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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. João Goulart 24 º presidente do Brasil Mandato 7 de setembro de 1961 a 1 de abril de 1964 Vice-presidente nenhum Primeiro- ministro Tancredo Neves Francisco de Paula Brochado da Rocha Hermes Lima Antecessor(a) Ranieri Mazzilli Sucessor(a) Ranieri Mazzilli Vice-presidente do Brasil Mandato 31 de janeiro de 1956 a 7 de setembro de 1961 Antecessor(a) Café Filho Sucessor(a) José Maria Alckmin Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio doBrasil Mandato 18 de junho de 1953 a 23 de fevereiro de 1954 Antecessor(a) José de Segadas Viana Sucessor(a) Hugo de Araújo Faria

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

João Goulart

24º presidente do Brasil 

Mandato 7 de setembro de 1961a 1 de abril de 1964

Vice-presidente nenhum

Primeiro-ministro Tancredo NevesFrancisco de Paula Brochado da RochaHermes Lima

Antecessor(a) Ranieri Mazzilli

Sucessor(a) Ranieri Mazzilli

Vice-presidente do Brasil 

Mandato 31 de janeiro de 1956a 7 de setembro de 1961

Antecessor(a) Café Filho

Sucessor(a) José Maria Alckmin

Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio doBrasil 

Mandato 18 de junho de 1953a 23 de fevereiro de 1954

Antecessor(a) José de Segadas Viana

Sucessor(a) Hugo de Araújo Faria

Vida

Nascimento 1 de março de 1919

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São Borja, RS

Falecimento 6 de dezembro de 1976 (57 anos)Mercedes, Argentina

Partido PTB

Profissão advogado

ver

João Belchior Marques Goulart (São Borja, 1º de março de 1919 [Nota 1]  — Mercedes, 6 de

dezembro de 1976), conhecido popularmente como "Jango", foi um político brasileiro e o

24° presidente de seu país, de 1961 a 1964. Antes disso, também foi vice-presidente,

de 1956 a 1961, tendo sido eleito com mais votos que o próprio presidente, Juscelino

Kubitschek.

A família de Goulart era de ascendência portuguesa, sendo ele filho de Vicente

Goulart, estancieiro do Rio Grande do Sul que tinha grande influência na região, ajudando

em sua entrada na vida política. Formou-se em Direito na Universidade Federal do Rio

Grande do Sul em 1939. Foi deposto pelo Golpe Militar de 1964, liderado pelo alto escalão

do Exército.

Índice

  [esconder] 

1 Infância e adolescência

2 Carreira política

o 2.1 Começo no PTB

3 Ministro do Trabalho

4 Vice-presidente

5 Presidente da República

o 5.1 Um governo reformista

o 5.2 Jango e os militares

o 5.3 O Golpe de 1964

6 Morte

7 Homenagens e anistia

8 Notas

9 Bibliografia

10 Referências

11 Ver também

12 Ligações externas

[editar]Infância e adolescência

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João Goulart nasceu na Estância de Yguariaçá, no distrito (hoje município) de Itacurubi,

em São Borja, no Rio Grande do Sul, em 1º de marçode 1919. Seus pais eram Vicente

Rodrigues Goulart, um estancieiro e coronel da Guarda Nacional que havia lutado a favor

de Borges de Medeiros na Revolução de 1923, e Vicentina Marques Goulart, uma dona-

de-casa. A maioria das fontes indica seu ano de nascimento como sendo 1918, mas na

verdade é 1919. Isso acontece por causa de uma segunda certidão de nascimento que seu

pai mandou fazer, na qual foi acrescentado um ano na idade de Jango para que ele

pudesse ingressar na Faculdade de Direito de Porto Alegre.

Seu avô materno, Belchior Rodrigues Goulart, descendia de imigrantes açorianos que

chegaram no Rio Grande do Sul na segunda metade doséculo XVIII. No grupo dos

primeiros açorianos a se estabelecerem em solo gaúcho, mais especificamente em Rio

Grande, no ano de 1749, e no Porto de Viamão, em 1752, havia pelo menos

três imigrantes que usavam o sobrenome de origem flamenga "Govaert", que pode ter sido

depois modificado para Goulart. Mas tanto os nomes Govaert ou Gouvaert, como Goulars,

Goulard ou Goulart têm registro entre as famílias daValônia e de Bruxelas, mas como duas

famílias diferentes.[1]

Quando Jango nasceu, a Estância de Yguariaçá era um ponto isolado no interior do

município de São Borja. Sua mãe Vicentina, não teve, portanto, nenhuma assistência

médica no momento do parto. Mas teve, entretanto, a importante ajuda de sua mãe, Maria

Thomaz Vasquez Marques, que impediu a ocorrência de um infortúnio na família. De

acordo com a irmã de Jango, Yolanda, "minha avó foi quem conseguiu reanimar o

Janguinho que, ao nascer, já parecia estar morrendo”. Como a maioria dos descendentes

de açorianos, Maria Thomaz era umacatólica muito devota. Enquanto reanimava o neto,

aquecendo-o junto ao corpo, ela rezava para São João Batista. Ela prometeu ao santo que

se o recém-nascido sobrevivesse, receberia seu nome, e não teria seus cabelos cortados

até os três anos de idade, quando, vestido de São João Batista, acompanharia a procissão

de 24 de junho.

Jango era o mais velho de oito irmãos. Teve cinco irmãs – Eufrides, Maria, Yolanda, Cila e

Neuza – e dois irmãos, ambos falecidos prematuramente; Rivadávia (n. 1920) morreu seis

meses após nascer, e Ivan (n. 1925), a quem era profundamente ligado, morreu

de leucemiaaos 33 anos de idade, em 1958, quando Jango já era Vice-Presidente da

República.

