curso de revisão de jurisprudência stj e stf

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Curso de Revisão de Jurisprudência STJ e STF 1. Direito Administrativo (e-mail: isaela.!errari"#!r#.#us.r$ 1.1 Concurso %&lico a) Concurso público no STJ Candidato que foi aprovado no número de vagas previsto no edital, não tem direito a aprovação, mas mera expectativa de di prorrogação do pra!o de validade do concursopúblico " um ato discricion#rio da administração. dministração $ública pode prorrogar o concurso por pra!o igual ao do concurso ou pode não prorrogar e abrir um novo concurso. Tabelionatos % art. &'(, par#grafo ' C* disp+eque s pode ter investidura na função de tabelião se a pessoa prestar concurso públic -xige que se a feito um concurso público de provas e t/tul tabelião. 0a pr#tica, muitos substitutos de tabelião fora alçados a c de tabelião. 1sso foi questionado no ST*. % ST* disp+e que o substitu tem direito adquirido 2 investidura na titularidade de cart rio se a surgiu depois do advento da C*344. - inconstitucional forma de provim sem concurso, salvo as 5ip teses legais. 6S &(4(738*9 ST* acrescentou que se apesar de não ter direito, esse substituto for investido na titularidade do cart rio de advento da C*, percebido esse erro, o substituto deve perder a função entende que nessas 5ip teses não se aplica o art. :;, da lei <=4;3<< de anular decai em : anos da data em que foram praticados, comprovada a m#?f"). 0ão se aplica esse pra!o porque nessa 5ip tese > substituto " alçado 2 condição de tabelião depois da C*344) " um caso inconstitucionalidade @agrante. dotou posição que sempre foi adotada Celso ntAnio Bandeira de 6ello. irrelevante quanto tempo investido porque a situação pode ser reparada. 0o ulgamento desse 6 artigo &'(, par#grafo ' >concurso público para investidura dos tabel uma norma auto aplic#vel. fastou a tese que somente com a edição da 4<': que rege a questão dos cart rios, o art. &'( teria adquirido eDc 8esde o advento da C* # era necess#rio concurso público. $rinc/pio da conDança legitima foi afastado pelo ST*. -sse princ/pio s pode aplicar quando o administrado não deu ense o a ilegalidade. Euando " inconstitucionalidade @agrante não tem como aDr que o indiv/duo estava de boa?f". Euem declara a vacFncia desse cargo presidente do Tribunal de Justiça daquela unidade federativa porque " tribunal de ustiça que compete a Dscali!ação dos cart rios e dos se notariais e de registro de uma forma geral.

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Anotações das atuais jurisprudências do STJ e STF

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Curso de Reviso de Jurisprudncia STJ e STF

1. Direito Administrativo (e-mail: [email protected])

1.1 Concurso Pblico

a) Concurso pblico no STJ

Candidato que foi aprovado no nmero de vagas previsto no edital, no tem direito a aprovao, mas mera expectativa de direito. A prorrogao do prazo de validade do concurso pblico um ato discricionrio da administrao.Administrao Pblica pode prorrogar o concurso por prazo igual ao do concurso ou pode no prorrogar e abrir um novo concurso.

Tabelionatos

O art. 236, pargrafo 3 CF dispe que s pode ter investidura na funo de tabelio se a pessoa prestar concurso pblico. Exige que seja feito um concurso pblico de provas e ttulos para ser tabelio. Na prtica, muitos substitutos de tabelio fora alados a condio de tabelio. Isso foi questionado no STF. O STF dispe que o substituto no tem direito adquirido investidura na titularidade de cartrio se a vaga surgiu depois do advento da CF/88. E inconstitucional forma de provimento sem concurso, salvo as hipteses legais. MS 26860/DF: STF acrescentou que se apesar de no ter direito, esse substituto for investido na titularidade do cartrio depois do advento da CF, percebido esse erro, o substituto deve perder a funo. STF entende que nessas hipteses no se aplica o art. 54, da lei 9784/99 (direito de anular decai em 5 anos da data em que foram praticados, salvo comprovada a m-f). No se aplica esse prazo porque nessa hiptese (do substituto alado condio de tabelio depois da CF/88) um caso de inconstitucionalidade flagrante. Adotou posio que sempre foi adotada por Celso Antnio Bandeira de Mello. irrelevante quanto tempo ele ficou investido porque a situao pode ser reparada. No julgamento desse MS, o artigo 236, pargrafo 3 (concurso pblico para investidura dos tabelies) uma norma auto aplicvel. Afastou a tese que somente com a edio da lei 8935 que rege a questo dos cartrios, o art. 236 teria adquirido eficcia. Desde o advento da CF j era necessrio concurso pblico. Princpio da confiana legitima foi afastado pelo STF. Esse princpio s pode aplicar quando o administrado no deu ensejo a ilegalidade. Quando inconstitucionalidade flagrante no tem como afirmar que o indivduo estava de boa-f. Quem declara a vacncia desse cargo? o presidente do Tribunal de Justia daquela unidade federativa porque ao tribunal de justia que compete a fiscalizao dos cartrios e dos servios notariais e de registro de uma forma geral.

