jornalesas dezembro 2012

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D E Z E M B R O 2012 I EDIÇÃO XXXIV Estudos do 12ªI - Oficina de Artes

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Jornal Oficial da Escola Secundária /3 Aurélia de Sousa, Porto

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D E Z E M B R O 2012 I EDIÇÃO XXXIV

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N asceu a 4 de julho. Com a tomada de posse, em Oliveira de Azeméis, de uma Comissão Administrativa Provisória que

integra elementos das direções executivas das Escolas Agregadas. Constituem esta nova unidade organizacional a Escola Secundária Aurélia de Sousa, sede do Agrupamento, a Escola Básica Augusto Gil, a Escola Básica de Fernão Magalhães, com 1º ciclo e pré- esco-lar, a Escola Básica das Florinhas, a Escola Básica da Fontinha, com 1º ciclo e pré-escolar e o Jardim de infância Aurélia de Sousa. Embora alheio à vontade dos “agregados”, conta, desde o 1º momento, com o rigor profissional e entusiasmo de todos quantos têm a responsabilidade de construir, na génese, um projeto e um futuro que, cremos, hão de dignificar a educação. Deixamos, entre um requiem pelas “personalidades” extintas e um hino à nova Escola, esta notícia breve. Outras se lhe seguirão.

A CAP

O Agrupamento de

Escolas de Aurélia de Sousa

P or força da deliberação governamental de criar unidades administrativas de maior dimensão por

agregação de escolas, a ESAS foi integrada no Agrupamen-to de Escolas de Aurélia de Sousa, vivendo, este ano letivo, uma fase de transição em que há que promover uma série de diligências que garantam a plena integração de todas as escolas do agrupamento. É nesse sentido que se consti-tui um Conselho Geral de caráter transitório (em que têm assento representantes dos diversos ciclos de ensino exis-tentes), que se procede à elaboração de um novo Regula-mento Interno e que se desenvolve um procedimento concursal para a eleição de diretor.

Apesar de esta forma de gestão alargada poder implicar maior dificuldade na governabilidade de um território educativo disperso e de a distância física das escolas poder comportar o risco de menor proximidade nas relações interpessoais, estamos certos que, juntos, conseguiremos levar a bom porto esta nova missão, sem corromper a cordialidade, o clima de escola que tem caracterizado a ESAS.

E porque este novo quadro organizacional fomenta meto-dologias articuladas tendentes a uma transição adequada entre diferentes níveis e ciclos de ensino e potencia o recurso a práticas colaborativas mais ampliadas, estamos em crer que conseguiremos também assegurar padrões de exigência e de qualidade como princípios norteadores de toda a atividade do Agrupamento.

A presidente do Conselho Geral cessante da escola sede do Agrupamento de Escolas de Aurélia de Sousa

Olga Moutinho

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A s eleições para a Associação de Estudantes da nos-sa escola decorreram no passado dia 15 de novem-

bro, tendo concorrido quatro listas: A, M, Q e S. Após a contagem dos votos, apuraram-se 388 votos para a Lista S, 141 para a M, 85 para a A e 62 para a Q. Assim sendo, a Lista S venceu e constituiu a Associação de Estudantes (A.E.), iniciando-se assim uma nova etapa na vida associati-va da Escola Aurélia de Sousa. A atual A.E. pretende continuar o trabalho realizado no ano letivo passado pela lista sua homónima, a qual lançou as bases de uma estrutura séria e competente, cabendo- -lhe aprimorar o seu esforço e reestruturar aquilo que carece de mudanças. O nosso principal objetivo é, como é óbvio, defender os interesses de todos os alunos. Assim, ao longo de todo o ano letivo, iremos levar a cabo um vasto leque de iniciati-vas que visam dinamizar o ambiente escolar: - motivar os alunos para participar em eventos de caráter cultural; - desenvolver o espírito de equipa e a condição física através da organização de jogos interturmas em diversas modalidades; - recolher sugestões de todos os alunos para ir ao encontro das suas necessidades;

- promover o convívio de todos através da organização de festas e viagens.

A Associação de Estudantes

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C hamo-me Daniela, frequento o Jardim de Infância Aurélia de Sousa deste agrupamento, desde o ano

letivo 2010-11 e, desde então, as transformações do meu corpo tornaram mais difícil a permanência na cadeira em que me encontro, pois está a ficar demasiado pequena e desajustada para me manter nela um dia inteiro. Estou a crescer e isso é bom! Gostaria de ter uma cadeira que permitisse a todos os que me dão colo/cuidam de mim, fazê-lo sem me magoar quando me tiram daqui. Se me quiserem ajudar, basta que colaborem na campa-nha de recolha de tampas plásticas. Para concretizar este desejo, serão necessárias algumas toneladas de tampinhas. Por isso, apelo à vossa generosida-de e agradeço-vos desde já do fundo do coração.

Daniela Filipa Martins

A Solidariedade

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Q uem é o Chen?

Eu sou um rapaz normal, igual aos outros… Nasci no ano de 1994, em Lisboa, mas toda a minha vida vivi no Porto. Falando da minha família, os meus pais são de origem chinesa e vivem em Portugal há mais de 25 anos. São comerciantes, uma tradição familiar com a qual, no entanto, não me identifico muito. Confesso que me refugiei um pouco na escola para que não necessitassem tanto do meu auxílio… (risos). Tenho quatro irmãos, três rapari-gas e um rapaz. Uma estuda Medicina, na Hungria e admiro muito a sua persistên-cia, pois é o segundo curso que está a frequentar. Outra encontrava-se a estu-dar Artes, mas não gostou do curso na faculdade e desistiu, estando à procura de outra opção. A minha terceira irmã estuda cá na escola, no 11.º ano, e o meu quarto irmão anda na Escola Básica Augusto Gil. Os meus pais sempre nos impuseram fasquias elevadas e exigiram bons resultados escolares, devido à tradi-ção chinesa. No início, sentia isso como uma obrigação, depois tomei o gosto e esforcei-me por dar sempre o meu máxi-mo. Quanto ao meu percurso escolar, iniciei-o, como normalmente, aos 6 anos. Só vim para a Aurélia no 10.º ano. Ante-riormente, frequentei a Escola Básica Augusto Gil. Foi lá que adquiri o gosto pela Matemática. Presentemente, estou no curso de Medicina e estou a adorar! Como descreves a tua passagem pela escola Aurélia de Sousa? A passagem pela Aurélia, apesar de muito

breve, marcou-me imenso. Foi a minha segunda casa, pois passei aqui muitas horas e diverti-me bastante. Fiz imensos amigos e adorei os meus professores. Envolvi-me muito na vida escolar: estive no Conselho Pedagógico no meu 11.º ano (como representante dos alunos), entrei no Conselho Geral no 12º, estive na Asso-ciação de Estudantes, integrei o Clube Europeu, fiz parte do projeto do Parla-mento Europeu para os Jovens, frequen-tei o Desporto Escolar na ginástica acro-bática, auxiliei na organização do Baile de Finalistas 2011/2012. Fui um dos Jovens Repórteres para o Ambiente e pertenci ao JornalESAS nos dois últimos anos que cá estive. Adorei todas estas experiências! Foi na Aurélia que aprendi a gostar de mani-festar a minha opinião relativamente a assuntos escolares. O teu objetivo foi sempre o mesmo? Que outras opções te ocorreram? Estás contente com essa escolha? Até ao 8.º ano nunca tinha pensado em Medicina; decidi-me por essa área ape-nas no 9.º ano. Sempre tive um gosto enorme pela Matemática, que vai perdurar; no entanto, ela nunca esteve incluída nos meus objetivos profissionais. Esses sem-pre disseram respeito a salvar pessoas, já que eu sempre tive um gosto especial por isso. Embora tenha tido algumas dúvidas no meu 11.º ano, agora estou 100% satisfeito com a escolha que fiz! Estou a gostar imenso do meu curso e até gosto muito da cadeira de Anatomia (embora seja muito difícil). Vou conti-nuar a aplicar-me e a estudar como

sempre fiz para atingir os melhores resultados que conseguir. Qual é a sensação de teres sido desta-cado como o melhor aluno da escola, depois de tanto esforço e trabalho,? Confesso que não estava nada à espera de ser o melhor aluno (risos). Inclusive, tinha outras pessoas em mente que poderiam estar no meu lugar. Foi sur-preendente! Fiquei verdadeiramente emocionado e os meus pais ficaram muito contentes. Muitos estudantes acreditam que obter bons resultados implica perder um bom bocado da nossa vida social. Concordas? Como gerias/geres o teu tempo, normalmente? Não concordo nada com isso. Acredito que é possível ter uma boa vida social e conseguir, ao mesmo tempo, bons resultados escolares; eu próprio penso que conciliava ambos perfeitamente. Aliás, mantenho muitos amigos cá da Aurélia e já fiz novos na faculdade. Sem-pre saí com os meus amigos: íamos ao cinema, íamos tomar um café para con-versar, passear pelo Porto, saíamos à noite… Também estudávamos em gru-po: reuníamos um pequeno grupo e íamos estudar para casa uns dos outros, ou ficávamos na escola, durante a semana. É igualmente possível e, na minha opinião, benéfico, em conjunto com os estudos, praticar algum despor-to e/ou frequentar um curso de Inglês num instituto de línguas, pois vai ser muito útil na faculdade.