Após passar a infância em Yguariaçá, Jango partiu para o município vizinho de Itaqui para

estudar, como resultado da decisão de seu pai de formar uma parceria com Protásio

Vargas, irmão deGetúlio, após arrendarem um pequeno frigorífico naquele município de

um empresário inglês. Enquanto Vicente permaneceu à frente do negócio nos dois anos

seguintes, Jango estudou no Colégio das Irmãs Teresianas, junto com suas irmãs. Apesar

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de ser um colégio misto durante o dia, apenas as garotas podiam passar a noite

no internato. Então ele tinha que dormir na casa de amigos de seu pai. Foi em Itaqui que

Jango apaixonou pelo futebol e desenvolveu gosto pela natação em um açude localizado

no terreno do frigorífico.

Após retornar ao município de São Borja, com o fim de sua experiência como parceiro no

frigorífico, Vicente decidiu matricular Jango no Ginásio Santana, escola pertencente

a Irmãos Maristasem Uruguaiana. Jango cursou as quatro primeiras séries no internato

Santana, mas, ao final de 1931, foi reprovado. Irritado com o fraco desempenho do filho

naquela escola, Vicente decidiu mandá-lo estudar no Colégio Anchieta, em Porto Alegre.

Embora esta fosse sua primeira vez na capital do estado, Jango não teve nenhum

problema de adaptação, já que foi morar numa pensão em companhia dos amigos Almir

Palmeiro e Abadé dos Santos Ayub, este último de São Borja e muito ligado a ele.

Conhecedores das habilidades excepcionais de Jango nos jogos de futebol da escola,

onde atuava na posição de lateral-direito, Almir e Abadé o convenceram a fazer um teste

para o time infanto-juvenil do Sport Club Internacional. Jango conseguiu ser selecionado e

passou a dividir os períodos de aula no Colégio Anchieta com os treinos e jogos do

Internacional. Em 1932 foi campeão estadual na categoria infanto-juvenil.

O centroavante da equipe juvenil, Salvador Arísio, relatou que Jango era "um guri

excepcional, meio fechado e muito, muito bom". Apesar de ser originário de uma família

rica, ele nunca usou a influência do pai para conseguir qualquer coisa dentro do clube,

segundo Arízio.

Ainda em 1932, Jango completou a terceira série do então curso ginasial no Colégio

Anchieta, com uma atuação um tanto irregular, o que se repetiria durante os estudos na

Faculdade de Direito. De volta a Uruguaiana, Jango concluiu o ensino médio no Ginásio

Santana.

[editar]Carreira política

Jango ao Lado de Nereu Ramos e JK

Mandado para Porto Alegre após concluir o ensino médio, Jango cursou a Faculdade de

Direito, a fim de satisfazer as necessidades do pai, que desejava ver seu primogênito com

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um diploma de ensino superior. Lá, ele restabeleceu contato com os amigos de infância

Abadé Ayub e Salvador Arísio, ao mesmo tempo em que consolidou novas amizades

através de incursões na vida noturna da capital do estado. Foi durante este período de

intensa boemia que Jango contraiu uma doença venérea que paralisou seu joelho

esquerdo quase por completo. Mesmo após caros tratamentos médicos, incluindo uma

viagem para São Paulo, Jango perdeu a esperança de que andaria normalmente de novo.

Por causa da paralisia do joelho, Jango se formou separadamente do resto de sua turma,

em 1939. Ele nunca atuaria no ramo do Direito.

Logo em seguida, Jango voltou para São Borja. Entretanto, seu abatimento em razão do

problema na perna era visível. Ele se afastou do resto da cidade e passou a viver recluso

no interior do município, na Estância de Yguariaçá. Arrumou novos amigos entre os peões

da estância. Mas o abatimento em razão do problema do joelho não durou muito. Jango

logo voltou a frequentar a cidade, tendo assumido publicamente o problema na perna ao

desfilar na Ala dos Rengos do bloco carnavalesco Comigo Ninguém Pode.

[editar]Começo no PTB

Vicente morreu em 1943, deixando ao filho mais velho a responsabilidade de cuidar de

suas propriedades rurais. Jango logo se tornou um dos estancieiros mais influentes da

região. Após a renúncia de Getúlio Vargas e seu retorno a São Borja em outubro de 1945,

Jango já era um homem rico antes dos 30 anos de idade. Ele não precisava da política

para subir na vida, mas os frequentes encontros com Vargas, amigo íntimo de seu pai,

influenciaram-no a escolher a carreira política.

O primeiro convite que Jango recebeu para entrar em um partido político foi o de Protásio

Vargas, responsável por organizar o Partido Social Democrático (PSD) em São Borja.

Protásio percebeu que Jango poderia ter sucesso na carreira política, mas ele recusou o

convite por intervenção de Getúlio. Alguns meses depois, entretanto, Jango aceitou o

convite de Getúlio para entrar noPartido Trabalhista Brasileiro (PTB). Ele foi o primeiro

presidente do PTB local e se tornaria, mais tarde, presidente do PTB estadual e nacional.

Em 1947, Getúlio convenceu Jango a concorrer a um assento na Assembleia Legislativa.

