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Interceptação telefônica

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  • Superior Tribunal de Justia

    HABEAS CORPUS N 304.145 - SP (2014/0235922-5) RELATOR : MINISTRO LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO

    (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE)IMPETRANTE : ANTONIO JOSE CARVALHO SILVEIRA ADVOGADO : ANTNIO JOS CARVALHO SILVEIRA IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULO PACIENTE : FARLEY LOPES PEREIRA (PRESO)PACIENTE : FAGNER LOPES PEREIRA (PRESO)

    EMENTA

    HABEAS CORPUS . IMPETRAO EM SUBSTITUIO AO RECURSO CABVEL. UTILIZAO INDEVIDA DO REMDIO CONSTITUCIONAL. NO CONHECIMENTO.1. A via eleita se revela inadequada para a insurgncia contra o ato apontado como coator, pois o ordenamento jurdico prev recurso especfico para tal fim, circunstncia que impede o seu formal conhecimento. Precedentes.2. O alegado constrangimento ilegal ser analisado para a verificao da eventual possibilidade de atuao ex officio , nos termos do artigo 654, 2, do Cdigo de Processo Penal.TRFICO DE DROGAS, ASSOCIAO PARA O TRFICO E PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO. NULIDADE DA AO PENAL. AUSNCIA DE ANLISE DA DEFESA PRVIA NA DECISO QUE RECEBEU A DENNCIA. SUPERVENINCIA DE SENTENA CONDENATRIA. PREJUDICIALIDADE DO WRIT IMPETRADO NA ORIGEM. PROVIMENTO JUDICIAL EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA SOBRE O TEMA. COAO ILEGAL NO CARACTERIZADA.1. Inexiste qualquer ilegalidade na deciso que julgou prejudicado o mandamus originrio, pois a supervenincia de sentena condenatria em ao penal em que se questiona a ausncia de apreciao da resposta preliminar enseja a perda do objeto do remdio constitucional, uma vez que todas as questes levantadas pela defesa j foram amplamente debatidas durante a persecutio criminis e devidamente analisadas no dito repressivo. Precedente.NULIDADE DO PROCESSO. LAUDO REFERENTE S INTERCEPTAES TELEFNICAS NO JUNTADO AOS AUTOS ANTES DA SENTENA. MATRIA NO APRECIADA

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  • Superior Tribunal de Justia

    PELA CORTE DE ORIGEM. SUPRESSO DE INSTNCIA. 1. A questo referente alegada nulidade do feito em razo da ausncia de juntada aos autos do laudo referente s interceptaes telefnicas no foi alvo de deliberao pelo Tribunal de origem, circunstncia que impede qualquer manifestao desta Corte Superior de Justia sobre o tpico, evitando-se com tal medida a atuao em indevida supresso de instncia. NEGATIVA DO DIREITO DE RECORRER EM LIBERDADE. PRESENA DOS REQUISITOS DO ARTIGO 312 DO CDIGO DE PROCESSO PENAL. CIRCUNSTNCIAS DO DELITO. GRAVIDADE. CONCURSO COM MENOR INIMPUTVEL. NECESSIDADE DE ACAUTELAMENTO DA ORDEM PBLICA. CUSTDIA JUSTIFICADA. RUS QUE RESPONDERAM PRESOS AO PENAL. ILEGALIDADE NO EVIDENCIADA.1. No h que se falar em constrangimento ilegal da custdia cautelar quando as circunstncias dos delitos - trfico de drogas praticado em concurso com menor de idade e no qual houve a apreenso, alm das substncias entorpecentes, de vrios outros objetos destinados narcotraficncia - revelam a periculosidade efetiva dos acusados e a gravidade concreta do evento delituoso, indicando que a medida encontra-se devidamente justificada na necessidade de preservar-se a ordem pblica.2. Verificando-se que h sentena condenatria proferida, em que foram avaliadas todas as circunstncias do evento criminoso e as condies pessoais dos rus, julgando-se necessria a manuteno da priso preventiva, e constatando-se que permaneceram custodiados durante toda a instruo criminal, ausente ilegalidade a ser sanada de ofcio por este Sodalcio.3. Habeas corpus no conhecido.

