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As interceptações telefônicas e seu tratamento é essencial ao Operador Jurídico.

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  • Superior Tribunal de Justia

    RECURSO EM HABEAS CORPUS N 47.098 - MG (2014/0086699-8) RELATOR : MINISTRO LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO

    (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE)RECORRENTE : MATHEUS GOMES MUNDIM ARAJO (PRESO)ADVOGADOS : GERALDO ESPEDITO PEREIRA

    GUSTAVO VIRGLIO ROCHA PEREIRA E OUTRO(S)RECORRIDO : MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

    EMENTA

    RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. HOMICDIO QUALIFICADO E TENTATIVA DE HOMICDIO QUALIFICADO. NULIDADE DAS INTERCEPTAES TELEFNICAS. MEDIDA QUE TERIA PERDURADO POR TEMPO SUPERIOR AO PREVISTO NO ARTIGO 5 DA LEI 9.296/1996. MATRIA NO APRECIADA PELA CORTE DE ORIGEM. SUPRESSO DE INSTNCIA.1. A apontada ilegalidade das interceptaes telefnicas, que teriam perdurado por tempo superior ao previsto no artigo 5 da Lei 9.296/1996, no foi alvo de deliberao pelo Tribunal de origem, circunstncia que impede qualquer manifestao desta Corte Superior de Justia sobre o tpico, evitando-se com tal medida a atuao em indevida supresso de instncia. 2. Ainda que assim no fosse, da leitura das peas processuais acostadas ao reclamo, observa-se que no houve a interceptao das comunicaes telefnicas dos investigados, mas a quebra do sigilo de dados telefnicos, consistentes no histrico de camadas, dados cadastrais e extratos de chamadas, os quais, consoante a jurisprudncia pacfica desta Corte Superior de Justia, no se sujeitam disciplina da Lei 9.296/1996.AUSNCIA DE INTIMAO DA DEFESA PARA A AUDINCIA EM QUE OUVIDO O CORRU MENOR DE IDADE PERANTE A JUSTIA DA INFNCIA E JUVENTUDE. ADOLESCENTE QUE FOI INQUIRIDO COMO INFORMANTE DO JUZO NOS AUTOS DA AO PENAL EM TELA. PREJUZO NO DEMONSTRADO. NULIDADE INEXISTENTE.1. Embora o ru e seus advogados no tenham participado do interrogatrio do corru menor de idade perante a Justia da Infncia e da Juventude, o certo que a magistrada singular lhes oportunizou a inquirio do adolescente na fase instrutria do presente feito, o que demonstra que a sua ausncia na referida audincia no lhes acarretou qualquer prejuzo, no sendo possvel, por conseguinte, o

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  • Superior Tribunal de Justia

    reconhecimento da mcula suscitada na irresignao. Inteligncia do artigo 563 do Cdigo de Processo Penal. Doutrina. Jurisprudncia.NULIDADE DA AUDINCIA DE INSTRUO E JULGAMENTO. NEGATIVA DE O RU SE ENTREVISTAR COM O DEFENSOR APS A OITIVA DAS TESTEMUNHAS E ANTES DO SEU INTERROGATRIO. ACUSADO QUE TEVE ACESSO AOS SEUS ADVOGADOS ANTES DO INCIO DO ATO E A DURANTE A SUA INQUIRIO. EXERCCIO DO DIREITO DE PERMANECER EM SILNCIO. INEXISTNCIA DE PREJUZO. EIVA NO CARACTERIZADA.1. A jurisprudncia deste Superior de Justia no acolhe a alegao de nulidade do interrogatrio quando efetivamente garantida a prvia entrevista do ru com seu defensor antes da sua oitiva em juzo.2. At mesmo nos casos em que no demonstrado o anterior contato do acusado com seu patrono, no se anula o interrogatrio quando negada a prtica criminosa, ou o ru faz uso do direito de permanecer em silncio. Precedentes.3. Na espcie, a togada de origem permitiu que o recorrente consultasse seus advogados previamente audincia de instruo e julgamento, somente no admitindo a suspenso do ato a fim de que pudessem novamente se comunicar aps a colheita da prova oral, tendo registrado, outrossim, que a todo momento os defensores mantiveram contato verbal com seu cliente, tanto que ele exerceu o direito de permanecer calado aps ter sido orientado por seus procuradores, o que revela o atendimento ao disposto no artigo 185, 5, do Cdigo de Processo Penal e impede a anulao do ato.INDEFERIMENTO DE OITIVA DE TESTEMUNHA. DECISO JUDICIAL FUNDAMENTADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NO CARACTERIZADO.1. Ao magistrado facultado o indeferimento, de forma fundamentada, da produo de provas que julgar protelatrias, irrelevantes ou impertinentes, devendo a sua imprescindibilidade ser devidamente justificada pela parte. Doutrina. Precedentes do STJ e do STF. 2. Na hiptese em apreo, verifica-se que foram declinadas justificativas plausveis para a negativa de inquirio de testemunha referida na audincia de instruo e julgamento, que alm de no ter tido a sua relevncia declinada pela defesa, seria irrelevante para a comprovao dos fatos apurados na ao penal, inclusive porque o depoimento do qual teria ou no participado na fase policial foi confirmado em juzo, o que revela a inexistncia de constrangimento ilegal a ser reparado nesta via.

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  • Superior Tribunal de Justia

    3. Recurso parcialmente conhecido e, nessa extenso, desprovido.

    ACRDO

    A Quinta Turma, por unanimidade, conheceu parcialmente do recurso e, nessa parte, negou-lhe provimento. Os Srs. Ministros Felix Fischer, Gurgel de Faria, Reynaldo Soares da Fonseca e Newton Trisotto (Desembargador Convocado do TJ/SC) votaram com o Sr. Ministro Relator.

    Braslia (DF), 09 de junho de 2015(Data do Julgamento)

    MINISTRO LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE)

    Relator

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  • Superior Tribunal de Justia

    RECURSO EM HABEAS CORPUS N 47.098 - MG (2014/0086699-8)RELATOR : MINISTRO LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO

    (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE)RECORRENTE : MATHEUS GOMES MUNDIM ARAJO (PRESO)ADVOGADOS : GERALDO ESPEDITO PEREIRA

    GUSTAVO VIRGLIO ROCHA PEREIRA E OUTRO(S)RECORRIDO : MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

    RELATRIO

    O EXMO. SR. MINISTRO LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE) (Relator):

    Trata-se de recurso ordinrio em habeas corpus interposto por MATHEUS

    GOMES MUNDIM ARAJO contra acrdo proferido pela 3 Cmara Criminal do Tribunal

    de Justia de Minas Gerais, que denegou a ordem no HC n. 1.0000.14.007603-5/000.

    Noticiam os autos que o recorrente foi denunciado pela suposta prtica dos

    delitos previsto nos artigos 121, 2, incisos I e IV, e 121, 2, incisos I e IV, combinado

    com o artigo 14, inciso II, ambos do Cdigo Penal.

    Buscando a anulao da ao penal e a revogao da priso preventiva do

    acusado, a defesa impetrou prvio writ na origem, tendo a ordem sido denegada.

    Sustentam os patronos do recorrente que teria havido a quebra do seu sigilo

    telefnico por perodo superior ao previsto no artigo 5 da Lei 9.296/1996, o que revelaria a

    ilicitude da prova dela decorrente.

    Alegam que o recorrente e seus defensores no teriam sido intimados para

    acompanhar o depoimento do corru menor de idade prestado perante a Justia da Infncia e

    da Juventude, o que violaria os princpios do contraditrio e da ampla defesa.

    Aduzem que na audincia de instruo e julgamento no teria sido garantido

    aos advogados do ru o direito de com ele se entrevistarem aps a oitiva das testemunhas, o

    que teria prejudicado tanto a defesa tcnica quanto o prprio acusado, que teria sido

    interrogado sem antes se comunicar com seus patronos.

    Argumentam que o indeferimento da oitiva de testemunha configuraria

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  • Superior Tribunal de Justia

    cerceamento do direito de defesa do acusado.

    Requerem o provimento do reclamo para que sejam reconhecidas a

    nulidades suscitadas, expedindo-se alvar de soltura em favor do recorrente.

    O Ministrio Pblico Federal, em parecer de fls. 779/782, manifestou-se

    pelo desprovimento do inconformismo.

    o relatrio.

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  • Superior Tribunal de Justia

    RECURSO EM HABEAS CORPUS N 47.098 - MG (2014/0086699-8)

    VOTO

    O EXMO. SR. MINISTRO LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE) (Relator):

    Por meio deste recurso ordinrio pretende-se, em sntese, a anulao da

    ao penal, expedindo-se alvar de soltura em favor do recorrente.

    Inicialmente, impossvel o exame da aventada ilegalidade da quebra do sigilo

    telefnico realizada nos autos, que teria perdurado por perodo de tempo superior ao previsto

    no artigo 5 da Lei 9.296/1996, uma vez que a matria no foi alvo de deliberao pela Corte

    Estadual, circunstncia que impede qualquer manifestao deste Superior Tribunal de Justia

    sobre o tpico, evitando-se, com tal medida, a ocorrncia de indevida supresso de instncia.

    Nesse sentido:

    HABEAS CORPUS. (...) MATRIAS NO ANALISADAS PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. SUPRESSO DE INSTNCIA. MANIFESTO CONSTRANGIMENTO ILEGAL NO EVIDENCIADO.(...)6. Invivel a anlise, diretamente por este Superior Tribunal, de matrias no analisadas pela Corte de origem, sob pena de, assim o fazendo, incidir na indevida supresso de instncia.7. Habeas corpus no conhecido.(HC 279.802/ES, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 24/04/2014, DJe 05/05/2014)

    RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. (...)NULIDADES. SUPRESSO DE INSTNCIA. (...) NO CONHECIMENTO.1. Se as apontadas nulidades no trmite processual - informaes annimas, ausncia de fundamentao para o recebimento da denncia, revelia, vicio na oitiva de testemunha e impropriedade no laudo pericial -, deixaram de ser questionadas e debatidas perante a Corte originria, no merece conhecimento o writ nestes pontos, sob pena de supresso de instncia. Precedentes.(...)7. Recurso ordinrio conhecido em parte e, nesta extenso, no provido.

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    (RHC 42.294/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 22/04/2014, DJe 05/05/2014)

    Ainda que assim no fosse, da leitura das peas processuais acostadas ao

    reclamo, observa-se que no houve a interceptao das comunicaes telefnicas dos

    investigados, mas a quebra do sigilo de dados telefnicos, consistentes no histrico de

    camadas, dados cadastrais e extratos de chamadas, os quais, consoante a jurisprudncia

    pacfica desta Corte Superior de Justia, no se sujeitam disciplina da Lei 9.296/1996.

    Confira-se:

    PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO MAJORADO. (1) IMPETRAO COMO SUCEDNEO RECURSAL. IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. (2) QUEBRA DO SIGILO TELEFNICO. PROVIDNCIA QUE NO SE CONFUNDE COM A INTERCEPTAO TELEFNICA. MOTIVAO DA MEDIDA. OCORRNCIA. ILEGALIDADADE. NO RECONHECIMENTO.1. No contexto de racionalizao do emprego do habeas corpus, mostra-se indevida a sua utilizao como sucedneo recursal.2. No se confundem as medidas de quebra de sigilo telefnico com a interceptao de comunicao telefnica, esta ltima albergada, ademais, pela clusula de reserva de jurisdio. Da, no so exigveis, no contexto da quebra de sigilo de dados, todas as cautelas insertas na Lei 9.296/1996. In casu, o magistrado, em cumprimento do inciso IX do artigo 93 da Constituio da Repblica, motivou a quebra do sigilo de dados, com base na intensa utilizao de certo terminal telefnico, havendo a franca possibilidade de se desvendar, com base em dados cadastrais oriundos das registros de companhia telefnica, a autoria de um quarto agente no concerto delitivo.3. Ordem no conhecida.(HC 237.006/DF, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 27/06/2014, DJe 04/08/2014)

    CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO - (...) QUEBRA DO SIGILO DOS DADOS TELEFNICOS - PROCEDIMENTO QUE NO SE SUBMETE DISCIPLINA DAS INTERCEPTAES TELEFNICAS - (...) RECURSO DESPROVIDO.(...)VII - A quebra do sigilo dos dados telefnicos contendo os dias, os horrios, a durao e o nmeros das linha chamadas e recebidas, no se submete disciplina das interceptaes telefnicas regidas

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  • Superior Tribunal de Justia

    pela Lei 9.296/96 (que regulamentou o inciso XII do art. 5 da Constituio Federal) e ressalvadas constitucionalmente to somente na investigao criminal ou instruo processual penal.(...)IX - Recurso conhecido e desprovido.(RMS 17.732/MT, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 28/06/2005, DJ 01/08/2005, p. 477)

    O inconformismo tambm no merece prosperar no tocante alegada

    necessidade de intimao do recorrente e de seus defensores para a audincia em que ouvido

    menor que teria participado dos crimes perante a Justia da Infncia e Juventude.

    Isso porque embora o ru e seus advogados no tenham participado do

    referido ato, o certo que a magistrada singular lhes oportunizou a inquirio do adolescente

    na fase instrutria do presente feito (e-STJ fls. 263 e 307/311), o que demonstra que a sua

    ausncia na audincia realizada na justia menorista no lhes acarretou qualquer prejuzo, no

    sendo possvel, por conseguinte, o reconhecimento da mcula suscitada na irresignao.

    Como se sabe, nos termos artigo 563 do Cdigo de Processo Penal,

    "nenhum ato ser declarado nulo, se da nulidade no resultar prejuzo para a acusao

    ou para a defesa ".

    Acerca da necessidade de comprovao do prejuzo para que a nulidade

    possa ser reconhecida, cumpre trazer baila a doutrina de Magalhes Noronha:

    "O princpio bsico do Cdigo enunciado logo de incio no ttulo referente s nulidades: 'Nenhum ato ser declarado nulo, se da nulidade no resultar prejuzo para a acusao ou para a defesa' (art. 563). o pas de nullit sans grief. No existe nulidade desde que da preterio legal no haja resultado prejuzo para uma das partes. Este inexiste quando foi alcanado o fim que a lei tem em vista. Tanto ele pode ocorrer em relao ao acusador, como ao acusado ou Justia. No ele, em regra, presumvel, demonstra-se. A razo ou fundamento desse princpio natural e fcil de encontrar-se: que a decretao da nulidade - lembrando-nos agora da aplicao da pena - um mal, devendo, ento, reservar-se para aqueles casos em que realmente legtimos interesses das partes ou da Justia foram lesados.

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  • Superior Tribunal de Justia

    A demonstrao do prejuzo faz-se pelo raciocnio ou pelos meios ordinrios de prova. A demonstrao por aquele dispensa estes, pois trata-se, ento, de fato notrio e evidente. Na maior parte das vezes ele demonstrado por essa forma, isto , pelo raciocnio. Quando assim no acontea, incumbe ao prejudicado a demonstrao do prejuzo, pelos meios usuais de prova: testemunhas, documentos, exames etc. (Curso de direito processual penal. 26 ed. So Paulo: Saraiva, p. 440.)

    Na mesma esteira so os julgados deste Sodalcio:

    PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. INVIABILIDADE. VIA INADEQUADA. APELAO. JULGAMENTO. IRREGULARIDADE NA PRVIA INTIMAO. PREJUZO NO DEMONSTRADO. PRINCPIO DO PAS DE NULLIT SANS GRIEF. FLAGRANTE ILEGALIDADE. INEXISTNCIA. HABEAS CORPUS NO CONHECIDO.1. Segundo a legislao em vigor, imprescindvel, quando se trata de nulidade de ato processual, a demonstrao do prejuzo sofrido, em consonncia com o princpio pas de nullit sans grief, consagrado no art. 563 do Cdigo de Processo Penal, verbis: "Nenhum ato ser declarado nulo, se da nulidade no resultar prejuzo para a acusao ou para a defesa".2. In casu, a publicao para a sesso de julgamento da apelao foi feita em nome de quem detinha poderes (ainda que no com o nome de todos os advogados, conforme pleiteado) e a defesa - embora sem sucesso - ops embargos declaratrios e, tambm, interps recursos especial e extraordinrio, a evidenciar que teve conhecimento do julgamento. Contudo, em nenhuma das referidas insurgncias a pecha foi suscitada. Vale ressaltar, ainda, que, no transcorrer do processamento do apelo na Corte de origem, pelo que consta dos autos, sequer houve requerimento de realizao de sustentao oral, a reforar que a irregularidade, de fato, nenhum prejuzo ocasionou.3. Habeas corpus no conhecido.(HC 294.115/BA, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 07/05/2015, DJe 15/05/2015)

    PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. CP ART. 171, C/C ART. 14, INCISO II; ART. 299, C/C ART. 304; ART. 298, C/C 304; ART. 339 E ART. 307. AUDINCIA DE INSTRUO E JULGAMENTO. INTERROGATRIO DA CORR QUE COMPARECEU ESPONTANEAMENTE. AUSNCIA DE INTIMAO PRVIA DOS DEMAIS ACUSADOS. ALEGAO DE NULIDADE. DEFENSOR DO RECORRENTE QUE ESTEVE

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  • Superior Tribunal de Justia

    PRESENTE DURANTE TODO O ATO DE INTERROGATRIO.POSSIBILIDADE DE FAZER PERGUNTAS INTERROGANDA. PREJUZO PARA A DEFESA NO DEMONSTRADO. RECURSO ORDINRIO DESPROVIDO.I - Consoante o princpio pas de nullit sans grief, evidenciado no art. 563 do CPP ("nenhum ato ser declarado nulo, se da nulidade no resultar prejuzo para a acusao ou para a defesa"), no h que se falar em declarao de nulidade de ato processual, se dele no resultou qualquer prejuzo concreto para a defesa do recorrente.II - A jurisprudncia desta eg. Corte Superior de Justia adverte que direito do corru ser representado no interrogatrio dos outros acusados como forma de oportunizar a produo de prova que entender pertinente. "No entanto, conquanto se confira ao acusado a prerrogativa de participar do interrogatrio do corru e de formular as perguntas consideradas pertinentes, o certo que a sua presena no referido ato facultativa, motivo pelo qual a sua ausncia, bem como a de seu patrono, assim como a falta de nomeao de advogado dativo no so causas de nulidade da ao penal" (HC 243.126/GO, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe de 11/12/2014).III - Na hiptese dos autos, observou-se o direito de participao do Advogado do recorrente no interrogatrio da corr. Na espcie, consignou-se, inclusive, que foi dado prosseguimento ao ato "com a presena dos demais advogados mesmo com a alegao de que no foram intimados previamente ficando, claro, portanto, que a permanncia nesta audincia, ainda que no tenha sido intimados previamente representa uma renncia tcita ao prprio requerimento de intimao prvia, pois ainda que no venham a realizar nenhuma pergunta, seja por razoes de no a possuir, seja por razo de no quererem ter participao mais ativa, representa em ltima anlise, que aderiram ao ato, sanando eventual irregularidade que possa vir a ser considerada pela ausncia prvia de intimao, concluso essa que foi exaustivamente esclarecida aos causdicos, inclusive, convidando-os para que deixassem o recinto, no tendo aquiescido optando por permanecer, representando os constituintes neste ato" (fls.175-176, e-STJ).Recurso ordinrio desprovido. (RHC 54.650/RJ, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 05/05/2015, DJe 15/05/2015)

    Desse modo, tendo-se permitido defesa inquirir o adolescente que teria

    participado dos fatos imputados ao recorrente em juzo, no h que se falar em nulidade pelo

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  • Superior Tribunal de Justia

    fato de no haver sido intimada para participar da inquirio do menor perante a Vara da

    Infncia e Juventude.

    Quanto alegada necessidade de o defensor se entrevistar com seu cliente

    aps a oitiva das testemunhas e antes do seu interrogatrio, da leitura do termo de fls.

    307/310, verifica-se que a togada de origem permitiu que o recorrente consultasse seus

    advogados previamente audincia de instruo e julgamento, somente no admitindo a

    suspenso do ato a fim de que pudessem novamente se comunicar aps a colheita da prova

    oral.

    A autoridade judicial registrou, outrossim, que a todo momento os

    defensores mantiveram contato verbal com seus clientes, tanto que o ora recorrente

    reservou-se o direito de permanecer calado aps ter sido orientado por seu procurador, o que

    revela o atendimento ao disposto no artigo 185, 5, do Cdigo de Processo Penal, verbis :

    Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciria, no curso do processo penal, ser qualificado e interrogado na presena de seu defensor, constitudo ou nomeado. 5o Em qualquer modalidade de interrogatrio, o juiz garantir ao ru o direito de entrevista prvia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferncia, fica tambm garantido o acesso a canais telefnicos reservados para comunicao entre o defensor que esteja no presdio e o advogado presente na sala de audincia do Frum, e entre este e o preso.

    A jurisprudncia deste Superior de Justia no acolhe a alegao de nulidade

    do interrogatrio quando efetivamente garantida a prvia entrevista do ru com seu defensor

    antes da sua oitiva em juzo, exatamente como na espcie:

    HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. PACIENTE QUE, NA AUDINCIA DE INSTRUO E JULGAMENTO, FOI ASSISTIDO POR OUTRO DEFENSOR, POIS SEU ADVOGADO, INICIALMENTE, TAMBM PATROCINAVA O OUTRO CORRU, E HAVIA A POSSIBILIDADE DE CONFLITO DE DEFESA. AUSNCIA DE NULIDADE, MORMENTE PORQUE GARANTIDO AO PACIENTE O DIREITO DE SER PREVIAMENTE ENTREVISTADO, RESERVADAMENTE, COM O CAUSDICO NOMEADO AD HOC. (...) HABEAS CORPUS PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA EXTENSO, DENEGADO.(...)

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    2. Garantida anterior e reservada entrevista do Defensor com o Acusado, antes de sua oitiva em juzo, no h violao ao Contraditrio e Ampla Defesa.(...)7. Habeas corpus parcialmente conhecido e, nessa extenso, denegado.(HC 175.921/TO, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 02/08/2012, DJe 13/08/2012)

    Alis, at mesmo nos casos em que no demonstrado o anterior contato do

    acusado com seu patrono, no se anula o interrogatrio quando negada a prtica criminosa,

    ou o ru faz uso do direito de permanecer em silncio, tal como ocorreu no caso dos autos.

    Confira-se:

    PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR COM VIOLNCIA PRESUMIDA E COMETIDO POR ASCENDENTE. 1. NULIDADE. FALTA DE ADVERTNCIA DO DIREITO DE PERMANECER EM SILNCIO. ALEGAO NO COMPROVADA. TERMO DE INTERROGATRIO ONDE CONSTA QUE FOI OBSERVADO O ART. 186 DO CPP. 2. AUSNCIA DE ENTREVISTA PRVIA. RU QUE RESPONDEU AO PROCESSO EM LIBERDADE, TINHA ADVOGADO CONSTITUDO E NEGOU A AUTORIA DOS FATOS. PREJUZO NO DEMONSTRADO. 3. ORDEM DENEGADA.(...)3. Sobre a afirmao de que no foi garantido ao paciente o direito de entrevista reservada, colhe-se dos auto que o acusado respondeu todo o processo em liberdade e tinha advogado constitudo, o que demonstra de forma bvia que o paciente teve assegurado o acesso amplo e antecipado com o profissional que escolheu para defend-lo, situao totalmente distinta cuja mens legis buscou proteger, que aquela onde um acusado tem o primeiro contato com o defensor nomeado somente na audincia de interrogatrio.4. Nos termos do art. 563 do Cdigo de Processo Penal, "nenhum ato ser declarado nulo, se da nulidade no resultar prejuzo para a acusao ou para a defesa", no tendo o impetrante demonstrado que no houve a entrevista prvia entre acusado e defensor e qual teria sido o prejuzo decorrente da sua falta, pois o paciente negou a prtica do crime em seu interrogatrio, no se vislumbrando, assim, qualquer consequncia desfavorvel decorrente da eventual ausncia da entrevista prvia. Precedentes.

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    5. Habeas corpus denegado.(HC 161.033/SP, Rel. Ministro MARCO AURLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 15/12/2011, DJe 10/02/2012)

    HABEAS CORPUS. INTERROGATRIO. ENTREVISTA PRVIA COM O ADVOGADO. INOCORRNCIA. ALEGAO DE NULIDADE. NULIDADE RELATIVA. DEMONSTRAO DE PREJUZO. INEXISTNCIA. PAS DE NULLIT SANS GRIEF. ORDEM DENEGADA.1. No h nulidade processual sem demonstrao da ocorrncia de efetivo prejuzo para o ru, nos termos do art. 563 do Cdigo de Processo Penal. Trata-se do princpio de direito ps de nullit sans grief.2. Apesar de a legislao garantir ao interrogado a prvia entrevista com seu defensor (art. 185, 2., do Cdigo de Processo Penal), no pode ser declarado nulo o ato ora impugnado, uma vez que, na audincia em questo, a Paciente acompanhada de advogada nomeada pela magistrada singular negou a autoria do crime que lhe fora imputado, no se evidenciando nenhum prejuzo ao devido processo legal.3. A Defesa no impugnou o interrogatrio no momento apropriado, isto , na primeira oportunidade posterior ao ato considerado nulo.Na verdade, a Defesa no apontou o problema nem nas alegaes finais, nem nas razes de apelao, conforme se depreende dos relatrios da sentena e do acrdo. Portanto, evidencia-se a precluso da matria.4. Ordem denegada.(HC 132.254/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 27/05/2010, DJe 21/06/2010)

    Finalmente, impossvel o reconhecimento do aventado cerceamento do

    direito de defesa em face do indeferimento da oitiva de testemunha pleiteada pela defesa.

    Como cedio, embora o acusado no processo penal tenha o direito

    produo da prova necessria a dar embasamento tese defensiva, ao magistrado facultado

    o indeferimento, de forma fundamentada, das providncias que julgar protelatrias, irrelevantes

    ou impertinentes, devendo a sua imprescindibilidade ser devidamente justificada pela parte.

    Confira-se, a propsito, a lio de Eugnio Pacelli de Oliveira, para quem

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    "embora se cuide de direito, isso no impede que o juiz da causa examine a pertinncia

    da prova requerida (ver, por exemplo, art. 400, 1, CPP), tendo em vista que cabe a ele

    a conduo do processo, devendo, por isso mesmo, rejeitar as diligncias

    manifestamente protelatrias. " (Curso de processo penal. 10 ed. Rio de Janeiro: Lumen

    Juris, 2008. p. 294).

    No destoa a jurisprudncia desta Corte Superior de Justia:

    HABEAS CORPUS IMPETRADO EM SUBSTITUIO AO RECURSO PREVISTO NO ORDENAMENTO JURDICO. (...) 2. TRFICO DE DROGAS E ASSOCIAO PARA O TRFICO DE DROGAS. NULIDADE. INDEFERIMENTO DE PERCIA. INEXISTNCIA. JUIZ DESTINATRIO DA PROVA. (...) 4. HABEAS CORPUS NO CONHECIDO.(...)2. Compete ao juiz, destinatrio da prova, aferir a pertinncia e a necessidade de realizao das diligncias para a formao de seu convencimento. No constitui constrangimento ilegal o indeferimento daquelas que, ao exame do conjunto probatrio que se lhe apresenta, forem entendidas como indevidas, em deciso fundamentada, quando as julgar protelatrias ou desnecessrias instruo criminal.(...)5. Habeas corpus no conhecido.(HC 274.969/SP, Rel. Ministro MARCO AURLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 08/04/2014, DJe 23/04/2014)

    HABEAS CORPUS. (...) INDEFERIMENTO DE PROVAS REQUERIDAS PELA DEFESA. MOTIVAO IDNEA. (...)NO CONHECIMENTO.(...)4. O indeferimento das provas requeridas pela defesa (identificao e oitiva de testemunhas referidas e reinquirio de um acusado e da vtima) mostrou-se escorreitamente motivado, uma vez que no houve justificativa plausvel para tanto e os corrus e a vtima j haviam sido ouvidos em juzo. Ademais, como consignou o v. acrdo impugnado, "o juiz apreciar livremente a prova, no caracterizando cerceamento de defesa o indeferimento de diligncias quando, fundamentadamente, convencer-se de sua prescindibilidade para a apurao da verdade substancial perseguida na ao penal".5. Habeas corpus no conhecido.

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    (HC 215.687/SC, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 06/02/2014, DJe 26/02/2014)

    O Supremo Tribunal Federal tambm adota o mesmo entendimento:

    EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. INDEFERIMENTO DE DILIGNCIA. ARTIGO 184 DO CDIGO DE PROCESSO PENAL. VIOLAO AO CONTRADITRIO E AMPLA DEFESA. INOCORRNCIA. PERCIA DESNECESSRIA PARA A ELUCIDAO DOS FATOS. ORDEM DENEGADA. I - O deferimento de provas submete-se ao prudente arbtrio do magistrado, cuja deciso h de levar em conta o conjunto probatrio j existente. II - lcito ao juiz indeferir diligncias que reputar impertinentes, desnecessrias ou protelatrias (arts. 184 e 400, 1, do CPP, este ltimo includo pela Lei 11.719/2008). Precedentes. III - Inocorrncia de afronta aos princpios da ampla defesa e do contraditrio ou s regras do sistema acusatrio, por se tratar de percia desnecessria para a elucidao dos fatos imputados ao paciente. IV - A discusso sobre o acerto ou desacerto da deciso do juiz de primeiro grau, ademais, exige o exame aprofundado de fatos e provas, o que, em sede de habeas corpus, no se mostra possvel, visto tratar-se de instrumento destinado proteo de direito demonstrvel de plano, que no admite dilao probatria. V - Ordem denegada. (HC 104473, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 05/10/2010, DJe-207 DIVULG 27-10-2010 PUBLIC 28-10-2010 EMENT VOL-02422-01 PP-00122)

    EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. CRIMINAL. CONTROVRSIA ACERCA DA NECESSIDADE DE PRODUO DE PROVA PERICIAL. QUESTO RESTRITA AO MBITO INFRACONSTITUCIONAL. ALEGAO DE OFENSA S GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITRIO E DA AMPLA DEFESA. INEXISTNCIA. (...) 1. No caracteriza cerceamento de defesa a deciso que, motivadamente, indefere determinada diligncia probatria. Precedentes: AIs 382.214, da relatoria do ministro Celso de Mello; e 114.548-AgR, da relatoria do ministro Seplveda Pertence. (...) 3. Agravo desprovido. (AI 699103 AgR, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 17/08/2010, DJe-173 DIVULG 16-09-2010 PUBLIC 17-09-2010 EMENT VOL-02415-05 PP-01028)

    No caso dos autos, na audincia de instruo e julgamento os patronos do

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    ru requereram a oitiva da testemunha Nilda de Jesus, que no teria estado presente no

    depoimento de Elisngela da Silva Rodrigues na fase policial, o que indicaria a ocorrncia de

    irregularidade na colheita da referida prova, bem como na conduo do inqurito pela

    autoridade policial (e-STJ fl. 308).

    Ao analisar o pedido, a magistrada singular o indeferiu "por no se tratar de

    testemunha referida, j que apenas teria acompanhado o depoimento da testemunha

    Elisngela ", bem como "por no ter apontado a defesa a relevncia ou finalidade da

    prova j que no houve indicao de fatos ou circunstncias apurados durante a

    instruo que guardassem qualquer relao com os delitos em apurao ", sendo certo,

    outrossim, "que a testemunha Elisngela confirmou suas declaraes prestadas na fase

    policial, de modo que irrelevante a oitiva da suposta testemunha que acompanhou o

    depoimento da mesma, por tratar-se de Conselheira Tutelar, sendo que a testemunha

    Elisngela no menor de idade " (e-STJ fl. 309).

    Verifica-se, assim, que foram declinadas justificativas plausveis para a

    negativa de inquirio da referida testemunha, que alm de no ter tido a sua relevncia

    declinada pela defesa, seria irrelevante para a comprovao dos fatos apurados na ao penal,

    inclusive porque o depoimento do qual teria ou no participado na fase policial foi confirmado

    em juzo, o que revela a inexistncia de constrangimento ilegal a ser reparado nesta via.

    Ademais, para a modificao do entendimento externado pela magistrada

    singular seria necessrio o revolvimento de matria ftico-probatria, providncia que

    invivel na via eleita.

    A propsito:

    HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINRIO. (...) CERCEAMENTO DE DEFESA PELO INDEFERIMENTO DE DILIGNCIAS. INEXISTNCIA. EXAME GRAFOTCNICO, PERCIA DE VOZ E DEGRAVAO DO UDIO DAS MDIAS DA AUDINCIA DE INSTRUO E JULGAMENTO. DESNECESSIDADE. CARTER PROTELATRIO. NEGATIVA EM DECISES FUNDAMENTADAS. AUSNCIA DE ILEGALIDADE FLAGRANTE QUE, EVENTUALMENTE, PUDESSE ENSEJAR A CONCESSO DA ORDEM DE OFCIO. HABEAS CORPUS PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA PARTE, DENEGADO.

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    (...)3. Conforme j assentou esta Corte Superior de Justia, no h constrangimento ilegal no indeferimento de diligncias, quando o magistrado o faz fundamentadamente, por consider-las infundadas, desnecessrias ou protelatrias. Ademais, a augusta via do habeas corpus no o instrumento adequado para a anlise da pertinncia, ou no, das diligncias requeridas no curso da ao penal, porquanto demanda aprofundado exame do conjunto probatrio produzido.(...)8. Habeas corpus parcialmente conhecido e, nessa parte, denegado.(HC 189.069/ES, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 01/10/2013, DJe 10/10/2013)

    Irretocvel, por conseguinte, o aresto objurgado, que restou assim

    ementado:

    "EMENTA: HABEAS CORPUS. HOMICDIO QUALIFICADO E HOMICDIO QUALIFICADO TENTADO. PRISO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PBLICA. PEDIDO J JULGADO POR ESTE TRIBUNAL. NO CONHECIMENTO. INTERCEPTAO TELEFNICA. ILEGALIDADE. MATRIA AINDA NO APRECIADA EM PRIMEIRO GRAU. SUPRESSO DE INSTNCIA. NEGATIVA DE AUTORIA. VIA IMPRPRIA. NO INTIMAO PARA ACOMPANHAR DEPOIMENTO DE MENOR PRESTADO PERANTE A VARA DA INFNCIA E DA JUVENTUDE. DESNECESSIDADE. DIREITO A ENTREVISTA RESERVADA COM DEFENSOR ANTES DO INTERROGATRIO DEVIDAMENTE OPORTUNIZADO. PREJUZO AO EXERCCIO DA AMPLA DEFESA. INOCORRNCIA. OITIVA DE TESTEMUNHA SEM A PRESENA DO ACUSADO. POSSIBILIDADE. INDEFERIMENTO DE OITIVA DE TESTEMUNHA. CERCEAMENTO DE DEFESA NO CARACTERIZADO. 1. No se conhece da extenso de "habeas corpus" que seja mera reiterao de outro j julgado. 2. No tendo sido a alegada ilegalidade das interceptaes telefnicas apreciada pelo Juizo de primeiro grau, no cabe a esto Eg. Tribunal antecipar-se deciso do magistrado singular, examinando-a, sob pena de supresso de instncia. 2. O "habeas corpus" no constitui via adequada para apurar alegaes que necessitem de dilao probatria. 3. No caracteriza cerceamento de defesa a no intimao do paciente para ato praticado em processo no qual no figura como parte. 4. Tendo sido oportunizado ao acusado entrevistar-se reservadamente com seu defensor antes do inicio da audincia, no h falar-se em violao ampla defesa. 5.

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    Conforme previsto no art. 217, do Cdigo de Processo Penal, poder a testemunha, excepcionalmente, prestar depoimento sem a presena do acusado. 6. O deferimento da oitiva de testemunhas referidas fica ao prudente arbtrio do Juiz, que avalia sua necessidade e convenincia, nos termos do art. 400, 1, do Cdigo de Processo penal, no importando seu indeferimento em cerceamento de defesa." (e-STJ fl. 723).

    Ante o exposto, conhece-se parcialmente do recurso e, nessa extenso,

    nega-se-lhe provimento.

    o voto.

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    CERTIDO DE JULGAMENTOQUINTA TURMA

    Nmero Registro: 2014/0086699-8 PROCESSO ELETRNICO RHC 47.098 / MGMATRIA CRIMINAL

    Nmeros Origem: 00180451420138130534 00760357620148130000 05685872920138130000 10000140076035000 10000140076035001 140076035 180451420138130534 5685872920138130000 760357620148130000

    EM MESA JULGADO: 09/06/2015

    RelatorExmo. Sr. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE)

    Presidente da SessoExmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER

    Subprocurador-Geral da RepblicaExmo. Sr. Dr. ANTNIO AUGUSTO BRANDO DE ARAS

    SecretrioBel. MARCELO PEREIRA CRUVINEL

    AUTUAO

    RECORRENTE : MATHEUS GOMES MUNDIM ARAJO (PRESO)ADVOGADOS : GERALDO ESPEDITO PEREIRA

    GUSTAVO VIRGLIO ROCHA PEREIRA E OUTRO(S)RECORRIDO : MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAISCORRU : SALVADOR BASILIO DE BRITO

    ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes contra a vida - Homicdio Simples

    CERTIDO

    Certifico que a egrgia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epgrafe na sesso realizada nesta data, proferiu a seguinte deciso:

    "A Turma, por unanimidade, conheceu parcialmente do recurso e, nessa parte, negou-lhe provimento."

    Os Srs. Ministros Felix Fischer, Gurgel de Faria, Reynaldo Soares da Fonseca e Newton Trisotto (Desembargador Convocado do TJ/SC) votaram com o Sr. Ministro Relator.

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