Clusula de Barreira

Recurso Extraordinrio 63.5739 foi definido que a clusula de barreira constitucional. As regras restritivas em concurso pblico se dividem em dois tipos: - clusulas eliminatrias = so aquelas clusulas que trazem requisitos que se no forem preenchidos vo gerar a eliminao do candidato por desempenho insuficiente. Exemplo: prova objetiva da magistratura federal na qual o candidato tem que fazer 30% em cada grupo. No fez 30% do grupo est eliminado por desempenho insuficiente; - clusula de barreira = trazer uma limitao para o nmero de candidatos que podem participar da fase subsequente daquele concurso. O nmero de pessoas que vai para a segunda fase pode estar restrito a 450 (por exemplo). Muitos candidatos que conseguiam passar na eliminatria, alegavam que a clusula de barreira afrontava a igualdade. STF considera que constitucional. Est justificada porque a Administrao Pblica precisa organizar um concurso de forma eficaz, at porque tem limitao de recursos humanos. O estabelecimento ou no de clusula de barreira uma possibilidade que se enquadra na esfera da discricionariedade da Administrao Pblica.

Recurso Extraordinrio 65.8026 contratao temporria de servidores sem concurso pblico

STF examinou uma lei que permitia contratar temporariamente professores para a rede estadual sempre que houvessem vagas abertas. Entretanto, STF entendeu que essa lei inconstitucional porque qualquer lei que traga hipteses abrangentes e genricas de contratao temporria sem concurso pblico, sem especificar a circunstncia prtica que evidencie aquela situao de emergncia, viola o art. 37, inciso IX da nossa CF.Esse dispositivo uma exceo e tem de ser interpretado restritivamente. Para haver contratao temporria tem de ter certos requisitos: previso legal dos cargos + contratao por tempo determinado + necessidade temporria de excepcional interesse pblico + interesse pblico excepcional. Assim, se houver meios ordinrios para que a Administrao atenda aquele interesse pblico no pode se valer da contratao temporria. Significa que se por exemplo a Administrao puder remanejar os servidores, no pode contratar temporariamente.

b) Concurso Pblico no STJ

Quando tiver um MS que venha impugnao limitao de idade para concurso pblico, o prazo decadencial no comea no momento em que publicado o edital; no momento em que o indivduo notificado da excluso do concurso em razo da idade. A jurisprudncia antiga do STJ dizia que o prazo decadencial iniciaria na publicao do edital. Agora, a jurisprudncia do STJ entende que o prazo decadencial comea do momento do indivduo que notificado da excluso do concurso em razo da sua idade. O fundamento desse sentimento a teoria da actio nata o qual destaca que o termos iniciais dos prazos prescricionais e decadenciais quando ocorre a efetiva leso ao direito.

Exame psicotcnico

Pode ser feito esse exame desde que sejam atendidos a trs requisitos: estar previsto na lei especfica daquele concurso + preciso que sejam estabelecidos critrios objetivos para o exame (para anlise do candidato) + haja possiblidade de concurso pelo candidato reprovado. Entretanto, o STJ trouxe uma diferenciao importante no Agravo Regimental no Recurso Especial 1.414990. O STJ diferencia essa situao (do exame psicotcnico) daquela que prev o exame que todos fazem quando ingressam em um cargo pblico. Este ltimo exame no precisa estar previsto na lei daquele concurso especfico e pode reprovar o candidato. Esse exame mdico est previsto na lei 8.112, nos artigos 5 e 14 (lei do servidor pblico federal). Esse exame geral (inspeo clnica) no se confunde com o exame psicotcnico (que s tem para alguns cargos, como magistratura) porque este ltimo precisa estar na lei especfica do concurso e preciso que a lei preveja a possibilidade de eliminao do candidato se no atender aos requisitos do psicotcnico. A inspeo clnica tambm diferente de teste fsico. Este precisa estar previsto na lei especfica do concurso pblico para que o candidato possa ser eliminado.