Ele foi eleito com 4.150 votos, se tornando o quinto candidato mais votado, a frente de seu

cunhadoLeonel Brizola (casado com sua irmã Neusa até a morte dela em 1993), outra

estrela em ascensão do PTB. Jango não era um membro ativo da Assembleia, mas lutou

em defesa de um subsídio ao mais pobres na compra de comida. Ele logo virou um

confidente e protegido político de Vargas, se tornando um dos membros do partido que

mais insistiram para que ele concorresse naseleições de 1950. Em 19 de abril de 1949,

Jango lançou a candidatura presidencial de Getúlio numa festa que deu em comemoração

ao aniversário do ex-presidente na Granja São Vicente, de propriedade de Jango.

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Em 1950, Jango foi eleito para a Câmara dos Deputados com quase 40 mil votos, se

tornando o segundo candidato mais votado do PTB no Rio Grande do Sul. Jango assumiu

o cargo de deputado federal em fevereiro de 1951, mas logo em seguida licenciou-se do

mandato para exercer o cargo de Secretário de Estado de Interior e Justiça na gestão

de Ernesto Dorneles, primo de Getúlio, no Rio Grande do Sul. Durante o período em que

foi secretário, que durou até 24 de março de 1952, Jango se comprometeu com a

reestruturação do sistema carcerário, com a intenção de melhorar as condições de vida

dos presos. Mais tarde ele renunciou ao cargo a pedido de Vargas, a fim de ajudar o

presidente com um impasse político no Ministério do Trabalho, usando sua influência no

movimento sindical.

[editar]Ministro do Trabalho

Em 1953, com o agravamento do impasse, Vargas nomeia Jango o novo Ministro do

Trabalho. A gestão Vargas estava numa profunda crise; os trabalhadores, insatisfeitos com

os salários baixos, promoviam greves, e juntamente com a classe média e a União

Democrática Nacional (UDN) faziam forte oposição ao governo. Assim que assumiu, Jango

teve que responder às acusações de vários jornais, incluindo o New York Times, que o

acusou de manipular o movimento sindical aos moldes do peronismo. Como Ministro do

Trabalho, ele convocou o 1º Congresso Brasileiro de Previdência Social. Ele assinou uma

série de decretos em favor da previdência, tais como o financiamento de casas, a

regulação de empréstimos pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários

(IAPB) e o reconhecimento dos funcionários do Conselho Fiscal do Instituto de

Aposentadoria e Pensões dos Industriários.

Em janeiro de 1954, Jango começou a estudar um aumento no salário mínimo,

enfrentando dois tipos de pressão: a mobilização dos trabalhadores nas grandes cidades a

favor de um reajuste de 100% e a rejeição dos empresários à revisão do salário desde o

governo de Eurico Gaspar Dutra, que contribuiria para o empobrecimento de vários

segmentos da sociedade brasileira. As entidades empresariais concordavam com um

aumento de 42% no mínimo, uma medida que, segundo elas, igualaria os custos de vida

aos de 1951. No Dia do Trabalhador, Vargas assinou o decreto do novo salário mínimo,

aumentado em 100%, como exigia a classe trabalhadora.

Jango foi forçado a renunciar ao cargo em 23 de fevereiro de 1954, após conceder o

aumento do mínimo, que causou forte reação entre empresários e imprensa. Presidente

nacional do PTB, tornou-se o principal nome trabalhista do país, após o suicídio de Getúlio.

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Jango durante sua visita aos Estados Unidos, em 1962.

[editar]Vice-presidente

Em 1955 foi eleito vice-presidente do Brasil, na chapa PTB/PSD. Na ocasião, obteve mais

votos que o presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Naquela época, as votações para

presidente e vice eram separadas. No ano seguinte, casou-se com a jovem Maria Teresa

Goulart, com quem veio a ter dois filhos: Denise e João Vicente.

Na eleição de 1960, foi novamente eleito vice-presidente, concorrendo pela chapa de

oposição ao candidato Jânio Quadros, do Partido Democrata Cristão (PDC) e apoiado

pela União Democrática Nacional (UDN), que venceu o pleito.

Em 25 de agosto de 1961, enquanto João Goulart realizava uma missão diplomática

na República Popular da China, Jânio Quadros renunciou ao cargo de presidente. Os

ministros militares Odílio Denys (Exército), Gabriel Grün Moss (Aeronáutica) e Sílvio

Heck (Marinha) tentaram impedir a posse de Jango, e o presidente da Câmara dos

Deputados, Ranieri Mazzilli, foi empossado presidente.

[editar]Presidente da República

A renúncia de Jânio criou uma grave situação de instabilidade política. Jango estava

na China e a Constituição era clara: o vice-presidente deveria assumir o governo. Porém,

os ministros militares se opuseram à sua posse, pois viam nele uma ameaça ao país, por

seus vínculos com políticos do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Partido Socialista

Brasileiro (PSB). Apesar disso, não havia unanimidade nas altas esferas militares sobre o

veto a Jango.

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Liderada por Leonel Brizola, cunhado de Jango e governador do Rio Grande do Sul, teve

início o que ficou conhecido como campanha da legalidade. Brizola e o general Machado

Lopes, comandante do III Exército, baseado no Rio Grande do Sul, mobilizaram o estado

em defesa da posse de Jango. Usando uma cadeia de mais de cem emissoras de rádio, o

governador gaúcho conclamava a população a sair às ruas e defender a legalidade.

A campanha da legalidade logo recebeu o apoio dos governadores Mauro Borges,

de Goiás, e Nei Braga, do Paraná.