    ACRDO

    A Quinta Turma, por unanimidade, no conheceu do pedido. Os Srs. Ministros Felix Fischer, Gurgel de Faria, Reynaldo Soares da Fonseca e Newton Trisotto (Desembargador Convocado do TJ/SC) votaram com o Sr. Ministro Relator. SUSTENTOU ORALMENTE: DR. ANTNIO JOS CARVALHO SILVEIRA (P/PACTES)

    Braslia (DF), 18 de junho de 2015(Data do Julgamento)

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  • Superior Tribunal de Justia

    MINISTRO LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE)

    Relator

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  • Superior Tribunal de Justia

    HABEAS CORPUS N 304.145 - SP (2014/0235922-5)RELATOR : MINISTRO LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO

    (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE)IMPETRANTE : ANTONIO JOSE CARVALHO SILVEIRA ADVOGADO : ANTNIO JOS CARVALHO SILVEIRA IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULO PACIENTE : FARLEY LOPES PEREIRA (PRESO)PACIENTE : FAGNER LOPES PEREIRA (PRESO)

    RELATRIO

    O EXMO. SR. MINISTRO LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO

    (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE) (Relator):

    Trata-se de habeas corpus com pedido liminar impetrado em favor de

    FARLEY LOPES PEREIRA e FAGNER LOPES PEREIRA, apontando como autoridade

    coatora a 7 Cmara Criminal do Tribunal de Justia do Estado de So Paulo, que conheceu

    em parte o HC n. 2061613-02.2014.8.26.0000 e, nessa extenso, denegou a ordem

    pleiteada.

    Noticiam os autos que os pacientes foram condenados pena de 9 (nove) anos

    e 4 (quatro) meses de recluso, em regime inicial fechado, bem como ao pagamento de 938

    (novecentos e trinta e oito) dias-multa, como incursos nos artigos 33 e 35, ambos da Lei

    11.343/2006, sendo que FAGNER foi imposta, ainda, a sano de 1 (um) ano de deteno

    pela prtica do delito previsto no artigo 12 da Lei 10.826/2003.

    Inconformada, a defesa impetrou prvio writ na origem buscando a nulidade da

    ao penal e a concesso de liberdade aos pacientes, que foi conhecido apenas quanto ao

    primeiro pleito, tendo a ordem sido denegada.

    Sustenta o impetrante que a deciso que ratificou o recebimento da denncia

    seria nula, pois no teria apreciado as teses apresentadas pela defesa em sua resposta

    acusao.

    Afirma que a sentena condenatria seria nula, pois proferida sem que tivesse

    sido juntado aos autos laudo referente s escutas telefnicas que deram origem ao penal.

    Alega que a negativa de recorrer em liberdade seria ilegal, pois teria sido

    fundamentada na gravidade abstrata dos delitos pelos quais os pacientes restaram Documento: 1418044 - Inteiro Teor do Acrdo - Site certificado - DJe: 25/06/2015 Pgina 4 de 12

  • Superior Tribunal de Justia

    condenados, no tendo apontado qualquer dado concreto a justificar a manuteno da

    custdia cautelar.

    Defende que a existncia de sentena condenatria no seria bice concesso

    de liberdade provisria aos pacientes.

    Requer a concesso da ordem para que seja anulada a ao penal, bem como

    para que seja revogada a priso cautelar dos pacientes, garantindo-lhes o direito de aguardar

    em liberdade o trnsito em julgado da condenao.

    A liminar foi indeferida, nos termos da deciso de fls. 273/274.

    O Ministrio Pblico Federal, em parecer de fls. 734/737, manifestou-se pelo

    no conhecimento do mandamus .

    o relatrio.