Agravo Regimental no Recurso em MS 39.580

STJ disse que os concursos pblicos tem uma fase de investigao social a qual ser feito um levantamento da vida daquele candidato. Nessa fase do concurso, o simples fato de haver uma instaurao de IP ou haver uma ao penal em curso contra o candidato no pode levar sua eliminao do concurso pblico porque caso o contrrio, estaria sendo violado o princpio da presuno de inocncia.Editais de vrios concursos ainda no se adaptaram a esse tema.

1.2 Improbidade Administrativa

Recurso Especial 1.176.440

possvel que se determine a indisponibilidade de bens, inclusive os adquiridos antes do suposto ato de improbidade. O Superior Tribunal de Justia, ao interpretar o art. 7 da Lei n 8.429/92, tem decidido que, por ser medida de carter assecuratrio, a decretao de indisponibilidade de bens, ainda que adquiridos anteriormente prtica do suposto ato de improbidade, deve incidir sobre quantos bens se faam necessrios ao integral ressarcimento do dano, levando-se em conta, ainda, o potencial valor de multa civil. Previso de: claramente que o juiz pode determinar o bloqueio de um valor superior ao valor pedido pelo MP ou pelo ente pblico na inicial da ao. Houve uma flexibilizao ao princpio do pedido (aquele que dispe que o juiz est adstrito ao que pedido) por conta do poder acautelatrio do juiz para adotar as medidas necessrias a fim de garantir a eficcia da deciso final. O art. 7, da lei 8429 (que o fundamento legal para decretar indisponibilidade de bens) dispe que a indisponibilidade vai ser decretada liminarmente quando for imputado quele ru atos que causem prejuzo ao errio ou gerem enriquecimento ilcito. Essa redao d impresso que a indisponibilidade estaria limitada por esses dois parmetros (- valor do prejuzo ao errio; -ao valor do enriquecimento ilcito auferido pelo agente), mas a jurisprudncia do STJ vem rechaando esse entendimento e deixa claro que alm dos valores do enriquecimento ilcito ou do prejuzo causado, na indisponibilidade de bens, pode acrescentar o valor da multa civil que pode ser aplicada ao agente como sano autnoma. Segue o esquema abaixo:

Outra situao importante do julgado que deixa claro que mesmo aqueles bens que foram adquiridos antes da prtica do ato de improbidade, podem ser afetados pela indisponibilidade de bens. No basta o agente comprovar que antes daquele ato que foi imputado a ele como ato de improbidade, ele j tinha aquele bem porque irrelevante.

Recurso Especial 1.293.624

O STJ entendeu que quando for aplicada em primeira instncia uma multa que tenha valor excessivo ou desproporcional e quando houve o recurso da deciso condenatria (de ato de improbidade) para o Tribunal, este percebendo que a multa aplicada em valor excessivo ou desproporcional pode reduzir o valor dessa multa. O STJ disse que pode reduzir, mas o Tribunal pode reduzir o valor dessa multa desproporcional ainda que no haja pedido do apelante (pode ser reduzido de ofcio).

Outros julgados parecidos de improbidade:

No possvel o ajuizamento de ao de improbidade administrativa exclusivamente em face do particular sem a concomitante presena de agente pblico no polo passivo da demanda. O ato de impropriedade um ato praticado pelo agente pblico (art. 2). O art. 3 da lei de improbidade estende as penas dessa ao ao particular que colabore com esse agente (induz ou auxilia, concorre), mas para ele constar na ao preciso que o agente pblico aparea. O particular autonomamente no pratica ato de improbidade. O particular um colaborador. Como que o STJ aplicou na prtica esse julgado:

Nesse caso, fica evidente que h um mdico que trabalha em um hospital conveniado ao Sus. Entretanto, esse medico pode ter atuao como particular ou como agente pblico (s quando o SUS paga pelos procedimentos). Se o SUS no pagou pelo procedimento, esse mdico no agiu como agente pblico. E no pode imputar ao particular isolado um ato de improbidade.