No Congresso Nacional, os parlamentares também se opuseram ao impedimento da posse

de Jango. Na volta da China, Goulart aguardou em Montevidéu, capital do Uruguai, a

solução da crise político-militar desencadeada após da renúncia de Jânio. Como os

militares não retrocediam, o Congresso fez uma proposta conciliatória: a adoção

do parlamentarismo. O presidente tomaria posse, preservando a ordem constitucional, mas

parte de seu poder seria deslocada para um primeiro-ministro, que chefiaria o governo.

No dia 2 de setembro de 1961, o sistema parlamentarista foi aprovado pelo Congresso

Nacional. No dia 8, Jango assumiu a presidência. Tancredo Neves, do PSD de Minas

Gerais, ministro do governo Vargas, tornou-se primeiro-ministro.

Neves demitiu-se do cargo em julho de 1962 para concorrer às eleições de outubro do

mesmo ano, que iriam renovar o Congresso e eleger os governadores. Goulart articulou a

retomada do regime presidencialista. Após a saída de Tancredo, tornou-se primeiro-

ministro o gaúcho Brochado da Rocha, também do PSD, que deixou o cargo em setembro

do mesmo ano, sendo sucedido por Hermes Lima.

Em 1962 o governo divulgou o Plano Trienal, elaborado pelo economista Celso Furtado,

para combater a inflação e promover o desenvolvimento econômico. O Plano Trienal

falhou, após enfrentar forte oposição, e o governo brasileiro se viu obrigado a negociar

empréstimos com o Fundo Monetário Internacional, o que exigiu cortes significativos nos

investimentos.

Nesse período foi convocado um plebiscito sobre a manutenção do parlamentarismo ou o

retorno ao presidencialismo, para janeiro de 1963. O parlamentarismo foi amplamente

rejeitado, graças, em parte, a uma forte campanha publicitária promovida pelo governo.

[editar]Um governo reformista

A economia continuava com uma taxa inflacionária elevada e, com San Tiago

Dantas como ministro da Fazenda e Celso Furtado no Planejamento, lançou-se o Plano

Trienal, um programa que incluía uma série de reformas institucionais visando atuar sobre

os problemas estruturais do país. Entre as medidas, previa-se o controle do déficit público

e, ao mesmo tempo, a manutenção da política desenvolvimentista com captação de

recursos externos para a realização das chamadas reformas de base, que eram medidas

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econômicas e sociais de caráter nacionalista que previam uma maior intervenção do

Estado na economia.[2][3]

Nessa ampla denominação de reformas de base, incluíam-se as reformas bancária, fiscal,

urbana, eleitoral, agrária e educacional. Defendia-se também o direito de voto para os

analfabetos e para os militares de patentes subalternas. Além disso, eram propostas

medidas de corte nacionalista, com maior intervenção do Estado na vida econômica e

maior controle dos investimentos estrangeiros no país, mediante a regulamentação das

remessas de lucros para o exterior.[4] No que se refere a essas reformas, destacaram-se no

governo João Goulart as seguintes medidas:

Reforma agrária  - Consistia em promover a democratização da terra, paralelamente à

promulgação do Estatuto do Trabalhador Rural, estendendo ao campo os principais

direitos dos trabalhadores urbanos. Nessa área, havia um decreto que previa a

desapropriação das áreas rurais inexploradas ou exploradas contrariamente à função

social da propriedade, situadas às margens dos eixos rodoviários e ferroviários

federais e as terras beneficiadas ou recuperadas por investimentos da União em obras

de irrigação, drenagem e açudagem.[5][6][7] No entanto, a implementação da reforma

agrária exigia mudança constitucional, já que o governo pretendia que as indenizações

aos proprietários fossem pagas com títulos da dívida pública, enquanto que

a Constituição previa indenização paga previamente e em dinheiro.

Reforma educacional: visava a valorização do magistério e do ensino público em todos

os níveis, o combate o analfabetismo com a multiplicação nacional das pioneiras

experiências doMétodo Paulo Freire. O governo também se propunha a realizar uma

reforma universitária, com abolição da cátedra vitalícia.

Reforma fiscal  - Tinha como objetivo promover a justiça fiscal e aumentar a capacidade

de arrecadação do Estado. Além disso, pretendia-se limitar a remessa de lucros para o

exterior, sobretudo por parte das empresas multinacionais, o que foi feito através do

decreto nº 53451/64.[8]

Reforma eleitoral: consistia basicamente na extensão do direito de voto aos

analfabetos e aos militares de baixa patente. Previa-se também a legalização

do Partido Comunista Brasileiro.

Reforma urbana , entendida como conjunto de medidas do Estado, "visando à justa

utilização do solo urbano, à ordenação e ao equipamento das aglomerações urbanas e

ao fornecimento de habitação condigna a todas as famílias". O projeto foi elaborado

principalmente por urbanistas ligados ao IAB.[9][10]

Reforma bancária: com o objetivo de ampliar o acesso ao crédito pelos produtores.

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As reformas também incluíam a nacionalização de vários setores industriais - energia

elétrica, refino de petróleo, químico-farmacêutico. Os congressistas não aprovaram a

proposta, o que impediu que o Plano Trienal obtivesse sucesso.

