102 09.02.10 retrospectiva anotada da jurisprudência do stj - processo civil - 2009 - 1º semestre...

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  • P. Civil

    Dr. Erik Navarro

    Data: 09/02/10.

    CD: 1020902 Rua Buenos Aires, 56, 2, 3 e 5 andares - Centro, Rio de Janeiro / RJ CEP: 20070-022 Telefones: 2223-1327 / 7851-1840 www.enfasepraetorium.com.br / [email protected]

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    Informativo n. 0385 Perodo: 2 a 6 de maro de 2009. Corte Especial REMESSA NECESSRIA. EMBARGOS INFRINGENTES. Discutem-se, em embargos de divergncia, duas matrias, uma processual, se so cabveis embargos infringentes contra acrdo que, por maioria, reforma sentena de mrito em sede de remessa necessria, e outra, de eventual divergncia quanto a percentual de juros moratrios. Aponta o embargante, na matria processual, dissdio entre acrdos da Quinta e da Primeira Turma e, quanto s divergncias no percentual de juros moratrios, dissdio entre acrdos das Quinta e Sexta Turmas, todas deste Superior Tribunal. Explica o Min. Luiz Fux, o relator, que a remessa ex officio no recurso, ao revs, condio suspensiva da eficcia da deciso e, por isso, no comporta interposio de embargos infringentes a deciso que, por maioria, aprecia a remessa necessria. Ressalta que, nesse sentido, existe acrdo de relatoria do Min. Gilson Dipp j assentando que h necessidade de fazer distino entre a apelao e o reexame necessrio. A apelao, recurso propriamente dito, reveste-se de voluntariedade ao ser interposta, enquanto o reexame necessrio mero complemento do julgado ou medida acautelatria para evitar um desgaste culposo ou doloso do errio ou da coisa pblica. Naquele acrdo, observa-se que o legislador entendeu que o privilgio dos entes pblicos tem limites, sendo defeso dar ao art. 530 do CPC um elastrio que a lei no ousou dar. Assim, s so cabveis os embargos infringentes contra acrdos em apelao ou ao rescisria. Destaca o Min. Luiz Fux que a reforma do CPC (Lei n. 10.352/2001), inspirada no princpio da celeridade da prestao jurisdicional, exclui alguns casos de submisso ao duplo grau e dissipa divergncias jurisprudenciais quanto a sustar a eficcia de certas decises proferidas contra pessoas jurdicas no consideradas textualmente como integrantes da Fazenda Pblica, logo no se justificaria admitir embargos infringentes de deciso no unnime de remessa necessria. Com esse entendimento, a Corte Especial rejeitou a tese do cabimento dos embargos infringentes em remessa necessria e enviou os autos Terceira Seo para o julgamento da divergncia quanto ao percentual de juros. Precedentes citados: REsp 402.970-RS, DJ 1/7/2004; EREsp 168.837-RJ, DJ 5/3/2001; REsp 226.253-RN, DJ 5/3/2001, e AgRg no Ag 185.889-RS, DJ 1/8/2000. EREsp 823.905-SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 4/3/2009. Aps muita discusso, definiu o STJ que NO CABEM EMBARGOS INFRINGENTES EM SEDE DE REEXAME NECESSRIO. Primeira Turma LITISCONSRCIO NECESSRIO. UNIO. A Turma entendeu, por maioria, correto o acrdo recorrido que anulou a sentena proferida pelo juzo de Direito e reconheceu, de ofcio, a competncia da Justia Federal, em vista da existncia de litisconsrcio passivo necessrio ditado por lei (art. 47 do CPC), entre o banco de desenvolvimento estadual em questo e a Unio na ao que envolve determinado fundo de incentivos fiscais. Os votos vencidos entendiam que, antes de sua remessa ao juzo federal, os autos deveriam retornar ao juiz de Direito para que intimasse o autor a promover a citao do litisconsorte, sob pena de extino do processo (pargrafo nico do citado artigo). AgRg no REsp 1.088.533-ES, Rel. Min. Francisco Falco, julgado em 3/3/2009.

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    Havendo litisconsrcio necessrio com a UNIO, o Juiz Estadual deve IMEDIATAMENTE REMETER OS AUTOS para a JUSTIA FEDERAL, SEM necessidade de INTIMAO PRVIA da UNIO. (ver. Sum 150) RESP. TERCEIRO PREJUDICADO. A recorrente, na qualidade de terceiro prejudicado, busca reconhecer, com o REsp, a existncia de litisconsrcio necessrio, a anular todo processo, enquanto h o questionamento, em mandado de segurana impetrado contra deciso administrativa do Judicirio local, a respeito da atuao de determinado oficialato de cartrio em rea onde outros j atuam. Sucede que, em momento algum, houve prequestionamento, visto que s no REsp o terceiro impugnou a deciso. Mesmo se tratando de matria de ordem pblica (legitimatio ad causam), conforme a jurisprudncia do STJ, seu reconhecimento de ofcio dependeria da superao do juzo de admissibilidade, ainda que pelo reconhecimento do prequestionamento de outra matria trazida no recurso. Por outro lado, no haveria caso de litisconsrcio necessrio, pois no h relao jurdica nica que imponha uma s soluo. No se est a restringir a competncia territorial nem as funes de outro oficial. O Tribunal a quo, em sua autonomia de administrar a Justia ou as funes extrajudiciais sob sua tutela, pode perfeitamente criar cartrios ou lhes estabelecer novas competncias territoriais, sem dependncia da concordncia dos oficiais que l antes atuavam. Com esse entendimento, a Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, negou provimento ao recurso. REsp 784.937-RJ, Rel. originrio Min. Luiz Fux, Rel. para acrdo Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 3/3/2009. Ainda que pelo TERCEIRO PREJUDICADO, o Resp SEMPRE depende de PREQUESTIONAMENTO. (Ver. Sum 456 STF). Segunda Turma EXECUO FISCAL. REDIRECIONAMENTO. SCIO-GERENTE. A Turma entendeu ser cabvel o redirecionamento de execuo fiscal e seus consectrios legais ao scio-gerente de empresa quando demonstrado ter ele agido com excesso de poderes, infrao lei, ofensa ao estatuto ou na dissoluo irregular da empresa. Segundo o entendimento deste Superior Tribunal, presentes meros indcios de dissoluo irregular da sociedade, atestando ter a empresa encerrado suas atividades irregularmente, h que ser determinado o redirecionamento (art. 135 do CTN) e por motivo maior, no presente caso, dada a prova de condenao em crime de sonegao fiscal. REsp 935.839-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 5/3/2009. Para REDIRECIONAMENTO DA EXECUO FISCAL, mister a presena de INDCIOS de prtica de FRAUDE pela empresa (ex: empresa que ENCERRA ATIVIDADES sem comunicar rgos responsveis). Nesse caso os scios podem ILIDIR A PRESUNO somente atravs de EMBARGOS DO DEVEDOR. Terceira Turma INCIO. PRAZO. CONTESTAO. CITAO. HORA CERTA. cedio que a jurisprudncia afirma que o incio da contagem do prazo para oferecer contestao, nas hipteses da citao com hora certa, da juntada do mandado de citao cumprido, desconsiderando a juntada do aviso de recebimento (AR) relativo correspondncia posteriormente enviada. No caso, h uma peculiaridade: a carta enviada pelo escrivo, em obedincia ao art. 229 do CPC, expressamente mencionou

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    que o prazo para responder era de 15 dias contados da data da juntada do AR aos autos. Para a Min. Relatora, o processo civil no pode esconder armadilhas e surpresas para as partes, a cercear, injusta e despropositadamente, uma soluo de mrito, nem o formalismo deve ser desvinculado de sua finalidade. Dessa forma, dada essa particularidade, considerando que o ru foi induzido a erro por ato do funcionrio do cartrio, admite-se a contestao como tempestiva. Com essas razes, a Turma negou provimento ao REsp. Precedentes citados: REsp 211.146-SP, DJ 1/8/2000; REsp 180.917-SP, DJ 16/6/2003; REsp 963.977-RS, DJ 5/9/2008, e REsp 901.556-SP, DJ 3/11/2008. REsp 746.524-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 3/3/2009. EXEMPLO DE BOA-F PROCESSUAL RECURSO. INTERPOSIO. ASSISTENTE. Trata-se de ao rescisria de possessria em que, aps publicado o acrdo que deferiu a apelao, por maioria, reintegrando os autores na posse, no houve recursos e se certificou, nos autos, o trnsito em julgado. No entanto, naquela publicao, no constou o nome dos advogados dos assistentes, que solicitaram devoluo do prazo recursal. Ento, o TJ deferiu o pleito e eles interpuseram embargos infringentes, nos quais foi restabelecida a sentena que negou provimento possessria. Da, a ao rescisria julgada improcedente pelo TJ, em que a autora ora recorrente (o cnjuge faleceu) questiona a devoluo do prazo recursal aos assistentes e a possibilidade de interposio de recurso pelo assistente na ausncia de manifestao expressa do assistido. Para a Min. Relatora, no houve trnsito em julgado do acrdo em relao aos assistidos, pois o prazo recursal somente se inicia com a intimao vlida. Quanto possibilidade de recurso interposto apenas pelo assistente, ponderou que a jurisprudncia antiga era pacfica no sentido de permitir a interposio pelo assistente e de somente a manifestao expressa do assistido poder obstar a impugnao do assistente. Mas, hoje, h um novo posicionamento formando-se neste Superior Tribunal no sentido de no admitir, no silncio do assistido, a interposio de recurso pelo assistente. Entretanto, no caso dos autos, apesar de o TJ no definir, na rescisria, a modalidade de assistncia que justificou o ingresso dos ora recorridos como assistentes simples ou litisconsorciais, da anlise de trecho do acrdo recorrido, percebe-se que, na ao possessria, os assistentes ingressaram no feito para defender direito prprio adquiriram posse atingida pela pretenso da autora. Assim, a hiptese dos autos de assistncia litisconsorcial, incidindo a regra do art. 54 do CPC. No h sentido para limitar o direito do assistente de, nesse caso, interpor recurso, podendo faz-lo da mesma forma do litisconsorte. Com esse entendimento, a Turma negou provimento ao REsp da autora. Precedentes citados: REsp 59.291-MG, DJ 22/4/1997; REsp 535.937-SP, DJ 10/10/2006, e REsp 491.964-SP, DJ 4/4/2005. REsp 585.385-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 3/3/2009. Na assistncia simples, a TENDNCIA DO STJ DE NO ADMITIR RECURSO DO ASSISTENTE (SIMPLES) NO SILNCIO DO ASSISTIDO. (Houve uma diminuio dos poderes do assistente simples) PERDAS E DANOS. REINSERO. PRECLUSO CONSUMATIVA. Foi ajuizada ao de execuo para entrega de coisa incerta com base em dois contratos de compra e venda de semoventes, convertida em razo da inexistncia de animais a serem apreendidos nas propriedades do executado, em execuo por quantia certa contra devedor solvente, englobando essa no somente a valor dos animais, como tambm perdas e danos. Ao supor que a incluso da importncia relativa s perdas e danos retardaria o andamento do processo, o exequente dele desiste para, em momento posterior, retratar-se,