Recurso Especial 1193248

STJ decidiu que no configura ato de improbidade administrativa a contratao por um agente poltico de parentes para cargo em comisso, desde que essa contrao tenha acontecido anteriormente da Smula vinculante n. 13, (anti nepotismo) ou desde que essa contratao tenha se dado anteriormente a edio de um ato normativo local que vede essa contratao. Se no ouve proibio expressa de contratao desses parentes ou afins porque ainda no tinha normativo local que regulasse essa questo ou edio da smula 13, no pode falar em prtica de ato de improbidade administrativa. A contrrio sensu, se voc tem uma contratao posterior, a esses momentos, fala-se em ato de improbidade por violao aos princpios fundamentais da administrao.Nesse julgado, o STJ bateu na mesma tecla, qual seja: a da necessidade de diferenciar a ilegalidade da improbidade.STJ diz que no qualquer violao lei que vai gerar um ato de improbidade administrativa. Porque se entender diferente, significa levar a improbidade para uma categoria de responsabilizao objetiva do agente; o que no o caso, evidentemente. Tem de atentar para o elemento subjetivo (dolo ofensa aos princpios, enriquecimento ilcito e o dolo ou a culpa atos que causem prejuzo ao Errio).

1.3 Interveno do Estado na Propriedade

Nesse caso, temos uma reserva florestal que no foi regularizada porque no foi averbada no registro de imveis. Tem, tambm, um procedimento de desapropriao para reforma agrria, por isso o julgado fala de clculo da produtividade do imvel. A CF veda a desapropriao da propriedade produtiva que aquela que vai atender a dois ndices de produtividade que esto previstos no art. 6, da lei 8.629, so eles: - grau de utilizao da terra; - grau de eficincia da explorao. Se no atender a qualquer um desses dois ndices, ela j ser considera improdutiva. Na hora de calcular esses ndices, importante para o proprietrio que no quer perder sua propriedade (ser indenizado com ttulos da dvida agrria), preciso excluir as reas inapropriveis daquela propriedade, como por exemplo, as reas de reserva florestal (inaproveitveis). A excluso dessas reas uma possibilidade que a lei traz na hora de calcular os ndices de produtividade. O STJ decidiu nesse julgado que s poder excluir essas reas se a reserva florestal estiver averbada no registro imobilirio antes da vistoria.

Recurso Especial 1.286.886

Na desapropriao para fins de reforma agrria, o proprietrio vai perder a terra e vai ser indenizado. Quando tiver uma rea registrada de 200hectares, mas na hora de fazer as medies a Administrao Pblica encontre uma rea real de tamanho diferente. O que acontece? Indeniza tendo em vista a rea registrada ou a rea real apurada pelos peritos da administrao? Entretanto, convm destacar que o STF resolveu esse problema quando a rea registrada menor que a rea real. STF entende que os expropriado s vai poder levantar a indenizao refere rea registrada. O resto vai ficar depositado em juzo e no vai poder ser levantado pelo expropriado porque se baseia no art. 34, do decreto-lei 3365 o qual dispe que o levantamento do preo (indenizao) s ser deferido mediante prova da propriedade e se o juiz verificar que existe dvida fundada sobre o domnio, o preo ficar em depsito. O expropriado s vai levantar a indenizao referente rea registrada (menor) e a diferena vai ficar depositava e retida em juzo at que aquele expropriado promova uma ao par retificao de registro ou definido em ao autnoma a titularidade daquele domnio.

Obs: No deixar de ler no art. 243, da CF. Foi alterado recentemente pela EC 81 que inseriu nas hipteses de desapropriao a questo referente ao trabalho escravo.

Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer regio do Pas onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrpicas ou a explorao de trabalho escravo na forma da lei sero expropriadas e destinadas reforma agrria e a programas de habitao popular, sem qualquer indenizao ao proprietrio e sem prejuzo de outras sanes previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5.(Redao dada pela Emenda Constitucional n 81, de 2014)Pargrafo nico. Todo e qualquer bem de valor econmico apreendido em decorrncia do trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins e da explorao de trabalho escravo ser confiscado e reverter a fundo especial com destinao especfica, na forma da lei.