[editar]Jango e os militaresVer artigo principal: Operações militares no golpe de 1964

Ao longo do ano de 1963, cresceu a politização entre os setores da baixa hierarquia

das Forças Armadas (sargentos, cabos, soldados e marinheiros). Em 12 de

setembro de 1963 irrompeu em Brasília uma rebelião de sargentos da Aeronáutica e

da Marinha, inconformados com a decisão do Supremo Tribunal Federal, baseada

na Constituição vigente, de não reconhecer a elegibilidade dos sargentos para

o Legislativo. O movimento foi facilmente debelado, mas a posição de neutralidade

adotada por Jango diante do movimento desagradou grande parte da oficialidade

militar, preocupada com a quebra dos princípios de hierarquia e disciplina das Forças

Armadas. Intensificaram-se suspeitas de que estivesse em preparação um golpe de

Estado, de orientaçãoesquerdista, apoiado por cabos e sargentos. Ao mesmo tempo,

fortalecia-se a posição dos oficiais generais que, em 1961, haviam sido contra a posse

de João Goulart como presidente. Mesmo os chamados legalistas estavam inquietos:

ainda em setembro, o general Peri Bevilaqua, comandante do II Exército, que fora um

dos apoiadores da Campanha da Legalidade, divulgou ordem-do-dia contra a rebelião

dos sargentos, denunciando a infiltração esquerdista e a atuação política do Comando

Geral dos Trabalhadores nos quartéis. Na seqüência, o general foi exonerado do

comando.[11]

Em outubro, uma entrevista concedida pelo governador do Estado da

Guanabara, Carlos Lacerda, ao jornal Los Angeles Times tem forte repercussão. Na

entrevista, Lacerda atacava violentamente o presidente da República e criticava

também os chefes militares. A situação política do país é tensa. Os ministros militares

solicitam ao presidente a decretação de estado de sítio. O pedido, encaminhado ao

Congresso Nacional, não encontra receptividade diante da maioria dos parlamentares,

sendo então retirado. Diante disso, oficiais até então neutros passam a apoiar

a conspiração golpista.[11]

Em 20 de março de 1964, o general Humberto Castelo Branco, chefe do Estado-Maior

do Exército, envia uma circular reservada aos oficiais do Exército, advertindo contra os

perigos docomunismo. No dia 28 de março, irrompe a revolta dos

marinheiros e fuzileiros navais no Rio. Goulart recusou-se a punir os insubmissos,

concentrados na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, o que provocou a indignação

dos oficiais da Marinha. No dia 30 de março, Jango compareceu, como convidado de

honra, a uma festa promovida pela Associação dos Sargentos e Suboficiais da Polícia

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Militar, na sede do Automóvel Clube do Brasil. Na ocasião, pronuncia um discurso no

qual denuncia a existência de uma poderosa campanha contra o governo.[12] De fato, o

golpe já estava em curso. Na madrugada de 31 de março, em Minas Gerais, o

general Olímpio Mourão Filho inicia a movimentação de tropas. No final da tarde, o

general Peri Bevilacqua alerta o presidente para a necessidade de ele optar

imediatamente entre as forças armadas e os sindicatos. No mesmo dia, o governo é

derrubado.[13]

[editar]O Golpe de 1964

Desgastado com a crise econômica e com a oposição de militares, o presidente

procurou fortalecer-se, participando de manifestações e comícios que defendiam suas

propostas. O comício mais importante ocorreu no dia 13 de março de 1964, em frente

ao Edifício Central do Brasil, sede da Estrada de Ferro Central do Brasil. O Comício da

Central, como ficou conhecido, reuniu cerca de 150 mil pessoas, incluindo sindicatos,

associações de servidores públicos e estudantes. Os discursos pregavam o fim da

política conciliadora do presidente com apoio de setores conservadores que, naquele

momento, bloqueavam as reformas no Congresso. O presidente, em seu discurso,

anunciou uma série de medidas, que estavam no embrião das reformas de base.

Defendeu a reforma da Constituição para ampliar o direito de voto a analfabetos e

militares de baixa patente e criticou seus opositores que, segundo ele, sob a máscara

de democratas, estariam a serviço de grandes companhias internacionais e contra o

povo e as reformas de base. Goulart anunciou que tinha assinado um decreto

encampando as refinarias de petróleo privadas e outro desapropriando terras às

margens de ferrovias e rodovias federais.[14]

A oposição acusava o presidente de desrespeito á ordem constitucional, pois

o Congresso não havia aprovado a proposta do governo de alteração na forma de

pagamento das indenizações aos proprietários. Carlos Lacerda, então governador

da Guanabara, disse que o presidente era um "subversivo".

O decreto da Superintendência de Política Agrária (SUPRA) assinado no comício da

Central do Brasil, em 13 de março de 1964, provocou forte reação nos setores mais

conservadores e contribuiu para a derrubada de João Goulart. O decreto nº 53.700, de

13 de março de 1964 (revogado por Ranieri Mazzilli, em 9 de abril de 1964), dizia:

"Declara de interesse social para fins de desapropriação as áreas rurais que ladeiam

os eixos rodoviários federais, os leitos das ferrovias nacionais, e as terras beneficiadas

ou recuperadas por investimentos exclusivos da União em obras de irrigação,

drenagem e açudagem, atualmente inexploradas ou exploradas contrariamente à

função social da propriedade, e dá outras providências."[5]

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Em 19 de março, em São Paulo, foi organizada a Marcha da Família com Deus pela

Liberdade, cujo objetivo era mobilizar a opinião pública contra o governo de Jango e a

política que, segundo eles, culminaria com a implantação de um

regime totalitário comunista no Brasil.

Após a revolta dos marinheiros - que, para os militares, representou uma quebra

da hierarquia - e o forte discurso no Automóvel Clube do Brasil, na reunião da

Associação dos Sargentos e Suboficiais da Polícia Militar,[15] o general Olímpio Mourão

Filho iniciou, em 31 de março de 1964, a movimentação de tropas de Juiz de Fora, em

direção ao Rio de Janeiro. Este foi o início daRevolução Redentora, um dos nomes

dados pelos militares ao golpe de estado, que derrubou o governo de João Goulart .