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    procedimento que foi aceito pelo juiz. Inconformado com a reinsero de valores nas verbas executadas pelo recorrente, foi apresentada exceo de pr-executividade, seguida de agravo de instrumento, desprovido pelo Tribunal de origem, sem que houvesse a interposio de recurso especial. O recorrente, nessa sede, busca afastar o entendimento de estar preclusa a questo da incluso das perdas e danos nas verbas executadas. Na espcie, o Min. Relator entende que, acerca da possibilidade de reinsero naqueles moldes, operou-se a precluso consumativa, no podendo mais a questo ser objeto de discusso, ainda que consubstanciada em matria de ordem pblica. Quanto ao argumento do recorrente de que a exigncia das perdas e danos configura hiptese de excesso de execuo, matria tpica de embargos do devedor, devendo, nesse contexto, ser apreciada, sob pena de maltrato ao art. 745, III, do CPC, entendeu que no lhe assiste razo. Se o devedor opta por alegar a matria relativa a excesso de execuo em sede de exceo de pr-executividade e a questo efetivamente julgada, no pode, depois, querer tambm se valer dos embargos execuo, alegando que o assunto prprio desse meio de defesa, sob pena de incorrer em flagrante contradio. O fato de a apelao ser recurso de devolutividade ampla no significa que questes anteriormente discutidas e decididas em sede recursal possam novamente ser apresentadas. Precedente citado: REsp 742.958-AL, DJ 18/12/2006. REsp 1.048.193-MS, Rel. Min. Fernando Gonalves, julgado em 5/3/2009. Matria alegada em EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE, e rejeitada, NO PODE FUNDAMENTAR EMBARGOS DO DEVEDOR, em razo de PRECLUSO DO TEMA. (As questes discutidas e decididas antes da sentena no incluem-se no efeito devolutivo da apelao. Art. 515, 1, e 516 do CPC)> Informativo n. 0386 Perodo: 9 a 13 de maro de 2009. Primeira Seo SMULA N. 374-STJ. Compete Justia Eleitoral processar e julgar a ao para anular dbito decorrente de multa eleitoral. Rel. Min. Luiz Fux, em 11/3/2009. (Exclui-se competncia da Justia Estadual e Federal) RECURSO REPETITIVO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIRIA. SCIO. DCTF. GIA. CRDITO TRIBUTRIO. No recurso submetido ao regime do art. 543-C do CPC e art. 6 da Res. n. 8/2008-STJ, a Seo assentou que a simples falta de pagamento de tributo no acarreta, por si s, a responsabilidade subsidiria do scio (art. 135 do CTN), se inexistir prova de ele ter agido com excesso de poderes em infrao lei, ao contrato social ou ao estatuto da sociedade empresarial. Outrossim, a apresentao da declarao de dbitos e crditos tributrios fiscais (DCTF), de guia de informao e apurao de ICMS (GIA), ou de outra declarao dessa natureza com previso legal constitui o crdito tributrio, no havendo necessidade de outra providncia por parte do Fisco. Precedentes citados: EREsp 374.139-RS, DJ 28/2/2005; REsp 1.030.176-SP, DJe 17/11/2008; REsp 801.659-MG, DJ 20/4/2007; REsp 962.379-RS, DJe 28/10/2008; AgRg nos EREsp 332.322-SC, DJ 21/11/2005; AgRg nos EREsp 638.069-SC, DJ 13/6/2005; REsp 510.802-SP, DJ 14/6/2004, e REsp 437.363-SP, DJ 19/4/2004. REsp 1.101.728-SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 11/3/2009. Na verdade, bastam indcios de fraude.

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    Segunda Seo SMULA N. 372-STJ. Na ao de exibio de documentos, no cabe a aplicao de multa cominatria. Rel. Min. Fernando Gonalves, em 11/3/2009. Nos precedentes, fica claro que para o STJ, suficiente a PRESUNO DE VERACIDADE rerada pelo DESCUMPRIMENTO da sentena de PROCEDNCIA em AO CAUTELAR de exibio de documentos. "RECURSO ESPECIAL. AO CAUTELAR. EXIBIO DE DOCUMENTOS. MULTA COMINATRIA. DESCABIMENTO. A incidncia do artigo 359 do Cdigo de Processo Civil nas aes cautelares de exibio de documento, determinada pelo artigo 845 do mesmo estatuto, afasta a possibilidade de aplicao de multa cominatria. Precedente da Terceira Turma. Recurso provido." (3 Turma, REsp n. 633.056/MG, Rel. Min. Castro Filho, unnime, DJU de 02.05.2005) RECURSO REPETITIVO. SFH. SEGURO. MTUO. COMPETNCIA. JUSTIA ESTADUAL. A Seo, ao apreciar os REsps como recursos repetitivos (Lei n. 11.672/2008 e Res. n. 8/2008-STJ), reiterou seu entendimento de que, nos feitos em que se discute contrato de seguro adjeto a contrato de mtuo, por envolver discusso entre seguradora e muturio e no afetar o fundo de compensao de variaes salariais (FCVS), inexiste interesse da Caixa Econmica Federal a justificar a formao de litisconsrcio passivo necessrio, sendo, portanto, da Justia estadual a competncia para seu julgamento. REsp 1.091.363-SC e REsp 1.091.393-SC, Rel. Min. Carlos Fernando Mathias (Juiz convocado do TRF da 1 Regio), julgados em 11/3/2009. Discusso entre seguradora e segurado. Ausncia de interesse da CEF. Competncia da Justia Estadual Terceira Seo JUROS MORATRIOS. FAZENDA PBLICA. A Seo, ao julgar o presente recurso repetitivo (Resoluo n. 8/2008-STJ), entendeu que o art. 1-F da Lei n. 9.497/1997, que dispe que os juros moratrios, nas aes propostas contra a Fazenda Pblica, so de 6%, deve ser aplicado apenas nas aes ajuizadas aps a entrada em vigor da MP n. 2.180-35/2001. Contudo, a Min. Relatora ressalvou o seu ponto de vista de que o referido artigo seria inconstitucional, pois feriria o princpio da isonomia, uma vez que o devedor da Fazenda Pblica suportaria juros de 12% ao ano nas mesmas circunstncias. Precedentes citados do STF: RE 453.740-RJ, DJ 24/8/2007; do STJ: REsp 904.264-RS, DJe 25/8/2008, e AgRg no AgRg no REsp 1.011.163-PR, DJe 25/8/2008. REsp 1.086.944-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 11/3/2009. ATENO: NOVA REDAO: Art. 1o-F. Nas condenaes impostas Fazenda Pblica, independentemente de sua natureza e para fins de atualizao monetria, remunerao do capital e compensao da mora, haver a incidncia uma nica vez, at o efetivo pagamento, dos ndices oficiais de remunerao bsica e juros aplicados caderneta de poupana. (Redao dada pela Lei n 11.960, de 2009)

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    Primeira Turma Segunda Turma Quarta Turma REPRESENTAO PROCESSUAL. DEFICINCIA. NULIDADE SANVEL. A Turma reiterou que a representao processual do causdico vcio sanvel nas instncias ordinrias, no estando mais o advogado adstrito ao prazo quinzenal (art. 37 do CPC) para juntar procurao aos autos e retificar o ato processual praticado. Outrossim, o magistrado pode determinar que o defeito seja sanado sempre que constatar a representao irregular do procurador (art. 13 do CPC). E o prazo para a correo do defeito tem natureza dilatria, podendo a diligncia ser cumprida mesmo aps o termo final, se o juzo no tiver ainda reconhecido os efeitos da precluso. Quanto nulidade do substabelecimento, este Superior Tribunal a considera descabida ao argumento de estar vencido o instrumento procuratrio do advogado substabelecente, mormente porque j decidiu que a clusula ad judicia preservada mesmo que o mandato esteja vencido. Precedentes citados: REsp 812.209-SC, DJ 18/12/2006; REsp 737.243-MG, DJ 30/10/2006, e EREsp 14.827-MG, DJ 9/5/1994. REsp 264.101-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 10/3/2009. Nas instncias excepcionais, o defeito de representao torna INEXISTENTE o recurso interposto. (Sum 115 STJ) Informativo n. 0387 Perodo: 16 a 20 de maro de 2009. Corte Especial SMULA N. 375-STJ. O reconhecimento da fraude execuo depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de m-f do terceiro adquirente. Rel. Min. Fernando Gonalves, em 18/3/2009. ESSE ENTENDIMENTO TAMBM VEM SENDO APLICADO PARA EXIGIR-SE A PROVA DE QUE O ADQUIRENTE SABIA DA EXISTNCIA DE AO CAPAZ DE REDUZIR O ALIENANTE INSOLVNCIA. SMULA N. 376-STJ. Compete turma recursal processar e julgar o mandado de segurana contra ato de juizado especial. Rel. Min. Nilson Naves, em 18/3/2009. DEVE EXISTIR UMA INSTNCIA DE CONTROLE DA COMPETNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS FAZENDA. ISENO. POSTAGEM. Na origem, cuidava-se de agravo de instrumento interposto da deciso que, em execuo fiscal ajuizada na Justia estadual, determinou a intimao da exequente (Unio) para proceder ao pagamento de custas relativas citao postal, de acordo com lei estadual, sob pena de cancelamento da distribuio. Diante disso, a Turma deu provimento ao REsp, reafirmando que a Fazenda Nacional no est obrigada ao pagamento das custas e despesas processuais. Portanto, no h que se exigir o adimplemento do quantum equivalente postagem de carta citatria. Precedentes citados: REsp 1.028.103-SP, DJ

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    21/8/2008; EREsp 506.618-RS, DJ 13/2/2008, e REsp 1.036.656-SP. REsp 1.076.914-SE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/3/2009. ISENO DE CUSTAS PARA A UNIO INCLUSIVE QUANDO LITIGA NA JUSTIA ESTADUAL!!!!!!!!! (39 da Lei 6.830/80: A Fazenda Pblica no est sujeita ao pagamento de custas e emolumentos. A prtica dos atos judiciais de seu interesse independer de preparo ou prvio depsito.) (Vide) 2. Custas so o preo decorrente da prestao da atividade jurisdicional, desenvolvida pelo Estado-juiz atravs de suas serventias e cartrios. 3. Emolumentos so o preo dos servios praticados pelos serventurios de cartrio ou serventias no oficializados, remunerados pelo valor dos servios desenvolvidos e no pelos cofres pblicos. 4. Despesas, em sentido restrito, so a remunerao de terceiras pessoas acionadas pelo aparelho jurisprudencial, no desenvolvimento da atividade do Estado-juiz. 5. No razovel crer que a Fazenda Pblica possa ter reconhecida iseno, perante os Cartrios de Registro de Ttulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurdica, decorrente da obteno de cpias dos atos constitutivos das empresas que pretende litigar. 6. Goza a Fazenda apenas da prerrogativa de efetuar o pagamento ao final, se vencida. Precedente da Primeira Seo. (REsp 1110529 / SP) Segunda Turma EXECUO. TRANSITO EM JULGADO. MP. N. 2.180-35/2001. A Turma entendeu que o pargrafo nico do art. 741 do CPC, introduzido pela MP n. 2.180-35/2001, apesar de ter carter de norma processual, no pode ser aplicado retroativamente, submetendo-se ao princpio do art. 5, XXXVI, da CF/1988 (a lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada). Assim, s se admite a sua aplicao sentena com trnsito em julgado ocorrido posteriormente sua vigncia. Contudo, no caso, embora a norma processual seja anterior ao trnsito em julgado, somente aps este que o STF declarou constitucional o art. 20, I, da Lei n. 8.880/1994 (RE 313.382-SC). O objetivo da norma contida no art. 741, pargrafo nico, do CPC evitar que ttulos judiciais incompatveis com a constituio sejam executados. Ainda entendeu que no se pode prestigiar a interpretao que adota a relativizao da coisa julgada, levando-se em conta a data da interposio dos embargos de devedor, sem observar a data da deciso do STF, se posterior ao trnsito em julgado. Na hiptese, a suprema corte afastou a incerteza quanto inconstitucionalidade, ao proclamar constitucional o art. 20, I, da Lei n. 8.880/1994, ou seja, desde o seu nascedouro e at antes do pronunciamento da corte maior era de absoluta normalidade para com o ordenamento jurdico. REsp 1.049.702-RS, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 17/3/2009. RMS. ART. 515, 3, CPC. Trata-se de mandado de segurana impetrado pelo Estado-membro que se sentiu atingido pela sentena que isentou de IPVA a instituio financeira, em ao de busca e apreenso

