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Julgados STJ e STF Meio Ambiente

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    M E I O A M B I E N T E

    Banco do Conhecimento /Jurisprudncia / Julgados STJ e STF Meio Ambiente

    INDICE ANALTICO

    (NDICE REMISSIVO)

    1. Ao civil pblica. Antigo EIA/RIMA. Aterro sanitrio. Licenciamento (STJ)

    2. Ao de indenizao por desapropriao indireta. Decreto estadual 10.251/1977 (STJ)

    3. rea de preservao permanente. Formao da rea de reserva legal (STJ)

    4. Ao declaratria de produtividade. Desapropriao para fins de reforma agrria (STJ)

    5. reas especiais de proteo ambiental. Limitao administrativa (STJ)

    6. Armazenamento de madeira proveniente de vendaval ocorrido na regio (STJ)

    7. Atividade mineradora. Dano ao meio ambiente (STJ)

    8. Ausncia de licena ambiental. Matria infraconstitucional (STF)

    9. Auto de infrao lanado pelo IBAMA. Tipificao penal que depende da interveno do judicirio. Princpios da legalidade e da tipicidade (STJ)

    10. Autorizao de pesca complementar da tainha. Instrues normativas (STJ)

    11. Averbao de reserva legal. Ausncia de direito adquirido a poluir ou degradar (STJ)

    12. Briga de galos - Lei fluminense n 2.895/98 (STF)

    13. Comrcio, distribuio e transporte de madeira mogno (STF)

    14. Competncia. Ao civil pblica. Itaipu binacional (STF)

    15. Contaminao do solo por substncia txica (STF)

    16. Construo de usina hidreltrica. Reduo da produo pesqueira (STJ)

    17. Crime ambiental. Condio obrigatria para o sursis processual (STJ)

    18. Dano ambiental. Anlise de legislao infraconstitucional e conjunto ftico-probatrio dos autos (STF)

    19. Danos materiais e morais a pescadores causados por poluio ambiental por vazamento de nafta (STJ)

    20. Degradao ambiental em bacia hidrogrfica. Eventuais danos que atingem mais de um estado-membro (STJ)

    21. Desapropriao para reforma agrria. Ofensa ao 535, II, do CPC no configurada. Cobertura vegetal (STJ)

    22. Desmatamento de mata nativa sem autorizao. Cumulao de obrigao de

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    fazer (reparao da rea degradada) e de pagar quantia certa (indenizao) (STJ)

    23. Derramamento de leo diesel no mar (STF)

    24. Destruio ou dano a floresta de preservao permanente. Corrupo de gua potvel (STJ)

    25. Destruir ou danificar floresta considerada de preservao permanente (STF)

    26. Estabelecimentos, obras ou servios potencialmente poluidores. Prescrio da pretenso punitiva (STF)

    27. Expedio de documento condicionada ao pagamento de multa (STF)

    28. Explorao de atividade de extrao de areia (STJ)

    29. Exploso de navio com derramamento de substncias poluentes sobre o mar (leo e etanol) (STJ)

    30. Extrao de cascalho para aproveitamento na construo civil. Ambiental. Recursos especiais. Necessidade de EIA/RIMA. Anlise de resolues do CONAMA e da SMA. Impossibilidade (STJ)

    31. Extrao de ouro. Incompetncia do juizado especial federal (STF)

    32. Impedir ou dificultar a regenerao natural da vegetao (STF)

    33. Impossibilidade de lei estadual dispensar estudo prvio de impacto ambiental (STF)

    34. Improbidade administrativa decorrente de promover-se loteamento em rea de proteo ambiental sem licenciamento prvio (STJ)

    35. Infraes de menor potencial ofensivo. Competncia da justia federal comum (STF)

    36. Instalao de estao rdio-base - ERB. Prvio estudo de impacto ambiental (STJ)

    37. Lagoa artificial. Determinao para remoo de edificaes erguidas na rea de preservao permamente (STJ)

    38. Licenciamento ambiental. Zona de amortecimento do parque nacional de jericoacoara. Legitimidade ativa ad causam

    39. Loteamento clandestino. Adquirentes possuidores. Responsabilidade solidria. Litisconsrcio passivo (STJ)

    40. Loteamento irregular. rea de proteo ambiental. Serra do mar (STJ)

    41. Meio ambiente. Direito preservao de sua integridade (STF)

    42. Multa ambiental. Termo inicial (STJ)

    43. Multa aplicada administrativamente em razo de infrao ambiental (STJ)

    44. Obrigaes de recompor, restaurar, reparar e obrigao de indenizar. Cumulao. Possibilidade (STJ)

    45. Ocupao e edificao em rea de preservao permanente - APP (STJ)

    46. Pesca. Res furtivae de valor insignificante (STF)

    47. Pescador artesanal. Vazamento de oleoduto (STJ)

    48. Poder de policia em defesa do meio ambiente. Competncia administrativa comum (STF)

    49. Poluio ambiental pela emisso do material particulado do minrio (STJ)

    50. Poluio do ar. Adoo de critrios inseguros (STJ)

    51. Poluio do ar. Competncia legislativa supletiva (STJ)

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    52. Poluio sonora. Lei municipal. Limites (STF)

    53. Prestadora de servio pblico de gua e esgoto. Imunidade tributria recproca (STF)

    54. Queima controlada. Exerccio do poder de polcia (STF)

    55. Queima de palha de cana-de-acar. Legalidade (STJ)

    56. Queima da palha de cana. Exceo existente somente para preservar peculiaridades locais ou regionais relacionadas identidade cultural (STJ)

    57. Queimada. Multa administrativa (STJ)

    58. Reciclagem de pneus usados: ausncia de eliminao total de seus efeitos nocivos sade e ao meio ambiente equilibrado (STF)

    59. Rejeio da denncia. Assinatura de termo de ajustamento de conduta (STJ)

    60. Responsabilidade civil do estado. Assentamento de colonos em rea de floresta nacional (STJ)

    61. Rompimento do poliduto "OLAPA". Proibio da atividade pesqueira (STJ)

    62. Supresso de rea de preservao permanente fora das hipteses restritivamente traadas na legislao ambiental (STJ)

    63. Vazamento de oleoduto. Indenizao. Legitimidade ativa do pescador artesanal. Dano ambiental (STJ)

    64. Taxa de controle e fiscalizao ambiental (TCFA) (STF)

    65. Taxa de fiscalizao ambiental. Bitributao (STF)

    66. Taxa de controle e fiscalizao ambiental. Constitucionalidade (STF)

    67. Taxa de controle e fiscalizao ambiental - TCFA. Incluso da taxa referida na sistemtica de arrecadao simplificada (simples). Descabimento (STJ)

    68. Taxa de fiscalizao ambiental. Potencial de poluio (STF)

    69. Transporte rodovirio. Estrada municipal. Abertura de vala (STF)

    70. Transporte terrestre. Amianto (STF)

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    Ao civil pblica. Antigo EIA/RIMA. Aterro sanitrio. Licenciamento (STJ) REsp 1072463 / SP RECURSO ESPECIAL 2008/0149546-3 Relator(a) Ministro CASTRO MEIRA (1125) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 15/08/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 22/08/2013 Ementa: RECURSO ESPECIAL. AO CIVIL PBLICA. ANTIGO EIA/RIMA. ATERRO SANITRIO. LICENCIAMENTO. PRESCRIO QUINQUENAL NO TOCANTE A VCIOS DO EIA/RIMA. LICENCIAMENTO. PROCEDIMENTO COMPLEXO. TERMO INICIAL DO PRAZO PRESCRICIONAL. 1. Cuida-se de ao civil pblica buscando a no concesso ou anulao de licena expedida pela Cetesb com base em antigo EIA/RIMA, aprovado em 1994 para a instalao de aterro sanitrio. 2. Verificando-se que o Tribunal de origem, de forma absolutamente clara, exps os fundamentos de fato e de direito pelos quais deixava de acolher a prescrio, torna-se irrelevante a ausncia de expressa meno aos "artigos 2, caput, inciso X, e 10, caput e seu pargrafo nico, da Resoluo CONAMA n 01/86 (por erro material citada como 1/89, nos embargos de declarao); o art. 5, da Resoluo CONAMA n 09/87; e o art. 17, do Decreto federal 99.274". Assim, no h omisso, contradio ou obscuridade no acrdo que julgou o agravo de instrumento, estando correta a rejeio dos respectivos embargos de declarao. 3. Sobre o pedido recursal de "reconhecimento da prescrio do ato de aprovao do EIA/RIMA e, em consequncia, a impossibilidade jurdica ou a proibio de se examinar na ao civil pblica: (i) quer a causa petendi do pedido de anular as licenas, fundada em 'falhas e irregularidades (fls. 28) ou mesmo ilegalidade no EIA/RIMA que lhes serviram de 'base' (cf. inicial item 7.2.1 - fls. 37); e (ii) quer o pedido objetivando a 'elaborao e aprovao d enovo EIA/RIMA' para o licenciamento do aterro sanitrio (cf. inicial - item 7.2.6)", no pode ser acolhido por dois motivos: 3.1. ) a inicial da ao civil pblica revela que o Ministrio Pblico autor, diversamente do alegado no recurso especial, no se limita a impugnar vcios internos na confeco do antigo EIA/RIMA, de 1994. Sustenta, a ttulo de causa de pedir, sobretudo, a imprestabilidade do referido estudo por ter sido elaborado h quase 20 (vinte) anos - sendo destinado a outra empresa e usando dados da dcada de 80 e do incio da dcada de 90 -; a ausncia das informaes e dos documentos complementares que deveriam ter sido apresentados pela Estra; a no coincidncia do projeto proposto com o projeto originariamente aprovado; e a no observncia, no projeto, da futura construo do Aeroporto Metropolitano do Guaruj, da existncia de manguezais prximos, etc, tudo isso inviabilizando o licenciamento final da atividade; 3.2. ) o procedimento para o licenciamento de atividades potencialmente poluidoras complexo, ao longo dele sendo possvel instaurar procedimentos menores, no autnomos nem suficientes por si. Com efeito, o EIA/RIMA no se esgota em si mesmo, no constitui o objeto final postulado administrativamente, representando apenas uma das etapas (ato instrutrio ou ordinatrio) para o incio da implantao e do funcionamento do empreendimento. Diante disso, eventual prazo rescricional somente passar a correr a partir do encerramento do procedimento administrativo maior, com a deciso final a respeito do licenciamento postulado luz de todos os pareceres, laudos periciais e legislao em vigor. Nesse momento que os danos podero efetivamente ocorrer, viabilizando a necessidade de interveno do Poder Judicirio a pedido do respectivo interessado. 4. Recurso especial no provido.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