Responsabilidade Civil do Estado

Agravo Regimental no Recurso Extraordinrio 435.444: STF decidiu que o art. 37, pargrafo 6 CF (responsabilidade objetiva) tambm vai se aplicar aos danos causados aos prprios agentes pblicos. No pode excluir da incidncia desse pargrafo, os danos causados aos prprios agentes pblicos. Nesse caso, tambm, existe responsabilidade objetiva. No pode fazer uma distino onde uma Constituio no fez.

Aposentadorias e Penses

No mbito do STF, o mais importante foi a edio da Smula vinculante 33:

J era o entendimento sedimentado formado em vrios Mandados de Injuno acerca do art. 40, pargrafo 4, inciso II no ter sido regulamentado, e a aplicaram aos servidores pblicos o regime geral de previdncia por analogia.

Outro julgado importante sobre essa matria da petio 9156 da qual o STJ recebeu um pedido de um servidor pblico para que a ele fosse aplicado o prazo previsto no art. 103, da lei 8213 (prazo de 10 anos para reviso de benefcio previdencirio). A lei 8213 se aplica aos filiados ao regime geral de previdncia social. Um servidor pblico filiado ao regime prprio pediu para que esse prazo fosse aplicado a ele por analogia. O STJ disse que no pode aplicar prazo previsto para servidor pblico por analogia porque j existe uma regra especfica que rege isso. Seria o art. 1 do decreto 20910 o qual dispe que as dvidas passivas dos Entes pblicos prescrevem no prazo de cinco anos.

Contratos Administrativos

STJ no Recurso Especial 1.352.497 disse que se o contrato de permisso de servio de transporte pblico foi feito sem prvia licitao, no existe garantia da manuteno do equilibro econmico-financeiro.

Processo Administrativo

Foi declarada incidentalmente a inconstitucionalidade do art. 170, da lei 8112:

STF entendeu que seria inconstitucional porque se a extino da punibilidade pela prescrio impede qualquer punio pessoa, a anotao dessa circunstncia no poderia acontecer porque isso viola o princpio da presuno de inocncia e acaba representando em si mesma uma punio.

2. Direito Civil (e-mail: )

a) Desconsiderao da personalidade jurdica

Desconsiderao da personalidade jurdica pode ser:

Propriamente dita a mais comum, art. 50, CC em que nesse caso o scio abusa da personalidade jurdica em colocar todos os bens em nome dele, deixando a pessoa jurdica sem nada. Quando os credores vo procurar, a pessoa jurdica no tem bem, por isso tem a desconsiderao. No h dissoluo da pessoa jurdica. Por isso, atingido o patrimnio do scio.

Inversa: ver julgado do STJ importante. Nesse caso, acontece o contrrio. Agora, o scio no mais quer fraudar os credores da pessoa jurdica e sim os prprios credores. Ele pega odos os bens e coloca em nome da pessoa jurdica. Quando seus prprios credores vo procurar bens, o scio no tem mais nada. Nesse caso, o STJ diz que pode haver a desconsiderao inversa da personalidade jurdica pra atingir o patrimnio da pessoa jurdica utilizada na fraude. uma criao doutrinria e jurisprudencial atravs de interpretao teleolgica do art. 50, do CC. Acontece muito quem quer fraudar em Regime de bens (quando querem se separar e no dividir nada com a esposa). STJ vai referendar esse tema. No vai poder substituir essa conduta. Da ocorre a desconsiderao inversa e a meao da esposa vai ficar garantida atingindo-se o patrimnio da pessoa jurdica.

STJ entendeu que ainda que a esposa faa parte da pessoa jurdica (mesmo como scia minoritria) tem direito a pedir a desconsiderao inversa da personalidade jurdica em razo do seu direito meao, como casal.

b) Direito Real de habitao

Nesse caso, vamos tratar do direito real de habitao que o cnjuge possui em relao ao imvel familiar no qual ele residia com o cnjuge falecido. O cnjuge sobrevivente continua residindo no imvel.O CC veio proteger o cnjuge sobrevivente que vai continuar no imvel que residia anteriormente em razo do princpio da solidariedade familiar, da proteo da famlia. Imagine a situao na qual os sucessores, por ganancia, pudessem tirar o cnjuge sobrevivente do imvel? O direito civil protege isso, desde que seja o nico imvel da famlia. Com o enunciado 117 do CJF (Conselho da Justia Federal) menciona sobre o companheiro, tambm, vez que o CC fala somente de cnjuge. Em uma viso constitucional do direito civil, em regra os direitos do cnjuge sero estendidos ao companheiro, porque faz parte da unidade familiar existente.