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    na qual o credor fiducirio pleiteia a recuperao de veculo alienado a devedor fiduciante, pois deixou de pagar as prestaes de operao de compra e venda com alienao fiduciria em garantia. A Turma entendeu que, no intimado do acrdo, no se poderia exigir do Estado o conhecimento da referida ao e, consequentemente, a interposio de recurso contra a sentena. Logo, aplica-se o Sm. n. 202 do STJ. Entendeu, ainda, que, quanto ao mandado de segurana devidamente instrudo e extinto sem julgamento de mrito, no pode este Superior Tribunal, aps afastar a extino, continuar a julgar a causa e apreciar o mrito da ao mandamental, pois, se assim o fizesse, atrairia para si a competncia do Tribunal estadual, uma vez que compete a ele processar e julgar o mandado de segurana contra ato tido por ilegal do juiz de primeiro grau. Assim, no se aplica o art. 515, 3, do CPC ao recurso ordinrio em mandado de segurana, pois se trata de competncia constitucional. Precedente citado do STF: EDcl no RMS 24.309-DF, DJ 30/4/2004. RMS 27.368-PE, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 17/3/2009. INAPLICABILIDADE DO ART; 515, 3, AO MANDADO DE SEGURANA, POR IMPOSSIBILIDADEDE DE AMPLIAO DA COMPETNCIA CONSTITUCIONAL DOS TRIBUNAIS SUPERIORES. Terceira Turma INTIMAO POSTAL. PESSOA JURDICA. A matria cinge-se em saber se, para a intimao prevista no 1 do art. 267 do CPC, em se tratando de pessoa jurdica, a carta registrada devidamente enviada ao endereo constante da inicial e do contrato social da empresa, ainda que no recebida por representante legal, supre a exigncia constante do referido dispositivo legal. Inicialmente, destacou o Min. Relator que este Superior Tribunal, de forma a privilegiar a teoria da aparncia, considera vlida a citao, bem como a intimao (em geral) na pessoa de quem se apresente perante o oficial de justia sem manifestar qualquer ressalva quanto inexistncia de poderes para represent-la. Assim, se, para a citao, principal ato de comunicao no processo, que tem o condo de efetivamente constituir a relao processual entre as partes, quando realizada pela via postal, admite-se, em se tratando de pessoa jurdica, o recebimento da carta registrada (corretamente endereada) por funcionrio ou preposto, no h razo para no aplicar tal entendimento presente hiptese. Assim, partindo-se do pressuposto de que vlida a intimao pela via postal a fim de cientificar o autor da necessidade de promover o prosseguimento do feito, desde que atinja tal propsito, e considerando no se mostrar crvel que a carta devidamente encaminhada ao endereo da empresa autora constante de seu estatuto social e da petio inicial, ainda que no recebida por seus representantes legais, no tenha chegado ao conhecimento destes, tem-se por atendida a exigncia prevista no artigo 267, 1, do CPC. Reputando-se vlida a intimao e remanescendo inerte a autora da ao, a extino do feito, em que no restou conformada a relao processual com o ora recorrido, era mesmo a medida de rigor. Ressalte-se, ainda, que, em se tratando de ao de busca e apreenso em que o ru no foi citado, a extino do feito de ofcio pelo magistrado prescinde da manifestao do ru. Afasta-se, por isso, a incidncia na espcie do enunciado n. 240/STJ. Precedentes citados: AgRg no Ag 547.864-DF, DJ 19/4/2004; REsp 190.690-RJ, DJ 20/3/2000; Ag 441.507-RJ, DJ 22/4/2003, e AgRg no Ag 736.583-MG, DJ 20/9/2007. REsp 1.094.308-RJ, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 19/3/2009. APLICA-SE O ENTENDIMENTO SOBRE A DESNECESSIDADE DE ASSINATURA DO AR REPRESENTANTE DA EMPRESA INCLUSIVE PARA OS CASOS DE INTIMAO PESSOAL SOB PENA DE CONTUMCIA.

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    DENUNCIAO. LIDE. CONTESTAO. Na espcie, o hospital ajuizou ao de cobrana contra o ru, ora recorrido, objetivando o recebimento de valor referente a tratamento mdico-hospitalar cujo custeio foi negado pelo plano de sade contratado por ele. O recorrido apresentou contestao e dias aps, ofereceu denunciao lide em desfavor da empresa de plano de sade, o que foi deferido pelo juiz, sendo suspenso o andamento do feito. A questo est em saber se, luz do art. 71 do CPC, a denunciao lide pode ser apresentada aps o oferecimento da contestao e dentro do prazo legal para contestar. Primeiramente, o Min. Relator entendeu se fazer necessria a interpretao da expresso prazo para contestar previsto no mencionado dispositivo. Para tanto, mister se faz tecer algumas consideraes acerca do instituto da denunciao lide, para que se obtenha subsdios necessrios correta interpretao do preceito acima. Em qualquer dos sistemas existentes ao longo da histria (germnico, romano ou brasileiro), embora com nfases diversas, o instituto da denunciao da lide sempre se voltou para trs finalidades: a) o dever de defesa judicial em favor do denunciante, assim entendida a obrigao de o denunciado proteger o denunciante da pretenso do autor da lide principal; b) o direito de defesa judicial, ou seja, a necessidade de conferir ao denunciado a oportunidade de pleitear o malogro da demanda originria, a fim de eximir-se de eventual ao regressiva e de indenizao; c) o direito de regresso, dizer-se, propiciar ao denunciante a recomposio dos prejuzos que vier sofrer com a ocasional derrota na demanda principal. A interpretao do art. 71 do CPC deve levar em considerao esses trs objetivos, sem desmerecer as particularidades do modelo ptrio (que, por exemplo, mitiga o dever de defesa judicial, ao permitir que o denunciado, se quiser, manifeste-se a favor do autor da demanda). Deve-se considerar, ademais, que, quando o ru adianta a contestao, ele abre mo do restante do prazo legal de apresentao de resposta, de maneira que eventual tentativa de aditar a contestao ser freada pelo bice da precluso consumativa. Havendo o oferecimento antecipado da contestao, a denunciao da lide pelo ru s poder ser oferecida se ainda no tiver escoado o prazo legal da contestao e, cumulativamente, no houver ainda sido determinada a prtica de qualquer outro ato processual. In casu, embora a denunciao tenha sido oferecida antes do transcurso do prazo legal de contestao, esta j havia sido apresentada e o juiz j havia determinado a intimao do autor para apresentar rplica. Diante disso, a Turma deu provimento ao recurso. REsp 1.099.439-RS, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 19/3/2009. OFERECIMENTO DE CONTESTAO E PRECLUSO CONSUMATIVA (entendimento abrandado) Quarta Turma COISA JULGADA. LIMITES SUBJETIVOS. Embora quitado o imvel, a construtora negou-se a outorgar a escritura definitiva. Ento, a autora props ao de adjudicao de imvel em que a sentena julgada procedente transitou em julgado, expedindo-se mandado para registro do imvel, apesar de, j no curso da ao, haver sido registrada a hipoteca judicial em favor da compradora. Sucede que aquela construtora foi incorporada por outra sociedade empresarial, sendo registrada a extino da construtora dois meses aps venda do imvel (objeto de disputa) e depois houve a decretao da falncia dessa nova sociedade empresarial. No curso deste processo falimentar, o sndico requereu a arrecadao do imvel, da a ao de restituio de imvel, na qual a sentena tambm julgou procedente o pedido, ordenando a excluso do imvel dos bens arrecadados pela massa falida sob o argumento da existncia de coisa julgada; mas, em apelao,

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    declarou-se nulo o compromisso de compra e venda. Para o Min. Relator, nos termos do art. 472 do CPC, a sentena da ao de adjudicao que declarou a validade do negcio jurdico e determinou o registro da escritura definitiva da venda do imvel no pode produzir efeitos em relao massa falida, a qual no participou daquela relao processual, portanto vlida a arrecadao do imvel pela massa falida. Destacou, ainda, que os autos noticiam o fato de que, antes da notificao extrajudicial enviada construtora pela compradora para compeli-la realizao da escritura definitiva, j era do seu conhecimento a incorporao da construtora por outra sociedade empresarial, tal como a prpria compradora informou. Assim, no caso, desconsiderou-se o juzo falimentar competente para dirimir a adjudicatria (art. 12, III, do CPC e art. 63, XVI, do DL n. 7.661/1945), bem como a participao do MP (art. 70, 1, do referido DL). Diante do exposto, a Turma no conheceu do recurso. Precedentes citados: EDcl no Ag 641.388-RS, DJ 27/8/2007; REsp 206.946-PR, DJ 7/5/2001, e RMS 14.554-PR, DJ 15/12/2003. REsp 291.634-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 17/3/2009. Informativo n. 0388 Perodo: 23 a 27 de maro de 2009. Segunda Seo COMPETNCIA. BANCRIOS. INTERDITO PROIBITRIO. A Seo decidiu que, em conformidade com o entendimento do Pretrio Excelso, compete Justia do Trabalho o julgamento de interdito proibitrio para garantir o livre acesso de funcionrios e clientes s agncias bancrias, sob o risco de interdio, devido ao movimento grevista. Precedente citado do STF: RE 579.648-MG, DJ 6/3/2008. AgRg no CC 101.574-SP, Rel. Min. Fernando Gonalves, julgado em 25/3/2009. Terceira Turma DNA. RECUSA. PATERNIDADE. PRESUNO. A Turma reiterou o entendimento de que, embora a presuno de paternidade pela recusa de se submeter ao exame DNA, no seja absoluta, por admitir prova em contrrio e no obstante todas as providncias tomadas pelo investigante para dirimir, no caso, a ao de investigao de paternidade cumulada com petio de herana, a recusa dos recorrentes favorece o pedido da inicial, porquanto criaram todas as formas possveis e infundadas para a no realizao da prova pericial. Assim, inconcebvel que as mesmas partes que por mais de 15 anos impediram a produo da prova especfica pretendam, em grau recursal, alegar cerceamento de defesa na condio de vtimas. Ademais, agora j incabvel a converso em diligncia para a realizao do exame de DNA baseado em dissdio jurisprudencial, por tratar o paradigma de hiptese distinta do caso sub judice, sobretudo porque naquele o investigante teve a produo da prova pericial negada, no tendo se recusado, postergado ou impedido a produo pericial. Portanto correta a deciso do acrdo impugnado ao negar aos ora recorrentes um direito ao qual antes se opuseram de todas as formas, aplicando-se, com efeito, os arts. 231 e 232 do CC/2002, mormente porque o exame DNA s aproveita parte que no deu causa ao obstculo de sua realizao. REsp 819.588-MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 24/3/2009. Smula 301: em ao investigatria, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presuno juris tantum de paternidade. Lei n. 12.004, alter a Lei no 8.560, que regula a investigao de paternidade dos filhos havidos fora do casamento. COMPROVAO DO ENTENDIMENTO DE QUE O COMPORTAMENTO DAS PARTES PODE SER CONSIDERADO MEIO DE PROVA!!!!!!