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    Ao de indenizao por desapropriao indireta. Decreto estadual 10.251/1977 (STJ) REsp 1194368 / SP RECURSO ESPECIAL 2010/0087636-0 Relator(a) Ministra ELIANA CALMON (1114) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 06/06/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 13/06/2013 Ementa: ADMINISTRATIVO. AO DE INDENIZAO POR DESAPROPRIAO INDIRETA. DECRETO ESTADUAL 10.251/1977. CRIAO DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR. LIMITAES PREEXISTENTES EM DECORRNCIA DE OUTRAS NORMAS. INDENIZAO INDEVIDA. PRECEDENTES. 1. A jurisprudncia do STJ firmou-se no sentido de que a criao do Parque Estadual da Serra do Mar, pelo Decreto Estadual 10.251/1977, do Estado de So Paulo, no acrescentou nenhuma limitao s previamente estabelecidas em outros atos normativos (Cdigo Florestal, Lei do Parcelamento do Solo Urbano etc), os quais, poca da edio do referido decreto, j vedavam a utilizao indiscriminada da propriedade. 2. indevida indenizao em favor dos proprietrios dos terrenos atingidos pelo ato administrativo em questo, salvo se comprovada limitao administrativa mais extensa que as j existentes. Hiptese no configurada nos autos. 3. Recurso especial provido.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    rea de preservao permanente. Formao da rea de reserva legal (STJ) AgRg no AREsp 327687 / SP AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2013/0108750-1 Relator(a) Ministro HUMBERTO MARTINS (1130) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 15/08/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 26/08/2013 Ementa: ADMINISTRATIVO. AMBIENTAL. AO CIVIL PBLICA. REA DE PRESERVAO PERMANENTE. FORMAO DA REA DE RESERVA LEGAL. OBRIGAO PROPTER REM. SMULA 83/STJ. PREJUDICADA A ANLISE DA DIVERGNCIA JURISPRUDENCIAL. SUPERVENINCIA DA LEI 12.651/12. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAO IMEDIATA. IRRETROATIVIDADE. PROTEO AOS ECOSSISTEMAS FRGEIS. INCUMBNCIA DO ESTADO. INDEFERIMENTO. 1. A jurisprudncia desta Corte est firmada no sentido de que os deveres associados s APPs e Reserva Legal tm natureza de obrigao propter rem, isto , aderem ao ttulo de domnio ou posse, independente do fato de ter sido ou no o proprietrio o autor da degradao ambiental. Casos em que no h falar em culpa ou nexo causal como determinantes do dever de recuperar a rea de preservao permanente. 2. Prejudicada a anlise da divergncia jurisprudencial apresentada, porquanto a negatria de seguimento do recurso pela alnea "a" do permissivo constitucional baseou-se em jurisprudncia recente e consolidada desta Corte, aplicvel ao caso dos autos. 3. Indefiro o pedido de aplicao imediata da Lei 12.651/12, notadamente o disposto no art. 15 do citado regramento. Recentemente, esta Turma, por relatoria do Ministro Herman Benjamin, firmou o entendimento de que "o novo Cdigo Florestal no pode retroagir para atingir o ato jurdico perfeito, direitos ambientais adquiridos e a coisa julgada, tampouco para reduzir de tal modo e sem as necessrias

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    compensaes ambientais o patamar de proteo de ecossistemas frgeis ou espcies ameaadas de extino, a ponto de transgredir o limite constitucional intocvel e intransponvel da 'incumbncia' do Estado de garantir a preservao e restaurao dos processos ecolgicos essenciais (art. 225, 1, I)." Agravo regimental improvido.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Ao declaratria de produtividade. Desapropriao para fins de reforma agrria (STJ) REsp 1297128 / BA RECURSO ESPECIAL 2011/0295243-9 Relator(a) Ministra ELIANA CALMON (1114) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 06/06/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 13/06/2013 Ementa: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAO PARA FINS DE REFORMA AGRRIA. AO DECLARATRIA DE PRODUTIVIDADE. VIOLAO DO ART. 535 DO CPC NO CARACTERIZADA. RESTRIO DO OBJETO DA LIDE. AUSNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SMULA 211/STJ. REA DE RESERVA LEGAL. INEXISTNCIA DE AVERBAO ANTES DA VISTORIA. CLCULO DA PRODUTIVIDADE DO IMVEL. 1. No ocorre ofensa ao art. 535 do CPC, se o Tribunal de origem decide, fundamentadamente, as questes essenciais ao julgamento da lide. 2. No se admite recurso especial quanto questo que, a despeito da oposio de embargos declaratrios, no foi apreciada pelo Tribunal a quo. Smula 211/STJ. 3. A rea de reserva legal, para ser excluda do clculo da produtividade do imvel, deve ter sido averbada no registro imobilirio antes da vistoria. Precedentes do STF e STJ. 4. Com a promulgao do Novo Cdigo Florestal, manteve-se inalterada a inteno do legislador de exigir a perfeita identificao da rea de reserva legal, modificando apenas o rgo responsvel pelo registro e manuteno desses dados, no se justificando a alterao do entendimento jurisprudencial desta Corte a respeito da matria. 5. Necessidade de retorno dos autos origem para que as instncias ordinrias, soberanas na anlise das provas, procedam ao reexame do laudo pericial levando em conta a rea de reserva legal, mngua de averbao no registro imobilirio antes da vistoria. 6. Recurso especial parcialmente provido.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    reas especiais de proteo ambiental. Limitao administrativa (STJ) AgRg no AREsp 155302 / RJ AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2012/0066045-7 Relator(a) Ministro HUMBERTO MARTINS (1130) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 13/11/2012 Data da Publicao/Fonte DJe 20/11/2012 ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. DESAPROPRIAO INDIRETA. NO CONFIGURAO. NECESSIDADE DO EFETIVO APOSSAMENTO E DA IRREVERSIBILIDADE DA SITUAO. NORMAS

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    AMBIENTAIS. LIMITAO ADMINISTRATIVA. ESVAZIAMENTO ECONMICO DA PROPRIEDADE. AO DE DIREITO PESSOAL. PRESCRIO QUINQUENAL. 1. A criao de reas especiais de proteo ambiental - salvo quando tratar-se de algumas unidades de conservao de proteo integral e de uso sustentvel em que a lei impe que o domnio seja pblico - configura limitao administrativa, que se distingue da desapropriao. Nesta, h transferncia da propriedade individual para o domnio do expropriante com integral indenizao; naquela, h apenas restrio ao uso da propriedade imposta genericamente a todos os proprietrios, sem qualquer indenizao. 2. Se a restrio ao uso da propriedade esvaziar o seu valor econmico, deixar de ser limitao para ser interdio de uso da propriedade, e, neste caso, o Poder Pblico ficar obrigado a indenizar a restrio que aniquilou o direito dominial e suprimiu o valor econmico do bem. (Hely Lopes Meirelles. Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros, 2009. 35 ed., pgs. 645/646.) 3. Esta indenizao, todavia, no se fundar na existncia de desapropriao indireta, pois, para que esta ocorra necessrio que haja o efetivo apossamento da propriedade pelo Poder Pblico. Desse modo, as restries ao direito de propriedade, impostas por normas ambientais, ainda que esvaziem o contedo econmico, no se constituem desapropriao indireta. 4. Assim, ainda que ocorrido danos aos agravados, em face de eventual esvaziamento econmico de propriedade, tais devem ser indenizados pelo Estado, por meio de ao de direito pessoal fundada na responsabilidade aquiliana, cujo prazo prescricional de 5 anos, nos termos do art. 10, pargrafo nico, do Decreto-Lei n. 3.365/41. 5. No caso dos autos, como bem esclarece a sentena, mantida pelo acrdo, o ato administrativo municipal ocorreu em maro de 1993, e a demanda s foi proposta em 18.5.2007, depois de esgotado, portanto, o lapso prescricional. Agravo regimental improvido.

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    Armazenamento de madeira proveniente de vendaval ocorrido na regio (STJ) AgRg no REsp 1277638 / SC AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2011/0176449-5 Relator(a) Ministro HUMBERTO MARTINS (1130) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 07/05/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 16/05/2013 Ementa: ADMINISTRATIVO. IBAMA. APLICAO DE MULTA. INFRAO AMBIENTAL. ARMAZENAMENTO DE MADEIRA PROVENIENTE DE VENDAVAL OCORRIDO NA REGIO. EXISTNCIA DE TAC. OMPROVADA BOA-F. REEXAME DE PROVAS. SMULA 7/STJ. 1. A responsabilidade objetiva; dispensa-se portanto a comprovao de culpa, entretanto h de constatar o nexo causal entre a ao ou omisso e o dano causado, para configurar a responsabilidade. 2. A Corte de origem, com espeque no contexto ftico dos autos, afastou a multa administrativa. Incidncia da Smula 7/STJ. Agravo regimental improvido.

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    Atividade mineradora. Dano ao meio ambiente (STJ) AgRg no AREsp 256788 / PR AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2012/0226969-5 Relator(a) Ministro HUMBERTO MARTINS (1130) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 21/02/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 01/03/2013 Ementa: ADMINISTRATIVO. AO CIVIL PBLICA. ATIVIDADE MINERADORA. DANO AO MEIO AMBIENTE. LICENA INDEFERIDA. PRETENSO DE REEXAME DE PROVAS. SMULA 7/STJ. 1. O Tribunal de origem, procedendo com amparo nos elementos de convico dos autos, assentou que foi julgado improcedente o pedido de licenciamento ambiental dos agravantes, e que h verossimilhana do direito alegado a fim de que seja dado efeito suspensivo deciso que deferiu a liminar. 2. Entendimento insuscetvel de reviso, em recurso especial, por demandar apreciao de matria ftica, o que invivel em recurso especial, dado o bice da Smula 7/ STJ. Agravo regimental improvido.

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    Ausncia de licena ambiental. Matria infraconstitucional (STF)

    RE 609748 AgR / RJ - RIO DE JANEIRO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINRIO Relator(a): Min. LUIZ FUX Julgamento: 23/08/2011 rgo Julgador: Primeira Turma

    Ementa Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINRIO. DIREITO AMBIENTAL. MANDADO DE SEGURANA. AUSNCIA DE LICENA AMBIENTAL. MATRIA INFRACONSTITUCIONAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INAPLICABILIDADE DA TEORIA DO FATO CONSUMADO.

    1. A competncia do IBAMA para fiscalizar eventuais infraes ambientais est disciplinada em lei infraconstitucional (Lei 9.605/98), eventual violao Constituio indireta, o que no desafia o apelo extremo. Precedentes: AI 662.168, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe de 23/11/2010, e o RE 567.681-AgR, Rel. Min. Crmen Lcia, 1 Turma, DJe de 08/05/2009. 2. In casu, o Tribunal de origem asseverou no ter a recorrente trazido prova pr-constituda da desnecessidade de licenciamento ambiental; para dissentir-se desse entendimento seria necessrio o reexame fatos e provas, providncia vedada nesta instncia merc o bice da Smula n. 279 do Supremo Tribunal Federal, verbis: Para simples reexame de prova no cabe recurso extraordinrio. 3. A teoria do fato consumado no pode ser invocada para conceder direito inexistente sob a alegao de consolidao da situao ftica pelo decurso do tempo. Esse o entendimento consolidado por ambas as turmas desta Suprema Corte. Precedentes: RE 275.159, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 11.10.2001; RMS 23.593-DF, Rel. Min. MOREIRA ALVES, Primeira Turma, DJ de 02/02/01; e RMS 23.544-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJ 21.6.2002. 4 . Agravo regimental a que se nega provimento.