E o melhor aluno da ESAS é… José Chen! Entrevista realizada por Mariana Oliveira e Liliana, do 11.º G e Íris Lima, do 11º H

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Como está a correr o primeiro ano de faculdade? Qual a principal diferença que encontraste entre o ensino secun-dário e o ensino superior? As primeiras avaliações que realizei talvez pudessem ter corrido melhor, mas considero que isso se deve à minha adaptação e à forma de avaliar dos professores, que é distinta da do ensino secundário... Também a praxe me tem roubado muito do tempo que devia dedicar ao estudo, apesar de considerar que todos a deviam realizar, já que nos permite uma melhor integração. Na faculdade, os professores são mais distantes e não nos auxiliam na prepara-ção dos testes. São os alunos que têm de estudar previamente as aulas, tendo de interpretar autonomamente a maté-ria que é posteriormente exposta, onde pouca coisa é explicada. Se existirem dúvidas, podemos sempre comunicá-las ao professor. Outra das grandes diferenças é o núme-ro de alunos por aula: na faculdade pode atingir os 300!

No secundário, os professores fazem-nos a “papinha” toda , o que nos facilita o estudo e mantêm com os alunos uma relação de grande proximidade, da qual sinto imensas saudades, admito. Um dos aspetos de que tenho gostado mais é, sem dúvida, o de mexer nos cadáve-res: adoro abri-los e explorar as diferen-tes zonas do corpo humano (risos). Onde te vês daqui a 10 anos? Ambicio-nas trabalhar cá em Portugal ou dese-jas sair do país? Daqui a 10 anos, espero encontrar-me com o mestrado já realizado e a traba-lhar em clínica geral ou, caso siga uma especialidade, ainda a concluí-la (dura 6 anos no máximo , para além dos 6 anos de mestrado). Neste momento, ambi-ciono seguir Cardiologia. No entanto, ainda estou a ponderar essa decisão, uma vez que não conheço todas as especialidades. Tenho muito interesse em integrar um programa ERASMUS durante o curso e conseguir, desta for-ma, ter novas perspetivas em relação

ao estrangeiro. No que diz respeito ao trabalho, gosta-ria bastante de ir para África. Cuidar das crianças africanas é algo que me atrai imenso. Adorava juntar-me à organiza-ção “Médicos sem Fronteiras”. Tenho ainda de refletir um pouco sobre estes assuntos, uma vez que é necessário adquirir alguma experiência prévia e espero consegui-la cá em Portugal.

Para finalizar o Chen deixou alguns conselhos:

O tempo dá para fazer tudo; brincar muito e estudar muito, também.

Frequentar um instituto de línguas para melhorar o Inglês.

Tal como consta no poema de Ricardo Reis inscrito no átrio, “põe quanto és no mínimo que fazes.”. Foi uma frase que me marcou logo no momento em que entrei aqui na ESAS.

PU

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Rua Santos Pousada, 1204— 4000-483 Porto Tel/Fax.: 225 024 938/ Tlm.: 911 710 979

Email : [email protected]

Vamos mudar o logótipo ? Dá a tua opinião. Apresenta sugestões no facebook do Jornalesas.

[email protected]

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N o presente ano letivo, o Clube Europeu continua a desenvol-ver vários projetos de trabalho sobre a Europa e cidadania

europeia. O grupo do Clube que se reúne às terças é formado pelas alunas do 11º A, Catarina Lourenço e Mariana Silva, a aluna Maria Monteiro do 11ºC, Henrique Vasconcelos e Rita Magalhães, da turma D do 11ºano. Às quartas reúne-se outro grupo que conta, como líder, com a aluna Miriam Costa do 10ºI. A equipa integra as professoras Rosa Costa e Edite Silva, representantes do corpo docente. O primeiro passo para a concretização dos projetos foi definir uma linha de ação. Destaca-se o Projeto Jovens Repórteres para o Ambien-te porque foi a primeira participação externa do Clube Europeu da ESAS. Iniciámos o trabalho dos JRA escolhendo um tema e dentro deste um subtema. Por decisão unânime de alunos e professores, o tema escolhido foi a “Cidade e a Biodiversidade” e como subtema “A Árvore na Cidade”. Estes objetos de estudo foram ponto de partida para a participação da nossa escola no Seminário Nacional de Jovens Repórteres para o Ambiente, que se realizou nos passados dias 16 e 17 de novembro, na cidade de Marco de Canaveses. Com recurso a pesquisas, entrevistas e visitas, tentaremos conhecer o mundo que nos rodeia, agir sobre ele e, por fim, dar a conhecer as nossas atividades, de forma a sermos o motor da mudança, como declara José Archer, Presidente da Associação Bandeira Azul da Euro-pa. O grupo considera importante fazer contactos com o Pelouro do Ambiente da CM do Porto para questionar os seus representantes sobre o corte de árvores que vem acontecendo e sobre o que estão a planear para a renovação de áreas verdes.Esperamos ter meios para visitar e confrontar os habitantes de certos locais sobre as remodela-ções que andam a ser executadas por toda a cidade. Ao longo do ano, tentaremos abordar outros temas que estejam de certa forma relacionados não só com os problemas ambientais mas também,e porque se trata de um clube europeu, com todos aqueles que estejam relacionados com a sustentabilidade social, económica e ambiental da União e do continente. Para isso contamos com a parti-cipação, através de sugestões de locais a visitar ou temas a abordar, de todo o corpo docente, do pessoal não docente e de todos os alu-nos da Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa. Visitem-nos na página do Clube Europeu ESAS do facebook.

Clube Europeu 2012/13 Mariana Silva, 11º A

Mariana Silva, Catarina Lourenço , Maria Monteiro, Rita Magalhães, Miriam Costa e Henrique Vasconcelos

Poster apresentado no seminário JRA

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“Ser o bode expiatório” pagar pela culpa dos outros. ORIGEM: Conforme a tradição hebraica da época do Templo de

Jerusalém, o bode expiatório era um animal separado do reba-

nho e deixado só no deserto, depois dos sacerdotes o terem

carregado com as maldições que queriam desviar do destino do

povo. Este costume fazia parte dos rituais do Yom Kippur, o Dia

da Expiação, e é descrito detalhadamente no livro do Levítico,

Velho Testamento. Em sentido figurado, um "bode expiatório"

é uma pessoa, um grupo de pessoas ou até um povo, escolhidos

arbitrariamente para assumirem sozinhos a culpa de uma cala-

midade, de um crime ou de qualquer evento negativo, que

realmente não cometeram.

U m dos grupos que participou no Seminário Nacional de Jovens Repórteres para o

Ambiente (grupo no qual eu estive integrada) foi con-vidado a visitar duas pedreiras existentes no concelho de Marco de Canaveses, estando uma delas ativa e outra inativa. Sob a orientação do monitor Henrique Guedes Vas-concelos (11ºD) e da coordenadora Renata Gonçalves, fomos levados até à pedreira da empresa Construções Pardais, onde os proprietários (Martinho e Fernando Monteiro) nos informaram sobre o seu funcionamen-to, funções e os benefícios que esta proporciona à comunidade, bem como sobre os seus impactes ambientais. Embora esta pedreira exporte 80% da sua produção, gerando riqueza e criando postos de traba-lho, também tem inconvenientes, desde problemas de saúde para os trabalhadores até à libertação de quan-tidades preocupantes de pó e ruído, passando pelo consumo de recursos (água, combustíveis). Foram-nos também explicadas as medidas que estão a ser toma-das para reduzir estes impactos, como a reutilização de água e a disponibilização de máscaras aos trabalha-dores. De seguida fomos levados a uma pedreira inati-va, onde nos foram explicados os riscos destas estrutu-ras, nomeadamente quando não são sujeitas a planos de recuperação paisagísticos, podendo, nestes casos, ser causa de acidentes graves. Após este trabalho de campo realizámos, enquanto grupo, um artigo e uma fotorreportagem que tiveram como objetivo enquadrar e problematizar as situações observadas de um ponto de vista social, económico e principalmente ambiental. Estes trabalhos foram, pos-teriormente, apresentados na sessão de encerramen-to do Seminário.

A meu ver, esta experiência foi extremamente enri-quecedora tanto a nível pedagógico como a nível pes-soal, já que resultou numa aquisição de conhecimen-tos essenciais à preocupação com a conservação ambiental e ao desenvolvimento de uma cidadania responsável, e ainda num desenvolvimento das capaci-dades de comunicação, relação interpessoal e trabalho de equipa, sendo de reforçar a importância do moni-tor Henrique Guedes Vasconcelos para a coesão e sucesso do grupo.