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    Informativo n. 0389 Perodo: 30 de maro a 3 de abril de 2009. Primeira Turma FALNCIA. APRESENTAO. CRDITO TRIBUTRIO. Os arts. 187 do CTN e 29 da Lei n. 6.830/1980 no representam bice habilitao de crditos tributrios no concurso de credores da falncia; tratam, na verdade, de prerrogativa da entidade pblica em poder optar entre o pagamento do crdito pelo rito da execuo fiscal ou mediante habilitao. Escolhendo um rito, ocorre a renncia da utilizao do outro, no se admitindo uma dplice garantia. O fato de permitir a habilitao do crdito tributrio em processo de falncia no significa admitir o requerimento de quebra por parte da Fazenda Pblica. No caso, busca-se o pagamento de crditos da Unio representados por onze inscries em dvida ativa que, em sua maioria, no foram objeto de execuo fiscal em razo de seu valor. Diante dessa circunstncia, seria desarrazoado exigir que a Fazenda Nacional extrasse as competentes CDAs e promovesse as respectivas execues fiscais para cobrar valores que, por razes de poltica fiscal, no so ajuizveis (Lei n. 10.522/2002, art. 20), ainda mais quando o processo j se encontra na fase de prestao de contas pelo sndico. Nesse contexto, a Turma determinou o retorno dos autos ao Tribunal de origem para verificao da suficincia e validade da documentao acostada pela Procuradoria da Fazenda Nacional a fim de fazer prova de seu pretenso crdito. Precedentes citados: REsp 402.254-RJ, DJe 30/6/2008; REsp 988.468-RS, DJ 29/11/2007; REsp 185.838-SP, DJ 12/11/2001, e REsp 287.824-MG, DJ 20/2/2006. REsp 1.103.405-MG, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 2/4/2009. Trecho do Acrdo: Frise-se que a possibilidade de o Fisco vir a habilitar um crdito seu em processo de falncia que j se encontra em curso no significa que tambm poderia ele vir a requerer a quebra do devedor. O pedido de falncia por parte do Fisco no de ser admitido, j que serviria de instrumento de coao moral para satisfao de dvida tributria. Nesse sentido, j decidiu esta Corte: Documento: 4830892 - RELATRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Pgina 9 de 11 Terceira Turma Informativo n. 0390 Perodo: 6 a 17 de abril de 2009. Corte Especial AES. CAUTELAR. PRINCIPAL. EFEITOS. APELAO. A questo cinge-se a estabelecer em que efeitos deve ser recebido o recurso de apelao interposto contra o captulo da sentena que julgou a medida cautelar, nas hipteses de julgamento simultneo, em sentena nica, da medida cautelar e da ao principal. Inicialmente se esclarece que, para a definio da questo, necessrio harmonizar a regra do art. 520, IV, e a do art. 796, ambos do CPC. O primeiro fixa a atribuio de efeito devolutivo para a medida cautelar, e o segundo define que essa sempre dependente do processo principal. A jurisprudncia deste Superior Tribunal aponta tendncia de interpretar as referidas normas no sentido de que, julgadas ao mesmo tempo improcedentes a ao principal e a cautelar, interposta apelao contra a deciso, cabe receb-la com efeitos distintos, ou seja, a cautelar no devolutivo e a principal nos efeitos legais. No sentido contrrio, no foram localizados outros precedentes alm do REsp 962.045-SP, DJ

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    4/6/2008, havendo decises monocrticas no sentido da divergncia (Ag 727.911-SP, DJ 21/6/2006). Dessarte, o entendimento que deve prevalecer o que vem, h muito, consolidando-se no STJ. Ainda que julgadas, por sentena nica, ao principal e cautelar, o recurso de apelao interposto deve ser recebido no duplo efeito quanto ao captulo que decide a principal e apenas no efeito devolutivo no captulo relativo ao cautelar (REsp 970.275-SP, DJ 19/12/2007). A tese ento fixada no pe em risco direitos que dependam de tutela imediata conforme as circunstncias fticas do processo. Para essas hipteses, possvel suspender os efeitos de uma sentena, ainda que proferida em julgamento cautelar, porm no com fundamento no art. 520 do CPC, cujo rol taxativo. Aplica-se, nessas situaes, a regra do art. 558, pargrafo nico, do CPC. Assim, a Corte Especial conheceu dos embargos, mas lhes negou provimento, consolidando a tese acima exposta. O Min. Joo Otvio de Noronha aduziu que, no duplo efeito, h que ressalvar as hipteses dos incisos do art. 520 do CPC, porque h casos em que, na ao principal, no h efeito suspensivo. Precedentes citados: REsp 102.716-SP, DJ 8/5/2000; REsp 157.638-SC, DJ 14/6/1999; REsp 81.077-SP, DJ 23/9/1996, e REsp 182.221-SP, DJ 24/3/2003. EREsp 663.570-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgados em 15/4/2009. Apelao da SENTENA que julga SIMULTANEAMENTE ao CAUTELAR E PRINCIPAL. Efeitos. PESSOA JURDICA. NATUREZA FILANTRPICA. JUSTIA GRATUITA. A Corte Especial, por maioria, conheceu dos embargos e lhes deu provimento, sufragando a tese de que, no caso das pessoas jurdicas sem fins lucrativos, de natureza filantrpica, benemerncia etc., basta, como as pessoas fsicas, a simples declarao da hipossuficincia coberta pela presuno juris tantum para a concesso da Justia gratuita. EREsp 1.055.037-MG, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, julgados em 15/4/2009. Interpretao analgica da Lei 1060/50. Primeira Turma Segunda Turma POUPANA. EXTENSO. IMPENHORABILIDADE. BEM DE FAMLIA. A Turma confirmou a deciso recorrida que negou provimento ao recurso de estado-membro que, para saldar crdito referente a dbito de ICMS, pleiteava o bloqueio de conta de poupana vinculada a financiamento para a aquisio do imvel de moradia. Esclareceu o Min. Relator que o TJ no afirmou, em momento algum, que o dinheiro aplicado em poupana constitui bem impenhorvel. No caso concreto, o dinheiro aplicado na poupana estava vinculado clusula contratual (DL n. 70/1966) para aquisio do bem de famlia, logo a autorizao da penhora do dinheiro acarretaria a perda do nico imvel de moradia da famlia. Da se pode afirmar, segundo o Min. Relator, ter ocorrido, na hiptese dos autos, a extenso do benefcio da impenhorabilidade do bem de famlia para o dinheiro da poupana que garante a aquisio do imvel de moradia familiar. Precedente citado: REsp 515.770-RS, DJ 27/3/2009. REsp 707.623-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 16/4/2009. IMPENHORABILIDADE do BEM DE FAMLIA estende-se CONTA POUPANA VINCULADA POR CONTRATO AO PAGAMENTO DO RESPECTIVO FINANCIAMENTO. PEHORA ON LINE E IMPENHORABILIDADE PARCIAL DA CONTA POUPANA. INTIMAO. PRESTAO. CONTAS. INTEMPESTIVIDADE.

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    A Turma entendeu descabidas as alegaes quanto no fluncia do prazo para apresentao de contas por bice da Sm. n. 211-STJ e quanto s alegadas irregularidades na intimao, que deveriam ter sido suscitadas nos autos pela parte na primeira oportunidade, sob pena de precluso. Ademais, tem-se como vlida a intimao realizada em nome do procurador dando cincia da deciso judicial (art. 244 do CPC). Desse modo, desnecessria a intimao pessoal da r na segunda fase do procedimento de prestao de contas, devendo igualmente ser aceita a intimao do seu causdico devidamente representado no feito, para fins da apresentao de contas, na forma do art. 915, 3, do CPC. Ao ru cabe uma possvel impugnao dos valores cobrados em excesso na fase da execuo, desde que observada a coisa julgada, porquanto a sentena que fixou o saldo a favor dos autores tem natureza condenatria e fora de ttulo executivo. Precedentes citados: REsp 337.640-SP, DJ 17/6/2002, e AgRg no AgRg no Ag 895.994-GO, DJe 19/5/2008. REsp 961.439-CE, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 16/4/2009. Informativo n. 0391 Perodo: 20 a 24 de abril de 2009. Primeira Seo RECURSO REPETITIVO. HONORRIOS ADVOCATCIOS. FGTS. A Seo, ao julgar recurso representativo de controvrsia (art. 543-C do CPC e Resoluo n. 8/2008 do STJ), reafirmou que o art. 29-C da Lei n. 8.036/1990 (introduzido pela MP 2.164-40/2001), que dispensa a condenao em honorrios advocatcios nas demandas sobre FGTS, norma especial em relao aos arts. 20 e 21 do CPC e s deve ser aplicado nas aes ajuizadas aps sua vigncia (em 27/7/2001). Precedentes citados: EAg 599.012-PR, DJe 26/5/2008; AgRg no REsp 1.079.113-BA, DJe 3/2/2009; REsp 891.053-RJ, DJ 26/11/2007; REsp 813.056-PE, DJ 29/10/2007, e AgRg no Ag 832.714-BA, DJe 17/10/2008. REsp 1.111.157-PB, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 22/4/2009. LEMBRE-SE: NESSES CASOS TAMBM NO CABE ANTECIPAO DE TUTELA. COMPETNCIA. JUIZADO ESPECIAL FEDERAL. LITISCONSRCIO. UNIO. COMPLEXIDADE. CAUSA. Deve ser refutado o argumento de que os juizados especiais federais no possuem competncia para conhecer de causa em que exista interesse da Fazenda Pblica, pois a eles no aplicvel o art. 3, 2, da Lei n. 9.099/1995, mas sim a Lei n. 10.259/2001. J o art. 6, II, da ltima lei tem que ser interpretado de forma lgico-sistemtica, a permitir a concluso de que o referido dispositivo no exclui a possibilidade de que outras pessoas jurdicas figurem, em demandas ajuizadas no citado juizado, na condio de litisconsorte passivo da Unio, tal como no caso, em que se pretende compelir as pessoas jurdicas demandadas a fornecer os medicamentos de uso continuado necessrios autora. Quanto questo da complexidade da causa sujeita ao juizado especial federal, a Lei n. 10.259/2001 clara em admitir no s a inquirio de tcnicos, mas tambm a possibilidade de realizao de prova tcnica mediante laudos periciais, o que denota haver permisso de aquele juizado aprecie causa de maior complexidade probatria (diferentemente dos juizados estaduais), quanto mais se absoluta a competncia prevista no art. 3, 3, daquela mesma lei. Precedentes citados: CC 75.314-MA, DJ 27/8/2007; CC 48.022-GO, DJ 12/6/2006; CC 73.000-RS, DJ 3/9/2007; CC 49.171-PR, DJ 17/10/2005, e CC 83.130-ES, DJ 4/10/2007. CC 103.084-SC, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 22/4/2009.