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    Auto de infrao lanado pelo IBAMA. Tipificao penal que depende da interveno do judicirio. Princpios da legalidade e da tipicidade (STJ) REsp 1274801 / DF RECURSO ESPECIAL 2011/0206574-8 Relator(a) Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES (1141) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 20/06/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 12/09/2013 Ementa: PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL. RECURSO ESPECIAL. OFENSA AO ART. 535 DO CPC. INOCORRNCIA. AUTO DE INFRAO LANADO PELO IBAMA. FUNDAMENTO NO ART. 26 DA LEI N. 4.771/65. TIPIFICAO PENAL QUE DEPENDE DA INTERVENO DO JUDICIRIO. COMUTAO ENTRE FUNDAMENTOS LEGAIS DO AUTO DE INFRAO. IMPOSSIBILIDADE. PRINCPIOS DA LEGALIDADE E DA TIPICIDADE. 1. Trata-se, na origem, de ao ordinria ajuizada pela parte ora recorrida em face do Ibama com o objetivo de anular auto de infrao lavrado contra si. 2. O acrdo recorrido manteve a sentena, pela procedncia do pedido, a considerar que consta do auto de infrao que a empresa foi autuada em razo do art. 26, "i", da Lei n. 4.771/65, que corresponde no a qualquer tipo de infrao administrativa, mas a conduta tipificada penalmente, o que exclui a possibilidade de a Administrao ambiental agir, com base no referido dispositivo, no exerccio do poder de polcia. 3. Nas razes recursais, sustenta a parte recorrente ter havido violao ao art. 535 do Cdigo de Processo Civil (CPC) ao argumento de que o acrdo foi omisso -, 14, inc. I, da Lei n. 6.938/81 e 34, incs. IV e XI, do Decreto n. 99.274/90 - porque as condutas por que autuada a empresa recorrida constituem infrao administrativa e a indicao do art. 26 da Lei n. 4.771/65, embora tratando de tipificao penal, no altera este fato. 4. Em primeiro lugar, no viola o artigo 535 do CPC, tampouco nega prestao jurisdicional, acrdo que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos trazidos pelo vencido, adota fundamentao suficiente para decidir de modo integral a controvrsia, conforme ocorreu no caso em exame. 5. Em segundo lugar, o Ibama no tem competncia para aplicar penalidade com base no art. 26 da Lei n. 4.771/65, que tipifica criminalmente certas condutas, ainda estas condutas configurem tambm infrao administrativa. Precedentes. 6. Em terceiro lugar, sob pena de malferimento dos princpios da legalidade e da tipicidade, no pode a Administrao Pblica indicar, como fundamento para auto de infrao, certo dispositivo legal e pretender o reconhecimento da validade do mesmo auto combase em outros dispositivos legais. Se o Ibama, ao lanar o auto de infrao, aponta como dispositivo embasador o art. 26 da Lei n. 4.771/65, com fundamento neste artigo, e no em qualquer outro, que deve ser feita a verificao da legitimidade do auto pelo Judicirio. 7. Recurso especial no provido.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Autorizao de pesca complementar da tainha. Instrues normativas (STJ) MS 17292 / DF MANDADO DE SEGURANA 2011/0138791-9 Relator(a) Ministro CASTRO MEIRA (1125)

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    rgo Julgador S1 - PRIMEIRA SEO Data do Julgamento 27/06/2012 Data da Publicao/Fonte DJe 21/08/2012 ADMINISTRATIVO. AMBIENTAL. MANDADO DE SEGURANA. MINISTROS DA PESCA E AQUICULTURA E MEIO AMBIENTE. INSTRUES NORMATIVAS. AUTORIZAO DE PESCA COMPLEMENTAR DA TAINHA. ILEGALIDADES NO DEMONSTRADAS. REVISO. IMPOSSIBILIDADE. 1. O mandamus impetrado foi impetrado contra atos do Ministro de Estado da Pesca e da Aquicultura e da Ministra de Estado do Meio Ambiente que estabeleceram novos critrios para a autorizao da pesca industrial da tainha nos anos de 2011 e 2012. Pretende-se a manuteno das mesmas exigncias previstas no ano de 2010. 2. A regulamentao da pesca da tainha pelas autoridades apontadas como coatoras est respaldada na Constituio da Repblica (art. 170, V e 225) e na legislao infraconstitucional (Lei 10.683/03 e Decreto 6.981/09), no se cogitando de direito adquirido continuidade da atividade em descompasso com o regramento em vigor. Isso porque, independentemente de eventual direito reparao por danos sofridos ou pela indevida frustrao de uma legtima expectativa (matria fora de cogitao no presente writ), no se confere ao agente econmico a prerrogativa de extinguir o recurso natural explorado ou de permanecer vinculado a um normativo reconhecidamente ineficaz pelo poder estatal. 3. A adoo de regras mais rgidas para a pesca da tainha foi devidamente motivada pelas autoridades coatoras com base em pareceres tcnicos que demonstraram uma ameaa de sobre-explotao da espcie, isto , "aquela cuja condio de captura de uma ou de todas as classes de idade em uma populao so to elevadas que reduz a biomassa, o potencial de desova e as capturas no futuro, a nveis inferiores aos de segurana". (e-STJ fl. 519). 4. Considerando os limites probatrios da ao mandamental, o impetrante no logrou elidir a presuno de legalidade dos atos impugnados, inexistindo contrariedade a direito lquido e certo. Os normativos impugnados foram editados pelas autoridades competentes, atenderam finalidade legal, estiveram devidamente fundamentados e no se apresentaram flagrantemente desproporcionais ou desarrazoados 5. Segurana denegada.

    (ndice analtico) (ndice remissivo) Averbao de reserva legal. Ausncia de direito adquirido a poluir ou degradar (STJ)

    EDcl nos EDcl no Ag 1323337 / SP EMBARGOS DE DECLARAO NOS EMBARGOS DE DECLARAO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 2010/0110974-4

    Relator(a) Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES (1141) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 22/11/2011 Data da Publicao/Fonte DJe 01/12/2011 Ementa PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL. EMBARGOS DE DECLARAO. RECURSO ESPECIAL. TEMPESTIVIDADE. AVERBAO DE RESERVA LEGAL. AUSNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO A POLUIR OU DEGRADAR.

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    1. O art. 535 do CPC dispe que so cabveis embargos de declarao quando a deciso for omissa, obscura ou contraditria, bem como para corrigir premissa ftica equivocada ou erro material existente no acrdo impugnado. 2. No presente caso, embora o voto condutor, em seus fundamentos, tenha abordado todos os pontos necessrios composio da lide de forma clara e harmnica, nota-se o equvoco sobre premissa ftica em que se baseou o acrdo embargado. 3. De fato, o caso de reformar o acrdo impugnado, uma vez que o recurso especial tempestivo. 4. A publicao do acrdo combatido ocorreu em 8.1.2009 (fl. 418, e-STJ). Comeou, portanto, a correr o prazo no dia 9.1.2009 e extinguiu-se em 23.1.2009 - art. 508 do CPC. O recurso especial foi interposto em 23.1.2009 (fl. 421, e-STJ), no ltimo dia do prazo recursal. 5. Contudo, quanto ao recurso especial, nota-se que esta Corte Superior j pontuou que no existe direito adquirido a poluir ou degradar o meio ambiente, a averbao da reserva legal, no mbito do Direito Ambiental, tem carter meramente declaratrio e a obrigao de recuperar a degradao ambiental ocorrida na faixa da reserva legal abrange aquele que titular da propriedade do imvel, mesmo que no seja de sua autoria a deflagrao do dano, tendo em considerao sua natureza propter rem. 6. Ademais, no se observa ofensa ao art. 288 do Cdigo de Processo Civil, tendo em vista que a imposio das condutas previstas no art. 44 busca, antes de tudo, recuperar o ecossistema degradado da forma mais eficiente, observando-se o(s) mtodo(s) que melhor permita(m) a restaurao dos recursos ambientais, segundo os critrios estabelecidos pelo rgo ambiental, o que afasta a possibilidade de o particular atuar segundo seu mero arbtrio, at em razo do interesse pblico envolvido. 7. Embargos de declarao acolhidos, com efeitos modificativos, para negar provimento ao recurso especial.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Briga de galos - Lei fluminense n 2.895/98 (STF)

    ADI 1856 / RJ - RIO DE JANEIRO AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Relator(a): Min. CELSO DE MELLO Julgamento: 26/05/2011 rgo Julgador: Tribunal Pleno

    Ementa E M E N T A: AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - BRIGA DE GALOS (LEI FLUMINENSE N 2.895/98) - LEGISLAO ESTADUAL QUE, PERTINENTE A EXPOSIES E A COMPETIES ENTRE AVES DAS RAAS COMBATENTES, FAVORECE ESSA PRTICA CRIMINOSA - DIPLOMA LEGISLATIVO QUE ESTIMULA O COMETIMENTO DE ATOS DE CRUELDADE CONTRA GALOS DE BRIGA - CRIME AMBIENTAL (LEI N 9.605/98, ART. 32) - MEIO AMBIENTE - DIREITO PRESERVAO DE SUA INTEGRIDADE (CF, ART. 225) - PRERROGATIVA QUALIFICADA POR SEU CARTER DE METAINDIVIDUALIDADE - DIREITO DE TERCEIRA GERAO (OU DE NOVSSIMA DIMENSO) QUE CONSAGRA O POSTULADO DA SOLIDARIEDADE - PROTEO CONSTITUCIONAL DA FAUNA (CF, ART. 225, 1, VII) - DESCARACTERIZAO DA BRIGA DE GALO COMO MANIFESTAO CULTURAL - RECONHECIMENTO DA INCONSTITUIONALIDADE DA LEI ESTADUAL IMPUGNADA - AO DIRETA PROCEDENTE. LEGISLAO ESTADUAL QUE AUTORIZA A REALIZAO DE EXPOSIES E COMPETIES ENTRE AVES DAS RAAS COMBATENTES - NORMA QUE INSTITUCIONALIZA A PRTICA DE CRUELDADE CONTRA A FAUNA - INCONSTITUCIONALIDADE. - A promoo de briga de galos, alm de caracterizar prtica criminosa tipificada na legislao ambiental, configura conduta atentatria Constituio da Repblica, que veda a submisso de animais a atos de crueldade, cuja natureza perversa, semelhana da farra do boi (RE 153.531/SC), no permite sejam eles

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    qualificados como inocente manifestao cultural, de carter meramente folclrico. Precedentes. - A proteo jurdico-constitucional dispensada fauna abrange tanto os animais silvestres quanto os domsticos ou domesticados, nesta classe includos os galos utilizados em rinhas, pois o texto da Lei Fundamental vedou, em clusula genrica, qualquer forma de submisso de animais a atos de crueldade. - Essa especial tutela, que tem por fundamento legitimador a autoridade da Constituio da Repblica, motivada pela necessidade de impedir a ocorrncia de situaes de risco que ameacem ou que faam periclitar todas as formas de vida, no s a do gnero humano, mas, tambm, a prpria vida animal, cuja integridade restaria comprometida, no fora a vedao constitucional, por prticas aviltantes, perversas e violentas contra os seres irracionais, como os galos de briga (gallus-gallus). Magistrio da doutrina. ALEGAO DE INPCIA DA PETIO INICIAL. - No se revela inepta a petio inicial, que, ao impugnar a validade constitucional de lei estadual, (a) indica, de forma adequada, a norma de parmetro, cuja autoridade teria sido desrespeitada, (b) estabelece, de maneira clara, a relao de antagonismo entre essa legislao de menor positividade jurdica e o texto da Constituio da Repblica, (c) fundamenta, de modo inteligvel, as razes consubstanciadoras da pretenso de inconstitucionalidade deduzida pelo autor e (d) postula, com objetividade, o reconhecimento da procedncia do pedido, com a conseqente declarao de ilegitimidade constitucional da lei questionada em sede de controle normativo abstrato, delimitando, assim, o mbito material do julgamento a ser proferido pelo Supremo Tribunal Federal. Precedentes.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Comrcio, distribuio e transporte de madeira mogno (STF)

    RE 640584 AgR / DF - DISTRITO FEDERAL AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINRIO Relator(a): Min. CRMEN LCIA Julgamento: 07/02/2012 rgo Julgador: Primeira Turma

    Ementa EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINRIO. AMBIENTAL. COMRCIO, DISTRIBUIO E TRANSPORTE DE MADEIRA MOGNO. 1. Impossibilidade de anlise da configurao de continncia ou litispendncia: limites objetivos da coisa julgada. 2. Aquisio anterior Instruo Normativa n. 17/2001. Controvrsia decidida com base em norma infraconstitucional. Ofensa constitucional indireta. 3. Agravo regimental ao qual se nega provimento.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Competncia. Ao civil pblica. Itaipu binacional (STF)

    Rcl 2937 / PR - PARAN RECLAMAO Relator(a): Min. MARCO AURLIO Julgamento: 15/12/2011 rgo Julgador: Tribunal Pleno

    Ementa COMPETNCIA AO CIVIL PBLICA MINISTRIO PBLICO FEDERAL RGO DA UNIO ITAIPU BINACIONAL PARAGUAI INTERESSE. Ante o disposto na alnea e do inciso I do artigo

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    102 da Constituio Federal, cabe ao Supremo processar e julgar originariamente ao civil pblica proposta pelo Ministrio Pblico Federal contra a Itaipu Binacional.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Contaminao do solo por substncia txica (STF)

    AI 786312 AgR / SP - SO PAULO AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator(a): Min. LUIZ FUX Julgamento: 23/03/2011 rgo Julgador: Primeira Turma

    Ementa EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. DIREITO AMBIENTAL. MANDADO DE SEGURANA. MULTA POR DANOS AMBIENTAIS. CONTAMINAO DO SOLO POR SUBSTNCIA TXICA. ALEGAO DE VIOLAO DO ARTIGO 93, IX, DA CONSTITUIO FEDERAL. INOCORRNCIA. INCIDNCIA DA SMULA 279 DO STF. MATRIA INFRACONSTITUCIONAL. INADMISSIBILIDADE. 1. O artigo 93, IX, da Constituio Federal no resta violado nas hipteses em que a deciso merc de fundamentada no se apoia na tese da recorrente. 2. A violao indireta ou reflexa das regras constitucionais no enseja recurso extraordinrio. Precedente: AgR-RE n 579.291, Rel. Min. Ellen Gracie, Dje de 05.06.09. 3. In casu, o acrdo recorrido decidiu a lide com aplicao de normas infraconstitucionais a saber: Lei n 6.938/81, Decretos Federais ns 3.179/99 e 6.514/08, por isso que eventual violao Constituio o foi de forma indireta ou reflexa, o que inviabiliza a admissibilidade do recurso extraordinrio. 4. Deveras, o arresto recorrido versou sobre mandado de segurana no qual alegou o impetrante; a) no ter dado causa contaminao do solo da rea atingida; b) o prazo para elaborao do laudo de danos ambientais seria exguo; c) a responsabilidade dos danos ambientais seria da administrao pblica do municpio de So Paulo, que teria incentivado atos de esbulho perpetrado por invasores que l fixaram domiclio; e, por fim, d) os critrios adotados para fixao da multa ambiental foram incorretos. 5. Sob esse enfoque cedio que o recurso extraordinrio no servil ao exame de questes que demandam o revolvimento do contexto ftico-probatrio encartado nos autos, em face do bice erigido pela Smula 279 do STF, de seguinte teor: Para reexame de prova no cabe recurso extraordinrio. 6. Agravo Regimental desprovido.

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    Construo de usina hidreltrica. Reduo da produo pesqueira (STJ) REsp 1330027 / SP RECURSO ESPECIAL 2012/0048766-0 Relator(a) Ministro RICARDO VILLAS BAS CUEVA (1147) rgo Julgador T3 - TERCEIRA TURMA Data do Julgamento 06/11/2012 Data da Publicao/Fonte DJe 09/11/2012 RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. NEGATIVA DE PRESTAO JURISDICIONAL. AUSNCIA. DIREITO CIVIL E DIREITO AMBIENTAL. CONSTRUO DE USINA HIDRELTRICA. REDUO DA PRODUO PESQUEIRA. SMULA N 7/STJ. NO CABIMENTO. DISSDIO NOTRIO.

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    RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANO INCONTESTE. NEXO CAUSAL. PRINCPIO DA PRECAUO. INVERSO DO NUS DA PROVA. CABIMENTO. PRECEDENTES. 1. No viola os artigos 458 e 535 do Cdigo de Processo Civil, nem importa negativa de prestao jurisdicional, o acrdo que adotou, para a resoluo da causa, fundamentao suficiente, porm diversa da pretendida pelos recorrentes, para decidir de modo integral a controvrsia posta. 2. No h falar, na espcie, no bice contido na Smula n 7/STJ, haja vista que os fatos j restaram delimitados nas instncias ordinrias, devendo ser revista nesta instncia somente a interpretao dada ao direito para a resoluo da controvrsia. Precedentes. 3. Tratando-se de dissdio notrio, admite-se, excepcionalmente, a mitigao dos requisitos exigidos para a interposio do recurso pela alnea "c" "quando os elementos contidos no recurso so suficientes para se concluir que os julgados confrontados conferiram tratamento jurdico distinto similar situao ftica" (AgRg nos EAg 1.328.641/RJ, Rel. Min. Castro Meira, DJe 14/10/11). 4. A Lei n 6.938/81 adotou a sistemtica da responsabilidade objetiva, que foi integralmente recepcionada pela ordem jurdica atual, de sorte que irrelevante, na espcie, a discusso da conduta do agente (culpa ou dolo) para atribuio do dever de reparao do dano causado, que no caso inconteste. 5. O princpio da precauo, aplicvel hiptese, pressupe a inverso do nus probatrio, transferindo para a concessionria o encargo de provar que sua conduta no ensejou riscos para o meio ambiente e, por consequncia, aos pescadores da regio. 6. Recurso especial parcialmente conhecido e nesta parte provido para determinar o retorno dos autos origem para que, promovendo-se a inverso do nus da prova, proceda-se a novo julgamento.

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    Crime ambiental. Condio obrigatria para o sursis processual (STJ) AgRg no REsp 1110733 / DF AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2009/0011860-0 Relator(a): Ministro JORGE MUSSI (1138) rgo Julgador: T5 - QUINTA TURMA Data do Julgamento: 20/11/2012 Data da Publicao/Fonte: DJe 28/11/2012 PROCESSUAL PENAL. CRIME AMBIENTAL. REPARAO DO DANO. CONDIO OBRIGATRIA PARA O SURSIS PROCESSUAL. SOLUO DA CONTROVRSIA LUZ DE DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL. ANLISE DA MATRIA NO MBITO DO RECURSO ESPECIAL. INVIABILIDADE. 1. A controvrsia dos autos relativa obrigatoriedade de reparao do dano para suspenso condicional do processo em crimes ambientais fora decidida pela instncia ordinria, exclusivamente, com espeque no princpio constitucional da segurana jurdica, tornando-se invivel a apreciao da matria no mbito do recurso especial sob pena de usurpao da competncia do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega provimento.

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    Dano ambiental. Anlise de legislao infraconstitucional e conjunto ftico-probatrio dos autos (STF)

    AI 798429 AgR / SP - SO PAULO AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI Julgamento: 19/10/2010 rgo Julgador: Primeira Turma

    Ementa EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONFIGURAO DE DANO AMBIENTAL. NECESSIDADE DE ANLISE DE LEGISLAO INFRACONSTITUCIONAL E DO CONJUNTO FTICO-PROBATRIO DOS AUTOS. PRECEDENTES. ALEGADA VIOLAO AO ART. 93, IX, DA CONSTITUIO. ACRDO SUFICIENTEMENTE FUNDAMENTADO. AGRAVO IMPROVIDO. I - O Tribunal de origem com base na legislao infraconstitucional e no conjunto ftico-probatrio constantes dos autos verificou a existncia de danos efetivamente causados pela obra ao meio ambiente. Dessa forma, concluir de forma diversa do acrdo recorrido implicaria, necessariamente, o reexame de normas infraconstitucionais e de fatos e provas. Incabvel, portanto, o recurso extraordinrio. Precedentes. II - A exigncia do art. 93, IX, da Constituio, no impe seja a deciso exaustivamente fundamentada. O que se busca que o julgador informe de forma clara e concisa as razes de seu convencimento, tal como ocorreu. III Agravo regimental improvido

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Danos materiais e morais a pescadores causados por poluio ambiental por vazamento de nafta (STJ) REsp 1114398 / PR RECURSO ESPECIAL 2009/0067989-1 Relator(a) Ministro SIDNEI BENETI (1137) rgo Julgador S2 - SEGUNDA SEO Data do Julgamento 08/02/2012 Data da Publicao/Fonte DJe 16/02/2012 RT vol. 919 p. 787 Ementa AO DE INDENIZAO - DANOS MATERIAIS E MORAIS A PESCADORES CAUSADOS POR POLUIO AMBIENTAL POR VAZAMENTO DE NAFTA, EM DECORRNCIA DE COLISO DO NAVIO N-T NORMA NO PORTO DE PARANAGU 1) PROCESSOS DIVERSOS DECORRENTES DO MESMO FATO, POSSIBILIDADE DE TRATAMENTO COMO RECURSO REPETITIVO DE TEMAS DESTACADOS PELO PRESIDENTE DO TRIBUNAL, CONVENINCIA DE FORNECIMENTO DE ORIENTAO JURISPRUDENCIAL UNIFORME SOBRE ONSEQUNCIAS JURDICAS DO FATO, QUANTO A MATRIAS REPETITIVAS; 2) TEMAS: a) CERCEAMENTO DE DEFESA INEXISTENTE NO JULGAMENTO ANTECIPADO, ANTE OS ELEMENTOS DOCUMENTAIS SUFICIENTES; b) LEGITIMIDADE DE PARTE DA PROPRIETRIA DO NAVIO TRANSPORTADOR DE CARGA PERIGOSA, DEVIDO A RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PRINCPIO DO POLUIDOR-PAGADOR; c) INADMISSVEL A EXCLUSO DE RESPONSABILIDADE POR FATO DE TERCEIRO; d) DANOS MORAL E MATERIAL CARACTERIZADOS; e) JUROS MORATRIOS: INCIDNCIA A PARTIR DA DATA DO EVENTO DANOSO - SMULA 54/STJ; f) SUCUMBNCIA. 3) IMPROVIMENTO DO RECURSO, COM OBSERVAO.

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    1.- admissvel, no sistema dos Recursos Repetitivos (CPC, art. 543-C e Resoluo STJ 08/08) definir, para vtimas do mesmo fato, em condies idnticas, teses jurdicas uniformes para as mesmas consequncias jurdicas. 2.- Teses firmadas: a) No cerceamento de defesa ao julgamento antecipado da lide.- No configura cerceamento de defesa o julgamento antecipado da lide (CPC, art. 330, I e II) de processo de ao de indenizao por danos materiais e morais, movida por pescador profissional artesanal contra a Petrobrs, decorrente de impossibilidade de exerccio da profisso, em virtude de poluio ambiental causada por derramamento de nafta devido a avaria do Navio "N-T Norma", a 18.10.2001, no Porto de Paranagu, pelo perodo em que suspensa a pesca pelo IBAMA (da data do fato at 14.11.2001); b) Legitimidade ativa ad causam. parte legtima para ao de indenizao supra referida o pescador profissional artesanal, com incio de atividade profissional registrada no Departamento de Pesca e Aquicultura do Ministrio da Agricultura, e do Abastecimento anteriormente ao fato, ainda que a emisso da carteira de pescador profissional tenha ocorrido posteriormente, no havendo a r alegado e provado falsidade dos dados constantes do registro e provado haver recebido ateno do poder pblico devido a conseqncias profissionais do acidente; c) Inviabilidade de alegao de culpa exclusiva de terceiro, ante a responsabilidade objetiva.- A alegao de culpa exclusiva de terceiro pelo acidente em causa, como excludente de responsabilidade, deve ser afastada, ante a incidncia da teoria do risco integral e da responsabilidade objetiva nsita ao dano ambiental (art. 225, 3, da CF e do art. 14, 1, da Lei n 6.938/81), responsabilizando o degradador em decorrncia do princpio do poluidor-pagador; d) Configurao de dano moral. Patente o sofrimento intenso de pescador profissional artesanal, causado pela privao das condies de trabalho, em consequncia do dano ambiental, tambm devida a indenizao por dano moral, fixada, por equidade, em valor equivalente a um salrio-mnimo; e) termo inicial de incidncia dos juros moratrios na data do evento danoso. Nos termos da Smula 54/STJ, os juros moratrios incidem a partir da data do fato, no tocante aos valores devidos a ttulo de dano material e moral; f) nus da sucumbncia. Prevalecendo os termos da Smula 326/STJ, a condenao em montante inferior ao postulado na inicial no afasta a sucumbncia mnima, de modo que no se redistribuem os nus da sucumbncia. 3.- Recurso Especial improvido, com observao de que julgamento das teses ora firmadas visa a equalizar especificamente o julgamento das aes de indenizao efetivamente movidas diante do acidente ocorrido com o Navio N-T Norma, no Porto de Paranagu, no dia 18.10.2001, mas, naquilo que encerram teses gerais, aplicveis s consequncias de danos ambientais causados em outros acidentes semelhantes, sero, como natural, evidentemente considerados nos julgamentos a se realizarem.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Degradao ambiental em bacia hidrogrfica. Eventuais danos que atingem mais de um estado-membro (STJ) AgRg no CC 118023 / DF AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO DE COMPETNCIA 2011/0153025-9 Relator(a) Ministro BENEDITO GONALVES (1142) rgo Julgador S1 - PRIMEIRA SEO Data do Julgamento 28/03/2012 Data da Publicao/Fonte DJe 03/04/2012 AMBIENTAL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO NEGATIVO DE COMPETNCIA. AO CIVIL PBLICA MOVIDA PELO MINISTRIO PBLICO FEDERAL CONTRA A UNIO E AUTARQUIAS FEDERAIS, OBJETIVANDO IMPEDIR DEGRADAO AMBIENTAL NA BACIA

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    HIDROGRFICA DO RIO PARABA DO SUL. EVENTUAIS DANOS AMBIENTAIS QUE ATINGEM MAIS DE UM ESTADO-MEMBRO. ART. 109, 2, DA CONSTITUIO FEDERAL. LOCAL DO DANO. 1. Conflito de competncia suscitado em ao civil pblica, pelo juzo federal da 4 Vara da Seo Judiciria do Distrito Federal, no qual se discute a competncia para o processamento e julgamento dessa ao, que visa obstar degradao ambiental na Bacia do Rio Paraba do Sul, que banha mais de um Estado da Federao. 2. O Superior Tribunal de Justia tem o pacfico entendimento de que o art. 93, II, da Lei n. 8.078/1990 - Cdigo de Defesa do Consumidor no atrai a competncia exclusiva da justia federal da Seo Judiciria do Distrito Federal, quando o dano for de mbito regional ou nacional. Conforme a jurisprudncia do STJ, nos casos de danos de mbito regional ou nacional, cumpre ao autor optar pela Seo Judiciria que dever ingressar com ao. Precedentes: CC 26842/DF, Rel. Ministro Waldemar Zveiter, Rel. p/ Acrdo Ministro Cesar Asfor Rocha, Segunda Seo, DJ 05/08/2002; CC 112.235/DF, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, Segunda Seo, DJe 16/02/2011. 3. Isso considerado e verificando-se que o Ministrio Pblico Federal optou por ajuizar a ao civil pblica na Subseo Judiciria de Campos dos Goytacazes/RJ, situada em localidade que tambm passvel de sofrer as consequncias dos danos ambientais que se querem evitados, nela que dever tramitar a ao. A isso deve-se somar o entendimento de que "a ratio essendi da competncia para a ao civil pblica ambiental, calca-se no princpio da efetividade, por isso que, o juzo federal do local do dano habilita-se, funcionalmente, na percepo da degradao ao meio ambiente posto em condies ideais para a obteno dos elementos de convico conducentes ao desate da lide" (CC 39.111/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seo, DJ 28/02/2005). A respeito, ainda: AgRg no REsp 1043307/RN, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 20/04/2009; CC 60.643/BA, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seo, DJ 08/10/2007; CC 47.950/DF, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seo, DJ 07/05/2007. 4. Agravo regimental no provido.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Desapropriao para reforma agrria. Ofensa ao 535, II, do CPC no configurada. Cobertura vegetal (STJ) AgRg no Ag 1402206 / DF AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 2011/0034960-6 Relator(a) Ministro HERMAN BENJAMIN (1132) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 02/05/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 10/05/2013 Ementa ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. DESAPROPRIAO PARA REFORMA AGRRIA. OFENSA AO 535, II, DO CPC NO CONFIGURADA. COBERTURA VEGETAL. CLCULO EM SEPARADO. IMPOSSIBILIDADE. DIVERGNCIA JURISPRUDENCIAL. NO COMPROVAO. DESCUMPRIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. DISPENSA DE REVISOR NO JULGAMENTO DE APELAO. POSSIBILIDADE. NULIDADE DO JULGAMENTO NO CARACTERIZADA. 1. Cuida-se, na origem, de Ao de Desapropriao movida pelas Centrais Eltricas do Norte do Brasil S/A - Eletronorte para implantao da usina Hidreltrica de Balbina, no Estado do Amazonas. 2. Discute-se indenizao de cobertura vegetal de imvel rural desapropriado, localizado na Bacia do Rio Uatum, Estado do Amazonas. 3. O TRF da 1 Regio excluiu do valor da indenizao a parcela referente cobertura florstica do imvel expropriado, diante da impossibilidade de sua explorao econmica.

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    4. A agravante alega falta de fundamentao para justificar a excluso da indenizao do valor da cobertura florestal apurado em percia. Observa-se, no entanto, que o acrdo est suficientemente motivado com indicao expressa de que no foi comprovada pela expropriada que factvel a explorao econmica da cobertura vegetal no imvel desapropriado. Transcrevo excerto do voto condutor do aresto: "No que concerne ao mrito, a jurisprudncia pretoriana consagra o entendimento de que, em sede de desapropriao, a cobertura vegetal , em regra, indenizvel, em consonncia com o princpio constitucional do "justo preo". Tal assertiva somente sofre atenuao quando a mata no , em absoluto, economicamente explorvel, como ocorre em certas regies de difcil acesso. In casu, tenho como correta a deciso embargada que excluiu da indenizao o montante referente cobertura florstica do imvel expropriado. Conforme destacou o MM. Juiz sentenciante (fls. 330): "a desapropriada nunca esteve nas terras, nunca fez uma benfeitoria sequer. As matas continuaram virgens at o advento da hidreltrica de Balbina. Alm de tudo, a expropriada comprou as terras por um preo nfimo". Ratificando tal concluso, destacou o Relator doacrdo recorrido (fls. 366): "A terra foi adquirida em 1971, com a condio de ser explorada. Quinze anos depois continuava totalmente, exatos cem por cento, cobertos de mata virgem. Ora, no h nos autos qualquer dado ou informao que demonstre a viabilidade de explorao econmica da rea em questo" (fl. 21/STJ). 5. O posicionamento firmado pelo Tribunal a quo quanto inexequibilidade de explorao econmica da mata decorreu de convico formada por fora dos elementos fticos existentes nos autos. evidente que rever as razes do acrdo recorrido importaria necessariamente o reexame de provas, o que defeso nesta fase recursal (Smula 7/STJ). 6. A divergncia jurisprudencial deve ser comprovada, cabendo ao recorrente corroborar as circunstncias que identificam ou assemelham os casos confrontados, com indicao da similitude ftico-jurdica entre eles. Indispensvel a transcrio de trechos do relatrio e do voto dos acrdos recorrido e paradigma, realizando-se o cotejo analtico entre ambos, com o intuito de bem caracterizar a interpretao legal divergente. O desrespeito a esses requisitos legais e regimentais (art. 541, pargrafo nico, do CPC e art. 255 do RI/STJ) impede o conhecimento do Recurso Especial, com base no art. 105, III, alnea "c", da Constituio Federal. 7. O acrdo recorrido est em sintonia com a orientao do STJ de que invivel a indenizao em separado da cobertura florstica, se no h explorao prvia e vlida da rea. Precedentes: AgRg no REsp 956.042/MG, Rel. Ministro Cesar Asfor Rocha, Segunda Turma, DJe 29/6/2011; AgRg no REsp 848.925/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 16/2/2011; EREsp 784.106/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seo, DJe 9/11/2011; EREsp 251.315/SP, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, Primeira Seo, DJe 18/6/2010. 8. possvel a dispensa de reviso da apelao quando a matria discutida de direito e h previso nesse sentido no regimento interno do tribunal. Precedentes do STJ. 9. O Regimento Interno do TRF da 1 Regio faculta ao relator dispensar a reviso na hiptese de Embargos Infringentes (30, 2, do RITRF). Assim, havendo disposio regimental no Tribunal a quo que o permita, no h qualquer nulidade no acrdo recorrido quanto a esse aspecto. 10. Agravo Regimental no provido.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Desmatamento de mata nativa sem autorizao. Cumulao de obrigao de fazer (reparao da rea degradada) e de pagar quantia certa (indenizao) (STJ) REsp 1248214 / MG RECURSO ESPECIAL 2011/0052842-8 Relator(a) Ministro HERMAN BENJAMIN (1132) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 18/08/2011

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    Data da Publicao/Fonte DJe 13/04/2012 Ementa AMBIENTAL. DESMATAMENTO DE MATA NATIVA SEM AUTORIZAO. QUEIMADAS. DANO RECONHECIDO PELA INSTNCIA ORDINRIA. CUMULAO DE OBRIGAO DE FAZER (REPARAO DA REA DEGRADADA) E DE PAGAR QUANTIA CERTA (INDENIZAO). POSSIBILIDADE. NATUREZA PROPTER REM. INTERPRETAO DA NORMA AMBIENTAL. PRECEDENTES DO STJ. 1. As queimadas representam a negao da modernidade da agricultura e pecuria brasileiras, confrontando-se com os fundamentos mais elementares do Direito Ambiental. O primitivismo no meio de explorao da terra - o fogo - aproxima-nos dos nossos ancestrais mais remotos e incivilizados. Maior paradoxo tecnolgico, mas tambm tico, impossvel: abandonamos a matriz da fora humana na movimentao do machado e do arado, nos cercamos de um arsenal de equipamentos sofisticados, de apetrechos qumicos, de biotecnologia e de avanado conhecimento cientfico multidisciplinar, tudo para sucumbir, mesmo nas atividades empresariais e de larga escala, aofcil apelo da fora natural extrema, que nada respeita no seu caminho, indistintamente estorricando flora, fauna e solo. 2. Quem queima, e ao faz-lo afeta, degrada ou destri o meio ambiente, tem o dever legal de recuper-lo, sem prejuzo de eventual indenizao, com base em responsabilidade civil objetiva, alm de submeter-se a sanes administrativas e penais. 3. A jurisprudncia do STJ est firmada no sentido de que a necessidade de reparao integral da leso causada ao meio ambiente permite a cumulao de obrigaes de fazer, de no fazer e de indenizar, que tm natureza propter rem. Precedentes: REsp 1.178.294/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, j. 10/8/2010; REsp 1.115.555/MG, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, j. 15/2/2011; AgRg no REsp 1170532/MG, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, j. 24/8/2010; REsp 605.323/MG, Rel. p/ Acrdo Ministro Teori Albino Zavascki, j. 18/8/2005, entre outros. 4. Recurso Especial parcialmente provido para reconhecer a possibilidade, em tese, de cumulao da indenizao pecuniria com as obrigaes de fazer voltadas recomposio in natura do bem lesado, com a devoluo dos autos ao Tribunal de origem para que verifique se, na hiptese, h dano indenizvel e fixe eventual quantum debeatur.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Derramamento de leo diesel no mar (STF) AI 747154 AgR / SP - SO PAULO AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator(a): Min. LUIZ FUX Julgamento: 26/04/2011 rgo Julgador: Primeira Turma

    Ementa EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AO CIVIL PBLICA. INDENIZAO POR DANOS AMBIENTAIS. DERRAMAMENTO DE LEO DIESEL NO MAR. ALEGAO DE VIOLAO AOS ARTIGOS 5, II e LV, e 93, IX, DA CONSTITUIO FEDERAL. AUSNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SMULA 282/STF. FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. INCIDNCIA DA SMULA 279 DO STF. MATRIA INFRACONSTITUCIONAL. 1. O requisito do prequestionamento indispensvel, por isso que invivel a apreciao, em sede de recurso extraordinrio, de matria sobre a qual no se pronunciou o Tribunal de origem, incidindo o bice da Smula 282 do Supremo Tribunal federal. 2. A violao indireta ou reflexa das regras constitucionais no enseja recurso extraordinrio. Precedentes: AI n. 738.145 - AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, 2 Turma, DJ