Seminário Nacional JRA

Visita a Pedreiras em Alpendorada Catarina Lourenço, 11ºA – Clube Europeu

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O Freixo e a Aboboreira são áreas extremamente ricas em termos arqueológicos, o que justifica a sua escolha para

destinos de uma das visitas de estudo/trabalho de campo de alguns Jovens Repórteres. Felizmente, fui uma dessas jovens (muito afortunada, apesar das contrariedades enfrentadas de que mais à frente tomarão conhecimento) e venho, portanto, dar o meu testemunho. A nossa introdução ao tema foi feita por duas palestras dos profissionais da área acima identificados e centradas na explicação do percurso e objetivo das visitas a realizar durante a tarde. A nossa primeira paragem foi nas ruínas de uma Domus Romana, que é basicamente o equivalente a uma vivenda para a época. Foi-nos “mostrada” (e muito imaginada, tendo em conta o pouco que chegou aos dias de hoje) cada divisão e o que teria lugar nelas. Algumas coisas interessantes de apontar seriam que os romanos quase não passavam tempo nos quartos (estes eram utilizados apenas para dormir e não durante um longo período de tempo), sendo por isso uma das mais pequenas divisões da casa, chamados a cubículos (ou cubiculae). Ao lado dos quartos, encon-trava-se o que se pensa ser “o quarto do lixo”, uma divisão minús-cula. Nesta domus identificou-se também, através da sua estrutura e dos materiais nele encontrados, uma loja, ou mercearia da épo-ca, o que levou os arqueólogos a concluir que os habitantes da casa seriam comerciantes. De seguida, visitámos as antigas mura-lhas que delimitavam o fórum da cidade, deixando, num esforço propositado, de fora a necrópole (local onde eram cremados os mortos). Dentro destas muralhas, quase no centro do fórum, encontraram um templo e umas termas romanas. As termas eram constituídas por uma piscina exterior (supõe-se que a água seria fria, pois não foram encontradas salas de baixo que permitissem aquecê-la), uma sala de banhos frios (frigidarium), uma de banhos mornos, de passagem, evitando assim constipações e pneumonias (tepidarium) e uma de banhos quentes, uma espécie de sauna romana (caldarium). Atrás das termas existia uma zona onde os homens faziam exercícios livres (supõe-se que de caracter muscu-

lar, ou até mesmo corrida) e, a alguns metros deste espaço, está a ser desenterrado um anfiteatro recentemente descoberto. Posto isto , viajámos tanto no espaço como no tempo, e começámos a subir a serra da Aboboreira em busca de monumentos funerários do paleolítico: as antas. E a verdade é que encontrámos muitas, de várias épocas deste período e destinadas a diversas classes. Estas antas eram, na sua maioria, comunitárias. Enquanto subíamos a serra, o tempo escureceu e ficou realmente frio, sendo estas as contrariedades a que já me tinha referido, pois na parte mais inte-ressante da visita (no cimo da Terra encontra-se uma grande anta com pedras gravadas, a chamada arte rupestre), ao entrarmos neste imponente monumento, foi-nos quase impossível ver as gravuras devido à falta de luz: pudemos apenas senti-las. Mesmo assim, considero que foi uma visita espetacular e que me ensinou muito e este seminário (especialmente esta tarde em trabalho de campo) foi uma experiência que nunca esquecerei.

Seminário Nacional JRA

Áreas Arqueológicas de Freixo e Aboboreira Rita Magalhães, 11ºD – Clube Europeu

Apoio de: Dr. Lino Tavares Dias (Estação Arqueológica do Freixo) e Dra. Carla Stokler (Camâra Municipal de Baião)

Matemática

Ilustrações de Teresa Viegas (profª) para LdC Solução deste desafio no facebook do Jornalesas— janeiro 2013 Ciência semana a semana

Biologia

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“Bicho de sete cabeças” enorme ameaça ou dificuldade, que exige grande coragem

e/ou astúcia para ser superada. ORIGEM: Há duas teorias diferentes para explicar a origem da expressão. A primeira sustenta que a sua origem está na mitolo-gia grega, mais precisamente na história da Hidra de Lerna, uma monstruosa serpente com sete (ou nove) cabeças que se rege-neravam mal eram cortadas e exalavam um vapor que matava quem estivesse por perto. A morte da Hidra foi o segundo dos famosos doze trabalhos de Hércules. De acordo com uma segunda teoria, a expressão seria uma referência à primeira das duas bestas do Apocalipse de São João, descrita como um monstro de sete cabeças e dez chifres.

N o âmbito do Projeto Educativo da Escola, Educa-ção para a Cidadania, e da Formação Cívica,

Componente Curricular Complementar, iniciou-se nesta Escola, em setembro de 2012, o projeto de Educação Financeira dirigido aos alunos do 7º ano. A Educação Financeira tem por objetivo proporcionar aos alunos a compreensão e interiorização de conceitos fundamentais que os ajudem a preparar a tomada de decisões de natureza financeira, bem como a adoção de boas práticas como, por exemplo, incentivar os jovens a poupar, a fazer uma gestão responsável do seu dinheiro, entre outras. A Educação Financeira é fundamental para uma boa gestão dos recursos e deve ser iniciada cedo, nas faixas etárias mais jovens, criando hábitos financei-ramente saudáveis, desenvolvendo a capacidade dos jovens a agir e a avaliar as consequências dos seus atos como consumidores. O Projeto de Educação Financeira, neste 1º período, está a ser apresentado aos alunos do 7º ano, turmas A e B. Estes têm-se mostrado recetivos, interessados e coo-perantes, face aos temas desenvolvidos na aula. Nos 2º e 3º períodos será apresentado nas restantes turmas do 7º ano.

Educação Financeira na ESAS Cecília Nóvoa, professora de Economia

N ão há necessidade de mais palavras e expressões que expliquem a situação em que o nosso país se encontra atualmente. A crise,

as dificuldades financeiras, o desemprego… Tudo isso é já nosso conheci-do. O crucial, neste momento, é, de facto, agir. Foi exatamente com este pensamento que uma agência de Braga criou a iniciativa So You Think You Can Pitch. Acessível a qualquer pessoa, independentemente da sua idade (acima de 18 anos) ou experiência, através de um projeto inovador, a sua vida pode mudar. A iniciativa apela a isso mesmo: criatividade, imaginação e mãos à obra! Tudo o que é necessário fazer é apresentar uma ideia de negócio inovadora ou um projeto interessante perante um júri de empresários que, escolherá os finalistas. Sem que se contasse com isso, no ano passa-do foram criadas cinco novas empresas resultantes desta iniciativa! So You Think You Can Pitch é uma oportunidade para os participantes mostrarem o que valem e exporem-se a si mesmos e às suas ideias! Esta iniciativa incute vontade de trabalhar aos que estão cansados de esperar por uma oportunidade, apelando também à competição saudável, em que se discutem, tal como o site da agência indica, “novos ângulos de negócio com pessoas experientes”. Não vale a pena ficar parado: o importante é agir e ter força de vontade, aliada a uma mente imaginativa! Site - http://sopitch.com/index/

So You Think

You Can Pitch Mariana Oliveira, 11ºG

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De onde vem o gosto pela fotografia? Tem alguma especialização nessa área? O gosto pela fotografia nasce muito cedo. Era muito pequeno quando me ofereceram a primeira máquina fotográ-fica. Lembro-me perfeitamente, uma Kodak Brownie 126 antiga em baquelite, uma raridade que conservo religiosa-mente. Comecei a fazer fotos com algum critério, mas foi em Belas-Artes que aprendi Técnicas Fotográficas e de Labo-ratório e desenvolvi algum sentido de estética. Acresce a isso a leitura e análise de muitíssimos livros de técnicas foto-gráficas e de fotografia. Há quantos anos dinamiza o Clube de Fotografia? O Clube teve início no ano letivo de 1992/93, quando, juntamente com a professora Conceição Magalhães, desco-brimos, depositado no sótão da escola algum material de laboratório fotográfi-co; um velho ampliador Axomat, um microfocador, tinas de revelação, etc. e ainda uma câmara Canon FTb de 1971. Resolvemos, então, montar um espaço na sala que já teria servido como labora-tório anteriormente e disponibilizá-lo à comunidade escolar.

Quem era a professora Conceição Magalhães? A Conceição Magalhães é uma arquiteta que lecionava na ESAS, nessa altura. Que balanço faz do trabalho desenvol-vido durante esse tempo? Esta pergunta é algo complicada. No início, havia sempre umas dezenas de inscritos, sendo que muitos desistiam ao primeiro contacto com os químicos do laboratório, o que acabou por se tornar um ótimo método de seriação dos inscri-tos (risos). Ao nível dos equipamentos, desde a mudança de instalações, depois da intervenção do Parque Escolar, foi-se perdendo muito material: desaparece-ram todas as câmaras e danificou-se vário material. Hoje em dia, com a falta das câmaras Reflex analógicas, trabalha-se com algumas dos alunos e com outras que eu vou trazendo de casa. O Clube sempre colaborou com a comu-nidade escolar, como por exemplo na elaboração de imagens para os catálo-gos do antigo curso de Design de Moda, para o atual jornal escolar, o Jornalesas, cartazes e no registo de outras celebra-ções relevantes. Dos vários concursos em que participa-mos destaco os que foram promovidos pela Câmara Municipal do Porto, nos anos letivos 1995/96 - “ Os dias da esco-la” e de 1996/97 – “Pontes de partida.” Nestes, os alunos obtiveram a maioria dos prémios atribuídos. Foram premia-dos em galas e os trabalhos expostos no Salão Ático do Coliseu e na Fundação António Cupertino Miranda. Existem os catálogos dessas exposições na BCR. O impacto do clube no percurso esco-lar/profissional dos alunos? Os alunos que frequentam o Clube são maioritariamente do Secundário, sendo o principal objetivo que estes se tornem autossuficientes quer a nível técnico, quer a nível estético. Tive alunos que são hoje em dia fotógrafos profissionais, ou ligados à fotografia na área do design.

Aprender fotografia

com o professor Carvalhal

Entrevista e foto de Miriam Costa do 10ºI

Para além de lecionar as disci-plinas de Dese-nho, História da Cultura e das Artes e Educação Visual, o profes-sor António Car-valhal é também o responsável pelo Clube de Fotografia.

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Onde podem ser vistos os trabalhos dos alunos? Os trabalhos estão guardados na sala do Clube. Nas novas instalações já não exis-te o arquivador anterior, estando agora os trabalhos algo “amontoados”. Mas pode ser que se faça uma exposição no final deste ano. Como perspetiva o futuro do Clube de fotografia? E da fotografia no mundo digital? A fotografia analógica será sempre importante para que se entenda o fun-cionamento da digital, pois é a base da “escrita com luz”. A fotografia projeta-se numa forma de comunicação e com-preensão do mundo, que permite incor-porar nas nossas vidas uma sensibilidade mais aguda em relação a tudo o que nos rodeia. No Clube, teremos de arranjar formas novas de trabalho, que possam poupar o material, face aos poucos recursos financeiros disponíveis. Conti-nuaremos a trabalhar, pois há muitos interessados.

Sabemos que expôs recentemente a título individual em Viana do Castelo. A fotografia e a aguarela têm linguagens próximas? Qual é a sua maior paixão? Poderia dizer que a fotografia a e aguarela são duas “técnicas” artísticas com rela-ções a nível de composição e sensibilidade estética, diferindo em tudo o resto. A minha maior paixão? São muitas... O desenho, a pintura, a fotografia e o ensino estão entre elas.

Aguarelas de António Carvalhal Exposição individual em Viana do Castelo patente ao público de 17 novembro a 8 dezembro de 2012 Antigos Paços do Concelho r/c

Ítaca

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Atentos a este enquadramento cultural, pareceu-nos ser esta uma oportunidade para integrar nas nossas agendas culturais mensais os grandes escritores da lusofonia, privilegiando este ano, especialmente, os portugueses e os brasileiros, de preferência contemporâneos.

Para proceder a uma seleção criteriosa e segura,

nada melhor do que optar por escritores

galardoados com o Prémio Camões, o maior

galardão literário dedicado à Literatura em Língua

Portuguesa.

“Foram lançadas, no dia 17 de julho, terça-feira, as programações do Ano do Brasil em Portugal e do Ano de

Portugal no Brasil, em solenidade no Consulado Geral de Portugal, no Rio de Janeiro. As ações têm o objetivo

comum de promover encontros que mostrem a criatividade e a diversidade do pensamento, das manifestações

artísticas e culturais brasileiras e portuguesas, além de intensificar o intercâmbio científico e tecnológico e

estreitar as relações económicas entre os dois países. O Comissário-Geral do Ano do Brasil em Portugal, o Presidente da Funarte, Antonio Grassi, e o Comissário-Geral do Ano de Portugal no Brasil, Miguel Horta e Costa,

anunciaram a agenda de eventos que serão realizados nos dois países, em 2012 e em 2013.”

(FUNARTE: jornal online da Fundação Nacional das Artes, Brasil. Notícia de 17 de Julho de 2012)

ANO DE PORTUGAL NO BRASIL E DO BRASIL EM PORTUGAL

As celebrações, nos dois países, foram abertas em 7 de setembro de 2012, dia da Independência do Brasil, e em 10 de junho de 2012, dia de Portugal.

O Prémio Camões foi instituído em 1988, pelo Protocolo Adicional ao

Acordo Cultural entre o Governo da República Portuguesa e o Governo da República Federati-va do Brasil e visa “consagrar anualmente um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum”. Atribuído anual-mente, alternadamente no território de cada um dos dois Estados, o prémio consiste numa quantia pecuniária, fixada anualmente e resul-tante das contribuições dos dois países. Iniciámos este périplo literário transatlântico em outubro, celebrando o centenário do nasci-mento de Jorge Amado, ocorrido a 12 de Agos-to. Amado é um dos escritores brasileiros mais conhecidos internacionalmente, com obras publicadas em 49 línguas e 55 países. Escreveu quase 40 livros, com um olhar aguçado sobre os costumes e a cultura popular do país. Morreu em 2001 tendo recebido o Prémio.

Page 13: JornalEsas dezembro 2012

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Ainda no mês de outubro, o inesperado desaparecimento de Manuel

António Pina foi motivo para nos associarmos a iniciativas de

evocação e homenagem a este escritor, portuense pelo coração,

também galardoado com o prémio Camões em 2011. Já no ano

letivo passado, a propósito desta atribuição, várias iniciativas da

Biblioteca, dos professores de Português e do Grupo de Arte

Dramática tinham dado a conhecer a obra e a personalidade deste

jornalista, poeta e escritor que apenas a doença impediu de

comparecer na nossa escola em maio, a nosso convite, para assinalar

o Dia do Autor Português.

MANUEL ANTÓNIO PINA (1943-2012)

Estarei ainda muito perto da luz? Poderei esquecer estes rostos, estas vozes, e ficar diante do meu rosto? (…) Estarei ainda longe de Ti, quem quer que sejas ou eu seja? Cresce a noite à minha volta,

terei palavras para falar-Te? E compreenderás Tu este, não sei qual de nós, que procura a Tua face entre as sombras?(…)

in ”Nenhum Sítio”

Continua na página 15

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N o ano letivo 2011/12, os alu-

nos do 8.º E, atual 9º E, realizaram algumas ativi-dades de preparação de um encontro, na nossa escola, com o escritor Manuel António Pina e, nesse contexto, criaram coletivamente estes dois poemas, inspirados no Pequeno Livro de Desma-temática do referido autor. Embora esse encontro não se tivesse chegado a realizar, este trabalho foi enviado a Manuel António Pina, acompanhado de votos de recuperação rápida e apraz-nos imaginar que terá provocado um breve sorriso benevolente no rosto deste grande escri-tor, poeta, jornalista e cidadão. Profª Isabel Araújo

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Será que António Pina leu?

O Teorema sem Pitágoras O Teorema tinha um problema E sentia-se perdido Encontrava-se num dilema: Pitágoras tinha fugido A um cateto perguntou Se o podia informar O cateto calculou: Algo poderia ganhar Dar-lhe-ia a solução Se encontrasse a sua Musa O Teorema mostrou-lhe então A Bela Hipotenusa Outro cateto se apresentou E disse que era Obtuso À Bela o coração roubou E tudo ficou confuso Este triângulo amoroso Era um problema acrescido Neste círculo vicioso Parecia-lhe tudo perdido O Teorema quase perdeu a razão Mas apareceu o desejado Pitágoras trouxe a salvação Que já dera resultado Este caso tornou-se famoso E por todos é estudado Este triângulo amoroso Nunca mais foi separado

O seu amor infinito Foi bem analisado Hoje em dia é descrito E todos os dias usado

Poesia paralela Havia umas paralelas Inseparáveis Além de amarelas Eram imparáveis Um dia perderam-se Num distante lugar Por mais que tentassem Não se podiam encontrar As duas amigas, Belas complanares, Percorreram as terras E os sete mares Uma das paralelas Interrogou a Oblíqua Mas ela mostrou-se Uma concorrente ridícula Ambas andaram Numa sequência de perguntas As duas semelhantes Nunca mais ficavam juntas Uma delas, desesperada, Calculou uma solução Mas esta não deu em nada – Era uma impossível equação Pensavam que seria Uma questão de tempo Mas a esperança Voou com o vento Encontrarem-se Era impossível Pois a fração é irredutível

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Page 15: JornalEsas dezembro 2012

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Continuação da página 13

livro

“Trinta e Nove + 1”

Mafalda Monteiro , 11ºG

A entrada no mundo dos 40 marca uma nova etapa no mundo feminino, na maioria das vezes, um novo ciclo um tanto desconfortável. Que o diga a narradora deste

livro de Sílvia Soler, “Trinta e nove + 1 “ em que, ao longo do mesmo, vai cativando o leitor, agarrando-o às peripécias de Ilia, a personagem principal, pois esta vai descrevendo o seu dia-a-dia num tom irónico , o que mostra o seu desagrado com a sua idade. Ilia é casada com um homem mais novo, tem três filhos e acabou de entrar nos quarenta anos. Sente-se revoltada e pensa que todos os “problemas” que surgirem no seu corpo dali em diante (como dores de costas, vista cansada, etc.) serão os dissabores dos quarenta. No entanto, ao longo do primeiro ano da quarta década da sua vida, Ilia apercebe-se de que

a idade é apenas um número e que o que realmente faz a diferença são os estados de espí-

rito. Ah! E que “a juventude é apenas um mal que se cura com o tempo.”

Ainda este mês tivemos a oportunidade de referir, a propósito da data em que faria 90 anos, o nosso único Nobel da Literatura, José Saramago, também prémio Camões em 1995. Optamos por destacar os seis escritores que foram distinguidos com o Prémio Literário José Saramago, instituído pela Fundação Círculo de Leitores em 1999, atribuído a uma obra literária, escrita em língua portuguesa por jovens autores com idade não superior a 35 anos, cuja primeira edição tenha sido publicada num país da lusofonia. O Prémio, que celebra a atribuição do Prémio Nobel da Literatura de 1998 ao escritor português, tem uma periodicidade bianual. Vencedores. Para a exposição bibliográfica, que inclui estas e outras obras dos 6 autores, contámos com a colaboração da Biblioteca Pública Municipal e a Biblioteca Municipal Almeida Garrett.

1ª Edição - 1999 - Paulo José Miranda – Natureza Morta

2ª Edição - 2001 - José Luís Peixoto - Nenhum Olhar

3ª Edição - 2003 - Adriana Lisboa – Sinfonia em Branco

4ª Edição - 2005 - Gonçalo M. Tavares – Jerusalém

5ª Edição - 2007 - valter hugo mãe – o remorso de baltazar

Serapião

6ª Edição - 2009 - João Tordo – As Três Vidas

7ª Edição - 2011 - Andréa del Fuego – Os Malaquias

Continuação na página 13

Page 16: JornalEsas dezembro 2012

150 Anos de Amor de Perdição

Camilo Castelo Branco

No decorrer do presente ano celebram-se os 150 anos da publicação de Amor de

Perdição, a mais conhecida novela de amor em língua portuguesa e um dos maiores

sucessos editoriais dos séculos XlX / XX, escrita em apenas quinze dias e durante a

permanência do seu autor, Camilo Castelo Branco, na Cadeia da Relação do Porto. É

este o testemunho de Camilo:

“ Escrevi o romance em quinze dias, os mais atormentados da minha vida. Tão

horrorizada tenho deles a memória, que nunca mais abrirei o “Amor de Perdição”,

nem lhe passarei a lima sobre os defeitos nas edições futuras, se é que não saiu

tolhiço incorrigível da primeira. Não sei se lá digo que meu tio Simão chorava, e

menos sei se o leitor chorou com ele. De mim lhe juro que … “

Estas palavras de Camilo foram escritas em 1863, quase dois anos após a publicação

da primeira edição de “Amor de Perdição” (1862), e dão conta, embora de forma

abreviada, das circunstâncias que originaram a escrita da obra.

Na biblioteca da ESAS decorre, neste momento, uma exposição relacionada com

esta celebração, realizada pelas alunas de Literatura Portuguesa do 11ºano.

O objetivo é recordar – ou dar a conhecer – esta obra que se tornou numa das mais

célebres da Literatura Portuguesa, assim como o seu escritor que, diz-se, foi o autor

português com mais livros publicados, até hoje.

Camilo Castelo Branco e a sua amada Ana Plácido, casada com Manuel Pinheiro

Alves, são presos na Cadeia da Relação, enquanto aguardam julgamento por crime

de adultério. Durante esse período, Camilo consulta os livros de antigos

assentamentos referentes às entradas dos presos desde 1803 a 1805 e neles recolhe

material para escrever a trágica história de amor de Simão, Teresa e Mariana. Aos

elementos factuais, acrescenta Camilo alguns mais que a sua tia materna, irmã de

Simão Botelho, tio do romancista, lhe contara.

Nasce, assim, “Amor de Perdição”, uma história de amores infelizes, mas também

uma crítica violenta aos códigos de honra e de conduta arbitrários, obsoletos e

desrespeitadores da liberdade individual e do direito à felicidade. É este romance

emblemático que hoje homenageamos.

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Liliana Rodrigues e Mafalda Monteiro— 11ºG—Literatura Portuguesa

Page 17: JornalEsas dezembro 2012

histórias da história

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O retrato é a captura de

um momento real construído (pela expressão, pela pose,…), que, por sua vez, pretende imitar e sintetizar uma vida. Realizado por volta de 1471 (época da regência da prince-sa, enquanto seu irmão e D.Afonso V, seu pai, combatiam a campanha de Tânger), possivel-mente na escola de Nuno Gonçalves (em Portugal, fruto dos contactos comerciais entre a Flandres e a Itália, a pintura teve um grande impulso) em óleo sobre madeira de carva-lho, o retrato revela a infanta vestida com uma camisa de cam-braia (tecido fino ou transparente de lã ou algodão) bordada a retrós de seda preta (fio de seda ou conjunto de fios de seda torci-dos), um corpete brocado a ouro e um vestido negro apertado à frente e nas mangas por cordões de pontas douradas. A sua mão delicada e fina está colocada na cinta do lado esquerdo (num gesto talvez simbólico de amor profundo e divino) com um anel com um rubi (que deixa em testamento a D. João II : ”ho roby grande do anel ao princepe meu senhore”) e um tipo de pulseira dourada. O “colo de alabastro”, elemento central e acentuador da verticalida-de do quadro, é adornado por cerca de 5 voltas de cordão de ouro e disposto sobre os cabelos está um toucado adornado com péro-las, safiras e rubis. Contudo, a sua face muito delicada (sobrancelhas, nariz e lábios conciliam-se com o paradigma de beleza), pálida e contraída (veja-se o sorriso cerrado), representada de forma frontal, (“representação reservada às figuras sagradas”), e os seus longos cabelos claros herdados da avó Filipa de Lencastre que lhe caem “como os de Santa Maria Madalena” (e que de forma algo bizarra acompanham a curvatura do pescoço) refutam a imagética real, envolvendo-a numa atmosfera de sacrifício, já que o quadro terá como fim a sua “venda” a um príncipe ou rei europeu (que tanto recusou). O retrato está, portanto, caracterizado pela bipolaridade entre a figura áulica e a beata cristã, antípodas bem presentes na vida de Santa Joana Princesa. Bibliografia/Webliografia “Do silêncio dos corpos à eloquência das almas. Pose e retrato na pintura do

século XVI” de António José de Brito Costa Barrocas; http://www.prof2000.pt/

users/malaq/princesa.htm; http://elogiodarte.wordpress.com/2010/

Retrato da Santa Joana Princesa Tiago Dias, 11º H

Leif Eriksson a descobrir a América de Christian Krohg (1893)

América: quem chegou primeiro? Magda Barbedo, 10º H

D esde sempre aprendemos que foi Cristovão Colombo quem chegou primeiro à América, em 1492. Mas será

que é mesmo verdade? Existem provas do contrário. Achados arqueológicos mostram que o Novo Mundo teve contac-to com outras culturas muitos séculos antes de Colombo, concre-tamente com os Chineses, Polinésios e os Vikings. Em 1960, foram encontradas no Canadá as ruínas de Vinland, um povoado que pertenceu ao explorador viking Leif Eriksson (970 – 1020), filho do Eric, o “Ruivo” (um fora-da-lei norueguês). Há historiado-res que dizem que 70 anos antes de Colombo, Zheng He, um explorador chinês do século XV, chegou à América, visto que existem relatos que o provam e a cerâmica pré-colombiana tem semelhanças com a chinesa; um pequeno osso de frango encon-trado no Chile, datado de 1321 a 1407, provém de uma remota ilha do Pacífico; em 2010, foram feitos estudos ao ADN mitocon-drial de quatro famílias islandesas e respetivos antepassados até 1700, que revelaram que partilham uma linhagem exclusiva dos ameríndios. Não é difícil perceber por que se afirma que foi Colombo quem chegou primeiro à América. Primeiro, ele era da Europa – consi-derada potência mundial. Segundo, a sua “descoberta” modificou totalmente a economia mundial.

Webliografia: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/vikings-descobriram-america-434691.shtml http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=5499 http://www.superinteressante.pt/index.php?

option=com_content&view=article&id=408:america-quem-chegou-

primeiro&catid=9:artigos&Itemid=83http://en.wikipedia.org/wiki/Leif_Ericson

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18 J O R N A L E S A S DEZEMBRO 2 0 1 2

R ealizou-se, entre 19 e 23 de novembro passado, mais uma Semana da Ciência e Tecnologia da ESAS durante a qual se realizaram palestras e atividades de divulgação da ciência e da tecnologia, dirigidas quer aos estudantes do ensino secun-

dário quer a estudantes do ensino básico.

A prova de que do exercício físico depende também o exercício mental está no exemplo da Clavelina Moluc-

censis: este simples animal marinho tem um cérebro rudimen-tar, que utiliza para se locomover, até à adolescência, período em que se fixa num local e, pela falta de necessidade, digere o próprio cérebro. Deu-nos este exemplo o Professor António Machiavelo, licenciado em Matemática Pura pela FCUP e dou-torado em Teoria dos Números pela Universidade Cornell, quando, no dia 19 de Novembro, deu no auditório uma palestra sobre Matemática e Malabarismo. Esta aparentemente distante relação entre áreas tão pouco associadas começou a ser desmascarada com a apresentação de um grupo de eminentes matemáticos (muitos dos quais essenciais para a sociedade de informação em que vivemos hoje) dos séculos XX e XXI que, coincidentemente, eram mala-baristas interessados (para além de habilidosos equilibristas,

etc.) Depois, veio A Matemática. O Professor António Machiavelo transformou com facilidade, aos olhos do auditório, movimen-tos surpreendentemente rápidos em sequências de números – os padrões malabares. Demonstrou, com a ajuda de um simula-dor gráfico de rigor marcial, que não só dos movimentos se passava para números como dos números se inventavam movi-mentos, possíveis e úteis. Abstraiu, até, o cálculo malabar ao ponto de não mais se imaginarem esferas a mover-se e apenas se aplicarem propriedades, condições e fórmulas de malabaris-mo teórico. Por último, e porque as três turmas de secundário houvessem ficado interessadas, o Professor Machiavelo, também ele um habilidoso malabarista, iniciou os que se atreveram a participar na aplicação prática do seu tema: os truques de malabarismo.

Palestra sobre Malabarismo Henrique Vasconcelos , 11ºD

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Profª responsável Fátima Valério

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A bateria de testes Fitness-gram, criada pelo Núcleo

de Exercício e Saúde da Faculda-de de Motricidade Humana, é um conjunto de testes que pretende medir as diversas componentes de aptidão física. Importa, para a análise destes resultados, explo-rar, antes de tudo, o conceito de Aptidão Física que nos indica o grau de desenvolvimento das capacidades motoras. Pode ser encarado na vertente da SAÚDE - capacidade para realizar com vigor as tarefas do quotidiano sem evidenciar fadiga em dema-sia, bem como a presença de energia suficiente para desfrutar dos momentos de lazer e enfren-tar tarefas inesperadas (Colégio americano de medicina desporti-va, 1992) ou do RENDIMENTO DESPORTIVO — Capacidade fun-cional de um sujeito para partici-par em atividades que exijam empenhamento muscular, ou também a aptidão demonstrada em atividades desportivas, sobre-tudo na capacidade de realizar trabalho.

Análise sobre

a Bateria de Testes Fitnessgram

“A escola deve constituir-se como um contexto privilegiado de intervenção comunitária, onde a educação física desempenha a importante e estratégica função de prevenir a cada

vez mais prevalente taxa de sedentarismo entre os jovens” (in: Fitnesgram – manual de aplicação de testes)

Catarina Mendes , 11ºF

Número de Raparigas que atingem a Zona Saudável

Número de Rapazes que atingem a Zona Saudável

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Ilustração de Teresa Viegas (profª) para LdC Solução deste desafio no facebook do Jornalesas— janeiro 2013

FILOSOFIA

A importância da

música nas nossas

vidas André Monforte, 10ºF

D e acordo com o dicionário, música é a arte e ciência de combi-nar os sons de modo agradável ao ouvido. É a habilidade de

exprimir sentimentos por meio dos instrumentos e/ou da voz. Porém, a música é bem mais do que isso; é algo muito importante nas nossas vidas. Músicas lembram momentos, expressam sentimentos, têm o poder de mudar o nosso humor, entre outros. Cada uma delas tem o seu sentido e o seu modo de mexer com as pessoas. A música, desde os primórdios da civilização, é de extrema importân-cia na vida das pessoas. Faz parte da cultura dos países, identifica e molda pessoas e pensamentos, revoluciona, marca factos históricos, enfim, participa na vida de toda a humanidade. Desde a letra, até à simples batida, a música pode assumir-se como um fator apaziguador e calmante das nossas próprias movimentadas vidas. A nossa experiência com a música começa muito cedo, mesmo antes de nascermos. Isto deve-se ao facto de todo o ser humano, mesmo estando na barriga da mãe, já reconhecer vários sons. Assim sendo, à medida que crescemos, a música vai assumindo um papel cada vez mais preponderante nas nossas vidas. Com maior ou menor intensida-de, está na vida do ser humano, desperta emoções e sentimentos de acordo com a capacidade de perceção que o Homem possui para assi-milar a mesma. A música não é somente uma associação de sons e palavras, mas sim um rico instrumento que pode fazer a diferença no mundo de hoje, ao despertar o indivíduo para um mundo alegre e satisfatório para a men-te e para o corpo, que facilita a aprendizagem e a socialização.

sic

a

Na escola, interessa-nos pensar a aptidão física associada à saúde. Neste caso, as diferentes com-ponentes da aptidão física são: Aptidão Aeróbia, Força e Resistência Muscular, Flexibilidade, Compo-sição Corporal. Na Bateria Fitnessgram aplicamos testes para determinar o nível de cada aluno em cada uma destas componentes. Para cada uma das componentes está definida uma Zona Saudável, diferente para rapazes e raparigas. Importa, por-tanto, que os resultados obtidos estejam dentro do Intervalo Saudável. A turma 11ºF da Escola Secundária Aurélia de Sou-sa, composta por 12 rapazes e 11 raparigas, reali-zou a Bateria de Testes Fitnessgram, sendo que os seus resultados foram alvo de uma análise e com-parados com o respetivo Intervalo Saudável nas diferentes componentes da Atividade Física. Em média, a pontuação das raparigas desta turma, nos itens de Extensões de Braços, Abdominais, Extensão do Tronco, Flexibilidade de Ombros, Cor-rida (Milha) e Índice de Massa Corporal situa-se dentro ou acima do Intervalo Saudável. Verifica-se, no teste do Senta e Alcança, que pretende medir a flexibilidade dos músculos posteriores da coxa, e na Percentagem de Massa Gorda, que algumas raparigas não conseguem atingir a Zona Saudável. A pontuação dos rapazes desta turma, nos itens de Abdominais, Extensão do Tronco, Flexibilidade de Ombros, Corrida (Milha) e Índice de Massa Corpo-ral situa-se, em média, dentro ou acima do Interva-lo Saudável. Verifica-se igualmente no teste do Senta e Alcança, na Percentagem de Massa Gorda, e ainda na Extensão de Braços e Perímetro Abdo-minal que um terço dos rapazes não conseguem atingir a Zona Saudável, sendo que nas componen-tes de Composição Corporal se situam bastante acima da Zona Saudável, situação bastante prejudi-cial para a Saúde. No âmbito geral, tanto rapazes como raparigas, no que respeita ao teste “Senta e Alcança”, não con-seguem alcançar a Zona Saudável, sendo que as raparigas não atingem 30.5 e os rapazes 20 (limite mínimo da Zona Saudável). Para tentar solucionar este problema, a turma deve aumentar de forma progressiva a amplitude de movimento, manter o alongamento durante 20 a 30 segundos e realizar exercícios de forma muito correta. Na componente de Composição Corporal, alguns alunos apresen-tam Índices de Massa Corporal (P/altura₂) e Per-centagens de Massa Gorda elevados. Para tentar combater estes níveis elevados, esses mesmos alunos devem ter uma vida mais ativa, praticar mais exercício físico, ter uma alimentação equili-brada e diversificada, ou seja, procurar um equilí-brio entre a energia consumida e a energia despen-dida. A turma 11ºF, no geral, apresenta bons resultados e, comparativamente aos valores registados em 2011, registou acentuadas melhorias, pelo que muitas das soluções indicadas já começaram a ser implementadas, sendo indispensável que o conti-nuem a ser, uma vez que, para nos mantermos saudáveis, temos de nos manter ativos, praticando exercícios progressiva e continuadamente ao longo da vida.

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Page 22: JornalEsas dezembro 2012

22 J O R N A L E S A S DEZEMBRO 2 0 1 2

U m dos aspetos de que mais gostei na viagem que fizemos à região de

Aveiro foi a visita ao Navio-Museu Santo André, que se encontra atracado em Ílhavo e que, apesar de já não navegar, pode ser visitado por todos. Devido às restrições à pesca em águas exteriores, e tal como mui-tos outros navios, o Santo André chegou a ser abatido, mas mais tarde foi transforma-do em museu. É, verdadeiramente, um navio com história e, ao percorrer todos os seus corredores e divisões, damos por nós a imaginar como seria o quotidiano de todos os homens que durante meses trabalhavam e viviam a bordo de um bacalhoeiro. Este navio, de arrasto lateral ou clássico, foi concebido na Holanda, por encomenda. Para a altura, em 1948, era um navio muito moderno. Ao longo de quase 50 anos, foi arrastão salga-dor, congelador, operando nos mares da Terra Nova, Angola e Gronelândia. A sua técnica de arrasto consistia no lançamento ao mar de uma rede com o formato de um saco, que depois assentava no fundo do oceano, destruindo-o e recolhendo tonela-das de peixe, muito do qual, não sendo bacalhau nem nenhuma espécie de grande valor comercial, voltava a ser lançado ao mar, de modo a não ocupar espaço no navio.

A embarcação só regressava dos mares gelados quando o porão da salga (onde se encontravam grandes pilhas cobertas de bacalhau) estivesse completamente cheio, o que poderia demorar mais de seis meses. Há pormenores no navio que podemos apreciar, tais como as estruturas de madei-ra que evitavam que os pratos e copos caíssem ao chão, o gigantismo dos utensí-lios na cozinha e a singeleza dos dormitó-rios. A superstição acompanhava estes homens, que humildemente enfrentavam a rudeza das condições de trabalho e que escapavam milagrosamente ao frio, mal alimentados e dormindo muito pouco. Assim se compreende a presença de amule-tos por todo o navio, pois os marinheiros

acreditavam que, sob sua proteção sobrevi-veriam às dificuldades e às tempestades. Aliás, a pesca é uma atividade tradicional que decorre da nossa ampla costa e do domínio das artes de captura do pescado e, apesar da redução das quotas de pesca e das sucessivas subidas de preço, os portu-gueses são os maiores consumidores de bacalhau do mundo. Em média, consumimos cerca de 57 kg de peixe per capita, o dobro da média euro-peia. Concluindo, esta visita de estudo foi uma ótima maneira de aprendermos mais, não só sobre o bacalhau mas também sobre a pesca em geral e sobre a vida dos pescadores.

M

a

A bordo do Navio-Museu Santo André Mafalda Rothes, 11ºH

Alunos das turmas F, G e H do 11ºano

Porão de salga

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Vamos fotografar os sítios onde estamos, os monumentos por

onde passamos, os lugares que amamos… Informa-te do regulamento junto dos professores de História

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concurso de fotografia Dia dos sítios e dos monumentos (18 Abril)

filmes

Linhas de Wellington: dois olhares

Um sucesso internacional

Liliana Rodrigues, 11ºG

O filme português que tem dado que falar no estrangei-ro! Linhas de Wellington, realizado por Valeria Sar-

miento e produzido por Paulo Branco, descreve a terceira invasão francesa a Portugal, a 27 de Setembro de 1810 quan-do o general Arthur Wellesley, duque de Wellington, chefiou um exército anglo-português e utilizou uma linha de fortifica-ções que protegia Lisboa - as Linhas de Torres Vedras.

Argumentado por Carlos Saboga, a longa-metragem é também uma récita social sobre aquela época, em que várias histórias individuais de pessoas de diferentes estratos sociais se vão cruzando na narrativa, à medida que as tropas francesas ten-tam avançar no território português.

Linhas de Wellington é um dos filmes em competição para o cobiçado Leão de Ouro na 69ª edição do Festival de Cinema de Veneza, numa produção que utilizou cinco mil figurantes para recriar este momento histórico, tendo um custo de apro-

ximadamente 4,5 milhões de euros. É um filme com uma grande qualidade, deixando-nos surpreendidos com a sua posição argumentativa, recriação histórica (com uma peque-na mistura ficcional) e até o próprio vestuário utilizado.

No enredo, que conta com a participação de grandes nomes internacionais ao nível da representação, estão atores de grande prestígio como Nuno Lopes, Soraia Chaves, John Mal-kovich, Carloto Cotta, Vitória Guerra, Marcello Urgeghe, Jemi-ma West, Afonso Pimentel, Miguel Borges, Adriano Luz, Isa-belle Huppert, Paulo Pires, Maria João Bastos, Rita Martins, entre muitos outros. A não perder, um grande filme portu-guês com um imenso sucesso internacional!

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film

es

R efletir sobre Linhas de Wellington é um prazer e uma honra. Prazer, porque, sob o ponto de vista

estético, o filme é uma beleza; honra, porque, pela primei-ra vez, um episódio da História de Portugal mereceu ser posto no grande ecrã por uma equipa luso-estrangeira de renome, quer no que diz respeito à realização e à produ-ção quer ao argumento e interpretação. Contextualizando o episódio histórico das invasões france-sas a Portugal, este insere-se na obsessão de Napoleão em dominar a Europa, concretizando a política expansionista que o tinha levado a conquistar praticamente todos os países europeus com exceção de Portugal e Inglaterra. As tropas comandadas por Soult, Junot e Massena, invadi-ram o nosso país por três vezes, tentando conquistá-lo. Porém, como a Inglaterra estava interessada em pôr fim ao domínio napoleónico, enviou para Portugal um exérci-to armado para apoiar a resistência portuguesa. E é preci-samente da resistência portuguesa, das táticas luso-inglesas e do ardiloso plano de proteção a Lisboa que este filme trata. A ação decorre num espaço de três semanas, no princípio do outono de 1810, entre a Batalha do Buçaco e a derrota decisiva do exército gaulês nas Linhas de Torres. O filme retrata de uma forma magistral o desespero das popula-ções em fuga, o drama das povoações saqueadas e os pormenores do ardil montado por Sir Arthur Wellesley, mais tarde duque de Wellington, general comandante das forças do exército inglês, que motivou a vitória das tropas

luso inglesas afastando de uma forma decisiva Napoleão de Portugal. Estando a esquadra inglesa atracada no Tejo e na costa ao largo de Lisboa, a ideia era construir fortificações em redor da capital, numa linha que ia de Torres Vedras até Sintra. Em Torres Vedras foi travada a batalha final, que humilhou Napoleão e obrigou à retirada dos franceses. Durante este êxodo, cruza-se uma teia de histórias diversi-ficadas, umas reais, outras fictícias, umas mais marcantes, outras mais decorativas, que levam o espectador a envol-ver-se profundamente na narrativa e a compreender o sofrimento da população civil portuguesa, a conhecer a heroicidade dos seus militares e a ficar esclarecido sobre os meandros do estratagema do general Wellington. O tema do filme é apaixonante e desconhecido da maioria das pessoas - pois nunca foi feita esta abordagem na vasta gama de filmes sobre Napoleão - e explica como o general Wellington e as tropas luso-inglesas impediram a conquis-ta de Lisboa. As cenas de ação são combinadas com histó-rias íntimas – a grande história política e a pequena histó-ria dos sentimentos –, através de uma série de narrações paralelas de soldados, de civis, de portugueses, de ingle-ses e de franceses. Neste filme, há quem ame e quem atraiçoe, quem se enforque e quem enlouqueça, quem se entregue e quem se venda, quem se resigne e quem quei-ra mudar de vida. Há quem deserte e quem seja herói. Diria um dos personagens principais, o sargento interpre-tado por Nuno Lopes: “Eu sei que os franceses têm um exército poderoso, mas vamos vencê-los. Os franceses são como o gigante Golias e os portugueses como o pequeno David. (…) Os ingleses representam a funda utilizada por David para o aniquilar… São o nosso instrumento para alcançar a vitória.” A produção e a realização são magníficas, a pesquisa de época primorosa e a vasta galeria de atores excelente. Dos atores portugueses destaca-se Nuno Lopes, no papel do Sargento Patriota. Sobressai também a participação de célebres atores estrangeiros como o americano John Mal-kovich (no papel do general Wellington), a espanhola Marisa Paredes, os franceses Michel Piccoli, Catherine Deneuve, Isabelle Huppert e a italiana Chiara Mastroianni. A iniciativa de fazer este filme pertenceu a Paulo Branco, que utilizou um argumento de Carlos Saboga. A realização foi de Valéria Sarmiento, viúva do célebre realizador Raoul Ruiz, o qual, pouco antes de morrer, tinha iniciado este projeto. Estamos perante uma mistura do prazer pela narração e pelo romanesco, que leva o espectador, duran-te 180 minutos, a prender-se, da primeira à última cena, à beleza das imagens e à profundidade da reflexão. “Linhas de Wellington” mostra também o mérito do cinema nacio-nal, pois recebeu as melhores críticas da imprensa estran-geira como o New York Times, The Guardian, Corriere della Sera e ainda do reputado Cahiers du Cinema, tendo-se também distinguido nos festivais de cinema de Veneza e de S. Sebastian. A nós, portugueses, para além do puro prazer estético, este filme desperta o orgulho nacional e a certeza de que conseguiremos ultrapassar os obstáculos difíceis com que atualmente nos deparamos. “Yes, we can!”

Yes, We Can! Mafalda Rothes, 11ºH

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N o passado dia 13, um domingo como tantos outros, decidi deslo-

car-me ao cinema e ver um filme que mudaria a minha perspectiva acerca dos terríveis anos que a Europa passou duran-te a Segunda Guerra Mundial. Muitos historiadores reconhecem estes tempos como «neutros», relativamente ao papel do nosso país na guerra. Outros admitem que pode ter havido uma parti-cular relação entre Salazar e Hitler. Embo-ra existam estas duas opiniões opostas, todos admitem este facto: Portugal foi um país de centenas de refugiados, judeus e não só, durante a Guerra. Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches, nascido a 19 de Julho de 1885 em Cabanas de Viriato, viveu no seio de uma família aristocráti-ca rural, católica e con-servadora. Fez parte de diversas delegações consulares portuguesas por todo o mundo e viria, mais tarde, a ser Cônsul de Portugal em Bordéus, no ano de 1940. Mas passemos ao fil-me: a ação passa-se na Bélgica, Bordéus (França) e na fronteira entre França e Espa-nha. Conta a história de um maestro que viveu grande parte da sua vida na Venezuela mas que, originalmente, teria vivido com o Cônsul em Bordéus e, antes disso, na Bélgica com a sua família biológica. Este irá contar a uma presumida jornalista o porquê de já não manter o seu verdadeiro nome, Aaron Apelman. Teria sido um judeu refugiado na casa de um rabino que acolhera na cidade durante as invasões alemãs após o rapaz ter perdido a sua irmã pela cidade e deixado os seus pais na Bélgica. Mais tarde viveram, junta-mente com dezenas de refugiados, com Aristides. Durante todo o filme é visível o sentido de ajuda transmitido por Aristides que, desafiando as ordens de Salazar, começa a conceder vistos aos judeus para lhes dar autorização de saída de França. Diz a história que passou mais de 30 mil durante esse ano. Dono de uma grande coragem e determi-nação, Sousa Mendes seria mais tarde descoberto pelo Governo Português que

lhe viria a tirar todos os poderes diplomá-ticos antes concedidos e todo o valor a qualquer visto que por ele tivesse sido assinado. Ainda assim não desistiu. Iria para a fronteira com todos os seus refu-giados para os ajudar a fugir e mesmo quando, na fronteira principal, isso não foi possível, conseguiu levá-los para Espanha através de uma outra parte da mesma que não tinha telefone e, por isso, não possuía meios para saber que este homem já não era um cônsul. Foi um ousado e firme diplomata, talvez até demais para a época. Com alguns oposicionistas, iria manter a sua palavra e promessa que fizera aos tantos judeus que a ele recorreram. Quando confronta-do com os primeiros avisos do Governo Português, terá afirmado: ‘Se há que

desobedecer, prefi-ro que seja a uma ordem de homens do que a uma ordem de Deus.’ Mas mesmo com tanta bondade e compaixão pelas milhares de vidas que não teve cora-gem de deixar à mercê dos campos de concentração, Aristides de Sousa Mendes viria a morrer na miséria, a 3 de Abril de 1954, no hospital dos Franciscanos, em Lisboa, com 68

anos. Após toda esta vida complicada, Aristides haveria de ser reconhecido 22 anos mais tarde, entre muitos outros títulos, pelo Memorial de Yad Vashem, como o ‘Justo entre as Nações’ e Mário Soares presta as desculpas públicas à sua família em 1986. Embora não muito falado, é hoje admira-do e louvado por Portugal, sendo até ape-lidado como o ‘Schindler português’. Por isso, colegas, caso queiram ver uma ótima recriação portuguesa daqueles tempos, convido-vos a dirigirem-se ao vosso cinema mais próximo e a aprender um pouco mais sobre o nosso país por-que, apesar da enorme crise pela qual atravessamos, ainda haverá excelentes motivos para nos orgulharmos da nossa nação.

‘Aristides de Sousa Mendes, Um Cônsul em Bordéus’

realizado por Francisco Manso e João Correa Rita Pinto, 11ºH

S ob a realização do já galardoado com um Óscar Bill Condon, che-

gou aos cinemas, a 15 de novembro, o quinto e último capítulo da mundial-mente famosa saga Twilight, Amanhe-cer: Parte 2. O filme relevou um final, há muito esperado, emocionante e verda-deiramente épico, em que a ação está mais presente do que no capítulo ante-rior, em perfeito acordo com o conteú-do promocional dos cartazes relativos à fita. Baseada nos livros da autora Stephenie Meyer, a história segue o rumo que havia deixado em suspense em Ama-nhecer: Parte 1. Bella, a personagem central deste fenómeno adolescente, acorda para a sua nova realidade enquanto vampira, completamente fascinada pela sua nova forma de estar. Para além das complicações implícitas no facto de ser “recém-nascida”, possui agora a difícil responsabilidade de exer-cer o seu papel de mãe. Renesmee, nascida da união de Bella com o vampi-ro Edward, é um ser híbrido (meia humana, meia vampira) e, devido a essa mesma condição, verá a sua existência ser posta em perigo pelos Volturi, representantes máximos da “Lei” dos vampiros, que, por acreditarem que a mesma uma perigosa criança imortal, tudo farão para a dizimar. Cabe agora ao clã Cullen, com o auxílio de diversos aliados e dos lobisomens, enfrentar a autoridade vampírica numa batalha impressionante, tudo em prol da prote-ção da inocente Renesmee. Numa combinação excelente de emo-ções fortes proporcionadas por um argumento de extraordinária criativida-de, aliadas a uma realização e a uma banda sonora de excecional qualidade, Amanhecer: Parte 2 é já um justo suces-so de bilheteiras em todo o mundo e uma obra-prima cinematográfica real-mente imperdível, que promete não só deliciar os fãs como qualquer bom ciné-filo.

Saga“TWILIGHT”: Amanhecer

Irís Lima, 11ºH

filmes

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26 J O R N A L E S A S DEZEMBRO 2 0 1 2

Quatro dos elementos da equipa redato-rial do Jornalesas, ao receberem o Diplo-ma de Mérito pela sua participação no jornal. Da esquerda para a direita: Ana Rita Fonseca, Pedro Gomes, José Chen e Mafalda Freitas .

“ ...os alunos que mais colabora-ram na realização do jornal foram

para a universidade. Como ninguém, souberam dar o seu melhor e criar opi-niões que melhoraram em muito os arti-gos de opinião, a reportagem, a própria imagem do jornal.

Adaptado de editorial— Jornalesas edição XXXIII

O Jornalesas pretende ser o rosto e a voz da comunidade escolar. Assim, contamos com a colaboração de alunos, funcionários, professores e todos os que, de alguma maneira, estão ou estiveram ligados à ESAS e gostem de escrever e opinar.

A nova equipa do Jornalesas

O Jornalesas deu-me ensinamentos que acredito nunca esquecer, pois sei que serão sempre úteis: trabalhar em grupo e cumprir prazos e objetivos foram algumas das

heranças que o Jornalesas me legou. Os momentos passados na redação, edição e impressão transmitiram-me sentido de responsabilidade e, sem dúvida, ajudaram-me a criar novos e eternos laços com toda a equipa.– Pedro Gomes

Os três anos da minha atividade enquanto parte integrante da equipa redatorial do JornalESAS chegaram ao fim. Foi uma experiên-cia que valeu a

pena. Passei a estar mais atenta a tudo o que se passava de relevante na comuni-dade escolar. Um dos aspetos que mais me marcou foi, sem dúvida, a entrevista ao vivo feita ao escultor Zulmiro de Car-valho, em 2010, para apresentação no concurso do DN.—Patrícia Costa

“Foi um p r i v i l é g i o fazer parte da organiza-ção que transmitia a informação a toda a

comunidade escolar; aliás, com o Jornalesas, pude desenvolver o meu gosto pela escrita, para além de ter partilhado bons momentos com toda a equipa que me acolheu." - José Chen

Passagem de testemunho

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A elegância é uma mistura de saber vestir com uma forte atitude. Para a atingir, basta seguires estes sete passos base: Cuida da tua imagem, da cabeça aos pés, e não deixes nada ao acaso. Evita os excessos. É na simplicidade que está o gosto. As tuas peças e acessórios devem estar em perfeito estado. As meias também contam! Nunca escolhas umas que destoem do teu look; Escolhe um perfume que não chame muito a atenção, mas que deixe a sua marca. Escolhe um relógio com o qual te identifiques e que lhe dê um toque final. Não sigas todas as tendências…adapta-as ao teu estilo.

O que é a Elegância?

A cabado o verão, em que as tendências eram definidas por rendas e cores simples

– o branco e o bege, principalmente –, vieram novas cores e estilos que vão dar um pouco de originalidade ao outono/inverno 2012. Os metais trouxeram um tom arrojado e diferente

a esta estação, sendo aplicados tanto em malhas

como em camisas, gangas e mesmo em acessó-

rios. É visível a escolha na aplicação de correntes,

tachas, fechos e espigões por parte de vários esti-

listas, que resolveram ressuscitar uma tendência

londrina dos anos 80.

A aplicação de bordados e brilhos em peças

simples foi também utilizada por vários profissionais de moda, uma tendência que já foi utilizada mas que veio dar ful-gor a esta época.

O verde tropa, principal-mente com o padrão

militar, e a cor-de-vinho são cores que estão muito presentes. O veludo é um tecido que também se está a usar de novo.

O utra das tendências que

veio caracterizar esta

estação é o uso das malhas, com

os mais diversos padrões. Estas

vão estar muito fiéis a este tempo

frio, trazendo um visual mais

confortável e não fora de uso.

Agora que já conheces algumas das tendências, toca a tratar de renovar o teu armário e dar um novo aspeto ao teu visual!

Tendências Outono-Inverno 2012

Hélder Cardinali, 10ºG

Isabel Lopes —11ºH

Hel

der

Ara

újo

-1

1ºF

Page 28: JornalEsas dezembro 2012

FICHA TÉCNICA

Coordenadores: Ana Amaro (Profª) António Catarino (Prof.) Carmo Rola (Profª) Julieta Viegas (Profª) Mª João Cerqueira (Profª) Equipa redatorial André Monforte António Catarino Eduardo Cunha Frederico Oliveira Íris Lima Liliana Rodrigues Mariana Oliveira Mafalda Monteiro Mafalda Rothes Magda Mendes Tiago Dias Tiago Monforte Paginação e Maquetagem Julieta Viegas (Profª ) António Catarino (Profª) Revisão de textos Ana Amaro (Profª) António Catarino (Prof.) Mª João Cerqueira (Profª)

Financiamento Estrela Branca - Pão quente , pastelaria Porto Alto - Pão quente , pastelaria Helena Costa - Instituto de beleza Não + Pêlo - Estética Monells /Cerdiberus - Produtos Alimentares Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa

Editorial

Os textos para a edição XXXIV do Jornalesas foram redigidos segundo as novas normas do acordo ortográfico

A Democracia não é só um regime político. É igualmente uma prática que devemos utilizar todos os dias no quotidiano profissional e, se

possível, no pessoal. Dizemos «se possível» porque, no domínio da Educação, quando se trata dos nossos filhos ou jovens em busca de consolidar uma per-sonalidade em formação, por vezes, consoante a conjuntura ou situação, poderemos ser mais afirmativos e rigorosos no estabelecimento de regras de conduta. Mas explicando sempre. Sem essa exigência de veracidade e justiça na Educação não podemos ter uma pedagogia de sucesso. É por isso mesmo que devemos esforçar-nos, como professores e educadores, por incutir nos nossos alunos regras básicas de convivência democrática, explicando por que razão as regras são como são e porque devem ser seguidas. Os pais e encarre-gados de educação terão um papel importantíssimo na consecução e entendi-mento dessas regras. À sua custa, à custa da Democracia, houve muitos aproveitamentos abusivos, declarações coletivas e individuais cheias de intenções piedosas, misturados com gestos verdadeiramente humanos e que deixaram a sua marca para sem-pre; mas o que não podemos esquecer é que esta palavra, este conceito, rima igualmente com Demagogia e que são indissociáveis uma da outra, como já os antigos gregos o referiam em textos clássicos. Será, portanto, uma exigência da nossa parte separar o trigo do joio e referir que muitas das medidas que se estão a ancorar na Educação e que se preparam, ao que tudo indica, para o Orçamento de 2013, são acompanhadas pelo vulto sempre eterno da dema-gogia. Um plano importante, de que a Educação, infelizmente, sente o peso enorme, é o do pagamento da dívida pública. Nunca se ouviu dizer que não queríamos deixar de pagar o que, aliás, foi ratificado pelo voto popular. Isso é Democra-cia. O que não se pode entender é que, à custa deste objetivo, se desenhem leis e declarações enganosas que levem as pessoas a pensar que há professo-res a mais, que ter turmas com trinta alunos é igual a ter turmas de vinte, que os mega agrupamentos são eficazes ou que os professores são funcionários do Estado que ganham demasiado bem. Isso é Demagogia e cria um sentimen-to de revolta e insegurança a todos os níveis insuportável. E sabemos como, mesmo longe de serem verificáveis em estatísticas ou folhas de Excel, podem levar a profundas ondas de choque com as consequências inevitáveis que se querem evitar. Voltando ao princípio deste Editorial, defendemos que a Educação é muito mais importante do que a formulação simples de regras e leis feitas em gabi-netes por tecnocratas frios e que ultrapassa, em muito, os efeitos visíveis da aplicação dessas mesmas leis. Quem não entende isto, não entende nada de Educação. O problema maior nesta conjuntura é que ninguém se dá ao traba-lho de nos explicar a filosofia que norteia essas leis para além da ideologia, sempre muito pobre, da poupança. E é pena porque, perante essa falta, tere-mos sempre o direito a construir todos os processos de intenção política dos que nos dirigem. Receamos que se construa, nas escolas, um mundo demasia-do negativo e que isso perpasse para os nossos alunos.

ESCOLA SECUNDÁRIA AURÉLIA DE SOUSA/3 Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto

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