No dia 1º de abril de 1964, Jango retornou a Brasília e, de lá, para o Rio Grande do

Sul. Brizola sugeriu um novo movimento de resistência, mas Goulart não acatou, para

evitar "derramamento de sangue" (uma guerra civil). Jango exilou-se no Uruguai e

mais tarde na Argentina, onde veio a falecer em 1976. No dia 2 de abril, o Congresso

Nacional declarou a vacância de João Goulart no cargo de presidente, entregando o

cargo de chefe da nação novamente ao presidente da Câmara dos Deputados Ranieri

Mazzilli.

No dia 10 de abril, João Goulart teve seus direitos políticos cassados por 10 anos,

após a publicação do Ato Institucional Número Um (AI-1).

Documentos recentemente "desclassificados" fornecem indicações sobre o papel do

governo dos Estados Unidos no golpe contra Jango. Em arquivo sonoro de cinco

minutos, obtido na Biblioteca Lyndon Baines Johnson, há uma conversa entre o

Subsecretário de Estado, George Ball, o Secretário Assistente para a América Latina,

Thomas Mann, e o presidente Lyndon Johnsonem que este mostra claramente seu

apoio à derrubada de Jango: "Penso que devemos tomar todas as medidas que

pudermos e estar preparados para fazer tudo o que for preciso". Entre os documentos

altamente secretos há telegramas enviados pelo embaixador americano no

Brasil, Lincoln Gordon, que pressionavam Washington a se envolver diretamente no

apoio na conspiração em curso. O embaixador envia telegramas a altos funcionários

do governo americano, incluindo o diretor da CIA John McCone e aos Secretários de

Defesa e de Estado, Robert McNamara eDean Rusk. Gordon informa que Jango está

trabalhando com o Partido Comunista Brasileiro para instaurar uma ditadura e pede

apoio dos Estados Unidos para o então General Castello Branco. Gordon recomenda

"uma remessa clandestina de armas", bem como gasolina e petróleo para os

apoiadores de Castello Branco, e sugere que esse apoio seja suplementado por

operações secretas da CIA, sugerindo que o governo americano se prepare

rapidamente para a possibilidade de intervenção aberta, em um segundo estágio.[16]

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[editar]Morte

João Goulart morreu, oficialmente, vítima de um ataque cardíaco, no município

argentino de Mercedes, Corrientes em 6 de dezembro de 1976.

Existem, contudo, suspeitas por parte de familiares, colegas de política[17] e outras

personalidades[18] de que João Goulart tenha sido assassinado por agentes

da Operação Condor.[19] Por decisão da família, não foi realizada autópsia alguma em

seu corpo antes de seu sepultamento.[20]

No dia 27 de janeiro de 2008, o jornal Folha de S. Paulo,[21] publicou uma matéria com

o depoimento do ex-agente do serviço de inteligência uruguaio Mario Neira Barreiro,

que declarou que João Goulart foi envenenado por ordem de Sérgio Fleury, delegado

do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). A autorização teria vindo do

presidente da época, Ernesto Geisel (1908-1996).

Em julho do mesmo ano, uma comissão especial da Assembleia Legislativa do Rio

Grande do Sul divulgou um relatório afirmando que "são fortes os indícios de que

Jango foi assassinado de forma premeditada, com o conhecimento do governo

Geisel". [22]

Em março de 2009, a revista CartaCapital publicou documentos inéditos do Serviço

Nacional de Informações (SNI) produzidos por um agente infiltrado nas propriedades

de Jango no Uruguai que reforçam a tese de envenenamento. A família Goulart ainda

não conseguiu identificar quem seria o "agente B", como é denominado nos

documentos. O agente era tão próximo de Jango que descreveu que durante a festa

de 56 anos do ex-presidente, este teve uma discussão com o filho por causa de uma

briga entre os funcionários Manoel dos Santos e Tito. De acordo com o agente,

Manoel sacou uma faca contra Tito, um "invertido sexual", por não ter sido "atendido"

por ele.[23] Após a publicação da reportagem, a Comissão de Direitos Humanos

da Câmara dos Deputados decidiu investigar a suspeita de envenenamento de Jango.[24] Posteriormente, na mesma revista, Maria Teresa mostra documentos do governo

uruguaio que reforçam suas denúncias do monitoramento a Jango. Os militares

uruguaios seguiam os passos de Jango, seus negócios, etc. Nessas fichas

de 1965 (um ano após do golpe no Brasil), em que há dados sobre Jango e a sua vida

no Uruguai, consta que ele poderia ser vítima de atentado. Em documento requisitado

ao Uruguai pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos e pelo Instituto João

Goulart, o Ministério do Interior uruguaio informou que “fontes sérias e responsáveis

brasileiras” falavam de um “presumível complô contra o ex-presidente brasileiro”.[25]

Em maio de 2010, após investigar por dois anos as circunstâncias da morte de Jango,

o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira afirmou em entrevista à Folha de S.

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Paulo que a teoria do envenenamento não condiz com a verdade, acusando a família

Goulart de endossar a suspeita na tentativa de obter indenizações do governo. A tese

sobre o suposto assassinato do ex-presidente é analisada num apêndice inédito a seu

livro O Governo João Goulart. Segundo o historiador, companheiro do ex-presidente

no exílio, as denúncias carecem de provas, e a autópsia do corpo não foi feita não por

veto da ditadura, mas por decisão da família. Ele afirma ainda não ter dúvidas de que

Goulart morreu de infarto, dado seu histórico de problemas cardíacos e falta de

cuidados com a própria saúde.[20]

Mesmo Miro Teixeira (PDT - RJ), aliado de Brizola reconhece: “Não há como afirmar,

peremptoriamente, que João Goulart foi assassinado.”[19]

No dia 6 de dezembro de 2011, 35 anos após o ocorrido, a Justiça Argentina abriu

inquérito para elucidar lacunas que ainda persistem no inquérito civil que tramita na

Procuradoria da República no Rio Grande do Sul. O procurador, Ivan Cláudio Marx,

entrou com o pedido porque o inquérito criminal que tramitava no Brasil foi arquivado

por decisão da Justiça, que acolheu a argumentação da procuradora responsável, que

alegava que o fato já havia prescrito e que a lei de anistia sepultava qualquer

investigação sobre as mortes ocorridas durante a ditadura militar brasileira (1964-

1985). Segundo o procurador, a Argentina tem atribuição para investigar o caso, pois a

morte ocorreu lá, acrescentando que a Suprema Corte Argentina declarou serem

imprescritíveis os crimes cometidos durantes as ditaduras no Cone Sul.[26]

[editar]Homenagens e anistia

Em 1984, exatos vinte anos após o golpe militar, o cineasta Sílvio Tendler realizou

um documentário reconstruindo a trajetória política de João Goulart através de

imagens de arquivo e entrevistas.Jango atraiu mais de meio milhão de espectadores

às salas de cinemas, se tornando o sexto documentário de maior bilheteria do país. O

filme também foi aclamado pela crítica, recebendo três troféus no Festival de

Gramado e um no Festival de Havana, além da Margarida de Prata da CNBB.

Existem em todo país pelo menos onze escolas cujo nome é uma homenagem a João

Goulart, de acordo com o Google Maps. A maioria delas ficam no Rio Grande do Sul,

nos municípios deAlvorada, Ijuí, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Viamão e em São

Borja, cidade natal do ex-presidente. Na cidade do Rio de Janeiro há três escolas

homenageando Goulart: uma estadual e duas municipais (uma em Ipanema e outra

na Tijuca). Há também uma no município catarinense de Balneário Camboriú e outra

no município de São João de Meriti no Rio de Janeiro.

No Centro do município de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, há o Terminal Rodoviário

João Goulart , terminal municipal de ônibus urbanos municipais e intermunicipais,

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localizado na Avenida Visconde Rio Branco, s/nº, em uma área ao lado da Praça

Arariboia, às margens da Baía de Guanabara. O início das obras foi em 1992 e

inaugurado em 1995. É dividido em 13 plataformas, conta com 102 linhas de ônibus

municipais e intermunicipais e uma circulação de cerca de 350 mil pessoas por dia.

Ainda em Balneário Camboriú foi inaugurada, no dia 6 de dezembro de 2007, exatos

31 anos após a morte do ex-presidente, uma escultura de João Goulart sentado num

dos bancos da Avenida Atlântica brincando com seus dois filhos pequenos. A obra foi

concebida pelo artista plástico Jorge Schroder a pedido do prefeito Rubens Spernau.[27]

No dia 28 de junho de 2008 foi inaugurada a Avenida Presidente João Goulart

em Osasco, São Paulo. A Avenida tem cerca de 760 metros de extensão e é a

primeira da cidade com ciclovia.[28]Cidades como Canoas, Caxias do

Sul, Cuiabá, Lages, Pelotas, Porto Alegre, Porto Velho, Ribeirão Preto, Rio de

Janeiro, Rondonópolis, São Borja, São Leopoldo, São Paulo e Sobral já possuem vias

homenageando João Goulart, de acordo com o Google Maps.

Em 15 de novembro de 2008, foi julgado pela Comissão de Anistia Política

do Ministério da Justiça o pedido de anistia movido por Maria Teresa. O julgamento

ocorreu em caráter de sessão extraordinária e foi realizado durante o 20º Congresso

Nacional dos Advogados, em Natal, no Rio Grande do Norte. O pedido foi aprovado e,

de acordo com tal, a viúva de Goulart receberá uma pensão mensal de R$ 5.425, valor

correspondente ao salário de um advogado sênior, pois Jango era bacharel em Direito.

O valor da é retroativo a 1999, o que totaliza R$ 643,9 mil. Maria Teresa também foi

anistiada e recebeu uma indenização de R$ 100 mil.[29]

O governo reconhece os erros do passado e pede desculpas a um homem que defendeu a nação e seu povo do qual jamais poderíamos ter prescindido. — Presidente Luiz

Inácio Lula da Silva

[editar]Notas

1. ↑  O ano em que Goulart nasceu é incerto. Alguns afirmam que

é 1918 enquanto para outros é 1919. Conforme o Almanaque Abril

2000, Parlamentares Gaúchos, a Enciclopédia Barsa e muitas outras fontes, o

pai de Goulart diminuiu em um ano a data de nascimento do filho para que

este pudesse ingressar, ainda com 16 anos, na Faculdade de Direito de Porto

Alegre. Veja Constelar para mais informações.

[editar]Bibliografia

AMADO, Rodrigo. A Política externa no governo João Goulart. Cultura Editores

Associados, 2000.

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BRAGA, Kenny. Meu Amigo Jango: depoimento de Manuel Leães. Ed. Sulina,

2003

CASTELO BRANCO, Carlos . Introdução à Revolução de 1964 – a queda de João

Goulart. Tomo 2. Ed. Artenova, 1975.

DEODATO, Alberto. Nos tempos de João Goulart. Livraria Itatiaia, 1965.

JUREMA, Abelardo. Sexta-feira 13: os últimos dias do Governo João Goulart.

Edições O Cruzeiro.

LÓPEZ, Luis Roberto. João Goulart – O Rio Grande Político. IEL, 1990.

OLIVEIRA, Maria Rosa Duarte de. João Goulart na imprensa: de personalidade a

personagem.

PINHEIRO, Luis Adolfo. JK, Jânio, Jango: três jotas que abalaram o Brasil.

PINHEIRO NETO, João. Jango, um depoimento pessoal. Ed. Record, 1993

RYFF, Raul. O Fazendeiro Jango no Governo. Avenir Editora.

VILLA, Marco Antonio. Jango: um Perfil (1945-1964). São Paulo: Editora Globo,

2007. ISBN 8525037427

Referências

1. ↑  Dictionnaire des noms de famille en Wallonie et à Bruxelles

2. ↑  Os novos tempos e as novas tarefas do povo brasileiro. Introdução à mensagem

presidencial de abertura da sessão legislativa de 1964. Justificativa das Reformas de

Base.

3. ↑  AQUINO et al. Sociedade brasileira: uma história através dos movimentos sociais (da

crise do escravismo ao apogeu do neoliberalismo) Capítulo 9. "O colapso do

populismo" p. 629s. Rio de Janeiro: Record, 2007.

4. ↑  FGV - CPDOC. As reformas de base, por Marieta de Moraes Ferreira.

5. ↑ a b Decreto nº 53.700, de 13 de março de 1964, sobre a desapropriação de terras

inexploradas ou exploradas contrariamente à função social da propriedade. Senado

Federal. Página visitada em 24/09/2010.

6. ↑  STÉDILE, João Pedro (org) e ESTEVAM, Douglas. A questão agrária no Brasil:

Programas de reforma agrária, 1946-2003 .

7. ↑  CPDOC-FGV. A questão agrária no governo Jango, por Mario Grynszpan.

8. ↑  Decreto nº 53451, de 20 de janeiro de 1964, e lei nº 4131, de 13 de setembro de

1962, sobre remessa de lucros. In GENNARI, Adilson Marques. A Nação e o Capital

Estrangeiro: um estudo sobre a Lei de Remessa de Lucros no Governo João Goulart.

Anexo 1, p. 239, e Anexo 2, p. 249. Unicamp, 1997.

9. ↑  A reforma urbana nos primeiros anos da década de 1960 por Cecilia Ribeiro e

Virgínia Pontual. Arquitextos, 109.07 ano 10, junho de 2009.

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10. ↑  Projeto do Decreto de Reforma Urbana, 1964. Cria o Conselho de Política Urbana e

dá outras providências. In BASSUL, José Roberto Estatuto da Cidade - Quem

ganhou? Quem perdeu?, Anexo 2, p. 172.

11. ↑ a b FGV-CPDOC. Os militares e o governo João Goulart, por Celso Castro.

12. ↑  Discurso de João Goulart durante a reunião de sargentos no Automóvel Clube, em

30 de março de

13. ↑  FGV-CPDOC. Biografia de Peri Bevilacqua

14. ↑  Discurso de João Goulart no comício de 13 de março de 1964, na Central do Brasil,

Rio de Janeiro.

15. ↑  Fala aos sargentos: Princípio do fim. O Cruzeiro, 10 de abril de 1964 - Edição extra.

16. ↑  Novos Documentos desclassificados sobre o Golpe de 1964 contra Jango, por Peter

Kornbluh (em inglês).

17. ↑  Neiva Moreira explica fatos da morte de Jango à Comisssão na Câmara

18. ↑  "Ainda a Operação Condor", por Carlos Heitor Cony

19. ↑ a b Depois da morte, a Operação Condor vem à luz

20. ↑ a b "Historiador rejeita tese de conspiração contra João Goulart" - Folha.com

21. ↑  "Goulart foi morto a pedido do Brasil, diz ex-agente uruguaio" da Folha Online

22. ↑  "Há fortes indícios de que Jango foi assassinado com conhecimento de

Geisel". Carta Maior, 17 de julho de 2008.

23. ↑  NASCIMENTO, Gilberto. "Jango assassinado?". CartaCapital, 18 de março de 2009.

Acessado em 5 de abril de 2009.

24. ↑  FORTES, Leandro. "Corrêa à luz do dia - A revista serve de base para outras

decisões". CartaCapital, 3 de abril de 2009. Acessado em 5 de abril de 2009

25. ↑  NASCIMENTO, Gilberto. "Jango monitorado". CartaCapital, 18 de junho de 2009.

Acessado em 8 de junho de 2009.

26. ↑  http://sul21.com.br/jornal/2012/01/argentina-investiga-morte-do-ex-presidente-joao-

goulart/

27. ↑  "Balneário Camboriú homenageia João Goulart". Prefeitura Municipal de Balneário

Camboriú. 4 de dezembro de 2007. Acessado em 29 de novembro de 2008.

28. ↑  "Avenida Presidente João Goulart projeta Osasco para o futuro". Osasco Agora. 2 de

julho de 2008. Acessado em 29 de novembro de 2008.

29. ↑  Agência Câmara. "Anistia a Goulart é uma homenagem à democracia, diz

Chinaglia". Jornal do Brasil. 17 de novembro de 2008. Acessado em 29 de novembro

de 2008.