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    25.02.11; AI n. 482.317-AgR, Rel. Min. ELLEN GRACIE, 2 Turma DJ 15.03.11; AI n. 646.103-AgR, Rel. Ministra CRMEM LCIA, 1 Turma, DJ 18.03.11. 3. Inexiste ofensa ao art. 93, IX, da Constituio quando o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questo posta nos autos. (Precedentes: RE n. 611.926 - AgR/SC, 1 T., Rel. Min. CRMEM LCIA, DJ 03/03/2011; RE n. 626.689 - AgR/MG, 1 T., Rel. Min. CRMEM LCIA, DJ 02/03/11; AI n. 727.517 - AgR/RJ, 2 T., Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJ 08/02/11; AI n. 749.229 - AgR/RS, 2 T., Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJ 08/02/11) 4. As alegaes de ofensa aos postulados da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa, da motivao dos atos decisrios, do contraditrio, dos limites da coisa julgada e da prestao jurisdicional, se ocorrente, seria indireta ou reflexa. Precedentes: AI n. 803.857-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, 2 Turma, DJ 17.03.11; AI n. 812.678-AgR, Rel. Min. ELLEN GRACIE, 2 Turma, DJ 08.02.11; AI n. 513.804-AgR, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, 1 Turma, DJ 01.02.11 . 5. In casu, o acrdo recorrido decidiu a lide com aplicao de normas infraconstitucionais a saber: Leis ns 6.938/81 e 7.347/85, por isso que eventual violao Constituio o foi de forma indireta ou reflexa, o que inviabiliza a admissibilidade do recurso extraordinrio. 6. O recurso extraordinrio no servil ao exame de questes que demandam o revolvimento do contexto ftico-probatrio encartado nos autos, em face do bice erigido pela Smula 279 do STF, de seguinte teor: Para reexame de prova no cabe recurso extraordinrio. 7. Agravo Regimental desprovido.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Destruio ou dano a floresta de preservao permanente. Corrupo de gua potvel (STJ) HC 178423 / GO HABEAS CORPUS 2010/0123947-5 Relator(a) Ministro GILSON DIPP (1111) rgo Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julgamento 06/12/2011 Data da Publicao/Fonte DJe 19/12/2011 Ementa CRIMINAL. HABEAS CORPUS. POLUIO AMBIENTAL. DESTRUIO OU DANO A FLORESTA DE PRESERVAO PERMANENTE. TRANCAMENTO DA AO PENAL. INPCIA DA ENNCIA. CORRUPO DE GUA POTVEL. AB-ROGAO PELA LEI N 9.605/98. AUSNCIA DE INDCIOS MNIMOS DE AUTORIA NO DELITO DE DANO E DE COMPROVAO DA MATERIALIDADE NO CRIME DE POLUIO AMBIENTAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. ORDEM CONCEDIDA. I. O tipo penal, posterior, especfico e mais brando, do art. 54 da Lei n 9.605/98 engloba completamente a conduta tipificada no art. 271 do Cdigo Penal, provocando a ab-rogao do delito de corrupo ou poluio de gua potvel. II. Para a caracterizao do tipo citado, mister a ocorrncia de efetiva leso ou perigo de dano, concreto, real e presente, sade humana, flora ou fauna. III. Mostra-se inepta a denncia que carece de comprovao da possibilidade de danos sade humana pelo suposto fato de a paciente de ter deixado, em data especfica, que seu rebanho bebesse em dique que abastece cidade, pela ausncia de concluso tcnica sobre a salubridade da gua. IV. A mera descrio de dano a floresta de preservao permanente insuficiente para a configurao do delito do art. 38, caput, da Lei n 9.605/98, sendo necessria a demonstrao de indcios mnimos de autoria.

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    V. A simples descrio do dano ambiental e conseqente atribuio da responsabilidade proprietria do imvel rural, quanto mais se recentemente adquirido, consiste em responsabilizao penal objetiva, inadmissvel no ordenamento jurdico. VI. Ausentes da denncia os elementos mnimos de autoria e materialidade, cabvel o trancamento da ao penal. VII. Ordem concedida, nos termos do voto do Relator.

    (ndice analtico) (ndice remissivo) Destruir ou danificar floresta considerada de preservao permanente (STF)

    RE 639810 AgR / RN - RIO GRANDE DO NORTE AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINRIO Relator(a): Min. CRMEN LCIA Julgamento: 28/06/2011 rgo Julgador: Primeira Turma

    Ementa EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINRIO. PENAL. AUSNCIA DE PREQUESTIONAMENTO EXPLCITO. INCIDNCIA DAS SMULAS N. 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. CRIME AMBIENTAL TIPIFICADO NO ART. 38, CAPUT, DA LEI N. 9.605/1998. REA PARTICULAR. CONTROVRSIA DECIDIDA COM FUNDAMENTO EM NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Estabelecimentos, obras ou servios potencialmente poluidores. Prescrio da pretenso punitiva (STF)

    HC 103031 / RN - RIO GRANDE DO NORTE HABEAS CORPUS Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI Julgamento: 15/03/2011 rgo Julgador: Primeira Turma

    Ementa EMENTA Habeas corpus. Penal. Crime contra o meio ambiente (art. 60, da Lei n 9.605/98). Extino da punibilidade pela prescrio da pretenso punitiva reconhecida. Writ prejudicado quanto ao mrito. Ordem concedida ofcio. 1. Para a defesa, a prescrio da pretenso punitiva ocorre antes do trnsito em julgado da condenao, nos termos dos arts. 109; 111, 114, I e II; e 119, todos do Cdigo Penal. 2. Tendo decorrido lapso temporal superior a 2 (dois ) anos entre o desligamento do ru da diretoria da pessoa jurdica r e a presente data, em conformidade com o disposto no inciso VI do art. 109 do Cdigo Penal (em sua redao anterior Lei n 12.234/10), de se declarar extinta a punibilidade do autor do fato, pela ocorrncia da prescrio da pretenso punitiva estatal. 3. Habeas corpus prejudicado em relao ao mrito; deferido, porm, de ofcio, para declarar-se ocorrente a prescrio da pretenso punitiva do Estado e, consequentemente, decretar-se a extino da punibilidade do ora paciente

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

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    Expedio de documento condicionada ao pagamento de multa (STF) AI 854391 AgR / MA - MARANHO AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator(a): Min. LUIZ FUX Julgamento: 29/05/2012 rgo Julgador: Primeira Turma

    Ementa Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. EXPEDIO DE DOCUMENTO CONDICIONADA AO PAGAMENTO DE MULTA. AUSNCIA DO NECESSRIO PREQUESTIONAMENTO. OFENSA REFLEXA AO TEXTO DA CONSTITUIO FEDERAL. REEXAME DO CONJUNTO FTICO-PROBATRIO J CARREADO AOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. INCIDNCIA DA SMULA 279/STF. 1. O requisito do prequestionamento indispensvel, por isso que invivel a apreciao, em sede de recurso extraordinrio, de matria sobre a qual no se pronunciou o Tribunal de origem, incidindo o bice da Smula 282 do Supremo Tribunal Federal. 2. A violao indireta ou reflexa das regras constitucionais no enseja recurso extraordinrio. Precedentes: AI n. 738.145 - AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, 2 Turma, DJ 25.02.11; AI n. 482.317-AgR, Rel. Min. ELLEN GRACIE, 2 Turma DJ 15.03.11; AI n. 646.103-AgR, Rel. Ministra CRMEN LCIA, 1 Turma, DJ 18.03.11. 3. A Smula 279/STF dispe verbis: Para simples reexame de prova no cabe recurso extraordinrio . 4. que o recurso extraordinrio no se presta ao exame de questes que demandam revolvimento do contexto ftico-probatrio dos autos, adstringindo-se anlise da violao direta da ordem constitucional. 5. In casu, o acrdo originariamente recorrido assentou: ADMINISTRATIVO. IBAMA. DOCUMENTO DE ORIGEM FLORESTAL (DOF). EXPEDIO CONDICIONADA AO PAGAMENTO DE MULTA. ADMISSIBILIDADE. 1. Constitui violao ao livre exerccio de atividade lcita, constitucionalmente assegurado, alm de se caracterizar como forma indireta de cobrana de Documento de Origem Florestal (DOF) ao pagamento de multa por infrao legislao ambiental. 2. Sentena confirmada. 3. Apelao e remessa oficial, desprovidas. 6. Agravo Regimental desprovido

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Explorao de atividade de extrao de areia (STJ) REsp 1371310 / MS RECURSO ESPECIAL 2013/0059187-1 Relator(a) Ministro CASTRO MEIRA (1125) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 13/08/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 19/08/2013 Ementa: PROCESSO CIVIL. RENOVAO DE LICENA. EXPLORAO DE ATIVIDADE DE EXTRAO DE AREIA. VCIO DE FUNDAMENTAO INEXISTENTE. ANTECIPAO DA TUTELA. REVALORAO DOS PRESSUPOSTOS LEGAIS. IMPOSSIBILIDADE. SMULAS 7/STJ E 735/STF. 1. No h contrariedade ao art. 535 do CPC quando o acrdo recorrido utiliza-se de fundamentao clara e suficiente para a soluo da controvrsia. 2. No mbito do apelo nobre, no permitido o reexame dos pressupostos da tutela antecipada, pois se trata de providncia que exige o revolvimento dos contextos ftico-probatrio da demanda. Incidncia da Smula 7/STJ.

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    3. A deciso sobre o deferimento ou indeferimento de medidas antecipatrias, no analisa dispositivos legais relacionados com o prprio mrito da causa. Nessa fase processual, esses normativos apenas so submetidos a um juzo precrio de mera verossimilhana, sendo passvel de modificao. Nesses casos, somente haver "causa decidida em nica ou ltima instncia" aps o julgamento definitivo. Inteligncia da Smula 735/STF. Precedentes. 4. Recurso especial conhecido em parte e no provido.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Exploso de navio com derramamento de substncias poluentes sobre o mar (leo e etanol) (STJ) REsp 1187097 / PR RECURSO ESPECIAL 2010/0056034-0 Relator(a) Ministro MARCO BUZZI (1149) rgo Julgador T4 - QUARTA TURMA Data do Julgamento 16/04/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 25/04/2013 Ementa: RECURSO ESPECIAL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - AO DE INDENIZAO AJUIZADA POR PESCADORES ARTESANAIS - EXPLOSO DE NAVIO, COM DERRAMAMENTO DE SUBSTNCIAS POLUENTES SOBRE O MAR (LEO E ETANOL) - INTERESSE JURDICO DA UNIO E CHAMAMENTO DO IBAMA AO PROCESSO SUSCITADOS EM CONTESTAO - TESES RECHAADAS PELAS INSTNCIAS ORDINRIAS. INSURGNCIA DAS DEMANDADAS. 1. No se conhece da tese de afronta ao art. 535 do CPC quando a parte recorrente no indica precisamente, nas razes articuladas no recurso especial, as omisses em que supostamente incorreu o acrdo recorrido. Incidncia da Smula n. 284/STF. 2. Competncia da Justia Federal. Suposta incidncia de conveno internacional (art. 109, III, da CF/88). Inocorrncia. Demanda cuja causa de pedir no veicula tema afeto ao aludido rgo do Poder Judicirio. No caso dos autos, alm de a ao indenizatria no se encontrar lastrada em qualquer conveno internacional, com ela no se objetiva a reparao de danos ambientais (causados a bens da Unio), mas sim o ressarcimento dos prejuzos suportados, em tese, por particulares (pescadores), em face da impossibilidade de desenvolverem a pesca na regio atingida pelo desastre ambiental. 3. A alegao de existncia de interesse jurdico da Unio, formulada por uma das partes em ao indenizatria, mas sem subsumir-se a qualquer das formas de interveno de terceiro provocada (chamamento ao processo, denunciao lide ou nomeao autoria - arts. 62, 70 e 77 do CPC), no enseja o automtico deslocamento do feito para a Justia Federal. 4. luz do Enunciado n. 150 da Smula do STJ, compete JustiaFederal decidir sobre a existncia de interesse jurdico espontaneamente revelado pela Unio. Hiptese concreta em que o rgo estatal no manifestou qualquer interesse voluntrio em intervir na lide. 5. Eventual existncia de demanda regressiva proposta pela Unio contra os responsveis pelo dano ambiental, em razo do pagamento de benefcio extraordinrio aos pescadores (a ttulo de seguro-desemprego), no traduz manifestao espontnea do ente poltico na presente contenda reparatria de danos morais e materiais. 6. Em havendo pedido expresso de chamamento do IBAMA (autarquia federal) ao processo, de rigor a remessa dos autos Justia Federal, a fim de aquilatar a presena de interesse da Unio que justifique o processamento da ao perante o aludido rgo do Poder Judicirio. 7. Recurso especial conhecido em parte, e, nesta extenso, parcialmente provido.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

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    Extrao de cascalho para aproveitamento na construo civil. Ambiental. Recursos especiais. Necessidade de EIA/RIMA. Anlise de resolues do CONAMA e da SMA. Impossibilidade (STJ) REsp 1330841 / SP RECURSO ESPECIAL 2011/0088728-1 Relator(a): Ministra ELIANA CALMON (1114) rgo Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento: 06/08/2013 Data da Publicao/Fonte: DJe 14/08/2013 Ementa: DECISO PASSVEL DE REVISO PELO PODER JUDICIRIO. DESCUMPRIMENTO DOS TERMOS DE COMPROMISSO DE RECUPERAO AMBIENTAL. DISSDIO JURISPRUDENCIAL NO DEMONSTRADO. AO CIVIL PBLICA. HONORRIOS ADVOCATCIOS EM FAVOR DO MINISTRIO PBLICO. DESCABIMENTO. 1. A verificao da necessidade de realizao do EIA/RIMA na hiptese passa necessariamente pelo exame de Resolues do CONAMA e da SMA, normas insuscetveis de apreciao em sede de recurso especial por no se inserirem no conceito de lei federal. Precedentes. 2. O rgo estadual afastou a necessidade de realizao do estudo prvio de impacto ambiental no caso, deciso passvel de anlise pelo Poder Judicirio, diante do princpio da inafastabilidade da jurisdio. Precedente. 3. No foi somente a potencial degradao ambiental da atividade mineradora que ensejou a determinao de que se realize novo procedimento de licena ambiental, mas o descumprimento dos Termos de Compromisso de Recuperao Ambiental e a j constatada leso ao meio-ambiente. 4. A simples meno a documentos que estariam inclusos nos autos no rende ensejo ao conhecimento do recurso especial pela letra "c" do permissivo constitucional. 5. firme a jurisprudncia da Primeira Seo no sentido de que, por critrio de simetria, no cabe a condenao da parte vencida em ao civil pblica ao pagamento de honorrios advocatcios. 6. Recurso especial de Rio Branco Mineradora e Construtora Ltda conhecido em parte e desprovido e recurso especial do Estado de So Paulo conhecido em parte e parcialmente provido.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Extrao de ouro. Incompetncia do juizado especial federal (STF)

    HC 111762 / RO - RONDNIA HABEAS CORPUS Relator(a): Min. CRMEN LCIA Julgamento: 13/11/2012 rgo Julgador: Segunda Turma

    Ementa EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL. EXTRAO DE OURO. INTERESSE PATRIMONIAL DA UNIO. ART. 2 DA LEI N. 8.176/1991. CRIME CONTRA O MEIO AMBIENTE. ART. 55 DA LEI N. 9.605/1998. BENS JURDICOS DISTINTOS. CONCURSO FORMAL. INEXISTNCIA DE CONFLITO APARENTE DE NORMAS. AFASTAMENTO DO PRINCPIO DA ESPECIALIDADE. INCOMPETNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL. 1. Como se trata, na espcie vertente, de concurso formal entre os delitos do art. 2 da Lei n. 8.176/1991 e do art. 55 da Lei n. 9.605/1998, que dispem sobre bens jurdicos distintos (patrimnio da Unio e meio ambiente, respectivamente),

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    no h falar em aplicao do princpio da especialidade para fixar a competncia do Juizado Especial Federal. 2. Ordem denegada.

    (ndice analtico) (ndice remissivo)

    Impedir ou dificultar a regenerao natural da vegetao (STF)

    HC 107412 / SP - SO PAULO HABEAS CORPUS Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI Julgamento: 08/05/2012 rgo Julgador: Primeira Turma

    Ementa Habeas corpus. Processual penal. Crime contra o meio ambiente. Impedir ou dificultar a regenerao natural da vegetao (art. 48 da Lei n 9.605/98). Pedido de trancamento da ao penal. Alegaes de inpcia da denncia, atipicidade do fato e falta de justa causa. No ocorrncia. Ordem denegada. 1. firme a jurisprudncia consagrada por esta Corte no sentido de que a concesso de habeas corpus com a finalidade de trancamento de ao penal em curso s possvel em situaes excepcionais, quando estiverem comprovadas, de plano, a atipicidade da conduta, causa extintiva da punibilidade ou ausncia de indcios de autoria, o que no se vislumbra neste writ. Precedentes. 2. A denncia, embora no expondo data precisa em que se teria consumado a infrao ambiental, que de cunho permanente, foi capaz de situ-la em perodo certo e determinado, com a possibilidade de estabelecer-se, para fins de aferio de alegada causa extintiva da punibilidade do agente, como ltimo marco consumativo, data em que pericialmente atestada a permanncia da infrao. Prescrio no verificada. 3. Preenchidos os requisitos do art. 41 do Cdigo de Processo Penal, a anlise das demais questes postas na impetrao, para seu correto equacionamento, demanda regular dilao probatria, escapando, portanto, da possibilidade de anlise mais aprofundada dos fatos, mxime quando se considera o vis estreito do writ constitucional. Constrangimento ilegal inexistente. 4. Ordem denegada.

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    Impossibilidade de lei estadual dispensar estudo prvio de impacto ambiental (STF)

    RE 650909 AgR / RJ - RIO DE JANEIRO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINRIO Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI Julgamento: 17/04/2012 rgo Julgador: Segunda Turma

    Ementa Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINRIO. CONSTITUCIONAL. AMBIENTAL. LEI 6.938/1981, LEI ESTADUAL 1.356/1988 E RESOLUO DO CONAMA 1/86. MATRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA. NECESSIDADE DE REEXAME DE FATOS E PROVAS. SMULA 279 DO STF. IMPOSSIBILIDADE DE LEI ESTADUAL DISPENSAR ESTUDO PRVIO DE IMPACTO AMBIENTAL. AGRAVO IMPROVIDO. I - inadmissvel o recurso extraordinrio quando sua anlise implica rever a interpretao de norma infraconstitucional que fundamenta a deciso a quo. A afronta Constituio, se ocorrente, seria indireta. II - Invivel em recurso extraordinrio o reexame

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    do conjunto ftico-probatrio constante dos autos. Incidncia da Smula 279 do STF. III - O Plenrio desta Corte, ao julgar a ADI 1.086/SC, Rel. Min. Ilmar Galvo, assentou que a previso, por norma estadual, de dispensa ao estudo de impacto ambiental viola o art. 225, 1, IV, da Constituio Federal. IV - Agravo regimental improvido.

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    Improbidade administrativa decorrente de promover-se loteamento em rea de proteo ambiental sem licenciamento prvio (STJ) AgRg no AREsp 208810 / MG AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2012/0154842-1 Relator(a) Ministro CASTRO MEIRA (1125) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 07/03/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 14/03/2013 Ementa: PROCESSUAL. ADMINISTRATIVO. VIOLAO DO ART. 535 DO CPC. INOCORRNCIA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA CONFIGURADA. REVISO. SMULA 7/STJ. 1. Inexiste ofensa aos arts. 535, I e II, CPC, quando o Tribunal de origem se pronuncia de forma clara e suficiente sobre a questo posta nos autos, tendo o decisum se revelado devidamente fundamentado. Ademais, o magistrado no est obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a deciso. Precedentes. 2. O acrdo, com base no exame do acervo ftico-probatrio dos autos, concluiu que se configurou a improbidade administrativa decorrente de promover-se loteamento em rea de proteo ambiental sem licenciamento prvio. Ainda, considerou moderada a gravidade do ato, insuficiente para aplicar as sanes de perda do cargo pblico, suspenso dos direitos polticos ou proibio de contratar com o Poder Pblico ou receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios. Assim, a reprimenda deveria limitar-se aplicao da multa civil, correspondente a trs vezes o valor da remunerao percebida pela ora agravante poca dos fatos. 3. A reviso do acrdo para acolher-se a tese da recorrente de afastar a improbidade administrativa, na espcie em tela, exige anlise de fatos e provas o que inviabiliza a realizao de tal procedimento pelo STJ, no recurso especial nos termos da Smula 7/STJ. 4. Agravo regimental no provido.

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    Infraes de menor potencial ofensivo. Competncia da justia federal comum (STF)

    HC 112758 / TO - TOCANTINS HABEAS CORPUS Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI Julgamento: 16/10/2012 rgo Julgador: Segunda Turma

    Ementa Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA O MEIO AMBIENTE. AO

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    PENAL. COMPETNCIA DA JUSTIA FEDERAL COMUM. PENA MXIMA SUPERIOR A DOIS ANOS. ORDEM DENEGADA. I A lei prev como infraes de menor potencial ofensivo as contravenes e os crimes a que a lei comine pena mxima no superior a dois anos, cumulada ou no com multa. II O Ministrio Pblico denunciou o paciente pela suposta prtica do crime previsto no art. 38 da Lei 9.605/1998, que prev a pena de deteno de um a trs anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente, de modo que no h falar, in casu, de infrao de menor potencial ofensivo. Afastada, pois, a competncia do Juizado Especial Federal Criminal. III Ordem denegada

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    Instalao de estao rdio-base - ERB. Prvio estudo de impacto ambiental (STJ) REsp 975961 / RS RECURSO ESPECIAL 2007/0191467-9 Relator(a) Ministro CASTRO MEIRA (1125) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 11/04/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 19/04/2013 Ementa: RECURSO ESPECIAL. AO CIVIL PBLICA. INSTALAO DE ESTAO RDIO-BASE - ERB. PRVIO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA. MUDANA DE PEDIDO E DE CAUSA DE PEDIR INOCORRENTE. MOTIVAO CONSTITUCIONAL SOBRE O MRITO. NO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. NUS DA PROVA. 1. Formulado na inicial um pedido de no fazer ("absterem-se [...] de instalar as estaes ou qualquer equipamento a elas relativo sem apresentao de estudo de impacto ambiental, com especial nfase para a influncia na sade humana, e sem o devido licenciamento ambiental"), em que se encontra inserido um pedido de fazer, qual seja, a efetiva apresentao do referido estudo de impacto ambiental, e reiterado na apelao, sob a mesma causa de pedir, a referida obrigao de fazer, fica afastada a violao dos artigos 264 e 293 do Cdigo de Processo Civil. 2. O reconhecimento da obrigatoriedade de apresentao do EIA foi baseado em fundamento de natureza exclusivamente constitucional. No h, pois, como dar seguimento ao recurso especial nessa parte, cabendo salientar que o recurso extraordinrio, prprio para a rediscusso do tema, foi admitido na origem. 3. O autor da ACP no afirmou, em nenhum momento, haver dano ao meio ambiente e sade. Apenas observou que "os empreendimentos podem emitir espectro eletromagntico, que pode ter influncias nocivas no meio ambiente, causando prejuzo vida e sade das populaes vizinhas, alterando negativamente as condies da biota circundante, fatores que demandam prvia mensurao a fim de subsidiar a avalialo do custo-benefcio em termos ambientais" (e-STJ FL 15). Assim, no caberia ao autor comprovar o efetivo dano, mas s rs, na forma do art. 333, II, do Cdigo de Processo Civil, diante das alegaes que fizeram, demonstrar que a atividade, apesar do espectro eletromagntico, efetivamente no causam danos de qualquer natureza. 4. Recurso especial conhecido em parte e no provido.

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    Lagoa artificial. Determinao para remoo de edificaes erguidas na rea de preservao permamente (STJ)

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    AgRg no REsp 1183018 / MG AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2010/0035115-9 Relator(a) Ministra ELIANA CALMON (1114) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 07/05/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 15/05/2013 Ementa: AMBIENTAL. AGRAVO REGIMENTAL. REA DE PRESERVAO PERMANENTE. LAGOA ARTIFICIAL. USINA HIDROELTRICA DE MIRANDA. OBRA NECESSRIA AO USO DA GUA. AUSNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SMULA 211/STJ. DETERMINAO PARA REMOO DE EDIFICAES ERGUIDAS NA REA DE PRESERVAO PERMAMENTE. POSSIBILIDADE. 1. A questo do proprietrio ribeirinho ter direito realizao de obras para uso da gua, contida no art. 80 do Cdigo de guas, conquanto tenha sido objeto dos embargos de declarao opostos ao acrdo, no foi enfrentada pela Corte de origem. Ausente alegao de maltrato ao art. 535 do Estatuto Processual, incide na espcie a smula 211/STJ. 2. A Corte Estadual, ao decidir pela remoo das edificaes levantadas na rea de preservao permanente ao redor do reservatrio de gua artificial da Represa de Miranda (Usina Hidreltrica de Miranda), no discrepa da jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia, que entende que "A rea de 100 metros em torno dos lagos formados por hidreltricas, por fora de lei, considerada de preservao permanente" (REsp 194.617/PR), bem como que "possui o Conama autorizao legal para editar resolues que visem proteo do meio ambiente e dos recurso naturais, inclusive mediante a fixao de parmetros, definies e limites de reas de Preservao Permanente" (REsp 994.881/SC). 3. Agravo regimental no provido.

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    Licenciamento ambiental. Zona de amortecimento do Parque Nacional de Jericoacoara. Legitimidade ativa ad causam (STJ) AgRg no REsp 1373302 / CE AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2013/0068076-0 Relator(a) Ministro HUMBERTO MARTINS (1130) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 11/06/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 19/06/2013 Ementa: AMBIENTAL. PROCESSUAL CIVIL. MINISTRIO PBLICO FEDERAL. AO CIVIL PBLICA. LICENCIAMENTO AMBIENTAL. ZONA DE AMORTECIMENTO DO PARQUE NACIONAL DE JERICOACOARA. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Em se tratando de proteo ao meio ambiente, no h falar em competncia exclusiva de um ente da federao para promover medidas protetivas. Impe-se amplo aparato de fiscalizao a ser exercido pelos quatro entes federados, independentemente do local onde a ameaa ou o dano estejam ocorrendo, bem como da competncia para o licenciamento. 2. O domnio da rea em que o dano ou o risco de dano se manifesta apenas um dos critrios definidores da legitimidade para agir do parquet federal. Ademais, o poder-dever de fiscalizao dos outros entes deve ser exercido quando a atividade esteja, sem o devido acompanhamento do rgo competente, causando danos ao meio ambiente. 3. A atividade fiscalizatria das atividades nocivas ao meio ambiente concede ao IBAMA interesse jurdico suficiente para exercer seu poder de polcia administrativa, ainda que o bem esteja situado em rea cuja competncia para o licenciamento seja do municpio ou do estado.

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    4. Definida a controvrsia em sentido contrrio posio adotada no aresto estadual, deve ser provido o agravo regimental para dar provimento ao recurso especial, reconhecer a legitimidade do Ministrio Pblico Federal e determinar o regular prosseguimento da ao. Agravo regimental provido.

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    Loteamento clandestino. Adquirentes possuidores. Responsabilidade solidria. Litisconsrcio passivo (STJ) EDcl no REsp 843978 / SP EMBARGOS DE DECLARAO NO RECURSO ESPECIAL 2006/0089057-8 Relator(a) Ministro HERMAN BENJAMIN (1132) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 07/03/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 26/06/2013 Ementa: PROCESSUAL CIVIL. LOTEAMENTO CLANDESTINO. ADQUIRENTES POSSUIDORES. RESPONSABILIDADE SOLIDRIA. LITISCONSRCIO PASSIVO. 1. Trata-se, na origem remota, de Ao Civil Pblica movida contra loteadores e representantes de vendas, sob o fundamento de implantao de loteamento no registrado (clandestino). 2. No dano ambiental e urbanstico, a regra geral a do litisconsrcio facultativo. Segundo a jurisprudncia do STJ, nesse campo a "responsabilidade (objetiva) solidria" (REsp 604.725/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJ 22.8.2005, p. 202); logo, mesmo havendo "mltiplos agentes poluidores, no existe obrigatoriedade na formao do litisconsrcio", abrindo-se ao autor a possibilidade de "demandar de qualquer um deles, isoladamente ou em conjunto, pelo todo" (REsp 880.160/RJ, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 27.5.2010). 3. Contudo, como nica forma de garantir plena utilidade e eficcia prestao jurisdicional, impe-se o litisconsrcio necessrio entre o loteador e o adquirente se este, por mo prpria, altera a situao fsica ou realiza obras no lote que, ao final, precisaro ser demolidas ou removidas. Precedentes: REsp 901.422/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 14.12.2009; REsp 1.194.236/RJ, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 27.10.2010; REsp 405.706/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 23.9.2002. 4. A Segunda Turma do STJ, com a composio atual, em julgamento unnime e em relao ao mesmo loteamento ora em questo, assim j se posicionou: "Na ao civil pblica de reparao a danos contra o meio ambiente os empreendedores de loteamento em rea de preservao ambiental, bem como os adquirentes de lotes e seus ocupantes que, em tese, tenham promovido degradao ambiental, formam litisconsrcio passivo necessrio" (REsp 901.422/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 14.12.2009, grifo acrescentado). 5. No citado precedente, acrescentou a eminente Relatora, Ministra Eliana Calmon, em seu Voto: "Ora, como julgar a validade do parcelamento e as alteraes empreendidas no meio ambiente unicamente com relao aos empreendedores, excluindo os adquirentes e ocupantes que tambm possam ou j tenham realizado alteraes no bioma protegido pelas normas ambientais? De fato, a tutela do meio ambiente, como direito difuso, pressupe a mxima concentrao de medidas para que sua eficcia seja tima, revelando-se a ao civil pblica como instrumento concretizador dessa mxima efetividade da reparao e precauo do meio ambiente" (REsp 901.422/SP, Segunda Turma, DJe 14.12.2009). 6. "O litisconsrcio, quando necessrio, condio de validade do processo e, nessa linha, pode ser formado a qualquer tempo, enquanto no concluda a fase de conhecimento (...)" (AgRg no Ag 420256/RJ, Rel. Ministro Ari Pargendler, Terceira Turma, DJ 18/11/2002). No mesmo sentido: REsp 146.099/ES, Rel. Ministro Slvio de Figueiredo Teixeira, Quarta Turma, DJ 14/02/2000; REsp

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    260.079/SP, Rel. Ministro Fernando Gonalves, Quarta Turma, DJ 20/06/2005. 7. Embargos de Declarao rejeitados.

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    Loteamento irregular. rea de proteo ambiental. Serra do mar (STJ) REsp 1328874 / SP RECURSO ESPECIAL 2011/0220852-6 Relator(a) Ministra ELIANA CALMON (1114) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 25/06/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 05/08/2013 Ementa: PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL. AO CIVIL PBLICA. LOTEAMENTO IRREGULAR. REA DE PROTEO AMBIENTAL. SERRA DO MAR. MATA ATLNTICA. VIOLAO AO ART. 535 DO CPC. NO-OCORRNCIA. AUSNCIA DE CITAO DOS ADQUIRENTES DOS LOTES. LITISCONSRCIO PASSIVO FACULTATIVO. NULIDADE INEXISTENTE. 1. No ofende o art. 535, II, do CPC, decises em que o Tribunal de origem decide, fundamentadamente, as questes essenciais ao julgamento da lide. 2. H litisconsrcio passivo facultativo, nas aes civis pblicas por dano ambiental em loteamento irregular, entre os responsveis primrios pelos atos ilcitos, os terceiros adquirentes de lotes e seus ocupantes, em razo da responsabilidade solidria por dano ambiental. Precedentes. 3. Recurso especial no provido.

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    Meio ambiente. Direito preservao de sua integridade (STF)

    RE 417408 AgR / RJ - RIO DE JANEIRO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINRIO Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI Julgamento: 20/03/2012 rgo Julgador: Primeira Turma

    Ementa EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinrio. Constitucional. Ao civil pblica. Defesa do meio ambiente. Implementao de polticas pblicas. Possibilidade. Violao do princpio da separao dos poderes. No ocorrncia. Precedentes. 1. Esta Corte j firmou a orientao de que dever do Poder Pblico e da sociedade a defesa de um meio ambiente ecologicamente equilibrado para a presente e as futuras geraes, sendo esse um direito transindividual garantido pela Constituio Federal, a qual comete ao Ministrio Pblico a sua proteo. 2. O Poder Judicirio, em situaes excepcionais, pode determinar que a Administrao pblica adote medidas assecuratrias de direitos constitucionalmente reconhecidos como essenciais sem que isso configure violao do princpio da separao de poderes. 3. Agravo regimental no provido.

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    Multa ambiental. Termo inicial (STJ)

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    REsp 1275014 / RS RECURSO ESPECIAL 2011/0207888-8 Relator(a) Ministro HERMAN BENJAMIN (1132) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 11/04/2013 Data da Publicao/Fonte DJe 09/05/2013 Ementa: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. PRESCRIO DA PRETENSO EXECUTRIA. MULTA AMBIENTAL. TERMO INICIAL. TRMINO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. APLICAO DO RESP 1.115.078/RS, SOB O REGIME DO ART. 543-C DO CPC E SMULA 467/STJ. 1. Trata-se de Recurso Especial contra acrdo que considerou a data da infrao como termo inicial de contagem do prazo quinquenal da prescrio da pretenso executria de multa ambienal. 2. De acordo com entendimento fixado no STJ no mbito do regime dos recursos repetitivos, o termo inicial da prescrio quinquenal para execuo dos crditos no tributrios conta-se da constituio definitiva do crdito. (REsp 1.115.078/RS, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seo, DJe 6.4.2010). 3. Diante da pacificao da matria, o STJ editou a Smula 467 sobre o tema: "Prescreve em cinco anos, contados do trmino do processo administrativo, a pretenso da Administrao Pblica de promover a execuo da multa por infrao ambiental". 4. No fixada no acrdo recorrido a data do trmino do processo administrativo, devem os autos retornar ao Tribunal de origem para, diante das premissas jurdicas aqui fixadas, averiguar a ocorrncia de prescrio. 5. Recurso Especial provido.

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    Multa aplicada administrativamente em razo de infrao ambiental (STJ) REsp 1251697 / PR RECURSO ESPECIAL 2011/0096983-6 Relator(a) Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES (1141) rgo Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 12/04/2012 Data da Publicao/Fonte DJe 17/04/2012 AMBIENTAL. RECURSO ESPECIAL. MULTA APLICADA ADMINISTRATIVAMENTE EM RAZO DE INFRAO AMBIENTAL. EXECUO FISCAL AJUIZADA EM FACE DO ADQUIRENTE DA PROPRIEDADE. ILEGITIMIDADE PASSIVA. MULTA COMO PENALIDADE ADMINISTRATIVA, DIFERENTE DA OBRIGAO CIVIL DE REPARAR O DANO. 1. Trata-se, na origem, de embargos execuo fiscal ajuizado pelo ora recorrente por figurar no polo passivo de feito executivo levado a cabo pelo Ibama para cobrar multa aplicada por infrao ambiental. 2. Explica o recorrente - e faz isto desde a inicial do agravo de instrumento e das razes de apelao que resultou no acrdo ora impugnado - que o crdito executado diz respeito violao dos arts. 37 do Decreto n. 3.179/99, 50 c/c 25 da Lei n. 9.605/98 e 14 da Lei n. 6.938/81, mas que o auto de infrao foi lavrado em face de seu pai, que, poca, era o dono da propriedade. 3. A instncia ordinria, contudo, entendeu