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  • Superior Tribunal de Justia

    HABEAS CORPUS N 304.145 - SP (2014/0235922-5)

    VOTO

    O EXMO. SR. MINISTRO LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO

    (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE) (Relator):

    Por meio deste habeas corpus pretende-se, em sntese, a anulao da ao

    penal e a revogao da priso preventiva dos pacientes.

    Inicialmente, cumpre atestar a inadequao de via eleita para a insurgncia

    contra o ato apontado como coator, pois o ordenamento jurdico prev recurso especfico

    para tal fim, nos termos do artigo 105, inciso II, alnea "a", da Constituio Federal,

    circunstncia que impede o seu formal conhecimento, conforme entendimento pacfico no

    mbito desta Corte Superior de Justia.

    O alegado constrangimento ilegal, entretanto, ser analisado para a verificao

    da eventual possibilidade de atuao ex officio , nos termos do artigo 654, 2, do Cdigo de

    Processo Penal.

    No que se refere apontada falta de fundamentao da deciso que recebeu a

    denncia, necessrio esclarecer que inexiste qualquer ilegalidade na deciso que julgou

    prejudicado o mandamus originrio, uma vez que a supervenincia de sentena condenatria

    em ao penal em que se questiona a ausncia de apreciao da defesa preliminar enseja a

    perda do objeto do remdio constitucional, uma vez que todas as questes levantadas pela

    defesa j foram amplamente debatidas durante a persecutio criminis e devidamente

    analisadas no dito repressivo.

    Em situao semelhante esta Turma j decidiu:

    HABEAS CORPUS. TRFICO DE DROGAS. DEFESA PRELIMINAR. ANLISE PELO JUIZ NO ATO DE RECEBIMENTO DA DENNCIA. DESNECESSIDADE DE FUNDAMENTAO COMPLEXA. INPCIA DA DENNCIA. INOCORRNCIA. LIBERDADE PROVISRIA. IMPOSSIBILIDADE. SEGREDO DE JUSTIA. CONCESSO EM 1 GRAU.1. "De acordo com entendimento j consolidado nesta Corte Superior de Justia, em regra, a deciso que recebe a denncia prescinde de fundamentao complexa, justamente em razo da sua natureza interlocutria. Precedentes. Contudo, h casos em que se

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  • Superior Tribunal de Justia

    poderia falar em necessidade de recebimento fundamentado da pea vestibular, como por exemplo, nos crimes cujo rito estabelea a apresentao de defesa preliminar, visto que no faria sentido o acusado expor os motivos para elidir o recebimento da denncia e o Juzo no rebater os argumentos trazidos, aduzindo as razes que o levaram a realizar um juzo de admissibilidade positivo. No obstante na hiptese vertente o rito previsto na Lei 11.343/2006 preveja, em seu artigo 55, a apresentao de defesa prvia, a notcia de que a ao penal em tela j foi sentenciada pelo magistrado singular afasta a alegada nulidade, uma vez que as questes aventadas em sede de defesa preliminar j foram amplamente debatidas durante toda a persecutio criminis e devidamente analisadas quando da prolao do dito repressivo" (HC 153.229/GO, 5. Turma, Rel. Min. JORGE MUSSI, DJe de 24/06/2011).2. A demonstrao de prejuzo, a teor do art. 563, do Cdigo de Processo Penal, essencial alegao de nulidade, seja ela relativa ou absoluta, uma vez que, conforme j decidiu a Corte Suprema, o mbito normativo do dogma fundamental da disciplina das nulidades - pas de nullit sans grief - compreende as nulidades absolutas, o que no foi demonstrado no presente caso.(...)9. Writ parcialmente prejudicado e na parte restante, denegado.(HC 173.212/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 22/11/2011, DJe 01/12/2011)

    Quanto alegada nulidade do feito ante a ausncia de juntada aos autos do

    laudo de interceptao telefnica, verifica-se que a questo no foi alvo de deliberao pela

    autoridade apontada como coatora, circunstncia que impede qualquer manifestao deste

    Sodalcio sobre o tema, sob pena de atuar em indevida supresso de instncia.