O caso abaixo trata-se de um caso no qual a companheira vivia em unio estvel com uma pessoa e essa pessoa faleceu. Por fora da viso constitucional sobre o direito civil acima mencionada, a companheira tem o direito real de habitao no nico imvel familiar no qual que ela j reside. Essa companheira recebeu, em funo da morte do companheiro, um seguro de vida e esse valor foi utilizado para compra de um outro imvel residencial. Tendo isso em vista, os herdeiros do de cujus vieram a juzo e mencionaram que ela no tem o direito real de habitao, uma vez que ela possui outro imvel residencial adquirido com os valores daquele seguro. STJ entendeu que ela tem, sim, direito real de habitao porque aquele imvel adquirido com o dinheiro do seguro s foi adquirido aps o falecimento. Ento, esse imvel no est a inventariar, pois no faz parte do patrimnio do de cujus. At porque o dinheiro proveniente do seguro no vai entrar na sucesso.

Em relao a esse mesmo assunto, STJ traz um outro julgado muito interessante. Entretanto, o panorama diferente.

Trata-se de um caso no qual existia uma mulher casada com uma pessoa e essa pessoa falece. A mulher fica viva e ela quer um direito real de habitao no imvel que ela j residia, anteriormente. Esse imvel no qual ela quer continuar a viver no era, apenas, de propriedade da mulher e do marido. Era, tambm, de propriedade do marido falecido e de seus irmos; portanto um condmino. Os irmos aps a morte dele, quiseram o imvel de volta. Nesse caso, o STJ entendeu que os irmos tinham razo porque no existe direito real de habitao compulsrio em imvel de terceiro. O art. 1831, CC um direito real de habitao do imvel familiar (de propriedade do casal). Esse o imvel sujeito ao direito real de habitao. No caso, o imvel era de terceiros e, portanto, a viva no tinha o direito real de habitao.

c) Dano moral pessoa jurdica de direito pblico

O municpio ingressou com demanda requerendo a condenao em danos morais em face de uma rdio da cidade, em que haviam vrias pessoas que falavam mal da conduta do ente municipal, da atitude do Muncipio, enfim, falava mal dos programas municipais. O ente pblico requereu com uma ao com pedido de danos morais. sabido que o dano moral uma leso ao direito da personalidade. E direito da personalidade uma das materializaes (nuances) dos direitos fundamentais, cujo fundamento (base sociolgica) proteger os particulares contra os abusos e atuao estatal. Nesse caso concreto, temos um ente estatal (pessoa jurdica de direito pblico) querendo fazer uso de um direito fundamental que hoje conferido ao particular para se defender dos abusos pblicos. Claro que hoje comum a horizontalidade dos direitos fundamentais (um particular opondo tais direitos a outro particular). Entretanto, h uma deturpao do conceito do prprio instituto.

STJ entendeu que um ente Municipal no tem direito condenao por danos morais, vez que pessoa jurdica de direito pblico no pode titularizar direitos fundamentais, s processuais. Outra circunstncia, que a prpria criao dos direitos fundamentais tem outro bice concesso (deferimento) daquele direito. Veja, todavia, que o dano moral concedido pessoa jurdica algo novo. Isso vai aparecer em decorrncia da CF de 88, entretanto, esse dano moral vai ser reconhecido pessoa jurdica de forma restritiva. S vai haver condenao em favor de pessoa jurdica s quando houver violao a sua honra subjetiva (credibilidade da pessoa jurdica, abalo financeiro). Pessoa jurdica de direito pblico no possui fins negociais (no h imagem que vai garantir aquelas prestaes pecunirias da pessoa jurdica, no h imagem a ser resguardada) no h que se falar em danos morais.

d) Fiana prestada por pessoa em Unio Estvel

O artigo 1647, do CC dispe que para que haja eficcia da fiana/aval prestada por pessoa casada, necessrio em regra, que a fiana tenha autorizao do cnjuge. A exceo o regime de separao absoluta de bens. Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cnjuges pode, sem autorizao do outro, exceto no regime da separao absoluta: I - alienar ou gravar de nus real os bens imveis; II - pleitear, como autor ou ru, acerca desses bens ou direitos; III - prestar fiana ou aval; IV - fazer doao, no sendo remuneratria, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meao. Pargrafo nico. So vlidas as doaes nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.