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    Segunda Seo Terceira Seo PRECATRIO ALIMENTAR. PREFERNCIA. IDOSO. INTERESSE. AGIR. ESTADO.

    Trata-se, no caso, de pagamento de precatrio alimentar a cidado idoso (89 anos) e portador de enfermidade crnica. Entendeu o presidente do Tribunal de Justia faz-lo prioritariamente. A deciso do presidente do TJ fixou critrios pelo qual o idoso recebia seu crdito, o que no implicou aumento de despesa a ser suportado pelo Executivo, apenas fixou a ordem de pagamentos a serem realizados. O estado membro no preteriu os credores mais antigos, apenas obedeceu ordem dada pela autoridade competente constitucionalmente para determinar o pagamento (art. 100, 2, da CF/1988), qual seja, o presidente do TJ. Assim, no h qualquer interesse do estado membro na demanda. Caso algum prejuzo tenha ocorrido, foi de algum credor preterido pela preferncia dada ao idoso, a cabe a ele, caso entender conveniente, exercer o direito de ao. Logo, a Turma negou provimento ao recurso do estado membro. RMS 28.084-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 23/4/2009. A CF NO CONFERE QUALQUER PREFERNCIA AO IDOSO NO PAGAMENTO DE PRECATRIOS. Terceira Turma Quarta Turma COMPETNCIA. EMBARGOS. ARREMATAO. , o banco recorrente exequente e arrematante do imvel em hasta pblica j sustentava, em contrarrazes de apelao, que os embargos arrematao deveriam ter sido opostos perante o juzo deprecante, consoante a Sm. n. 46-STJ e o art. 747 c/c art. 746 do CPC, porque no abrangem defeitos da penhora, avaliao ou alienao do bem arrematado. Porm, o Tribunal a quo no se deteve sob esse aspecto, ressaltou apenas que a existncia de crditos privilegiados anotados no processo principal faz desaparecer a viabilidade da arrematao simplria. Nesse contexto, a Turma considerou que houve omisso (art. 535, II, do CPC), porquanto o Tribunal a quo deveria se pronunciar quanto competncia para o julgamento dos embargos arrematao. REsp 327.936-MG, Rel. Min. Fernando Gonalves, julgado em 23/4/2009. COMPETNCIA PARA JULGAMENTO DOS EMBARGOS DE SEGUNDA FASE. LEVANTAMENTO. FIANA BANCRIA. O levantamento da fiana bancria oferecida como garantia da execuo fiscal fica condicionado ao trnsito em julgado da respectiva ao. No caso dos autos, os embargos execuo fiscal com oferecimento de carta de fiana para garantia do juzo foram julgados improcedentes pelo Tribunal a quo, e o estado membro requereu a liquidao dos valores garantidos pela carta de fiana. Explica o Min. Relator que, a teor dos arts. 1, 9, 3, e 15 da LEF (Lei n. 6.830/1980), verifica-se que o legislador tambm equiparou a fiana bancria ao depsito judicial como forma de garantia da execuo. Tambm, esse o entendimento da jurisprudncia deste Superior Tribunal. Assim, o levantamento de depsito em dinheiro s ocorre aps o trnsito em julgado da sentena, conforme dispe o art. 32, 2, da LEF. Precedentes citados: REsp 643.097-

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    RS, DJ 18/4/2006; REsp 543.442-PI, DJ 21/6/2004, e EREsp 479.725-BA, DJ 26/9/2005. REsp 1.033.545-RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/4/2009. NAS EXECUES EM GERAL, A FIANA BANCRIA EQUIPARE-SE A DINHEIRO E SEU OFERECIMENTO DIREITO SUBJETIVO DO EXECUTADO. LIQUIDAO EXTRAJUDICIAL. LEGITIMIDADE EXTRAORDINRIA. SCIOS. AO. Na liquidao extrajudicial, no s o liquidante nomeado pelo Banco Central para representar a massa est legitimado para ajuizar aes com o objetivo de benefici-la, mas tambm aqueles que, eventualmente, tenham sofrido prejuzos patrimoniais em razo da liquidao judicial. Ressalta o Min. Relator que este Superior Tribunal j assentou a tese da legitimidade extraordinria dos scios de instituio financeira para ingressar com ao de indenizao em benefcio da massa liquidanda, desde que os atos impugnados tenham causado efetivo prejuzo a seus direitos e interesses, em razo do disposto no art. 6 do CPC, art. 36 do DL n. 7.661/1945 e art. 159, 7, da Lei n. 6.024/1974. Noticiam os autos que os recorrentes, acionistas, propuseram ao de indenizao por perdas e danos e lucros cessantes contra o Bacen porque, ao apreciarem documentos referentes interveno obtidos em ao judicial e em CPI no Congresso Nacional, verificaram que a transferncia de passivos e ativos do banco em liquidao extrajudicial no ocorreu em conformidade com os preceitos legais. Esses interesses contrapostos entre o liquidante e os autores da ao justificam o interesse jurdico e a legitimidade ativa ad causam, a teor do art. 3 do CPC. Com esse entendimento, a Turma, ao prosseguir o julgamento, conheceu parcialmente do recurso e, nessa parte, deu-lhe provimento. Precedentes citados: REsp 957.783-PE, DJ 11/4/2008, e REsp 546.111-RJ, DJ 18/9/2007. REsp 973.467-PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/4/2009. A LEI 6024/74 DISPE SOBRE A INTERVENO E LIQUIDAO EXTRAJUDICIAL DAS INSTITUIES FINANCEIRAS:

    Art . 46. A responsabilidade ex-administradores, definida nesta Lei, ser apurada em ao prpria, proposta no Juzo da falncia ou no que for para ela competente.

    Pargrafo nico. O rgo do Ministrio Pblico, nos casos de interveno e liquidao extrajudicial propor a ao obrigatoriamente dentro em trinta dias, a contar da realizao do arresto, sob pena de responsabilidade e precluso da sua iniciativa. Findo esse prazo ficaro os autos em cartrio, disposio de qualquer credor, que poder iniciar a ao, nos quinze dias seguintes. Se neste ltimo prazo ningum o fizer, levantar-se-o o arresto e a indisponibilidade, apensando-se os autos aos da falncia, se for o caso.

    LEGITIMIDADE. MP. EXECUO. DBITO. CERTIDO. TCE. Ao prosseguir o julgamento, a Turma deu provimento ao recurso, afirmando que o Ministrio Pblico estadual tem legitimidade para propor a execuo de ttulo extrajudicial oriundo de certido de dbito expedida pelo Tribunal de Contas estadual que apurou e constatou, em processo administrativo, irregularidades na remunerao de agentes pblicos. Em razo disso, determinou que o presidente da Cmara de Vereadores restitusse os valores municipalidade credora. Tal legitimao baseia-se na CF/1988: segundo o art. 129, III, funo institucional do MP a defesa do patrimnio pblico, e ainda, a legitimao ativa, todavia, pode ser justificada na Lei Orgnica do MP (Lei n. 8.625/1993), art. 25, VIII, que permite a ele ingressar em juzo, de ofcio, para responsabilizar os gestores do dinheiro pblico condenados por tribunais e conselhos de contas. Entretanto, observa, em voto vista, o Min. Teori Albino Zavascki no ser fcil enquadrar a legitimidade do MP para esse tipo de cobrana em favor de

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    uma entidade pblica, uma vez que o art. 129, IX, da CF/1988 afirma que o MP no pode oficiar como representante da entidade pblica. Dessa forma, explica que, como regra, o MP no tem legitimidade, mas a Lei Orgnica do MP permite isso. Assim, discusso normativa deve ser interpretada de acordo com a regra tambm constitucional de que o MP tem legitimidade para tutelar o patrimnio pblico. Da ser necessrio saber at que ponto o MP pode ajuizar ao como substituto processual na defesa do patrimnio pblico. Destaca que se tem admitido a legitimidade do MP em casos excepcionais, os quais fogem da ordinariedade da advocacia da entidade pblica (que em geral defende o ente pblico). Aponta, no caso dos autos, que a excepcionalidade justifica-se porque se trata de uma imposio do TCE contra presidente da Cmara de Vereadores em funo de uma atuao desta autoridade na condio de titular. Com essas observaes, acolheu o voto do Min. Relator. Precedentes citados: REsp 996.031-MG, DJ 28/4/2008, e REsp 678.969-PB, DJ 13/2/2006. REsp 922.702-MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/4/2009. LEGITIMIDADE DO MP PARA EXECUTAR DECISO DO TRIBUNAL DE CONTAS. DISCUSSO SOBRE A LEGITIMAO DO MP. IMPOSSIBILIDADE DE DEFENDER INTERESSE PBLICO SECUNDRIO X MISSO DE DEFENDER INTERESSE PBLICO PRIMRIO. Terceira Turma CLCULOS. CONTADOR JUDICIAL. A matria consiste em analisar a legalidade do acrdo recorrido que determinou a realizao de clculo pelo contador judicial para aferir a exatido do crdito exequendo, suprindo, assim, a omisso do devedor. A recorrente entende que o nus de demonstrar essa inexatido seria do recorrido que figurou como executado embargante. Entende, ainda, que o princpio do livre convencimento motivado no legitima a atuao estatal ex officio para determinar a produo de provas. Na espcie, o recorrido, ao opor seus embargos, impugnou claramente os pontos que considerou relevantes nos clculos apresentados pela recorrente. Essas questes levantadas foram to relevantes que o TJ levou-as em considerao para determinar a realizao de clculo pelo contador judicial. Porm, a Min. Relatora destacou que o juiz no est obrigado a aceitar a verdade que lhe trazida ao processo quando a narrao das partes parea-lhe inverossmil, pois ele tem verdadeiro interesse na prestao de tutela jurisdicional clere e idnea, apta a resolver a controvrsia. Por isso, a doutrina vem reconhecendo, h tempos, a legitimidade da iniciativa probatria do julgador de forma a flexibilizar o princpio da inrcia judicial. Recai primordialmente sobre os ombros do devedor executado o nus de demonstrar a inexatido dos clculos apresentados pelo credor exequente. Essa regra no afasta, entretanto, a iniciativa probatria do juiz. A sufragar esse entendimento, ressaltou o que dispe o art. 475-A, 3 e 4, do CPC (dispositivos correspondentes ao art. 604, 2, do CPC antes das reformas introduzidas pela Lei n. 11.232/2005). Se o clculo apresentado pelo credor no vincula o juzo nem mesmo quanto realizao da penhora, podendo ser objeto de verificao antes da citao, no h razo para que passe a ser vinculante aps a apresentao de embargos pelo devedor. Assim, no houve qualquer violao dos arts. 283, 302, 598 e 741 do CPC. O TJ agiu com prudncia e equilbrio ao apontar as inconsistncias do clculo apresentado pelo credor exequente, determinando que a sentena proferida em 1 grau de jurisdio fosse cassada para que os autos fossem remetidos ao contador judicial a fim de serem apurados os clculos de acordo com os elementos constantes dos autos. O Min. Sidnei Beneti acompanhou o voto da Min. Relatora com a seguinte observao: o que se extinguiu foi a liquidao por clculo do contador, no o contador como auxiliar da Justia. Precedentes citados: AgRg no REsp 738.576-DF, DJ

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    12/9/2005, e REsp 629.312-DF, DJ 23/4/2007. REsp 1.012.306-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/4/2009. ADMITE-SE QUE O JUIZ, DE OFCIO, DETERMINE A REMESSA AO CONTADOR PARA VERIFICAO DOS CLCULOS DO DEVEDOR E, EM CONSEQUNCIA, DETERMINAO DO MONTANTE DA PENHORA. Quarta Turma APELAO INTEMPESTIVA. AR. No cabe ao rescisria contra acrdo que no conheceu da apelao em razo de ser intempestiva. Precedentes citados do STF: AR 1.053-RJ, DJ 7/2/1992; AR 1.203-PR, DJ 2/5/2003; do STJ: REsp 562.334-SP, DJ 31/5/2004; AgRg na AR 3.454-BA, DJ 2/5/2006, e AgRg na AR 3.229-SP, DJ 2/5/2005. REsp 474.022-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 28/4/2009. SOCIEDADE ANNIMA. DISSOLUO. LEGITIMIDADE PASSIVA. Trata-se, no caso, de legitimidade passiva nas aes de dissoluo de sociedade annima. Por se tratar de uma sociedade de capital, a participao do acionista na companhia, tanto em direitos quanto em obrigaes, proporcional ao montante integralizado. Assim, a influncia do acionista individual sobre os rumos da sociedade geralmente muito limitada, ficando a direo (Conselho de Administrao) e o Conselho Fiscal com a responsabilidade na conduo da companhia. Contudo, mesmo que a lei tenha assegurado ao acionista o direito de participar do acervo da companhia, em caso de liquidao, no se pode reconhecer a sua legitimidade passiva no processo de dissoluo da sociedade annima. Isso poderia conferir prerrogativas exorbitantes aos acionistas simples; pois, mesmo no possuindo capacidade de direo na sociedade, poderia obstar sua dissoluo. Logo, somente a Diretoria, como representante da companhia e, por conseguinte, dos acionistas, que responder, em nome da sociedade, s demandas que objetivem sua dissoluo. O acionista poder ingressar como assistente simples no polo passivo da lide (art. 50 do CPC), uma vez que sujeito aos efeitos da sentena. Precedente citado: REsp 6.473-SP, DJ 26/8/1991. REsp 467.085-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 28/4/2009. Informativo n. 0393 Perodo: 4 a 8 de maio de 2009. Corte Especial AGRG. INDEFERIMENTO. EFEITO SUSPENSIVO. RECURSO EXTRAORDINRIO. VICE-PRESIDENTE. A Corte Especial, ao prosseguir o julgamento, por maioria, entendeu que cabvel pedido de medida cautelar para obteno de efeito suspensivo, mesmo em se tratando de recurso extraordinrio sobrestado por tratar de matria de repercusso geral (art. 543-B, 1, do CPC), tendo o presidente ou o vice-presidente do Tribunal recorrido competncia para a deciso da referida medida (Sm. n. 634-STF). Segundo a jurisprudncia do STF, as denominadas medidas cautelares para dar efeito suspensivo ao recurso extraordinrio no tm natureza de ao cautelar autnoma, mas de mero incidente no processamento do recurso. Logo, as decises a respeito, como as relacionadas reteno ou no do recurso extraordinrio (art. 542, 3, do CPC) inserem-se no mbito genrico do juzo prvio de admissibilidade, que, pela lei

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    processual, devem ser proferidas pelo presidente ou vice-presidente (art. 541 do CPC), que nessa condio atuam como rgo delegado do STF. Por conseguinte, das decises do vice-presidente do STJ proferidas no mbito do juzo prvio de admissibilidade do recurso extraordinrio no cabe agravo regimental, inclusive as que dizem respeito reteno ou no do recurso (art. 542, 3, do CPC) ou concesso ou no de efeito suspensivo. Precedentes citados do STF: QO na AC 2.177-PE, DJ 20/2/2009; Ag na Pet 1.440-PE, DJ 29/5/1998; QO na Pet 2.466, DJ 26/4/2002; do STJ: AgRg no RE no Ag 890.875-BA, DJ 17/3/2008. AgRg na MC 14.639-AL, Rel. Min. Ari Pargendler, julgado em 6/5/2009. COMPETNCIA PARA APRECIAO DE MEDIDA CAUTELAR CONTRA RESP OU RE. RETIDOS. Primeira Turma Segunda Turma Terceira Turma BANCO. FORNECIMENTO. EXTRATOS. O correntista pode acionar judicialmente o banco com objetivo de prestao de contas (Sm. n. 259-STJ) desde que indique a relao jurdica entre eles e especifique o perodo que entende necessrio esclarecer. Assim, tambm detm interesse de agir para ajuizar ao de exibio de documentos, a fim de que a instituio financeira fornea extratos de caderneta de poupana para promover execuo individual de sentena proferida em ao civil pblica que reconheceu aos poupadores que mantinham cadernetas de poupana nos perodos de maio a julho/1987 e de dezembro/1988 a fevereiro/1989 o direito de receber as diferenas decorrentes dos expurgos inflacionrios derivados dos Planos Econmicos Bresser e Vero. Ressalta o Min. Relator que a obrigao de o banco exibir os documentos decorre de lei, de integrao contratual compulsria, no podendo ser objeto de recusa nem de condicionantes, em razo do princpio da boa f objetiva. Diante disso, a Turma deu provimento ao recurso do correntista, restabelecendo a sentena que julgou procedente o pedido, determinando que, independentemente do trnsito em julgado e antes da lavratura do acrdo, comunique-se a imediata entrega da documentao retida. Vencida em parte a Min. Nancy Andrighi e o Min. Vasco Della Gustina (desembargador convocado do TJ-RS), que aplicavam a multa do art. 18 do CPC ao banco. REsp 1.105.747-PR, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 7/5/2009. Quarta Turma RECURSO ADESIVO. SUCUMBNCIA PARCIAL. A autora postulou indenizaes de danos materiais e morais fundadas no indevido protesto de ttulo, mas no especificou o quantum, deixando ao juzo a tarefa de arbitr-lo. Ele, por sua vez, julgou procedente em parte a ao, acolhendo a indenizao por danos morais, mas negando a de danos materiais. Sucede que a autora no apelou da sentena no referente ao valor fixado a ttulo de indenizao por dano moral, preferiu manifestar seu inconformismo quanto a isso em recurso adesivo apelao da r, o que foi admitido pelo Tribunal a quo. Nesse contexto, discute-se o cabimento do recurso adesivo, enquanto a autora saiu-se vencedora naquele particular, pois obteve a condenao da r a indeniz-la pelo dano moral, e o art. 500 do CPC prev tal recurso quando autor e ru forem vencidos. certo que, nessa hiptese de o autor relegar ao

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    juzo a fixao da indenizao, a jurisprudncia deste Superior Tribunal tem acolhido a possibilidade de ele apelar quando insatisfeito com o valor, porm, no caso, no houve apelao, mas sim recurso adesivo. A pretenso da autora em relao a danos morais, tal como consta da inicial, formulada sem parmetros (nem sequer um mnimo), foi deferida, da que no se poderia, a princpio, t-la como vencida, a afastar o cabimento do recurso adesivo. Contudo, a leitura do art. 500 do CPC leva concluso de que a questo de a parte ser vencida ou vencedora para fins de admisso daquele recurso no deve ser aferida em cada pedido isoladamente, mas sim considerada na ao como um todo. Da que, se a autora ficou vencida em outro tpico, tal como se deu no caso (danos materiais), est aberta a via do recurso adesivo, mesmo que a irresignao esteja voltada para a outra pretenso (danos morais), que no preclui para efeito desse recurso. Assim, mostra-se acertado o acrdo recorrido em admitir o recurso adesivo, todavia h que lhe corrigir a fixao do valor da indenizao, que deve ser reduzida a R$ 10.000,00, em respeito aos parmetros fixados na Turma. O entendimento acima exposto foi adotado pelo Min. Aldir Passarinho Junior, o relator, seguido pelo Min. Fernando Gonalves, porm o Min. Joo Otvio de Noronha e Luis Felipe Salomo acompanharam-no na concluso de conhecer parcialmente do recurso e lhe dar parcial provimento, mas com ressalvas quanto fundamentao. Precedentes citados: REsp 330.256-MG, DJ 30/9/2002; REsp 313.586-RJ, DJ 20/5/2002, e REsp 535.125-PR, DJ 23/8/2004. REsp 543.133-PR, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, julgado em 5/5/2009. A SUCUMBNCIA RECPROCA PARA FINS DE RECURSO ADESIVO AFERIDA A PARTIR DO OBJETO TOTAL DO PROCESSO, E NO RELATIVAMENTE A CADA CAPTULO DA SENTENA. Informativo n. 0394 Segunda Seo COMPETNCIA. BENS. FALNCIA. CRIME. RESPONSABILIDADE CIVIL. A interveno do Bacen na instituio financeira em questo foi determinada em fevereiro de 2004 e, em fevereiro de 2005, na ao penal movida contra os administradores daquela instituio, o juzo criminal determinou o sequestro de bens. J em agosto de 2005, o MP estadual ajuizou, perante o juzo falimentar, ao de responsabilidade civil contra esses administradores, o que culminou na decretao do arresto de seus bens. Naquele mesmo ms, o juzo falimentar decretou a falncia da instituio financeira e, em janeiro de 2006, a quebra das sociedades empresariais coligadas a ela, seguida de determinao de arrecadao provisria dos bens sequestrados pelo juzo criminal. Sobreveio, em dezembro de 2006, sentena penal condenatria que infligiu penas maioria dos rus e determinou a perda em favor da Unio dos bens do principal administrador e das sociedades envolvidas no crime, a dar-se aps o trnsito em julgado (art. 91, II, b, do CP). Irresignada, a massa falida suscitou o conflito de competncia sob o fundamento de que o juzo criminal invadiu a competncia do juzo falimentar, ao buscar bens que esto submissos falncia para o pagamento dos credores da massa. Anote-se, por ltimo, que, em julho de 2007, ao confirmar a arrecadao provisria, o juzo falimentar deferiu a extenso da falncia s sociedades empresariais ligadas instituio financeira. Nesse contexto, tem-se como certo que a decretao da quebra traz ao juzo universal da falncia a competncia para distribuir o patrimnio da massa falida aos credores, ao utilizar as regras da lei falimentar referentes ao concurso. Por essa razo, invivel o prosseguimento de atos de expropriao patrimonial contra a falida em outros juzos. Quis, assim, o ordenamento jurdico reservar a nico juzo a atribuio de gerenciar e decidir acerca dos bens sob a titularidade e posse da massa falida, dispondo eventuais terceiros prejudicados dos mecanismos previstos na legislao falimentar (habilitao de crdito, pedido de restituio etc.). Dessarte, diante do conflito de competncia instaurado, dever ser prestigiada a vis

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    attractiva do foro da falncia (o idneo distribuidor do acervo da massa falida). Note-se que, aps o trnsito em julgado da sentena penal condenatria (ainda pendente por fora de apelao), momento em que se aperfeioar o decreto de perda de bens em favor da Unio, cumprir ao juzo falimentar (mediante provocao) indicar quem so os terceiros de boa-f que, luz do que dispe o art. 91, II, do CP, no podero ser prejudicados pelo confisco (efeito da condenao penal). Entender de modo diverso desmerecer a universalidade e a indivisibilidade do juzo falimentar, a permitir a criao de dois concursos coletivos de credores: um perante o foro da falncia e outro, junto ao juzo criminal, a quem afluiriam aqueles para avocar a condio de terceiros de boa-f, afora a prpria especializao da jurisdio criminal, tal como preconizado no art. 120, 4, do CPP. J a ao de responsabilidade civil prevista na Lei n. 6.024/1974 (Lei de Interveno e de Liquidao das Instituies Financeiras) tem notria interconexo com o feito falimentar, pois lhes so coincidentes o foro competente (art. 46), a legitimidade ativa do administrador da massa falida (art. 47) e o claro desiderato de incrementar o acervo patrimonial da massa falida em prol do pagamento dos credores da instituio financeira (art. 49), isso mediante a condenao dos administradores. A acentuada proximidade da referida ao ao feito falimentar permite que o princpio da universalidade do foro da falncia seja, no que couber, aplicado ao caso. Desse modo, semelhana do que ocorre no caso da falncia, diante de sentena penal posterior ao de responsabilidade a qual determine, aps o trnsito em julgado, a perda dos bens dos ex-administradores em proveito da Unio, ser do juzo falimentar a competncia para custodiar esses bens e avaliar se o confisco est prejudicando os terceiros de boa-f. Ressalta-se no ser influente o fato de o sequestro de bens na esfera penal ser anterior propositura da ao de responsabilidade civil ou ao decreto de quebra, pois, como visto, a vis attractiva do juzo falimentar que prevalece sobre ocasionais medidas de ndole cautelar no mbito penal. Esses fundamentos, constantes do voto do Min. Massami Uyeda, o Relator, foram acolhidos pela Seo, que declarou a competncia do juzo de Direito de falncias e recuperaes judiciais para quaisquer atos que envolvam a disposio ou conservao dos bens do principal administrador e das sociedades coligadas. O Min. Joo Otvio de Noronha aduziu que o sequestro e o arresto (meros atos de apreenso de natureza conservativa) tm o propsito de evitar que o devedor venha a dilapidar o patrimnio e essa hiptese desaparece com a arrecadao, em que o devedor despojado da posse dos bens, pois eles agora so confiados administrao da prpria Justia, na pessoa do sndico nomeado. Precedentes citados: CC 92.417-DF, DJ 1/4/2008; AgRg no CC 98.498-RJ, DJ 27/3/2009; AgRg no CC 88.620-MG, DJe 8/8/2008; CC 56.347-PR, DJ 8/2/2006, e CC 37.680-PR, DJ 7/3/2005. CC 76.740-SP, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 13/5/2009. EM CASO DE QUEBRA DA INSTITUIO FINANCEIRA, O JUZO FALIMENTAR O NICO COMPETENTE PARA PROCESSAR A AO DE RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRA OS ADMINISTRADORES DA INSITUIO BEM COMO DETERMINAR A QUEM SE REVERTERO OS BENS ARRECADADOS NA AO CRIMINAL, VEDADA A PERDA EM FAVOR DA UNIO DETERMINADA PELO JUIZ CRIMINAL. Terceira Seo Primeira Turma MS. DESISTNCIA. CONSENTIMENTO. PARTE ADVERSA. Trata-se de REsp contra acrdo que, em resumo, declarou que o pedido de desistncia de mandado de segurana pode ser formulado a qualquer tempo e independentemente de anuncia da outra parte. A Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, conheceu do recurso, mas lhe negou provimento, reiterando o entendimento de

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    que o disposto no art. 267, 4, do CPC no se aplica ao mandado de segurana, que regulado por regra especfica. Da, ento, ser lcita a apresentao de pedido de desistncia em qualquer fase processual, independentemente do consentimento da parte contrria. Precedentes citados do STF: AgRg no RE 318.281-SP, DJ 21/9/2007; MS 22.129-DF, DJ 23/11/1994; do STJ: AgRg no EREsp 389.638-PR, DJ 25/6/2007; AgRg no Ag 821.787-CE, DJ 31/5/2007, e Pet 4.375-PR, DJ 18/9/2006. REsp 930.952-RJ, Rel. originrio Min. Jos Delgado, Rel. para acrdo Min. Luiz Fux (art. 52, IV, b, RISTJ), julgado em 12/5/2009. EM MANDADO DE SEGURANA, DESNECESSIA a CONCORDNCIA da parte contrria para a DESISTNCIA DA AO. Segunda Turma Terceira Turma PROVA. USO. COSTUME. TESTEMUNHAS. Trata-se de ao de cobrana interposta por empresa de transporte na qual se pleiteia, entre outros pedidos, o pagamento das despesas de sobre-estadia pagas aos motoristas de caminho pelo tempo excedente da permanncia para descarga no porto de entrega. A autora requereu prova testemunhal para demonstrar a existncia do costume comercial no qual caberia ao contratante do transporte responder pelas custas oriundas da referida sobre-estadia. Assim, a questo, no caso, resume-se em saber se cabvel a demonstrao do alegado costume comercial por meio de prova testemunhal. A Turma entendeu que a tese da recorrente, de exigir-se sempre a existncia de um assentamento dos usos e prticas mercantis e, consequentemente, prova documental, como condio para a defesa de direito, com base no uso mercantil, ignora o lento processo de desenvolvimento social de norma consuetudinria que a ela inerente. O costume comercial estar assentado antes que surja uma oportunidade para que seja invocado em juzo, pois seu uso nasce na prtica comercial, para depois se popularizar nas praas comerciais para, ento, chegar ao ponto de merecer registro pela junta comercial, hoje o rgo competente para proceder ao assentamento dos usos e prticas comerciais (art. 8, VI, da Lei n. 8.934/1994), e no a autoridade porturia, como sustenta a recorrente r. Quanto ao art. 337 do CPC, salienta, ainda, o voto condutor que, quando o uso comercial ainda no foi invocado anteriormente em juzo, dever ser provado por quaisquer meios idneos admitidos em direito, inclusive por depoimentos tomados de comerciantes de conceito e experimentados no negcio. No caso, o acrdo recorrido determinou que se ouvissem os representantes comerciais das duas partes. O que a recorrida autora busca to somente provar a existncia de um costume. Se efetivamente provado, no restar definida, automaticamente, a responsabilidade do recorrente ru. Dever o juiz verificar sua incidncia no caso concreto, a partir da conformao de todos os elementos necessrios para a subsuno do fato norma. Com relao ao conflito entre o referido costume e uma norma genrica (art. 159 do CC/1916), incide o verbete n. 284 da Smula do STF. Logo, a Turma conheceu em parte do recurso e, nessa parte, negou-lhe provimento. REsp 877.074-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/5/2009. ALTERAO DE JURISPRUDNCIA SOBRE A FORMA DE COMPROVAO DOS COSTUMES. APELAO. JULGAMENTO NULO.

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    cedio que este Superior Tribunal entende no constituir afronta ao princpio do juiz natural a convocao de juzes de primeiro grau para compor rgo julgador colegiado de Tribunal, em substituio a eventual afastamento de desembargador, desde que essa convocao seja amparada em lei federal ou estadual. Tambm, revendo orientao anterior, o STJ tem entendido que no fere o citado princpio a composio majoritria do rgo julgador por esses juzes legalmente convocados. Entretanto, no caso especfico, o Tribunal a quo, sem observar as diretrizes da LC estadual n. 646/1990, que no permite convocar juzes de primeiro grau num sistema de voluntariado, para formar novas cmaras criminais mesmo diante de inmeros recursos pendentes de julgamento. Nessas circunstncias, o julgamento desses recursos tem sido considerado nulo. Ante o exposto, a Turma concedeu a ordem para anular o julgamento do recurso de apelao, determinando sua renovao por Turma julgadora composta com observncia dos critrios legais e constitucionais, mantida a situao prisional do paciente. Precedentes citados do STF: HC 86.889-SP, DJ 15/2/2008; HC 69.601-SP, DJ 18/12/1992; HC 68.905-SP, DJ 15/5/1992; do STJ: HC 109.456-DF. HC 126.390-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 14/5/2009. JULGAMENTO DE TURMA FORMADA, EM MAIORIA, POR JUIZES CONVOCADOS NO VIOLA O PRINCPIO DO JUIZ NATURAL. Corte Especial PREPARO. RECURSO. QUESTO. ORDEM PBLICA. A questo debatida no julgamento consiste em saber se o Ministro Relator, ao conhecer do recurso especial sem preparo, pode conhec-lo de ofcio ou deve verificar se nas contrarrazes h alegao de desero recursal e, caso no conste essa alegao, se precluiria o direito do recorrido de apontar em outra oportunidade a desero. A tese vencedora observou que o preparo recursal possibilita a admissibilidade do recurso, um dos seus pressupostos genricos, logo consiste em matria de ordem pblica que no se sujeita precluso. Com esse entendimento, a Corte Especial, por maioria, conheceu dos embargos e lhes deu provimento para julgar deserto o recurso especial. Para a tese vencida, se a parte no alegou a falta de preparo nas contrarrazes, primeira oportunidade de ter acesso aos autos, precluiu seu direito de faz-lo. EREsp 978.782-RS, Rel. Min. Ari Pargendler, julgados em 20/5/2009. COISA JULGADA. LEI SUPERVENIENTE. Discute-se a ofensa coisa julgada diante do fato de que os funcionrios pblicos obtiveram o reconhecimento do direito de incidir a URP de 1989 (26,05%) sobre suas remuneraes em sentena transitada em julgado em 1993, portanto h mais de 10 anos. Sucede que, agora, aps a aprovao das Leis ns. 9.421/1996, 10.475/2002 e 11.416/2006, que reajustaram as carreiras do Poder Judicirio, aquele percentual passou a ser considerado diferena individual, at sua absoro paulatina nos vencimentos concedidos a partir de 1996. Diante disso, a Corte Especial denegou a segurana, invocando precedente e reafirmando que no h ofensa coisa julgada material quando ela formada com base numa determinada situao jurdica que perde vigncia diante do advento de nova lei que passou a regular essas situaes jurdicas j formadas, fixando novos vencimentos a modificar o status quo anterior. Nesse caso, o funcionrio s teria direito irredutibilidade de vencimento e, se for o caso, receber como vantagem pessoal a parcela suprimida e absorvida ao longo do tempo. Precedente citado: MS 11.145-DF, DJ 3/11/2008. MS 13.721-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/5/2009.

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    NESSES CASOS EM QUE, APS O TRNSITO EM JULGADO, H ALTERAO COMPLETA DO REGIME REMUNERATRIO, GARANTE-SE TO SOMENTE A IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS. Primeira Turma CONTRATO ADMINISTRATIVO. TTULO EXECUTIVO. Trata-se de execuo fundada no inadimplemento de contrato administrativo firmado entre as empresas recorrentes e a companhia do metropolitano (metr), celebrado para o fornecimento de bens, servios, documentao tcnica e bilhetes, visando implantao do sistema de controle de arrecadao e de passageiros. Aquela empresa pblica pretende o cumprimento das pendncias existentes no contrato entre os litigantes, assim como a concluso dos servios no executados pelas contratadas. Foi com o objetivo de atender ao interesse pblico que ela optou pela manuteno do contrato, afastando a hiptese de resciso, preferindo, assim, execut-lo judicialmente. Destarte, o ttulo executivo a que se visa atribuir carter extrajudicial o prprio contrato administrativo. Para a Min. Relatora, somente constituem ttulos executivos extrajudiciais aqueles definidos em lei, por fora do princpio da tipicidade legal (nullus titulus sine legis). O inciso II do art. 585 do CPC, com redao dada pela Lei n. 8.953/1994, incluiu, entre os ttulos executivos extrajudiciais, as escrituras pblicas ou outros documentos pblicos, os documentos particulares e os instrumentos de transao, passando, assim, a contemplar as obrigaes de fazer, no fazer e entregar coisa, alm das j conhecidas obrigaes de pagar coisa certa e de entregar coisa fungvel previstas na redao anterior do referido dispositivo legal. Para o deslinde da questo, dois pontos so fundamentais: definir se o contrato administrativo firmado entre os consrcios e a empresa pblica enquadra-se em alguma das hipteses do referido inciso e verificar se o contrato em exame est revestido dos requisitos de certeza, liquidez e exigibilidade previstos no art. 586 do CPC. Quanto ao primeiro ponto, este Superior Tribunal, em algumas ocasies, ao interpretar o mencionado artigo, tem reconhecido a natureza de documento pblico dos contratos administrativos, tendo em vista emanar de ato do Poder Pblico. Quanto ao segundo ponto, o Tribunal de origem, soberano no exame dos aspectos fticos e probatrios da lide, das clusulas contratuais e do edital de licitao, concluiu que o ttulo executivo extrajudicial est revestido de certeza, liquidez e exigibilidade, na medida em que as obrigaes estipuladas ao contratado esto devidamente especificadas no contrato administrativo e no ato convocatrio do certame e que os documentos dos autos demonstram a liquidez e a exigibilidade do contrato administrativo. Portanto, no h como entender em sentido diverso no caso, sob pena de incorrer nas vedaes das Smulas ns. 5 e 7/STJ. Destacou a Min. Relatora que as questes relativas ao efetivo cumprimento pelas empresas das obrigaes estipuladas no contrato e a satisfao pela empresa pblica de suas contraprestaes podem ser analisadas na via dos embargos execuo, porquanto a cognio, nesse caso, ampla. Este Superior Tribunal consagra que a regra de no aplicao da exceptio non adimpleti contractus, em sede de contrato administrativo, no absoluta, tendo em vista que, aps a Lei n. 8.666/1993, passou-se a permitir sua incidncia em certas circunstncias, mormente na hiptese de atraso no pagamento, pela Administrao Pblica, por mais de noventa dias (art. 78, XV). Precedentes citados: REsp 700.114-MT, DJ 14/5/2007, e REsp 882.747-MA, DJ 26/11/2007. REsp 879.046-DF, Rel. Min. Denise Arruda, julgado em 19/5/2009. OS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS, DOCUMENTOS PBLCOS QUE SO, PODEM SER CONSIDERADOS TTULOS EXECUTIVOS NA FORMA DA LEI. PRECATRIO. CRDITO ALIMENTAR. SEQUESTRO.

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    A Turma, prosseguindo o julgamento, por maioria, proveu o recurso ao entendimento de que o pagamento de crdito comum antes de crdito alimentar importa quebra de precedncia nos precatrios, cabendo expedio de ordem de sequestro de recursos pblicos de acordo com a interpretao sistemtica do art. 100 da CF/1988. Outrossim, quanto questo processual da adequao ou no da via eleita (mandado de segurana) na qual foi indeferido o sequestro de verba pblica, prevaleceu a orientao de autorizar o seu deferimento, com base nos enunciados da Sm. n. 311-STJ e da Sm. n. 733-STF, mormente quanto ao controle jurisprudencial de atos que pressupem ao prpria, aplicvel hiptese sub judice. Precedentes citados do STF: ADI 1.098-SP, DJ 25/10/1996; RE 281.208-SP, DJ 26/4/2002; do STJ: RMS 14.940-RJ, DJ 25/11/2002, e RMS 17.824-RJ, DJ 1/2/2006. RMS 24.510-SP, Rel. originria Min. Denise Arruda, Rel. para acrdo Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 21/5/2009. Segunda Turma AO CIVIL PBLICA. REMESSA NECESSRIA. Na ausncia de dispositivo sobre remessa oficial na Lei da Ao Civil Pblica (Lei n. 7.347/1985), busca-se norma de integrao dentro do microssistema da tutela coletiva, aplicando-se, por analogia, o art. 19 da Lei n. 4.717/1965. Embora essa lei refira-se ao popular, tem sua aplicao nas aes civis pblicas, devido a serem assemelhadas as funes a que se destinam (a proteo do patrimnio pblico e do microssistema processual da tutela coletiva), de maneira que as sentenas de improcedncia devem sujeitar-se indistintamente remessa necessria. De tal sorte, a sentena de improcedncia, quando proposta a ao pelo ente de Direito Pblico lesado, reclama incidncia do art. 475 do CPC, sujeitando-se ao duplo grau obrigatrio de jurisdio. Ocorre o mesmo quando a ao for proposta pelo Ministrio Pblico ou pelas associaes, incidindo, dessa feita, a regra do art. 19 da Lei da Ao Popular, uma vez que, por agirem os legitimados em defesa do patrimnio pblico, possvel entender que a sentena, na hiptese, foi proferida contra a Unio, estado ou municpio, mesmo que tais entes tenham contestado o pedido inicial. Com esse entendimento, a Turma deu provimento ao recurso do Ministrio Pblico, concluindo ser indispensvel o reexame da sentena que concluir pela improcedncia ou carncia da ao civil pblica de reparao de danos ao errio, independentemente do valor dado causa ou mesmo da condenao. REsp 1.108.542-SC, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 19/5/2009. REEXAME NECESSRIO EM ACP. MICROSSISTEMA ANALOGIA COM A LAP. AR. DEPSITO PRVIO. RENNCIA. AUTOR. Na ao rescisria, o depsito inicial tem a finalidade de evitar a propositura desmedida de aes dessa natureza, no se cogitando de qualquer carter indenizatrio ao ru, seja por eventuais despesas com advogados seja pelo desgaste por enfrentar nova demanda. O mencionado depsito somente ser perdido nas situaes que a norma jurdica expressamente indicar como geradores de sano, do que se verifica serem taxativas as hipteses da parte final do art. 494 do CPC. Assim, na espcie, na renncia ao direito de ao rescisria, caber ao autor levantar o depsito inicial, conforme determinado pelo Tribunal a quo. A renncia no pode ser equiparada ao julgamento de improcedncia unnime para a reverso do depsito. Assim, a Turma negou provimento ao recurso. Precedente citado: AgRg na AR 839-SP, DJ 1/8/2000. REsp 754.254-RS, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 21/5/2009. Nos casos e renncia ao direito em ao rescisria, PODE O AUTOR LEVANTAR O DEPSITO PRVIO.

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    POSSIBILIDADE JURDICA. TERRA INDGENA. Trata-se de ao ordinria ajuizada por comunidade indgena que objetiva compelir a Funai e a Unio a demarcar terra indgena. Na contestao, a Funai alegou impossibilidade jurdica do pedido, uma vez que a interveno judicial para ordenar a demarcao e homologao do territrio indgena invadiria a esfera da discricionariedade da Administrao Pblica, no cabendo ao Poder Judicirio definir a prioridade e estabelecer polticas pblicas. O juiz de primeiro grau rejeitou essa preliminar de impossibilidade jurdica, o que foi confirmado pelo Tribunal a quo. Na espcie, preciso, tambm, verificar se o Poder Judicirio pode adentrar a anlise e convenincia do ato administrativo discricionrio, ou se apenas Administrao Pblica foi concedido esse poder. Nesse panorama, a Turma, ao julgar o recurso especial, entendeu que, para reconhecer a impossibilidade jurdica do pedido, necessrio que o julgador, no primeiro momento de contato com a petio inicial, perceba que o pedido jamais poderia ser atendido, independentemente do fato e circunstncias do caso concreto. Concluiu, ainda, que o mrito do ato administrativo no se revela da simples e isolada norma in abstrato, mas sim do confronto desta com os fatos surgidos no caso concreto, cuja peculiaridade pode reduzir, ou at eliminar, a liberdade que o administrador pblico tem para executar a conduta pretendida pela lei. Sendo assim, a possibilidade, ou no, do pedido contido na inicial que objetiva a demarcao de terra indgena ser a concluso a que o julgador chegar aps a anlise das circunstncias que envolvem o caso concreto, no se podendo afirmar, de pronto, que o ordenamento jurdico veda tal possibilidade apenas por se tratar de ato que, em abstrato, possui caractersticas discricionrias. Assim, em razo da teoria da assero (a anlise das condies da ao feita conforme a narrativa da petio inicial) e da necessidade de dilao probatria para anlise dos fatos, no caso concreto, no houve violao do art. 295, I e pargrafo nico, III, do CPC. REsp 879.188-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 21/5/2009. O STJ VEM ADOTANDO A TEORIA DA ASSERO. Terceira Turma RECURSO ADESIVO. PRINCIPAL. Cuida-se de ao de indenizao por danos morais, porque o magazine insistiu na cobrana de dvida indevida, mesmo aps alertado do erro mediante telefonemas do consumidor e pelo prprio Procon. Sucede que, ao interpor recurso da sentena, antecipou-se ao consumidor e apresentou apelo que nominou de adesivo, o que denota erro inescusvel, um bice aplicao do princpio da fungibilidade. Assim, no h como conhec-lo como adesivo ou mesmo como principal, a conta de prestigiar a ocorrncia de simples equvoco (tal como o fez o Tribunal a quo). Dessarte, d-se provimento ao especial do consumidor tambm para fixar a indenizao em R$ 7.000,00. REsp 1.105.923-DF, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 19/5/2009. RECURSO ADESIVO SEM PRINCIPAL. INADMISSIBILIDADE. Quinta Turma AR. RESTITUIO. REAJUSTE SALARIAL. SERVIDOR. A questo posta no REsp diz respeito ao dever do servidor pblico em ressarcir ao errio os valores recebidos indevidamente. In casu, o ora recorrente ajuizou reclamao trabalhista para o recebimento de reajuste salarial decorrente dos Planos Bresser e Vero. Em virtude da condenao da autarquia, ora recorrida, ao pagamento e do trnsito em julgado da

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