    Nesse sentido:

    HABEAS CORPUS. (...) MATRIAS NO ANALISADAS PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. SUPRESSO DE INSTNCIA. MANIFESTO CONSTRANGIMENTO ILEGAL NO EVIDENCIADO.(...)6. Invivel a anlise, diretamente por este Superior Tribunal, de matrias no analisadas pela Corte de origem, sob pena de, assim o fazendo, incidir na indevida supresso de instncia.7. Habeas corpus no conhecido.(HC 279.802/ES, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA

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    TURMA, julgado em 24/04/2014, DJe 05/05/2014)

    RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. (...)NULIDADES. SUPRESSO DE INSTNCIA. (...) NO CONHECIMENTO.1. Se as apontadas nulidades no trmite processual - informaes annimas, ausncia de fundamentao para o recebimento da denncia, revelia, vicio na oitiva de testemunha e impropriedade no laudo pericial -, deixaram de ser questionadas e debatidas perante a Corte originria, no merece conhecimento o writ nestes pontos, sob pena de supresso de instncia. Precedentes.(...)7. Recurso ordinrio conhecido em parte e, nesta extenso, no provido.(RHC 42.294/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 22/04/2014, DJe 05/05/2014)

    Quanto ao ponto, imperioso destacar que o fato de a matria haver sido

    discutida na apelao interposta pela defesa no legitima o seu exame por esta Corte Superior,

    pois os fundamentos utilizados pelo Tribunal Estadual no julgamento do recurso no foram alvo

    de impugnao especfica na inicial do presente mandamus , sendo certo que devem ser

    rebatidos pelos meios recursais prprios, postos disposio das partes no Cdigo de

    Processo Penal.

    Finalmente, no tocante pretendida restituio do status libertatis dos

    pacientes, observa-se que o magistrado singular indeferiu o pedido de revogao da custdia

    cautelar porque "o crime foi praticado juntamente com mais um acusado e um

    adolescente, gerando a apreenso de substncia entorpecente e vrios outros objetos

    utilizados na prtica da traficncia " (e-STJ fl. 412).

    E, ao proferir sentena condenatria no feito, o togado de origem negou-lhes o

    direito de recorrer em liberdade porque "responderam ao processo presos e por estarem

    presentes os requisitos autorizadores da priso cautelar, ressaltando-se que esta se

    justifica para garantir a ordem pblica, bem como para assegurar a aplicao da lei

    penal " (e-STJ fl. 343).

    Ora, as circunstncias em que se deu o flagrante - aps investigaes realizadas

    com o fim de confirmar o envolvimento dos recorrentes na habitual comercializao ilcita de Documento: 1418044 - Inteiro Teor do Acrdo - Site certificado - DJe: 25/06/2015 Pgina 8 de 12

  • Superior Tribunal de Justia

    entorpecentes -, bem como a apreenso de munio, celulares, computadores e dinheiro,

    revelam que a manuteno da priso preventiva encontra-se justificada e mostra-se realmente

    necessria.

    Resta clara, no caso, a potencialidade lesiva das infraes em que os acusados

    findaram condenados e a sua real periculosidade social, havendo risco concreto de

    continuidade no cometimento do crime de trfico de drogas caso libertados.

    Com efeito, a jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal pacfica no sentido

    de que "o entendimento de que o fato criminoso em si no pode ser valorado para

    decretao ou manuteno da priso cautelar no consentneo com o prprio instituto

    da priso preventiva, j que a imposio desta tem por pressuposto a presena de prova

    da materialidade do crime e de indcios de autoria. Se as circunstncias concretas da

    prtica do crime revelam a periculosidade do agente e o risco de reiterao delitiva e,

    por conseguinte, ordem pblica, justificada est a decretao ou a manuteno da

    priso cautelar, desde que igualmente presentes boas provas da materialidade e da

    autoria" (RHC 106.697, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em

    03/04/2012, PROCESSO ELETRNICO DJe-093 DIVULG 11-05-2012 PUBLIC

    14-05-2012).

    Na mesma direo, colhe-se o seguinte julgado deste Sodalcio:

    PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. TRFICO DE DROGAS. PRISO CAUTELAR. PERICULOSIDADE. GRAVIDADE CONCRETA. QUANTIDADE, VARIEDADE E NATUREZA DA SUBSTNCIA ENTORPECENTE. ACUSADO A SERVIO DO TRFICO. POSSIBILIDADE DE REITERAO DELITIVA. MOTIVAO IDNEA. OCORRNCIA. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. No ilegal o encarceramento provisrio decretado para o resguardo da ordem pblica, em razo da periculosidade do agente, evidenciada pela gravidade in concreto do delito, cifrada, na espcie, na quantidade, natureza e variedade da substncia entorpecente apreendida - 35 invlucros plsticos contendo maconha, totalizando 61,08 gramas, e 8 pinos plsticos contendo pedras de crack, alm da quantia de R$ 115,00 em notas trocadas e uma motocicleta. O juzo de primeiro grau ressaltou, ainda, a partir da anlise do contexto ftico-probatrio dos autos, que o ora recorrente encontra-se a servio do trfico, a indicar possvel

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  • Superior Tribunal de Justia

    reiterao delituosa, o que confere lastro de legitimidade medida extrema.2. Recurso a que se nega provimento.(RHC 55.634/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 03/03/2015, DJe 09/03/2015)

    Assim, verificando-se que na sentena condenatria proferida foram avaliadas

    todas as circunstncias do evento criminoso e as condies pessoais dos rus, julgando-se

    necessria a manuteno da priso cautelar, derivada de flagrante vlido, e constatando-se que

    permaneceram custodiados durante toda a instruo criminal, no se vislumbra ilegalidade a

    ser sanada por este Superior Tribunal.

    Com efeito, a orientao pacificada nesta Corte Superior no sentido de que

    no h lgica em deferir ao condenado o direito de recorrer solto quando permaneceu preso

    durante a persecuo criminal, se presentes os motivos para a segregao preventiva, como

    ocorre in casu .

    A propsito:

    PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. TRFICO DE DROGAS. PRISO CAUTELAR. GRAVIDADE CONCRETA. APREENSO DE SIGNIFICATIVA QUANTIDADE DE ENTORPECENTES. MOTIVAO IDNEA. OCORRNCIA. DIREITO DE RECORRER EM LIBERDADE. NEGATIVA. ACUSADA PRESA DURANTE A INSTRUO PROCESSUAL. ILEGALIDADE INEXISTENTE. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. No ilegal o encarceramento provisrio decretado para o resguardo da ordem pblica, em razo da gravidade in concreto do delito, cifrada na significativa quantidade de entorpecentes apreendidos com o grupo (quase meio quilo de cocana, alm de balana de preciso, embalagens plsticas cortadas para o embalo de drogas e armas de fogo) e, posteriormente, mantido por ocasio da prolao de sentena condenatria, oportunidade em que o magistrado remeteu-se aos termos do decreto prisional, ressaltando, ainda, o fato de ter permanecido a acusada presa durante a instruo processual.2. Recurso a que se nega provimento.(RHC 51.035/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 03/03/2015, DJe 09/03/2015)

    CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. ROUBOS DUPLAMENTE

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  • Superior Tribunal de Justia

    MAJORADOS. APELO EM LIBERDADE. RU QUE PERMANECEU PRESO DURANTE O CURSO DA AO PENAL. DECRETO PRISIONAL MOTIVADO. RECURSO DESPROVIDO.01. No h "ilegalidade ou abuso de poder" (CR, art. 5, inc. LXVIII), de modo a autorizar a concesso do habeas corpus, na deciso que, fundamentadamente, descreve a gravidade dos fatos delituosos imputados ao ru e indica a necessidade da manuteno da sua priso cautelar (STJ, RHC 52.700/SP, Quinta Turma, Rel. Ministro Jorge Mussi, DJe de 11/12/2014; HC 294.499/DF, Sexta Turma, Rel. Ministro Sebastio Reis Jnior, DJe de 05/08/2014; STF, RHC 116.964, Primeira Turma, Rel. Ministro Rosa Weber, DJe de 18/11/2013, HC 124.994, Segunda Turma, Rel. Ministro Teori Zavascki, DJe de 18/12/2014).Ademais, conforme precedentes desta Corte (RHC 46.502/MS, Quinta Turma, Rel. Ministro Jorge Mussi, DJe de 19/12/2014; RHC 37.801/RJ, Sexta Turma, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, DJe de 13/10/2014) e do Supremo Tribunal Federal, "permanecendo os fundamentos da priso cautelar, revela-se um contrassenso conferir ao ru, que foi mantido custodiado durante a instruo, o direito de aguardar em liberdade o trnsito em julgado da condenao" (RHC 117.802, Segunda Turma, Rel. Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de 01/07/2014).03. "Condies pessoais favorveis, tais como primariedade, bons antecedentes, ocupao lcita e residncia fixa, no tm o condo de, por si ss, desconstituir a custdia antecipada, caso estejam presentes outros requisitos de ordem objetiva e subjetiva que autorizem a decretao da medida extrema" (RHC 47.928/MG, Rel.Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe de 25/08/2014; HC 203375/SP, Rel. Ministro Marco Aurlio Bellizze, Quinta Turma, DJe de 22/11/2011).04. Recurso ordinrio desprovido.(RHC 40.492/SP, Rel. Ministro NEWTON TRISOTTO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SC), QUINTA TURMA, julgado em 10/02/2015, DJe 25/02/2015)

    No se deparando, portanto, com flagrante ilegalidade no ato apontado como

    coator, no se conhece do habeas corpus substitutivo.

    o voto.

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  • Superior Tribunal de Justia

    CERTIDO DE JULGAMENTOQUINTA TURMA

    Nmero Registro: 2014/0235922-5 PROCESSO ELETRNICO HC 304.145 / SPMATRIA CRIMINAL

    Nmeros Origem: 00108004920138260126 108004920138260126 20616130220148260000 35692013

    EM MESA JULGADO: 18/06/2015

    RelatorExmo. Sr. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE)

    Presidente da SessoExmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER

    Subprocuradora-Geral da RepblicaExma. Sra. Dra. MARIA DAS MERCS DE C. GORDILHO ARAS

    SecretrioBel. MARCELO PEREIRA CRUVINEL

    AUTUAO

    IMPETRANTE : ANTONIO JOSE CARVALHO SILVEIRAADVOGADO : ANTNIO JOS CARVALHO SILVEIRAIMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULOPACIENTE : FARLEY LOPES PEREIRA (PRESO)PACIENTE : FAGNER LOPES PEREIRA (PRESO)CORRU : SUSAN OLIVEIRA DA COSTA

    ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislao Extravagante - Crimes de Trfico Ilcito e Uso Indevido de Drogas

    SUSTENTAO ORAL

    SUSTENTOU ORALMENTE: DR. ANTNIO JOS CARVALHO SILVEIRA (P/PACTES)

    CERTIDO

    Certifico que a egrgia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epgrafe na sesso realizada nesta data, proferiu a seguinte deciso:

    "A Turma, por unanimidade, no conheceu do pedido."Os Srs. Ministros Felix Fischer, Gurgel de Faria, Reynaldo Soares da Fonseca e Newton

    Trisotto (Desembargador Convocado do TJ/SC) votaram com o Sr. Ministro Relator.

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