A smula 332, do STJ, diz que a fiana prestada sem autorizao de um dos cnjuges implica na ineficcia total da garantia. Significa que se o credor aceita uma fiana nesses termos, ele no vai conseguir executar essa garantia. No vai ter eficcia essa fiana, pois falta requisito essencial que a autorizao do cnjuge. Entretanto, como fica a unio estvel? Segue a viso constitucional e equiparao da unio estvel ao casamento?

STJ entendeu que no caso de Unio Estvel entre a pessoa que concede (celebra) a fiana, nesse caso, no necessria a autorizao do companheiro. O casamento um ato solene, forma. Fica no registro civil que voc casou e o regime de bens. Inclusive, expedida uma certido de casamento para diversos fins. NO casamento voc tem a total publicidade desse estado civil. Assim, quando o seu credor, aceita uma fiana de ti (que uma pessoa casada), ele tem total condies de saber seu estado civil porque est no registro pblico. fcil de ser conhecida. Todavia, o credor que no convive com a pessoa que vai prestar fiana sabe que o fiador tem uma unio estvel? No tem como saber, pois no um ato formal e solene. Ainda que haja uma certido publica de unio estvel, o credor teria que procurar em todos cartrios de notas do pas. Para garantir isso, o STJ entende que no caso de Unio Estvel no necessria a autorizao do companheiro para prestar fiana.

e) Juros Moratrios

Os juros em geral podem ser de duas espcies: remuneratrios(compensatrios) e moratrios. Os juros remuneratrios so tambm chamados de compensatrios. Eles so cobrados pela utilizao do capital de terceiros. So cobrados toda vez que pegamos dinheiro emprestado no Banco. uma espcie de aluguel para que o Banco te empreste aquele dinheiro. Geralmente, so definidos claramente na prpria prestao do contrato. Todavia, tem outra espcie de juros. Os juros moratrios que trazem maiores controvrsias. Eles s so pagos em funo do atraso ou do inadimplemento. Ele decorre da prpria mora, da sua nomenclatura. A discusso sobre a partir de que momento esses juros iro fluir (correr).Em suma, a jurisprudncia (inclusive se pautando no prprio CC) tem entendido que se estivermos falando em responsabilidade civil contratual, a regra verificarmos primeiro se a obrigao contratual possui vencimento.A obrigao tem que ser lquida (independe de percia, de prova testemunhal; aquela que voc j sabe o valor). Se no pagamos nossa conta de consumo de gs, os juros moratrios so cobrados do vencimento da conta. Se a obrigao tem que ser lquida e com vencimento certo, os juros, nesse caso, sero cobrados a partir do vencimento porque o dia interpela pelo homem. No necessrio nenhum ato da companhia de gs para que voc esteja em mora. A mora ex re (corre a partir do vencimento). Todavia, se a obrigao (responsabilidade civil contratual) no tiver vencimento, ou for ilquida, teremos duas hipteses: como regra geral, que os juros correro a partir da citao no processo judicial. Exemplo: demandar ao de danos morais contra o plano de sade, os juros moratrios correro a partir da citao.A segunda hiptese aquela qual no h uma obrigao com termo certo e vai correr de outro ponto que no seja a citao. quando for realizado um ato extrajudicial inequvoco da configurao da mora. Exemplo: se o credor interpelar (protestar o ttulo ou enviar notificao extrajudicial) o devedor. A partir desse momento que correro os juros de mora.Se a responsabilidade civil for extracontratual, diferente. Os juros de mora correm do prprio evento danoso. Isso porque, a partir do momento em que ocorre o ato ilcito e no ocorre a reparao do dano, o sujeito est em mora. Exemplo: vizinho bate no seu carro na garagem.O julgado abaixo trata-se de uma ao monitria. Dispositivo o qual se encontra no artigo 1.102.a, do CPC: - A ao monitria compete a quem pretender, com base em prova escrita sem eficcia de ttulo executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungvel ou de determinado bem mvel. Vejamos: