potência erdas

bombaAbombageradorhéliceTotalpotência erdas

gerador

eletricagerador

,,,, =−−−−=

−−−−=

===

e) Rendimentos de máquina interno das turbinas:

86%563,2/652n

87%7625,5/718,n

miBAIXA

miALTA

==

== (ver diagrama de Mollier da instalação)

f) Calor útil do combustível necessário a produção de vapor:

Entalpia da água de alimentação a 84, 5 bar e 213 ºC:

kJ/kg 917,45 2000)0,001(8450911h

)P0,001(Phh

L

Csat213ºbombaACL213ºL

=−+=

−+=

Primeira lei aplicada a caldeira:

kW 67925,3Q

277717750834447455264591792326Q

hmhmQ

vapor

vapor

sseevapor

=

+=+

=+ ∑∑.,,.,,.,

g) consumo de combustível da instalação de vapor (duas caldeiras):

Para caldeiras de propulsão naval com turbina a vapor um bom óleo combustível

deve ter um poder calorífico de 43032 kJ/kg e uma eficiência media de 89%.

ton/dia 551kg/h 6457kg/s 1,790,88.43032

67925,3.Hn

Qm

combcald

vaporcomb =====

h) Taxa de vapor da instalação:

h4,05kg/kW..36002388226,923

P

mT

hélice

vaporvapor ===

409

i) Rendimento térmico global da instalação:

% 3143032791

23882Hm

Pn

combcomb

hélicetérmico ===

.,

12.3.8 A instalação de refrigeração de uma central de ar condicionado de um navio

funciona com o R-410 A e possui um compressor de 8 cilindros com diâmetro e curso

de 70 mm (70x70) sendo a rotação de 1800 rpm. As temperaturas de condensação,

evaporação, aspiração e descarga do compressor são respectivamente 40ºC, -10ºC,

10ºC e 90ºC. Considerando uma eficiência volumétrica de 65 % e utilizando o diagrama

pressão entalpia do R-410 A, determine:

a) O fluxo de massa do refrigerante

b) O calor rejeitado na condensação

c) A capacidade de refrigeração da instalação

d) A potência absorvida na compressão do refrigerante

410

Solução:

Diagrama pressão entalpia para o R-410 A

Fonte: DUPONT, charter of refrigerant 410 A, 2009

O diagrama pressão entalpia é construido traçando as linhas de 40 ºC e -10 ºC e

interceptando estas linhas com as temperaturas de 90 ºC e 10 ºC. Foi

considerando um subresfriamento padrão de 5º para o refrigerante na fase líquida

que adentra a expansora (35ºC). Traçando as verticais pelos pontos de descarga,

sucção e entrada na expansora obtemos as entalpias do refrigerante nos

referidos pontos.

a) Fluxo de massa da instalação de refrigeração:

/kg)(m4.v

(rps)φ.Curso.n.N3,14.Dm

3esp

V2

ref =

411

kg/h 30240,84kg/sm4.0,05

.0,6560

1800.0,07.8.3,14.0,07

m

ref

2

ref

==

= (Kg/s)

b) Calor rejeitado na condensação:

kW 2193260490840Q

)h(hmQ

cond

expansora saidadescargarefcond

,).(, =−=

−=

c) Capacidade de refrigeração da instalação:

kW 2151260440840Q

)h(hmQ

evap

expansora saidasucçãorefevap

,).(, =−=

−=

d) Potência absorvida na compressão do refrigerante:

CV) (57kw 42)440(490840W

)h(hmW

comp

sucçãodescargarefcomp

=−=

−=

,

12.13.9 Estimar a vazão necessária para cada purificadora de óleo diesel e lubrificante

para tres MCAS de um navio de 2171, 6 kW cada com consumo específico de 259

kW/kg.h e densidade de 0, 96 kg/l funcionando 24 h.

Solução:

l/h 1758000,96.24.10

59.243.2171,6.2Q

u.T.1000

.24MCR.cQ s

pesado ´0leo

==

=

l/h 11081,6)0,17(3.217Q

K.PQ lub

==

=

12.13.10 Determine a área necessária de troca de calor para os aquecedores a vapor

de óleo pesado e lubrificante utilizados nas respectivas purificadoras para um MCP de

31125 kW de potência máxima continua com consumo específico de óleo pesado de

171 g/kW. h. São dados:

Densidade do óleo pesado = 0, 8 ton/m3

Densidade do óleo lubrificante= 0, 9 ton/m3

412

Temperaturas do tanque de sedimentação de óleo pesado=62 ºC

Temperatura do tanque de armazenamento do óleo lubrificante =30 ºC

Temperatura do vapor no aquecedor de óleo pesado=140 ºC

Temperatura do vapor no aquecedor de óleo lubrificante= 100ºC

Temperatura de sáida no aquecedor de óleo pesado = 90 ºC

Temperatura de saida do aquecedor de óleo lubrificante= 60 ºC.

Solução:

Vazão necessárias de óleo pesado e lubrificante para uma purificadora.

6614l/h 00,8.24.1002431125.170.

Q

u.T.1000

.24MCR.cQ

pesado óleo

spesado óleo

==

=

l/h 5291)0,17(31125Q

K.PQ

lub

lub

==

=

Superfícies necessárias de troca de calor dos aquecedores de óleo pesado e

lubrificante.

2lub

2pesado óleo

12V

12

m 56)

23060

400.(100

)30(60 0,9. 5291.S

m 418)

26290

400.(120

62)(90 0,8. 6614.S

)2

TT400.(T

)T(T µ. Q.S

,

,

=+

−=

=+

−=

+−

−=

12.13.11 A ventilação da praça de máquinas de um navio torna-se necessária para

renovar o ar e permitir uma temperatura adequada ao trabalho dos tripulantes.

Considere uma praça de máquinas com volume de 2100 m3 de permeabilidade 0,85 e

30 trocas /h de ar. Determine a vazão necessária de ventilação desta praça de

máquinas.

413

Solução:

/sm 14,9/hm 53550302100.0,85..N.µVQ 33rppmvent ====

12.14.12 Na praça de máquinas de um navio encontram-se instalados um MCP de 2T

29000 kW e 3 geradores de 4T com 1200 kW cada. Considere o comprimento dos

dutos de descarga de 25 m para o MCP e MCA. Utilizando as normas ABNT NB-

268/75, determine a potência necessária de ventilação desta praça de máquinas se a

altura de carga é de 50 mcar (metros de coluna de ar).

Solução:

)(, vghtotal QQQ21Q ++= (m3/s)

/sm 134,54429,427,275,5)QQ1,2(QQ

/sm 29,427,2)0,4(75,65151,15.1,01.

1048162870Q

)Q0,4(Q.DT.cρ

φφφφQ

kW 102.0,2.25.LC.LCφ

48kW1200.0,04.FPφ

kW 162.31200.0,045.n.FPφ

kW 87029000.0,03.FPφ

/s7,2m1,15

3.31200.0,002ρ

.nMPQ

/s75,65m1,15

329000.0,00ρ

MPQ

3vghTOTAL

3v

ghParar

dgegDGhv

dgMCASdgMCASMCPdgMCPm dgdge

MCA1DGg

MCASMCADGDG

MCPMCPh

3

ar

MCAardDGg

3

ar

ardMCPh

=++=++=

=+−+++

=

+−+++

=

==+=

===

===

===

===

===

Potência total de ventilação:

kW61101000.0,7

4,544.501,15.10.131000.n

.H.g.QµP

vent

aTOTALarvent ,===

414

12.13.12 Estimar a capacidade dos tanques de armazenamento, servico e borra de um

navio com uma caldeira auxiliar de 40000 kg/h de vapor, um MCP de 31500 kW, e tres

motores diesel geradores de 1200 kW cada. São dados:

Fator de consumo específico = 1, 03

Fator de expansão = 0, 96

Massa especifíca do óleo pesado = 0, 95 ton/m3

Consumo específico do MCP = 170 g/kW. h

Consumo específico dos MCAS = 229 g/kW. h

Consumo especifico da caldeira auxiliar = 50 g/kgvapor

Autonomia de viagem = 700 horas

Tempo de manobra da caldeira no porto = 10 horas

Tempo de carga e descarga no porto com a caldeira funcionando = 48 horas.

Número de paradas nos portos para carga e descarga = 10

Número de tanques de óleo pesado = 4

Número de tanques de sedimentação= 1

Número de tanques de servico do MCP = 1

Número de tanques de servico do MCA = 1

Número de tanques de servico da caldeira = 1

Número de tanques de borra = 1

415

Solução:

3

tanques

óleopesadozenamentoTanquearma

36óleopesado

6ope

mcpcpmcasmca.mca.mcpssóleopesado

m 17044

6815n

VV

m 681500,960,95.1

)108.50.4000(4101200229370.315001,03(700(11,1.V

.10.ρf

)T(T.Q.cNBHPcN.BHP(A(cf1,1.V

===

=++++

=

+++=

)..

)

Volume do tanque de servico do MCP e MCA considerando operação continua de

24 horas:

6ope

ssOPS

.10.ρf

.BHP.T)(cf11V .,= (m

3)

36OPSMCA

36OPSMCP

m 25 100,96.0,95.

.1200.24)1,03(229.311V

m 160100,96.0,95.

1500.24)1,03(170.311V

==

==

.,

.,

Volume do tanque de serviço da caldeira considerando no porto operação

contínua de 24 horas.

366

ope

pcsOPSCAL 60m

100,96.0,95.

000.241,03.50.401,1.

.10.ρf

.T.Qcf1,1.V ===

O volume do tanque de sedimentação será estimado com uma capacidade 50%

maior que a soma dos volumes dos tanques de servico, em número de dois

tanques.

3OPSCALOPSMCAOPSMCPOPSED m 368)VV1,5.(VV =++=

Volume do tanque de borras.

36OPborras

6op

smcpOPborras

m 410,95.10

.170.24.300,01.31500V

.10ρ

.24.D.c0,01.BHPV

==

=

416

Massa armazenada em cada tanque de óleo pesado

ton16191704950.Vρm OPOPOP === .,

12.13.13 Um tanque de armazenamento de óleo pesado tem a forma de um

paralepípedo com dimensões 4 m x 6 m x 15 m. A massa específica e o calor específico

do óleo são 950 kg/m3 e 1,881 kJ/kg.K . As faces A são voltadas para a praça de

máquinas enquanto que as faces B e C são voltadas para um tanque de óleo e para a

água do mar (costado). Considere que este tanque será aquecido durante uma hora .

Determine o consumo de vapor de aquecimento de 3 bar de pressão sabendo que o

mesmo adentra o tanque na fase saturado e sai como líquido saturado na mesma

pressão de entrada.

São dados:

Coeficiente de transmissão do calor das anteparas A=4,65 W/m2K

Coeficiente de transmissão do calor das anteparas B= 11,62 W/m2K

Coeficiente de transmissão de calor da antepara C = 17,5 W/m2K

Temperatura inicial do óleo no tanque = 25ºC

Temperatura final no tanque = 40ºC

Diferença de temperatura nas anteparas A = 20ºC

Diferença de temperatura na antepara B = 2ºC

Diferença de temperatura na antepara C= 30ºC

Entalpia do vapor a 3 bar = 2724,9 kJ/kg

Entalpia da água saturada a 3 bar = 561,43 kJ/kg

417

Soluçaõ:

Massa de óleo pesado contido no tanque.

kg 3420001564950.Vρm OPOPOP === ...

Fluxo de calor em uma hora.

kW 426803600

1588113420003600

.DTm.cQ anquepoleo

tanque ,.,.

===

Fluxo de calor pelas anteparas A:

15,624kW15624W04,65.168.2U.S.DTQ

m 1682.4.152.4.6S

A

2

====

=+=

Fluxo de calor pela antepara B:

kW 12W62091.90.26211U.S.DTQ

m 906.15S

A

2

,,, ====

==

Fluxo de calor pela antepara C (costado):

kW 2547W47250.90.30517U.S.DTQ

m 906.15S

A

2

,, ====

==

418

Fluxo total de calor pelas anteparas:

kW 2745,447,252,115,6242680,4QTOTAL =+++=

Consumo de vapor para o tanque:

kg/h 4572kg/s 1,27561,432724,9

2745,4hh

Qm

LV

TOTALvapor ==

−=

−=

419

REFERÊNCIAS ANNAMALAI, Kalian. Advanced Thermodinamics Engineering, CRC Press, 1 ed, 2002. BIRNIE, S.C. Marine steam engines and turbines. 2 ed, Butterworths, London, 1980. BORGNAKKE, Sonntag. Fundamentos da Termodinâmica. tradução Euryale de Jesus Zerbini 7 ed, editora Blucher, São Paulo, 2009. CERBE, Günter e Hoffmann. Introdução a Termodinâmica. 2 ed, editora polígono, 1973. GONZALES, Payri. Problemas de Motores Térmicos, 1 ed, Universidade Politécnica de Madri, 1989. HARRIMGTON, Roy L. Marine Engineering, 3 ed, the Society of Naval Architeture and Marine Engineers, New York, 1980. JOEL, Rainer. Basic Engineering Thermodinamics, 4 ed, Longman scientific e technical, 1986. KERN, Donald Q. Processos de transmissão de calor, tradução Adir M.Luiz 1ed, editora Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 1980. TREVISAN, W. Manual termo técnico, 1 ed, Instituto Brasileiro de edições científicas São Paulo, 1980. MORAN, J. M. e SHAPIRO, H. N. Princípios de termodinâmica para engenharia, 4 ed, Livros. Tec. Cient., 4 a ed, 2002 POTTER, Meller. Termodinâmica, 1 ed, Thomson Learning, 2006 POTTER, Meller. Ciências Térmicas, 1 ed, Thomson Learning, 2006. PERRY, Robert H.; CHILTON, Cecil H. Manual de engenharia química, 5 ed, editora Guanabara dois, Rio de Janeiro, 1986. SONNTAG, Van Wiley, G. J. Fundamentos da Termodinâmica, editora Blucher, 2003. SULZER. General technical data for RTA 52, RTA 62, RTA 72 and RTA 84 M marine diesel engines, dept 0756, 1986. YUNUS A Çengel, BOLES ,Michael A. Termodinâmica, tradução Kátia Aparecida 5 ed, São Paulo, McGrawHill, 2006.

420

INCROPERA, F.P. e WITT, D.P. Fundamentos de transferência de calor e massa, 5 ed, editora livros técnicos e científicos, Rio de Janeiro, 2003. PEREGRINO, Walfrido. Processos Termodinâmicos, 1 ed. CIAGA 1979 PEREGRINO, Walfrido. Trocadores de calor, CIAGA, 1 ed, 1980.

421

APÊNDICE

TABELAS E DIAGRAMAS

Tabela A-1. Massa molar, constante dos gases e propriedades do ponto crítico.

Tabela A-2. Calor específico dos gases a 300 K e temperatura variável

Diagrama de compressibilidade generalizada 0<Pr<1

Diagrama de compressibilidade generalizada 0< Pr< 7

Diagrama de compressibilidade generalizada 0< Pr < 40

Tabela A- 4. Água saturada entrada com a temperatura.

Tabela A-5. Água saturada entrada com a pressão.

Tabela A-6 Vapor dágua superaquecido.

Tabela A-7 Água líquida comprimida.

Diagrama de Mollier para a água.

Tabela A-11. R-134 a saturado entrada com a temperatura.

Tabela A-12. R-134 a saturado entrada com a pressão

Tabela A-13. R-134 a superaquecido.

Tabela A-14. R-22 saturado

Tabela A-15 R-22 superaquecido.

422

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill, 2006

423

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill, 2006

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill, 2006

424

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill, 2006

425

Fonte: Kalian. Advanced Thermodinamics Engineering, CRC Press, 1ed, 2002

426

Fonte: Kalian. Advanced Thermodinamics Engineering, CRC Press, 1ed, 2002

427

Fonte: Kalian. Advanced Thermodinamics Engineering, CRC Press, 1ed, 2002

.

428

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006.

429

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006

430

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006

431

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006

432

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006

433

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006

434

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006

435

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006

436

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006

437

Diagrama de Mollier para a água

Diagrama simplificado de Mollier Fonte:Borgnakke,Sonntag (termodinâmica, 7 ed, 2009, Ed Blucher)

438

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006

439

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006

440

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006

441

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006

442

Fonte: Cengel, Yunus. Termodinâmica 5 Ed, editora McGrawHill 2006

443

Fonte: Trevisan, manual temo técnico,1ed,1980, editora IBEC

444

Fonte: Trevisan, manual temo técnico,1ed,1980, editora IBEC